Habitação de Interesse Social no Plano Piloto de Brasília: a superquadra do século XXI

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2020

Habitação de Interesse Social no Plano Piloto de Brasília: a superquadra do século XXI

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Centro Universitário IESB, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de graduação em Arquitetura e Urbanismo

PAULA IOHANA RAZEIRA ORIENTADOR: Dr. Orlando Vinicius Rangel Nunes


2020

Centro Universitário Instituto de Educação Superior de Brasília Curso de Arquitetura e Urbanismo

PAULA IOHANA RAZEIRA

ORIENTADOR: Dr. Orlando Vinicius Rangel Nunes

AVALIADOR INTERNO: Dr. Marcilio de Oliveira Suderio

AVALIADOR EXTERNO: Teresa Cristina Hersen Monteiro


RESUMO

Este trabalho final de graduação apresenta o estudo da superquadra do Plano Piloto de Brasília estabelecendo um panorama histórico quanto às práticas urbanísticas e arquitetônicas da habitação dos pensamentos até a concepção de Lúcio Costa para a nova Capital do Brasil. O intuito desta pesquisa consiste em entender a produção da morfologia modernista e a política Habitação de Interesse Social da Capital, para sua implantação e remodelação contemporânea para Superquadra Norte 207. Toma-se como princípio a necessidade de atualização do modelo de superquadra modernista para que atenda as demandas e filosofias do Século XXI. O objetivo da pesquisa consiste em responder a pergunta: Quais os limites, restrições e possibilidades da HIS, em sua interlocução com o movimento modernista e as condições urbanas contemporâneas, que (in)viabilizam sua implementação no Plano Piloto de Brasília? O resultado esperado consiste na implantação de habitações que preservem a essência do conjunto urbanístico de Brasília, ao mesmo tempo estabelecendo rupturas que permitam uma nova leitura da superquadra quanto resultado de inclusão social espacial, econômica e principalmente como ruptura do pensamento quanto habitação de interesse social no Distrito Federal, que se localizam a quilômetros de distância. Os pontos de destaque mais evidentes da proposta são: proibição do tráfego de carro no interior da quadra; priorização do transporte coletivo e da mobilidade ativa; implantação dos blocos e da entrequadra visando rememorar a cidade tradicional; conexão da quadra com seu contexto circundante; restabelecimento da noção de Rua e Praça; inclusão da noção de pátio; disponibilização de HIS localizada em áreas elitizadas e que historicamente promovem a expulsão das populações mais pobres; e inserção do comércio (formal e informal) e das áreas de lazer articulada à habitação, na busca por diversificação do uso do solo. Neste sentido, este trabalho é mais do que uma proposta de viabilidade da HIS no Plano Piloto de Brasília, já que se materializa como um manifesto pela cidade para todos, diversa e inclusiva.

PALAVRAS-CHAVES: Patrimônio; Morfologia Urbana; Habitação de Interesse Social; SQN407; Superquadra do Século XIX; Brasília; Plano Piloto;


ABSTRACT

This bachelor thesis is the study of a superquadra from Brasília’s Plano Piloto, stablishing a historical panorama of the urbanistic and architectural practices of the homes, beginning on Lucio Costa’s thoughts, and finally reaching Brazil’s new capital. The objective of this research is to comprehend the morphological modernist production and the policy of Social Interest Housing of the Capital (HIS), its application and contemporary remodeling for the superquadra norte 207. Using as principle the necessity of an update of the modernist superquadra, which attended to the philosophical needs of the 21st century. The research objective consists in answering the question: What are the limitations, restrictions and possibilities of the housing policy, and its link with the modernist movement and the contemporary urban conditions that (un)allow its use in the Brasília’s Plano Piloto? The expected result consists in the creation of

KEY WORD: Historical Heritage ; Morphological Modernist; Housing of The Capital (HIS) ; SQS407; Superquadra of 21st century; Brasília; Plano Piloto;

housings that preserve the essence of Brasília’s urbanistic group. While simultaneously establishing ruptures that allow a new perspective of the superquadra as a result of an economic and social-spatial inclusion. And specially, as a thought rupture of the policy of social interest of housing of the Distrito Federal. These are usually located far away from the Plano Piloto. The main points are: the prohibition of car traffic in the superquadra’s interior; prioritization of the public transportations and active mobility; the remodeling of the blocks and the entrequadra with the objective to recollect the idea of the traditional city; the superquadra’s connection with its surrounding area; reestablishment of the ideas of “Rua” and “Praça”; inclusion of the ideas of “Pátio”; disponibilizate of housing for the HIS, the social housing policy for the capital, on areas that are usually kept for the elite and that historically promoted the expulsion of the poorer population; and the insertion of formal and informal commerce and of the leisure areas connected to the habitations, while trying to diversify the usage of the land. In this sense, this paper is more than just a viability proposition of the HIS on Brasília’s Plano Piloto, since it materializes as a manifesto for a city that is more inclusive, diverse and for everyone.


sumário páginas

4 5 8 10 225 227

RESUMO ABSTRACT INTRODUÇÃO METODOLOGIA CONSIDERAÇÕES FINAIS REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1 2 MODERNISMO: UMA PERSPECTIVA HISTÓRICA

14

CIDADES DA RENASCENÇA

14

CIDADE INDUSTRIAL

15

CIDADE-JARDIM

18

TECIDO URBANO E SUAS RUPTURAS

19

QUESTÃO DA HABITAÇÃO

22

LE CORBUSIER: A CIDADE

23

CIDADE CONTEMPORÂNEA PARA TRÊS MILHÕES DE HABITANTES

24

CIDADE RADIAL

25

CARTA DE ATENAS

HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL: UMA PERSPECTIVA HISTÓRICA

28

31

6

PILOTIS

POLÍTICA HABITACIONAL:

NACIONAL

POLÍTICA HABITACIONAL: DISTRITO FEDERAL

3

LÚCIO COSTA CONCEITOS BÁSICOS SOBRE BRASÍLIA

39

CONCEITOS

40

MORFOLOGIA HABITACIONAL DE BRASÍLIA

4

5

UNIDADE HABITACIONAL E SUPERQUADRA

50

BREVE CARACTERIZAÇÃO

51

FICHA TÉCNICA: BRASÍLIA

59

USUÁRIO

60

RELAÇÃO COM PATRIMÓNIO

65

DIAGNÓSTICO

66

ESTUDOS DE CASOS

70

RUPTURAS E ALTERNATIVAS PARA SQN 207

SEGREGAÇÃO DE FLUXOS E USOS

74

BREVE CARACTERIZAÇÃO

78

FICHA TÉCNICA: BRASÍLIA

90

USUÁRIO

91

RELAÇÃO COM PATRIMÓNIO

97

DIAGNÓSTICO

98

ESTUDOS DE CASOS

101

RUPTURAS E ALTERNATIVAS PARA SQN 207

104

BREVE CARACTERIZAÇÃO

105

FICHA TÉCNICA: BRASÍLIA

107

USUÁRIO

108

RELAÇÃO COM PATRIMÓNIO

110

DIAGNÓSTICO

111

ESTUDOS DE CASOS

113

RUPTURAS E ALTERNATIVAS PARA SQN 207


sumário

9

páginas

PROGRAMA BÁSICO GERAL OCUPAÇÃO DA ÁREA

7

PAISAGEM URBANA DA SUPERQUADRA: ESPAÇOS PÚBLICOS, PAISAGISMO E JARDINS MODERNISTA

116

BREVE CARACTERIZAÇÃO

118

FICHA TÉCNICA: BRASÍLIA

121

RELAÇÃO COM PATRIMÓNIO

124 125 126

USUÁRIO

8

VOLUMETRIA: BLOCO HABITACIONAL E FACHADA

130

BREVE CARACTERIZAÇÃO

131

FICHA TÉCNICA: BRASÍLIA

DIAGNÓSTICO ESTUDOS DE CASOS

143 144

USUÁRIO RELAÇÃO COM PATRIMÓNIO

146

DIAGNÓSTICO

147

ESTUDOS DE CASOS

150

RUPTURAS E ALTERNATIVAS PARA SQN 207

153

PROGRAMA BÁSICO PARA SQN 207

154

ESPAÇOS DE INTERVENÇÃO

54

PLANTAS BÁSICAS

160

PROGRAMA DE NECESSIDADES: SUPERQUADRA

163

DIRETRIZES VINCULADAS COM PATRIMÔNIO: SUPERQUADRA

164

EIXOS DE INTERVENÇÃO: SUPERQUADRA

165

SUPERQUADRA PARA PESSOAS

181

MORADIAS SOCIAIS; TIPOLOGIAS BLOCOS RESIDENCIAIS E UNIDADE RESIDENCIAIS

188

PROGRAMA DE NECESSIDADES: ENTREQUADRA

193

DIRETRIZES VINCULADAS COM PATRIMÔNIO: ENTREQUADRA

194

EIXOS DE INTERVENÇÃO: ENTREQUADRA

194

VOLTA DA CIDADE TRADICIONAL E MOBILIDADE URBANA

202

MOMENTOS DE ENTREQUADRA: METRO, MIRANTE, COMÉRCIO E ENTRADA PRINCIPAL

203

ESTAÇÃO METRÔ

203

MIRANTE

216

COMÉRCIO FORMAL E INFORMAL

216

ENTRADA PRINCIPAL


INTRODUÇÃO

A Habitação de Interesse Social – HIS é conceituada como instrumento social e político para a produção de moradias acessíveis a população de baixa renda, seu conceito está relacionado diretamente com a renda familiar conforme o projeto de Lei nº 13.430, de 13 de setembro de 2002. As pesquisas relativas ao tema costumam revelar o modo como a HIS contemporânea se insere no ordenamento territorial das cidades, demonstrando preocupação com a localização dos conjuntos habitacionais convencionais (sendo de maior impacto as obras de MARICATO, 2001; BONDUKI, 2013). Estes autores apontam que a política de dispersão urbana provoca o afastamento das HISs visando economicidade da unidade de moradia. Entretanto, esta política tem causado o encarecimento das infraestrutura urbanas e a baixa qualidade de vida dos moradores, em decorrência das grandes distâncias, dos movimentos pendulares e da baixa capacidade de investimentos em usos do solo diversificados. O caso do Distrito Federal é representativo. A dispersão urbana da capital alcança a colocação nº 8, de acordo com o ranking 37º aglomerações urbanas brasileiras (OJIMA, 2007) classificando Brasília com maior segregação social de uma pesquisa realizada com mais de 100 cidades de 12 países (OECD, 2018). Como resultado Paviani (2011), a população se estabelece em núcleos urbanos distantes em resposta à necessidade da moradia. A condição é agravado devido às poucas polaridades econômicas existentes, que segundo GDF (2014), resumem-se ao Centro de Taguatinga e o Plano Piloto. Por sua vez, como resposta a este problema, algumas iniciativas têm proposto a implementação de HIS nessas polaridades. Especificamente, no Conjunto Urbano de Brasília CUB (Plano Piloto), tem-se sugerido diversificar o uso no Setor Comercial Sul. Mas, pouco se discute a implementação de HIS em áreas residenciais. Ao contrário o Projeto Urbanístico de Lúcio Costa que seguia os conceitos modernistas apresentados na Carta de Atenas, não preveem Habitação de Interesse no Plano Piloto. No Mapa, nota-se que as Zonas Especiais de Interesse Social – que são destinadas às HIS – não foram previstas nesta polaridade.

As áreas residenciais foram definidas sobre aos auspícios do ideário modernista. Por este motivo houve a segregação do uso do solo, sendo vedado a diversificação no interior das unidade de vizinhança. Estas áreas foram denominadas como Escala Residencial pelo Lúcio Costa – urbanista que projetou o Plano Piloto. Ele assim definiu: A escala residencial, com a proposta inovadora da superquadra, a serenidade urbana assegurada pelo gabarito uniforme de seis pavimento, o chão livre e acessível a todos através do uso generalizado dos pilotis e o franco predomínio do verde, trouxe comigo o embrião de uma nova maneira de viver, própria de Brasília e inteiramente diversa das demais cidades brasileiras (COSTA, 1987, p. 02).

Nota-se que em sua definição não há restrições a implementação da HIS na Escala Residencial. Ao contrário, afirma a necessidade de implementar áreas voltadas à "habitação interesse social" proposta do PPCUB, Art 25, Capítulo II, Parágrafo III, IX e X:

Art. 25. As diretrizes gerais para a habitação no Conjunto Urbanístico de Brasília visam a qualificar a produção habitacional, a adequar a provisão de moradias ao déficit e à demanda habitacional, e compreendem o seguinte: III – o fomento, à luz da justiça social, da inserção de habitação de interesse social em áreas centrais dotadas de infraestrutura e serviços, em contraponto à tendência de espraiamento da ocupação territorial no Distrito Federal; IX – a criação de incentivos à produção privada de Habitação de Interesse Social - HIS no CUB, vinculada aos programas habitacionais de interesse social, e ampliação de convênios e parcerias para este fim; X – a inserção de habitação nos setores centrais, condicionada à preservação da paisagem urbana histórica moderna e à reabilitação dos edifícios, quando for o caso; (PPCUB, 2017, p.14-15).

Apesar desta afirmação, o tombamento do Conjunto Urbano de Brasília é utilizado como mecanismo justificador para manutenção da HIS fora de seu território.

O senso comum costumam apresentar características morfológica e tipológica como elementos deste tombamento, tais como: unidade de vizinhança, volumetria em blocos, segregação de fluxos, jardins, piloti, unidade de habitação, que não são tradicionalmente aplicados à HIS. Em conclusão, o senso comum, supõe que a HIS não obedeceria o paradigma modernista. Tomamos como princípio que, de fato, os princípios modernistas não atendem as demandas do Século XIX e, portanto, é necessário estabelecer rupturas deste modelos. Obviamente, essas rupturas não podem ser insensíveis a história e ao patrimônio, caso contrário se repetiria o erro da tabula rasa modernista. Esta situação gera uma inquietação: Quais os limites, restrições e possibilidades da HIS, em sua interlocução com o movimento modernista e as condições urbanas contemporâneas, que (in)viabilizam sua implementação no Plano Piloto de Brasília? Para responder a esta pergunta, objetiva-se nesta pesquisa estudar a implantação de Habitação de Interesse Social em vazios urbanos infraestruturados com foco nos problemas dos modelos convencionais habitacionais populares, na localização e inserção urbana e nas tipologias modernistas e contemporâneas de promoção do habitar, no contexto do Plano Piloto de Brasília. Especificamente pretende-se: I – Narrar a história de formação do contexto urbano do Plano Piloto, suas referências estéticas e morfológicas;

II – Identificar os elementos morfológicos que compõe a SQN 207, considerando: as características específicas na área de estudo, o histórico de formação na escala mundial e

local,

casos

de

implementação,

relação

com

o

tombamento do CUB e alternativas possíveis para a contemporaneidade;

III – Desenvolver conceito de ocupação residencial na SQN 207 quanto organização arquitetônica e urbanística, com base nas normas patrimoniais e parâmetros urbanísticos;

Esta pesquisa é desenvolvida por meio de levantamento bibliográfico sobre perspectiva histórica da habitação na concepção do espaço urbano moderno e contemporâneo.

Tombamento do Conjunto Urbanística de Brasília (CUB): Institui definições e critérios para preservação pela Portaria Iphan nº 314/1992 - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Unidade de Vizinhança: Combinação de bairros que serão compostas por unidade habitacionais, apresentam serviços do cotidiano a fim de promover autonomia desse conjunto. Esse conceito proposto por Lúcio Costa (1931) será apresentada ao longo da pesquisa.

8


As áreas de regulamentação é uma regulamentação fundiária em que o Plano Diretor de Ordenamento do Território PDOT/2009 tem como objetivo adequação dos assentamentos informais por meio legais preexistentes “de modo a garantir o direito à moradia, o pleno desenvolvimento das funções sociais da propriedade urbana e o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado” (Terracap, 2020). Existem três critérios de categorização utilizado pelo PDOT/2009, que definem como a regulamentação ocorrerá nesses espaços. Diante ao mapa coletado, apresentam apenas duas no território do Distrito Federal: ARINES (no mapa com cor azul) e ARIS (no mapa com cor roxa): essas áreas correspondem a unidades territoriais em que os assentamentos informais possuem características similares quanto faixa de renda dos moradores, urbanas e ambientais. As áreas ocupadas predominantes por população de baixa renda, com até cinco salários mínimos, será considerada como Zonas Especiais de Interesse Social - ZEIS, a fim de se adequar aos fins previstos no Estatuto da Cidade, enquanto as áreas ocupadas por população de média e alta será tratada como áreas de Interesse Específicos. Segundo o Plano Diretor de Ordenamento do Território PDOT/2012, atualização do PDOT/2009. O PDOT/2012 apresenta 140 (cento e quarenta) áreas de regulamentação sendo: ARINES: 44 (quarenta e quatro); ARIS: 39 (trinta e nove); Setores Habitacionais: 29 (vinte e nove) Parcelamentos Urbanos Isolados – PUI de Interesse Específico: 05 (cinco) Parcelamentos Urbanos Isolados de Interesse Social: 23 (vinte e três)

Áreas de Regularização Legenda: Áreas regulamentação são dividas em duas segundo o PDOT/2012: 1) ARIS (em roxo no mapa) e 2) ARINE (em azul no mapa). Fonte: Dados coletados do Geoportal-DF (2020) - Autoria no Qgis.

9


METODOLOGIA

Estes itens grifados anteriormente serão estudados e apresentados integradamente. O trabalho que se segue, é organizado dentro destes princípios, onde os elementos morfológicos são apresentados um a um, assim como nas Figuras:

Esse panorama busca promover um diálogo entre eventos promovidos historicamente – internacionalmente e nacional – quanto a produção de habitações nas cidades brasileiras e a habitacional tratada por Lúcio Costa, fomentando o debate e estudos sobre Habitação de Interesse Social para o desenvolvimento do projeto localizado no Plano Piloto. Nesse sentido, para iniciarmos esses estudos foram realizadas pesquisas exploratórias focadas nos critérios e parâmetros teóricos que estava se encontram inseridos no contexto do estudo proposto pelos autores: Lamas (2004), Lúcio Costa (1931), Machado (2007), Trevisan (2003), Gonçalves (2007), Brandão (2013), Oliveira (2014), Machado (2014), Correia (2017) e outros. O estudo de caso se torna uma ferramenta utilizada como análise descritiva de elementos significativos para o desenvolvimento do projeto de Habitação de Interesse Social, como por exemplo: implantação, distribuição das áreas, elementos construtivos, fluxograma, segregação dos fluxos, espaço urbano etc. Por sua vez os elementos presentes na superquadra serão apresentados como objetos de estudo, visando relacionar o elementos morfológico com o patrimônio no CUB. São elementos morfológicos estudados: unidade de vizinhança, volumetria em blocos, segregação de fluxos, jardins, fachada, piloti e unidade de habitação.

Figura: Elementos de pesquisa quanto resolução histórica. Fonte: Autoria (2020).

Tomou-se como ponto de partida para escolha desses elementos morfológicos os princípios básicos do modernismo, apresentados nas Figuras: Diante da coleta de todas essas informações é possível estabelecer diferentes perspectivas que irão contribuir o desenvolvimento de decisões referentes ao projeto da superquadra, sendo o objetivo central a integração de uma população não representada dentro do âmbito governamental do Plano Piloto. Desenvolver alternativas de ocupação residencial na SQN 207 quanto organização arquitetônica e urbanística, com base nas normas patrimoniais e parâmetros urbanísticos.

Figura: Elementos de pesquisa quanto resolução histórica. Fonte: Autoria (2020).

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Figura: Elementos de pesquisa quanto resolução histórica. Fonte: Autoria (2020).


Breve detalhamento de cada um desses capítulos e como serão tratados: Breve Caracterização: definição de autores; Ficha Técnica – quando inserida no ambiente de estudo: Plano Piloto/ Superquadra; Breve Histórico: para compreender a necessidade desse elemento e sua continuidade no espaço da superquadra de Lúcio Costa; Relação com Patrimônio: que compreende o estudo do patrimônio e que foi mudado e quais o limites estabelecidos diante as leis, decretos que estabelecem as normas, no qual devem ser seguidas; Estudos de casos: alternativas de soluções com o mesmo elemento morfológicos em diferentes partes do mundo como referência projetual; Rupturas

Alternativas

para

a

Superquadra

207N:

resoluções

encontradas quando juntados todos os itens anteriores como parte de estudo para tomadas de decisões em relação ao projeto;

Os capítulos serão trabalhados de maneiras independentes e interligadas com conteúdo geral, ou seja, em caso apenas um capítulo seja de seu interesse será apresentada as informações básicas de outros capítulos anteriores - configuração interligação de Brasília e Plano Piloto - sem ter lido os capítulos anteriores. Por isso se surgir informações repetidas a leitura de todo o trabalho de conclusão de curso, nos capítulos anteriores, diante o contexto que está inserido será mantido para total compreensão. Nos capítulos a utilização das cores na diagramação, sendo muito importante e proposital para melhor visualização do conteúdo pois as legendas que seriam apresentadas em um bloco reservado se faz presente no texto, dispensando a necessidade de apresentar, salve algumas exceções que será utilizado. Boa leitura!

11


capĂ­tulo 01

uma perspectiva histĂłrica

modernismo

1111111111111111111111 1111111111111111111111 1111111111111111111111 1111111111111111111111

12 12


1111111111111111111111 1111111111111111111111 1111111111111111111111 1111111111111111111111 13


cidade renascimento

cidade industrial

uma perspectiva histórica

Devido a consolidação do território urbano na Idade Média a criação de novos centros urbanos se tornaram dispensáveis, se limitando na remodelação do tecido existente – a cidade medieval. A estruturação do tecido urbano previa a expansão e construção de novos bairros, novas praças e novos edifícios (carácter monumental) a fim de estabelecer uma nova estética da cidade, com presença de fachadas ‘padronizadas’; e para os aspectos de mobilidade, a abertura de vias retilíneas promovem ligações de bairros que até então eram distantes, configurando novos percursos de circulação visuais e sensoriais a cidade medieval (MACHADO, 2007).

O surgimento das ideias humanistas durante o século XIV se baseava na observação, no intelecto e na valorização da razão, possibilitou a recuperação dos conhecimentos através dos valores artísticos e filosóficos da Antiguidade Clássica (LIMA, 2012). A descoberta das regras de perspectivas e proporção do corpo humano ou estudos sobre o urbanismo proporcionaram a necessidade de organização e representação dos espaços. E assim, novas cidades renascentistas seriam idealizadas por teorias do urbanismo descrito por Vitrúvio em seu livro De Architectura. O modelo de cidade Vitruviana foi referência para o período (MACHADO, 2007; LIMA, 2012). A cidade ”vitruviana” de Filarete descreve que a edificação fazem parte da cidade ideal, “bem como uma relação justa entre relação entre a cidade e o edifício, manifestada através do uso do mesmo modelo para elaboração das colunas, edifícios, praças e demais espaços públicos” (LIMA, 2012, p.34). Sua forma de dezesseis vias principais projetam até a muralha (sendo oito portões da cidade; e sendo oito os limites da muralhas criando a forma de estrela), e atravessa igrejas e praças públicas em direção ao centro, praça principal que localiza o monumento principal da cidade, formando uma módulos de desenvolvimento da cidade quanto os edifícios, que para Filarete consiste em relacionar arquitetura, cidade e indivíduo:

uma perspectiva histórica

[...] a cidade do Renascimento partem da premissa anunciada por Lewis Munford de que não há cidade Renascentistas, mas apenas ideias em potência, que se manifesta através das transformações e intervenções das cidades medievais existentes (LIMAS, 2012, p. 06) Figura: Representação da cidade ideal segundo descrição de Vitrúvio: Filarete, Sforzinda (1475-1464). Fonte:

As poucas cidades renascentistas que foram construídas aplicando os princípios urbanísticos renascentistas foram executadas por razões militares e eram limitadas por muralhas altamente fortificadas que sua localização, considerada veneráveis, como Palma Nuova, Neuf-Brisach e Ville Richelieu (MACHADO, 2007; LIMA, 2012)

Esses estudos estão presentes na reconstrução de Milão (1490) de Leonardo da Vinci, consiste na separação de circulação pedestre e de veículos, que influenciaram as cidades vindouras (MACHADO, 2007). Esse período contribuiu para nova estética urbana nos espaços que foram reestruturados pelo pensamento renascentista que serão retomadas pelo urbanismo do Movimento Moderno, que será adotada séculos depois por Lúcio Costa em Brasília (MACHADO, 2007).

[...] os edifícios mais importantes da cidade deveriam estar localizados ao redor das praças e as residências populares na periferia ou junto à muralha. Formando uma circunferência interna à muralha e, também seccionada pelas ruas principais, estão dezesseis outros edifícios que incluem tempos, mercados e paróquias. As plantas e fachadas devem, segundo Filarete, seguir o mesmo módulo do plano urbano, procurando intensificar a relação corporal entre a cidade e a arquitetura (LIMA, 2012, p.35).

O caos urbano da produção da cidade industrial e sua incompatibilidade com os números de habitantes, acarretou sérios problemas pela falta de moradia junto ao aumento da poluição no espaço das cidades. As principais contribuições para essa questão eram consideradas como utópicas por sua impossibilidade de implantação, pois o principal pensamento nesse período consiste no discurso socialista em nome da reforma social da cidade e da habitação (MACHADO, 2007; TREVISAN, 2003). As habitações utópicas nesse período consistiam em produção de espaços urbanos que iriam garantir a eficiência das industriais. Sendo pensadas considerando a população de trabalhadores homogeneamente, sem identificar suas individualidades. Sua proposta se limitava a densidade populacional e formas geométricas, concebidas seguindo uma hierarquia de poder, sendo a área central local de monumentalidade que representava o poder hierárquico da sociedade (TREVISAN, 2003).

Figura: Claude-Nicolas Ledoux, Ville de Chaux, 1775. Cidade projetada para melhor exploração das minas de sal. Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Projet_pour_la_ville_de_Chaux_-_Ledoux.jpgg

Na prática, essas ideias muitas vezes não saíram do papel. Sua forma, cidade em forma de estrela sua forma são derivadas de dois quadrados, era sempre limitada por muralhas como modelo de fortificação rígida para defesa, do que uma nova ordem urbanística, impossibilitando a expansão dessas cidades (MACHADO, 2007; LIMA 2012).

Figura: Scamozzi, Palmanova, 1593. Fonte: https://i.pinimg.com/originals/77/31/c4/7731c41f4b6e4d8329b95d7f0de6855d.jpg

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Século XVIII e XIX, a Revolução Industrial se torna principal pilar de transformação social, econômica, política, ideologia e principalmente tecnológica. Para compreender essas mudanças deve-se considerar a ruptura da relação entre campo e cidade, produzido pela empregabilidade das cidades como consequência crescimento da população urbana e, por sua vez, maior demanda por habitações TREVISAN, 2003).


CIDADE INDUSTRIAL

As novas formas de habitações e de urbanização visavam garantir a saúde e bem estar dos operários, outrora marcadas por altas taxas de densidade populacional e de indústrias localizadas nos centros das cidades. Buscou-se reformular novos modelos de comunidades ou cidade ideais promovidos pelos discursos socialistas utópicos em nome da reforma social. Devido a situações que se encontravam os bairros operários, grande parte das soluções se manifestavam com o distanciamento dos centros urbanos (TREVISAN, 2003).

O francês Charles Fourier (1772-1837) expôs no seu livro Théorie des Quatre Mouvement (1808) um modelo urbanístico que se baseia em unidades cooperativas de produção e consumo, organizado racionalmente em oposição das cidades indústrias. A configuração urbanística era formada por uma norma ideal – circular – presente na cidade Renascentista, seria dividido em três círculos concêntricos cada um contendo: centro, indústrias e por fim os subúrbios e as instalações rurais, cuja densidade populacional reduziria do anel central para o externo (MACHADO, 2007).

A proposta de Robert Owen (1771-1858) tinha como premissa uma nova organização cooperativa e social que presidia ideias para melhoria das condições de moradia para seus trabalhadores. Sua repercussão em diversas partes do mundo e o grande desempenho econômico da fabrica modelo abriram oportunidades de se concretizar nos Estados Unidade na comunidade de New Harmony, em Indiana, por meio da implantação do projeto do arquiteto Stedman Whitewell. Esse projeto contemplava uma população de 1.200 habitantes, seu principal elemento era a grande edificação quadrada em torno da área cercada de quinhentos hectares, cujo seu interior era organizado em áreas destinadas ao trabalho, à moradia e ao culto religioso (MACHADO, 2007).

A criação das chamadas falanges ou falanstérios denominada por Fourier abriga 1.600 pessoas que caracterizam uma única unidade habitacional de 1.200 metros de extensão em formato em Ω que seriam organizados de acordo com o uso, sexo e faixa etária dos indivíduos. Segundo Sica, seria uma grande máquina de habitação, destinada a criar uma vida comunitária estreitamente integrada (apud TREVISAN, 2003, p. 28). “A falange romperia qualquer relação com as formas de aglomerações existentes e criticando o passo e suas mazelas, a economia e a classe burguesa principalmente” (TREVISAN, 2003, p. 28). O bloco único de Fourier organizado de acordo com atividade de moradia, trabalho e áreas de lazer fornecidos pelos pátios internos e externos, além de espaços públicos – igrejas, refeitórios, bibliotecas etc (TREVISAN, 2003).

cidade-jardim uma perspectiva histórica

Até aqui, as propostas e modelos urbanísticos apresentados surgiram como resposta os problemas das cidades industriais. A Cidade Jardim não foi diferente. A origem da palavra Cidade-Jardim consiste na publicação do livro de Ebenezer Howard em 1898, com título To-morrow: A Peaceful Path To Real Reform, sendo reeditado em 1903, com novo título Garden Cities of Tomorrow (Cidades-Jardim de Amanhã), tornando-se referência para o urbanismo moderno ao apresentar novos pensamentos do modelo urbano. Neste momento diferenciava-se aspectos físicos, econômico, político, social e principalmente organizacional (TREVISAN, 2003).

A segunda parte reúne estudos minuciosos estudos de gerenciamento e financiamentos das terras, cujo Estado seria o principal agente promotor controlando a ocupação e o desvio do modelo proposto. Sua proposta era essencialmente a unificação e autonomia na estruturação urbana, pois nesse momento o espaço urbano era visto como um produto econômico (TREVISAN, 2003). A concepção estrutural física da cidade foi representada por dois diagramas (Figura 11 e Figura 12):

A elaboração da cidade-jardim estava direciona principalmente nos processos sociais da terra e asseguravam qualidade de vida urbana e rural. Na leitura de Howard os tipos de cidades existentes geram atrações a população, como em um ímã. A primeira atração é para as cidades, industriais e poluidas. A segunda, para o campo, cuja relação de trabalho é precária. E a terceira, proposta pelo Howard por meio da Cidade Jardim, reuniria as melhores características das demais tipologias (TREVISAN, 2003).

Figura: Ebenezer Howard, diagrama dos três imãs, 1898. Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Cidade-jardim_(teoria)

Figura: Charles Fourier, Falanstérios ou Falantes, 1808 Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Falanst%C3%A9rio

Figura.: Stedman Whitewell, New Harmony, 1834 Fonte:https://pt.wikipedia.org/ wiki/Nova_Harmonia http://edu.saline.free.fr/01-cites /1-thema/01-newharm.html

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Figura: Ebenezer Howard, diagrama dos três imãs, 1898. Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Cidade-jardim_(teoria)

Figura: Ebenezer Howard, diagrama dos três imãs, 1898. Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Cidade-jardim_(teoria)


(1904), Hampstead (1909) e Welwyn (1919). A primeira experiência realizada foi elaborada pelos arquitetos Raymond Unwin e Richard Barry Parker, que mantiveram características e os princípios desenvolvidos por Howard.

cul-de-sac

CIDADE-JARDIM

Esse diagrama apresenta um núcleo urbano com 58 mil habitantes (roxo), interligando outros seis núcleos urbanos menores com núcleos secundários com 32 mil habitantes (azul). Ele possibilita a expansão da cidade pela construção de outros núcleos. Assim, para Howard a expansão das cidades seria possível pela multiplicação de novos núcleos, continuando ligação do centro para a periferia. Para esse deslocamento, todos os espaços (as cidades) foram pensadas para facilitar seus acessos ((TREVISAN, 2003).

O plano urbanístico desenvolvido por Parker e Unwin apresenta diretrizes básicas:

I – Baixa densidade populacional; II – Traçado das orgânico; III – sistema viário hierárquico: acesso à moradia através de ruas sem saída – “cul-de-sac” – e via para pedestre; IV – Interior da quadra com jardins; V – Deslocamento no tecido urbano; VI VI – Comércio se localiza no centro da cidade ou ruas nas ruas corredores, localizadas muitas vezes em conjunto a praça da cidade; VII – Zoneamento de atividades; 2003).

(TREVISAN,

Figura: Evolução do tecido urbano até o surgimento da Cul-de-sac.. Figura.16: Evolução do tecido urbano até o surgimento da Cul-de-sac nos Estados Unidos.. Fonte: https://www.cnu.org/our-projects/street-networks/street-networks-101

Apesar da repercussão dos trabalhos dos arquitetos Unwin e Parker, os princípios de sua formulação para construção das cidades seriam utilizados para a reestruturação de um bairro. Os exemplos mais conhecidos são Forest Hills Garden (1910) em Nova York e o Jardim América (1919) em São Paulo, esses projetos compõem a influência da cidade-jardim no urbanismo funcionalista (MACHADO, 2007; TREVISAN, 2003)

Figura: Interpretado a partir do diagrama original e do texto contido em Howard (1996, p. 114) Autoria do diagrama: Renato Saboya (2008)

O equilíbrio entre indústria e agricultura, trabalhado por Howard, contribuiria para a autossuficiência da cidade, criação de propriedades voltadas à produção e abastecimento dos mercados locais e as outras funções das zonas verdes. O cinturão verde contribuiria para conter a expansão do território sendo ocupado com parques, bosques e pequenas propriedades agrícolas. Em resposta à cidade industrial, portanto, a Cidade Jardim propunha a interação da casa com o campo e ambientes dominados por vegetação, as grandes vias que permitindo o acesso visual e físico da cidade (TREVISAN, 2003). Se observarmos os bairros possuem configuração espacial para baixa densidade populacional. As grandes repercussões das idéias de Howard, na comunidade e internacional, possibilitou a concretização de suas ideias em Letchworth

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,

Figura: Planta Forest Hiils Fonte: https://live.staticflickr.com/5258/5396941963_057be276f8_b.jpg Figura: Jardim América Fonte: https://acervo.estadao.com.br/imagens/105x65/JardimAmericaMapa.jpg Figura: Exemplo: Plano de Leitchword e seu zoneamento. Área urbana: comércio (preto); residencial (cinza) e indústrias (branco); Área rural: cinturão verde delimitado pela linha escura. Fonte: Howard, 1996, p. 46 apud Trevisan, 2003, p. 84.

URBANISMO FUNCIONALISTA: o interesse coletivo em detrimento da propriedade privada, organização de todos os elementos da cidade: o zoneamento e transformação da habitação como elemento principal de preocupação.


CIDADE-JARDIM

Será em Radburn, em New Jersey, que os arquitetos Clarence Stein e Henry Wright (1928) proporciona nova configuração adotada de cinco diretrizes principais: I – substituição de quarteirões retangular para super quarteirões; II – hierarquização das vias, estabelecendo um único uso: coletora, arterial, central, serviço; III – separação da circulação de pedestres e veículos – calçada e asfalto; IV – disposição dos cômodos das casas, de modo que a área de serviço estava voltada para rua, e os quartos e áreas de estar voltados para os fundos, dando para jardins e parques; Figura: Diagrama Radburn, New Jersey (1929). Fonte: Marcilio Mendes Ferreira e Matheus Gorovitz (2009).

V – os parques se mantêm presentes em toda a cidade por meio de faixas ramificadas. O sistema resolvia a utilização dos automóveis, permitindo acesso direto à habitação (MACHADO, 2007).

MODULO VIZINHANÇA: CUL-SE-SAC CASA

POPULAÇÃO: SUPERBLOCO PARCELAMENTO LOTE

VARIAÇÃO MODULAR DE ESTRUTURA DO CUL-DE-SAC

Os bairros nos subúrbios introduzem alterações, como ruptura com a cidade tradicional, propondo modelos e alternativas de concepção da cidade moderna (LAMAS, 2004. p. 316). Em especial contribuição na configuração espacial de Brasília.

COMERCIAL E INDUSTRIAL SEÇÃO 1

RESIDENCIAL E LAZER/RECREAÇÃO

RUA ESPAÇOS PÚBLICOS ESPAÇOS SEMI-PRIVADOS

EDUCAÇÃO

ACESSO VEÍCULOS CUL-DE-SACS ACESSOS PEDESTRES

ESPAÇOS PRIVADOS

LEGENDA CORTE PUBLIC PARKLANDS CUL - DE - SACS ESPAÇOS SEMI-PRIVADOS ABERTOS

SEÇÃO 2

ESPAÇOS PÚBLICOS / ESPAÇOS PRIVADOS

ACESSOS VEÍCULOS / ACESSOS PEDESTRE

SEÇÃO 1 : 150 metros

SEÇÃO 2 : 128,4 metros

Figura: Estudo de caso de Radburn, New Jersey (1929) desenvolvido Jahanvi Sharma. Tradução dos elementos urbanísticos: Autoria (2020); Fonte: http://jahanvisharma.squarespace.com/still-1

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RUA


tecidos urbano e suas rupturas uma perspectiva histórica

[...] Este será um dos processos mais importantes de

No ano de 1882, o engenheiro espanhol Arturo Soria y Mata (1844-1920), divulgou ensaios teóricos para o jornal de Madri El Progresso, para criação de uma cidade ideal chamada de "Cidade Linear". A proposta de Cidade Linear corresponde sistema de circulação por meio transporte ferroviário, que seria distribuído ao longo de uma linha dos assentamentos. Seriam espaços que cresceriam linearmente sem limites e de forma ordenada equilibrado socialmente. Os espaços hierarquizados permitiam a distribuição de serviços de

evolução da morfologia urbana em direçção á 'cidade moderna' (LAMAS, 2004, p. 323)

A epígrafe que inaugura este capítulo indica que o tecido urbano modifica-se de acordo com as diferentes necessidades de cada época. provenientes das principais transformações sociais, cultura, económica, política entre outras, se considerados elementos que moldaram a identidade de cada cidade. Para esse estudo será definido – o termo “tecido urbano” – categorizado por Philippe Panerai (2006) implicando em três elementos que quando articulados é possível compreender o contexto do tecido urbano e suas modificações, sendo eles: as vias e espaço públicos, parcelamentos dos lotes e as edificações (MACHADO, 2007). Segundo Lamas (2004), as duas tipologias mais utilizadas nesse momento são: 1) a cidade jardim desenhado por Unwin seguindo o modelo anglo-saxónico; e 2) a cidade tradicional de traçado regular e quarteirões, no qual a cidade progressivamente se distancia das soluções urbanas tradicionais, como também, apresenta suas permanências. Estas tipologias são utilizadas em oposição ao proposto pelas cidades industriais: Por exemplo, o projeto urbanístico projetado por IIdelfons Cerda y Suñer – elaborado para cidade espanhola de Barcelona (1855-1875) – “considerada o maior plano de exadrezamento urbano daquela época” (BRESCIANI, 1994 apud TREVISAN, 2003). Assim, “o quarteirão, que para Cerdá será o elemento fundamental de composição e de modulação da trama urbana” (MOTA, 1997, p. 149). A função mais importante dada para cidade de Ildefonso é dada por duas funções urbanas básicas: morar e circular (MACHADO, 2007).

Figura: Plano Urbanístico de Cerdá, 1875; e soluções adotadas para o tecido urbano. Fonte: http://danthony.co/danthony/ongoing/cerda-chamfre/

As reflexões urbanísticas de Cerda representa o surgimento de novos elementos urbanísticos de uma malha urbana reticulada e igualitária para todas as áreas da cidade pela não delimitação do centro, seguindo distribuição de equipamento e serviços

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“[...] modo a não desconfigurar ou destruir os centros históricos das grandes cidades, fato que vinha ocorrendo na prática, como mostram os planos de reforma de Paris e Viena” (MACHADO,2007 apud TREVISAN, 2003, p.38).

uniformizando toda a trama urbana. Devido a delimitação dos quarteirões sua proposta seria passível de alterações no seu parcelamento e disposições das edificações, jardins contínuos e ruas internas, possibilitando ventilação e insolação desse conjunto. Esta nova maneira de organizar a cidade permite a formulação de um tecido urbano morfologicamente novo, quando comparado com as cidades tradicionais. O modo de ocupação da edificação no interior de seus quarteirões contribui no resgate da vida comunitária que será utilizada para concepção da superquadra de Brasília (MACHADO, 2007).

