Atividades Humanas e Qualidade da Ă gua
Cartilha 2
SUMÁRIO INTRODUCÃO..........................................................................
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1.ATIVIDADES HUMANAS E QUALIDADE DAS ÁGUAS............. 5 2.CONTAMINANTES PRESENTES NA ÁGUA............................
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3. EFEITOS DA POLUICÃO E DA CONTAMINACÃO DAS ÁGUAS............ 20 4.DOENCAS TRANSMITIDAS PELA ÁGUA............................... 28 5.ÁGUA – CONHECER PARA CUIDAR...................................... 36 6.GLOSSÁRIO.......................................................................... 44 7.BRINCADEIRAS E EXPERIMENTOS....................................... 49 8.REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................... 55
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APRESENTACÃO A preservação e os diversos usos da água, o recurso mais importante do nosso Planeta, foi apresentado e discutido com você na Cartilha “Água no Planeta e Ciclo da Água”. Ampliando a discussão sobre a importância da água e saúde ambiental e os impactos causados ao meio ambiente, em função das atividades humanas, estas temáticas são apresentadas nesta cartilha. A Cartilha “Atividades Humanas e Qualidade da Água” vai demonstrar quais são os principais contaminantes que o homem produz e descarta no meio ambiente sem o devido tratamento, prejudicando a vida de milhares de espécies vivas. Durante a leitura da Cartilha, você também entrará em contato com temas como: os efeitos da poluição, as principais doenças transmitidas pelo recurso hídrico e como as atividades do homem implica na boa ou má qualidade da água. Mas, o melhor de tudo é que ainda há tempo para reverter esta situação. Vamos aprender?
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INTRODUCÃO ´
A poluição e a contaminação da água são problemas globais causados pelo uso inadequado e intensivo deste recurso natural: o crescimento populacional com a maioria das pessoas vivendo nas áreas urbanas, gerando aumento no consumo da água e de outros recursos naturais para se manter o estilo de vida atual, e, se considerando que o descarte do lixo não segue a legislação, ou seja, os resíduos sólidos e efluentes líquidos, dentre eles o esgoto industrial e doméstico, ocasiona a situação atual que vemos nas cidades – rios poluídos, contaminação do ar e do solo e a disseminação de doenças na população. O cenário nacional mostra que a maioria da água consumida no país vai para a agricultura, indústrias e para o abastecimento humano e animal. Todas essas atividades causam impactos na qualidade dos recursos hídricos, desde que não usada adequadamente, o que prejudica todo o ciclo da água, uma vez que pode estar contaminada. Especialmente, quando consideramos o esgotamento sanitário de áreas urbanizadas, cujo efluente não é tratado e despejado diretamente nos corpos d’água (rios, igarapés e córregos), na maioria das vezes. Os efeitos gerados por essas atividades podem ser trágicos. Além da baixa qualidade da água, podem provocar acidentes ambientais que impactam de maneira socioeconômica o local contaminado. E,
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também, podem causar a propagação de doenças, principalmente para as crianças e idosos, colocando as pessoas em risco de vida. Diante desta situação, a necessidade em se buscar alternativas e soluções vem junto com todos os problemas. Pensando nisso, diversas iniciativas de mitigação, melhoria e mudança de cenário já existem e funcionam muito bem. Portanto, é preciso ir atrás de conhecimento, de alternativas de baixo custo e que possam ser aplicadas para aquela realidade.
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1. ATIVIDADES HUMANAS E QUALIDADE DAS ÁGUAS Você sabe dizer quais são as atividades humanas que prejudicam a qualidade das águas? E quais são os maiores problemas, onde eles acontecem e de que forma afetam a água qualitativamente? Vamos descobrir? O crescimento populacional brasileiro e seu desenvolvimento urbano implicam diretamente na evolução dos usos da água. Como é mostrado na figura 1, no Brasil o recurso hídrico é utilizado principalmente para a irrigação (com uma porcentagem alarmante de 67,2%). Em seguida, para o abastecimento animal (11,1%), e depois para as atividades industriais (9,5%), abastecimento humano urbano e rural, com 8,8% e 2,4%, respectivamente, mineração (0,8%) e, por fim, na geração de energia termelétrica (ANA, 2017). As atividades antrópicas, ou seja, aquelas realizadas pelo homem, impactam significativamente a qualidade das águas superficiais e subterrâneas. As superficiais são contaminadas pelo lançamento de efluentes e manejo de solos, em sua maioria. As subterrâneas podem ser contaminadas por atividades agrícolas intensas próximas a águas de recargas de aquíferos, principalmente. (ANA, 2017). A ação do homem tem causado o aparecimento, cada vez maior, de contaminantes nas águas. Esses químicos provêm de pesticidas,
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subprodutos agrícolas e industriais, despejos acidentais ou resíduos domiciliares. Outros tipos de contaminantes são os patogênicos, como os coliformes fecais, que indicam água contaminada por esgotos domésticos (ANA, 2013).
