O Lyceu

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Jaime Constantino Freitas Moniz

E s c o l a S e c u n d á ri a Ja i m e M o n i z | R e v i s t a n º 1 6 | Ja n e i ro / M a r ç o 2 0 0 8 | 1. 5 €


Quem fomos? O segundo número da revista “O Lyceu” dá continuidade a uma leitura analítica e crítica do nosso passado, procurando compreender a génese de uma Escola que assumiu, desde sempre, um papel preponderante no arquipélago da Madeira. Leituras de um passado mais recente emergem das respostas dos nossos entrevistados, unânimes na acepção de que a Escola Secundária Jaime Moniz foi “a ponte” de projecção para a vida mas, paralelamente, o espaço “místico” da aprendizagem, da emoção, das cumplicidades da adolescência e juventude. Se o que fomos se delineia nestas páginas, o que somos irrompe nos múltiplos eventos que, no presente, conseguimos levar a cabo. É o Liceu das Ciências e das Letras, da inovação e do sucesso, do orgulho e da responsabilidade que se reparte e unifica na heterogeneidade das iniciativas. Alunos, professores e funcionários, a celebrar os 170 anos da sua Escola, não só se sentem gratos por pertencerem a uma instituição com uma vasta herança histórica e cultural como, sobretudo, sonham engrandecer com o seu trabalho e capacidade o Liceu do presente, património do futuro. Uma escola é o que os seus professores, alunos o funcionários dela fazem e, recentemente, ficamos fragilizados, pois foi com grande pesar que tivemos que despedir-nos de duas estimadas colegas que faleceram a Dr.ª Graça Freitas e a Dr.ª Marta Nascimento. Como homenagem às nossas companheiras e amigas, dedicamos-lhes esta edição. A Equipa Editorial


Ficha Técnica

Breves

4

Nº 16 - Janeiro / Março 2008

O Liceu Jaime Moniz

14

Escola Secundária Jaime Moniz Largo Jaime Moniz 9064 - 503 Funchal Telef.: 291202280 Fax: 291230544 E.mail: olyceu@gmail.com

Foto Agrafar Emoções

23

Director: Jorge Moreira

Falando com ... Testemunhos do Liceu

24

Conjunto Académico João Paulo

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Rostos do Liceu

34

Strees e Saúde Mental

36

Clubes e Projectos

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Ciªência Aberta

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Revista O Lyceu Coordenadores: António Freitas - Grupo 520 José Gouveia - Grupo 600 Luís Martins - Grupo 500 Micaela Martins - Grupo 300 Vanda Gouveia - Grupo 300 Revisão: Vanda Gouveia - Grupo 300 Fotografia: António Freitas - Grupo 520 Micaela Martins - Grupo 300

Pedagogia

50

Capa: António Freitas - Grupo 520 José Gouveia - Grupo 600

As TIC na Educação

52

Colaboração: Toda a Comunidade Escolar

As TIC na Jaime Moniz

57

Todos os artigos de opinião são da responsabilidade dos autores.

Bilhete Postal

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Homegagem à nossa colega Graça

63

Homegagem à nossa colega Marta

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Tratamento de Imagem, Arranjo Gráfico e Montagem Electrónica: José Gouveia - Grupo 600

Português.com

65

Impressão e Acabamento: Liberal

DixIT

66

Tiragem: 1000 Exemplares

Passatempos

70

Não Esquecer

75

Festival de Teatro

76

Agradecimentos: À Direcção, bem como a todos quantos contribuíram para que este projecto se tornasse realidade e, em especial, às professoras Elizabete Cró e Fátima Marques e aos nossos entrevistados.


Almoço de Natal No dia 17 de Dezembro de 2007, a Escola promoveu o seu tradicional almoço de Natal. Num convívio agradável, a par das delícias alimentares, os docentes e funcionários da Escola e alguns convidados tiveram a oportunidade de se divertir. Neste, foram homenageadas três docentes reformadas: a Dra. Manuela Pita, de Biologia, a Dra. Maria José, de Geografia, e a Dra. Sara Cabral Fernandes, de História. Como é habitual, foram ainda premiados docentes de diversos grupos disciplinades mediante sorteio.


Breves

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Geologia do Arquipélago da Madeira

Decorações de Natal Nas duas semanas que antecederam o Natal, a Dra. Fátima Freitas, docente do grupo 600, procedeu à decoração de diversos espaços da Escola. Deste modo, pôde observar-se o belo presépio no segundo andar, à subida das escadas que dão acesso à sala 201; em frente à Direcção Executiva, as tradicionais escadinhas ostentam ao topo o Menino Jesus; pela entrada e pela sala de professores, encontramos velas e outros arranjos. Também no anexo, por múltiplos recantos, diversas decorações despertaram em nós o espírito natalício.

No dia 29 de Novembro de 2007, na sala 215, ocorreu uma conferência subordinada ao tema «Geologia do Arquipélago da Madeira», cujo orador foi o Professor Doutor Domingos Rodrigues, investigador ligado à Universidade da Madeira. Esta conferência organizada pelo Clube de Ciências da Escola, a cargo da Dra. Conceição Campanário e da Dra. Fátima Oliveira Jesus, foi dividida em duas sessões, que tiveram como público-alvo alunos de Geologia e professores da disciplina de Geografia. Numa apresentação dinâmica, como numa divertida aula, Domingos Rodrigues contou aos ouvintes a história da formação e da evolução das ilhas vulcânicas, exemplificando sempre com as ilhas da Madeira e do Porto Santo, das quais a segunda é a mais "velhinha". Os alunos participaram com respostas muito conhecedoras e demonstraram grande curiosidade. A salientar o facto de esta acção ter decorrido na sequência da saída de campo do Clube de Ciências ocorrida no dia 24 de Novembro.

Espaço 21 No dia 3 de Dezembro de 2007, pelas 11 horas, na Sala de Reuniões, ao largo do Museu, os elementos do Espaço 21, na sua terceira reunião, debateram a autobiografia de Augusto de Ataíde, Percurso Solitário, um livro que descreve a sua vida, sobretudo no período dos anos 60, a sua estada nos Açores e em Lisboa, onde frequentou o Ensino Superior. Como se pode ler em http://www.bbde.org/lofiversion/index.php/t3713.html, a propósito deste livro, "Evocando a sua juventude até à Revolução de 1974, Augusto de Ataíde transporta-nos ao paraíso originário de uma ilha de S. Miguel, longínqua no tempo, onde a “típica família tradicional” em que nasceu nos é descrita com um realismo que chegaria a parecer duro, se não se sentisse a linha do coração que percorre a narrativa. Fala-nos de uma Lisboa também remota, que atravessa no caminho das “agruras da vida real”. A educação de há meio século num grande colégio é evocada com um olhar de carinho. As lembranças da vida universitária dão lugar a uma descrição de confrontos ideológicos e políticos que agitaram a juventude daqueles tempos, mergulhada, designadamente, nas crispações das guerras de África. Figuras e acontecimentos dos primeiros anos de maturidade – que decorrem num cenário de fim de época – vão passando sob a observação do autor, que encerra o volume com a lembrança dos tempos em que fez parte de um Governo que, frustrando muitas esperanças, acabou por criar condições em que a revolução se tornou inevitável." A referir que esta obra foi uma sugestão apresentada pela Dra. Sara Cabral Fernandes, docente desta Escola, actualmente aposentada.


Breves

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Introdução à Agricultura Biológica Nos dias 29 de Novembro e 5 de Dezembro de 2007, realizaram-se sessões de uma formação intitulada «Introdução à Agricultura Biológica», orientadas pelos engenheiros José Carlos Ferreira Marques e Sílvia Cristina Sousa Silva, que tiveram como base analisar a importância do tema na vida do Homem.

Os Voluntários ao Serviço dos Mais Desfavorecidos

A Arte de Falar Bem em Público No dia 6 de Dezembro de 2007, pelas 9h45m, na Sala de Sessões desta Escola, foi proferida uma palestra subordinada ao tema «A Arte de Falar Bem em Público» pelo Dr. Francisco Santos, Presidente da ACIF e Director-Geral do Millenium BCP, no âmbito do estudo do Texto Argumentativo, inserido programa de Português do 11º Ano. Numa animada sessão, o Dr. Francisco Santos começou por transmitir um ditado de Moçambique, a terra onde nasceu, «O que é que ele disse? Nada. Falou.», em torno do qual a lição de retórica decorreu. Na sequência disso, foi indicando os pressupostos de uma boa comunicação, distinguindo o falar de comunicar, sendo que, como afirmou, muitos oradores falam para si mesmos, porque se esquecem do mais importante, que é fazer uma leitura da plateia, do que esta sabe, pensa, quer e sente. Em forma de síntese, salientou que as bases de uma boa comunicação são “ouvir bem”, “ver melhor” e “ler bastante mais”, ou seja, estudar bem o tema, treinar a sua apresentação, procurar ler os sinais que os ouvintes transmitem e improvisar sobre o momento, de acordo com essa leitura. Esta actividade foi organizada pelo grupo de Português e pelas Coordenadoras das ACC, a Dra. Fátima Marques e a Dra. Elisabete Cró.

No dia 5 de Dezembro de 2007, realizou-se no Auditório da Escola, pelas 9h45m, uma conferência subordinada ao tema «Os Voluntários ao Serviço dos Mais Desfavorecidos», que teve como prelectores o Dr. João Carlos Abreu, Presidente da Associação CRIAMAR e a Dra. Maria Carlos Ramos, Directora do estabelecimento Vila-Mar. Os prelectores, ambos detentores de forte experiência no que respeita a valores e prática de dádiva ao próximo, expuseram os princípios que regem as associações que dirigem e fizeram um convite ao público jovem para que não se demita dos deveres de cidadania, tão postos em causa nos dias de hoje. Aludiram aos grandes filósofos que veicularam formas de orientação a todos os que pretenderam humanizar-se e assim tornar este planeta onde vivemos um pouco melhor. Seguidamente, os alunos contaram aos presentes casos pessoais ligados ao tema, o que agradou aos convidados, uma vez que sentiram que a mensagem fora aceite. Este painel foi organizado pelas Coordenadoras das Actividades de Complemento Curricular, a Dra. Maria de Fátima Afonso Marques e a Dra. Maria Elisabete de Sousa Cró.


Espaço Anjos No dia 14 de Janeiro de 2008, tiveram início as sessões sobre as Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), mobilizadas pelo Espaço Anjos com a colaboração da equipa multidisciplinar do Serviço de Atendimento ao Jovem do Centro de Saúde do Bom Jesus. Estas sessões, decorridas entre 14 e 23 de Janeiro de 2008, com a duração de 45 minutos, tiveram como público alvo todas as turmas de 10º Ano da Escola e realizaram-se com base no objectivo de sensibilizar os jovens para os perigos que correm ao terem comportamentos de risco, nomeadamente no âmbito da sexualidade. O Espaço Anjos e a equipa multidisciplinar do Serviço de Atendimento ao Jovem pretenderam, mais do que falar das doenças, que os alunos tomassem consciência de que dos comportaqmentos de risco podem advir consequências graves, algumas delas com tratamento mas sem cura, e que, para evitá-las, basta ter a maturidade suficiente para usar o preservativo e frequentar a consulta médica. Além disso, a equipa multidisciplinar aconselhou os jovens da Escola a que visitassem o espaço supra mencionado e dispusessem das vantagens oferecidas pelo mesmo, nomeadamente, de consultas médicas, de enfermagens, nutricionista, psicólogo, assistente social, entre outros.

Visita ao Aeroporto Nos dias 16 e 18 de Janeiro de 2008, numa iniciativa do grupo de estágio de Informática orientado pela Dra. Patrícia Silva, grupo 550, e constituído pelos docentes estagiárias Diva Mendonça, José Pinhão, Micaela Fernandes e Rosa Silva, as turmas 12º 16 e 12º 17 tiveram a oportunidade de averiguar como funciona o Aeroporto, nomeadamente o que ocorre na sala de comando e controlo, mais especificamente o que diz respeito a todos os mecanismos que são controlados através dos computadores, como a iluminação, os elevadores, entre outros. O ponto alto das visitas foi a subida à torre de controlo atendendo ao natural fascínio dos alunos pelos aviões e a curiosidade relativamente às tecnologias que ali operam.

Dia Mundial da Liberdade No dia 23 de Janeiro de 2008 na Escola Secundária Jaime Moniiz comemorámos o Dia Mundial da Liberdade com um painel intitulado «Liberdade de Expressão». Este painel, que ocorreu no Auditório, teve como oradores a Dra. Isabel Sena Lino, vereadora da Câmara Municipal do Funchal, que referiu as vitórias conquistadas pelas mulheres após o 25 de Abril de 1974 e mostrou o quão importante foi a modificação da sociedade e o contributo decisivo na reestruturação das mentalidades; o Dr. Miguel Albuquerque, Presidente da Câmara Municipal do Funchal, que falou das vantagens da Democracia e lamentou a falta de acutilância nos críticos de hoje, face a, por exemplo, Fialho de Almeida, que entende ter ainda grande actualidade, e o Dr. José Manuel Rodrigues, Deputado pelo CDS/PP na Assembleia Legislativa da RAM, que expôs o seu ponto de vista tendo orientado a intervenção para o domínio dos mass media, falando da sua importância, mas, também, de alguns aspectos menos positivos, como, por exemplo, o seu poder manipulador. A sessão, destinada a alunos, professores, funcionários e comunidade em geral e organizada pelas Coordenadoras da Actividade de Complemento Curricular, a Dra. Maria Elisabete Cró e a Dra. Maria de Fátima Marques, terminou após um pequeno debate com o público presente.


Breves

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«Acesso à Universidade» No dia 23 de Janeiro de 2008, pelas 20h30m, no Auditório da Escola, foi proferida uma conferência, pelo Dr. João Costa e Silva, responsável pelo Gabinete de Acesso ao Ensino Superior, subordinada ao tema «Acesso à Universidade». Numa animada conversa, como o próprio orador caracterizou esta acção, o Dr. João Costa e Silva procurou convencer a sua plateia que concluir o Ensino Secundário já não é suficiente, que nós, na sociedade em que vivemos, temos de ir mais além e procurar não só as competências académicas proporcionadas pelos Ensino Secundário e Superior, mas também procurar desenvolver outras capacidades como o saber-estar, saber-fazer, saber-ser, a competência comunicativa, o domínio de línguas estrangeiras e das novas tecnologias. O orador, gracejando, ainda teve oportunidade de recomendar a aprendizagem do Espanhol, atendendo à “invasão” dos produtos e empresários espanhóis no nosso País. No final, o orador falou sobre universidades e outras instituições que poderiam dar resposta às questões e necessidades do público-alvo desta conferência. De salientar que esta iniciativa, organizada pela Dra. Rosário Martins, do grupo 300, se destinou aos alunos do Ensino Recorrente.

«Floresta da Madeira» No dia 23 de Janeiro de 2008, a Escola recebeu a Dra. Paula Marília Figueira, Técnica de Educação Ambiental da Direcção Regional de Florestas, que veio falar à Comunidade Escolar sobre a «Floresta da Madeira». Numa conferência dinâmica, ilustrada com agradáveis imagens de paisagens, plantas endémicas da Madeira e plantas introduzidas, para cultivo e para a caça, a oradora distinguiu as cinco florestas indígenas da Madeira, que têm vegetação diferente devido às variações de clima, e falou sobre a floresta exótica, que aumenta também o risco dos incêndios, porque periga a preservação da floresta indígena. Esta referiu ainda as várias acções da Direcção Regional de Florestas para prevenir a erradicação de certas espécies, sendo uma delas a criação do Centro de Educação Ambiental. Esta conferência, que ocorreu na Sala de Sessões, às 15 horas, foi mais uma das iniciativas do Clube de Ciências «Amigos do Ambiente», coordenado pela Dra. Maria Conceição Campanário e pela Dra. Maria de Fátima Oliveira, ambas do grupo 520.

Visita de Estudo ao Weatherbird II No dia 25 de Janeiro de 2008, os alunos de Ecologia do 11º 35 e de Geografia do 10º 43, acompanhados dos professores Ana Paula Oliveira, grupo 420, António Freitas, grupo 520, Fernanda Guerra, grupo 520, Gilda Figueira, grupo 330, e Micaela Martins, grupo 300, partiram rumo ao Porto do Funchal, para uma visita de estudo ao Weatherbird II, um navio ao serviço da empresa Planktos, que está a estudar uma forma de retenção de dióxido de carbono pelo mar. A Planktos dedica-se à fertilização dos fundos oceânicos com recurso à pulverização de partículas de ferro, com a finalidade de fixar o CO2 através do crescimento de fitoplâncton e da absorção de carbono. Esta visita de estudo, que decorreu entre as 13h15 e as 15h45, foi uma experiência que agradoua alunos e professores, não só pela novidade, para alguns, de estar dentro de uma embarcação e aprender como funciona, saber pormenores como o facto de barco ter dois radares, duas bússulas, uma digital e outra magnética, cartografia em suporte tradicional e em suporte digital, entre outros e saber quais os procedimentos destes investigadores, como, também, pela simpática equipa de, actualmente, três elementos, Phil, Adam e Melanie, que nos guiou numa visita muito animada e interactiva aos vários compartimentos da embarcação.


Iniciação à Informática para funcionários No dia 8 de Novembro de 2007, começou uma formação de 12 horas de Iniciação à Informática para funcionários. Conduzida pelo Dr. António Freitas do grupo 520, a formação decorre às terças e às quintas-feiras, das 12h às 13h, para o Grupo 1, e às terças e quintas-feiras, das 13h às 14h, para o Grupo 2.

«Reaprender a Forma de Pensar» No dia 12 de Novembro de 2007, esteve no Auditório da Escola Secundária de Jaime Moniz, entre as 10h00 e as 11h30m, a convite da Dra. Gilda Gama, do Grupo 300, o Engenheiro António Guimarães, para proferir uma conferência subordinada ao tema «Gerir a Mudança e Reaprender a Forma de Pensar». Numa sessão muito activa, o alegre orador mobilizou a audiência para um olhar diferente sobre si mesma e sobre os outros, a partir do princípio de que somos todos seres bons e capacitados, e veiculou a mensagem de que temos de lavar a nossa mente dos preconceitos e de ter auto-estima. Deste modo, após alguns exercícios de respiração e libertação de pensamentos negativos, alunos e professores saíram do auditório com uma maior disposição para encontrar-se a si mesmos e dirigir um novo olhar ao ser GUIMA (Génio; Único; Irrepetível; Maravilhoso e Amoroso) que há em todos nós.

Visita de Estudo Diário de Notícias

ao

No dia 13 de Novembro de 2007, os alunos de Francês das turmas 17, 19 e 34 do 11º Ano e o seu docente, o Dr. Humberto Lourenço, partiram pelas 15 horas rumo ao Diário de Notícias para uma visita de estudo, no âmbito da disciplina supra mencionada. Com o objectivo de permitir a visualização in loco da elaboração de um jornal da Região Autónoma da Madeira, no âmbito do estudo do tema “Information e Communication” do programa de 11º Ano de Francês, Formação Geral (Continuação), a visita de estudo, orientada pelo Dr. Ricardo Miguel Oliveira, teve resultados positivos e pareceu motivar os alunos.


Breves

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Visita de Estudo ao Diário de Notícias No dia 14 de Novembro de 2007, os alunos de Francês das turmas 9, 10 e 43 do 11º Ano e as suas docentes, a Dr.ª. Carmo Rocha e Dr.ª Lídia Sousa, partiram pelas 11h45m rumo ao Diário de Notícias para uma visita de estudo, no âmbito da disciplina supra mencionada. Com o objectivo de permitir a visualização in loco da elaboração de um jornal da Região Autónoma da Madeira, no âmbito do estudo do tema “Information e Communication” do programa de 11º Ano de Francês, Formação Geral (Continuação), a visita de estudo, orientada pelo Dr. Ricardo Miguel Oliveira, teve resultados positivos e pareceu motivar os alunos.

Saída de Campo Clube de Ciências

do

Esta acção decorreu na sequência de uma saída de campo do Clube de Ciências, que, acompanhado do Professor Doutor Domingos Rodrigues, visitou a Praia Formosa, os Reis Magos, Machico, a Ponta de S. Lourenço e o Porto da Cruz, com o objectivo de conhecer paisagens geológicas e compreender a formação das ilhas.

Visita de Estudo à Igreja do Colégio No dia 27 de Novembro de 2007, pelas 9h45m, partiram da Escola rumo à Igreja do Colégio os alunos de História da Cultura e das Artes das turmas 12º 20, 12º 50 e 12º 51, sob orientação do Dr. Carlos Freira, para uma visita de estudo, no âmbito dos restauros feitos a esta igreja de estilo barroco.


Visita de Estudo ao Weatherbird II

Projecto RS4E Nos dias 30 de Janeiro e 1 de Fevereiro de 2008, decorreram iniciativas de empreendedorismo cujos protagonistas foram alunos da Escola, na sequência do projecto RS4E, Road Show for Entrepreneurship, integrado na disciplina de Área Projecto. Estas feiras em que os alunos venderam os seus produtos, situadas na Praça da Autonomia e na Praça Colombo, tiveram por objectivo estimular os jovens a se dedicarem ao empreendedorismo, a criarem outras soluções de trabalho, atendendo à saturação do mercado.

RTP Madeira - 500 anos da cidade do Funchal No dia 30 de Janeiro de 2008, o programa da RTPMadeira, dedicado aos 500 Anos da cidade do Funchal, foi sobre freguesia de Santa Maria Maior. Este programa, emitido a partir das 22h00, teve entre os dezoito convidados o Dr. Jorge Moreira de Sousa, Presidente da Direcção Executiva da Escola, que falou sobre a importância do Liceu na formação de alguns dos mais distintos economistas, médicos e políticos, entre outros, da Região Autónoma da Madeira. Na sequência de uma questão da apresentora Maria Aurora Homem, o Dr. Jorge Moreira de Sousa referiu que os alunos estão a tornar-se cada vez mais conscientes do património histórico desta cidade com cinco séculos e do facto de a Escola em que estudam, que celebrou 170 anos no passado dia 10 de Outubro, é um dos elementos desse mesmo património. A propósito do aniversário da Escola, o Presidente da Direcção Executiva referiu os diversos painéis que têm sido organizados na mesma, com inúmeros convidados ilustres, que foram alunos desta instituição.

No dia 29 de Janeiro de 2008, pelas 10h, os alunos de Inglês da turma 11º 50 e elementos do Clube Europeu, que estão envolvidos num projecto que procura fazer o levantamento de actividades para os jovens da nossa cidade, acompanhados da Dra. Clara Sousa, grupo 340, partiram da Escola rumo ao Weatherbird II, para uma visita de estudo ao navio aportado no Funchal num período de descanso, antes da viagem de regresso à Florida. Numa agradável visita, o simpático comandante do navio, Philip Lloy mostrou-lhes como funciona o barco; explicou-lhes o objectivo da Planktos, a empresa que o adquiriu, e exemplificou as medidas tomadas em casos de emergência em alto mar, em situações de incêndio ou inundação, entre outros.


Breves

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As Novas Tecnologias no Ensino Ao longo do dia 30 de Janeiro de 2008, decorreu uma formação intitulada «As Novas Tecnologias no Ensino», organizada pelo Núcleo de Estágio de Informática da Escola. Esta acção teve como oradores a Dra. Maria João Beja, da UMa, que falou sobre «Tecnologia e Relação Pedagógica um Caso de Sucesso»; o Mestre Fernando Correia, da UMa, que se referiu às «Novas Tecnologias e a Escola», e o Dr. Rafael Santos, Director de Serviços de Tecnologias Educativas da DRE, cuja apresentação teve o título: «TIC e Sucesso Escolar - Desafio à Sociedade». Finalmente, pelas 15h00, os formandos espalharam-se por salas no terceiro piso, acompanhados da Mestre Alcíone Santos, do Professor Doutor Eduardo Fermé e da Professora Doutora Elsa Fernandes, todos docentes da UMa e receberam algumas demonstrações de Robótica, tendo chegado a tentar construir os próprios robôs.

O Discurso Religioso no Evangelho Segundo Jesus Cristo de José Saramago No dia 31 de Janeiro de 2008, pelas 18h00, no Museu Casa da Luz, foi lançado o livro O Discurso Religioso no Evangelho Segundo Jesus Cristo de José Saramago, da autoria da Dra. Vanda Gouveia, docente do grupo 300 desta Escola, resultado da sua tese de Mestrado, concluída em 1998. Nesta apresentação, a cargo da Dra. Maria de Fátima Marques, estiveram presentes diversos docentes da Escola a Dra. Madga Pimenta, da Editora O Liberal, e outros convidados. O referido livro trata, como se pode ler no título, a polémica questão do religioso na obra O Evangelho Segundo Jesus Cristo de José Saramago, que explora a relação de Madalena e Jesus Cristo do ponto de vista humano. A Dra. Vanda Gouveia referiu que o que procurou fazer com o seu livro foi analisar e explicar como é explorado o tema em Saramago e reportar o olhar deste conceituado autor sobre uma questão que muita tinta ainda faz correr, passados já dois mil e oito anos da morte de Cristo.

