Parque Urbano e Vivencial do Gama - por Matheus de Oliveira Bezerra (2020)

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PARQUE URBANO E VIVENCIAL DO GAMA Matheus de Oliveira Bezerra Monografia apresentada ao Curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário IESB, como requisito avaliativo para conclusão do curso. Orientador: Dr. Orlando Vinicius Rangel Nunes


Resumo A vida no meio urbano, sem áreas verdes, pode ser estressante e prejudicial à saúde, já a vida na presença do meio ambiente traz diversos benefícios. A população está buscando viver cada vez mais em lugares edificados, confinados, com acesso restrito, condomínios e shoppings são alguns desses exemplos. Mesmo sem perceber, a curto prazo estão tendo sua saúde prejudicada, por estresse cada vez mais alto, e que se reverbera em outros problemas. A cidade do Gama possui espaço destinado a um parque urbano que tem grande potencial para se tornar um contraponto a modo de urbanização evidenciado anteriormente. Esta pesquisa visa apontar alternativas para implementação do Parque Urbano Vivencial do Gama, mesclar equipamentos de lazer e recursos naturais. Este parque, atualmente, não está implantado. A parte construída não respeita um plano geral de ocupação, devido sua inexistencia. Para o projeto, serão estudados os aspectos bioclimáticos, copresenciais, expressivo simbólicos e funcionais do área destinada ao parque e seu entorno. Outros casos estudados serão importantes para contextualizar as propostas. são os parques estudados: Parque Madureira, Parque Tanguá e Parc de la Villette. Após o estudo prévio do parque e de seu entorno, foram apontados os pontos positivos e negativos, e a partir desse ponto, os setores criaram forma e algumas edificações já puderem ser dimensionadas.


Sumário p. 06

1

PARQUES URBANOS ou condomínios fechados?

p. 12

2

VIDA E PRESENÇA nos parques urbanos.

p. 22

3

O que HÁ DE FATO NO PUVG.

p. 38

4

Os parques e ARQUITETURAS REFERENCIAIS.

p. 52

5

O QUE PODE SER FEITO NO PARQUE



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S E U Q R S A P ANOĂ?NIOS? M S O B O D D N R A O H C C U E F OU


Imagem: PEC e Escultura do Coração no Parque Urbano e vivencial do Gama

O Parque Urbano e Vivencial do Gama – PUVG, originou-se do plano urbanístico do Gama foi realizado pelo arquiteto Paulo Hungria em maio de 1960. Foi idealizado como um espaço de lazer, alívio ao contexto urbano adensado e lugar de interação social. Hoje, o Parque Urbano, possibilita a aproximação dos moradores e visitantes com a área verde, e ainda, aproximação dessa população aos equipamentos de lazer e áreas com bons recursos naturais.

e parques de diversões com rodas-gigantes, montanhasrussas entre outros brinquedos.

Imagem: área urbana da região do Gama

Imagem: área do Distrito Federal com a região do Gama em destaque.

Os parques são de interesse público ou privado, costuma-se dimensiona-los com grandes áreas abertas, para contemplação, lazer e preservação. Os parques podem ser urbanos, quando fazem parte da cidade ativamente, dispondo de equipamentos de lazer em meio a campos verdes e arborização, podem possuir até zoológicos, também podem ser unidades de conservação, alguns são de acesso restrito a população, visam a preservação ou recuperação de uma área natural degradada. Também há parques que focam apenas no entretenimento que são os casos de parques aquáticos com piscinas, escorregadores brinquedos temáticos e afins,

Intervir em um parque pressupõe uma série de necessidades projetuais. Muitas delas estão atreladas ao campo disciplinar da arquitetura paisagística. Este campo trata da interação entre campos artísticos e conceitos técnicos, local e entorno, visando a preservação ambiental. Segundo Hardt (2007), um projeto de arquitetura paisagística pressupõe quatro fases: 1) pesquisa contextual em que se levanta a região onde o parque será inserido; 2) estudo preliminar onde se lançam os primeiros croquis e direciona-se o partido paisagístico; 3) anteprojeto com os desenhos que permitam a quantificação da intervenção; 4) projetos com os detalhamento das intervenções. O uso dos espaços públicos promove a preservação dos espaços urbanos e verdes. Segundo Gehl (2010, p. 62) “A vida no espaço urbano tem forte impacto na forma como percebemos o espaço. Uma rua sem vida é como um teatro vazio: algo deve estar errado com a produção, já que não há plateia.”, tendo em vista tal teoria, um parque que possui

atrativos, torna-se usual e sua preservação tende a acontecer naturalmente, diferente dos parque abandonados, que se tornam convidativos a práticas não legais.

Imagem: Parque Urbano e Vivencial do Gama na área Urbana.

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Justificativa

Os parques urbanos, especialmente aqueles localizados em áreas periféricas, frequentemente encontram-se abandonados, por problemas de segurança, como cita Paulo (2017, p 16.):

“têm-se evidenciado na contemporaneidade, o agravamento de problemas sociais relacionados à insegurança e violência que afeta a maioria das cidades brasileiras”.

Há também os equipamentos destinados a toda a população, como pistas de cooper, ciclovias e quadras poliesportivas, estas quadras que podem servir como espaço para eventos durante todo o ano. A qualificação do PUVG poderá promover a preservação dos espaços urbanos e verdes, conforme já afirmado. O projeto é pré-requisito para dita intervenção. Esta pesquisa tem como principal fundamento lançar alternativas para pensar de forma mais complexa o espaço do PUVG, sua inserção urbana e a conservação ambiental.

Objetivos Estudar parques urbanos, com foco em conservação e recuperação ambiental, arquitetura de paisagem, apropriação do espaço público, equipamentos e mobiliários de parques para o Gama.

Atualmente o PUVG possui áreas com serviços à comunidade, como: ciclovias, 04 igrejas, 02 campos de futebol, 01 quadra poliesportiva, 01 banheiro público, 01 área para treinamento de auto escolas, 01 ponto de encontro comunitário e 01 clube de aeromodelismo. Essas áreas citadas ficam nos extremos do parque, próximo a via de contorno. Também há sítios, que cercam a área da nascente e vem degradando as matas ciliares. O parque deve ser projetado para todas as faixas de idade, segundo Abbud (2006), cada faixa etária necessita de equipamentos específicos de lazer. Crianças (de 0 a 10 anos) necessitam explorar sua criatividade e são estimulados por cores e formas, mobiliário que remete a representações de animais. Ressaltando que deve haver separação entre as crianças de 0 a 5 anos para as crianças de 6 a 10 anos, pois as crianças maiores correm mais e podem haver esbarrões, enquanto as crianças menores necessitam justamente de pisos emborrachados para cair sem se machucar, aprendendo a andar. Os pré-adolescentes (de 8 a 13 anos) necessitam de equipamentos que dissipam energia e demonstram que para usá-los necessitam de habilidade e coragem, como skate, bicicleta e afins. Adolescentes e idosos possuem necessidades similares, porém em turnos diferentes ou locais diferentes, os equipamentos sem em geral bancos, mesas, pergolados e afins.

Imagem: localização dos equipamentos no PUVG

Com invasões irregulares, áreas com nascentes sendo degradadas e com a paisagem pouco convidativa, tornando-se um lugar desagradável de se estar. A situação não é diferente no PUVG.

Elaborar referencial teórico que verse sobre Preservação, conservação, recuperação e abandono, paisagem, arquitetura paisagística, desenho, infraestrutura de paisagem, tipologias e estética dos parques.;

Pesquisar contexto – pesquisa contextual – de inserção do PUVG;

Coletar casos que se aproxima do PUVG quanto a inserção urbana, dimensões e conservação ambiental;

Indicar caminhos para melhor convívio da população com o parque, inclusive das pessoas que atualmente residem no parque;

Desenvolver projeto de arquitetura de paisagem para o PUVG.


Problema Os parques urbanos são importantes para a sociedade, e por mais que existam leis e decretos que regulamentem a existência de parques, isso não é garantia que eles serão de sua utilidade. Algumas áreas do parque são utilizadas, enquanto outras, geralmente mais afastadas, permanecem ociosos e não cumpridores da sua função social. Este cenário diminui a potencialidade do uso do solo, tal como afirma Oliveira e Mascaró (2007, p. 60): Os espaços públicos abertos de lazer trazem inúmeros benefícios para a melhoria da habitabilidade do ambiente urbano, entre eles a possibilidade do acontecimento de práticas sociais, momentos de lazer, encontros ao ar livre e manifestações de vida urbana e comunitária, que favorecem o desenvolvimento humano e o relacionamento entre as pessoas. Além disso, a vegetação que geralmente está presente nesses espaços favorece psicologicamente o bem-estar do homem, além de influenciar no microclima mediante a amenização da temperatura, o aumento da umidade relativa do ar e a absorção de poluentes, além de incrementar a biodiversidade.(OLIVEIRA; MASCARÓ, 2007, p. 60) Paralelamente, às atividades de lazer estão sendo transferidas para espaços privados ou confinados, como shoppings academias ou condomínios, sendo restringido ao uso individualizado, comercial e controlado. Esta situação tende a gerar a desigualdade social, acarretando em mais ociosidade aos parques públicos (PAULA, 2017, p. 15). Segundo Queiroga (2011, p. 26), cada vez mais, se é vendida a ideia de aproximação com a natureza, edificações multifamiliares, unifamiliares e comerciais com a proposta de um vida mais saudável, mas em contrapartida a população está cada vez mais segregada, em seus mundos virtuais. Para Queiroga e Benfatti (2007, p. 85), “compreender o papel dos espaços livres públicos na atualidade contribui para o entendimento de algumas espacialidades concretas da esfera de vida pública, tarefa possível à área de Paisagismo”. Ou seja, aplicando Arquitetura Paisagística ao parque, aliado com o reconhecimento das necessidades dos seus usuários, é possível fomentar a aproximação da sociedade e contribuir para o uso qualificado do espaço público. A materialidade integrante do espaço pode ou não potencializar a esfera pública. A vida em público pode ser diminuída, por exemplo, ao se permitir o fechamento de uma rua, de um bairro, de uma favela, ou não se investindo na qualidade e distribuição de espaços livres de diferentes tipos e escalas (QUEIROGA, p. 30). É evidente a necessidade do estudo de uma forma para aproximar a população dos parques urbanos, principalmente para o PUVG, pois esta cidade apresenta todos os problemas citados, está no centro de uma área urbana e sua população possui um parque previsto por lei para este fim (DISTRITO FEDERAL, 1998), que prevê a destinação para recreação, lazer e afins. Um exemplo de como um parque pode mudar um bairro, região ou até mesmo toda uma cidade, foi o que aconteceu com o Parque Madureira. “o novo parque alterou este cenário urbano de maneira tal a transformar a vida dos seus habitantes” (ARCHDAILY BRASIL, 2016). A área do parque era um terreno abandonado, e depois da transformação, trouxe mais vida ao bairro. Houveram novas construções que harmoniza com o parque e algumas casas vizinhas mudaram suas fachadas para melhor aproveitamento do parque. A população ainda recebeu incentivo a lazer e a cultura.

Quais as características do projeto de arquitetura paisagística que podem promovendo a qualidade de vida e a conservação ambiental, a partir da integração e complementação com o entorno?

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Metodologia

Dimensão

Vegetação: arbórea, arbustiva, herbáceas, forragem e composição Áreas aquíferas: tipo (rio, lago, represa, nascente) e localização. Relevo do solo (côncavo, convexo, plano ou ondulado)

São formas de operacionalizar a pesquisa com fins no alcance dos objetivos, quando:

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Referencial teórico: consultas em bibliografias especializadas, com foco nos temas: Conservação, preservação, abandono, paisagem, arquitetura paisagística, desenho, infraestrutura de paisagem, tipologias e estética dos parques. Cruzando os dados e argumentos que levem a concluir o papel dos parque para o convívio. Os referenciais cumpem o papel de informar as tipologias e as estéticas dos parques. Pesquisa contextual: análise físico-territorial do PUVG com base em categorias analíticas. Informações sobre copresença coletados, através de mapa axial em base de informações do QGIS. As informações sobre ruídos serão coletados em campo e adicionadas ao estudo após feita uma média. Os dados sobre conforto térmico (luz solar) e ventilação, serão coletados através do programa Sol-Ar. A topografia será extraída do programa QGIS. As informações sobre vegetação e materiais de superfície serão coletadas através de fotos tiradas por satélites e conferidas em campo. Os dados expressivos-simbólicos serão coletados através de visita ao campo de estudo. Serão registradas formas e mensagens que fujam do comum, coisas relacionadas diretamente ao PUVG.

O perfil dos usuário serão coletados em visita frequente ao PUVG. Serão registradas fotos do uso cotidiano do parque e mapeado suas formas de apropriação. Estudos de casos: os estudos serão locais, nacionais e internacionais, analisados com as mesmas categorias do diagnóstico, exceto, quanto às questões bioclimáticas (que diferem de região para região).