Figura: Rua principal da cidade linear Fonte: https://www.flickr.com/photos/quadralectics/4366866235

VIA PRINCIPAL: EQUIPAMENTOS PÚBLICOS E PASSÍVEL DE

]

Figura: Cidade Linear Fonte: https://www.flickr.com/photos/quadralectics/4366866235

unidade de ordenação do território resultante do traçado do sistema viário: QUARTEIRÃO unidade autônoma do seu entorno e do sistema viário: LOTE EDIFICAÇÕES resultante de elementos que formam o tecido urbano: VAZIO URBANO

Figura: Plano Urbanístico de Cerdá, 1875; e soluções adotadas para o tecido urbano. Fonte: http://danthony.co/danthony/ongoing/cerda-chamfre/

“A cidade tradicional seria substituída por uma cidade com limites sempre provisórios no sentido longitudinal, passível de ser prolongada infinitamente” (MACHADO, 2007, p.36). Seria passível na transformação da rede urbana das principais cidades no âmbito regional e no âmbito internacional. Um exemplo dessa conexão seria o seu primeiro projeto nos arredores de Madri, em 1904, possui o comprimento de 58 quilômetros ligando as vilas de Fuencarral e Pozuelo de Alarcón que mais tarde seriam presentes em outros países (TREVISAN, 2003).

O modelo defendido por Mata apresenta racionalização da cidade em sua organização e da forma que transmite ao edifício, a linha e as vias. O plano era configurado em definição de uma largura limite para a cidade (500 metros) e sua organização vertical, rua principal ou via central (40 metros de largura), em que percorreria a linha férrea. As residências eram estabelecidas apenas nos dois lados da linha férrea, onde todos os equipamentos e infraestrutura da cidade estaria distribuído com comprimento de até 200 metros e 20 metros de largura. A ocupação da residência era estabelecida entre moradia e jardim (TREVISAN, 2003).

EXTENSÃO (CONEXÃO ÂMBITO REGIONAL COM CIDADES VIZINHAS)

Após a cidade Linear, foi proposto outra concepção de grande impacto urbanístico fomentada por uma nova lógica urbanística dos espaços urbanos pelo arquiteto Tony Garnier (1869-1948), a Cité Industrielle – Cidade Industrial – publicada em 1917 na edição Une cité industrielle. Étude pour la construction. Esta proposta sintetiza as principais funções urbanas que deve constituir uma cidade – residencial, industrial, serviços públicos, serviços privados, saúde –, cada um dos conjunto seriam zoneados com objetivo de incorporar ventilação e insolação com extensas barreiras verdes. Os setores de industriais e hospitalares eram implantadas em áreas afastadas. Garnier condicionada a cidade industrial diante a sua implantação o dimensionamento demográfico para 35.000 mil habitantes, com possibilidade de crescimento.


tecido urbano e suas rupturas

habitação uma perspectiva histórica

Após a Primeira Grande Guerra, a Alemanha debate-se com uma forte crise económica só invertida a partir dos anos vinte. Nesse período, até à ascensão do fascismo e início da Segunda Guerra, as condições históricas e socioeconômicas permitem uma forte experimentação no campo urbanístico, arquitectónico e habitacional, com realização de planos para as principais cidades e a construção maciça de habitação social (LAMAS, 2004, p. 331)

Figura: Interpretado a partir do diagrama original e do texto contido em Howard (1996, p. 114) Autoria do diagrama: Renato Saboya (2008).

A política governamental na recém-criada União Soviética, a partir de 1919, se torna responsável por resolver os problemas habitacionais, estabelecendo o abandono da propriedade privada e nacionalizar a terra, como propriedade do Estado, a fim de promover uma sociedade igualitária por meio da padronização da habitação. Desenvolve-se processo de racionalização do espaço de acordo com a necessidade de seus habitantes, adotando habitação possíveis de serem repetidas ou combinadas, recorrendo à produção industrializada e permitindo seu crescimento (MACHADO, 2014).

As quadras residenciais projetadas por Garnier apresentavam regulamentos que determinariam as dimensões de quarteirões (150 metros x 30 metros) e lotes (15 metros x 15 metros), e por fim taxas de ocupação (até 300m²) – sendo o restante destinados a jardins públicos – a implantação correspondia de acordo com a insolação e a ventilação natural. Dessa maneira, a altura das edificações era controlada para permitir a entrada dos raios solares, assim como outra exigência que os quartos tivessem janelas e plantas para a orientação sul (TREVISAN, 2003). Fruto da preocupação de melhorar com as condições da vida urbana, a produção de modelos de novas cidade e a reformulação das existentes teve como inspirações as publicações e as propostas de Ebenerzer Howard com Garden Cities of To-morrow. Contendo características significativas a configuração das cidades: isolar as construções no lote, criação de áreas verdes, zoneamento de funções urbanas, conectividade das vias, uso social do solo urbano, e saneamento. Incorporam novas tipologias em virtude do período entre-guerras, na qual as ideias de Soria y Mata e Tony Garnier se tornaram referências para o Urbanismo Funcionalista, com Le Corbusier e finalmente influências para Lúcio Costa (TREVISAN, 2003).

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“A arquitetura moderna introduzirá mudanças decisivas ao modo de ver e projectar” (GONÇALVES, 2007, p.19). Devido ao problema gerados pela industrialização os arquitetos entenderam que tanto os problemas da cidade, assim como o desenho da habitação deveriam ser transformadas. A principal consequência, será relacionada o projeto do edifício sendo momento de experimentação da sua organização em função as necessidades-básicas do espaço, que será o principal tema tanto no âmbito econômico e construtivo dessas unidades (GONÇALVES, 2007).

As novas concepções de tipologias de habitação para cidade de Frankfurt, em 1925, por Martin Elsaesser e Ernst May, e os estudos de Alexander Klein, definem duas tipologias de habitações plurifamiliares: habitação unifamiliar, para uma família ou sobrepostas para duas famílias, bloco com vários andares. "Todas essas tipologias incluem melhorias significativas na organização das distintas tarefas domésticas, de onde se destaca a cozinha Frankfurt, desenhada por Schütte-Lihotzky em 1927" (MACHADO, 2014. p. 33

Figura: Evolução comparativa das formas urbanas tradicionais até modernismo. Fonte: Lamas (2004)

Figura: Edifício Narkomfin Ginzburg y Miljutin (1920) Fonte: https://i.pinimg.com/originals/77/31/c4/7731c41f4b6e4d8329b95d7f0de6855d.jpg

Figura: projetada por Schütte-Lihotzky Fonte: https://histarq.wordpress.com/page/3/

Outras formas de organização desse tecidos residenciais e formas de habitação estão presentes na revista publicada por May. Nesta publicação informou-se a população de Frankfurt a evolução do quarteirão da cidade tradicional até suas experiências de Frankfurt, concluindo que os edifícios blocos horizontais paralelas entre si, configurando duas fachadas e jardins intercalando as edificações. Apresenta, ainda, o estudo mais apropriado para a conclusão do quarteirão e sua implantação ser orientada pelo movimento solar em uma planta livre formando um conjunto de bairros chamados de Siedlungen (LAMAS, 2004).


edifício narkomfin

habitação

Figura: Siedlungen Römerstadt e Siedlung Westhausen. Fonte: https://www.researchgate.net/figure/Siedlung-Roemerstadt-1927-vs-Siedlung-Westhausen-1930-Dreysse-1988_fig4_282947263

A criação da Associação de Arquitetos Contemporâneos – OCA, o arquiteto Moisei Ginzburg foi nomeado diretor do departamento de padronização no comitê de construção para o desenvolvimento de novas tipologias habitacionais padronizadas, para uso nos novos conjuntos habitacionais chama de Stroikom (POLETO, 2011). Seu estudo era composto por seis tipos de células habitacionais de dimensões variadas e com diferentes modos de agregação. Projeto de Ginzburg e Ignati Milinis conhecido como Edifício Narkomfin construído em 1928, na cidade de Moscou, consiste na adaptação dos estudos realizados anteriormente. O projeto apresenta um bloco principal destinado à residências de seis pavimentos, apoiada sobre pilotis, sua forma retângular de predominância horizontal, na qual é completado pela combinação com as funções sociais – serviços coletivos – com outro bloco em anexo menor de quatro pavimentos. As unidades habitacionais apresentava forma de circulação otimizada assim como mínimo de áreas seguindo a linha de estudo de Alexander Klein (MACHADO, 2007).

Figura: Siedlungen Römerstadt e Siedlung Westhausen. Fonte: https://www.researchgate.net/figure/Siedlung-Roemerstadt-1927-vs-Siedlung-Westhausen-1930-Dreysse-1988_fig4_282947263

habitações e suas quatro tipos de tipologias

Diante do crescente igualitário da futura sociedade, como resultado, a independência da mulher seria refletida por meio das tarefas tradicionais ao cuidar da casa e dos filhos. A arquitetura seria reflexo dessa mudança propostas de habitações comunitárias, com serviços domésticos comuns em função da comunidade (MACHADO, 2014; POLETO, 2011). As preocupações funcionalistas manifestam-se na construção da casa e da cidade como estudada por Ernst May. Os estudos de Alexander Klein apresentado, em Paris, para o Congresso Internacional da Habitação e Planos regulamentadores apresenta aspectos funcionais, em que realiza-se parâmetros que orientam a circulação interna da habitação a fim de simplificar seu percurso e facilitar organização de tarefas. Esse modelo criado por Klein chama-se “casa-mínima”. “Nos estudos dos soviéticos, que a partir de 1928 propõem a comuna de casas, integrando nestas serviços colectivos” (GONÇALVES, 2007, p 20).

edificação exclusiva para área públicas: como cozinhas comunitárias, academias, biblioteca, espaços de descanso e áreas para crianças.

TIPOLOGIA F CORREDOR TIPOLOGIA 2F TIPOLOGIA K CORREDOR

Figura: Modelo de habitação: A) Percurso habitação tradicional; B) Percurso habitação modernista Fonte: https://www.researchgate.net/figure/Alexander-Klein-housing-diagrams-Bauer-1934_fig5_282947263

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Figura: Tipologias e Cortes das habitações no Edifício Narkomfin Alterações e traduções feitas para melhor entendimento Fonte: https://www.behance.net/gallery/78216367/The-Narkomfin-Building-Book


habitação

karl marx hof

A forma urbana como enfoque é notada no conjunto Karl Marx Hof, projetado por Karl Elm, em 1927, para cidade de Viena. Segundo Lamas (2004) o sistema de quarteirões repetitivos desse conjunto optava por unidade física com relativa autonomia social e comunitária que lembra com as ideias de falanstérios das cidades utópicas socialistas e posteriormente de Le Corbusier.

A repercussão sobre os estudos realizados por Ernst May na cidade de Frankfurt foram tema da II Congrés International de L'Architecture Moderne em 1929 (Congressos Internacionais de Arquitetura Moderna - CIAM) com o tema "O Alojamento para o nível mínimo de vida". No entanto acontece em 1930, III CIAM, em Bruxelas, Gropius apresenta a morfologia urbana determinada pelo edifício, com racionalização do lote e estudos relacionados a verticalização urbana chamada de “Edifícios, baixos, médios ou altos” que será defendido por Lamas como principal proposta do Movimento Moderno: É Gropius quem traz para a discussão as regras de implantação e afastamentos dos edifícios, e as relações com a altura e densidade habitacional, que ficariam célebres na história. A questão posta por Gropius é analisada nas suas implicações econômicas e sociais. Investiga qual o número óptimo de andares dos edifícios como um problema económico, que poderia variar, mas limitado no ponto em que o excedente de custos deixasse de ser compensado pela liberação do solo e economia de terreno e infra-estrutura (LAMAS, 2004, p. 340).

Essa nova metodologia de definir espaços urbanos visa habitação como principal foco de organização da cidade mediante a uma política governamental. Por essas razões, novas soluções foram fomentadas para uma habitação que seriam decente para essa população que necessitava depois da pós-guerra. O conjunto habitacional de unidades habitacionais iguais, idealizadas por um sistema construtivo que permitisse sua reprodução em série, são consequência das condições econômicas. Essas novas combinações de estudos desenvolvida pelos arquitetos modernistas foram simplificadas em duas formas principais: residências geminadas e os edifícios em alturas sobre pilotis, providos de equipamentos coletivos (MACHADO, 2007).

Figura: Conjunto Karl Marx Hof (1927) e seus usos. Fonte: https://karlmarxhof-blog.tumblr.com/

tipologia habitação bloco 01

A concepção da superquadra influencia os conjuntos habitacionais citados anteriormente e em comum com sua configuração de superquadra idealizada por Lucio Costa. Sua ordem geométrica estabelece proporção dos quarteirões e suas moradias, promovendo uma estrutura de auto-suficiência com a malha da cidade existente, dispostas equivalentes de espaços construído e espaço vazios como jardins, edificações, vias, comércio.

tipologia habitação bloco 02

tipologia bloco 01

escada Figura: Conjunto Karl Marx Hof (1927): tipologias de habitações - Tipologia habitacional bloco 01 e tipologia habitacional bloco 02. Fonte: http://www.doyoucity.com/proyectos/entrada/2153

tipologia bloco 01

Figura: Conjunto Karl Marx Hof (1927) Fonte: https://br.pinterest.com/pin/365987907203997935/

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Figura: Conjunto Karl Marx Hof (1927): configuração andares das habitações. Alterações e traduções feitas para melhor entendimento Fonte: https://karlmarxhof-blog.tumblr.com/


Le Corbusier: a cidade

uma perspectiva histórica

Lucio Costa (LC) e Le Corbusier (LC) possuem mais características em comum do que as iniciais de seus nomes, sobretudo em relação a Brasília (BSB). O mentor da arquitetura moderna brasileira tem na figura do Arquiteto francês seu grande mestre - ARQUITETOS, 2018.

O trabalho apresentado pelo escritório Bloco Arquitetos e diversos outros artistas na exposição no Museu da Casa Brasileira, com o tema "Experimentando Le Corbusier – Interpretações contemporâneas do modernismo" tem como construção do pensamento a respeito à produção arquitetônica, urbana, ideológica e social ao modernismo brasileiro (PEREIRA, 2018). Essa linha de estudos de cidades apresentadas anteriormente compõem um panorama para descrever algumas características importantes para a superquadra de Brasília, assim como fundamentação teórica elaboradas por Le Corbusier em seus estudos. A Cidade Corbusiana surgiu diante da situação caótica do século XIX, causadas pela Primeira Guerra Mundial, sendo: déficit de habitação, destruição das cidades, desemprego e fome. São estudos da cidade ideal corbusiana apresentadas nos Congressos Internacional de Arquitetura – CIAM: 1) Ville contemporaine pour trois million d’habitants (Cidade Contemporânea para Três Milhões de Habitantes), datada em 1922; 2) Plano Voisin, em 1925 ; 3) Ville Verte, datada em 1930; 4) Ville Radieuse (Cidade Radiosa), em 1930.

As soluções elaboradas por Le Corbusier para cidade ideal se resume em: "[...] princípios, dos quais eram fundamentais: o descongestionamento do centro pelo aumento da altura das edificações e pela criação de bairros-jardim, agilização dos meios de circulação, a extensão das áreas arborizadas" (MACHADO, 2007, p. 46).

molde para arquitetura moderna Brasiliense

Figura: Plano Voisin - Le Courbusier Fonte: https://www.reddit.com/r/MapPorn/comments/2y9xis/figure_ground _map_of_le_corbusiers_urban_plan_for/

As cidades de Le Corbusier apresenta propostas de uma Cidade Tradicional em direção da Cidade Funcionalista ou Racionalista. Essa cidade consiste em normalização do uso e ocupação do solo urbano estabelecendo zoneamentos em função de cada zona urbana, no qual será alinhada ao desenho geométrico do seu traçado urbano e viário com separação de circulações entre veículo e pedestres. O crescimento urbano seria estabelecido em cada setor por meio da densidade e altura das edificações criando áreas verdes como respiro. A síntese que estrutura o urbanismo funcional, resultado dos estudos realizados das Cidades Ideais Corbusiana, dito anteriormente, para Movimento Moderno (TREVISAN, 2003). Se tornará responsável por estabelecer os cincos pontos fundamentais da arquitetura moderna: O edifício sobre pilotis, para permitir a circulação no pavimento térreo; terraço-jardim, para tornar as coberturas espaços habitáveis; a planta livre, resultante da independência entre estrutura e vedações; a fachada livre, que permite maiores aberturas; e janela em fita, abertura longilíneas que permitem iluminação mais uniforme e vistas panorâmicas. Esses princípios tornaram-se o vocabulário essencial da arquitetura moderna (RIBEIRO, 2013, p. 39-40, grifo nosso)

Figura: Ville Verte - Le Courbusier Fonte:https://payload.cargocollective.com/1/5/178593/2443383/MS %2003.jpg

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cinco pontos arquitetura moderna

Figura: Cinco ponto de Le Corbusier - Arquitetura Moderna. 1- Pilotis / 2- Planta Livre / 3- Fachada-Livre / 4- Janela em Fita e 5- Terraço-Jardim. Fonte: https://kalseyjay.wixsite.com/business/single-post/2018/10/29/case-study


cidade contemporânea

A compreensão do edifício e a cidade demonstram de Le Corbusier realizados em outros estudos junto a sua ideia inicial Cidade Contemporânea iram se estabelecer na Cidade Radiosa (HABIMA, 2002).

uma perspectiva histórica

A Cidade Contemporânea é regida por uma disposição centralizada onde dois eixos perpendiculares predominam gerando um crescimento em quatro direções em anéis concêntricos. Estamos diante de uma estrutura convencional de centro e de periferia em que o primeiro é o ocupado pela cidade dos negócios e o último pelas áreas residenciais. Já a população trabalhadora situa-se fora da cidade, em Cidade Jardins (HABIMA, 2002, p. 15).

Em paralelo às reformas dos quarteirões apresentadas anteriormente, a Cidade Contemporânea, apresenta sua a superquadra de 200 metros x 400 metros como unidade de divisão territorial – simétrico e quadriculado – seguindo o sua função funcional do centro (negócios) para periferias (habitação). Compreendem edificações:

em

três

tipologias

Vias rápidas Norte-sul Leste-oeste

de Edifícios quarteirões

1) área central, arranha-céus (comercial); 2) habitação denteada ou rédents e 3) edifícios-quarteirão, (LAMAS, 2002).

immeubles

villas

área central (primeiro círculo): estação central que conecta vias rápidas e o centro comercial

A área central com arranha-céus de 60 andares sobre pilotis, promoviam a monumentalidade e diante aos seus imensos afastamentos potencializam o uso do solo coletivo (HABIMA, 2002).

Rédents

A área residencial entorno da área central formula a criação do edifício de blocos contínuos que circundava a área central criando superquadras de 400 metros x 600 metros, chamados por Rédents (“classe alta”), A implantação desses blocos contínuos seguem a orientação leste-oeste, para os blocos horizontal, e norte-sul para os blocos verticais, e por fim formam os edifícios-quarteirões (“classe média” ou “trabalhadora”) que configuraram um pátio interno e na suas fachadas voltada para a rua (HABIMA, 2002).

área residencial (segundo círculo): estação central que conecta vias rápidas e o centro comercial

As vias de circulação de veículos (vias rápidas e vias de baixa velocidade) separada de circulações separadas da vias de circulação dos pedestres (vias presentes nas áreas residenciais - vias de baixa velocidade). Figura: Setorização Cidade Contemporânea de Le Corbusier Fonte: Zachary Grewe (2017) https://scholarworks.uark.edu/cgi/viewcontent.cgi?article=1021&context=archuht Anotações realizadas pela autora para melhor entendimento do desenho

áreas foras da cidade e fora do terceiro círculo: áreas verdes separando das indústrias da cidade, criando conexão com as cidades-jardins que seriam localizadas fora da cidade para criação de fazendas.

A definição de Le Corbusier sobre “Rédents” para revista L'Esprit Nouveau nº4, consiste em um traçado linear continuamente que sobre quebra permitindo a criação de diferentes espaços livres ao longo do seu desenvolvimento, conduzindo uma paisagem urbana sobre o conceito cidade jardim. Outras preocupações trazidas por Le Corbusier são: aumento da porcentagem das áreas verdes na cidade, valorização da paisagem urbana e a ruptura do conceito “rua corredor” (LE CORBUSIER, 1921 adup CARLOS, 2013).

23

Figura: Cidade Contemporânea Maquete Física Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/787030/classicos-da-a rquitetura-ville-radieuse-le-corbusier Alteração da fotografia colorida para preto em branco


cidade radial “

uma perspectiva histórica

[...] continha já os princípios doutrinais da organização urbana de Le Corbusier: uma cidade verde com forte percentagem de solo livre; grandes construções pontuais, assentes em pilotis que libertava o solo e prolongavam os espaços verdes sob construções; edifícios dispostos em função do eixo heliotérmico e monofuncionais; unidade de habitação que incluíam os equipamentos elementares (LAMAS, 2004, p 352).

superquadra quarteirão

molde para arquitetura moderna Brasiliense e mundial

LEGENDA; A. B. C. D. E. F.

A Ville Radieuse apresentada no III CIAM, em 1930, manifesta parâmetros da cidade funcional no qual a forma urbana se torna paradigmas presentes na Carta de Atenas, fomentada pelo seu zoneamento rígido e funcional da cidade (BRANDÃO, 2013).

Habitações combinadas de zonas verdes, zonas de lazer, e Centro Cultural (na área central); Hotel e embaixadas; Centro de negócios; Indústrias “mais leves’ e casas; Indústria “pesada”; e G. Cidades-satélites: sede/ edificações do governo e centro de formação e estudos, etc.

Resultará no setor residencial central, – superquadras com blocos rédents sobre pilotis –, criando uma independência da edificação em relação ao traçado da via (LAMAS, 2004) estabelecendo uma “lógica de composição do bairro e da cidade começa com a programação dos espaços da vida cotidiana” (RIBEIRO, 2013, p. 41). A implantação desses blocos contínuos seguem a orientação da Cidade Contemporâneas: a orientação leste-oeste para os blocos horizontal e norte-sul para os blocos verticais apesar que os pilotis presentes nesse momento se encontram em todas as edificações, permitindo total acesso do solo para o pedestre.

Figura: Quarteirão da zona habitacional da Cidade Radiosa de Le Corbusier Fonte: http://www.do youcity.com/pr oyectos/entra da/288

Pensada como auto suficiente e acessíveis, sua malha ortogonal – 400 metros x 400 metros –, agrupam equipamentos de uso comum, e presença de áreas verdes são caracterizados suas sinuosos jardins passíveis de promover a socialização dos habitantes desse quarteirão (HABIMA, 2002). 46). Devido a questão do relevo impossibilita a continuidade desses blocos, surge um novo modelo de edifícios de unité d’habitation, caracterizado por blocos isolados na unidade habitacional que formara ruptura do sistema da cidade tradicional composta por “rua- corredor” e quarteirão.

Figura: Setorização de usos do solo do quarteirão da zona habitacional da Cidade Radiosa de Le Corbusier Fonte: http://www.do youcity.com/pr oyectos/entra da/288

Essa alteração formal da habitação na cidade radiosa estabelecendo o bloco laminado tornaria principal pensamento teórico arquitetônico e organizador da cidade para Le Corbusier (LAMAS, 2004) semelhante a Unidade de Vizinhança (UV) idealizada por Clarence Perry para a cidade de Nova York, em 1929 (RIBEIRO, 2013).

piscina

Figura: Planta Cidade Radiosa de Le Corbusier Fonte: https://i.pinimg.com/originals/77/31/c4/7731c41f4b6e4d8329b95d7f0de6855d.jpg Alteração da fotografia colorida para preto em branco

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zona de jogos

zona poliesportiva

tênis

Anotações e traduções para melhor entendimento do desenho


carta de atenas uma perspectiva histórica

O estudos e experiências apresentadas no IV Congresso Internacional de Arquitetura Moderna - CIAM, em 1933, resultando em um documento chamado “Carta de Atenas” pública, em 1941, discutiu os problemas urbanos de trinta e três cidade de quatro continentes, no qual criticada as cidades da época a fim de estabelecer critérios básicos para as novas cidades que serão influenciadas “na produção teórica e nas realizações do pós-guerra de 1945 até finais dos anos sessenta” (LAMAS, 2004, p. 344) e posteriormente resultará das sínteses do modernismo. A nova leitura de cidade diferencia o modo de vida e de habitar a cidade criada relações com funções básicas – habitar, trabalhar, lazer e circulação no qual correspondem como unidades autônomas entre si –, resultado necessidades humanas universais (biologicamente iguais independente de seus valores culturais e sociais) defendidas pelo Estilo Internacional junto à Urbanismo Moderno, e consequentemente a visão habitacional como “máquina de morar”. A Carta de Atenas (1993) “propõe diretrizes e metas como uso, controle de expansão, áreas verdes, densidade de ocupação” (KANASHIRO, 2004, p. 34), sintetiza conjunto de orientações para os novos projetos como apresentado por BRANDÃO (2013):

Congressos do CIAM - Cidade que ocorreu o encontro - e suas realizações/encontros: 1929 – Segundo Congresso: Frankfurt (Alemanha) - Estudo Moradia Mínima. 1930 – Terceiro Congresso: Bruxelas - Estudo do loteamento racional.

▪ Habitar - a localização dos bairros residenciais devem contemplar as seguintes exigências: insolação favorável, higiene adequada e áreas verdes suficientes; - as densidades urbanas devem ser fixadas pelas autoridades, segundo o uso do solo; - deve ser proibido o alinhamento das habitações ao longo das vias de comunicação; - os modernos recursos técnicos devem ser utilizados para possibilitar construções elevadas; - as construções elevadas devem estar dispostas a grande distância uma das outras para liberar amplas superfícies verdes; ▪ Lazer - previsão de grandes áreas verdes destinadas ao lazer e esporte; - previsão de espaços destinados à equipamentos coletivos; ▪ Trabalhar - as distâncias entre os locais de habitação e trabalho devem ser reduzidas; - os setores industriais e residenciais devem ser separados por um cinturão verde; - os setores industriais devem estar localizados próximos às grandes vias de circulação; - os setores de negócios, administração pública, industrial e residencial devem estar integrados pelo sistema viário; ▪ Circular - nos projetos urbanos deve ser definida uma hierarquização viária; - nos cruzamentos viários devem ser adotados níveis diferenciados; - os fluxos de automóvel e de pedestre devem estar separados; - as vias de grande circulação devem ser separadas por meio de zonas de vegetação; (BRANDÃO, 2013, p. 68-69)

1933 – Quarto Congresso: Atenas - Análise de 33 cidades e elaboração da Carta do Urbanismo. 1933 – Quinto Congresso: Paris - Estudos de problemas de moradia e lazer. 1937 – Sexto Congresso: Bridgewater - Reafirmação dos objetivos dos CIAM. 1937 – Sexto Congresso: Bridgewater - Reafirmação dos objetivos dos CIAM.

1949 – Sétimo Congresso: Bérgamo - Execução da Carta de Atenas 1951 – Oitavo Congresso: Hoddesdon - Estudo do centro: Coração das Cidades. 1953/1956 – Nono e Décimo Congresso: Aix-en-Provence/Dubrovnik - Estudo do Habitat Humano.

Segundo Ribeiro (2013), a habitação nesse momento é considerada a função mais importante, portanto, é considerada como ponto de partida para determinar a implantação dos demais serviços: atividades produtivas, atividades de uso coletivo complementares à habitação e áreas de circulação. Essa nova composição representam a essência da cidade modernista e fortalecem a ruptura da cidade tradicional marcada pelo ressignificação do espaço urbano e arquitetônico na vida cotidiana. Todos as referências de projetos tanto urbanísticos como arquitetônicos, dada a questões de cada período, resultaram em projetos com referências para Lúcio Costa conceder o projeto da nova capital do Brasil, assim como será detalhado nos próximos capítulos.

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capítulo 2

uma perspectiva histórica

habitação de interesse social

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política habitacional: nacional uma perspectiva histórica

Como síntese da população de habitação sociais no país [...] a produção da habitação da habitação social inicialmente era segmentada e atendia a grupos de trabalhadores vinculados aos IAPs. As primeiras ações do Estado para o enfrentamento da crise da moradia não vislumbram o atendimento de grande parte da população que necessitava de moradia, população essa que historicamente apresenta enormes dificuldades para obtenção de subsídios via governo. Nota-se que a habitação, em especial, a habitação social, não era uma prioridade na agenda governamental, tampouco para a os segmentos da construção civil (FRANÇA, 2015, p. 141; Grifo nosso).

Segundo França (2015) e Bonduki (2013), o período de elaboração de políticas habitacionais para população de baixa renda começa a ser pauta a partir do momento que nota-se o crescimento urbano, e a pressão da população por acesso à moradia. Nos anos de 1940, como resposta à crise, criou-se a Fundação Casa Popular – FCP –, no qual “marca o reconhecimento do governo federal em estruturar políticas habitacionais para a sociedade, sobretudo para o segmento de baixa renda, mercado a necessidade de produção da habitação social” (FRANÇA, 2015, p. 141). A repercussão da habitação se torna um assunto relevante e na mudança política, a criação do Banco Nacional de Habitação – BNH–, em 1960, amplia a produção habitacional do país promovida pela estruturação dos recursos financeiros e subsídios do Estado e governamentais junto ao setor privado, proporcionando uma ruptura de organização e implementação da política habitacional do Estado na questão habitacional, junto a habitação social. Devido a incoerência a política da habitação social em solucionar as demandas da parte da população de baixa renda que necessita do atendimento e permitindo a expansão desordenada da cidade – em meados dos anos 1986, ocorreu a extinção do BNH (BONDUKI, 2013). Significando conforme França (2015), o surgimento de uma nova política habitacional desenvolvida por meio programas habitacionais visando a habitação social, atrelada especialmente ao mercado privado: Nos anos de 1990, em especial durante o governo de FHC, observa-se um estreitamento do mercado privado com o Estado no campo habitacional [...] a provisão da habitação passa a ser entendida como um serviço e, portanto, necessitando de uma reestruturação para melhor adequação aos preceitos de mercado. No governo de FHC observam-se a ampliação do setor privado na produção habitacional e a atuação do Estado como um agente financiador (FRANÇA, 2015, p. 142).

Tal parceria contribuiria para o processo de configuração

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marcante das cidades brasileiras, atrela-ladas a desigualdade urbana e socioeconômica, valorização da terra urbana resultando na expansão de moradias e urbana, estabelecendo processo de formação de novas áreas centralidades, anteriormente eram áreas consideradas periféricas. Resultando no espraiamento da população de baixa renda para áreas distantes, desintegradas urbanisticamente e socialmente das redes de transporte, de empregos e serviços (FRANÇA, 2015). Com a mudança política no cenário nacional nos anos 2000, e “como a aprovação do Estatuto da Cidade (10.257/2001), a regulamentação do Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social (11.124/2005)” (FRANÇA, 2015, p.143), no qual compõe políticas habitacionais sociais, urbanização de assentamentos precários e a déficit habitacional. Enquanto o Fundo Nacional de Interesse Social – FNHIS –, se torna responsável pela administração dos recursos financeiros, contemplavam o atendimento de famílias até três salários mínimos, por meio de programas. Devido ao cenário da crise internacional de 2009, a fim de amenizar os seus efeitos no Brasil, a decisão encontrada pelo governo consiste na “ampliação do crédito habitacional acessível à iniciativa privada”, ou seja, os bancos (FRANÇA, 2015, p.122). Transformando uma nova política habitacional do Governo Federal com o mercado privado: Programa Minha Casa, Minha Vida – PMCMV, viabilizando a construção de habitações de carácter social em massa com atendimento a população de baixa renda (DIAS, 2012 apud FRANÇA, 2015). O papel do banco, principalmente a Caixa Econômica, nesse cenário se responsabiliza pela aprovação vinculados ao projetos habitacionais do setor privado e gestão financeira ao crédito habitacional, além de ser responsável do alinhamento na rede urbana da cidade que será implantada o programa por meio de:

A aprovação de projetos habitacionais (PMCMV) na Caixa esta alinhada à provisão de infraestruturas e de existência de equipamentos sociais (escolas, creches, posto de saúdes e postos policiais) próximos à região que tenha a capacidade de atender a nova demanda (FRANÇA, 2015, p. 132)

Para o recebimento e enquadramento das famílias no Programa Minha Casa, Minha Vida do Governo Federal, para o atendimento do déficit habitacional e ampliação da construção de habitações em conjunto urbanístico de equipamentos e serviços urbanos, necessita a vinculação à faixa de renda da família que será contemplada, sendo dividida em duas fases: I.

II.

Fase

Fase 1

Fase 2

a primeira fase: se divide em três faixas – a primeira faixa até R$ 1.395,00; a segunda faixa de R$ 1.395,01 a R$ 2.790,00; e a terceira faixa de R$ 2.790,01 a R$ 4.650,00 R$ a segunda fase: se divide em três faixas – a primeira faixa até R$ 1.600,00; a segunda faixa de R$ 1.600,01 a R$ 3.000,00; e a terceira faixa de R$ 3.000,01 a R$ 5.000,00 (MARTINS, RODRIGUES, 2013; FRANÇA, 2015).

Faixa de Renda

Renda Familiar Mensal

Fase 1

Até R$ 1.395,00

Fase 2

De R$ R$ 1.395,00 a R$ 2.790,00

Fase 3

De R$ 2.700,01 a R$ 4.650,00

Fase 1

Até R$ 1.600,00

Fase 2

De R$ R$ 1.600,00 a R$ 3.100,00

Fase 3

De R$ 3.100,00 a R$ 5.000,00

Tabela: Faixa de Renda Programa Minha Casa, Minha Vida (Programa âmbito Federal) Fonte: Dados coletados de França (2015) recolhidas do Ministério da Cidade (2014).

Segundo França (2015), com balanços realizados a execução do Programa Minha Casa, Minha Vida (2009-2001) em comparação Programa Minha Casa, Minha Vida (2011-2014) coletados do DUAP/SNH/MCIDADES, conclui-se que a participação da primeira faixa de renda no programa de PMCMV (2009-2011) tinha como prioridade principal, enquanto PMCMV (2011-2014) se concentra em unidade habitacionais com renda superior a R$ 1.600,00, apresentando efeitos urbanos e problemas quanto a implantação da moradia para a população de baixa

renda, em principal, a primeira faixa: I. localização dispensa e desconectada das habitações causadas pelo alto custo da terra nas capitais; II. ausência de instrumentos política urbana que delimitam áreas de habitação de interesse social na parte central, por meio de terras públicas; III. concentração de unidades habitacionais em determinadas áreas das cidades, expandindo e adensamento urbano nos limites da área urbana, enquanto faixa de renda dois e três se localizam em áreas próximas infraestruturadas; IV. empresas com monopólio da execução das habitações. A ausência de políticas públicas resulta na segregação espacial e socioeconômica, e principalmente sobre a justificativa do valor da terra; A literatura tem apontado a ausência de maiores controles sobre a localização dos empreendimentos, que levaria a mais um ciclo de produção de habitações em localizações periféricas, reforçando a segregação social no espaço e repetindo em certa medida as experiências do período Banco Nacional da Habitação (BNH) [...]. Em cidades com mais de 50 mil habitantes e em regiões metropolitanas, o custo da terra urbana é alto, fazendo com que as construtoras procurem terras afastadas das áreas urbanizadas de forma a diminuir seus custos e maximizar seus lucros [...] (MARQUES, RODRIGUES, 2013, p. 162)

Fomentando a produção da habitação distante dos centros urbanos, e formação da segregação espacial social e problemas causados de carácter governamental locais, dada a necessidade de infraestrutura urbana, serviços básicos, tais como: energia, saneamento, transporte, educação, segurança e lazer (FRANÇA, 2015).


Explicação de alguns elementos importantes no texto Instituto de Aposentadoria e Pensões (IAPs): criado no governo de Getúlio Vargas (1930-1945) através do Decreto 19.469/1930 e 1.749/1937, correspondendo à 1) financiamento habitacional; e 2) redução de taxas para pagamento da casa própria; (FRANÇA, 2015). Fundação da Casa Popular (FCP): foi criada no governo do presidente Eurico Gaspar Dutra (1946-1950) através do Decreto n 9.218/1946: A política de habitação a acesso à moradia priorizava seus recursos e produção de habitações nas grandes cidades com população superior a 100 mil habitantes, assim como o atendimento ao critérios de renda (até 12,8 salários mínimos mensais). Dessa maneira, permitiu o crescimento de problemas habitacionais informais provenientes a dificuldade ao acesso à casa própria a população de baixa renda. Sendo primeiro órgão governamental do país a disponibilizar recursos para construção para à população de baixa renda (FRANÇA, 2015). Banco Nacional de Habitação (BNH): Criado no contexto do governo militar pela Lei Federal 4.380/1964, promovendo intervenção estatal na crise habitacional sobretudo na criação de soluções financeiras que ampliaram relação entre Estado e o setor privado no âmbito financeiro pelo Sistema Financeiro de Habitação – SFH; e pesquisa e estudos do déficit habitacional no país pelo Serviço Federal de Habitação e Urbanismo – SERFHAU. Porém 64% dos financiamentos foram destinados para faixas de renda média e alta (renda superior a 3 salários mínimos), significando que apenas 36% para a população de baixa renda. (FRANÇA, 2015). Governo de Fernando Henrique Cardoso - FHC (1995-1998): vinculação da terra urbana a função social, reconhecendo a cidade informal – propôs medidas de viabilizar os assentamentos à cidade formal. Dividindo em grupos de programas habitacionais: 1) habitação para faixas de renda superiores a doze salários mínimos (Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat – PBQP-H; 2) melhoria ou construção habitacional e infraestrutura para população com renda até três salários mínimos em áreas degradadas – Pró-moradia e Habitar Brasil ; e 3) financiamento – Programa Carta de Crédito (FRANÇA, 2015). Luís Inácio Lula da Silva (2003-2010): mudança de cenário nacional nos 2000. Outros programas de habitação (outros programas): Programa da Ação Provisão Habitacional de Interesse Social; Programa Urbanização, Regulamentarização e Integração de Assentamentos Precários e Apoio à Produção Social da Moradia. As atividades realizadas nesses programas: Construção e aquisição de moradias/materiais, urbanização, reforma e ampliação da habitação, loteamento e regulamentarização para uso habitacional (SHIMBO, 2012 apud FRANÇA, 2015. p. 111). BANCOS: Banco do Brasil; Caixa Econômica e BNDES.. Programa Minha Casa, Minha Vida (PMCMV): regulamentada pela Lei n 11.977/2009. Departamento de Urbanização de Assentamentos Precários (DUAP); Ministérios da Cidades (MCIDADES); Ministério do Desenvolvimento Regional (SNH/MDR).

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LEGENDA BRASÍLIA E CIDADES SATÉLITES: ANO CANDANGOLÂNDIA: 1956 NÚCLEO BANDEIRANTE: 1956 CEILÂNDIA: 1956 TAGUATINGA: 1958 CRUZEIRO: 1959 GUARÁ: 1969 SOBRADINHO: 1960 NÚCLEO BANDEIRANTE: 1960 PLANO PILOTO: 1960

Cidades Satélites e alguns exemplos: enquanto a construção de Brasília era realizada Figura: Crescimento de algumas cidades satélites junto a construção do Plano Piloto (1960): Sobradinho (1960), Núcleo Bandeirante (1960), Candangolândia (1956), Taguatinga (1958), Ceilândia (1956), Guará (1969) e Cruzeiro (1969). demonstração de algumas cidades que foram se formando em relação a construção do Plano Piloto. Fonte: Dados coletados de França (2015) - Desenho realizado no Qgis) - Autoria (2020).