O canto virtual do Espaço Anjos O canto virtual do Espaço Anjos, http://espacoanjos.blogspot.com, lançado em Dezembro de 2007, tem sido muito procurado por grande diversidade de visitantes, como podemos observar na imagem, o que demonstra o interesse do referido local.

Acontece / Aconteceu Os cantos virtuais relacionados com a revista O Lyceu: http://www.acontecenajaimemoniz.blogspot.com/ e http://www.aconteceunajaimemoniz.blogspot.com/, lançados no primeiro trimestre do presente ano lectivo, têm sido muito procurados por grande diversidade de visitantes, como podemos observar na imagem, o que demonstra o interesse dos referidos locais.


Texto adaptado de Hélder César Spínola Teixeira O Liceu Nacional do Funchal (1837-1900), Subsídios para a sua história (Dissertação de Mestrado defendida na UMA no dia 25 de Setembro de 2006)

E s t a tu to s o c i a l , c í v i c o e c a te go ri a p ro f i s s i o n a l d o s p ro fe s s o re s .

G

rande parte dos docentes das cadeiras instituídas pelo marquês de Pombal, que passaram, posteriormente, para os liceus tinha origem social na baixa e média burguesia. Muitos começaram por estudar nos semi-

nários, mas por razões várias interromperam os estudos eclesiásticos e seguiram a instrução oficial. Somente alguns concluíram cursos universitários. Destes, o professorado surgiu como uma segunda ocupação e, quase sempre, a tempo parcial, sendo raros os que se entregaram à profissão com a dedicação devida. Daqui resultou um ensino rotineiro, sem inovação, mais passivo do que criativo. A carreira de professor no sector oficial das diversas disciplinas, equiparáveis ao actual ensino secundário, foi constituída por Passos Manuel por duas categorias: a de proprietários e a de temporários. Nesta última categoria havia, ainda, o caso particular dos interinos, nomeados, em regra, para suprir a ausência mais ou menos prolongada dos professores proprietários, que ocupavam cargos políticos e de carácter oficial, ou para os substituir devido às faltas motivadas por doença, ou ainda, por invalidez. No início do período liberal, pelo decreto de 15 de Novembro de 18361, o ensino secundário oficial, passou a ser regulado, ao nível dos distritos, por conselhos provinciais. Na Madeira, o conselho foi instalado a 23 de Fevereiro de 1837, por deliberação do Administrador Geral do Distrito, em conformidade com o art. 34.º do mencionado decreto. Nele tomaram posse os professores das aulas públicas de instrução secundária, instaladas no «Pátio dos Estudantes». De acordo com a lei, Manuel Joaquim Moniz, bacharel em Matemática, professor Manuel da Silva Passos, 1801-1862. Foto retirada da internet.

1 Cf. Diário do Governo, n.º 274, de 18/11.

da cadeira de Geometria, assumiu a presidência, por ser o mais velho; Marceliano


O Liceu Jaime Moniz

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Ribeiro de Mendonça, professor da cadeira de Gramática Latina e Latinidade, ficou como secretário, por ser o mais novo; João de Freitas e Almeida, bacharel em Leis, professor da cadeira de Aritmética, inactiva à época; Sebastião Casimiro de Vasconcelos, cónego magistral e professor substituto da cadeira de Filosofia Racional e Moral; Pedro Nicolau de Freitas, bacharel em Leis, professor substituto de Lourenço José Moniz, na cadeira de Retórica e Poética; e, finalmente, Alexandre Luís da Cunha, professor da cadeira de Língua Inglesa e Francesa, ficaram como vogais. Esta comissão, no dia 12 de Junho de 1837, em reunião ordinária, deliberou constituir o Liceu Nacional do Funchal (LNF), transferindo-se estes professores das aulas secundárias, conforme o decreto de 17 de Novembro de 1836, para a nova instituição, passando a ser os primeiros docentes do Liceu e a reger as novas cadeiras2. Sobre a habilitação dos professores liceais, os decretos de 15 e de 17 de Novembro de 1836, determinaram que o provimento das cadeiras fosse sujeito a exame público, procedendo concurso de sessenta dias. O título seria de propriedade ou temporário,

Manuel Joaquim Moniz, Reitor Interino.

pelo período de dois anos, conforme o «grau de merecimento» que os candidatos

Foto: Photografia – Museu “Vicentes”.

mostrassem nos exames. A autoridade que dirigia as escolas seria responsável pelos provimentos temporários, postos a concurso cada dois anos. Os perpétuos seriam conferidos, em diploma, pelo Ministério do Reino (MR), sobre proposta graduada de todos os concorrentes. Em igualdade de circunstâncias, os professores temporários teriam prioridade sobre os restantes. Os candidatos a professor deviam ter vinte e um anos completos, comprovados por certidão de baptismo; possuir bom comportamento moral, político e religioso, certificado em documento autenticado pela Câmara, pelo Juiz de Paz ou pelo Administrador do Concelho, onde tivessem residido nos últimos três anos; apresentar certidão de folha corrida e um documento que comprovasse não padecerem de moléstia contagiosa, tudo reconhecido e selado. Costa Cabral, em 1844, instituiu as categorias de professores proprietários e de professores substitutos (que permaneceu até finais do século), podendo estes últimos passar à efectividade logo que abrisse uma vaga. Apesar de terem assento no conselho liceal, a sua situação era precária, pois tinham de desempenhar vários serviços entre os quais se destacam, a substituição no impedimento dos propri-

2 ALNF, Livro de Actas do Conselho Provincial

etários, independentemente das cadeiras que regessem e a participação nos júris de

de Instrução Pública (1837-1845), 1.ª

exames.

Sessão, 23.2.1837, fl. 2; Ibidem, 11.ª Sessão, 12.7.1837, fl. 7.


No LNF não houve falta de professores. Se bem que os vencimentos fossem reduzidos, a relativa ausência de oportunidades no sector privado para a média burguesia funchalense fazia com que o magistério concorresse com outras carreiras públicas, em relação a muitas das quais se tinha algumas vantagens evidentes, assim como, prestígio social, baixo nível de habilitações exigidas e pouco tempo de trabalho efectivo. Além disso, a função docente era, quase sempre, uma segunda profissão, como já dissemos, menos extenuante que se exercia nas horas livres da primeira, constituindo o baixo salário um útil complemento às economias domésticas de quem também leccionava. Não podemos deixar de reconhecer que alguns professores do LNF, ao longo da época estudada, ocuparam igualmente os mais altos cargos públicos do Distrito, como presidentes da Câmara do Funchal, procuradores à Junta Geral, secretários-gerais do Governo Civil e mesmo de deputados da Nação.

António Bernardo da Costa Cabral, 1º marquês de Tomar, 1803 - 1889. Foto retirada da internet.

Disciplina escolar, penas e castigos. Não existem quaisquer registos que nos dêem conta de que, nos primeiros anos da existência do LNF, os alunos se tenham insubordinado nas aulas ou fora delas, assim como qualquer outra incorrecção. Mas, à medida que a frequência do Liceu foi crescendo os problemas de indisciplina foram surgindo, ou, pelo menos, foram sendo registados. Trata-se de uma situação lógica se considerarmos que, uma década após a instalação do LNF, o seu espaço físico se manteve igual enquanto que a sua população escolar praticamente duplicou. A insubordinação agravou-se, dentro e fora das aulas, levando o corpo docente a ter de tomar medidas disciplinares excepcionais. O conselho de professores procurou fomentar o sucesso escolar e a boa educação dos estudantes através da dedicação, do rigor e da disciplina. Daí resultou a necessidade de premiar os alunos que se distinguissem mais em todos estes deveres escolares, e, igualmente, censurar os que deles se tivessem afastado3. Então, decidiu-se que nas cerimónias de abertura, assim como nas de encerramento de cada ano escolar, se observasse a disposição do art. 10.º do Regulamento Policial (RP) que determinava premiar o mérito de alguns alunos e censurar o demérito de outros, na presença do corpo docente e discente, segundo as notas lançadas no Registo de Frequência, Aplicação e Comportamento. Aberta a sessão, o secretário fazia a chamada de todos os alunos matriculados, anotando os faltosos, depois lia o RP com as emendas ou alterações que tivesse sofrido, em virtude das deliberações do conselho, ao longo desse ano. De seguida, o reitor explicava, num discurso breve, o objectivo da sessão. O secretário tomava a palavra de novo e fazia a leitura de duas listas nominais extraídas do Registo de Frequência, Aplicação e Comportamento, primeiro a dos alunos que mereciam censura e logo a dos que mereciam louvor. O reitor voltava a intervir mandando os alunos da primeira lista levantarem-se e assim continuarem até ao final da sessão. Seguidamente, admoestava-os em nome do conselho de professores e exortava-os a emendarem o comportamento. Os alunos da lista dos que mereciam louvor – os «mais dignos» – eram chamados um a um, recebiam das mãos do reitor o título de

3 AHP, Regulamento Policial do Liceu do

Funchal, de 29 de Agosto de 1838, Secção I e II – Câmara dos Deputados, Cx. 229,

distinção e tomavam assento num banco de honra. A sessão era encerrada com uma alocução do reitor sobre a moralidade desse acto policial.

Doc. 22; IAN/TT, Ministério do Reino,

Desde a fundação do Liceu, houve por parte do corpo docente a preocupação em

Direcção Geral de Instrução Pública,

combater os castigos corporais, por se considerar um erro grave do ensino, que só

Relatórios, Regulamento Policial do Liceu Nacional do Funchal, de 21 de Dezembro de 1848, Mç. 3645.

servia para desmoralizar os alunos. Aboliram-se, então, todas as punições físicas, prática pedagógica que tinha sido costume no antigo «Pátio dos Estudantes». O RP


O Liceu Jaime Moniz

16 / 17

passou a determinar que as penas morais substituíam as corporais e, por conseguinte, cada professor devia ter junto de si um caderno onde registava a aplicação, o comportamento e a frequência dos alunos, durante o tempo da sessão. Estas notas seriam mais tarde discutidas e apreciadas pelo conselho de professores, em sessão ordinária mensal, sendo registados os casos considerados graves no Livro de Registo de Aplicação e Comportamento dos Alunos do Liceu Nacional do Funchal. No final de cada trimestre, todo o «corpo escolástico» (professores e alunos) reunia-se em sessão geral e depois da leitura de duas listas nominais, extraídas do mencionado registo, o reitor ia distribuindo, em nome do conselho, o louvor ou a repreensão consoante cada caso. Tal como acontecia nas sessões solenes de abertura e fechamento das aulas, no início e final de cada ano lectivo, a sessão terminava com uma alocução solene que o reitor fazia sobre a moral, causando, segundo o seu próprio relato, «um efeito de contrição nos ânimos dos alunos»4. Sempre que ocorriam casos de insubordinação considerados graves, o conselho de professores reunia-se de emergência, nos dias imediatos ao ocorrido, de modo a resolver o caso. Apresentada a queixa pelo guarda, pelo professor visado, ou por um aluno, era aberto um auto de investigação. O aluno acusado era constituído arguido e tinha vinte e quatro horas para apresentar a sua defesa por escrito. De seguida, era submetido a um interrogatório dirigido pelo reitor, com a finalidade de o confrontar

4

IAN/TT, Ministério do Reino, Direcção Geral

com a verdade dos factos. Posteriormente, o conselho julgava o caso em conformi-

de Instrução Pública, Relatórios, Relatório

dade com a lei e de acordo com as disposições do RP do Liceu, ficando todo o proces-

do Liceu Nacional do Funchal, 1848-1849, Mç. 3645.

so registado em acta. O conselho de professores, na sessão de 8 de Março de 1849, ponderando que

5

Assento, 8.3.1849, fls. 33 a 33 v.

e comportamento dos estudantes matriculados, nas diferentes cadeiras, e julgando ser essencial para a boa disciplina, aqueles terem notícias frequentes do modo como

Livro de Assentos do Conselho do Liceu Nacional do Funchal (1837-1874), 64.º

nenhum dos encarregados de educação se indagava a respeito do estado de aplicação

6

Nota: o Livro de Registo de Aplicação e

os seus subordinados desempenhavam os seus deveres escolares, deliberou que, no

Comportamento dos Alunos do Liceu

final de cada semana, os professores dariam aos alunos que tivessem sido assíduos,

Nacional do Funchal deve ter sido extravia-

aplicados e bem comportados um bilhete de aprovação para ser apresentado aos

do e não chegou até aos nossos dias, pois não faz parte do acervo do Arquivo do anti-

encarregados de educação. A omissão de tal bilhete indicaria que o aluno não tivera

go Liceu Nacional do Funchal. Os factos

um bom desempenho dos seus diversos deveres no decurso da semana5.

que nós referimos foram extraídos do Livro

No arquivo do LNF encontram-se inúmeros registos minuciosos de ocorrências de indisciplina, desde os mais insignificantes aos de maior gravidade, que foram levados a conselho escolar6. As ocorrências mais frequentes eram brigas entre alunos, des-

de Assentos do Conselho do Liceu Nacional do Funchal (1837-1874) e do Livro de Actas do Conselho do Liceu Nacional do Funchal (1874-1914).


respeito pelos professores e pelo guarda. Chegavam, com alguma frequência, à reitoria do Liceu, ofícios provenientes do Administrador do Conselho, participando queixas de vizinhos e de transeuntes que acusavam terem sido tratados insolentemente pelos estudantes. Na maior parte dos casos era difícil encontrar os culpados e admoestá-los, por não estarem devidamente identificados, e a reitoria procurava simplesmente apertar, na medida do possível, a vigilância. Nos casos de maior gravidade instaurava-se um processo de investigação, conforme já referimos, a fim de se apurar a verdade e punir os infractores. Na sessão do dia 30 de Novembro de 1848, foi levado ao conselho de professores, pelo reitor, um auto de investigação, aberto pela administração do Conselho, do qual constavam vários distúrbios que alguns estudantes tinham provocado no pátio do Liceu enquanto decorriam as aulas, assim como o desrespeito de um aluno ao professor das primeira e segunda cadeiras, no decorrer de uma das suas aulas e insultos do mesmo aluno ao guarda do Liceu7. Também chegavam à reitoria muitas queixas verbais de professores que acusavam alguns dos seus alunos de terem sido indisciplinados durante as aulas, desrespeitando o próprio professor ou os colegas. Por vezes, havia denúncias de agressões físicas praticadas contra o guarda, por alunos que já não estavam a estudar, por terem perdido o ano por faltas, ou por terem sido expulsos. Havia ainda muitas agressões físicas entre colegas, provavelmente os alunos mal comportados, para se vingarem das admoestações do reitor e da vergonha que passavam nas sessões solenes, insultavam e batiam nos «mais dignos». Um dos casos de maior insubordinação ocorreu no dia 23 de Novembro de 1847, em que um grupo de alunos inutilizou a fechadura das latrinas, impedindo a sua utilização, amarrou a porta do pátio com arame e obstruiu a fechadura com alcatrão, para interceptar a entrada na escola e a saída dos colegas e dos professores que estavam em aulas, entre o meio-dia e a uma da tarde. Foi aberto um processo e realizada uma investigação, porém, na impossibilidade de se identificar os autores, o auto de investigação foi arquivado8. 7

Livro de Assentos…, já citado, 55.º Assento, 30.11.1847, fls. 21 v. a 23 v.

Para por cobro a todas estas situações de insubordinação, o conselho resolveu redigir um edital e afixá-lo nas aulas. A informação alertava para as graves punições de que seriam alvos todos os alunos que, dentro do Liceu ou nas suas imediações,

8

Livro de Assentos…, já citado, 55.º Assento, 30.11.1847, fls. 21 v. a 23 v.

causassem distúrbios. O documento proibia a permanência dos alunos no pátio ou no portão do Liceu, para além das horas em que tinham aulas e interditava o uso de ben-


O Liceu Jaime Moniz

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galas, chicotes, ou de qualquer arma defensiva ou ofensiva9. O guarda devia cumprir as determinações do conselho em observância das atribuições que lhe eram conferidas pelo regulamento de 9 de Setembro de 1863, devendo dar conta na secretaria para que esta, por sua vez, comunicasse à reitoria qualquer transgressão disciplinar, sob pena do mesmo guarda ser imediatamente suspenso do exercício das suas funções. As deliberações tomadas pelo conselho foram sempre demasiado severas, pois na maioria dos casos os alunos foram expulsos das aulas por mais de um ano lectivo. Verificámos, porém, que com o decorrer dos tempos, embora as normas continuassem as mesmas (o RP sofrera apenas alguns ajustes), as penas atribuídas, nalguns casos, tornaram-se mais brandas. Por exemplo, no início dos anos 50, o professor da terceira cadeira pediu a expulsão do Liceu dos alunos, que desobedecendo às ordens do guarda para se retirarem do pátio, perturbavam as aulas10, enquanto que, nos anos 70, um aluno que tinha agredido fisicamente, com gravidade, um colega, no pátio da escola, foi expulso das aulas apenas por cinco dias, por ser considerado de comportamento e frequência irregulares11. No decreto de 1836, Passos Manuel remeteu para os regulamentos policiais de cada liceu, sob a superintendência da Direcção Geral de Instrução Pública (DGIP), tudo o que dizia respeito à ordem e à disciplina. Em 1844, Costa Cabral mantém a

António Maria de Fontes Pereira de Melo, 1819 - 1887. Foto retirada da internet.

mesma disposição e somente o diploma de 1860, de Fontes Pereira de Melo, dedica um capítulo inteiro à atribuição de penas disciplinares, que surgem referenciadas pela seguinte ordem de gravidade: primeiro, repreensão dada nas aulas pelos professores, por pequenas irregularidades disciplinares e por negligência dos alunos em relação aos seus deveres literários; segundo, repreensão dada pelos reitores e mandada ler em todas as aulas, motivada por irregularidades em várias disciplinas frequentadas e por desrespeito das regras do RP; terceiro, expulsão temporária dos liceus, por relaxações e ofensas à moral e disciplina dos liceus, podendo ir até três anos; quarto, expulsão perpétua, aplicada a alunos incorrigíveis, devendo ser ratificada pelo Governo, ouvido o Conselho Geral de Instrução Pública, ficando os alunos expulsos de todos os liceus do país. Os diplomas legais que surgiram a partir de meados do século (1863 e 1873) continuaram a incluir sanções disciplinares para os alunos que cometessem infracções. O mais penoso dos castigos era a expulsão do liceu, devendo ser aplicado somente em casos considerados muito graves e incorrigíveis. A repreensão oral e a marcação de faltas eram penas mais leves e aconselhadas a ser aplicadas aos transgressores das regras básicas de disciplina. Os decretos da década de oitenta, de José Luciano de Castro, mantiveram as mesmas disposições sobre as penas disciplinares a aplicar aos alunos. Reconhecemos que houve, por parte do legislador, uma maior ponderação no que

José Luciano Castro Pereira Côrte-Real, 1834 - 1914. Foto retirada da internet.

se refere à atribuição de penas e de castigos, porém os conselhos liceais mostravam-se ainda demasiado intransigentes e das suas decisões continuavam a transparecer pouca consciência pedagógica. O último decreto que regulamentou o ensino liceal, no final do século XIX, da auto-

9

ria de João Franco/Jaime Moniz, previu penas idênticas ao do diploma que o pre-

Ibidem, 241.º Assento, 29.1.1870, fls. 151 v. a 153.

cedeu, mas deu maior destaque às repreensões e relevou a pena de expulsão para 10

casos de extrema gravidade, mesmo assim com direito a recurso por parte do aluno

Ibidem, 83.º Assento, 29.4.1852, fls. 46 v. e 47.

acusado, indo ao encontro de uma nova perspectiva pedagógica que se iria desenvolver ao longo do século seguinte.

11

Livro das Actas do Conselho do Liceu Nacional do Funchal (1874-1900), 296.ª Acta, 14.10.1874, fls. 3 e 3 v.


Rendimento escolar e respectivos prémios atribuídos. Os primeiros legisladores não previram a atribuição de recompensas para os alunos que se distinguissem nas aulas ou mesmo na realização dos exames. Tanto Passos Manuel, na reforma de 1836, como Costa Cabral, na de 1844, não indicaram quaisquer prémios a serem distribuídos no final do ano lectivo. Estes seriam da responsabilidade dos conselhos liceais, que para tal deviam regulamentar e submeter as suas propostas à apreciação do Conselho Superior de Instrução Pública (CSIP), que depois remeteria para regulamentos posteriores, que nunca chegaram a ser elaborados. Segundo o Regulamento Policial do Liceu (RP), em todos os trimestres, os professores teriam de dar conta ao conselho do número, frequência e aplicação dos seus discípulos, indicando com especial recomendação os que se fizessem distintos por sua maior aptidão intelectual. Após a leitura das informações dos professores, o conselho discutiria a abonação das faltas de frequência, e quais os alunos que mereciam a qualificação de «mais dignos». O resultado da discussão seria consignado no Livro de Matrículas pelo secretário do conselho, por debaixo do assento respectivo. Na aula que fosse destinada para a atribuição dos prémios, os bancos seriam numerados e cada aluno, ao entrar, tomaria o assento cujo número fosse o seu. Aí haveria um banco denominado «Banco de Honra», onde só tomariam assento os alunos que, segundo as informações dos professores, merecessem a qualificação de «mais dignos». Esses alunos receberiam do secretário um bilhete impresso, por ele assinado, do teor seguinte: «Ao Sr. [nome e número do aluno], do Liceu Nacional, vota o Conselho a qualificação de mais digno. Sala das Sessões do Conselho, [data]». Este bilhete era válido durante um trimestre e poderia ser retirado, de imediato, se o aluno cometesse alguma falta de indisciplina. Querendo motivar os alunos a completarem os seus estudos liceais, o conselho de professores, em sessão ordinária, no dia 5 de Outubro de 1853, deliberou que do orçamento para as despesas de expediente se destinasse uma quantia para a compra de três medalhas – uma de ouro com a guarnição de prata, com a legenda – «Ao distinto mérito de [nome do aluno], o Conselho do Liceu Nacional do Funchal [data]» – correspondente ao primeiro prémio; duas de prata, para os segundo e terceiro lugares, com a mesma legenda, excepto a menção de «distinto». As medalhas seriam entregues em sessão solene na abertura das aulas, aos alunos que tivessem obtido a qualificação de óptimo nos exames finais, após a frequência regular acompanhada de comportamento exemplar e irrepreensível, sujeita a votação por maioria do júri de exames12. Na mesma reunião, o conselho de professores decidiu atribuir a quantia de 10$000 réis, para premiar a aplicação e o comportamento dos alunos que se distinguissem, uma vez que a lei em vigor somente aplicava o incentivo de admitir nos empregos públicos, de preferência, os candidatos que possuíssem título de estudos liceais. Ficou, por fim, decidido que a entrega dos prémios teria lugar na cerimónia de abertura do novo ano lectivo. No dia 16 de Fevereiro de 1854, o conselho de professores do Liceu reuniu-se na Escola Central para homenagear a defunta rainha D. Maria II, na presença das entidades eclesiásticas, civis, religiosas, pais de alunos e demais cidadãos distintos da cidade do Funchal, conforme havia sido decidido, por proposta do reitor, na sessão de 16 de Dezembro. A celebração iniciou-se com a chamada dos alunos, pelo secretário, que leu em voz alta, do Livro de Frequência, Aplicação e Comportamento, o nome dos 12

Livro de Assentos…, já citado, 87.º Assento, 5.10.1853, fls. 50 v. a 52 v.

que mais se distinguiram no primeiro trimestre do ano. De seguida, o reitor entregou a cada um dos nomeados um bilhete de qualificação de «mais digno» e informou do


O Liceu Jaime Moniz

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prémio, instituído pela rainha, para o aluno que se distinguisse, quer nos estudos, quer no seu comportamento. Por fim, fez o elogio fúnebre e foi lida uma composição que um aluno fez para homenagear D. Maria II. Seguiu-se uma missa de requiem na igreja do colégio de São João Evangelista, rezada pelo bispo da diocese13. No final do ano lectivo, o reitor recebeu um ofício do marquês de Resende, mordomo-mor da defunta rainha expedindo a quantia de 20$000 réis, destinada ao primeiro prémio dos alunos do Liceu. Com este valor decidiu-se mandar lavrar uma medalha de ouro, em vez da de ouro com a guarnição de prata, como havia sido deliberado na primeira sessão ordinária de abertura do ano lectivo, e acrescentar à legenda o nome da soberana14. A 3 de Outubro de 1854, o conselho liceal reuniu-se para aprovar o programa da sessão solene de abertura do novo ano lectivo, a realizar-se no dia 11 de Outubro, na sala da Escola Lancasteriana, durante a qual seriam entregues os diplomas aos alunos que tivessem concluído os estudos liceais e distribuídos os prémios aos que mais se tivessem distinguido no ano lectivo anterior15. Todavia, a sessão veio a realizar-se somente a 16 de Outubro, devido à pouca afluência de alunos às matrículas do Liceu. A cerimónia foi aberta pelo comissário de estudos e reitor do Liceu após a orquestra ter tocado uma sinfonia, acompanhada de coro. De seguida, o secretário fez a chamada dos alunos e leu o relatório dos trabalhos do ano findo, no qual se dava conta do número de alunos de cada uma das aulas, dos que fizeram exame e respectivas qualificações. Depois leu o decreto da reforma de 1844, desde o art. 70.º ao 75.º, os requerimentos dos alunos que pediram diplomas de capacidade e, ainda, a portaria do Ministério de 28 de Maio de 1849, que regulava a expedição de diplomas liceais. Na continuação da cerimónia, o reitor assinou os diplomas, juntamente com o secretário e os requerentes lendo-os de imediato. Passou-se à sua entrega aos alunos e colocou-se uma coroa de oliveira na cabeça dos recém-diplomados que foram cumprimentados pelo reitor e demais professores. A orquestra tocou de novo, desta vez o Hino ao Estudo, acompanhada pelo coro. Os alunos diplomados conduzidos pelo guarda tomaram o assento de distinção ao lado das entidades do Distrito, nomeadamente, o Bispo, o Governador-civil, o Comandante Militar da Madeira, o Administrador do Conselho do Funchal, e o Vice-reitor do Seminário Eclesiástico. Passou-se, de imediato, à leitura do assento do conselho relativo ao modo de adjudicação dos prémios. O secretário consultou os livros de registo e nomeou os alunos que obtiveram melhores qualificações nos exames. O reitor pegou nas medalhas, leu as inscrições de cada uma em voz alta e pediu às autoridades presentes para entregá-las aos premiados. Este procedimento seria repetido ao longo de vários anos lectivos. Relativamente ao rendimento escolar, o diploma de António Maria Fontes Pereira de Melo deu continuidade às orientações das reformas anteriores. Todavia o legislador previu a atribuição de prémios para os alunos mais aplicados. Para que se pudesse ser indicado para um prémio de uma disciplina qualquer era necessário pertencer-se à classe dos ordinários e obter, pelo menos quatro vezes, a classificação de bom nos

13

Ibidem, 88.º Assento, 16.12.1853, fls. 53 e

exames mensais e a de suficiente nos outros, devendo, ainda, ser-se aprovado com

54. Ibidem, 89.º Assento, 16.02.1854, fls.

louvor no exame final.

