A produção e comercialização de biogás, bioeletricidade, carbono, açúcar e etanol

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Informe técnico

Uma tecnologia desenvolvida em usinas brasileiras, que conquista outros mercados e o exterior Os cenários das safras de cana 2021/2022 e 2022/2023, com a recuperação nos preços do açúcar e do etanol, dos eventos climáticos e atenção com o aumento nos custos, mostram três aspectos que merecem ser destacados. O primeiro aspecto é a necessidade das usinas operarem em condições bastante diversas, com variações importantes tanto na quantidade quanto na qualidade da matéria prima processada. Cada usina deve estar preparada para processar eficientemente volumes que podem oscilar 15%, absorver os impactos gerados por esta oscilação e pela variação da qualidade da cana de açúcar, tais como a previsão de uma queda no ATR para esta safra e de fatores como teor de fibra. O segundo aspecto é que a rentabilidade é afetada diretamente pelo preço relativo do açúcar, etanol e energia elétrica. Ou seja, a usina deve possuir flexibilidade e ser operada de forma eficiente em diferentes cenários de mix produtivo ao longo da safra. O terceiro aspecto é que o Brasil detém cerca de 36% do mercado internacional de açúcar e desenvolveu tecnologia própria em toda a sua cadeia produtiva, incluindo desenvolvimento de variedades, tecnologias agrícolas, industriais e de instrumentação e automação, sendo o pioneiro em introduzir soluções como a Otimização em Tempo Real (RTO), totalmente aderente com a filosofia e técnicas da Indústria 4.0. A safra de cana que está iniciando ratifica o uso da tecnologia RTO no setor bioenergético. Esta será a 15º safra que esta tecnologia está presente neste setor, que possui alta variabilidade de matéria-prima e operacional. Esta variabilidade promove o ambiente ideal para extração de todo o potencial desta ferramenta, presente em mais de 70 usinas.

COI em usina da Tereos

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Tecnologia brasileira tipo exportação Esta tecnologia, como outras desenvolvidas no seio das usinas brasileiras, já está sendo exportada para outros países, num processo que se iniciou pelas usinas latino-americanas. O que comprova a liderança brasileira não só em volume de produção, mas como polo tecnológico deste setor no cenário mundial. A tecnologia faz parte do grupo de soluções denominada de Indústria 4.0. A representação das plantas das usinas e destilarias em um modelo matemático computacional, também conhecida como gêmeo digital, foi trazida em 2007 pela empresa Soteica, que já atuava com esta tecnologia em outros setores. Sendo o software S-PAA o único RTO do mundo neste segmento. O RTO calcula em tempo real os balanços de massa e energia e gera set-points para adequar o processo produtivo a cada mudança da matéria-prima, e eventuais restrições de equipamentos, com objetivo de atender o plano e metas de produção. Desta maneira, a atuação autônoma e automática do S-PAA em setores estratégicos da planta, denominada Laço Fechado, garante que a estratégia operacional definida pela alta gestão seja aplicada no chão de fábrica durante todo o período da safra. De posse dos balanços e indicadores de performance global e dos equipamentos, o RTO também fornece uma plataforma de gestão industrial integrada, permitindo que as informações fluam para as equipes, com a geração dos planos de ação e atuações do dia a dia operacional. Também roda o PDCA online, fornecendo ferramental para a média e alta gestão. Estratégias dos Laços Fechados Os Laços Fechados são estratégias operacionais de controle automático que permitem que dado setor opere grande parte do tempo atendendo a estratégia operacional definida pela alta gestão. Dentre estes Laços Fechados aplicados se destacam: • Laço Vapor e Energia: tem o objetivo de maximizar a eficiência energética das caldeiras e do conjunto de turbogeradores, que se traduz em menor consumo e maior geração de energia, ou saldo de combustível. A estabilidade operacional do vapor também traz estabilidade e benefícios ao processo produtivo. • Laço Embebição e Fluxo de Caldo: tem o objetivo de reduzir a variabilidade do fluxo e reduzir as perdas na moenda e por degradação de pureza. • Laço de pH: controla e estabiliza o pH baseado em vazão de caldo, pH real, set-point de pH e vazão de leite de cal.


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