APRESENTAÇÃO
O Governo do Estado da Paraíba, por meio da Secretaria de Estado da Educação, ao lançar o Plano de Gestão “Paraíba Faz Educação” estabeleceu como uma das suas metas, atender os alunos do Ensino Médio no pré-vestibular social – PBVEST. A principal intenção é que o PBVEST seja mais um instrumento de inclusão social de milhares de jovens e de adultos que frequentam o Ensino Médio, no caminho concreto do acesso aos melhores cursos e às melhores instituições de ensino superior. Este projeto visa preparar, especialmente, os alunos da rede estadual de ensino para enfrentar as provas do Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM . O PBVEST
foi implantado em 2011 obtendo resultados excelentes como: 2º lugar em
Direito, 1º lugar em Engenharia Civil e Odontologia, entre outros. Em 2012 os resultados foram ainda melhores. No vestibular da UEPB 80% dos alunos aprovados que frequentaram o PBVEST, ficaram entre os 20 melhores. A meta em 2013 é atingir um público ainda maior, com a criação de novos polos e ampliando a confecção de material didático para todos os alunos do 3ª série do Ensino Médio, para que possam ter acesso às aulas, através da internet, em sua própria residência ou se for opção, nos polos de maior proximidade.
Assim, o PBVEST constitui uma das ações magnas que corporifica a premissa fundamental de que a educação é uma prioridade inequívoca do processo de soerguimento social, econômico e cultural de um povo. Sabe-se que a educação não pode tudo e que sem ela, pouco ou nada se pode fazer em prol de um processo transformador de sociedade.
Márcia de Figueiredo Lucena Lira Secretária de Estado da Educação
Paraíba/Brasil, maio de 2013 SECRETARIA DA EDUCAÇÃO
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QUÍMICA
ELABORADORES DE CONTEÚDO Química Antonio Américo Falcone de Almeida Antônio Alencar Diniz Física Pelágio Nerício Geografia Luciano Schaefer Caio A. Pereira de Almeida Gramática Socorro Arruda Literatura Sérgio Rodrigues Biologia Evandro Brandão Matemática Geraldo Lacerda História Mário Romero Waldemir Pinheiro Inglês Aílton Mota
Espanhol Douglas Bezerra
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QUÍMICA
ÍNDICE
PÁGINA 5 ......................................................................... QUÍMICA PÁGINA 19 ........................................................................ BIOLOGIA PÁGINA 42 ........................................................................ FÍSICA PÁGINA 62 ........................................................................ PORTUGUÊS PÁGINA 77 ......................................................................... LITERATURA
PÁGINA 104 ......................................................................... INGLÊS PÁGINA 115 ......................................................................... ESPANHOL PÁGINA 127 ......................................................................... GEOGRAFIA PÁGINA 147 ......................................................................... MATEMÁTICA I PÁGINA 159 ......................................................................... MATEMÁTICA II
PÁGINA 168 ......................................................................... HISTÓRIA
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QUÍMICA
Química
Secretaria de Estado da Educação
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AULA 01
Transformações químicas e energia calorífica. Calor de reação. Entalpia. Equações termoquímicas. Lei de Hess. Velocidade de reação: Aplicação no cotidiano. Fatores que alteram a velocidade de reação: concentração, pressão, temperatura e catalisador.
Os calores molares de combustão podem ser determinados a partir dos calores de formação das substâncias presentes na reação de combustão. Exemplo: Determinar o calor de combustão da gasolina (C8H18) , sabendo-se que os calores de formação do C8H18 , CO2 e H2O são respectivamente, em kJ/mol : -255 , -394 e -286.
I)TERMOQUÍMICA
C8H18
+
O2
A) CONCEITO : Estuda a quantidade de calor liberado ou
absorvido durante os processos,
Físicos (..................................................)
sólido
líquido
gasoso
Químicos (.............................................................)
As reações químicas que liberam calor para o meio, são denominadas : ........................................................... Exemplo: 1 CH4 + 2O2 1 CO2 + 2 H2O + 802kJ/mol As reações químicas que absorvem calor do meio, são denominadas : ........................................................ 1 C6H14(l) 1 C6H6(l) + 4 H2(g) - 249 KJ/mol B) ENTALPIA(H) : grandeza termodinâmica que mede o conteúdo global de ........................... dos sistemas. C) LEI DE HESS : A variação de entalpia de uma reação química depende apenas dos estados .................................. e ...................................., não importando o caminho da reação.
Podemos também utilizar estequiometria em uma equação termoquímica para se determinar a quantidade de calor liberado por uma certa quantidade de combustível, vejamos: Na tabela abaixo temos os calores de combustão do etanol e metano.
Combustível
MM(g/mol)
Etanol(C2H5OH) Metano(CH4)
46 16
-1902 -802
D) VARIAÇÃO DE ENTALPIA H =
Qual dos dois combustíveis libera maior energia, por grama queimado?
D) CALOR MOLAR PADRÃO DE FORMAÇÃO( :indica a quantidade de calor liberada ou absorvida na formação de .................. de um composto, a partir de seus elementos.
C2H5OH
+
CH4
O2
O2
Exemplos:
= - 286 kJ/mol
6C(grafite) + 3H2(g) C6H6(l)
= + 49 kJ/mol
1H2 (g) + ½ O2 (g) 1H2O(l)
Observações 1)“Os calores molares padrão de formação são tabelados” 2) “As substâncias simples em seu estado mais comum apresentam =0.
+
E) CALOR MOLAR PADRÃO DE COMBUSTÃO( : indica a quantidade de calor liberada na combustão de .................. de uma substância. 1 CH4 + 2O2 1 CO2 + 2 H2O
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= - 802 kJ/mol
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QUÍMICA
II) VELOCIDADE DE REAÇÃO EXERCÍCIOS
Fatores que afetam a velocidade das reações:
1) A obtenção de CO2 gasoso, em laboratório, pode ser feita pela reação entre carbonato de cálcio (sólido) e solução aquosa de ácido clorídrico. Considere os conjuntos de condições experimentais descritas na tabela a seguir
a) concentração
b)pressão
Utilizando-se uma certa massa de carbonato e excesso de ácido, obtém-se CO2 mais rapidamente quando se utiliza o conjunto de condições experimentais descrito em a) I. b) II. c) III. d) IV. e) V.
c)temperatura
2)O diagrama a seguir representa a evolução da energia potencial em função do caminho de uma reação química. (A+B C)
d) catalisador
Considere as afirmações: I. O intervalo 1 representa a variação de entalpia (H) da reação. II. O intervalo 2 representa a energia de ativação da reação. III. O intervalo 3 representa a variação de entalpia (H) da reação IV. O intervalo 4 representa a energia de ativação da reação inversa. São CORRETAS as afirmações: a) I , II e IV b) I, III e IV. c) III, IV e V d) I e II e)todas
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QUÍMICA
AULA 02 Conceitos fundamentais da radioatividade. Reações de fissão e fusão nuclear. Desintegração radioativa e radioisótopo Pilha. Eletrólise. Leis de Faraday
c)Fissão Nuclear: Na fissão nuclear, a energia é liberada pela divisão do núcleo normalmente em dois pedaços menores e de massas comparáveis .Este fenômeno é largamente utilizado nos dias de hoje em usinas nucleares e armas nucleares em geral (submarinos, porta-aviões e bomba atômica). Exemplo:
I)RADIOATIVIDADE a) Conceito: É um fenômeno natural ou artificial, pelo qual algumas substâncias ou elementos químicos, chamados radioativos, são capazes de emitir radiações, as quais têm a propriedade de impressionar placas fotográficas, ionizar gases, produzir fluorescência, etc. b)Emissões Radioativas : Ernest Rutherford realizou um experimento que ajudou na identificação dessas emissões. Ele trabalhou com um feixe de partículas radioativas que eram emitidas naturalmente por uma amostra de minério de urânio. Essa radiação foi colocada sob ação de um campo magnético e Rutherford observou que o feixe se dividia em três, como mostrado a seguir:
→
+
+
+2
+ energia
d)Fusão Nuclear: É o processo no qual dois ou mais núcleos atómicos se juntam e formam um outro núcleo de maior número atômico Exemplo:
+
→
+
+ energia
d) Meia-vida ( t1/2) : Tempo necessário para desintegrar a metade da massa de um radioisótopo, que pode ocorrer em segundos ou em bilhões de anos, dependendo do grau de instabilidade do radioisótopo.
Assim, as emissões que: a) sofriam desvio para o campo negativo (3) foram chamadas de emissões ................. , representadas por:
b) sofriam desvio para o campo positivo (1) foram chamadas de emissões ................. , representadas por: Exemplo: c) não sofriam nenhum desvio (2) foram chamadas de emissões ................, representadas por:
A penicilina estocada na temperatura ambiente perde sua atividade biológica. Medidas da atividade biológica deste antibiótico com o tempo (expresso em semanas) são apresentadas no gráfico abaixo.
Observação: Além de alfa , beta e gama, você não pode esquecer que o próton é representado por ( ) e o nêutron por ( )” EXEMPLO
Podemos concluir que a atividade biológica deste medicamento (penicilina) após 6 semanas será de: a)5000 b) 40000 c) 3000 d) 2500 e) 1500
Complete as equações abaixo:
a)
b)
234 92U
+ ...........
+ ...........
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QUÍMICA
II) ELETROQUÍMICA
III) ELETRÓLISE
a) Conceito : Estuda as reações espontâneas de oxirredução que transformam energia química em energia elétrica.
a) Conceito : Estuda as reações não espontâneas de oxirredução que transformam energia elétrica em energia elétrica. Observe o esquema abaixo, onde o gerador bombeia elétrons do polo positivo da pilha para o polo negativo, processo não-espontâneo.
b) Potencial de oxidação ( ): representa a tendência que uma espécie química possui em ............... elétrons, os valores são tabelados. Exemplos: 0
2+
-
Mg Mg + 2e 0 2+ Fe Fe + 2e 0 2+ Cu Cu + 2e Responda: 1) Qual dos metais possui maior tendência a se oxidar? Justifique. ........................................................................................... ........................................................................................... 2) O Cobre se oxida(enferruja)?Justifique. ........................................................................................... ........................................................................................... 3) Qual dos metais poderá funcionará como metal de sacrifício para o ferro? Justifique. ........................................................................................... ........................................................................................... b) Potencial de redução ( ): representa a tendência que uma espécie química possui em ............... elétrons, os valores são tabelados. Exemplos: 2+
+ 2e Fe
2+
+ 2e
Fe
Cu
-
0
-
Cu
Como as pilhas eletrolíticas são não-espontâneas, o valor de sua força eletromotriz ou d.d.p. é negativa. Veja o quadro abaixo, pilha eletroquímica pilha eletrolítica Pólo positivo Pólo negativo 0 d.d.p.(E ) b) Equação fundamental da eletrólise(LEI DE FARADAY) m=
E.i.t F
Onde, m→ massa depositada durante a eletrólise i → intensidade da corrente em ampères (A) t → tempo em segundos Q → carga elétrica em Coulomb(C) , Q = i . t F → Faraday , que corresponde a carga de um mol de elétrons, em Coulomb, e vale 96.500C E→ Equivalente químico , que corresponde a:
0
Responda: Exemplos:
1) Quem entre estas duas espécies químicas possui maior tendência a se reduzir? Justifique. ........................................................................................... ...........................................................................................
1) Determine o Equivalente químico do alcalino Cálcio(MM=40g/mol) e do alcalino Sódio(MM=23g/mol) .
2)Observe a pilha abaixo:
terroso
2) A prateação pelo processo galvânico é de grande utilidade, tendo em vista que com um gasto relativamente pequeno consegue-se dar uma perfeita aparência de prata aos objetos tratados. A massa de prata (em gramas), depositada durante a prateação de uma pulseira de bijuteria, sabendo-se que o tempo de eletrólise é de 100s , que a intensidade de corrente foi de 9,65A , é de: + 0 Dados: MMAg =108g/mol e Ag + e Ag .
Dados:
Hg2+ / Hg E0= +0,85 V Sn2+ / Sn E0= -0,14 V
a) 54 g.
b) 27 g.
c) 1,08 g.
d) 5,4 g.
e) 10,8 g
Responda: a) O fluxo de elétrons na pilha ocorre no sentido do eletrodo de ............................. para o eletrodo de .................................., pois em uma pilha eletroquímica, o fluxo de elétrons ocorre sempre no sentido: ...................................... b) A função da ponte salina é ........................................... c) A d.d.p. da pilha vale:.....................................................
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QUÍMICA
AULA 03 Caracterização do sistema em equilíbrio. Constante de equilíbrio. Produto iônico da água, equilíbrio ácido-base e pH. Solubilidade dos sais e hidrólise. Fatores que alteram o sistema em equilíbrio. Aplicação do equilíbrio químico no cotidiano
Equilíbrio químico é a parte da físico química que estuda as reações reversíveis e as condições para o estabelecimento desta atividade equilibrada. Qualquer sistema em equilíbrio representa um estado dinâmico no qual dois ou mais processos estão ocorrendo ao mesmo tempo e na mesma velocidade. A
B
Características do Equilíbrio Químico
Exemplo Observe a reação : EXO
1N2(g) + 3H2(g) 4 mols Podemos afirmar que: 1) 2) 3) 4)
2NH3(g) H = -22Kcal <0 2 mols
Aumentando-se a concentração de N2(g) , o equilíbrio desloca-se para a ........................... Diminuind0-se a concentração de N2(g) , o equilíbrio desloca-se para a ............................. Aumentando-se a temperatura, o equilíbrio desloca-se para o lado ........................................ Aumentando-se a pressão total, o equilíbrio desloca-se para ..................................................
é o caso particular íons.
A velocidade da reação direta (Vd) é igual à velocidade da reação inversa (Vi)
ENDO
Equilíbrio iônico de equilíbrio químico onde aparecem
PRODUTO IÔNICO DA ÁGUA
Vd
aA+bB
cC+dD
Considerando-se a auto ionização da água pela equação simplificada abaixo,
Vi
Constante de Equilíbrio
H2O
Constante de equilíbrio é a constante obtida a partir das concentrações molares[mol/L] denominada KC ou das pressões parciais(geralmente em atm) , KP , das substâncias envolvidas no equilíbrio, seu valor só se altera com a mudança da temperatura.
+
Podemos escrever sua constante de equilíbrio da água (Kw), como: Kw = . (I) Para monoácidos → [H ] = ; +
Para monobases → [OH ] = -
Onde é a molaridade e o grau de ionização(ácidos) ou grau de dissociação(bases).
O princípio de Le Chatelier Em 1888, o químico francês Henri Le Chatelier (18501936) lançou uma generalização simples, mas de grande alcance, a respeito do comportamento do sistema em equilíbrio. “Aplicando-se uma perturbação qualquer a um sistema em equilíbrio, o sistema responderá de forma a minimizar o efeito desta perturbação e restaurar o equilíbrio sob um novo conjunto de condições”.
Não esqueça! Para ácidos e bases fortes Por definição: pH = ..........................
e
pOH = .........................
ESCALA DE pH
Este princípio se aplica aos fatores que podem deslocar o equilíbrio químico, que são: concentração, temperatura e pressão. Assim, ʘ Um aumento da concentração, desloca o equilíbrio para o lado ....................... ao adicionado. ʘ Uma diminuição da concentração, desloca o equilíbrio para o ...................... lado onde foi retirada a substância ʘ Um aumento da TEMPERATURA, desloca o equilíbrio para o lado .......................................
Exemplo: Qual o pH de uma solução 0,1 mol/L de CH3COOH que se encontra 1% ionizado?
ʘ Um aumento da pressão total, desloca o equilíbrio para o lado do menor .....................................
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QUÍMICA
HIDRÓLISE DE SAIS ANOTAÇÕES Ao se adicionar um sal na água, a solução pode apresentar pH=7 , pH<7 ou pH>7 , depende do tipo de sal, assim: a) Sal derivado de ÁCIDO FORTE + BASE FRACA → .......... Exemplo:
b) Sal derivado de ÁCIDO FRACO + BASE FORTE → .......... Exemplo:
c) Sal derivado de ÁCIDO FRACO + BASE FRACA → ......... Exemplo:
d) Quando o sal é derivado de uma ÁCIDO FORTE e UMA BASE FORTE, o pH ..........7 , porém não há hidrólise, dizemos que ocorre uma dissociação apenas. Exemplo:
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QUÍMICA
AULA 04: INTRODUÇÃO
NOTA ! Os elementos: hidrogênio, oxigênio, nitrogênio, fósforo, enxofre, cloro, bromo e iodo são denominados ORGANÓGENOS, pois juntamente com o CARBONO, fazem parte dos compostos orgânicos.
À QUÍMICA ORGÂNICA
I) DEFINIÇÃO: É parte da química que estuda os compostos do carbono, embora existam compostos como: CO2 , CO, H2CO3 , HCN, HNC, e HCNS que contém carbono mas são classificados como COPOSTOS DE TRANSIÇÃO. De uma maneira mais abrangente, podemos dizer que os compostos orgânicos constituem a parte fundamental de todo o ciclo de vida no nosso planeta. II) POSTULADOS DE KEKULÉ 0
1 POSTULADO : A TETRAVALÊNCIA O n.º atômico do carbono é 6, portanto sua distribuição por camadas, é: K–2 ; L-8
III)CLASSIFICAÇÃO DO ÁTOMO DE CARBONO “Um átomo de carbono é primário (p) , secundário (s) , terciário (t) ou quaternário (q) conforme se liga respectivamente a 1,2,3 ou 4 átomos de carbono. Um átomo de carbono é nulário quando não se liga a nenhum outro átomo de carbono .O número de compostos que exibem apenas carbonos nulários , é muito pequeno, segue-se uma tendência de considera-los para , como primários” (Covre,J.G. ed. FTD)
“Carbono primário é aquele que liga-se no máximo, a um outro átomo de carbono” (Mól,G. et al.ed.Nova Geração)
Como o átomo possui 4 elétrons periféricos (na última camada), apresenta tendência de compartilhar mais 4 elétrons, para se estabilizar, completando o octeto. O átomo de carbono, portanto, pode formar 4 ligações, que podem ser assim distribuídas: a)
4 ligações simples ou sigma( ) nulário=primário
IV)CLASSIFICAÇÃO DAS CADEIAS
As ligações são ditas equivalentes, pois o composto é o mesmo, independente da posição do bromo(Br). b) 2 ligações simples 2 ligações sigma( ) e 1 ligação dupla 1 ligação sigma( ) e uma pi ( 1 )
a) ABERTAS OU ACÍCLICAS Cadeias onde as extremidades não se encontram, percorrendo-a em qualquer sentido. b) FECHADAS ou CÍCLICAS Cadeias que quando percorrida em qualquer sentido, nunca se chega a uma extremidade. CH3 – CH – CH3 .................. | CH3
..................
c) 1 ligação simples 1 ligação sigma (1 ) 1 ligação tripla 1 ligação sigma(1 ) e 2 pi ( 2 )
Observação:
d) 2 ligações duplas 2 ligações sigma(2 ) e 2 ligações pi (e 2 )
d) HOMOGÊNEAS Cadeias que apresentam apenas carbonos entre carbonos
0
2 POSTULADO : O ENCADEAMENTO O carbono, em função de sua tetravalência pode formar cadeias enormes com elementos eletropositivos (como o Hidrogênio ) ou com elementos eletronegativos ( como oxigênio, enxofre , halogênios e nitrogênio), veja exemplos abaixo: CH2 — | CH2 —
CH2 | C — CH2 — CH3 | CH2 — CH2 — CH3
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“Quando uma cadeia é parte aberta, parte fechada é denominada MISTA”
e) HETEROGÊNEAS Cadeias que apresentam um heteroátomo, ou seja, um átomo diferente de carbono ,geralmente : N , O , S , entre os carbonos. CH3 – CH2 – CH2 – CH2 – OH
………………………………
CH3 – CH2 – O – CH3 ………………………………………
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QUÍMICA
f) NORMAL Quando existem apenas duas extremidades com átomo de carbono.
Exercício A xilocaína, ou lidocaína, é um composto oxigenado que apresenta a propriedade de atuar como anestésico local. A fórmula estrutural desse anestésico é representada abaixo.
g) RAMIFICADA Quando existem mais de duas extremidades com carbono. CH3 -CH2 – CH3
………………..
CH3 - CH – CH3 | CH3
........................
h) SATURADA Quando existem apenas ligações simples entre carbonos. i) INSATURADA Quando existem ligações duplas e/ou triplas entre carbonos CH3 -CH2 – CH3
Em relação à xilocaína, a) é uma cadeia mista alicíclica. b) apresenta seis carbonos primários c) possui 4 ligações pi conjugadas d) apresenta cadeia insaturada devido a presença do grupo carbonila – C – || O e) possui cadeia carbônica mista e heterogênea
…………………… ANOTAÇÕES
CH3 –CH2 – C = O …………………… | H CH2 = CH – CH3
……………………
NOTA Quando a cadeia for fechada poderá ser: a)AROMÁTICA : quando apresentar o anel benzênico
b)ALIFÁTICA : nos demais casos
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QUÍMICA
AULA 05: HDROCARBONETOS I) DEFINIÇÃO: Os hidrocarbonetos são compostos formados EXCLUSIVAMENTE por carbono e hidrogênio. Estão subdivididos na subfunções : alcanos , alcenos , alcinos e alcadienos (de cadeia aberta) e ciclanos ,ciclenos e aromáticos(cadeia fechada).
NO CASO DOS INSATURADOS, DEVEMOS INDICAR O MENOR NÚMERO DO CARBONO QUE CONTEM A(S INSATURAÇÃO(ÕES), NUMERANDO-SE A CADEIA DA EXTREMIDADE MAIS PRÓXIMA DA INSATURAÇÃO, ASSIM: CH3CH2CH2CH3 denomina-se ............................. 1
II) PROPRIEDADES FÍSICAS
2
De um modo geral os hidrocarbonetos : São gases de 1 e 4 carbonos, líquidos de 5 a 17 e sólidos de 18 carbonos em diante
São menos densos que a água.
Por serem moléculas apolares são insolúveis em água
Seus ponto de fusão(P.F.) e ebulição(P.E.) aumentam com o aumento da massa molar Para massas molares aproximadas, quanto maior o número de ramificações, maior o P.F. e P.E.
5
4
Coloque os hidrocarbonetos abaixo em ordem crescente de P.F. e P.E. MM=58g/mol
II – CH3CH2CH2CH2CH3
MM=72g/mol MM=72g/mol
2
3
4
5
OBSERVAÇÃO: 1)Quando se retira um dos hidrogênios do hidrocarboneto formam-se os radicais e a nomenclatura se faz mudando o sufixo para “IL” ou “ILA” , assim teremos: ao invés de METANO , CH3 ............................
CH3CH3 ao invés de ETANO , CH3CH2.......................... ................................
CH3 CH CH3 ......................................
2) Quando a cadeia apresenta ramificações, devemos escolher uma cadeia principal (a que possui mais carbonos e insaturações) e numerá-la a partir da extremidade mais próxima da instauração e quando não houver, da extremidade mais próxima da ramificação. Em seguida dá-se o nome dos radicais em ordem alfabética indicando o número do carbono em que se encontram e por fim o nome da cadeia principal. Exemplos:
PREFIXO GREGO + sufixo PREFIXOS GREGOS 6C = 7C = 8C = 9C = 10C =
1
H2C=CH-CH=CH-CH3 denomina-se ..................................
CH3CH2CH3 (PROPANO)
III) NOMENCLATURA IUPAC
= = = = =
2
CH3CH2CH2
I – CH3CH2CH2CH3
1C 2C 3C 4C 5C
3
denomina-se ...........................(ACETILENO)
CH3CH2CH2C≡CH denomina-se .......................................
CH4
Exemplo
4
HC≡CH
1
III – CH3CHCH2CH3 | CH3
3
CH2=CHCH2CH3 denomina-se ...........................................
11C = UNDEC 12C = DODEC 13C = TRIDEC 14C = TETRADEC 15C = PENTADEC
6 5 4 3 2 1 CH3 – CH2 – CH – CH2 – CH – CH3 | | CH2 CH3 | CH3 Ramificações ………………………………………………………………….. 1 2 3 4 5 6 CH2 = CH – CH – CH2 – CH – CH3 | | CH2 CH3 | CH3
Observe a tabela abaixo, dos hidrocarbonetos acíclicos: Subfunção Sufixo Fórmula geral alcANO ANO alcENO ENO alcINO INO alcaDIENO DIENO
…………………………………………………………………..
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QUÍMICA
Quando existem duas ramificações no anel aromático, podemos utilizar os seguintes prefixos:
HDROCARBONETOS CÍCLICOS I) CICLOALCANOS OU CICLANOS São compostos homocíclicos onde o ciclo apresenta apenas ligações simples, de fórmula geral CnH2n
posição 1,2 ORTO posição 1,3 META posição 1,4 PARA
Exemplo Exemplos: CH3 CH3
CH2 ou CH2
CH3
CH2
A nomenclatura segue as regras anteriores , porém a cadeia principal inicia com a palavra “CICLO”, vejamos,
CH3 1,3-dimetilbenzeno ou .......................... (orto-xileno)
1,2-dimetilbenzeno ou .......................... (orto-xileno)
Observação: 1) Os radicais aromáticos(aril) mais importantes são: CH
..................
....................
......................
CH3
CH3
CH3
3
CH3
II) CICLOALCENOS OU CICLENOS a)Conceito: São compostos homocíclicos que possuem uma dupla ligação no ciclo, de fórmula geral CnH2n-2
(m-toluil)
(p-toluil)
(o-toluil)
fenil
Exemplos:
2) Não esqueça o radical benzil, que não é aril CH2 .......................
...................