54 a 55 v.

Legislou-se que em cada aula houvesse três lugares de distinção, que seriam ocu-

14

pados pelos alunos, que na semana anterior, mais se tivessem distinguido no cumpri-

Ibidem, 91.º Assento, 5.07.1852, fls. 57 a 58.

mento dos seus deveres escolares. Estabeleceu-se que para cada uma das disciplinas 15

o prémio seria um conjunto das obras aprovadas pelo Conselho Geral da Instrução Pública (CGIP), sobre as matérias que se ensinavam nos liceus. Os prémios seriam

Ibidem, 92.º Assento, 3.10.1854, fls. 58 a 60.


entregues após a realização dos exames anuais, em sessão pública. Os premiados tinham de ser ordinários e ter obtido durante a frequência dessa disciplina a classificação de bom pelo menos em quatro dos exames mensais e a de suficiente nos outros. Deviam, também, ter obtido no exame parcial de frequência e no exame final a classificação de aprovado com louvor. Receberiam, ainda, gratuitamente, um diploma com as classificações atingidas e os seus nomes seriam publicado na folha oficial do Governo. As reformas seguintes mantiveram as mesmas disposições, sendo que a de 1873 premiava, com um diploma especial, os alunos que fossem considerados distintos em todas as disciplinas. João Franco e Jaime Moniz decretaram que os alunos seriam considerados distintos e merecedores de prémio, também a ser entregue na sessão de abertura do ano lectivo, quando obtivessem a classificação de muito bom nas provas orais ou escritas, pelos menos em três ocasiões e bom nas restantes provas, sendo-lhes conferidos diplomas como distintos. Como se pôde verificar, os incentivos aos alunos liceais passaram a vigorar nos diplomas legais a partir de 1844, quando se dispôs sobre a qualificação do seu mérito literário, desde que aprovados em todas as disciplinas examinadas. Todavia não se tratava de um prémio pois os diplomas tinham um custo significativo para a época (1$200 réis). Ainda neste decreto estabeleceu-se que tivessem prioridade na admissão aos empregos públicos os alunos que fossem diplomados em algumas das Jaime

Constantino

de

Freitas

Moniz,

cadeiras dos liceus. Aliás, não se tratava, propriamente de uma novidade, uma vez

1837 - 1917.

que, o reitor do Liceu, no primeiro relatório que enviou à Direcção Geral de Instrução

Foto retirada da internet.

Pública (DGIP), propôs que «no provimento dos lugares dos oficiais e amanuenses das Secretarias da Administração Geral, Câmaras Municipais e Administração do Conselho fossem atendidos, com preferências a quaisquer concorrentes, os que tivessem frequentado com assiduidade e proveito os cursos das primeira e décima cadeiras do liceu»16. Propôs ainda que os ofícios de escrivães de juízes de direito, juízes da paz e juízes ordinários, os tabeliães de notas e do registo de hipotecas fossem providos por concurso, no qual tivessem preferência os concorrentes que apresentassem atestado de frequência e aproveitamento na primeira e na nona aulas do Liceu. No arquivo do LNF existe um único livro de registo de diplomas, datado de 1860. Nele assentou-se sob a forma de acta, o texto dos diplomas que atestavam as habilitações dos alunos que concluíam com aproveitamento os estudos liceais. Cada registo iniciava com a menção das entidades competentes responsáveis pela examinação – o comissário dos estudos, o reitor do Liceu (presidente do júri) e os vogais do conselho do LNF. Depois identificava-se o aluno examinado, com o seu nome completo, filiação e naturalidade. De seguida descreviam-se as disciplinas sujeitas a examinação e as respectivas avaliações (classificação, por extenso, número de votos

João Ferreira Franco Pinto Castelo Branco

atribuídos e, por vezes, averbamentos que justificassem algum procedimento extra-

1855. - 1929

ordinário) de cada examinador, finalmente, referia-se o(s) artigo(s) do decreto que

Foto retirada da internet.

legalizava o diploma. No final do texto mencionava-se que o documento entregue ao aluno era datado e autenticado com o selo das armas do estabelecimento de ensino e assinado pelo reitor e pelos restantes examinadores.

16

AHP, Secção I e II, Câmara dos Deputados, Relatório do Liceu do Funchal, de 23 de Setembro de 1838, Cx. 229, Doc. 22, já citado.


O Liceu Jaime Moniz - Foto Agrafar Emoções

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José António Casimiro Silva - Grupo 500

Fotografar é “congelar” um instante no tempo. Quando se tem sorte captase o instante desejado, outras vezes fica-se com ele na memória. Não tenho tema de interesse específico para fotografar, no entanto a Natureza

permite-me

trabalhar

a

fotografia. Pessoas, fotografo-as em festas de família e amigos, encontros, passeios, e, quando tenho “sorte”, consigo alguns quadros peculiares. Aqui ficam três fotos exemplificativas do que afirmei. A primeira é um grupo de palmeiras, junto à Casa do Sardinha (Ponta de São Lourenço), que me fizeram lembrar um oásis no deserto; outra beleza natural da nossa Ilha é a Lagoa do Vento (Paul da Serra) onde se pode ver reflectida na água a parede de pedra sobranceira

à

lagoa;

por

fim

um

homem, julgo que reformado, a ler o jornal enquanto se aquece ao sol primaveril. (Mais fotos em http://casimiro1015.hi5.com)


E

spaço multicultural mas, sobretudo, testemunha do processo de socialização e de vida, a Escola assume um papel incontornável na vida de todos nós. Revivemo-lo nas conversas do quotidiano, actualizando episódios pitorescos, eternizando espaços, personagens e modos de aprender e ensinar… É da escola que temos cada vez mais saudade, passado o tempo do estudo e da alegre camaradagem, o que nos faz sentir, como o poeta, “raiva de não ter trazido o passado roubado na algibeira!” O Liceu orgulha-se de ser esse espaço extraordinário de vivências e emoções de milhares de estudantes madeirenses. Quem são? Que recordam? O Lyceu – Diz-se Liceu, vem a saudade. Que importância teve o Liceu na sua vida? Paula Figueira – Muita importância, foi aqui que frequentei os três anos do Secundário, aqui encontrei Docentes que me ensinaram muitas coisas que procuro transmitir, foi aqui que encontrei colegas que posteriormente foram colegas de curso e se tornaram amigos. Também foi no Liceu que leccionei pela primeira vez, aprendendo muito. O Lyceu – O que mais o marcou durante os anos de frequência do Liceu? (pessoas, espaços, ambientes, etc…) Paula Figueira – A boa organização, o bom ambiente entre Colegas e Professores, as pessoas, tal como já referi, e bons Docentes que me motivaram para ir mais além e oproporcionar aos alunos boas experiências. O Lyceu – Como vê a Educação hoje?

Nome: Paula Marília Faria e Freitas Gomes Figueira Idade: 40 anos Profissão: Bióloga

Paula Figueira – É uma Educação que deve ir ao encontro das ideias dos Alunos, das suas preocupações e expectativas. É uma Educação de teve de se adaptar à evolução dos tempos, aos diferentes tipos de alunos que frequentam o Escola, sem esquecer o rigor, a disciplina, o respeito e a lealdade. O Lyceu – Na sua opinião, de que modo as novas tecnologias são uma mais valia para a aprendizagem do aluno?

Área de formação: Biologia (Ensino da Biologia)

Paula Figueira – As novas tecnologias servem para transmitir mais rapidamente os conhecimentos, facilitam o ensino/aprendizagem num ritmo acelerado, devem aproximar o Docente aos Alunos e motivar os alunos para o estudo e a aprendizagem quando, por vezes, com métodos tradicionais não é conseguido.


Falando ... com - Testemunhos do Jaime Moniz

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O Lyceu – Diz-se Liceu, vem a saudade. Que importância teve o Liceu na sua vida? Conceição Estudante – «O Liceu foi uma passagem de dois breves anos que cumpriu a minha formação de base e garantiu o meu acesso ao ensino superior. Tendo sido um período curto foi muito marcante pois alterou uma postura de grande protecção, em termos de aprendizagem e estudo, proporcionado pelo ensino particular, donde eu provinha, para uma maior responsabilização individual motivada pela dimensão e desagregação de turmas e pelo inevitável afastamento e rotatividade de professores. O liceu foi assim a ponte adequada que me preparou para a brusca e agressiva mudança do ensino universitário e, por isso mesmo, teve um papel muito importante na minha vida.» O Lyceu – O que mais o marcou durante os anos de frequência do Liceu? (pessoas,

Nome: Conceição Almeida Estudante

espaços, ambientes, etc…) Conceição Estudante – «O Liceu era também para todos nós «o 7º ano» e toda a místi-

Idade: 56 Anos

ca que então o rodeava. Envolvia a «bênção das capas», o «baile», a «festa da madrinha», o «cortejo» para angariação de fundos, a «récita» e a «viagem». Grandes momentos de um ano em que a componente lúdica ocupava um grande espaço a par da activi-

Profissão: Secretária do Governo da Madeira para o Turismo e Transporte

dade lectiva! Os brandos e rígidos hábitos sociais de então - sobretudo no que às meninas dizia respeito - sofriam algumas oscilações e perturbações ansiadas por todos nós... Esses aspectos, que constituíam altos riscos para o rendimento escolar, são parte indissociável do mosaico de memórias do liceu. Dos professores direi que havia figuras incontornáveis, que não nomearei para não ferir susceptibilidades, quer pela excelência da pedagogia e do conhecimento de alguns, quer pelas características ou excentricidades pessoais de outros e que iam do conservadorismo excessivo a algumas posturas e ideias progressistas ( para a época!) . Todos, a seu modo, contribuíram para a nossa formação e crescimento humano e social e são partes inesquecíveis desse período de vida.» O Lyceu – Como vê a Educação hoje? Conceição Estudante – «A Educação hoje como então é sempre um processo complexo, dinâmico e, acima de tudo, um desafio para toda a comunidade. Não começa nem acaba na escola mas na casa de cada um. Passa hoje por maior e mais alargado número e variedade de meios, nomeadamente pelos de comunicação social cuja influência deve ser tomada em consideração no processo educativo e de formação humana. A escola e os seus agentes nomeadamente os professores, têm por isso de estar capacitados para gerir todas as influências de um meio envolvente, hoje, muito mais aberto e exigente do que em épocas anteriores, o que, naturalmente, aumenta o número de variáveis e a complexidade da sua intervenção.» O Lyceu – Na sua opinião, de que modo as novas tecnologias são uma mais-valia para a aprendizagem do aluno? Conceição Estudante – «As novas tecnologias não podem ser ignoradas na vida de hoje e, como tal, os processos educativos têm de lhes dar a devida atenção, quer na vertente de instrumento de ensino tradicional, quer na sua utilização com ferramenta de descoberta e ligação ao mundo exterior As crianças e jovens deste tempo são especialmente sensíveis e dotadas para a utilização de computadores como instrumentos de lazer e de trabalho, pelo que essa apetência deve ser adequadamente instrumentalizada a seu favor e para obtenção de bons objectivos de formação e qualificação.»

Área de formação: Licenciatura em Direito e pós-graduação em Administração Hospitalar


O Lyceu – Diz-se Liceu, vem a saudade. Que importância teve o Liceu na sua vida? Elsa Gomes – Herdeira do 25 de Abril e da democratização do ensino, orgulho-me de ter sido aluna da Escola Secundária Jaime Moniz. Aliás, designo-a sempre assim. Por teimosia e muita convicção. Não é tanto o belo edifício cor-de-rosa que me assoma à memória, quando desta minha escola se fala mas, antes, “O Girassol”. Surpreendentemente, descubro que recordo, afinal, o espaço, as salas, os momentos, os amigos, os meus professores, todos. Nesse tempo e nesse lugar, adolescente com pressa de crescer, descobri-me e fui descobrindo o mundo. Entre pares, defendi causas e revoltei-me com as injustiças do mundo. Fui, ali, aprendiz da vida, coisa que, ao que parece, não se deixa nunca de ser.

Nome: Elsa Gomes O Lyceu – O que mais o marcou durante os anos de frequência do Liceu? (pessoas,

Idade: 42 anos

espaços, ambientes, etc…) Elsa Gomes – Foram, sem dúvida, as pessoas, o que mais me marcou naquela “pas-

Profissão: Quadro Técnico da Administração Pública

sagem”. Guardo, da turma, os momentos de convivência, os sonhos, os risos, as alegrias, as lembranças que os vinte e tantos anos que passaram não quiseram esmorecer. Guardo a segurança das confidências e as cumplicidades com as amigas, as que

Área de formação: História, Ramo de Formação de Formação Educacional, da Faculdade de Letras de Lisboa, na Extensão da Madeira.

ainda hoje me tocam o coração nos encontros casuais e apressados do dia-a-dia. Guardo, dos professores, com gratidão, a memória daqueles que, pelo seu fascínio, pela sua doação, pela sua convicção e entusiasmo, pela sua competência, me guiaram e orientaram nas minhas escolhas e que me inspiram ainda hoje. O Lyceu – Como vê a Educação hoje? Elsa Gomes – A Educação é hoje um desafio, uma grande esperança e, talvez, mais do que nunca, o maior valor da sociedade. No actual cenário de globalização, a competitividade da economia é essencial, sobretudo, quando dela dependem a coesão social, a cooperação e a solidariedade. Assim, quando a Europa assume, politicamente, que o Conhecimento será a sua vantagem competitiva, e define os indicadores e as metas para atingir esse objectivo estratégico, está, incontestavelmente, a apostar em capital intelectual, está empenhada nas pessoas e na sua qualificação. Todas as grandes medidas de política educativa europeia, de que decorrem, necessariamente, as políticas nacionais e regionais, vão, pois, no sentido de uma melhor qualificação em matérias consideradas fundamentais para a competitividade e para a economia, mas procuram também o sucesso social, com equidade e melhor cidadania, para todos. É a própria sociedade que reconhece, finalmente, aos profissionais da educação, a competência e o potencial para operar essa mudança, com quem partilha, aliás, a responsabilidade e o compromisso. Participar pró-activamente neste desafio será mais do que uma manifestação de profissionalismo. Abraçar esta causa, humanista também, é aceitar desenvolver-se permanentemente, acreditar no seu próprio valor pessoal e colocá-lo ao serviço do bem comum, de cada um e de todos os nossos futuros cidadãos. O Lyceu – Na sua opinião, de que modo as novas tecnologias são uma mais valia para a aprendizagem do aluno? Elsa Gomes – As TIC são uma mais valia para a aprendizagem do aluno, quando constituem efectivas fontes de conhecimento, de informação e de comunicação, usadas com segurança e sentido crítico.


Falando ... com - Testemunhos do Jaime Moniz

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As tecnologias da informação e comunicação são um dado adquirido no panorama actual e, serão, certamente, e a muito breve trecho, condição sine qua non da aprendizagem e da formação. As pessoas, uma vez mais, e neste caso os professores, farão a diferença, ao assumirem a grave responsabilidade de mentores e guias nessa aprendizagem veloz e sem fronteiras.

O Lyceu – Diz-se Liceu, vem a saudade. Que importância teve o Liceu na sua vida? Nuno Homem da Costa – É verdade que o Liceu marcou-me, a mim e julgo que a toda a minha geração. Desenvolvemos uma grande amizade entre nós, que ainda hoje perdura. De tal maneira que, o meu 7º Ano junta-se todos os anos em Setembro para um convívio. Foram anos riquíssimos, de aprendizagem, de camaradagem e inovação. O meu segundo ano foi o primeiro em que houve turmas mistas. Não sei se deu muito resultado… só sei que, depois disso, houve uns anos em que não repetiram. Contudo, para nós foi uma experiência interessante. Os professores marcaram-nos imenso, tanto que eu ainda recordo os nomes de cada um deles, desde o meu 1º ao 7º Ano. Tínhamos as nossas formas especiais de convívio…Organizámos, com o apoio de alguns dos nossos Professores, uma ida ao Açores, para visitarmos as ilhas e conhecermos outros colegas de 7º Ano.

Nome: Nuno Pinto Coelho Homem da Costa

Tivemos uma madrinha de Finalistas, a Dalila Müller , que organizou umas festas óptimas para os afilhados. Era estupenda! Estes convívios cimentaram a nossa amizade.

Idade: 65

Por isso e por outros motivos ainda, esta foi uma escola que me marcou muito e que deixa muitas saudades. Foram belos tempos… No meu tempo eramos uns oitenta finalistas e agora sei que os números rondam os dois mil … Angariávamos fundos para concretizar os nossos projectos através de recitas

Profissão: Membro do Conselho de Administração de uma empresa de transportes públicos

que incluíam a apresentação de uma peça de teatro e uma segunda parte com variedades. Além disso representávamos os chamados ‘quadros vivos’ (alunos que entravam em quadros pintados, como uma espécie de cenário). Todos participávamos na concepção dos projectos. O Lyceu – O que mais o marcou durante os anos de frequência do Liceu? (pessoas, espaços, ambientes, etc…) Nuno Homem da Costa – A Escola era um marco na nossa vida. Existia espírito de corpo. Enfim, havia uma ligação muito grande. Não éramos nenhuns santos, mas havia um respeito muito grande pelos professores e pelos funcionários. Ainda estou a ver na minha memória o Sr. Dr. Paulo Ramos e a Mulher, Sra Dra Marília Ramos, a Sra Dra Ana Maria Leal, a Sra Dra Margarida Morna, o Sr. Dr. Sérgio Camacho, o Sr. Dr Carlos Lélis, a Dra Helena Pita da Silva, o Sr. Dr. Atouguia e tantos outros; o Sr. Garcês, o Sr. Neves, o Sr. Cró, o Sr. Plácido, alguns dos funcionários daquele tempo, que ali estavam a olhar por nós. O Lyceu – Como vê a Educação hoje? Nuno Homem da Costa – Os tempos mudaram. Não se pode pretender que as coisas fiquem estáticas. A massificação do Ensino modificou as escolas e os responsáveis por ele devem ter muito cuidado, para não comprometer o futuro.

Área de formação: Academia Militar


A Educação é o nosso amanhã. Através da Educação estamos a contribuir para consolidar regras e incutir valores... Há que olhar para o Ensino como um dos pilares de uma nação. O conhecimento da própria língua, da História, das Ciências, tudo isso marca o futuro do País e de todos nós. Neste momento, faz-me impressão ver que há alunos que não sabem o nome de quem lhes dá aulas. Falta cumplicidade, ligação entre alunos e professores. Há necessidade de que os alunos sintam mais a Escola, que a encarem como um estrado seguro para a sua vida.

O Lyceu – Na sua opinião, de que modo as novas tecnologias são uma mais valia para a aprendizagem do aluno? Nuno Homem da Costa – Quanto a mim, as novas tecnologias são fundamentais e actualmente não faz sentido que uma escola e o Ensino não estejam ligados a elas. O Mundo é cada vez mais uma aldeia global e há necessidade de um contacto imediato, de sabermos das coisas em tempo real, se não perdemos o “comboio”. .. Quem não as domina, neste momento, é quase analfabeto.

O Lyceu – Diz-se Liceu, vem a saudade. Que importância teve o Liceu na sua vida? Élia Gouveia – O liceu foi um marco importante na minha vida, pois veio de certa forma "abrir" os olhos para o futuro. É também com nostalgia que relembro os tempos do Liceu, os quais foram de extrema importância. O Lyceu – O que mais o marcou durante os anos de frequência do Liceu? (pessoas, espaços, ambientes, etc…) Élia Gouveia – De facto, foram estes três aspectos que mais me marcaram; pessoas, espaços e ambientes. O Liceu é um local extremamente "acolhedor" e cativante, ali conheci pessoas, não só colegas de turma como também funcionários, professores, que jamais esquecerei. Com eles adquiri valores que hoje são "vitais" no meu quotidiano, os quais tento sempre transmitir a terceiros. O Lyceu – Como vê a Educação hoje? Élia Gouveia – É uma pergunta "matreira". A Educação é e será, sem dúvida, um dos factores mais importantes nas nossas vidas. No entanto, julgo que esta está a perder cada vez mais o seu verdadeiro valor. No presente, acho que a educação está numa fase "descartável" e espero realmente que seja só uma fase...

Nome: Élia Maria Carvalho de Gouveia O Lyceu – Na sua opinião, de que modo as novas tecnologias são uma mais-valia para

Idade: 31 Anos

a aprendizagem do aluno? Élia Gouveia – As novas tecnologias são de facto um instrumento de grande apreço na

Profissão: Governanta

Educação. Julgo que facilitam, estimulam e desenvolvem a aprendizagem e o pensamento do aluno.

Área de formação: Licenciatura em Línguas e Literaturas Clássicas e Portuguesa


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O Lyceu – Diz-se Liceu, vem a saudade. Que importância teve o Liceu na sua vida? Salomé Teixeira – Andei no Liceu no 7º Ano, em 1974; depois, mudei para o antigo seminário, onde mais tarde se fixou a Escola Bartolomeu e, um ano após, voltei ao Liceu. A Escola foi importante na minha formação, uma vez que foi lá que eu adquiri as bases e a oportunidade de continuar a estudar. Na altura, aqui na Região, havia o Magistério e a Enfermagem e eu decidi enveredar pela segunda opção. O Lyceu – O que mais o marcou durante os anos de frequência do Liceu? (pessoas, espaços, ambientes, etc…) Salomé Teixeira – Recordo alguns professores e principalmente os colegas, por quem ainda passo e que reconheço. Relativamente aos professores, tive muito bons professores e ganhei uma formação de base muito boa. É curioso que eu ainda recorde muitos dos conhecimentos que me foram transmitidos e, quando ajudo os meus filhos a estudar, verifico que ainda sou capaz. Naturalmente, que consigo ajudá-los mais nas disciplinas de Matemática, Ciências e Física e Química. Lembro-me de uma aula de Português em que um colega meu decidiu fazer uma peque-

Nome: Salomé Teixeira

na fogueira dentro da sala… Enfim, também havia alguns alunos mais traquinas na altura, embora os professores normalmente se impusessem mais, tivessem mais autori-

Idade: 47

dade. Como eu era mais reservada, considerava aquelas travessuras um pouco excessivas.

