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(poesia), ambos de Cruz e Sousa. Estende-se até o ano de 1922, data da Semana de Arte Moderna. Entre nós, o movimento simbolista não conseguiu suplantar o período parnasiano, já que não teve tanta influência esse movimento aqui no Brasil. O Simbolismo, enquanto estética de arte, somente repercutiu em países que sentiam na pele o ―FANTASMA DA GUERRA‖, que não era o caso do Brasil. Se não fosse CRUZ E SOUSA, esse movimento nem teria acontecido entre nós. É interessante notar que as origens do Simbolismo em território brasileiro se encontram numa região marginalizada pela elite cultural e política de então: O sul, que mais sofreria com a oposição à jovem República vestida com a farda do exército. O Rio Grande do Sul foi palco de intensas lutas iniciadas em 1893. A Revolução Federalista (1893/1895), a princípio uma disputa regional, logo ganha dimensão nacional ao opor-se ao governo de Floriano Peixoto, gerando cenas de extrema violência e crueldade no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná; ao mesmo tempo temos a Revolta da Armada (1893/1894), com os navios da Marinha mobilizados na baía da Guanabara, apontando seus canhões para o palácio do governo e exigindo a renúncia de Floriano.

AULA 01: A POESIA SIMBOLISTA – linguagem e características gerais O Simbolismo: Contexto histórico e social O SIMBOLISMO, movimento essencialmente poético, do fim do século XIX, representa uma ruptura artística radical com a mentalidade cultural do Realismo-Naturalismo, buscando fundamentalmente retomar o primado das dimensões não racionais da existência. Reagindo contra o pensamento científico e filosófico dominante na segunda metade do século XIX, as manifestações artísticas do Simbolismo põe em xeque as certezas doutrinárias do positivismo e do determinismo, que já começam a ruir. De fato, nas duas últimas décadas do século XIX, já percebemos em boa parte dos autores do Realismo e até mesmo dos parnasianos, como é o caso de Alberto de Oliveira, uma postura de desilusão, e mesmo de frustração, em consequência das infrutíferas tentativas de transformar a sociedade burguesa industrial. O crítico Alfredo Bossi sintetizou inteligentemente esse período: ―Do âmago da inteligência europeia surge uma oposição

CARACTERÍSTICAS GERAIS DO SIMBOLISMO

vigorosa ao triunfo da coisa e do fato sobre o sujeito – aquele

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sujeito a quem o otimismo do século prometera o paraíso mas

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não dera senão um purgatório de contrastes e frustrações.‖ (História concisa da Literatura Brasileira)

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Numa visão mais ampla, tanto no campo da filosofia e das ciências da natureza quanto no campo das ciências humanas, a desconstrução das teorias racionalistas faz-se notar, seja por meio da física relativista de Einstein, da psicologia do inconsciente de Freud, ou das teorias filosóficas de Schopenhauer e de Friedrich Nietzsche. No campo filosófico, Henry Bergson propõe a busca do eu profundo, ou seja, das realidades interiores, verdadeira essência do ser humano. Este ―eu-profundo‖, porém, não pode ser explicado, traduzido em palavras, apenas evocado e sugerido. Em termos sociais, políticos e econômicos, a burguesia industrial, após algum tempo de progresso avassalador, desgastase com as disputas colonialistas, que evoluem em direção à Primeira Guerra Mundial (1914-1918), quando atingem um momento de culminância. O Simbolismo vai refletir um momento bastante complexo da história europeia, que marcaria a transição para o século XX e a definição de um novo mundo, o qual se consolidaria a partir da segunda metade deste século. As correntes materialistas e racionalistas que dominaram na metade do século XIX não mais respondiam às exigências de uma nova realidade, já que o processo burguês industrial evoluía a passos largos, gerando, inclusive, a luta das grandes potências pelos mercados consumidores e fornecedores de matéria prima. Por esses motivos, fragmenta-se a África e ampliam-se as influências sobres os territórios asiáticos. Tomava corpo, assim, o fantasma da guerra. Sempre que se torna difícil analisar o mundo exterior e entendê-lo racionalmente, a tendência natural é negá-lo, voltando para a realidade subjetiva; as tendências espiritualistas renascem; o subconsciente e o inconsciente são valorizados, segundo a lição freudiana. O Simbolismo nasceu na França e teve como os mais autênticos representantes Mallarmé (o gosto pelo obscurantismo, pelo hermetismo, por insinuar e sugerir) e Verlaine (teoria da musicalidade do verso, associando poesia e música). Esses poetas abandonam os princípios da escola realista e também parnasiana e dedicam-se ao ―culto do etéreo, do subjetivismo, do vago e do sugestivo‖, para eles, a palavra deve antes de mais nada sugerir e não determinar. No Brasil, o Simbolismo começa em 1893 com a publicação de duas importantes obras: Missal (prosa) e Broquéis

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sugere em vez de descrever; simboliza em vez de nomear redescobre a subjetividade, o sentimento, a imaginação, a sensualidade e a espiritualidade explora o subconsciente e o inconsciente predominância de imagens sensoriais e metafísicas priorização da musicalidade, com aliterações, assonâncias e onomatopeias prefere às sinestesias, as metáforas, prosopopeias e analogias como figuras de linguagem utilização de maiúsculas em substantivos comuns, para tornálos absolutos religiosidade não convencional; pelo desregramento dos sentidos, da sexualidade espiritual, emoções de delírios e alucinações busca do misterioso, o oculto, o vago, o caótico, o indefinível e o inexprimível temas transcendentalistas sublimação espiritual linguagem evocativa subjetivismo aprofundado

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EXERCÍCIOS DE SALA

EXERCÍCIOS DE CASA 01. (PUC- RS)“O ser que é ser e que jamais vacila Nas guerras imortais entra sem susto Leva consigo este brasão augusto Do grande amor, da grande fé tranqüila.

Observe com atenção o texto abaixo: O cavador do infinito Com a lâmpada do Sonho desce aflito E sobe aos mundos mais imponderáveis, Vai abafando as queixas implacáveis, Da alma o profundo e soluçado grito.

Os abismos carnais da triste argila Ele os vence sem ânsias e sem custo Fica sereno, num sorriso justo, Enquanto tudo em redor oscila.”

Ânsias, Desejos, tudo a fogo escrito Sente, em redor, nos astros inefáveis. Cava nas fundas eras insondáveis O cavador do trágico Infinito.

Fugindo do mundo material, a poesia simbolista de Cruz e Sousa como ilustram as duas estrofes, busca a: a)- utopia d)- saudade b)- humildade e)- amargura c)- transcendência RESPOSTA: C

E quanto mais pelo Infinito cava Mais o Infinito se tranforma em larva E o cavador se perde nas distâncias...

02. (UFV - MG)“Eternas, imortais origens vivas Da luz, do Aroma, segredantes vozes Do mar e luares de contemplativas Vagas visões volúpicas, velozes...”

Alto levanta a lâmpada do Sonho E com seu vulto pálido e tristonho Cava os abismos das eternas ânsias! 1ª QUESTÃO: O texto a seguir é uma das melhores realizações da faceta metafísica da obra de Cruz e Sousa, isto é a poesia de preocupação filosófica, que questiona a razão e o fundamento da existência humana. Leia-o com atenção e depois assinale o item FALSO.

Das alternativas que se seguem, apenas uma NÃO corresponde à temática da estética literária do trecho acima: a)- visão objetiva da realidade, em que a técnica sobrepõe-se à imaginação; b)- preferência por uma luminosidade que torna os elementos nebulosos e imprecisos; c)- valorização da sinestesia, acentuando a correspondência entre imagem acústica, visual e olfativa; d)- sublimação, através dos astros, de toda a cor que a alma clama; e)- predomínio da sugestão e uso de símbolos para a representação do mundo; RESPOSTA: A

(A)- O símbolo maior do texto é o ato de cavar o infinito, no qual se pode dimensionar o drama existencial do ―Eu- Lírico‖; (B)- Os verbos ―desce‖ e ―sobe‖ sugerem a ação de cavar cujo instrumento simbólico é a ―lâmpada do Sonho‖ ; (C)-Cavar revela-se uma ação extremamente trágica porque recai sobre um já trágico Infinito. Trata-se portanto de uma procura insana por parte de uma alma dilacerada, mergulhada em abismos; (D)- Isento de qualquer angústia existencial, o ―Eu- lírico busca encontrar sua própria consciência, a partir de seu sofrimento, resultante da solidão exaustiva que toma conta de seu mundo trágico; (E)- A subjetividade do texto provem do sofrimento do ―Eu- lírico‖ que dá ao poema uma linguagem bastante hermética e vaga;

03. (CESGRANRIO - RJ)- Leia com atenção o texto abaixo, que se refere a uma metalinguagem simbolista, a seguir, assinale a alternativa FALSA: ARTE Busca palavras límpidas e castas, Novas e raras, de clarões radiosos, Dentre as ondas mais pródigas, mais vastas Dos sentimentos mais maravilhosos.

RESPOSTA: D 2ª QUESTÃO: Relendo a primeira e última estrofes do poema, pode-se notar, respectivamente, a posse da lâmpada do Sonho, a subida aos mundos mais imponderáveis e o levantar da lâmpada e o cavar dos abismos das eternas ânsias. Com base nessa observação, o que pode simbolizar o “INFINITO” no poema?

Busca também palavras velhas, busca, Limpa-as, dá-lhes o brilho necessário E então verás que cada qual corusca Com dobrado fulgor extraordinário. Assim terás o Culto pela Forma, Culto que prende os belos gregos da Arte E levarás no teu ginete, a norma Dessa transformação, por toda a parte.

RESPOSTA PESSOAL 3ª QUESTÃO: ( U.F.E.S )―Que o pólem de ouro dos mais finos astros Fecunde e inflame a rima clara e ardente... Que brilha a correção dos alabastros Sonoramente, luminosamente ‖

Enche de estranhas vibrações sonoras A tua Estrofe, majestosamente... Põe nela todo o incêndio das auroras Para torná-la emocional e ardente

Indique o que não pode ser aplicado aos versos acima transcritos

a)- o texto atribui ao poeta a função de revitalizar as palavras da língua b)- a identificação do ―culto pela Forma‖ com os ideais estéticos da Antigüidade clássica (estrofe 3), demonstra a ressonância do Parnasianismo no Simbolismo c)- a poética da emoção e do entusiasmo (estrofe 4) representa uma ruptura do Simbolismo com o Romantismo d)- a ênfase nos valores musicais do verso (estrofe 4) e as reiteradas sinestesias (estrofes 1 e 2) são os procedimentos expressivos mais especificamente simbolistas no texto e)- o texto propõe a síntese da poética do sentimento com a poética do trabalho formal

(A)- culto da forma em linguagem indireta (B)- uso dos versos decassílabos em linguagem enigmática (C)- culto da forma valorizando o poder encantatório do vocábulo (D)- uso do verso decassílabo valorizando a carga sonora da palavra (E)- culto da forma em linguagem científica RESPOSTA: E

RESPOSTA: C

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desmandar nos Estados. Cafeicultores, latifundiários e uma nascente burguesia industrial formam a classe dominante da época, sempre dependente do capital estrangeiro. O Exército desempenha um papel central nas lutas pelo poder, desde a proclamação da República. Aos poucos, a sociedade brasileira torna-se mais complexa, principalmente nas cidades. Ali, uma pequena classe média baseada nas profissões liberais, no comércio e na prestação de serviços mistura-se a imigrantes europeus e antigos escravos marginalizados. O crescimento da industrialização aumenta a classe operária. Surgem grupos socialistas e anarquistas (trazidos principalmente pelos imigrantes italianos), fundam-se sindicatos e associações trabalhistas, eclodem movimentos de contestação, dos quais o mais marcante foi a greve geral de 1917, que paralisou mais de 100 mil trabalhadores, em S. Paulo. Em 1922, funda-se o Partido Comunista. S. Paulo, aos poucos, aparece como o maior parque industrial do país; o Rio, Capital Federal, firma-se como centro cultural e político: os outros Estados desenvolvem uma economia ainda agrária; enfim, o Brasil cresce e se diversifica. O impulso econômico reflete-se na vida cultural dos grandes centros: modernizam-se jornais e revistas; a vida teatral, muito animada, apresenta grupos estrangeiros e autores nacionais, como Artur Azevedo. Enquanto nos salões elegantes dança-se polca ou valsa, o maxixe e a modinha são a música do povo. Somente a valorização da cultura estrangeira era o que se concentrava no nosso país no início do século passado. Tocar piano, falar francês, tudo era motivo para caracterizar a verdadeira cultura, dentro da concepção da época. O maxixe, surgido por volta de 1870, foi a primeira dança urbana brasileira, mistura da polca (espécie de dança a dois tempos, originária da Polônia) com o sensual Lundu africano. As famílias de ―bem‖ chamavam a polícia quando o viam ser dançado.

