nutrição e fertilização
Opiniões
avanços científicos e práticos nas áreas de
nutrição e fertilização florestal Neste artigo, abordo dois temas atuais na pauta de discussão em diversos fóruns de P&D no País. Retratam constatações recentes de pesquisas e de suas aplicações, que têm se difundido em várias regiões de produção florestal, com importantes repercussões para o aprimoramento dos sistemas de manejo silvicultural. Época de aplicação dos fertilizantes: Diante do vigente cenário de escassez de mão de obra rural e da necessidade de diminuição dos custos de produção, a mecanização e a automação das operações silviculturais estão entre as temáticas mais estratégicas da atualidade para o setor florestal. Entre os tratos culturais, a fertilização tem especial destaque, pois equivale entre 25% e 30% dos custos de implantação e manutenção. Faz-se necessário otimizar a eficiência de uso dos fertilizantes, por meio do equilíbrio da suplementação nutricional e da melhor precisão de aplicação, diminuindo os desperdícios e as desuniformidades de distribuição desses insumos. Concomitantemente à aplicação de recursos da silvicultura de precisão para regular a dose e a uniformidade de distribuição dos fertilizantes, ao surgimento de novos fertilizantes que não empastam dentro das adubadeiras, estão em consolidação métodos que possibilitam modificações na época de aplicação dos fertilizantes, baseados em resultados consistentes de pesquisa.
Estudos coordenados por Jean-Paul Laclau (Cirad/França), por mim e outros colaboradores na Estação Experimental de Ciências Florestais de Itatinga, Esalq-USP, em Latossolo Vermelho-Amarelo de textura média (20% de argila), e no projeto Eucflux (www.ipef. br/eucflux), em Latossolo Vermelho argiloso (40% de argila), comprovaram que as perdas de nutrientes por lixiviação profunda durante uma rotação de cultivo de eucalipto foram pequenas, menores do que as deposições atmosféricas, e que as perdas são menores nos solos mais argilosos. Entre as formas de nutriente pesquisadas, estava o nitrato (NO3-), considerada a forma mais móvel em solos muito intemperizados. Essas perdas foram baixas devido ao rápido crescimento lateral e em profundidade do sistema radicular, o qual atingiu três metros em apenas um ano de idade, ao rápido desenvolvimento da parte aérea e aos complexos de cargas negativas e positivas do solo que retém os nutrientes. Se o sistema radicular do eucalipto fosse predominantemente superficial, como os das culturas anuais, o potencial de lixiviação de nutrientes seria bem maior. Esses resultados subsidiam a aplicação de todos os fertilizantes em até um ou dois meses após o plantio de eucalipto. Alguns cuidados devem ser tomados para que haja alta eficiência de aproveitamento dos nutrientes.
Diante do vigente cenário de escassez de mão de obra rural e da necessidade de diminuição dos custos de produção, a mecanização e a automação das operações silviculturais estão entre as temáticas mais estratégicas da atualidade para o setor florestal. "
José Leonardo de Moraes Gonçalves Professor de Ciências Florestais da Esalq-USP
26