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política habitacional: distrito federal uma perspectiva histórica

Em 1956 foi lançado o edital do concurso para a nova capital do Brasil no Diário Oficial da União – Brasília –, inaugurada em 1960. A interiorização da capital do país para o Planalto Central, Centro-Oeste, visava promover interligação do território brasileiro e impulsionar seu desenvolvimento para o centro do país (KUBITSCHEK, 2000) [...] o edital do concurso já induzia uma clara predileção pelo ideário modernista [...] dentre suas exigências [...] deveriam apresentar “o traçado básico da cidade”, indicando os principais elementos da estrutura urbana, a localização e interligação dos diversos setores, centros, instalações e serviços, distribuição de espaços livres e vias de comunicação (COSTA, 2014, p.15).

Brasília foi projetada de acordo com os princípios modernistas da Carta de Atenas e os manifestos dos Congressos Internacionais de Arquitetura Moderna – CIAMs, traduzidos no projeto urbanístico de Lúcio Costa. O resultado foi principalmente a implantação, em especial das recomendações presentes no edital do concurso, e a setorização do Plano Piloto que explicará as características morfológicas da cidade (COSTA, 2014). A essência dos princípios idealistas modernistas para soluções da cidade brasileiras, pautada no urbanismo e no planejamento urbano, representa a ressignificação da produção do território, baseada na harmonia da vivência da população brasileira, em que “diferente faixas de renda poderiam habitar espaços próximos e os padrões e zoneamentos urbanos evitariam a “desordem” tão característica das demais cidades brasileiras” (FRANÇA, 2015, p. 147). No início da construção da capital foram marcadas existência da demanda habitacional, as decisões tomadas para o processo de ocupação e ordenamento territorial limitaram o processo de ocupação do Plano Piloto, resultando no adensamento populacional em outras área, desprovidos de infraestrutura. Sua ocupação foi marcado pelo forte nucleamento, promovidos por políticas públicas de caráter provisórios – retorno dos trabalhadores – visto que a capital não previa sua permanência. A criação dos acampamentos provisórios: espaços de moradias para os trabalhadores vindo de todas as regiões do país, eram geralmente localizadas próximas aos canteiros de obras, que seriam destruídas posteriormente para volta para cidades de origem. Entretanto, esses acampamentos foram responsá-

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.

-veis pela criação das cidades-satélites, no qual, estavam previstos apenas quando a população chegasse a quinhentos mil habitantes, porém devido a migração, a permanência e resistência dos trabalhadores das medidas do GDF (remoção das famílias para locais distantes e sem infraestrutura básica), fomenta a criação da novas cidades, sendo elas: Vila Planalto (1957); Candangolândia (1956); Cidade Livre (1956), conhecido como Núcleo Bandeirante; Taguatinga (1858); Vila Paranoá (1957); São Sebastião (1957); Gama (1960); Sobradinho (1960); Ceilândia (1956); Cruzeiro (1959); Paranoá (1964); e Guará (1967). Fomentando o crescimento populacional no qual em 1960 era de 12.700 habitantes enquanto no ano de 1960 foi para 127 mil habitantes (FRANÇA, 2015). “Essa decisão definiu quem [...] teria seu direito à cidade negado” (BOMTEMPO, 2019, p. 21).

A posse de terra do Estado pela Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil – Novacap, manteve sob controle o planejamento e a gestão urbana nos arredores do Plano Piloto como forma de preservação do conjunto urbanístico de Brasília. Privilegiando o acesso à moradia população com poder aquisitivo de alta e média renda, que promoveriam o financiamento e ocupação das áreas centrais do Plano Piloto, sendo principal financiador – Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Industrializados (IAPI) –, destinados exclusivamente aos trabalhadores associados e funcionários públicos do governo (MACHADO, 2017; FRANÇA, 2015) Durante muitos anos, o Plano Piloto permaneceu com pouquíssimos habitantes. A construção de sua infraestrutura foi viabilizada pelo impostos pagos por todos os brasileiros, enquanto as pessoas que se mudavam para a cidade eram assentadas em locais sem conexão com o que era construído (BOMTEMPO, 2019, p. 21).

A primeira política habitacional em função de promover a construção de habitações para os funcionários do governo e atender os trabalhadores dos acampamentos – Sociedade de Habitação de Interesse Social (SHIS) – que elaborou o Plano Nacional de Habitações no Distrito Federal foi concebida com a criação do

BHN. Posteriormente foi criada Comissão de Supervisão dos Núcleos Habitacionais Provisórios (CSNH), em que sua principal ação do governo consiste na remoção e transferência dos acampamentos presentes áreas centrais e próximas ao Plano do Plano Piloto para as recém-criadas cidade-satélites (FRANÇA, 2015). Essa medida causou expansão e crescimento urbano de assentamentos e moradias sem infraestruturas básicas. E quando ofertada pela SHIS, compra da habitação própria, eram destinados às famílias com renda que seriam capazes de pagar pelas prestações (três a cinco salários mínimos), ou seja, a minoria da população de baixa renda (um a três salários mínimos) não teve acesso a esse benefício, e sua produção era quase inexistente – nesse período foram construídas cerca de 71.959 unidades habitacionais, até 1979 (FRANÇA, 2015). No anos de 1972, a fim de amenizar os fluxos migratórios a capital em busca de emprego, cria-se interligação com núcleos urbanos infra estruturados com finalidade de diversificar economicamente outras regiões brasileiras. Definido pelo programa de estruturação da rede urbana – a escala regional, a escala de transição (área de controle: municípios próximos), a escala local (área de contenção: Distrito Federal), com estratégia de preservação das funções política-administrativas e cultural da capital (FRANÇA, 2015). Na escala local, a criação de instrumentos de políticas urbanas e diretrizes na ocupação de Brasília na busca de reduzir a expansão urbana irregular junto a preservação das características do Plano Piloto, se consolida Plano Estrutural de Organização Territorial para o Desenvolvimento (PEOT-77). Entretanto, nesse momento devido a essas restrições de crescimento e direcionamento de eixos ocupacionais, ao adotar legislação urbanas restritivas e políticas habitacionais que restringem o acesso à moradia, induzem a população de baixa renda, se instalarem em desconformidade com legislação por meio de processos de ocupação informal – processo de autoconstrução – as cidades-satélites ou para os municípios goianos (FRANÇA, 2015). Em meados de 1982, devido ao problemas habitacionais causados pela tomadas de decisões do governo do Distrito Federal, destaca as primeiras iniciativas de urbanização das moradias irregulares e também a retomada de políticas de construções habitacionais, por meio do Programa de

Assentamentos Populacional de Emergência (PAPE). O objetivo desse programa, compõe: I – construção de unidade habitacionais; II – oferta de lotes; III – provisão de infraestrutura e acessibilidade; IV – urbanização; V – estimular produção privada e das famílias; VI – atendimento de famílias com renda até três salários mínimos – nesse período foram construídas cerca de 8.328 unidades habitacionais

. Os novos interesses políticos, em 1985, marca o controle político dos assentamentos precários e a produção habitacional, no qual seu propósito seria reduzir os fluxos migratórios com incentivos ao retorno da família para cidade de origem ou transferência dessas famílias para moradias fora do Distrito Federal e nos municípios goianos (FRANÇA, 2015). Diante da repercussão e reconhecimento da cidade internacionalmente e nacionalmente, reconhece a necessidade de seu Tombamento Distrital pelo Decreto-Lei n° 10.829, de 14 de outubro de 1987. No mesmo ano reconhecida como Patrimônio Cultural da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) logo depois o projeto Brasília Revisada. Contribuiu para elevação dos preços do entorno do Plano Piloto, condicionando a população se alocar em áreas sem infra estruturas, condicionando expansão urbana do Distrito Federal: [...]

também nesse período o crescimento populacional acelerado e as novas formas urbanas foram elementos que contribuíram para a elaboração do projeto Brasília Revisada, elaborada por Lúcio Costa nos anos de (1985-1987). Esses planos de ordenamentos e projetos trouxeram uma série de recomendações para preservar as características do Plano Piloto e reorientar os eixos de crescimento ordenado no DF.

Sociedade de Habitações econômicas de Brasília (SHEB): criada em 1962 sendo substituída em 1964 pela SHIS. Definido pelo programa: “Sob matriz desenvolvimentista do I Plano Nacional de Desenvolvimento (PND), havia proposição para a criação do Programa para a Região Geoeconômica de Brasília (PERGEB). Entretanto, somente em II PND (1975-1979) é que foram definidas e implementadas as estratégias de ação para o Programa da Região Geoeconômica de Brasília” (FRANÇA, 2015, p.155); Novos interesses políticos: Governo de Ornellas (1982); Presidente Figueiredo (1985) indica José Aparecido de Oliveira.


45,467

4,531 34,857

LEGENDA

30,297

Oeste Central Central Adjacente 1

82,570 20,969

Norte Central Adjacente 2 Leste Sul TOTAL DEMANDA HABITACIONAL: 375,551

156,860

Unidade de Planejamento Territorial (UTPs) - PDOT (2009) e a Demanda Habitacional - PLanDHIS (2010) Figura.: Unidades de Planejamento Territorial (UPTs) apresentam diferentes demandas (transporte, morfologia urbana, economia, população), sendo dividas em: 1) Central; 2) Central Adjacente I; 3) Central Adjacente II; 4) Oeste; 5) Sul; 6) Leste e 7) Norte (PDOT-2009). Demanda Habitacional por Unidade Territorial de Planejamento (UTP) Fonte: Dados coletados do Geoportal (2020) e França (2015)- Autoria no Qgis.

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política habitacional: distrito federal

No final dos anos de 1980, as estratégias de planejamento procuraram traçar estratégias para todo o território do DF, considerando as cidades-satélites e seus eixos de expansão. Tais ações, também, se devem ao reconhecimento de Brasília como Patrimônio da Humanidade no ano de 1987, o qual criou uma série de restrições e proibições de modificações no uso e formas urbanas nas áreas do Plano Piloto e áreas do Lago Sul e Lago Norte As restrições de uso e ocupação foram regulamentadas pelos plano de ordenamento e das recomendações advindas do tombamento [...] as terras urbanas das cidades-satélites passaram por uma elevada valorização e com isso houve a substituição dos mais pobres por segmentos sociais menos vulneráveis da classe média, que passou a buscar novos locais de moradia acessíveis em cidades-satélites consolidadas e com preço da terra mais barato (FRANÇA, 2015, p. 164).

Em 1988, ocorre uma mudança de posicionamento quanto a política habitacional do Distrito Federal, corresponde como populista e assistencialistas. Porém a continuidade de oferta de lotes e habitações sem infraestrutura intensificaram a expansão do tecido urbano e o surgimento de novas cidade-satélites (FRANÇA,

Já no âmbito federal, o Programa Minha Casa Minha Vida (2009-2011), destina-se o financiamento para população nas faixas de renda dois e três, deixando de lado projetos habitacionais para renda de faixa um. Explica-se as localizadas especialmente nas Regiões Administrativas do Gama, Ceilândia, Samambaia e Santa Maria por mesmo motivos apresentados anteriormente, se revelam produtos para o mercado privado mais lucrativos – estima-se que dois mil unidade habitacionais foram entregues no

2015).

Distrito Federal (FRANÇA, 2015).

Apenas com aprovação da Lei Orgânica do Distrito Federal (1993) junto ao Plano Diretor de Ordenamento Territorial (1992/1997), estabelece o parcelamento do solo como principal instrumento de planejamento e regulamentação das cidades-satélites, assim como estimular novos núcleos urbanos (empregos, serviços públicos e privados: entre Taguatinga-Samambaia-Ceilândia) a fim de descentralizar a dependência e concentração de serviços a área do Plano Piloto, pautado como instrumento de melhoria da ocupação urbana mediante implantação infraestrutura e condições habitacionais alterando a qualidade de vida. Esse contexto apresenta políticas de planejamento como principal preocupação o que caracterizou uma pausa na construção e elaboração de programas habitacionais do governo (FRANÇA, 2015).

“Outra ação importante realizada [...] foi a revisão do Plano de Ordenamento Territorial (PDOT-2009) no ano de 2012 a luz do Estatuto da Cidade” (FRANÇA, 2015, p. 178). Resulta em avanços na regularização fundiária e as políticas habitacionais, estabelecendo ações de planejamento urbano para o Distrito Federal no qual compreende: Plano de Desenvolvimento Local (PDLs), e por Unidades de Planejamento Territorial (UPTs) de cada Regiões Administrativas (RAs) prevista pela Lei Orgânica do DF. Esses elementos correspondem unidades de planejamento territorial como auxiliar do desenvolvimento de projetos das necessidades, sendo possível, por exemplo: estimular a demanda habitacional e o déficit habitacional dessas áreas, pois cada unidade de Planejamento Territorial apresenta preocupações e demandas diferentes, o que estudos contribui para elaboração do Plano Distrital de Habitação de Interesse Social – PLANDHIS (FRANÇA, 2015).

A retomada de financiamentos para aquisição de habitações para classe de renda até cinco salários mínimos, foi possível pelo projeto Programa de Arrendamentos Residencial – PAR (1.152 unidades habitacionais) e posterior projeto Vila Varjão (228 unidades habitacionais), porém não compreendiam o uso e ocupação do solo presentes pelo Plano de Ordenamento Territorial ou princípios presentes ao acesso à moradia digna e alto preço de terra combinado com ausência de instrumentos urbanísticos de viabilização do ace-

33

-sso a terra, contribuíram para localização desprovidos de planos urbanísticos e infraestrutura básica – resultam na destinação de 3 mil lotes para construções de unidades habitacionais ou apartamentos por meio de associações ou cooperativa de moradia. O desenvolvimento de projetos habitacionais disponibilizada pelo GDF, pela Lei Distrital 3.877/2006, disponibiliza lotes para projetos habitacionais no qual a construção seria responsável principalmente pelo proprietário (FRANÇA, 2015).

A partir da elaboração do PLANHIS, foi quantificada a necessidade de 262 mil moradias a serem construídas (reposição), 191 mil moradias que demandariam ações fundiárias e 126 mil unidades habitacionais que necessitam de programas de requalificação de moradia. Já as pesquisas do Ipea estimaram um déficit habitacional de reposição no DF, no ano de 2007, de 96,2 mil unidades habitacionais. Em 2012, o número se elevou para 116 mil unidades (SEDHAB-DF, 2012; IPEA, 2013a apud FRANÇA, 2015, p. 184)

A segunda etapa do programa federal Minha Casa, Minha Vida – PMCMV2, presenta ampliação e expansão dos projetos habitacionais em outras regiões administrativas do Distrito Federal. Com lançamento do Programa Morar Bem vinculado ao PMCMV, volta o atendimento das famílias com renda bruta até doze salários mínimos (em 2020, equivaleria até a R$ 12.000,00). Sendo responsáveis pelo cadastramento das famílias, execução do programa e planejamento do programa – a Secretária de Habitação e Regulamentação Fundiária – SEDHAB e Companhia de Desenvolvimento Habitacional do DF – CODHAB. A proposta trata-se de moradias com infraestrutura urbana básico (abastecimento de água, esgoto sanitário, energia elétrica e solar, iluminação pública, instalações telefônicas, redes de águas pluviais, pavimentação asfáltica) e equipamentos públicos (escolas, posto de saúde, posto policial), junto a áreas comerciais que geram empregos e renda para moradores locais (FRANÇA, 2015; PDOT, 2009). As áreas habitacionais ofertadas pelo programa compreendem as áreas previstas no PDOT-2009 – sendo prevista a ocupação dos vazios urbanos sendo próximas a núcleos urbanos já consolidados de infraestruturas, como: serviços, comércios e equipamentos públicos. No PDOT-2009, as ofertas de novas áreas habitacionais preveem duas tipologias I – novas áreas residenciais e II – áreas a serem adensadas com projetos habitacionais (FRANÇA, 2015; PDOT, 2009).

Diferentemente do programa federal Minha Casa Minha Vida – a faixa de atendimento da renda familiar dividida em três faixas, o Programa Morar Bem – atende com quatro faixas de renda, em que sua justificativa quando comparada ao nível nacional, a renda do Distrito Federal per capital ser elevada, não abrangeria as famílias seguindo a estrutura do PMCMV. Sendo a faixa quatro, “uma das medidas adotadas como [...] doação de terrenos para execução dos empreendimentos. Por sua vez a doação de terrenos públicos para as operações traz uma redução do valor do imóvel, barateando o valor das prestações” (FRANÇA, 2015, p. 188; CODHAB, 2020).

Fase

Fase 1

Fase 2

Faixa de Renda

Renda Familiar Mensal

Fase 1

Até R$ 1.395,00

Fase 2

De R$ R$ 1.395,00 a R$ 2.700,00

Fase 3

De R$ 2.700,00 a R$ 4.650,00

Fase 1

Até R$ 1.600,00

Fase 2

De R$ R$ 1.600,00 a R$ 3.100,00

Fase 3

De R$ 3.100,00 a R$ 5.000,00

Tabela: Faixa de Renda Programa Minha Casa, Minha Vida (Programa âmbito Federal) Fonte: Dados coletados de França (2015) recolhidas do Ministério da Cidade (2014).

Faixa

Renda Familiar Mensal

Faixa 1

Até R$ 1.600,00

Faixa 2

De R$ R$ 1.601,00 a R$ 3.100,00

Faixa 3

De R$ R$ 3.101,00 a R$ 5.000,00

Faixa 4

De R$ R$ 5.001,00 até R$ 9.456,00

Tabela: Faixa de Renda do Programa Morar Bem/PMCMV. Fonte: Dados coletados de França (2015) recolhidas da CODHAB (2014).

Revista Revisada: Criação de áreas destinadas para habitação de vários níveis de renda Mudança de posicionamento:Indicado pelo Presidente da República: Governador Joaquim Roriz (1988-1995): criação do Programa Assentamentos de População de Baixa Renda, as medidas tomadas pelo governo no momento correspondem a continuidade dos outros programas: oferta de moradias e lotes sem infraestruturas. Plano Diretor de Ordenamento Territorial (1992/1997): Revisão do PDOT-92 no governo Cristovam Buarque (1995-1999): medidas tomadas na distribuição de infraestruturas. Retomada de financiamentos: Programa Federal Habitar Brasil. Localização: Reconhecimento e criação de Regiões Administrativas do Distrito Federal no Governo de José Roberto Arruda (2007-2010): Samambaia, Recanto das Emas, Itapoã, Vila Estrutural, São Sebastião, Vila Roriz. Lei Distrital 3.877/2006: Condições para participação do Programa Morar Bem-DF estão prevista na Lei que dispõe sobre a Política Habitacional do Distrito Federal. Segunda etapa as cidades participantes do programa minha casa, minha vida no distrito federal: Taguatinga, Samambaia, Ceilândia, Riacho Fundo, Santa Maria e Paranoá.


Atualmente Noroeste única na área central

Áreas definidas para Ofertas Habitacionais - PDOT (2009) Figura: Áreas definidas no PDOT (2009) para Ofertas Habitacionais Fonte: Dados coletados do Geoportal (2020) - Autoria no Qgis.

34


De acordo com Decreto n. 10,829/1987 - GDF e da Portaria do IPHAN n. 314/1992. Lúcio Costa previu as áreas A. B, C, D. E e F:

A I Bairro Oeste Sul (SHCSW) áreas destinadas como quadras econômicas com pilotis e 6 (seis pavimentos) e centros do bairro com pilotis e 2 (dois pavimentos

B I Bairro Oeste Norte (SHCNW) áreas destinadas como quadras econômicas com pilotis e 6 (seis pavimentos) e centros do bairro com pilotis e 2 (dois pavimentos)

C I Quadras Planalto F

B

Quadras menores com pilotis e 4 (quatro) pavimentos.

D I Quadra EPIA (SHEP) Quadras menores com pilotis e 4 (quatro) pavimentos.

A

C

E I Nova Asa Sul (SHB) Quadras menores com pilotis e 4 (quatro) pavimentos.

D

F I Nova Asa Sul (SHB) E

Revista Revisada por Lúcio Costa (1985) Figura: Brasília Revisada escrito por Lúcio Costa. Propõe novas áreas de expansão para o Plano Piloto destinados para habitações e seus diferentes níveis sociais. Fonte: Texto Anexo I do Decreto n. 10,829/1987 - GDF e da Portaria do IPHAN n. 314/1992. Autoria no Qgis (2020) e dados coletados de Paronetto (2015).

35

Quadras econômicas e conjuntos geminados (tipologia: habitações populares). Quadras com pilotis e 4 (quatro) pavimentos Lotes individuais e fixação da Atual Vila Planalto (PARONETTO, 2015, p. 15)


política habitacional: distrito federal

Conforme França (2015), diante a coleta de dados de inscritos no Cadastro Habitacional do Distrito Federal para o programa, até o ano de 2013, apresenta demanda habitacional de 375.000 mil moradias. Verifica-se que a demanda habitacional e o déficit habitacional está concentrado nas faixas um e dois (até R$ 2.600,00). Como a principal preocupação de implantação são ofertadas por meio de habitações coletivas e habitacionais individuais – a localização, os tipos de usos, e voltado principalmente para renda baixa ou média –. o Programa Morar Bem delimita sua tipologia e os preços conforme dito anteriormente. Novamente observa-se no Figura 43, que a faixa um é prejudicada, significando que mesmo que a política habitacional tem como objetivo atender a população entre zero e doze salários mínimos, não há garantia que atendimento será voltado para população que mais necessita.

Faixa

Renda Familiar Mensal

Quantidade por Faixa Entidades* de Renda

Total por Faixa

Porcentual (%)

Empreendimento

Faixa Salarial (R$)

Preço (R$)

Tipologia

Fonte de Recurso

Faixa 1

Até R$ 1.600,00

263.039

301,408

80.20

Paranoá Parque

De R$ 0 a 1.600,00

65.000,00

Apartamento 2 Quartos

FAR

Faixa 2

De R$ R$ 1.601,00 a R$ 3.100,00

39.804

13.20

Recanto das Emas

De R$ 0 a R$ 1.601,00

85.240,05

Apartamento 2 Quartos

FAR

De R$ R$ 3.101,00 a R$ 5.000,00

Apartamento 2 Quartos

FAR

5,10

De R$ 0 R$ 5.000,00

76.000,00

15.444

Recanto das Emas no Parque das Bênçãos

85.000,00

Apartamento 3 Quartos

FGTS

De R$ R$ 5.001,00 até R$ 9.456,00

Riacho Fundo II ( 3 etapa)

De R$ 0 a 1.600,00

85.000,00

Apartamento 2 Quartos

FAR/FDS

4.728

1.000

5.728

1,50

75.000,00

Apartamento 2 Quartos

232.015

52.945

375.960

100%

85.000,00

Apartamento 3 Quartos

123.000,00

Apartamento 2 Quartos

147.000,00

Apartamento 3 Quartos

109.000,00

Casa de 2 Quartos

FGTS

122.200,00

Casa de 3 Quartos

FGTS

146.000,00

Apartamento de 2 Quartos

SBPE

Faixa 3 Faixa 4 Total

38.369 9.941 3.635

49.745 19.079

*Os inscritos na modalidade Entidades correspondem às famílias organizadas em cooperativas habitacionais ou mistas, associações ou demais entidades privadas sem fins lucrativos, visando à produção, aquisição ou requalificação de imóveis urbanos. As prioridades são as famílias com renda mensal de até R$ 1.600,00 Tabela: Perfil dos Inscritos no Cadastro Habitacional do DF - Ano Base: 2012 Fonte: Dados coletados de França (2015) recolhidas em visita à antiga SedHab realizada em 2015.

Como a principal preocupação de implantação (Maioria dos empreendimentos para população de baixa e média renda, localiza-se nas UPTs Norte, Leste, Oeste e Sul – com destaque as regiões administrativas: Samambaia, Gama, Itapoã, Paranoá, Recanto das Emas, Riacho Fundo II, Santa Maria, São Sebastião I e II, Crixá, Bairro Nacional e Sobradinho (FRANÇA, 2015, p. 190) são ofertadas por meio de habitações coletivas e habitacionais individuais – a localização, os tipos de usos, e voltado principalmente para renda baixa ou média –. o Programa Morar Bem delimita sua tipologia e os preços conforme dito anteriormente. Novamente observa-se na Tabela , que a faixa um é prejudicada, significando que mesmo que a política habitacional tem como objetivo atender a população entre zero e doze salários mínimos, não há garantia que atendimento será voltado para população que mais necessita. “Para atendimento das necessidades habitacionais vinculadas às faixas de renda, o Programa Morar Bem delimitou a tipologia dos empreendimentos e seus preços conforme a localização [...] Observa-se que em sua maioria foi incluso o atendimento da faixa de renda 1, no entanto, em sua operacionalização verificou-se que a porcentagem de unidades destinadas para faixa 1 é minoria” (FRANÇA, 2015, p. 192).

A partir desse levantamento de informações de ofertas habitacionais no PDOT e as áreas localizadas para atendimento para execução do Programa Morar Bem, conclui-se a delimitação da tipologia dos empreendimentos e o preço de sua localização, se tornam justificativas para a inexistência de programas habitacionais para população de renda, principalmente nas famílias enquadradas na faixa 1. , Enquanto no PDOT-2009 a delimitação das novas áreas para ofertas habitacionais, prevista no projeto Brasília Revisada de Lúcio Costa, tinha intuído de ocupação dos vazios urbanos consolidado de serviços, comércio e equipamento públicos em um única área central do Plano Piloto (atualmente consolidada como Noroeste). No entanto priorizaram o atendimento de famílias de média e alta, atualmente Noroeste, tornando um dos metros quadrados mais caros de Brasília. A possibilidade de acréscimo de moradia nos vazios urbanos do Plano Piloto, com foco da implantação de Habitação de Interesse Social, uma vez que essas habitações estariam localizadas em locais que possuem infraestrutura e potenciais econômicos.

36

Riacho Fundo II - Parque do Riacho De R$ 1.600,00 a R$ 3.275,00 Santa Maria

De R$ 1.600,00 a R$ 8.136,00

São Sebastião - Jardins Mangueiral

De R$2.488,00 a R$ 8.136,00

FGTS FAR/FGTS

Setor Crixá

De R$ 0 a 1.600,00

76.000,00

Apartamento de 2 Quartos

FAR

Setor Nacional

De R$ 0 a 1.600,00

76.000,00

Apartamento de 2 Quartos

FAR

Gama

De R$ 1.600,00 a R$ 8.136,01

152.000,00

Apartamento de 2 Quartos

FGTS

170.006,57

Apartamento de 3 Quartos

SBPE

170.500,00

Apartamento de 2 Quartos

FGTS

133.300,00

Apartamento de 3 Quartos

SBPE

143.683,43

Apartamento de 2 Quartos

FAR/FGTS

161.674,40

Apartamento de 3 Quartos

SBPE

65.000,00

Casa de 2 Quartos

FAR

76.000,00

Apartamento 2 Quartos

FAR

83.219,83

Apartamento 3 Quartos

FGTS/SBPE

76.000,00

Apartamento 2 Quartos

FAR

80.284,92

Apartamento 2 Quartos

FAR

86.621,07

Apartamento 3 Quartos

FGTS

Samambaia

De R$ 1.600,01 a R$ 8.136,01

Sobradinho

De R$ 1.600,01 a R$ 8.136,00

Sobradinho II

De R$ 0 a 1.600,00

Itapoã - Itapoã Parque

De R$ 0 R$ 5.000,00

Planaltina - Mestre D’ Armas

De R$ 0 a 1.600,00

Planaltina - Planaltina Parque

De R$ 0 R$ 3.275,00

Nova Petrópolis

De R$ 0 a 1.600,00

82.000,00

Casa de 2 Quartos

FAR

Nova Planaltina

De R$ 0 a 1.600,00

76.000,00

Casa de 2 Quartos

FAR

83.000,00

Apartamento de 2 Quartos

FAR

95.000,00

Apartamento de 3 Quartos

FAR

65.000,00

Casa de 2 Quartos

FAR FAR

76.000,00

Apartamento (térreo + um pavimento) ou casa sobreposta com 2 quartos

Recanto das Emas - Vargem da Bênção

De R$ 0 a 5.000,00

SCIA Estrutural

De R$ 0 a R$ 1.600,00

Varjão

De R$ 0 a R$ 1.600,00

FGTS

Fonte de Recursos: 1) Fundo de Arrendamento Residencial (FAR); 2) Fundo de desenvolvimento Social (FDS); 3) Fundo de Garantia do Tempo de Serviço pela caixa (FGTS); 4) Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) Tabela: Valor dos Empreendimentos do Programa Morar Bem por Região Administrativa. Fonte: Dados coletados de França (2015).


capítulo 3

conceitos morfologia de Brasília: Lúcio Costa

conceitos básicos morfologia

333333333333333 333333333333333 333333333333333 333333333333333

37


333333333333333 333333333333333 333333333333333 333333333333333 38


Para entender melhor o contexto da localização da Área Residencial do Plano Piloto e a relação de Tombamento de Brasília com área de interesse, se torna necessário o entendimento do projeto de Brasília desenvolvido por Lúcio Costa. Como vimos nos capítulos anteriores está totalmente ligado com os documentos produzidos e idealizados pela Carta de Atenas de 1933, no qual divide a cidade a partir de quatro funções urbanas fundamentais: habitar, trabalhar, circular e recrear, tem como objetivo principal o uso e ocupação do solo de forma racional, criando meios de organização de ocupação e circulação urbana mais eficiente. Essas características funcionais e racionais de implantação, consistem em princípios fundamentais que será incorporado no traçado urbano, assim como os princípios corbusianos presentes em cada escala.

conceitos básicos morfologia : conceitos idealizados por Lúcio Costa para Brasília/ Plano Piloto

39


“O gesto simbólico do sinal da cruz foi escolhido por ele para explicar como nasceu o seu plano para Brasília” (MACHADO, 2004, p. 57).

40


A essência do partido urbanístico desenvolvido para Brasília, consiste no cruzamento de dois eixos formando um sinal da cruz, formando a interligação através de dois eixos viários que atravessa toda

Asa Norte

Asa Sul

Desenhos de Lúcio Costa para Nova Capital do Brasil: Brasília e Implantação superquadras sistema viário - Asa Sul e Asa Norte Fonte: 1) desenho de Lúcio Costa https://www.researchgate.net/profile/Carolina_Pescatori/publication/255660640/figure/fig1/AS:646484408147979@1531145302860/ Figura-1-Croquis-representando-a-ideia-inicial-para-os-eixos-estruturadores-da-cidade-e-o.png. 2)Dados coletados do Geoportal/DF - Autoria (2020).

41

extensão da – Asa Norte e Asa Sul – (eixo rodoviário-residencial; linha de cor preta), no sentido Leste e Oeste (eixo monumental - linha de cor preta pontilhada) interligadas pelo cruzamento e localização da Rodoviária do Plano Piloto (círculo de cor preta: centro da cidade).


Identificação de quatro escalas urbanas no Relatório “Brasília Revisada” de 1987: 1_ Escala Monumental: aspecto de monumentalidade, representada pelos espaços cívicos e características simbólicas da capital; 2_ Escala Bucólica: representada pelas áreas livres arborizada; 3_ Escala Gregária: aspecto de espaços que representa maior adensamento de edificações e alturas, sendo voltados aos demais setores, como comércio, serviços e lazer; e for fim, 4_ Escala Residencial: apresenta as unidades de vizinhança e superquadras, junto com aspecto da escala bucólica na configuração da sua morfologia;

Mapa de escalas predominantes por áreas - IPHAN (2007) Fonte: Mapa adaptado no Qgis - Autoria (2020).

42


01_ escala monumental “são os projetos cuja expressão artística e o carácter simbólico das edificações e dos espaços são concebidos adquirem significativa representatividade no contexto urbano” (MRGB, 2020)

Figura: Escala Monumental: Esplanada dos Ministérios Fonte: Joana França (2020)

43


Figura: Escala Bucólica; Fonte: Joana França (2020)

02_ escala bucólica “contempla uma das peças fundamentais do projeto: o paisagismo. A escala bucólica é essencialmente caracterizada pelos projetos que abordam as áreas livres destinadas à valorização da paisagem e do lazer” (MRGB, 2020)

Figura: Escala Bucólica: Universidade de Brasília Fonte: Joana França (2020)

44


Figura: Escala Gregária; Setor Comercial Norte Fonte: Joana França (2020)

03_ escala gregária “reúne os projetos cujas características do programa proporcionam espaços propícios ao encontro” (MRGB, 2020)

Figura: Escala Gregária: Setor Comercial Sul Fonte: Joana França (2020)

45


04_ escala residencial “congrega todos os projetos que configuram a habitação, a moradia, o abrigo em suas particularidades e especificidades (MRGB, 2020)

Figura: Escala Residencial Superquadras Fonte: Joana França (2020)

46


_ escala humana na arquitetura modernista a escala representada por Lúcio Costa neste momento apresenta meramente como setorização urbanístico, enquanto também pode ser levado em conta com a relação de sensações de dois elementos fundamentais: o edifício e a escala humana e/ou elementos exteriores. Em especial a experiência da escala do indivíduo na escala residencial, que será o foco do projeto, principalmente na escala residencial _ superquadra _unidade de vizinhança_entrequadra: “Desta feita, a experiência pedestre e local dentro da unidade de vizinhança escapa à possibilidade de confrontação de escalas, a não ser por uma operação mental de resgate da memória espacial vivenciada em outros setores da cidade — memória, é certo, facilitada pela configuração pregnante da cidade (Holanda 2010, p. 90). As “escalas” assumem sua condição de artefatos de uma compreensão intelectualizada de Brasília, em oposição à experiência geométrica do espaço imediatamente presente. Cabe indagar a seguir, portanto, quais sejam as relações de escala efetivamente experimentadas na superquadra” (PALAZZO, SOLÓZANO, 2020, p. 113)

47


48 capítulo 4

morfologia habitacional identificada na perspectiva histórica

Unidade de Vizinhança e superquadra

444444444444444 444444444444444 444444444444444 444444444444444


444444444444444 444444444444444 444444444444444 444444444444444 49


O conceito Unidade de Vizinhança – UV se assemelha às ideias urbanísticas utópicas e conceitos apresentados no início do século 20 por Clarence Perry (1929), como principal influência de várias propostas e implantação das novas cidades, que serão retomadas nas Unidade de Vizinhança de Brasília (FERREIRA; GOROVITZ, 2008). Segundo Barcellos (2009) a teoria da unidade de vizinhança se apoia: [...] no conceito sociológico de vizinhança que seu entendimento clássico é uma área onde os habitantes se conhecem pessoalmente, têm hábito de se visitar, ou de trocar objetos, serviços e de fazer de vez em quando coisas em comum (BARCELLOS, 2009, p.03).

Fica evidente a concepção dessas unidades considerar as relações sociais como fundamentador para sua configuração, em busca de resgatar uma vizinhança da cidade tradicional, ao mesmo tempo impondo a tabla rasa que rompe com seus elementos morfológicos básicos. Criada com intuito de ser uma área habitacional capaz de proporcionar para seus moradores autonomia as suas atividades cotidianas, atribui o acesso equipamentos de comércio de bens de serviços, institucionais no limites dessas áreas residenciais. Promovendo atividades de uso coletivo – a escola –, representa o principal foco do conjunto, com objetivo de estabelecer convergência de interesses promovendo relações sociais entre moradores . As ideias de Perry para a vida cotidiana estariam relacionadas a sua acessibilidade, espaços ideais que pode ser percorrido a pé – aproximadamente 800 metros –, e protegidas pelo tráfego de veículos. “Considerava uma hierarquia viária com vias locais e internas à Unidade de Vizinhança, e outras vias para o tráfego de passagem, localizadas fora dos limites da unidade” (FERREIRA, 2016, p. 7).

unidade de vizinhança e superquadra : elemento que configura o edifício e a cidade

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1. Tamanho. Uma unidade de vizinhança deve promover habitações para aquela população a qual uma escola elementar é comumente requerida, sua área depende da densidade populacional. 2. Limites. A unidade de vizinhança deve ser limitada por todos os lados por ruas suficientemente largas para facilitar o tráfego, ao invés de ser penetrada pelo tráfego de passagem. 3. Espaços públicos. Um sistema de pequenos parques e espaços de recreação, planejados para o encontro e para as necessidades particulares da unidade de vizinhança devem ser providenciados. 4. Áreas institucionais. Locais para escolas e outras instituições tendo a esfera de serviço coincidindo com os limites da unidade de vizinhança, devem ser adequadamente agrupadas em lugar central comum. 5. Comércio local. Um ou mais locais de comércio adequados à população devem ser oferecidos de preferência, na junção das ruas de tráfego e adjacentes a outro similar comercio de outra unidade de vizinhança. 6. Sistema interno de ruas. A unidade deve ser provida de um sistema especial de ruas, sendo cada uma delas proporcional à provável carga de tráfego. A rede de ruas deve ser desenhada como um todo, para facilitar a circulação interior e desencorajar o tráfego de passagem (PERRY, 1929 apud BARCELLOS, 2009, p. 1-2, grifo nosso).

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Figura: Unidade de Vizinhança Proposta de Clarence Perry. Fonte: https://www.scielo.br/pdf/cm/v17n3 4/2236-9996-cm-17-34-0503.pdf


ficha técnica

unidade de vizinhança e superquadra

“As superquadras foram concebidas com intuito de solucionar “o problema residencial” da nova capital, nas palavras de Lúcio Costa. Para Oscar Niemeyer, a grande meta era a produção de moradias em larga escala e a transformação da arquitetura em uma arte social” (PARONETTO, 2017, p. 23)

As superquadras originalmente pensadas em duas áreas simétricas – Asa Norte e Asa Sul – em relação ao Eixo Monumental (linha em laranja) distribuídas ao longo do Eixo Rodoviário (linha em preto), em quatro faixas. As quatro faixas de superquadras configuram a Escala Residencial, organizadas da seguinte forma: a oeste, aixas 100 e 300 – acima do Eixo Rodoviário; a leste, 200 e 400 – abaixo do Eixo Rodoviário, totalizando 60 superquadras por Asa e 120 superquadras no total (MACHADO, 2007; LEITÃO et al., 2009). [...] ocorreu a solução de criar-se uma sequência contínua de grandes quadras dispostas, em ordem dupla ou singela, de ambos os lados da faixa rodoviária, e emolduradas por uma larga cinta densamente arborizada, árvores de porte, prevalecendo em cada quadra determinada espécie de vegetação, com chão gramado e uma cortina suplementar intermitente de arbustos e folhagens, a fim de resguardar melhor, qualquer que seja a posição do observador, visto sempre num segundo plano e como que amortecido na paisagem. Disposição que apresenta a dupla vantagem de garantir a ordenação urbanística mesmo que varie a densidade, categoria, padrão ou qualidade arquitetônica dos edifícios, e de oferecer aos moradores extensas faixas para passeio e lazer, independentemente das áreas livres previstas no interior das próprias quadras (COSTA, 1991, p.30).

Em suas organização de planta quadrada superquadra - que será explicada na próxima página, compõem a morfologia da superquadra se torna símbolo símbolo da escala residencial.

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Implantação e numeração das superquadras - Asa Sul e Asa Norte Fonte: Dados coletados do Geoportal/DF - Autoria (2020).

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ficha técnica

unidade de vizinhança e superquadra

A sequência contínua das superquadras, cada unidade possui 240 metros x 240 metros, com faixa de 20 metros de densa vegetação em todos os lados – totalizando 280 metros x 280 metros.

Já a configuração das unidades de vizinhança forma um quadrado de aproximadamente: 700 metros x 700 metros – contabilizando as entrequadras e áreas comerciais (MACHADO, 2007; LEITÃO et al., 2009).

de área enção v inter 7 0 SQN 2

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Implantação e numeração da unidades de vizinhança- Asa Sul e Asa Norte Fonte: Dados coletados do Geoportal/DF - Autoria (2020).

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ficha técnica

componentes que formam a unidade de vizinhança

Nesse momento, a superquadra se torna um elemento de composição do espaço urbano, e quando combinadas – superquadras apresentam serviços, comércio e atividades institucionais localizadas nas entrequadras e em seu interior – compõe a unidade de vizinhança. A configuração inicial do comércio local, se localiza nas laterais das quadras às margens da via de acesso (inicialmente a fachada principal seria voltada para o interior da quadra e o fundo para estacionamentos). A configuração final do comércio local se deve pela sua inversão do fundo (interior da quadra, atividades menos favorecidas) e da frente (fachada principal de principal acesso com estacionamento). Enquanto os terrenos entrequadras, junção de duas superquadras, apresentavam disposições contrárias – espelhada – de modo a se complementar, dotados de escolas secundárias, cinemas, igrejas, áreas de lazer e biblioteca. Promovendo interdependência de relações de espaços público e privado, à medida que os equipamentos de uso coletivo e público se encontram em paralelo com as vias que limitam e dentro do sistema viário das Unidades de Vizinhança (MACHADO, 2007; RIBEIRO, 2007). Embora garanta racionalidade pretendida, conforme afirmado por Costa (1991), este modelo não pressupõe desejos diversos dos habitante da Unidade de Vizinhança e do entorno – outras UV e outras Regiões –, que por vezes demandam deslocamentos variados e errantes pela cidade (MACHADO, 2007; RIBEIRO, 2007).