Irrigação
Abastecimento Animal
67,2%
Mineração
11,1%
Total de consumo 1.081,3 m³/s
0,8%
Termoelétricas
0,3%
Indústria
9,5%
Abastecimento Rural
Abastecimento Urbano
8,8%
2,4%
Figura 1: Total de água consumida no Brasil (média anual). Fonte: ANA, 2017.
Na figura 2 é possível identificar as principais cargas poluidoras de água no Brasil. Na área urbana, a poluição é causada através de esgotos domésticos e industriais; e, contaminação por cargas orgânicas (Nitrogênio e Fósforo). Na área rural, além da contaminação das águas por eliminação de gases de animais ruminantes, a poluição também pode ser provocada pela atividade agrícola, sedimentos e nutrientes provenientes de processos erosivos do solo.
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Figura 2: Principais cargas poluidoras de รกgua. Fonte: ANA, 2017.
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As principais atividades agrícolas que afetam a qualidade dos recursos hídricos são: adubação, agrotóxicos, espalhamento de estrume, confinamento de animais, irrigação, silvicultura e aquicultura (ANA, 2013). As práticas agrícolas estão ligadas com a contaminação das águas por nitrato, ao aporte de nutrientes em excesso conhecida como eutrofização, aos agrotóxicos que escoam superficialmente e às alterações dos padrões de erosão e sedimentação. Uma das principais fontes de poluição das águas é o despejo de esgotos domésticos sem tratamento prévio adequado. O que causa a contaminação de córregos e rios (ANA, 2013), e, consequentemente, doenças na população que vive próximo a esse corpo de água. Problemas de qualidade de água também são gerados a partir de atividades de mineração. Os produtos de mineração e perfuração de poços para exploração de petróleo geram subprodutos, ou seja, produzem além do produto principal, grandes quantidades de outras substâncias que não serão utilizadas e precisam ser descartadas. E é esse descarte o grande desafio para as indústrias mineradora e petrolífera, pois, mediante a sua periculosidade, em casos de acidente, afeta a qualidade das águas superficiais e subterrâneas do entorno ou mesmo em locais bem distantes de onde o acidente ocorreu. A drenagem da água residual de mineração tem uma tendência a apresentar quantidades elevadas de metais pesados como chumbo, cobre, arsênio e zinco, compostos de enxofre, mercúrio e outros materiais utilizados durante o processo de mineração (ANA, 2013), os quais são extremamente contaminantes.
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Atividades antrópicas no Amapá Vamos conhecer quais são as principais atividades humanas no Amapá e suas consequências ao meio ambiente? O Estado do Amapá apresenta um histórico importante no que diz respeito à mineração. Pois, há anos tem mostrado características ideais para a extração de minérios em sua região (MME, 2010). Entretanto, essa atividade causou e ainda causa, até os dias de hoje, grandes impactos na sociedade amapaense (Simões, 2009). Isso ocorre pelo uso indiscriminado de mercúrio na mineração de ouro. Atividade que cresceu radicalmente na região norte da Amazônia nas duas últimas décadas (WWF-Brasil, 2017). Outros fatores que afetam a qualidade da água são as construções de barragens utilizadas para armazenamento de água, para fins recreativos, de irrigação ou para controle de inundações. Qualquer sistema construído pelo homem altera de alguma forma o meio ambiente. O impacto ambiental das barragens construídas alteram o fluxo natural das águas (rios) (ANA, 2013). Quando você pensa no impacto das atividades humanas na qualidade de água do país e do mundo, fica cada vez mais claro que o homem e suas atividades, que buscam o desenvolvimento econômico, são os principais causadores dos problemas. O crescimento populacional e a urbanização também afetam a saúde humana através do aumento da demanda de água, a qual contribui cada vez mais para a escassez de água, com possíveis implicações ao acesso à água potável, de maneira confiável com qualidade (UN Water, 2012).
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para refletir Você já jogou qualquer tipo de resíduo em um corpo d’água próximo da sua casa? Concorda que o grande problema que permanece enraizado em nossa sociedade é essa prática antiga e insustentável de utilizar rios como veículo de transporte para dejetos e esgotos? Afinal, rios são recursos que devem ser conservados limpos e saudáveis (VIGIL, 2003).
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2. CONTAMINANTES PRESENTES NA ÁGUA A poluição das águas ocorre de diversas formas, como vimos anteriormente. Essas atividades poluentes contribuem diretamente para a presença de alguns tipos de contaminantes que podem permanecer na água por longos períodos. Esses contaminantes prejudicam a qualidade da água para usos atual e futuro. Os contaminantes que aparecem presentes na água são, de maneira geral, resíduos químicos tóxicos, microrganismos patogênicos (vírus e bactérias), nutrientes (compostos nitrogenados e fósforo), sedimento erodido nas margens dos rios, alteração na temperaturas da água (descarga de água que foi utilizada no resfriamento de Usinas Hidrelétricas) e lixo flutuante em diferentes corpos de água (Calhoun, 2005). Nutrientes em excesso são o tipo de contaminação mais comum que existe. Estão geralmente relacionados com uma quantidade elevada de Nitrogênio e Fósforo utilizado em plantações agrícolas. Esses contaminantes provocam supercrescimento de plantas vasculares (ex.: aguapé), florações de algas, reduzem os níveis de oxigênio, causando a eutrofização da água. E, a longo prazo, podem eliminar espécies de organismos aquáticos presentes em determinado corpo de água (ANA, 2013). A figura 3 explica de maneira objetiva o entendimento deste processo.