AULA 02: O PRÉ-MODERNISMO: primeiros sinais do novo panorama brasileiro e europeu no início do século XX O Modernismo foi um movimento cujas formas, ideias e valores alcançaram muitos países, desenvolvendo-se neles de acordo com as particularidades de cada um dos países em que esse movimento proliferou. Em Portugal, por exemplo, esse movimento se inicia às vésperas da Primeira Guerra Mundial, quando já iam adiantadas as inovações das vanguardas no resto da Europa. No Brasil, o Modernismo chegou um pouco mais tarde: 1922 é a data que se conta como marco inicial, devido à realização da Semana de Arte Moderna, em S. Paulo. Antes disso, porém, no Brasil ainda se conviviam uma consubstanciação de tendências artísticas (o Realismo, o Naturalismo, a poesia parnasiana e o Simbolismo), resquícios do final do século anterior em termos artísticos, que se encontravam desgastadas, porém atuantes entre nós. Essa convivência entre várias tendências artísticas caracteriza um momento chamado de transição da cultura brasileira. O traço principal da literatura produzida durante esse período é a problematização da realidade social brasileira, já com aspectos temáticos e formais novos, que podem ser vistos como os primeiros sinais de Modernismo. Costuma-se chamar esse período de PréModernismo e a ele pertencem, entre outros, escritores como Monteiro Lobato, Graça Aranha, Lima Barreto e Euclides da Cunha, e na poesia, o paraibano Augusto dos Anjos. Em 1902 surgiram duas obras importantes para a história literária do Brasil: Os Sertões, de Euclides da Cunha e Canaã, de Graça Aranha. Esses dois livros expunham claramente a coexistência de tendências conservadoras e atitudes renovadoras em nossa literatura: ao lado de concepções provenientes de movimentos literários como o Realismo-Naturalismo, o Parnasianismo e o Simbolismo, podiam-se perceber novas preocupações estéticas e temáticas, através da criação de um Brasil literário.

“Começam a ser lidos (principalmente no Rio e em S. Paulo) os futuristas italianos, os dadaístas e os surrealistas franceses. Ouve-se a nova música de Debussy. Assiste-se ao teatro de Pirandello, ao cinema de Chaplin. Conhece-se o cubismo de Picasso, o primitivismo da Escola de Paris, o expressionismo plástico alemão. Já se fala da psicanálise de Freud. Chegam, enfim, os primeiros ecos da Revolução Russa, do anarquismo espanhol, do sindicalismo e do fascismo italiano.”

O contexto histórico do pré-modernismo

(Alfredo Bossi. História concisa da literatura brasileira. S. Paulo; Cultrix, 1983.)

Proclamada a República em 1889, as condições sociais do povo brasileiro permanecem inalteradas. A situação das famílias que vivem no campo (dois terços da população do país) continuava sendo determinada pelos grandes latifundiários, que controlavam vastas extensões de terra tanto no litoral quanto no interior. A crescente insatisfação, agravada, no Nordeste, por uma série de terríveis secas, levou a população carente e inculta a procurar consolo possível, que, na maior parte das vezes, apresentava-se travestido de fanatismo religioso. Foi assim que o Brasil testemunhou, nos últimos anos do império e nos primeiros anos da República, algumas importantes revoltas populares impulsionadas por líderes religiosos. O sertão nordestino virou palco para batalhas entre a polícia e grupo de cangaceiros que exigiam dos principais coronéis o pagamento de ―taxas‖ de proteção para as suas fazendas. O mais famoso dos líderes do cangaço foi o conhecido Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião. A possibilidade de migrar para a Amazônia, que vivia, nesse momento, a fase áurea da extração da borracha, atraía os que não viam na revolta e no cangaço a solução para suas vidas. O Pré-Modernismo situa-se no, período da história do Brasil conhecido como Primeira República ou República Velha (aproximadamente 1894-1930), época em que se conseguiu combinar a ―modernidade‖ política da República com o arcaísmo do poder local dos ―coronéis‖. S. Paulo passava por um momento de expansão econômica graças à cultura do café e também representava uma saída para muitos brasileiros, que para ali se dirigiam na esperança de conseguir um trabalho estável e mais bem remunerado. Os fazendeiros de café de S. Paulo sustentavam-se no poder graças ao ―voto de cabresto‖ garantido pêlos latifundiários do interior do país. Uma aliança entre Minas Gerais ( de economia baseada no gado) e São Paulo (produtor de café) criou a política ―café com leite‖. O apoio dos outros Estados era garantido pela ―política dos governadores‖ : em troca de sua fidelidade, os políticos regionais ganhavam liberdade para mandar e

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Sintetizando as características do Pré-Modernismo: - a mostragem dos problemas do Nordeste - a realidade rural paulistana - as diferenças culturais e sociais dos subúrbios cariocas - ruptura com o passado, com a arte passadista e conservadora; presença forte de um novo regionalismo - verifica-se a presença de grupos humanos marginalizados pela elite: o sertanejo nordestino, o caipira, o matuto, etc - o sertão nordestino, os caboclos do interior, dos subúrbios, enfim, a “realidade brasileira não oficial” surge como tema de inúmeras obras do período. - focalização de uma arte que busca cientificizar a poesia, apontando para uma inovação no conceito de poesia

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TEXTO 2 ―O sertanejo é, antes de tudo, um forte. Não tem o raquitismo exaustivo dos mestiços neurastênicos do litoral. A sua aparência, entretanto, ao primeiro lance de vista, revela o contrário. Falta-lhe a plástica impecável, o desempenho, a estrutura corretíssima das organizações atléticas. [...] este contraste impõe-se ao mais leve exame. Revela-se a todo momento, em todos os pormenores da vida sertaneja – caracterizado sempre pela intercadência impressionadora entre impulsos e apatias longas.‖

EXERCÍCOS DE SALA 01. Sobre o período denominado de Pré-Modernismo, não é correto afirmar que: a)

Foi um período da nossa história literária que marca a transição entre o simbolismo e modernismo e o movimento modernista seguinte. b) Para os autores, o momento histórico brasileiro interferiu na produção literária, marcando a transição dos valores éticos do século XIX para uma nova realidade que se desenhava, essencialmente pautado por uma série de conflitos. c) O pré-modernismo, também conhecido como período sincrético. Os autores embora tivessem cultivado formalismos e estilismos, não deixaram de mostrar inconformismo perante suas próprias consciências dos aspectos políticos e sociais, incorporando seus próprios conceitos que abriram o caminho para o Modernismo. d) Apesar de alguns conservadorismos, são obras inovadoras, apresentando uma ruptura com o passado, com o academismo; a linguagem de Augusto dos Anjos, ponteadas de palavras "não poéticas" como cuspe, vômito, escarro, vermes, era uma afronta à poesia parnasiana ainda em vigor; a denúncia da realidade brasileira, negando o Brasil literário herdado de Romantismo e Parnasianismo; o Brasil não oficial do sertão nordestino, dos caboclos interioranos, dos subúrbios, é o grande tema do Pré-Modernismo; e) Os autores desse período não se preocuparam em mostrar os tipos humanos marginalizados, como o sertanejo nordestino, o caipira, os funcionários públicos, os mulatos, uma vez que se preocupavam somente em defender uma poesia formal e elitista. RESPOSTA: E

TEXTO 3 ―Decididamente era indispensável que a campanha de Canudos tivesse um objetivo superior à função estúpida e bem pouco gloriosa de destruir um povoado dos sertões. Havia um inimigo mais sério a combater, em guerra mais demorada e digna. Toda aquela campanha seria um crime inútil e bárbaro, se não se aproveitassem os caminhos abertos à artilharia para uma propaganda tenaz, contínua e persistente, visando trazer para o nosso tempo e incorporar à nossa existências aqueles rudes compatriotas retardatários. [...] Fechemos este livro. Canudos não se rendeu. Exemplo único em toda a história, resistiu até o esgotamento completo. Expugnado palmo a palmo, na precisão integral do termo, caiu no dia 5, ao entardecer, quando caíram os seus últimos defensores, que todos morreram. Eram quatro apenas: um velho, dois homens feitos e uma criança, na frente dos quais rugiam raivosamente cinco mil soldados.‖ 01 -De acordo com os fragmentos, NÃO se pode afirmar que: a)- a natureza caracterizada no texto 1 mostra-se rude, seca e pouco receptiva ao homem b)- ao descrever o sertanejo no texto 2, o narrador, onisciente, apresenta como contraditório certos aspectos de sua constituição física e seu comportamento, tais como ―impulsivo‖ e ―frágil‖ c)- o relato do narrador ao longo dos textos revela influências da ciência da época e, ao mesmo tempo, o desejo de chegar à verdade dos fatos, incorporando inclusive à sua narrativa trechos que comprovam as influências das teorias raciais existentes no começo do século XX d)- em razão do enfoque determinista do autor, partido da análise das condições do meio natural e do homem, percebemos traço do Naturalismo na narrativa de Euclides da Cunha e)- o traço mais forte do Pré-Modernismo presente na obra desse autor, conforme se pode perceber pelos fragmentos acima, é o antiacademicismo através da linguagem científica que perpassa todos os excertos.