III) HIDROCARBONETOS AROMÁTICOS São hidrocarbonetos que possuem um ou mais anéis aromáticos(ou benzênicos), de fórmula geral CnH2n-6 , com n 6
ANOTAÇÕES
Exemplos:
* Nomenclatura dos hidrocarbonetos Dá-se o nome do(s) radical(is), seguido da palavra benzeno
CH3
..........................................(TOLUENO)
CH=CH2 ......................................(ESTIRENO)
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QUÍMICA
AULA 06: FUNÇÕES OXIGENADAS/NITROGENADAS
IV) ALDEÍDO : são compostos que apresentam o grupo
São as funções que apresentam além de carbono e hidrogênio, também o átomo de OXIGÊNIO em sua estrutura.
carbonila
C=O
na extremidade da cadeia carbônica.
I) ÁLCOOL : compostos que apresentam o grupo hidroxila (-OH) ligado a carbono saturado.
GRUPO FUNCIONAL :
O
GRUPO FUNCIONAL:
C – OH
C
(-CHO) H
A sua nomenclatura é feita da seguinte forma: hidrocarboneto correspondente + AL
A sua nomenclatura é feita da seguinte forma: Exemplos (hidrocarboneto correspondente)-(n° do C que contém o OH)-OL
O H
C
Exemplos,
O H3C
H
CH3OH ....................
CH2CH2OH .....................
CH3CH2CH2-OH……………
H
........................ (formol)
A partir de três carbonos devemos indicar a posição da hidroxila, assim,
............................
2)
CH3 CH CH3 …………… | OH
R–C–R || O
GRUPO FUNCIONAL :
Até 3 carbonos os álcoois são solúveis em água , a partir de 4 carbonos a solubilidade vai diminuindo com o aumento do número de carbonos Os álcoois apresentam ponto de fusão e ebulição maior que os compostos de mesma massa molar, devido a formação de pontes de hidrogênio.
II) FENÓIS : compostos que apresentam o grupo hidroxila (-OH) ligado diretamente a um carbono do anel aromático. GRUPO FUNCIONAL :
Nome do hidrocarboneto correspondente -(n0 do C da carbonila)ONA
ou Nome dos radicais ligados a carbonila em ordem alfabética + CETONA
CH3 – C – CH3 || O ............................. ou ............................... (acetona)
Ar - OH
OH .........................................
III) ÉTER : são compostos que apresentam um átomo de oxigênio como heteroátomo. R–O–R
CH3 – C – CH2 – CH3 || O ................................... ou ...................................
VI) ÁCIDO CARBOXÍLICO : são compostos que apresentam o grupo carboxila (união da carbonila com a hidroxila) em sua estrutura. O GRUPO FUNCIONAL : C (-COOH) OH Nomenclatura I.U.P.A.C.
A nomenclatura é feita da seguinte forma:
Ácido + ( nome do hidrocarboneto correspondente) + ÓICO
(grupo menor+ÓXI ) -(nome do hidrocarboneto do grupo maior)
ou ÉTER nome dos radicais em ordem alfabética + ÍLICO
O H
C
O CH3
OH
CH3 – O – CH2CH3 ...........................ou..................................
COOH
C OH
.............................. ................................ ............................... (ácido fórmico) (ácido acético) (ácido benzoico)
-O-CH3 ...................................ou.................................... CH3CH2 – O – CH2CH3
Nomenclatura I.U.P.A.C.
Exemplos:
A nomenclatura é derivada do benzeno. Assim,
GRUPO FUNCIONAL:
..........................
V) CETONA : são compostos que apresentam o grupo carbonila, onde o carbono da carbonila é necessariamente SECUNDÁRIO
Observações: 1)
CHO
C
........................ou.................................
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QUÍMICA
VII) ÉSTER : obtido da reação entre um ácido carboxílico e um álcool, denominada esterificação. O GRUPO FUNCIONAL :
2) AMIDAS : São compostos que apresentam o grupo funcional carboxamida (substituição da hidroxila do ácido carboxílico por um grupo amina)
C O
R
O GRUPO FUNCIONAL :
R
C
Nomenclatura I.U.P.A.C.
NH2
(Nome do ácido de origem + ATO) de (nome do radical ) Exemplos:
Nome do hidrocarboneto correspondente + AMIDA O
CH3
Nomenclatura IUPAC
O
C
H
C
O – CH2 –CH3
4
O–
..................... de .................
3
2
................... de .................
O
1
CH3 – CH – CH2 | CH3
C NH2
................................................ I)
AMINAS : são obtidas a partir da substituição de um ou mais hidrogênios da amônia por grupos orgânicos.
OBSERVAÇÕES:
II) 1)
N
N
N
N
Compostos de cadeia aberta que apresentam as seguintes estruturas espaciais: R1
H
H H H AMÔNIA
H
H
R
R
R R PRIMÁRIA SECUNDÁRIA
R1 e R2 podem ser iguais ou diferentes
R TERCIÁRIA
R2
São denominados isômeros geométricos, onde a forma
Nomenclatura a) Aminas primárias
R1
R2 É denominada .......................
nome do radical + amina
CH3CH2NH2
....................
R2
R1
R
CH3 – CH – NH2 | CH3 .........................
E a forma
NH2
R1 É denominada .......................
........................(anilina) R2
b.)Aminas secundárias e terciárias :
2)Carbonos saturados que apresentam quatro radicais diferentes são denominados .............................. ou ......................................................... R1
nome dos radicais em ordem alfabética + amina CH3CH2 – NH – CH2CH2CH3
CH3 – CH2 – N – CH2 – CH2 –CH3
|
R2
CH3 .................................................. ..........................................................
C
*
R4
R3 (R1 R2 R3 R4)
Observação: Em função do par de elétrons não compartilhado do nitrogênio ,as aminas funcionam como bases e sua força cresce na seguinte ordem:
Exercício: Qual o número de carbonos quirais no composto abaixo?
NH3 primáriassec undárias terciárias (força básica crescente)
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PARTE 2 AULAS 7 , 8 , 9 ,10 ,11 E 12 AULAS PARA O ENEM – PROJETO PBVEST CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS SECRETARIA DA EDUCAÇÃO
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AULA 01: FISIOLOGIA CELULAR A fisiologia celular estuda, basicamente, o funcionamento das células. Confira a seguir a fisiologia da membrana celular, o equilíbrio químico e os transportes (ativo e passivo). Fisiologia de membrana: a membrana plasmática é a principal responsável pelo controle do que sai e do que entra na célula. O sistema de membranas (que são as membranas que envolvem as organelas celulares) também tem a função de selecionar substâncias que entram e saem e, assim, manter a homeostasia. Mosaico fluido: modelo válido para todas as membranas celulares (membrana plasmática, e todas as membranas que envolvem as organelas celulares) A figura esquematiza esse modelo:
Onde, A - bicamada lipídica (ou fosfolipídica): fosfolipídios são moléculas antipáticas que se dispõem na bicamada com a porção hidrofóbica apolar dirigida para o centro da membrana, e com a porção hidrofílica polar (cabeça com terminal fosfato) direcionada para o exterior ou interior da célula. B - Colesterol: reduz ou aumenta a fluidez da membrana de acordo com a temperatura, funcionando como um "tampão de fluidez". C - Proteína intrínseca (ou transmembrana): são firmemente aderidas aos lipídios da membrana e formam canais de transporte de substâncias e, também, são receptores específicos de hormônios; 70% das proteínas de membrana são desse tipo. D - Proteína extrínseca: ligam-se à membrana por interação com a região polar dos lipídios ou por interação com as proteínas transmembranas (também conhecidas como integrais). A espectrina, por exemplo, é a proteína extrínseca responsável pelo formato bicôncavo dos eritrócitos. E - Glicoproteína: associação entre carboidratos e proteínas de membrana; F - Glicolipídios: associação entre carboidratos e lipídios. As glicoproteínas e glicolipídios são marcadores responsáveis pela determinação dos grupos sanguíneos. G - Glicocálice (ou Glicocálix): união entre glicoproteínas e glicolipídios; é através do glicocálix que as células se reconhecem e se unem umas às outras, para formar os tecidos.
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Mecanismos de Transporte Celular Proteínas de transporte: 1. Proteína de Canal - apresenta um canal aquosos ao longo de toda a sua molécula transmembrana, que permite o livre movimento de determinados íons ou moléculas (difusão); 2. Proteínas carreadoras - fixam-se às substâncias que vão ser transportadas e sofrem alterações em sua forma, transportando as substâncias através da membrana (transporte ativo). Transporte passivo: sem gasto de energia. Osmose: ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ Difusão: movimento de moléculas que seguem o fluxo do meio mais concentrado de soluto, para o menos concentrado, sem gasto de energia. A difusão que ocorre na membrana plasmática, pode ser de 2 tipos: 1. Difusão simples: ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ 2. Difusão Facilitada: ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ _______________________________________________ Transporte Ativo: ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________
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Transportes em bloco: quando a células transferem grande quantidade de substâncias para dentro ou para fora do meio intracelular. Esse tipo de transporte é sempre acompanhado de alterações morfológicas da célula. Endocitose: ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ Exocitose: ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________
Organelas membranosas a) Retículo endoplasmático e ribossomos ( organela não membranosa) _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _______________________________________________.
Aparelho Golgiense _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________
-CITOPLASMA – NOÇÕES GERAIS Citoesqueleto O citoesqueleto corresponde a uma rede complexa de filamentos de proteínas, espalhados pelo citoplasma da célula, responsável pela manutenção da sua integridade estrutural, pelos movimentos celulares, pela mudança de forma das células, pela contração das células musculares e pelo deslocamento de organelas e vesículas de um lugar para outro no citoplasma. São três os elementos do citoesqueleto: (1) microfilamentos ou filamentos de actina, (2) filamentos intermediários e (3) microtúbulos. Cílios e Flagelos _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _______________________________________________
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c) Lisossomos _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _______________________________________________
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Exercícios 1)Os anabolizantes atuam acelerando a síntese de fibrilas musculares. Assim, na célula, essas substâncias agem: a) No retículo endoplasmático rugoso b) No complexo de Golgi c) No núcleo d) No retículo endoplasmático liso e) Nos centríolos
Digestão intracelular: 2)Uma doença hereditária humana faz com que o indivíduo não produza uma das proteínas que constituem os cílios e os flagelos. Nesses indivíduos, pode-se esperar: a) Problemas de esterilidade masculina, pois faltará energia para o deslocamento dos espermatozoides b) Dificuldades nutricionais, pois as células do indivíduo não terão estruturas de locomoção para procurar alimentos c) A formação de células mais ágeis e dinâmicas, pois não terão cílios e flagelos, que acabam pesando no deslocamento celular d) Sem cílios e flagelos, deverão cessar os movimentos citoplasmáticos como a ciclose. e) Problemas respiratórios, pela ausência de cílios no epitélio de revestimento interno da traqueia Apoptose O processo no qual a célula promove sua autodestruição de modo programado é chamado apoptose. Esse fenômeno é importante na embriogênese, no desenvolvimento do sistema imunológico e na diferenciação celular, entre outros. Na apoptose, as células encolhem e a cromatina é compactada, formando massas concentradas nas bordas do núcleo, que se fragmenta, levando à formação de vesículas apoptóticas. Essas são fagocitadas por macrófagos antes que se desintegrem. Em indivíduos adultos, se a multiplicação das células não é compensada pelas perdas, os tecidos e órgãos crescem sem controle, levando ao câncer.
3)Todas as células possuem uma membrana plasmática, ou plasmalema, que separa o conteúdo protoplasmático, ou meio intracelular, do meio ambiente. A existência e integridade dessa estrutura são importantes, porque a membrana: a) regula as trocas entre a célula e o meio, só permitindo a passagem de moléculas de fora para dentro da célula e impedindo a passagem em sentido inverso; b) possibilita à célula manter a composição intracelular diversa do meio ambiente; c) impede a penetração de substâncias existentes em excesso no meio ambiente; d) torna desnecessário o consumo energético para captação de metabólitos do meio externo; e) impede a saída de água do citoplasma.
d) Peroxissomas _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _______________________________________________
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AULA 02 :BIOENERGÉTICA – DIVISÃO CELULAR E NEOPLASIA 1) A BIOENERGÉTICA A bioenergética retrata a bioenergia e suas transformações ligadas aos fenômenos biológicos, utilizando-se de leis e princípios físicos da termodinâmica aplicados aos seres vivos. Ela preside a todas as manifestações vitais, tudo que exprime trabalho só pode ser realizado mediante as transformações energéticas. Nos seres vivos estas transformações são provenientes da degradação metabólica de principalmente carboidratos e gorduras. Os carboidratos são metabolizados pela glicólise e pelo ciclo de Krebs e as gorduras apenas pelo ciclo de Krebs.
A fermentação é um processo anaeróbico, isto é, que ocorre na ausência de oxigênio. Neste processo ocorre a formação de resíduos (restos, produtos ou sobras) formados por material orgânico. A fermentação pode ser: _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _______________________________________________ FOTOSSÍNTESE E QUIMIOSSÍNTESE a) Plastídeos ou plastos
2-Respiração Respiração sistêmica e respiração celular: _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ Mitocôndrias
_________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ Fermentação: um processo anaeróbico
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_________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ Assim a reação básica da fotossíntese foi concluída: _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ ________________________________________________ b) Quimiossíntese _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _______________________________________________ A quimiossíntese é um processo autotrófico de nutrição
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INTÉRFASE 1. Interfase É composta pela sucessão de quatro fases: * G0: período em que a célula para de se multiplicar. * G1 (gap1 ou intervalo 1)= Intervalo de tempo entre o final da mitose e o início da fase S. Este período se caracteriza por uma intensa síntese de RNA e proteínas, ocorrendo um marcante aumento do citoplasma da célula - filha recém formada. * S= Fase de Síntese ou replicação de DNA. Inicialmente a célula aumenta a quantidade de DNA polimerase e RNA e duplica seu DNA. * G2 (gap2 ou intervalo 2)= Intervalo de tempo entre o final da fase S e o início da mitose. Representa um tempo adicional para o crescimento celular, de maneira que a célula possa assegurar uma completa replicação do DNA antes da mitose. Neste período ocorre uma discreta síntese de RNA e proteínas essenciais para o inicio da mitose. O tempo de duração da fase G1 é o principal fator para determinar o tempo da intérfase.
São, portanto, ocorrências da divisão celular por mitose: 1. O desenvolvimento embrionário. 2. O crescimento dos organismos, do nascimento até o estado adulto. 3. O crescimento contínuo de certos organismos ou de certos órgãos como, por exemplo, as árvores ou os dentes de ruminantes. 4. A substituição de células mortas, como as células da epiderme e os glóbulos vermelhos. 5. A regeneração de certos tecidos, substituídos por células do mesmo tecido. 6. A cicatrização, na qual células de um tecido podem ser substituídas por células de um outro tecido. Ocorre em cortes profundos com o tecido conjuntivo substituindo células da epiderme. 7. A conservação da identidade celular. 8. A desregulamentação da divisão celular, como é o caso dos cânceres.
Fases da mitose 1.
Prófase:
CICLO CELULAR E MITOSE MITOSE Processo pelo qual as células dividem-se (mito = tecer ou filamento; kinesis = movimento ou do grego: mitos = filamento), produzindo, cada uma, duas células idênticas, mesmo genótipo, à original, ocorrendo uma duplicação cromossômica para cada divisão celular. Assim, é o processo pelo qual é construída uma cópia exata de cada cromossomo e a informação genética é replicada e distribuída equitativamente às duas células filhas.
2. Metáfase
As características básicas da mitose são: a) Distribuição equitativa e conservativa do número de cromossomos. b) Distribuição equitativa e conservativa da informação genética.
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3.Anáfase:
Tipos de meiose: 1. Meiose Inicial ou Zigótica: o zigoto divide-se por meiose e resulta um indivíduo formado por células haplóides; é o tipo mais primitivo e ocorre em alguns fungos, algas e protozoários. 2. Meiose Intermediária ou espórica: ocorre em plantas com alternância de gerações, formando esporos e participando, portanto, da reprodução assexuada. 3. Meiose Terminal ou Gamética: comum aos metazoários; ocorre durante a gametogênese. Consequências genéticas da meiose - Redução do número de cromossomos de diploide (aos pares) para haploide (um cromossomo de cada par, portanto diferentes entre si) na formação de gametas ou esporos. - Manutenção do número de cromossomos da espécies, pois a união de gametas haploides, nos animais, originará novos indivíduos diploides. - Segregação dos alelos, na passagem da metáfase para a anáfase. - Distribuição aleatória dos cromossomos homólogos. - Crossing over e variabilidade genética.
4. Telófase:
Períodos e fases da Meiose A meiose consiste em duas divisões consecutivas, a meiose I ou divisão I e a meiose II ou divisão II, separadas, eventualmente, por um intervalo chamado intercinese, em que não ocorre duplicação do DNA. Como ocorre na divisão da mitose, também na meiose, antes de iniciar a divisão celular, a célula passa pela interfase com os períodos G1, S e G2 com os seguintes eventos: G1 e G2: aíntese de proteínas e RNA; S: Síntese de DNA (autoduplicação). Na primeira divisão existe uma prófase longa, onde os estágios clássicos da mitose não são suficientes para descrever sua complexidade. Os estágios sucessivos da 1-prófase da meiose I podem ser descritos da seguinte maneira: MEIOSE Tipo de divisão celular onde ocorre uma só duplicação dos cromossomos para duas divisões celulares, do que resulta uma redução pela metade do número de cromossomos das células-filhas (por isto representada por R!). Em uma meiose ( meioum = diminuir ) típica, uma célula diplóide origina quatro células haplóides diferentes entre si.
a) Leptóteno (do grego leptos, delgado e nema, filamento): os cromossomos tornam-se mais visíveis. Início da condensação dos cromossomos b)Zigóteno ( do grego zygon, adjacente): É um processo frequentemente denominado sinapse, que envolve o alinhamento e pareamento dos cromossomos homólogos. O pareamento é altamente específico envolvendo a formação de uma estrutura proteica essencial denominada complexo sinaptonêmico (CS). c)Paquíteno ( do grego pachus, espesso): o processo de pareamento se completa e os cromossomos se apresentam mais curtos e espessos. Cada um agora é um bivalente ou tétrade composto por dois homólogos ( isto é, quatro cromátides). As duas cromátides de cada homólogo são chamadas de cromátides-irmãs.
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Durante o paquíteno, a troca de segmentos é um fenômeno característico, ela é a recombinação dos segmentos cromossômicos entre duas cromátides pertencentes a diferentes homólogos, ocorre quebras transversais nas duas cromátides homólogas seguidas da fusão dos segmentos.
3-Anáfase I
4- Telófase I d)Diplóteno: os cromossomos pareados começam a separar-se, mas permanecem unidos nos pontos de intercâmbio ou quiasmas ( do grego chiasma, cruz).
Intercinese Meiose II e)Diacinese (do grego dia, através de): a contração dos cromossomos é acentuada e a transcrição cessa, o número de quiasmas torna-se reduzido por um processo denominado terminalização. No final da diacinese os cromossomos homólogos são unidos somente pelos quiasmas.
2-Metáfase I
1)Prófase II:
.
2)Metáfase II: .
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3)Anáfase II 4)Telófase II
Células neoplásicas diferem das células normais nos seguintes itens:
Proliferação descontrolada, a qual é independente do requerimento de novas células; Diminuição da diferenciação celular; Alteração de comunicação e adesão celular.
As neoplasias benignas geralmente apresentam um crescimento lento e expansivo, determinando a compreensão dos tecidos vizinhos, levando à formação de uma pseudocápsula fibrosa. No caso das neoplasias malignas, devido ao crescimento rápido, desordenado, infiltrativo e destrutivo não há a formação dessa pseudocápsula. Todas as estruturas orgânicas possuem parênquima, composto por células em atividade metabólica ou duplicação, e um estroma, representado pelo tecido conjuntivo vascularizado, que tem por objetivo sustentar e nutrir o parênquima. Os tumores também possuem essas estruturas, sendo que no caso dos benignos, por apresentarem crescimento lento, apresentam um estroma e uma rede vascular adequada, por esse motivo raramente apresentam necrose e hemorragia. Já no caso dos tumores malignos, devido à rapidez e desorganização do tecido, pela capacidade de infiltração e pelo elevado índice de multiplicação celular, eles apresentam essa desproporção entre o parênquima tumoral e o estroma vascularizado. Isso pode resultar até em necrose e hemorragia, de diferentes graus.
Compare os diferentes processos de divisão celular Mitose
Meiose
- Resulta em duas células geneticamente iguais
- Resulta em quatro células geneticamente diferentes
- Não há redução do número de cromossomos
- Há redução do número de cromossomos
- Não há permuta gênica entre cromossomos homólogos
- Normalmente ocorre permuta gênica entre os cromossomos homólogos
- Ocorre em células somáticas
- Ocorre em células germinativas
- A duplicação do DNA antecede apenas uma divisão celular - Uma célula produzida por mitose, em geral, pode sofrer nova mitose - É importante na reprodução assexuada de organismos unicelulares e na regeneração das células somáticas dos multicelulares - Não há redução do número de cromossomos
- A duplicação do DNA antecede duas divisões celulares
O desenvolvimento dos tumores malignos um processo de várias etapas, que envolve um acúmulo de mudanças ou “erros” no ácido desoxirribonucleico (DNA). As etapas que levam à transformação neoplásica de uma célula não são totalmente entendidas, mas a mudança fundamental envolve a disfunção dos genes que controlam crescimento e diferenciação da célula. Genes específicos também podem:
- Uma célula produzida por meiose não pode sofrer meiose
- É um processo demorado (podendo, em certos casos, levar anos para se completar)
- Há redução do número de cromossomos
Neoplasias _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________
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Ser ativados (conhecidos como oncogenes); ou Ser inativados (conhecidos como genes supressores de tumores); ou Ter seus níveis de expressão alterados.
Algumas vezes, oncogenes ou genes supressores de tumores podem ser alterados indiretamente por mudanças genéticas ocorridas nos genes de reparo de DNA. Tais genes falham em exercer suas funções normais de reparo, causando cortes anormais do DNA acumulado, alguns dos quais podem ser importantes para o crescimento celular. A transição de crescimento normal controlado de células para células de neoplasias malignas requer diversas mutações. Mudanças genéticas podem ocorrer em células de linhagem germinativa e, dessa forma, estarem presentes em todas as células do corpo ao nascimento ou, muito mais comumente, pode suceder espontaneamente em células somáticas como parte do processo de envelhecimento.
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O acúmulo de mutações espontâneas acontece de modo lento, mas frequentes fatores de risco externos aceleram a taxa de acumulação. O desenvolvimento de um tumor maligno pode, dessa maneira, ser oriundo de:
ANOTAÇÕES
Eventos genéticos espontâneos; Estímulos externos: biológicos (vírus, parasitas, hormônios), físicos (raios ultravioletas, trauma, radiação) e químicos; Eventos genéticos hereditários. Exercícios
1) Com relação às equações que descrevem importantes processos biológicos
dois
I. 12H2O + 6CO2 C6H12O6 + 6O2 + 6H2O II. C6H12O6 + 6O2 6H2O + 6CO2 Pode-se afirmar que a) I ocorre nos cloroplastos, apenas em células vegetais, e II ocorre nas mitocôndrias, apenas em células animais. b) I ocorre nas mitocôndrias, tanto em células animais quanto vegetais, e II ocorre nos cloroplastos, apenas em células vegetais. c) I ocorre nas mitocôndrias, apenas em células animais, e II ocorre nos cloroplastos, apenas em células vegetais. d) I ocorre nos cloroplastos, apenas em células vegetais, e II ocorre nas mitocôndrias, tanto em células animais quanto vegetais. e) I ocorre nos cloroplastos e mitocôndrias, apenas em células vegetais, e II ocorre nas mitocôndrias, apenas em células animais
2) Durante a meiose, o pareamento dos cromossomos homólogos é importante porque garante: a) a separação dos cromossomos não homólogos. b) a duplicação do DNA, indispensável a esse processo. c) a formação de células filhas geneticamente idênticas à célula mãe. d) a possibilidade de permuta gênica. e) a menor variabilidade dos gametas
3)Um bebê apresenta cerca de 1 trilhão de células. Esse mesmo indivíduo, quando adulto, irá apresentar a) menor número de células, pois, com o tempo, ocorre perda de células por apoptose. b) menor número de células, pois, com o tempo, ocorre perda de células por descamação de superfícies (pele e vias respiratória e digestória). c) o mesmo número de células, porém elas serão maiores em decorrência de especialização, nutrientes e organelas. d) maior número de células, em decorrência de divisões mitóticas, que permitem o crescimento de órgãos e tecidos. e) maior número de células, em decorrência da ingestão, na alimentação, de células animais e vegetais, as quais se somam àquelas do indivíduo.
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Aula 03: Fisiologia humana aplicada ao cotidiano I
O sistema nervoso involuntário é subdividido em simpático e parassimpático. Ambos são antagônicos, ou seja, têm funções contrárias.