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Figura 3: Processo simplificado de eutrofização da água. Fonte: https://goo.gl/L4R3a1
A sedimentação (formação ou acúmulo de sedimentos), a partir da erosão, é um processo natural da natureza. Entretanto, as atividades humanas, como desmatamento e retirada da mata ciliar, acabam alterando e intensificando esse processo, mudando significativamente o volume e o momento de entrada desses sedimentos nos corpos de água, desde que feita de maneira inadequada. Toda essa mudança
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pode provocar, ao contrário do excesso de nutrientes, a redução da produção primária, danos em habitats de desova, prejudicando plantas, peixes e organismos invertebrados que vivem no fundo do corpo de água (ANA, 2013). Este processo é demonstrado na figura 4.
Figura 4: Contaminação do rio por sedimentação erodida. Fonte: https://goo.gl/8VMcEu .
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A água também pode sofrer alterações a partir da mudança na sua temperatura. Esse parâmetro físico da água é fundamental para as funções biológicas dos organismos aquáticos, como a desova, migração e metabolismo. Também tem influência na velocidade das reações químicas da água, na taxa da fotossíntese e, em como os organismos aquáticos são afetados por poluentes, patógenos e parasitas (Carr & Neary, 2008). Outra contaminação bastante comum nas águas de superfície e de subsolo é ocasionada por organismos patogênicos, principalmente em países em desenvolvimento, cujo acesso à água potável limpa e segura ainda não é disponível para toda a população. Os organismos causadores de doenças são: bactérias, vírus e protozoários. A introdução desses agentes contaminantes é causada por fezes humanas ou animais (Carr & Neary, 2008). Ou seja, contaminação resultante do lançamento de esgoto sem tratamento.
Voce sabia Você sabia que os organismos patogênicos representam uma das principais ameaças à saúde humana no Planeta (Carr & Neary, 2008). Substâncias químicas, como os metais traços, podem agir como elementos tóxicos e poluidores, pois apresentam propriedades prejudiciais ao ambiente e podem passar de um organismo ao
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outro na cadeia trófica, processo definido como bioacumulação (Martins, Nogueira, Ribeiro, Rigo, & Candido, 2011). Ou seja, esses metais possuem uma tendência a acumular no tecido de organismos aquáticos que podem ser ingeridos por você ao se alimentar deles. E, uma longa exposição ou uma exposição a altas concentrações desses químicos, podem causar doenças.
Por exemplo O mercúrio é um metal que aparece como subproduto de atividades industriais, como a mineração. É considerado altamente tóxico, pois se bioacumula em organismos aquáticos presentes em rios próximos a descarga de efluentes de mineração. Os peixes e moluscos podem absorver altas concentrações de mercúrio. Esses animais, quando consumidos, expõe as pessoas a teores muito mais elevados que as encontradas em corpos de água (Figura 5), o que causa uma grande ameaça à saúde da população (ANA, 2013). Uma pesquisa realizada pela WWF-Brasil e Instituo Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) no Parque Nacional do Tumucumaque e na Floresta Nacional do Amapá em 2015, mostrou, que das 8 espécies de peixe mais consumidas pelos habitantes, 5 delas excederam o limite de mercúrio permitidos pela Organização Mundial de Saúde (OMS) (WWF-Brasil, 2017).
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Figura 5:Exemplo de bioacumulação de mercúrio em rios e sua absorção nos organismos e humanos. Fonte: https://goo.gl/ANMnRc
SAIBA MAIS: Quatro rios do Amapá têm peixes com nível elevado de mercúrio, aponta estudo. Acesse: https://goo.gl/oQrWUq Estudo aponta alta contaminação de peixes por mercúrio em todas as bacias hidrográficas do Amapá. Acesse: https://goo.gl/oQrWUq
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para refletir A legislação brasileira exige uma concentração de mercúrio para peixes predadores de 1mg/kg, definida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Essa quantidade é o dobro da estabelecida pela OMS. Esses valores só seriam aceitáveis caso esses peixes não fossem consumidos frequentemente, que não é o caso (WWF-Brasil, 2017). Portanto, isso nos leva a um questionamento: até onde a legislação brasileira se encaixa na realidade do Estado do Amapá?