02) São características do Pré-Modernismo brasileiro, exceto: a)

Obras de ambiência rural e regional - que tem por temática a paisagem e o homem do interior. b) Obras de ambiência urbana e social - retratando a realidade das nossas cidades. c) Obras de ambiência indefinida - cujos autores produzem uma literatura desligada da realidade socioeconômica brasileira. d) Criação de uma literatura sem compromisso com a realidade politica, social e econômica do país, voltada para o culto da forma e a arte pela arte. e) O regionalismo, montando-se um vasto painel brasileiro: o Norte e Nordeste com Euclides da Cunha; o Vale do Paraíba e o interior paulista com Monteiro Lobato; o Espírito do Santo com Graça Aranha; o subúrbio carioca com Lima Barreto. RESPOSTA: D

RESPOSTA: E EXERCÍCIOS DE CASA

02- De acordo com as expressões textuais, podemos afirmar que:

Leia os fragmentos que se seguem, extraídos do romance OS SERTÕES, do escritor Pré-Modernista EUCLIDES DA CUNHA, para analisar as questões 01 e 02:

a)- ―...a travessia das veredas sertanejas é mais exaustiva que a de uma estepe nua.‖ – nesta passagem percebemos a idealização da natureza sertaneja b)- na passagem: ―Canudos não se rendeu.‖ (texto 3), temos uma figura de linguagem chamada de prosopopeia ou personificação c)- na expressão: ―Ao passo que a caatinga o afoga; abrevia-lhe o olhar; agride-o e estonteia-o...‖, temos uma figura de linguagem denominada metonímia d)- na expressão: ―Não tem o raquitismo exaustivo dos mestiços neurastênicos do litoral...‖ percebe-se a influência das teorias raciais do início do século passado em nossa literatura e)- ―...árvores sem folhas, de galhos estorcidos e secos, revoltos, entrecruzados, apontando rijamente no espaço ou estirando-se flexuosos pelo solo, lembrando um bracejar imenso, de tortura, da flora agonizante...‖ Essa expressão demonstra o ambiente propício para o sertanejo que vive de abastança e felicidade

TEXTO 1 ―Então, a travessia das veredas sertanejas é mais exaustiva que a de uma estepe nua. Nesta, ao menos, o viajante tem o desafogo de um horizonte largo e a perspectiva das planuras francas. Ao passo que a caatinga o afoga; abrevia-lhe o olhar; agride-o e estonteia-o; enlaça-o na trama espinescente e não o atrai; repulsa-o com as folhas urtigantes, com o espinho, com os gravetos estalados em lanças, e desdobra-se-lhe na frente léguas e léguas, imutável no aspecto desolado: árvores sem folhas, de galhos estorcidos e secos, revoltos, entrecruzados, apontando rijamente no espaço ou estirando-se flexuosos pelo solo, lembrando um bracejar imenso, de tortura, da flora agonizante...‖

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RESPOSTA: D

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de Narizinho (1931), Caçadas de Pedrinho (1933) e O Picapau Amarelo (1939). Além de literatura infantil, Lobato se destacou por abordar a problemática do caboclo interiorano. Publicado em 1918, Urupês é basicamente uma série de 14 contos, tendo como ênfase a vida quotidiana e mundana do caboclo, através de seus costumes, crenças e tradições. Monteiro Lobato reuniu na obra alguns contos que a experiência de fazendeiro do Vale do Paraíba lhe proporcionou. É a obra de estréia de Monteiro Lobato. Urupês não contém uma única história, mas vários contos e um artigo, quase todos passados na cidadezinha de Itaoca, no interior de SP, com várias histórias, geralmente de final trágico e algum elemento cômico. O último conto, Urupês, apresenta a figura de Jeca Tatu, o caboclo típico e preguiçoso, no seu comportamento típico. No mais, as histórias contam de pessoas típicas da região, suas venturas e desventuras, com seu linguajar e costumes. Além dos traços expressionistas (na descrição das personagens Lobato utiliza técnicas expressionistas que as deformam, quando se dedica a caracterizar a natureza passa a vazar metáforas de bela plasticidade que em vários pontos lembra a idealização romântica. Afasta-se, no entanto, dessa escola literária por utilizar uma linguagem mais simples, arejada, moderna) usados nas descrições das personagens, Lobato utiliza constantemente a ironia, o que revela uma emotividade extremamente carregada, fruto de um misto de indignação, impaciência e até intolerância ao enxergar os problemas brasileiros e como eles são provocados pela lassidão, fraqueza e indolência do caráter de nosso povo. Além dos traços expressionistas (na descrição das personagens Lobato utiliza técnicas expressionistas que as deformam, quando se dedica a caracterizar a natureza passa a vazar metáforas de bela plasticidade que em vários pontos lembra a idealização romântica. Afasta-se, no entanto, dessa escola literária por utilizar uma linguagem mais simples, arejada, moderna) usados nas descrições das personagens, Lobato utiliza constantemente a ironia, o que revela uma emotividade extremamente carregada, fruto de um misto de indignação, impaciência e até intolerância ao enxergar os problemas brasileiros e como eles são provocados pela lassidão, fraqueza e indolência do caráter de nosso povo. O alvo de seu ataque é o caboclo. Derrubando uma tradição cara, inaugurada por José de Alencar, que apontava como a mestiçagem do índio com o branco como geradora de uma nação forte, Lobato crê no contrário. Sua teoria institui a tese do caboclismo, ou seja, a mistura de raças gera um tipo fraco, indolente, preguiçoso, passivo. Sua religião manifesta-se por meio das mais primitivas formas de superstição e magia. Sua medicina é mais rala ainda. Sua política é inexistente, já que vota sem consciência, conduzido pelo maioral das terras em que mora. Seu mobiliário é o mais escasso possível, havendo, no máximo, apenas um banquinho (de três pernas, o que poupa o trabalho de nivelamento) para as visitas. Não tem sequer senso estético, coisa que até o homem das cavernas possuía. E quanto à produção, dedica-se apenas a colher o que a natureza oferece. É, portanto, o protótipo de tudo quanto há de atrasado no país.

AULA 03: ESTUDO DOS AUTORES DO PRÉ-MODERNISMO NO BRASIL: A criação de um novo regionalismo e a crítica ao academicismo – a ruptura com o conceito de poesia. 1.

EUCLIDES DA CUNHA Nasceu em Cantagalo (RJ), no dia 20 de janeiro de 1866. Foi escritor, professor, sociólogo, repórter jornalístico e engenheiro, tendo se tornado famoso internacionalmente por sua obra-prima, “Os Sertões”, que retrata a Guerra dos Canudos. Sua obra mais conhecida é OS SERTÕES, onde ele narra a guerra de Canudos. Sua narrativa apresenta estilo literário, de fundo histórico (apesar do fato recente) e de rigor científico. Seu modelo é determinista, segundo o qual o meio determina o homem. A obra “Os sertões” Trata da Guerra de Canudos (1896-1897), no interior da Bahia. Euclides da Cunha presenciou uma parte desta guerra como correspondente do jornal O Estado de S. Paulo, e ao retornar escreveu um dos maiores livros já escritos por um brasileiro. Pertence, ao mesmo tempo, à prosa científica e à prosa artística. Pode ser entendido como um obra de Sociologia, Geografia, História ou crítica humana. Mas não é errado lê-lo como uma epopeia da vida sertaneja em sua luta diária contra a paisagem e a incompreensão das elites governamentais. Conteúdo/partes do livro O livro OS SERTÕES divide-se em três partes: A terra, O homem e A luta. A terra: Na primeira parte são estudados o relevo, o solo, a fauna, a flora e o clima da região nordestina. Euclides da Cunha revelou que nada supera a principal calamidade do sertão: a seca. Registrou, ainda, que as grandes secas do Nordeste brasileiro obedecem a um ciclo de nove a doze anos, desde o século XVIII, numa ordem cabalística. O homem: O determinismo julgava que o homem é produto do meio (geografia), da raça (hereditariedade) e do momento histórico (cultura). O autor faz uma análise da psicologia do sertanejo e de seus costumes. A luta: Fala sobre o que foi a Guerra de Canudos e explica com riqueza de detalhes os fatos dessa guerra que dizimou a população de Canudos. 2.

LIMA BARRETO Afonso Henriques de Lima Barreto (Rio de Janeiro, 13 de maio de 1881 - São Paulo, 1 de novembro de 1922), melhor conhecido como Lima Barreto, foi um jornalista e um dos mais importantes escritores libertários[1] brasileiros. Lima Barreto foi o crítico mais agudo da época da República Velha no Brasil, rompendo com o nacionalismo ufanista e pondo a nu a roupagem da República, que manteve os privilégios de famílias aristocráticas e dos militares. Em sua obra, de temática social, privilegiou os pobres, os boêmios e os arruinados. Foi severamente criticado pelos seus contemporâneos parnasianos por seu estilo despojado, fluente e coloquial, que acabou influenciando os escritores modernistas. É um escritor de transição: fiel ao modelo do romance realista e naturalista do final do século XIX, procurou, entretanto desenvolvê-lo, resgatando as tradições cômicas, carnavalescas e picarescas da cultura popular, ao mesmo tempo em que manteve "uma visão neo-romântica e elegíaca da natureza, da cidade e do ser humano. Também queria que a sua literatura fosse militante. Escrever tinha finalidade de criticar o mundo circundante para despertar alternativas renovadoras dos costumes e de práticas que, na sociedade, privilegiavam pessoas e grupos. Para ele, o escritor tinha uma função social.

3.

AUGUSTO DOS ANJOS: A poetização do feio e do hediondo – cientificismo e visão trágica da existência humana. Paraibano, nascido em 1884, Augusto dos Anjos, apesar de ter se formado em Direito, elegeu como profissão apenas o magistério. Como o próprio poeta reconheceu, seu livro causou um verdadeiro choque aos padrões literários da época. Entre elogios e impropérios, havia, no entanto, unanimidade quanto à originalidade da sua obra: com sua linguagem técnica-científica e grotesca, contrariava a ideologia vigente da 'belle époque' carioca. Em linhas gerais, 'Eu e Outras Poesias' representa a soma de todas as tendências e estilos dominantes desde o final do século XIX até o início do século XX. Em outras palavras, sua obra recebe influência do Parnasianismo, do decadentismo, do Simbolismo e ainda antecipa uma série de características modernistas. Em face disso, podemos dizer que, na realidade, Augusto dos Anjos não se filiou, com exatidão, a nenhuma escola em particular, produzindo, desse modo, uma obra múltipla e personalíssima, até mesmo com um vocabulário naturalista. Entre as suas principais características, temos, além da linguagem científica e extravagante, a temática do vazio das coisas, o nada e a morte, finitude da vida em seus estágios mais degradados: a putrefação, a decomposição da matéria. Simultaneamente, reflete em seus versos a profunda melancolia, a descrença e o pessimismo frente ao ser e à sociedade, elaborando, assim, uma poesia de negação: nega as falsas ideologias, a corrupção, os amores fúteis e as paixões transitórias. Concluindo, Augusto dos Anjos caracteriza-se por ser um poeta 'sui-generis', único em nossa poesia. A sua temática, a dos sofrimentos e angústias do homem, reflete, enfim, algo profundo e universal: 'Grito, e se grito é para que meu grito / Seja a revelação deste Infinito / Que eu trago encarcerado na minha alma!

MONTEIRO LOBATO

José Bento Renato Monteiro Lobato (Taubaté, 18 de abril de 1882 – São Paulo, 4 de julho de 1948)[1] foi um dos mais influentes escritores brasileiros do século XX. Foi um importante editor de livros inéditos e autor de importantes traduções. Seguido a seu precursor Figueiredo Pimentel ("Contos da Carochinha") da literatura infantil brasileira, ficou popularmente conhecido pelo conjunto educativo de sua obra de livros infantis, que constitui aproximadamente a metade da sua produção literária. A outra metade, consistindo de contos (geralmente sobre temas brasileiros), artigos, críticas, crônicas, prefácios, cartas, um livro sobre a importância do petróleo e do ferro, e um único romance, O Presidente Negro, o qual não alcançou a mesma popularidade que suas obras para crianças, que entre as mais famosas destaca-se Reinações

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EXERCÍCOS DE SALA

EXERCÍCOS DE SALA

Leia com atenção o seguinte texto:

01) Leia o soneto abaixo.

Os doentes

Psicologia de um vencido

Como uma cascavel que se enroscava, A cidade dos lázaros dormia... Somente, na metrópole vazia, Minha cabeça autônoma pensava!

Eu, filho do carbono e do amoníaco, Monstro de escuridão e rutilância, Sofro, desde a epigênesis da infância, A influência má dos signos do zodíaco.

Mordia-me a obsessão má de que havia, Sob os meus pés, na terra onde eu pisava, Um fígado doente que sangrava E uma garganta de órfã que gemia!

Profundíssimamente hipocondríaco, Este ambiente me causa repugnância... Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia Que se escapa da boca de um cardíaco.

Tentava compreender com as conceptivas Funções do encéfalo as substâncias vivas Que nem Spencer, nem Haeckel compreenderam...