MECANISMOS RESPIRATÓRIOS – VENTILAÇÃO PULMONAR. Respiração no mergulho. _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ ________________________________________________ TROCAS GASOSAS NOS ALVÉOLOS – HEMATOSE. _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ . CONDUÇÃO DE GASES PELO SANGUE. _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________
_________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ ____________________
BIOLOGIA
OS NEURÔNIOS
O ARCO REFLEXO _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________
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A ressaca após embriagueis _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________
QUÍMICA
BIOLOGIA
CORAÇÃO E PRESSÃO ARTERIAL – ATIVIDADE FÍSICA _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ Exercícios 1)“Sabe-se que o chocolate contém muitas substâncias psicoativas, que chegam ao cérebro através do sangue, logo após sua digestão. Elas atuam sobre os neurônios e os neurotransmissores, provocando todas aquelas sensações de bem-estar, euforia, prazer, tranquilidade, concentração e diminuição da ansiedade e da dor, que fazem a gente querer mais um pedacinho de chocolate.” GUERRA, L.B, Chocolate é uma festa para o cérebro. Química do chocolate. CDC, UFMG, 2007. (Adaptado)
Considerando essas informações e outros conhecimentos sobre o assunto, assinale a alternativa que apresenta células ou estruturas que NÃO estão diretamente envolvidas na percepção das sensações induzidas pelo chocolate. a) Alvéolos pulmonares b) Células absortivas do intestino c) Células endoteliais d) Substância cinzenta do cérebro e) o sistema renal
3) A respeito das consequências do uso do cigarro para a saúde humana, muitas pesquisas têm sido publicadas, muitas delas voltadas ao mecanismo de ação de um dos principais componentes, a nicotina, enquanto outras procuram esclarecer a população a respeito dos efeitos colaterais dos demais componentes do cigarro. A tabela abaixo mostra alguns desses componentes e seus efeitos no organismo humano.
a) A nicotina e os solventes causam dependência, por agirem no sistema nervoso central. b) O monóxido de carbono prejudica o transporte do CO2 produzido nos tecidos. c) O aumento do risco de desenvolver doenças coronárias se deve ao acúmulo de resíduos tóxicos do cigarro nas paredes dos vasos sanguíneos. d) O depósito de alcatrão ajuda na filtração do ar que passa pelas vias aéreas. e) As lesões provocadas pela amônia não podem ser relacionadas aos casos de câncer de laringe em fumantes
2-Para considerarmos um exame de urina como normal, em um indivíduo da espécie humana, devemos encontrar nesta urina somente as seguintes substâncias: a) água, ureia e proteína. b) água, açúcar e proteína. c) água, açúcar e ureia. d) água, amônia e açúcar. e) água, ureia e sais.
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_______________________________________________ AULA 04: Fisiologia humana aplicada ao cotidiano II TIPOS DE NUTRIENTES _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ OBESIDADE _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ ___________________________ CICLO MENSTRUAL O ciclo menstrual obedece às interações de hormônios produzidos na hipófise (FSH e LH) com hormônios ovarianos (estrógeno e progesterona). Os primeiros ciclos menstruais iniciam-se por volta dos 11-15 anos de idade; a primeira menstruação é chamada de menarca.
________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________
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Os métodos contraceptivos são classificados em cinco grupos: Métodos comportamentais - Tabelinha; - Temperatura basal; - Muco cervical (método Billings); - Coito interrompido.
Métodos de barreira - Camisinha; - Diafragma; - Esponjas; - Espermicidas;
Dispositivo intrauterino (DIU) Contracepção hormonal - Contraceptivos orais; - Contraceptivos injetáveis; - Implantes; - Anel vaginal; - Adesivos cutâneos; - Contracepção de emergência (pílula do dia seguinte);
As Glândulas As glândulas são unidades funcionais formadas de células que segregam hormônios, localizadas em várias regiões do corpo e que compõem o sistema endócrino. Cada glândula tem funções específicas que ajudam a manter o organismo interno em condições normais e a promover a sobrevivência do organismo. Convém esclarecer ao praticante de Revitalização Integral, que a intenção primordial deste caderno é dar um panorama geral da atuação das Glândulas e os hormônios secretados por elas, para que em última análise constate os benefícios decorrentes de um Sistema Hormonal regulado e sadio. Para isso, achamos conveniente abordar sucintamente em cada glândula algumas patologias, baseados em literatura médica. Além disso, adicionamos uma tabela completa sobre os Hormônios secretados pelas glândulas, assim como sua estrutura química, efeitos e estímulos no organismo.
Contracepção cirúrgica.
Os Hormônios Os hormônios são moléculas químicas (peptídeos, proteínas ou esteroides) produzidas em uma parte do corpo que então viajam para fazer efeito em outra parte. Deste modo uma célula pode afetar outras células distantes. O sistema endócrino é um sistema refinado de verificações e equilíbrios em forma de circuitos realimentados que facilitam o funcionamento normal de todos os sistemas do organismo. Os hormônios podem ser produzidos e ter uma ação local, ou podem ser produzidos em uma glândula endócrina e ter efeito em um local distante.
As Glândulas Endócrinas
Introdução : as Sete Glândulas Endócrinas
Funções do Sistema Hormonal A função central do Sistema Hormonal é regular e controlar o emprego dos alimentos, inclusive a digestão de alimentos sólidos, a ingestão e uso de Oxigênio e o metabolismo e equilíbrio dos carbohidratos, gorduras, proteínas , sais minerais e água. Estas funções resultam no desenvolvimento do corpo, manutenção da vitalidade e capacidade de reprodução e manutenção da espécie. Os sistemas de comunicação hormonais ampliam os sistemas de comunicação nervosos dentro do organismo.
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QUÍMICA
BIOLOGIA
Glândula
Hormônio
Estrutura Química
Principais Efeitos
Regulação
Hipófise (Lobo posterior)
Oxitocina
Peptídeo
Estimula a contração das musculaturas do útero e das glândulas mamárias
Sistema nervoso
Lobo posterior
Antidiurético
Peptídeo
Promove a reabsorção de água pelos rins
Osmolaridade do sangue
Lobo anterior
Somatotrofina
Proteína
Estimula o crescimento geral do corpo; afeta o metabolismo das células
Hormônios do Hipotálamo
Lobo anterior
Prolactina
Proteína
Estimula a produção e a secreção do leite
Hormônios do Hipotálamo
Lobo anterior
Folículo estimulante
Proteína
Estimula os folículos ovarianos nas fêmeas e a espermatogênese nos machos
Estrógenos no sangue; hormônios do hipotálamo
Lobo anterior
Luteinizante
Proteína
Estimula o corpo amarelo e a ovulação nas fêmeas e as células intersticiais nos machos
Progesterona ou testosterona; hormônios do hipotálamo
Lobo anterior
Tireotrofina
Proteína
Estimula a tireoide a secretar seus hormônios
Tiroxina; hormônios do hipotálamo
Lobo anterior
Adrenocorticotrófico
Proteína
Estimula a secreção de glicocorticoides pelas glândulas adrenais
Cortisol; hormônios do hipotálamo
Tireoide
Triiodotironina
Aminoácidos
Estimula e mantém os processos metabólicos
Tireotrofina
Tireoide
Calcitonina
Peptídeo
Baixa o nível de cálcio no sangue e inibe a liberação de cálcio dos ossos
Concentração de cálcio no sangue
Paratireoides
Paratormônio
Peptídeo
Eleva o nível de cálcio no sangue e estimula a liberação de cálcio dos ossos
Concentração de cálcio no sangue
Pâncreas
Insulina
Proteína
Baixa sua taxa no sangue; estimula o armazenamento de glicose pelo fígado; estimula a síntese de proteínas
Concentração de glicose no sangue; somatostatina
Pâncreas
Glucagon
Proteína
Estimula a quebra de glicogênio no fígado
Concentração de glicose e aminoácidos no sangue
Pâncreas
Somatostatina
Peptídeo
Suprime a liberação de insulina e glucagon
Controle nervoso
Adrenal (medula)
Epinefrina
Catecolamina
Aumenta o açúcar no sangue; causa vasoconstrição na pele, mucosas e rins
Controle nervoso
Adrenal (medula)
Norepinefrina
Catecolamina
Acelera os batimentos cardíacos; causa vasoconstrição generalizada no corpo
Controle nervoso
córtex
Glicocorticoides
Esteroides
Afeta o metabolismo de carboidratos; aumenta o açúcar no sangue
Adrenocorticotrófico
córtex
Mineralocorticoides
Esteroides
Promove a reabsorção de sódio e a excreção de potássio pelos rins
Nível de potássio no sangue
Testículos
Andrógenos
Esteroides
Estimula a espermatogênese; desenvolve e mantém os caracteres sexuais secundários masculinos
Hormônio folículo estimulante; hormônio luteinizante
Ovários (folículo)
Estrógenos
Esteroides
Estimula o crescimento da mucosa uterina; desenvolve e mantém os caracteres sexuais secundários femininos
Hormônio folículo estimulante; hormônio luteinizante
Corpo amarelo
Progesterona e estrógenos
Esteroides
Promove a continuação de crescimento da mucosa uterina
Hormônio folículo estimulante; hormônio luteinizante
Pineal
Melatonina
Catecolamina
Está envolvida no ritmo circadiano
Ciclo dia / noite
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QUÍMICA
BIOLOGIA
Exercícios 1)Após a fecundação, o embrião humano recém-formado sofrerá sucessivas clivagens e levará de 5 a 7 dias para chegar ao útero, onde ocorre a nidação. O medicamento conhecido como a "pílula do dia seguinte" pode ser utilizado, em casos de urgência, para evitar uma gravidez depois de uma relação sexual não protegida ou mal protegida, e possivelmente fértil. Os promotores dessa técnica propõemna não como um método de uso regular, pois ela não impede a fertilização, mas sim como um recurso alternativo. Com base nisso, assinale a alternativa correta. a) A chamada "pílula do dia seguinte" é um método contraceptivo. b) A implantação do zigoto no útero ocorre 72 horas após a fertilização. c) A gestação pode continuar mesmo que não se complete a nidação do embrião no útero. d) A "pílula do dia seguinte" interrompe a gestação ao impedir a implantação do embrião no útero. e) A utilização da chamada "pílula do dia seguinte" não permite a gestação por impedir a ovulação.
ANOTAÇÕES
2)O momento do vestibular, sem dúvida, causa nos candidatos uma mistura de sensações como prazer, por estar próxima a tão sonhada aprovação; emoção, por vivenciar uma grande escolha, e medo de cometer um equívoco ao responder as questões. Essas sensações estimulam o sistema nervoso, ocasionando taquicardia e aumento da frequência respiratória. Assinale a alternativa que apresenta a glândula que foi estimulada e o hormônio produzido como consequência das sensações citadas no texto. a) Suprarrenal e adrenalina. d) Hipófise e adrenalina b) Tireoide e adrenalina. e) Pineal e melatonina c) Tireoide e calcitonina. 3)O índice de massa corpórea (IMC) é uma medida que permite aos médicos fazer uma avaliação preliminar das condições físicas e do risco de uma pessoa desenvolver certas doenças, conforme mostra a tabela abaixo,
Considere as seguintes informações a respeito de João, Maria, Cristina, Antônio e Sérgio. Nome
Peso (kg)
Altura (m)
IMC
João
113,4
1,80
35
Maria
45
1,50
20
Cristina
48,6
1,80
15
Antônio
63
1,50
28
Sérgio
115,2
1,60
45
Os dados das tabelas indicam que a) Cristina está dentro dos padrões de normalidade. b) Maria está magra, mas não corre risco de desenvolver doenças. c) João está obeso e o risco de desenvolver doenças é muito elevado. d) Antônio está com sobrepeso e o risco de desenvolver doenças é muito elevado. e) Sérgio está com sobrepeso, mas não corre risco de desenvolver doenças.
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QUÍMICA
BIOLOGIA
AULA 06 :
Indústria - Metais, enzimas, biosensores, biogás, ácidos, etc.
Biotecnologia
Entende-se por biotecnologia o conjunto de técnicas que envolvem a manipulação de organismos vivos para a obtenção de produtos específicos ou modificação de produtos. A biotecnologia também utiliza o DNA em técnicas de DNA recombinante. A origem desta palavra é grega: bio = vida; logos = conhecimento e tecnos = práticas em ciência. Histórico A biotecnologia é utilizada desde a antiguidade, na produção de pães e bebidas fermentadas, porém este era um processo muito artesanal. Hoje a biotecnologia utiliza técnicas e materiais de ultima geração. Com o aparecimento de estudos em microbiologia (fermentação de bebidas) e biologia molecular (cultura de tecidos), o conhecimento em manipulação de microrganismos e genes tornou possível a produção de diversos medicamentos e alimentos industrializados. Insulina produzida por bactérias geneticamente modificadas e produção de medicamentos a partir de anticorpos monoclonais são exemplos de avanços biotecnológicos. Área de conhecimento A biotecnologia engloba conhecimento das áreas de microbiologia, genética, bioquímica, biologia molecular, química e informática. A introdução da informática ajudou na evolução das técnicas permitindo a automação, demonstrando que a ciência e a tecnologia , quando trabalham juntas, trazem muitos benefícios á todos. Benefícios Muito do que comemos e utilizamos como medicamentos são obras da biotecnologia. Segundo a Convenção sobre Diversidade Biológica da ONU, biotecnologia significa “qualquer aplicação tecnológica que use sistemas biológicos, organismos vivos ou derivados destes, para fazer ou modificar produtos ou processos para usos específicos.” Na agricultura, é utilizada em grande escala a produção de organismo transgênicos: adição de um gene que codifica uma característica de interesse no genoma de outra planta. Este gene pode ser de um fungo, uma bactéria e ate de outra planta). Podemos citar biotecnologia:
como
produtos
obtidos
através
da
Meio ambiente - Purificação da água, tratamento do esgoto e do lixo. Célula – tronco _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ Melhoramento genético _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ ________________________________________________ Transgenia _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ Terapia gênica _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ ________________________________________________ Bioprospecção _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________
Agricultura - Mudas de plantas, plantas transgênicas, adubos e pesticidas; Alimentação - Cerveja, vinho, pães e queijos
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Medicamentos - Insulina, hormônio de crescimento e outros hormônios, antibióticos e vacinas.
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QUÍMICA
BIOLOGIA
Biorremediacão _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ Exercícios 1) Um cientista americano pretende produzir em laboratório a primeira forma de vida artificial. A ideia é formar um cromossomo a partir de fragmentos de DNA coletados de diferentes espécies de bactérias. A técnica visa selecionar somente os genes necessários à sobrevivência de diferentes espécies de bactérias e encaixá-los em um só cromossomo, formando uma nova espécie desse organismo. Sobre o experimento citado no texto, é correto afirmar que: a) a técnica utilizada pelo cientista é conhecida como clonagem de DNA e consiste na multiplicação de cópias dos plasmídeos bacterianos. b) as enzimas de restrição são bastante empregadas nesse tipo de experimento, uma vez que são capazes de cortar o em pontos específicos. c) para unir os segmentos de DNA de diferentes bactérias em um só cromossomo, é utilizada a enzima DNA polimerase, ferramenta muito útil na engenharia genética. d) a criação dessa nova espécie em laboratório, a partir de fragmentos de DNA, é análoga ao processo de crossing-over, que acontece naturalmente nas células eucarióticas. e) para se obter apenas os segmentos de DNA necessários à sobrevivência de uma bactéria, é preciso excluir os segmentos de DNA não codificantes, que correspondem a 97% do genoma bacteriano.
3) Jamie Whitaker mal nasceu e já se tornou celebridade. Jamie é o que já está sendo chamado de "irmão salvador" pelos tabloides (jornais populares) do Reino Unido, uma criança gerada para fornecer tecidos vivos para tentar salvar a vida de outro filho de seus pais. O irmão de Jamie se chama Charlie e sofre de uma forma rara de anemia causada por anomalia genética... Como foi concebido por técnicas de fertilização "in vitro"... Jamie pôde ter suas células testadas no útero, uma forma de confirmar sua compatibilidade com as de Charlie. (Leite, M. Ciência em Dia. Folha de S. Paulo, MAIS! 29.06.2003.)
Em relação ao texto, podemos afirmar que: a) ao fazer referência à técnica de fertilização in vitro e de escolha de genótipos de seres humanos, o texto nos coloca diante de situações concretas de biotecnologia e de bioética. b) o fato relatado, embora envolva questões de biotecnologia, nada tem a ver com aspectos de bioética, pois não envolve escolha de genótipo de seres humanos. c) não se trata de uma questão que envolva biotecnologia e bioética, pois as técnicas de fertilização in vitro já são de total domínio e amplamente utilizadas pelos especialistas na área de reprodução humana. d) o caso relatado não envolve problemas de bioética, uma vez que na concepção de Jamie foram empregadas técnicas de fertilização in vitro. e) não se pode associar a fertilização "in vitro" com biotecnologia ou com bioética, uma vez que o embrião, depois de selecionado, é implantado no útero materno, onde, de fato, se dá o desenvolvimento do feto.
2-)Considere o texto abaixo: Os alimentos transgênicos, produtos que sofreram alteração genética com o objetivo de melhorar a qualidade, já ocupam prateleiras dos supermercados nos Estados Unidos e Canadá, mas o consumidor não sabe disso: não há lei que obrigue os fabricantes a informar que o produto sofreu alteração genética. No Brasil, onde também não há obrigação de alertar o consumidor, a multinacional Monsanto está tentando conseguir autorização do Ministério da Ciência e Tecnologia para produzir soja transgênica no país. Os benefícios [advindos de plantas transgênicas], porém, podem esconder riscos ainda não esclarecidos [...], pois os resultados das experiências podem ser imprevisíveis. Até o momento, o resultado mais trágico do uso de produtos transgênicos surgiu no Japão em 1989: 5000 pessoas ficaram doentes, 1500 se tornaram permanentemente inválidas e 37 morreram.‖ (Folha de São Paulo, 6 de agosto de 1998).
Pela leitura do texto acima, pode-se concluir, corretamente, que: a) toda planta transgênica produz substâncias altamente tóxicas ao ser humano. b) plantas transgênicas são aqueleas cujos fenótipos se devem mais ao ambiente do que aos genes. c) manipulações genéticas podem alterar o funcionamento dos genes naturais de um organismo. d) as técnicas de transferência de genes por engenharia genética são altamente seguras. e) todas as plantas transgênicas são estéreis a partir da segunda geração mutante.
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QUÍMICA
BIOLOGIA
AULA 06 :
Programa de saúde
Imunidade _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ Definições de Doença :
Doença é a perda da homeostasia corporal, total ou parcial, estado este que pode cursar devido a infecções, inflamações, isquemias, modificações genéticas, sequelas de trauma, hemorragias, neoplasias ou disfunções orgânicas.
Qualquer alteração da Força Vital (Dr. Diniz da Gama). O que antecedeu a MOLÉSTIA, alteração da força vital. Vem em primeiro lugar (definição segundo Hahnemann, pela visão do Dr. Galvão) .
É qualquer perturbação das condições físicas ou mentais do cliente de plano de saúde, causadora de distúrbios de órgãos, sistemas ou função do organismo, caracterizada por por processo mórbido, que seja possível de tratamento médico, não se enquadrando na especificação de acidente.
Endemia _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ BIOLOGIA Epidemia _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ Pandemia _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________
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Desnutrição _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________
Aspectos gerais do parasitismo Parasitismo: interação biológica em que um ser vivo (o parasita) vive à custa de outro (o hospedeiro), alimentando-se de seus tecidos ou de seus fluidos orgânicos. Protozooses: doenças causadas por protozoários. Helmintíases: doenças provocadas por vermes dos grupos dos platelmintos e dos nematódeos. Hospedeiro definitivo: aquele onde ocorre a reprodução sexuada do parasita. Hospedeiro intermediário: aquele em que o parasita se reproduz assexuadamente. Reservatório: ser vivo (ser humano, outro animal ou planta) ou substrato (como o solo e a água) em que esse parasita pode viver e se reproduzir, e a partir do qual pode ser veiculado para um hospedeiro. Vetor: agente biológico que transporta o parasita até o hospedeiro. Agente etiológico: organismo causador de uma doença, pode ser um vírus, uma bactéria, um protozoário, etc. Período de incubação: tempo decorrido entre a entrada de um agente infeccioso e um organismo e o aparecimento das primeiras manifestações. Parasitas heteroxenos (ou heteroxênicos): aqueles que possuem mais de um hospedeiro em seu ciclo vital. Parasitas monoxenos (ou monoxênicos): os que possuem apenas um hospedeiro. Doenças humanas virais
No homem, inúmeras doenças são causadas por esses seres acelulares. Praticamente todos os tecidos e órgãos humanos são afetados por alguma infecção viral. Abaixo você encontra as viroses mais frequentes na nossa espécie. Valorize principalmente os mecanismos de transmissão e de prevenção. Note que a febre amarela e dengue são duas viroses que envolvem a transmissão por insetos (mosquito da espécie Aedes aegypti). Para a primeira, existe vacina. Duas viroses relatadas abaixo, AIDS e condiloma acuminado, são doenças sexualmente transmissíveis (DSTs). A tabela também relaciona viroses comuns na infância, rubéola, caxumba, sarampo, poliomielite - para as quais existem vacinas.
QUÍMICA
BIOLOGIA
Protozooses
Algumas das principais viroses que acometem os seres humanos: Resfriado Comum; Caxumba; Raiva; Rubéola; Sarampo; Hepatites; Dengue; Poliomielite; Febre amarela; Varicela ou Catapora; Varíola; Meningite viral; Mononucleose Infecciosa; Herpes Condiloma Hantavirose AIDS.
Doença Doença de Chagas
Prevenção e tratamento de doenças virais Devido ao uso da maquinaria das células do hospedeiro, os vírus tornam-se difíceis de matar. As mais eficientes soluções médicas para as doenças virais são, até agora, as vacinas para prevenir as infecções, e drogas que tratam os sintomas das infecções virais. Os pacientes frequentemente pedem antibióticos, que são inúteis contra os vírus, e seu abuso contra infecções virais é uma das causas de resistência antibiótica em bactérias. Diz-se, às vezes, que a ação prudente é começar com um tratamento de antibióticos enquanto espera-se pelos resultados dos exames para determinar se os sintomas dos pacientes são causados por uma infecção por vírus ou bactérias. Bactérias patogênicas As bactérias patogênicas são aquelas que causam doenças, como a tuberculose e a lepra, além de outras que você estudará a seguir. Os antibióticos são medicamentos utilizados no combate às doenças causadas por bactérias; porém, o seu uso não deve ser indiscriminado, isto é, sem receita médica ou por períodos de tempo incorreto. Isso acaba por selecionar e favorecer linhagens de bactérias resistentes, dificultando a cura de várias infecções. A seguir, as principais doenças causadas por bactérias ao ser humano: Tuberculose Hanseníase
Agente etiológico
Transmissão
Prevenção
Fezes de Trypanosoma barbeiro após a picada. cruzi
Construção de casas de alvenaria; Inseticidas Eliminação de cães; Inseticidas.
Leishmanioses
Leishmania brasiliensis; Leishmania donovanni
Saliva de fêmeas de flebótomos durante a picada.
Malária
Gênero Plasmodium
Saliva de fêmeas de Anopheles
Inseticidas; Tratamento dos doentes.
Amebíase
Entamoeba histolytica
Ingestão de cistos
Fervura da água e lavagem de alimentos.
Giardíase
Giardia lamblia
Ingestão de cistos
Fervura da água e lavagem de alimentos.
Toxoplasmose
Toxoplasma gondii
Ingestão de cistos e oocistos
Tricomoníase
Trichomonas vaginalis
Contato sexual
Cocção da carne. Fervura da água. Uso de preservativo.
Verminoses As verminoses são doenças causadas por vermes parasitas pertencentes aos grupos dos platelmintos e nematelmintos. A maioria pode ser evitada através da adoção de medidas de saneamento básico e de higiene pessoal. Parasitas São seres vivos que retiram de outros organismos os recursos necessários para a sua sobrevivência. Eles são considerados agressores, pois prejudicam o organismo hospedeiro através do parasitismo. O parasita pode viver muitos anos em seu hospedeiro sem lhe causar grandes malefícios, ou seja, sem prejudicar suas funções vitais. Entretanto, alguns deles podem até levar o organismo à morte, neste caso, porém, o parasita sucumbirá junto com seu hospedeiro, uma vez que, era através dele, que ele se beneficiava unilateralmente.
Cólera Tétano Meningite Difteria Leptospirose Coqueluche Sífilis Gonorréia
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QUÍMICA
BIOLOGIA
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QUÍMICA
BIOLOGIA
Exercícios 1)“No Brasil, a diarreia é responsável pela morte de 5.000 crianças por ano (4.200 até um ano deidade). O grande vilão apontado pelos médicos é o rotavírus. Desde a sua descoberta, em 1973,os virologistas têm se dedicado à produção de uma vacina, para tentar erradicar a doença. A vacina vem sendo testada desde o início da década, porém com um índice de eficiência (75%)menor que o da vacina contra o sarampo (95%). No entanto, o produto final, aprovado, agora ,nos E.U.A., é dez vezes mais potente. A nova versão da vacina deverá ser testada, aqui no Brasil, ainda este ano. Se apresentar bons resultados em termos de efeitos colaterais, deverá fazer parte do calendário de vacinação.” VEJA, 23/09/1998. A vacinação contra vírus exige a infecção por microrganismos vivos, previamente enfraquecidos, desenvolvidos em meios de cultura especiais. Esses vírus: a) conservam os anticorpos indispensáveis à imunização; b) conservam os antígenos indispensáveis à imunização; c) são atacados por antígenos fabricados pelo organismo vacinado; d) induzem a formação de antígenos; e) induzem o desenvolvimento da doença 2)A Doença de Chagas continua causando muitas mortes no Brasil e em países pobres do mundo. O texto a seguir sobre esta doença é hipotético. Leia-o com atenção. “Um paciente residente na periferia de Fortaleza procurou o posto médico, queixando-se, entre outras coisas, de febre; anemia, cansaço e hipertrofia ganglionar. Após os exames clínico e laboratorial, diagnosticou-se, corretamente, que ele estava com a Doença de Chagas. Ao tomar conhecimento do caso, um professor resolveu discutir o caso com seus alunos, solicitando que eles opinassem sobre que medidas deveriam ser tomadas para controlar a propagação da doença. Os alunos apresentaram cinco sugestões.” Dentre as sugestões apresentadas pelos alunos, a única inteiramente correta é: a) isolamento do paciente, para evitar o contágio com outras pessoas, pois a doença se propaga também pela inalação do ar contaminado; b) campanha, de vacinação em massa, em Fortaleza e por todo o estado do Ceará, para evitar uma epidemia na cidade; c) aplicação de inseticidas em toda a cidade, para eliminação do Aedis aegypti inseto transmissor do Trypanosoma cruzi agente causador da doença; d) vacinação de cães e eliminação de cães de rua, pois eles são reservatórios naturais de protozoários do grupo Trypanosoma; e) proteção das portas e janelas com telas, a fim de evitar a entrada do barbeiro, inseto transmissor da doença, nas residências 3)Numa campanha de prevenção iniciada na cidade existe uma grande preocupação em controlar focos de mosquitos vetores, informar sobre a necessidade de higiene no preparo de alimentos, assim como evitar defecar em locais impróprios, orientando para que os moradores que não apresentem instalações sanitárias em suas casas, construam fossas sépticas. Essas medidas sublinhadas seriam, respectivamente, eficazes na prevenção de: a) cólera, amarelão e esquistossomose; b) malária, teníase e elefantíase; c) leishmaniose, ascaridíase e amarelão; d) doença de Chagas, cisticercose e lombriga; e) malária, esquistossomose e leishmaniose.