Fonte: UFF, 2018
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3. EFEITOS DA POLUICÃO ´ E DA CONTAMINACÃO DAS ÁGUAS ´ Você já viu nos capítulos anteriores como as atividades humanas afetam a qualidade das águas e quais são os principais contaminantes dos corpos hídricos. No terceiro capítulo, você entenderá os efeitos da má qualidade da água e de seus contaminantes no meio ambiente e na saúde humana. Todos os fenômenos que acontecem no Planeta possuem causa e efeito. As atividades humanas são a causa da má qualidade das águas, através de diferentes contaminações. Logo, essa causa gera um efeito. Esse efeito corresponde a problemas ambientais, sociais, econômicos e de saúde pública. A agricultura aparece como o principal agente poluidor. Essa atividade é responsável pelo uso de fertilizantes, pesticidas, herbicidas e inseticidas contra a presença de pragas em suas culturas. Quando usados inadequadamente, essas substâncias são carregadas pela chuva até atingirem os rios (Andrade, 2014). A poluição através da agricultura irrigada acelera a eutrofização dos corpos d’água, causando seu assoreamento e a redução do
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oxigênio, que causa a morte dos peixes por asfixia (Andrade, 2014). Além da perda da biodiversidade, essa atividade agrícola também diminui o uso da água para o abastecimento das comunidades locais, pois o recurso que poderia ser utilizado foi poluído (Figura 6). O setor que mais utiliza água no país é o agrícola. As áreas de irrigação crescem em média mais de 4% ao ano no Brasil. Portanto, quanto maior o uso da agricultura irrigada, cada vez maior será o uso de água (ANA, 2017).
Figura 6: Aplicação de agrotóxicos em atividade agrícola. Fonte: https://goo.gl/cAaCgv
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para refletir Enquanto ainda existem locais com abastecimento de água precário, o crescimento médio de áreas irrigadas é de mais de 4% ao ano. Embora o crescimento das atividades agrícolas aumente a produção de alimento e melhore a economia local, coloca em risco a qualidade das águas e seu uso para o abastecimento humano. Não parece justo ter que escolher entre o desenvolvimento socioeconômico, a preservação dos recursos naturais e o nosso Direito Humano à água, certo? Outra atividade antrópica que devemos dar atenção aos efeitos causados é a mineração. No Brasil, a mineração aparece como a indústria extrativa (retira recursos da natureza) que mais consome água no Brasil. Esta atividade é predominante nos estados de Minas Gerais e Pará. (ANA, 2017). Os efeitos da mineração são diretamente proporcionais à quantidade de água consumida. E a periculosidade em causar acidentes sociais e ambientais é enorme, vide os casos recentes de Mariana e Brumadinho, em Minas Gerais.
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Voce sabia Você sabia que a mineração é a atividade econômica que menos aplica cuidados ambientais? Isso acontece porque são instaladas muito longe dos centros urbanos, ou seja, longe de pessoas que poderiam tentar interferir na atividade. Dessa forma, se sentem bastante à vontade para realizar seus processos rotineiros absurdamente degradantes. E também existem casos, em que após a finalização da mineração, os efeitos da atividade na região não conseguem ser revertidos e permanecem no local por período indeterminado. Essa atividade consome volumes astronômicos de água, do início ao fim. Os efeitos adversos na natureza são, dentre outros: aumento da turbidez e consequente alteração na penetração da luz no interior do corpo d’água; variação no pH da água, tornando-a mais ácida; derramamento de óleos, graxas e metais pesados (substâncias com níveis tóxicos elevados que causam sérios danos a qualquer ser vivo que entra em contato com elas); diminui o oxigênio presente na água; e, provoca o assoreamento nos rios. Todos esses parâmetros afetam diretamente as espécies que utilizam o corpo hídrico como seu habitat (Portella, 2016).
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Você se lembra do desastre (crime ambiental) relacionado a uma mineradora, que ocorreu em Mariana – MG? Foi notícia no mundo todo. A barragem do Fundão se rompeu em 5 de novembro de 2015, lançando um volume estimado de 34 milhões de m3 (equivalente a 13.600 piscinas olímpicas) de rejeitos de mineração. Vidas foram perdidas, além de gerar impactos socioeconômicos e ambientais imensuráveis na bacia do rio Doce (Figura 7). As ondas de lama provocadas pelo rompimento percorreram mais de 650 km até a foz do rio, no litoral do Espírito Santo. A alta carga de sedimentos que atingiu os corpos d’água da bacia interrompeu o abastecimento de água das populações atendidas pelo rio Doce, além do comprometimento dos demais usos a longo prazo.
Figura 7: Vista aérea de Bento Rodrigues, Mariana (MG), após rompimento da barragem do Fundão. Fonte: https://cidadeverde.com/noticias/211116/mariana-e-o-maior-acidente-mundial-com-barragens-em-100-anos
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Outra poluição que afeta os corpos hídricos e gera efeitos desastrosos a sociedade é o lançamento de esgoto e lixo nos rios. O problema ocorre quando a carga de efluente é muito maior que a capacidade daquele ecossistema de se recuperar e diluir estes poluentes (Oliveira E. J., 2017). Contaminantes orgânicos além de produzirem efeitos como a eutrofização (processo tratado no capítulo anterior), também podem causar florações de cianobactérias (Oliveira E. J., 2017). Além de provocar gosto e odor ruim na água (Figura 8).