Já o verme — este operário das ruínas — Que o sangue podre das carnificinas Come, e à vida em geral declara guerra,

E via em mim, coberto de desgraças, O resultado de bilhões de raças Que há muitos anos desapareceram!

Anda a espreitar meus olhos para roê-los, E há-de deixar-me apenas os cabelos, Na frialdade inorgânica da terra!

(ANJOS, Augusto dos. Eu: poesias. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1998. p. 61)

(ANJOS, Augusto dos. Eu: poesias. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1998. p. 61)

01) Assinale a alternativa incorreta sobre o poema “Os doentes”.

I Ao se definir como filho do carbono e do amoníaco, o eu lírico desce ao limite inferior da materialidade biológica pois, pensando em termos de átomos (carbono) e moléculas (amoníaco), que são estudados pela Química, constata-se uma dimensão onde não existe qualquer resquício de alma ou de espírito. II O amoníaco, no soneto, é uma metáfora de alma, pois, segundo o eu lírico, o homem é composto de corpo (carbono) e alma (amoníaco) e, no fim da vida, o corpo (orgânico) acaba, apodrece, enquanto a alma (inorgânica) mantém-se intacta. III O soneto principia descrevendo as origens da vida e termina descrevendo o destino final do ser humano; retrata o ciclo da vida e da morte, permeado de dor, de sofrimento e da presença constante e ameaçadora da morte inevitável.

a) É possível perceber, na elaboração desse texto, uma valorização

b) c) d) e)

exagerada do conteúdo, fazendo com que a forma acabe por se prejudicar, como se percebe na negligenciação estrutural feita pelo poeta. Observa-se uma tendência bastante forte para a exploração de temas mórbidos e patológicos como nos demais poemas de Augusto dos Anjos. A presença marcante do cientificismo nesse poema, não exclui o impulso lírico, pois esse se apresenta de forma predominante e constante. O pessimismo do eu-poético se processa de maneira exacerbada, acabando por levá-lo para um quase total aniquilamento. A presença marcante do individualismo reforça o título da obra de onde foram tirados esses versos, obra única do autor paraibano.

Está(ão) correta(s) a) apenas II b) apenas III c) apenas I e II d) apenas I e III e) apenas II e III

RESPOSTA: A 02) Ainda de acordo com o texto “Os doentes”, assinale o falso. a)

b)

c)

d) e)

RESPOSTA: D

O grande traço da modernidade que se pode encontrar nesse poema de Augusto dos Anjos reside no sincretismo vocabular em que se apresentam, simultaneamente, o uso de palavras eruditas e coloquiais. A cotidianidade dos temas é uma característica constante na poesia desse autor, ao lado da utilização de palavras que chocam pela agressividade do vocabulário e pela presença de fortes imagens impressionistas, como se pode perceber no poema. O discurso da dor, aspecto relevante na poesia de Augusto dos Anjos, aparece aqui por intermédio de uma forte presença do cientificismo, promovendo a consciência profunda sobre a condição do ser humano, desvendando-o de forma desabrida ao se operar um tratamento de choque nas sensibilidades. Pela visão metafísica que aponta em relação à condição humana, o poeta se aproxima da estética simbolista neste poema. A visão depauperada do Ser esclarece o pessimismo que se acerca do eu-lírico nesse poema, como se pode perceber na última estrofe. RESPOSTA: D

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AULA 04: AS VANGUARDAS ARTÍSTICAS EUROPEIAS – a ruptura com o passado e as novas propostas estéticas de inovação da arte moderna. Vanguarda (deriva do francês avant-garde) em sentido literal faz referência ao batalhão militar que precede as tropas em ataque durante uma batalha. Daí deduz-se que vanguarda é aquilo que "está à frente". Desta forma, todo aquele que está à frente de algo e portanto aquele que está à frente do seu tempo em uma atitude poderia se intitular como pertencente a uma vanguarda. Desta dedução surge a definição adotada por uma série de movimentos artísticos e políticos do fim do século XIX e início do século XX. Os movimentos europeus de vanguarda eram aqueles que, segundo seus próprios autores, guiavam a cultura de seus tempos, estando de certa forma à frente deles. Muitos destes movimentos acabaram por assumir um comportamento próximo ao dos partidos políticos: possuíam militantes, lançavam manifestos e acreditavam que a verdade encontrava-se com eles. Muitos outros artistas e movimentos artísticos, posteriores, por sua atitude semelhante a das vanguardas europeias canônicas, poderiam ser referidos pelo termo vanguarda, sendo usual, porém, utilizarmos o termo somente para os artistas participantes daquelas, especialmente para fins didáticos. Octavio Paz utiliza o termo para definir toda estética considerada "fundadora", que representa uma ruptura nos padrões artísticos de sua época. As principais correntes de vanguardas que vão, de modo bastante forte, influenciar a arte e a literatura do Modernismo são:

5.

1. O Cubismo, que tratava as formas da natureza por meio de

2.

3.

4.

figuras geométricas, representando todas as partes de um objeto no mesmo plano. A representação do mundo passava a não ter nenhum compromisso com a aparência real das coisas. Geometrização das formas e volumes, enúncia à perspectiva, o claro-escuro perde sua função, representação do volume colorido sobre superfícies planas, sensação de pintura escultórica, cores austeras, do branco ao negro passando pelo cinza, por um ocre apagado ou um castanho suave. O Futurismo, que foi um movimento artístico e literário, que surgiu oficialmente em 20 de fevereiro de 1909 com a publicação do Manifesto Futurista, pelo poeta italiano Filippo Marinetti, no jornal francês Le Figaro. Os adeptos do movimento rejeitavam o moralismo e o passado, e suas obras baseavam-se fortemente na velocidade e nos desenvolvimentos tecnológicos do final do século XIX. Os primeiros futuristas europeus também exaltavam a guerra e a violência. O Futurismo desenvolveu-se em todas as artes e influenciou diversos artistas que depois fundaram outros movimentos modernistas. O Dadaísmo, que por sua vez foi um movimento artístico da chamada vanguarda artística moderna iniciado em Zurique, em 1915 durante a Primeira Guerra Mundial, no chamado Cabaret Voltaire. Formado por um grupo de escritores, poetas e artistas plásticos, dois deles desertores do serviço militar alemão, liderados por Tristan Tzara, Hugo Ball e Hans Arp. Defendia a oposição a qualquer tipo de equilíbrio, combinação de pessimismo irônico e ingenuidade radical, ceticismo absoluto e improvisação. Enfatizou o ilógico e o absurdo. Entretanto, apesar da aparente falta de sentido, o movimento protestava contra a loucura da guerra. Assim, sua principal estratégia era mesmo denunciar e escandalizar. A sua proposta é que a arte ficasse solta das amarras racionalistas e fosse apenas o resultado do automatismo psíquico, selecionando e combinando elementos por acaso. Sendo a negação total da cultura, o Dadaísmo defende o absurdo, a incoerência, a desordem, o caos. Politicamente firma-se como um protesto contra uma civilização que não conseguiria evitar a guerra. Ready-Made significa confeccionado, pronto. Expressão criada em 1913 pelo artista francês Marcel Duchamp para designar qualquer objeto manufaturado de consumo popular, tratado como objeto de arte por opção do artista. O Surrealismo, que foi um movimento artístico e literário surgido primeiramente em Paris dos anos 20, inserido no contexto das vanguardas que viriam a definir o modernismo no período entre as duas Grandes Guerras Mundiais. Reúne

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artistas anteriormente ligados ao Dadaísmo ganhando dimensão internacional. Fortemente influenciado pelas teorias psicanalíticas de Sigmund Freud (1856-1939), mas também pelo marxismo, o surrealismo enfatiza o papel do inconsciente na atividade criativa. Um dos seus objetivos foi produzir uma arte que, segundo o movimento, estava sendo destruída pelo racionalismo. O poeta e crítico André Breton (1896-1966) é o principal líder e mentor deste movimento. As características deste estilo: uma combinação do representativo, do abstrato, do irreal e do inconsciente. Entre muitas de suas metodologias estão a colagem e a escrita automática. Segundo os surrealistas, a arte deve se libertar das exigências da lógica e da razão e ir além da consciência cotidiana, buscando expressar o mundo do inconsciente e dos sonhos. O expressionismo, por sua vez, foi um movimento cultural de vanguarda surgido na Alemanha nos primórdios do século XX, de indivíduos que estavam mais interessados na interiorização da criação artística do que na sua exteriorização, projetando na obra de arte uma reflexão individual e subjetiva. Ou seja, a obra de arte é reflexo direto do mundo interior do artista expressionista. O Expressionismo é a arte do instinto, trata-se de uma pintura dramática, subjetiva, ―expressando‖ sentimentos humanos. Utilizando cores irreais, dá forma plástica ao amor, ao ciúme, ao medo, à solidão, à miséria humana, à prostituição. Deformase a figura, para ressaltar o sentimento. Predominância dos valores emocionais sobre os intelectuais. Corrente artística concentrada especialmente na Alemanha entre 1905 e 1930. Principais características: pesquisa no domínio psicológico; cores resplandecentes, vibrantes, fundidas ou separadas; dinamismo improvisado, abrupto, inesperado; pasta grossa, martelada, áspera; técnica violenta: o pincel ou espátula vai e vem, fazendo e refazendo, empastando ou provocando explosões; preferência pelo patético, trágico e sombrio.

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EXERCÍCIOS DE SALA

EXERCÍCO DE CASA

01)(UFPA)- Atente para os fragmentos abaixo, que pertencem ao manifesto de uma das correntes de vanguarda do início do século XX, e que se tornará importante para o desenvolvimento e proliferação do movimento modernista entre nós.

01)Sobre a exposição de Anita Malfatti, em 1917, que muito influenciaria a Semana de Arte Moderna, Monteiro Lobato escreveu, em artigo intitulado Paranoia ou Mistificação:

―- Nós queremos cantar o amor ao perigo, o hábito à energia e temeridade.‖ ―- Os elementos essenciais de nossa poesia serão a coragem, audácia e a revolta.‖ ―- Tendo a literatura até aqui enaltecido a imobilidade pensativa, êxtase e o sono, nós queremos exaltar o movimento agressivo, insônia febril, o passo ginástico, o salto perigoso, a bofetada e soco.‖

Há duas espécies de artistas. Uma composta dos que vêem as coisas e em consequência fazem arte pura, guardados os eternos ritmos da vida, e adotados, para a concretização das emoções estéticas, os processos clássicos dos grandes mestres. (...) A outra espécie é formada dos que vêem anormalmente a natureza e a interpretam à luz das teorias efêmeras, sob a sugestão estrábica das escolas rebeldes, surgidas cá e lá como furúnculos da cultura excessiva. (...). Estas considerações são provocadas pela exposição da sra. Malfatti, onde se notam acentuadíssimas tendências para uma atitude estética forçada no sentido das extravagâncias de Picasso & cia.

