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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE ARQUITETURA E URBANISMO RELATÓRIO FINAL PERÍODO: 10/08/2011 - 29/02/2012
Título
O Conjunto Residencial Prefeito Mendes de Moraes – Pedregulho de Affonso Eduardo Reidy
Bolsista
Paula Garcia Jareta Santos Orientador
Prof. Dr. Joubert José Lancha
Relatório de Iniciação Científica Essa pesquisa se insere no âmbito das pesquisas desenvolvidas pelo Grupo Quadro cuja pesquisa principal é financiada pela Fapesp sob o n: 06/57683-9
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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO – INSTITUTO DE ARQUITETURA E URBANISMO.
O Conjunto Residencial Prefeito Mendes de Moraes – Pedregulho, de Affonso Eduardo Reidy.
Relatório de Iniciação Científica Essa pesquisa se insere no âmbito das pesquisas desenvolvidas pelo Grupo Quadro cuja pesquisa principal é financiada pela Fapesp sob o n: 06/57683-9
São Carlos, março de 2012.
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ÍNDICE
1.RESUMO......................................................................................................... 7 2. RESUMO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS NA QUARTA ETAPA DA PESQUISA (agosto de 2011 a março de 2011). ................................................ 8 3. CRONOGRAMA DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS NO PERÍODO DE AGOSTO DE 2011 A MARÇO DE 2012. ........................................................... 9 4. RELATÓRIO DE VISITA AO CONJUNTO DO PEDREGULHO. .................. 10 5. MAQUETE DA IMPLANTAÇÃO DO CONJUNTO. ....................................... 11 6. MAQUETES DE ANÁLISE ESTRUTURAL DOS BLOCOS DE HABITAÇÃO. ......................................................................................................................... 14 6.1. BLOCO DE HABITAÇÃO A. .................................................................. 14 6.2. BLOCO DE HABITAÇÃO B. .................................................................. 16 7. MAQUETES DE ANÁLISE DE UMA SECÇÃO DO BLOCO A E DE UM DOS BLOCOS B. ...................................................................................................... 18 7.1. BLOCO DE HABITAÇÃO A. .................................................................. 18 7.2. BLOCOS DE HABITAÇÃO B. ............................................................... 30 8. BIBLIOGRAFIA. ........................................................................................... 36
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ÍNDICE DE ILUSTRAÇÕES.
Figura 1: detalhe do pilar no andar livre – pode-se notar o pilar de concreto armado revestido por um acabamento oval e o encanamento descendo internamente a esse revestimento, faceando o pilar. ....................................... 10 Figura 2: maquete física geral do Conjunto, realizada pelo grupo de pesquisa da arquiteta Helga Santos. ............................................................................... 11 Figura 3: maquete física da implantação do Conjunto do Pedregulho. ........... 12 Figura 4: maquete física da implantação do Conjunto do Pedregulho. ........... 13 Figura 5: maquete física da implantação do Conjunto do Pedregulho. ........... 13 Figura 6: “esqueleto” da estrutura da Maison Domino, de Le Corbusier. ........ 14 Figura 7: vista geral da estrutura do bloco de habitação A. ............................. 15 Figura 8: vista geral da estrutura do bloco de habitação A. ............................. 15 Figura 9: vista geral da estrutura do bloco de habitação A. ............................. 16 Figura 10: vista geral da estrutura de um dos blocos de habitação B. ............ 17 Figura 11: vista geral da estrutura de um dos blocos de habitação B. ............ 17 Figura 12: vista geral da estrutura de um dos blocos de habitação B. ............ 17 Figura 13: térreo .............................................................................................. 18 Figura 14: primeiro andar – apartamentos de um quarto. ............................... 19 Figura 15: segundo andar – apartamentos de um quarto. ............................... 19 Figura 16: terceiro andar – andar livre e de acesso a partir da Rua Marechal Jardim. ............................................................................................................. 19 Figura 17: quarto andar – andar inferior dos apartamentos duplex. ................ 20 Figura 18: quinto andar – andar superior dos apartamentos duplex. .............. 20 Figura 19: sexto andar – andar inferior dos apartamentos duplex. .................. 20
