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Água e outras políticas públicas
by O POVO
Otema que relaciona a Água e Outras Políticas Públicas atenta para a transversalidade que precisa caracterizar a gestão dos recursos hídricos, que se relacionam com questões como saneamento básico, proteção ambiental e desenvolvimento econômico, com os setores industrial e agropecuário.
“Abastecimento de água e esgotamento sanitário podem ser consideradas áreas intrinsecamente ligadas ao setor de recursos hídricos. O primeiro depende, necessariamente, do fornecimento de água bruta pelo sistema de recursos hídricos, envolvendo o planejamento, a operação dos sistemas hídricos e execução de ações que garantam a quantidade e a qualidade disponibilizada de água; o segundo impacta negativamente a qualidade de água dos rios e reservatórios, no caso de ausência ou deficiência de sistemas de coleta e tratamento de efluentes. Entretanto, o sistema de esgotamento sanitário pode ser uma fonte alternativa de oferta hídrica, a partir do reúso dos efluentes tratados”, detalha o Plano de Ações Estratégicas. Assim, iniciativas em parceria para desenvolver ações para melhoria e ampliação dos serviços de saneamento no Ceará têm papel relevante para diversificação da matriz hídrica e para conservação dos recursos.
No que se refere ao âmbito industrial, a atenção se volta à gestão da demanda, que traz consigo a necessidade de incentivar as empresas a adotar medidas de uso racional da água e de estudo de medidas como reúso da água, captação de água da chuva e outras medidas alternativas. Isso também deve permear um modelo de desenvolvimento agropecuário no Estado, que também precisa consolidar um perfil de culturas mais adequadas e eficientes frente à escassez de água. Porém, a questão do campo exige ainda o acompanhamento mais próximo do que se refere a potenciais contaminantes da água, como uso indiscriminado de agrotóxicos.
Já a preservação do meio ambiente dialoga diretamente com a disponibilidade hídrica. Um solo degradado, sem cobertura vegetal, argumenta o documento, causa assoreamento de rios e reservatórios. Por isso, o combate à desertificação é de suma importância para o futuro dos recursos hídricos. Para organizar as ações de recuperação de áreas degradadas e de proteção ambiental, a sugestão é utilizar as divisões por bacia hidrográfica como unidades de básicas de intervenção.
“Pensar o que vamos fazer daqui a 50 anos eu diria que é uma grande preocupação. Pensar nas gerações futuras, em como fazer essa gestão, investimentos, como aprimorar os processos de gestão de recursos hídricos, como integrar com outros setores. Temos de ter uma ação direta com o setor de saneamento, e sobre como podemos reduzir perdas, como podemos ter uma política agrícola que possa utilizar tecnologias mais econômicas e culturas que se adaptem melhor à nossa realidade do semiárido, usando menos água”, projeta João Lúcio Farias.