estradas florestais
Opiniões
o planejamento das estradas Uma estrada pode ser conceituada como sendo uma faixa de terreno com características geométricas específicas, sistematizada e com piso preparado, que serve para circulação de veículos. Cada estrada apresenta características que dependem da localização, condições do terreno, recursos financeiros, nível de desenvolvimento da região e finalidade a que se destina. Hoje, já não bastam apenas os estudos de engenharia para o planejamento das estradas, existe também a condicionante ambiental, que tem exigido um cuidado ainda maior. A participação do setor rodoviário nesse processo é detectada por ocasião da abertura de novas estradas, com alterações decorrentes das obras de terraplenagem, exploração de jazidas, caixas de empréstimos e má drenagem. Porém percebemos que a maioria das empresas adotaram o sistema de transporte pesado e semipesado, ou estão se programando para tal. Com isso, é notório que seus plantios não foram devidamente planejados focando as formas de colheita e transporte modernos. A preocupação é que, na maioria das empresas, não se percebem atitudes objetivas de visão em longo prazo, para o planejamento adequado de suas vias. A construção de estradas perfeitas, que atendam a todos os interesses e que melhorem a administração, não é atividade fácil. Quando se dispõe de estradas adequadas, obtém-se ganhos consideráveis, como um melhor equacionamento da frota de caminhões e máquinas, melhor aproveitamento do pessoal, redução de estoques mínimos, menores investimentos, ampliação das áreas produtivas e redução de estradas, dentre outros. Para o estabelecimento de um perfeito planejamento viário visando a uma floresta economicamente viável, é necessário considerar premissas, como: a. Iniciar o planejamento e a construção das estradas durante o plantio, levando-se em conta restrições financeiras e investimentos escalonados; b. Obrigatoriamente, as estradas devem atender às atividades
A preocupação é que, na maioria das empresas, não se percebem atitudes objetivas de visão em longo prazo, para o planejamento adequado de suas vias. "
Luiz Antonio de Carvalho
10
Diretor da Malha Viária Logística de Estradas
de silvicultura, proteção florestal, pequenas atividades, vizinhos, terceiros, colheita e transporte; c. Recomenda-se uma equipe técnica especializada na preparação do planejamento, permitindo a realização sincronizada dos serviços e com acompanhamento técnico e financeiro dos trabalhos. d. Os projetos viários para plantio ou reforma devem ser conduzidos, evitando-se agressões na floresta por ocasião da colheita, garantindo a não recolocação das estradas e possibilitando a implantação em etapas, ou seja, parte construída atendendo ao plantio, parte construída atendendo à proteção florestal e parte atendendo à colheita, conforme se mostra na planta em destaque. Analisando as operações, vemos várias etapas com objetivos convergentes num resultado final comum. Assim, o custo final da operação vai depender dos custos parciais das atividades convergentes e de fatores que interagem entre os custos parciais, merecendo os seguintes comentários: • Custo da construção da estrada: varia dependendo das características de relevo, tipo de solo, padrões adotados, etc.; • Custo da manutenção de estrada: depende da sua qualidade, grau de utilização, tipo de pavimento existente, entre outros; • Custo da derrubada, baldeio ou arraste: depende principalmente das distâncias de mobilização da madeira e localização das pilhas, tipo de solo, relevo e equipamentos empregados; • Custo do transporte: relacionado diretamente com o volume de madeira, distância de transporte, tipo de caminhão, relevo e qualidade da estrada; • Custo da manutenção mecânica: depende principalmente da qualidade da estrada, tipo e desempenho dos veículos e relevo da região. Como visto, as interferências não são poucas, reforçando ainda mais a necessidade de uma perfeita rede viária, sem a qual não se obtém sustentação para as demais atividades. O gráfico em detaque ilustra os custos demonstrados e o momento que uma estrada passa a ser economicamente viável, em que os custos com estradas se encontram com os custos de extração, gerando, assim, a densidade ótima de estradas. Tomando como referência resultados obtidos, sugere-se que uma rede viária tenha a seguinte classificação: • Tipo A - Estrada principal asfaltada - externa ou interna: de uso geral da população, atendendo às atividades do empreendimento e a terceiros, desempenhando papel de importância no conjunto viário,