Figura 8: Poluição de rio através do lançamento de esgoto não tratado. Fonte: http://g1.globo.com/pi/piaui/fotos/2012/11/beleza-e-poluicao-no-rio-parnaiba-em-teresina.html
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importante Doenças de veiculação hídrica são um dos principais efeitos do lançamento inadequado de esgotos em corpos hídricos. Considerada um dos maiores desafios das sociedades atuais de países em desenvolvimento. Pois, de acordo com a ONU, aproximadamente 2,3 bilhões de pessoas sofrem com doenças associadas a poluição da água. E mais de 5 milhões de pessoas morrem todo ano por esse motivo (Calhoun, 2005). Tragédias causadas por falta de infraestrutura, por negligência do poder público e privado e falta de responsabilidade social e ambiental são piores do que qualquer outra, uma vez que podem ser evitadas.
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4. DOENCAS TRANSMITIDAS ´ PELA ÁGUA São inúmeras as doenças provocadas pelo consumo ou contato com água de má qualidade. Esse tipo de doença está normalmente relacionado à falta de saneamento básico. Doenças transmitidas pela água são as que mais afetam a humanidade em todo o mundo. Inundações e secas provocadas pelas mudanças climáticas ou pelas características de determinada região podem afetar a infraestrutura de abastecimento de água do local e o saneamento das residências, podendo assim, causar riscos à saúde (WHO, 2018). Quando inundações ocorrem (Figura 9), contaminantes fecais são disseminados e aumentam os riscos de surtos de doenças transmitidas pela água, como, por exemplo, a cólera. Além disso, existe a escassez de água devido à seca, que pode elevar os riscos de doenças diarreicas (WHO, 2018).
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Figura 9: Enchente do Rio Amaparí/ AP. Fonte: http://g1.globo.com/ap/amapa/amapa-tv/videos/t/edicoes/v/nivel-do-rioamapari-atinge-mais-seis-metros-e-deixa-moradores-em-alerta/4015759/
Voce sabia Você sabia que em todo o mundo, os mais atingidos por doenças transmitidas pela água são as crianças? Doenças diarreicas transmitidas pela água, por exemplo, são responsáveis por 2 milhões de mortes a cada ano, com a maioria ocorrendo em crianças menores de 5 anos (WHO, 2018). Outro dado mundial mostra que 125 milhões de crianças abaixo de
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5 anos vivem em casas que não possuem acesso a água potável. E 280 milhões de crianças, também abaixo dos 5 anos, vivem em domicílios sem saneamento básico (ANA, 2013). Fatores como água insegura para consumo, falta de saneamento básico e higiene correspondem a 18% das mortes de crianças menores de 5 anos. Ou seja, é uma das principais causas de mortalidade entre crianças nos países em desenvolvimento (ANA, 2013).
para refletir É inquestionável o prejuízo que a falta de água potável e saneamento causam nas futuras gerações, pois afetam o aprendizado, a frequência na escola e, portanto, limitam oportunidades futuras (ANA, 2013). No Brasil, as principais doenças transmitidas pela água são: cólera, febre tifoide, giardíase, amebíase, hepatite A, doença diarreica aguda, leptospirose, dentre outras (Ministério da Saúde, 2018). Vamos conhecer a causa e os sintomas de algumas dessas doenças?
Cólera A cólera é causada pela bactéria Vibrio cholerae. É uma infecção aguda no intestino que começa de repente com diarreia aquosa sem dor, náusea e vômito. A maioria das pessoas que contraem
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cólera possuem diarreia leve e infecção assintomática. Se a pessoa que contrai a doença está malnutrida, pode sofrer sintomas mais severos. E quando a cólera é severa, causa diarreia abundante e vômito. Se não for tratada de forma rápida e adequada, pode levar a morte (WHO, 2018a).
Diarreia A diarreia é uma doença que pode ser leve ou aguda. Pode ser causada por bactérias, vírus ou organismos parasitas. A diarreia é a passagem de fezes moles ou líquidas mais frequentemente do que o normal para o indivíduo. O primeiro sintoma é de uma infecção gastrointestinal. Dependendo do tipo de infecção, a diarreia pode ser aquosa ou conter sangue. Pode durar dias ou semanas. Quando a diarreia é grave, a pessoa corre risco de vida devido à perda de líquido constante, especialmente em crianças pequenas, malnutridas e pessoas com baixa imunidade (WHO, 2018b).
febre tifoide A febre tifoide é uma doença bacteriana aguda, causada pela bactéria Salmonella enterica da variação Tiphy. Os sintomas são, em geral, febre alta, dor de cabeça, mal-estar geral, dor no abdômen, falta de apetite, batimento cardíaco anormal ou lento, aumento do volume do baço, manchas rosadas no tronco, diarreia e tosse seca
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(Ministério da Saúde, 2008). Todas estas doenças, cólera, diarreia e febre tifoide, são transmitidas pela água, cujas causas estão diretamente relacionadas com condições precárias de saneamento básico, má qualidade de água e higiene.
