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Editorial: A perspetiva da aceitação, ou a aceitação da perspetiva?
Luís Barroca Monteiro
Editor e CEO Finy Ventures
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A perspetiva da aceitação, ou a aceitação da perspetiva?
Foi até à última da hora (peço desculpa à equipa de edição) que retive a escrita deste editorial. Porquê? Porque queria mesmo partilhar consigo aquilo que me vai na alma quando me deparo com os vários desafios e conquistas no Mundo em que vivemos, “neste Mundo” em que vivemos. Queria mesmo conseguir nestas breves palavras partilhar consigo a forma como encaro a vida, fruto naturalmente da minha vivência, da minha experiência pessoal, profissional, científica e emocional. Quem priva comigo sabe que de mim vai esperar aceitação. Aceitação sobre a decisão dos nossos atos, aceitação sobre o resultado desses mesmos atos. Sabe que vai sentir e experienciar em mim uma aceitação sobre as diferenças inerentes a cada um de nós, sobre as decisões tomadas pelos outros, certas ou erradas, à luz do meu discernimento, que não tem que ser o correto. É apenas o meu. Acredito piamente que quando estamos neste estágio, estamos mais disponíveis e recetivos para perceber o próximo e para aprender com as suas virtudes, mas também com os seus erros, ou mesmo com as suas decisões, que não têm necessariamente que ser “em linha” com as nossas.Aceito as minhas virtudes, aceito as minhas falhas, tal como aceito as do meu semelhante. Aceito os resultados, como aceito as consequências dos atos.
Curioso foi para mim refletir sobre este estado, com este ano cujo fim se aproxima, num paralelo com a forma como me encaro e como encaro o Mundo que me rodeia. Enquanto seres humanos, temos uma gigante dificuldade em avaliar o Mundo que nos rodeia com a devida perspetiva. Estamos frequentemente centrados no nosso ego, nas nossas certezas, no nosso egoísmo. 2020 ficará marcado por ter vergado a humanidade por um vírus invisível, tal como já foi vergada em tempos passados e será certamente vergada em tempos futuros. Fomos forçados a ver e sentir o seu efeito, mas não conseguimos ter a perspetiva de um vírus maior que está a vergar o Mundo em que vivemos. O ser humano tem uma enorme dificuldade em aceitar o papel no Mundo em que vive, tirando por norma, em excesso e para seu próprio proveito, em detrimento do bem estar comum, benefícios que na perspetiva da evolução da Terra não são nada. Mas sinto nas várias reuniões e partilhas com empreendedores de diversos setores de atividade, de todo o Mundo, que há cada vez mais pessoas com uma forma de estar na vida e nos negócios diferente. Com uma preocupação com o próximo, numa busca por um ideal de sustentabilidade, que não aceita nem se conforma com o não existirem soluções atuais para problemas do passado. E é tão revigorante sentir isto! Todos sem exceção somos parte integrante desta evolução, que é muito maior do que qualquer uma das nossas conquistas. 2020 está a chegar ao fim. Para uns, um ano perdido, para outros demorou tempo demais a passar. Dizem os entendidos que “viajamos” neste astro à velocidade de cerca de 108 mil kms / hora para completar os 365 dias, ou que a cada dia viajámos a cerca de 1.656 kms / hora. Consegue sentir isto? Perceber isto? Aceitar isto?
The acceptance perspective, or the acceptance of the perspective?
It was until the last minute (I apologize to the editing team) that I retained the writing of this editorial. Why? Because I really wanted to share with you what goes on in my soul when I face the various challenges and achievements in the World in which we live, “in this World” in which we live. I really wanted to be able, in these brief words, to share with you the way I face life, naturally the result of my experience, my personal, professional, scientific, and emotional experience. Whoever deprives with me, knows that from me will expect acceptance. Acceptance of the decision of our acts, acceptance on the result of those same acts. You know that you will feel and experience in me an acceptance of the differences inherent in each of us, about the decisions made by others, right or wrong, in the light of my discernment, which does not have to be the right one. It’s just mine. I truly believe that when we are in this stage, we are more available and receptive to perceive others and to learn from their virtues, but also their mistakes, or even with their decisions, which do not necessarily have to be “in line” with ours.
It was curious for me to reflect on this state, with this year whose end is approaching, in parallel with the way I see myself and the world around me. As human beings, we have a huge difficulty in evaluating the world that surrounds us with the proper perspective. We are often centered on our ego, our certainties, our selfishness. 2020 will be marked by having bent mankind by an invisible virus, as it has been bent in the past and will certainly be bent in the future. We were forced to see and feel its effect, but we were unable to have the perspective of a bigger virus that is taking over the world in which we live. The human being has enormous difficulty in accepting the role in the World in which he lives, taking as a rule, in excess, and for his own benefit, to the detriment of the common welfare, benefits that in the perspective of the Earth’s evolution are nothing. But I feel in the various meetings and shares with entrepreneurs from different sectors of activity, from all over the world, that there are more and more people with a different way of being in life and in business. With a concern for others, in a search for an ideal of sustainability, which does not accept or conform to the lack of current solutions to problems of the past. And it is so refreshing to feel this! All of us without exception are an integral part of this evolution, which is much greater than any of our achievements. 2020 is coming to an end. For some, a lost year, for others it took too long to pass. The experts say that we “traveled” on this star at a speed of about 108 thousand km / hour to complete the 365 days, or that each day we traveled at around 1,656 km / hour. Can you feel it? Realize this? Accept this?