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QUÍMICA
BIOLOGIA
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QUÍMICA
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QUÍMICA
AULA 01 E 02 -TERMOLOGIA CONCEITOS BÁSICOS DE TERMOLOGIA _________________ é a medida no nível de agitação das moléculas de um sistema. ________________________ é a energia associada a agitação molecular. ____________________________ é o estado térmico para o qual tendem sistemas misturados a temperaturas diferentes, que ao ser atingido os sistemas adquiram a mesma temperatura. _____________ é a energia térmica que se transfere entre corpos à temperaturas distintas até que seja alcançado o equilíbrio térmico.
Para converter temperaturas entre essas escalas usa-se a expressão:
ESCALAS TERMOMÉTRICAS Para que seja possível medir a temperatura de um corpo, foi desenvolvido um aparelho chamado termômetro. O termômetro mais comum é o de mercúrio, que consiste em um vidro graduado com um bulbo de paredes finas que é ligado a um tubo muito fino, chamado tubo capilar.
tC
tF
=
tK
Para transformar variações de temperatura (aumentos diminuições) entre essas escalas usa-se a expressão:
Quando a temperatura do termômetro aumenta, as moléculas de mercúrio aumentam sua agitação fazendo com que este se dilate, preenchendo o tubo capilar. Para cada altura atingida pelo mercúrio está associada uma temperatura. A escala de cada termômetro corresponde a este valor de altura atingida.
=
Δt C
Δt F
=
=
ou
Δt K
DILATAÇÃO TÉRMICA DOS SÓLIDOS
ESCALA CELSIUS É a escala usada no Brasil e na maior parte dos países, oficializada em 1742 pelo astrônomo e físico sueco Anders Celsius (1701-1744). Esta escala tem como pontos de referência a temperatura de congelamento da água sob pressão normal (0°C) e a temperatura de ebulição da água sob pressão normal (100°C).
ESCALA FAHRENHEIT Outra escala bastante utilizada, principalmente nos países de língua inglesa, criada em 1708 pelo físico alemão Daniel Gabriel Fahrenheit (1686-1736), tendo como referência a temperatura de uma mistura de gelo e cloreto de amônia (0°F) e a temperatura do corpo humano (100°F).
α
=
β
=
γ
- coeficiente de dilatação linear. - coeficiente de dilatação superficial.
- coeficiente de dilatação volumétrica. ESCALA KELVIN DILATAÇÃO TÉRMICA DOS LÍQUIDOS Também conhecida como escala absoluta, foi verificada pelo físico inglês William Thompson (1824-1907), também conhecido como Lorde Kelvin. Esta escala tem como referência a temperatura do menor estado de agitação de qualquer molécula (0K) e é calculada a partir da escala Celsius. Por convenção, não se usa "grau" para esta escala, ou seja 0K, lê-se zero kelvin e não zero grau kelvin. dilatação aparente
t t Oo
ΔVliq =
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t2
+
γ liq =
+
QUÍMICA FÍSICA
COMPORTAMENTO ANÔMALO DA ÁGUA
CALORIMETRIA
____________________ é aquele que provoca apenas variação de temperatura, sem mudança de fase.
Q m . c . t Onde m é a massa, c o calor específico e Δt a variação de temperatura. ____________________ é aquele que provoca mudança de fase à temperatura constante.
PRINCÍPIO DAS TROCAS DE CALOR Em sistemas termicamente isolados é nula a soma dos calores trocados.
Q cedido Q recebido 0 DIAGRAMA DE FASE (H2O)
Q m.L Onde m é a massa que muda de fase e L o latente da mudança de fase. MUDANÇAS DE FASE
EXPERIÊNCIA DE TYNDALL (REGELO)
Calor específico sensível da H2O: cs = 0,5 cal/g oC ; cL = 1,0 cal/g oC ; cG = 0,4 cal/g oC Calor específico Latente da H2O: LFS = ±80 cal/g ; LVC = ± 540 cal/g
PROPAGAÇÃO DO CALOR ___________________________Processo de propagação do calor de molécula a molécula, sem deslocamento de matéria, predominante nos sólidos metálicos.
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QUÍMICA FÍSICA
LEI DA CONDUÇÃO TÉRMICA - FOURIER
K
TRANSFORMAÇÃO GASOSA ISOBÁRICA:
A . t e
_________________________Processo de propagação do calor que ocorre nos fluidos, com deslocamento de matéria causado pela variação da densidade com a temperatura. _________________________Processo de propagação do calor que ocorre através de ondas eletromagnéticas que dispensam meios materiais.
TERMODINÂMICA _______________________ estuda as relações entre o calor, o trabalho e a energia interna de gases perfeitos. LEI GERAL DOS GASES PERFEITOS:
TRANSFORMAÇÃO GASOSA ISOCÓRICA:
EQUAÇÃO DE CLAPEYRON:
TRANSFORMAÇÃO GASOSA ISOTÉRMICA:
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QUÍMICA FÍSICA
TRABALHO DE UM GÁS NA TRANSFORMAÇÃO ISOBÁRICA ÓPTICA GEOMÉTRICA ENERGIA INTERNA:
MEIIOS ÓPTICOS
_____________________A energia interna de um gás ideal é função exclusiva de sua temperatura absoluta. 1ª LEI DA TERMODINÂMICA:
_____________
________________ ________________
PRINCÍPIOS DA ÓPTICA GEOMÉTRICA PRINCÍPIO DA PROPAGAÇÃO RETILÍNEA DA LUZ Nos meios ópticos homogêneos e transparentes a luz se propaga em linha reta.
Sombra e Penumbra
RENDIMENTO DA MÁQUINA TÉRMICA so
Câmara escura de orifício
RENDIMENTO MÁXIMO - CICLO DE CARNOT
PRINCÍPIO DA INDEPENDÊNCIA DA LUZ Os raios luminosos propagam-se independentemente uns dos outros. PRINCÍPIO DA REVERSIBILIDE Permutando-se as posições do observador e da fonte de luz, o trajeto da luz não se altera.
LEIS DA REFLEXÃO ESPECULAR - Os raios incidente e refletido e reta a normal à superfície refletora no ponto de incidência são coplanares. - O ângulo de incidência (i) é igual ao ângulo de reflexão (r).
AULAS 03 E 04
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QUÍMICA FÍSICA
IMAGENS COJUGADAS POR ESPELHOS PLANOS
ESPELHOS ESFÉRICOS
RAIOS NOTÁVEIS NO ESPELHO CONVEXO G
D ’
D C
F
B E
A
C ’
G ’ F ’
B ’ A ’
E ’
V
F
C
RAIOS NOTÁVEIS NO ESPELHO CÔNCAVO
ASSOCIAÇÃO DE ESPELHOS(espelhos angulares)
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QUÍMICA FÍSICA
IMAGENS NO ESPELHO CONVEXO
Objeto entre o centro de curvatura e o foco.
IMÁGENS NO ESPELHO CÔNCAVO Objeto entre o foco e o vértice Objeto além do centro de curvatura.
EQUAÇÃO DE GAUSS :
Objeto sobre o centro de curvatura.
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AUMENTO LINEAR TRANSVERSAL:
QUÍMICA FÍSICA
REFLEXÃO TOTAL REFRAÇÃO DA LUZ
REFRAÇÃO é o fenômeno que consiste na mudança de meio de propagação da luz. INDICE DE REFRAÇÃO
)
)
)
PRISMAS
LEIS DA REFRAÇÃO
- Os raios incidente e refratado e a reta normal á superfície de separação no ponto de incidência são co-planares. - É constante o produto do seno do ângulo pelo índice de refração do meio em que está o raio. LAMINA DE FACES PARALELAS
DESVIO MÍNIMO
i )
e
)r
r
) )i
d
PRISMAS DE REFLEXÃO TOTAL
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QUÍMICA FÍSICA
IMAGENS NAS LENTES CONVERGENTES DISPESERSÃO LUMINOSA
LESTES ESFÉRICAS TIPOS DE LENTES
n lente nmeio convergentes
n lente nmeio divergentes
IMAGENS NAS LENTES DIVERGENTES
EQUAÇÃO DE GAUSS :
AUMENTO LINEAR TRANSVERSAL:
EQUAÇÃO DOS FABRICANTES DE LENTES
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QUÍMICA FÍSICA
AMETROPIAS E LENTES DE CORREÇÃO
___________________ Apresenta como defeito o encurtamento do
OLHO HUMANO REDUZIDO O olho humano é um instrumento óptico altamente sofisticado, fazendo uma comparação com os atuais padrões tecnológicos, podemos concluir que seu sistema de funcionamento pode ser comparado ao de uma câmera fotográfica, em que a pupila é o diafragma, o cristalino é a lente, e a retina seria o filme fotográfico em cores. Para o estudo das ametropias e suas correções, as principais partes do olho humano são o Cristalino, que é a lente convergente natural do olho e a Retina que é o anteparo ou tela onde as imagens devem ser projetadas pelo sistema óptico formado pelo olho.
globo ocular. Dificuldade de enxergar objetos mais próximos. É corrigida com o uso de lentes _____________________.
_______________________ Apresenta defeito na córnea, com raios de curvatura irregulares. Ocasiona uma visão manchada dos objetos. A correção é feita com o uso de lentes ____________________.
No olho normal ou Emétrope a imagem é focalizada na retina.
PONTO PRÓXIMO ( PP ) de um globo ocular é a posição mais próxima que pode ser vista nitidamente, realizando esforço máximo de acomodação. Na pessoa normal, situa-se, convencionalmente, a 25 cm. ACOMODAÇÃO VISUAL é o mecanismo pelo qual o olho humano altera a vergência do cristalino, permitindo à pessoa normal enxergar nitidamente desde uma distância de aproximadamente 25 cm até o infinito.
____________________ Apresenta como defeito o endurecimento do cristalino com perda da capacidade de acomodação visual. Não é defeito congênito, mais decorrente da idade. É conhecida vulgarmente como "vista cansada". A correção é feita com o uso de lentes convergentes.
PONTO REMOTO ( PR ) de um globo ocular é a posição mais afastada que pode ser vista nitidamente, sem esforço de acomodação. Na pessoa normal, este ponto está situado no infinito. AMETROPIAS ______________ Apresenta como defeito o achatamento do globo ocular, provocando um alongamento no eixo óptico. O míope tem dificuldade de enxergar objetos mais distantes. A imagem é formada antes da retina. A correção é feita através de lentes _________________
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QUÍMICA FÍSICA
________________________:
ONDAS
nessas
ondas
a
direção
de
propagação se coincide com a direção de vibração. Nos líquidos e ______________é uma perturbação que se propaga no espaço ou
gases a onda se propaga dessa forma.
em qualquer outro meio, como, por exemplo, a água. Uma onda transfere energia de um ponto para outro, mas nunca transfere matéria entre dois pontos. As ondas podem se classificar de acordo com a direção de propagação de energia, quanto à natureza das ondas e quanto à direção de propagação. ________________________ são aquelas que necessitam de um meio material para se propagar como, por exemplo, onda em uma corda ou mesmo as ondas sonoras.
ELEMENTOS GEOMÉTRICOS DAS ONDAS PERÍÓDICAS Ondas periódicas são ondas que se repetem em intervalos de tempos iguais, propagam-se com velocidade constante e são mantidas por movimentos harmônicos simples. crista
a
____________________________________ são aquelas que não necessitam de meio material para se propagar, elas podem se propagar tanto no vácuo (ausência de matéria) como também em certos tipos de materiais. São exemplos de ondas eletromagnéticas: a luz solar, as ondas de rádio, as micro-ondas, raios X, entre muitas
Vale
outras.
- ___________________ são os pontos mais altos da onda - ___________________ são os pontos mais baixos da onda - ________________________ ( ) é a distância entre duas cristas ou dois vale consecutivos ou o comprimento de uma oscilação. - _____________ (T) é o tempo de uma oscilação. - ____________ (f) é o número de oscilações na unidade de tempo. - Amplitude é a distância entre o eixo da onda e uma crista ou um vale. EQUAÇÃO FUNDAMENTAL DAS ONDAS
FÓRMULA DE TAYLOR
______________________: propagam-se em uma única dimensão; _______________________: propagam-se num plano; ______________________: propagam-se em todas as direções. ___________________________ são aquelas que têm a direção de propagação perpendicular à direção de vibração como, por exemplo, as ondas eletromagnéticas. propagação
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QUÍMICA FÍSICA
FENÔMENOS ONDULATÓRIOS
_________________ é o fenômeno que ocorre após incidir num meio de características diferentes e retornar a se propagar no meio inicial. Qualquer que seja o tipo da onda considerada, o sentido de seu movimento é invertido porém o módulo de sua velocidade não se altera. Isto decorre do fato de que a onda continua a se propagar no mesmo meio.
__________________é a passagem de uma onda de um meio para outro de características diferentes (densidade, textura, etc). Qualquer que seja o tipo de onda considerada, verifica-se que o sentido e velocidade de propagação não são mais os mesmos de antes da refração. Isto acontece pois o meio apresenta propriedades distintas da do meio antigo.
_____________________ representa a superposição de duas ou mais ondas num mesmo ponto. Esta superposição pode ter um caráter de aniquilação, quando as fases não são as mesmas (______________________________________)
Ou pode ter um caráter de reforço quando as fases combinam (_____________________________________).
______________________É o encurvamento sofrido por uma onda quando esta encontra obstáculos à sua propagação. Esta propriedade das ondas foi de fundamental importância para provar que os raios de uma onda não são retilíneos.
________________________ é considerada um fenômeno onde um sistema recebe energia periodicamente, em uma de suas freqüências naturais de vibração. _____________________ é um fenômeno que acontece somente com as ondas transversais. Consiste na seleção de um plano de vibração frente aos outros por um objeto, ou seja, se incidir ondas com todos os planos de vibração num certo objeto, este acaba deixando passar apenas aquelas perturbações que ocorrem num determinado plano.
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QUÍMICA FÍSICA
ACÚSTICA
A _____________________ está ligada unicamente à sua freqüência; é a qualidade pela qual um som grave (som baixo --freqüência baixa) se distingue de um som agudo (som alto --freqüência alta).
Limites de audibilidade _________________ é produzido por corpos que vibram, mas nem toda vibração é capaz gerar um som que vá excitar o nosso tímpano. Para que tenhamos a sensação auditiva é necessário que a onda sonora esteja numa uma faixa de freqüência bem definida. Para o ouvido humano, essa faixa de freqüência vai de 20 Hz a 20000 Hz. Fora desses limites, o ouvido humano não é capaz de perceber a onda como som. Abaixo de 20 Hz, as ondas são conhecidas como ______________________ e acima de 20000 Hz elas são conhecidas como _________________________________________________. Existem diversos animais que são capazes de perceber sons acima de 20000 Hz. Os cães, por exemplo, conseguem captar freqüências de 50000 Hz. Temos também como exemplo os morcegos e os golfinhos. O eco Como é uma onda, o som está sujeito aos fenômenos ondulatórios como interferência, refração e reflexão. A reflexão sonora é percebida através de um fenômeno muito curioso conhecido como eco. Para entendê-lo, imagine uma pessoa em um salão amplo que bate palmas uma única vez. Dependendo do tamanho do salão, depois de um curto intervalo de tempo, essa pessoa será capaz de ouvir esse som de palmas novamente. Isso ocorre porque o som, ao se propagar, acaba encontrando um obstáculo. Ao incidir nesse obstáculo, o som sofre uma reflexão e volta para a fonte, que nesse caso é a pessoa que bateu palmas. É verdade que na maioria das vezes o eco não é percebido. Isso acontece por um motivo curioso. Para que o ouvido perceba os dois sons (o incidente e o refletido) de maneira distinta, é necessário que eles estejam separados por um intervalo de tempo de pelo menos um décimo de segundo. Por isso que foi mencionado que a sala deveria ser ampla. Com esse intervalo de tempo e considerando que o som se propaga com velocidade de 340 m/s, a distância mínima existente na sala para se perceber o eco deverá ser de 17 m. Qualidades Fisiológicas do Som A ______________________ esta ligada à amplitude das vibrações (e, portanto à energia transportada pela onda sonora); é a qualidade pela qual um som forte (grande amplitude — muita energia) se distingue de um som fraco (pequena amplitude — pouca energia).
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É fácil perceber que essa característica do som depende tão somente da freqüência; sabe-se, por exemplo, que encurtando-se uma lamina elástica (gilete presa no bordo da mesa), aumenta-se a freqüência de suas vibrações e, correlativamente, constata-se que o som emitido se torna mais e mais agudo.
O ________________________ depende dos harmônicos associados ao som fundamental no caso dos sons musicais ou das ondas que se superpõem, no caso dos sons compostos em geral. No caso dos sons musicais, é a qualidade que permite distinguir dois sons de mesma altura emitidos por fontes sonoras diferentes; uma flauta e um violino
O _________________________ é a alteração da frequência sonora percebida pelo observador em virtude do movimento relativo de aproximação ou afastamento entre a fonte e o observador. Um exemplo típico do efeito Doppler é o caso de uma ambulância com a sirene ligada quando ela se aproxima ou se afasta de um observador. Quando ela se aproxima do observador o som é mais agudo e quando ele se afasta o som é mais grave.
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modo que no final do processo os corpos terminam com cargas elétricas de mesmo sinal e valores absolutos proporcionais às dimensões de cada condutor.
AULAS 05 E 06 ELETROSTÁTICA CONSTITUIÇÃO DA MATÉRIA A matéria é constituída por moléculas, que são constituídas por átomos que se consistem de um núcleo central onde se encontram as partículas denominadas _______________________ (prótons e nêutrons), e de uma região mais periférica denominada ___________________, onde se movem as partículas chamadas de elétrons. Os elétrons são partículas elementares (não têm constituição menor).
POR INDUÇÃO - A Eletrização por indução é um processo no qual a eletrização ocorre sem que haja contato entre os corpos. Nele, um corpo A (indutor), carregado, é aproximado de um corpo B(induzido), condutor, inicialmente neutro. A presença de A induz em B uma polarização de cargas devido ao princípio da atração-repulsão. Para que o processo se complete é necessário fazer uma ligação do induzido com a Terra. No final do processo o induzido adquire carga elétrica de sinal contrário ao da carga do indutor.
Denomina-se ________________________ a propriedade inerente aos portadores de eletricidade que se exibem exercendo atrações e repulsões elétricas. O________________de eletricidade é denominado de carga elétrica elementar (e)e é a menor quantidade de carga elétrica da natureza.
FORÇA ELÉTRICA – LEI DE COULOMB Duas partículas eletrizadas atraem-se com uma força eletrostática que depende do meio em que estão imersas e é proporcional diretamente ao produto de suas cargas puntiformes e inversamente ao quadrado da distância entre elas.
C – Coulomb é a unidade de carga elétrica no sistema internacional de unidades(SI) (homenagem ao cientista francês Charles Augustin de Coulomb)
CAMPO ELÉTRICO Campo elétrico é a região nas proximidades de cargas elétricas onde ocorrem interações eletrostáticas.
PRINCÍPIOS DA ELETROSTÁTICA ______________________________________________ - Cargas elétricas de sinais iguais se repelem e de sinais opostos se atraem. Entre um corpo neutro e outro eletrizado, com qualquer sinal, há atração elétrica mútua, justificada pelo fenômeno da indução eletrostática (separação de cargas positivas e negativas de um corpo neutro causada pela aproximação de um corpo carregado). _______________________________________________Em sistemas eletricamente isolados, a carga elétrica total do sistema permanece constante. Esse princípio se aplica aos fenômenos eletrostáticos, nos circuitos elétricos, nos decaimentos radioativos bem como nas reações de fissão e fusão nucleares. QUANTIZAÇÃO DA CARGA ELÉTRICA Na natureza a matéria sempre se apresenta num estado chamado de eletricamente neutro, onde o número total de prótons com carga +e é igual ao número total de elétrons com carga –e. Assim a carga elétrica total de um corpo neutro é nula. Mas esse equilíbrio pode ser desfeito à custa da modificação do número de elétrons. Os elétrons por serem mais leves, externos e estarem em movimento, são mais facilmente transferidos. Quando um corpo neutro perde elétrons fica carregado positivamente (falta de elétrons) e quando recebe elétrons fica carregado negativamente (excesso de elétrons) e passa a exibir a carga elétrica desses elétrons a mais ou a menos. Dessa forma dizemos que a carga elétrica de um corpo é quantizada, ou seja só existe em quantidades múltiplas da carga elementar.
CAMPO DE UMA CARGA PUNTIFORME:
LINHAS DE FORÇA
POTENCIAL ELÉTRICO POTENCIAL ELÉTRICO É a grandeza escalar que expressa a energia potencial elétrica que o campo fornece por unidade de carga elétrica.
Onde Q é carga elétrica total do corpo, n o número de elétrons em falta ou em excesso e e a carga elementar.
POTENCIAL ELÉTRICO DE UMA CARGA PUNTIFORME
ELETRIZAÇÃO POR ATRITO - Na Eletrização por atrito friccionam-se dois corpos de materiais diferentes neutros que trocam elétrons de modo que um corpo fica carregado positivamente e o outro carregado negativamente. Como houve troca de elétrons entre os corpos atritados a carga total permanece nula. Assim, no final do processo, os corpos adquirem cargas elétricas de sinais opostos e de mesmo valor absoluto. POR CONTATO - A Eletrização por contato ocorre quando um corpo previamente eletrizado é colocado em contato com outro neutro. Durante o contato há transferência de elétrons entre os corpos de
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QUÍMICA FÍSICA
Cargas elétricas positivas abandonadas em repouso num campo eletrostático e sujeitas apenas à força eletrostática, deslocam-se, espontaneamente, para pontos de ________________________.
SUPERFÍCIES EQUIPOTENCIAIS NO CAMPO UNIFORME
Cargas elétricas negativas abandonadas em repouso num campo eletrostático e sujeitas apenas à força eletrostática, deslocam-se, espontaneamente, para pontos de _____________________. CAMPO ELÉTRICO DE UM EQULÍBRIO ELETROSTÁTICO
CONDUTOR
ESFÉRICO
EM
TRABALHO ELÉTRICO É a medida da variação da energia potencial elétrica de uma carga de prova.
POTENCIAL ELÉTRICO DE UM CONDUTOR ESFÉRICO EM EQULÍBRIO ELETROSTÁTICO
TRABALHO DO CAMPO ELÉTRICO UNIFORME
SUPERFÍCIES EQUIPOTENCIAIS NO CAMPO DE UMA CARGA
ELETRODINÂMICA _______________________É um movimento ordenado de cargas elétricas causado por uma ddp. Nos condutores sólidos (metais) a corrente elétrica é constituída por elétrons e é denominada corrente eletrônica.
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INTENSIDADE DE CORRENTE ELÉTRICA ELETRÔNICA MÉDIA (i)
(A unidade de corrente no SI é o ampère = A)
RESISTORES ELÉTRICOS São dispositivos que transformam energia elétrica exclusivamente em calor. REOSTATO É o resistor elétrico de resistência elétrica variável ou ajustável. ASSOSCIAÇÃO DE RESISTORES EM SÉRIE
____________________________É a razão entre a energia elétrica transformada (Eel)e a carga Elétrica (q) envolvida na transformação.
(A unidade de tensão no SI é o volt =V)
__________________________É a energia elétrica transformada (Eel) por unidade de tempo ( ).
- Os resistores são percorridos pela mesma corrente elétrica; - A tensão elétrica de cada resistor é diretamente proporcional à respectiva resistência; -A potência elétrica de cada resistor é diretamente proporcional à respectiva resistência; -A tensão total é igual a soma das tensões em cada resistor associado; -A resistência equivalente é igual a soma das resistências associadas; -Se um dos resistores parar de funcionar, os demais desligam. ASSOSCIAÇÃO DE RESISTORES EM PARALELO
(A unidade de potência no SI é o watt = W)
Relação entre corrente, potência e tensão elétrica.
______________________________É a medida da dificuldade imposta pela rede cristalina do material à passagem da corrente elétrica. O valor da Resistência ®( R ) expressa a ddp ( U ) exigida por unidade de corrente elétrica ( i ) permitida.
- Os resistores são submetidos à mesma corrente ddp; - A corrente elétrica de cada resistor é inversamente proporcional à respectiva resistência; -A potência elétrica de cada resistor é inversamente proporcional à respectiva resistência; -A corrente total é igual a soma das correntes em cada resistor associado; -O inverso da resistência equivalente é igual a soma dos inversos resistências associadas; -Se um dos resistores parar de funcionar, os demais continuam normalmente. ASSOCIAÇÃO MISTA DE RESISTORES
( A unidade de resistência no SI é o ohm = Ω) 1ª LEI DE OHM A intensidade de corrente elétrica que percorre um condutor linear ou ôhmico, é diretamente proporcional à tensão elétrica que lhe deu origem. ________________________É o instrumento usado para medir corrente elétrica, deve ser ligado em série e o ideal tem resistência interna nula. 2ª LEI DE OHM A resistência elétrica (R) de um fio dependo do material que o constitui e é proporcional, diretamente ao seu comprimento( ) e inversamente a sua área de seção transversal (A).
é a resistividade elétrica, uma característica do material e da temperatura.
________________________É o instrumento usado para medir tensão elétrica, deve ser ligado em paralelo e o ideal tem resistência interna infinita. ________________________É o instrumento usado para medir resistência elétrica, deve ser ligado em Paralelo com o circuito desligado.