Profissão: Enfermeira

O Lyceu – Como vê a Educação hoje?

Área de formação: Enfermagem e Saúde Comunitária

Salomé Teixeira – Penso que, naquela altura, havia mais respeito pelos professores, que impunham realmente a sua autoridade. O método de ensino de então era muito expositivo e, embora considere importante que adquiramos conhecimentos, prefiro os métodos actuais, que defendem que o aluno encontre as respostas e que permite que a aula seja também um esforço dele, a sua participação. Há até disciplinas novas que incentivam à criação de projectos, como a Área Projecto e o Estudo Acompanhado, o que, quanto a mim, facilita muito mais a aprendizagem. Em meu entender, a participação é muito importante e eu, infelizmente, só a tive no curso; se bem que também fui uma aluna introvertida. Até ao secundário, eram poucos os trabalhos de grupo e a participação na aula. Hoje em dia, os alunos são postos em contacto com outras instituições e ganham uma maior destreza, na comunicação, no contacto com a realidade laboral e até na realização dos projectos. O Lyceu – Na sua opinião, de que modo as novas tecnologias são uma mais valia para a aprendizagem do aluno? Salomé Teixeira – Na minha opinião, as novas tecnologias facilitam e muito a aprendizagem, porque a informação fica mais próxima das pessoas. Quando não existiam, os alunos tinham de ir aos livros e, às vezes, não tinham acesso aos mesmos, ou porque havia só um exemplar ou porque não existia de todo nas bibliotecas. A Internet, por exemplo, ajuda os alunos a adquirir mais informação, contudo, obriga-os a seleccionarem aquilo que interessa e a avaliarem a sua utilidade e veracidade. O que, muitas vezes, exige a ajuda de outra pessoa, nomeadamente o professor. Creio, portanto, que estas obrigam também a uma maior vigilância da parte dos edu-


cadores, pais e professores, que devem orientar os filhos ou alunos no sentido daquilo que interessa e desviá-los de influências negativas, que o acesso às novas tecnologias também pode gerar. Ou seja, as novas tecnologias facilitam a aprendizagem do aluno, porém obrigam a uma maior atenção da parte do educador.

O Lyceu – Diz-se Liceu, vem a saudade. Que importância teve o Liceu na sua vida? Maria Alice – Ah… muita importância. E recordo esses tempos com saudade. Primeiro frequentei o Colégio Lisbonense, até ao 4º ano mas, como sonhava estudar Medicina, disse ao meu pai que precisava de frequentar o Liceu para me preparar melhor. O meu pai não queria que eu namorasse enquanto estudava, por isso tive de convencê-lo a deixar-me vir para o Liceu (risos). Fiz um exame de admissão ao Liceu e estudei cá, ou melhor, no antigo Liceu da Rua do Bispo, até ao 7º ano. O edifício, muito bonito, tinha sido um Convento e residência do Bispo, daí a origem do nome da rua onde se situa.Com a República, passou a ter uma outra finalidade. Foi então o Liceu. Antes ainda, segundo me contava o meu pai, o Liceu tinha funcionado na Rua dos Ferreiros, onde ele foi aluno e onde o meu avô, Jacinto de Ornellas Pinto Coelho, foi professor. Comecei por fazer o 4º e 5º ano, numa turma onde éramos seis meninas e os restantes

Nome: Maria Alice Pinto Coelho Homem da Costa

alunos, a maioria, rapazes. Uma turma mista. Depois, no 6º e 7º escolhi uma turma de Ciências. Aí éramos só duas meninas, a Lucília Tavares Coelho e eu. Ela era filha do Prof. Capitão Tavares Coelho, que leccionava Canto Coral. Não era muito hábito, nessa época,

Idade: 94 Profissão: Doméstica

as meninas estudarem no Liceu… O Lyceu – O que mais o marcou durante os anos de frequência do Liceu? (pessoas, espaços, ambientes, etc…) Maria Alice – Lembro-me, muito bem, de muitos professores e dos Senhores Reitores. Primeiro, o Senhor Reitor João Carlos de Sousa, que faleceu e, depois dele, veio o Senhor Reitor Dr. Ângelo Augusto da Silva, novinho na época. As meninas só entravam nas aulas acompanhadas do professor e também saíam das salas na companhia dos professores. Terminadas as aulas íamos para uma grande sala, com duas contínuas a tomar conta. Não convivíamos com os colegas rapazes, nem mesmo falávamos com eles nos intervalos. Eles iam para a parte norte, onde jogavam à bola e havia um jardim. Fui aluna do Dr. Pestana Júnior no 4º ano. O Cónego Homem de Gouveia foi meu professor de Alemão no 6º e 7º ano. Tive uma professora que veio com o pai, o general Sousa Dias, para a Madeira, quando ele veio deportado pelo governo de Salazar e apoiou a Revolução da Madeira. Também lembro o Dr. João Cabral do Nascimento, o Coronel Morais Sarmento e o Padre Eduardo Nunes Pereira. Outro professor que tive foi o Dr. Perdigão Falcão Pimpão, um nome muito engraçado (risos). Também me lembro bem de ser aluna do Coronel Santos Pereira e do Dr. Neves. Em Matemática tive o Dr. Dâmaso Rego e o Dr. Cristiano de Sousa. Este era contra a frequência de meninas no Liceu e, quando alguma não sabia alguma matéria, dizia: “ a menina está precisada de ir para casa pontear meias”! (risos)


Falando ... com - Testemunhos do Jaime Moniz

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Havia contínuos muito correctos. Não me lembro dos seus nomes mas vivia-se um bom ambiente, no Liceu. O Lyceu – Como vê a Educação? Maria Alice – Hoje há toda a liberdade. No meu tempo era um exagero a falta de liberdade que tínhamos. O Lyceu – Na sua opinião, de que modo as novas tecnologias são uma mais-valia para a aprendizagem do aluno? Maria Alice – Desculpe, não sei dar uma opinião sobre os computadores mas vejo que os mais jovens têm muita dificuldade em fazer cálculo mental, e eu acho que é por usarem as máquinas (de calcular) cedo demais. Com os computadores julgo que o resultado é o mesmo: precisam de ter sólidos conhecimentos básicos antes de usarem muito os computadores, senão ficam com dificuldades na escrita, na leitura, na matemática… não é?...

O Lyceu – Diz-se Liceu, vem a saudade. Que importância teve o Liceu na sua vida? Emanuel Aveiro – Primeiramente, vem a saudade porque foi um tempo de diversão, de convívio e de alegrias, como também de stress e até de choro. Onde damos os primeiros “passos” e as primeiras quedas, mas que agora, por incrível que pareça, tudo isso é base de risos entre os amigos que fiz nessa altura, rirmo-nos de coisas que antes pareciam graves e que agora parecem tão fúteis. E foi importante porque foi a base de construção para a realização da própria pessoa; o “saber distinguir a diversão das responsabilidades, e que há tempo para tudo”. O Lyceu – O que mais o marcou durante os anos de frequência do Liceu? (pessoas, espaços, ambientes, etc…)

Nome: Emanuel Fernandes Luís Aveiro

Emanuel Aveiro – O que mais me marcou foi de facto as pessoas porque foi a partir delas que se deu toda esta variedade de sentimentos em mim, quer sejam bons ou

Idade: 26

maus, foi através delas que interagi com os espaços e conheci os diversos ambientes.

Profissão: Estudante O Lyceu – Como vê a Educação? Emanuel Aveiro – A educação é algo construtivo, essencial, prioritário e que até poderá ser vista como hereditária. Um homem também se define pelo seu próprio saber e pela aceitação da sua incerteza, mas que é capaz de a satisfazer. O Lyceu – Na sua opinião, de que modo as novas tecnologias são uma mais-valia para a aprendizagem do aluno? Emanuel Aveiro – As novas tecnologias servem para implementar na sociedade em que vivemos um desenvolvimento mais rápido, fácil e completo. Elas são um excelente instrumento de trabalho quer no nosso trabalho, quer no ensino por facilitarem a comunicação e a veiculação de informação.

Área de formação: Economia


Conjunto Académico

João Paulo

António Freitas - Grupo 520

Conjunto Académico João Paulo começou no Liceu Jaime Moniz, na Ilha da

O

Madeira, nos primeiros anos da década de 60. Em 1964 deslocaram-se ao continente obtendo grande sucesso no Teatro Monumental e no programa

"TVClube". Em 1964 foi editado o primeiro disco do grupo, um EP (formato mais vulgar na época com 3 ou 4 canções) com os temas "La Mamma", "Hello Dolly", "Eu Tão Só" ("Et Pourtant") e "Ma Vie". Venceram o Prémio de Imprensa Especial de 1964, entregue no dia 3 de Abril de 1965. O segundo EP inclui os temas "It´s Over", "Se Mi Vuoi Lasciare", "Chove" e "Greenback Dollar". No início eram sete elementos, a partir deste disco, o grupo passa a ser constituído por: João Paulo (teclas), Rui Brazão, (guitarra ritmo), Ângelo Moura (baixo), José Gualberto (bateria), Carlos Alberto (guitarra, autor da maioria dos inéditos do grupo) e Sérgio Borges (vocalista e autor das letras dos originais e de algumas versões). O EP "+ 1Disco = 4 Sucessos" inclui os temas "Se Piangi Se Ridi", "Nunca Mais" (uma versão de "You've Lost That Lovin Feelin'"), "Hully Gully do Montanhês" e "Oh Dis Marie". É editado novo EP com os temas "Capri C´est Fini", "Milena (a da Praia)", "Diz-lhe" e "Non Son Degno Di Te". Sérgio Borges fica em 2º lugar no Festival RTP da Canção de 1966 com "Nunca Direi Adeus". O grupo edita o EP "Eurovisão" com os temas "Balada A Uma Rapariga Triste", "Ciao", "Nunca Direi Adeus" e "Ele e Ela" (tema de Madalena Iglésias que representou Portugal no Eurofestival desse ano). Ainda em 1966 é editado o álbum “Conjunto Académico João Paulo no Teatro Monumental”, um dos poucos lançamentos nacionais neste formato ainda a dar os primeiros passos. Os Eps "L'Amour Est Bleu" ("L'Amour Est Bleu", "Puppet On A String", "I Hate These Moments" e "Sombras") e “Poema de um Homem Só” ("Poema De Um Homem Só", "Monday Monday", "Oasis" e "When A Man Loves A Woman") são os registos seguintes. Novo EP com os temas "Sue-Lin A Minha Chinesa", "Cosa Vuoi Da Me", "Kilimandjaro" e "Quando Nasce O Amor". É editado o EP "O Louco" com os temas "O Louco", "Si Lo So", "Tu E Eu" (versão de "Happy Together") e "I Just Don't Know What To Do With Myself". "A Shadow Rounds The Tomorrow Sounds" é o último disco desta fase pois estão parados durante algum tempo devido à mobilização dos seus elementos para a Guerra Colonial. Colaboram com a cantora Vickie num single com os temas "Who Have Nothing" e "Try A Little Tenderness".


Conjunto Académico João Paulo Sérgio Borges vence o Festival RTP da Canção de 1970 com "Onde Vais Rio Que Eu Canto". A solo lança ainda um outro single com versões de "Canção de Madrugar" e "Corre Nina", outros dos temas que mais se destacaram nesse Festival. O grupo passa a denominar-se Sérgio Borges e O Conjunto João Paulo. É editado o disco "Meu Corpo É Minha Seiva". Entram para o grupo os ex-Quinteto Académico+2 Adrien (bateria) e Zé Manel (saxofone). Lançam um EP que incluía “Lavrador”, adaptação do tema “Aguarela Portuguesa” de Zeca do Rock. Os outros temas deste disco são "Serei um Dia o Mar", "Estrada Branca" e "Paul da Serra". O último disco do grupo, editado em 1972, foi um EP com os temas "Nascer" (Birth), "Champs Elysées", "O Salto" e "A Uma Gina". Em 1981 é editada uma colectânea do grupo num dos volumes da "Antologia da Música Popular Portuguesa". Em 1993, a EMI-VC lançou a compilação "Os Grandes Êxitos do Conjunto Académico João Paulo", primeiria edição em cd dos trabalhos do grupo, com os temas "EuTão Só (et pourtant)", "Capri c'est Fini", "Ma Vie", "Se Mi Vuoi Lasciare", "Hully Gully do Montanhês", "Se Piangi, Se Ridi", "Non Son Degno Di Te", "Milena (a da Praia)", "Ciao", "Nunca Direi Adeus", "Stasera Pago Lo", "L'Amour Est Blue", "Cosa Vuoi Da Me", "Kilimandjaro", "Onde Vais Rio Que Eu Canto", "Canção de Madrugar" e "Corre Nina". A colecção Caravela, editada em 1996 pela EMI, sob o lema "Os Maiores Artistas Ao Melhor Preço! - Grandes Êxitos Em Gravações Originais", inclui discos dedicados a nomes como Sheiks, Quarteto 1111 e Conjunto Académico João Paulo mesmo que em edições mais pobres. João Paulo Agrela, membro do agrupamento musical Conjunto Académico João Paulo, morreu no dia 23 de Abril de 2007.

in wikipédia

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Micaela Martins - Grupo 300

O Lyceu: Fala-nos da Telma Fernandes, do seu projecto de vida, dos seus sonhos, dos seus gostos… Telma Fernandes: Eu sou uma pessoa ambiciosa no que diz respeito ao meu futuro, tanto para a Patinagem como para a vida profissional. Sou uma aluna da área de Economia e desde muito nova que tenho o sonho de ser gestora de empresas. Nos tempos livres que me restam, aproveito para passear, estar com os amigos e descansar do “stress” diário.

O Lyceu: Como nasceu a tua apetência pela Patinagem Artística? Telma Fernandes: Comecei a praticar patinagem artística quando tinha pouco mais de três anos e esta tornou-se numa das minhas maiores paixões.

O Lyceu: Descreve a Patinagem Artística enquanto actividade desportiva. Telma Fernandes: A Patinagem Artística é um desporto que pode ser praticado em grupo ou individualmente, com idades geralmente compreendidas entre os 6 e os 30 anos. Necessita de treino e dedicação por parte do atleta e de um bom treinador. É uma modalidade que está dividida em duas partes, a livre e a obrigatória, que, em provas, são avaliadas por 3 a 5 júris. É necessário a utilização de roupa adequada e de patins. Em cada prova, é avaliada a parte técnica, que consiste em saltos e em piões, e a parte artística em que é avaliada a presença em campo durante a prova, como a postura e a sintonia entre o atleta e a música.

O Lyceu: Ser uma desportista de competição é um desafio? Até que ponto? Telma Fernandes: Tudo na nossa vida, por mais simples que seja, é um desafio e ser uma atleta de competição não é excepção. Faz parte das nossas escolhas e da nossa aptidão escolher ser ou não atleta de competição. Cada competição que existe na patinagem torna-se num desafio quando temos o objectivo de conseguir o melhor lugar possível na classificação final.

O Lyceu: Como consegues conciliar a competição, no que se refere às tuas participações em torneios nacionais, com a vida escolar?


Rostos do Liceu - Telma Fernandes

Telma Fernandes: Como referi anteriormente, pratico patinagem desde os 3 anos e isso nunca me influenciou na vida escolar. Comecei a entrar em provas regionais com apenas 7 anos e, desde aí, foi um salto até às provas nacionais. Os campeonatos nacionais exigem muito mais de nós, já que a nível regional a patinagem não é divulgada e apoiada como queríamos. As competições nacionais e as regionais são sempre ao fim de semana, daí isso não ter grande impacto na vida escolar. Eu, como aluna e atleta, consigo ter melhor rendimento a nível escolar se treinar.

O Lyceu: Vale a pena ser um atleta de competição, quer em termos de pessoais quer em termos profissionais? Telma Fernandes: Sim, podemos dizer que sim. Ao nível pessoal, vale a pena ser atleta de alta competição, porque descarregamos energias e praticamos exercício físico, o que é sempre bom para a nossa saúde, e a nível profissional, vale a pena, porque nos ajuda a ter objectivos e a lutar para ultrapassar obstáculos.

O Lyceu: Certamente que já és considerada uma referência para os Madeirenses, tendo em conta o teu palmarés. Como lidas com essa “fama”? É fácil geri-la? Telma Fernandes: Na Região, a patinagem não é uma modalidade muito apoiada daí a ser fácil gerir a tal pouca “fama” que possamos ter.

O Lyceu: Que mensagem deixas aos teus colegas da Jaime Moniz e aos jovens em geral? Telma Fernandes: Em primeiro lugar, gostaria de aproveitar esta oportunidade para agradecer e realçar a importância do trabalho da minha treinadora, Sheila Rodrigues, que é uma das pessoas a quem devo a evolução que tenho sentido na minha prestação nestes últimos anos. Em segundo lugar, aproveito para aconselhar vivamente a que os interessados encarem o desporto como um vício, não falando da patinagem em si, mas, sim, do desporto em geral. Até uma simples caminhada faz com que sintamos que a vida é bela e que não precisamos de procurar atalhos onde nos possamos perder. A vida é apenas dois dias, devemos aproveitá-la ao máximo, porque o mundo pertence a quem se atreve e a vida é muito para ser insignificante.

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Maria de Fátima Vieira - Psicóloga

1. Introdução É quase impossível referirmo-nos às vivências e circunstâncias do mundo actual, sem que o termo Stress surja, geralmente eivado de uma conotação negativa. Embora o stress tenha consequências positivas, ou seja o designado eustress, que assegura o estímulo necessário para enfrentar os desafios ou provocando as respostas físicas e comportamentais necessárias para se adaptar a um novo contexto, são sobretudo os seus efeitos negativos ou distress que são usualmente referidos e alvo de investigação. Graziani e Swendsen (2004), consideram que uma das razões que explicam o interesse transdisciplinar pela investigação sobre o stress, tem a ver com a esperança de explicar, e portanto de controlar os seus efeitos. Estes autores referem que 80% dos indivíduos que recorrem a uma consulta médica o fazem devido a doenças associadas ao stress, como a depressão, a ansiedade e fobias, agressividade e problemas de dependência, dores de cabeça, cansaço crónico, asma, insónia, hipertensão, problemas intestinais e outros síndromes. A Organização Mundial de Saúde (2001), no seu relatório «Saúde Mental: Nova Concepção, Nova Esperança», refere que as doenças mentais têm vindo a aumentar significativamente, e que nos próximos 20 anos a depressão será a segunda causa de doença no mundo. Está previsto ainda que irão crescer de forma significativa outras formas de perturbação como sejam as dependências de drogas lícitas e ilícitas, a esquizofrenia, os suicídios e as tentativas de suicídio. No contexto português, Moreira e Melo (2005), referem estudos que situam o país com uma das mais elevadas taxas de alcoolismo, assim como, o facto de os medicamentos mais vendidos serem os ansiolíticos e os anti-depressivos. Pocinho, Pereira e Nunes (2007), citam dados da Organização Internacional do Trabalho, que em 1981, considerou o stress como uma das principais causas de abandono da profissão docente, sendo esta vista como uma actividade de risco físico e mental. Neves de Jesus (2005), menciona investigações que permitem constatar que os professores apresentam níveis de stress superiores comparativamente a outros profissionais. Refere estudos efectuados em Portugal, em que 65% (Cruz, 1989) e 54% (Pinto, Silva e Lima; 2000) dos docentes percepcionam a sua actividade profissional como muito geradora de stress enquanto que noutros países os resultados têm oscilado entre 20% e 44%. Noutro estudo (Cardoso e Araújo, 2000) com 2108 professores, um em cada três sente que a sua profissão é stressante e um em cada seis encontra-se em estado de exaustão emo-


Stress e Saúde Mental cional. Os factores que contribuem para o stress da classe docente, de acordo com outra investigação (Jesus, Abreu, Santos e Pereira, 1992), são os associados a situações de indisciplina do aluno, às relações com colegas e com a sobrecarga de trabalho. Nas investigações realizadas em vários países, o factor de stress mais frequentemente considerado é a dificuldade em gerir a desmotivação e a indisciplina dos alunos. 2. Conceitos de Saúde Mental e de Stress e suas relações. Na história da Psicologia, a Saúde Mental teve tendência a ser conceptualizada na perspectiva psicopatológica inerente ao modelo bio - médico. Só a partir da década de 70 do século xx deu-se uma mudança de paradigma que ocorreu em consequência entre outras de uma evidência: as principais causas de mortalidade e de morbilidade estavam associadas ao comportamento humano. Sendo este considerado numa perspectiva lata como incluindo para além da acção em si, os antecedentes, os concomitantes e os consequentes da acção, tais como: expectativas, crenças, motivações, atitudes, atribuições, variáveis de referência pessoal (auto-conceito, auto-estima, auto-eficácia), locus de controlo, etc. Estas variáveis podiam ser quer dependentes, quer independentes das doenças, podendo ainda assumir uma relação mediacional ou moderadora. Numa perspectiva transcultural é quase impossível definir Saúde Mental de uma forma completa. Porém há consenso quanto ao ponto de que saúde mental é algo mais do que ausência de transtornos mentais. Neste contexto, as definições dos estudiosos de diferentes culturas abrangem aspectos como: o bem-estar subjectivo, a auto-eficácia percebida, a autonomia, a competência, a dependência intergeracional e a auto-realização do potencial intelectual e emocional. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a Saúde Mental é perspectivada como estando vinculada ao bem-estar, à qualidade de vida, à capacidade de amar, trabalhar e de se relacionar com os outros. Esta definição surgiu na sequência natural da Saúde passar a ser entendida como um «um estado positivo de bem-estar, físico, mental e social, económico e espiritual e não apenas a ausência de doença ou dor». Este constructo multifactorial inclui como determinantes a idade, sexo, factores hereditários, estilo de vida individual, influências sociais e comunitárias, condições de habitação e trabalho, assim como, condições socioeconómicas, culturais e ambientais. Passou-se de uma visão centrada no carácter negativo da doença, no sofrimento e na incapacidade para uma que coloca em evidência a natureza positiva da saúde, na qual é essencial a experiência de

bem-estar psicológico, constituída por vivências associadas à percepção de controlo sobre a vida, à liberdade de escolha, à autonomia e à satisfação. Segundo Vaz Serra (2005), uma pessoa está em stress quando desenvolve a percepção de não ter controlo sobre um acontecimento que é importante para si e perante o qual sente que as exigências do mesmo ultrapassam as suas aptidões e recursos pessoais e sociais. Numa das mais conhecidas definições biológicas de stress, Selye (1956), caracteriza-o como o conjunto de reacções biofisiológicas não específicas a qualquer exigência de adaptação, traduzindo a preparação do sujeito para responder a novas exigências. Numa perspectiva transaccional ou psicológica, Lazarus e Folkman (1984), o stress é definido como o resultado da transacção entre variáveis ambientais e variáveis pessoais, sendo a percepção das exigências superior à avaliação que o indivíduo faz dos seus recursos para responder, sendo que estes recursos podem ser pessoais, interpessoais e organizacionais. Embora traduzam conceptualizações diferentes do stress, as duas definições destacam que na base do stress está sempre uma exigência que requer um esforço acrescido do

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sujeito para responder de forma adequada ou adaptar-se a novas circunstâncias. De acordo com Graziani e Swendsen (2004), as teorias existentes sobre o stress enquadram-se em três categorias (biológicas, cognitivas e transaccionais ou interaccionistas) que têm subjacentes dois grandes objectivos: Compreensão do funcionamento dos agentes stressores e sua relação com os fenómenos psicopatológicos. Métodos de prevenção e de tratamento relativamente aos efeitos nocivos do stress. 3. Situações indutoras e sintomas de stress 3.1. Situações indutoras de stress De acordo com Vaz Serra (2005), um acontecimento é considerado grave ou fortemente indutor de stress quando provoca uma mudança substancial nas actividades habituais do sujeito e o impede de alcançar objectivos por ele considerados importantes. O efeito cumulativo do stress é sublinhado por diversos autores, ou seja, quanto maior é o número de situações indutoras de stress maior será o grau de stress a que a pessoa estará submetida. Neste sentido, Rahe e Holmes elaboraram escala que relaciona os acontecimentos indutores de stress com a saúde, isto é, quanto maior o número de agentes stressores a que um indivíduo estivesse submetido num determinado período de tempo (um ano) maior seria a probabilidade de adoecer.

