O checklist de uma floresta plantada - OpCP54

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gêneros e espécies

a espécie adequada A seleção de espécies para plantações florestais com finalidade econômica é uma etapa fundamental para o sucesso da atividade, uma vez que são muitos fatores a serem analisados na concepção do plantio, desde as premissas econômicas que definem os produtos que se desejam produzir (lenha, carvão, energia, painéis, madeira de serraria e laminação, óleos essenciais, sementes, resinas, látex, etc.), assim como escala do empreendimento, análises de mercado e logística, que são premissas importantes que devem ser exaustivamente testadas e analisadas paralelamente às análises técnicas, de forma a elaborar um projeto robusto e o mais realista possível, minimizando os riscos da atividade florestal, que tem como característica principal o prazo de maturação dos investimentos. As análises técnicas levarão em consideração os produtos e o mercado a ser atingido, de forma a selecionar a espécie e o material genético (quando disponível) para melhor atender à produção e ao mercado, seguindo para a fase de campo, com a análise de aptidão das áreas que se pretende plantar, avaliando as condições de fertilidade e uso do solo, topografia, bioma, clima, acesso, infraestrutura, entre outros aspectos, reunindo as informações necessárias para confirmar a viabilidade das espécies pré-selecionadas para o projeto, e buscar estimar com mais segurança o potencial de crescimento e produção das espécies naquelas condições. Com o aumento do interesse de se investir em florestas plantadas de “madeira nobre” para serraria e laminação, por parte de produtores rurais e de investidores de diversos perfis, que buscam alto retorno, no médio e longo prazo, com essa atividade popularmente batizada como “poupança verde”, aumentou, consideravelmente, a busca por novas alternativas de espécies que produzam madeira de qualidade e possuam boa aptidão silvicultural que possam ser cultivadas com relativo sucesso dentro de ciclos que variam de 15 a 30 anos.

Vale destacar que ainda é preciso reduzir a burocracia na regulamentação do cultivo de espécies nativas, que é um grande fator que limita o desenvolvimento desse setor. "

Eduardo Ciriello

Diretor da Futuro Florestal

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Essa demanda vem proporcionando a implantação de inúmeros plantios de diferentes escalas, testando diversas espécies em todas as regiões do País, ao longo dos últimos 20 anos, e se intensificando nos últimos 5 a 10 anos, apresentando resultados muito distintos entre os plantios e regiões, que comprovam a necessidade de uma boa análise preliminar do plantio ao avaliar as melhores espécies a serem plantadas e o pacote tecnológico a ser utilizado. As espécies que atualmente estão em evidência no setor são os dois mognos-africanos (K. senegalensis e K. ivorensis/grandifoliola), o cedro-australiano e a teca, entre as espécies exóticas introduzidas no País, sendo que o mogno-africano, devido ao seu grande potencial de crescimento e adaptação a diferentes condições, vem sendo o grande destaque da atualidade, com pelo menos dois grandes empreendimentos sendo implementados nos próximos anos, que podem, juntos, superar mais de 30 mil hectares de plantios projetados. Essas espécies exóticas citadas são provenientes de regiões tropicais com clima quente e úmido e são pouco ou não tolerantes a geadas e a chuvas anuais abaixo de 1.000 a 1.200 mm, com estação seca não superior a 3-4 meses, dessa forma são mais restritas ao seu cultivo em estados da região Sul e parte do Sudeste e Centro-Oeste, devido à ocorrência de geadas, e a regiões do Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste, devido a zonas de menor pluviosidade e estiagem prolongadas.


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