POTÊNCIA DISSIPADA POR EFEITO JOULE (CALOR)
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QUÍMICA FÍSICA
___________________________É o aparelho que transforma energia de um tipo qualquer em nergia elétrica.
_____________________________É o aparelho que transforma energia elétrica em outros tipos de energia.
’ + i
+ -
i
r
’ – força contra-eletromotriz (fcem)
r
r – resistência interna. CIRCUITO GERADOR-RECEPTOR-RESISTOR.
- força eletromotriz (fem). r – resistência interna. ASSOCIAÇÃO DE GERADORES EM SÉRIE
ELETROMAGNETISMO ASSOCIAÇÃO DE GERADORES EM PARALELO
___________________são óxidos de ferro (Fe2O3), encontrados originalmente numa região da Ásia menor chamada Magnésia, que exercem atrações em materiais a base de ferro e exibem fenômenos especiais. Quando suspensos ou pendurados pelo centro de massa, alinham-se com a direção norte sul do lugar.
_________________________________________________Pólos magnéticos de mesmo nome se repelem e de nomes diferentes se atraem.
ASSOCIAÇÃO MISTA DE GERADORES
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INSEPARABILIDADE DOS PÓLOS MAGNÉTICOS
CAMPO MAGNÉTICO DE UM CONDUTOR RETILÍNEO INFINITO
CAMPO MAGNÉTICO NO CENTRO DE UMA ESPIRA CIRCULAR
CAMPO MAGNÉTICO DOS ÌMÃS
CAMPO MAGNÉTICO NO INTERIOR DE UM SOLENÓIDE
CAMPO MAGNÉTICO TERRESTRE
B – Campo magnético
0 - Permeabilidade magnética
i – intensidade de corrente elétrica r – distância do fio ao ponto R – raio da espira
n - densidade linear de espiras
EXPERIÊNCIA DE OERSTED
FORÇA MAGNÉTICA SOBRE CARGA ELÉTRICA MÓVEL
SENTIDO DA FORÇA MAGNÉTICA SOBRE CARGAS MÓVEIS (REGRA DA MÃO)
CAMPO MAGNÉTICO DAS CORRENTES ELÉTRICAS LEI DE BIOT-SAVART
MOVIMENTOS MAGNÉTICO
DA
CARGA
NO
INTERIOR
DO
CAMPO
Se a velocidade da partícula for paralela ao campo magnético, não atuará força magnética e o movimento será retilíneo e uniforme. Regra da Mão Direita
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QUÍMICA FÍSICA
Se a velocidade da partícula for perpendicular ao campo magnético, o movimento será circular e uniforme. LEI DE FARADAY
Se a velocidade da partícula for obliqua ao campo magnético, o movimento será helicoidal e uniforme.
LEI DE LENZ O sentido da corrente elétrica induzida é tal que gera uma oposição à variação do fluxo magnético que lhe deu origem.
FORÇA MAGNÉTICA SOBER CONDUTOR PERCORRIDO POR CORRENTE
FORÇA MAGNÉTICA ENTRE CONDUTORES PARALELOS PERCORRIDO POR CORRENTE
RETOS,
FLUXO MAGNÉTICO
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QUÍMICA
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QUÍMICA
2) O assunto do poema estaria corretamente exposto em: (A) A importância das cidades na vida econômica de um país. (B) O inchaço urbano e as necessidades básicas dos habitantes. (C) A desumanização do trabalhador nas condições de vida urbana. (D) A automatização dos serviços de escritórios no trato dos negócios realizados. (E) As consequências desfavoráveis do excesso de população.
AULA 01: INTERPRETAÇÃO Escuta a hora formidável do almoço na cidade. Os escritórios, num passe, esvaziam-se. As bocas sugam um rio de carne, legumes e tortas vitaminosas. Salta depressa do mar a bandeja de peixes argênteos! Os subterrâneos da fome choram caldo de sopa, olhos líquidos de cão através do vidro devoram teu osso. Come, braço mecânico, alimenta-te, mão de papel, é tempo de comida, mais tarde será o de amor. Lentamente os escritórios se recuperam, e os negócios, forma indecisa, evoluem. O esplêndido negócio insinua-se no tráfego. Multidões que o cruzam não veem. É sem cor e sem cheiro. Está dissimulado no bonde, por trás da brisa do sul, vem na areia, no telefone, na batalha de aviões, toma conta de tua alma e dela extrai uma porcentagem. Escuta a hora espandongada da volta. Homem depois de homem, mulher, criança, homem, roupa, cigarro, chapéu, roupa, roupa, roupa, homem, homem, mulher, homem, mulher, roupa, homem imaginam esperar qualquer coisa, e se quedam mudos, escoam-se passo a passo, sentamse, últimos servos do negócio, imaginam voltar para casa, já noite, entre muros apagados, numa suposta cidade, imaginam. (Carlos Drummond de Andrade. Nosso tempo, in Poesia completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2002, p. 128)
1) A afirmativa correta, de acordo com o poema, é: (A) O trabalho nem sempre resulta em satisfação, benefícios econômicos e qualidade de vida para os que dependem dele. (B) A cidade mecaniza as pessoas, que se deixam absorver pela rotina de trabalho, até mesmo quando se alimentam. (C) A plena dedicação à rotina de trabalho preenche, favoravelmente, a vida agitada da maioria das pessoas nas cidades. (D) O sentimento amoroso deve sempre sobrepor-se ao sentimento de dedicação ao trabalho. (E) O devaneio proporciona às pessoas um modo de sobreviver em meio à rotina estafante do trabalho diário.
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3) A sequência nos versos 2, 3 e 4 da 2ª estrofe reflete (A) a movimentação caótica das pessoas submetidas ao ritmo acelerado da cidade. (B) um desfile organizado de trabalhadores exaustos na volta à casa. (C) exposição de pessoas como se fossem veículos em circulação no trânsito. (D) a procura ansiosa das pessoas por se destacarem na multidão informe. (E) uma tentativa inútil de conseguir o merecido descanso ao fim do dia.
4)Identifica-se no poema oposição entre (A) restaurantes lotados // oferta variada de alimentos. (B) pessoas em busca de alimento // acertos comerciais durante almoços. (C) riqueza latente nas ruas // abandono na periferia da cidade. (D) agitação e labor diurnos // silêncio e cansaço ao fim do dia. (E) negócios realizados em escritórios // rotina diária de trabalho.
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5)Considere o verso É sem cor e sem cheiro. (1ª estrofe) A afirmativa INCORRETA que se faz a respeito é: (A) As expressões caracterizam O esplêndido negócio (que se) insinua no tráfego. (B) A frase constitui um argumento que embasa o fato de as multidões não perceberem a concretização dos negócios nas ruas. (C) Infere-se da afirmativa o contraste ao apelo sensorial despertado pela variedade de alimentos que atraem as pessoas. (D) O emprego das expressões tem sentido particular no poema, ao ultrapassar o significado literal das palavras. (E) A forma verbal É poderia estar corretamente empregada no plural – São – por referir-se a seu antecedente, que é Multidões. 6)É correto perceber que o poeta I. se dirige a alguém – que pode ser um eventual leitor – tratando-o pela 2ª pessoa verbal. II. se coloca como mais um elemento anônimo na multidão que se mistura aos trabalhadores nas ruas. III. deixa implícito que os sentimentos pessoais – como, por exemplo, o amor – foram sobrepujados pela preocupação mercantil. Está correto o que se afirma em (A) I, II e III. (B) I e III, apenas. (C) II e III, apenas. (D) I e II, apenas. (E) III, apenas. 07. O esplêndido negócio( insinua-se) no tráfego. (v. 10, 1ª estrofe) O verso que reitera a ideia contida no que está transcrito acima é: (A) Os escritórios, num passe, esvaziam-se. (B) ... e os negócios, forma indecisa, evoluem. (C) Multidões que o cruzam não veem. (D) Está dissimulado no bonde ... (E) ... e dela extrai uma porcentagem. 08. (Escuta) a hora formidável do almoço//na cidade. (versos 1 e 2, 1a estrofe) O verbo flexionado da mesma forma que o grifado acima está no verso: (A) As bocas sugam um rio de carne, legumes e tortas vitaminosas. (B) Os subterrâneos da fome choram caldo de sopa... (C) Come, braço mecânico ... (D) ... vem na areia, no telefone, na batalha de aviões ... (E) ... toma conta
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AULA 02: INTERPRETAÇÃO 1)O texto a seguir foi extraído de um romance brasileiro. A partir de sua leitura, é possível extrair traços que permitam identificar o estilo literário a que pertence. Assinale a alternativa que indique esses traços e a escola a que o trecho pode ser filiada. Caía a tarde. No pequeno jardim da casa do Paquequer, uma linda moça se embalançava indolentemente numa rede de palha presa aos ramos de uma acácia silvestre, que estremecendo deixava cair algumas de suas flores miúdas e perfumadas. Os grandes olhos azuis, meio cerrados, às vezes se abriam languidamente como para se embeberem de luz,
A tirinha a seguir serve de base para as questões 2 e 3. Observe-a com atenção:
e
abaixavam de novo as pálpebras rosadas. Os lábios vermelhos e úmidos pareciam uma flor da gardênia dos nossos campos, orvalhada pelo sereno da noite; o hálito (1)
doce e ligeiro exalava-se formando um sorriso. Sua tez , alva e pura como um froco de uns longes
(3)
(2)
de algodão, tingia-se nas faces
cor-de-rosa, que iam, desmaiando, morrer no
2) Comparando a fala do primeiro balão com a do último, é CORRETO afirmar que:
colo de linhas suaves e delicadas.
a) há uma relação intertextual entre elas, embora haja
O seu traje era do gosto mais mimoso e mais original que é
diferenças de estrutura sintática entre uma e outra.
possível conceber; mistura de luxo e simplicidade.
b) sob o ponto de vista conceitual, a expressão “lei da selva”
Tinha sobre o vestido branco de cassa riço
(5)
(4)
um ligeiro saiote de
azul apanhado à cintura por um broche; uma espécie
de arminho
(6)
cor de pérola, feito com a penugem macia de
certas aves, orlava
(7)
o talho
(8)
e as mangas, fazendo realçar
tem uma extensão mais ampla que “lei da gravidade”, que tem sentido especializado. c) a forma verbal “Lamento” sugere a relação respeitosa que as personagens estabelecem entre si na tirinha.
a alvura de seus ombros e o harmonioso contorno de seu
d) a conjunção “mas” poderia ser substituída, somente no
braço arqueado sobre o seio.
primeiro quadrinho, por porém ou no entanto.
Os longos cabelos louros, enrolados negligentemente em
e) a expressão “lei da gravidade” não pode ser entendida,
ricas tranças, descobriam a fronte alva, e caíam em volta do
devido ao contexto sarcástico, como um termo técnico da
pescoço presos por uma presilha finíssima de fios de palha
Física.
cor de ouro, feita com uma arte e perfeição admirável. (9) A mãozinha afilada brincava com um ramo de acácia que se curvava carregado de flores, e ao qual de vez em quando segurava-se para imprimir à rede uma doce oscilação. Notas: (1) pele; (2) floco; (3) tonalidades suaves; (4) tecido fino; (5) tecido de lã: (6) tipo de agasalho; (7) enfeitava; (8) corte (do vestido); (9) fina. a) A sensualidade e animalização que se associam à personagem evidenciam traços naturalistas. b) A construção de uma imagem urbanizada e cosmopolita da figura feminina denuncia a estética modernista. c) A colocação da personagem apenas como pretexto para tratar de aspectos da natureza revela o neoclassicismo. d) A imagem espiritualizada da mulher, de franca inspiração religiosa, aponta para a estética barroca. e) A idealização da mulher e seu envolvimento harmonioso com a natureza brasileira permitem aproximar a imagem do Romantismo.
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3) A imagem no segundo quadrinho
Notas: 1) rudes; 2) guerras; 3) poder (entenda-se: o nome
a) comprova que a lei da selva é válida em todas as
“Timbiras” teria o poder de evocar a fama de “prodígios, de
situações.
glória e terror” atribuída a essa nação indígena).
b) é incompatível com o que ocorreu no primeiro quadrinho. c) reforça o lamento do gato no começo da tirinha.
Texto 2
d) permite ao rato fazer a observação que está no último
No fundo, que vem a ser o magnífico “I-Juca-Pirama”? É a
balão.
idealização das próprias virtudes heróicas da nossa raça, não
e) mostra a indignação do rato para com a postura do gato.
no complexo dos sentimentos que ali se exaltam, a das do índio
—
ser
tão
rude,
tão
elementar,
símbolo
da
incongruência moral. Sabemos perfeitamente e já o sabiam os descobridores: ele é uma criança que se vende ou vende os seus por um 1
espelhinho, um berimbau ou um metro de baeta . Isolado sempre foi assim, e hoje coletivamente o é, nas 4) O fragmento seguinte foi extraído do poema “sida”, do poeta português Al Berto. Seu título é a sigla da doença Síndrome de Imunodeficiência Adquirida — que no Brasil é designada pelo correspondente em inglês AIDS. Leia-o e assinale a alternativa CORRETA sobre ele: aqueles que têm nome e nos telefonam
2
malocas de pobre vencido, descrido , muitas vezes reduzido 3
5
a um bicho abjeto , hidrópico , por efeito do paludismo , nas regiões ribeirinhas onde o mosquito anda em nuvens. (VÍTOR, Nestor. “Macunaíma, o herói sem nenhum caráter”. O Globo: Rio de Janeiro, 8/10/1928.)
Notas: 1)
um dia emagrecem — partem
4
tecido
de
algodão;
2)
desacreditado;
3)
desprezível; 4) portador de moléstia que se caracteriza pelo
deixam-nos dobrados ao abandono
inchaço resultante da retenção de líquidos no organismo; 5)
no interior duma dor inútil muda
malária.
e voraz a) Os versos usam de humor para falar de um tema delicado.
Leia as asserções seguintes:
b) O trecho trata da impotência humana diante da morte. c) O texto faz uma crítica moralista da podridão humana.
I. Os dois textos apresentam visões bem diferentes a
d) O poema explora basicamente a decepção amorosa.
propósito da cultura e da condição dos povos indígenas.
e) A crítica ao sistema de telemarketing mostra o caráter
II. O Texto 1 é um fragmento de poema que idealiza o índio
moderno do texto.
como herói, de acordo com a visão típica do Romantismo, embora tal visão se baseie numa característica fundamental da cultura indígena: a de ser uma cultura de povos
Texto 1
guerreiros. No meio das tabas de amenos verdores, Cercadas de
III. O Texto 2 é um fragmento de crítica literária que
troncos — cobertos de flores, Alteiam-se os tetos d’altiva
apresenta a cultura dos povos indígenas e a condição do
nação;
índio tal como se configuram de fato na vida real, de acordo
São muitos seus filhos, nos ânimos fortes, Temíveis na
com uma visão neutra e, até hoje, cientificamente válida. IV. O Texto 2 compreende a cultura e a condição dos índios de modo preconceituoso, embora se fundamente em observações que podem corresponder, parcialmente, à condição degradada a que foram submetidos os povos indígenas no Brasil ao longo da história.
guerra, que em densas coortes Assombram das matas a imensa extensão. 1
São rudos , severos, sedentos de glória, 2
Já prélios incitam, já cantam vitória, Já meigos atendem à voz do cantor:
É(são) correta(s) a(s) asserção(ões):
São todos Timbiras, guerreiros valentes!
a) Apenas I e IV.
Seu nome lá voa na boca das gentes,
b) Apenas II, III e IV.
3
Condão de prodígios, de glória e terror!
c) Apenas I, II e IV.
(DIAS, Gonçalves. “I-Juca-Pirama”.)
d) Nenhuma, exceto a I. e) A II, exclusivamente.
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6) O texto a seguir pertence ao livro Infância (1945), de
ANOTAÇÕES
Graciliano Ramos. Leia-o e assinale a alternativa CORRETA sobre ele.
O ponto de reunião e fuxicos era a sala de jantar, que, por duas portas, olhava o alpendre
(1)
e a cozinha. Como falavam
muito alto, as pessoas se entendiam facilmente de uma peça para outra. Nos feixes de lenha arrumados junto ao fogão, na prensa de farinha, nos bancos duros que ladeavam a mesa, a gente se sentava e ouvia as emboanças
(2)
do criado, um
(3)
caboclo besta e palrador . Rosenda lavadeira cachimbava e engomava roupa numa tábua. (…) Vivíamos todos em grande mistura — e a sala de visitas era inútil,
com
as
cadeiras
pretas
desocupadas,
uma
(4)
litografia de S. João Batista e uma do inferno, o pequeno espelho de cristal que Amâncio, afilhado de meu pai, trouxera do Rio ao deixar o exército no posto de sargento.
Notas: (1) varanda coberta; (2) conversas sem importância; (3) falante; (4) espécie de pintura. a) No trecho, o narrador estabelece uma relação contrastante entre dois espaços domésticos distintos. b) Ao afirmar que a sala de jantar “olhava o alpendre e a cozinha”, o narrador cria uma metáfora da vigilância opressiva e autoritária sobre empregados. c) A inutilidade atribuída à sala de visitas se explica pela condição de recolhimento em que vive a família do narrador, fechada em si mesma. d) O narrador se coloca em uma postura objetiva, estabelecendo um distanciamento em relação ao espaço retratado. e) A separação nítida entre espaços de patrões e de empregados funciona como evidência e denúncia do elitismo característico da família patriarcal nordestina.
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AULA 03: INTERPRETAÇÃO
1) Aponte a alternativa INCORRETA a respeito dos dois textos:
Textos para as questões 1 e 2
a) Embora utilize uma outra linguagem, a tira estabelece uma
Leia atentamente a tira do cartunista Laerte, publicada no jornal Folha de S. Paulode 25/03/2009, e a letra da canção “Maracangalha”, criada pelo compositor baiano Dorival Caymmi em 1956.
clara relação intertextual com o conteúdo da canção, pois toma como reais as ações que o eu lírico da canção imaginara para seu futuro imediato. b) Há uma evidente correspondência entre o sétimo verso da canção e o segundo quadrinho da tira. c) Há uma evidente correspondência entre o primeiro verso da canção e o último quadrinho da tira. d) A tira reconstrói a situação a que a canção se refere num cenário mais contemporâneo, conferindo um aspecto mais atual a elementos como os mencionados no terceiro e no quinto verso da canção. e) As afirmações contidas nos cinco versos finais da canção são desmentidas pelo último quadrinho da tira.
2) O terceiro verso da letra da canção de Caymmi aparece em algumas fontes de consulta grafado da seguinte maneira: “Eu vou de liforme branco” Observe os comentários a seguir a respeito dos textos: Maracangalha
I. A grafia “liforme” busca imitar uma pronúncia popular
Dorival Caymmi
de uniforme, reforçando o efeito de oralidade produzido por
1 Eu vou pra Maracangalha
meio de formas como “pra” e pelas frases curtas e repetidas.
Eu vou!
II. Os traços de coloquialidade presentes na canção
3 Eu vou de uniforme branco
colaboram para criar um efeito de verdade, uma impressão
Eu vou!
de sinceridade do poeta, o que é um traço dos textos em que
5 Eu vou de chapéu de palha
predomina a função emotiva.
Eu vou!
III. As manifestações de euforia do eu lírico na canção cedem
7 Eu vou convidar Anália
lugar, na tirinha, para o pressentimento da personagem
Eu vou!
masculina, que está prestes a ver frustrada a sua aspiração
9 Se Anália não quiser ir
de viajar com Anália.
Eu vou só!
Podem ser considerados corretos os comentários:
11 Eu vou só! Eu vou só!
a) II, apenas. b) I e II, apenas.
13 Se Anália não quiser ir
c) I e III, apenas.
d) II e III, apenas. e) I, II e III.
Eu vou só! 15 Eu vou só! Eu vou só sem Anália 17 Mas eu vou!... Eu vou só!...
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Texto para a questão 3
Sobre
os
comentários
de
Lula,
assinale
a
afirmativa incorreta: a) Numa primeira leitura, tem-se a impressão de que o anafórico isso tem como referência a grande importância do momento histórico que motivou o evento. b) Numa leitura mais atenta, percebe-se que isso tem como referência a expressão “transcendência incomensurável”, configurando uso de metalinguagem. c) O próprio presidente faz humor sobre o grau de sofisticação que alcançou em matéria de linguagem. A charge acima, do cartunista Benett, foi publicada no jornal Gazeta do Povo em 29/12/2008. Marque a alternativa
d) Lula faz uma mistura inaceitável de variantes lingüísticas, ao juntar a expressão “menas laranja” com “transcendência incomensurável”.
que a analisa equivocadamente: a) A figura da caveira com a foice na mão representa o tema da morte. b) Quando a caveira sai de férias, significa que o contexto é
e) Entre “concomitantemente”, “en passant” (do francês; “por alto”,
“ligeiramente”)
e
“sine
qua
non”
(do
latim;
“indispensável”, “imprescindível”), nota-se uma gradação ascendente, orientada para o mais sofisticado.
de paz. c) A caveira sempre está de plantão, já que sempre ocorrem
Texto para as questões 5 e 6
mortes. d) Quando a caveira está de plantão o quadro é de guerra.
Modos de xingar
e) A charge faz alusão à guerra entre palestinos e judeus.
Biltre! — O quê? — Biltre! Sacripanta! — Traduz isso para português. — Traduzo coisa nenhuma. Além do mais, charro! Onagro! Parei para escutar. As palavras estranhas jorravam do interior de um Ford de bigode. Quem as proferia era um senhor idoso, terno escuro, fisionomia respeitável, alterada
Texto para a questão 4 Conforme noticiado pelo jornal O Estado de S. Paulo de 2/5/2009 (p. B5), em conversa de Luiz Inácio Lula da Silva com diretores da Petrobras num evento comemorativo “do início da exploração do petróleo abaixo da camada de Sal, na
pela indignação. Quem as recebia era um garotão de camisa esporte; dentes clarinhos emergindo da floresta capilar, no interior de um fusca. Desses casos de toda hora: o fusca bateu no Ford. Discussão. Bate-boca. O velho usava o
área de Tupi — maior reserva descoberta no mundo nos
repertório de xingamentos de seu tempo e de sua condição:
últimos 30 anos —“, o presidente se expressou nos seguintes
professor, quem sabe? Leitor de Camilo Castelo Branco. Os velhos xingamentos. Pessoas havia que se recusavam a
termos (com destaques nossos): “Gente, estou aqui falando da nova era que tem início hoje, falando de uma transcendência incomensurável. (...) Vocês estão acreditando que estou dizendo isso? Nem eu estou crendo
em
mim
mesmo.
Agora
há
pouco
falei
concomitantemente, daqui a pouco vou falar em passant e ainda nem usei o sine qua non. Para quem tomou posse
usar o trivial das ruas e botequins, e iam pedir a Rui Barbosa, aos mestres da língua, expressões que castigassem fortemente o adversário (…). “Ladrão”, simplesmente, não convencia.
Adotavam-se
formas
sofisticadas,
como
“ladravaz”, “ladroaço”. Muitos preferiam “larápio” (…) (Carlos Drummond de Andrade, As palavras que ninguém diz. Record: Rio de Janeiro, 1997, p. 23-24.)
falando menas laranja tá bom demais.”
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5) A função da linguagem predominante no texto é a: a) emotiva, já que a crônica exprime a subjetividade do cronista, por meio de adjetivos e da 1ª pessoa do singular. b) apelativa, uma vez que o cronista indiretamente pede ao leitor que não use palavras difíceis. c) referencial, visto que conta uma história com objetividade, usando a 3ª pessoa e palavras de sentido denotativo. d) metalinguística, porque reflete sobre o próprio código, no caso, os diferentes usos da língua. e) poética, pois foi escrita pelo poeta Carlos Drummond de Andrade, preocupado com a construção expressiva da mensagem. 6) Marque a alternativa que analisa CORRETAMENTE as referências do texto às variantes linguísticas: a) “Biltre” e “sacripanta” não são formas antigas de xingamento. b) “Ladravaz” é um xingamento mais ofensivo do que “ladrão”. c) “Charro” e “onagro” são modos de xingar utilizados tanto por jovens quanto por idosos. d) Os modos de xingar não variam conforme a idade e a condição social de quem xinga. e) Pelo modo de xingar é possível imaginar a idade e a condição social do falante.
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ESCREVER BEM 1)Relacione a segunda coluna de acordo com a primeira, tendo em vista o código ora expresso, cujo propósito se define pela análise dos conhecimentos de que dispõe acerca dos vícios de linguagem:
Chegando lá comeram pão com mortadela. .................................................................................................. ........................................................................................... O rapaz saiu no carro de sua mãe .................................................................................................. ........................................................................................... 4)(FAAP) Oswald de Andrade proclamava no poemaprograma “Falação”: “A língua sem arcaísmos. Sem erudição. Natural e neológica.
1ª COLUNA ( 1 ) Ambiguidade ( 2 ) Cacofonia ( 3 ) Silabada ( 4) Eco ( 5) Solecismo ( 6) Cacografia
A contribuição milionária de todos os erros.” Os trechos que seguem mostram que o poeta foi fiel ao programa. Neles, você encontrará alguns solecismo. Sua tarefa consiste em determiná-los e corrigi-los, segundo as exigências da norma gramatical culta.
2ª COLUNA ( ) Falta dois dias para o início das Olimpíadas Estudantis. ( ) O gerente fez a rubrica em todos os relatórios enviados. ( ) Vou-me já, pois logo anoitece e a falta de segurança aumenta. ( ) De mão em mão a encomendas não chegarão até João. ( ) Chegando lá comeram pão com mortadela. ( ) O rapaz saiu no carro de sua mãe.
“O noivo da moça Foi para a guerra E prometeu se morresse Vir escutar ela tocar piano”
............................................................................. ..............................................................................
2) Nas frases abaixo,
.............................................................................