Situações indutoras de stress

Exemplos

Acontecimentos traumáticos (sempre que ocorra uma ameaça para a vida ou segurança de uma pessoa, de natureza muito grave ou catastrófica).

Uma ameaça de morte; espancamento; rapto; violação; incêndio, naufrágio ou tremor de terra.

Situações de perda inesperadas (ocorrências súbitas que podem determinar uma alteração no estilo de vida; usualmente suscitam apoio social).

A morte de um amigo ou de familiar próximo por acidente ou morte súbita; a perda de um emprego.

Situações de stress crónico (assuntos perturbadores que interferem nos papéis ou actividades diárias)

Ter com frequência que realizar tarefas num curto espaço de tempo; viver num sítio em que há riscos permanentes de assalto ou agressão; ter conflitos diários com o namorado ou cônjuge, com colegas, com professores ou alunos.

Micro - indutores de stress (correspondem aos pequenos aborrecimentos regulares da vida quotidiana; usualmente não suscitam apoio social).

Ter um vizinho incomodativo e barulhento; perder muito tempo, devido ao trânsito, para chegar ao trabalho; ter que conviver com pessoa aborrecida; ter um aumento de actividades em relação às habituais.

Macro - indutores de stress (condições determinadas pelo sistema sócio-económico, que afectam um grande número de pessoas).

Taxa alta de inflação; dificuldades em arranjar emprego; tempos difíceis para determinada indústria; recessão da economia e outros aspectos semelhantes.

Acontecimentos desejados que não ocorrem (aspirações, muito ambicionadas que não surgem ou tardam em concretizar-se).

Um funcionário que nunca mais é promovido ao lugar de carreira a que acha ter direito; um aluno que se esforça e nunca consegue tirar positiva ou o que ele considera boa nota.

Traumas ocorridos durante o desenvolvimento (factores negativos que acontecem quando o indivíduo se encontra numa fase formativa, infância ou adolescência).

Ser vítima de abuso físico ou sexual; ter pais toxicodependentes ou alcoólicos, ter um ambiente familiar hostil que não faculte o afecto positivo e a segurança necessários.

Situações positivas que foram desejadas mas que implicam alterações no modo de vida.

Entrar no curso e faculdade pretendidos, promoção profissional e/ou social, começar a namorar, casar, ter filhos, férias, Natal.

Tabela elaborada tendo por base a classificação de Vaz Serra (2005) e Escala de Reajustamento Social de Rahe e Holmes (1967).


Stress e Saúde Mental 3.2. Sintomas de stress Posen (2003), chama a atenção para o facto de a sintomatologia do stress poder ser uma combinação de aspectos ou sintomas físicos ou fisiológicos, mentais, emocionais e comportamentais. Sendo que é mais fácil influenciar ou interferir nos aspectos comportamentais e em seguida nos cognitivos ou mentais, e que ao interferir num destes sintomas estamos a condicionar os outros. É tendo por base estes princípios que se justificam intervenções de cariz cognitivo - comportamental, usadas com muita frequência no tratamento do stress e é igualmente nessa corrente psicológica que se enquadram Posen e Vaz Serra. Nos sintomas físicos podem surgir entre outros: dor de cabeça, tonturas, contracções musculares faciais, dores no peito, dispneia, náuseas, vómitos, azia, indigestão, problemas intestinais, tremores, rigidez, agitação, inquietação, hiperactividade, distúrbios do sono, fadiga, fraqueza, perda de apetite, constipações, gripes e infecções respiratórias regulares, perda de interesse sexual, aumento de enxaquecas, colites, úlceras e asma. Os sintomas mentais incluem: diminuição da concentração e aumento dos esquecimentos, dificuldades nas tomadas de decisão, redução do sentido de humor, pensamentos rápidos e aleatórios, falhas de memória e confusão. Nos sintomas emocionais considera-se: ansiedade, tensão, nervosismo, depressão, tristeza, infelicidade, medo, preocupação, pessimismo, apatia, indiferença, falta de motivação. Os sintomas comportamentais podem comportar para além de outros: agitação, movimentos acelerados, inquietação; consumo compulsivo de tabaco, álcool e/ou comida; roer as unhas, culpar, gritar, sentir vontade de chorar, praguejar, chorar, soluçar. 4 . Vulnerabilidade, estratégias e tratamento do stress 4.1. Vulnerabilidade Os seres humanos não são uniformemente vulneráveis ao stress. Constatou-se que um determinado acontecimento que provoca num sujeito perturbação pode causar a outro indivíduo uma reacção de indiferença, ou seja, a presença de um determinado estímulo mesmo que aparentemente nocivo não basta para provocar stress. A vulnerabilidade está relacionada com quatro tipo de factores: biológicos, sociais, psicológicos e de personalidade. Dada a nossa formação vamos enfatizar os dois últimos, contudo é importante sublinhar que nos factores biológicos, costuma destacar-se a importância dos genes e do envelhecimento e nos sociais, considera-se três aspectos: as condicionantes de acesso e apoio social, o grau de literacia do indivíduo e o estrato social. Nos factores psicológicos, considera-se que é o significado construído pela pessoa sobre o que está a acontecer ou aconteceu que leva ou não à activação de respostas de stress. O significado atribuído é determinado pela história de vida do indivíduo, ou dito de outra forma, os processos de avaliação de um indivíduo são muito influenciados pelos das pessoas significativas com que vai convivendo durante o seu ciclo de vida. Os factores de personalidade, partem do princípio (legitimado por estudos) de que a forma como uma pessoa lida com os acontecimentos apresenta uma certa consistência ao longo do tempo. O que implica que existam alguns tipos de personalidade mais resistentes ou não ao stress. Nas mais vulneráveis temos: pessoas de neuroticismo elevado (apresentam tendência para experimentar afectos negativos, ter ideias irracionais e por dominar menos bem as pulsões, acabando por criar activamente problemas a si próprias sem que de tal se apercebam); pessoas com tendências catastróficas (hiperbolizam os acontecimentos na sua dimensão negativa); os indivíduos hostis (reagem de forma colérica nas situações de stress e têm mais probabilidade de ataques cardíacos e maior taxa de mortalidade), o indivíduo

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de auto - estima pobre (perturba-se quando se sente criticado ou rejeitado, receia os confrontos e exposição de ideias pessoais, não gosta de tomar iniciativas, costuma ter uma atitude passiva perante os problemas); a pessoa com baixa inteligência emocional (exprime, compreende e lida mal com os fenómenos emocionais; tende a envolver-se em processos de ruminação e regula mal as emoções); o procrastinador (adia intencionalmente tarefas que acha incomodativas ou difíceis, tem dificuldade na gestão do tempo); a personalidade tipo A (tende a ser competitiva, ambicionando o reconhecimento e o prestígio; tem sempre diversos objectivos a concretizar e vive em luta constante contra o tempo); a personalidade dependente (tende a evitar tomar decisões sem o conselho de outras pessoas, não gosta de exprimir desacordo, de assumir responsabilidades ou de iniciar projectos só; sente-se indefesa e insegura em situações em que está isolada). Quanto às personalidades consideradas mais resistentes ao stress temos as pessoas com um bom auto – conceito (mostram-se activas e confiantes, costumam estabelecer um bom contacto com os outros e a perspectivar as situações como não ameaçadoras o que facilita uma adaptação adequada); as com um bom sentido de humor (o que minimiza os acontecimentos menos positivos e promove o convívio social e a aproximação interpessoal) e as optimistas (são usualmente mais perseverantes e mais tolerantes perante adversidades, tendem a confrontar-se com as situações resolúveis e a aceitar as que não podem alterar, evitam mecanismos de negação ou de afastamento dos problemas e costumam cuidar melhor da sua saúde). Neste contexto já se efectua em Portugal, experiências educativas que visam educar para o optimismo, sendo autores de referência Helena Marujo e Luís Neto. 4.2. Estratégias Para Posen (2003), a maior parte daquilo que fazemos consciente ou inconscientemente, pode ser considerado como estratégias para lidar e reduzir o stress. Distingue entre as estratégias prejudiciais ou pouco sensatas (fumar, consumir álcool, comer em excesso, uso de drogas, desistência, ter pena de si próprio, culpabilização) e as saudáveis ou construtivas (praticar desporto, relaxar, alimentação equilibrada, realizar actividades recreativas, assertividade, fazer pausas, usar o sentido de humor). A eficácia das estratégias, segundo Snyder e Dinoff (1999), é avaliada pela capacidade que têm em reduzir de imediato a perturbação sentida, assim como, em evitar em termos futuros o prejuízo do bem – estar ou da saúde da pessoa. As estratégias podem ser centradas: no problema, nas emoções e na interacção social. As estratégias centradas no problema tendem a ser usadas quando o stress é sentido como pouco intenso e a situação é tida como controlável e resolúvel. Levam ao confronto e resolução das dificuldades. As estratégias focadas nas emoções ou no seu controlo são mais utilizadas quando o stress é sentido como mais grave e a pessoa está convicta de que tem poucas possibilidades de resolver o seu problema. Estas estratégias podem ser úteis quando efectivamente nada mais se pode fazer para resolver a situação, ajudam a distanciar de forma transitória o problema, a considerá-lo mais objectivamente e a reorganizar meios de confronto. São prejudiciais quando evitam o confronto com uma situação resolúvel ou trazem malefícios a médio ou longo prazo.


Stress e Saúde Mental Bibliografia

Tipos de estratégias centradas nas emoções.

Exemplos

Apoio emocional.

Falar com pessoa de confiança para desabafar ou partilhar o «peso» do problema.

Fugir de forma real ou imaginada da situação desagradável.

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Fazer viagem ou ir ao cinema/qualquer tarefa que a pessoa faz para não pensar ou sentir.

Graziani, P. ; Swendsen, J. (2004), O Stress, emoções e estratégias de adaptação, Lisboa, Climepsi Editores.

Moreira, P. ; Melo, A. (2005), Saúde Mental. Do Tratamento à Prevenção, Porto, Porto Editora.

Actividades físicas e de relaxamento ou medicação.

Exercício ou desporto físico, praticar ioga, meditação, etc ou tomar psico-fármacos. Neves de Jesus, S. (2005), Bem-Estar

Controlo perceptivo da situação através de certos mecanismos psíquicos.

Neutralização da ameaça, a ignorância selectiva, o adiamento do confronto e o evitar activamente o problema.

Docente, Perspectivas para superar o malestar dos professores, in Pinto, A. Marques; Silva, A. Lopes da. (Coord.), Stress e bem-

Consumos inadequados e/ou potencialmente perigosos.

Fumar, ingerir bebidas alcoólicas, comer em excesso ou consumir drogas ilícitas.

estar, Lisboa, Climepsi Editores.

Organização Mundial da Saúde, (2001),

Mecanismos mais utilizados para reduzir os estados de tensão emocional desagradáveis. Baseado em Vaz Serra (2005). As estratégias focadas na interacção social, dependem de três aspectos: dos recursos da rede social em que a pessoa está inserida, do comportamento de apoio que recebe (seja de amigos, conhecidos ou profissionais) e da avaliação subjectiva desse apoio. 4.3. Tratamento do stress

Saúde Mental: Nova Concepção, Nova Esperança, www.srsdocs.com

Pais Ribeiro, J.L., Mental Health Inventory: Um

Estudo

de

Adaptação,

www.fpce.up.pt/docentes.

Pocinho, M. ; Pereira, M.O.; Nunes, M.C. (2007), Prevenção e Gestão do Stress Docente, http://notícia. nesi.com.pt

Vaz Serra (2005), defende que em termos de estratégias de tratamento todas as medidas que melhorem a percepção de controlo, ajudam a esbater os efeitos do stress. De modo Posen, D. (2003), O Pequeno Livro do Stress,

semelhante, todas as estratégias que mobilizem o apoio social (ajuda de familiares, amigos Lisboa, lua de papel.

e conhecidos) podem auxiliar. Nas situações em que a pessoa se torna vítima do seu próprio estilo de vida será importante que o altere. Todavia nunca é demais ressalvar que um estilo de vida saudável passa por um equilíbrio entre as exigências, as aptidões e os recursos que o indivíduo possui, pelo controlo de peso que implica uma dieta equilibrada,

Secretaria Regional dos Assuntos Sociais – Região Autónoma da Madeira, (2003), Plano Regional de Saúde, Funchal, www.sras.pt

por exercício físico regular e por uma filosofia de vida centrada no humor e no optimismo, associado ao esforço para descobrir facetas positivas em circunstâncias que aparentemente são apenas negativas. Para tratar uma pessoa que esteja em stress no sentido de o reduzir é importante conside-

Teixeira, J. A. Carvalho. (2007), Psicologia da Saúde. Contextos e áreas de intervenção, Lisboa, Climepsi Editores.

rar os seguintes aspectos: 1 - Clarificação das causas, isto é, tem que ser feita uma correcta avaliação das situações (quer externas quer internas) que provocam stress. 2 - Que a pessoa aprenda a usar os seus recursos e/ou melhore as suas aptidões. 3 - Necessidade de confronto com a situação adversa utilizando os recursos e/ou o que

Vaz Serra, A. (2005), As Múltiplas Facetas do Stress, in Pinto, A. Marques; Silva, A. Lopes da. (Coord.), Stress e bem-estar, Lisboa, Climepsi Editores.

aprendeu. 4 - Que a pessoa se identifique e reconheça como a responsável pela mudança obtida,

Imagens

ainda que supervisionada por ajuda profissional. 5 - Aprender a aceitar o que não tem mais solução. Por último, há um aspecto que é fundamental que consiste em implementar determinados hábitos quer sejam psíquicos ou físicos, ou seja, um estilo de vida que aumente a resistência ao stress.

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Anita Rodrigues - 11º 31

Visita de Estudo à Direcção Regional de Pescas

o passado dia 17 de Outubro de 2007, a turma 11º31 realizou uma visita de estu-

N

do à Direcção Regional de Pescas do Funchal, com o intuito de complementar as aulas de Geografia, visto que o primeiro tema do 11ºano na disciplina são os

“Recursos marítimos”.

Dia da Visita: 17 de Outubro de 2007 Hora: das 08:30 horas até as 12:30 horas Coordenada por: Prof. Filomena Soares

A visita foi coordenada pela professora Filomena Soares e teve início pelas oito horas e trinta minutos da manhã, terminando por volta das doze horas e trinta minutos da tarde. Depois da chegada ao Porto do Funchal, a turma teve algum tempo para observar as instalações e tirar algumas fotografias. Em seguida, iniciou-se a visita. Numa primeira fase pudemos falar com o Sr. Ferreira, um pescador do barco “Rainha Santa” (fig.1 e fig.2). Este pescador serviu-nos como testemunho, visto que já trabalhou na pesca do peixe-espada preto trabalhando, actualmente na área pesca da “Ruama”. Assim, este pescador pôde falar-nos um pouco de dois tipos de pesca já praticados por ele: a longínqua e a costeira. O Sr. Ferreira para além de caracterizar os dois tipos de pesca, ainda classificou, como “muito rigorosa e difícil” a pesca do peixe-espada preto e devido a estas características é que mudou de tipo de pesca. Para uma mais fácil, a pesca da “Ruama”. Em relação à frota, o pescador classificou-a como razoável e acrescentou que hoje em dia já tem melhores equipamentos (arcas frigorificas e sistemas/ utensílios que facilitam a actividade). Por fim um elemento da turma colocou uma questão ao pescador – Para si quais os maiores problemas da pesca da Região? - Obtendo como resposta a inexistência de fábricas de transformação do peixe, causando a ida de aproximadamente dez toneladas de peixe, com dimensões muito pequenas, para o mar (já mortos), por semana em vez de ser aproveitado para o fabrico de farinha e o facto de os pescadores madeirenses não poderem ultrapassar à ZEE (Zona Económica Exclusiva) madeirense, pois não lhes

Fig. 1 - Barco Rainha Santa.

é permitida a navegação em águas pertencentes à ZEE de Portugal continental. Para além do Sr. Ferreira ainda pudemos ter o privilégio de falar com o Sr. Fernando, outro pescador do barco “Lola”, que realmente tem uma história de vida muito interessante, pois já foi pescador nos Estados Unidos, Panamá, Colômbia, México, Equador e Ilhas de Samoa (fig. 3). Este pescador já teve uma postura diferente da do outro pescador pois já viajou por muitas águas e isso faz de si uma pessoa mais bem informada sobre técnicas de pesca. O Sr. Fernando classificou de imediato a nossa pesca, pois afirmou que esta “é uma miniatura das outras pescas que já praticou”, tanto a nível da frota como da venda do peixe, dizendo que aqui as vendas são muito menores, fazendo com que cada vez mais haja pessoas a quererem ir para outras águas e outros países praticar esta activi-

Fig. 2 - Um dos pescadores deste barco.

dade, embora afirmasse que o que se aprende fora do nosso país não lhes sirva para nada


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aqui, visto que tudo é muito menos desenvolvido. O Sr. Fernando ainda nos falou dos peixes que mais pescou fora (gaiado e atum). Na segunda parte da visita pudemos visitar o local onde o peixe é pesado, separado em caixas e em sacos e onde este é guardado, ou seja, em túneis de refrigeração. Esta parte da visita foi guiada pelo Sr. Jaime Vasconcelos, que nos mostrou e falou da maneira como o peixe era tratado, ou seja, este após a chegada ao porto é pesado, colocado por cima um papel com o número do lote e enviado para a lota. Entretanto, após a passagem pela lota o peixe que sobra é colocado em caixas com gelo e colocado em túneis

Fig. 3 - Trabalho dos pescadores no barco

a uma temperatura de aproximadamente vinte e cinco graus negativos. Nós pudemos ver

Lola.

e entrar nesses túneis de refrigeração e assim ver como é exactamente o congelamento do peixe (fig.4, fig.5). No seguimento da visita aos túneis de refrigeramento do peixe fomos ate à Lota (fig.6), tendonos sido apresentados os aspectos principais daquela área. Esta abre à meia-noite, pois os pescadores chegam ao porto por volta das três horas da manhã e, como durante a viagem de regresso eles já vão separando o peixe por tamanhos, quando chegam ao porto é só passar pela balança para que sejam enviadas as caixas para a lota. Depois, pelas cinco/seis horas da madrugada é feito o leilão para a venda do peixe, a partir de um sistema informático (fig.7). Este leilão processa-se de uma maneira muito rápida e simples. Na lota existem dois monitores nos quais são apresentadas as informações sobre o peixe que está a ser leiloado, tais como, lote, espécie, barco, avisos, caixas, tamanho, frexx, comprador, peso e resultado. O leilão processa-se do seguinte modo: cada comprador tem um comando programado com o seu código (de comprador de peixe), depois no ecrã vão aparecen-

Fig. 4 - Peixe para congelar e arcas Conge-

do os dados do peixe, o preço vai-se alternando até haver alguém a carregar no botão do

ladoras.

comando, quando isto acontece, esse lote é vendido e o primeiro comprador a carregar no botão desloca-se à secretaria para lhe ser dado o recibo da sua compra. Depois é só ir buscar o peixe. Entretanto seguiu-se a passagem pelo laboratório. Aqui fomos acompanhados pela Dr.ª Filomena e pela Dr.ª Ana Rita onde ficámos a conhecer o que é lá feito e de que maneira, tendo-nos sido ainda possível visualizar dois estudos que estavam a ser feitos no momento - o estudo da reprodução da lapa (fig.8) e o estudo da idade da cavala a partir da observação dos otolitos da mesma - (fig.9). Este laboratório não trabalha sozinho, pois tem a colaboração de várias instituições. O laboratório do Centro Regional das Pescas tem como objectivo fazer mostragens dos peixes da Madeira (tunidios; espada; chicharro; cavala; pargo; cherne e garopa), estudando

Fig. 5 - Sistema onde é feito o gelo.


os metais pesados nos peixes madeirenses. A partir dos estudos aqui feitos é possível chegar a uma conclusão sobre o futuro das pescas na Madeira, se devem existir limitações de captura, os períodos de desova das diversas espécies, etc. Para finalizar a visita visualizámos um filme apresentado pelo técnico Paulo Henriques, sobre as diferentes técnicas de pesca e de espécies. Em primeiro lugar foi-nos mostrada a filmagem de uma ida ao mar com um barco comercial (catorze a quinze metros) para praticar uma pesca “longínqua”, ou seja, pesca do peixe-espada preto. Estes barcos antes de seguirem para o mar são enchidos de gelo picado, visto que não têm arcas, e são também carregados com caixas de lulas salgadas, lulas estas que já foram limpas e cortadas às tirinhas, pois é este o isco preferencial da espada. Depois, por volta das três horas da tarde, saem para o mar com uma viagem prevista para dez ou quinze dias e que pode exigir dezassete a dezoito horas de trabalho consecutivas. Estes dias de serão, passados com muito trabalho, a água doce existente é apenas para consumo, ou seja, os pescadores não tomam banho durante essas viagens. O trabalho torna-se muito rigoroso devido ao facto de ser uma pesca artesanal, pois apenas as bóias são puxadas pelos oladores, e por isso é que são necessárias tantas pessoas a trabalhar nos barcos (cerca de dez). E começa a dura e rigorosa viagem. Enquanto o barco avança até ao local de pesca os tripulantes vão preparando os anzóis, ou seja, vão colocando duas tiras de lulas em cada anzol (cento e vinte e cinco anzóis por cada banheira), um branco e outro preto de maneira a parecerem-se com os tentáculos das lulas no fundo do mar. Depois aos mil e cem metros da costa, é lançada a primeira bóia e os cento e vinte e Fig. 6 - Lota do Funchal.

cinco anzóis de cada banheira ao mar, indo o barco à velocidade máxima nesta altura, de maneira a que o aparelho fique esticado. Após a largada de todos os iscos e passado algum tempo, por volta das três horas e meia da manhã, inicia-se a recolha do aparelho. As espadas já chegam à tona mortas, devido à diferença de profundidade (1500metros), o que traz algumas consequências para os pescadores. Pois por vezes os tubarões e as lulas aparecem e começam a comer todas as espadas o que traz um grande transtorno para o barco de pesca. Enquanto o aparelho é recolhido já são preparados os anzóis para a próxima largada ao mar, sendo este ciclo repetido de quatro a cinco vezes. No fim, após ter o barco cheio dá-se o regresso do barco a descarga do peixe a separação e a venda. Em seguida vimos a técnica de pesca do atum. Uma pesca mais fácil e não tão trabalhosa. A pesca do atum é feita de uma maneira diferente da espada. É feita por saltivara, ou seja, ou através de uma vara feita de cana de bambu com um anzol (utilizada para atuns de pequeno porte), ou por um salto, que consiste numa vara de madeira também com um anzol (utilizada ara atuns de grandes dimensões). Para esta pesca são necessários iscos vivos, isto é, chicharro ou cavala, dai ser a captura destes iscos a primeira coisa a fazer durante a viagem. Depois estes iscos são colo-

Fig. 7 - Ecrã onde é feito o leilão.

cados em poços e alimentados com peixe moído. A pesca do atum é feita durante o dia, pois os cardumes são localizados a olho nu, por vezes com o auxílio de binóculos e noutras vezes devido à reacção das aves. Quando é localizado um cardume mas se este se encontra muito perto da embarcação é deitado ao mar o isco luminoso (suquete, composto por duas tiras de bóias antigas luminosas), de maneira a que a captura seja mais rápida, visto que este isco pode ser lançado ao mar várias vezes consecutivas. Quando ainda há tempo, ligam-se os jactos de água para proporcionar um mar mexido o que atrai o atum. Entretanto começa-se a lançar o isco vivo ao ao mar e os anzóis. Com


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a chegada do atum à superfície com um gancho é dada uma pancada na parte da cabeça do atum para que este tenha uma morte rápida e para que haja qualidade naquele peixe. Depois o processo é o mesmo, quando o barco está cheio regressam ao porto dá-se a descarga a passagem pela balança e a venda. Posteriormente, seguiu-se a técnica de pesca da Ruama (cavala, chicharro, gelro, sardinha e boga). A pesca da Ruama é uma pesca costeira e muito mais fácil do que os outros dois tipos de pesca que nos foram apresentados. É utilizado o método de pesca por cerco, através de redes de pesca, dai a necessidade de existirem duas embarcações. Os pescadores utilizam luzes fortes para aproximarem os cardumes, depois enquanto uma embarcação mais pequena vai deitando o iodo ao mar, a outra, ou as outras, vão fazendo o cerco, passado algum tempo este é puxado para dentro do barco com o auxílio do olador. Durante a viagem de regresso ao porto o peixe já é separado por tamanhos em caixas, de maneira a que quando chegarem ao porto ser tudo mais rápido, pois basta pesar colocar o lote e seguir para o leilão. Para além dos três tipos de pesca praticados na Madeira, no filme, ainda pudemos ver alguns locais madeirenses onde é praticada a aquicultura, como por exemplo as trutas do Ribeiro Frio, isto em água doce e alguns recifes criados no mar madeirense, como por exemplo através de um autocarro velho, de cubos e torres de cimento. Estes recifes foram criados com o intuito de fazer estudos sobre os ecossistemas, através da recolha de amostras. Ainda pudemos saber como funciona uma reserva natural de dourada, ou seja, a partir de jaulas of shore, em que são recolhidos os peixinhos ainda pequeninos (com duas gramas) e colocados em quatro jaulas unculares até atingirem as quatro gramas, isto porque depois deste peso são transferidas para uma outra jaula construída em aço e preparada

Fig. 8 - Estudo da reprodução da lapa.

para aguentar com uma ondulação até cinco metros. Quando as douradas atingem as trezentas e cinquenta gramas são mortas devido à sua colocação em caixas com gelo. E assim acabou a nossa visita. A partir dela, para além de enriquecermos a nossa cultura geral sobre a pesca, conhecendo as técnicas e as infraestruturas existentes na nossa Região, pudemos assim completar os nossos conhecimentos para a disciplina de Geografia sobre o assunto para o 1º teste, a 24 de Outubro de 2007. Em relação às infraestruturas portuárias, concluímos que até temos boas condições em terra, pois já se está a apostar nas novas tecnologias (como, por exemplo, o facto do leilão ser feito de maneira informática). A partir do que observámos e do que nos foi dito, percebemos que, infelizmente, a mão-de-obra continua envelhecida e sem formação na área, embora agora já esteja a ser pedido o 6º ano e o 9º ano de escolaridade para trabalhar neste sector. Para além disto, agora muitos já optam por fazer um curso que tem a duração de três meses. Para tirar a carta de mar é exigido o 9º ano de escolaridade. Quanto ao destino do pescado, uma parte é para venda às indústrias e outra é para o leilão que é feito todos os dias por volta das seis horas da manhã, na lota. Na minha opinião, esta visita foi muito gratificante visto que fiquei a conhecer de uma maneira mais directa a realidade das pescas na minha Região. Conselhos: - Nunca congelar o peixe solto, ou seja, a contactar directamente com o frio, deve ser sempre congelado dentro de um saco. - Nunca descongelar o peixe em água. - Nunca comer peixe “Escolar” fresco, porque este é muito forte e provoca diarreia. Dica: - Se tem muito peixe no congelador e acha que este se vai estragar, tire-o do congelador, passe por água fria e volte a colocar num saco no congelador, esse peixe pode ser utilizado nos próximos três anos porque estará sempre bom.