à a o a o

As ideias de Marinetti influenciaram muito os nossos autores. Dele, os escritores brasileiros seguiram:

O Diário de São Paulo, dez./1917. a)- a exacerbação do nacional e a sintaxe tradicional b)- a paixão pela metáfora, intelectualista e rebuscada, e pelas frases feitas c)- a negação do passado e o uso de palavras em liberdade d)- o conceito de felicidade na vida em contato com a natureza e a fé na razão e na ciência e)- o gosto pelo psicologismo na ficção e a supervalorização da natureza

Em qual das obras abaixo identifica-se o estilo de Anita Malfatti criticado por Monteiro Lobato no artigo? d) a)

RESPOSTA: D 02) (UNIP-SP)- Leia o “Poema tirado de uma notícia de jornal”, de Manuel Bandeira: João Gostoso era carregador de feira-livre e morava no morro da Babilônia num barracão sem número. Uma noite ele chegou no bar Vinte de Novembro Bebeu Cantou Dançou Depois se atirou na lagoa Rodrigo de Freitas e morreu afogado.

e) b)

Podemos filiar esse põem a qual tendência vanguardista? a) Cubismo b) Futurismo c) dadaísmo d) Surrealismo e) Expressionismo

c)

03) Após estudar na Europa, Anita Malfatti retornou ao Brasil com uma mostra que abalou a cultura nacional do início do século XX. Elogiada por seus mestres na Europa, Anita se considerava pronta para mostrar seu trabalho no Brasil, mas enfrentou as duras críticas de Monteiro Lobato. Com a intenção de criar uma arte que valorizasse a cultura brasileira, Anita Malfatti e outros artistas modernistas: a)

b)

c) d)

e)

Buscaram libertar a arte brasileira das normas acadêmicas europeias, valorizando as cores, a originalidade e os temas nacionais. Defenderam a liberdade limitada de uso da cor, até então utilizada de forma irrestrita, afetando a criação artística nacional. Representaram a ideia de que a arte deveria copiar fielmente a natureza tendo como finalidade a prática educativa. Mantiveram de forma fiel a realidade nas figuras retratadas, defendendo uma liberdade artística ligada à tradição acadêmica. Buscaram a liberdade na composição de suas figuras, respeitando limites de temas abordados.

RESPOSTA: A

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participação de vários músicos. O público em número reduzido, portava-se com mais respeito, até que VillaLobos entra de casaca, mas com um pé calçado com um sapato, e outro com chinelo; o público interpreta a atitude como futurista e desrespeitosa e vaia o artista impiedosamente. Mais tarde, o maestro explicaria que não se tratava de modismo e, sim, de um calo inflamado…

AULA 05: A SEMANA DE ARTE MODERNA – um evento para assustar o tradicionalismo e o conservadorismo na arte – polêmica, rebeldia e contestação A Semana de Arte Moderna, também chamada de Semana de 22, ocorreu em São Paulo no ano de 1922, nos dias 13, 15 e 17 de fevereiro, no Teatro Municipal. A Semana de Arte Moderna representou uma verdadeira renovação de linguagem, na busca de experimentação, na liberdade criadora da ruptura com o passado e até corporal, pois a arte passou então da vanguarda, para o modernismo. O evento marcou época ao apresentar novas ideias e conceitos artísticos, como a poesia através da declamação, que antes era só escrita; a música por meio de concertos, que antes só havia cantores sem acompanhamento de orquestras sinfônicas; e a arte plástica exibida em telas, esculturas e maquetes de arquitetura, com desenhos arrojados e modernos. O adjetivo "novo" passou a ser marcado em todas estas manifestações que propunha algo no mínimo curioso e de interesse. A Semana de Arte Moderna ocorreu em uma época cheia de turbulências políticas, sociais, econômicas e culturais. As novas vanguardas estéticas surgiam e o mundo se espantava com as novas linguagens desprovidas de regras. Alvo de críticas e em parte ignorada, a Semana não foi bem entendida em sua época. A Semana de Arte Moderna se encaixa no contexto da República Velha, controlada pelas oligarquias cafeeiras e pela política do café com leite. O capitalismo crescia no Brasil, consolidando a República e a elite paulista, esta totalmente influenciada pelos padrões estéticos europeus mais tradicionais. Seu objetivo era renovar o ambiente artístico e cultural da cidade com "a perfeita demonstração do que há em nosso meio em escultura, arquitetura, música e literatura sob o ponto de vista rigorosamente atual", como informava o Correio Paulistano, órgão do partido governista paulista, em 29 de janeiro de 1922.

Desdobramentos da Semana de Arte Moderna no Brasil Vale ressaltar, que a Semana em si não teve grande importância em sua época, foi com o tempo que ganhou valor histórico ao projetar-se ideologicamente ao longo do século. Devido à falta de um ideário comum a todos os seus participantes, ela desdobrou-se em diversos movimentos diferentes, todos eles declarando levar adiante a sua herança. No Brasil, o descontentamento com o estilo anterior foi bem mais explorado no campo da literatura, com maior ênfase na poesia. Entre os escritores modernistas destacam-se: Oswald de Andrade, Guilherme de Almeida e Manuel Bandeira. Na pintura, destacou-se Anita Malfatti, que realizou a primeira exposição modernista brasileira em 1917. Suas obras, influenciadas pelo cubismo, expressionismo e futurismo, escandalizaram a sociedade da época. Monteiro Lobato não poupou críticas à pintora, contudo, este episódio serviu como incentivo para a realização da Semana de Arte Moderna. A Semana, na verdade, foi a explosão de idéias inovadoras que aboliam por completo a perfeição estética tão apreciada no século XIX. Os artistas brasileiros buscavam uma identidade própria e a liberdade de expressão; com este propósito, experimentavam diferentes caminhos sem definir nenhum padrão. Isto culminou com a incompreensão e com a completa insatisfação de todos que foram assistir a este novo movimento. Logo na abertura, Manuel Bandeira, ao recitar seu poema Os sapos, foi desaprovado pela platéia através de muitas vaias e gritos. Embora tenha sido alvo de muitas críticas, a Semana de Arte Moderna só foi adquirir sua real importância ao inserir suas ideias ao longo do tempo. O movimento modernista continuou a expandir-se por divulgações através da Revista Antropofágica e da Revista Klaxon, e também pelos seguintes movimentos: Movimento Pau-Brasil, Grupo da Anta, Verde-Amarelismo e pelo Movimento Antropofágico. Todo novo movimento artístico é uma ruptura com os padrões utilizados pelo anterior, isto vale para todas as formas de expressões, sejam elas através da pintura, literatura, escultura, poesia, etc. Ocorre que nem sempre o novo é bem aceito, isto foi bastante evidente no caso do Modernismo, que, a principio, chocou por fugir completamente da estética europeia tradicional que influenciava os artistas brasileiros.

A Semana como evento artistico bombástico Importantes figuras do modernismo, em 1922. Mário de Andrade (sentado), Anita Malfatti (sentada, ao centro) e Zina Aita (à esquerda de Anita). Da esquerda para a direita: Pagu, Elsie Lessa, Tarsila do Amaral, Anita Malfatti e Eugênia Álvaro Moreyra A Semana, de uma certa maneira, nada mais foi do que uma ebulição de novas ideias totalmente libertadas, nacionalista em busca de uma identidade própria e de uma maneira mais livre de expressão. Não se tinha, porém, um programa definido: sentia-se muito mais um desejo de experimentar diferentes caminhos do que de definir um único ideal moderno.

Curiosidades sobre a Semana de Arte Moderna:

13 de fevereiro (Segunda-feira) - Casa cheia, abertura oficial do evento. Espalhadas pelo saguão do Teatro Municipal de São Paulo, várias pinturas e esculturas provocam reações de espanto e repúdio por parte do público. O espetáculo tem início com a confusa conferência de Graça Aranha, intitulada "A emoção estética da Arte Moderna". Tudo transcorreu em certa calma neste dia. 15 de fevereiro (Quarta-feira) - Guiomar Novais era para ser a grande atração da noite. Contra a vontade dos demais artistas modernistas, aproveitou um intervalo do espetáculo para tocar alguns clássicos consagrados, iniciativa aplaudida pelo público. Mas a "atração" dessa noite foi a palestra de Menotti del Picchia sobre a arte estética. Menotti apresenta os novos escritores dos novos tempos e surgem vaias e barulhos diversos (miados, latidos, grunhidos, relinchos…) que se alternam e confundem com aplausos. Quando Ronald de Carvalho lê o poema intitulado Os Sapos de Manuel Bandeira, (poema criticando abertamente o parnasianismo e seus adeptos) o público faz coro atrapalhando a leitura do texto. A noite acaba em algazarra. Ronald teve de declamar o poema pois Bandeira estava impedido de fazê-lo por causa de uma crise de tuberculose. 17 de fevereiro (Sexta-feira) - O dia mais tranquilo da semana, apresentações musicais de Villa-Lobos, com

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- Durante a leitura do poema "Os Sapos", de Manuel Bandeira, o público presente no Teatro Municipal fez coro e atrapalhou a leitura, mostrando desta forma a desaprovação. - No dia 17 de fevereiro, Villa-Lobos fez uma apresentação musical. Entrou no palco calçando num pé um sapato e em outro um chinelo. O público vaiou, pois considerou a atitude futurista e desrespeitosa. Depois, foi esclarecido que Villa-Lobos entrou desta forma, pois estava com um calo no pé.

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EXERCÍCIOS DE SALA

03) Em relação às Vanguardas Europeias, assinale a alternativa incorreta:

01) A Semana da Arte Moderna de 1922 tinha como uma das grandes aspirações renovar o ambiente artístico e cultural do país, produzindo uma arte brasileira afinada com as tendências vanguardistas europeias, sem, contudo, perder o caráter nacional; para isso contou com a participação de escritores, artistas plásticos, músicos, entre outros. Analise as proposições em relação à Semana da Arte Moderna, assinale (V) para as verdadeiras e (F) para as falsas.

a) influenciaram os autores do Modernismo brasileiro. b) seus pressupostos estéticos não eram bem vistos pelos artistas brasileiros mais tradicionais. c) um dos maiores nomes do Surrealismo na pintura foi Salvador Dali. d) o Cubismo representava um retorno à Antiguidade clássica, sendo uma vanguarda retrógrada. e) no Dadaísmo, tem-se a quebra total de lógica e de sintaxe.

( ) O movimento Modernista buscava resgatar alguns pontos em comum com o Barroco, como os contos sobre a natureza; e com o Parnasianismo, como o estilo simples da linguagem. ( ) A exposição da artista plástica Anita Malfatti representou um marco para o modernismo brasileiro; suas obras apresentavam tendências vanguardistas europeias, o que de certa forma chocou grande parte do público; foi criticada pela corrente conservadora, mas despertou os jovens para a renovação da arte brasileira. ( ) O escritor Graça Aranha foi quem abriu o evento com a sua conferência inaugural ―A emoção estética na Arte Moderna‖; em seguida, apresentou suas obras Paulicéia desvairada e Amar, verbo intransitivo. ( ) O maestro e compositor Villa-Lobos foi um dos mais importantes e atuantes participantes da Semana; neste ano comemoram-se 50 anos de sua morte. ( ) As esculturas de Brecheret, impregnadas de modernidade, foram um dos estandartes da Semana; sua maquete do Movimento às Bandeiras foi recusada pelas autoridades paulistas; hoje, umas das esculturas públicas mais admiradas em São Paulo.

RESPOSTA: D EXERCÍCIOS DE CASA 01) (PUC-RJ) O movimento artístico-literário que mobilizou parcela significativa da intelectualidade brasileira durante a década de 1920 e procurou romper com os padrões europeus da criação tinha como proposta: a) A tentativa de buscar um conteúdo mais popular para a problemática presente nas diferentes formas de manifestação artística. b) A tentativa de recuperação das idealizações românticas ligadas à temática do índio brasileiro. c) A valorização do passado colonial, ressaltada a influencia portuguesa sobre a nossa sintaxe. d) A tentativa de constituição, no campo das artes, da problemática da nacionalidade,ressaltadas as peculiaridades do povo brasileiro. e) A desvalorização da problemática regionalista, contida nas lendas e mitos brasileiros.

Assinale a alternativa que contém a sequência correta, de cima para baixo. a) b) c) d) e)

VFVFV FFVVV FVFVV VVFVF VVVVV

RESPOSTA: D

RESPOSTA: C ANOTAÇÕES

02) Em dezembro de 1917, Anita Malfatti realizou em São Paulo uma exposição de arte com cinquenta e dois trabalhos que apresentavam forte tendência expressionista, dentre os quais ―A estudante russa‖.