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Figura 20: sétimo andar – andar superior dos apartamentos duplex. .............. 21 Figura 21: cobertura. ....................................................................................... 21 Figura 22: esboço do passa-prato, realizado por um morador do Conjunto, no ano de 2000. .................................................................................................... 22 Figura 23: acréscimo de área no apartamento ao lado da escada e esquema da possibilidade de ventilação constante devido aos cobogós. ....................... 23 Figura 24: detalhe dos cobogós ...................................................................... 24 Figura 25: vista interna – corredor de acesso aos apartamentos. ................... 24 Figura 26: andar livre. ...................................................................................... 25 Figura 27: esquema de combinações entre apartamentos de uma seção do bloco A5 – os apartamentos destacados em roxo incorporam um quarto dos apartamentos em azul. Dessa maneira, os roxos apresentam três quartos e os azuis, um. ......................................................................................................... 26 Figura 28: incorporação da área residual da escada em apartamentos do sexto andar. ............................................................................................................... 27 Figura 29: configuração do andar superior do duplex relativo à figura 19, com a incorporação da área total da escada no sétimo andar. ................................... 28 Figura 30: vista da fachada da seção do edifício relativa às janelas dos quartos dos apartamentos. ............................................................................................ 29 Figura 31: vista da fachada da seção do edifício relativa ao corredor de acesso aos apartamentos. ............................................................................................ 30 Figura 32: térreo. ............................................................................................. 31 Figura 33: primeiro andar – andar inferior dos apartamentos duplex. ............. 31 Figura 34: segundo andar – andar superior dos apartamentos duplex. .......... 31 Figura 35: terceiro andar – andar inferior dos apartamentos duplex. .............. 32
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Figura 36: quarto andar – andar superior dos apartamentos duplex. .............. 32 Figura 37: cobertura. ....................................................................................... 32 Figura 38: andar inferior dos apartamentos duplex. ........................................ 33 Figura 39: andar superior dos apartamentos duplex numa situação de combinação entre apartamentos. ..................................................................... 34 Figura 40: fachada relativa aos corredores de acesso aos apartamentos. ..... 35 Figura 41: fachada relativa às varandas dos apartamentos. ........................... 35 Figura 42: detalhe do bloco de escadas. ......................................................... 36
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O Conjunto Residencial Prefeito Mendes de Moraes – Pedregulho, de Affonso Eduardo Reidy.
1. RESUMO.
Esse trabalho se propõe como uma investigação do Conjunto Residencial Prefeito Mendes de Moraes – Pedregulho, projetado pelo arquiteto Affonso Eduardo Reidy, situado na cidade do Rio de Janeiro, cuja obra (projeto e construção) esteve em curso entre os anos de 1946 a 1958. A idéia é trabalhar a compreensão da linguagem utilizada perante a realidade de sua produção, no contexto de uma leitura onde o edifício, como objeto central, possa ser criticamente analisado em seus diversos aspectos. O texto e o desenho são as grandes escrituras intelectuais da arquitetura - mas são os desenhos que modificam a obra, que podem ser aqueles que a precedem, aqueles do projeto, mas também podem ser aqueles que o seguem e que o comentam. Nessa pesquisa nos debruçaremos sobre textos e desenhos na tentativa de construir um panorama sobre o qual surge o edifício de Reidy, a fim de compreender os pressupostos e a lógica adotada no desenvolvimento desse Conjunto e também identificar, através da pesquisa bibliográfica e iconográfica, as origens e recorrências dos elementos utilizados por Affonso Eduardo Reidy na composição dos edifícios do Conjunto do Pedregulho.
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2. RESUMO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS NA QUARTA ETAPA DA PESQUISA (agosto de 2011 a março de 2011).
Etapa 01: Análise mais aprofundada do Conjunto como um todo. A partir da revisão bibliográfica e iconográfica, realizadas ao longo de toda a pesquisa, bem como dos desenhos de análise produzidos na primeira parte dessa pesquisa, foi possível uma maior compreensão do projeto do Conjunto do Pedregulho; como foi concebido o projeto, sua implantação, relação entre os blocos e o desenho de suas plantas, cortes e elevações do ponto de vista conceitual, estrutural e sua da materialidade. Principalmente dos blocos de habitação, o grande enfoque dessa fase. A partir de então foi produzido o texto apresentado no relatório referente à terceira fase dessa pesquisa, que vem para complementar os relatórios anteriores, com análises mais aprofundadas das questões colocadas no projeto, bem como com detalhes encontrados em seus desenhos. Com isso, foi possível o desenvolvimento das maquetes de estudo, produtos finais dessa pesquisa e presentes nesse quarto relatório.