leptospirose A leptospirose é uma doença causada pela bactéria Leptospira spp e que afeta, tanto humanos, como animais. A leptospirose pode apresentar sintomas como febre, dor de cabeça grave, dores musculares, calafrio, vermelhidão nos olhos, dor no abdômen, icterícia, hemorragia na pele e membranas mucosas (incluindo hemorragia pulmonar), vômito, diarreia e irritação na pele nos estágios iniciais (WHO, 2018c). Diferente das primeiras doenças citadas, a leptospirose acontece quando um indivíduo tem contato direto com a urina de animais infectados ou pelo contato com o ambiente contaminado pela urina, como por exemplo a superfície da água. A contaminação por leptospirose mais comum ocorre em enchentes, com a urina do animal infectado sendo arrastada pela água para diferentes lugares. Inundações acontecem geralmente em períodos de chuvas intensas e em lugares onde há grande impermeabilização do solo, despejo de lixo em local incorreto, falta de manutenção dos bueiros
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e, também, quando há casas construídas nas margens dos rios, que causa a obstrução de seus leitos (Oliveira J. C., 2006). Estas inundações frequentes, além de prejudicar a população de modo social e econômica, causam enormes riscos à saúde pública. A ocorrência de doenças transmitidas pela água pode ser reduzida e/ou evitada. A precaução pode ser feita através do despejo correto do esgoto sanitário, limpeza dos reservatórios de água, uso de tubulações de água potável adequadas e ações de educação sobre comportamentos higiênicos. A eficiente infraestrutura de água e a aplicação de medidas de conservação da água também podem reduzir a incidência dessas doenças e de situações como a da figura 10 (Oliveira J. C., 2006).
Figura 10: Crianças brincando em local onde há água contaminada. Fonte: https://goo.gl/j7uuEz
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SAIBA MAIS: Situação das famílias desabrigadas em Laranjal do Jari - AP durante enchente. Acesse: https://goo.gl/up8vQe Macapá e Santana são as cidades que mais têm casos de leptospirose no AP. Acesse: https://goo.gl/dddDRm
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5. AINDA HÁ TEMPO PARA REVERTER A SITUACÃO DA ´ POLUICÃO DAS ÁGUAS ´
Você viu que graves doenças transmitidas pela água, com algumas com risco de morte, atingindo crianças e adultos diariamente no mundo todo, ações práticas precisam ser feitas para reverter essa situação. É esperado que a população mundial aumente de 7,7 bilhões em 2017 para aproximadamente 9,4 a 10,2 bilhões até 2035, com mais da metade dessa população vivendo em áreas urbanas (WWDR, 2018). A projeção para o Brasil segue a mesma tendência de crescimento populacional, como pode ser visto na Figura 11.
Figura 11: Projeção da população urbana (em milhões de habitantes). Fonte: ATLAS Esgotos: Despoluição de Bacias Hidrográficas (ANA, 2017a).
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Com essa expectativa, o que você acha que vai ocorrer? O aumento do consumo da água em todos os setores, principalmente abastecimento humano, indústrias e agricultura. Aumentando o consumo de água, aumentará o uso inadequado deste recurso natural; a coleta, tratamento e descarga de esgoto continuarão precários. Portanto, o cenário previsto é de corpos hídricos cada vez mais poluídos. Essa situação expõe os grandes desafios que precisam ser identificados e solucionados com urgência. Pensando nisso, é necessário ir em busca de ações que já existem e que estão dando ou já deram certo. Vamos conhecer algumas delas?
Atlas Esgotos Para tentar reverter uma das situações mais críticas do Brasil, a Agência Nacional de Águas (ANA), em 2017, desenvolveu o Atlas Esgotos: Despoluição de Bacias Hidrográficas, que visa propor orientações e estratégias para a realização das ações no país para a preservação da água (ANA, 2017a). O Atlas Esgotos tem como objetivo identificar a situação do esgotamento sanitário dos 5.570 municípios do País, avaliando o impacto do lançamento das cargas de efluentes nos corpos hídricos; e, propor ações de esgotamento sanitário, com foco no
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Figura 12: Relação do Atlas Brasil com o Atlas Esgotos. Fonte: Atlas Esgotos: Despoluição de Bacias Hidrográficas (ANA, 2017a).
tratamento de esgoto, na proteção dos recursos hídricos, no seu uso sustentável para purificação de efluentes urbanos e justificando os investimentos. SAIBA MAIS: ATLAS ESGOTOS - Despoluição das Bacias Hidrográficas. Acesse: http://atlasesgotos.ana.gov.br/
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Programa Cultivando Água Boa Esse programa é uma alternativa que deu certo para a recuperação de locais ambientalmente degradados e com foco no desenvolvimento sustentável. Esse projeto é realizado pela Itaipu Binacional e é aplicado em 29 municípios que estão ao redor do Rio Paraná próximos à fronteira do Brasil e Paraguai, no âmbito do programa específico (localização na Figura 13) (WWAP, 2015). O Programa prevê a promoção de ações em uma região que apresentava crescente poluição, desmatamento e perda de biodiversidade. A garantia do sucesso do Programa foi o compartilhamento da responsabilidade na gestão, incentivando a interação e a participação de todas as partes envolvidas, ou seja, podereres público, privado e comunidades locais (WWAP, 2015).