Usos relacionados a Unidade de Vizinhança de Lúcio Costa Fonte: Dados coletados do Geoportal/DF - Autoria (2020).

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de área enção v inter 7 0 SQN 2 e ra quad e r t n e


A densidade demográfica ideal para as superquadras, consistia em média 2.500 mil a 3.000 mil habitantes com densidade média de 400 hab/ha, se considerarmos uma unidade de vizinhança – a densidade varia entre 10 mil a 12 mil habitantes, totalizando 500 mil habitantes como previsão total do conjunto urbanístico. Está proposta corresponde a interlocução de interesses básicos e dimensionadas pertinentes ao número de usuário dessas unidades, por esse motivo, seguindo modelos de áreas de influência de cada uso, estabelece distâncias confortáveis – pela extensão das superquadras – permitindo a coexistência social e de necessidade básicas do cotidiano em espaços públicos e de uso coletivo (MACHADO, 2007; RIBEIRO, 2007; GDF, 1985; LEITÃO et al., 2009). A baixa densidade do conjunto urbano associado ao superdimensionamento dos equipamentos públicos. Resultou em uma desnecessidade de implementação de novos equipamentos. Como consequência, as entrequadras foram gramadas e estão sem usos pretendido, já outros mais recentemente foram ocupados com usos diversos como Shopping – exemplo, o Plaza Norte na SQN111 – ou edifícios de função administrativa governamental. Esses usos são previsto na NGB da entrequadra, porém são poucas que apresentam esta configuração de ocupação voltada a serviços, comércios. O desafio neste projeto é pensar o uso para estas áreas em consonância com o patrimônio e as necessidades contemporâneas.

Mapa satélite da área de estudo Fonte: Dados coletados do Google Earth (2020)- Autoria (2020).

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densidade habitacional com relação com o entorno unidade de vizinhança e superquadra

As características fixadas no Relatório do Plano Piloto garantiriam a qualidade urbanística e o “conforto social” das superquadras, independente da implantação e do padrão de acabamentos dos edifícios. Segundo Costa (1991), a diversidade de tipos edilícios e a localização das quadras possibilitaria a variação no custo imobiliário e consequentemente facilitaria a ocupação das quadras por classes sociais distintas (RIBEIRO, 2013, p. 52).

Em termos sociais, a criação dos bairros (o termo “bairro descrito por Lúcio Costa no Relatório do Plano Piloto de Brasília utilizava “área de vizinhança” que mais tarde seria chamada de unidade de vizinhança), contemplaria diferentes padrões econômicos e diversificação de classes sociais, estabelecendo harmonia do uso da cidade, a evitar a “criação de bairro ricos” e “bairros pobres” (COSTA, 1962 apud MACHADO, 2007; GDF, 1985)

de área enção v inter 7 0 SQN 2

Presença de equipamentos de lazer variados Legenda:: Os equipamentos urbanos presentes circulares no mapa, correspondem a: AZUL (parque infantil); AMARELO (quadra de areia); ROXO (quadra poliesportiva e campo iluminado); VERMELHO (aparelho de ginástica); Fonte: Dados coletados do Geoportal/DF - Autoria (2020)

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mapa de equipamentos públicos unidade de vizinhança e superquadra

de área enção v inter 7 0 SQN 2

Presença de hospitais e centro de saúdes públicos Legenda: Elemento circular no mapa, correspondem a área de abrangência no espaço urbano: AMARELO (hospitais e centro de saúde públicos); Fonte: Dados coletados do Geoportal/DF - Autoria (2020)

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mapa de equipamentos públicos unidade de vizinhança e superquadra

de área enção v inter 7 0 SQN 2

Presença de escolas públicas de ensino médio e fundamental Legenda: Elemento circular no mapa, correspondem a área de abrangência no espaço urbano: VERDE (escolas públicas de ensino médio e fundamental); Fonte: Dados coletados do Geoportal/DF - Autoria (2020)

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ánalise de usuários

Representação gráfica dos usos menos detalhada para melhor visualização dos usos e pessoas que utilizam o Plano Piloto como um todo.

unidade de vizinhança e superquadra

Para a organização interna dos blocos residenciais das superquadras, Costa (1991) propõe a implantação livre e variada, desde que, satisfaçam dois princípios básicos: gabarito máximo uniforme, até seis pavimentos com pilotis; e separação de vias para pedestre e veículos, com acesso à escola e equipamentos coletivos existentes no interior e no limite da quadra. Essa organização garantiria que os usuários se restringissem ao habitar circunscrito na Unidade. Como se sabe, os usuários se multiplicaram, indo além dos moradores do entorno, são usuários:

● ●

● Moradores da Unidade de Vizinhança; ● Usuários dependentes dos equipamentos presentes na unidade de vizinhança do Plano Piloto com as cidades satélites, especialmente pacientes do posto de saúde; comércio local entre quadras; crianças para uso da escola interna à quadra; para cultos de igrejas; ● Consumidores e funcionários do comércio local e frequentadores dos templos; ● Veículos que transitam para acesso às habitações - comercial - escola classes; Usuários dependentes dos equipamentos presentes na unidade de vizinhança do Plano Piloto com as cidades satélites, especialmente pacientes do posto de saúde; comércio local entre quadras; crianças para uso da escola interna à quadra; para cultos de igrejas; Veículos para acesso às cidades-satélites e ao plano piloto por meio dos principais eixos; Transporte público de ônibus nas vias rápidas: Trânsito de veículos: posto de gasolina e área comercial;

Usos relacionados a Unidade de Vizinhança de Lúcio Costa Fonte: Dados coletados do Geoportal/DF - Autoria (2020)

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de área enção v inter 7 0 SQN 2 e ra quad e r t n e


Relação com patrimônio

unidade de vizinhança e superquadra: análise de normativas e legislações

A relação com patrimônio será representado pelo estudo e análise da sua essência dita anteriormente, idealizada por Lúcio Costa, e quais os limites estabelecidos diante as leis, decretos e normas a serem seguidas para a preservação desse pensamento modernista. Será analisada as áreas residenciais que englobam a Superquadra Norte 207 – a pesquisa das normas condiz com a escala estudada de cada elemento morfológico, essa linha de raciocínio seguirá nos demais capítulos. No caso da unidade de vizinhança, as normas vigentes as entrequadras, comércio e equipamentos coletivos, são: NGB 29/89; GB0001/1; COE DEC N 596/67 (Art 36). Superquadra em seu interior das quadras estão previstas pela a norma vigente: COE DEC N 596/67 (Art 92 e Art 35); Portaria nº 324, de 8 de Outubro de 1992 e NGB 11/89. Cada uma dessas normas apresentam todos os elementos prescritos e previstas para unidade de vizinhança, e atividades permitidas contempla a habitação e as necessidades dos moradores das superquadras. Entretanto, apresentam sinais de transformação quando analisadas no contexto da cidade atual.

As entrequadras, na EQN 206/207, de uso institucional e lazer (divididos em dois lotes) como todas a outras entrequadras, determina a implantação de uma Escola Parque, Clubes Sociais ou Quadra Esportivas. Presente na norma a serem seguidas: NGB 33/89: Clube Sociais e Quadras Esportivas (lote A) Afastamentos mínimos obrigatórios: frente, fundo, lateral direita e lateral esquerda – todos com 5 metros. Taxa máxima de ocupação: (projeção horizontal da área edificada ÷ área do lote) x 100 – TOmáx: 30%. Taxa máxima de construção: (área total edificada ÷ área do lote) x 100 – TCmáx: 60% Pavimentos: número máximo de pavimentos – dois pavimentos: térreo e mais um, Subsolo: optativo respeitando a taxa máxima de ocupação e os afastamentos Altura: A altura máxima da edificação, a partir da cota de soleira, no ponto médio do lote, fornecida pela Divisão de Topografia e Cadastro DTC/DeU/SVO, de 8,50 metros (oito metros e cinquenta centímetros).

NGB 29/89: Escola Parque (lote B) Afastamentos mínimos obrigatórios: frente, fundo, lateral direita e lateral esquerda – todos com 5 metros. Taxa máxima de ocupação: (projeção horizontal da área edificada ÷ área do lote) x 100 – TOmáx: 80% Taxa máxima de construção: (área total edificada ÷ área do lote) x 100 – TCmáx: 160% Pavimentos: número máximo de pavimentos – dois pavimentos-térreo e mais um, Subsolo: optativo respeitando a taxa máxima de ocupação e os afastamentos Altura: A altura máxima da edificação, a partir da cota de soleira, no ponto médio do lote, fornecida pela Divisão de Topografia e Cadastro - DTC/DeU/SVO, de 8,50 metros (oito metros e cinquenta centímetros).

Uso Permitido: Lazer

Uso Permitido: Educacional

1 pavimento

1 pavimento

Pavimento Térreo

Pavimento Térreo

Subsolo

Subsolo

Afastamento obrigatório: 5 metros

Afastamento obrigatório: 5 metros

Outra característica presente nas normas – NGB 33/89; NGB 29/89 –, regular a possibilidade do fechamento dos lotes das entrequadras pelo cercamento do lote. A norma não é impositiva, mesmo porque, poderia prejudicar a configuração das passagens pela criação de barreiras visuais e consequente conexão dos espaços entre as áreas residenciais (GDF, SEDHAB, 2017).

Um dos principais problemas desses espaços destinadas a essas atividades, encontram-se em sua maioria em áreas públicas desocupadas, enquanto as áreas privadas caracterizam as áreas mais ocupadas. Exemplo dessa realidade no Plano Piloto, é a ocupação das entrequadras estava prevista 28 lotes para Escala Parque, enquanto apenas 5 escolas se encontram construídas e em funcionamento, dando sensação da descontinuidade do tecido urbano e como consequência a descaracterização da funcionalidade da unidade de vizinhança. Como representa também, a possível implantação de novas atividades de interesse para o atendimento daquela população local, complementado a unidade de vizinhança e área residencial. Devendo evitar a monofuncionalidade, permitindo a multifuncionalidade de usos e vivências (SEDUMA, 2006 apud GDF, SEDHAB, 2017).

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Figura: Lotes de entrequadras da Asa Sul e Asa Norte e suas situações quanto ocupação privada ou pública e ocupada ou não ocupada Fonte: SEDUMA 2006 apud GDF 2007.

60


No outro lado, na CLN 206/207, comércio local norte – GB 0001/1; COE DEC N 596/67 (Art 36) –, se relaciona como parte integrante da proposta da Unidade de Vizinhança, em que sua concepção inicial desenvolvida para o Plano Piloto, que o comércio e os serviços complementares à habitação, que mudada para atender a nova funcionalidade – relação frente e fundo.

Essa tipologia de edificações são encontradas principalmente nas entrequadras comerciais da Asa Sul

configuração inicial idealizada por Lúcio Costa

Outra mudança nos blocos comerciais da Asa Norte (anteriormente na Asa Sul formatando um bloco retangular único) será planta quadrada autônoma entre o conjunto que contribui para a diversificação do espaço, com comércio voltadas para todos os lados, a diminuição dos espaços para comércio e atividades avançam sobre esses espaços livres, entre comerciais e espaços de circulação; e posteriormente o uso habitacional dos pavimentos na sobrelojas e primeiro pavimento. Essa tipologia de edificações são encontradas principalmente nas entrequadras comerciais da Asa Norte

configuração alterada em relação implantação e tipologia

Usos previstos na norma: Pavimento térreo: lojas comerciais; Pavimento sobreloja e Primeiro pavimento: complemento de lojas e/ou salas comerciais; Subsolo: complemento de lojas e/ou lojas);

Áreas de passagem

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A FRENTE do comércio seria voltado para o interior da quadra

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O FUNDO para vias de acesso do comércio e a superquadra se encontra os estacionamentos

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seria formado por um bloco linear de lojas geminadas duas a duas, disposta ao lateral das quadras diante as vias de acesso

área comercial com corredor de passagem voltada para parte da FRENTE Atualmente a parte do FUNDO conta com extensões da área comercial - “Lei dos Puxadinhos”

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SUPERQUADRA

Tamanho dos lotes isolados: 26 metros x 26 metros, configura a rua comercial a combinação de quatro (lotes - blocos) a cada quadras das 100 e das 200, enquanto as comerciais das 300 e 400 são cinco (lotes - blocos) a cada quadra. Blocos isolados uns dos outros e com aberturas de passagem em todas as faces

SUPERQUADRA

o intuito era resgatar a relação descritas por Lùcio Costa em relação a entrada do comércio e o interior da quadra

área comercial com corredor de passagem voltada para parte da FRENTE Atualmente a parte do FUNDO conta com extensões da área comercial - “Lei dos Puxadinhos”


comercio local comercio local comercio local comercio local

fotos de Joana França (2020): comércio local norte e sul

Figura: Escala Residencial Asa Sul e Comercio Local Sul Fonte: Joana França (2020)

Figura: Escala Residencial Asa Sul e Comercio Local Sul Fonte: Joana França (2020)

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Figura: Comércio Local Norte Fonte: Joana França (2020)


elementos compõem a superquadra

Relação com patrimônio

unidade de vizinhança e superquadra

O tecido urbano do Plano Piloto como um todo, estrutura o conjunto de superquadras e unidade de vizinhança em contrapasso que sistema viário principal, eixo rodoviário-residencial, define o desenho da cidade e a proporção de cheios e vazios que se repete ao longo das Asa Sul e Asa Norte. Consistiu essa área a norma COE DEC N 596/67 (Art 35 e Art 92), compreende a residência agrupadas em unidade denominadas “Superquadras”, sendo composta: edifícios de habitações coletivas; escolas-classes e jardim de infância; banca de jornais e revistas; administração da quadra, parques infantis e quadra poliesportiva.

uso comunitário espaços de lazer

acesso veículos + presença estacionamentos

edificação (pilotis + 6 andares + subsolo)

áreas verdes

bancas de revistas/ quiosques

ponto de ônibus

Pelo Código de 1960, a previsão máxima era de 3.500 habitantes. Considerando-se estimativas demográficas atuais, que situam a dimensão das famílias brasilienses em torno de 3,7 pessoas (“Coletânea de informações socioeconômicas” (CODEPLAN, 1997). In: GDF, 2000 (apud LEITÃO et al., 2009), teríamos um teto de 950 apartamentos por superquadra. Os códigos subsequentes são omissos quanto a parâmetros de densidade; contudo, o cômputo vigente para o aproveitamento da área da projeção admite que uma única superquadra possa chegar a ter 1.584 apartamentos, o que resultaria, hipoteticamente, em uma população de cerca de 5.860 habitantes, com um incremento populacional de quase 70% em relação ao primeiro Código (LEITÃO et al., 2009, p. 261; grifo nosso).

Enquanto na Portaria nº 314, de 8 de Outubro de 1992, prevê o endereçamento a preservação e proteção do Conjunto Urbanístico de Brasília, em cumprimento do tombamento, fica configurado algumas informações a Escala Residencial das Superquadras (Asa Norte), sendo o Art nº 4: Único acesso: entrada e saída da superquadra; Faixa densa arborizada: 20 metros de largura, em todo perímetro; Habitações conjuntas: até seis pavimentos sobre piso térreo em pilotis; Taxa máxima de ocupação: para a totalidade das unidades de habitação: 15% da área do terreno, já considerando a faixa verde (área non aedificandi); Edificação de uso comunitário: no máximo, um pavimento; Entrequadras: destina-se a edificações para atividades de uso comum e de âmbito ás áreas de vizinhança próximas, como: ensino, esporte, recreação, atividades culturais e religiosas;

Segundo essa análise de Leitão et al (2009), o aumento significativo da densidade habitacional em algumas superquadras permite “amenizar os efeitos da configuração rarefeita do Plano Piloto” adensando mais as áreas centrais que possuem infraestrutura. No entanto, por ser uma das áreas mais caras de Brasília para se morar, as superquadras da Asa Sul ou Asa norte, a segregação espacial – ainda se torna presente – fazendo com que a população população de baixa ainda tenha necessidade de se estabelecer em locais distantes.

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fotos de Joana Franรงa (2020): escala residencial

Figura: Escala Residencial Asa Sul e Entrequadra Sul Fonte: Joana Franรงa (2020)

Figura: Escala Residencial Fonte: Joana Franรงa (2020)

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capítulo 04

diagnóstico

problemas historicamente consolidados unidade de vizinhança e a superquadra

Resumo dos problemas encontrados por meio do diagnóstico realizado na área da futura intervenção da Superquadra 207 Norte:

I – Superdimensionamento dos equipamentos coletivos; II – Baixa densidade populacional; III – Desconsidera desejos dos usuários; IV – Fluxos errantes são ignorados;

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Estudos de caso

Figura: Diagramas e fotos, cortes, plantas baixas do Conjunto Habitacional no Porto Fonte: Archdaily (2020)

Conjunto habitacional no Porto

Superdimensionamento dos equipamentos coletivos (escolas, saúde e lazer): transformar combinação de espaços que ajudam estruturar a malha urbana em relação do espaço público e privado, formalizando o vazio por meio da diversificação dos espaços públicos por meio de praças, jardins, espaços comunitários, espaços compartilhados. Criando conexões de hospitalidade e vizinhança habitantes e visitantes. Um exemplo é o projeto do Concurso “Conjunto Habitacional no Porto”, que baseia-se no acesso do interior da quadra caracterizados com diferentes programas e funções que atendam a comunidade local e a cidade (comunicação entre espaço privado e o espaço público), de certa forma, formando uma unidade de vizinhança de carácter global.

Espaços pensados no projeto apresentado: Espaço Social; Mercado Local; Parque Infantil; Horta Urbana; Jardim Públicos; Espaços Multifuncionais; Área Exposições; Lavanderia; Cafeterias entre outros.

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Estudos de caso

Habitação Social em Bogotá - Colômbia

Baixa densidade que torna o espaço um "Bairro de Rico": Pela configuração atualmente das superquadras e ser principalmente metros quadrados mais caros do Brasil (FIPEZAP, 2020), e pela quantidade de equipamentos públicos superdimensionados existentes, o aumento de densidade seria uma solução para maior quantidade de pessoas da habitação social seja principal beneficiada. Um exemplo seria o projeto de de concurso para Habitação Social em Bogotá (Colômbia) tem o objetivo de habitação de interesse social de alta densidade e econômica. O projeto compõe conjunto habitacional em dois blocos, um formato em L e outro bloco retangular, contabilizando 1.000 habitações, composto por 14 andares. O interessante como solução proposta por esse projeto, é a utilização de tipologias habitacionais, criando volumetria da edificação entre cheios e vazios, e também a quantidade de unidades habitacionais por cada andar de cada um dos blocos (no formato L: possui cerca de 36 unidades habitacionais).

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Figura: Diagramas e fotos, cortes, plantas baixas do Habitação Social em Bogotá - Colômbia Fonte: Archdaily (2020)


Estudos de caso

Figura: Diagramas e fotos, cortes, plantas baixass do Pensar La vivenda la ciudad Fonte: Archdaily (2020)

Pensar La vivenda la ciudad

Desconsidera os desejos dos usuários: Pensar o comércio informal de rua possibilita uma dinâmica dos usos do solo que trazem benefícios aos desejos – em constante transformação – dos usuários. O caso do projeto do Concurso "Pensar la vivienda, vivir la ciudad" é exemplificativo. Já que integra o comércio informal aos interstícios da Unidade de Vizinhança. Promovendo o espaço urbano onde a moradia, o produzir e o consumo ocorra de forma equilibrada por meio da agricultura urbana. O desenho urbano e da edificação se torna principal paisagem produtiva por meio dos espaços públicos e privados, dessa forma criando sistema locais de economia circular. COMUNIDADE + EDIFICAÇÃO + RECURSOS FINANCEIROS Quanto ao uso as unidades das edificações não possuem uma restrição sendo totalmente para uso habitacional, tornando possibilidade de diferentes atividades e relações sociais presentes na comunidade (autonomia da comunidade de definir os espaços).

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Extensão do espaço público de produção para escala menor de escala familiar, por meio da criação das varandas, da cobertura. Enquanto ao nível da rua (térreo) para outras atividades sociais.

PANCS (plantas alimentícias não convencionais): são plantas e suas parte não usuais, com funções alimentícias pouco conhecidas ou exploradas pela maioria das pessoas): Dente de Leão, Caruru, Taioba, Capuchinha, Taboa.


Estudos de caso

Praça Central Mogok - Seoul (Coreia do Sul)

Fluxos errantes são ignorados: a integração com o sistema de transporte local e metropolitano, facilita os deslocamentos de usuários externos e da permeabilidade na cidade dos moradores, sem descaracterização dos UV. O uso de níveis permitem um maior uso do solo, sem impacto com a superfície, a exemplo da Praça Central Magok. “A praça é um espaço urbano flexível capaz de acomodar esses serviços, respondendo ao movimento de pessoas no entorno, em vez de possuir um programa fixo. O círculo submerso de 60 metros de diâmetro é construído na junção das três estações, tecendo os níveis da superfície e do subsolo ao longo das saídas da estação, criando uma experiência espacial. A praça aberta pode acomodar várias atividades como eventos, performances e exposições” (ARCHIDAILY, 2020).

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Figura: Diagramas e fotos, cortes, plantas baixas do Praça Central Mogok - Seoul (Coreia do Sul) Fonte: Archdaily (2020)


Rupturas e alternativas: SQN 207

estudos de intervenções e ideias relacionada aos estudos de casos realizados

Superdimensionamento dos equipamentos coletivos (escolas, saúde e lazer):

Os espaços pensados: Espaço Social; Mercado Local; COMÉRCIO LOCAL

baseia-se no acesso das entrequadras ou talvez nas passagens subterrâneas para o acesso das quadras nas 300 e 100 junto ao transporte público, fortalecendo interligação do público externo e público interno, com diferentes programas e funções que atendam a comunidade local e a cidade.

Blocos no interior da superquadra com áreas destinadas ao comércio informal.

Baixa densidade que torna o espaço um "Bairro de Rico":

Parque Infantil; Horta Urbana; Jardim Públicos; Espaços Multifuncionais; Área Exposições; Lavanderia; Cafeterias; Bibliotecas; Coworking entre outros. não criar barreiras de circulação da superquadra e a entrequadra Proposta equipamentos de carácter mais global comunicação entre espaço privado com espaços público

Pensar em tipologias de habitações que possam trazer benefícios às necessidades dos habitantes e prover a alta densidade, seguindo a área construída e altura dos blocos da Superquadra atualmente, e a própria implantação de habitação de interesse social seria uma resposta para caracter que apenas pessoas com maior adquisitivo possam habitar o Plano Piloto de Brasília.

não criar barreiras de circulação da superquadra e a entrequadra Proposta equipamentos de carácter mais global comunicação entre espaço privado com espaços públicos ESTUDO INICIAL

Proposta de intervenção espaços que promovam permanências ao interior da quadra Legenda: Diagrama de proposta da superquadra sobre os espaços internos a fim de promover encontros de pessoas nas áreas coloridas, por meio de atividades diferenciadas nos espaços de interações entre blocos (posicionamento das edificações apenas para ilustrar as propostas pensadas. Fonte: Autoria (2020)

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Rupturas e alternativas: SQN 207

estudos de intervenções e ideias relacionada aos estudos de casos realizados

Fluxos errantes são ignorados:

Legenda

Propõe-se uma estação intermodal na Entrequadra com o futuro metrô – ou outro modal que utilizará a estrutura rodoviária do Eixão – integrada com as Zebrinhas que trafegam no local.

Caminho ônibus: possíveis caminhos dos ônibus com acesso a estação intermodal.

Estação Intermodal

Futuro ponto de metrô: raio de integração com

outros

equipamentos

de

mobilidade

(amarelo) de 400-500 metros. Será considerada

a expansão do metrô-DF em que receberá uma estação do metrô na superquadra 107 norte, com acesso subterrâneo, em que facilitará o deslocamento de quem faz uso de meio de transporte público.

Travessia subterrânea: característica das superquadras localizadas ao eixo rodoviário norte sempre utilizada como mobilidade urbana pela chegada e volta de pessoas que moram nas cidade-satélites, sendo utilizado principalmente por pessoas que buscam o comércio local ou até mesmo os moradores como elemento de passagem.

Pontos de bicicleta - Bike Brasília: raio de integração com outros equipamentos de mobilidade (roxo) de 400-500 metros.

Ponto de ônibus: raio de integração com outros equipamentos de mobilidade (verde) de 400-500 metros.

Proposta de intervenção para mobilidade urbana - Fluxos errantes ignorados Fonte: Autoria (2020)

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1 72 capítulo 5

morfologia habitacional identificada na perspectiva histórica

segregação de fluxos e usos

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A separação dos usos na cidade moderna: habitar, trabalhar, circular e recrear, são fundamentos teóricos do manifesto da Carta de Atenas (1933) apresentados anteriormente, que consistem soluções para os fluxos e usos para permitir maior eficiência da cidade, no qual, todas suas funções importantes seriam previstas em suas proximidades. Dessa forma, aumentando a eficiência da cidade com ambientes autossuficientes, encurtando os caminhos de circulação da cidade – permitindo maior fluidez do trânsito de veículos e pessoas. O modernismo prioriza o edifício antes de qualquer outro elemento, onde o espaço urbano passa a ser um consequência da arquitetura, cabendo ao pedestre se adaptar ao traçado resultante. O modernismo concedeu baixa prioridade ao espaço público, às áreas de pedestres e ao papel que o espaço urbano desempenha como local dos moradores da cidade (PARONETTO, 2015, p. 35)

segregação de fluxos e usos : elemento que configura a cidade

3 74


Mapa viĂĄrio de BrasĂ­lia: Plano Piloto Fonte: Dados coletados do Geoportal/DF - Autoria (2020).

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ficha técnica

segregação de fluxo e usos

Mapa fundo e vazio Fonte: Dados coletados do Geoportal/DF - Autoria (2020).

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A essência do partido urbanístico desenvolvido para Brasília, consiste na interligação através de dois eixos viários que atravessa toda extensão da – Asa Norte e Asa Sul – (eixo rodoviário-residencial; linha preta), no sentido Leste e Oeste (eixo monumental linha preta pontilhada) interligadas pelo cruzamento e localização da Rodoviária do Plano Piloto (centro da cidade).

Asa Norte

Asa Sul

Implantação superquadras sistema viário - Asa Sul e Asa Norte Fonte: Dados coletados do Geoportal/DF - Autoria (2020).

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ficha técnica

segregação de fluxo e usos

A sequência contínua das superquadras, de 280 metros x 280 metros, que caracteriza a área residencial. Configurando das unidades de vizinhança que formam um quadrado de aproximadamente: 700 metros x 700 metros – contabilizando as entrequadras e áreas comerciais (MACHADO, 2007; LEITÃO et al., 2009).

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Cada uma dessas áreas foram pensadas como espaços de atendimento principalmente a área residencial pois atenderia todas as necessidades básicas para moradia e sua vivência. Se assemelhando a unidade de vizinhança de Clarence Perry.

de área enção v inter 7 0 SQN 2

quad

entre

Implantação superquadras sistema viário - Asa Sul e Asa Norte Fonte: Dados coletados do Geoportal/DF - Autoria (2020).

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ra


A característica da trama da cidade consiste na hierarquização das vias: no interior dos setores habitacionais (L1 norte) , vulgo, nas superquadras que dariam acesso à escola primária e ao equipamentos existentes no interior da quadra (vias mais lentas - sistema viário tipo cul-de-sac), nas áreas comerciais (SHCN) com rotatórias sendo fora das unidades de vizinhança compõem as vias rápidas: L2 norte, eixinhos, eixão; e na disposição das hierarquias dos usos que estabelece conexão das várias escalas urbanas (escala residencial, monumental, gregária e bucólica) de Brasília (MACHADO, 2007; LEITÃO et al., 2009).

de área enção v inter 7 0 SQN 2

Mapa de vias da Escada Residencial Fonte: Dados coletados do Geoportal/DF - Autoria (2020).

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superquadrasuperquad asuperquadrasuperqua rasuperquadrasuperqu drasuperquadrasuperq

fotos de Joana França (2020): escala residencial

adrasuperquadra Figura: Escala Residencial - Superquadra - em seu interior possui vias estilo cul-de-sac Fonte: Joana França (2020)

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Figura: Escala Residencial - vias eixão e eixinho característica presente no final de cada uma das Asas. Fonte: Joana França (2020)

9 80

Figura: Escala Residencial Fonte: Joana França (2020)


elementos compõem a superquadra

ficha técnica

segregação de fluxo e usos cinta arborizada

No processo de desenvolvimento do Plano Piloto são dotadas no período de construção como premissas na questão habitacional de Brasília, na qual foi conduzida pela Divisão de Arquitetura da Novacap dirigida pelo arquiteto Oscar Niemeyer, resultando na implantação de edifícios com tipologias com mesmo projeto arquitetônicos, derivadas as questões: estéticas – cidade ideal do futuro: cidade que correspondem às necessidades urbanas de seus habitantes com espaços com natureza, e urgência – inauguração da cidade em cinco anos (MACHADO, 2007).

edificação (pilotis + 6 andares + subsolo)

acesso veículos

marquise estacionamentos

Curiosidade sobre o paisagismo da superquadra idealizada por Lúcio Costa, é que o chão gramado seria espaço de circulação de veículos e pessoas ao mesmo nível, uma vez que os estacionamentos nas primeiras quadras eram conectadas a edificação por marquise (principalmente na Asa Sul como: SQS 113, SQN 105, SQN 303), ou seja, o sistema viário não continua um projeto definido com vias e calçadas. Alguns desses estacionamentos são possíveis observar até mesmo pelo google maps (os que permaneceram), um exemplo é a SQS 113 Bloco F.

Durante os primeiros anos da construção notam-se elevadas taxas de elaboração de projetos para a Asa Sul. Tal fato ocorreu por dois motivos: o primeiro deles, da intenção da equipe de Niemeyer em concentrar as construções numa área só, a fim de apresentar as superquadras em um contexto urbano de vizinhança mais próximo do que seriam quanto todas estivessem concluídas: o segundo, por questão de logística e economia, visto que era mais fácil concentrar os acampamentos e equipamentos num só local, afim de que os mesmos trabalhadores e máquinas fossem utilizadas na construção simultânea de mais de uma superquadra (PARONETTO, 2015, p.28).

Considerando as diretrizes definidas por Lúcio Costa, a equipe de Oscar Niemeyer desenvolveu seis modelos de quadra compondo a implantação dos blocos, sem sistema viário definido. Essa configuração garantiria o uso livre do espaços internos da quadra em que sua circulação fluida, sem barreiras físicas. Em primeiro momento os espaços internos da superquadras seriam áreas verdes, apenas gramados, sem definição das circulações e sem a necessidade de pavimentação de vias para limitar os caminhos de pedestres e veículos, não existiriam meios-fios e sistema viário marcantes em seu tecido, estabelecendo as circulações no mesmo nível (MACHADO, 2007). “O intuito era evitar fluxos indesejados de veículos no interior das áreas residenciais e permitir o trânsito livre de pedestres nos espaços públicos e por baixo dos edifícios através do pilotis” (RIBEIRO; HOLANDA, p. 15)

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O desenho da superquadra inicialmente proposto pela Equipe do Oscar Niemeyer contava com 11 blocos residenciais sobre pilotis e 6 pavimentos enquanto na faixa da 400 contaria com pilotis e 3 pavimentos. Esse modelo de blocos iniciais para cada superquadra foi alterando, porém a taxa de ocupação da projeção é 15% O desenho previa o tamanho da quadra 280 metros x 280 metros com a cinta arborizada (20 metros em todos os lados)


Esse comportamento é observado Gehl (2011), a tendência da escolha do pedestre a pequenas distâncias, quando visualmente integradas tendem a induzir o trajeto, resultando em caminhos totalmente diferente ao imposto dos veículos, como na figura (caminhos alternativos).

A implantação tardia das vias de circulação interna das quadras, resulta em passeios descontínuos para o fluxo de pedestre, fazendo com que sua concentração se ocupa-se nas periferias da quadra. Tornando as vias e as edificações, os elementos mais marcante no interior da quadra e todo o conjunto urbanístico (CORREIA, 2017).

A característica da trama da superquadras do entorno da superquadra apresentam espaços específicos de passeios/calçadas nas vias de acessos do automóvel, asfalto, e conexão entre as edificações.

A proposta das superquadras talvez esteja entre as maiores contribuições do plano urbanístico de Brasília. A estrutura autosuficiente das UVs e de uso restrito dos seus moradores foi reinventada, na medida que os equipamentos de uso coletivo não estão no interior das quadras, mas paralelos ao sistema viário que as articula. Segundo Ferreira e Gorovitz (2009, p. 22) “essa interface promove o intercâmbio que transcende as relações de vizinhança ao criar espaços de mediação entre o domínio do morador e domínio do cidadão (RIBEIRO, 2013, p. 52).

Enquanto os caminhos alternativos são consolidados diferentemente dos passeios/calçadas já construídas.

A essência modernista é apresentada no histórico da construção das superquadras do Plano Piloto. Como consequência do desenho urbano, vias são separadas para pedestres e os veículos, impactando na apropriação dos espaços no interior da quadra dos moradores e usuários externos, criando espaços pouco convidativos a caminhabilidade e a permanência e interferindo na escolha dos trajetos (CORREIA, 2017).

de área enção v inter 7 0 SQN 2

Esta condição estabelece uma hierarquia da ocupação do solo: “Um dos poucos espaços do Plano Piloto destinados exclusivamente aos pedestres exige cautela de quem viesse a se deslocar entre um edifício e outro” (PARONETTO, 2015, p. 40). Dito isso, para Pegô (2013), o traçado urbano de Brasília e percepção dos percursos dos veículos e pedestre se diferenciam quando observados a cidade a 50 km/h, e não para quem vivencia a 5 km/h, “resultando em caminhos abertos pelos próprios pedestres, que “protestam” com os pés contra o traçado urbano imposto” (PARONETTO, 2015, p. 35).

Estudos dos caminhos pedestre que englobam e envolvem a superquadra 207 Fonte: Dados coletados do Geoportal/DF - Autoria (2020).

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Já as ciclovias apresentam maior conectividade e continuidade em vias internas da unidade de vizinhança e envolta das superquadras, mas apresentam descontinuidade de percurso para o ciclista quanto analisadas o conjunto das unidades de vizinhança.


caminhos de pedestres na análise de Correia (2017) segregação de fluxos e usos

Ao analisarmos o traçado viário das superquadras, a solução modernista pensada para o Plano Piloto são bastante presentes na vida brasilense, provoca o uso inverso, caminhos descontínuos e prioritários ao automóvel. Dessa maneira, o estudo de fluxos de pedestres analisados por Correia (2017) nas quadras – SQN 108, 208, 308 e 408 e SQN 108, 208, 308 e 408 – apresentam um comparativo de fluxos principais: continuidade da circulação que envolvem o limite das superquadras; e fluxos secundário, não possuem continuidades sendo de uso prioritário ao acessos aos blocos residenciais. Os caminhos analisados pela autora apresenta uma distinção do uso desses caminhos por usuários: as vias externas são ocupadas por não morador da superquadra, prioriza o fluxo de calçadas que contornam as quadras (linhas pontilhadas cinza); e o interno (linhas pontilhadas vermelhas), prevalece uso dos moradores: A análise morfológica das superquadras de Brasília, focada nos passeios de pedestre, demonstrou que os espaços das superquadras, apesar de não apresentarem barreiras físicas construídas, gera um espaço socialmente segregado, priorizando o uso dos espaços públicos internos por parte dos moradores e periferização o acesso de não residentes (CORREIA, 2017, p. 14)

Com base nisso, se utilizou o mesmo método nas superquadras que englobam a Superquadra Norte 207. Na Figura podemos observar um comparativo entre os principais caminhos contínuos (linhas pontilhadas cinza) e os caminhos secundários (linhas pontilhadas vermelhas), enquanto é possível observar calçadas e passeios existentes/ construídos (linhas em amarelo).

de área enção v inter 7 0 SQN 2

Por consequência, apesar da “inexistência” de barreiras físicas, de muros, de cercas e de visuais há espaços socialmente segregados por meio de seus usos. A prioridade do uso dos espaços interno para os moradores e espaços de passagens para os não residentes, implica que o desenho urbano da superquadras apresenta “uma clara distinção entre o que é “dentro” e fora da quadra” (CORREIA, 2017, p. 15) evidenciando uma “breve” delimitação de espaços públicos e privados.

Estudos dos caminhos pedestre que englobam e envolvem a superquadra 207 na escala do pedestre-usuário Fonte: Dados coletados do Geoportal/DF - Autoria (2020).

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Segundo Gehl (2011), a escolha de trajetos e como consequência a dispersão de fluxos podem ser causadas pela distribuição das atividades em uma determinada área como por exemplo: níveis de pisos para circulação de pedestre (calçadas, passarelas, escadas) e a separação dos tipos de tráfegos (pedestre, ciclistas e veículos), no qual situações opostas a essas representam concentração de fluxos. A mesma linha de raciocínio ao analisar o percurso dos pedestres em diferentes quadras do Plano Piloto, e passíveis de visualizar em outras quadras o mesma solução de implantação dos edifícios


Esse levantamento a partir dos equipamentos públicos voltados para mobilidade urbana permite analisar as condições espaciais urbanas da perspectiva do usuário-pedestre. Tal análise considera a conexão e acessos dos pedestres dando ênfase aos destinos, percursos e meios de transporte:

Futuro ponto de metrô: raio de integração com

outros

equipamentos

de

mobilidade

(amarelo) de 400-500 metros. Será considerada

a expansão do metrô-DF em que receberá uma estação do metrô na superquadra 107 norte, com acesso subterrâneo, em que facilitará o deslocamento de quem faz uso de meio de transporte público.

Travessia subterrânea: característica das superquadras localizadas ao eixo rodoviário norte sempre utilizada como mobilidade urbana pela chegada e volta de pessoas que moram nas cidade-satélites, sendo utilizado principalmente por pessoas que buscam o comércio local ou até mesmo os moradores como elemento de passagem.

Pontos de bicicleta - Bike Brasília: raio de integração com outros equipamentos de mobilidade (roxo) de 400-500 metros.

Ponto de ônibus: raio de integração com outros equipamentos de mobilidade (verde) de 400-500 metros.

Mapa de equipamentos públicos de transporte e seus raios de abrangência Fonte: Dados coletados do Geoportal/DF - Autoria (2020).

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ficha técnica

atividades e usos: segregação de fluxos e usos

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Normativas que estabelecem atividades de usos para o estudo fluxos presentes das superquadras Fonte: Dados coletados do Geoportal/DF - Autoria (2020).

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As atividades e os usos existentes (residencial, comercial, serviços, institucional, lazer e esportes), se analisarmos cada um das quadras existe pouca variação em seu interior e o seu entorno. No contexto da unidade de vizinhança é possível observar a predominância das áreas destinadas às residências (elemento principal de composição) e a presença de escolas e creches, e na periferias comércio e os demais usos coletivos, quando implantado.

A predominância dos espaços vazios e as áreas verdes, sobre o espaço edificado isolados livres no tecido urbano separado o sistema viário (circulação interior da quadra), representam funcionamento autônomo da cidade e consequente monotonia, criada pelos usos e pela falta de pontos focais de interesses. O caso dos Comércios Locais, se identificam pela predominância das atividades e produtos que oferecem, tornando o deslocamentos para outros Comércios Locais, em busca de atividades específicas e produtos, estabelecendo uma dependência maior com o carro e outros comércios. Assim como a construção dessa segregação se torna ainda mais presente se analisarmos as atividades que englobam a superquadra e sua organização interna, visto que, a vivência de cada escala envolve encontros e diálogos diferentes de acordo com seu uso – sendo possível observar os espaços de forma pontual, sendo eles: espaços para circulação (calçadas, ruas, estacionamentos), espaços de permanências (comercial, saúde, institucional, igrejas, espaços comunitários, áreas de lazer, espaços públicos) e os espaços de lazer (exercícios físicos prático principalmente em torno das calçadas do entorno da superquadra).