Fig. 9 - Observação dos otolitos da cavala.


Márcio Martins - Grupo 500

O Lyceu – Como surgiu o projecto? No ano lectivo 2006/2007, fui dinamizador de uma formação que aconteceu durante o segundo e o terceiro períodos, da qual resultou um conjunto de concepções e de sugestões, de todos os participantes, que aqui neste projecto assumem forma. O Lyceu – Qual a fundamentação teórica, a nível científico, para a realização do projecto? As orientações gerais dos programas de Matemática, bem como as recentes indicações do Ministério da Educação, vêm fundamentar cada vez mais uma prática lectiva onde o recurso às novas tecnologias, nomeadamente, aos computadores, se torna fundamental. Neste sentido, as Escolas têm vindo a adquirir material informático para uso na sala de aula, contudo, nem sempre os professores se sentem capacitados para a utilização desse recurso na sua prática lectiva. O Lyceu – Em que consiste o projecto? O projecto está orientado directamente para os professores de Matemática da Jaime Moniz. Consequentemente, com uma prática pedagógica adaptada por parte dos docentes, os alunos são, creio, indirectamente abrangidos. A vertente fundamental é a formação prática de docentes de Matemática. Desta forma, os professores não só reflectem sobre as potencialidades de alguns softwares como também são confrontados com actividades que envolvem conteúdos matemáticos, as quais podem ser aplicadas e exploradas em contexto de sala de aula. O projecto contempla o apoio à elaboração/adaptação de materiais didácticos e de actividades práticas para sala de aula por solicitação e/ou necessidade dos professores. Assim, os colegas podem requerer apoio nesse aspecto e, tendo todas as condições favoráveis, o auxílio à implementação das actividades em sala de aula por parte dos professores envolvidos no projecto. O Lyceu – Como vai ser avaliado e divulgado o projecto? O projecto será avaliado, em primeira instância, tendo em conta os objectivos específicos definidos na proposta de projecto que se prendem essencialmente com os níveis de adesão dos docentes às formações dinamizadas e com o nível de solicitações feitas à equipa do projecto, referentes ao apoio e à elaboração de materiais e posterior implementação em contexto de sala de aula. Por outro lado, e tendo em conta a vertente essencialmente formativa do projecto, a avali-


As TIC na Matemática

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ação dos formandos e do(s) formador(es) relativamente às formações dinamizadas no âmbito do projecto. Uma vez que os alvos do projecto são os docentes de Matemática da Escola Secundária Jaime Moniz, a divulgação do projecto foi feita seguindo as disposições hierárquicas da estrutura organizacional da Escola.

Cada vez mais a Internet é um recurso habitual do processo de ensino/aprendizagem. A expressão «TIC’s na educação» é frequente e torna-se incontornável o uso destas tecnologias. Na nossa escola, elaborámos um site de Matemática como forma de apoio aos nossos alunos. Neste poderão encontrar testes interactivos, testes e questões-aula em pdf para impressão e resolução, informações diversas e outros. É objectivo primordial que com os materiais disponibilizados no site os nossos alunos tenham recursos materiais adicionais para lhes permitir testar o seu conhecimento, optimizando e conduzindo a sua aprendizagem. Recentemente, estão a ser desenvolvidos dois tópicos novos: o primeiro sobre webquests, uma nova tendência que são actividades contextualizadas e motivadoras, disponibilizadas na Web, propostas por professores para serem resolvidas colaborativamente por um grupo de alunos; e também um banco de recursos que contará com testes de diversos professores da disciplina. José Luís Mata - Grupo 500


Entrevista a

Philip Lloyd Comandante do navio

Weatherbird II

O Lyceu: O que é a Planktos? Philip Lloyd: A Planktos é uma empresa que vê no fictoplâncton a chave para a saúde do mar e, consequentemente, de todo o planeta. A ideia é estudar ambientes marinhos, após a colocação de pedacinhos de ferro em algumas partes do oceano. O ferro origina a produção de fictoplânton, que é tido como um elemento que retém dióxido de carbono. Isto não tem nada a ver com o lixo que se deita ao mar e eu não acredito que o fictoplâncton possa alterar o ADN dos peixes, como alguns reaccionários fazem crer. Além disso, se houvesse impactos negativos nestas medidas, haveria estudos que os provassem, estudos que viriam na sequência dos que já foram feitos e que vêem o fictoplâncton como retendor de CO2. O Lyceu: Qual a missão do Weatherbird II? Philip Lloyd: Neste momento, a nossa missão é regressar à Florida e vender este navio à SPERC, que é uma empresa de investigação dos recursos naturais. Então, a Planktos terá de se reestruturar e analisar o que fez com que este projecto não tivesse funcionado. Julgo que o projecto não funcionou porque o investidor queria resultados a curto prazo, Identificação do entrevistado:

queria pôr 25 toneladas de ferro no mar e, naturalmente, os países envolvidos recusaram.

Nome: Philip Lloyd

O que foi feito, efectivamente, foram algumas experiências a bordo do navio, com água

Idade: 39 Anos Profissão:

Comandante

retirada do mar para bidões e um pouco de ferro, de um saco pequenino, que é o que nós do

temos connosco. Só estou com a empresa há três meses e só há pouco tempo percebi

Weatherbird II

quais eram os seus objectivos. Muito sinceramente, estou feliz porque vamos vender o

Área de formação: Navegação.

navio. Contudo, é preciso ver que a maior parte dos elementos da Planktos está aqui pelos motivos certos, que é travar o aquecimento global e se tornar uma potência mundial na investigação do fictoplâncton. Há muito pouca pesquisa a respeito da vida nos oceanos. O Lyceu: Como surgiu, da sua parte, a vontade de proteger a Natureza? Philip Lloyd: Sempre tive o gosto pelas actividades ao ar livre, andar de bicicleta, pescar, observar os pássaros. Na Nova Zelândia, para proteger os pássaros é preciso fazer alguns sacrifícios. O Lyceu: Fala-se de aquecimento global. Para quando as consequências? Philip Lloyd: Ontem! Já começámos a ver. Devido ao aquecimento global, um estado da Polinésia, Tuvalo, no Oceano Pacífico, ameaça ficar submerso, pelo que estão a considerar evacuar os seus habitantes. Tudo isto se deve à excessiva emissão de gases e à oxidificação do mar, que resulta na destruição dos corais. Perdemos tanto gelo do Ártico no último ano quanto havíamos perdido nos últimos dez. Os estudos que tenho feito sobre os glaciares dizem que estes estão


Ciência Aberta a derreter a uma velocidade impressionante. Creio que estamos a aproximar-nos muito rapidamente de uma frase crítica, até o Ministro Inglês da Ecologia diz que as coisas estão a ficar terríveis. Estamos a chegar a um ponto de necessidade de sobrevivência, não de alerta para o problema. Neste momento, são necessárias soluções. O escritor e cientista James Lovelock referiu, no seu livro The Great Extinction, que apenas um bilião de pessoas sobreviverá até ao próximo século. Na verdade, somos demasiado ineficazes na utilização dos nossos recursos. Tenho observado, a título de exemplo, os autocarros que saem daqui do Porto do Funchal com turistas que vêm buscar aos navios; vejo saírem autocarros de instante a instante, com três a cinco pessoas e pergunto: porque não tomam todos o mesmo autocarro? Não seremos nós capazes de rentabilizar aquele transporte e emitir menos gases? O Lyceu: Na sua opinião, qual tem sido o papel de Al Gore na conservação do planeta? Philip Lloyd: Al Gore teve oportunidade, em 1997, aquando da elaboração do Protocolo de Quioto, de ajudar a impedir a emissão excessiva de gases, como apregoara no seu livro, contudo, ele voltou atrás e optou por baixar o alvo… Talvez um pouco por responsabilidade sua, porque ele não aproveitou a oportunidade, neste momento, a China produz mais CO2 do que todos os outros países, ou melhor, esta nação poduz a quantidade de CO2 que todas as outras estão a evitar emitir. Contudo, o que Al Gore começou por fazer para combater o aquecimento global foi muito importante. As iniciativas da Greenpeace para alertar o mundo para o problema haviam sido ineficazes, porque não haviam conseguido intimidar as pessoas, e Al Gore conseguiu precisamente isso, mostrar às pessoas, sobretudo às camadas mais jovens, que estamos perante um problema terrível. O problema é que ele não se preocupou muito com as soluções; apenas ajudou a alertar. Todavia, neste momento, já precisamos de mais, precisamos urgentemente de soluções, porque estamos perante um caos climático, como as pragas de mosquitos, entre outras. O Lyceu: Como justifica que a Planktos continue a sua acção embora muitos ecologistas se oponham à forma de agir desta empresa, nomeadamente às descargas de ferro para o mar? Philip Lloyd: Na altura, quando tomaram as decisões, eu ainda não era comandante do Weatherbird II. Nós fomos convidados, pela Universidade de Las Palmas, a integrarmos o projecto de investigação do fictoplâncton empreendido por aquela instituição, que conseguiu os fundos para o navio e para investigar. O governo espanhol opôs-se às descargas de ferro no mar e impediu-os de fazer funcionar o projecto. Na Madeira, também disseram que eles eram um “bando”, o que não faz sentido nenhum visto estarmos todos relacionados à Ecologia, da tripulação do Weatherbird II fazem parte climatologistas, biólogos marinhos, entre outros. O barco foi inspeccionado nas Bermudas e os resultados foram mostrados às autoridades do Porto do Funchal. Na verdade, o que corre por aí são boatos e confusões e o que espero é que um dia possamos todos trabalhar juntos, para um mesmo objectivo. O Lyceu: Há mais alguma coisa que gostaria de dizer aos nossos jovens? Philip Lloyd: Gostaria de aconselhor os jovens a aceitarem os desafios, a perceberem o que se passa no Mundo. Já se vê que os pais começam a pensar no assunto, no facto de terem tido filhos num mundo que está a caminhar para o seu fim. Agora, resta aos jovens serem menos superficiais, deixarem de se preocupar apenas em combinar a mala com os sapatos, em terem um MP4 e uma XBOX. É urgente que eles procurem também soluções, que procurem “recuperar as suas almas”. O problema é eles pensarem que os cientistas resolvem tudo, que é só eles pensarem e encontram logo a solução, como se tivessem uma varinha de condão… Há que fazer um esforço mundial para combater o aquecimento global e esta tendência terrível para sermos superficiais e destrutivos.

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João Viveiros - Grupo 500

exercício da supervisão pode ser realizado ao nível escolar e ao nível pedagógico.

O

No âmbito da formação pedagógica podemos dividi-la em duas partes: a formação inicial, em que se destaca o estágio pedagógico, e a formação contínua.

Diferentes opiniões têm surgido sobre a formação de professores e o papel da supervisão nessa formação. A prática pedagógica efectiva durante a formação inicial de um professor surge durante o estágio. Para muitos formandos, o ano de estágio pedagógico é o único momento em que estabelecem um primeiro contacto com os alunos. Também existem casos em que os formandos não têm ainda um número considerável de experiências que possam usar para reflectir, de modo a alterar as suas práticas através da reconstrução de experiências e conhecimentos anteriores. Nesta fase da formação, o supervisor, designado tradicionalmente por orientador de estágio pedagógico, tem um papel fundamental e exigente a desenvolver junto dos formandos. Muitos autores defendem a reflexão como meio de formação para ajudá-los a compreender os seus problemas e as suas necessidades. Por exemplo, Alarcão e Tavares, referidos por Deolinda Ribeiro (2001), defendem que o supervisor deve ser alguém que acompanhe, ajude a desenvolver aptidões e capacidades, e que crie condições de sucesso ao futuro educador ou professor. Estes autores defendem mesmo que “o supervisor tem como primeira meta facilitar o desenvolvimento do professor mas, ao fazê-lo (ao ajudar a ensinar), também o supervisor se desenvolve porque, tal como o professor, aprende ensinando. Por outro lado, o desenvolvimento profissional do professor tem como objectivo a aprendizagem e o desenvolvimento dos alunos” (Amaral, Moreira e Ribeiro, 2000:92). Neste sentido, parece importante que o supervisor evolua de forma contínua quer nas suas características pessoais, quer profissionais, e que “o estágio do formando, entendido como prática pedagógica, o deverá colocar no limiar contínuo de formação, suscitando e promovendo no formando a vontade de investir na sua autoformação” (Deolinda Ribeiro, 2001:89). O supervisor aparece assim como o professor que, de acordo com o modelo que segue no acompanhamento e orientação das acções, quer práticas quer reflexivas, favorece ou condiciona o desenvolvimento das capacidades e aptidões do candidato a professor. Nesta perspectiva, a supervisão torna-se uma função complexa e comporta, como refere Vieira, citada por Deolinda Ribeiro (2001:90), “a dimensão analítica, referente aos processos de operacionalização da monitorização da prática pedagógica, e a dimensão interpessoal, relativa aos processos de interacção entre os sujeitos na monitoração da prática”.


Pedagogia Na linha de pensamento anterior, supervisionar comporta a ideia de inter-ajuda, de monitoração, de encorajamento para que cada qual dê o seu melhor nas situações problemáticas com que se depara. Vieira, citada por Amaral, Moreira e Ribeiro, (2000:92) afirma mesmo que “a supervisão, no contexto da formação de professores, é uma actuação de monitorização sistemática da prática pedagógica, sobretudo através de procedimentos de reflexão e experimentação”. Deste modo, compreende-se que a tarefa do supervisor deverá assentar num contínuo processo de interacção consigo próprio e com os outros, devendo incluir estratégias de observação, reflexão e acção com a presença ou não do formando. Isto é, e de acordo com Deolinda Ribeiro (2001:90), “o supervisor deverá reflectir sobre os dados que recolhe, auto-avaliando-se sistematicamente, de modo a corrigir e a melhorar as suas competências pedagógicas e reflexivas, promovendo assim, e como consequência, o sucesso dos seus alunos, dos candidatos a professores, bem como o seu sucesso profissional”. A supervisão pedagógica é influenciada por múltiplos aspectos. Não podemos esquecer que o processo de supervisão, para além dos aspectos inerentes às características pessoais do supervisor e do formando, envolve também um conjunto de factores associados à estrutura e organização do programa da prática pedagógica desempenhando todos eles um importante papel no seu sucesso ou insucesso. Por outro lado, todo este processo de formação, constituído pelo supervisor, pelo professor e pelos alunos, está em constante desenvolvimento, “é influenciado pelas relações entre estes e pelas relações com outros sectores que envolvem o processo educativo. A turma aparece assim, como o sector mais restrito em que se desenvolve o acto educativo, mas ela está inserida num sector mais vasto que é a escola que por sua vez sofre a influência da sociedade envolvente” (Amaral, Moreira e Ribeiro, 2000:93). Convém destacar aqui o modelo reflexivo sobre formação, inicial ou contínua de professores. Segundo este modelo, o professor deve ser um profissional reflexivo. Neste âmbito, o papel do supervisor, ao promover atitudes reflexivas no professor em formação, deverá ser sempre o de monitorar, sem dirigir em excesso a formação, que pode ser desenvolvida utilizando diversas estratégias, de modo mais ou menos profundo conforme as necessidades detectadas no formando. Essas estratégias de formação de professores constituem um meio de formar professores reflexivos, isto é, professores que examinam, questionam e avaliam criticamente a sua prática. As estratégias escolhidas vão envolver estratégias de reflexão por parte, tanto do próprio supervisor, como do professor em formação. Neste sentido, elas aparecem como instrumentos de apoio à reflexão, entendida como “o questionamento sistemático da própria prática, de modo a melhorar essa prática e a aprofundar o conhecimento dela.” (Lucas, cit. em Amaral, Moreira e Ribeiro, 2000:100). Deve, contudo, ter sempre em mente que as estratégias não se excluem, pois todas servem para fazer compreender aos intervenientes que o acto de educar está sempre contextualizado e é extremamente complexo.

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António Freitas - Grupo 520

esta revista, como ficou prometido no número anterior, apresentam-se os resul-

N

tados obtidos através do questionário aplicado a alunos que estão a frequentar o 9º ano de escolaridade nas escolas da Região Autónoma da Madeira no ano

lectivo 2005/2006. De modo a facilitar a interpretação dos resultados, estes são apresentados numa sequência que coincide com a ordem pela qual as questões surgem nos respectivos questionários. Assim, a secção foi dividida em diversos pontos onde serão descritos os resultados relativos: à caracterização da amostra; equipamentos existentes na casa do aluno; utilização das TIC pelo aluno; equipamentos existentes para utilização das TIC em AP; utilização das TIC na AP. Os resultados obtidos em cada questão são analisados, sempre que possível, em articulação com a bibliografia e com os dados recolhidos noutras questões deste mesmo estudo. Atendendo ao facto de não se terem realizado os outros dois trabalhos previstos, não foi possível fazer alguns cruzamentos de informação considerados inicialmente. 1 - Caracterização da amostra. Esta secção do questionário é constituída por 5 perguntas, onde se pretende saber os dados dos alunos, da turma e da família no que diz respeito à profissão e utilização do computador. Escolas participantes. Na Região Autónoma da Madeira, no ano lectivo de 2005/06 existiam 30 escolas do 3º ciclo com 9º ano de escolaridade. Em 3 das escolas não foi possível aplicar o inquérito aos alunos pelo facto de a Direcção das mesmas não ter autorizado. Alunos inquiridos: Foram inquiridos 959 alunos do 9º ano de escolaridade de 27 escolas da Região Autónoma da Madeira, de um universo de 2639 alunos, dos quais 1206 eram do sexo masculino e 1433 do sexo feminino, o que corresponde a uma amostragem aproximada de 36%. Como utilizámos uma amostragem por conveniência, escolhida pela direcção da escolas, estas escolheram turmas que melhor representavam a realidade das mesmas. Pretendia-se que, pelo menos, 20% dos alunos respondessem ao inquérito. De modo a não excluir alunos pertencentes à mesma turma, foram aceites os questionários de todos os alunos, originando um valor final de 36%. 2 - Conclusões e implicações do estudo Apesar das limitações que se reconhecem existir neste estudo, pareceu possível, da


As Tic na Educação análise dos dados, retirar algumas indicações capazes de apresentar um conjunto de reflexões sobre as questões iniciais, respondendo também a algumas das mesmas. Foram inquiridos 959 alunos do 9º ano de escolaridade de 27 escolas da Região Autónoma da Madeira, de um universo de 2639 alunos, 1206 alunos e 1433 alunas, o que corresponde a uma amostragem aproximada de 36%. 2.1 - Resultados obtidos: Os resultados obtidos neste estudo podem ser consultados no anexo 10. 2.2 - Resposta às questões de investigação. De forma a facilitar a compreensão das conclusões apresentadas, serão relembradas as questões da investigação e sempre que necessário os objectivos definidos para as alcançar. Relativamente às conclusões apresentadas para cada questão de investigação serão referidas, sempre que possível, aspectos positivos e negativos encontrados no trabalho. 2.2.1 - Quais a TIC disponíveis em casa? A maioria dos alunos afirma ter computador em casa, 72,3%. Alguns alunos não responderam, 13,6%, possivelmente por não haver a opção de resposta entre os 2 e 3 anos. 2.2.1.1 - Profissão do pai, versus existência do computador em casa. Quase todos os alunos afirmam ter computador em casa, 86,44%. Os alunos que têm computador há mais de 5 anos são filhos dos pais de classes mais elevadas, 19,3%. 2.2.2 - Qual a formação dos pais na utilização das TIC? A grande parte das mães e dos pais não sabem usar, 52,6% das mães e 46,6% dos pais. Poucos navegam na Internet e utilizam o e-mail; apenas 23% o fazem. 2.2.3 - Que “Formação” têm os alunos em TIC e como a obtiveram? Os alunos aprenderam a utilizar as TIC de uma forma informal e formal. Num processo informal, com os irmãos, 25,4%; ou com os amigos, 10%. A nível formal, na disciplina de TIC, 9,9%; curso de computadores, 3,3% e na disciplina de AP, 1,8%. Grande parte dos alunos não respondeu (45,8%). 2.2.4-Onde utilizam os alunos os computadores? A maioria dos alunos afirmam utilizar os computadores em casa quase todos os dias (66,8% dos rapazes e 59,5% das raparigas). Os alunos afirmam utilizar os computadores na escola quase todas as semanas (48,3% dos rapazes e 53,2% das raparigas). 2.2.5- Quais as ferramentas utilizadas pelos alunos fora da escola, em casa? Os alunos afirmam utilizar quase todos os dias o processador de texto (66,8% dos rapazes e 59,5% das raparigas). Possivelmente para a realização de trabalhos de casa. Posteriormente, os alunos dizem jogar (40,6% dos rapazes e 32,5% das raparigas); e-mail (32% dos rapazes e 38,4% das raparigas) e IRC (30,31% dos rapazes e 30,59% das raparigas). Quase todas as semanas, os alunos utilizam a pesquisa e consulta de informação na Internet (37,1% dos rapazes e 34,5% das raparigas).