Categoria

Descrição

A vegetação cumpre o papel de preservação da vida silvestre e controle higrotérmico. O porte influência em seu desempenho. Desenvolver um estudo para mapear as zonas aquíferas do parque. Elaborar pesquisas para determinar o relevo inclinação do parque.

Orientação Solar

Determinar através de estudos e pesquisas, o plano solar e mapear a carta solar do parque.

Orientação eólica

Traçar a direção dos ventos predominantes durante o ano, através de estudos e apresentar os resultados.

Fontes de ruídos

Mapear zonas de ruídos, para depois, com o projeto, tentar isolar essas zonas definidas do parque, para melhor aproveitamento do usuário.

Copresencial

Axialidade: Integração HH e HHR3

A capacidade de aglomeração das pessoas pode ser revelado pela conexão do sistema viário interno e externo.

Expressivosimbólica

Marcos visuais de destaque

Levantar os marcos visuais existentes no parque, e se necessário, determinar novos pontos focais.

Funcional

Características das atividades (usos) do entorno e Realizar levantamento do entorno e apresentar o resultado de como há influência no parque. Equipamentos e Determinar os equipamentos existentes no parque e, se necessário, dimensionar mais para ter mobiliários: maior abrangência. abrangência, autonomia e temporalidade

Bioclimática


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Preservação, conservação, recuperação e abandono Segundo Padua (2006), os termos: preservação e conservação, são usados equivocadamente em diversos meios, inclusive meios oficiais, como os portais de informação do governo. A preservação deve ser utilizada quando determinada espécie - fauna ou flora - e área está ameaçada de extinção, e nessa situação, defende-se a intocabilidade, para que o bioma se recupere. A conservação defende o uso racional dos recursos naturais, com consciência, pensando nas futuras gerações. A preservação, sustentabilidade e consciência são os pilares para a boa qualidade de vida considerando o esgotamento dos recurso naturais. É cada dia mais difícil encontrar um lugar ou até mesmo região com área totalmente preservada com flora nativa, que por consequência, promove a destrói a fauna em um efeito cascata. Para Ferreira (2007, p. 26), “[...] a concretização do um projeto que vise a preservação e a inserção de um espaço livre público de lazer ativo e contemplativo se torna essencial para o bem estar da população que habita a região e a própria cidade como um todo”. Então, entende-se que a preservação do local é essencial para o bem-estar da população. Esta lógica se aplica, também, nos casos dos parque em situação de abandono, ao perder sua função social de aproximação da população. Ferreira (2007) ainda ressalta que um projeto pensado visando o estudo de fluxos da cidade, aliado com preservação e a função contemplativa de um parque, gera cada vez mais, uma sensação de bem estar para cada indivíduo. Também é importante ressaltar que esses espaços livres – especificamente os parques urbanos – devem ser pensados próximo às residências, para que seu usufruto faça sentido e tenha uso adequado. Conforme Scheuer e Neves (2016, p. 66): [...] planejamento das áreas verdes na zona urbana objetiva atender as necessidades e expectativas da população por espaços abertos/livres que permeiam atividades de recreação, lazer e conservação da natureza as diferentes faixas etárias e situados próximas às suas residências. Segundo Leff (2001), a qualidade de vida e a conservação estão diretamente ligadas. Quanto mais o ser humano degrada o meio ambiente, pior é a sua qualidade de vida e sua relação com o entorno. A degradação da natureza é ampliada a medida em que os recursos para investir nessas áreas são escassos, visto que, limitam a capacidade de elaboração de projetos e implantação das estruturas. Paula reforça esse argumento ao afirmar: a constante escassez de recursos orçamentários e a falta de planejamento e gestão eficiente quanto à conservação, manutenção e efetivação de políticas públicas contribuem para a aparente condição de abandono e falta de manutenção, observados em grande parte dos espaços livres de lazer nas cidades (PAULA, 2017, p. 16). Acredita-se que conservando e preservando o meio ambiente, seja flora e recursos naturais, ou até mesmo equipamentos acrescentados pelo homem, a tendência é que os espaços públicos de parques sejam utilizados e aproximem a população.

“A inserção efetiva da dimensão ambiental no processo de planejamento e na práxis dos diversos setores intervenientes no desenvolvimento urbano pode garantir o aproveitamento do potencial paisagístico do sítio urbano, criando condições para dotar a cidade de parques. Entretanto, é necessário que se estabeleçam, dentro das políticas urbanas, reservas de áreas verdes para suprir as futuras demandas de parques urbanos. No caso de São Paulo, a apropriação inadequada do sítio resultou no esgotamento de todo seu potencial paisagístico.” – Kliass (1993)

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Paisagem e arquitetura paisagística Segundo Abbud (2006), a paisagem está diretamente relacionado com todos os sentidos humanos. Visão para a observação das plantas, formas, cores, luzes, movimento etc. Com o tato, nota-se a diferença de texturas, temperaturas, consistência entre outras sensações. No paladar degusta-se de flores comestíveis, frutas, especiarias e afins. Audição para ouvir o farfalhar das folhas, o barulho de alguma fonte de água entre outros e por fim, olfato para sentir o cheiro das flores ao amanhecer e ao cair da noite, o solo recém molhado e afins.

Imagem: Parque da Cidade de Jundiaí

Na imagem abaixo - Parque da Cidade de Jundiaí nota-se percepção de todos os sentidos. Visão para constatar a forma da calçada, ciclovia, árvores, lago, estrutura. Com o tato pode-se diferenciar as mais diversas texturas e temperaturas apresentadas. Algumas das plantas apresentadas podem estimular o paladar, dependendo da estação do ano. O provável vento contribui na audição, movimentando as folhas e o lago. As mais diversas plantas podem espalhar diferentes cheiros no parque.

O paisagismo é a única expressão artística em que participam os cinco sentidos do ser humano. Enquanto a arquitetura, a pintura, a escultura e as demais artes plásticas usam e abusam apenas da visão, o paisagismo envolve também o olfato, audição, o paladar e o tato, o que proporciona uma rica vivência sensorial, ao somar as mais diversas e completas experiências perceptivas. Quanto mais um jardim consegue aguçar todos os sentidos, melhor cumpre seu papel. Quanto mais um jardim consegue aguçar todos os sentido, melhor cumpre seu papel (ABBUD, 2006, P. 15).


Scheuer e Neves (2016) também definem que um bom projeto paisagístico pode proporcionar mais benefícios – psicológicos – para o cidadão: [...] bem estar psicológico (salubridade mental), aumento do conforto ambiental (sombra, ar, ruídos), valorização de áreas para convívio social, visual e ornamental do ambiente, conforto para o lazer, diversão e recreação, diminuição do desconforto térmico, diversificação da paisagem construída, valorização econômica das propriedades para a formação de uma memória e do patrimônio cultural, minimização dos impactos decorrentes da expansão populacional (SCHEUER; NEVES, 2016, p. 64). Outro desafio para a arquitetura de paisagens segundo Abbud (2006), é dimensionar cada elemento em um ponto estratégico, delimitando ou balizando o caminho do usuário do jardim, criação de pontos focais, criação de escadas, rampas, cursos de água e afins, sempre buscando sugerir que o usuário tenha boa percepção sobre o espaço. Projeto de arquitetura de paisagem: o projeto de Arquitetura Paisagística seguirás as etapas de Hardt (2010), que são: pesquisa contextual, estudo preliminar, anteprojeto e projetos (HARDT, 2010). ●

Pesquisa contextual: levanta problemas sociais e físicos da área a ser analisada e é dividida em 4 partes: 1. Inventário: consiste em pesquisas de campo, laços físicos com o entorno urbano (abrangência local e regional) e laços biológicos e antrópicos. Levantamento do público frequente, fatores econômicos, sociais, institucionais e territoriais. Aspectos paisagísticos do local, dentre eles vegetação, marcos, referenciais, pontos focais e afins. 2. Análise: fase em que os levantamentos são processados e compatibilizados para melhor diagnóstico. 3. Diagnóstico: Após analisados todos os levantamentos, chega-se ao diagnóstico e apresentação pontual do: como se encontra atualmente, pontos fortes e fracos locais, potencialidades... 4. Diretrizes para proposta: sugere-se propostas para solucionar deficiências observadas, valorização dos pontos fortes e melhora dos pontos fracos, baseados em pesquisas referenciais similares de projetos que obtiveram êxito.

Imagem: representativa sobre “pesquisa contextual”

A principal diferença entre a arquitetura paisagista para as outras formas de arte, é que no paisagismo, deve-se considerar todos os espaços. Um espaço vazio em um escultura, por exemplo, é ignorado. No processo de transformação da arquitetura de paisagens, um vazio tem o compromisso de se transformar em um lugar de convivência ou no mínimo agradável. Estes espaços vazios devem se relacionar com os preenchidos (ABBUD, 2006, p. 19-20).

Imagem: representativa sobre “pesquisa contextual”

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Estudo preliminar: Após as definições da pesquisa contextual, chega-se a um resultado para concepção do programa, respeitando a viabilidade física e econômica. Nesse estágio pode ser definido a linguagem projetual corrente paisagística -, algumas das opções para incorporação ao projeto podem ser: contextualismo, impressionismo, brutalismo, minimalismo, naturalismo, tecnicismo, entre outros.

Imagem: representativa sobre “estudo preliminar”

Imagem: representativa sobre “estudo preliminar”

Anteprojeto e projeto: Essa fase deve demonstrar o projeto todo, com suas divisões e instalações definidas, a indicação de onde houve mudanças do terreno original - tratamento paisagístico -, o partido adotado, estimativa de gastos, tipologia de vegetação a ser aplicado, obras de arte, elementos aquáticos, elementos especiais. O anteprojeto, também deve conter: indicação de luz e sombra durante o ano, representados por gráficos, imagens da vegetação durante o ano, modelagem do terreno, entre outras técnicas específicas.

Imagem: representativa sobre “anteprojeto”

Projeto: Esta etapa é dividida em 3 etapas, são elas: projeto de pré-execução, projeto executivo e o projeto de cobertura vegetal: 1.

2.

3.

Projeto de pré-execução: Esta etapa deve ser realizada com os princípios de um projeto de arquitetura, contemplando cálculos estruturais e geotécnicos, projetos de instalações elétricas, hidrossanitárias, sistemas de irrigação, projetos de conforto ambiental, e os demais projetos necessários para uma infraestrutura que vá beneficiar o parque. Seguindos os parâmetros do anteprojeto. Projeto executivo: Trata-se do projeto que vai implantar o anteprojeto, nessa etapa devem ser entregues plantas baixas, detalhes e soluções de problemas construtivos e também deverá ser entregue o memorial quantitativo. Projeto de cobertura vegetal: Também seguindo o anteprojeto, são locadas as plantas no terreno, mas com os memoriais técnicos de especificação de plantas e desenhos técnicos realizados por computação gráfica.

Imagem: representativa sobre “projeto”

Imagem: representativa sobre “projeto”


Desenho e infraestrutura de paisagem

Não há muitas fontes seguras sobre a preocupação com o paisagismo na antiguidade, segundo Mascaró, J. L., Mascaró, L. e Freitas, R. M. (2008), mas há vestígios, sejam em ruínas ou pinturas, que apontam para uma preocupação com a paisagem em Roma. Nota-se preocupação com a quantidade de água necessária e radiação solar para as plantas, que por muitas vezes eram posicionadas de forma harmoniosa, ou simplesmente para a busca de alguma mudança no microclima. Ainda que a paisagem como valor cultura tenha surgido apenas em Roma, mesmo antes, havia preocupação com certas infraestruturas da paisagem. Um dos exemplos citados por Mascaró, J. L., Mascaró, L. e Freitas, R. M. (2008) são os jardins suspensos da Babilônia, nele haviam canais de água que fazia com que a água circulasse pelos terraços, melhorando o microclima do ambiente e supria a necessidade das plantas, frutíferas ou ornamentais. Os jardins, na antiguidade eram apenas para as famílias ricas, e desde então foram se espalhando e se tornando populares. As infraestruturas na paisagem devem estar integradas, como acontece em algumas partes do mundo, como Washington e Oregon (USA) e na Província da Colúmbia Britânica (CAN) que integra as áreas verdes como parques e praças, ou até mesmo meios sustentáveis ao meio urbano: “essa rede infra-estrutural podem ser integrados em quase todas as paisagens urbanas, se quisermos expandir seu desempenho e acelerar sua aplicação, em uma dimensão a qual pode ter um impacto significativo no incremento da qualidade ambiental de áreas já urbanizadas” (CORMIER, PELLEGRINO, 2008. p. 127). Essa estrutura tem como função a melhora da qualidade de vida do usuário do espaço.