Etapa 02: Elaboração de um modelo do Conjunto. Foram definidas as seguintes maquetes a serem desenvolvidas: implantação geral do Conjunto em escala 1:1000 (maquete física), estudo estrutural dos blocos de habitação A e um dos blocos de habitação B (maquete digital), estudo dos apartamentos e do tratamento de fachadas dos blocos de habitação A e um dos blocos de habitação B, a partir da representação de uma
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seção dos edifícios (maquete digital). Optou-se pela produção de apenas uma maquete física e de maquetes digitais, uma vez que essas proporcionam uma maior riqueza de detalhes, sendo que tudo o que foi levantado e produzido até o presente momento entrou como base fundamental para o projeto de viabilização dessas maquetes, que devem estar para além do campo da representação, mas principalmente devem se mostrar como maquetes de estudo.
Etapa 03: Elaboração do relatório final.
3. CRONOGRAMA DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS NO PERÍODO DE AGOSTO DE 2011 A MARÇO DE 2012.
Agosto Etapa 01 Etapa 02 Etapa 03
Setembro
Outubro
Novembro
Dezembro
Janeiro
Fevereiro
Março
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4. RELATÓRIO DE VISITA AO CONJUNTO DO PEDREGULHO.
Durante a realização dessa última fase de pesquisa, foi possível realizar uma segunda visita ao Conjunto do Pedregulho, a qual se mostrou fundamental para a realização das maquetes, uma vez que permitiu que algumas dúvidas, principalmente estruturais e de detalhes, fossem sanadas. Também, o contato com uma maquete física da implantação foi bastante importante, uma vez que aprimorou a compreensão do todo do Conjunto, ajudando na realização das maquetes relativas a essa pesquisa.
Figura 1: detalhe do pilar no andar livre – pode-se notar o pilar de concreto armado revestido por um acabamento oval e o encanamento descendo internamente a esse revestimento, faceando o pilar.
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Figura 2: maquete física geral do Conjunto, realizada pelo grupo de pesquisa da arquiteta Helga Santos.
5. MAQUETE DA IMPLANTAÇÃO DO CONJUNTO.
A maquete física de implantação do Conjunto foi bastante importante principalmente para um maior entendimento do sítio no qual o Conjunto está implantado, que se apresenta como um terreno bastante acidentado. A declividade do terreno é de mais de 50m, sendo bastante íngreme. Como as curvas de nível não foram suavizadas na maquete, é fácil compreender como o bloco de habitação A tem sua forma curva gerada em conformidade com elas. Podemos notar, também, que a maior movimentação de terra foi feita para a acomodação da escola, que se encontra no centro geométrico da implantação. Ainda, a maquete nos permite ter uma ideia melhor da localização do mercado e cooperativa com relação aos outros edifícios, uma vez que hoje esse se encontra segregado de todo o Conjunto e murado.
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Figura 3: maquete física da implantação do Conjunto do Pedregulho.
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Figura 4: maquete física da implantação do Conjunto do Pedregulho.
Figura 5: maquete física da implantação do Conjunto do Pedregulho.
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6. MAQUETES DE ANÁLISE ESTRUTURAL DOS BLOCOS DE HABITAÇÃO.
Analisando as maquetes da estrutura, tanto do Bloco de Habitação A quanto dos Blocos de Habitação B, encontramos uma relação com as maquetes das Maison dominó, de Le Corbusier, uma vez que módulo estrutural se repete, mesmo quando o edifício é curvo, como no caso do Bloco A, de maneira a permitir que a vedação seja independente da estrutura, proporcionando o princípio moderno da planta livre.
Figura 6: “esqueleto” da estrutura da Maison Domino, de Le Corbusier.