Mapa google maps Fonte: Dados coletados do google maps (2020)..

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As atividades de permanência são consideradas de acordo com a classificação de Gehl (2006): 1) Necessárias: envolvem obrigações, trabalho ou tarefas que dependem menos das condições do espaço e do tempo para se realizarem. Exemplos: comprar, vender, cuidar de alguém, esperar pelo ônibus, esperar por alguém, lavar o carro. 2) Opcionais: dependem diretamente da vontade das pessoas e das condições que os espaços públicos propiciam. Exemplos: praticar atividade física, observar alguém ou algum evento, comer, beber, fumar, ler, passear, usar celular. 3) Sociais: são aquelas que envolvem interações entre as pessoas e também dependem das condições que os espaços públicos propiciam. Exemplos: brincadeiras, conversas, jogos, namoro (apud RIBEIRO; HOLANDA, ANO, p. 19; grifo nosso).

Estas classificações auxiliam para a análise das temporalidades. Optou-se por fazê-la por meio do relacionamento com o uso do solo.

de área enção v inter 7 0 SQN 2

Mapa de temporalidade Fonte: Dados coletados do Geoportal/DF - Autoria (2020).

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Ficha técnica

axialidade: segregação de fluxos e usos

Devido a segregação de fluxos e usos destinados a unidade de vizinhança e a superquadras como elemento de principal para o deslocamento e logística do conjunto urbanístico idealizado por Lúcio Costa como elemento “autônomo” e evitaria o deslocamento as demais regiões para elementos de vida básicas. Torna necessário o entendimento e o desempenho do ambiente urbano estudado. O mapa axial apresenta potencialização de fluxos por meio dos conectivos de eixos axiais que são gerados dos ambientes construídos urbanos, que permitem observar a integração de circulação urbanística. A construção do mapa axial consiste representar menor quantidade de linhas retas através da trama urbana existente. Utilizando a linguagem da sintaxe espacial, será produzido dois mapas axiais: Integração Global (IntHH): definição do que é integração global

Integração Local (IntHHR3): definição do que é integração global

Legenda

Menor integração

Maior integração

Mapa axial de integração global (intHH) Fonte: Dados coletados e transformados para o Qgis: Mapas do DF e PP - Grupo DIMPU/ UnB (2020) - Autoria (2020).

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de área enção v inter 7 0 SQN 2


Nas áreas residenciais, analisadas pelo estudo mapa axial integração global - intHH, apresenta maior valores de integração de movimentação nas vias rodoviária-residencial e as vias comerciais (linhas com tons vermelhas e amarelas). Enquanto as entrada das superquadras para o interior delas o nível de interação com o aspecto global, vias de todo sistema viário, diminui (linhas com tons verdes e azuis). Enquanto o mapa axial de integração local - HHR3, apresenta maior índice de integração na área comercial da SQN 207 quando comparadas aos restantes das áreas comerciais e entradas das superquadras.

de área enção v inter 7 0 SQN 2

Nota-se que as vias comerciais são áreas com maior integração HHR3, o que significa melhor aproveitamento dessas vias para o uso funcional da região. Manter as áreas comerciais na posição projetada inicialmente é, portanto, conveniente para a proposta de urbanização pretendida para a SQN207. Assim como, implementar transportes públicos nas vias mais integradas na variável HH, próximas ao Eixão, pode ser uma estratégia interessante para maior integração da quadra com o exterior, reforçando a proposta inicial apresentada no tema Unidade de Vizinhança.

Mapa axial de integração global (intHHR3) Fonte: Dados coletados e transformados para o Qgis: Mapas do DF e PP - Grupo DIMPU/ UnB (2020) - Autoria (2020).

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análise de usuário que utilizam unidade de vizinhança e superquadra

Essa organização garantiria que os usuários se restringissem ao habitar circunscrito na Unidade. Como se sabe, os usuários se multiplicaram, indo além dos moradores do entorno, são usuários: ● Moradores da Unidade de Vizinhança; ● Uso de espaços de lazer (crianças, moradores e a própria rede de unidade de vizinhança) e nos pilotis (principalmente moradores); ● Usuários externos e internos por meio de veículos ou a pé para uso da Escola Classe (crianças e pais); ● Trânsito de pedestre no interior da superquadra: moradores; ● Trânsito de pedestre entorno da superquadra: pessoas externas e usuários dos equipamentos presentes na unidade de vizinhança; ● Usuários dependentes dos equipamentos presentes na unidade de vizinhança do Plano Piloto com as cidades satélites, especialmente pacientes do posto de saúde; comércio local entre quadras; crianças para uso da escola interna à quadra; para cultos de igrejas; ● Consumidores e funcionários do comércio local; ● Veículos que transitam para o acesso interno das superquadras em busca de estacionamentos para o acesso comercial; ● Veículos para acesso às cidades-satélites e ao plano piloto por meio dos principais eixos; ● Transporte público de ônibus nas vias rápidas: ● Trânsito de veículos: posto de gasolina e área comercial; ● Trânsito de pedestres nas passarelas subterrâneas para acesso às áreas comerciais e superquadras;

Usos relacionados a unidade de Vizinhança de Lúcio Costa Fonte: Dados coletados do Geoportal/DF - Autoria (2020).

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de área enção v inter 7 0 SQN 2


Relação com patrimônio

segregação de fluxos e usos: análise normativa dos lotes

A relação com patrimônio será representado pelo estudo e análise da sua essência dita anteriormente, idealizada por Lúcio Costa, e quais os limites estabelecidos diante as leis, decretos e normas a serem seguidas para a preservação desse pensamento modernista. Será analisada as áreas residenciais que englobam a Superquadra Norte 207 – a pesquisa das normas condiz com a escala estudada de cada elemento morfológico, essa linha de raciocínio seguirá nos demais capítulos. No caso dos usos, as normas vigentes as entrequadras, comércio e equipamentos coletivos, são: NGB 11/89; NGB 33/89; NGB 29/89; GB0001/1; COE DEC N 596/67 ; Planilha de Parâmetros Urbanísticos e de Preservação; e os sistema viário estão previstas pela a norma vigente: COE DEC N 596/67 (Art 92 e Art 35); Portaria nº 314, de 8 de Outubro de 1992. As entrequadras, na EQN 208/408, pela Planilha de Parâmetros Urbanísticos e de Preservação (PURP 18: TP2/UP7 – Entrequadras), sendo elaborada pelo Plano de Preservação do Conjunto Urbanístico de Brasília – PPCUB, em entrar em vigor, define as atividades permitidas para complementar as atividades relacionadas à unidade de vizinhança Cada uma dessas normas apresentam todos os elementos prescritos e previstas para unidade de vizinhança, e atividades permitidas contempla a habitação e as necessidades dos moradores das superquadras. Entretanto, apresentam sinais de transformação quando analisadas no contexto da cidade atual.

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As entrequadras, na EQN 206/207, de uso institucional e lazer (divididos em dois lotes) como todas a outras entrequadras, determina a implantação de uma Escola Parque, Clubes Sociais ou Quadra Esportivas. Presente na norma a serem seguidas: NGB 33/89: Clube Sociais e Quadras Esportivas (lote A) Afastamentos mínimos obrigatórios: frente, fundo, lateral direita e lateral esquerda – todos com 5 metros. Taxa máxima de ocupação: (projeção horizontal da área edificada ÷ área do lote) x 100 – TOmáx: 30%. Taxa máxima de construção: (área total edificada ÷ área do lote) x 100 – TCmáx: 60% Pavimentos: número máximo de pavimentos – dois pavimentos-térreo e mais um, Subsolo: optativo respeitando a taxa máxima de ocupação e os afastamentos Altura: A altura máxima da edificação, a partir da cota de soleira, no ponto médio do lote, fornecida pela Divisão de Topografia e Cadastro - DTC/DeU/SVO, de 8,50 metros (oito metros e cinquenta centímetros).

NGB 29/89: Escola Parque (lote B) Afastamentos mínimos obrigatórios: frente, fundo, lateral direita e lateral esquerda – todos com 5 metros. Taxa máxima de ocupação: (projeção horizontal da área edificada ÷ área do lote) x 100 – TOmáx: 80% Taxa máxima de construção: (área total edificada ÷ área do lote) x 100 – TCmáx: 160% Pavimentos: número máximo de pavimentos – dois pavimentos-térreo e mais um, Subsolo: optativo respeitando a taxa máxima de ocupação e os afastamentos Altura: A altura máxima da edificação, a partir da cota de soleira, no ponto médio do lote, fornecida pela Divisão de Topografia e Cadastro - DTC/DeU/SVO, de 8,50 metros (oito metros e cinquenta centímetros).

Uso Permitido: Lazer

Uso Permitido: Educacional

1 pavimento

Planilha de Parâmetros Urbanísticos e de preservação (PURP 14: TP2/UP6 Entrequadras) Lote A: Clube Social ou Clube de Vizinhança ou Quadra Poliesportiva Taxa máxima de ocupação – TOmáx: Corpo (30%) e Subsolo (30%) Taxa de aproveitamento: 0,6 Altura máxima da edificação: 9,0 metros Taxa de permeabilidade: 45% da área do lote Atividades permitidas: 1- Educação, apenas: Atividades de apoio à educação, inclusive centros de treinamento e de formação 2- Atividades de atenção à saúde humana, apenas: Atividades de assistência a idosos; Atividades artísticas, criativas e de espetáculos; 3-Atividades ligadas ao patrimônio cultural e ambiental; Atividades esportivas e de recreação e lazer. 4- Complementar prestação de serviços – Alimentação; apenas: Restaurantes e outros serviços de alimentação e bebidas.

1 pavimento

Pavimento Térreo

Pavimento Térreo

Subsolo

Subsolo

Afastamento obrigatório: 5 metros

Afastamento obrigatório: 5 metros

Outra característica presente nas normas – NGB 33/89; NGB 29/89 –, regular a possibilidade do fechamento dos lotes das entrequadras pelo cercamento do lote. A norma não é impositiva, mesmo porque, poderia prejudicar a configuração das passagens pela criação de barreiras visuais e consequente conexão dos espaços entre as áreas residenciais (GDF, SEDHAB, 2017).

Lote A: Escola Parque Taxa máxima de ocupação: Corpo (80%) Afastamentos mínimos obrigatórios: frente, fundo, lateral direita e lateral esquerda – todos com 5 metros. Taxa de aproveitamento: 1,6 Altura máxima da edificação: 9,0 metros Taxa de permeabilidade: 20% da área do lote Atividades permitidas: 1- Educação, apenas: Educação infantil e ensino fundamental; Atividades de apoio à educação; Outras atividades de ensino; 2- Atividades artísticas, criativas e de espetáculos; Atividades ligadas ao patrimônio cultural e ambiental, exceto: Atividades de jardins botânicos, zoológicos, parques nacionais, reservas ecológicas e áreas de proteção ambiental; Atividades esportivas e de recreação e lazer.


No outro lado, na CLN 206/207, comércio local norte – GB 0001/1; COE DEC N 596/67 (Art 36) –, se relaciona como parte integrante da proposta da Unidade de Vizinhança, em que sua concepção inicial desenvolvida para o Plano Piloto, que o comércio e os serviços complementares à habitação, que mudada para atender a nova funcionalidade – relação frente e fundo.

Essa tipologia de edificações são encontradas principalmente nas entrequadras comerciais da Asa Sul

configuração inicial idealizada por Lúcio Costa

Outra mudança nos blocos comerciais da Asa Norte (anteriormente na Asa Sul formatando um bloco retangular único) será planta quadrada autônoma entre o conjunto que contribui para a diversificação do espaço, com comércio voltadas para todos os lados, a diminuição dos espaços para comércio e atividades avançam sobre esses espaços livres, entre comerciais e espaços de circulação; e posteriormente o uso habitacional dos pavimentos na sobrelojas e primeiro pavimento. Essa tipologia de edificações são encontradas principalmente nas entrequadras comerciais da Asa Norte

configuração alterada em relação implantação e tipologia

Usos previstos na norma: Pavimento térreo: lojas comerciais; Pavimento sobreloja e Primeiro pavimento: complemento de lojas e/ou salas comerciais; Subsolo: complemento de lojas e/ou lojas);

Áreas de passagem

Pavimento Térreo Primeiro Sobreloja Subsolo

OS

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A FRENTE do comércio seria voltado para o interior da quadra

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O FUNDO para vias de acesso do comércio e a superquadra se encontra os estacionamentos

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SUPERQUADRA

seria formado por um bloco linear de lojas geminadas duas a duas, disposta ao lateral das quadras diante as vias de acesso

área comercial com corredor de passagem voltada para parte da FRENTE Atualmente a parte do FUNDO conta com extensões da área comercial - “Lei dos Puxadinhos”

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D RA AD U SQ DO LA

SUPERQUADRA

Tamanho dos lotes isolados: 26 metros x 26 metros, configura a rua comercial a combinação de quatro (lotes - blocos) a cada quadras das 100 e das 200, enquanto as comerciais das 300 e 400 são cinco (lotes - blocos) a cada quadra. Blocos isolados uns dos outros e com aberturas de passagem em todas as faces

SUPERQUADRA

o intuito era resgatar a relação descritas por Lùcio Costa em relação a entrada do comércio e o interior da quadra

área comercial com corredor de passagem voltada para parte da FRENTE Atualmente a parte do FUNDO conta com extensões da área comercial - “Lei dos Puxadinhos”


Relação com patrimônio

segregação de fluxos e usos: comercial local norte

9/410

0 SQN 4

Na Asa Norte, sua tipologia foi reformulada, composta por blocos quadrados independentes e isolados entre si, estabelecendo conexão das quatro fachadas com público externo. Essa implantação, gerou calçadas descontínuas e barreiras (rampas, escadas em todas as direções das fachadas) fazendo com que o usuário tenha esforço ou apenas opte por circular fora dos blocos da comérciais. Outra característica importante que deve ser levado em consideração, compreende, o raio de influência do atendimento das áreas comerciais que além de atender as necessidades dos moradores da unidade de vizinhança, transcende esse caráter local, e se apresenta como pontos de encontros e interesse urbano – incluindo dependência de usuários de outras unidades de vizinhança e usuários de cidades satélites – ocasionados pela especialização de produtos e serviços específicos de alguns comércios locais. Observa-se as Comerciais Locais Norte próximas a SQN 207 e fácil acesso dos pedestres: CLN 108/107: predominância de restaurantes, lanchonetes e mercados locais; CLN 208/207: conhecido como Rua da Informática, pela predominância de serviços e lojas desse segmentos; CLN 407/406: conhecido como Rua da Cultura, por apresentar número significativos de livrarias e papelarias; CLN 206/205: conhecida como mais estranha de Brasília, porém apresenta a preservação da entrada ser virada para as áreas residenciais e os fundos fica virado para rua, sendo também planejada as atividades determinadas em cada andar e tipos de comércios (projetado até passarela subterrânea para passagem de uma comércial para outras). Atualmente predominante por apresentar número significativo de hamburgueria e cafés; SQN 307/306: conhecida por possuir um McDonald’s a frente uma dos eixos mais movimentados (W3 norte);

volumetria comércio norte: Blocos

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isolados uns dos outros e com aberturas de passagem em todas as faces

/207

08 CLN 2

Tamanho: 28 metros x 28 metros

7

08/10

CLN 1

de área enção v inter 7 0 SQN 2

/406

07 CLN 4

Configura a rua comercial a combinação de QUATRO (lotes - blocos) a cada quadras comerciais das 100 e das 200, enquanto as comerciais das 300 e 400 são CINCO (lotes blocos) a cada quadra

o fluxo de pedestres na comercial se dá especialmente nas fachadas voltadas para as superquadras pois apresentam maiores fluxos de passagem e nos encontros de de passagem para uma comercial com a outra (faixa de pedestre) normalmente se encontram no meio da comerical

/306

07 CLN 3

Mapa localização das áreas caracterizadas de comércio local norte Fonte: Dados coletados do Geoportal/DF - Autoria (2020).

do local

05

06/2

CLN 2


comercio local comercio local comercio local comercio local

fotos de Joana França (2020): comércio local norte e sul

faixa de pedestre

Figura: Escala Residencial Asa Sul e Comercio Local Sul. Fonte: Joana França (2020).

Figura: Escala Residencial Asa Sul e Comercio Local Sul Fonte: Joana França (2020).

23 94

faixa de pedestre

Figura: Escala Residencial Asa Sul e Comercio Local Sul Fonte: Joana França (2020)


Relação com patrimônio

segregação de fluxos e usos: análise normativa dos lotes

De acordo com a norma na CLN 206/207, comércio local norte – COE DEC N 596/67 (Art 36) –, estabelece os usos das salas e das lojas, sendo: Lojas de departamento; lojas especializadas; escritórios e consultórios; pequenos laboratórios; oficinas de artesanatos; clubes urbanos; cursos de aperfeiçoamento e treinamento relacionados com atividades comerciais, academias de ginástica, saunas, mediante aprovação prévia da DLFO; pequenas agências bancárias; agências de órgãos de serviços públicos, cafés, bares, restaurantes, barbearias, engraxaterias, bancas de jornais e revistas, papelarias. Enquanto na GB 0001/1, destinam como atividades de apoio para superquadra estabelecendo preferencial dessas atividades, sendo elas: padarias, casa de carne, peixarias, mercearias, frutarias, doceria; farmácias, drogarias, artigos de beleza; barbearias, salão de beleza; lojas de ferragens, materiais de construção e varejo; livrarias, papelarias; lojas de tecidos; agências e prestação de tecidos; óticas, joalherias; bares, lanchonetes, restaurantes; oficinas de reparo de eletrodomésticos e brinquedos e outros que atendam as superquadras; e posteriormente o uso habitacional dos pavimentos na sobrelojas e primeiro pavimento. O tecido urbano do Plano Piloto como um todo, estrutura o conjunto de superquadras e unidade de vizinhança em contrapasso que sistema viário principal, eixo rodoviário-residencial, define o desenho da cidade e a proporção de cheios e vazios que se repete ao longo das Asa Sul e Asa Norte. Consistiu essa área a norma COE DEC N 596/67 (Art 35 e Art 92), compreende a residência agrupadas em unidade denominadas “Superquadras”, sendo composta: edifícios de habitações coletivas; escolas-classes e jardim de infância; banca de jornais e revistas; administração da quadra, parques infantis e quadra poliesportiva.

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Enquanto na Portaria nº 314, de 8 de Outubro de 1992, prevê o endereçamento a preservação e proteção do Conjunto Urbanístico de Brasília, em cumprimento do tombamento, fica configurado algumas informações a Escala Residencial das Superquadras (Asa Norte), sendo o Art nº 4: Único acesso: entrada e saída da superquadra; sistema viário interno em que configura cul-de-sac, rua com entrada e saído no mesmo ponto, sendo apenas um meio de contato entre a cidade e o interior da quadra, na qual, idealizado por Lúcio Costa. Faixa densa arborizada: 20 metros de largura, em todo perímetro; Habitações conjuntas: até seis pavimentos sobre piso térreo em pilotis; Taxa máxima de ocupação: para a totalidade das unidades de habitação: 15% da área do terreno, já considerando a faixa verde (área non aedificandi); Edificação de uso comunitário: no máximo, um pavimento; Entrequadras: destina-se a edificações para atividades de uso comum e de âmbito ás áreas de vizinhança próximas, como: ensino, esporte, recreação, atividades culturais e religiosas;

Compreende a Norma de Edificações – NBR 11/89 –, Uso e Gabarito dos Setores de Habitação Coletivas Norte e Sul (SHCN e SHCN) – nas quadras 100, 200, 300 e 400, e Sudoeste (SHCSW) – 100, 300 e 500. As principais informações que podem ser obtidas para as edificações das quadras 200 são: Uso Permitido para edificação horizontal: Habitação Coletiva; Avanço máximo para estacionamento/garagens: cinco metros da garagem do subsolo na faixa verde de cinco metros lineares, respeitando o 155%. Taxa de ocupação projeção horizontal da área edificada: 100% (obrigatória); Pavimentos: até seis pavimentos sobre piso térreo em pilotis e subsolo para garagem; Pavimento Térreo: dependência de faxineiras, apartamento zelador, caixas de correspondência, compartimentos quadro de medidores. Sendo optativo o uso da Sala de múltipla utilização e de compartilhamento de bicicletas; Pavimento Superiores: destina-se a unidade habitacionais domiciliares (habitações unifamiliares); Cobertura: destina-se à caixa d’água, casa de máquinas, reservatórios, depósitos, sendo optativa o uso de lazer e recreação; Subsolo: destina-se casa de máquinas, reservatórios, depósitos, garagens, desde que seja assegurado as condições de iluminação e ventilação naturais;

Fig res ura: Fo iden Dia nte cia gra ma :A l uto da ria su pe (20 rqu 20 ad )

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elementos compõem a superquadra Decreto da Prefeitura do Distrito Federal no 7, de 13 de junho de 1960: “Aprova a consolidação das normas em vigor para as construções em Brasília”: parcelamento do solo e locação das edificações no interior das superquadras, sendo chamada de “projeção”. Sendo concedido o direito de construção no primeiro andar (acima do térreo/pilotis). áreas verdes

ES ÇÕ CA IFI D AE

AL CI P IN

PR SO ES

25

R PA DA A RA NÇ NT NHA E E IZI V OS NT DE ME ADE A D N NI O I AC DA U ST S E NA AO TER O N I SS IA V CE EA

edificação (pilotis + 6 andares + subsolo)

acesso veículos + presença estacionamentos

uso comunitário

bancas de revistas/ quiosques

ponto de ônibus


capítulo 05

diagnóstico

problemas historicamente consolidados segregação de fluxos

Resumo dos problemas encontrados por meio do diagnóstico realizado na área da futura intervenção da Superquadra 207 Norte:

I – Uso estritamente setorizado; II – Vias de circulação de pedestre descontínuas e muitas vezes apresentam barreiras: tendência a fluxos de pedestre nas bordas das quadras, devido às barreiras internas. Assim, predominância de usuários no interior (moradores da superquadra ou das unidade de vizinhança vizinha); e exterior das superquadras - local de passagem: usuários externos que utilizam os equipamentos coletivos e o comércio ou trabalharam; III – Falta de conectividade da vias das áreas residenciais com o resto do sistema viário do Plano Piloto, o que agrava a conectividade do transporte público com outras vias principais (W3 norte e L2 norte); IV – Valorização do veículo e desvalorização do pedestre;

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Estudos de caso

The planting Terrace and The Experience Pavilion

Falta de conectividade das vias das áreas residenciais com o resto do sistema viário do Plano Piloto: transformar as áreas dos estacionamento mais integrantes dos espaços públicos, transformando em espaços de vivências. Espaço público no centro da cidade de Istambul, principal característica do projeto consiste na criação de espaços que atendam programações culturais e crie espaços de descanso e passeio. Uma característica importante desse projeto apresenta subsolos voltados especialmente para estacionamentos e integração com metrô. A intenção de análise do projeto “Parque Sishane”`representa principalmente o uso do subsolo, a fim, de liberar conflitos entre pedestre e veículos.

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Figura: Diagramas e fotos, cortes, plantas baixas do The Planting Terrace and The Experience Pavilion Fonte: Archdaily (2020)


Estudos de caso

Parque Sishane

Valorização do veículo e desvalorização do pedestre: transformar as áreas que possuem atividades como estacionamentos, estações de metrô em espaços públicos e espaços de vivências comunitárias para cidade, invés de produzir mais locais de estacionamentos sem uso. Espaço público no centro da cidade de Istambul, principal característica do projeto consiste na criação de espaços que atendam programações culturais e crie espaços de descanso e passeio. Uma característica importante desse projeto apresenta subsolos voltados especialmente para estacionamentos e integração com metrô. A intenção de análise do projeto “Parque Sishane” representa principalmente o uso do subsolo, a fim, de liberar conflitos entre pedestre e veículos.

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Figura: Diagramas e fotos, cortes, plantas baixas do Parque Sishane Fonte: Archdaily (2020)


Estudos de caso

Seoullo Skygarden

Uso estritamente setorizado - vias de circulação de pedestre e a predominância de usuários no interior e no exterior: o parque elevado “Seoullo Skygarden” na Coreia do Sul apresenta transformação de um viaduto elevado para espaço público com jardins. Esse espaço apresenta 16 pavilhões com cafés, lojas, exposições, espaços para jardinagem, espaços e brinquedos para as crianças, teatros e centros de informações. Reforçando a experiência para os visitantes quando colocadas junto aos aspectos culturais e comercial (seria a substituição das antigas bancas de revista).

Figura. X: Promovendo encontro de pessoas nas áreas por meio das atividades diferenciadas em cada interligação entre blocos Fonte: Autoria (2020) - posicionamento das edificações apenas para ilustrar as propostas pensadas

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Figura: Diagramas e fotos, cortes, plantas baixas do Seoullo Skygarden - Seoul (Coreia do Sul) Fonte: Archdaily (2020)


Rupturas e alternativas: SQN 207

estudos de intervenções e ideias relacionada aos estudos de casos realizados Os espaços pensados: Espaço Social; Mercado Local;

Vias de circulação de pedestre, e a predominância de usuários no interior e no exterior / Falta de conectividade da vias das áreas residenciais com o resto do sistema viário do Plano Piloto: desenvolver com base na desvalorização do veículo, foco espaços públicos e de passagem, no qual, o espaço das superquadras serem voltadas exclusivamente para o pedestre, ou seja, o estacionamentos atualmente seriam entrada e saída subterrânea/subsolo.

Parque Infantil; Horta Urbana; Jardim Públicos; Espaços Multifuncionais; Área Exposições; Lavanderia; Cafeterias; Bibliotecas; Coworking entre outros. Conectividade com os demais áreas comerciais consequente as superquadras no entorno

Proposta equipamentos de carácter mais global comunicação entre espaço privado com espaços público. Espaço interno da superquadra e entrequadra voltado totalmente para o pedestre, colocando o veículo (carros) em segundo plano: estacionamento subterrâneos.

Uso estritamente setorizado: propõe um elevado voltado aos pedestres com usos comerciais informais/formais que ligam as comerciais e outros pontos de encontros importantes.

Uso do subsolo para estacionamento - central: habitações de interesse social

Conectividade com os demais áreas comerciais consequente as superquadras no entorno

Estudo da composição do elevado com módulos comércios informais

Marcações no elevado dos módulos comerciais informais

Proposta de intervenção espaços que promovam permanências ao interior da quadra Legenda: Diagrama de proposta da superquadra sobre os espaços internos a fim de promover encontros de pessoas nas áreas coloridas, por meio de atividades diferenciadas nos espaços de interações entre blocos (posicionamento das edificações apenas para ilustrar as propostas pensadas). Fonte: Autoria (2020)

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Uso do subsolo para estacionamento central: habitações de interesse social Uso do subsolo para interligaçã o do sistema intermodal

a tem s i s s do leta o c ã i A aç bic DR rlig us UA e Q t E in nib TR EN ara ô - ô p r olo et bs al: m u o s od o d term s U in


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pilotis

morfologia habitacional identificada na perspectiva histórica

capítulo 6

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Na cidade moderna, onde a forma segue a função, o “lugar” da rua foi reinventado no “espaço” do pilotis, ou seja, debaixo dos blocos das superquadras. Ficar “debaixo do bloco” é uma expressão brasiliense que nasceu junto com a cidade. Nesse espaço se concretizam muitos acontecimentos da vida daqueles que nasceram aqui (OLIVEIRA, 2014, p. 87) Para o urbanismo moderno, a adoção de edificações elevadas – pilotis – e distribuição autônomas entre si configurariam uma liberdade na distribuição das atividades no novo tecido urbano, solucionando o “caos” das cidades tradicionais (MACHADO, 2007). Permanecendo o conceito da libertação do solo como foco principal à coletividade, do indivíduo como sociedade igualitária, reconhecendo o direito do uso da cidade como um todo, transformando “ [...] o cenário da rua em um local arquitetônico. Este espaço na cidade moderna é o pilotis” (OLIVEIRA, 2014, p.24).

pilotis : elemento que configura o edifício e a cidade Pilotis é o termo francês para o conjunto de pilares que suportam um edifício levando-o assim ao nível do primeiro pavimento e deixando livre o térreo (PEVSNER, 2001 apud OLIVEIRA, 2014, p.24).

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Ficha técnica

Pilotis

O contexto apresentado anteriormente da trajetória do desenho urbano da cidade contribui para entender a origem do pilotis para a cidade moderna. Vindas para solucionar a cidade industrial, estabelecendo uma nova ordem de implantação dos blocos habitacionais no tecido urbano. O posicionamento mais livre ganham áreas isoladas entre si compostas por áreas verdes, elevadas do chão – os pilotis – que ganham uma nova importância na concepção visual da cidade, permitindo novas relações com os espaços. Para a nova cidade modernista, o pilotis, concretizava o resgate da vida urbana da cidade tradicional com nova configuração, garantindo que a circulação de toda a cidade e principalmente nos aspectos climáticos com ventilação e luz que se tornam presente no cotidiano (OLIVEIRA, 2014). O conceito apresentado ao longo da pesquisa, caracteriza linhas de pensamentos que justificam soluções construtivas adotadas para habitação, assim como, no âmbito urbanístico para o emprego do Pilotis. Percebe com clareza quando Lúcio Costa apresenta: como espaços de permanência, resultando em espaços agradáveis para lazer e descanso junto à natura; como também, espaços de transição permitindo a circulação de qualquer pessoa que quiser usufruir daquele espaço (RIBEIRO, 2013; OLIVEIRA, 2014). Nessa nova cidade, feita para carros, onde as fachadas parecem painéis sem profundidade, aparece que, apesar de ter sido criado pelo modernismo para ser mais um lugar destinado à circulação, substitui, com a sutileza que lhe é atribuída, o cenário da rua se transforma num lugar arquitetônico. Este espaço na cidade moderna é o pilotis (OLIVEIRA, 2014. p. 24).

A adoção plástica e funcional construtivo, concreto armado, que esse elemento proporciona a tipologia habitacional, apresentava como partido básico, representa princípios básico do Movimento Moderno no âmbito da arquitetura brasileira. Como principal precursor da arquitetura moderna, a concretização representatividade da arquitetura moderna se espelhava em seus projetos anteriores de habitação por Lúcio Costa: Monlevade (Minas Gerais), em 1934; Edifício do Ministério da Educação e Saúde (Rio de Janeiro), em 1936; e Parque Guinle (Rio de Janeiro), em 1943). .Lúcio Costa dedica um espaço do memorial do projeto de habitação de Vila Monlevade, Minas Gerais, em 1934, apresenta em seu Memorial Descritivo consagrando os motivos para o emprego do pilotis no projeto: a) dispensa para implantação da obra, movimentos de terra – seja qual for aclividade local b) reduz 90% a abertura de cavas e respectivas fundações c) permite o emprego, acima da laje – livre... d) torna fácil manter para todas as casas – em razão dos poucos pontos de contato com o terreno – orientação vantajosa uniforme… (COSTA, 1962 apud MACHADO, 2007, p.55)

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Figura: 1. Monlevade; 2. Edifício do Ministério da Educação e Saúde e 3. Parque Guinle. Fonte: 1. https://www.vitruvius.com.br/media/images/magazines/grid_6/385c_mariaelisacosta2-05.jpg 2. https://44arquitetura.com.br/wp-content/uploads/corbusier.jpg 3.https://revistamdc.files.wordpress.com/2009/06/parque-guinle-cap-7-foto-120.jpg


Ficha técnica

Pilotis

Enquanto no processo de desenvolvimento do Plano Piloto, são dotadas no período de construção como premissas na questão habitacional de Brasília, resulta na implantação de edifícios com tipologias com mesmo projeto arquitetônicos, derivadas as questões: estéticas – cidade ideal do futuro: cidade que correspondem às necessidades urbanas de seus habitantes, e urgência – inauguração da cidade em cinco anos (MACHADO, 2007; LEITÃO et al., 2009).

Esses espaços configuram uso estritamente dos moradores quando levados em consideração seu uso e os seus fluxos que descrevem a configuração das superquadras. Em resposta às

Resulta em superquadras com mesma linguagem arquitetônica de forma retângular – eram 12,50 metros x 85,00 metros e passam a ter 18,50 metros x 91,00 metros – com poucas variações porém representa simbolicamente o modernismo como identidade (MACHADO, 2007; LEITÃO et al., 2009).

áreas do pilotis para outros ambientes: dependência de faxineiros, depósitos de lixo, apartamento de zelador, guaritas, compartimento para guarda de bicicletas, salão de festa, caixa de energia e portarias. Sendo também levantado por Oliveira (2014) em sua pesquisa modos de delimitação de circulação de passagem na projeção e entorno do espaço do pilotis com porcentagens encontradas na Asa Sul e Asa Norte, sendo: o

Nesse momento, o pilares definem sua identidade como registros de memória e vivência proporcionado pelo vazio da arquitetura permitindo acontecimentos do cotidiano, no qual “a circulação dos moradores passa ocorrer então debaixo de suas próprias residências” (LAMAS, 2018. p. 21). Na cidade moderna, onde a forma segue a função, o “lugar” da rua foi reinventado no “espaço” do pilotis, ou seja, debaixo dos blocos das superquadras. Ficar “debaixo do bloco” é uma expressão brasiliense que nasceu junto com a cidade. Nesse espaço se concretizam muitos acontecimentos da vida daqueles que nasceram aqui (OLIVEIRA, 2014, p. 87)

Sendo responsável pelas interações que acontecem no âmbito social no interior das superquadras junto aos espaços públicos, como: jogar bola, andar de skate-patins-bicicleta, passear

com bebês, brincar de correr, pique-esconde, namorar, tocar violão, estacionar, beber-fumar, ouvir música, conversar, se reunir, passear com cachorro e entre outros (OLIVEIRA, 2014; RIBEIRO, 2013).

35 106

mudanças em um contexto contemporâneo da relação comunitária, diante ao espaço público e privado implica na monotonia desse espaço, pois não apresentam atrativos para circulação e permanência de pessoas de externas. Expressando a necessidade de fechamento das

uso de cerca vivas: 37%, jardins: 54%, cerca de arames: 2%, grades: 27%, paredes: 11% e outros tipos de delimitações: 31% (RIBEIRO, 2013; OLIVEIRA, 2014).

De modo que, delimitam o direcionamento e a livre circulação proposto por Lúcio Costa, o pilotis assume o papel para o

modernismo de inúmeros deslocamentos possíveis pela grande permeabilidade espacial e visual, porém o que acontece está relacionada os pedestres preferirem os caminhos externos da superquadra. Causada por rotas mais integradas e contínuas (fluxos vindos de ponto de ônibus, passarelas, comerciais) e obstáculos que atuam como barreiras físicas e visuais para os pedestres, decorrentes dos desníveis topográficos e alteração das áreas dos pilotis (estacionamentos cobertos, níveis diferentes da calçada, estacionamento elevados acima do nível do solo, taludes e muros de arrimos), estabelecendo percursos determinados em pontos específicos dos prédios por meio de escadas e rampas, e até mesmo contornando-os para obter acessos. Marcando diferença entre os “espaços” da rua e o “espaço” do bloco (PEGÔ 2013; OLIVEIRA, 2014; CORREIA 2017; RIBEIRO, 2013).

onde encontrar as volumetrias no Plano Piloto FONTE: Fernanda Paronetto (2015)


pilotis

análise de usuários que utilizam

Análise do perfil do usuário do pilotis será utilizada corresponde com a classificação de Gehl (2006), nele aborda aspectos da vida pública que potencializam os espaços públicos, sendo divididas em: necessárias, aquelas que partem da rotina diária das pessoas ou tarefas na qual dependem menos do espaço para realizar, como: trabalhado, esperar alguém ou o ônibus; opcionais, aquelas que resultam da vontade das pessoas para realizar e depende das condições que os espaços proporcionam, por exemplo: caminhada ao ar livre, tomar sol, conversar, sentar ou comer; e sociais, aquelas atividades que envolvem interações entre pessoas, como por exemplo: brincadeira entre crianças, conversas e outros. Lista de Usuários do pilotis quando analisadas a classificação de Gehl (2006) nas superquadras e suas atividades realizadas no pilotis: Necessárias: moradores dos blocos habitacionais; porteiro(a)s; entregadores (encomendas); feirinhas; visitas; Opcionais: moradores dos blocos habitacionais, predominantemente para atividades de lazer: crianças e adolescentes; usuários externos e moradores utilizam como meio de passagem para acessar a área comercial para área residencial e vice-versa ; Sociais: moradores dos blocos habitacionais, principalmente crianças;

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Relação com patrimônio

Pilotis: análise normativa dos lotes

No caso dos usos dos pilotis, as normas vigentes são: NGB 11/89; Planilha de Parâmetros Urbanísticos e de Preservação (PURP 10: TP2/UP2 – Superquadras 100, 200 e 300 Norte e Sul) sendo elaborada pelo Plano de Preservação do Conjunto Urbanístico de Brasília – PPCUB; Códigos de edificações de 1960, de 1967, 1989, 1998 e por fim, vigente atualmente: 2018. Cada uma dessas normas apresentam todos os elementos prescritos e previstos para preservação de todo conjunto urbanístico. Compreende a Norma de Edificações – NBR 11/89 –, Uso e Gabarito dos Setores de Habitação Coletivas Norte e Sul (SHCN e SHCN) – nas quadras 100, 200, 300 e 400, e Sudoeste (SHCSW) – 100, 300 e 500. As principais informações que podem ser obtidas para as edificações das quadras 200 são:; Uso Permitido para edificação horizontal: Habitação Coletiva; Avanço máximo para estacionamento/garagens: cinco metros da garagem do subsolo na faixa verde de cinco metros lineares, respeitando o 155%. Taxa de ocupação projeção horizontal da área edificada: 100% (obrigatória); Pavimentos: até seis pavimentos sobre piso térreo em pilotis e subsolo para garagem; Pavimento Térreo: dependência de faxineiras, apartamento zelador, caixas de correspondência, compartimentos quadro de medidores. Sendo optativo o uso da Sala de múltipla utilização e de compartilhamento de bicicletas; Pavimento Superiores: destina-se a unidade habitacionais domiciliares (habitações unifamiliares); Cobertura: destina-se à caixa d’água, casa de máquinas, reservatórios, depósitos, sendo optativa o uso de lazer e recreação; Subsolo: destina-se casa de máquinas, reservatórios, depósitos, garagens, desde que seja assegurado as condições de iluminação e ventilação naturais;

Na Planilha de Parâmetros Urbanísticos e de Preservação (PURP 10: TP2/UP2 – Superquadras 100, 200 e 300 Norte e Sul) sendo elaborada pelo Plano de Preservação do Conjunto Urbanístico de Brasília – PPCUB, à entrar em vigor, apresenta especificações de uso para habitação de multifamiliar (blocos residenciais com apartamentos) compreende o uso e gabaritos da Norma de Edificações – NBR 11/89 – apresentando recomendações adicionais: Uso Permitido para edificação horizontal: Habitação Multifamiliar; Avanço máximo para estacionamento/garagens: cinco metros da garagem do subsolo na faixa verde de cinco metros lineares, respeitando o 155%. Taxa de ocupação - TO: 100% (obrigatória); Pavimentos: até seis pavimentos sobre piso térreo em pilotis e subsolo para garagem; Pilotis: 30%; - obs: fica preservado taxa de ocupação de 40% quando aprovada esta Lei Complementar. Corpo: 100%; Cobertura: 100%; Subsolo: 155%; Altura Edificação - H: 24,00 metros (pilotis + 6 pavimentos) + 3,00 metros (cobertura); a) Pilotis: Fachadas laterais/empenas: 5% da largura da projeção ou, no mínimo 3,00m medidos a partir do limite externo da projeção, excetuando-se os pilares e a guarita; Fachadas frente/fundos: 20% da largura da projeção ou, no mínimo, 2,00m medidos a partir do limite externo da projeção, excetuando-se os pilares; Extensão máxima contínua das áreas fechadas: 25% do comprimento da projeção; Espaçamento mínimo entre as áreas fechadas: 3,00;m; b) Cobertura: Laterais/empenas: 3,00m Frente/fundos: 2,50m;

Enquanto na Portaria nº 314, de 8 de Outubro de 1992, prevê o endereçamento a preservação e proteção do Conjunto Urbanístico de Brasília, em cumprimento do tombamento, fica configurado algumas informações a Escala Residencial das Superquadras (Asa Norte), sendo o Art nº 4: Único acesso: entrada e saída da superquadra; sistema viário interno em que configura cul-de-sac, rua com entrada e saído no mesmo ponto, sendo apenas um meio de contato entre a cidade e o interior da quadra, na qual, idealizado por Lúcio Costa. Faixa densa arborizada: 20 metros de largura, em todo perímetro; Habitações conjuntas: até seis pavimentos sobre piso térreo em pilotis; Taxa máxima de ocupação: para a totalidade das unidades de habitação: 15% da área do terreno, já considerando a faixa verde (área non aedificandi); Edificação de uso comunitário: no máximo, um pavimento; Entrequadras: destina-se a edificações para atividades de uso comum e de âmbito ás áreas de vizinhança próximas, como: ensino, esporte, recreação, atividades culturais e religiosas;

Fig res ura: Fo iden Diag nte cia ra ma :A l uto da ria su pe (20 rqu 20 ad ) r

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elementos compõem a superquadra:

áreas verdes

Decreto da Prefeitura do Distrito Federal no 7, de 13 de junho de 1960: “Aprova a consolidação das normas em vigor para as construções em Brasília”: parcelamento do solo e locação das edificações no interior das superquadras, sendo chamada de “projeção”. Sendo concedido o direito de construção no primeiro andar (acima do térreo/pilotis).

