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Capítulo 3 - O Porvir: Das conquistas aos desafios
by O POVO
FUTURO
3 O PORVIR DAS CONQUISTAS AOS DESAFIOS
FUTURO CASTANHÃO
COGERH
25 ANOS
Plataforma colaborativa de planejamento estratégico de longo prazo desenvolvida a partir do diálogo, da liberdade de opinião e da responsabilidade pública, o projeto Ceará 2050 inclui os recursos hídricos no bojo das projeções para o futuro do Estado. O documento de diagnóstico, de dezembro de 2018, reconhece a robustez do trabalho institucional e ressalta a consolidação de soluções específicas de gestão da água, nos âmbitos de oferta, de demanda e de conflitos. Os avanços científicos e tecnológicos sobre sistemas climáticos, investimentos em infraestrutura e a construção de um modelo de gestão foram importantes para chegar ao atual e relativo nível de segurança quanto ao manejo dos recursos hídricos, por mais que os próximos tempos exijam ainda mais conhecimento. O sistema, que tem como carro-chefe o método de estocagem por reservatórios, vai ampliando as alternativas, o que inclui, dentre outras, estruturas para interligar bacias, canais e adutoras, além de estações de bombeamento e poços.
Outros projetos para diversificar a matriz hídrica estão em andamento. E por mais que as principais intervenções à vista sejam de ordem estrutural, com a efetivação da transposição do Rio São Francisco, a entrega do Cinturão das Águas e a implementação do projeto de rede de adutoras Malha D’água, a metodologia de Alocação Negociada da Água capitaneada pela Cogerh ainda se faz fundamental. Exemplo disso é o caso da Bacia Metropolitana, que nesta que se constitui a maior seca da série histórica necessitou de transferência do recurso do Vale do Jaguaribe. O sertão é quem se faz doador para a região litorânea.
CRÉDITO: MATEUS DANTAS / O POVO
“Os conflitos de água na bacia se dão em função da demanda, são de ordem quantitativa, sobretudo em função do longo período de secas que assola o Estado desde o ano de 2012, com a consequente redução do volume armazenado nos principais açudes do Estado (Castanhão, Orós e Banabuiú). Existe uma resistência dos comitês do Jaguaribe em realizar a transferência de água para a Região Metropolitana de Fortaleza sem receber alguma compensação, como investimentos nas bacias doadoras de água”, descreve Flaviana Lima, presidente do Comitê da Bacia do Médio Jaguaribe.
Agora, o Sistema de Recursos Hídricos do Estado encara desafios recrudescidos pelas mudanças climáticas em curso, que têm provocado secas cada vez mais severas e prolongadas no semiárido, aponta o diagnóstico do Ceará 2050. Entre eles, as perdas de água nos sistemas de distribuição, a necessidade de melhoria estrutural dos reservatórios, a busca por ampliar presença das instituições do Sistema Integrado de Gerenciamento dos Recursos Hídricos (Sigerh), a aceleração do consumo humano urbano e a urgência por implementação de iniciativas de reúso e por maior eficiência na agricultura irrigada.
Nesse contexto, o Plano de Ações Estratégicas de Recursos Hídricos do Ceará oferece respostas, estabelecendo seis eixos norteadores: Infraestrutura, Planejamento, Monitoramento (Água, Tempo e Clima), Gerenciamento, Governança e Água e Outras Políticas Públicas. Também atualizado conforme o mais recente ciclo de seca, o documento lançado em 2018 projeta os compromissos necessários para os dez anos seguintes, incluindo obras que devem ultrapassar esse limite.