Essa rede não funciona apenas para embelezamento da cidade, como também, para captação de recursos naturais como água da chuva, para irrigação dos jardins e afins. Busca a melhoria do meio ambiente, melhorando a biodiversidade e o microclima, com processo que beira o processo natural. O conceito da rede, pode ser associado aos benefícios (ecológicos e biológicos) indicados por Scheuer e Neves (2016): [...] sombra, purificação do ar, bacteriana e de outros microrganismos, controle da poluição do ar e acústica, equilíbrio do índice de umidade no ar, fixação de poeira e materiais residuais, reciclagem de gases pela fotossíntese e produção de oxigênio, modificação da velocidade e direção dos ventos, estabilização do solo pela fixação das raízes, interceptação de gotas de chuva pela folhagem, as áreas verdes minimizam os efeitos da impermeabilização do solo, proteção das nascentes e dos mananciais, fornecimento de abrigo e alimento a fauna; [...] estabilidade microclimática, atenuação da temperatura dos centros urbanos e consequentemente o consumo de energia, amenização da radiação solar, estabilidade na umidade relativa do ar, atuação como barreira acústica, melhoria da qualidade do ar, composição de espaços para o desenvolvimento de atividades humanas, qualidade ambiental e de vida (SCHEUER; NEVES, 2016, p. 63).

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Usos: garantir que as infraestruturas não irão degradar a natureza; visar a aproximação do público com o parque. O ser humano deve sempre usar materiais que não prejudiquem a natureza, um material ou serviço mal pensado ou mal executado, visando a melhoria de um ambiente, pode ser prejudicial, gerando assoreamento em rios, poluição, enchentes e afins;

Imagem: representativa sobre “usos”

As infraestruturas da paisagem que demanda preocupação são, quanto à:

Mudança na capacidade recursos hídricos de se recompor: seria a consequência dos problemas citados anteriormente. A alteração no curso natural da água da chuva pode resultar na seca de um riacho, que naturalmente deixa de abastecer um rio e, assim, segue um efeito cascata, como a movimentação irregular de terra que gera o assoreamento de recursos hídricos; Diminuição de biomas: consequentemente, após a diminuição da água, acontece a diminuição de flora e fauna, que deixam de ter seus recursos de sobrevivência; Aumento populacional: acredita-se que outro grande responsável pelos recursos naturais estarem diminuindo é o aumento populacional e a alta dos valores imobiliários, o que gera instabilidade econômica e desigualdade social, levando essas pessoas a invadirem espaços de preservação, construírem moradias, movimentarem terra e afins.

Imagem: representativa sobre “recursos hídricos”

Imagem: representativa sobre “topografia”

Topografia: preservação dos recursos naturais, vegetação de mata ciliar; aproveitamento da declividade; taludes para contenção. A modificação desses pontos, é o que gera, por exemplo, o assoreamento dos rios e lagos. Em um bairro, parque ou cidade, quando a topografia é modificada sem o devido cuidado, podem ocorrer enchentes, pois o curso natural da água pode ser alterado. Outro problema é a modificação do terreno, que pode gerar deslizamento de terra. O uso mais consciente, seria manter o terreno original, e modificar o projeto em prol disso, pode ser até mais proveitoso.


Imagem: representativa sobre “drenagem natural”

Especificamente sobre a questão do verde, há as tecnologias de infraestrutura verde. São elas:

Imagem: representativa sobre “bacia de sedimentação”

Drenagem natural: contribuem para evitar problemas relacionados à água. Exemplos são: biovaletas, canais de infiltração e jardins de chuva. Funcionam drenando a água diretamente para o solo e sua vegetação superior retém materiais orgânicos e lixo, além de conter a velocidade da água;

Bacia de sedimentação ou retenção: funcionam para receber e armazenar a água da chuva, buscando evitar inundações na área urbana e contribui para umidade, paisagem e ecossistema local. Podem aparecer em forma de lagoa ou sistema pequenos conectados.

Imagem: representativa sobre “vegetação”

Imagem: representativa sobre “pavimentação permeável”

Pavimentação permeável: Permite que a água penetre no solo, sem necessariamente que seja direcionada a uma valeta na superfície. Abaixo da pavimentação, a água é direcionada para sua melhor destinação ou é absorvida pelo solo.

Vegetação: a escolha de qual vegetação será aplicada na área. Devem ser escolhidas plantas cujo seu comportamento deve ser compatível com a região - estações de seca e chuva - ou seu uso, por exemplo, para drenagem natural.

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Tipologias e estética dos parques

Há duas formas de classificar e subdividir espaços abertos (livres), segundo Mohr (2003, p. 14), são elas ruas, parques, pátios, etc. Estes espaços são chamados de: espaços abertos contidos. Também há as áreas em torno de edificações, conjuntos de torres e afins que podem ser classificados como: espaços abertos circundantes. “A importância, cada vez maior, dos parques como espaços abertos apropriados à recuperação de um metabolismo urbano equilibrado [...]” (MOHR, 2003, p. 15), ainda segundo o autor, no critério público, pois a nobreza, já possuía esse recurso em seus jardins ou parques (em alguns casos) particulares. O primeiro parque a ser criado na intenção do uso público, foi o Central Park, em Nova York, NY. Atualmente, segundo Mascaró, J. L., Mascaró, L. e Freitas, R. M. (2008) os parques urbanos são áreas médias (entre 10 a 50 ha.) inseridas na cidade, dispõem de acesso por vias arteriais e transporte público. Nestes possuem espaços para eventos de concentração de grande público. São caracterizados pela dominância do verde, possuem árvores nativas (de preferência) e grama que não necessite de altos gastos com manutenção.

O espaço se caracteriza pela presença de vegetação natural, com clareiras e zonas de mata virgem. Devem dispor de equipamentos para todos os grupos etários, com zonas de jogos para cada um, restaurantes, bares, equipamentos sanitários, etc. Acesso facilitado com áreas de estacionamento de veículos; áreas e equipamentos para almoço e /ou merenda ao ar livre, acorde com o estilo e costumes regionais. Se a morfologia o permite, deve ter ciclovias e pistas para pedestres, devidamente segregadas das vias de circulação de veículos.(MASCARÓ, J. L.; MASCARÓ, L.; FREITAS, R. M, 2008, p. 28) O crescimento populacional é evidente, o que faz surgir uma demanda maior de abrigo, e os espaços livres são os primeiros a serem ocupados, pois geralmente não há infraestrutura adequada para tal crescimento e necessidades. Com isso a qualidade dos espaços livres decaem, segundo Scheuer e Neves (2016). Mohr (2003, p. 32), também cita a diferença entre parques urbanos e parques naturais. Os parques urbanos, em resumo, tendem a convidar a população para interação, atividades e lazer, enquanto os parques naturais tem foco total em preservação e conservação, pois possuem toda sua área ou boa parte dela com mata virgem original. A fim de proteger seu ecossistema, as pessoas não tem autorização para entrar, no máximo pequenos grupos de pesquisadores autorizados e acompanhados. “Os parques urbanos são espaços públicos com dimensões e predominância de elementos naturais, principalmente cobertura vegetal, destinados à recreação.” (KLIASS, p. 19)

O PUVG tem área de aproximadamente 49 ha e é considerado um parque urbano.


Para Mascaró (2008), os parques são subdivididos em:

Imagem: Millenium Park em Chicago

Imagem: Parque do Ibirapuera

Parques suburbanos: possuem grandes áreas (50 a 150 ha), que não ficam inseridas na cidade, mas há relação pois ficam próximos da cidade. Seu uso é mais frequente aos finais de semana. Estes parques possuem destaque pela vegetação natural e clareiras. Devem ser projetados para grandes públicos, “devem dispor de equipamentos para todos os grupos etários, com zonas de jogos para cada um, restaurantes, bares, equipamentos sanitários, etc.” (MASCARÓ, 2008, p. 28). Também é comum que sejam dimensionados jardins zoológicos ou jardins botânicos para essa categoria de parque.

Parques urbanos: possuem áreas médias (10 a 50 ha), devem estar ao menos tocando o tecido urbano, quando não inseridos no próprio contexto urbano. Devem dispor de espaços para exposições, feiras e afins. São áreas com vegetação abundante e geralmente nativas.

Imagem: representativa sobre “praça”

Imagem: Parque Madureira

Clubes esportivos: menores que os citados anteriormente (3 a 9 ha), são espaços destinados ao esporte a céu aberto. Devem possuir localização similar ao dos parques urbanos, e sua manutenção tem custo elevado.

Espaços de recreio infantil e juvenil: São áreas de pequeno e médio porte, costumam ser instalados em praças envoltas as quadras do tecido urbano. Prezando pela segurança dos jovens, a aproximação de veículos deve ser controlada.

21


G

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HĂ O Q UE D FA E NO T O PU V


G V U P

O Gama foi a segunda cidade a ser fundada no DF, em 12 de outubro de 1960, alguns meses depois da capital ser fundada. Então o cidadão do Gama se identifica muito com a cidade. Atualmente o Gama é mais conhecido nacionalmente pelo esporte, o Estádio do Bezerrão já cedeu um amistoso entre Brasil e Portugal (2008), onde a seleção brasileira usou suas instalações para treinar, e recentemente foi sede do mundial sub-17 (2019), entre outros grandes eventos esportivos que já aconteceram na cidade. Muita gente não sabe da existência do PUVG, sabem que existe um terreno ali, mas considera apenas como uma parcela de terra abandonada. As poucas pessoas que conhecem, fazem o possível para que o parque seja ocupado por iniciativas que prezam pela cultura e lazer. A lei destina o parque seja para lazer, existe também gente que luta para que o parque tenha a sonhada

revitalização, mesmo com pedido na administração o parque continua se deteriorando com o passar do tempo. O PUVG é um parque com muito potencial, possui nascente, tipografia de cerrado, está em um local que atenderia facilmente milhares de moradores. O cidadão gamense precisa sair da cidade para ter um dia de piquenique com a família no parque, contato com a natureza, precisam se programar e andar 30 ou 40 minutos para chegar em um parque que atenda suas necessidades. Acredita-se que com o parque revitalizado, o cidadão do Gama tenha acesso a lazer, esportes, cultura e contato com a natureza. A seguir será apresentado com mais detalhes, toda a potencialidade que o parque apresenta, quesitos bioclimáticos, fluxos, topográficos, conforto térmico (temperatura e ventilação), marcos visuais, equipamentos e mobiliários urbanos, entre outras informações adicionais.

Imagem: Estádio Bezerrão

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AXIALIDADE

Estação do BRT do Gama

As circulações no parque são baixas, com exceção da parte ao sul do parque, onde há fluxo e problemas de circulação, para pedestres e automóveis. Assim como várias regiões, o Gama cresceu mais do que se foi planejado e hoje não comporta com qualidade toda essa circulação. A região é ainda mais carente de conectores de circulação para pedestres.

O que entorno impacta no parque? A via que contorna o parque é de baixo fluxo, conecta as vias residenciais as vias principais de grande fluxo da cidade, via que não há faixas de pedestres para o parque. Há uma área no parque destinada para treinamento de auto escolas, mas onde os veículos transitam em baixa velocidade. Ao sul do parque há uma via de fluxo intenso, principalmente no fim de semana. Essa via está conectada às principais vias da cidade, conecta o shopping popular ao maior setor comercial de lojas do bairro (setor oeste), via essa que também está conectada ao Estádio Bezerrão e corpo de bombeiros.

O que parque impacta no entorno? No parque não há grande circulação, apenas nos períodos de férias escolares que são nos meses de julho, dezembro e janeiro que há fluxo considerável de pedestres. É uma época onde o parque é muito usado para as pessoas soltarem pipa, que pode gerar acidente, pois as pessoas às vezes correm atrás das pipas entre os carros. Nos demais períodos o uso é baixo, o fluxo de pedestres é maior para os campos de futebol, PEC e igrejas, que ficam nas regiões mais próximas as vias. Na parte central do parque, o fluxo de circulação é muito baixo. Atualmente o parque não influi muito no entorno, pois o parque não possui grande uso, apenas ocasionalmente em algumas épocas do ano.


Quais são as potencialidades do parque? À esquerda, nota-se que o parque tem grande potencialidade para recebimento do público pelo lado norte, que também é a entrada principal da cidade, onde fica a estação do BRT do Gama. As pistas que circundam o parque tem grande potencial para recebimento e distribuição de fluxo. Isso leva a afirmar que a entrada principal do parque deve se localizar prioritariamente na face norte. Hoje a face norte possui pouca movimentação, contudo, do ponto de vista da sintaxe espacial e da configuração do tecido urbano, há grande potencialidade para circulação. Este potencial é limitado apenas pela ausência de atividades de uso dos solo. No momento em que se promove o acesso do parque para esta face, tende-se a aumentar o fluxo na área. O fluxo pode ser ainda complementado por atividade que se voltam diretamente para a via, a exemplo do que ocorre na face oeste, em que há maior circulação de pessoas exatamente porque a proximidade do uso residencial com o parque.

Entrada do parque

Trajeto que passa próximo ao parque, das linhas A206 e A207. Ligam o setor oeste ao terminal do BRT.