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2.2.6 - Onde utilizam os alunos as TIC na Escola, fora da disciplina de AP? A maioria dos alunos, 55,2%, afirma que há espaços disponíveis para a utilização das TIC. Esses espaços são: A biblioteca (39,8% dos rapazes e 54,8% das raparigas); Sala de TIC quando está livre (16,3% dos rapazes e 24,8% das raparigas); Oficina de Aprendizagem (17,1% dos rapazes e 11% das raparigas). 2.2.7 - Quais as ferramentas utilizadas pelos alunos, na escola, fora da disciplina de AP? Alguns alunos afirmam utilizar quase todos os meses as apresentações electrónicas (22,3% dos rapazes e 24% das raparigas); processador de texto (18,9% dos rapazes e 24,6% das raparigas); pesquisa e consulta de informação na Internet (16% dos rapazes e 21,1% das raparigas. Poucos alunos consideram as escolas bem equipadas. 2.2.8 - Como se trabalha em AP? 2.2.8.1 - Quem escolhe os temas? A maioria dos alunos, 70,8%, afirma que os temas são propostos e escolhidos pelos alunos e/ou professores. 2.2.8.2 - Que temas? Quase metade dos alunos, 46%, afirma que os temas são desligados da realidade/vivência dos alunos. Alguns discentes, 19,1%, afirmam que os temas não visam a resolução de situações problemáticas e conflitos. É intrigante o modo como se trabalha em AP, por um lado parece haver uma negociação dos temas, por outro, esses temas não vão ao encontro das necessidades dos alunos nem visam a resolução de situações problemáticas. 2.2.8.3 - Quais as disciplinas que colaboram? Ao contrário do que seria de esperar, os alunos afirmam que as disciplinas que colaboram são: a disciplina de TIC. 38,5%, a disciplina de Ciências da Natureza, 25,5% e Educação Visual, 25,4%. 2.2.8.4 - Como é feito a avaliação do trabalho realizado? Verifica-se que nem sempre o processo é avaliado, o que é afirmado por 38% dos alunos. Poucos alunos consideram a avaliação boa ou muito boa, 38,1%. Nota-se que há falta de colaboração, por parte dos alunos, e de satisfação com a avaliação do trabalho realizado. 2.2.9 - Quais as ferramentas utilizadas pelos alunos, na escola em AP? Alguns alunos afirmam que utilizam quase todas as semanas o processador de texto (34,4% dos rapazes e 35,9% das raparigas) e pesquisa e consulta de informação na Internet (28,3% dos rapazes e 26,4% das raparigas). As apresentações electrónicas são utilizadas quase todos os meses, afirmação feita por 28,3% dos rapazes e 27,9% das raparigas. É notório que muitas das ferramentas informáticas não são exploradas, como, por exemplo, as ferramentas de produção. 2.2.10 - De que modo, do ponto de vista dos alunos, o professor incentiva as TIC na sala de aula? A maioria dos alunos afirma que os professores incentivam a utilização das TIC na sala


As Tic na Educação de aula, através de apresentações electrónicas (56,9% dos rapazes e 68,6% das raparigas); processador de texto (48,5% dos rapazes e 58,2% das raparigas); pesquisa e consulta de informação na Internet (43,7% dos rapazes e 60,3%d as raparigas). Verifica-se que há um grande desconhecimento ou falta de incentivo à utilização das TIC por parte dos professores de AP. 2.2.11 - Obstáculos à utilização das TIC em AP? Verifica-se que há tendência para atribuir relevância à falta de equipamento ou equipamento inadequado e inacessível; falta de tempo lectivo; falta de interesse/motivação dos alunos e dificuldade de integração das TIC; falta de fontes de informação adequada. Os obstáculos são uma consequência/confirmação dos resultados obtidos nas perguntas anteriores. 2.2.12 - Vantagens da utilização das TIC em AP? Há tendência para atribuir relevância ao aumentar a motivação e participação dos alunos; desenvolver competências nas áreas da comunicação, aprendizagem, acesso à informação, entre outras; contactar com novas tecnologias e novas fontes; abordagem de forma diferente aos conteúdos e pelo facto de permitir troca de ideias com colegas de locais diferentes. Curiosamente, ao contrário do que se passa na sala de aula, os alunos têm perspectivas diferenciadas e interessantes, que vão ao encontro das orientações do Ministério e dos estudos feitos. Perguntamos: será que os alunos leram os documentos da reorganização curricular e a literatura da disciplina de AP antes de responderem ao inquérito? Será que os professores desconhecem as fundamentações em causa e tratam a AP como mais uma disciplina? 2.2.13 - Mais valia da disciplina de TIC para AP? A maioria dos alunos considera que sim, 61,7%. As explicações são muito generalistas, possivelmente devido a ser a resposta a uma pergunta aberta. As explicações são do tipo: Útil porque “aprendi muita coisa”; não é útil porque “Já sabia o que aprendi”. 2.3 - Conclusões gerais. Perante os resultados obtidos, podemos concluir que os alunos têm acesso às TIC em casa. Utilizam-nas de forma mais diversificada, processador de texto e lúdica, e mais frequente do que na escola. Têm noções concretas sobre a mais valia das TIC em AP. No entanto, a utilização das TIC em AP é feita ainda de uma forma muito incipiente. Apesar dos grandes esforços realizados nos últimos anos, no sentido de equipar as escolas, a realidade é que estas continuam a apresentar grandes défices de equipamento disponível para uso de alunos e professores em contexto educativo, relacionado quer com as áreas disciplinares, quer nas áreas curriculares não disciplinares. Verifica-se que o equipamento não está instalado nos locais considerados espaços privilegiados para a integração curricular das TIC, em todas as escolas, nomeadamente, na sala de aula, nos laboratórios de ciências, nas salas de estudo acompanhado e de projecto. Este facto terá implicações, obrigatoriamente, na não utilização sistemática das TIC, em contexto de sala de aula. A análise dos resultados do presente trabalho mostra-nos que os usos efectivos das TIC estão aquém das suas potencialidades, ou seja, passa-se o conteúdo de uma tecnologia para outra sem ter em consideração pela aparência, facilidade de utilização ou as potencialidades da segunda tecnologia – Schovelware - Anexo 9. Reforça ainda a convicção de que é necessário desenvolver diversos estudos que pos-

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sibilitem pensar a introdução das TIC na Escola numa vertente pedagógica, de forma a criar oportunidades e experiências de aprendizagem que favoreçam a construção do conhecimento, dotando o aluno de meios que lhe permitam tirar partido das novas tecnologias, não só na escola mas também ao longo da vida. De facto, parece-nos que num país como o nosso, onde se verificam lacunas de vária ordem no sistema de ensino, é natural que os professores manifestem algumas resistências e desconfianças relativamente aos novos meios e não se sintam vocacionados para investir na sua formação nesta área, considerando prioritário alicerçar o sistema, atacando velhos problemas que teimam em constituir um entrave ao sucesso. Sendo assim, perante a omnipresença das novas tecnologias da informação e comunicação, a atitude da escola tem vindo a ser serena e racional, evitando endeusar as tecnologias, ao ponto de pensar resolver os problemas pelo simples enxerto tecnológico. Paralelamente, não pode ser ignorado ou subestimado o papel relevante das instituições escolares enquanto mediadoras entre o sujeito e o conhecimento. É esta relação que, mais do que incentivada pela disponibilização de artefactos tecnológicos, tem de ser estudada, fundamentalmente no que diz respeito aos processos cognitivos envolvidos. Este investimento, intangível, é decisivo e, embora menos visível, deve imperar sobre o investimento físico. O trabalho que agora apresentamos confirma a existência de um claro afastamento entre as expectativas depositadas nas novas tecnologias, em particular no computador, e os usos concretos que dele fazem os nossos alunos, numa situação específica. Este salto qualitativo implica uma mudança de atitude por parte dos professores, que, mais do que esperar receitas milagrosas que resolvam os problemas, devem desenvolver projectos de investigação que lhes permitam questionar as suas práticas, colocar problemas e propor soluções. Estas nossas propostas devem inserir-se em programas de formação que contemplem a figura do professor como um profissional crítico, reflexivo e criativo. A formação referida, assente num processo contínuo de valorização teórica e prática da actividade docente, deve ter como objectivo fundamental o desenvolvimento de estratégias que permitam a integração do computador na escola, na sua vertente didáctica e pedagógica. 3 - Limitações do estudo: Uma primeira limitação, que decorre da técnica de recolha de dados utilizada, está relacionada com o facto das conclusões resultantes reflectirem perspectivas acerca das práticas pedagógicas declaradas e não observadas. Este facto pode constituir um elemento desviante da realidade, uma vez que podem ter sido desvalorizados aspectos com grande significado para a descrição da situação real; esta desvalorização pode ter ocorrido durante as fases de recolha e análise de dados, sem que tenham havido possibilidades de confirmar ou esclarecer no terreno algumas respostas. O tipo de amostra utilizado, amostragem por conveniência, tem desvantagem no facto de os resultados e as conclusões, em rigor, só se aplicarem à amostra, não havendo garantia que a amostra seja razoavelmente representativa do Universo. O questionário foi apenas aplicado aos alunos. Não houve cruzamento com os resultados inicialmente previstos, dos professores e órgãos de gestão, nem houve tratamento estatístico inferencial dos dados recolhidos. Relativamente ao momento escolhido para proceder à recolha de dados, no final do ano, este pode não ter sido o mais oportuno por coincidir com o momento da avaliação das disciplinas, realização dos exames nacionais e encerramento do ano lectivo. Também ocorreu a mudança dos órgãos de gestão das escolas, nalguns casos continuaram os mesmos, noutros casos não. Na próxima revista vou apresentar algumas sugestões de modo a melhorar a situação.


As Tic na Educação - Opiniões

Marisa - 11º 35 - As novas tecnologias são muito importantes porque elas nos ajudam a fazer muitas coisas, com elas podemos trabalhar em casa, o que nos faz uns privilegiados, podemos também utilizá-las para pesquisar qualquer tipo de informação em vez de irmos para as bibliotecas ou outras instituições públicas. Fábio Camacho - 11º 35 - As novas tecnologias devem ser usadas sem excesso, porque é importante o contacto pessoal entre as pessoas, professores, alunos, mas estas devem ser usadas para fazer chegar a informação a qualquer indivíduo, de uma forma melhor e mais rápida. Ricardo Vieira - 11º35 - As novas tecnologias deviam ser usadas na saúde e no bem estar das pessoas. Jerónimo Fernandes - 11º 35 - As novas tecnologias devem ser utilizadas para o bem estar ao facilitar qualquer tarefa, mas sempre respeitando os outros, o que nem sempre acontece em alguns casos como, por exemplo, ao poluírem o meio ambiente. Carla Rodrigues e Isabel Correia - EnglishNet - O computador tem provocado uma revolução na educação pela sua capacidade de “veicular aprendizagens”. Face a esta revolução, é fácil notar uma certa insegurança por parte daqueles professores que temem a sua substituição por máquinas e suportes multimédia capazes de cumprir o papel desempenhado anteriormente pelo professor. Mas o computador pode realmente provocar uma mudança no paradigma pedagógico e pôr em risco a sobrevivência profissional daqueles que concebem a educação como uma simples operação de transferência de conhecimentos do mestre para o aluno. Hoje em dia, estamos certos que o computador pode enriquecer ambientes de aprendizagem onde o aluno, interagindo com os objectos desenvolvidos nesse ambiente, terá a oportunidade de construir o seu próprio saber. Márcio Martins - Grupo 500 - As TIC na educação podem ser usadas em contexto de sala de aula como forma de potenciar a motivação e aprendizagem dos alunos. O recurso à Internet, por exemplo, pode ser uma forma dos alunos solidificarem conhecimentos, nomeadamente, através de consultas e de pesquisas. Por outro lado, esta ferramenta pode potenciar a comunicação professor-aluno.

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Os blogues de professores são exemplo de uma forma de disponibilizar materiais didácticos ou até mesmo fichas de trabalho para os alunos, o que, numa realidade cada vez mais racionada em termos de recursos em formato de papel nas escolas, faz destes, sem dúvida, exemplos de boa adaptação. Rui Duarte - Grupo 550 - Com amor e paixão. Conceição Campanário - Grupo 520 - Sempre que necessário, mas para tal é necessário ter formação prévia. Ana Paula Ferreira - Grupo 300 - Para preparar as aulas e também para leccioná-las. Filosofia - Grupo 410 - As novas tecnologias devem ser utilizadas como meio e não como fim, por isso, como complemento e auxiliar do Manual, como modo de motivação para a aprendizagem, como fonte de investigação e como preparação de materiais didácticos.

Marisa - 11º 35 - Para os estudantes as novas tecnologias são muito importantes porque assim podem ir buscar as informações necessárias para os trabalhos da escola e, para os professores, também é muito importante porque podem ir lá buscar informações necessárias para prepararem as aulas. Fábio Camacho - 10º 35 - É importante a possibilidade de acesso a informações vindas de todos os cantos do mundo, visitar bibliotecas, museus, sem sair de casa, ter o contacto com os colegas para fazer qualquer coisa que seja, um trabalho ou outra coisa qualquer sem ter que se mover até ele, pois temos a possibilidade de conectar com pessoas de todo o planeta, conversar com elas em tempo real, a qualquer momento. Estas tecnologias permitem que o professor mais facilmente tente que a informação nos chegue a nos com mais facilidade. Ricardo Vieira - 11º35 - A importância é rápido acesso a informação; maior segurança na Escola e melhoria nos transportes. Jerónimo Fernandes - 11º 35 - No dia-a-dia com as novas tecnologias os alunos e professores são bastante facilitados em comparação ao passado, por exemplo, um aluno que queira pesquisar sobre algo já não tem de passar horas numa biblioteca, em vez disso vai à internet e faz uma pesquisa mais completa e com menos tempo. Com os professores são lhes facilitados a marcação de faltas e o sumário. Carla Rodrigues e Isabel Correia – EnglishNet - As Tecnologias de Informação detêm potencialidades indispensáveis ao ensino, conduzindo a um contínuo enriquecimento dos saberes, levando a que o sistema educativo e a formação ao longo da vida sejam repensados à face do desenvolvimento destas tecnologias. Como professoras responsáveis pelo projecto EnglishNet, constatamos que nsinar uma língua é fazer desenvolver no aluno uma competência que lhe permita não só utilizar correctamente essa língua, mas também saber aplicá-la em situações de comunicação. Aprender uma língua é alargar um campo de


As Tic na Educação - Opiniões expressão, emoção e partilha. A Internet proporciona oportunidades de acesso à informação sediada em computadores em qualquer ponto do globo, mas oferece também oportunidades de comunicação com pessoas espalhadas por todo o mundo, partilhando mensagens, documentos, entre outros, permitindo exprimir criatividade. Esta forma de transmitir conhecimento, nas salas de aula do ciberespaço, dá a possibilidade ao estudante de conhecer melhor a sua forma de aprender, de se organizar, de assumir novas motivações e responsabilidades. A chave do sucesso destas salas de aula passa muito pela familiaridade com a tecnologia, o estabelecimento de um conjunto de regras e procedimentos suficientemente flexíveis e claros para todos os envolvidos, e a implementação e promoção de modos de aprendizagem colaborativos e reflexivos, que irão permitir ao aprendente trocar, desenvolver e aprofundar ideias. O professor funciona como orientador, observador, criando novas situações de aprendizagem. O aluno informa-se, faz a sua investigação e recolha de dados, para uma análise posterior e discussão no grupo. Tudo isto se processa com maior ou menor apoio do professor, consoante o conhecimento que o aluno tenha da língua e da utilização do computador. Márcio Pinto - Grupo 500 - As novas tecnologias são indispensáveis nos nossos dias. Na Matemática, por exemplo, a calculadora gráfica, hoje em dia, é uma peça fundamental em contexto de sala de aula. Contudo, é inequívoco que na estrutura piramidal do Ensino, o Ministério da Educação assume um papel de orientador, defendendo cada vez mais uma prática lectiva com recurso às TIC. Rui Duarte - Grupo 550 - São imprescindíveis no dia-a-dia da comunidade escolar, a todos os níveis.

Conceição Campanário - Grupo 520 - Muita importância. Facilita-nos a vida, mas também nos complica quando ignoramos os pequenos truques do seu funcionamento. Ao mesmo tempo é um degrau no caminho da aprendizagem.

Ana Paula Ferreira - Grupo 300 - Falo por mim, uso-as para preparar aulas, para fazer as médias das notas dos alunos, para publicar na web os textos e exercícios que entrego, fisicamente, aos meus alunos, coloco também na web as classificações dos testes e trabalhos por eles realizados, para tudo. Filosofia - Grupo 410 - As novas tecnologias são hoje em dia extremamente importantes na medida em que promovem a rapidez de comunicação, a aproximação entre professores e alunos, melhor associação de informação e imagem, desburocratização dos procedimentos formais, quer relativamente ao processo ensino aprendizagem, quer relativamente a outros processos, proporciona também maior criatividade e maior lucidez, de tal modo que o seu desconhecimento constitui uma nova forma de analfabetismo.

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Marisa - 11º 35 - As novas tecnologias estão a mudar a escola para melhor porque até já temos os sumários digitais o que é muito bom para os alunos para podermos acompanhar as aulas, mesmo que não faltemos. Também os encarregados de educação podem acompanhar a matéria dada nas aulas dos seus filhos. Fábio Camacho - 10º 35 - Com as possibilidades que as escolas têm, aos poucos todas essas tecnologias mudam um pouco da nossa escola, pois proporcionam algumas vantagens, permitem um avanço na tecnologia e ciência, e um fácil acesso a qualquer tema. São grandes vantagens. Ricardo Vieira - 11º35 - Melhorando a sua segurança como entrada na escola e carregamento do € nos cartões, e assim evitando assaltos; acesso dos alunos a maior informação e facilidade nas compras dentro do recinto escolar. Jerónimo Fernandes - 11º 35 - Na escola (liceu) a tecnologia verifica-se na segurança: os alunos que entram na escola passam um cartão numa ranhura o que os identifica. Assim os aluno, que não frequentam essa mesma escola não poderão entrar na mesma. Conceição Campanário - Grupo 520 Mudam porque a aprendizagem é feita com todos os actores, aprendemos uns com os outros… Carla Rodrigues e Isabel Correia – EnglishNet - O projecto EnglishNet tem tido como propósito promover a aprendizagem da língua inglesa através da Internet. Assim, os alunos e professores que trabalham os conteúdos programáticos da disciplina de Inglês recorrendo a websites previamente seleccionados, têm vindo a constatar que tal é uma mais valia que os levará a um ensino/aprendizagem mais motivante, adequado e eficaz através da pesquisa, da selecção, da análise, da síntese e da aplicação da informação de forma a motivar e despertar curiosidades, promover o trabalho em equipa, fomentar a aprendizagem colaborativa, desenvolver o espírito crítico e a autonomia, estimular o rigor intelectual. Márcio Pinto - Grupo 500 - As escolas, no geral, já estão cada vez mais capazes em termos tecnológicos. A Jaime Moniz tem caminhado nesse sentido. Podemos pensar, por exemplo, na introdução do sumário digital como uma das mudanças que permite expandir as novas tecnologias a todos os alunos e professores. Esta medida para além de desburocratizar o trabalho dos docentes, abre, acima de tudo, grandes potencialidades em termos tecnológicos já que cada sala tem agora à sua disposição um computador. As mudanças, no geral, são lentas. Mas, na minha opinião, devem ser tomadas medidas mais concretas em termos da formação de professores. Não se pode conceber uma Escola de alta tecnologia sem que os principais agentes do Ensino estejam munidos das ferramentas inerentes a uma prática lectiva orientada nesse sentido. Rui Duarte - Grupo 550 - Entre outras coisas, a título de exemplo, posso referir que se consegue fazer mais coisas em menos tempo e poupar toneladas de papel.


As Tic na Educação - Opiniões Conceição Campanário - Grupo 520 Mudam porque a aprendizagem é feita com todos os actores, aprendemos uns com os outros…

Ana Paula Ferreira - Grupo 300 Já mudaram em muitos sentidos, mudariam muito mais, facilitando o trabalho dos professores e libertando-os para outras tarefas criativas se, por exemplo, as actas de reuniões de grupo e de conselho de turma fossem todas inseridas no computador como são as notas e as faltas. FILOSOFIA - GRUPO 410 - As novas tecnologias estão a mudar a escola no sentido de criar uma nova mentalidade, um novo discurso e novos materiais de ensino-aprendizagem. Por outro lado, permitem a agilização de tarefas por parte dos vários intervenientes no ensino e há um controlo mais eficaz dos aspectos relativos à segurança da escola. As novas tecnologias colocam, contudo, outros desafios, na medida em que nem sempre o professor pode determinar objectivamente o que foi aprendido pelo aluno e, por essa razão, nem sempre as TIC estão ao serviço da aprendizagem. Na próxima revista, vamos saber a opinião de alunos e professores sobre as novas tecnologias (ferramentas e plataformas). Será que as TIC podem ser usadas com proveito no ensino e na aprendizagem e, simultaneamente, com preocupação de promover a informação e a comunicação?

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José Luís Martins - Grupo 500

Nesta rubrica temos dado voz a alunos de nacionalidade estrangeira para falarem sobre o seu país de origem. Desta vez saímos desta linha para vos dar a conhecer a proveniência destes alunos. A nossa região tem sido conhecida pelos seus emigrantes e, mais recentemente, o fenómeno da imigração tem vindo a aumentar. Deste modo, pela via do regresso dos nossos emigrantes ou pela recepção de imigrantes, a Jaime Moniz conta neste momento com 144 alunos de nacionalidade estrangeira, sendo estes provenientes de 19 países. Sempre fomos conhecidos como bons anfitriões, no entanto a nossa escola mais do que bem receber estes alunos faculta aos que necessitam um “programa para integração dos Alunos que não têm o Português como língua materna”. Este Programa pela Literacia e Interculturalidade identifica o nível de domínio da nossa língua por níveis de proficiência. Estes alunos são acompanhados à medida das suas necessidades. O convívio e o trabalho nos nossos pátios ou salas de aula é mais Intercultural do que imaginamos, e esse facto é uma mais valia no desenvolvimento harmonioso dos nossos alunos. A estes alunos desejamos uma integração plena.


Bilhete Postal - Rostos - Graça Freitas

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Quando a colega Graça Freitas deixou de estar entre nós, no início de Janeiro, assim inesperadamente, ficámos tão tristes e incrédulos, meio perdidos… os olhares molhados, as cabeças baixas… e agora não há dia em que não nos aperte a saudade… A sua vida, de repente interrompida, tocou a todos os que partilharam com ela momentos de trabalho e alegria, sorrisos, dificuldades… Tantos anos de convívio, tantos trabalhos realizados em conjunto… sempre contando com o seu empenho, a sua competência , a sua boa disposição. Mas, como disse a filha Clara na hora da despedida, nós vamos lutar. Para que o desânimo não nos vença, a lembrança dela há-de acompanhar-nos.

O grupo de Professores de Inglês e Alemão

A nossa Graça. A amiga, a colega, a companheira do nosso grupo. O grupo ao qual me sinto ainda pertencer compartilhando, embora longe fisicamente, as alegrias e tristezas. Mal conseguia acreditar no que ouvia quando me contaram da sua partida inesperada para o Porto mas tive esperança na recuperação e de voltar a vê-la bem disposta numa das mi-

NÃO SEI... Não sei... se a vida é curta... Não sei... Não sei... se a vida é curta ou longa demais para nós.

nhas visitas. De ouvi-la dizer, quando entrasse na sala dos professores "Ach, die Loreto!". Depois os braços caíram sem força para segurar a mágoa e o olhar, molhado, vagueou na estrada da saudade. Tantas recordações, quantos momentos de boa disposição a preparar esta ou aquela actividade, quantos momentos de stress para organizar exposições, fazer testes, preparar aulas, assistir a reuniões, quanta satisfação pelos sucessos ou apreensão pelos resultados menos bons, quantos risos nos nossos almoços, lanches ou simplesmente no intervalo do café mesmo a correr entre uma aula e outra. Foram anos de partilha e amizade que passaram

Mas sei que nada do que vivemos tem sentido, se não tocarmos o coração das pessoas Muitas vezes basta ser: colo que acolhe, braço que envolve, palavra que conforta, silêncio que respeita, alegria que contagia, lágrima que corre, olhar que sacia, amor que promove.

muito depressa. E agora só a consolação de ter valido a pena conhecer esta amiga. É muito duro perder um amigo e a vida é realmente muito curta.

"Há em todas as canções do vento, um grito, um lamento de anjos que partiram para sempre, deixando amargas liras e a saudade de te ver ainda, num século de doces tardes."

José Agostinho Baptista Maria do Loreto Ferreira Neto Professora de Inglês e Alemão, Ap.

E isso não é coisa de outro mundo: é o que dá sentido à vida. É o que faz com que ela não seja nem curta, nem longa demais, mas que seja intensa, verdadeira e pura... enquanto durar. Ao lembrar a Graça Freitas, pensei neste poema de Cora Coralina. Vi-a pela primeira vez aluna, na minha turma de estágio em 1973/74, era ela finalista. Anos depois, passámos a conviver no mesmo grupo de professores e era já eu que aprendia com ela… A sua presença, discreta e segura, disponível e afável, o seu humor, a sua força de ânimo, fazem-me falta.