Foi ao casamento sem o meu consentimento. O carnet já estava quitado. Os estudantes cantaram nosso hino. Há dois anos atrás já havia televisão.
..............................................................................
“Se Pedro Segundo
Encontram-se vícios de linguagem, assinale a opção que apresenta os vícios de linguagem na ordem correta, de cima para baixo: a)eco , anglicismo, cacofonia, pleonasmo. b)eco , galicismo, cacofonia, pleonasmo. c)cacofonia , barbarismo, eco, cacofonia. d)cacografia , eco, elisão, barbarismo. e)eco, anglicismo, cacografia, pleonasmo.er e
Vier aqui Com história Eu boto ele na cadeia
............................................................................. 3)Tendo em vista os vícios de linguagem ora expressos nos exemplos abaixo, sua tarefa consistirá em retificá-los, procurando adequar a linguagem aos moldes padrões que nutrem o sistema linguístico: Falta dois dias para o início das Olimpíadas Estudantis. .................................................................................... ............................................................................... O gerente fez a rubrica em todos os relatórios enviados. .................................................................................... .............................................................................. Vou-me já, pois logo anoitece e a falta de segurança aumenta. .................................................................................... ............................................................................... De mão em mão a encomendas não chegarão até João. .................................................................................... .............................................................................
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.............................................................................. ............................................................................. ..............................................................................
5)(Unitau)Em “Envie-me já o catálogo de vendas”, temos: a) ambiguidade b) pleonasmo c) barbarismo d) colisão e) cacofonia
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AULA 4: EXERCÍCIOS
TEXTO PARA A QUESTÃO 4
1) Identifique a alternativa em que ocorre um pleonasmo vicioso: a) Ouvi com meus próprios ouvidos. b) A casa, já não há quem a limpe. c) Para abrir a embalagem, levante a alavanca para cima. d) Bondade excessiva, não a tenho. e) Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura
A tua saudade corta como aço de navaia... O coração fica aflito Bate uma, a outra faia... E os óio se enche d’água Que até a vista se atrapaia, ai, ai... (Fragmento de “Cuitelinho”, canção folclórica)
2) Acerca dos enunciados que seguem, sua tarefa consistirá em analisá-los, cujo intuito é atestar qual o vício de linguagem que neles se faz presente, justificando, pois, a razão de sua escolha: a – Assim que Marcos encontrou João, falou sobre sua aprovação no concurso. .................................................................................................. ............................................................................................ b –Quando viram o perigo, todos entraram para dentro imediatamente. .................................................................................................. ............................................................................................ c –Ao caminhar pela praça revitalizada, o que se via era mendigos pedindo esmolas. .................................................................................................. ............................................................................................ d –Já estava muito acostumado a fazer a rubrica, pois assinava todos os documentos que eram despachados no expediente de trabalho. .................................................................................................. ............................................................................................ e –Falta imagens no texto. .................................................................................................. ............................................................................................ f –Você precisa obedecer os seus pais. .................................................................................................. ............................................................................................ g –Relembrarei-o do cumprimento das datas previstas. .................................................................................................. ............................................................................................ h –Não vi ela passando por aqui. .................................................................................................. ............................................................................................ 3) Levando em consideração os conhecimentos de que você dispõe, explique, ainda que em breves palavras, por que os chamados vícios de linguagem interferem de forma negativa na qualidade das mensagens que produzimos
a) Nos dois primeiros versos há uma comparação. Reconstrua esses versos numa frase iniciada por “Assim como [...]”, preservando os elementos comparados e o sentido da comparação.
b) Se a forma do verbo “atrapalhar” estivesse flexionada de acordo com a norma-padrão, haveria prejuízo para o efeito de sonoridade explorado no final do último verso? Por quê?
5)Além de explorar o sentido conotativo da linguagem, como é o que ocorre com as figuras de linguagem cujo sentido é o de conferir um caráter enfático à mensagem, um texto também reporta a outro, estabelecendo entre si uma relação dialógica. Assim, partindo dessa premissa, eis o texto a seguir, o qual propõe que você o leia, analise, reflita e teça um comentário acerca de ambos os aspectos anteriormente mencionados: E se... [...] E se você estivesse no mar azul do Caribe com a pessoa que mais ama? E se agora fosse meio-dia? E se você tivesse anorexia? E se estivéssemos em 1945? E se tocasse "Wave" com João Gilberto? E se pudesse voar por 30 minutos? E se o seu telefone tocasse agora? E se ouvisse a voz do Bono Vox do U2 sussurando I love you? E se você estivesse agora numa cama de hospital público sentindo dor? E se não pudesse ler? [...] (GABRILI, Mara. TPM. N. 15. Ano 2. Out. 2002)
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6) Tendo em vista que o emissor, ao fazer uso das figuras de linguagens, pretende realçar ainda mais a mensagem que profere, enfatizar de forma ainda mais preponderante o discurso do qual se utiliza, observe os versos de Manuel Bandeira e procure responder ao que se pede:
ANOTAÇÕES
Quando hoje acordei, ainda fazia escuro [...] Chovia. Chovia uma triste chuva de resignação Como contraste e consolo ao calor tempestuoso da noite. [...] (Manuel Bandeira. Estrela da vida inteira. Rio de Janeiro, José Olympio, 1986, pág. 191.) a) Acerca do terceiro verso, podemos dizer que nele há uma figura de linguagem? Qual?
b) Partindo dos pressupostos expressos no enunciado da questão, procure justificar a presença dessa figura.
7)(Enem) Leia este poema: Cidade grande Que beleza, Montes Claros. Como cresceu Montes Claros. Quanta indústria em Montes Claros. Montes Claros cresceu tanto, ficou urbe tão notória, prima-rica do Rio de Janeiro, que já tem cinco favelas por enquanto, e mais promete. Carlos Drummond de Andrade
Entre os recursos expressivos empregados no texto, destacase a: a) Metalinguagem, que consiste em fazer a linguagem referir-se à própria linguagem. b) Intertextualidade, na qual o texto retoma e reelabora outros textos. c) Ironia, que consiste em dizer o contrário do que se pensa, com intenção crítica. d) Denotação, caracterizada pelo uso das palavras em seu sentido próprio e objetivo. Prosopopeia, que consiste em personificar coisas inanimadas, atribuindo-lhes vida.
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AULA 5: EXERCÍCIOS
01. Abaixo, apresentamos alguns discurso separados por ponto final
05. Leia o texto abaixo e responda às questões A e B. segmentos
de
02. Retire o ponto final e estabeleça entre eles o tipo de relação que lhe parecer compatível, usando para isso os elementos de coesão adequados. a) O solo do nordeste é muito seco e aparentemente árido. Quando caem as chuvas, imediatamente brota a vegetação. b) Uma seca desoladora assolou a região sul, principal celeiro do país. Vai faltar alimento e os preços vão disparar. c) O trânsito em São Paulo ficou completamente paralisado dia 15, das 14 às 18 horas. Fortíssimas chuvas inundaram a cidade.
03. Reúna os segmentos de cada item, subordinando a segunda sentença à expressão sublinhada na primeira, através de pronomes relativos. a) O circo é uma tenda mágica. Acontecem miragens e milagres no circo. b) As crianças vão ao circo. Somos responsáveis pelas crianças. c) O palhaço chama-se Pipoquinha. O filho do palhaço é o trapezista do circo. d) A vida circense é fabulosa. Todos estão acostumados à vida circense.
Em Salvador, as gangues dos meninos de rua – que roubam e auxiliam traficantes para andar com roupa e tênis da moda – sabem que esse guarda-roupa não combina com a imundície dos locais onde dormem, chamados mocós em quase todo o país. Contornam a dificuldade de banho nos chafarizes das praças ou se valem da boa vontade de grupos religiosos e donos de lanchonetes que os deixam usar os chuveiros. Limpos, fortes e bem vestidos, não passam, porém, por garotos de classe média, como pretendem. São traídos por visíveis erupções de pele no rosto e nos braços, provocadas por constantes intoxicações. É esse o resultado da inalação da cola de sapateiro, do consumo de drogas mais pesadas e da alimentação suspeita que obtêm nas ruas. Jornal O Estado de São Paulo. Mar 1992. In: FARACO & MOURA. Linguagem nova. São Paulo: Ática. V. 8, p. 53.
A) Indique as expressões do texto a que se referem os seguintes mecanismos de coesão: a)que (linha 01) _________________________________________________ b)esse guarda-roupa (linha 02) _________________________________________________ c)onde (linha02) _________________________________________________
04. No texto a seguir há um trecho que, se tomado literalmente (ao pé da letra), leva uma interpretação absurda.
d)os (os deixam/ linha 05) _________________________________________________
"A oncocercose é uma doença típica de comunidades primitivas. Não foi desenvolvida ainda nenhum medicamento ou tratamento que possibilite o restabelecimento da visão. Após ser picado pelo mosquito, o parasita (agente da doença) cai na circulação sangüínea e passa a provocar irritações oculares até a perda total da visão." Folha de S. Paulo, 2 nov. 1990.
B) Explicite o tipo de relação sintático-semântica que se estabelece no texto pelos seguintes itens linguísticos: a) para (linha 01) _________________________________________________ b) porém (linha 06) _________________________________________________
a) Identifique o trecho problemático. b) Diga qual a interpretação absurda que se pode extrair desse trecho. c) Qual a interpretação pretendida pelo autor? d) Reescreva o trecho de forma que deixe explícita tal interpretação.
05. Estabeleça a coesão do texto abaixo, valendo-se de expressões que substituam o excesso do emprego da palavra "golfinho". Utilize expressões que, mesmo nãooficiais, possam servir como substitutas. "O golfinho nada velozmente e sai da água em grandes saltos fazendo acrobacias. É mamífero e, como todos os mamíferos, só respira fora da água. O golfinho vive em grupos e comunica-se com outros golfinhos através de gritos estranhos que são ouvidos a quilômetros de distância. É assim que golfinho pede ajuda quando está em perigo ou avisa os golfinhos onde há comida. O golfinho aprende facilmente os truques que o homem ensina e é por isso que muitos golfinhos são aprisionados, treinados e exibidos em espetáculos em todo o mundo." Revista Ciência Hoje.
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AULA 06: INTERPRETAÇÃO TEXTUAL
B) Identifique as relações sintático-semânticas que se estabelecem no texto através dos seguintes conectivos.
01. Leia o texto abaixo: O QUE É SER GENTE DIREITA? Dificilmente alguém será aclamado direito por todos os seres humanos, pois cada um pensa de uma maneira e tem uma concepção formada do que é certo ou errado. A pessoa ser considerada direita pelos outros é muito relativo; por exemplo: se você roubasse algum bem de valor e desse a seu pai, você poderia ser considerado um bom filho; todavia, perante a sociedade, essa pessoa seria um ladrão. Gente direita é alguém que diante do seu modo de pensar, da sua maneira de agir, de sua criação, do lugar em que habita, tem na sua consciência que aquilo que está fazendo é certo. (Texto da aluna Ana Raquel Sá da Nóbrega, matrícula 94110750, turma 2560)
Destaque do texto uma passagem em que a conjunção indique as relações lógico-semânticas de: a) causa: ________________________________________________ b) condição: _________________________________________________ c) adição: _________________________________________________ d) oposição: _________________________________________________
02. Leia o texto antes de resolver as questões propostas. PODERÍAMOS VIVER SEM CHUVA À primeira vista, parece que a chuva devia cair sempre à noite, porque é precisamente quando mais benefícios traz e menos prejudica nossos afazeres e divertimentos; mas quer ela cais em dias de festa ou de noite, enquanto dormimos tranquilamente, a chuva é sempre necessária. Seus efeitos consistem em penetrar na terra e ser absorvida pelas raízes das plantas, que dela necessitam para viver. Se não houvesse chuva, a vida seria possível no mar. Nas regiões onde não há chuva, não há também vida, e noutras onde a chuva escasseia ou só cai certas estações do ano, as populações esperam-na e desejam-na, e até há costume de elevar preces ao céu para que a envie em tempo próprio. Devemos ver na chuva, por consequência, um agente que limpa e purifica o ar, alimenta a vida vegetal, da qual depende a nossa e nos fornece a água de que necessitamos durante todo o ano, nas regiões onde chove bastante. A) Indique a expressão a que se referem os seguintes itens linguísticos: a) seus (linha 04) b) dela (linha 04) c) onde (linha 05) d) na (linha 07) e) da qual (linha 10)
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a) porque (linha 01) b) enquanto (linha 03) c) mas (linha 02) d) para que (linha 07) e) e (linha 10) 03. Reúna os segmentos de cada item, subordinando a segunda sentença à palavra sublinhada na primeira. a) A chuva é necessária em todas as regiões do planeta, embora muitas pessoas não tenham consciência disso. A chuva é fonte de vida. b) O lavrador reconhece o valor da chuva e do sol para a plantação. Seu ofício depende dos recursos naturais e requer paciência e habilidade. c) A terra é rica, embora não reconheçamos seu valor. Extraímos nosso alimento da terra. d) Na cidade, as pessoas esquecem que a harmonia do planeta depende do equilíbrio entre os dias de sol e os dias de chuva. Lá já não se tem noção da origem dos gêneros alimentícios. 04. No texto seguinte, há impropriedade quanto ao uso do pronome relativo. Reescreva-o com a correção que se faz necessária. A festa em homenagem ao centenário da cidade cuja eu nasci durou três dias. As atividades que abrilhantaram o evento realizaram-se na colina onde se originou a primeira vila em que deu início à cidade. O ponto alto das solenidades foi o momento onde as crianças encenaram, representando os fundadores da cidade. 05. Nas questões seguintes, apresentamos alguns segmentos de discurso separados por ponto final. Retire o ponto final e estabeleça entre eles o tipo de relação indicado entre parênteses, usando para isso os elementos de coesão adequados e fazendo as alterações necessárias. a) O homem alcançará a satisfação de suas necessidades. O homem viver em sociedade. (condição) b) Os seres humanos vivem em sociedade. Eles necessitam de apoio material, espiritual e psicológico. (causa) c) A sociedade deve ser organizada com justiça. Todas as pessoas possam satisfazer suas necessidades. (finalidade) d) Uma pessoa poderia ter condições materiais para viver isolada. Ela poderia sentir falta de companhia. (oposição)
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AULA 01: O REALISMO/NATURALISMO E POESIA PARNASIANA: A era das revoluções – a nova realidade europeia na segunda metade do século XIX – O racionalismo, a impassibilidade e a crítica ao sentimentalismo romântico.
b. NATURALISMO A presença marcante da ciência e da industrialização na vida cotidiana daS pessoas lança novos desafios para os escritores. Qual deve ser o papel da literatura diante dessa presença? Os naturalistas procuravam responder a essa questão com romance experimental.
CONTEXTO HISTÓRICO DO REALISMO Durante as décadas de 1830 e 1840, em meio ao sentimentalismo romântico, começa a ser gestada, na Europa, a tendência que ocuparia a segunda metade do século XIX: o Realismo, da qual decorrem o Naturalismo e o Parnasianismo. 1.
2.
3. 4. 5.
6. 7.
8.
O Realismo reflete as profundas transformações econômicas, políticas, sociais e culturais da Segunda metade do século XIX. A Revolução Industrial, iniciada no século XVIII, entra numa nova fase, caracterizada pela utilização do aço, do petróleo e da eletricidade; O avanço científico leva a novas descobertas nos campos da Física e da Química. O capitalismo se estrutura em moldes modernos, com o surgimento de grandes complexos industriais; A massa operária urbana avoluma-se, formando uma população marginalizada que não partilha dos benefícios gerados pelo progresso industrial mas, pelo contrário, é explorada e sujeita a condições subumanas de trabalho. As ideias socialistas de Marx e Engels e as ideias sobre a luta de classes. As correntes materialistas e cientificistas da segunda metade do século XIX: DETERMINISMO, POSITIVISMO E EVOLUCIONISMO. As ideias da psicanálise de Freud.
• Cientificismo: procuravam observar o homem objetivamente, considerando-o como um “caso” a ser analisado cientificamente • Personagens patológicas: mórbidas, adúlteras, psiquicamente desequilibradas, assassinos, bêbados, doentes, prostitutas, etc. • Animalização do homem, ou processo de __________________________________ • Crítica social, sobretudo à ______________________________________________ • Literatura à serviço da ciência. • Olhar racional e objetivo da realidade. Diferenças entre Realismo e Naturalismo
c.
PARNASIANISMO
Objetividade no tratamento dos temas abordados. O escritor parnasiano trata os temas baseando na realidade, deixando de lado o subjetivismo e a emoção; Impessoalidade: a visão do escritor não interfere na abordagem dos fatos; Valorização da estética e busca da perfeição. A poesia é valorizada por sua beleza em sí e, portanto, deve ser perfeita do ponto de vista estético; O poeta evita a utilização de palavras da mesma classe gramatical em suas poesias, buscando tornar as rimas esteticamente ricas; Uso de linguagem rebuscada e vocabulário culto; Temas da mitologia grega e da cultura clássica são muito frequentes nas poesias parnasianas; Preferência pelos sonetos; Valorização da metrificação: o mesmo número de sílabas poéticas é usado em cada verso; Uso e valorização da descrição das cenas e objetos. Esvaziamento do conteúdo e valorização do trabalho poético. Seleção vocabular Alheamento aos problemas sociais.
Willian Bell Scott, Ferro e carvão, 1861, óleo sobre tela. O mundo do trabalho industrial ganha destaque como tema de telas do período
CARACTERÍSTICAS GERAIS DA LITERATURA REALISTA a. REALISMO • Retrato fiel das personagens • Descrições objetivas, tentando captar o real como ele é. • Linguagem culta e direta. • Mulher não idealizada, mostrada com defeitos e qualidades. • Amor e outros sentimentos subordinados aos interesses sociais. • Casamento como instituição falida; contrato de interesses e conveniências. • Herói problemático, cheio de fraquezas, manias e incertezas. • Personagens trabalhadas psicologicamente. • Narrativa lenta, acompanhando o tempo psicológico. • Procura interpretar o caráter da personagem. • Representação da realidade que permita denunciar aspectos negativos da sociedade. • Temas de interesse coletivo (adultério, opressão, corrupção, etc.) ¨
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A Principal característica do Realismo é a focalização das personagens a partir de uma análise__________________________________ A Principal característica do Naturalismo é a focalização das personagens a partir de uma análise__________________________________
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AUTORES DO REALISMO E DO NATURALISMO NO BRASIL
RAUL POMPÉIA (1863-1895)
Joaquim Maria MACHADO DE ASSIS (1839- 1908)
• É considerado o mais representativo autor realista. • Nasceu no Rio de Janeiro; no Morro do Livramento. Era mestiço, filho de um mulato com uma portuguesa. Sofria de epilepsia, tendo ficado órfão aos dez anos. Foi criado pela madrasta; viveu a adolescência entre o morro e as portas de colégios, vendendo doces; estudou aqui e ali em escolas públicas, mas instruiu-se sozinho, à custa de muita leitura. • Teve seu primeiro emprego numa tipografia, onde fazia de tudo. Lá fez contatos com gente muito importante o que facilitou o desenvolvimento de sua carreira. Aos 16 anos, teve um poema publicado no jornal Marmota Fluminense e aos 19 anos já era colaborador constante de jornais e revistas. Sua obra é formada por contos, romances, crônicas, poemas e peças de teatro. Obras Poesia: Crisálidas (1864); Falenas(1770); Americanas(1875). Contos: Contos Fluminenses (1870); Histórias da Meia-noite (1873); Papéis Avulsos (1882); Histórias Sem Data (1884); Relíquias da Casa Velha (1906). Romances românticos: Ressurreição (1872); A Mão e a Luva (1874); Helena (1876); laiá Garcia (1878). Romances realistas: Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881); Quincas Borba (1891); Dom Casmurro (1889); Esaú e Jacó (1904), Memorial de Aires (1908). Teatro: Queda que as Mulheres têm pelos Tolos; Desencantos; Quase Ministro e outras.
ALUÍSIO Tancredo Gonçalves DE AZEVEDO
(1857-1913)
• Nasceu em São Luís do Maranhão. Sua primeira vocação foi a pintura. Trabalhou em jornais e revistas do Rio de Janeiro. Com a morte de seu pai voltou para São Luís. • Em 1881, publicou o romance de tendências naturalistas, que criticava o preconceito racial, O Mulato, que foi muito criticado. Voltou para o Rio de Janeiro, e para sobreviver escreveu vários folhetins românticos. Escreveu também nesta época os livros Casa de Pensão e O Cortiço, dentro do estilo realista-naturalista. Obras Romances românticos: Uma lágrima de mulher (1879); Memórias de um Condenado (ou A Condessa Vésper) (1882); Mistério na Tijuca (ou Girândola de Amores) (1882); Filomena Borges (1884); A Mortalha de Alzira (1884). Romances naturalistas: O Mulato (1881); Casa de Pensão (1884): O Homem (1887); O Cortiço (1890); O Coruja (189O).
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Nasceu em Angra dos Reis. Era filho de fazendeiro e estudou nos melhores colégios do Rio, em regime de internato. Participou ativamente da vida política e, por meio de sua ligação com a imprensa como jornalista, envolveu-se em polêmicas. Ofendido e deprimido veio a cometer suicidio em 1895, no Rio de Janeiro. Sua obra é formada principalmente de romances. O seu romance mais famoso. O Ateneu foi publicado em folhetins e ilustrado com desenhos do próprio Raul Pompéia. Obras Romances: Uma Tragédia no Amazonas; As Joias da Coroa; O Ateneu, Agonia (inacabado). Conto: Microscópicos. Poema em prosa: Canções sem Metro. Sua obra mais significativa é O Ateneu, que narra os acontecimentos num internato que tem um sistema de favores e proteção que reflete a decadência social da época.
EXERCÍCIOS GERAIS (ENEM-2008)- Texto para a questão 1 O SENÃO DO LIVRO Começo a me arrepender deste livro. Não que ele me canse; eu não tenho que fazer; e, realmente, expedir alguns magros capítulos para esse mundo sempre é tarefa que distrai um pouco da eternidade. Mas o livro é enfadonho, cheira a sepulcro, traz certa contração cadavérica; vício grave, e aliás ínfimo, porque o maior defeito deste livro és tu, leitor. Tu tens pressa de envelhecer e o livro anda devagar; tu amas a narração direita e nutrida, o estilo regular e fluente, e este livro e o meu estilo são como os ébrios, guinam à direita e à esquerda, andam e param, resmungam, urram, gargalham, ameaçam o céu, escorregam e caem... E caem! – Folhas misérrimas do meu cipreste, heis de cair, como quaisquer outras belas e vistosas; e, se eu tivesse olhos, dar-vos-ia uma lágrima de saudade. Esta é a grande vantagem da morte, que, se não deixa boca para rir, também não deixa olhos para chorar...Heis de cair. (ASSIS, Machado. In: Memórias póstumas de Brás Cubas) 01) O verdadeiro “senão” do livro é: a) o narrador que não se preocupa com o tempo da ação. b) o estilo lento e regular como o andar dos ébrios. c) o estilo regular e fluente. d) o leitor, que prefere a ação à caracterização e) o fato de consistir em memórias póstumas.