Onde o fluxo da cidade realmente acontece? Há relação com o parque? À direita nota-se há maiores ligações entre os setores da cidade. A pista localizada ao sul é a que possui maior conexão, trata-se de uma rua com grande comércio, próximo ao hospital e clínicas particulares. No entorno do parque as conexões são realizadas apenas com as ruas residenciais, com fluxo baixo. A integração local HHR3 revela a potencialidade de implementa de uso do solo comercial no entorno do parque, visto que sua integração é mediana. Esse uso deve complementar o uso do solo comercial já existente no conhecido a Sul (linha vermelha-quente do mapa). Dentro do parque deverá haver um meio de transporte que integre os pontos internamente, um bonde por exemplo.

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VEGETAÇÃO E HIDROGRAFIA Grande parte da vegetação do parque é de cerrado com áreas livres e vegetação rasteira. Possui algumas árvores em seu entorno e áreas de pomar nas áreas invadidas. Algumas áreas foram destinadas para estacionamentos, igrejas e áreas para esportes e lazer. As áreas de lazer são campos de futebol sintéticos, de grama natural, PECs e clube de aeromodelismo, que possuem uso e agora não influenciam em uma possível intervenção paisagística, pelo contrário, contribuem com mais atenção à paisagem.

Como a vegetação parque impacto no entorno?

do

A área descampada no interior do parque pode criar situações de erosão do solo, o que fragiliza a sua superfície. O material erodido frequentemente é carregado para os cursos d'água promovendo o assoreamento dos leitos. Essa situação em que o parque se encontra, sem barreiras, permite que as chuvas levem a camada superior do terreno, a camada que é mais rica em nutrientes ou o solo fértil. Há uma necessidade de recuperação do solo, para que a superfície volte às suas propriedades, que permaneça, sem ser levado pela corrente de água e ventos. A vegetação do parque, contribui para manutenção da qualidade de vida, por mais que, atualmente o parque esteja sem o devido cuidado, sua configuração permite o fluxo de ventos e sua pouca vegetação - onde há árvores contribui para a qualidade do conforto térmico. Por outro lado, os ventos se tornam mais quentes nas áreas sem cobertura vegetal, elevando a temperatura e formando ilhas de calor.

Como a vegetação entorno impacto no parque?

do

O tecido urbano tem pouca vegetação não acrescentando ao parque, há apenas pequenas praças entre as quadras com algumas árvores, mas sem influência no parque. Situação que exige do parque maior taxa de permeabilidade que compense o entorno, pois as águas ao norte do parque são direcionadas ao parque. O fundo de vale, ao noroeste do parque, possui vegetação de pasto, que também contribui para o assoreamento do curso d’água.

A nascente aparenta está preservada e bem arborizada, mas está poluída por lixo e não possui vegetação tombada em seu entorno, e está sob domínio de invasores de terras.


Sentido da erosão do solo

26 edificações em Áreas vegetadas, algumas delas privam a nascente.

Área ocupada para treinamentos de autoescolas. Área ocupada com equipamentos para esporte e lazer.

Áreas ocupadas com igrejas e estacionamentos.

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EQUIPAMENTOS E MOBILIÁRIOS: ABRANGÊNCIA, AUTONOMIA E TEMPORALIDADE

A área de estudo é relativamente atendida, há má distribuição dos equipamentos em algumas regiões.O parque contribui com alguns equipamentos que permitem que a população aproveite melhor a região.

O que o mobiliário do entorno impacta no parque? Nota-se na parte ao leste e sul do parque, que os conjuntos residenciais, possuem alguns parques infantis e pontos de encontro comunitários - PECs, enquanto a parte leste está menos atendida. O entorno do parque também possui um skatepark e o Estádio Bezerrão, outras opções de lazer para a cidade. Próximo ao parque também existem as escola CEF 01 do Gama e Escola Classe 12. Essas informações levantadas geram pontos a serem analisados. As vantagens são que não seriam necessários acrescentar mais alguns equipamentos em regiões do parque, por outro lado, zonas do parque estão fora do raio de abrangência de PECs e parques infantis.

Imagem: parque infantil no PUVG

Imagem: campo sintético no PUVG

Imagem: PEC no PUVG

Imagem: campo sintético no PUVG

O que o mobiliário do parque impacta no entorno? O mobiliário do parque agrega mais um PEC, parque infantil e dois campos sintéticos à população, campos que não são facilmente encontrados na região. O parque também possui potencialidades para torna-se mais um atrativo para a cidade, pode ser convidativo para as escolas e para o público do skatepark.


Skate Park

CEF 01 do Gama

Escola Classe 12

Estรกdio Bezerrรฃo 29


TOPOGRAFIA A diferença entre as extremidades do terreno é de 30 metros, em uma distância de 1381,74m. O terreno tem inclinação média de ~5%. Essa baixa inclinação pode favorecer algumas atividades que exigem maior esforço, entretanto, também pode criar monotonia na paisagem e dificuldade de drenagem em certas áreas. Os desníveis não são alterados bruscamente, ele é praticamente plano, e não possui forma com alto teor de complexidade como côncavo ou convexo, sua compreensão é simples.

O que a topografia impacta no parque?

Imagem: Parque Urbano e Vivencial do Gama

Imagem: Parque Urbano e Vivencial do Gama

Imagem: Parque Imagem XXUrbano e Vivencial do Gama

Imagem: Parque Urbano e Vivencial do Gama

A topografia auxilia no escoamento das águas pluviais. Pode ser aproveitada com a criação de bacias de contenção, onde a chuva que precipita em cotas elevadas, é direcionada às lagoas de contenção, nas cotas mais baixas do terreno.

O que a topografia do entorno impacta no parque? A área ao nordeste do parque possui configuração similar ao do parque, e suas águas escoam para ele. Ao norte do parque há um declive acentuado, com curvas de níveis bem próximas e sua configuração é semelhante à fundo de vale. O declive continua ao sul, o que impõe a necessidade de contenção a fim de evitar que as águas alcançam o tecido urbano.

O que a topografia do parque impacta no entorno?

Mesmo em menor quantidade, o solo e o lixo levado pela água tende a ir para o sistema de coleta de águas pluviais da rua, causando entupimento da rede, o que gera alagamentos. Devido à esta condição o parque deve pensar sistemas eficientes de disposição de resíduos sólidos.

Perfil de Elevação Elevação em em metros metros Elevação

Como mencionado anteriormente, a orientação topográfica do parque, tem seu bônus e ônus. Recebe grande fluxo de água, o que é bom para a cidade, pois o parque tem propriedades que permitem que tenha maior absorção da água, mas por outro lado, também permite que parte desse fluxo de água, retorne para a cidade.

1.170 1.160 1.150 0

100

200

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400

500

600 700 Distância Distânciaem emmetros metros

800

900

1000

1100

1200

1300


Perfil de corte do terreno Ponto mais alto do terreno

Áreas mais baixas passíveis de receber mais águas e que exigem formas de contenção das águas pluviais

Ponto mais baixo do terreno 31


ORIENTAÇÕES: RUIDOSA, SOLAR E EÓLICA

Os ruídos no parque são menores do que no seu entorno. O entorno do parque possui áreas residenciais ou de chácaras. No interior do parque, com exceção dos dias em que há atividades nas áreas de lazer, o ruído é baixo. Estas condições contribuem para um parque que busca a contemplação da paisagem. No parque não há caminhos sombreados, recebendo a incidência solar durante todo o dia, o que pode contribuir para afastar possíveis frequentadores.

O que entorno impacta no parque? O entorno não gera tanto ruído no parque devido ao uso do solo do entorno, que é predominantemente residencial. O ruído que é transmitido para o parque é apenas dos poucos carros que passam na via SNO Avenida Contorno que circunda o parque, com exceção da parte sudoeste, devido ao shopping popular, uma feira permanente e a via SNO Feira - uma das principais vias do Gama.

O que parque impacta no entorno? O parque não possui barreiras que impedem a circulação do vento, que em campo aberto contribui para que os ventos passem pelas residências com bom fluxo. Conforme gráfico de ventos (ao lado), os ventos predominam na direção leste e sudeste durante o verão, durante o outono, os ventos predominam da direção norte e noroeste, e durante o restante do ano, os ventos são equilibrados. Durante o inverno há os ventos de frequência de ocorrência, vindos da direção leste. No período de seca, que é entre maio e setembro, correspondente à outono e inverno, pode haver queimadas no parque, devido a vegetação seca exposta, e a fumaça é levada facilmente para as residências. Os ventos predominantes nesses períodos surgem ao noroeste e norte, as regiões mais afetadas por essa fumaça são sul e sudeste.

Imagem: Shopping popular - PUVG


Setor residencial

Setor de chácaras

Setor residencial

Área com caminho sem sombra

Setor de serviços públicos

Setor residencial

Setor residencial

Setor comercial Setor comercial

Shopping Popular do Gama - Grande fonte de ruídos

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MARCOS VISUAIS DE DESTAQUE O parque do Gama é desconhecido. Os usuários são os principais divulgadores de suas capacidades para recreação e lazer. Isto é, o parque não é conhecido pela suas referências arquitetônicas, mas sim, pela usabilidade. Perdeu-se, portanto, a potencialidade do parque ser uma referência estético-identitária para o local.

1

2

3

Os poucos elementos visuais são: ● ● ● ● ● ●

Mensagem "ocupa o parque" Escultura em forma de coração Maciços arbóreos Fórum Estádio Feira

O que entorno impacta no parque? Próximo ao parque existem edificações com formas marcantes e de grande importância para a cidade, como o Fórum e o Estádio Bezerrão. O shopping Popular, apesar de sua arquitetura simples, é relevante pelas suas dimensões. Outro aspecto relevante do entorno, são as residências de no máximo 2 pavimentos, ao redor do parque, que não poluem visualmente e permitem uma visão mais ampla do horizonte. As visuais para o Fórum, Estágio e Feira então devem ser priorizadas, em cenas específicas a serem selecionadas.

Mensagem “ocupa o parque”

Escultura do Coração

4

Maciços arbóreos

5

6

O que parque impacta no entorno? Atualmente a maior contribuição do parque para a cidade é o horizonte livre e com algumas áreas arborizadas (maciços), contribuindo com áreas verdes, tornando-o convidativo para uma conversa entre vizinhos. Outro ponto que relevante atualmente é a falta de manutenção, que deixa um visual desagradável para quem tem algum tipo de contato com o parque. Isso indica a necessidade de pensar estruturas para o parque que sejam duráveis e com baixa manutenção. Ampliar os marcos visuais no Parque, especialmente no perímetro externo, amplia as possibilidades de orientabilidade no entorno. Deve-se atentar-se para não interferir nos marcos visuais já existente e consolidado historicamente, como o Fórum, Estádio e Feira.

Fórum do Gama

Estádio Bezerrão - visto do PUVG

Shopping Popular


3

2

1 4

5

6

35


AFINAL

DO QUE O

PARQUE PRECISA?

necessidades para o PUVG a partir do diagnรณstico dimensional.


Função

Integração

Conservação, preservação e Sustentabilidade

Baseado nos Estudos Urbanos das páginas anteriores, estimou-se uma série de necessidades para tornar o PUVG adequado às demandas da sociedade.

Comércio e serviços

Lazer

Equipamento/ Mobiliário

Dimensão

Porque

Ciclovias

Deverá ter no mínimo 2,50m de largura. Comprimento será definido com o desenvolvimento do projeto.

Forma prática e esportiva para deslocamento dentro e até o parque, promove bem estar.

Calçadas

Deverá ter no mínimo 1,20m de largura. Comprimento será definido com o desenvolvimento do projeto.

Possibilita integração com as malhas urbanas para pedestres, promove bem estar.

Meio de transporte que permita integração

Será estudado um transporte que conecte com mais agilidade as extremidades do parque.

O parque tem uma extensão considerável, esse meio de transporte promoverá melhor integração aos usuários.

Replantio de vegetação nativa no entorno da nascente

A área que receberá esse reflorestamento será de 50 metros no perímetro da nascente.

A vegetação nativa irá auxiliar na recuperação e manutenção da nascente.

Remoção e realocação dos ocupantes do parque

As 26 famílias serão realocadas.

Os moradores que hoje ocupam o parque deverão ser realocados em áreas que sejam melhores para eles.

Plantio de vegetação nativa

Serão destinados 25,60 hectares

A vegetação nativa irá contribuir para a manutenção do solo, evitando a situação de erosão.

Plantio de vegetação não-natural da região que não gere conflito no meio ambiente

Serão destinados 12,80 hectares

Vegetações vindas de outros biomas poderão contribuir para o bem estar da população, desde que não prejudiquem a região.

Pavimentação permeável

Em estacionamentos e grandes áreas pavimentadas.

A água que cair na região pavimentada, será absorvida mais facilmente pelo próprio solo.

Drenagem natural

Em pontos estratégicos em todo o parque.

A água será destinada a biovaletas, será redirecionada e boa parte será absorvida pelo solo.

Bacia de sedimentação

Em ponto estratégico no parque.

Volume de água que não for absorvido pelo solo, será contido.

Sistema de reaproveitamento de água

Nas edificações e pavimentação.

Parte da água coletada é aproveitada no sistema de irrigação.