Sobre a obra, é correto afirmar: a) O tratamento realista que recebeu tornou-a alvo de críticas mordazes dos modernistas durante a exposição de 1917. b) Revela o principal objetivo dos artistas modernistas brasileiros: a elaboração de obras de difícil compreensão para o público. c) É resultado da busca de padrões acadêmicos europeus para a reprodução da natureza com o máximo de objetividade e beleza. d) Marca o rompimento com o belo natural na arte brasileira, refletindo a liberdade do artista na interpretação do mundo. e) busca imitar a arte clássica, vista pelos modernistas como a verdadeira arte de vanguarda. RESPOSTA: D

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tentativa de repensar a história e a literatura brasileiras - e a valorização do índio verdadeiramente brasileiro. É o tempo do Manifesto da Poesia Pau-Brasil e do Manifesto Antropófago, ambos nacionalistas na linha comandada por Oswald de Andrade, e do Manifesto do Verde-Amarelismo ou da Escola da Anta, que já traz as sementes do nacionalismo fascista comandado por Plínio Salgado. Como se percebe já no final da década de 20, a postura nacionalista apresenta duas vertentes distintas: de um lado, um nacionalismo crítico, consciente, de denúncia da realidade brasileira, politicamente identificado com as esquerdas; de outro, um nacionalismo ufanista, utópico, exagerado, identificado com as correntes políticas de extrema direita. Dentre os principais nomes dessa primeira fase do Modernismo e que continuariam a produzir nas décadas seguintes, destacam-se Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Manuel Bandeira, Antônio de Alcântara Machado, além de Menotti del Picchia, Cassiano Ricardo, Guilherme de Almeida e Plínio Salgado. Essa primeira fase foi predominantemente poética. Seus autores pregavam, entre outras ideias, a negação do passado, a valorização poética do cotidiano, o nacionalismo e a liberdade linguística, basicamente através da incorporação da linguagem coloquial e o Anarquismo. O espírito desses artistas era polêmico, original e debochado. Havia entre eles, como se vê, uma posição anárquica, cuja frase famosa de Mário de Andrade os justificava: "Não sabemos definir o que queremos mas sabemos o que não queremos!". Tinham de lutar para demolir a vida social brasileira, que consideravam colonial, antiga, lusitana. E havia, sobretudo, um nacionalismo intransigente, que viria a criar Macunaíma, de Mário de Andrade, ou a Poesia Pau-Brasil de Oswald: Sem esses ingênuos e lutadores artistas, porém

AULA 06: O MODERNISMO BRASILEIRO – 1ª FASE – ruptura com o passado, demolição e anarquia na arte – a fase de libertação do Modernismo brasileiro (1922-1930). A Primeira Fase do Modernismo foi caracterizada pela tentativa de definir e marcar posições, sendo ela rica em manifestos e revistas de circulação efêmera. Havia a busca pelo moderno, original e polêmico, com o nacionalismo em suas múltiplas facetas. A volta das origens, através da valorização do indígena e a língua falada pelo povo, também foram abordados. Contudo, o nacionalismo foi empregado de duas formas distintas: a crítica, alinhado a esquerda política através da denúncia da realidade, e a ufanista, exagerado e de extrema direita. Devido à necessidade de definições e de rompimento com todas as estruturas do passado foi a fase mais radical, assumindo um caráter anárquico e destruidor. Um mês depois da Semana de Arte Moderna, o Brasil vivia dois momentos de grande importância política: as eleições presidenciais e o congresso de fundação do Partido Comunista em Niterói. Em 1926, surge o Partido Democrático, sendo Mário de Andrade um de seus fundadores. A Ação Integralista Brasileira, movimento nacionalista radical, também vai ser fundado, em 1932, por Plínio Salgado. Realizada a Semana de Arte Moderna e ainda sob os ecos das vaias e gritarias, tem início uma primeira fase modernista, que se estende de 1922 a 1930, caracterizada pela tentativa de definir e marcar posições. Constitui, portanto, um período rico em manifestos e revistas de vida efêmera: são grupos em busca de definição. Nessa década, a economia mundial caminha para um colapso, que se concretizaria com a quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque, em 1929. O Brasil vive os últimos anos da chamada República Velha, ou seja, o período de domínio político das oligarquias ligadas aos grandes proprietários rurais. Não por mera coincidência, a partir de 1922, com a revolta militar do Forte de Copacabana, o Brasil passa por um momento realmente revolucionário, que culminaria com a Revolução de 1930 e a ascensão de Getúlio Vargas.

fabulosos modernistas de primeira geração, os escritores que vieram depois jamais seriam tão sólidos como foram. Na loucura desses moços, fundou-se no Brasil o que há de mais importante: estarmos passo a passo com a modernidade do mundo. Ou seja, eles eram livres e "internacionais". Como disse Mário de Andrade: Leitor Está fundado o Desvairismo. Este prefácio, apesar de interessante, inútil. [...] Quando sinto a impulsão lírica escrevo sem pensar tudo o que meu inconsciente me grita. Penso depois: não só para corrigir, como para justificar o que escrevi. Daí a razão deste

Nelson Werneck Sodré, ao analisar as décadas de 1920 e 30 em História da literatura brasileira, explica: "Nesse processo verificamos a seriação das manifestações político-militares iniciadas com os disparos dos canhões de Copacabana, em 1922, e encerradas com o internamento da Coluna Prestes na Bolívia. Tais manifestações, inequivocamente de classe média, assinalavam o crescendo na disputa pelo poder. Nele verificamos, ainda, a seriação de manifestações de rebeldia artística a que se convencionou chamar Movimento Modernista, também tipicamente de classe média."

("Prefácio Interessantíssimo", 1922)

ANOTAÇÕES

Características gerais da FASE DE 22 do Modernismo brasileiro. O período de 1922 a 1930 é o mais radical do movimento modernista, justamente em consequência da necessidade de definições e do rompimento com todas as estruturas do passado. Daí o caráter anárquico dessa primeira fase e seu forte sentido destruidor, assim definido por Mário de Andrade: "(...) se alastrou pelo Brasil o espírito destruidor do movimento modernista. Isto é, o seu sentido verdadeiramente específico. Porque, embora lançando inúmeros processos e ideias novas, o movimento modernista foi essencialmente destruidor. (...) Mas esta destruição não apenas continha todos os germes da atualidade, como era uma convulsão profundíssima da realidade brasileira. O que caracteriza esta realidade que o movimento modernista impôs é, a meu ver, a fusão de três princípios fundamentais: o direito permanente â pesquisa estética; a atualização da inteligência artística brasileira e a estabilização de uma consciência criadora nacional." Ao mesmo tempo que se procura o moderno, o original e o polêmico, o nacionalismo se manifesta em suas múltiplas facetas: uma volta às origens, a pesquisa de fontes quinhentistas, a procura de uma "língua brasileira" (a língua falada pelo povo nas ruas), as paródias - numa

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EXERCÍCOS DE SALA

EXERCÍCIOS DE CASA Brasil O Zé Pereira chegou de caravela E preguntou pro guarani da mata virgem - Sois cristão? - Não. Sou bravo, sou forte, sou filho da Morte Teterê tetê Quizá Quizá Quecê! Lá longe a onça resmungava Uu! Ua! uu! O negro zonzo saído da fornalha Tomou a palavra e respondeu - Sim pela graça de Deus Canhem Babá canhem Babá Cum Cum! E fizeram o carnaval!

01) (UFPB-) Leia. “Os modernistas de 1922 nunca se consideraram componentes de uma escola, nem afirmaram ter postulados rigorosos em comum. O que os unificava era um grande desejo de expressão livre e a tendência para transmitir, sem os embelezamentos tradicionais do academismo, a emoção pessoal e a realidade do país.” (CANDIDO, Antonio e CASTELLO, José Aderaldo. Presença da literatura brasileira. Modernismo. São Paulo: Difel, 1981, p. 9).

Considerando as informações apresentadas no texto e os estudos sobre o modernismo brasileiro, identifique a(s) proposição (ões) verdadeira(s):

(Oswald de Andrade)

01) (ENEM)- Este texto apresenta uma versão humorística da formação do Brasil, mostrando-a como uma junção de elementos diferentes. Considerando-se esse aspecto, é correto afirmar que a visão apresentada pelo texto é: a) ambígua, pois tanto aponta o caráter desconjuntado da formação nacional, quanto parece sugerir que esse processo, apesar de tudo, acaba bem. b) inovadora, pois mostra que as três raças formadoras – portugueses, negros e índios – pouco contribuíram para a formação da identidade brasileira. c) moralizante, na medida em que aponta a precariedade da formação cristã do Brasil como causa da predominância de elementos primitivos e pagãos. d) preconceituosa, pois critica tanto índios quanto negros, representando de modo positivo apenas o elemento europeu, vindo com as caravelas. e) negativa, pois retrata a formação do Brasil como incoerente e defeituosa, resultando em anarquia e falta de seriedade. RESPOSTA: A

01. A ausência de “postulados rigorosos” contribuiu para que autores como Manuel Bandeira e Mário de Andrade não se tornassem representativos no cenário da literatura brasileira. 02. Os “embelezamentos tradicionais do academismo”, mencionados no texto, estão associados à poesia de Cassiano Ricardo e de Oswald de Andrade. 04. A “tendência para transmitir (...) a realidade do país” significava, para os modernistas de 1922, realizar uma leitura crítica das nossas tradições culturais, como ocorre em Macunaíma, de Mário de Andrade. 08. O “desejo de expressão livre” não se manifesta na poesia de Mário de Andrade, pois o poeta não adota as inovações formais, presentes na obra de outros autores modernistas. 16. A “tendência para transmitir (...) a emoção pessoal” manifesta-se em poemas de Manuel Bandeira, que resgata o lirismo poético. A soma dos valores atribuídos à(s) proposição (ões) verdadeira(s) é igual a ___/___ RESPOSTA: 22

02) (ENEM)- A polifonia, variedade de vozes, presente no poema resulta da manifestação do:

02) (UEPB-92)

a) poeta e do colonizador apenas. b) colonizador e do negro apenas. c) Nero e do índio apenas. d) colonizador, do poeta e do negro apenas. e) poeta, do colonizador, do índio e do negro.

―Um pouco de teoria? Acredito que o lirismo, nascido no subconsciente, acrisolado num pensamento claro ou confuso, cria frases que são versos inteiros, sem prejuízo de medir tantas sílabas, com acentuação determinada‖.

RESPOSTA: E 03) (Enem) O uso do pronome átono no início das frases é destacado por um poeta e por um gramático nos textos abaixo: Pronominais

À medida que o poeta apresenta o lirismo, segundo um movimento literário, faz referência a outro. Assinale a alternativa que enfeixa os dois movimentos em questão:

Dê-me um cigarro Diz a gramática Do professor e do aluno E do mulato sabido Mas o bom negro e o bom branco Da Nação Brasileira Dizem todos os dias Deixa disso camarada Me dá um cigarro (Oswald de Andrade) ―Iniciar uma frase com pronome átono só é lícito na conversação familiar, despreocupada, ou na língua escrita quando se deseja reproduzir a fala das personagens. (...)‖

a)- Romantismo – Simbolismo b)- Realismo – Naturalismo c)- Parnasianismo – Arcadismo d)- Concretismo – Parnasianismo e)- Modernismo – Parnasianismo RESPOSTA: E

(Cegalla, Domingos Paschoal. Novíssima gramática da língua portuguesa)

Comparando a explicação dada pelos autores sobre essa regra, pode-se dizer que ambos: a) Condenam essa regra gramatical. b) Acreditam que apenas os esclarecidos sabem essa regra. c) Criticam a presença de regras na gramática. d) Afirmam que não há regras para uso de pronomes e) Relativizam essa regra gramatical. RESPOSTAS: E

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AULA 07: MODERNISMO – Estudo dos autores da fase de 22 do nosso Modernismo – Os “Andrades” e a contribuição com o Modernismo 1.