6.1. BLOCO DE HABITAÇÃO A.
Nesse bloco, mesmo com sua forma sinuosa, Reidy trabalha o princípio da planta livre e da estrutura independente. Assim, encontramos a repetição de um módulo estrutural, ainda que esse sofra alterações para proporcionar a curvatura do edifício, sendo que longitudinalmente a distância entre eixos de pilares varia de 7m a 8,2m (nas partes mais acentuadas da curva), mas transversalmente a distância é praticamente constante e igual a 5,5m. Tais
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pilares são retangulares e com medida aproximada de 0,4m x 1m, realizados em concreto armado e embutidos nas paredes dos apartamentos. No térreo e no andar livre, quando são aparentes, recebem um revestimento oval, que além de protegê-los, esconde os encanamentos que descem faceando-os, proporcionando
um
melhor
acabamento.
As
escadas
são
dispostas
internamente ao corpo do edifício, assemelhando bastante sua concepção estrutural às Maison Domino. Ainda, o edifício é dividido em seis partes, ou blocos, denominados A1, A2, A3, A4, A5 e A6, que são determinados pelas juntas de dilatação, devido ao grande comprimento do edifício.
Figura 7: vista geral da estrutura do bloco de habitação A.
Figura 8: vista geral da estrutura do bloco de habitação A.
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Figura 9: vista geral da estrutura do bloco de habitação A.
6.2. BLOCO DE HABITAÇÃO B.
Diferentemente do Bloco de Habitação A, os blocos B1 e B2 são basicamente compostos de ângulos retos, sendo que sua estrutura é bem mais simples, em comparação com o Bloco A, e sofre alterações quase que imperceptíveis. Dessa maneira, a malha estrutural é constante e se apresenta com distância longitudinal entre eixos de pilares igual a 5,3m e transversal igual a 4,1m. Tais pilares são embutidos nas paredes dos apartamentos e quando são aparentes recebem o mesmo acabamento oval. No entanto, no caso dos blocos B, a escada não se apresenta no corpo do edifício; ela é colocada ao lado, constituindo um bloco de circulação separado, o qual, inclusive, quebra a ortogonalidade do edifício ao apresentar uma forma curva.
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Figura 10: vista geral da estrutura de um dos blocos de habitação B.
Figura 11: vista geral da estrutura de um dos blocos de habitação B.
Figura 12: vista geral da estrutura de um dos blocos de habitação B.
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7. MAQUETES DE ANÁLISE DE UMA SECÇÃO DO BLOCO A E DE UM DOS BLOCOS B.
7.1. BLOCO DE HABITAÇÃO A.
A partir de um estudo mais aprofundado para o desenvolvimento da maquete da seção do edifício, temos as dimensões aproximadas dos apartamentos, que sofrem algumas modificações, devido à necessidade de ajustes estruturais e de vedação para a curva. A seção do Bloco de Habitação A escolhida para ser detalhada é relativa ao bloco A4, pois é neste bloco que ocorre a maior curvatura do edifício e, portanto, onde se pode encontrar uma maior variação estrutural e de vedações. Além disso, nele se encontra um bloco de escadas, o que proporciona modificações nos apartamentos logo a seu lado devido ao acréscimo de sua área residual.
Figura 13: térreo
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Figura 14: primeiro andar – apartamentos de um quarto.
Figura 15: segundo andar – apartamentos de um quarto.
Figura 16: terceiro andar – andar livre e de acesso a partir da Rua Marechal Jardim.
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Figura 17: quarto andar – andar inferior dos apartamentos duplex.
Figura 18: quinto andar – andar superior dos apartamentos duplex.
Figura 19: sexto andar – andar inferior dos apartamentos duplex.
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Figura 20: sétimo andar – andar superior dos apartamentos duplex.
Figura 21: cobertura.
No caso dos apartamentos do primeiro e segundo andares, vemos uma estratégia de disposição dos cômodos a fim de um maior aproveitamento do espaço. Entre a sala e o quarto há apenas uma parede que serve como divisória, mas que não ocupa toda a extensão, não sendo necessária a colocação de uma porta, e permitindo a ventilação da sala. Pelo que se vê através de desenhos do próprio Reidy, esses apartamentos já viriam equipados
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com uma mesa. De acordo com relatos de moradores, junto a essa mesa, já viria um passa pratos, ligando diretamente a cozinha com a sala.
Figura 22: esboço do passa-prato, realizado por um morador do Conjunto, no ano de 2000.
No corredor de acesso aos apartamentos, no primeiro, segundo, quarto e sexto andares, encontram-se elementos vazados (cobogós), que permitem a ventilação constante, o que faz com que seja possível a colocação das aberturas relativas à cozinha e ao banheiro diretamente abertas para o corredor, e que também filtram a insolação.