As características presentes nos blocos residenciais por meio das normas urbanísticas e a descaracterização do pilotis como espaço totalmente livre perante ao Código de Obras de 1960, em que surgiu alterações e necessidades, induzindo o fechamento da parte térrea dos pilotis, sendo alterado no Códigos de Obras de 1967, de 1989 e por fim 1998 (norma vigente atualmente), permitindo fechamento descontínuo de até 40% para uso privado do próprio bloco, estabelecendo dessa maneira um nova relação com o entorno (MACHADO, 2007; LEITÃO et al, 2009). Outra alteração do uso do pilotis quanto circulação que interrompe esse fluxo, no terreno da edificação e seu entorno, causado pela elevação do seu piso a fim de proporcionar ventilação (requisito exigido pelo Código de obras de 1967). Assim como o uso de rampas de acesso externa a projeção para manter o acesso para os carros para as garagens e as áreas verdes. Por sua vez causadas pela garagem, são obrigatórias no subsolo e podendo alcançar até 155% de ocupação – além do limite da “projeção” dos blocos – proporcionando a construção de muros de arrimo e taludes como contenção para esse avanço (LEITÃO et al., 2009).

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R PA DA A RA NÇ NT NHA E E IZI V OS NT DE ME ADE A D N NI O I AC DA U ST S E NA AO TER O N I SS IA V CE EA

Algumas novas permissões previstas em lei acarretam a descaracterização dos princípios da superquadra, e que por isso devem ser revistas, tais como, o avanço desnecessário sobre a área pública das torres de circulação externas ao edifício, um elemento a mais a obstruir a circulação dos pedestres, e as concessões de uso, autorizadas pela Lei Complementar nº 388, de 01/06/2001. As concessões em subsolo, para ampliação de garagens, que avançam sobre a área pública fora da projeção, resultam na impermeabilização do solo no entorno da edificação, assim como da superquadra. Ainda a área pública das quadras perde em termos de continuidade, visto que a extensão de afloramentos e de taludes em superfície devido às garagens em subsolo, constituem-se em barreira impedindo a franca acessibilidade em toda superquadra (PPCUB. p.180)

edificação (pilotis + 6 andares + subsolo)

acesso veículos + presença estacionamentos

CÓDIGOS

uso comunitário

bancas de revistas/ quiosques

ATIVIDADES PERMITIDAS

Código de 1960

-

Código de 1967

vestíbulos apartamento zelador dependência para faxineiros depósito de lixo dependência para medidores

Codígo de 1989

vestíbulos apartamento zelador dependência para faxineiros depósito de lixo dependência para medidores guaritas compartilhamentos para guardar bicicleta salão de festa caso não haja na cobertura

Codígo de 1989

vestíbulos apartamento zelador dependência para faxineiros depósito de lixo dependência para medidores guaritas compartilhamentos para guardar bicicleta salão de festa mesmo quando haja na cobertura

Tabela: Faixa de Renda Programa Minha Casa, Minha Vida (Programa âmbito Federal) Fonte: Dados coletados de França (2015) recolhidas do Ministério da Cidade (2014).

No Plano de Preservação do Conjunto Urbanístico de Brasília realizado pelo GDF e SEDHAB (2017) descreve no Decreto nº 07, de 13/6/1960 define o conceito de pilotis e sua importância enquanto área pública, e define sua altura de 2,60 metros, diante: Observe-se o conceito identificado no art. 3º, alínea i, que prevê a altura máxima das edificações nas Superquadras (seis e três pavimentos sobre pilotis, respectivamente para as Superquadras singelas e duplas, no dizer do Relatório, item 16), o que, combinado com os artigos 4º, item 4 (altura do térreo em pilotis - 2,60m livres) e 5º, inciso VII (GDF, SEDHAB, 2010, p. 2001)

A mesma medida ocorre no Código de Obras de Decreto nº 19.915/98, 17 de dezembro de 1998 no seu anexo garante dimensões mínimas para cada ambiente, não delimitando a altura máxima, apenas a altura mínima de 2,50 metros. Os dois Decretos apresentam a necessidade de manter altura máxima de cada área, o que possibilita alternância de altura tanto do pilotis como dos ambientes.

ponto de ônibus


capítulo 06

diagnóstico

problemas historicamente consolidados pilotis

Resumo dos problemas encontrados por meio do diagnóstico realizado na área da futura intervenção da Superquadra 207 Norte:

I – Fechamento do pilotis e obstáculos causados pelos desníveis provocados pela topografia, criada pela garagem do subsolos e fechamento causados pelo paisagismo, cerca e outros elementos; II – Necessidade voltadas principalmente para moradores das habitações; III – Monotonia de usos IV – Falta de direcionamento ;

39 110


Estudos de caso

Concurso para moradia estudantil da Unifesp Osasco

Fechamento do pilotis e obstáculos causados pelos desníveis provocados pela topografia, criada pela garagem do subsolo e fechamento causados pelo paisagismo, cerca e outros elementos: acomodação dos fluxos existentes e a flexibilidade dos espaços públicos e privados, sem descaracterização das atividades já ocupadas pelos usuários. Um referência seria proposta do concurso “Moradia Estudantil da UNIFESP Osasco” que busca a participação de toda comunidade no conjunto, promovendo espaços democráticos, capazes para troca de vivência e encontros. Para isso acontecer foi pensando os blocos habitacionais sobre pilotis permitindo que o desnível do terreno seja respeitado, permitindo a circulação por meio de rampas e escadas, formando espaços de descanso e ligação com equipamentos coletivos.

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Figura. X: Diagramas e fotos do Concurso moradia estudantil realizado pela Unifesp Osasco - São Paulo. Fonte: Archdaily (2020)


Estudos de caso

KB Youth Step

Necessidade voltadas principalmente para moradores das habitações - monotonia de usos: foque na interação da escada com a cidade e identidade (edifício caráter privado criando espaços públicos que facilitam o encontro de pessoas) como lugar que você pode descansar, usar como sala de reuniões, contemplação, local de descanso, sala de leitura integrados com café. Um exemplo do espaço da edificação como elemento público da cidade a “KB Youth Step” perto da Faculdade da Hongik University School of Architecture na Coreia do Sul, utilizou a escada como componente que permite o diálogo da cidade (pessoas andando e caminhando) e o edifício;

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Figura: Diagramas e fotos, cortes, plantas baixas da Edificação KB Youth Step. Fonte: Archdaily (2020)


Rupturas e alternativas: SQN 207

estudos de intervenções e ideias relacionada aos estudos de casos realizados

Fechamento do pilotis e obstáculos causados pelos desníveis provocados pela topografia, criada pela garagem do subsolo e fechamento causados pelo paisagismo, cerca e outros elementos: aproveitar o desnível para implementar as escadas; aproveitar o desnível do terreno e implantar a edificação sem alteração do solo ou criar espaços permeáveis visualmente e acessibilidade (nível dos espaços que podem ser criados: terreno dividido em dois platôs, talvez totalmente plano no nível do pilotis ou apenas aproveitar o caimento das curvas de nível sem alteração).

1 pavimento

Para as Interrupções das garagens: garagens suspensas; apenas uma entrada para garagens; canais de circulação do subsolo entre blocos ou um estacionamento central; Falta de direcionamento / Necessidade voltadas principalmente para moradores das habitações - monotonia de usos: criar pontos de interesses para movimentação de pessoas (atividades de permanência: comércio, cafés, espaços de coworking entre outros) criando conexão entre os espaços público e privado; uso do pilotis como projeto volumétrico contemporâneo e que possa ser utilizado como brinquedo para as crianças.

pilotis Estudo composição fachada e pilotis - remete a casa tradicional

Volumetria: Diferenciar a volumetria dos pilotis convencionais do modernismo Uso do pilotis em que como “brinquedo”

crianças possam usar

Estudo pilotis como mobiliário de apoio para habitantes e visitantes Proposta de intervenção espaços que promovam permanências ao interior da quadra Legenda: Diagrama de proposta da superquadra sobre os espaços internos a fim de promover encontros de pessoas nas áreas coloridas, por meio de atividades diferenciadas nos espaços de interações entre blocos (posicionamento das edificações apenas para ilustrar as propostas pensadas). Fonte: Autoria (2020)

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43 114 capítulo 5

morfologia habitacional identificada na perspectiva histórica

paisagem urbana da superquadra

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A arquitetura e o urbanismo modernista se destacam e se desenvolveram fortemente no Brasil durante o Século XX. Entretanto, este estilo – que tem raízes clássicas – considerava o paisagismo como elemento secundário. Na maior parte das obras modernistas, a vegetação - quando utilizada – tinha função meramente estética (diferente dos preceitos defendidos por Roberto Burle Marx) [...] Nesse, contexto, sabe-se que o paisagismo, durante o período moderno, tinha intenção de estar apenas na transição entre a edificações e o entorno sem se destacar em relação a arquitetura (CARDOSO, 2012, p. 25; grifo nosso). O marco da arquitetura moderna representa o início da arquitetura paisagista modernista: função estética. Neste período, Roberto Burle Marx posteriormente começa a incluir ideias e noções ecológicas em seus jardins e composições (a vegetação) – enaltecendo a vegetação brasileira – compreendendo sua flora e fauna. Nesse momento o jardim se torna elemento de contemplação e composição dos espaços arquitetônicos, que podem ser sintetizadas em princípios básicos de identificação: I. Linguagem orgânica, evolutiva e por formas sinuosas; II. Encaixe lúdico dos canteiros; III. Ilhas de vegetação e elevações artificiais; IV. Uso de espelhos d’água, chafarizes e cascatas; V. Grandes planos livres para circulação das pessoas, articulados pela paginação dos pisos e plantas dos jardins; VI. Contraste, textura, relação entre volumes da vegetação, harmonia, oposição e combinação de cores; VII. Utilização da vegetação nativa e tropical; (NUNES, 2018) VIII. Liberdade de trabalho com as formas na composição dos espaços que hora são extremamente orgânicos, ora geometrizados, ora apresentam soluções mistas entre o orgânico e o geométrico, obedecendo uma intuição momentânea do paisagista e não necessariamente uma norma, o que indica abandono de regras rígidas de simetria ou quaisquer outras formas; XI. Utilização da vegetação nativa e tropical; X. Elaboração de complicados desenhos de piso nos pavimentos, indicando aos usuários os percursos a serem tomados no espaço público e as funções exercidas em cada espaço; XI. Utilização romântica e pitoresca das águas, mesmo quando da utilização de formas geométricas, criando um ambiente bucólico, propício a atividade de flâner (MACHADO, 1999 apud VAZ, 2009, p. 22)

paisagem urbana da superquadra : elemento que configura a cidade

45 116


Ficha técnica

Burle Marx e o movimento modernista

O processo de renovação da arquitetura e da arte brasileira reflete diretamente o novo jardim que será produzido no país (VAZ, 2012, p.12).

“O modernismo brasileiro tem entre suas particularidades a relação entre o internacionalismo e nacionalismo, estando esse embate presente na literatura e nas artes a partir dos anos vinte” (CARDOSO, 2012, p. 52). Apresentam uma renovação à realidade brasileira, permitindo a renovação estética a partir dos modelos europeus: cubismo, expressionismo, ideias futuristas, dadaísmo, construtivismo, surrealismo, resultando de inspirações para busca à criação da identidade artística brasileira. Consequência dessa busca pela identidade nacional, surge a primeira fase do movimento moderno (1992-1930) dando início a Semana de Arte Moderna de 22, que influenciaram diretamente no desenvolvimentos nos trabalhos de Roberto Burle Marx. (AMARAL, 1998 apud CARDOSO, 2012). Para melhor compreensão da linguagem adotada por Burle Marx para o desenvolvimento dos projetos paisagísticos, será realizado um panorama resumida das influências e características do estilo adotado por Burle Marx. A principal meio de influência consiste no ingresso na Escola Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro – aula ministrada por Lúcio Costa: estética moderna –, compreende os principais pensamentos estéticos e ideias propostos pelos modernista, sendo adquiridas como diretrizes fundamentais em suas obras. Evidenciar o ensino da arquitetura modernista neste período não é em vão uma vez que, apesar da formação em pintura, praticamente toda sua produção paisagística é vinculada ao desenvolvimento da nova arquitetura, ou seja, foi a partir do contato com os arquitetos modernistas que Burle Marx adquiriu a base para criar seus jardins: o edifício moderno (CARDOSO, 2012, p. 56).

Curiosidade sobre Semana da Arte Moderna realizado em São Paulo, entre os dias 11 e 18 de fevereiro de 1992, no Teatro Municipal da Cidade no qual se consolidou o início do movimento moderno no Brasil: artes plásticas, literatura, design com a linguagem da realizada nacionalista, estabelece então uma ruptura política, econômica e cultural dos movimentos anteriores (BOAVENTURA, 2015)

Sobre Roberto Burle Marx (São Paulo, Brasil, 1909 – Rio de Janeiro, Brasil, 1994): Nomeado um dos maiores paisagistas e fundamentador do paisagismo no brasil e no mundo. Paisagista, arquiteto, desenhista, pintor, gravador, litógrafo, escultor, tapeceiro, ceramista reunida a sensibilidade artística tem sido representada em todas suas obras paisagísticas. Sua vinda para Rio de Janeiro (1913), e entrada Escola Nacional de Belas Artes possibilitou conhecer Lúcio Costa, que mais tarde se tornaria representante do Movimento Modernista no Brasil e no Mundo

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Assim como a arquitetura se torna principal vínculo do paisagismo moderno no Brasil. na década de 50, se consolidou como processo de urbanização em que permitiria “reeducar os hábitos e percepções visual da população” (SANTIAGO, 2009, p. 84) . Nesse momento a produção de espaços urbanos públicos de lazer para população, como: parques e praças se tornam demanda nas cidades brasileiras.

Representando arquitetura moderna brasileira, atribuindo ao paisagismo a identidade, “caráter tropical aos jardins brasileiro”, sendo notável a composição plástica das formas e composição da paisagem em suas obras. “Desta maneira, percebe-se que uma característica marcante deste artista era seu método de criação. Ele elaborava seus projetos paisagísticos como pinturas sobre tela” (COSTA, 2011, p. 26-27; CARDOSO, 2012). A vegetação entra no procedimento compositivo como elemento que quando trabalhado em grupos ou maciços, tem suas características morfológicas reforçadas [...] Para Burle Marx o jardim não deveria apresentar apenas coerência quanto à forma, mas quanto às suas funções ecológicas [...] tinha crença de que, além da relação estética entre espécimes vegetais também, em um projeto paisagístico, é necessário considerar aspectos que envolvem a exigência das espécies (VAZ, 2009, p.17-18)

Segundo Vaz (2009), a composição dos jardins de Marx até o início da década de 1950 era predominante curvos, e que depois desse momento ocorre um ressignificado de novas formas (novas experimentações geométricas influenciada pela Bauhaus e Stijl) e relações espaciais, seriam responsáveis por espaços livres como: Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro – MAM. A nova representação da forma dos jardins, em 1960, apresenta da utilização das formas puras, distribuídas sobre uma trama ortogonal (grid) como parte da composição sinuosas presentes em seus jardins anteriores, permitindo experimentação de combinações geométricas mantendo a essência expressa em suas obras iniciais. O mosaico português, amplamente utilizado nos pisos desde o início de sua carreira, possibilitou ao paisagista a elaboração de multiplicidade de grafismos no desenho de piso e delimitação das áreas de canteiros de seus projetos (VAZ, 2009, p.19-20)

Os estudos formais de linguagem e regras de composição desenvolvidos por Roberto Burle Marx contribuiu para o reconhecimento da identidade brasileira do movimento moderno e da própria cultura brasileira, marcadamente a preocupação com: as características físicas e climáticas do local e o conhecimento botânico como elemento de composição – entendimento da necessidade de cada espécie. Essas soluções serão incorporadas na nova capital e inclusive em algumas superquadras, sendo está a superquadra 306 sul e na


Praça dos cristais – cujos jardins são projetados por Burle Marx. Para entender melhor a paisagem de Brasília e a unidade da superquadras, será apresentado uma breve descrição de seu planejamento e seu processo de criação.

Figura.: Edifício Capanema - São Paulo (1939-1943); Jardim de Burle Marx junto a Arquitetura Moderna Brasileira Fonte: 1)https://www.facebook.com/SitioBurleMarx.Iphan/photos/pcb.2872074716188878/2872 074652855551/ 2)http://papodearquitetas.blogspot.com/2013/01/palacio-gustavo-capanema-marco-da. html 3)https://bisbilhotandoarqedecor.files.wordpress.com/2016/10/gustavo-capanema-bisbi lhotandoarqedecor-felipe-lago-1.jpg?w=720 Figura.: Pinturas dos Jardins desenhados por Burle Marx e Desenho do Calçãdão de Copa Capacabana - RJ por Burle Marx Fonte:https://i.pinimg.com/originals/75/68/33/756833a20a4c40dae224741fd5d4c01b.jpg ehttps://images.adsttc.com/media/images/57a1/fb85/e58e/ce8a/4000/00cb/large_j pg/BeFunky_Collage.jpg?1470233459 Figura.: Calçãdão de Copa Capacabana - RJ por Burle Marx Fonte:https://images.adsttc.com/media/images/57a1/fb85/e58e/ce8a/4000/00cb/lar ge_jpg/BeFunky_Collage.jpg?1470233459 e https://i.pinimg.com/originals/e3/d8/f7/e3d8f720b5f9b3d648c49c97b3667b71.jpg Figura.: Trecho do paisagismo de Burle Marx na Praça dos Cristais em Brasília Fonte: https://br.pinterest.com/pin/371335931781022515/

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Ficha técnica

Paisagem urbana Escala Residencial

“Brasília foi erguida do zero, e antes de sua construção, a área era ocupada predominantemente pelo Cerrado – um dos maiores biomas brasileiros e considerados um dos mais ricos tipos de savana do mundo” (BOMTEMPO, 2019, p. 20).

O desenvolvimento do Plano Piloto de Brasília, estrutura a combinação das superquadras (escala residêncial), entrequadras e o comércio local estrutura o tecido urbano como elemento fundamental para concepção das unidades de vizinhança descrito por Clarence Perry em 1929. Este modelo é integrado às:

“A fim de se obter um bom planejamento urbano Grey e Deneke, 1978, recomendam que as espécies utilizadas não ultrapassem 10-15% do total de indivíduos da população arbórea” (LIMA, 2009, p. 17).

[...] árvores de porte, prevalecendo em cada quadra determinada espécie vegetal, com chão gramado e uma cortina suplementar intermitente de arbustos e folhagens, a fim de resguardar melhor, qualquer que seja a posição do observador, o conteúdo das quadras, visto sempre num segundo plano e como que amortecido na paisagem. Disposição que apresenta a dupla vantagem de garantir a ordenação urbanística mesmo quando varie a densidade, categoria, padrão ou qualidade arquitetônica dos edifícios, e de oferecer aos moradores extensas faixas sombreadas para o passeio e lazer, independente das áreas livres previstas no interior das próprias quadras. (COSTA, 1991, p. 32)

Curiosidade sobre o paisagismo da superquadra idealizada por Lúcio Costa, é que o chão gramado seria espaço de circulação de veículos e pessoas ao mesmo nível, uma vez que os estacionamentos nas primeiras quadras eram conectadas a edificação por marquise (principalmente na Asa Sul como: SQS 113, SQN 105, SQN 303), ou seja, o sistema viário não continua um projeto definido com vias e calçadas. Alguns desses estacionamentos são possíveis observar até mesmo pelo google maps (os que permaneceram), um exemplo é a SQS 113 Bloco F.

No relatório de Lúcio Costa (1992) para o Plano Piloto, a faixa verde arborizada era definida como “cintas arborizadas de enquadramento” que garantiria ordenação urbanística permitindo que seu conteúdo, em segundo plano de visão, fosse amortecido pela paisagem, gerando o envolvimento e o proteção visual nas áreas residenciais. “A ideia era que cada superquadra fossem plantadas árvores de uma mesma espécie, para facilitar a identificação visual da quadra no conjunto urbano” (ROCHA, 2011, p. 33). E por fim garantia a função de cobrir os passeios, envolvendo com faixas sombreadas para os moradores, criando espaços de caminhadas e lazer. Segundo Lima (2003), nota-se que a ideia da faixa verde, a questão ecológica foi pouco valorizada, pois se na área existisse apenas uma única espécie de árvore no local, em caso de doenças ou pragas, todas essas plantas seriam prejudicadas. Por esse motivo, o processo de ocupação de Brasília no final da década de 50 se torna importante para fundamentar avaliação paisagística das superquadras e suas principais características quanto função ecológica da arborização.

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O desenho da superquadra inicialmente proposto pela Equipe do Oscar Niemeyer contava com 11 blocos residenciais sobre pilotis e 6 pavimentos enquanto na faixa da 400 contaria com pilotis e 3 pavimentos. Esse modelo de blocos iniciais para cada superquadra foi alterando, porém a taxa de ocupação da projeção é 15% O desenho previa o tamanho da quadra 280 metros x 280 metros com a cinta arborizada (20 metros em todos os lados)


elementos compõem a superquadra:

áreas verdes

Curiosidade: O processo de implantação da arborização urbana se traduz pelo reconhecimento do cerrado como bioma e identidade de Brasília, possibilitando a mudança de comportamento em relação a arborização presente na década de 1960 (o processo de implantação da arborização urbana de Brasília com espécies arbustivas e herbáceas exóticas). Existe a informação de que eram plantadas na arborização de Brasília: 60% de espécies exóticas e 40% de nativas. Atualmente, a Novacap afirma que privilegia o uso de plantas do cerrado. Desde de 200, a proporção utilizada na cidade é de 70% de nativas, e 30% de exóticas (dado extraído de ALENCAR, 2008, p. 38). Entretanto, continua a implantar espécies exóticas, desde que sejam bem adaptadas ao clima tropical de planalto, como exemplo: a Supucaia (Lecythis pisonis), e o Mogno (Swietenia macrophylla) (ROCHA, 2011, p. 54).

Porém no levantamento por Lima (2009), documentação de espécies nas 39 quadras do Plano Piloto – na décadas de 60, 70 80, e 90 –, apresentando uma vasta diversidade arbórea. Nesses espaços ocorre uma predominância de espécies exóticas em relação às espécies nativas do cerrado (normalmente de mata de galeria ou mata seca). Dessa maneira estabelece a necessidade de implantação das espécies do cerrado, como prioritário, sem desconsiderar que espécies exóticas se tornaram identidade de Brasília. Uma vez que a presença da vegetação nativa contribui para a manutenção do espaço e do conforto ambiental: as espécies do cerrado produzem grande volume de água no período da seca; e como social, a identificação dos habitantes da vegetação com o local e como sua história (ROCHA, 2011).

A concepção urbanística de Brasília, caracterizada pela paisagem urbana definida pelo partido de cidade-parque, “determina que o paisagismo e a área livres sejam tratados como elementos de projeto, em oposição à ideia de ‘vazios urbanos”, visto como áreas subutilizadas e suscetíveis à mercadorização e a ‘mais-valia urbana’” (COUTO, 2015, p. 169), configurando a identidade de Brasília, que conferem a presença da articulação do desenho urbano da cidade e aproximação das escalas (monumental, gregária, bucólica, residencial). Isso são características marcante da paisagem urbanística, por meio dos espaços livres – configurando como elemento de preservação de todo o conjunto. No caso da superquadra, é fortalecido pela sensação causada também presença da cinta faixa verde aproxima a escala humana com a presença da fauna, conforto térmico e sensação de privacidade, que por sua escala agrega a participação do céu (COUTO, 2015).

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edificação (pilotis + 6 andares + subsolo)

marquise de estacionamentos

Segundo o GDF (2017), as superquadras residenciais da Asa Norte sofreu um processo de implantação mais lento que Asa Sul, e por isso a inexistência e implantação das faixas verdes non aedificandi e a falta de tratamento paisagístico interno. Isso provoca a não configuram espaços de vivências e característica de comunicação e diálogo comum com as outras superquadras, desconfigura a linguagem que descreve a superquadra. O levantamento realizado nas 60 superquadras da Asa Norte (duas quadras formam o parque Olhos D’água) apresenta o resultado da adoção efetiva do cinturão verde:

Quantidade

Implantação

06 superquadras

0% (inexistente)

11 superquadras

25% (um lado)

03 superquadras

50% (dois lados)

02 superquadras

75% (três lados)

36 superquadras

> 75% (completas)

Figura: Porcentagem de implantação da faixa verde nas superquadras da Asa Norte Fonte: Joana França (2020)

Tabela: Porcentagem de implantação da faixa verde nas superquadras da Asa Norte Fonte: GDF (2007) - Autoria (2020)

A produção paisagista no interior das superquadras não foi prevista por Costa (1991) no Relatório do Plano Piloto de 1956, uma vez que no modernismo os edifícios se tornam papel principal de articulação do espaço deixando os espaços urbanos como elementos secundários ou inexistentes. Dado o contexto da urgência da construção da cidade, as edificações eram projetadas primeiro, para depois pensar no traçado interno das vias, tornando as áreas verdes poucos exploradas. Nos dados levantados entre 370 plantas pesquisadas, Machado (2007) apresenta que aproximadamente 40 contavam com algum tipo de informação de poderia ser considerado “projeto de urbanização” da superquadra, como: praças, parques infantis, quadras de esporte, locação de árvores e suas especificações – o percentual que apenas 11% contavam com todos esses elementos listados que poderiam ser considerados de paisagismo, enquantos outros 89% eram incompletos.

Figura: Porcentagem de implantação da faixa verde nas superquadras da Asa Norte Fonte: Joana França (2020)


Relação com patrimônio Paisagem urbana Superquadra

No caso dos da paisagem urbana de Brasília, diante da repercussão e reconhecimento da cidade internacionalmente e nacionalmente, reconhece a necessidade de seu Tombamento Distrital pelo Decreto-Lei n° 10.829, de 14 de outubro de 1987, na qual será descrita a área de delimitação que agrupam a poligonal do Plano Piloto, sendo assegurada no decreto a preservação principalmente das quatro escalas que caracterizam a cidade: a monumental, a residencial, a gregária e a bucólica. No mesmo ano reconhecida como Patrimônio Cultural da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO). Em 1990, ganha o título de Patrimônio Nacional pelos menos princípios descritos pelo Tombamento Distrital. Grande parte desse tombamento e patrimonialização está pautado no valor paisagístico descrito anteriormente.

Relatório “Brasília Revisada” de 1987 1_ Escala Monumental: aspecto de monumentalidade, representada pelos espaços cívicos e características simbólicas da capital. 2_ Escala Bucólica: representada pelas áreas livres arborizada 3_ Escala Gregária: aspecto de espaços que representa maior adensamento de edificações e alturas, sendo voltados aos demais setores, como comércio, serviços e lazer e for fim, 4_ Escala Residencial: apresenta as unidades de vizinhança e superquadras, junto com aspecto da escala bucólica na configuração da sua morfologia

O termo “escala” descrito por Lúcio Costa, compreendem o entendimento da criação da paisagem urbana de Brasília. Sendo observada em primeiro momento com a relação de proporção da edificação com a escada humana, da cidade ou a “própria” superquadras, e o segundo momento consiste nos parâmetros urbanísticos adotados em cada escala e o modo de apropriação desses espaços: A partir da definição do parâmetro de comparação é possível avaliar uma eventual adequação ou rompimento com a escala adotada. As “escalas” de Brasília, nessa leitura, se afastam de qualquer relação entre objetos próximos, visualmente comparáveis, forçando os limites conceituais do “espaço mental do pensamento do arquiteto” rumo à abstração (PALAZZO, SOLÓZANO, 2016, p. 112). [...] A interpretação de Gorovitz parece sugerir que a apreensão das “escalas” de Brasília se dá na confrontação entre os diferentes setores, confrontação esta que se torna possível tão somente pelo percurso “nas pistas centrais de velocidade” do eixo Rodoviário (Costa 1957, p. 34): perspectiva tornada ainda mais explícita pela preocupação em “garantir a ordenação urbanística” das superquadras sobretudo no “segundo plano e como que amortecido na paisagem” vista desde o eixo rodoviário (Costa 1957, p. 42). (PALAZZO, SOLÓZANO, 2016, p. 112-113).

Na proposta do Decreto n° 10.829, de 14 de outubro de 1987, analisando em relação à paisagem urbana apresenta no Art nº 9 e Art nº 10, confere-se a escala bucólica um caráter principal de cidade-parque e faz interligação com a escala residencial, menciona a necessidade de proteção das áreas verdes livres. A escala bucólica na concepção de Lúcio Costa se estrutura como elemento de ligação entre as demais escalas, emolduram o Plano Piloto (IPHAN; PERPÉTUO, 2016). E a intervenção da escala bucólica no ritmo e na harmonização dos espaços urbanos se faz sentir na passagem, sem transição, do ocupado para o não ocupado – em lugar de muralhas, a cidade se propôs delimitada por áreas livres arborizadas (COSTA, 1987 apud IPHAN; PERPÉTUO, 2016, p. 65).

Mapa de escalas predominantes por áreas - IPHAN (2007) Fonte: Mapa adaptado no Qgis - Autoria (2020).

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Paisagem superquadra

elementos compõem a superquadra

elementos que configuram edificação (pilotis + 6 andares + subsolo)

áreas verdes

No caso da paisagem urbana do conjunto urbanístico de Brasília, o endereçamento a preservação e proteção do Conjunto Urbanístico de Brasília, em cumprimento do tombamento, Portaria nº 314, de 8 de Outubro de 1992 IPHAN, fica configurado algumas informações de todo o conjunto urbanístico da Escala Residencial das Superquadras (Asa Norte), sendo o Art nº 4:

uso comunitário

bancas de revistas/ quiosques

ponto de ônibus

A escala bucólica é alcançada diante ao conjunto de superquadras que pela presença de poucas edificações e sua predominância de espaços verdes em seu interior, apresenta principal característica idealizada por Lúcio Costa: a cidade-jardim.

Único acesso: entrada e saída da superquadra; Faixa densa arborizada: 20 metros de largura, em todo perímetro; Habitações conjuntas: até seis pavimentos sobre piso térreo em pilotis; Taxa máxima de ocupação: para a totalidade das unidades de habitação: 15% da área do terreno, já considerando a faixa verde (área non aedificandi); Edificação de uso comunitário: no máximo, um pavimento; Entrequadras: destina-se a edificações para atividades de uso comum e de âmbito ás áreas de vizinhança próximas, como: ensino, esporte, recreação, atividades culturais e religiosas;

Tombamento é um ato realizado pelo Poder Público como principal objetivo de preservar por intermédio da legislação e leis. Tais como bens de valores históricos, cultural, arquitetônico, paisagístico (ambiental) e valor de identidade e valor afetivo da população, fortalecendo esses laços, a fim de evitar destruição e descaracterização (ROCHA, 2011).

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acesso veículos + presença estacionamentos

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superquadra em números relação com patrimônio

Tais diretrizes comentadas pelas normas urbanísticas estão presentes no Relatório do Plano Piloto de Lúcio Costa sendo fundamentais para emolduração e unificação do tecido urbano dada a sensação de cheios e vazios das faixas verdes e das edificações, quanto a permeabilidade do solo para circulação livre. Para melhor compreensão da superquadra em termos números ditos anteriormente, com base no levantamento realizado por Brino (2003), será demonstrado valores mais significativos e didático da Superquadra Norte 207:

No estudo de Brino (2003), a área destinada aos estacionamentos por meio de uma constância de unidade habitacionais em diferentes quadras, foi possível estimular a quantidade de 2 (dois) de vagas por apartamento, e tendo em vista que 600 unidades irá corresponder a 1,200 carros por superquadra, sendo que metade seria acomodada no subsolo e o restante ao ar livre. Totalizando um total de área ao livre de 13,500m² destinados a circulação e estacionamento sendo dimensionado em 17,2% da área total e 23,4% da Área Aedificandi. Sendo ⅕ (um e meio) o valor ficaria pela metade sendo 450 vagas na área ao livre totalizando 10,125m² representando 12,9% da área total e 17,6% da Área Aedificandi.

Dimensão máxima de uma superquadra – DSmáx: 280 metros x 280 metros; Área total – AT: 78.400 m² da superquadra; Taxa de Permeabilidade – TAP – desconsiderando a faixa verde (área non aedificandi – ANE): 65%; Faixa verde de 20 metros em toda superquadra menos a área total: (área aedificandi – AE: 240 metros x 240 metros; Área Aedificandi – AE: 57.600 m²; Área Total (AT) - Área Aedificandi (AE): 20.800 m², se obtém Área Non Aedificandi. Área Non Aedificandi – ANA: 26,5% tem como área de 20.800m²; Taxa de ocupação máxima – TOmáx – da unidade habitacional externo da área verde: 15%, representa 11.760m² destinada também como Área de Projeção – AP; Área Aedificandi - Área de projeção (taxa de ocupação), ou seja, Área Livre – AL: 45.840m², que equivale a 58,5% da Área Total e 79,6% da Área Aedificandi; Área seca máxima – ASmáx – dentro da área livre não deve ultrapassar 30% de cada quadra: 23,500 m²;

Função

Usuário

Ambientes

Área (m²)

Patrimônio/Lazer

Moradores/ Pessoas externas ( Moradores outras quadras/ passagem)

Cinta arborizada - espaço de vegetação (26,5%) / caminhada e ciclovia

20,800

Lazer

Moradores/ Pessoas externas

Área de vegetação (38,5%) equipamentos públicos

30,160

Habitação/ edifícios comunitários

Moradores/ Pessoas externas

Habitação de Interesse Social Escola Classe - Bancas de revista e administração da quadra (15%)

11,760

Estacionamento (caso houver)

Moradores/ Pessoas externas

Área seca (20%)

15,680

TOTAL DE ÁREA SUPERQUADRA

78,400

Área verde gramada – ASG: 28,5%, sendo 22.344 m²;

A norma COE DEC N 596/67 (Art 35 e Art 92), compreende a existência de espaços públicos como escolas-classes e jardim de infância; banca de jornais e revistas; administração da quadra, parques infantis e quadra poliesportiva. Dentre as regras legais para bioma urbano do DF destaca-se o decreto nº 14.738/93 que regulamenta o tombamento e o corte de espécies naturais do Distrito Federal, permitindo proteger o patrimônio local – sendo apresentadas neste documento doze (12) espécies nativas do Cerrado que são tombadas como Patrimônio Ecológico do DF –, e criação de reservas ambientais no Distrito Federal, voltadas pesquisas e conhecimentos sobre o cerrado para contribuir com arborização de Brasília, e criação de parques ecológicos a fim de conservar áreas de preservação de nascentes e de mata de galerias (ROCHA, 2011).

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Figura: dimensionamento básico de elementos presente nas superquadras Fonte: com base em Brino (2003) - Autoria (2020).


paisagem superquadra análise de usuários que utilizam

Análise do perfil do usuário do pilotis será utilizada corresponde com a classificação de Gehl (2006), nele aborda aspectos da vida pública que potencializam os espaços públicos, sendo divididas em: necessárias, aquelas que partem da rotina diária das pessoas ou tarefas na qual dependem menos do espaço para realizar, como: trabalhado, esperar alguém ou o ônibus; opcionais, aquelas que resultam da vontade das pessoas para realizar e depende das condições que os espaços proporcionam, por exemplo: caminhada ao ar livre, tomar sol, conversar, sentar ou comer; e sociais, aquelas atividades que envolvem interações entre pessoas, como por exemplo: brincadeira entre crianças, conversas e outros. Lista de Usuários do pilotis quando analisadas a classificação de Gehl (2006) nas superquadras e suas atividades realizadas no pilotis: Necessárias: espaços da superquadra utilizados como passagem para ida e vinda dos blocos residenciais, entre superquadras a outra, para blocos comerciais, utilização de transporte público e estacionamentos; Opcionais: moradores dos blocos habitacionais, predominantemente para atividades de lazer: crianças e adolescentes; usuários externos e moradores utilizam como meio de passagem para acessar a área comercial para área residencial e vice-versa; cinta arborizada por apresentar caminhos contínuos e com conexão com outras superquadras são utilizadas para prática de exercícios físicos como: caminhada, corrida, andar de bicicleta; espaços centrais que possuem equipamentos são utilizados majoritariamente por moradores dos blocos residenciais; Sociais: moradores dos blocos habitacionais, principalmente crianças e adolescentes utilizam espaços que possuem equipamentos de lazer e mobiliários que proporcionem atividades como brincadeiras, conversas e etc;

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capítulo 07

diagnóstico

problemas historicamente consolidados paisagem urbana da superquadra

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Resumo dos problemas encontrados por meio do diagnóstico realizado na área da futura intervenção da Superquadra 207 Norte:

I – Implantação das espécies do cerrado, como prioritário, sem desconsiderar as espécies exóticas se tornaram identidade de Brasília; II – Falta de tratamento paisagístico interno, provocando a não configuração de espaços de vivências dentro da superquadras. Dessa forma torna as áreas verdes pouco exploradas;


Estudos de caso

Figura: Diagramas e fotos, cortes, plantas baixas Parque Urbano Shenzhen Shenwan por Aube Conception Fonte: Archdaily (2020)

Parque Urbano Shenzhen Shenwan por AUBE CONCEPTION

Falta de tratamento paisagístico interno, provocando a não configuração de espaços de vivências dentro da superquadras. Dessa forma torna as áreas verdes pouco exploradas: transformar as áreas verdes produzidas pela baixa densidade da superquadra mais espaços voltados a atividades que atendam as necessidades dos moradores com espaços de relaxamento e práticas de esportes ao ar livre.

pista de skate

Um exemplo é o parque urbano Shenzhen na China se torna espaço de amortecimento da alta densidade e verticalização tornando um elemento de conexão pessoais estabelecendo papel fundamental na promoção da qualidade de vida e do espaço urbano. o projeto oferece espaços com rede urbana de mobilidade bem definidos no parque urbano, como: vias exclusivas para pedestre e ciclistas além de espaços de tráfego de veículos com velocidade reduzida e conta com estação intermodal - espaço de embarque e desembarque, serviços de táxi, estacionamento para bicicletas e áreas protegidas de espera. O projeto foi pensado em promover a acessibilidade e conforto para o pedestre que utilizam os espaços no entorno. As áreas verdes têm finalidade que o espaço se torne uma esponja urbana. O que seria isso e porque? Sendo projetada para absorver, armazenar a água da chuva possibilita a reutilização para própria manutenção do parque, por meio da irrigação. Esse sistema criado permite a minimizar o impacto da água das chuvas no sistema de drenagem da cidade. Principal atração para as crianças é a fonte em forma de cachoeira, no qual são convidadas a brincar e interagir. Ao cair da noite, o gramado iluminado parece um oceano verde que ecoa o suave barulho da água que vem da cascata, criando um espaço tranquilo capaz de absorver todos os ruídos da vizinhança e promover uma sensação de paz e bem estar, proporcionando um alívio à correria do dia-a-dia em uma das maiores cidades da China e do mundo (ARCHDAILY, 2020)

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pista de corrida, caminhada e corrida


Estudos de caso

Boulevard White Flowers / Project Group 8 + PARK

Outro exemplo é o parque urbano que foi implantado era espaço tomado por estacionamentos, que diante ao conflitos entre carros e pedestres nessa área era perigoso pois não havia preocupação com os caminhos dos pedestres com acesso às edificações, ponto de ônibus e entre outros problemas. Como é uma espaço voltado para comunidade e público local para a população local, foram criados cenários de usos e rotas no desenho da praça (em sua maioria, os canteiros exercem uma função e uso), como por exemplo: uma praça com café, uma fonte com cobertura, espaços recreativos para as crianças com mobiliário, espaços de descanso para os pais e espaços para prática de exercícios. A praça se chama “White Flowers” em homenagem em homenagem ao romance icônico do clássico do escritor tártaro Abdurakhman Absalyamov. Assim como a praça de inspira, os espaços das crianças se chama “Natureza do jogo” sendo preenchido por elementos naturais como túneis e pequenas florestas, além de utilizar materiais de texturas naturais. Sendo projetado para diversidade de usos, ocorrem eventos como festas, festivais, feiras e possui um galpão multifuncional com deck que possibilita uso como palco para eventos pequenos

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Figura: Diagramas e fotos, cortes, plantas baixas Boulevard White Flowers / Project Group 8 + PARK Fonte: Archdaily (2020)


capítulo 8

morfologia habitacional identificada na perspectiva histórica

volumetria: bloco habitacional e fachada

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Após o fim da primeira Guerra Mundial, em 1918, os níveis de destruição eram muito significativos, e o défice habitacional tornara-se incalculável. A habitação-em-bloco era vista agora como uma alternativa eficaz para a problemática da habitação (MACHADO, 2014, p.55)

No movimento moderno passou a designar edificações modulares para finalidade de repetição no espaço urbano como solução da carência habitacional, estabelecendo a tipificação de modelos, fachadas e a formalização por habitações-em-blocos, ou seja, tipologia e forma linear.

volumetria: bloco residencial e fachadas : elemento que configura a cidade

59 130


Ficha técnica

Volumetria: bloco residencial e fachada

A produção de habitação no Brasil, são resultados das pesquisas e debates internacionais e realizações no período entre guerras, suas sínteses abordavam o problema habitacional quanto soluções estéticas e inovadoras, incorporando os princípios arquitetônicos e urbanismo defendidos nos Congressos Internacionais de Arquitetos Modernos – CIAM, no final dos anos 1920. Este contexto, no Brasil, está associado ao processo de atração para as cidades, causando pela saída da população do meio rural em busca de emprego por meio da modernização dos processos de produção. Como consequência houve o crescimento populacional (BONDUKI, 2013). Assim, parte significativa dos arquitetos envolvidos com a produção de habitação de interesse social – sobretudo no âmbito dos IAPs e do Departamento de Habitação Popular do DF – adotou a atitude de projeto concebida pelo movimento moderno, buscando compatibilizar “economia, prática, técnica e estética” (FERREIRA 1940:79), com o objetivo de viabilizar financeiramente o atendimento de trabalhadores de baixa renda, garantindo dignidade e qualidade arquitetônica (BONDUKI, 2013, p. 134)

Segundo Bonduki (2013) baseando-se no discurso do presidente Getúlio Vargas, o modelo de desenvolvimento nacional se torna sinônimo da arquitetura moderna brasileira. A questão habitacional de interesse social e políticas habitacionais, como solução da habitação, estava vinculação à três vertentes: a) nova forma de transformação relacionada à produção seria uma solução dos problemas habitacionais; b) contribuir com novas técnicas construtivas: pré-fabricados, produção em série etc; e c) fordimentação de uma política nacional de habitação, equilibrando o setor público e privado (BONDUKI, 2013).