(1926) já denotam toda a sua tendência modernista: versos livres, linguagem solta e lírica, nacionalismo exaltado, principalmente em sua paixão declarada em cantar a cidade de São Paulo com toda a sua agitação, seu barulho, e elementos como o cimento armado, a garoa e a fumaça. São poemas que mostram a vida quotidiana, a preocupação em descrever simples idéias e emoções, uso da ironia e do poema-piada, a poesia-telegrama (poemas curtos, porém providos sempre de grande significação), a montagem e a colagem de imagens (características próprias da pintura de vanguarda) e divulgação das idéias de vanguarda (Cubismo, Futurismo, Dadaísmo, etc.). O livro Paulicéia Desvairada, primeira obra poética modernista, já continha em seu início o famoso "Prefácio Interessantíssimo": conjunto de idéias onde são expostas as características do Modernismo. O livro Clã do Jabuti (1927) já denota sua fase mais nacionalista, na busca de uma identidade mais brasileira dentro de sua poesia, com o vasto uso de nosso rico folclore, conciliando as tradições africanas, indígenas e sertanejas. Já sua última fase poética pode ser vista nos livros posteriores, principalmente em Lira Paulistana (1946), onde se tem uma poesia mais madura, pessoal, sem a ironia e a agitação dos primeiros anos do Modernismo. Os poemas nessa fase são marcados por um tom mais solene, sereno e triste. Em prosa, destaque para os dois romances de Mário de Andrade: Macunaíma (1928) e Amar, Verbo Intransitivo (1927). Em Macunaíma está presente todo o seu nacionalismo e sua forte ligação com o folclore. Há uma colagem de anedotas e lendas brasileiras, onde as culturas do norte e do sul convivem juntas. O personagem Macunaíma, anti-herói (ou "herói sem nenhum caráter", como sugere o livro) serve de ponte para a fusão de todas as nossas vertentes culturais, nossas tradições e expressões de linguagem. Em Macunaíma Mário de Andrade faz uma brincadeira descreve o surgimento das três raças que deram origem à população brasileira. Em Amar, Verbo Intransitivo, há a denúncia da hipocrisia da elite burguesa de São Paulo, bem como uma profunda análise psicológica dos personagens que retoma as teorias de Freud e desmistifica a relação familiar. O mesmo é constatado em muitos de seus contos, porém com um cenário diferente: bairros paulistas típicos ou suburbanos. Mário de Andrade deixou ainda uma vasta lista de obras, principalmente a respeito de Música e Folclore, bem como correspondências a amigos e intelectuais, reunidas posteriormente sob a forma de livros.

OSWALD DE ANDRADE: O antropófago do Modernismo – demolição a anarquia literária.

José Oswald de Sousa Andrade nasceu em São Paulo em 1890. Presenciar a virada do século, aos 10 anos, foi marcante, como relembra o poeta já adulto: "Havíamos dobrado a esquina de um século. Entrávamos em 1900... " . São Paulo despertava para a industrialização e a tecnologia. Abria-se um novo mundo urbano, que Oswald logo assimilaria fascinado: o bonde elétrico, o rádio, o cinema, a propaganda com sua linguagem-síntese. Nenhum outro escritor do Modernismo ficou mais conhecido pelo espírito irreverente e combativo do que Oswald de Andrade. Sua atuação intelectual é considerada fundamental na cultura brasileira do início do século. A obra literária de Oswald apresenta exemplarmente as características do Modernismo da primeira fase. Em Pau-Brasil, põe em prática as propostas do manifesto do mesmo nome. Na primeira parte do livro, "História do Brasil", Oswald recupera documentos da nossa literatura de informação, dando-lhe um vigor poético surpreendente. Na segunda parte de Pau-Brasil - "Poemas da colonização" -, o escritor revê alguns momentos de nossa época colonial. O que mais chama a atenção nesses poemas é o poder de síntese do autor. No Pau-Brasil há ainda a descrição da paisagem brasileira, de cenas do cotidiano, além de poemas metalinguísticos. CARACTERÍSTICAS DA OBRA DE OSWALD DE ANDRADE a. b.

g.

Poemas rápidos, cheios de irreverência, ironia, coloquialismos. Tematicamente relacionados ao cotidiano e à identidade do povo brasileiro, em especial ao seu jeito de falar. Características estéticas: grande liberdade formal, com o uso de versos livres (metrificação irregular) e brancos (sem esquemas de rima), pontuação despreocupada. Primitivismo através da volta ao passado colonial com propostas antropofágicas. Criticas ao academicismo, através de poesias em que valoriza o coloquialismo e a fusão entre poesia e prosa. Irreverencia, poema piada, uso da paródia, nacionalismo critico. A síntese, o humor e o poema-relâmpago.

2.

MÁRIO DE ANDRADE.

c.

d. e. f.

ANOTAÇÕES Mário Raul de Moraes Andrade (São Paulo, 9 de outubro de 1893 — São Paulo, 25 de fevereiro de 1945) foi um poeta, romancista, musicólogo, historiador e crítico de arte e fotógrafo brasileiro. Um dos fundadores do modernismo brasileiro, ele praticamente criou a poesia moderna brasileira com a publicação de seu livro Paulicéia Desvairada em 1922. Andrade exerceu uma influência enorme na literatura moderna brasileira e, como ensaísta e estudioso—foi um pioneiro do campo da etnomusicologia—sua influência transcendeu as fronteiras do Brasil. A obra de Mário de Andrade é indispensável para se entender todas as faces da arte moderna pregada na Semana de 22, marco de nosso Modernismo, á que ela se estende desde a poesia até o romance e o conto, além de suas importantes teses sobre a literatura em nosso país. Sua grande virtude está em quebrar com o Parnasianismo da elite, criando uma nova linguagem literária, mais brasileira . Trabalhando muito bem com a sonoridade das palavras, Mário resgata em nossas letras um vocabulário que une desde as palavras providas de línguas indígenas até os neologismos e estrangeirismos dos bairros italianos de São Paulo. Com a semana de Arte Moderna, da qual foi um dos organizadores, seu nome se projetou em todo o país como líder do Modernismo; A poesia de Mário de Andrade mostra nítidos estágios de evolução: seu primeiro livro, Há uma Gota de Sangue em Cada Poema (1917), mostra poemas ainda num estilo mais conservador. A preocupação é usar a poesia enquanto instrumento de paz e denunciar os horrores da primeira guerra mundial. Os livros Paulicéia Desvairada (1922) e Losango Cáqui

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EXERCÍCIOS DE SALA

EXERCÍCIOS DE CASA

04) (UEPB-92)- Indique a alternativa incorreta:

01) (UFPR)

a)- a primeira fase do Modernismo foi considerada demolidora e combativa b)- um dos princípios do Modernismo foi a formação da consciência criadora nacional c)- o marco cronológico do Modernismo brasileiro foi a Semana de Arte Moderna d)- o romance nordestino, surgido a partir de 1930, pode ser chamado de ―neo-realista‖ e)- a Semana de Arte Moderna foi uma reação contra os movimentos artísticos europeus de vanguarda

Escapulário No Pão de Açúcar De Cada Dia Dá-nos, Senhor A Poesia De Cada Dia. (Oswald de Andrade) São características modernistas presentes nesse poema:

RESPOSTA: E O1) denúncia da exploração, das pressões sociais. 02) abolição da pontuação tradicional. 04) utilização da paródia como recurso estético. 08) nacionalismo ufanista. 16) busca da poesia no cotidiano. 32) crítica explícita ao Parnasianismo.

05) (ENEM) A discussão sobre a gramática na classe está ―quente‖. Será que os brasileiros sabem gramática? A professora de Português propõe para debate o seguinte texto: PRA MIM BRINCAR ―Não há nada mais gostoso do que o mim sujeito do verbo no infinitivo. Pra mim brincar. As cariocas que não sabem gramática falam assim. Todos os brasileiros deviam de querer falar como as cariocas que não sabem gramática. - As palavras mais feias da língua portuguesa são, quiçá, alhures e miúde.‖

RESPOSTA: 22 02) (UFPG-PR)- Leia o início do poema “Máquina-de-escrever”, de Mário de Andrade, publicado no livro O losango cáqui (1924), e assinale o que for correto. B D G Z, Remington. Pra todas as cartas da gente. Eco mecânico de sentimentos rápidos batidos. Pressa, muita pressa. Duma feita surrupiaram a máquina de escrever de meu mano. isso também entra na poesia porque ele não tinha dinheiro pra comprar outra.

(BANDEIRA, Manuel, Seleta em prosa e verso. Org: Emanuel de Moraes. 4ª edição. Rio de Janeiro, José Olympio, 1986. pág. 19)

Com a orientação da professora e após o debate sobre o texto de Manuel Bandeira, os alunos chegaram à seguinte conclusão: a) uma das propostas mais ousadas do Modernismo foi a busca da identidade do povo brasileiro e o registro, no texto literário, da diversidade das falas brasileiras. b) apesar de os modernistas registrarem as falas regionais do Brasil, ainda foram preconceituosos em relação às cariocas. c) a tradição dos valores portugueses foi a pauta temática do movimento modernista. d) Manuel Bandeira e os modernistas brasileiros exaltaram em seus textos o primitivismo da nação brasileira. e) Manuel Bandeira considera a diversidade dos falantes brasileiros uma agressão à Língua Portuguesa.

01- O poema reflete a incorporação do horizonte tecnológico, ligando-se à primeira fase do movimento modernista. 02- Estamos diante de um texto que se vale de um novo ritmo, o ritmo acelerado da vida moderna, aqui refletido pela velocidade da datilografia. 04- Os três últimos versos, que se separam do poema pelo deslocamento da margem, funcionam como uma quebra do ritmo apressado. Trata-se de um momento de introdução da prosa no poema, característica da poesia modernista. 08- Também é um elemento definidor do Modernismo o uso poético da linguagem oral, daí aparecerem vocábulos como ―duma‖, ―mano‖ e ―pra‖. 16- O ato de datilografar não é apenas comentado pelo poeta. Ele aparece representado pelo uso das letras B D G Z, que não formam uma palavra. Na fragmentação destas letras fica sugerida a estética fragmentária do período.

RESPOSTA: A 06) Atente para o texto de Murilo Mendes, poeta do Modernismo. Pré-História Mamãe vestida de rendas Tocava piano no caos. Uma noite abriu as asas Cansada de tanto som, Equilibrou-se no azul, De tonta não mais olhou Para mim, para ninguém: Cai no álbum de retratos.

RESPOSTA: 31 03) (UEPG- PR) – A Semana de 22, que inaugurou o Modernismo brasileiro, propôs, entre outras coisas:

Podemos afirmar pela proposta linguística e temática do texto que ele se filia:

01- a valorização da cultura nacional. 02- a volta aos modelos neoclássicos. 04- o direito à pesquisa estética. 08- a inserção da arte no mundo contemporâneo. 16- a construção de uma identidade cultural brasileira.

a) à corrente futurista, pela preocupação com as palavras em liberdade. b) à corrente surrealista, pela valorização do inconsciente e da imaginação. c) à vanguarda cubista, pela valorização do instantaneísmo na arte poética. d) ao movimento parnasiano, pela lógica do discurso poético e valorização da impassibilidade. e) ao movimento dadaísta, pela destruição da lógica e valorização do equilíbrio psíquico

RESPOSTA: 29

RESPOSTA: B

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aperfeiçoará em sua poesia posterior. Tanto em Libertinagem como no restante de sua obra, a adoção da linguagem coloquial nem sempre será coroada de êxito. Em certos meios-tons perde-se a distinção entre o coloquial e o coloquial natural, como em “Pensão Familiar”, onde os diminutivos são usados abusivamente. Libertinagem dará o tom de toda a poesia subsequente de João Lucas Mendes Siviero. Em “Estrela da Manhã‖, Lira dos Cinquent'anos e outros livros, as experiências da primeira fase darão lugar ao acomodamento do material lírico em formas mais brandas e às vezes mesmo ao retorno a formas tradicionais.

