O checklist de uma floresta plantada - OpCP54

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Opiniões

melhoramento

a garantia da conservação genética Os programas de melhoramento genético buscam genótipos (clones ou sementes) que gerem plantios comerciais uniformes e produtivos para fornecimento de matéria-prima. No entanto reduzem a variabilidade/diversidade genética com o avanço das gerações de melhoramentos, o que, operacional e economicamente, é facilmente justificado. Porém amplia o risco de vulnerabilidade às condições estressantes que serão agravadas com as mudanças climáticas, pois aumentam o estresse abiótico e alteram a intensidade de ocorrência dos estresses bióticos. Não é comumente abordado, mas também existem efeitos devastadores na base genética das espécies vegetais devido às ações antrópicas, que podem ter as mais diversas motivações. A conservação é uma preocupação mundial, provavelmente o melhor exemplo seja a construção e a manutenção do acervo do banco de sementes de espécies cultivadas em Svalbard, na Noruega, o maior e mais completo do mundo, que é apoiado pela FAO. Mas por que devemos fazer a manutenção da base genética no setor florestal? Como justificar o investimento? Como realizar a conservação? A diversidade genética é importante por diversos motivos e é fundamental para alcançar as metas do setor produtivo, independente da espécie, pois permite: 1) gerar ganhos genéticos; 2) atenuar os impactos dos estresses; 3) melhorar a qualidade da matéria-prima; e 4) manter espécies perdidas nos centros de origem/diversidade.

fenotípica é herdável, ou seja, será transmitida para a próxima geração. Deve-se destacar que a produtividade é uma característica com muitos genes envolvidos e também que existe grande quantidade de espécies florestais com as quais podemos trabalhar, sendo que algumas têm ampla diversidade dentro da própria espécie. No caso do setor florestal, o aumento da produtividade pode ser obtido pelo aumento do incremento médio e também pelo aumento da tolerância ou da qualidade da madeira. Atenuar os impactos dos estresses: atualmente, o setor florestal está se deparando com diversos desafios, como secas mais prolongadas, distúrbio fisiológico, “novas” pragas/doenças, etc. Quais serão os desafios do futuro? Não é possível prever, mas, com certeza, ocorrerão. Um “exercício” fácil de ser realizado é voltar no tempo e pensar em dois ou três ciclos de eucalipto atrás (de 15 a 20 anos) e responder algumas perguntas: 1. Quais eram os estresses que ocorriam? 2. Alguém conhecia o percevejo bronzeado (Thaumastocoris peregrinus), a vespa-da-galha (Leptocybe invasa), o psilídeo de concha (Glycaspis brimblecombei), talvez o Gonipterus spp?

A diversidade genética é importante por diversos motivos e é fundamental para alcançar as metas do setor produtivo, independente da espécie, pois permite: 1) gerar ganhos genéticos; 2) atenuar os impactos dos estresses; 3) melhorar a qualidade da matéria-prima; e 4) manter espécies perdidas nos centros de origem/diversidade. "

Paulo Henrique Müller da Silva Pesquisador do IPEF

A conservação genética é parte estratégica para garantir a segurança das culturas agrícolas e florestais cultivadas, lembrando que os cultivos são dinâmicos, e acontecem mudanças ao logo do tempo. Ganhos genéticos: é o aumento da produtividade, sendo a meta de todos os programas de melhoramento. Para isso, é necessária a realização da seleção e da recombinação dos genótipos. O ganho será diretamente relacionado à variabilidade genética existente na população trabalhada, pois apenas uma fração da variação

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