A emergência da arquitetura moderna passa a ser assunto importante assim como o tema da habitação, no qual o principal marco representa a figura de Lúcio Costa, como forte influência, cedendo lugar ao discurso à habitação popular. “Para Lúcio Costa, a modernização da moradia teria forte influência na sociedade” (BONDUKI, 2013, p.139). O resultado mais expressivo identificado nesse processo, será adotado pelos IAPs, que propõem projetos de habitação com melhor qualidade construtiva de conjuntos habitacionais, com equipamentos públicos e básicos em contrapartida da casa própria. Ao criticar a cidade tradicional, o movimento moderno defende como principal elemento de construção das cidades ou conjuntos habitacionais, resultantes de adensamento populacional junto a equipamentos sociais e comunitários (BONDUKI, 2013). O primeiro bloco habitacional projetado pela IAPs é o Conjunto Residencial Realengo, no Rio de Janeiro, em 1939-1943, composto por 2.300 unidades habitacionais. Buscava desenvolver projetos residenciais com baixo custo para grande massa dos seus associados, chamada “moradia em edifícios coletivos”.

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As soluções adotadas para permitir a construção em série, industrializada e a altura do edifício contribui para a diminuição de valores de construção e de urbanização de implantação – escolas, serviços, comércios, espaços de lazer, redes de abastecimento de água e esgoto. Dessa forma, o IAPs começa adotar tipologias de blocos laminares de quatro andares. Sua preocupação estava fortemente relacionada com a qualidade de construção e vida do indivíduo (BONDUKI, 2013).

Estudo da disposição e volumetria dos blocos residenciais que marcam o Plano Piloto Fonte: Dados coletados do Geoportal/DF - Autoria (2020).

E vários outros conjuntos projetados pelo IAPs – Del Castilho (1.520 unidades); Bangu (5.000 unidades); Várzea do Carmo (4.000 unidades); Penha (1.300 unidades); Passo de Areia (2.500 habitantes); Vila Guiomar (3.000 unidades); e Areias (1.500 habitantes), sempre apresentando atividades complementares a vida cotidiana e básica para seus habitantes. Apresentavam na sua composição blocos com três a cinco pavimentos, dispostos livremente no terreno tornando o solo carácter público, com predominância viária racionalizado por linhas retas – em outros momentos continham pilotis, fachadas livres e estrutura construtiva independente. Os grandes edifícios destinados à moradia passam a ser as expressões mais representativas do movimento moderno: altos, isolados das divisas e envolvidos em extensas áreas verdes” (MACHADO, 2007, p. 92). Será influências para Lúcio Costa utilizar como solução em seus projetos que mais tarde será proposta para nova capital do Brasil (BONDUKI, 2013). O processo de desenvolvimento da habitação no Plano Piloto, considera a urgência da construção da capital – em 5 anos – e diretrizes urbanísticas que caracteriza a escala residencial descrita por Lúcio Costa no Relatório do Plano Piloto. Desenvolveu seis modelos de quadra compondo a implantação dos blocos para facilitar a construção das superquadras. Sem sistema viário definido, contava apenas com entrada única para as quadras, configuração de onze blocos de apartamentos retangulares de altura máxima de seis andares sobre pilotis (MACHADO, 2007, LEITÃO et al., 2009). Esta única descrição sobre blocos residenciais no Relatório do Plano Piloto para determinar o projeto urbanístico, são os parâmetros estabelecidos até hoje. É possível observar duas tipologias volumétricas: 1) nas quadras 100, 200 e 300: pavimento térreo possuem pilotis com seis andares; 2) nas quadras das 400: pavimento térreo, grande parte apresenta uso de pilotis com três pavimentos – normalmente essas edificações não é obrigatório garagem e elevadores, sendo, uma forma de baratear o acesso à moradia e permitir a diversificação socioeconômica do Plano Piloto (MACHADO, 2007; BRAGA, 2005). A implantação das edificações nas superquadras tinha com intuito urbanístico a variação e diversificação do espaço, de modo que seria garantida pela

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premissas básicas de cada escala urbana. “A relação entre as pessoas e um edifício de uma Superquadra está em constante mudança. A medida que elas se aproximam ou se distanciam o objeto adquire características de paisagem e espaço” (SOLÓRZANO, ALMEIDA, 2019, p. 14). O primeiro contato com o bloco residencial, é a densa vegetação da faixa verde que também apresenta-se como barreiras visuais de privacidade para o interior dentro da quadra e funciona como delimitador visual dos espaços de dentro da Superquadra. Conforme Solórzano e Almeida (2019), a primeira vivência do indivíduo com o bloco residencial da superquadra tem carácter visual que vai mudando de acordo com a perspectiva de observação, criando camadas de informações adicionais, sendo como observador na escala urbana como observador na escada arquitetônica: O primeiro contato com um edifício de Superquadra é visual e dependente do contexto em que o ele está inserido. Antes de passar pelo pilotis o usuário faz uma leitura do seu volume e compreende aquela construção como um todo. A partir da aproximação e observação cuidadosa a unidade do plano que caracteriza a fachada passa a ser percebida como partes de um conjunto, possibilitando identificar os limites de cada apartamento e suas divisões. Uma vez protegido pelo pilotis, o pedestre é preparado para entrar em um ambiente cada vez mais privado, passando pela entrada da prumada e o hall do pavimento até chegar à soleira da porta, última etapa antes de entrar completamente na esfera privada. Do lado de dentro de um apartamento as relações se invertem completamente. O edifício é agora o espaço envolvente e a quadra é o primeiro plano de uma retrato da cidade (SOLÓRZANO, ALMEIDA, 2019, p. 15).

Esse contato do indivíduo com a cidade a partir das atividades que acontecem ao nível do solo, de acordo com Gehl (2011), se torna significativo no primeiro andares de edifício de vários andares, diminuindo seu impacto de contato até o quarto andar. Depois desse limite, quinto andar e sucessão dos demais andares da edificação, a permeabilidade visual com o nível do solo é comprometida. Essa premissa torna as essências na vida dos habitantes da superquadras, estendendo a memórias e narrativas, sobre o solo público: Creio que houve sabedoria nessa concepção: todos os prédios soltos do chão sobre pilotis, no gabarito médio das cidades europeias tradicionais – antes do elevador –, harmoniosas, humanas, tudo relacionado com a vida cotidiana; as crianças brincando à vontade ao alcance do chamado das mães... (COSTA, 1995 apud IPHAN, 2015, p. 13).

Apesar da liberdade propostas por Costa (1991) para organização interna das superquadras, a solução adotada resultou em quadras inteiras como a mesma linguagem arquitetônica, mesmo que com uso diversificado de materiais e cores, apresentam uma uniformidade formal e visual, que acabam por representar a construção da identidade da escala residencial das superquadras de Brasília (MACHADO, 2007, LEITÃO et al., 2009; BRAGA, 2005).

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Desprezando “ausência de marcos visuais para orientação e a identidade” (MACHADO, 2007, p. 135), singular de cada superquadra e edificação, a cidade se tornou homogênea por conta da sensação de continuidade visual. A organização interna das superquadras não precisa obedecer a um padrão. Cada uma foi implantada segundo um projeto urbanístico próprio, contendo o traçado das vias e a distribuição das projeções. Contudo a adoção do sistema de projeção acabou por induzir uma grande uniformidade e quase todas as 120 superquadras do Plano Piloto apresentam um arranjo de volumes ortogonais, dispostos perpendicularmente entre si e distribuídos em uma área predominantemente ajardinada (LEITÃO et al., 2009).

Na Machado (2007), percebeu um padrão de disposição dos blocos residenciais no interior de cada superquadra, até 1988, predominante ortogonal em relação à entrada da quadra – em 97,5% dos casos (ver Figura 98) –, sendo apenas alguns blocos apresentavam disposição contrária.

DISPOSIÇÃO BLOCOS

2,50%

97,50%

INCLINADO ORTOGONAL

Figura: Disposição dos Blocos. Fonte: Dados produzidos por Machado (2007) - gráfico Autoria (2020).


Ficha técnica

Volumetria: bloco residencial e fachada

De acordo com Braga (2005), o mesmo acontece com as fachadas, quando observadas em sua implantação: I. As fachadas principais localizadas no extremos das quadras costumam ser direcionadas para fora da quadra; II. as fachadas principais localizadas no interior da quadra são direcionadas para espaços internos que possuem praças internas ou equipamentos públicos; III. as fachadas dos fundos são indicadas pela presença das torres de circulação (escadas) estão direcionadas para os estacionamento, estes, normalmente são implantados entre blocos.

SQN 106

SQN 306

de área enção v inter 7 0 SQN 2

Disposições dos blocos quanto a fachada principal: estudo levantado por Braga (2005) - SQN 106 e SQN 306 Fonte: Braga (2005) - Autoria (2020).

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Com essa análise, é possível observar um padrão de importância das fachadas. Em que a fachada dos fundos a importância visual dos cômodos que ficam para esse lado são voltadas para outra fachada dos fundos de outro bloco residencial, criando espaços de circulação pouco convidativos (estacionamentos e entradas para estacionamento), uma vez que esses espaços a circulação prioritária se torna dos carros.


Mapa satĂŠlite da ĂĄrea de estudo Fonte: Dados coletados do Google Earth (2020)- Autoria (2020).

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Ficha técnica

Figura: Diagramas das tipologias e volumétricas habitacionais presentes no Plano Piloto de Brasília. Fonte: Machado (2007).

Volumetria: bloco residencial e fachada

LEVANTAMENTO DE TIPOLOGIAS FORMAIS DE PROJEÇÃO DAS HABITAÇÕES EXISTENTES NA SUPERQUADRA por MACHADO (2007)

A evolução da projeção e dos pavimentos-tipos, que contaram com o acréscimo de volumetrias – caixa de escada e as sacadas – afetaram diretamente características volumétricas (LEITÃO et al., 2009), à descaracterizando. “No que diz a respeito á relação edifício-espaço, as novas superquadras não possuem a mesma ampliação [da projeção do bloco] que as originais, considerando que a proporção dos edifícios é bem diferente” (PARONETTO, 2015, p.46) e implicaria na configuração dos apartamentos – vazados, não vazados e semi vazados – resulta em consequências quando analisadas a ventilação e luminosidade dos ambientes (BRAGA, 2005). Essa mudança de volumetria será detalhada de acordo com códigos de edificações no Capítulo 4.6.5: Relação com Patrimônio.

SUPERQUADRA NORTE (SQN) E SUPERQUADRA SUL (SQS)

SQDN E SQDS

SUPERQUADRA NORTE (SQN) E SUPERQUADRA SUL (SQS)

SUPERQUADRA NORTE (SQN) E SUPERQUADRA SUL (SQS) - SQDN - SQDS

SUPERQUADRA SUL 207

SUPERQUADRA SUL 207

SUPERQUADRA SUL 204

LOCAIS ONDE PODEM SER IDENTIFICADOS ESSAS TIPOLOGIAS

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Ficha técnica

Volumetria: bloco residencial e fachada

A compreensão das consequências diante a implantação e soluções adotadas nas fachadas dos blocos residenciais necessita uma apresentação prévia do panorama do clima de Brasília e seus componentes atribuídas a morfologia urbana do terreno da SQN 207, como: umidade relativa do ar, radiação solar, temperatura (média, mínima e máxima), e direção e velocidade dos ventos. O material de apoio para consulta foi de Braga (2005) e de Rocha (2011), no qual seus trabalhos estão relacionados diretamente às superquadras de Brasília. Esse estudo é fundamental para determinar o conforto ambiental e arquitetônico do indivíduo no espaço.

AZIMUTE 342°

“A região onde se localiza Brasília apresenta o clima megatérmico ou tropical úmido” (EMPRAPA, 2008, p. 85 apud ROCHA, 2011), isto é, presença marcante de duas estações distintas:

AZIMUTE 358°

I. quente-úmido (inicia-se no verão) – outubro a abril – definido por dias quentes e umidade do ar maiores que o comum; II. inverno-seco – maio a setembro/agosto – apresenta dias com temperaturas mais baixas, diminuindo durante a madrugada; segure uma nova distinção, sendo o: III. quente-seco (inicia-se no inverno), caracterizado pelo mês mais seco: agosto, e mês mais quente: setembro.

AZIMUTE 216°

A cidade de Brasília está inserida ao conjunto de características tipológicas do solo, vegetação e condições morfoclimáticas que se reconhece como Cerrado Brasileiro, a qual influencia as variações de umidade relativa do ar durante o ano. Nos meses de novembro a março, ocorre a variação entre 60% a 90% de umidade por ser a época do ano que acontece mais chuvas. Já nos meses de agosto e setembro, ocorre a variação de 40% a 60%, podendo chegar a medição de valores ainda menores, entre 9% e 11%. Esses meses contribuem para complicações à saúde dos habitantes, como alergia (poeira, irritação nos olhos e nariz), problemas respiratórios (mucosas, ressecamento, sangramento do nariz) e ressecamento da pele. Diante a esses problemas, o partido urbanístico e o projetual deve ter como intuito a minimizar o desconforto causado pela baixa umidade de Brasília. Para o estudo da orientação solar na superquadras do Plano Piloto (Asa Norte), compõe a base de pesquisa para identificar horários e níveis de insolação, uma vez que grande parte dos edifícios seguem a mesma implantação: paralela ou perpendicular ao eixo rodoviário. Assim, se torna fundamental observar a carta solar da cidade. Brasília que se encontra: latitude de -15° 46’ 47” e longitude de 47° 55’ 47”.

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AZIMUTE 232°

Disposição da implantação dos blocos em relação ao norte no conjunto - Braga (2005). Fonte: Braga (2005) - Autoria (2020).


O estudo realizado por Braga (2005), apresenta o azimute, ângulo que forma com alinhamento do Norte e o objeto de estudo, no caso, Eixo Rodoviário-Plano Piloto. Nota-se a implantação dos blocos no início da Asa Norte a orientação do azimute apresenta uma diferença de 2° graus com alinhação das direções norte-sul e leste-oeste. Essa diferença vai aumentando até chegar na SQN 108, com um desvio de 18° graus. Os blocos a partir da SQN 108, são compostos por dois tipos de implantações representativas pela frequência utilizada: Azimute de 72° e 252° (Bloco A: composto pela fachadas de cores amarelo e verde) ou Azimute de 162° e 342° (Bloco B: composto pela fachadas de cores vermelha e azul).

de área enção v inter 7 0 SQN 2

Orientação dos edifícios residenciais da Asa Norte sobreposta à carta solar de Brasília Fonte: Dados coletados e transformados para o Qgis com base no estudo de Braga (2005)- Autoria (2020).

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Orientação das fachadas com relação ao norte AMARELA: leste VERDE: oeste VERMELHA: sul AZUL: norte LARANJA: noroeste PRETA: sudoeste


Ficha técnica

Volumetria: bloco residencial e fachada

A fachada leste – tipologia de implantação BLOCO A (Azimute 72°- fachada amarela) – durante a parte da manhã ao longo do ano recebe radiação solar. Ao mesmo tempo que, a fachada oeste (Azimute 252° - fachada verde) recebe durante a parte da tarde, ao longo de todo ano radiação solar, das 6 horas da manhã até 18 horas da tarde. Na tipologia do BLOCO B a fachada sul (Azimute 162° - fachada vermelha) durante os meses mais frios do ano – maio, junho e julho –, não recebem raios solares, enquanto nos outros meses do ano recebe apenas na parte da manhã. A fachada norte (Azimute 342° - fachada azul) no mês de abril até outubro recebe raios solares desde das 10 horas da manhã até o final do dia, não recebendo raios solares nos meses de dezembro, novembro e janeiro. Nos estudos realizados por SILVA (2007) em Brasília, identificou-se que: I. A fachada Leste recebe radiação solar direta todas as manhãs ao longo do ano (após o meio-dia apenas luz difusa) II. A fachada Oeste recebe radiação solar direta durante todo ano a partir das 11h (antes das 11h apenas luz difusa); III. A fachada Norte recebe luz solar direta; IV. A fachada Sul recebe, principalmente, a luz difusa; (COSTA, 2011, p. 76, grifo e numeração e coloração nossa) Com estudo será de importância pois possibilitará entender a melhor tipologia de implantação que será aplicada a superquadra 207 norte, uma vez que cada uma implantação apresenta seus pontos negativos e positivos.

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Figura: Orientação dos edifícios residenciais da Asa Norte sobreposta à carta solar de Brasília. Fonte: Braga (2005).


Com base nas informações coletadas da temperatura durante o ano (Figura) e estudo realizado por Silva (2007), conclui-se que a fachada do BLOCO A recebem insolação durante as épocas do ano mais quentes. A fachada do BLOCO B, recebe insolação em parte da manhã e toda parte da tarde. Entretanto, grande parte do ano a fachada do bloco B não recebe raios solares, tornando-se um problema para conforto térmico dos dois extremos: temperaturas quentes e outro temperaturas muito frias. Quando analisado os apartamentos não vazados seriam mais problemáticos se forem implantados seguindo a tipologia do Bloco B.

Figura: Mapa solar com dados de temperaturas durante o ano: 1) até 21 Junho e 2) após 21 Junho. Fonte: Analysis SO-LAR (Software) - Laboratório de Eficiência Energética em Edificações (2020) -- Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

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Ficha técnica

Volumetria: bloco residencial e fachada

O estudo de ventilação se apresenta como fundamental, pois afeta diretamente o conforto ambiental do usuário no uso da habitação residencial e a cidade. Em que a relação da temperatura, umidade, conforto acústico e qualidade do ar sendo afetadas diretamente pela características dos ventos predominantes de Brasília.. Os ventos vindos Leste é caracterizada pela predominância ao longo do ano, apresentar uma velocidade constante e agradável. Enquanto os ventos vindos do Noroeste, Nordeste e Norte se caracterizam pela umidade e grande velocidades, porém ocorrem com menor frequência durante o ano; e os ventos vindos do Sudoeste tem como principal característica a diminuição de umidade no ar por apresentar ventos de característica mais seca.

Vento úmido:

NORTE - NORDESTE NOROESTE

Vento predominante:

LESTE

Vento seco:

SUDOESTE

Mapa solar com dados dos ventos característicos de Brasília. Fonte: Braga (2005) - Autoria (2020).

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de área enção v inter 7 0 SQN 2

Mapa de ventos característicos na área de intervenção Fonte: Autoria (2020)

70


Para o estudo da orientação da ventilação na superquadras do Plano Piloto (Asa Norte), propõe-se identificar os ventos predominantes de Brasília por meio da configuração do tecido urbano, uma vez que grande parte dos edifícios seguem a mesma implantação, foi utilizado como base: [...] referência nas medições da ventilação, feitas em Brasília, pelo INMET (Instituto Nacional de Meteorologia) e apresentadas na tabela 3, constata-se que: I. De março até setembro - época predominantemente seca - os ventos têm a direção leste; II. De novembro até janeiro - época chuvosa e quente - a ventilação acontece na direção noroeste; III. Nos meses de fevereiro e outubro - chuvosos e quentes - a direção dos ventos é nordeste; (ROCHA, 2011, p. 80, grifo nosso)

Figura: Mapa solar com dados da ventos durante as épocas do ano: 1) Velocidades Predominantes e 2) Frequência de Ocorrência. Fonte: Analysis SO-LAR (Software) - Laboratório de Eficiência Energética em Edificações (2020) - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

71


bloco residencial análise de usuários que utilizam

Análise do perfil do usuário do pilotis será utilizada corresponde com a classificação de Gehl (2006), nele aborda aspectos da vida pública que potencializam os espaços públicos, sendo divididas em: necessárias, aquelas que partem da rotina diária das pessoas ou tarefas na qual dependem menos do espaço para realizar, como: trabalhado, esperar alguém ou o ônibus; opcionais, aquelas que resultam da vontade das pessoas para realizar e depende das condições que os espaços proporcionam, por exemplo: caminhada ao ar livre, tomar sol, conversar, sentar ou comer; e sociais, aquelas atividades que envolvem interações entre pessoas, como por exemplo: brincadeira entre crianças, conversas e outros. Lista de Usuários do pilotis quando analisadas a classificação de Gehl (2006) nas superquadras e suas atividades realizadas no pilotis: Necessárias: moradores dos blocos habitacionais; porteiro(a)s; entregadores (encomendas); feirinhas; visitas; Opcionais: moradores dos blocos habitacionais, predominantemente para atividades de lazer: crianças e adolescentes; usuários externos e moradores utilizam como meio de passagem para acessar a área comercial para área residencial e vice-versa ; uso periodicamente do salão de festas presentes no pilotis e/ou cobertura (moradores e convidados); Sociais: moradores dos blocos habitacionais nos ambientes do pilotis;

72


Relação com patrimônio

Volumetria: bloco residencial e fachada

No caso da volumetria da habitação residencial das superquadras, as normas vigentes, são: Códigos de edificações de 1960, de 1967, 1989, 1998 e por fim, vigente atualmente: 2018; NGB 11/89; Planilha de Parâmetros Urbanísticos e de Preservação (PURP 10: TP2/UP2 – Superquadras 100, 200 e 300 Norte e Sul) sendo elaborada pelo Plano de Preservação do Conjunto Urbanístico de Brasília – PPCUB e NGB 11/89. Cada uma dessas normas apresentam todos os elementos prescritos e previstos para preservação de todo conjunto urbanístico, quanto controle e características dos blocos residenciais. As mudanças realizadas pelo código de edificações contribuíram para a mudança de volumetria, e será analisada por meio da documentação de Leitão et al. (2009). No Código de Edificações de 1960, para o parcelamento e locação da volumetria na superquadra utiliza-se o termo “projeção”, que define ocupação da edificação que concede a construção apenas a partir do primeiro pavimento – ou seja, acima do andar térreo, localizado o pilotis – sendo elemento de uso público, visando sua permeabilidade visual que a princípio deveria ser totalmente aberto. Os blocos típicos retangulares de 12.5 metros x 85,00 metros configuraram apartamentos vazados caracterizados pela presença de janelas corridas (Seguindo os cincos pontos de Le Corbusier: planta livre, fachadas livres, Janelas em fita, terraço jardim e pilotis) – em que sua definição compreende em aberturas (janelas) para ambos os lados das fachadas principais permitindo ventilação cruzada – com fachadas laterais cegas, resultando na diferenciação da fachadas entre frente e fundo

(Esquema A). As fachadas da frente ou principais é comum uso de janelas corridas/panos de vidros, localizam os ambientes considerados ‘nobres’ como: sala e quartos, enquanto, nas fachada dos fundos, localiza ambiente menos valorizados por suas atividades, como: cozinha, área de serviço e dependência de empregadas. Preocupados com uniformização dos blocos residenciais e com a questão visual externa (para ocultar as atividades desenvolvidas nesses espaços), o código de 1960, exige nas áreas de serviço elementos vazados, como cobogó e brises-soleil. Por esse motivo grande parte das edificações possuem esse elementos em apenas em uma fachada (BRAGA, 2005). Enquanto no Código de Edificações de 1967, permitia a apresentação de projetos urbanísticos para superquadra e alteração das projeções das edificações caso pertence apenas a um único proprietário, desde que respeite a taxa de ocupação máxima, presença de pilotis e altura de seis pavimentos – sendo produzidas outros formatos de projeções um exemplo, sendo: forma de “H” dispostos com 45 graus na SQN 207.

73

A

B

Evolução das condições de ocupação dos blocos no pavimento tipo. Fonte: desenho com base LEITÃO et al., (2009) - apenas mudança de cores: Autoria (2020).

C

D

E


Enquanto no Código de Edificações de 1967, permitia a apresentação de projetos urbanísticos para superquadra e alteração das projeções das edificações caso pertence apenas a um único proprietário, desde que respeite a taxa de ocupação máxima, presença de pilotis e altura de seis pavimentos – sendo produzidas outros formatos de projeções um exemplo, sendo: forma de “H” dispostos com 45 graus na SQN 207. Contudo o processo de alteração da volumetria e blocos continuaram com a mesma dimensão anterior ainda com fachadas laterais cegas com adição de escadas. A construção adicional ao bloco com torres verticais, sendo locadas em áreas públicas, fez com que apartamentos sofreram alteração, apartamento vazado, podendo ser: I. semi-vazados, apartamentos que tem uma abertura em apenas uma fachada e a outra abertura do lado oposto; ou II. não vazados, apartamentos que tem apenas uma abertura em uma das fachadas (Esquema B) – diminuindo a marcação da fachada da frente e a fachada do fundo (BRAGA, 2005); III. fechamento do pilotis, não podendo ultrapassar 40% da área de projeção, sendo apresentado diversas atividades; e IV. exigência de garagens no subsolo. Quanto ao Código de Edificações de 1989/1990 incorporou os textos do código de edificações de 1967 e Brasília Revisada de Lúcio Costa. O blocos apresentam adição de sacadas de até 2,00 metros de balanço além da projeção da edificação – pelo Decisao nº 21/75-CAU (Esquema C) – mantendo a área de sacada como “compensação de áreas” pela as áreas criadas para os poços de ventilação e iluminação (Esquema D), ou seja, essa área não é computadas como área construída e sendo compensadas em balando de até um metro. “Está medida contribuiu para o desaparecimento dos apartamentos vazados e a consequente abolição da oposição tradicional frente/fundo” (BRAGA, 2006, p. 16) formalizando as fachadas. O mesmo código permitiu elementos decorativos, com balanço, como jardineiras até 40 centímetros. Outra alteração será o fechamento das fachadas com esquadrias de vidro permitindo que essa área adicional da varanda fosse incorporada ao ambiente, incorpora as alterações que havia acontecendo no Código de Edificações de 1998 (Esquema E).

74

Fica explicado assim como as dimensões do perímetro do pavimento-tipo foram sendo alteradas, passando dos originais 12,5m x 85,0 m até alcançar os atuais 18,5 m x 91,0 m, e como projeções iguais podem abrigar blocos tanto com 48 apartamentos de 84m² , quanto com 96 apartamentos de 72 m², garantindo um aumento de área útil da ordem de 70% (LEITÃO et al. 2009).

De acordo com Leitão et al. (2009), diante da alteração da volumetria e dos pavimentos-tipos, bem como, mediante alteração das normativas que compreendiam a essência da projeção, “findaram por esvaziar completamente seu entendimento” original, afinal o compreensão dos parâmetros urbanísticos de Costa no Relatório do Plano Piloto descreve informações básicas urbanísticas: gabarito uniforme e talvez seis pavimentos e a presença de pilotis, ou seja, “é a recomendação de um número máximo de andares para os blocos e não a indicação de um número específico de andares” (LEITÃO et al., 2009, p. 266). Será base de informações para no caso a NGB 11/89, que define os parâmetros urbanísticos de cada setor do Plano Piloto – sendo atrelada ao código de edificações de 1989, apresenta a taxa de ocupação da edificação de 100% e apresenta o número de pavimentos permitidos: subsolo (garagem) e os seis pavimentos sobre pilotis (térreo), sendo definia sua altura por nível de pavimentos. Consta a uniformidade de altura, porém nenhum dos códigos de edificações e de obras estabelecem uma altura máxima dos blocos residenciais, de modo que, permite que prédios com mesmo número de pavimentos possam ter alturas diferentes. A cobertura-jardim ou cobertura-plana, como elemento que estabelece a volumetria do bloco residencial – antecede a essência dos cincos pontos de Le Corbusier – solução tem como intuito a ocupação do pavimento, o conhecido ‘sétimo andar’, para criação de áreas voltadas ao ar livre. Perante os Decretos de n° 3.253, de 21 de maio de 1976, aprovando a Decisão n° 28/76-CAU, antes permitia-se a ocupação de equipamentos técnicos, como cobertura da edificação, caixas d’água e casas de máquinas. Depois da aprovação do Decreto, permitiu o uso da cobertura de até 40% da área com presença de recuos mínimos de 2,50 metros dos limites projeção da edificação, sendo liberado para usos coletivos (lazer e recreação), com altura máxima de 3,00 metros. O Código de 1998 manteve as premissas e critérios realizado anteriormente, porém sofreu algumas mudanças relacionadas a altura máxima de 3,00 metros passou para 4,00 metros – descartando a caixa d’água, casas de máquinas e demais equipamentos –, e o afastamento mínimo passou a ser em rela-

"Tanto assim que para as quadras 400 foi estabelecido um número inferior de pavimentos e as SQS 308 e 114 são tidas como paradigma de qualidade para uma superquadra e seu paisagismo, apesar de possuírem alguns blocos com apenas quatro andares sobre pilotis" (LEITÃO et al., 2009, p. 266)

-ção a laje da cobertura do pavimento inferior. Acrescentou especificações de proteção de paredes em todo perímetro com altura máxima de 1,50 metros, que quando somadas com a grade, não pode ultrapassar altura de 3,00 metros. Por fim, permitiu a ocupação parcial das coberturas para reformas privadas de moradores dos apartamentos dos últimos andares (caráter totalmente privado de uso pessoal), com a exigência do recuo mínimo – geralmente desrespeitadas – descaracterizando muitas vezes a volumetria, torna parte da volumetria principal junto com as fachadas, e o conjunto arquitetônico, com uso de materiais totalmente diferentes da fachada original. Uma solução para esse problema segundo Leitão et al (2009), seria: De qualquer modo, o problema do sétimo andar poderia ser facilmente resolvido com a exigência da manutenção do perímetro da projeção na planta do andar de cobertura, independentemente do perímetro do pavimento-tipo, para garantir a preservação do efeito visual de seis andares – estratagema adotado em inúmeras cidades mundialmente aclamadas por sua grande beleza, como Veneza, Paris e Londres (LEITÃO et al., 2009, p. 267.

Após um resumo das mudanças legais das normas, conclui-se que a volumetrias das edificações mais antigas dos anos 1950 comparadas às mais recentes dos anos 1990, apresentam proporções espaciais diferentes uma vez que evidencia o efeito de cheios e vazios (proporcionados pelo volume das varanda: normalmente em balanço com mesmo material: concreto, fechamento com vidro), e aumento da altura causada pela cobertura se tornar elemento principal na fachada.


capítulo 08

diagnóstico

problemas historicamente consolidados volumetria: bloco residencial e fachadas

Resumo dos problemas encontrados por meio do diagnóstico realizado na área da futura intervenção da Superquadra 207 Norte:

I – Sensação de continuidade visual; II – Utilização de mesmos materiais construtivos; III – Cobertura sendo elemento modernista pouco explorado e utilizado como como elemento privado e pessoal, totalmente contrário ao proposto; IV - Pouca tipologias habitacionais;

75 146


Estudos de caso

Figura: Diagramas e fotos, cortes, plantas baixas do Edifício Residencial Treehouse - Coreia do Sul. Fonte: Archdaily (2020)

Edifício Residencial Treehouse

Sensação de continuidade visual: causada pela mesma tipologias habitacionais, volumetrias e mesmo materiais; um exemplo de continuidade do bloco contemporâneo de Brasília, seguindo quase que totalmente a mesma dimensão volumétrica seria “Edifício Residencial Treehouse”, sua volumetria consiste na formação de um átrio central comum às habitações (contém cozinha comunitária, lavanderia, espaços para animais de estimação, áreas colaborativas, áreas de descanso com jardim interno fazendo a conexão de todas essas áreas) que permite o avanço da habitação para dentro desta área, tornando escalonável a volumetria da fachada.

seis pavimentos com térreo caixa de escada

terraço corredores para residências

micro-lofts ou micro-estúdios

espaços comunitários

76


Rupturas e alternativas: SQN 207

estudos de intervenções e ideias relacionada aos estudos de casos realizados

.I - Sensação de continuidade visual/ Continuidade da projeção - tamanho :Fachadas diferentes pensadas como proteção solar durante o ano II - Gabaritos diferentes III - Mesmo materiais construtivos (concreto): Uso novos materiais construtivos: madeira ou aço III - Dependendo da implantação e tipo do apartamento vazado, não vazado ou semi-vazado sofrem desconforto

Amarelo: edificações com pilotis + 6 andares Vermelho: edificações com pilotis + alturas variadas (não passando de 6 andares)

Proposta de intervenção espaços Legenda: Diagrama de proposta da superquadra sobre volumetria Fonte: Autoria (2020)

77


1 151 capítulo 9

requalificação a relação do espaço-indivíduo-edificação das área do Plano Piloto e implantação

programa básico geral de ocupação da superquadra

de habitação de interesse social

99999999999999 99999999999999 99999999999999 99999999999999


99999999999999 99999999999999 99999999999999 99999999999999 2 152


superquadra entrequadra,

programa básico para SQN 207: requalificação a relação do espaço-indivíduo-edificação das área do Plano Piloto e implantação de habitação de interesse social

3 153


espaços de intervenção características de cada escala e

propostas de projetos

4 154


Superquadra norte 207 e entrequadra 206/207 norte: espaรงo vazio entre comercial a superquadra 206 norte Fonte:

5 155

0

50m

100m


m 54,00

_planta situação

m 44,40

dimensionamentos do lote da

superquadra e entrequadra

0m

296,0

°

33,33

280,0

m 25,50 0m

125,0

m

LOTE A

m 12,50

94,70

m

LEGENDA

82,20

m

LOTE B

10,50

m 52,20

m

m 85,00

84,30

sendo realizado, escala de dimensionamento mais aproximado e que permita visualização das intervenções e soluções pensadas para este local.

0m 374,5

0m 280,0

0m

280,0

0m

ESCOLHA DA ESCALA PARA O CADERNOS

LOTE A + LOTE B

01_ DIMENSIONAMENTO LOTE DA SUPERQUADRA 207 NORTE E ENTREQUADRA 207/206

6 156

0

50m

100m


_planta curva de nível nível associada ao terreno

-10,00

criação de taludes para áreas dos pilotis

-9,00 -8,00 -7,00 -5,00

CAIMENTO DO TERRENO/ curva de nível

-6,00

-4,00

-2,00 +0,00

-3,00

-1,00

+1,00 +2,00 +3,00 +4,00

LOTE B

+3,00 +6,00

LEGENDA

+7,00

+4,00

LOTE A

+5,00

+8,00 LOTE A + LOTE B

02_PLANTA SITUAÇÃO CURVA DE NÍVEIS E SEUS NÍVEIS

7 157

0

50m

100m


_planta guia de implantação

4

mapa síntese do programa

4

1 1+8

4 1+8

ORIENTAÇÃO/

5 11

14 9

6

1+8

3 2

1+8

16 1+8

13

12 7 1+8

10

14

1+8

1+8 15

3+2

15

LOTE B LOTE A

03_ PLANTA GUIA SUPERQUADRA 207 NORTE

8 158

0

50m

100m


m 44,40

m 27,75

CINTA ARBORIZADA/ 20m todos os lados

2

3,33°

m 36,00

3

m

35,00

m 27,75

m 25,75

m 98,75

m 18,75

5m

108,7

0m 224,0

m 30,00 5,75m

22

5m 116,2

280,0

0m

108,7

5m

36,00

m

m 35,00

m 22,50

m

27,00 m

98,75

5m

m 33,00

108,7 m

m 20,00

JARDIM BLOCO RESIDENCIAL/ + cinta arborizada

m 20,00

33,00

LOTE B LOTE A

04_ PLANTA GUIA SUPERQUADRA 207 NORTE: dimensionamento

9 158

0

50m

100m


programa de necessidades: superquadra análise a partir do diagnósticos dos capítulos

anteriores

áreas verdes cinta arborizada verde

ponto de ônibus

edificação: projeção (pilotis + 6 andares + subsolo)

bancas de revistas/ quiosques

acesso veículos presença estacionamentos

uso comunitário igrejas, parquinhos infantis, quadra de futebol

passagem subterrânea para superquadras vizinhas

comércio local

280 metros por 280 metros,

Função

Usuário

Ambientes

Área (m²)

numeração de cada elemento: ( área non aedificandi

Área Total (

240 metros x 240 metros: - Área Aedificandi (AE):

Taxa de ocupação máxima

TOTAL DE ÁREA SUPERQUADRA

Figura: Fonte:

10 160

78,400

)

Área Aedificandi - Área de projeção (AP) Livre Área seca máxima Área verde gramada

:

Área

ciclovia


02_programa de necessidade: superquadra proposta para programa de necessidade

Usuário

Equipamentos / Mobiliários

Dimensão

Porque

Área para intervenção (m²)

Moradia

Edificações habitacionais multifamiliares

Beneficiários do programa (Moradores contemplados) Pessoas externas (comércio e serviços)

Circulação vertical (escada e elevadores) Circulação horizontal (corredores para entrada das habitações) Habitações (cozinha, área de serviço, sala de estar, sala de tv, banheiros, quartos) Áreas compartilhadas das habitações (salas de estudos - mini escritórios, espaços multifuncionais etc) Pilotis (espaços obrigatórios no código de 1998) Cobertura (espaços obrigatórios no código de 1998 e espaços de convívios/lazer e quadras de esporte) Estacionamento / Subsolo

variada

Habitação de Interesse Social no Plano Piloto

11,760

Educacional

Práticas Educacionais

Crianças

Escola Classe 207

Mínimo 600 m²

Presente nas quadras do Plano Piloto - ponto essencial da unidade de vizinhança.

