Clusters Empresariais

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W794 Correia Filho, Wlademir Leite Clusters Empresariais: Fatores de Melhoria da Competitividade/ Wlademir Leite Correia Filho. Jundiaí, Paco Editorial: 2016. 88 p. Inclui bibliografia. ISBN: 978-85-4620-709-1 1. Competitividade 2. Empreendedorismo 3. Inovação Empresarial 4. Clusters I. Filho, Wlademir Leite Correia.

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Agradecimentos À minha família, que me apoiou em todos os momentos desta caminhada, em especial à minha querida mãe, Maria de Lourdes de Amorim Correia, e ao meu pai, Wlademir Leite Correia, que sempre me direcionaram na busca do conhecimento. Minha filha Priscilla e minha irmã Patrícia. Ao Professor Doutor Álvaro Lopes Dias, do Instituto Superior de Gestão de Lisboa/Portugal, pelas suas palavras de incentivo e pela partilha de informações e conhecimento. A todos os meus queridos amigos, que fazem parte do meu cluster de relacionamentos, que me incentivaram durante a realização deste livro. Muito obrigado!



“Gerenciamento é substituir músculos por pensamentos, folclore e superstição por conhecimento, e força por cooperação.” Peter Drucker



Sumário Introdução

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Capítulo 1. Crise versus Oportunidades

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Capítulo 2. Empresas e a competitividade

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Capítulo 3. Alianças estratégicas

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Capítulo 4. Cooperação e competição

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1. Tipos de alianças estratégicas 2. Clusters

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1. Coopetição

Capítulo 5. Empreendedorismo

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1. Características empreendedoras 2. Cultura empreendedora 2.1 Competitividade e inovação 2.2 Capacidades dinâmicas

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Capítulo 6. Implicações para a gestão

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Referências

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Introdução O tema clusters tem sido introduzido como um assunto de alta relevância nos estudos da gestão estratégica de negócios no Brasil, por tratar-se de uma quebra de paradigma na forma de atuação das empresas dos mais diversos segmentos e tamanhos, Visto que a prática empresarial é a da concorrência pura e não da colaboração, todo o material produzido sobre este tema torna-se uma fonte de informação para análises e estudos por parte dos discentes, docentes e pesquisadores das áreas da Administração e das demais Ciências Sociais que trabalham as práticas empresariais e suas relações nos mercados. O tema central proposto neste livro está focado na identificação dos fatores que influem na melhoria da competitividade das empresas que atuam conjuntamente, mesmo sendo concorrentes no mercado. Faz parte do cotidiano dos empreendedores buscar incansavelmente melhorias nas suas empresas com foco permanente na qualidade e na eficiência. Para isso, utilizam de maneira positiva as suas redes de contatos, chegando à formação de alianças estratégicas com seus concorrentes mercadológicos para alcançar vantagens competitivas significativas, contribuindo e buscando colaboração e cooperação com seus parceiros. Tendo a competitividade como sua melhor estratégia, os empreendedores têm sido impulsionados a superar barreiras físicas e psicológicas, utilizando as suas capacidades dinâmicas, assim como as dos seus parceiros. Vários estudos têm buscado analisar as habilidades das empresas e dos seus gestores para valorizar suas capacidades dinâmicas, desenvolvendo suas habilidades empreendedoras a fim de realizar as suas metas, aproveitar as oportunidades de forma inovativa, planejar suas ações e agregar parceiros que contribuam no desenvolvimento e crescimento empresarial. Foram esses estudos que aguçaram o nosso interesse em trabalhar este tema, contri-

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buindo para ampliar o conhecimento sobre o assunto por parte de outros interessados, sejam membros da comunidade acadêmica e/ou empresários empreendedores. Estilos de gestão, nível de confiança, desempenho financeiro, competitividade e parceria são temas específicos tratados por aqueles que buscam ser mais e melhores nas suas práticas de mercado. Esta obra tem como base a dissertação de mestrado de minha autoria sob a orientação do Professor Doutor Álvaro Lopes Dias, do Instituto Superior de Gestão – ISG de Lisboa/Portugal, que buscou analisar os fatores que influenciam a melhoria da competitividade dos clusters empresariais através do modelo teórico das capacidades dinâmicas. Isso porque uma maneira de identificar os fatores que trazem vantagens competitivas para as alianças estratégicas, como clusters empresariais, deve levar em consideração a habilidade de uma organização de desenvolver e mudar recursos para atender as necessidades de ambientes que mudam rapidamente. As habilidades das firmas em integrar, construir e reconfigurar recursos internos e externos, a fim de lidar com o ambiente no qual elas estão inseridas, reflete na habilidade organizacional de atingir novas e inovadoras formas de competitividade. Segundo Prahalad e Hamel (1990), as empresas são como um conjunto de competências e capacidades. E como tal devem atuar juntas na busca dos resultados que foram estabelecidos e planejados, levando em conta a análise do mercado competitivo. A competitividade pode ser traduzida como a aptidão de uma empresa nas suas ações em relação aos seus concorrentes. Desta forma, são fixadas estratégias e se tomam decisões compatíveis sobre quais ações serão desenvolvidas para se alcançar melhores resultados. O gestor deve alinhar as suas competências internas e aproveitar as oportunidades identificadas pelas necessidades do mercado. Para Watson (2005), há dois estilos de gestão. O primeiro é o estilo processual-relacional, no qual a organização é vista como 10