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02) (ENEM 2009)- Dentre as citações extraídas da obra “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, assinale aquela que não traça um perfil psicológico da personagem: a) "Bem diferente era o tio cônego [...]. Não era homem que visse a parte substancial da Igreja; via o lado externo, a hierarquia, as preeminências, as sobrepelizes, as circunflexões. Vinha antes da sacristia que do altar." b) "Quem quer que fosse, porém, o pai, letrado ou hortelão, a verdade é que Marcela não possuía a inocência rústica, e mal chegava a entender a moral do código. Era boa moça, lépida, sem escrúpulos, um pouco tolhida pela austeridade do tempo [...]." c) "Nem as bichas de ouro, que trazia na véspera, lhe pendiam agora das orelhas, duas orelhas finamente recortadas numa cabeça de ninfa. Um simples vestido branco, de cassa, sem enfeites, tendo ao colo, em vez de broche, um botão de madrepérola, e outro botão nos punhos, fechando as mangas, e nem sombra de pulseira." d) "Virgília era o travesseiro do meu espírito, um travesseiro mole, tépido, aromático, enfronhado em cambraia e bruxelas. Era ali que ele costumava repousar de todas as sensações más, simplesmente enfadonhas, ou até dolorosas." e) "Então apareceu o Lobo Neves, um homem que não era mais esbelto que eu, nem mais elegante, nem mais lido, nem mais simpático, e todavia foi quem me arrebatou Virgília e a candidatura, dentro de poucas semanas, com um ímpeto verdadeiramente cesariano." Texto para as questões 3 e 4 Atente para os seguintes fragmentos, da obra “O cortiço”, de Aluísio Azevedo: Entretanto, das portas surgiam cabeças congestionadas de sono; ouviam-se amplos bocejos, fortes como o marulhar das ondas; pigarreava-se grosso por toda a parte; começavam as xícaras a tilintar; o cheiro quente do café aquecia, suplantando todos os outros; trocavam-se de janela para janela as primeiras palavras, os bons-dias; reatavam-se conversas interrompidas à noite; a pequenada cá fora traquinava já, e lá dentro das casas vinham choros abafados de crianças que ainda não andam. No confuso rumor que se formava, destacavam-se risos, sons de vozes que altercavam, sem se saber onde, grasnar de marrecos, cantar de galos, cacarejar de galinhas. De alguns quartos saíam mulheres que vinham dependurar cá fora, na parede, a gaiola do papagaio, e os louros, à semelhança dos donos, cumprimentavam-se ruidosamente, espanejando-se à luz nova do dia. (...) O rumor crescia, condensando-se; o zunzum de todos os dias acentuava-se; já se não destacavam vozes dispersas, mas um só ruído compacto que enchia todo o cortiço. Começavam a fazer compras na venda; ensarilhavam-se discussões e rezingas; ouviam-se gargalhadas e pragas; já se não falava, gritava-se. Sentia-se naquela fermentação sanguínea, naquela gula viçosa de plantas rasteiras que mergulham os pés vigorosos na lama preta e nutriente da vida o prazer animal de existir, a triunfante satisfação de respirar sobre a terra. 03) De acordo com o fragmento acima, é incorreto afirmar: a)- o ambiente é focalizado como se fosse um personagem dotado de vida própria, a partir da personificação, apresentando um forte poder determinista exercido sobre seus habitantes b)- as figuras humanas são apresentadas como tipos que compõem um painel social, preocupando-se predominantemente com uma exposição de quadros
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psicológicos, através de descrições individualizadas de personagens c)- o coletivo se sobrepõe ao individual, observando-se rigorosamente o mundo físico, através de um processo de reificação humana d)- a lentidão da narrativa se dá em virtude do detalhismo na exposição do cenário e a valorização das ações das personagens, traço marcante na narrativa naturalista e)- o foco narrativo em terceira pessoa contribui para a objetividade da narrativa, em que o narrador se coloca numa postura exclusivamente científica, transformando a obra literária num laboratório de ficção 04) Um dos recursos característicos do fragmento acima é a captação da realidade por diferentes canais sensoriais. Observe os itens abaixo, e indique o(s) que apresenta(m) esse recurso: I- “A roupa lavada, que ficara de véspera nos coradouros, umedecia o ar e punha-lhe um fartum acre de sabão ordinário.” II- “As pedras do chão, esbranquiçadas no lugar da lavagem e em alguns pontos azuladas pelo anil, mostravam uma palidez grisalha e triste...” III- “...começavam as xícaras a tilintar; o cheiro quente do café aquecia, suplantando todos os outros...” IV- “Começavam a fazer compras na venda; ensarilhavamse discussões e rezingas; ouviam-se gargalhadas e pragas; já se não falava, gritava-se.” Estão corretos: a)- apenas I, II e IV b)- apenas I, II e III c)- apenas II, III e IV d)- apenas II e III e)- apenas II e IV Texto para a questão 5 Os cães - Lutar...o essencial é que lutes. Vida é luta. Vida sem luta é um mar morto no centro do organismo universal. Daí a pouco demos com uma briga de cães; fato que aos olhos de um homem vulgar não teria valor. Quincas Borba fez-me parar e observar os cães. Era dois. Notou que ao pé deles estava um osso, motivo da guerra, e não deixou de chamar a minha atenção para a circunstância de que o osso não tinha carne. Um simples osso nu. Os cães mordiam-se, rosnavam, com o furor nos olhos...Quincas Borba meteu a bengala debaixo do braço, e parecia em êxtase. - Que belo que isto é! dizia ele de quando em quando. Quis arrancá-lo dali, mas não pude; ele estava arraigado ao chão, e só continuou a andar, quando a briga cessou inteiramente, e um dos cães, mordido e vencido, foi levar a sua fome a outra parte. Notei que ficara sinceramente alegre, posto contivesse a alegria, segundo convinha a um grande filósofo. Fez-me observar a beleza do espetáculo, relembrou o objeto da luta, concluiu que os cães tinham fome; mas a privação do alimento era nada para os efeitos gerais da filosofia. Nem deixou de recordar que em algumas partes do globo o espetáculo é mais grandioso: as criaturas humanas é que disputam aos cães os ossos e outros manjares menos apetecíveis; luta que se complica muito, porque entra em ação a inteligência do homem, com todo o acúmulo de sagacidade que lhe deram os séculos etc. MACHADO DE ASSIS. Memórias Póstumas de Brás Cubas
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05) De acordo com o texto, conclui-se que, EXCETO: a)- o que comprova a condição de filósofo a Quincas Borba não é a natureza do fato observado, mas a natureza do observador b)- segundo o texto, a contenção da emotividade e imparcialidade são atitudes que convêm a um filósofo na observação de um fenômeno social c)- o texto é bastante reflexivo ao comparar a luta dos cães com a luta humana pela sobrevivência d)- o texto retrata o altruísmo do homem na sociedade capitalista como a única forma de sobrevivência e)- a narrativa do texto é lenta, fruto de uma linguagem bastante reflexiva, observando-se também uma forte capacidade de síntese 06) (ENEM 2010) Um criado trouxe o café. Rubião pegou na xícara e, enquanto lhe deitava açúcar, ia disfarçadamente mirando a bandeja, que era de prata lavrada. Prata, ouro, eram os metais que amava de coração; não gostava de bronze, mas o amigo Palha disse-lhe que era matéria de preço, e assim se explica este par de figuras que aqui está na sala, um Mefistófeles e umFausto. Tivesse, porém, de escolher, escolheria a bandeja, — primor de argentaria, execução fina e acabada. O criado esperava teso e sério. Era espanhol; e não foi sem resistência que Rubião o aceitou das mãos de Cristiano; por mais que lhe dissesse que estava acostumado aos seus crioulos de Minas, e não queria línguas estrangeiras em casa, o amigo Palha insistiu, demonstrando-lhe a necessidade de ter criados brancos. Rubião cedeu com pena. O seu bom pajem, que ele queria pôr na sala, como um pedaço da província, nem o pôde deixar na cozinha, onde reinava um francês, Jean; foi degradado a outros serviços. ASSIS, M. Quincas Borba. In: Obra completa. V.1. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1993 (fragmento)
Simbolismo põe em xeque as certezas doutrinárias do positivismo e do determinismo, que já começam a ruir. De fato, nas duas últimas décadas do século XIX, já percebemos em boa parte dos autores do Realismo e até mesmo dos parnasianos, como é o caso de Alberto de Oliveira, uma postura de desilusão, e mesmo de frustração, em consequência das infrutíferas tentativas de transformar a sociedade burguesa industrial. O crítico Alfredo Bossi sintetizou inteligentemente esse período: “Do âmago da inteligência europeia surge uma oposição vigorosa ao triunfo da coisa e do fato sobre o sujeito – aquele sujeito a quem o otimismo do século prometera o paraíso mas não dera senão um purgatório de contrastes e frustrações.” Numa visão mais ampla, tanto no campo da filosofia e das ciências da natureza quanto no campo das ciências humanas, a desconstrução das teorias racionalistas faz-se notar, seja por meio da física relativista de Einstein, da psicologia do inconsciente de Freud, ou das teorias filosóficas de Schopenhauer e de Friedrich Nietzsche. No campo filosófico, Henry Bergson propõe a busca do eu profundo, ou seja, das realidades interiores, verdadeira essência do ser humano. Este “eu-profundo”, porém, não pode ser explicado, traduzido em palavras, apenas evocado e sugerido. CARACTERÍSTICAS GERAIS DO SIMBOLISMO -
Quincas Borba situa-se entre as obras-primas do autor e da literatura brasileira. No fragmento apresentado, a peculiaridade do texto que garante a universalização de sua abordagem reside
sugere em vez de descrever; simboliza em vez de nomear redescobre a subjetividade, o sentimento, a imaginação, a sensualidade e a espiritualidade explora o subconsciente e o inconsciente predominância de imagens sensoriais e metafísicas: a METAFÍSICA É:________________________ priorização da musicalidade, com aliterações, assonâncias e onomatopeias 1.
a) no conflito entre o passado pobre e o presente rico, que simboliza o triunfo da aparência sobre a essência. b) no sentimento de nostalgia do passado devido à substituição da mão de obra escrava pela dos imigrantes. c) na referência a Fausto e Mefistófeles representam o desejo de eternização de Rubião. d) na admiração dos metais por parte de Rubião, que metaforicamente representam a durabilidade dos bens produzidos pelo trabalho. e) na resistência de Rubião aos criados estrangeiros, que reproduz o sentimento de xenofobia AULA 02: o Simbolismo e a busca da metafísica e do questionamento filosófico – a poesia dos “sentidos”
2.
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prefere às sinestesias, as metáforas, prosopopeias e analogias como figuras de linguagem 1.
Contexto histórico e social O SIMBOLISMO, movimento essencialmente poético do fim do século XIX, representa uma ruptura artística radical com a mentalidade cultural do Realismo-Naturalismo, buscando fundamentalmente retomar o primado das dimensões não racionais da existência. Reagindo contra o pensamento científico e filosófico dominante na segunda metade do século XIX, as manifestações artísticas do
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ASSONÂNCIA:_____________________________ __________________________________________ __________________________________________ ________________________________________ ALITERAÇÃO:______________________________ __________________________________________ __________________________________________ ________________________________________ ONOMATOPEIA:____________________________ __________________________________________ __________________________________________ _________________________________________
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SINESTESIAS:_____________________________ __________________________________________ __________________________________________ ________________________________________ METÁFORA:_______________________________ __________________________________________ __________________________________________ ________________________________________ PROSOPOPEIA:____________________________ __________________________________________ __________________________________________ ____________________________ _____________
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utilização de maiúsculas em substantivos comuns, para torná-los absolutos religiosidade não convencional; pelo desregramento dos sentidos, da sexualidade espiritual, emoções de delírios e alucinações busca do misterioso, o oculto, o vago, o caótico, o indefinível e o inexprimível temas transcendentalistas sublimação espiritual linguagem evocativa subjetivismo aprofundado Música da Morte Cruz e Sousa
A musica da Morte, a nebulosa, Estranha, imensa musica sombria, Passa a tremer pela minh’alma e fria Gela, fica a tremer, maravilhosa...
EXERCÍCIOS DE REVISÃO Observe com atenção o texto abaixo: O cavador do infinito Com a lâmpada do Sonho desce aflito E sobe aos mundos mais imponderáveis, Vai abafando as queixas implacáveis, Da alma o profundo e soluçado grito. Ânsias, Desejos, tudo a fogo escrito Sente, em redor, nos astros inefáveis. Cava nas fundas eras insondáveis O cavador do trágico Infinito. E quanto mais pelo Infinito cava Mais o Infinito se tranforma em larva E o cavador se perde nas distâncias... Alto levanta a lâmpada do Sonho E com seu vulto pálido e tristonho Cava os abismos das eternas ânsias!
Onda nervosa e atroz, onda nervosa, Letes sinistro e torvo da agonia, Recresce a lancinante sinfonia, Sobe, numa volúpia dolorosa...
Cruz e Sousa
Sobe, recresce, tumultuando e amarga, Tremenda, absurda, imponderada e larga, De pavores e trevas alucina...
01) O texto é uma das melhores realizações da faceta metafísica da obra de Cruz e Sousa, isto é a poesia de preocupação filosófica, que questiona a razão e o fundamento da existência humana. Leia-o com atenção e depois assinale o item FALSO.
E alucinando e em trevas delirando, Como um Ópio letal, vertiginando, Os meus nervos, letárgica, fascina...
a)
CARACTERÍSTICAS DO SIMBOLISMO NO POEMA _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _______________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _______________________________________________
O símbolo maior do texto é o ato de cavar o infinito, no qual se pode dimensionar o drama existencial do “EuLírico”; b) Os verbos “desce” e “sobe” sugerem a ação de cavar cujo instrumento simbólico é a “lâmpada do Sonho” ; c) Cavar revela-se uma ação extremamente trágica porque recai sobre um já trágico Infinito. Trata-se portanto de uma procura insana por parte de uma alma dilacerada, mergulhada em abismos; d) Isento de qualquer angústia existencial, o eu- lírico busca encontrar sua própria consciência, a partir de seu sofrimento, resultante da solidão exaustiva que toma conta de seu mundo trágico; e) A subjetividade do texto provem do sofrimento do “Eulírico” que dá ao poema uma linguagem bastante hermética e vaga; Leia com atenção os textos abaixo: TEXTO 1 Busca palavras límpidas e castas, Novas e raras, de clarões radiosos, Dentre as ondas mais pródigas, mais vastas Dos sentimentos mais maravilhosos. Busca também palavras velhas, busca, Limpa-as, dá-lhes o brilho necessário E então verás que cada qual corusca Com dobrado fulgor extraordinário. Assim terás o Culto pela Forma, Culto que prende os belos gregos da Arte E levarás no teu ginete, a norma Dessa transformação, por toda a parte. Enche de estranhas vibrações sonoras A tua Estrofe, majestosamente... Põe nela todo o incêndio das auroras Para torná-la emocional e ardente
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04) (ENEM 2010) TEXTO 2 Invejo o ourives quando escrevo: Imito o amor Com que ele, em ouro, o alto-relevo Faz de uma flor (...) Torce, aprimora, alteia, lima A frase; e, enfim, No verso de ouro engasta a rima, Como um rubim.
Em busca de maior naturalismo em suas obras e fundamentando-se em novo conceito estético, Monet, Degas, Renoir e outros artistas passaram a explorar novas formas de composição artística, que resultaram no estilo denominado Impressionismo. Observadores atentos da natureza, esses artistas passaram a
Quero que a estrofe cristalina, Dobrada ao jeito Do ourives, saia da oficina Sem um defeito:
a)
02) (ENEM 2006)- Sobre os textos não é correto afirmar que: a)- ambos os textos apresentam preocupação formal que revela valorização do uso elaborado da linguagem b)- o texto 1 despreza a palavra exata, a descrição objetiva, enquanto o texto 2 denota uma concepção poética excessivamente formalista c)- a preocupação formal no texto 1 valoriza o poder da sugestão sensorial da linguagem, enquanto no texto 2 acentua o caráter do trabalho poético d)- ambos os textos concebem a atividade poética como a habilidade no manejo do verso, enfatizando a contenção lírica e)- o texto 1 dá um enfoque espiritualista à palavra, envolvendo-a em um clima de subjetividade onde predomina o vago e o etéreo, enquanto o texto 2 acentua a escolha precisa da palavra e realça o polimento do verso como regra de composição poética 03) (UFPB-99)- Considere as estrofes abaixo, de Cruz e Sousa:
b)
c) d) e)
05) (ENEM 2009) Cárcere das almas Ah! Toda a alma num cárcere anda presa, Soluçando nas trevas, entre as grades Do calabouço olhando imensidades, Mares, estrelas, tardes, natureza. Tudo se veste de uma igual grandeza Quando a alma entre grilhões as liberdades Sonha e, sonhando, as imortalidades Rasga no etéreo o Espaço da Pureza.
“Anda em mim, soturnamente, uma tristeza ociosa, sem objetivo, latente, vaga, indecisa, medrosa. (...) Certa tristeza indizível, abstrata, como se fosse a grande alma do Sensível magoada, mística, doce. Ah! tristeza imponderável, abismo, mistério aflito, torturante, formidável... ah! tristeza do Infinito!”
Ó almas presas, mudas e fechadas Nas prisões colossais e abandonadas, Da Dor no calabouço, atroz, funéreo! Nesses silêncios solitários, graves, que chaveiro do Céu possui as chaves para abrir-vos as portas do Mistério?! CRUZ E SOUSA, J. Poesia completa. Florianópolis: Fundação Catarinense de Cultura / Fundação Banco do Brasil, 1993
NÃO se percebe, nessas estrofes, o(a): a)- uso de termos genéricos, mediante os quais o eu lírico busca apreender um sentimento misterioso b)- sucessão de vocábulos qualificativos, na busca de exprimir uma sensação indefinível c)- referência a impressões contraditórias para traduzir uma inquietação de fundo religioso ou filosófico d)- apelo à sinestesia para a representação concreta de um desconforto sobretudo físico e)- desespero existencial, expresso em versos heptassílabos, ante a nostalgia do absoluto
Os elementos formais e temáticos relacionados ao contexto cultural do Simbolismo encontrados no poema Cárcere das almas, de Cruz e Sousa, são a) b) c) d) e)
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retratar, em suas obras, as cores que idealizavam de acordo com o reflexo da luz solar nos objetos. usar mais a cor preta, fazendo contornos nítidos, que melhor definiam as imagens e as cores do objeto representado. retratar paisagens em diferentes horas do dia, recriando, em suas telas, as imagens por eles idealizadas. usar pinceladas rápidas de cores puras e dissociadas diretamente na tela, sem misturá-las antes na paleta. usar as sombras em tons de cinza e preto e com efeitos esfumaçados, tal como eram realizadas no Renascimento.
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a opção pela abordagem, em linguagem simples e direta, de temas filosóficos. a prevalência do lirismo amoroso e intimista em relação à temática nacionalista. o refinamento estético da forma poética e o tratamento metafísico de temas universais. a evidente preocupação do eu lírico com a realidade social expressa em imagens poéticas inovadoras. a liberdade formal da estrutura poética que dispensa a rima e a métrica tradicionais em favor de temas do cotidiano
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AULA 03: O PRÉ-MODERNISMO NO BRASIL – A denúncia da realidade e a redescoberta do Brasil
Cenas do filme Os sertões, baseado no livro de Euclides da Cunha CONTEXTO HISTÓRICO MODERNISMO
E
SOCIAL
DO
PRÉ-
O final do século XIX e o início do século XX foi marcado pela ascensão do regime republicano e por diversas manifestações populares que se opunham ao sistema político, bem como combatiam as injustiças sociais, que foram deixadas de lado pelas oligarquias cafeeiras que controlavam a máquina eleitoral. Nesse contexto marcado por modificações nas cidades e, ao mesmo tempo, abatidas por crises sociais que se estenderam também ao campo, resquícios de um processo de abolição tardio e mal executado, nasce o Pré-Modernismo. Um período transitório na produção literária, no qual alguns autores, ainda não modernos, buscavam inovar e romper com o passado. Nesse momento efervescente de ideias, com estilos variados, destacam-se alguns autores que, embora com individualidades marcantes, mantêm alguns pontos em comum com relação às obras. Os Sertões e Canaã, publicados em 1902, marcam o início do período prémodernista. SÍNTESE DOS FATOS HISTÓRICOS
Na Europa, começo do século foi uma época de conturbação política. Uma série de revoltas eclodiu em todo o país. Os motivos eram diversos, as situações eram bem diferentes, as reivindicações eram várias: a transição da República da Espada para a República do café-com-leite (predominantemente civil ); enfraquecimento da República Velha (1889 1930 ). Em 1893, tem lugar no Rio de Janeiro a Revolta da Armada, levante de uma facção monarquista da Marinha brasileira, que, insatisfeita, com a República recém-proclamada ( 1889), exigia a renúncia do presidente Floriano Peixoto. O restante das Forças Armadas, contudo, colocou-se ao lado do governante, que contava anda com forte apoio civil, graças à sua imensa popularidade. A revolta foi sufocada após seis meses.
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Em 1896 , estourou na Bahia a revolta de sertanejos que ficou conhecida como Guerra de Canudos. As causas mais profundas da Guerra eram outras: a miséria, o subdesenvolvimento, a opressão, o abandono a que a população da região estava relegada. Depois de um ano de renhida resistência, Canudos caiu, mas os problemas sociais não foram resolvidos, e o misticismo e o cangaço continuaram sendo respostas populares à opressão e à miséria. A urbanização do RJ, propondo um processo de modernização da cidade que era a capital do país, muito populosa, e que contava com péssimas condições de higiene. O novo planejamento urbano, contudo, previa uma recolocação da moradia dos mais pobres, excluindo-os das benesses da modernização e desamparando grande parte da população, já massacrada pelo desemprego e pela carestia. A insatisfação popular explodiu quando o governo lançou a campanha de vacinação obrigatória. A verdadeira batalha que se travou no Rio de Janeiro, em 1904, opondo policiais aos pobres, recebeu o nome de Revolta da Vacina, tendo sido violentamente reprimida. Em 1910, os marinheiros de dois navios de guerra, liderados por João Cândido (o "Almirante Negro"), manifestaram-se contrários aos castigos corporais ainda costumeiramente aplicados a eles na Marinha: era a Revolta da Chibata. O próprio governo reconheceu a pertinência das reivindicações, pressionando a Marinha para que as atendesse. Os revoltosos foram anistiados, mas logo depois perseguidos, presos e torturados. A greve geral de 1917, ocorrida em São Paulo, organizada por trabalhadores anarco-sindicalista, reivindicando melhoria nos salários e nas condições de trabalho (redução da jornada, segurança, etc.).
Em seu conjunto, essas revoltas todas podem ser vistas como manifestações de uma nova paisagem social, na qual forças políticas até então tímidas (sertanejos, miseráveis, caboclos interioranos no cenário, imigrantes, soldados de baixa patente, entre outros) começaram a marcar presença no cenário brasileiro. No terreno artístico, o período que vai do final do século XIX (aproximadamente 1870) até as primeiras décadas do século seguinte (anos 20) recebe o nome geral de "belle époque". CARACTERÍSTICAS GERAIS DO PRÉ-MODERNISMO: o ataque ao academicismo e a proposta política e social de “redescoberta” do Brasil. “Eu lamento que haja pouco consumo de livro no Brasil. Mas aí é um problema muito mais grave. É o problema da deseducação, o problema da pobreza - e, portanto, o da falta de nutrição e da falta de saúde. Antes de um escritor se lamentar porque não é lido como são lidos os escritores americanos ou europeus, ele deve se lamentar de pertencer a um país em que há tanta miséria e tanta injustiça social (...) Precisamos descobrir o Brasil/ Escondido atrás das florestas/ com a água dos rios no meio/ o Brasil está dormindo, coitado! Precisamos colonizar o Brasil”. (Carlos Drummond de Andrade)
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Retomada da literatura social, a partir de uma redescoberta do Brasil pela literatura; um Brasil que, na verdade, sempre tinha existido, mas que fora até então presença excessivamente reduzida na literatura. Renovação temática que se opera no âmbito literário, mostrando a preocupação com a realidade nacional através da crítica às instituições, tomadas como elementos de cristalização e acomodação de uma estrutura de poder que resultava na cegueira às reivindicações de vastas camadas da população brasileira. A focalização do homem brasileiro, através da amostragem dos grupos humanos marginalizados das diversas regiões do país: o sertão, o interior, os subúrbios, que já apareciam antes em romances, porém de forma a focalizar uma comunhão com a natureza; agora são retratados como representações do atraso brasileiro. Da mesma forma, os personagens que figuraram nessas produções estão muito distantes dos modelos assumidos em estéticas anteriores: o sertanejo não é mais servil e ordeiro; o suburbano não é mais alegre e expansivo; o caipira não é mais saudável e trabalhador. A imagem que essas personagens passam a representar liga-as à decadência, ao desmazelo, à ignorância. Surgimento de um novo regionalismo, dessa vez, bastante diferente, por exemplo, da idealização romântica. A literatura como missão. A ruptura com o passado, com o academicismo, através da defesa de um estilo próprio, da linguagem coloquial e desleixada e do questionamento do que seja “boa poesia” Formalmente, os pré-modernistas caracterizar-se-ão por uma linguagem oscilante: expressões eruditas, francamente influenciadas pelo Parnasianismo, convivem com um vocabulário mais livre e popular, que tenta funcionar como registro de expressões regionais. Pode-se entender essa prática como uma ponte de ligação entre a linguagem dicionaresca e cientificista do século XIX e aquela, mais despojada, que caracterizaria a arte moderna do século XX. De certa forma, essa oscilação reflete ainda um contato crescente entre as culturas popular e erudita. Poetização da linguagem científica, representada pelo poeta Augusto dos Anjos. SUA POESIA ATACA VEEMENTEMENTE O ARISTOCRACISMO PARNASIANO, AO QUESTIONAR O CONCEITO DE “BOA POESIA”. Materialismo, visão pessimista da vida, vocabulário agressivo e de fortes marcas cientificistas; utilização de termos considerados “não poéticos”, como “escarro”, “cuspe”, “menstruação”, “sangue podre”, “casca de ovo”, “bicharia”, dentre outros. A prática literária desse período não chegou a se constituir em escola, estruturada e organizada em um programa estético definido. Assim, o PréModernismo é, mais que um fato artístico, um momento importante do desenvolvimento das letras brasileiras. Seus autores mais significativos são: Euclides da Cunha, Lima Barreto, Monteiro Lobato, Graça Aranha, Augusto dos Anjos, entre outros.
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AUTORES PRÉ-MODERNISTAS E SUAS TEMÁTICAS LIMA BARRETO: ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________
EUCLIDES DA CUNHA ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ MONTEIRO LOBATO ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ AUGUSTO DOS ANJOS ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ EXERCÍCIOS DE REVISÃO Desde dezoito anos que o tal patriotismo lhe absorvia e por ele fizera a tolice de estudar inutilidades. Que lhe importavam os rios? Eram grandes? Pois que fossem... Em que lhe contribuiria para a felicidade saber o nome dos heróis do Brasil? Em nada... O importante é que ele tivesse sido feliz . Foi? Não. Lembrou-se das coisas do tupi, do folk lore, das suas tentativas agrícolas... Restava disso tudo em sua alma uma satisfação? Nenhuma! Nenhuma! O tupi encontrou a incredulidade geral, o riso, a mofa, o escárnio; e levou-o à loucura. Uma decepção. E a agricultura? Nada. As terras não eram ferazes e ela não era fácil como diziam os livros. Outra decepção. E, quando o seu patriotismo se fizera combatente, o que achara? Decepções. Onde estava a doçura de nossa gente? Pois ele não a viu combater como feras? Pois não a via matar prisioneiros, inúmeros? Outra decepção. A sua vida era uma decepção, uma série, melhor, um encadeamento de decepções. A pátria que quisera ter era um mito; um fantasma criado por ele no silêncio de seu gabinete. BARRETO. L. Triste fim de Policarpo Quaresma. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br. Acesso em: 8 nov. 2011.
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01) (ENEM 2012)- O romance Triste fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto, foi publicado em 1911. No fragmento destacado, a reação do personagem aos desdobramentos de suas iniciativas patrióticas evidencia que a)
b)
c)
d)
e)
a dedicação de Policarpo Quaresma ao conhecimento da natureza brasileira levou-o a estudar inutilidades, mas possibilitou-lhe uma visão mais ampla do país . a curiosidade em relação aos heróis da pátria levou-o ao ideal de prosperidade e democracia que o personagem encontra no contexto republicano. a construção de uma pátria a partir de elementos míticos, como a cordialidade do povo, a riqueza do solo e a pureza linguística, conduz à frustração ideológica. a propensão do brasileiro ao riso, ao escárnio, justifica a reação de decepção e desistência de Policarpo Quaresma, que prefere resguardar-se em seu gabinete. a certeza da fertilidade da terra e, da produção agrícola incondicional faz parte de um projeto ideológico salvacionista, tal como foi difundido na época do autor.