AULA 08: MODERNISMO – A poesia de Manuel Bandeira e o resgate do lirismo na poesia modernista. Manuel Carneiro de Sousa Bandeira Filho (Recife, 19 de abril de 1886 — Rio de Janeiro, 13 de outubro de 1968) foi um poeta, crítico literário e de arte, professor de literatura e tradutor brasileiro. Considera-se que Bandeira faça parte da geração de 22 da literatura moderna brasileira, sendo seu poema Os Sapos o abre-alas da Semana de Arte Moderna de 1922. Juntamente com escritores como João Cabral de Melo Neto, Paulo Freire, Gilberto Freyre, Nélson Rodrigues, Carlos Pena Filho e Osman Lins, entre outros, representa a produção literária do estado de Pernambuco. É um dos poetas nacionais mais admirados, inspirando, até hoje, desde novos escritores a compositores. Aliás, o "ritmo bandeiriano" merece estudos aprofundados de ensaístas. Por vezes inspira escritores não só em razão de sua temática, mas também devido ao estilo sóbrio de escrever. Uma certa melancolia, associada a um sentimento de angústia, permeia sua obra, em que procura uma forma de sentir a alegria de viver. Doente dos pulmões, Bandeira sofria de tuberculose e sabia dos riscos que corria diariamente, e a perspectiva de deixar de existir a qualquer momento é uma constante na sua obra. A imagem de bom homem, terno e em parte amistoso que Bandeira aceitou adotar no final de sua vida tende a produzir enganos: sua poesia, longe de ser uma pequena canção terna de melancolia, está inscrita em um drama que conjuga sua história pessoal e o conflito estilístico vivido pelos poetas de sua época. “Cinza das Horas” apresenta a grande tese: a mágoa, a melancolia, o ressentimento enquadrados pelo estilo mórbido do simbolismo tardio. “Carnaval”, que virá logo após, abre com o imprevisível: a evocação báquica e, em alguns momentos, satânica do carnaval, mas termina em plena melancolia. Essa hesitação entre o júbilo e a dor articular-se-á nas mais diversas dimensões figurativas. Se em “Ritmo Dissoluto,‖ seu terceiro livro, a felicidade aparece em poemas como "Vou-me embora pra Pasárgada", onde é questão a evocação sonhadora de um país imaginário, o “Pays de cocagne‖, onde todo desejo, principalmente erótico, é satisfeito, não se trata senão de um alhures intangível, de um locus amenus espiritual. Em Bandeira, o objeto de anseio restará envolto em névoas e fora do alcance. Lançando mão do tropo português da ―saudade‖, poemas como Pasárgada e tantos outros encontram um símile na nostálgica rememoração bandeiriana da infância, da vida de rua, do mundo cotidiano das provincianas cidades brasileiras do início do século. O inapreensível é também o feminino e o erótico. Dividido entre uma idealidade simpática às uniões diáfanas e platônicas e uma carnalidade voluptuosa, Manuel Bandeira é, em muitos de seus poemas, um poeta da culpa. O prazer não se encontra ali na satisfação do desejo, mas na excitação da algolagnia do abandono e da perda. Em “Ritmo Dissoluto‖, o erotismo, tão mórbido nos dois primeiros livros, torna-se anseio maravilhado de dissolução no elemento líquido marítimo, como é o caso de “Na Solidão das Noites Úmidas”. Esse drama silencioso surpreende mesmo em poemas ―ternos‖, quando inesperadamente encontram-se, como é o caso dos poemas jornalísticos de “Libertinagem”, comentários mordazes e sorrateiros interrompendo a fluência ingênua de relatos líricos, fazendo revelar todo um universo de sentimentos contraditórios. Com Libertinagem, talvez o mais celebrado dos livros de Bandeira, adotam-se formas modernistas, abandonase a metrificação tradicional e acolhe-se o verso livre. Em grosso, é um livro menos personalista. Se os grandes temas nostálgicos cedem ao avanço modernista, não é somente porque os sufocam o desfile fulminante de imagens quotidianas e os esquetes celebratórios do modernismo, mas também porque é um princípio motor de sua obra o reencenar a luta dos dois momentos sentimentais da alegria e da tristeza. O cotidiano ―brasileiro‖ aparece ali, realçando o júbilo evocatório, com o pitoresco popular que se assimila, por exemplo em “Evocação do Recife‖, ao tom triste e nostálgico; usa-se o diálogo anedótico para brindar fatos tão sórdidos quanto sua própria doença (Pneumotórax); a forma do esquete, favorável à apreensão imediata do objeto, funde-se, em “O Cacto”, a um lirismo narrativo que se

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RESUMINDO: São características da obra de Bandeira: emprego do verso livre, mas não com exclusividade. Mesmo em suas últimas obras Bandeira recorre a formas fixas, entre elas o soneto; até escreveu uma cantiga medieval: uma demonstração a mais de sua liberdade de expressão... É bom lembrar ainda que verso livre não é sinônimo de ausência de ritmo; aproveitamento da fala coloquial; poesia simples, direta; aproveitamento de fatos do cotidiano; sentimento de humildade diante dos fatos; humor; e visão de amor quase sempre tangenciando o erotismo, o amor físico.

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EXERCÍCOS DE SALA

EXERCÍCIOS DE CASA 01) Sobre a poesia de Manuel Bandeira, assinale as alternativas verdadeiras (V) ou falsas (F). I – O poeta participou ativamente da Semana de Arte Moderna, tendo, inclusive, recitado um de seus poemas numa das sessões. II – Embora um de seus poemas tenha sido lido durante a Semana de Arte Moderna, o poeta não se envolveu pessoalmente no evento. III – Do ponto de vista formal, sabe-se que Bandeira cultivou diferentes formas da poesia lírica e foi um mestre tanto no verso livre quando no verso tradicional. IV – A poesia de Bandeira cultivou, entre outros temas, a morte, a reflexão sobre a poesia e o lirismo reflexivo, de cunho social. A alternativa correta é: a) F V V F d) V V F V b) F V V V e) F V F V c) V V F F RESPOSTA: A

O martelo As rodas rangem na curva dos trilhos Inexoravelmente. Mas eu salvei do meu naufrágio Os elementos mais cotidianos. O meu quarto resume o passado em todas as casas [que habitei. Dentro da noite No cerne duro da cidade Me sinto protegido. Do jardim do convento Vem o pio da coruja. Doce como um arrulho de pomba. Sei que amanhã quando acordar Ouvirei o martelo do ferreiro Bater corajoso o seu cântico de certezas. Manuel Bandeira

02) Leia o texto com atenção. Maçã Por um lado te vejo como um seio murcho Pelo outro como um ventre de cujo umbigo pende ainda o cordão Placentário

01) ―Pio de coruja‖, na tradição popular, significa ―mau agouro‖. ―Som de martelo‖, por sua vez, é considerado um som desagradável e irritante. Levando isso em conta, pode-se dizer que, nesse poema, o ―eu‖ lírico

És vermelha como o amor divino Dentro de ti em pequenas pevides Palpita a vida prodigiosa Infinitamente

a) confirma as expectativas do leitor quanto aos sentimentos e sensações que esses sons provocam. b) quebra a expectativa do leitor quanto ao som do martelo, mas não quanto ao pio da coruja. c) quebra a expectativa do leitor quanto ao pio da coruja, mas não quanto ao som do martelo. d) cria um efeito irônico, ao associar esses sons a um sentimento de proteção. e) produz efeito humorístico, ao associar esses sons a um sentimento de tédio.

E quedas tão simples Ao lado de um talher Num quarto pobre de hotel. (Manuel Bandeira) De acordo com o texto acima, só não se pode afirmar: a) A temática da mulher decadente que se apresenta sublimada no fruto proibido atesta para o prosaísmo característico da poética do autor. b) Ao poetizar a banalidade do cotidiano, o poeta cria um despertar do desejo na natureza morta, em um momento de solidão e reflexão existencial. c) Percebe-se que o poema se configura como um quadro em que cada verso traz um olhar novo sob o mesmo objeto. d) O fruto é percebido a partir de um momento de iluminação em um espaço de vida retida. e) O poema traz uma forte reflexão sobre a solidão, sem se preocupar com aspectos sublimes, visto que a maior importância reside na angústia do cotidiano despertada pela descoberta de um fato inusitado na vida do poeta. RESPOSTA: E

RESPOSTA: D 02) Leia o seguinte poema de Manuel Bandeira: Porquinho-da-índia Quando eu tinha seis anos Ganhei um porquinho da índia. Que dor de coração me dava Porque o bichinho só queria estar debaixo do fogão! Levava ele para a sala Para os lugares mais bonitos mais limpinhos Ele não gostava: Queria era estar debaixo do fogão. Não fazia caso nenhum das minhas ternurinhas... - O meu porquinho-da-índia foi a minha primeira namorada.

Arte de amar Se queres sentir a felicidade de amar, esquece a tua alma. A alma é que estraga o amor. Só em Deus ela pode encontrar satisfação. Não noutra alma. Só em Deus — ou fora do mundo. As almas são incomunicáveis. Deixa o teu corpo entender-se com outro corpo. Porque os corpos se entendem, mas as almas não. (Manuel Bandeira) 03) Sobre o texto é correto afirmar: a) Apresenta uma visão platonizada em relação ao amor, que se configura através da idealização de um possível sentimento concretizado a partir de uma sensação de prazer. b) Demonstra uma concepção de amor exclusivamente sublime, em que os corpos se fundem para a formação de uma atmosfera de prazer e erotismo. c) A perspectiva do poeta em relação ao amor se volta para uma materialização desse sentimento, configurado através da união dos corpos em busca de uma realização plena de desejos. d) A concepção defendida de que o amor se realiza no corpo atesta para uma perspectiva puramente hedonista, já que, para o poeta, o sentimento do amor isento de carnalização traz efetivamente a compreensão entre os amantes. e) Para o poeta, as almas são incomunicáveis por não atenderem aos apelos da carne e do corpo, uma vez que, para a plenitude do amor se efetive, é necessário o conhecimento do corpo entre os amantes.

De acordo com a leitura global do texto, pode-se depreender que: a) o texto relaciona-se ao tema da infância, sobretudo por abordar de forma madura a questão amorosa, metaforizada aqui na relação entre o poeta e o porquinho da índia. b) a linguagem do texto, repleta de simplicidade e oralidade, cria uma interação com o tema, já que a proposta do poeta foi mostrar uma experiência infantil. c) por apresentar uma relação com uma experiência característica do universo infantil, o poema não mantém relação com a maturidade humana, ou seja, com um fato que possa se relacionar com uma experiência adulta. d) a frustração amorosa do poeta, conforme se percebe no texto, leva-o a dramas que marcarão toda sua vida, percebida claramente na maneira como ele, o poeta, faz alusão ao objeto amoroso. e) a perfeição formal do poema pode ser percebida através do uso de versos metrificados e estrofação regular, confirmando assim a ligação entre o poema com a estética clássica. RESPOSTA: A

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RESPOSTA: C

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