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um conjunto de relações estabelecidas conforme as características dos seus membros. A habilidade gerencial está focada na cooperação. As variáveis listadas acima se relacionam com esse estilo de gestão, pois as atitudes dos indivíduos são expressas pela interação entre os diversos elementos organizacionais, colaborando em função de acordos que atendam a propósitos individuais e coletivos advindos de suas relações sociais, econômicas, políticas e culturais; e os gestores devem interagir com os demais exercendo o poder por meio da persuasão e criação de significados comuns. O outro é o estilo sistêmico-controlador, em que o gestor trata do desenho e do controle, vendo a organização como um sistema mecanizado para alcançar metas preestabelecidas. No atual mercado em que vivemos, cheio de percalços econômios devido à crise política institucional que arrastou o Brasil para um período de sérias dificuldades econômicas e sociais, a busca por oportunidades de crescimento sustentável é uma preocupação de todos os empreendedores e empresários que têm buscado fazer a sua parte para sair da crise. O país começa a ser passado a limpo e ações empresariais e mercadológicas consistentes serão fundamentais para a construção de um novo modelo econômico e social.

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Capítulo 1. Crise versus Oportunidades O desenvolvimento de novas competências é uma exigência cada vez maior que o mercado do século XXI impõe às empresas, para que possam participar ativamente e ter um diferencial frente à forte concorrência instalada. Crises e dificuldades têm levado as empresas competitivas a mudar as formas de ação. Neste sentido, a busca de maior qualidade e eficiência e a melhor utilização das suas redes de contatos, inclusive com a formação de alianças estratégicas, têm sido empregadas como vantagens competitivas importantes. O incremento da competitividade, num mundo globalizado, é sustentado por uma profunda análise e desenvolvimento das organizações nos seus aspectos internos e externos. Falta de escala, barreiras mercadológicas e acesso ao crédito são alguns dos entraves que as empresas buscam superar. A cooperação interfirmas assume cada vez maior relevância dentro desta situação mercadológica, de modo que juntar esforços pode ser uma estratégia fundamental na busca de competitividade. Para Porter (1998), em uma economia global, as vantagens competitivas duradouras são cada vez mais suportadas por elementos localizados, como conhecimento, motivações e relacionamentos, estabelecidos em um espaço geográfico ou região aos quais empresas rivais não têm acesso. Atividades de colaboração com outras empresas, ou seja, a utilização de atividades de parceria é uma maneira encontrada pelas empresas não só para sobreviverem no mercado, como também para aumentarem a sua competitividade. Novas oportunidades de mercado são buscadas por empresas que visam aprimorar a sua veia empreendedora na busca da 13


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realização das suas metas e objetivos, desenvolvendo novas capacidades e conhecimentos. Neste contexto, uma vantagem competitiva importante é a capacidade de se trabalhar, em alianças, com outras empresas parceiras. As oportunidades devem ser buscadas com uma visão aguçada para o mercado, identificando necessidades não satisfeitas e/ou problemas apresentados pelo público-alvo. Segundo Dunning (1995), a colaboração entre empresas é considerada agora a primeira e melhor opção, e não mais vista como a última alternativa disponível. A cooperação, como estratégia, traz grandes transformações para as empresas e tem motivado uma significativa e crescente exigência de requisitos de capacitação e aprendizado para os participantes que integram qualquer rede cooperativa. No meio acadêmico, esse campo de pesquisa vem se solidificando, empregando diferentes abordagens e teorias, principalmente a partir da década de 1980, quando a competição internacional e o rápido desenvolvimento tecnológico forçaram a reestruturação das empresas norte-americanas. Micro, pequenas e médias Empresas (MPME’s) sofrem impactos ainda mais intensos dos desafios competitivos contemporâneos, principalmente por terem poucas competências e capacidades internas. Uma solução para isso que tem sido utilizada com sucesso, com vistas a aumentar a competitividade, é a participação em aglomerações de firmas engajadas em atividades similares e até mesmo complementares – chamadas clusters. Desta forma, é importante que os empreendedores, ao construírem ou reconstruírem seu planejamento estratégico, percebam nas suas estratégias que trabalhar de forma isolada, analisando unicamente as suas forças, presentes no ambiente interno da empresa, neste novo momento econômico e social do século XXI pode ser insuficiente e que a palavra base, hoje, é colaboração para a busca de uma melhor competitividade.

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Capítulo 2. Empresas e a competitividade A formação de parcerias estratégicas exitosas tem sido um dos aspectos que têm chamado a atenção no ambiente de negócios, tanto por parte das outras empresas quanto e das entidades representativas e de apoio empresarial aos empreendedores sediados nas diversas regiões do Brasil. Em Manaus, casos de sucesso foram construídos nas áreas de comércio de material de construção, drogarias, autopeças, indústrias de sorvetes, entre outros. Conhecendo esses casos e por ter acesso às empresas membros, busquei identificar quais os fatores que trazem vantagens competitivas para essas alianças estratégicas – clusters empresariais –, buscando como referência base: a compatibilidade nos estilos de gestão das empresas e melhoria da competitividade dessas, nível de confiança positivo entre os parceiros organizados em alianças estratégicas, capacidade empreendedora, desempenho financeiro e de mercado. Alcançar vantagens competitivas para sobreviver e se desenvolver no mercado altamente competitivo tem impulsionado as micros, pequenas e médias empresas a associarem-se em redes locais como clusters e arranjos produtivos locais (APL’s). Grandes empresas têm utilizado estratégias de alianças e até mesmo fusões para dominar o mercado globalizado do século XXI, passando a definir o ritmo e o padrão de concorrência mercadológica em praticamente todos os setores da economia local, regional e nacional. No caso do estado do Amazonas, que é conhecido por ter um polo industrial forte e centralizado na sua capital Manaus, com a presença de grandes empresas internacionais instaladas,

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