Quiosques

No mínimo 20m²

Pontos de venda de lanches e água.

Equipamentos culturais

No mínimo 50m²

Estrutura com intuito de promover exposições e afins.

Guaritas de apoio e segurança

No mínimo 6m²

Ponto de apoio ao visitante, com mapas e seguranças.

Sanitários

No mínimo 30m²

Dimensionados em pontos estratégicos, atendendo a demanda.

Fontes e espelhos d’água

Dimensionados para cada área

proporcionalmente

Destinados à contemplação e possíveis melhorias ao microclima.

Fontes e cascatas para banho

Dimensionados para cada área

proporcionalmente

Destinados à população se refrescar

Parques infantis

No mínimo 50m²

Visa a necessidade de aprendizado das crianças e dissipar e energia.

Praças sombreadas

No mínimo 15m²

Destinados à jovens, adultos e idosos. Próximos a locais para contemplação.

Áreas destinadas a concentração de público

No mínimo 1.500m²

Visa atrair alguns eventos para o parque.

Ponto de encontro comunitário

No mínimo 30m²

Atender a necessidade de parque do parque, que não tem acesso.

37


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Critérios para escolha dos Casos O embasamento das pesquisas de casos foram parques que se encontravam em situação semelhante ao do PUVG, parques em situação anterior de abandono ou que passaram por grande transformação, e hoje são parques de referência. Um terreno sem utilização torna-se um problema para o estado e para a vida em sociedade, pois um lugar sem pessoas utilizando de forma adequada tende a aumentar os custos de urbanização, onerando os cofres públicos e consequentemente a sociedade. Um parque ocupado e com áreas de lazer atrativas e natureza conservada, tendem a convidar a sociedade a aproveitar o espaço e principalmente a cuidar, em alguns casos, a própria sociedade faz a manutenção, ou até mesmo a iniciativa privada, a fim de captar recursos futuros. Os casos apresentados a seguir passaram por processos semelhantes de transformação, lugares que eram abandonados ou abrigavam outros serviços, hoje estão bem frequentados pela população.

Critério

1

Parques que foram transformados, de algo que não estava bom e hoje são referências.

A situação em que o PUVG se encontra hoje é semelhante a condição dos parques citados antes da transformação.

2

Parque que abriga rica fauna e flora e antes estava sendo mal aproveitado.

O PUVG tem potencial para abrigar fauna e flora, e conservá-las

3

Parques que abrigam grande público, de todas as classes sociais.

O Gama possui população em todas as classes sociais e distintos poderes aquisitivos.

4

Parques que prezam por melhorias em microclimas - umidade, caminhos sombreados e afins.

A região em que se encontra o PUVG possui baixa umidade, ilhas de calor e poucos caminhos sombreados.

5

Parques que possibilitam pequenos negócios ou áreas que consigam gerar algum tipo de renda em um período.

O PUVG tem potencial para atrair grande público, que necessita de uma mínima estrutura para receber os usuários.

6

Parques que abrigam eventos de pequeno e médio porte.

A cidade é carente de áreas para eventos e apresentações culturais ao ar livre.

7

Parques que conseguiram ser bem aceitos pela população.

O PUVG possui potencial para ser o maior parque urbano da região.

Parc de la Villette

Parque Tanguá

CASOS ESCOLHIDOS

Parque Madureira

Motivação

1 Fonte: cidadeolimpica.com.br

2 Fonte: curitiba.pr.gov.br

3 Fonte: en.parisinfo.com


CASOS ESCOLHIDOS NO MUNDO

3

2

O Parc de la Villette está inserido no contexto urbano, cercado por residências, comércios, rodovias e também há uma estação de metrô no limite do parque.

O Parque Madureira foi pensado visando a conscientização ambiental, com recursos sustentáveis e também está inserido no contexto urbano.

1

O Parque Tanguá tornou a natureza um de seus principais atrativos, seja com paisagens ou com preservação e conservação.

41


42


PARQUE MADUREIRA O Parque Madureira, no Rio de Janeiro / RJ, foi projetado em 2016, por Ruy Rezende Arquitetos, está instalado em um terreno com 36,4 hectares. Foi pensado visando a melhora da qualidade de vida da sociedade, após o levantamento realizado, que chegou a conclusão que a população era carente desse tipo de lazer na região. O Conceito principal dele é a sustentabilidade baseada na educação sócio ambiental, ou seja, é um parque que foi idealizado para aproximar a população da importância de conservação e reutilização dos recursos, minimizando o desperdício, educando para que as futuras gerações possam ter contato com a natureza de forma mais preservada possível. A região escolhida no Rio de Janeiro (norte) para a implantação desse parque tem 97% do seu território modificado pelo ser humano e menos de 1m² de área verde por habitante. O projeto de requalificação do parque contou com a ajuda da sociedade, que abraçou o projeto e ainda mais o resultado, apropriando-se rapidamente do parque. A transformação mudou drasticamente - para melhor - a vida da população local, valorizando a comunidade e recuperando o meio ambiente. Com milhares de visitas, chegando a 25.000 no final de semana, o parque conta com diversas opções esportivas de lazer, possui o Palco do Samba, um palco a céu aberto, considerado um dos maiores da cidade, o Parque Madureira é o coração verde da cidade (ARCHDAILY BRASIL, 2016).

COMO O CASO CONTRIBUI À PESQUISA?

Imagem: Parque Madureira - ArchDaily

Por ser em uma área que cresceu desordenada e o terreno que se encontra o parque era vazio, acredita-se que era um terreno abandonado e sem vida social, mas com áreas verdes, pois houve recuperação de fauna e flora., Outro fato que induz a essa lógica é a vontade da população em querer transformar esse ambiente

O Parque Madureira, como já mencionado, é o centro verde de diversões da região, e pensado de forma que preze por sustentabilidade e educação sócio ambiental, é uma rica fonte de estudos para possíveis aplicações ao PUVG. O parque conta com sistema de sensores meteorológicos de irrigação, ou seja, caso a temperatura esteja muito alta, haverá um reforço no sistema de umidificação das plantas. E a água utilizada nos sistemas de irrigação, são de reuso. A iluminação do parque é feita com lâmpadas de LED, que consomem menos energia, e energia essa que é coletada através do sol, com placas fotovoltaicas. A pavimentação é feita com elementos permeáveis, o que contribui para a recuperação da flora local. Flora que recebeu mais 800 árvores e 400 palmeiras em grandes áreas de circulação. Além das árvores que já existiam e a vegetação acrescentada, o parque também conta com paredes e tetos verdes, fontes, cascatas e espelhos d’água. Condições que contribuem para melhora do microclima e torna-se atrativo, em uma região que tem registros de calor elevado. Imagem: Parque Madureira - ArchDaily

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A área das cascatas no parque, seguem a mesma forma de todo o parque. Foi pensada visando refrescar os usuários do parque. As tubulações passam por dentro dos pilares e descarregam a água na cobertura, nesta etapa a cobertura é sobrecarregada fazendo transbordar essa água e assim ela cai em forma de ducha nos usuários. A água é coletada e reutilizada no sistema de irrigação das vegetação.

Imagem: Todas as imagens são do Parque Madureira e foram retiradas do site: ArchDaily


A Praça do Samba é uma das edificações que representam a cultura local. Foi pensado para ser um palco para apresentações de nível pequeno e médio. A praça tem um formato oval, que orna com a forma do parque, as circulações seguem o mesmo formato e o palco é formando uma onda, remetendo ao mar que beira o estado, mas não está próximo ao parque.

Praça do Samba

Área das cascatas

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PARQUE TANGUÁ O Parque Tanguá, se localiza em uma pedreira entre as cidades de Curitiba e Almirante Tamandaré / PR, distribuído em 23,5 hectares. Sua estrutura foi pensada anteriormente para abrigar uma usina de reciclagem de lixo industrial e caliças. O Parque conta com dois níveis, o nível superior abriga a antiga estrutura da usina e o nível inferior possui um grande lago. O Parque aproveitou essa estrutura no nível superior para transformá-la em um mirante com 65 metros de altura, ao lado de uma queda d’água, que proporciona ampla vista ao parque. A parte externa do nível superior ainda conta com um grande jardim no estilo formalista, com formas simétricas, grandes acessos e espelhos d’ água. A estrutura abriga restaurante, decks e loja. O lago no nível inferior é formado pelo Rio Barigui, há também uma pista para caminhada, com opção de passar por um túnel com 45 metros de extensão em uma passarela sobre a água, ciclovia, lanchonete e afins. O Parque Tanguá, conserva a fauna e flora, diversas espécies estão preservadas neste ambiente assim como a bacia do Rio Barigui. O parque oferece estrutura para que o meio ambiente continue sendo preservado (CURITIBA, 2019).

COMO O CASO CONTRIBUI À PESQUISA?

Fonte: curitiba-parana.net

O parque teve como ponto principal, a conservação do meio ambiente, nota-se isso com a estrutura montada, principalmente no nível inferior, onde a maior parte dos equipamentos, está em uma estrutura que não agride muito. A região se manteve próxima ao seu natural. O aproveitamento da estrutura também já existente é outro ponto positivo, pois a demolição iria gerar mais custos e mais danos ao meio ambiente. Aproveita-se a estrutura da antiga usina para transformá-la em ponto de apoio para o usuário. Apesar de que o meio ambiente tenha sido pouco modificado, ainda houve modificações, principalmente no nível superior, mas com intuito de tornar o parque ainda mais atrativo e que preserva a função ecológica do parque, com o jardim formalista. O Parque Tanguá é uma referência no quesito de preservação de espécies e bacia hidrográfica. Imagem: GuiaViagensBrasil


180m 240m 40m

100m Jardim formalista

210m

Esquema de zoneamento - Fundo Nacional do Meio Ambiente

1. MIRANTE / SANITÁRIOS 2. JARDIM POTY LAZAROTTO 3. PORTAL 4. ESTACIONAMENTO 5. RIO BARIGUI 6. CHURRASQUEIRAS 7. PAREDÃO DE PEDRA 8. TÚNEL 9. PASSARELA 10. CASCATA 11. LANCHONETE / DECK 12. RAMPA

Uma das principais iniciativas do Parque Tanguá, é a conservação ambiental. A entrada e contato é permitida, mas há preocupação com o meio ambiente. Todo o parque foi separado por zonas e cada uma tem a sua atenção especial. Quanto à área próxima à bacia hidrográfica do Rio Barigui e afins.

13. MIRANTE 14. PRAÇA 15. PONTE 16. PISTA DE COOPER 17. CICLOVIA 18. PERGOLADO 19. LAGO 20. RECANTO 21. PEDREIRA COM CASCATA 22. MANUTENÇÃO 23. GUARDA MUNICIPAL

Imagem: mapa do Parque Tanguá - Prefeitura Municipal de Curitiba

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PARC DE LA VILLETTE O Parc de la Villette, surgiu após um concurso de revitalização de regiões de Paris, França onde estavam abandonadas ou possuíam pouco desenvolvimento, a área escolhida foi um antigo mercado de carnes, com 135 hectares. Bernard Tschumi venceu o concurso, fugindo do tradicional, onde todos planejavam apenas áreas de lazer, o arquiteto pensou em um complexo cultural que mesclasse a contemplação da natureza, aproveitamento do espaço livre com centros culturais, estruturas com presença marcante foram dimensionadas para o parque. O parque foi pensado para dar ao usuário uma sensação de liberdade e uma nova descoberta a cada momento, foram dimensionados 10 jardins temáticos únicos e 35 edifícios de formas chamativas com interior livre, para o ocupante ter liberdade para utilizar como bem entender. O parque é pensado em três camadas: superfícies, linhas e pontos. As superfícies são os planos, áreas verdes, com jardins e espaços de convivência ao ar livre. As linhas são os caminhos, circundam as áreas verdes e conectam os edifícios e a malha urbana que toca o parque. Os pontos são os edifícios, que se conectam formando uma malha, dando uniformidade ao parque. São promovidos eventos culturais de todas as escalas e cinemas ao ar livre, as pessoas costumam se encontrar para fazer piqueniques no verão.

COMO O CASO CONTRIBUI À PESQUISA?

Imagem: Flickr - Gilles T.

Recentemente as pessoas abraçaram ainda mais os parques, transformando os edifícios, que anteriormente eram para eventos pontuais, em restaurantes e escritórios, dando ainda mais vida ao parque (ARCHDAILY BRASIL, 2013).

