7 minute read
Bazaar
On the banana route
Advertisement
Ponta do Sol, a privileged stage for one of the island's star plants, the banana, invites you to talk a walk along the banana plantations Palco privilegiado de uma das plantas mais emblemáticas da ilha, a bananeira, a Ponta do Sol convida a uma viagem por entre os bananais
TEXT RÚBEN CASTRO • PHOTOS MIGUEL NÓBREGA
Some fruits identify regions and cities. In Portugal, oranges are synonymous with the Algarve, cherries with Fundão and pineapple with the Azores. As for bananas? They're from Madeira, of course.
Banana trees have been planted on the island since the second half of the 16th century. In spite of that, the banana was not nearly as notorious as the other culture which took Madeira's name round the world: sugarcane. Truth be told, it was only from the 20th century onward that the farming and trading of bananas became more visible and took on a predominant role among the island's exports.
Nowadays, banana is one of the most distinctive elements of local gastronomy. The most obvious example would be the traditional scabbard served with banana. But the plant itself, the banana tree, continues to be a part of the island's landscape and there are set itineraries for those who want to explore banana plantations, all located in the municipality of Ponta do Sol.
The banana tree is a plant that must be cultivated at low altitudes, never above 200 metres high. Hence why the slopes of Madalena do Mar are a privileged stage for these plantations. It is, therefore, natural for most of these resources to have to go through the small parish of Ponta do Sol.
The first is actually called the 'Banana Route' and was created in July 2019, during
Há frutos que identificam regiões e cidades. Em Portugal, as laranjas são do Algarve. As cerejas do Fundão. O ananás dos Açores. E a banana? Da Madeira, claro.
A cultura da bananeira existe na ilha desde a segunda metade do século XVI. Apesar disso, não chegou a atingir a notoriedade de outra cultura que colocou a Madeira nas bocas do mundo: a da cana sacarina. Na verdade, só a partir do século XX é que o seu cultivo e comercialização ganharam mais expressão e assumiram um papel preponderante nos registos de exportação da ilha.
Hoje, a banana surge como um dos elementos distintivos da gastronomia local. O exemplo mais flagrante será tradicional peixe-espada com banana. Mas mesmo a planta, a bananeira, continua a marca a paisagem da ilha e até já existem itinerários preparados para quem quiser explorar e apreciar os bananais, todos no concelho da Ponta do Sol.
A bananeira é uma planta que deve ser cultivada em baixas altitudes, não acima dos 200 metros. Nesse sentido, a encosta da Madalena do Mar é palco privilegiado destas plantações. É, portanto, normal que grande parte dos percursos passe de forma obrigatória por esta pequena freguesia da Ponta do Sol.
O primeiro chama-se mesmo “Rota da Banana” e foi criado em julho de 2019, aquando da comemoração de um dos cartazes turísticos da freguesia: a Festa da Banana.
Este percurso, que começa na vereda da Vargem, tem uma extensão de quase dois quilómetros e um grau de dificuldade reduzido, não sendo necessário utilizar roupa e calçado profissional.
Ao percorrer esta vereda ladeada das tradicionais paredes de pedra, podemos observar os tradicionais canais de irrigação, também denominados levadas, usados para regar os diversos tipos de plantações ali existentes. Pode encontrar ainda habitações tradicionais, ornamentadas com flores típicas da ilha.
O segundo itinerário, o da vereda do Bacelo, inicia-se na freguesia vizinha dos Canhas, junto ao teleférico de cargas do Bacelo. O acesso é feito através de uma escadaria.
A dificuldade deste percurso é de nível médio, mas as vistas panorâmicas sobre a Madalena do Mar compensam a complexidade. Se procura a foto perfeita, é aqui que a vai encontrar, entre o contraste do verde dos bananais, do cinzento da praia de calhau e do azul do oceano atlântico. São cerca de 1.300 metros de paisagens para recordar.
Há ainda um terceiro percurso que nos permite viajar pelos bananais. Situada a
the commemorations of one of the parish's main events: the Banana Festival.
This footpath, beginning in Vereda da Vargem, comprises an extension of almost two kilometres and is accessible as it does not even require any professional clothing or footwear.
Walking along this path between traditional stone walls, one can see the traditional irrigation channels, also known as levadas, that were used to water the many types of plantations that existed there. One also finds traditional houses, decorated with typical flowers from the island.
The second itinerary, Vereda do Bacelo, starts at the neighbouring parish of Canhas, by the Bacelo cableway. It can be accessed through a stairway.
This is a path of medium difficulty but the panoramic views of Madalena do Mar are more than worth the effort. If you are looking for the perfect picture, this is where you will find it, between the contrast of the green banana trees, the grey of the pebble beach and the blue of the Atlantic Ocean. Over 1,300 metres of landscape to be remembered.
There is yet a third path that allows us to travel through the banana plantations. Located only a few kilometres off the town of Ponta do Sol, Vereda dos Fregueses Novos begins in one of the municipality's high areas, next to the small Fregueses Novos square.
Covering a distance of approximately two kilometres, this is considered to be an easy path, appropriate for people of all ages and which does not require any professional equipment.
As with the others, here you can see several banana plantations on all the different stages of growth. This is a unique opportunity to get to know the plant since it is born up until it bears fruit. But wait, there is more. Since the banana tree is a plant that can be grown constantly, you can enjoy seeing all these growth stages at any time of the year.
Vereda dos Fregueses Novos comes to na end at the town of Ponta do Sol. The arrival involves crossing a recently renovated hundred-year-old bridge which is part of a royal path – the name given to pathways built before the foundation of the Portuguese republic in 1910 – that traverses the municipality. A definite must.
With all three courses, Ponta do Sol asserts itself as a privileged stage for one of the island's most iconic plants. This may sound like an uncommon experience, but the authenticity of the footpaths that extend through the municipality allows us to discover the hidden worth of a fruit as simple as the banana. And whenever Madeiran banana is mentioned? Ponta do Sol, of course.
poucos quilómetros da vila da Ponta do Sol, a Vereda dos Fregueses Novos inicia-se numa das zonas altas do concelho, junto à praceta do Fregueses Novos.
Com uma distância de aproximadamente dois quilómetros, este é considerado um percurso fácil, adequada a pessoas de qualquer idade e não exige equipamento profissional.
Tal como nos outros, é possível observar várias plantações de banana nos mais diversos estados de maturação. Estamos perante uma oportunidade única de ficar a conhecer a planta desde que nasce até à formação do fruto. Mas as boas notícias não ficam por aqui. Visto que a bananeira é uma planta de cultivo contínuo, é possível apreciar todas estas etapas em qualquer altura do ano.
A vereda dos Fregueses Novos termina na vila da Ponta do Sol. A chegada faz-se através de uma ponte secular, recentemente qualificada, que integra o antigo caminho real – nome das vias terrestres construídas antes da implantação da república, que em Portugal aconteceu em 1910 – que atravessa o concelho. A não perder.
Com os três percursos, a Ponta do Sol assume-se como um palco privilegiado de uma das plantas mais emblemáticas da ilha. Esta é uma poderá parecer uma experiência incomum, mas a autenticidade dos caminhos que percorrem o concelho permite-nos descobrir o valor escondido de um fruto tão simples como a banana. E quando se fala de banana na Madeira? Ponta do Sol, claro.