Uso de macrófitas no tratamento sanitário para Macapá-AP O relato mais antigo de utilização do sistema de tratamento de água com a utilização de plantas aquáticas (Macrófitas) é de um estudo de 1953, desenvolvido no Instituto Max Planck, uma organização alemã. Essas plantas absorvem os resíduos depositados nos corpos hídricos, e purificam até 90% da água. Esta água tratada é, então, devolvida ao rio. A tecnologia tem baixo custo e baixo impacto, além de ser aplicada em qualquer lugar do mundo. As macrófitas são utilizadas na Europa e funcionam. Esta tecnologia limpa pode funcionar perfeitamente no Brasil, principalmente
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em sistemas de tratamento de esgoto de pequeno porte, como aqueles existentes nas comunidades tradicionais no Amapá (Macapá-AP, 2017).
Figura 13: Localização do Rio Paraná. Fonte: WWAP (Programa Mundial de Avaliação da Água das Nações Unidas) 2015.
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para refletir Diante dos grandes problemas causados pela poluição e contaminação das águas, se torna necessário promover estratégias de mudanças que transformem esse lamentável cenário. Existem diversas orientações e ações que podem ser aplicadas na realidade brasileira. Os poderes públicos e privados precisam exercer suas responsabilidades em conjunto com as comunidades, as quais devem exigir políticas públicas eficazes, mas também contribuir em desempenhar seu papel de maneira correta e consciente. A partir disso, a colaboração participativa de todos visando um objetivo maior - o de fomentar o desenvolvimento sustentável do nosso país, com equidade social, preservação do meio ambiente e economia justa.
SAIBA MAIS: Bom Dia Amazônia mostra que plantas podem ajudar no controle de poluição da água em Macapá. Acesse: https://goo.gl/r3rd9U
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CONSIDERACÕES FINAIS
A urbanização acelerada, o consumo inconsciente e o estilo de vida moderno faz com que atividades agrícolas e industriais se tornem totalmente irresponsáveis e negligentes, causando efeitos desastrosos à nossa sociedade, especialmente no que diz respeito à saúde pública. Os desafios são grandes. Porém, nenhuma mudança ocorre sem que haja força de vontade e esperança para um mundo melhor. E é pensando nisso que você deve se perguntar: como poderia ajudar a reverter e melhorar essa situação? Pode ser, inicialmente, na sala de aula. Pois a sua conscientização com mudanças de atitudes referentes à sua relação com a água é o primeiro passo, para depois gerar grandes transformações.
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6.GLOSSÁRIO Adubação: é a prática agrícola que consiste no fornecimento de adubos ou fertilizantes ao solo. Animais ruminantes: animais que fazem parte deste grupo são os bovinos, ovinos, caprinos, bubalinos, girafas, veados, camelos e as lhamas. Antrópica: resultado de ações do homem. Aquicultura: cultivo de organismos que vivem toda ou parte da sua vida em ambiente aquático. Asfixia: dificuldade respiratória que leva a falta de oxigênio no organismo. Assintomática: que não possui sintomas. Assoreamento: acúmulo de sedimentos pelo depósito de terra, areia, argila, detritos, etc, na calha de um rio, na sua foz, em uma baía, um lago ou qualquer corpo d’água.
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Bioacumulação: é o aumento da concentração de compostos químicos em organismos que vivem em um ambiente contaminado por uma variedade significativa de compostos orgânicos. Cianobactérias: são microrganismos procariontes capazes de realizar fotossíntese, mas não apresentam fotossistemas organizados em cloroplastos, como algas. Coliformes fecais: são bactérias que estão presentes em grandes quantidades no intestino do homem e animais de sangue quente. Compostos nitrogenados: matéria orgânica cuja composição entra nitrogênio, incluindo os aminoácidos. Pode ser definido como qualquer entidade “hetero-orgânica”, um composto químico orgânico que contenha átomos na cadeia diferentes do carbono com ao menos uma ligação carbono-nitrogênio. Estrume: mistura composta do dejeto de animais. Eutrofização: processo através do qual um corpo de água adquire níveis altos de nutrientes. Fertilizantes: acrescenta nutrientes ao solo, aumentando a produtividade agrícola ou vegetal.
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Floração de algas: é a proliferação, em um ambiente aquático, de organismos planctônicos, em geral microalgas e cianobactérias. Gastrointestinal: relativo ao estômago e ao intestino. Herbicidas: são compostos químicos utilizados na agricultura para controlar o desenvolvimento de ervas daninhas. Icterícia: síndrome de várias moléstias, caracterizada pela coloração amarela dos tecidos e das secreções orgânicas, resultante da presença anormal de pigmentos biliares. Macrófitas: são plantas aquáticas que habitam desde brejos, até ambientes totalmente submersos. Mata ciliar: formação vegetal localizada nas margens dos córregos, lagos, represas e nascentes. Metais traços: são substâncias encontradas em baixas concentrações e são contaminantes de grande relevância. Parasitas: indivíduo que vive à custa alheia por pura exploração. Patogênicos: é um organismo, microscópico ou não, que produz infecção ou doenças infecciosas nos hospedeiros em condições favoráveis.