Novamente, após os casos já citados, um espaço que gerava despesas e preocupações para o estado, torna-se um exemplo, vira um ponto de lazer e fonte de renda para algumas pessoas. A ideia de mesclar os espaços livres com centros culturais deve ser levada em consideração, tem por fim atrair mais público para o parque, o público nesse caso, não é mais só o atleta e a criança que tem necessidade de dissipar energia, é também o admirador de arte e o apreciador de café, por exemplo. Quanto mais público mais vida ao parque. A forma em que o parque foi concebido também pode promover o uso do parque a noite, hora em que geralmente os parques fecham, o Parc de La Villette permanece aberto, promovendo eventos, jantares e cinema ao ar livre. O conceito de camadas também deve ser especialmente analisado, pensar em um sistema de malhas que possuam pontos de interesse conectados por caminhos, e entre esses caminhos se configuram espaços livres, eleva a experiência da criação de um novo parque, torna-se algo que permeia entre a ideia de liberdade de criação e uma configuração pré-existente. Imagem: lavillette.com


Imagem: esquema do Parc de la Villette - Bernard Tschumi Architects

O Parc de la Villette, possui uma ideia complexa, mas de fácil compreensão se for analisada por partes. Uma malha foi idealizada por pontos, esses pontos são edificações, pontos de interesse, e são conectados por linhas, circulação e entre essas linhas existem os vazios, que são ocupadas das mais variadas formas. Imagem: esquema do Parc de la Villette - ArchDaily

49


Quadro comparativo entre os Casos Os parques que foram estudados possuem algumas semelhanças e algumas diferenças, o quadro abaixo cita algumas observações mais notáveis.

Parque Madureira O comércio dentro do parque é com pequenos quiosques, suas dimensões são de aproximadamente 8x5 metros de construção e cobertura fixa de 10x6 metros, servem comida e bebida. Por ter uma movimentação de usuários e turistas, também atraiu vendedores ambulantes, que oferecem lanches. Possivelmente, a implantação do parque também gerou mais visitas ao comércio do entorno.

Parque Tanguá

Parc de la Villette

O lado comercial do parque possui dois níveis. No nível superior há dois pequenos estabelecimentos, um vende souvenirs e o outro serve cafés e acompanhamentos. No nível inferior há um bistrô de porte médio, com dimensões aproximadas de 15x15 metros.

O mais complexos dos campos comerciais dos casos, assim como o Parque Madureira, o parque possui quiosques com o mesmo princípio, mas o Parc de la Villette também possui grandes estruturas comerciais, grandes restaurantes, pavilhões de exposições, um por exemplo, possui dimensões aproximada de 250x90 metros.

O lazer do parque busca o público que pratica esportes, aprecia a música e a comida regional, gosta de se refrescar nas cascatas - devido ao clima local.

O parque oferece um lazer para o usuário que preza tanto pela contemplação, práticas de esportes e um bistrô.

O público do parque busca um lugar de lazer que preze pela contemplação, que possa estar em contato com a natureza e apreciar obras de arte, um lugar tranquilo para ler um livro em algumas áreas do parque. Outras áreas também oferecem ao usuário, fontes de diversão mais agitadas.

Em uma malha urbana, mesclando a área residencial e comercial, o parque possui integração facilitada, há linhas de ônibus e metrô em toda a extensão do parque.

Está em uma zona residencial, as formas de integração mais usuais são carro ou ônibus, existe uma parada a 120 metros da entrada do parque.

O parque está inserido na malha urbana, ao lado de uma rodovia, logo o sua integração está facilitada. Além disso, há duas estações do metrô, uma em cada extremidade do parque, junto às entradas.

O terreno anteriormente, era um terreno baldio, após a implantação do parque, principalmente por ter sido idealizado focando em sustentabilidade, e a após o plantio de árvores e algumas vegetações, a conservação também foi instaurada.

O parque preza pela conservação dos recursos naturais já existentes, a bacia do Rio Birigui, toda fauna e flora do local.

Anteriormente a área onde se encontra o parque, era um mercado de carnes e, então, se transformou em um parque. Após essa transformação também foi instaurada uma conservação, pois as áreas verdes tem uso.


51 51


O QUE PODE SER

FEITO NO PARQUE

Uma proposta de melhoria para o salvamento de um parque e seus usuรกrios


53 53


EVOLUÇÃO DO PARTIDO DO TRAÇADO

Por isso, malha foi mudada e a distribuição dos setores começou a ser feita por equipamentos. Inicialmente, a forma do parque foi pensado com uma malha simples, inspirado no Parc de la Villette, eram basicamente pontos, linhas e planos. Além dessa organização acabou se tornando irregular e passava a sensação de monotonia.

Ainda assim, a forma do parque continuou com espaços ociosos e mal distribuídos. Houveram outras tentativas de distribuição dos equipamentos, mas sem sucesso, com espaços desconectados permanecendo uma malha monótona. A inserção do trajeto do bonde reduziu a monotonia e sua implantação passou a estruturar as decisões de traçado geral, já que sua função é integrar a maior parte do parque.

Dentro da mesma malha, houveram mais tentativas de organização, dessa vez, espalhando os equipamentos, os espaços ociosos agora estavam entre as divisões. Após uma nova análise, houve uma tentativa de mudança de tipo de traçado. Foram definidos onde estariam as entradas, e agora a distribuição seria feita por setores, e não equipamentos.

As entradas foram definidas em prol da comunidade, há mais entradas na área que tem maior contato com as residências ou maior fluxo da população.


Os setores “preservar” e “conservar” foram dimensionados aproveitando a vegetação já existente e para fins de proteção ambiental.

BrincarContemp Jogar 02 Dançar Relaxar lar 02 Paquerar Jogar 03 Contemp lar 04

Preservar

Contemplar 01

Lanchar

Banhar Festejar

Paquerar Contemplar 04

Algumas malhas foram testadas, e foi definida a que melhor acolheu os espaços, com menos espaços ociosos e melhor fluxo.

Voar Brincar

Jogar 02

Criar

Dançar

Jogar 03

Os setores “contemplar” foram pensados para o recebimento do público. Os setores “lanchar” e “comer” foram dimensionados próximos ao estacionamento, para facilitar o acesso de quem leva volume.

Conservar

Comer

Preserva r Conserva r Contemp Banhar lar Lanchar 01 Contemp Festejar Voar lar 03 Comer Jogar 01

Contemplar 02

Jogar 01

Contemplar 03 Relaxar

O setor “banhar” foi pensado próximo às áreas de interesse ambiental, para que a umidade seja mantida perto. “Festejar” foi dimensionado no centro para que o usuário tenha contato com outras áreas do parque. Já existe uma pista de aeromodelismo no setor de “voar”. “brincar” e “dançar” foram dimensionados próximo às residências e próximo a maioria das entradas. Os setores “jogar” foram dimensionados para aproveitar os campos de futebol e as quadras já existentes. O setor “relaxar” foi dimensionado entre setores onde, provavelmente, haverá pouca poluição sonora a maior parte do tempo. “Paquerar” foi dimensionado entre os campos de futebol e sem contato com “brincar”. O “criar” é uma área de estímulo criativo e foi dimensionado em um local que minimiza distrações.

55


SETORIZAÇÃO 1

2

3 6

4

7 5 8

9

10

12 13

14 16 17

18 20

19

15

11

01 - PRESERVAR 02 - CONSERVAR 03 - CONTEMPLAR 01 04 - LANCHAR 05 - FESTEJAR 06 - BANHAR 07 - CONTEMPLAR 02 08 - VOAR 09 - COMER 10 - BRINCAR 11 - JOGAR 01 12 - PASTOREAR 13 - JOGAR 02 14 - DANÇAR 15 - CONTEMPLAR 03 16 - PAQUERAR 17 - RELAXAR 18 - JOGAR 03 19 - CRIAR 20 - CONTEMPLAR 04


PEQUENAS

SOLUÇÕES

DE GRANDE

IMPACTO!

algumas estratégias de intervenções e estudos de implantação, pensados como elementos principais de estruturação e valores sensoriais do parque

57


CIRCULAÇÃO: BONDE+CICLOVIA+COOPER+SERVIÇO Calçada Ciclovia

Bonde + serviço

Balaústres balizadores

Calçada

Foi pensado uma única pavimentação principal, para diminuir o impacto no meio ambiente. Essa pavimentação é destinada aos trilhos do bonde, ciclovia e pista de cooper. Os carros de serviço também passarão na parte pavimentada dos trilhos do bonde.

Ciclovia

Bonde + serviço

Peças de concreto balizadoras

Inicialmente, foram pensados balaústres para limitar e avisar o usuário para ter atenção naquela parte, mas após análise, foram substituídos por elementos circulares de concreto, e mais espaçados. Poluem menos visualmente e sugerem a mesma sensação.

A parte destinada ao bonde também foi para o centro dessa pavimentação, após o dimensionamento das estações, onde seria mais usual que o bonde passasse pelo centro, e a ciclovia e pista de cooper, pelas laterais.


ESTAÇÃO DO BONDE + APOIO WC

Serviços

Ciclovia Bonde + serviços

O bonde é o que proporciona a integração dentro do parque, então devem haver estações para ele. E essas estações também são pontos de apoio para os usuários do parque, possuem sanitários, bebedouros, comércio e serviços.

Calçada

Estação

A primeira proposta da estação foi seguindo as características da malha geral, mas seria um elemento repetitivo e seus equipamentos terminaram sendo muito separados. A ideia se desenvolveu a um modelo que consegue atender a todos, há a estação, onde as pessoas podem esperar o bonde e a estrutura que mescla todo o apoio ao usuário em um só bloco.

Estação + Serviços + WC

Ciclovia

Estação

Bonde + serviços Calçada

59


BARREIRA COM PERMEABILIDADE VISUAL Arbustos baixos

Essa barreira foi pensada para ser instalada em locais onde deve haver segregação, por questões de segurança, evitar acidentes como, por exemplo, será instalada entre as áreas “brincar” e “voar”, pois a primeira área é destinada a brincadeiras infantis e a segunda é destinada a adultos com aeromodelos. Mas poderá haver permeabilidade visual.

Cerca de madeira entre os arbustos

Inicialmente foi pensada apenas com pequenos arbustos, mas após análise, uma barreira fixa também foi dimensionada. Apenas a vegetação poderia permitir acesso.’

Barreira com permeabilidade visual

Circulação permeável


BARREIRA ACÚSTICA Barreira acústica em forma de painel

A barreira foi pensada para amenizar os ruídos que se localizam em torno do setor “relaxar”, pois é um espaço que necessita de um ambiente mais silencioso possível, para a prática de suas atividades. Inicialmente seria uma tela com elementos e formas que contribuíssem para a dissipação do ruído. Após um novo estudo, foram alterados materiais e forma da barreira. Acredita-se que a nova barreira terá mais eficiência, pois tende a isolar mais o setor.

Barreira acústica em forma de estrutura com jardim vertical

Corte

61


BARREIRA PARA PRESERVAÇÃO vegetação alta

A barreira de preservação é necessária para que o meio ambiente se recupere da degradação, e a falta de contato humano colabora para a regeneração. Apenas pessoas autorizadas podem ter acesso.

Arbustos altos

Com a intenção de menor poluição visual, arbustos altos foram dimensionadas, para bloquear visão e dificultar acesso.


BARREIRA PARA CONSERVAÇÃO

A barreira para o setor de conservação, é necessária para limitar o acesso de pessoas, mas a entrada será permitida, por entrada específica. A área de preservação será semelhante a área de conservação, então deverá ter barreiras limitadoras, mas que permitam visão.

Arbustos médios Barreira no caminho interno

Calçada permeável 63


BARREIRA REMOVÍVEL

Balizas retráteis

Essa barreira deverá ser instalada no setor “festejar” pois podem haver eventos diferentes acontecendo ao mesmo tempo, com públicos distintos, ou pode haver um evento que necessite de todo o espaço. Então a barreira retrátil será útil nesse setor.

Barreiras retráteis

Esquema das barreiras retráteis

Inicialmente a barreira foi pensada com balizadores robustos, com a possibilidade de corrente entre eles, mas acredita-se que não seria um bom limitador. Logo a solução encontrada foi a mescla de estacas e chapas retráteis, estas com a possibilidade de serem entendidas como elementos artísticos.


ENTORNO DO PARQUE Arbustos baixos

Árvores de pequeno porte Calçada permeável

A priori a ideia eram apenas arbustos e árvores de pequeno porte, mas notou-se que poderia não ter efetividade em seu propósito. Logo, foi sugerido também uma vala entre essa barreira e a calçada.

Grama ou forração

Muro de arrimo Calçada

45º

1~1,5m

Este é o limite do parque, a população terá os locais específicos para entrar, aumentando o controle, então o restante deverá ter barreiras para impedir o acesso.

Praças Asfalto

Calçada

Asfalto Muro de arrimo 65


ACESSOS AO PARQUE Totem Entrada 01

Entrada 02 Totem

Entrada 03

Entrada 03

As entradas do parque foram dimensionadas em pontos estratégicos, próximos de residências ou fluxos.

Totem Entrada 04

Entrada 05

Entrada 09

Entrada 04

Entrada 06

Entrada 07

Entrada 11 Entrada 10

Foram realizados alguns desenhos de sugestão para as formas das entradas do parque e o totem que identifica a entrada. Alguns modelos passaram por modificações, a fim de obter melhoria.

