manejo de ervas daninhas
Opiniões
plantas daninhas em florestas plantadas As plantas daninhas apresentam alta competitividade na obtenção de nutrientes, água e luz, em função de uma série de características, entre elas velocidade e variabilidade de germinação de sementes e propágulos em vários ambientes e diferentes épocas do ano, seu porte, arquitetura, desenvolvimento radicular e eliminação de substâncias alelopáticas. Portanto, quando ocorrem no ambiente de produção florestal, interferem negativamente no desenvolvimento dos plantios comerciais. A interferência pode reduzir o crescimento em altura e diâmetro, além de comprometer a uniformidade dos estandes, acarretando perdas expressivas de produtividade. Refletir sobre um checklist para florestas plantadas no que diz respeito a manejo de plantas daninhas, nos direciona a considerar todos os fatores que interferem nas relações entre as florestas plantadas, os ambientes de produção, métodos de controle, recursos disponíveis, custos envolvidos, demandas ambientais, entre outros. Denominamos de manejo integrado de plantas daninhas, MIPD, a interação entre esses fatores na definição do processo decisório. Etapas do MIPD a. Caracterização ambiental: Nesse aspecto, é preciso entender as condições a que estão submetidas as florestas plantadas e seu entorno. O tipo de solo, sua fertilidade, além de fatores como pH, capacidade de troca catiônica e características físicas (teor de argila e matéria orgânica) influenciam na capacidade de desenvolvimento das florestas plantadas e seu fechamento. Por outro lado, de modo análogo, podem favorecer o crescimento da população de plantas daninhas. Em função das caraterísticas físico-químicas dos herbicidas, sua dinâmica e comportamento também são influenciados pelas caraterísticas físicas dos solos.
Entender o manejo e o hábito de crescimento da espécie florestal, em função das caraterísticas ambientais, é fundamental para definir uma estratégia de manejo para plantas daninhas. "
Rudolf Woch
Diretor de Inovação da Apoiotec
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A topografia da região também é fator decisivo nas determinações dos planos de controle das plantas daninhas. Regiões como as do Vale do Paraíba, em SP, e outras no Vale do Aço, em MG, não permitem operações mecanizadas em função do relevo acidentado, diferente de áreas como a costa leste do MS, onde praticamente todas as áreas são mecanizáveis. O maior fator de restrição de crescimento de plantas é a falta de água. Assim, o regime hídrico, em termos de volume e distribuição de chuvas, tem influência expressiva sobre a população de plantas daninhas e sobre o crescimento das florestas. Entender os movimentos de entrada de água no sistema de produção ao longo do ano e dos ciclos de produção pode ser um fator determinante na adoção de diferentes opções de manejo. A temperatura e fotoperíodos podem oscilar ao longo do ano e, por vezes, dentro do mesmo dia de trabalho. Com isso, há interferências importantes na germinação de banco de sementes, na capacidade de realização de fotossíntese pelas plantas e na ação de determinados herbicidas pós-emergentes. Regiões que estão mais sujeitas a ocorrência de pragas e doenças que causam desfolha, possibilitam a incidência solar nos solos e, com isso, o ressurgimento de plantas daninhas. A identificação das plantas daninhas, em termos de tipos, espécies, resistência a herbicidas, densidade populacional, estágio fenológico e porte, interfere na escolha dos métodos de controle dento do MIPD. Uma planta de regeneração do cerrado, com alto porte em períodos muito secos, precisa de operações mecânicas de controle, diferente de um banco de sementes de gramíneas em período chuvoso, que pode ser controlado com herbicidas pré-emergentes.