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Pesticidas: são todas as substâncias que têm o objetivo de impedir, destruir, repelir ou mitigar qualquer praga. Processos erosivos: processos erosivos são fenômenos referentes à transformação dos solos, que ocorrem em processos de retirada ou transporte de sedimentos da superfície. Silvicultura: ciência dedicada ao estudo dos métodos naturais e artificiais de regenerar e melhorar os povoamentos florestais. Subproduto: produto que se obtém durante da fabricação de uma outra substância ou como resíduo de uma extração. Tóxicos: que produz efeitos nocivos ao organismo. Turbidez: propriedade física da água que reduz sua transparência.
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7. BRINCADEIRAS E EXPERIMENTOS Atividades práticas e lúdicas, como brincadeiras, são propostas com o objetivo de facilitar a compreensão dos alunos do Ensino Fundamental em relação aos assuntos abordados na Cartilha “Atividades Humanas e Qualidade da Água”. É importante que este material didático seja estudado em sequência, do início ao fim, pois um capítulo complementa o outro. Vamos brincar? Lembre-se que sempre precisa ter a presença de um adulto!
Capítulo 1
ATIVIDADES HUMANAS X QUALIDADE DAS ÁGUAS
Youtuber por um dia Materiais: - Um celular com câmera ou uma câmera fotográfica (simples); - Criatividade!
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Escolha um(a) amigo(a) e vá a um local próximo a escola que tenha algum corpo d’água poluído. Segure a câmera no modo “selfie” e grave um vídeo de até 2 minutos falando sobre o problema que estão vendo. Qual é a origem, sua consequência e como poderia ser solucionado, depois assiste os vídeos na sala de aula todos juntos e discutam sobre o que pode reverter aquela situação. Essa atividade é bastante simples, mas te engajará em uma experiência de olhar a causa do problema e tentar buscar a possível solução.
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Capítulo 2 e 3
CONTAMINANTES PRESENTES NA ÁGUA EFEITOS DA POLUIÇÃO E CONTAMINAÇÃO DA ÁGUA
Maquetes Materiais necessários: - Cola, tesoura, papel, barbantes, tinta, pincel, entre outros. - Qualquer tipo de material que tenha na escola ou na sua casa para construir a maquete. Para essa atividade, você vai precisar de mais 2 ou 3 amig@s da sala de aula e e definam um tema relacionado com contaminantes presentes na água e sua origem. Depois, construa uma maquete representando aquela situação. Abuse da criatividade e a interação com @s colegas. Pode também usar livros ou vídeos no youtube para a maquete. Temas sugeridos: - Lançamento de esgoto doméstico nos rios; - Lançamento de rejeitos da mineração; - Utilização indevida de agrotóxicos que são carregados para os rios com a chuva; - Lançamento de efluentes industriais nos rios;
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As maquetes irão gerar uma discussão em torno dos contaminantes oriundos da poluição e quais os possíveis efeitos que essa poluição pode gerar na comunidade local. A atividade pode ser feita extraclasse ou utilizar mais de um encontro para montar as maquetes em sala. Que tal promover um dia de exposição das maquetes na escola e que seja aberta para a comunidade? Ótima oportunidade para estimular um debate sobre as causas e os efeitos da poluição da água na sua comunidade.
Figura 14: Maquete água poluída devido a vazamento de petróleo. Fonte: http://gastaoleao.blogspot.com/2011/05/maquete-poluicao-das-aguas.html
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Capítulo 4
DOENÇAS TRANSMITIDAS PELA ÁGUA
Enquete Materiais: - Lápis ou caneta. - Folha de caderno. Para esta atividade, você somente precisa de um lápis ou uma caneta e uma folha de caderno. E espírito de cientista, pois você vai entrevistar seus vizinhos ou pessoas do seu bairro sobre as doenças transmitidas pela água. Elabore um questionário e entreviste pelo menos 5 pessoas diferentes. Este questionário deve ter perguntas sobre o nome da doença, quais os sintomas e qual a frequência com que essas doenças afetam a pessoa ou sua família. Como se refere ao consumo de água, pergunte também se há água contaminada próxima a sua casa. Outras perguntas também podem ser acrescentadas. Aproveite para dar dicas de como as pessoas entrevistadas podem evitar as doenças transmitidas pela água.
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CRÉDITOS Presidente FUNASA Ronaldo Nogueira de Oliveira
Reitor UFF DSc. Antonio Claudio Lucas da Nóbrega
Diretoria Departamento de Saúde Ambiental (DESAM) Ociléia Fernandes Carneiro
Coordenação Geral UFF DSc. Estefan Monteiro Fonseca Coordenação Técnica Executiva, Institucional e Pedagógica UFF - MSc. Jefferson Fernandes
Coordenação de Educação em Saúde Ambiental (COESA) Hamilton dos Santos Goes Superintendência Estadual da FUNASA no Amapá (Suest/AP) Girlene Picanço Chucre
Conteudista Giulia Helena Martins Pereira Revisão MSc. Jefferson Fernandes Diagramação Moa Digital Sônia Klann
Este material foi elaborado no âmbito do Termo de Execução Descentralizada nº 01/2018, cooperação técnica entre a Fundação Nacional de Saúde e a Universidade Federal Fluminense - Programa de Apoio e Educação em Saúde Ambiental.
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