Entrada 08

Entrada 11

66


FAIXA ROSA

Foi dimensionado para o PUVG, uma faixa monocromática, que acompanha o usuário por toda a extensão do parque, passando por alguns setores. É possível que ela seja vista na maior parte dos ambiente, Essa faixa pode, durante o percurso, assume diferentes formas, ora é uma cobertura, outra torna-se uma cascata, depois uma escultura, seguindo dessa maneira por toda a extensão. Ela, além de fazer parte dos ambientes do PUVG e orientar o usuário, chama atenção pela cor de destaque, diferenciando-se das cores já adotadas no parque.


IMPLANTAÇÃO

GERAL

E SETORIZAÇÃO

a forma do parque, com junção entre os estudos de traçado e as pequenas soluções de grande impacto


1170

m

630

1

2

6

4

01 - PRESERVAR 02 - CONSERVAR 03 - CONTEMPLAR 01 04 - LANCHAR 05 - FESTEJAR 06 - BANHAR 07 - CONTEMPLAR 02 08 - VOAR 09 - COMER 10 - BRINCAR 11 - JOGAR 01 12 - PASTOREAR 13 - JOGAR 02 14 - DANÇAR 15 - CONTEMPLAR 03 16 - PAQUERAR 17 - RELAXAR 18 - JOGAR 03 19 - CRIAR 20 - CONTEMPLAR 04

750m

3 7 5 8 9

10

11

1165

750m

12 13

14 16

15

17

18

1155

19

20

1150

1160

630

m

1145 0

100

200m

69


ESTAÇÃO e FAIXA

A estrutura da estação do bonde se repete em pontos estratégicos de conexão, que facilite a circulação em todo o parque. Possui sanitários, ponto de comércio e serviço e bancos. O bonde circula em todo o parque, em uma pista compartilhada, com ciclovia e cooper. O espaço que o bonde e os carros de serviço passam, é separado por balizadores, espaçados por 2,50m. O parque também possui uma estrutura que contribui com a circulação, trata-se de uma “fita”, que passa por alguns setores, em alguns momentos é calçada, outra é cascata, cobertura e afins.

Imagem: vista superior da estação do bonde.


Imagem: parte onde passa a ďŹ ta que passa em todo o parque.

71


PRESERVAR m 270

270m

Nascente

50m

160m

Córrego

Caminho até a nascente

Acesso à área de preservação

110

m

m

150


A área de preservação foi pensada para proteger parque do cerrado nativo, tanto fauna quanto flora, e a nascente que se encontra nesse setor.

Nascente

Somente pessoas autorizadas terão acesso para fins de pesquisa e acompanhamento ambiental, e seu acesso se dará pelo setor de conservação. Seu perímetro será delimitado com cerca viva que não permitirá acesso. Serão utilizadas árvores nativas do cerrado para o reflorestamento, algumas delas são: acácia, pequi, faveiro, araticum, pau-terra, mercúrio-do-campo, entre outras. Possui forte inspiração do Parque Tanguá, que possui métodos semelhantes de preservação.

Imagem: vista superior da área de preservação.

73


CONSERVAR m

Córrego

160m

350

Acesso à área de conservação

Bacia de contenção

60m

Calçada para caminhada

m

230

110 m

Acesso à área de conservação

74


Calçada para caminhada

Córrego

Entrada para área de conservação

Calçada para caminhada

Entrada para área de preservação

Bacia de contenção

Córrego

Imagem: vista superior da área de conservação.

Imagem: vista superior da área de conservação.

A área de conservação foi pensada como uma extensão da área de preservação ao público geral, que busca um contato mais direto com a natureza. Possui a mesma vegetação. O córrego que surge da nascente passa por esse setor. O acesso a esse setor é livre, mas não faz parte da circulação geral do parque, para maior proteção do bioma. Uma cerca viva o circunda e seu acesso se dá pelo setor de piquenique próximo também a uma das estações do parque. Não há grandes interferências no local, basicamente existe apenas um pórtico de entrada e uma calçada permeável. Essa parte do terreno tende a ser mais úmido (brejo), então no período chuvoso, pode ser que alague a região, então ao sudoeste do setor, uma bacia de contenção foi dimensionada. Assim como o setor de preservação, este setor também possui forte influência do Parque Tanguá, que preza pela conservação. Imagem: calçada para caminhada na área de conservação.

75


140

Entrada do parque

m

50m

CONTEMPLAR 01

Alameda com palmeiras

110

80m

110m

Espelho d’ água

40m

m


Bacia de contenção

O setor contemplar 01 é um dos acessos do parque, próximo ao setor de chácaras, é a ligação entre o lado externo com os setores: “conservar, lanchar, comer”, e uma das estações do bonde, que transita por todos os pontos de interesse do parque.

Espelho d’água

Uma baixa cerca viva o circunda, espelhos d’ água e pequenos bosques, há uma alameda de palmeiras que direciona para o bonde e, na rota, pode-se encontrar os demais setores já citados.

Imagem: entrada do setor contemplação 01.

Espelho d’água

Imagem: alameda com palmeiras.

Imagem: entrada do setor de contemplação 01.

77


LANCHAR m

110

110

m

Área para churrasqueiras

Cobertura para estação do bonde

Sanitários, comércio e serviços

m 110

110

m

Área gramada para piquenique

Área pavimentada para piquenique


Área de churrasqueira Este setor é destinado a alguns tipos de confraternizações, se localiza entre o setor “contemplar 01” e o “festejar”, próximo também a uma estação do bonde. Há uma estrutura central que possui 06 churrasqueiras, com seu centro e entorno arborizado. Nas imediações há pequenos gramados ou pavimentações para piqueniques de fato. Neste setor, além da vegetação típica, também há algumas árvores frutíferas, como: pé de seriguela, acerola, jaboticaba, laranjeiras e limoeiros.

Imagem: área para churrasqueiras.

Área gramada para piquenique

Imagem: circulação interna.

Área pavimentada para piquenique

Imagem: área para churrasqueiras e espaços para piqueniques.

79


FESTEJAR m

35 0

Estruturas cobertas

350m

Estação do bonde

Estação do bonde

m 110

60 m

110m

170m

Circulação

m 170


Estruturas cobertas

Circulação

Estruturas cobertas Circulação

Imagem: vista das estruturas para eventos.

Imagem: vista das estruturas para eventos.

Estação do bonde Circulação

Espaço aberto dedicado a eventos de grande porte, como: a festa do aniversário da cidade, congressos, circos ou parques de diversões.

Estruturas cobertas

Há também algumas estruturas para eventos de médio porte, como feiras, exposições, festas e afins. O espaço livre, se dá ao fato de que, hoje em dia, a maioria ou todos os eventos, possui sua própria estrutura ou organização, logo um espaço definido iria contra a organização desses eventos. Pavilhões inspirados pelo Parc de la VIllette, que possui diversas estruturas que servem para estes fins. Está no centro do parque, logo está próximo de todas as entradas e estações do bonde.

Imagem: vista das estruturas e espaço aberto para eventos.

81


BANHAR Fonte interativa

110

m

Cascata

Vestiário

Fonte interativa

180m

60m

Cascata

Estação do bonde

m

110


Vestiário Cascata

Fonte interativa

Cascata

Cascata É um espaço para o público se refrescar, contém cascatas, fontes para banho e vestiários. Fica próximo a uma estação do bonde e ao setor “contemplar 02”.

Fonte interativa

Este espaço foi inspirado no Parque Madureira, mas com o acréscimo das fontes interativas. Há apenas um acesso, para maior controle e segurança.

Imagem: cascatas e fontes para banho.

Cascata Fonte interativa

Cascata Fonte interativa

Imagem: vista da cascata.

Imagem: vista da fonte.

83


CONTEMPLAR 02

m 170

Entrada do parque Estação para o bonde

230m

Alameda com palmeiras

230m

Espelho d’ água

m 170


É uma das entradas do parque, fica próximo às residências, é mais um acesso do público ao parque. Possui uma baixa cerca viva, espelhos d’água, alameda com palmeiras e alguns bosques. Também há outra estação do bonde.

Estação do bonde

O setor fica entre: “voar, conservar, jogar 01 e banhar”, e funciona como ligação entre eles. A estação do bonde possui sanitários, comércio e serviços, estes com cobertura verde e a cobertura da área de espera do bonde coleta a água da chuva.

Imagem: estação para o bonde e ponto de serviços e comércio.

Espelho d’ água Espelho d’ água

Imagem: entrada do setor contemplação 02.

Imagem: espelho d’água e alameda arborizada.

85


VOAR

m 110

110m

Estrutura de apoio

110m

Circulação

Pista para aeromodelos

m 110


Pista para aeromodelos Circulação

Estrutura de apoio

No parque já existe a pista de aeromodelismo, será feito apenas a melhoria dos acessos e a construção de uma nova estrutura de apoio. Imagem: circulação entre estrutura de apoio e pista para aeromodelos.

Pista para aeromodelos

Circulação

Imagem: pista para os aeromodelos, espaço para drones e estrutura para apoio.

Estrutura de apoio

O local tem pouca vegetação para que não atrapalhe os usuários e também é propício para lazer com drones. Fica entre os setores: “festejar, banhar e contemplar 02”, e possui uma circulação que liga setores.

87


COMER

110

Circulação Pátio de manobras

180m

Vaga de food truck

200m

90m

m

Estação do bonde

80

m


Vaga para food truck

Pátio de manobras

Pátio de manobras

Circulação

Circulação

Imagem: área arborizada e circulação.

Pátio de manobras

Vaga para food truck

Imagem: área arborizada e circulação.

Vaga para food truck

Fica próximo à um estacionamento já existente, possui uma alameda para os pedestres transitarem na sombra e um bosque pavimentação permeável. Os food trucks preenchem suas vagas por meio de um acesso no estacionamento dimensionado para isso. Estacionam em 45º e permitem que o usuário tenha vista livre, os food trucks também tem um espaço para manobrar ao final do evento. Este setor fica entre: “contemplar 01, lanchar, festejar e jogar 02”.

Imagem: estacionamento e área de convivência para os food trucks.

89


BRINCAR

m 110

Estrutura para brinquedos infantis

Estrutura para prรกtica de esportes

180m

60m

Estrutura para brinquedos infantis

11

0m

90


Duas estruturas foram pensadas para crianças de faixas etárias distintas, com brinquedos acessíveis para todo o público. Uma estrutura semelhante a um castelo e outra semelhante a um acampamento. A ideia é criar espaços lúdicos, sem brinquedos padronizados, óbvios e monótonos. O castelo permite fomentar a imaginação, ao mesmo tempo que delimita espaços e cria pontos focais. No mesmo setor, mas em outra área, há equipamentos para prática de exercícios.

Imagem: área para brinquedos infantis.

Imagem: área para brinquedos infantis.

Imagem: área para brinquedos infantis.

91


JOGAR 01

150m

Campo de futebo

260m

110m

Arquibancada

Entrada do parque 140

m


Esse campo de futebol já existe no parque, apenas sua estrutura e acessos serão melhorados. Possui 3 arquibancadas e pode sediar torneios amadores. Possui uma entrada próximo às residências e uma escola. Há cerca viva baixa em sua maior parte, também há algumas árvores de pequeno porte. Esse setor fica entre: “contemplar 02, festejar e contemplar 03”

Imagem: entrada do setor jogar 01.

Arquibancada Arquibancada

Campo de futebol

Campo de futebol

Imagem: campo de futebol e arquibancadas.

Imagem: campo de futebol e arquibancadas.

93


PASTOREAR m 110

Espaço para avestruzes 0m

10

Espaço para cavalos e pôneis

60m

Espaço para ovelhas

Entrada da fazendinha

Espaço para cabras

Espaço para gado

m 130

60m


O setor foi pensado com o objetivo de aproximar mais as pessoas ao campo, as fazendas e aos animais.

Imagem: áreas para animais.

Cercas e arbustos foram dimensionados para garantir a segurança, tanto do visitante quanto do animal. Há um distanciamento dos animais para os visitantes, para que os animais não se estressem e não ocorra nenhum tipo de acidente. Toda a vegetação foi pensada para a segurança do animal, em caso de ingestão.

Imagem: áreas para animais.

95


JOGAR 02

m

190

Quadra poliesportiva

Campo de futebol 110m

70m

200m

Campo de futebol

m

330

Estação do bonde


Campo de futebol Estação do bonde

Campo de futebol

Estes dois campos também já existem no parque, apenas sua estrutura e acessos serão melhorados. Parte de sua área terá cerca viva de pequeno porte e o restante será arborizado com árvores de médio e grande porte, espaçadas.

Imagem: campos de futebol.

Se localiza entre os setores: “comer, festejar e contemplar 04”.

Campo de futebol

Imagem: vista do campo norte.

97


DANÇAR Arquibancada com 0,40m de altura

60m

60m

Palco para aulas ou apresentação

60m

Espaço para pole dance

60m

Vestiários

60m

Apoio


O espaço foi idealizado visando a prática de exercícios físicos através da dança e do exercício aeróbico. Imagem: pole dance, palco e arquibancada.

Imagem: área para pole dance.

O espaço conta com um pequeno palco, um espaço para pole dance, vestiários, um piso elevado que serve como pequena arquibancada e um apoio para guardar os materiais.