Maria Emília Homem da Costa Profª de Inglês e Alemão


Marta Nascimento Uma geógrafa Madeirense

Morena, de pequena estatura, cabelos castanhos, sorriso fácil, assim se poderia descrever a nossa Marta. Sem ser exuberante, conquistava pela sua serena simpatia, incapaz de palavras menos correctas com quem quer que fosse. Fumando o seu cigarrito era uma boa ouvinte! Acompanhada pela sua mãe, a Sr.ª D. Dulce, foi viajando e acumulando experiências. Sorrindo, nas suas conversas, contava pormenores interessantes dessas experiências, aqueles que, sem saber por quê, retemos, para além das lembranças de recantos visitados. Marta Maria da Silva Nascimento nasceu a 28

Foi colega de muitos nos bancos do Liceu, Orientadora de

de Julho de 1946, na freguesia do Monte, conce-

Estágio de muitos Geógrafos na Madeira, nossa Delegada ao

lho do Funchal.

Conselho Pedagógico, nossa Colega de Grupo e, sobretudo,

Iniciou o seu percurso profissional como professora do 1º Ciclo do Ensino Básico, a 1 de Julho de 1971. Sete anos depois, concluiu a licenciatura em

uma Amiga! Como Orientadora de Estágio calcorreou a Ilha até ao

Geografia, tendo efectuado o estágio pedagógico

Porto Moniz… até onde o dever a chamava. A família

na Escola Secundária Jaime Moniz no ano

madeirense de Geógrafos conhece-a bem.

seguinte.

A doença traiçoeira chegou e enredou-a, na sua vulnerabi-

A Drª Marta Nascimento passou a pertencer ao Quadro de Nomeação Definitiva da nossa Escola em 1980. Ainda que tenha sido requisitada pela Escola Superior de Educação, no período compreendido entre 1986/1988 e tenha sido destacada para a Escola Secundária Dr. Ângelo Augusto da

lidade, adensando-se cada vez mais. A Marta descobriu que afinal tinha uma grande Família no Liceu Jaime Moniz que, quando mais precisou, mostrou o Mundo dos Afectos que ela construíra na Comunidade de que fazia parte. Nomes? Para quê? Ela sabe como tudo aconteceu. A ver-

orientadora

dade é que, os que puderam, prestaram-lhe as suas últimas

pedagógica, foi a este estabelecimento de ensino

homenagens e foram dizer-lhe: ATÉ SEMPRE MARTA! Lá

que a Drª Marta Nascimento dedicou a quase

nos encontraremos!

Silva,

entre

1988/1990,

como

totalidade dos vinte e oito anos da sua vida profissional. Equipa Editorial

Maria José Soares - Grupo 420


Poesia - Português.com

Adeus Aos meus companheiros do Lyceu Nacional do Funchal Ai! Adeus companheiros que eu parto, Vou pr’a sempre estas aulas deixar, Vou do mundo no triste penar Nutrir mágoas, saudades e dor! Já lá vai essa infância ditosa Esses tempos de eterna ventura! Como o Inverno lá mirra a verdura Vai a ausência meu peito transpor. Minha infância, tão rica de encantos Co’as esp’ranças a vejo esvahir; E quem sabe que negro porvir D’amanhã pode a aurora trazer?! Tudo é luto, tristeza, saudade Desses tempos de estudo, de amores! Como o bosque sem relva, sem flores, O meu peito vai triste sofrer. E quem sabe se irado o destino Só tormento a meus olhos vá abrir; E não vejo só encantos sorrir Como então entre nós desfrutei! Oh quem sabe que horrível tormento Há de envolta no peito açoitar E não deixei os prazeres libar Que outrora na infância gozei? Mas que importa se n’alma conserve A saudade, do pobre o alento, Se depois de amargura e tormento Virão dias de amor e prazer! Adeus, pois, que me resta no peito “Uma esp’rança que est’alma alimenta” Que do mundo na triste tormenta Há sempre a meu lado jazer! Ai adeus! Bela infância de encantos, Companheiros, colegas, amigos, Que em meu peito, em todos os pr’igos Terei sempre a amizade devida! Ai! Adeus! Eu vos deixo e p´ra sempre E da ausência já sinto amargura! Nutrir mágoas sem luz sem ventura Vou no oceano revolto da vida! In: O Recreio, 10/10/1863

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O espaço do Nosso / Vosso descontentamento!

Prémio Nobel começando pelo princípio. No que diz respeiro ao aquecimento global, em vez de falar há que agir! Albert Arnold Gore Jr, nasceu em Washington a 31 de Março de 1948. Foi vice presidente durante a administração Bill Clinton, entre 1993 e 2001. Como vice presidente, e nós sabemos que quem faz alguma coisa para combater o aquecimento global são os políticos, Al Gore fez NADA. Limitou-se a escrever um livro intitulado, A Terra em Balanço: Ecologia e Espirito Humano (Augustus, 1993, 452 páginas). Diria que Al Gore nunca mais terá uma oportunidade tão ímpar para que fizesse alguma coisa prática e útil em benefício da humanidade. Em 2000, concorreu à presidência dos Estados Unidos e perdeu uma eleição marcada pela polémica dos votos, para George W, Bush. Em 2006, lançou «Uma verdade Inconveniente», documentário sobre as mudanças climáticas, mais especificamente sobre o aquecimento Global. Como todos as pessoas se devem ter apercebido, Al Gore, como não é cientista, limitou-se a divulgar dados de cienEu sempre pensei que os prémios Nobel eram atribuídos a pes-

tistas que estudam o caso já há alguns anos: Não só divulgou os

soas que se destacavam, pela positiva, com contributos para a

dados, como resolveu interpretar e relacionar os dados. Como não

humanidade. Alfred Bernhard Nobel, químico e inventor sueco, que

é cientista, meteu os pés pelas mãos, tirando conclusões erradas,

estudou na Rússia e mais tarde visitou vários países para ganhar

incluindo a leitura de gráficos que ele apresenta! A próxima vez que

mais experiência. Morreu em San Remo e no seu testamento havia

vir o documentário, não se limite a ouvir, passe a ver os dados de

uma indicação para criar uma fundação que premiasse anualmente

uma forma crítica. Depois disso concluirá que o filme em causa não

as pessoas que mais tivessem contribuído para o desenvolvimento

é um documentário mas sim propaganda!

da Humanidade. Em 1900 foi criada a Fundação Nobel que atribuía

Em 2007 Al Gore recebeu o prémio Nobel da Paz, junto com o

cinco prémios em áreas distintas: Química; Física, Medicina,

Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas da ONU,

Literatura, atribuídos por especialistas suecos e Paz Mundial,

"pelos seus esforços na construção e disseminação de maior co-

atribuído por uma comissão do parlamento norueguês (já começo a

nhecimento sobre as alterações climáticas induzidas pelo homem e

perceber por que razão Al Gore ganhou prémio Nobel da Paz...). Em

por lançar as bases necessárias para inverter tais alterações".

1969 foi criado um novo prémio na área da Economia, financiado

Recebeu ainda o Prémio Príncipe de Astúrias de la Concordia de

pelo Banco da Suécia, o prémio de Ciências Económicas em

2007, galardão concedido pela Fundación Príncipe de Astúrias, na

memória de Alfred Nobel.

cidade de Oviedo (Espanha). Em Fevereiro de 2007, Al Gore e o

Vamos tentar perceber o que foi que Al Gore fez para merecer o

presidente da empresa Virgin, Richard Branson, lançaram uma com-


Dixit petição que dará 25 milhões de dólares para o cientista que apresentar a melhor proposta para 'limpar o ar' do planeta, ou seja, diminuir as quantidades de dióxido de carbono na atmosfera. Al Gore foi o primeiro a fazer um filme sobre o aquecimento global? A resposta, para quem não conhece, é NÃO! Al Gore não fez nada de novo, como também não trouxe valor acrescentado à Ciência nem à Política, no que diz respeito à mudança de atitude dos governantes! Al Gore ficou popular pelo filme que fez porque as pessoas encararam o filme como uma forma de desmascarar George W. Bush e esqueceram que era muito difícil fazer pior do que o George W. Bush faz! Se Al Gore está mesmo preocupado com o Aquecimento Global, porque razão se desloca quase e exclusivamente em jacto privado e em carros topo de gama, mesmo que considerados “ecológicos”? Por que razão a sua mansão é das casas que mais energia gasta na zona? Então quem, primeiro que Al Gore, fez documentários sobre o aquecimento global alertando os políticos e as população em geral?

Posso começar por David Attenborough, quem não o conhece dos documentários sobre a natureza? Sir David Frederick Attenborough, nasceu em Londres, no dia 08 de Maio de 1926. É um dos apresentadores e naturalistas mais conhecidos do Mundo. Fez inúmeros trabalhos para a rede de TV BBC. Após passar três anos a escrever livros científicos para crianças cegas, Attenborough foi trabalhar para BBC em 1952. Como um dos administradores da BBC achou que Attenborough tinha os dentes muito grandes para aparecer frente a uma câmara, Attenborough foi trabalhar para o Departamento de Falas e foi responsável pela transmissão de programas não fictícios. Um dos seus primeiros projectos foi um concurso de perguntas onde as pessoas diziam que era Animal, Vegetal ou Mineral. Entre 1965 e 1969, Attenborough foi director da BBC2. Durante esse tempo foram exibidos programas como: Match of the Day, Civilisation, The Ascent of Man, The Likely Lads, Not Only… But

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Also, Man Alive, Masterclass, The Old Grey Whistle Test e The Money Programme. Essa diversidade de programas reflecte o pensamento de Attenborough que a programação da BBC 2 deve ser a mais variada possível. Em 1967, sob seu comando, a BBC 2 foi o primeiro canal de tv no Reino Unido a transmitir a cores. Entre 1969 e 1972 foi director de programação da BBC 1 e da BBC 2 e depois director geral da BBC. Em 1972 renunciou ao cargo e voltou a fazer os seus documentários. A principal série sobre a vida no planeta foi a trilogia formada por: Life on Earth (1979), The Living Planet (1984) e The Trials of Life (1990). Esses examinam, respectivamente, a taxonomia, a ecologia e os estágios da vida. Em adição a essa trilogia, Sir David escreveu e apresentou documentários mais especializados, incluindo: Life in the Freezer (1993), The Private Life of Plants (1995), The Life of Birds (1998), The Life of Mammals (2002) e a mais recente, Life in the Undergrowth (2005). O documentário “Lost Words, Vanished Lives” (1989) mostra a sua paixão por fósseis e o documentário “State of the Planet” (2000) analisava a crise ambiental que ameaça a ecologia da Terra. Ele também narrou duas séries importantes: The Blue Planet (2001) e Planet Earth (2006). Este é o primeiro documentário sobre a história natural produzida no formato high-defini-

tion. Em uma entrevista à revista BBC Wildlife no início do mês de Novembro de 2005, Attenborough disse que tinha começado a trabalhar numa série sobre répteis e anfíbios intitulada Life in Cold Blood. E disse também que esperava que esse fosse seu último trabalho, porém em outra entrevista para a Radio Times, Attenborough disse que pretendia fazer outros pequenos programas após a conclusão de “Life in Cold Blood”, que está previsto para 2008. Como podemos constatar, a quantidade e qualidade dos trabalhos de Attenborough não tem nada a ver com Al Gore. Além disso Attenborough, em 2000 já tinha feito um documentário sobre o estado da Terra, ou seja, sobre aquecimento global, não porque tivesse perdido eleições, mas porque se preocupa realmente com a vida na Terra, independente de essa vida ser o Homem ou outro ser vivo, ou seja, pelo mundo natural. Também chamo a vossa atenção para o grupo de pessoas anónimas, que são presas por alertar os políticos e a população mundial para o assassinato que o Homem comete conta a natureza, incluindo ele próprio. Estou a referir-me ao Greenpeace! Será que Al Gore fez alguma coisa mais importante do que estes dois exemplos referidos anteriormente?

António Freitas - Grupo 520


Dixit

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Perdidos & Achados Procura-se e dão-se alvíssaras! Não à senhora da pintura, mas pela obra que acima pode ser observada! Este trabalho fazia parte de uma série de trabalhos elaborados no “Dia da da Escola Saudável”- 2007 e foi visto pela última vez, no espaço de exposições da Escola, junto ao Largo do Museu, onde se encontrava exposto. Aquando da desmontagem da exposição perdeu-se-lhe o rasto, e quando se quis mostrá-lo no programa da RTP Madeira, Atlântida, constatou-se que não se encontrava junto com os restantes trabalhos que fazem parte da colecção da nossa Escola. Como devem calcular, não está em causa o preço do trabalho em sí, contudo, o mesmo faz parte de um espólio que se tem tentado construir ao longo dos últimos anos e, como devem entender, tem e terá um grande valor afectivo e será no futuro ilustrativo do trabalho desenvolvido na nossa Escola, sobretudo, ao nível das Artes. Após ter falado com algumas pessoas, na tentativa de descobrir a localização da nossa “cantora de jazz”, chegámos à conclusão que durante a desmontagem da exposição em que se encontrava inserido, o quadro deve talvez ter ficado esquecido no chão junto à parede de onde foi retirado e de onde alguém, carinhosamente, o terá recolhido e lhe terá dado um destino bem mais agradável que o do caixote do lixo. Pede-se, encarecidamente, a quem saiba do seu paradeiro, o favor de informar a Direcção da Escola ou qualquer elemento do Grupo 600 - Artes.

José António Gouveia - Grupo 600


Problemas:

Relógio Comprei dois relógios, um caro e um barato. O caro custou 200 euros mais do que o barato. No conjunto paguei 220 euros. Quanto custou o relógio barato? Cubos Dispõe de 62 blocos cúbicos iguais. Quantos cubos deve descartar para poder construir a maior forma cúbica com os restantes sem lhe sobrar nenhum? Saldos Na minha loja preferida estão a oferecer um desconto de 5% a quem pagar em dinheiro (é o meu caso), 10% a clientes habituais (é o meu caso também) e 20% por estarmos em tempo de saldos. Por que ordem devo aplicar os três descontos a que tenho direito para economizar o máximo possível? Netos A diferença das idades de dois dos meus três netos é 3. O meu neto mais velho é três vezes mais velho que o neto mais novo e a idade do mais velho é dois anos superior à soma das idades dos meus outros dois netos. Que idade têm os meus três netos? Máquinas Uma fábrica produz máquinas, mas nem sempre de boa qualidade. Numa amostra de 16 havia 5 defeituosas. Mais tarde numa amostra de 81 foram encontradas 25 com defeito. Será que houve melhoria depois do primeiro teste? Ângulo As linhas AB e BC são diagonais de duas faces de um cubo. Quantos graus mede o ângulo ABC?


e banana = 9 cêntimos.

nal, a linha AC, nasce um triângulo equilátero. Números Consecutivos: 18, 17, 16, 15 e 14. Fruta: Maçã = 7 cêntimos

Máquinas: Sim, mas pequena. De 5/16 para 25/81 Ângulo: A resposta correcta é 60º. Se traçar uma terceira diago-

retiramos 35. 62-27=35 Saldos: É indiferente. Por qualquer ordem o desconto será de 86,5% Netos: 5, 8 e 15 anos.

não 200. Cubos: 35 cubos. Temos como cubos perfeitos os números 8, 27, 64, … . Como temos de ficar com 27 cubos,

Relógio: 10 euros. A resposta 20 euros é tentadora, mas não é correcta porque a diferença entre 200 e 20 é 180 e

Passatempos 70 / 71

Números Consecutivos

Os pontos de interrogação representam números inteiros consecutivos.

Somando:

os números no triângulo obtemos 35;

os números no quadrado obtemos 29;

Que números representam os pontos de interrogação?

Fruta

Se 6 maçãs e 4 bananas custam 78 cêntimos e 7 maçãs e 9 bananas custam 130 cên-

timos.

Quanto custa cada maçã e cada banana?


Se

gosta

de

resolver

desafios

provavelmente já se deve ter cruzado com este quebra-cabeças clássico, desenhado por Pat Patterson e patenteado pela Elliott Company de Toronto em 1968.

O passatempo consiste em separar a imagem em três partes, recortando a imagem seguindo as guias horizontal e vertical, e trocando as de cima. Siga o esquema ao lado.

Esta troca fará com que apareçam 14 ou 15 duendes. Surge então um paradoxo. Um dos duendes desaparece! Qual deles? Onde se meteu? Como aparece e desaparece? Se aprecia a resolução de um bom desafio não continue a ler, pois desvendaremos o mistério. Continua a ler! Não prefere parar e exercitar a sua mente? A melhor forma de explicar este paradoxo é desenhar os 14 duendes numa cartolina alinhados do seguinte modo e recortar horizontalmente, como na imagem anexa. Depois deslizar a parte inferior do cartão para a direita, como mostra a figura, e aparecem 15 duendes.

O que se passou? Não aparece nem desaparece nenhum duende, o que muda é a altura destes, na imagem com 15 duendes, estes são 1/15 mais baixos que na imagem com 14 duendes, nada mais é do que uma redistribuição de alturas. Para melhor compreensão analise as imagens seguintes

Na Internet podemos encontrar na página http://www.esas.pt/dm/passatempos.htm uma versão moderna deste desafio que consiste em separar a imagem de 13 pessoas.

Bons Desafios!!!


Passatempos

Resolva cada um dos sudoku's que apresentamos, um de nível Fácil, outro Médio e para os mais experientes um de nível Difícil. Divirta-se, exercitando a mente. Regra: Complete a grelha de modo a que cada linha, cada coluna e cada bloco incluam os números de 1 a 9, sem repetições.

Para quem preferir jogar on-line poderá fazê-lo num dos seguintes endereços: http://sudoku.mundopt.com/sudoku-media.php http://www.websudoku.com/ http://sudoku.hex.com.br/ http://sudoku.com.au/

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A argumentação de um português que foi apanhado a 250

a piremria e útmlia Lteras etejasm

Km/h numa estrada onde o limite era de 70!

no lgaur crteo. O rseto pdoe ser uma bçguana ttaol, que vcoê

Sr. Dr. Juiz,

anida pdoe ler sem pobrlmea.

Confirmo que vi na estrada a marca 70 em números ne-

Itso é poqrue nós não lmeos

gros inscritos num círculo vermelho, sem qualquer infor-

cdaa ltera isladoa, mas a plravaa

mação de unidades.

cmoo um tdoo.

Ora como sabe, a Lei de 4 de Julho de 1837 torna obrigatório em Portugal o Sistema Métrico, e o Decreto 65-

Fixe seus olhos no texto abaixo e deixe que a sua mente

501 de 3 de Maio de 1961, modificado de acordo com as

leia correctamente o que está escrito.

directivas europeias, define, COMO UNIDADE DE BASE LEGAL, as unidades do Sistema Internacional, S.I. .

35T3 P3QU3N0 T3XTO 53RV3 4P3N45 P4R4 M05TR4R

Poderá confirmar tudo isso no site do Governo.

COMO NO554 C4B3Ç4 CONS3GU3 F4Z3R CO1545

Ora, no SI, a unidade de comprimento é o " Metro", e a

1MPR3551ON4ANT35! R3P4R3 N155O! NO COM3ÇO

unidade de Tempo é o " Segundo". Torna-se, portanto, evi-

35T4V4 M310 COMPL1C4DO, M45 N3ST4 L1NH4 SU4

dente que a unidade de Velocidade é o " Metro por

M3NT3

Segundo". Não me passaria pela cabeça que o Ministério

4UTOM4T1C4M3NT3, S3M PR3C1S4R P3N54R MU1TO,

aplicasse uma unidade diferente.

C3RTO? POD3 F1C4R B3M ORGULHO5O D155O! SU4

Assim sendo, os 70 Metros por Segundo correspondem

C4P4C1D4D3 M3R3C3! P4R4BÉN5!

V41

D3C1FR4NDO

O

CÓD1GO

QU453

exactamente a 252 Km/h. Ora a Polícia afirma que me cronometrou a 250 Km/h o

O salário-mínimo

que eu não contesto.

deveria chamar-se

Circulava, portanto , 2 Km/h abaixo do limite permitido.

gorjeta máxima.

Esperando a aceitação dos meus argumentos, de Va. Exa...

Às vezes é melhor ficar quieto e deixares que pensem

No meio do deserto um excêntrico, num veleiro, diz ao

que és um idiota

funcionário:

do que abrires a boca

-Zé manda ligar a água!

e não deixares qualquer dúvida...

Responde o funcionário surpreendido: -Senhor não encontro a torneira!

A imagem seguinte de um disco duro da IBM: “In September 1956 IBM launched the 305 RAMAC, the

Uma empresa de telecomunicação anuncia: -Este ano não é preciso ser camelo para ver o rally , basta usar o nosso portal online ! Uma voz a cair no deserto grita! -Este ano nem os camelos vêm... O NOSSO CÉREBRO... O nosso cérebro é fascinante!!! De aorcdo com uma peqsiusa de uma uinrvesriddae ignlsea, não ipomtra em qaul odrem as Lteras de uma plravaa etãso, a úncia csioa iprotmatne é que

first computer with a hard disk drive (HDD)“.


Passatempos - Não Esquecer

Não se pode esquecer... Exactamente como foi previsto há cerca de 60 anos: É uma questão de História lembrar que quando o Supremo Comandante das Forças aliadas, General Dwight D. Eisenhower encontrou as vítimas dos campos de concentração, ordenou que fosse feito o maior número possível de fotos, e fez com que os alemães das cidades vizinhas fossem guiados até aqueles campos e até mesmo enterrassem os mortos. E o motivo, ele assim explanou: " Que se tenha o máximo de documentação – façam filmes – gravem testemunhos – porque, em algum ponto ao longo da história, algum bastardo se erguerá e dirá que isto nunca aconteceu". "Tudo o que é necessário para o triunfo do mal é que os homens de bem nada façam". (Edmund Burke) Esta semana, o Reino Unido removeu o Holocausto dos seus currículos escolares porque "ofendia" a população muçulmana, que afirma que o Holocausto nunca aconteceu... Este é um presságio assustador sobre o medo que está atingindo o mundo, e o quão facilmente cada país está se deixando levar. Estamos há mais de 60 anos do término da Segunda Guerra Mundial. Escrevo isto aqui, não para rir mas em memória dos 6 milhões de judeus, 20 milhões de russos, 10 milhões de cristãos e 1900 padres católicos que foram assassinados, massacrados, violentados, queimados, mortos de fome e humilhados, enquanto a Alemanha e a Rússia olhavam em outras direcções. Agora, mais do que nunca, com o Irão, entre outros, sustentando que o "Holocausto é um mito", torna-se imperativo fazer com que o mundo jamais esqueça.

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Leonor Neves

03/03/08 (2.ª feira)

04/03/07 (3.ª feira) 10H00

MANHÃ

“RTX 78-24” de António Gedeão (adaptação) ES Jaime Moniz 11H45 “Ser e parecer” de Sofia de M. Breyner (adaptação do conto “A Gata Borralheira”) Escola BS Dr. Ângelo Augusto da Silva

05/03/08 (4.ª feira)

06/03/08 (5.ª feira)

10H00

10H00

“Histórias Impossíveis” de Ron Butlin (adaptação) ES Francisco Franco 11H45 “Antes de começar” de Almada Negreiros (excertos) - DRQP “Línguas de Trapo-O regresso” de Grupo de Teatro Juvenil do GCEA

“MSN (Memórias só nossas)” 10H00 de Grupo de Teatro “Flores de Maio” “Amor de Dom Perlimplim Associação Grupo Cultural com Belisa em seu jardim” “Flores de Maio” de Federico Garcia Lorca 11H45 “A invenção do Amor” de Daniel Filipe Conservatório - Escola Profissional das Artes 14H00

TARDE

20H30 CERIMÓNIA DE ABERTURA “Memórias do Funchal” (Entrada Principal) Jaime Moniz

14H00

14H00

“Educação.mp3” de Manuel “Doce Vida” de Grupo Duarte Silva Ferreira TeatroZarco Escola BS Bispo D. Manuel Escola BS Gonçalves Zarco Ferreira Cabral 17H00 “A Fada Oriana”de Sophia de Mello Breyner EBS de Machico

16H30 “Medeia” de Eurípedes (adaptação) Escola BS da Ponta do Sol

07/03/08 (6.ª feira)

“Velhos? Quem? Não!” do Grupo de Teatro da APEL - Escola da APEL 15H30

Direcção Regional de Educação Especial e Reabilitação - DAC

15H00

ESPECTÁCULO DE ENCERRAMENTO

17H00

Entrega de Prémios Actuação do Clube de Dança e do Projecto de Actividades Rítmicas e Expressivas

“A Xavelha do Purgatório” de José Bernardino G. Corte EBS Padre Manuel Álvares

(Entrada Principal) Jaime Moniz

“Amigos?!” (Projecto ESA) Escola BS da Calheta

Nota: As turmas devem ser acompanhadas pelos respectivos professores. Os espectáculos têm de iniciar-se impreterivelmente à hora indicada.


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