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Figura 23: acréscimo de área no apartamento ao lado da escada e esquema da possibilidade de ventilação constante devido aos cobogós.
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Figura 24: detalhe dos cobogĂłs
Figura 25: vista interna – corredor de acesso aos apartamentos.
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No andar livre, nessa seção, não há a presença de construções nem quebra-sóis (brises), sendo apenas caracterizado pela caixa de escadas e por um guarda-corpo.
Figura 26: andar livre.
A partir do quarto andar do Bloco A, começam os apartamentos duplex com um, dois ou três quartos, devido à possibilidade dos andares superiores se integrarem mutuamente, adicionando ou subtraindo quartos, conforme a necessidade. Esses casos começam a ser observados a partir do bloco A5. No caso do bloco A4, da mesma maneira como ocorre nos blocos inferiores, o espaço residual da escada é adicionado à área útil dos andares inferiores dos duplex, sendo que no último andar, uma vez que não há mais a presença do corpo da escada, seu próprio espaço é incorporado completamente ao apartamento, criando os casos de apartamentos com quatro quartos.
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Figura 27: esquema de combinações entre apartamentos de uma seção do bloco A5 – os apartamentos destacados em roxo incorporam um quarto dos apartamentos em azul. Dessa maneira, os roxos apresentam três quartos e os azuis, um.
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Figura 28: incorporação da área residual da escada em apartamentos do sexto andar.
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Figura 29: configuração do andar superior do duplex relativo à figura 19, com a incorporação da área total da escada no sétimo andar.
A fachada que corresponde às janelas dos apartamentos muitas vezes é vista como monótona, devido à repetição das janelas em sua grande extensão. No entanto, o lado onde estão situados os corredores de acesso aos apartamentos tem essa monotomia um pouco amenizada pelo uso dos cobogós.
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Figura 30: vista da fachada da seção do edifício relativa às janelas dos quartos dos apartamentos.
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Figura 31: vista da fachada da seção do edifício relativa ao corredor de acesso aos apartamentos.
7.2. BLOCOS DE HABITAÇÃO B.
É nos blocos de habitação B1 e B2 que se encontram os apartamentos mais interessantes do ponto de vista projetual. Os apartamentos são iguais em todos os andares, sendo todos duplex e de planta quadrada nas dimensões aproximadas de 5,5m x 5,5m, aceitando adições e subtrações de quartos, como os apartamentos do Bloco de Habitação A. Sua planta quadrada e a presença de varanda em todos os apartamentos remetem aos estudos de Le Corbusier para a elaboração dos
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apartamentos das unidade de habitação a partir das cartuxas. Sendo assim, no andar inferior e onde se tem acesso ao apartamento, encontra-se a sala e a cozinha, sendo que a varanda faz a ligação entre o interior dos apartamentos e a natureza. No andar superior, encontram-se os quartos e banheiro, como um local mais recolhido.
Figura 32: térreo.
Figura 33: primeiro andar – andar inferior dos apartamentos duplex.
Figura 34: segundo andar – andar superior dos apartamentos duplex.
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Figura 35: terceiro andar – andar inferior dos apartamentos duplex.
Figura 36: quarto andar – andar superior dos apartamentos duplex.
Figura 37: cobertura.
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Figura 38: andar inferior dos apartamentos duplex.
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Figura 39: andar superior dos apartamentos duplex numa situação de combinação entre apartamentos.
Também como no Bloco de Habitação A, o corredor é vedado por elementos vazados (cobogós), pelos mesmos motivos de permitir ventilação constante e, portantanto, a colocação de aberturas diretamente nesse corredor, e de barrar a insolação. A fachada oposta ao corredor de acesso tem a monotonia quebrada por um jogo de cheios e vazios, relativos às partes abertas e fechadas (por cobogós) das varandas dos apartamentos.
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Figura 40: fachada relativa aos corredores de acesso aos apartamentos.
Figura 41: fachada relativa às varandas dos apartamentos.
A caixa de escadas é única, separada do corpo do edifício, interligandose a ele através de passarelas, mostrando-se bastante interessante formalmente, quebrando a rigidez dos ângulos retos presentes no edifício.
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Figura 42: detalhe do bloco de escadas.
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