1,200

Módulos de comércios e serviços (comércio local informal)

Mínimo de 25 m²

Ponto de vendas - ponto essencial da unidade de vizinhança (sendo presentes hoje com a bancas de revistas nas SQN)

Equipamentos Culturais e espaço de eventos da comunidade (comércio local informal)

Mínimo de 50 m²

Estrutura com intuito de promover exposições, encontros, divulgações, eventos, feiras e afins de artistas-músicos independentes que contribuem para cultura Brasiliense.

Sanitários

Mínimo de 15 m²

Atendendo a demandas dos módulos distribuídos na quadra

Espaço entre blocos

Espaço projetada com a possibilidade de eventos como feiras presente como eventos e afins de artistas independentes por meio de curadoria dos moradores em algumas superquadras ou nas comerciais

Função

Comércios e Serviços

Atividades realizadas

Edificações comércios informais

Beneficiários do programa (Moradores contemplados) Pessoas externas (comércio e serviços)

Espaço para receber eventos ao ar livre

Tabela: Fonte:

11 161

1.000


Ciclovia Caminhada

Circulação

Práticas dos habitantes que acontece na superquadra como atividades saudáveis e Conservação esportivas Preservação - cinta arborizada e envolvendo Sustentabilid a superquadra ade

Lazer

Mobilidade Urbana

Contemplação Atividades

Locomoção no Plano Piloto e na SQNs voltada principalmente para pedestre

Passeio Beneficiários do programa (Moradores contemplados) Pessoas externas (comércio e serviços)

Criança Adultos Adolescentes Habitantes e Vizinhantantes

Beneficiários do programa (Moradores contemplados) Pessoas externas (comércio e serviços)

Drenagem de água

Mínimo de 1,50m de largura

Existência das faixas de ciclovias em todas as superquadras do Plano Piloto (Asa Sul e Asa Norte)

Mínimo de 1,50m de largura Existência de pessoas que praticam atividades físicas no entorno da superquadra, por possuir calçadas mais conectadas Mínimo de 1,50m de largura entre sí permitindo um ritmo de caminhada, corrida ou até mesmo ciclovia conectando as outras quadras Em pontos estratégicos da SQN

Evitar alagamentos e conduzir à água para canais de drenagem naturais ou para infiltração

Sistema de reaproveitamento de água

Nas edificações e pavimentações

Parte da água será utilizada para própria edificação (descarga dos banheiros) e outra parte para sistema irrigação

Pavimentação Permeável

Em estacionamentos, caso houver. principalmente uso nos passeios

A água será absorvida com maior facilidade pelo solo

Fontes e parques de água

Mínimo de 50 m²

Destinados divertimento das crianças, contemplação e possíveis melhorias ao microclima da superquadra

Praças Infantil

Mínimo de 50 m²

Espaços destinados ao divertimento das crianças a fim de dissipar sua energia

Praças sombreadas e deck de sol

Mínimo de 50 m²

Espaços de contemplação e espaços em que pega sol todos os dias do ano, destinados a jovens, adultos e idosos

Espaço Jardins

dimensionamento proporcional de cada área

Plantio de árvores nativas e identificação para educaciona a população brasiliense sobre o cerrado (canteiros específicos), cada um com seu próprio layout, perfume, cor e identidade e sua paisagem muda de acordo com a estação do ano.

Quadra esportivas

27 metros x 16 metros

Atividade recreativa promovendo esforço físico

Equipamentos de musculação

4 metros x 4 metros

Atividade recreativa promovendo esforço físico

16

Ponto de Ônibus

Mínimo de 10 m² Estacionamento da superquadra seria totalmente no subsolo, ou seja, a superquadra seria principalmente voltada para o pedestre deixando o carro como segunda opção.

15.500 valor subsolo

Infraestrutura verde: piscina de água pluvial, jardim de chuva etc.

Estacionamento totalmente no subsolo, CASO HOUVER

Mínimo o tamanho da vaga:

20.800

45.840

78.400 22,405 Tabela Fonte:

12 162


diretrizes vinculadas com patrimônio superquadra

preservação garantindo características descritas nas normas e na ficha técnica atualmente

contexto urbano

relação

lâminas horizontais

altura da edificações

densidade próxima a densidade original ou maior

habitações multifamiliares + tipologias habitacionais diversificadas

acessos de veículos faixa densa arborizada de 20 metros

13 163

pedestre

área permeável de 65 %

comércio local informal


eixos de intervenção superquadra

requalificação a relação do espaço-indivíduo-edificação

01_ superquadra para pessoas

14 164

02_ volta da cidade tradicional

03_ moradias sociais

04_ espaços efémeros


01_ superquadra para pessoas proposta para programa de necessidade

A proposta está relacionada:

densidade habitacional = área de projeção = estacionamentos como seria possível considerando tombamento?

Função

Usuário

Ambientes

TOTAL DE ÁREA SUPERQUADRA

Figura: Fonte:

15 165

Porquê juntar a área destinada a estacionamento com a área destinada a projeção das habitações?

Área (m²)

78,400

PROPOSTA JUNTAR O ESTACIONAMENTO (área seca) COM HABITAÇÃO: 27,400 m²

E porque é possível essa junção?


Estacionamento = Área seca 15,680 m² =20,00% Edifícios - Projeção 11,760 m² =15,00%

Lazer 30,160 m² =38,50%

ra

Cinta Arborizada 20,800 m² =26,50%

d ua q r e

p

su

a ld

na

os aç

ão

rç po

s do

-

gi ori

p es

ro

: p ura Fig nte: Fo

Lazer 30,160 m² =38,50%

Edifícios - Projeção 27,400 m² =35,00%

Cinta Arborizada 20,800 m² =26,50%

: ura Fig nte: Fo

16 165

p va no

ra

ad

ço

pa

ro

o rçã po

do

s se

a sn

su

p

u erq


02_ volta da cidade tradicional relação do espaço-indivíduo-edificação

MODULAÇÃO

I - análise dos fluxos existentes; II - consideração dos caminhos dos desejos; III - criação de novos fluxos; IV - modulação por meio de grid de 90 graus em relação a implantação dos blocos, estabelecendo uma malha ortogonal - na parte da superquadra;

rua cidade tradicional brasileira

17 166

rua tradicional cidade do méxico

rua tradicional da cidade de Barcelona


fluxos existentes 02_volta de cidade tradicional

LEGENDA ELEMENTOS EXISTENTES

LEGENDA LOTE

LOTE A + LOTE B

05 _DIAGRAMA CAMINHOS E FLUXOS EXISTENTES

18 167

0

50m

100m


fluxos criados

02_volta de cidade tradicional

EQUIPAMENTO EXISTENTE

LIGAÇÃO ENTRE SUPERQUADRA + ENTREQUADRA + COMÉRCIO LOCAL

LEGENDA LOTE

LOTE A + LOTE B

06 _ DIAGRAMA CAMINHOS E FLUXOS CRIADOS

19 168

0

50m

100m


diretrizes de implantação da superquadra: bloco residencial

TIPO A

TIPO B

342°

GRID/orientação relação ao norte

75°

162° 255°

para 255°.

20 169

72° 3°

75° e 252°


3,75

3,75

MODULAÇÃO/grid

PORTARIA Nº 660, DE 14 DE NOVEMBRO DE 2018,

3,75 metros em 3,75 metros

07 _DIAGRAMA GRID + CINTA ARBORIZADA

21 170

0

50m

100m


diretrizes de implantação da superquadra: bloco residencial

2 1

SUPERQUADRA FORAM SUPERQUADRA/quarteirões

OUTRA

4 3

08_ORGANIZAÇÃO DA SUPERQUADRA EM QUADRANTES

22 171

0

50m

100m


2 1

4

superquadra para pessoas/ quadrantes

3

09 _IMPLANTAÇÃO BLOCO RESIDENCIAIS NOS QUADRANTES

23 172

0

50m

100m


diretrizes de implantação da superquadra: bloco residencial

B B

A

B

2

B

1

B

A

A

A A A A A

3

4 B

B B

10 _IMPLANTAÇÃO BLOCO RESIDENCIAIS NOS QUADRANTES

24 173

0

50m

100m


B B

A

B B B

A

A A 10_mapa chave caminhos síntese: diagnóstico

A A A

superquadra para pessoas/caminhos A

B B B

11 _MUDANÇA DE DIREÇÃO CAUSADA PELA IMPLANTAÇÃO DOS BLOCOS

25 174

0

50m

100m


B B

A

B B B

A

A A 12_mapa dos caminhos sem grid

A

superquadra para pessoas/calรงadas e jardins

A A A

B B B

13_PLANTA CALร ADAS E JARDINS / GRID

26 175

0

50m

100m


14_mapa dos caminhos com o grid

caminhos e jardins/escalas

I - calçadas de ligação, em cor branca; II - calçadas de ligação entre os blocos residenciais criando jardins para os próprios blocos com caminhos lineares e curvos - crescendo e diminuindo, em cor roxa; III - calçadas em diagonais, criando caminhos mais curtos entre os quadrantes, em cor azul; IVentrada única de veículos autorizados por meio de uma guarita. o caminho do carro de mão única com paradas possibilitando acessibilidade de todas edificações, em cor vermelha;

15 _ESCALAS DOS CAMINHOS

27 176

0

50m

100m


diretrizes de implantação da superquadra: bloco residencial

superquadra para blocos residenciais

pessoas/passarelas

As passarelas, cor em vermelho no desenho,

16 _RESOLUÇÃO 01: IMPLANTAÇÃO BLOCO RESIDENCIAIS NOS QUADRANTES

28 177

0

50m

100m


/circulação vertical: elevador elevador serviço e escadas

social,

17_RESOLUÇÃO 01: IMPLANTAÇÃO BLOCO RESIDENCIAIS NOS QUADRANTES

29 178

0

50m

100m


15%

15% 15%

10%

20%

superquadra para pessoas/ taludes + pilotis

10%

10%

15% 15%

10% 10%

10% 15%

15%

15% 10%

10%

10-20% 0

18_PLANTA IMPLANTAÇÃO; DECLIVIDADE EM GRAUS ADOTADO NOS TALUDES DE CADA BLOCO RESIDENCIAL.

30 179

50m

100m


bloco

nível no solo sem laje

altura pilotis até a laje

a

-2,09

4,60

b

-4,89

4,20

c

-5,29

4,60

d

-8,30

4,20

e

-8,50

4,60

f

-7,70

3,80

g

-6,89

3,00

h

-4,09

3,40

i

-3,89

3,20

j

-5,09

4,40

l

-4,49

4,00

n

-1,29

4,00

o

+1,51

4,20

p

+1,51

4,20

q

-1,69

4,20

s

-1,89

4,40

d b a

f

j

l n

g i s o

h q p

19_PLANTA IMPLANTAÇÃO; NÍVEL PILOTIS, NÍVEL TALUDES E DECLIVIDADE.

31 180

e

c

0

50m

100m


03_moradias sociais habitações de interesse social

tipologias blocos residenciais e unidades habitacionais

TIPO

Tipologias

Habitantes (por unidade)

0

28

0

1

28

2

2

54

3,5

3

81

4,5

4

108

5,5

5

108

5,5

Diagrama: Fonte:

aluguel social

Diagrama: Fonte:

32 181

PLANO PILOTO

SQN 113

SQS 308

SQN 216

SQN 207

2.500 - 3.000

1,998

1,953

4.040

4.186

680 - 800

540

528

1.092

951


_ quantitativo de tipologias nos blocos habitacionais tipologias existentes na superquadra

como chegou a 4.186 habitantes?

5

3,7

5

3,7

5

5

3,7

3,7

3,7

5

1

5

3,7

5

5

3,7

3,7

5 3,7

3,7

5

5

5

5

2

3,7

5

3

5

3,7

3,7

3,7

3,7

3,7

5

5

3,7

5

4

5

3,7

3,7

3,00

5

3,00

3,7

5

5

33 182

3,7

3,7

5


_ quantitativo de tipologias nos blocos habitacionais tipologias existentes na superquadra

1

PORCENTAGEM (%)

TIPO 0

TIPO 1

TIPO 2

TIPO 3

TIPO 4

TIPO 5

28m²

28m²

54m²

81m²

108m²

108m²

-

3%

28,5%

28,5%

20%

10%

60

83

396

263

139

70

765

385

2

2,778 UN

3

951 APARTAMENTOS 4

-

166

1,386

1,184

4,186 HABITANTES

34 183


_ evolução volumetria blocos residenciais tipologias existentes na superquadra

A B C E D 1 2

35 184


_blocos residenciais multifamiliares tipologias existentes na superquadra

2

2

1

1 2 1

1

2

1 1 1 1

1

1 2 2

20_TIPOLOGIAS BLOCOS RESIDENCIAIS: TIPO 1 E TIPO 2

36 185

0

50m

100m


_ ligação passarela dos blocos residenciais tipologias existentes na superquadra

1

3 s iai

c en

os

a op

ã aç

st

o ud

e a: ur : g i F nte Fo

37 186

lig

d las e ar ss

b

sid re s o loc


04 espaços efemeros

urbanismo como elemento de transformação

3

6 1

7 5 4 2 6

7

21_ESPAÇOS EFEMEROS: NOVOS USOS

38 187

0

50m

100m


programa de necessidades: entrequadra análise a partir do diagnósticos dos capítulos

anteriores

_____________

B TE LO

TE LO

NGB.

AD QU RE

RA

T

EN

Norma

Figura: Fonte:

39 188

A

Função

Lote

Dimensão (largura x profundidade)

Área Total (m²)

Taxa Ocupação Máxima

Taxa Máxima de Construção


Superquadra norte 207 e entrequadra 206/207 norte: espaรงo vazio entre comercial a superquadra 206 norte Fonte:

40 189

0

50m

100m


m 54,00

_planta situação geral

44,40

superquadra e entrequadra

m

dimensionamentos do lote da

0m

296,0

°

280,0

0m

0m 280,0

0m

280,0

0m

33,33

m

374,5

25,50 0m

125,0

10,50

m

LOTE A

12,50

m

94,70

m

LEGENDA

82,20

m

LOTE B

84,30

m 52,20

m

m 85,00

LOTE A + LOTE B

22_ DIMENSIONAMENTO LOTE DA SUPERQUADRA 207 NORTE E ENTREQUADRA 207/206

41 190

0

50m

100m


_planta guia de implantação mapa síntese do programa

ORIENTAÇÃO/

1 2 4 1

12

5

9

6 7

8

11

3

10

1 2

1

23_ PLANTA GUIA ENTREQUADRA 206/ 207 NORTE

42 191

0

50m

100m


CINTA ARBORIZADA/ da superquadra

conexão entrequadra e a nova superquadra norte 207/ da superquadra

24_ PLANTA GUIA ENTREQUADRA 206/ 207 NORTE

43 192

0

50m

100m


diretrizes vinculadas com patrimônio entrequadra

preservação garantindo características descritas nas normas e na ficha técnica atualmente

contexto urbano

mobilidade urbana

relação

rua 24 horas - atualização

comércio local informal

usos

altura da edificações

sensações nas escalas acessos de veículos

faixa densa arborizada como espaços espaciais de conexão

44 193

pedestre

espaços acolhedor/ que abraçam

caminhos


eixosrequalificação de intervenção do espaço entrequadra

01_ volta da cidade tradicional

45 194

02_ mobilidade urbana

03_ momentos da entrequadra: metrô , comércio, mirante e entrada


01+02_ volta da cidade tradicional + mobilidade urbana proposta para programa de necessidade

I - análise dos fluxos existentes; II - criação de novos fluxos; III - modulação por meio de grid de 90 graus a superquadra criada; IV - modulação por meio de grid circular para entrequadra;

Função

Ambientes

Figura: Fonte:

46 195


fluxos existentes 01+02_volta de cidade tradicional + mobilidade urbana

LEGENDA ELEMENTOS EXISTENTES E CRIADOS PELA NOVA SUPERQUADRA

25 _ DIAGRAMA CAMINHOS EXISTENTES

47 196

0

50m

100m


fluxos criados

01+02_volta de cidade tradicional + mobilidade urbana

LEGENDA ELEMENTOS EXISTENTES E CRIADOS PELA NOVA SUPERQUADRA

26 _ DIAGRAMA CAMINHOS CRIADOS

48 197

0

50m

100m


diretrizes de implantação entrequadra

Análise de fluxos/priorização dos fluxos Depois dos estudos de fluxos que serão criados permitindo a conexão das superquadras com a entrequadra, serão priorizados os espaços de encontros e fluxos, que será mais intenso: 1 2

1 3 4

2

3 4

27 _DIAGRAMA DE ENCONTROS E FLUXOS MAIS INTENSOS

49 198

0

50m

100m


5,00

3,75

modulação entrequadra horizontal e vertical

++++

modulação cresce ao mesmo raio de distância e centro

5,0

0

modulação circular

= desenho da entrequadra

1

A escolha da modulação circular nos pontos selecionados para o traçado da entrequadra junto a continuidade da modulação da superquadra em contribuiu para uma harmonia nos desenhos desenvolvidos para os espaços da entrequadra e criação de espaços que relembrassem as cidades tradicionais.

2

3 4

Os Pontos são traduzidos pela geometria circular considerando espaços de encontros, e serve de diferenciação do traçado usado na superquadra, criando uma identidade única para as duas escalas mesmo que siga o mesmo partido de projeto.

28 _DIAGRAMA GRID

50 199

0

50m

100m


1 2

3 4

29 _CAMINHOS FORMADOS PELO GRID

51 200

0

50m

100m


30 _DESENHO FINAL DOS CAMINHOS DA ENTREQUADRA

52 201

0

50m

100m


03_momentos da entrequadra proposta para programa de necessidade

: metrô, mirante, comércio e entrada.

São projetos que tornam representações da vida cotidiana do Plano Piloto, ao permitindo um ritmo acelerado e de respiro a cidade modernista de Lúcio Costa. Esses projetos se tornam pontos focais em cada momento da escala do pedestre, permitindo sensações diferentes a caminhada/ trajeto: 1 2 espaços verdes

3 4

5 4

5

3 A criação desses pontos formam molduras para cada dos um momentos, no qual ao longo do percurso vão se completando de forma a perceber o conjunto como um todo e todos os elementos distintos um dos outros (criando unidade de representatividade única).

2 1

31 _DIAGRAMA DOS MOMENTOS DA ENTREQUADRA

53 202

0

50m

100m


estação de metro

proposta para programa de necessidade

A estação de metrô se torna o ponto mais alto do terreno com conexão direta com o eixo central, por esse motivo, foi utilizado uma descida levemente inclinada de 3% (três por cento) deixando o caimento mais baixo com 4,80m (cinco metros). Dando continuidade até a entrequadra norte 106/106, onde seria instalado outro ponto de metrô. Essa proposta tem o conforto do pedestre como principal foco, tornando o nível da caminhada (do solo) o mesmo todo percurso, tornando eficiente a mobilidade do pedestre em todos os caminhos internos pensados.

LEGENDA/ 1 2 3 4 5

6

01 7

5

02

7

2

1

1

2

6

3 8

7

7 7

4

8 10

32_PARTE 1: ESTAÇÃO DE METRO

54 203

0

50m

100m


7

5

1

2

as ão n ç a n i incl 3% com s u o de a ã r ç g a n 90 incli e de ndo i u talud g e ais s later

7 6

3

7 7

8

4

33 _PARTE 1: ESTAÇÃO DE METRO

55 204

0

50m

100m


56 205


ideia de vegetação

Figura: Estação de Metrô - Asa Sul Fonte: https://photos.wikimapia.org/p/00/02/17/72/91_full.jpeg

A estação de metrô será mantida com a mesma identidade da usada na Asa Sul. O projeto faz com que a estação de metrô seja valorizada na paisagem urbana, tornando um ponto focal.

02

01

57 206


58 207


59 208


60 209


mirante

proposta para programa de necessidade

Por consistir no encontro de fluxos principal, foi projetado um mirante circular, criando espaço de acolhimento central para entrequadra. Esse espaço parte com ideia de ser utilizado para eventos, shows, cinema, exposições temporárias, tornando a edificação passível de modificações. Ideia foi inspirada do Masp, grande vão que fica de proteção e acolhe as pessoas no espaço; e da Pinacoteca, os espaços dentro da Pinacoteca são adaptáveis com as exposições, ambas localizadas em São Paulo. Para destacar a edificação possui uma espaço inicial junto à estação de metro em que o espaço se torna um respiro do tecido da entrequadra, e que destaca o mirante como ponto focal visto da estação de metro.

LEGENDA/

1

1 2

03

3

04

3

34 _PARTE 2: MIRANTE

61 210

2

0

50m

100m


Figura: Fonte :

Masp - Lina Bo Bardi - São Paulo

Figura:

Pinacoteca_Pin a_ São Paulo Local que normalmente ocorrem as intervenções mais ativas Fonte:

Pinacoteca_Pina_ São Paulo - TIAMM SCHUOOMM CASH! do artista José Spaniol, Figura:

Figura: Fonte:

62 211

Pinacoteca_Pina_ São Paulo - Exposição Ernesto Neto

Fonte:


1

2

3

35 _PARTE 2: MIRANTE

63 212

0

50m

100m


ALTURA EDIFICAÇÃO: medida por meio das edificações de apoio

4,20 até 4,70 pilotis ponto mais baixo + 3,60 altura pé-direito do mirante = 7,80 metros de altura;

64 213


65 214


66 215


comércio

proposta para programa de necessidade

formal e informal

1

2

esenho contemporâneo da casa de duas águas

LEGENDA/ 1 2

36 _PARTE 3: COMÉRCIO INFORMAL E FORMAL

67 216

0

50m

100m


Escala mais acolhedora para pedestre

legenda dos elementos :

volta à cidade tradicional: partido urbanístico e arquitetônico

árvores

estudo #02

estudo #01

eixo central: boulevard “desconstruído”

eixo central: boulevard

d ar lev

u bo o a ar lp

do stu e a: ur Fig te: n Fo

68 217

comércio

tra en c o eix

do

tu es

a: ur : g i F nte Fo

l tra n e oc x i e

p

ao ar

de

ído tru s on sc

d ar ev l u bo

comércio informal


69 218


70 219


71 220


72 221


entrada principal

proposta para programa de necessidade

A Entrada Principal é o marco inicial da entrequadra no qual liga visualmente o comércio local norte na sua frente, com todo o projeto da entrequadra. Esse espaço também pode-se considerar um respiro da entrequadra para ligar pontos importantes entre superquadras e a comércial. Por esse motivo foi pensando espaço para entrada e saída de carga e descarga (que acontece em horários específicos da semana e do dia) e um espaço que abraça todo o projeto da entrequadra (desenho circular).

LEGENDA/ 1 2

2

37 _PARTE 2: MIRANTE

73 222

0

1

50m

100m


_planta de implantação final mapa síntese do programa

38_ PLANTA GUIA ENTREQUADRA 206/ 207 NORTE

74 223

0

50m

100m


plano piloto habitação de interesse social superquadra norte brasília 207 modernismo pilotis lúcio costa cidade-jardim oscar niemeyer superquadra contemporânea cidade industrial morfologia urbana patrimônio habitação unidade de vizinhança fluxos usos mobilidade pilotis paisagem urbana volumetria bloco habitacional iesb escalas densidade altura fachada planta livre janela setorização habitar cidades satélites plano piloto habitação de interesse social superquadra norte brasília 207 modernismo pilotis lúcio costa cidade-jardim oscar niemeyer superquadra contemporânea altura plano piloto habitação de interesse social superquadra norte brasília 207 modernismo pilotis lúcio costa cidade-jardim oscar niemeyer superquadra contemporânea cidade industrial morfologia urbana patrimônio habitação unidade de vizinhança fluxos usos mobilidade pilotis paisagem urbana volumetria bloco habitacional iesb escalas densidade altura fachada planta livre janela setorização habitar cidades satélites plano piloto habitação de interesse social superquadra norte brasília 207 modernismo pilotis lúcio costa cidade-jardim oscar niemeyer superquadra contemporânea altura plano


CONSIDERAÇÕES FINAIS

76 225 153


plano piloto habitação de interesse social superquadra norte brasília 207 modernismo pilotis lúcio costa cidade-jardim oscar niemeyer superquadra contemporânea cidade industrial morfologia urbana patrimônio habitação unidade de vizinhança fluxos usos mobilidade pilotis paisagem urbana volumetria bloco habitacional iesb escalas densidade altura fachada planta livre janela setorização habitar cidades satélites plano piloto habitação de interesse social superquadra norte brasília 207 modernismo pilotis lúcio costa cidade-jardim oscar niemeyer superquadra contemporânea altura plano piloto habitação de interesse social superquadra norte brasília 207 modernismo pilotis lúcio costa cidade-jardim oscar niemeyer superquadra contemporânea cidade industrial morfologia urbana patrimônio habitação unidade de vizinhança fluxos usos mobilidade pilotis paisagem urbana volumetria bloco habitacional iesb escalas densidade altura fachada planta livre janela setorização habitar cidades satélites plano piloto habitação de interesse social superquadra norte brasília 207 modernismo pilotis lúcio costa cidade-jardim oscar niemeyer superquadra contemporânea altura plano


bibliográfia

TODOS OS MATERIAIS CONSULTADOS DURANTE O TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

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bibliográfia

TODOS OS MATERIAIS CONSULTADOS DURANTE O TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

CASTRO, Fernando. SEOULLO Skygarden / MVRDV. Archdaily Brasil, 2018. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/888239/seoullo-skygarden-mvrdv>. Acesso em: 06 jun. 2020. Romullo Baratto. Proposta finalista do concurso para a Moradia Estudantil da Unifesp Osasco / Grupo Garoa + Cura + Costa e Macedo Arquitetos. ArchDaily Brasil. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/771102/proposta-finalista-do-concurso-para-a-moradia-estudantil-da-unifesp-osasco-gr upo-garoa-plus-cura-plus-costa-e-macedo-arquitetos>. Acesso em: 06 jun. 2020. KARISSA, Rosenfield.Segundo lugar no concurso de projeto para um edifício híbrido na Suécia / JAJA Architects [JAJA Wins Second Prize for Swedish Housing and Market Hall Hybrid]. ArchDaily Brasil, 2014. (Trad. Baratto, Romullo) Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/758750/segundo-lugar-no-concurso-de-projeto-para-um-edificio-hibrido-na-suecia-jajaarchitects>. Acesso em: 09 jun. 2020. GRACE , Kate. Arquitetos projetam o primeiro teatro do mundo em estrutura de madeira laminada cruzada [Architects Propose World's First Prefabricated Cross Laminated Timber Concert Hall for Nuremberg]. ArchDaily Brasil, 2019. (Trad. Libardoni, Vinicius). Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/929780/arquitetos-projetam-o-primeiro-teatro-do-mundo-em-estrutura-de-madeira-lami nada-cruzada>. Acesso em: 09 jun 2020. ARCHDAILY. KB Youth Step / Faculty of Hongik University School of Architecture. ArchDaily, 2018. Disponível em: <https://www.archdaily.com/899792/kb-youth-step-faculty-of-hongik-university-school-of-architecture/>. Acesso em: 09 jun. 2020. BRAGA, Darja Kos. Arquitetura residencial das superquadras do Plano Piloto de Brasília: aspectos de conforto térmico. 2005. 168 f. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo)-Universidade de Brasília, Brasília, 2005. Disponível em: <https://repositorio.unb.br/handle/10482/2116>. Acesso em: 12 jun. 2020. IPHAN, Superintendência do IPHAN no Distrito Federal. Superquadra de Brasília: preservando um lugar de viver / Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Superintendência do Iphan no Distrito Federal ; organização e coordenação Carlos Madson Reis, Sandra Bernardes Ribeiro e Francisco Ricardo Costa Pinto; texto, Claudia Marina Vasques et al. – Brasília-DF, 2015. Disponível em: <http://portal.iphan.gov.br/uploads/ckfinder/arquivos/cartilha_unidade_vizinhanc%CC%A7a_iphan_df.pdf>. Acesso em: 15 jun. 2020. ALMEIDA, Pedro Paulo Palazzo de; SOLÓRZANO, Gabriel Ernesto Moura. Relações de escala na superquadra de Brasília: Paradigma ou mistificação? Anais… Encontro Nacional da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Planejamento Urbano e Regional - XVIII Enanpur. Natal, p. 01-20, 27-31 de maio, 2019. Disponível em:< http://anpur.org.br/xviiienanpur/anaisadmin/capapdf.php?reqid=972>. Acesso em: 14 jun. 2020. ARCHDAILYBRASIL."Edifício Residencial Treehouse / Bo-DAA" [Treehouse Apartment Building / Bo-DAA]. ArchDaily Brasil, 2019. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/935639/edificio-residencial-treehouse-bo-daa>. Acesso em: 16 jun. 2020 Equipo Editorial. "Projetos ganhadores do concurso da Semana da Madeira 2018, no Chile" [Conoce los proyectos ganadores del concurso de arquitectura de la Semana de la Madera 2018]. ArchDaily Brasil, 2018. (Trad. Souza, Eduardo) Disponível em:<https://www.archdaily.com.br/br/900624/projetos-ganhadores-do-concurso-da-semana-da-madeira-2018-no-chile>. Acesso em: 16 jun 2020.

81 230

ARCHDAILYBRASIL. "Paisagem de atividades / JAJA Architects + AI" [Activity Landscape / JAJA Architects + AI]. ArchDaily Brasil, 2016. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/801149/paisagem-de-atividades-jaja-architects-plus-ai> Acesso em: 17 jun 2020. GONZÁLEZ, Maria Francisca. “Parque Infantil Aquático Jaworznickie / RS + Robert Skitek" [Jaworznickie Planty Water Playground / RS + Robert Skitek]. ArchDaily Brasil, 2019. Disponpivel em: <https://www.archdaily.com.br/br/911141/parque-infantil-aquatico-jaworznickie-rs-plus-robert-skitek>. Acesso em: 17 jun. 2020. FERREIRA, Marcílio Mendes et GOROVITZ, Matheus. A invenção da Superquadra: o conceito da Unidade de Vizinhança em Brasília.Brasília : IPHAN / Superintendência do IPHAN no Distrito Federal, 2009. 528p. Acesso em: abril 2020. PANERAI, P. P. Análise Urbana / Philippe Panerai: tradução de Francisco Leitão; revisão técnica de Sylvia Ficher – Brasília: Editora Universidade de Brasília , 2006, p.77. 189p. – (Coleção de arquitetura e urbanismo). Disponível em: <https://issuu.com/virgiliom/docs/analise_urbana_-_philippe_panerai>. Acesso em: abril 2020. Infra-estrutura da paisagem


plano piloto habitação de interesse social superquadra norte brasília 207 modernismo pilotis lúcio costa cidade-jardim oscar niemeyer superquadra contemporânea cidade industrial morfologia urbana patrimônio habitação unidade de vizinhança fluxos usos mobilidade pilotis paisagem urbana volumetria bloco habitacional iesb escalas densidade altura fachada planta livre janela setorização habitar cidades satélites plano piloto habitação de interesse social superquadra norte brasília 207 modernismo pilotis lúcio costa cidade-jardim oscar niemeyer superquadra contemporânea altura plano piloto habitação de interesse social superquadra norte brasília 207 modernismo pilotis lúcio costa cidade-jardim oscar niemeyer superquadra contemporânea cidade industrial morfologia urbana patrimônio habitação unidade de vizinhança fluxos usos mobilidade pilotis paisagem urbana volumetria bloco habitacional iesb escalas densidade altura fachada planta livre janela setorização habitar cidades satélites plano piloto habitação de interesse social superquadra norte brasília 207 modernismo pilotis lúcio costa cidade-jardim oscar niemeyer superquadra contemporânea altura plano 82 FIM


plano piloto habitação de interesse social superquadra norte brasília 207 modernismo pilotis lúcio costa cidade-jardim oscar niemeyer superquadra contemporânea cidade industrial morfologia urbana patrimônio habitação unidade de vizinhança fluxos usos mobilidade pilotis paisagem urbana volumetria bloco habitacional iesb escalas densidade altura fachada planta livre janela setorização habitar cidades satélites plano piloto habitação de interesse social superquadra norte brasília 207 modernismo caderno de ideias do tcc costa cidade-jardim oscar niemeyer superquadra contemporânea altura plano piloto habitação de interesse social superquadra norte brasília 207 modernismo pilotis lúcio costa cidade-jardim oscar niemeyer superquadra contemporânea cidade industrial morfologia urbana patrimônio habitação unidade de vizinhança fluxos usos mobilidade pilotis paisagem urbana volumetria bloco habitacional iesb escalas densidade altura fachada planta livre janela setorização habitar cidades satélites plano piloto habitação de interesse social superquadra norte brasília 207 modernismo pilotis lúcio costa cidade-jardim oscar 83 FIM


estudos implantação #01 blocos residenciais

84

CADERNO DE IDEIAS


estudos implantação #02 blocos residenciais

85

CADERNO DE IDEIAS


estudos implantação #03 blocos residenciais

SETAS (em cor preta):

86

CADERNO DE IDEIAS


estudos implantação #04 blocos residenciais

CONEXÕES DE PASSARELAS INTERLIGANDO OS BLOCOS

87

CADERNO DE IDEIAS


estudos implantação #05 blocos residenciais

CONEXÕES DE PASSARELAS INTERLIGANDO OS BLOCOS

88

CADERNO DE IDEIAS


estudos implantação #06 blocos residenciais

CONEXÕES DE PASSARELAS INTERLIGANDO OS BLOCOS

89

CADERNO DE IDEIAS


estudos implantação #07 blocos residenciais

ENTRADA CARRO (

90

CADERNO DE IDEIAS


MODULAÇÃO

#caminhos

superquadra para pessoas

#edificações

superquadra dentro de superquadra

91

CADERNO DE IDEIAS


#comércio informal criar de permanência temporais

92

CADERNO DE IDEIAS

#eixo de esquipamentos espaços de lazer e atividades


isomĂŠtrica da proposta

93

CADERNO DE IDEIAS


isomĂŠtrica da proposta

94

CADERNO DE IDEIAS


#desenho entrequadra desenho quase ďŹ nalizado

95

CADERNO DE IDEIAS


#comercial

96

CADERNO DE IDEIAS


#caminhos 97

CADERNO DE IDEIAS


#ponto focal 98

CADERNO DE IDEIAS


estudo inicial habitação

Tipologias

Habitantes

programa de necessidades: bloco residencial

Com base nas informações coletadas a ocupação permitida por lei para a projeção das edificações na superquadra tem como limite total de 11. 760m², seguindo essa lógica foram estudadas modulações que comportem as metragens básicas de apartamentos adaptáveis (descritos no programa minha casa minha vida do governo federal), sendo a melhor opção será escolhida:

99

CADERNO DE IDEIAS


Ambiente

Função

Mobiliários

Armazenamento e preparação alimentos

Armários e bancada

Lavar alimentos

Pia

Cozimento alimentos

Fogão a gás: espaço de armazenamento gás

Sala de Jantar

Refeição

Mesa com 4 - 6 cadeiras

Sala TV / estar

Espaço de encontro principal do apartamento

Sofá 3 lugares/ sofá 2 lugares - Rack - TV até 52 polegadas

Armazenamento materiais de limpeza

Armário

Lavar roupas

Tanque - Maquina de lavar louça

Passar roupa limpa

Mesa para passar roupa

Espaço para secar roupa

Varal

Armário

Armazenamento de artigos pessoais

Higiene Pessoal

Box banheiro - Pia - Vaso sanitário

Descanso

Cama de casal ou Cama de solteiro

Home office / estudo

Mesa

Armazenamento individual

Armários

Descanso

Cama de casal ou Cama de solteiro

Home office / estudo

Mesa

Armazenamento individual

Armários

futura expansão de usos do aparamento

área extensão sem ser computada: 1,5 metros em balanço

Cozinhar

tipologia 1

Área de serviço

programa de necessidades: 58 metros quadrados

Banheiro

Quarto 01

Quarto 01

Varanda

Área (m2)

10

12

4

6

12

12

Total do Programa de Necessidades

0

56

Área tipologia mínimo + 25% para atender pessoas especiais: 54m² Total de área disponível

100

CADERNO DE IDEIAS

56m²


Ambiente

Função

Mobiliários

Armazenamento e preparação alimentos

Armários e bancada

Lavar alimentos

Pia

Cozimento alimentos

Fogão a gás: espaço de armazenamento gás

Sala de Jantar

Refeição

Mesa com 4 - 6 cadeiras

Sala TV / estar

Espaço de encontro principal do apartamento

Sofá 3 lugares/ sofá 2 lugares - Rack - TV até 52 polegadas

Armazenamento materiais de limpeza

Armário

Lavar roupas

Tanque - Maquina de lavar louça

Passar roupa limpa

Mesa específica de passar roupa

Espaço para secar roupa

Varal

Trabalhar - estudar

Mesa - Armário

Armário

Armazenamento de artigos pessoais

Higiene Pessoal

Box banheiro - Pia - Vaso sanitário

Armário

Armazenamento de artigos pessoais

Higiene Pessoal

Box banheiro - Pia - Vaso sanitário

Descanso

Cama de casal ou Cama de solteiro

Home office / estudo

Mesa

Armazenamento individual

Armários

Descanso

Cama de casal ou Cama de solteiro

Home office / estudo

Mesa

Armazenamento individual

Armários

Descanso

Cama de casal ou Cama de solteiro

Home office / estudo

Mesa

Armazenamento individual

Armários

Varanda

futura expansão de usos do aparamento

área extensão sem ser computada: 1,5 metros em balanço

0

Tipologia de apartamento tipo loft (dois andares)

Apartamento tipologia loft

Circulação vertical (escada)

6

Cozinhar

Área de serviço

tipologia 2 programa de necessidades: 112 metros quadrados

Espaço home office Banheiro 2 Banheiro 2

Quarto 01

Quarto 02

Quarto 03

Área (m2)

15

28

6

6 6 6

15

15

15

Total do Programa de Necessidades

112

Área tipologia mínimo + 25% para atender pessoas especiais: 54m² Total de área disponível

101

CADERNO DE IDEIAS

112m²


Estudo inicial para modulação das edificações duas tipologias que melhor podem atender

I MODULAÇÃO HABITAÇÃO 01

1

2

I MODULAÇÃO ESTRUTURAL:

3

4

5

6

I EDIFICAÇÃO TOTAL:

7

8

9

espaço de circulação Figura. X: Fonte:

Edifício Unidade

2

7

3

12

42

18

4

24,5

13,5

257 720 2,574 10 10,780 Tabela. X: Fonte:

102

CADERNO DE IDEIAS

Imagem. X: Fonte:

10

11

12


I MODULAÇÃO HABITAÇÃO 02

1

2

I MODULAÇÃO ESTRUTURAL:

3

4

5

6

I EDIFICAÇÃO TOTAL:

7

8

9

espaço de circulação Figura. X: Fonte:

Edifício Unidade

2

7

3

12

42

18

4

24,5

13,5

257 720 2,574 9 10,530 Tabela. X: Fonte:

103

CADERNO DE IDEIAS

Imagem. X: Fonte:

10

11

12


plano piloto habitação de interesse social superquadra norte brasília 207 modernismo pilotis lúcio costa cidade-jardim oscar niemeyer superquadra contemporânea cidade industrial morfologia urbana patrimônio habitação unidade de vizinhança fluxos usos mobilidade pilotis paisagem urbana volumetria bloco habitacional iesb escalas densidade altura fachada planta livre janela setorização habitar cidades satélites plano piloto habitação de interesse social superquadra norte brasília 207 modernismo pilotis lúcio costa cidade-jardim oscar niemeyer superquadra contemporânea altura plano piloto habitação de interesse social superquadra norte brasília 207 modernismo pilotis lúcio costa cidade-jardim oscar niemeyer superquadra contemporânea cidade industrial morfologia urbana patrimônio habitação unidade de vizinhança fluxos usos mobilidade pilotis paisagem urbana volumetria bloco habitacional iesb escalas densidade altura fachada planta livre janela setorização habitar cidades satélites plano piloto habitação de interesse social superquadra norte brasília 207 modernismo pilotis lúcio costa cidade-jardim oscar niemeyer superquadra contemporânea altura plano 104 FIM


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