99


CONTEMPLAR 03

Estação do bonde 140

m

m

180

Alameda com palmeiras

Entrada do parque

Espelho d’água

m

220


Estação do bonde

O setor é mais um acesso para o parque, está próximo às residências e escola. Possui alamedas com palmeiras e alamedas com outro tipo de vegetação, bosques, espelhos d’água e estação para o bonde. Se localiza entre os setores: “festejar, jogar 01 e relaxar”.

Imagem: entrada do setor contemplar 03.

Flores para colheita

Imagem: alameda com palmeiras.

Imagem: escultura do coração, já existente no parque.

Espelho d’ água

101


PAQUERAR m 110

Bancos Espelho d’água 60

m

Cascata


O espaço foi pensado para ser um espaço que sugere uma sensação agradável para conversar. Proporciona privacidade mas possui permeabilidade visual. Conta com uma cascata, um espelho d’água, um conjunto de bancos e gramado sombreado.

Imagem: cascata e circulação.

Imagem: cascata e espelho d’água.

Imagem: bancos em frente à cascata.

103


RELAXAR

Barreira acústica

m

60

Barreira acústica Espelho d’água Yoga descoberto Circulação 60

m

Barreira acústica

Estrutura para atividades Vestiário

Barreira acústica

50m

Redário Yoga coberto


Estrutura para atividades

Circulação

Setor destinado às pessoas que buscam sossego. Há uma estrutura que possui redário, vestiário e espaço coberto e descoberto para yoga. Parte dos ruídos do entorno são absorvidos pelas barreiras acústicas em seus limites.

Yoga descoberto

Há alamedas sombreadas e o entorno da estrutura coberta é densamente arborizado, para sugerir ao usuário a sensação de calmaria. Em seu entorno estão os setores: “festejar, contemplar 03 e jogar 03”.

Imagem: rota para estrutura que contém espaços para: redário, yoga e vestiário.

Barreira acústica Circulação

Estrutura para atividades

Yoga descoberto

Imagem: rotas para estrutura que contém espaços para: redário, yoga e vestiário.

Estrutura para atividades Yoga descoberto

Circulação

Imagem: circulação e rotas para o interior do espaço.

105


JOGAR 03

60m

m

140

Arquibancada 50m

Circulação

Campo de futebol

m

140

Entrada do parque


Arquibancada Campo de futebol

Campo de futebol

Imagem: campo de futebol e arquibancadas.

Imagem: campo de futebol e arquibancadas.

Arquibancada Campo de futebol

Arquibancada

Circulação

Campo de futebol já existente no parque, apenas sua estrutura e acessos serão melhorados. Possui 2 arquibancadas e também pode sediar pequenos torneios amadores. O setor possui uma entrada, próximo às residências e alguns bosques, cerca viva de médio porte e árvores logo atrás delas, para dificultar que o transeunte externo veja uma grande parede da arquibancada. Se localiza entre os setores: “festejar, relaxar e contemplar 04”.

Imagem: campo de futebol e arquibancadas.

107


CRIAR

m

90

Praรงa

m 180

Estrutura para atividades cobertas

Espaรงo para atividades descobertas

Estrutura para atividades descobertas

m 110


O setor foi idealizado com a ideia de promover encontros artísticos, tanto para observação, quanto para a realização. Os usuários podem ter contato com a arte tanto dentro da edificação, quanto fora. Há salões no primeiro pavimento da estrutura, e seu térreo também pode ser usado. No lado externo posterior, há um anfiteatro e em suas laterais, há dois espaços abertos gramados.

Imagem: estrutura para atividades cobertas.

Imagem: estrutura para atividades cobertas.

Imagem: espaço para atividades ao ar livre.

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CONTEMPLAR 04

m

220

Estação do bonde

Estação do bonde

m 110

260m

Entrada do parque Quadra poliesportiva

Arquibancada

m

160


Quadra poliesportiva

Imagem: quadra poliesportiva e entrada do setor contemplar 04.

Entrada do parque

Estação do bonde

Imagem: circulação e área de convivência

Antes de adentrar o parque, o usuário tem contato com uma quadra poliesportiva e um estacionamento, ambos já existentes. Foram melhorados os acessos e as estruturas. Este setor convida o usuário a interagir com o parque, não tem um único caminho, mas estimula a ter um único fluxo. Possui bancos de grande porte, áreas gramadas e árvores de médio e grande porte. Há também 2 estações para o bonde. Localiza-se entre: “jogar 02, festejar e jogar 03”.

Imagem: entrada do setor contemplar 04.

111


Considerações Por fim, vale destacar a importância do referencial teórico, do diagnóstico e dos casos para as decisões projetuais. No quadro a seguir, são apresentados um resumo das principais estratégias utilizadas por setores.

Setor

Referencial teórico

Diagnóstico

Casos

Preservar e Conservar

A importância de preservar e conservar, fica clara no debate crítico promovido pelos autores Ferreira (2007) e Leff (2001). Esta preocupação tem tomado grande parte dos debates na contemporaneidade.

A identificação de nascentes na área do parque leva a criar setores específicos para estes fins.

O caso do Parque Tanguá apresenta estratégias de conservação importantes que foram adotadas, tais como: recuperação de áreas degradadas, uso de trilhas, conservação da mata ciliar do rio Barigui, entre outros.

Contemplar

A parte que envolve a contemplação, é uma das que mais ligadas ao paisagismo, como citado por Abbud (2006), Scheuer e Neves (2016).

Há necessidade de atrair o público para dentro do parque, para que tenham algumas experiências. Esses setores colaboram com isso, ao facilitar o acesso e a integração.

Os setores de contemplação do PUVG, possuem o intuito de serem os principais acessos, assim como no Parque Tanguá, onde há uma entrada principal, com jardins que direcionam para as partes sociais do parque.

Lanchar e Comer

Após os estudos e levantamentos feitos na região do PUVG, seguindo Hardt (2010), notou-se a necessidade de uma zona para eventos gastronômicos.

O parque necessita desses setores para oferecer uma boa sensação, que supra suas necessidades básicas. Além de que possibilita confraternizações.

Esses setores se repetem em todos os parques estudados, mas em cada parque eles são apresentados de formas diferentes, sejam quiosques ou restaurantes, assim como no Parc de La Villette.

Festejar

Segundo Queiroga e Benfatti (2007), o uso da área pública da melhor forma, é uma das melhores maneiras para atrair o público para uma área.

Há necessidade de um espaço livre para a realização de eventos de grande e médio porte. Este setor foi dimensionado no centro do parque, já que é um área mais plana.

Está associado ao Parc de La Villette e ao Parque Madureira, ambos possuem equipamentos com essa estrutura e contribuem convidando o público a utilizar os parques.

Banhar, Brincar e Voar

Boa parte dos autores do tema, como Mascaró (2007), Abbud (2006) e Scheuer e Neves (2016), defendem que a instalação de equipamentos de lazer é de suma importância para o convívio social.

Na região há carência de equipamentos de diversão, então houve a necessidade de dimensionar equipamentos diferentes e complementares ao contexto circundante, que tendem a estimular a criatividade.

Assim como foram dimensionadas as atividades de diversão temáticas para o Parc de La Villette e para o Parque Madureira, no PUVG, também, foram dimensionados equipamentos que fogem do padrão do entorno.

Jogar e Dançar

É uma forma de lazer, a prática de exercícios. Ferreira (2007) e Paula (2017) complementam a discussão sobre o uso de espaços livres para o bem estar.

Já existem alguns campos e quadras, mas não há estrutura para o público, tais estruturas foram dimensionadas e complementadas.

O Parque Madureira foi a referência para o dimensionamento dos setores no PUVG, aproveitando alguns equipamentos que já existiam no local.

Paquerar, Relaxar e Criar

Scheuer e Neves (2016) exaltam a ideia de valorização do paisagismo, áreas verdes, que incluem praças sombreadas, valorizando e contribuindo para a cultura.

O parque fica próximo a residências, escolas e comércios, carentes desse tipo de atividade, então foram dimensionadas essas praças e estruturas que estimulam a tranquilidade e criatividade.

Estes setores foram dimensionados inspirados no Parque Tanguá e no Parc de La Villette, pois contam com praças com pouco movimento que tendem ambientes de relaxamento e tranquilidade.

Pastorear

É um setor destinado ao contato com o verde. Segundo Padua (2006), é importante que se estabeleça contato com fauna e flora.

As pessoas tem contato dificultado contato com animais, então o parque deseja tentar fazer essa aproximação.

O Parque Tanguá destinou parte do seu terreno para conservação, isso aproxima a fauna do público. A intenção do PUVG é aproximar ainda mais.

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Referências Bibliográficas ABBUD, Benedito. Criando Paisagens: Guia de trabalho em arquitetura paisagística. 4ª edição. São Paulo: Senac, 2006. ARCHDAILY BRASIL (Brasil). Clássicos da Arquitetura: Parc de la Villette. 2013. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/01-160419/classicos-da-arquitetura-parc-de-la-villette-slash-bernard-tschumi>. Acesso em: 03 out. 2019. ARCHDAILY BRASIL (Brasil) (Org.). Parque Madureira: Ruy Rezende Arquitetos. 2016. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/789177/parque-madureira-ruy-rezende-arquitetos>. Acesso em: 02 out. 2019. CORMIER, Nathaniel S.; PELLEGRINO, Paulo Renato Mesquita. Infra-estrutura verde: uma estratégia paisagística para a água urbana. Paisagem e Ambiente, São Paulo, 2008. Disponível em: <http://www.revistas.usp.br/paam/article/view/105962/111750>. Acesso em: 30 set. 2019. CURITIBA. SECRETARIA MUNICIPAL DO MEIO AMBIENTE. Parque Tanguá. Disponível em: <https://www.curitiba.pr.gov.br/conteudo/parque-tangua/318>. Acesso em: 03 out. 2019. FERREIRA, Liz Ivanda Evangelista. Parque Urbano. Paisagem Ambiente: Ensaios, São Paulo, p.26-26, 2007. GEHL, Jan. Cidades para Pessoas. 2ª edição. São Paulo/Dinamarca: Perspectiva,2013. HARDT, Letícia Peret A. Elaboração de projetos paisagísticos. Seminário de Atualização Florestal, II, e Semana de Estudos Florestais, XI, Irati, p. 1-9, 2010. KLIASS, Rosa Grena. Parques Urbanos de São Paulo e sua evolução na cidade. Rosa Grena Klias São Paulo: Pini, 1993. LEFF, E. Saber Ambiental: sustentabilidade, racionalidade, complexidade, poder. Petrópolis: Vozes, 2001. MASCARÓ, J. L.; MASCARÓ, L.; FREITAS, R. M. Infra-Estrutura da Paisagem. 4ª edição. cidade: Masquatro, 2008. MOHR, Udo Silvio. Os Grandes Espaços do Lazer Urbano, Arquitetura dos Parques Públicos: Morfologia, Tipologia E Potencialidades. 2003. 203 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Arquitetura e Urbanismo, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2003. OLIVEIRA, Lucimara Albieri de; MASCARÓ, Juan José. Análise da qualidade de vida urbana sob a ótica dos espaços públicos de lazer. Associação Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído, Porto Alegre, abr. 2007. Disponível em: <https://www.academia.edu/32272097/An%C3%A1lise_da_qualidade_de_vida_urbana_sob_a_%C3%B3tica_dos_espa%C3%A 7os_p%C3%BAblicos_de_lazer_Analyses_of_the_urban_life_quality_from_the_perspective_of_public_leisure_spaces>. Acesso em: 28 set. 2019. PADUA, Suzana (Org.). Afinal, qual a diferença entre conservação e preservação? 2006. Disponível em: <https://www.oeco.org.br/colunas/suzana-padua/18246-oeco-15564/>. Acesso em: 02 out. 2019. PAULA, Daniela de. Usos e desusos de parque urbanos contemporâneos: Estudo de caso parque da cidade - Serra/ES. 2017. 279 folhas. Dissertação (Mestrado em arquitetura e urbanismo) – Universidade Federal do Espírito Santo, Centro de Artes, Espírito Santo, 2017. QUEIROGA, Eugenio Fernandes; BENFATTI, Denio Munia. SISTEMAS DE ESPAÇOS LIVRES URBANOS: CONSTRUINDO UM REFERENCIAL TEÓRICO. Paisagem Ambiente: Ensaios, São Paulo, p.85-85, 2007. QUEIROGA, Eugênio Fernandes. Sistemas de espaços livres e esfera pública em metrópoles brasileiras. Artigos & Ensaios, São Paulo, 2011. SCHEUER, Junior Miranda; NEVES, Sandra Mara Alves da Silva. Planejamento urbano, áreas verdes e qualidade de vida. Revista Meio Ambiente e Sustentabilidade, Curitiba, 2016. Disponível em: <file:///E:/tcc/30-09-19/salvos%20no%20trabalho/587-1962-1-PB.pdf>. Acesso em: 30 set. 2019.

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