02) (ENEM 2012) Logia e mitologia Meu coração de mil e novecentos e setenta e dois já não palpita fagueiro sabe que há morcegos de pesadas olheiras que há cabras malignas que há cardumes de hienas infiltradas no vão da unha na alma um porco belicoso de radar e que sangra e ri e que sangra e ri a vida anoitece provisória centuriões sentinelas do Oiapoque ao Chuí. CACASO. Lero-lero .Rio de Janeiro: 7Letras; São Paulo; Cosac & Naify, 2002.
O título do poema explora a expressividade de termos que representam o conflito do momento histórico vivido pelo poeta na década de 1970. Nesse contexto, é correto afirmar que a) o poeta utiliza uma série de metáforas zoológicas com significado impreciso. b) “morcegos”, “cabras” e “hienas” metaforizam as vítimas do regime militar vigente. c) o “porco”, animal difícil de domesticar, representa os movimentos de resistência. d) o poeta caracteriza o momento de opressão através de alegorias de forte poder de impacto. e) “centuriões” e “sentinelas” simbolizam os agentes que garantem a paz social experimentada. 03) (ENEM 2010) Negrinha era uma pobre órfã de sete anos. Preta? Não; fusca, mulatinha escura, de cabelos ruços e olhos assustados. Nascera na senzala, de mãe escrava, e seus primeiros anos vivera-os pelos cantos escuros da cozinha, sobre velha esteira e trapos imundos. Sempre escondida, que a patroa não gostava de crianças. Excelente senhora, a patroa. Gorda, rica, dona do mundo, amimada dos padres, com lugar certo na igreja e camarote de luxo reservado no céu. Entaladas as banhas no trono (uma cadeira de balanço na sala de jantar), ali bordava, recebia as amigas e o vigário, dando audiências, discutindo o tempo. Uma virtuosa senhora em suma — “dama de
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grandes virtudes apostólicas, esteio da religião e da moral”, dizia o reverendo. Ótima, a dona Inácia. Mas não admitia choro de criança. Ai! Punha-lhe os nervos em carne viva. [...] A excelente dona Inácia era mestra na arte de judiar de crianças. Vinha da escravidão, fora senhora de escravos — e daquelas ferozes, amigas de ouvir cantar o bolo e estalar o bacalhau. Nunca se afizera ao regime novo — essa indecência de negro igual a branco e qualquer coisinha: a polícia! “Qualquer coisinha”: uma mucama assada ao forno porque se engraçou dela o senhor; uma novena de relho porque disse: “Como é ruim, a sinhá!”... A narrativa focaliza um momento histórico-social de valores contraditórios. Essa contradição infere-se, no contexto, pela a) falta de aproximação entre a menina e a senhora, preocupada com as amigas b) receptividade da senhora para com os padres, mas deselegante para com as beatas c) ironia do padre a respeito da senhora, que era perversa com as crianças d) resistência da senhora em aceitar a liberdade dos negros, evidenciada no final do texto e) rejeição aos criados por parte da senhora, que preferia tratá-los com castigos 04) (ENEM 2010) Texto I Eu amo a rua. Esse sentimento de natureza toda íntima não vos seria revelado por mim se não julgasse, e razões não tivesse para julgar, que este amor assim absoluto e assim exagerado é partilhado por todos vós. Nós somos irmãos, nós nos sentimos parecidos e iguais; nas cidades, nas aldeias, nos povoados, não porque soframos, com a dor e os desprazeres, a lei e a polícia, mas porque nos une, nivela e agremia o amor da rua. É este mesmo o sentimento imperturbável e indissolúvel, o único que, como a própria vida, resiste às idades e às épocas. RIO, J. A rua. In: A alma encantadora das ruas. São Paulo: Companhia das Letras, 2008 (fragmento).
Texto II A rua dava-lhe uma força de fisionomia, mais consciência dela. Como se sentia estar no seu reino, na região em que era rainha e imperatriz. O olhar cobiçoso dos homens e o de inveja das mulheres acabavam o sentimento de sua personalidade, exaltavam-no até. Dirigiu-se para a rua do Catete com o seu passo miúdo e sólido. […] No caminho trocou cumprimento com as raparigas pobres de uma casa de cômodos da vizinhança. […] E debaixo dos olhares maravilhados das pobres raparigas, ela continuou o seu caminho, arrepanhando a saia, satisfeita que nem uma duquesa atravessando os seus domínios. BARRETO, L. Um e outro. In: Clara dos anjos. Rio de Janeiro: Editora Mérito (fragmento).
A experiência urbana é um tema recorrente em crônicas, contos e romances do final do século XIX e início do XX, muitos dos quais elegem a rua para explorar essa experiência. Nos fragmentos I e II, a rua é vista, respectivamente, como lugar que a) b) c) d) e)
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desperta sensações contraditórias e desejo de reconhecimento. favorece o cultivo da intimidade e a exposição dos dotes físicos. possibilita vínculos pessoais duradouros e encontros casuais. propicia o sentido de comunidade e a exibição pessoal. promove o anonimato e a segregação social.
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05) Os fragmentos que se seguem foram retirados de poemas do poeta paraibano AUGUSTO DOS ANJOS. Leia os fragmentos com bastante atenção para observar o ecletismo literário desse poeta, de grande originalidade em nossas letras: I- “Não crê em nada, pois não há que traga Consolo à Mágoa, a que só ele assiste Quer resistir, e quanto mais resiste Mais se lhe aumenta e se lhe afunda a chaga” (Eterna mágoa) II- “ Quanto me dói no cérebro esta sonda Ah! Certamente, eu sou a mais hedionda Generalização do Desconforto...” (O poeta hediondo) III- “Quando eu pego nas carnes do meu rosto, Pressinto o fim da orgânica batalha: - Olhos que o húmus necrófago estraçalha, Diafragmas, decompondo-se, ao sol posto...” (Apóstrofe à Carne) IV- “E aprofundando o raciocínio obscuro, Eu vi, então, à luz dos áureos reflexos, O trabalho genésico dos sexos, Fazendo à noite os homens do futuro.” (As Cismas do Destino) V- “- Eu, filho do carbono e do amoníaco, Mostro de escuridão e rutilância, Sofro, desde a epigênesis da infância, A influência má dos signos do zodíaco.” (Psicologia de um Vencido) A partir da leitura dos fragmentos, assinale o item FALSO, em relação à temática e linguagem do autor que estejam presentes: a) no fragmento I, percebe-se o forte pessimismo diante da vida, conforme preceitos dos poetas da segunda geração do romantismo brasileiro b) a visão cética de si mesmo e a certeza de sua nulidade enquanto ser aparece de forma clara no fragmento II c) a reiterada referência à decomposição da matéria humana pode ser percebida no fragmento III d) a presença da concepção romântica do amor pode ser percebida de forma explícita no fragmento IV e) a incorporação do vocabulário científico ao estilo do poeta está presente no fragmento V texto para as questões 06 e 07. Leia com atenção o seguinte texto: Os doentes
06) Assinale a alternativa incorreta sobre o poema “Os doentes”.
a) É possível perceber, na elaboração desse texto, uma
b) c) d) e)
valorização exagerada do conteúdo, fazendo com que a forma acabe por se prejudicar, como se percebe na negligenciação estrutural feita pelo poeta. Observa-se uma tendência bastante forte para a exploração de temas mórbidos e patológicos como nos demais poemas de Augusto dos Anjos. A presença marcante do cientificismo nesse poema, não exclui o impulso lírico, pois esse se apresenta de forma predominante e constante. O pessimismo do eu-poético se processa de maneira exacerbada, acabando por levá-lo para um quase total aniquilamento. A presença marcante do individualismo reforça o título da obra de onde foram tirados esses versos, obra única do autor paraibano.
07) Ainda de acordo com o texto “Os doentes”, assinale o falso. a)
b)
c)
d)
e)
O grande traço da modernidade que se pode encontrar nesse poema de Augusto dos Anjos reside no sincretismo vocabular em que se apresentam, simultaneamente, o uso de palavras eruditas e coloquiais. A cotidianidade dos temas é uma característica constante na poesia desse autor, ao lado da utilização de palavras que chocam pela agressividade do vocabulário e pela presença de fortes imagens impressionistas, como se pode perceber no poema. O discurso da dor, aspecto relevante na poesia de Augusto dos Anjos, aparece aqui por intermédio de uma forte presença do cientificismo, promovendo a consciência profunda sobre a condição do ser humano, desvendando-o de forma desabrida ao se operar um tratamento de choque nas sensibilidades. Pela visão metafísica que aponta em relação à condição humana, o poeta se aproxima da estética simbolista neste poema. A visão depauperada do Ser esclarece o pessimismo que se acerca do eu-lírico nesse poema, como se pode perceber na última estrofe.
Como uma cascavel que se enroscava, A cidade dos lázaros dormia... Somente, na metrópole vazia, Minha cabeça autônoma pensava! Mordia-me a obsessão má de que havia, Sob os meus pés, na terra onde eu pisava, Um fígado doente que sangrava E uma garganta de órfã que gemia! Tentava compreender com as conceptivas Funções do encéfalo as substâncias vivas Que nem Spencer, nem Haeckel compreenderam... E via em mim, coberto de desgraças, O resultado de bilhões de raças Que há muitos anos desapareceram! (ANJOS, Augusto dos. Eu: poesias. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1998)
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AULA 04: AS VANGUARDAS ARTÍSTICAS EUROPEIAS E O MODERNISMO BRASILEIRO – A Semana de Arte Moderna e a introdução do Modernismo no Brasil Vanguarda (deriva do francês avant-garde) em sentido literal faz referência ao batalhão militar que precede as tropas em ataque durante uma batalha. Daí deduz-se que vanguarda é aquilo que "está à frente". Desta forma, todo aquele que está à frente de algo e, portanto aquele que está à frente do seu tempo em uma atitude poderia se intitular como pertencente a uma vanguarda. Desta dedução surge a definição adotada por uma série de movimentos artísticos e políticos do fim do século XIX e início do século XX. Os movimentos europeus de vanguarda eram aqueles que, segundo seus próprios autores, guiavam a cultura de seus tempos, estando de certa forma à frente deles. Muitos destes movimentos acabaram por assumir um comportamento próximo ao dos partidos políticos: possuíam militantes, lançavam manifestos e acreditavam que a verdade encontrava-se com eles. Muitos outros artistas e movimentos artísticos, posteriores, por sua atitude semelhante a das vanguardas europeias canônicas, poderiam ser referidos pelo termo vanguarda, sendo usual, porém, utilizarmos o termo somente para os artistas participantes daquelas, especialmente para fins didáticos. Octavio Paz utiliza o termo para definir toda estética considerada "fundadora", que representa uma ruptura nos padrões artísticos de sua época. Os movimentos de vanguarda emergiram na Europa nas duas primeiras décadas do século 20 e provocaram ruptura com a tradição cultural do século 19. Foram extremamente radicais e influenciaram manifestações artísticas em todo o mundo. As principais correntes de vanguardas que vão, de modo bastante forte, influenciar a arte e a literatura do Modernismo são: 1. O Cubismo, que tratava as formas da natureza por meio de figuras geométricas, representando todas as partes de um objeto no mesmo plano. A representação do mundo passava a não ter nenhum compromisso com a aparência real das coisas. Geometrização das formas e volumes, enúncia à perspectiva, o claro-escuro perde sua função, representação do volume colorido sobre superfícies planas, sensação de pintura escultórica, cores austeras, do branco ao negro passando pelo cinza, por um ocre apagado ou um castanho suave.
Les demoiselles d'Avignon – Picasso - 1907
Esta obra representa, para além de uma obra-prima do cubismo mundial, a violação de todas as tradições e convenções visuais naturalistas ocidentais, ao apresentar cinco aleivosas (prostitutas), representadas de forma cubista, como se nota na mulher nua sentada à direita, vista simultaneamente de frente e de costas. Os rostos das personagens refletem o início do "Período Negro" na obra de Pablo Picasso, quando este sofre uma forte influência da primitivismo assemelhando-se a máscaras e esculturas africanas
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2. O Futurismo, que foi um movimento artístico e literário, que surgiu oficialmente em 20 de fevereiro de 1909 com a publicação do Manifesto Futurista, pelo poeta italiano Filippo Marinetti, no jornal francês Le Figaro. Os adeptos do movimento rejeitavam o moralismo e o passado, e suas obras baseavam-se fortemente na velocidade e nos desenvolvimentos tecnológicos do final do século XIX. Os primeiros futuristas europeus também exaltavam a guerra e a violência. O Futurismo desenvolveu-se em todas as artes e influenciou diversos artistas que depois fundaram outros movimentos modernistas.
Giacomo Balla - Velocidade de carro - 1912
GIACOMO BALLA, em sua obra o pintor italiano tentou endeusar os novos avanços científicos e técnicos por meio de representações totalmente desnaturalizadas, embora sem chegar a uma total abstração. Mesmo assim, mostrou grande preocupação com o dinamismo das formas, com a situação da luz e a integração do espectro cromático.
3. O Dadaísmo, que por sua vez foi um movimento artístico da chamada vanguarda artística moderna iniciado em Zurique, em 1915 durante a Primeira Guerra Mundial, no chamado Cabaret Voltaire. Formado por um grupo de escritores, poetas e artistas plásticos, dois deles desertores do serviço militar alemão, liderados por Tristan Tzara, Hugo Ball e Hans Arp. Defendia a oposição a qualquer tipo de equilíbrio, combinação de pessimismo irônico e ingenuidade radical, ceticismo absoluto e improvisação. Enfatizou o ilógico e o absurdo. Entretanto, apesar da aparente falta de sentido, o movimento protestava contra a loucura da guerra. Assim, sua principal estratégia era mesmo denunciar e escandalizar. A sua proposta é que a arte ficasse solta das amarras racionalistas e fosse apenas o resultado do automatismo psíquico, selecionando e combinando elementos por acaso. Sendo a negação total da cultura, o Dadaísmo defende o absurdo, a incoerência, a desordem, o caos. Politicamente firmase como um protesto contra uma civilização que não conseguiria evitar a guerra. Ready-Made significa confeccionado, pronto. Expressão criada em 1913 pelo artista francês Marcel Duchamp para designar qualquer objeto manufaturado de consumo popular, tratado como objeto de arte por opção do artista. Como se percebe, possuía como característica principal a ruptura com as formas de arte tradicionais, e portanto, foi um movimento com forte conteúdo anárquico. O próprio nome do movimento deriva de um termo inglês infantil: dadá (brinquedo, cavalo de pau). Daí, observa-se a falta de sentido e a quebra com o tradicional deste movimento.
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O ready-made é manifestação radical da intenção de Marcel Duchamp de romper com a artesania da operação artística, uma vez que se trata de apropriar-se de algo que já está feito: escolhe produtos industriais, realizados com finalidade prática e não artística (urinol de louça, pá, roda de bicicleta), e os eleva à categoria de obra de arte. 4. O Surrealismo, que foi um movimento artístico e literário surgido primeiramente em Paris dos anos 20, inserido no contexto das vanguardas que viriam a definir o modernismo no período entre as duas Grandes Guerras Mundiais. Reúne artistas anteriormente ligados ao Dadaísmo ganhando dimensão internacional. Fortemente influenciado pelas teorias psicanalíticas de Sigmund Freud (1856-1939), mas também pelo marxismo, o surrealismo enfatiza o papel do inconsciente na atividade criativa. Um dos seus objetivos foi produzir uma arte que, segundo o movimento, estava sendo destruída pelo racionalismo. O poeta e crítico André Breton (1896-1966) é o principal líder e mentor deste movimento. As características deste estilo: uma combinação do representativo, do abstrato, do irreal e do inconsciente. Entre muitas de suas metodologias estão a colagem e a escrita automática. Segundo os surrealistas, a arte deve se libertar das exigências da lógica e da razão e ir além da consciência cotidiana, buscando expressar o mundo do inconsciente e dos sonhos.
5. O expressionismo, por sua vez, foi um movimento cultural de vanguarda surgido na Alemanha nos primórdios do século XX, de indivíduos que estavam mais interessados na interiorização da criação artística do que na sua exteriorização, projetando na obra de arte uma reflexão individual e subjetiva. Ou seja, a obra de arte é reflexo direto do mundo interior do artista expressionista. O Expressionismo é a arte do instinto, trata-se de uma pintura dramática, subjetiva, “expressando” sentimentos humanos. Utilizando cores irreais, dá forma plástica ao amor, ao ciúme, ao medo, à solidão, à miséria humana, à prostituição. Deforma-se a figura, para ressaltar o sentimento. Predominância dos valores emocionais sobre os intelectuais. Corrente artística concentrada especialmente na Alemanha entre 1905 e 1930. Principais características: pesquisa no domínio psicológico; cores resplandecentes, vibrantes, fundidas ou separadas; dinamismo improvisado, abrupto, inesperado; pasta grossa, martelada, áspera; técnica violenta: o pincel ou espátula vai e vem, fazendo e refazendo, empastando ou provocando explosões; preferência pelo patético, trágico e sombrio.
O grito, Edvard Munch - 1895
A Persistência da Memória Salvador Dalí
O GRITO, quadro do expressionista norueguês Edvard Munch de 1895, é uma das obras de arte mais famosas e caras do planeta. Existem quatro versões da obra, que descrevem visualmente de maneira tocante, toda a angústia existencial. Uma delas foi leiloada em Setembro de 2012 por quase 120 milhões de dólares!
O sono – 1937: Salvador Dali
A PERSISTÊNCIA DA MEMÓRIA, o mais conhecido dos quadros, é um quadro pequeno (24x33cm), Dalí levou apenas 2 horas para realizá-lo. A flacidez dos relógios dependurados e escorrendo mostram uma preocupação humana com o tempo e a memória. A cabeça adormecida que aparece nesse quadro, em muitos outros também, é o próprio Dalí presente. Em O SONO, Dali recriou o tipo de cabeça grande e mole e o corpo inexistente que aparecia com tanta frequência nos seus quadros por volta de 1929. Neste caso, entretanto, o rosto não é um autorretrato. Sono e sonhos são temas comuns aos surrealistas, uma vez que é dormindo e sonhando que temos o domínio do inconsciente. O homem adormecido de Dali está dormindo precariamente sobre muletas. Muletas sempre foram a marca registrada de Dali, sugerindo a fragilidade em que nossa realidade se apoia. Até o cachorro está sustentado por ela. Toda a luz desta obra, mostra a ideia de fuga do mundo real.
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A SEMANA DE ARTE MODERNA – O DESDOBRAMENTO DAS VANGUARDAS Um evento para assustar o tradicionalismo e conservadorismo na arte – polêmica, rebeldia contestação
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A Semana de Arte Moderna, também chamada de Semana de 22, ocorreu em São Paulo no ano de 1922, nos dias 13, 15 e 17 de fevereiro, no Teatro Municipal. A Semana de Arte Moderna representou uma verdadeira renovação de linguagem, na busca de experimentação, na liberdade criadora da ruptura com o passado e até corporal, pois a arte passou então da vanguarda, para o modernismo. O evento marcou época ao apresentar novas ideias e conceitos artísticos, como a poesia através da declamação, que antes era só escrita; a música por meio de concertos, que antes só havia cantores sem acompanhamento de orquestras sinfônicas; e a arte plástica exibida em telas, esculturas e maquetes de arquitetura, com desenhos arrojados e modernos. O adjetivo "novo" passou a ser marcado em todas estas manifestações que propunha algo no mínimo curioso e de interesse. A Semana de Arte Moderna ocorreu em uma época cheia de turbulências políticas, sociais, econômicas e culturais. As novas vanguardas estéticas surgiam e o mundo se espantava com as novas linguagens desprovidas de regras. Alvo de críticas
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e em parte ignorada, a Semana não foi bem entendida em sua época. A Semana de Arte Moderna se encaixa no contexto da República Velha, controlada pelas oligarquias cafeeiras e pela política do café com leite. O capitalismo crescia no Brasil, consolidando a República e a elite paulista, esta totalmente influenciada pelos padrões estéticos europeus mais tradicionais. Seu objetivo era renovar o ambiente artístico e cultural da cidade com "a perfeita demonstração do que há em nosso meio em escultura, arquitetura, música e literatura sob o ponto de vista rigorosamente atual", como informava o Correio Paulistano, órgão do partido governista paulista, em 29 de janeiro de 1922. OBJETIVOS DA SEMANA DE ARTE MODERNA DE 1922 1. 2. 3. 4. 5. 6.
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A Semana como evento artistico bombástico Importantes figuras do modernismo, em 1922. Mário de Andrade (sentado), Anita Malfatti (sentada, ao centro) e Zina Aita (à esquerda de Anita). Da esquerda para a direita: Pagu, Elsie Lessa, Tarsila do Amaral, Anita Malfatti e Eugênia Álvaro Moreyra. A Semana, de uma certa maneira, nada mais foi do que uma ebulição de novas ideias totalmente libertadas, nacionalista em busca de uma identidade própria e de uma maneira mais livre de expressão. Não se tinha, porém, um programa definido: sentia-se muito mais um desejo de experimentar diferentes caminhos do que de definir um único ideal moderno. 13 de fevereiro (Segunda-feira) - Casa cheia, abertura oficial do evento. Espalhadas pelo saguão do Teatro Municipal de São Paulo, várias pinturas e esculturas provocam reações de espanto e repúdio por parte do público. O espetáculo tem início com a confusa conferência de Graça Aranha, intitulada "A emoção estética da Arte Moderna". Tudo transcorreu em certa calma neste dia. 15 de fevereiro (Quarta-feira) - Guiomar Novais era para ser a grande atração da noite. Contra a vontade dos demais artistas modernistas, aproveitou um intervalo do espetáculo para tocar alguns clássicos consagrados, iniciativa aplaudida pelo público. Mas a "atração" dessa noite foi a palestra de Menotti del Picchia sobre a arte estética. Menotti apresenta os novos escritores dos novos tempos e surgem vaias e barulhos diversos (miados, latidos, grunhidos, relinchos…) que se alternam e confundem com aplausos. Quando Ronald de Carvalho lê o poema intitulado Os Sapos de Manuel Bandeira, (poema criticando abertamente o parnasianismo e seus adeptos) o público faz coro atrapalhando a leitura do texto. A noite acaba em algazarra. Ronald teve de declamar o poema pois Bandeira estava impedido de fazê-lo por causa de uma crise de tuberculose.
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17 de fevereiro (Sexta-feira) - O dia mais tranquilo da semana, apresentações musicais de Villa-Lobos, com participação de vários músicos. O público em número reduzido, portava-se com mais respeito, até que Villa-Lobos entra de casaca, mas com um pé calçado com um sapato, e outro com chinelo; o público interpreta a atitude como futurista e desrespeitosa e vaia o artista impiedosamente. Mais tarde, o maestro explicaria que não se tratava de modismo e, sim, de um calo inflamado…
Desdobramentos da Semana de Arte Moderna no Brasil Vale ressaltar, que a Semana em si não teve grande importância em sua época, foi com o tempo que ganhou valor histórico ao projetar-se ideologicamente ao longo do século. Devido à falta de um ideário comum a todos os seus participantes, ela desdobrou-se em diversos movimentos diferentes, todos eles declarando levar adiante a sua herança. No Brasil, o descontentamento com o estilo anterior foi bem mais explorado no campo da literatura, com maior ênfase na poesia. Entre os escritores modernistas destacamse: Oswald de Andrade, Guilherme de Almeida e Manuel Bandeira. Na pintura, destacou-se Anita Malfatti, que realizou a primeira exposição modernista brasileira em 1917. Suas obras, influenciadas pelo cubismo, expressionismo e futurismo, escandalizaram a sociedade da época. Monteiro Lobato não poupou críticas à pintora, contudo, este episódio serviu como incentivo para a realização da Semana de Arte Moderna. A Semana, na verdade, foi a explosão de idéias inovadoras que aboliam por completo a perfeição estética tão apreciada no século XIX. Os artistas brasileiros buscavam uma identidade própria e a liberdade de expressão; com este propósito, experimentavam diferentes caminhos sem definir nenhum padrão. Isto culminou com a incompreensão e com a completa insatisfação de todos que foram assistir a este novo movimento. Logo na abertura, Manuel Bandeira, ao recitar seu poema Os sapos, foi desaprovado pela plateia através de muitas vaias e gritos. Embora tenha sido alvo de muitas críticas, a Semana de Arte Moderna só foi adquirir sua real importância ao inserir suas ideias ao longo do tempo. O movimento modernista continuou a expandir-se por divulgações através da Revista Antropofágica e da Revista Klaxon, e também pelos seguintes movimentos: Movimento Pau-Brasil, Grupo da Anta, Verde-Amarelismo e pelo Movimento Antropofágico. Todo novo movimento artístico é uma ruptura com os padrões utilizados pelo anterior, isto vale para todas as formas de expressões, sejam elas através da pintura, literatura, escultura, poesia, etc. Ocorre que nem sempre o novo é bem aceito, isto foi bastante evidente no caso do Modernismo, que, a principio, chocou por fugir completamente da estética europeia tradicional que influenciava os artistas brasileiros. Curiosidades sobre a Semana de Arte Moderna: - Durante a leitura do poema "Os Sapos", de Manuel Bandeira, o público presente no Teatro Municipal fez coro e atrapalhou a leitura, mostrando desta forma a desaprovação. - No dia 17 de fevereiro, Villa-Lobos fez uma apresentação musical. Entrou no palco calçando num pé um sapato e em outro um chinelo. O público vaiou, pois considerou a atitude futurista e desrespeitosa. Depois, foi esclarecido que VillaLobos entrou desta forma, pois estava com um calo no pé.
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PROPOSTAS DA FASE MODERNISMO – 1922-1930
ANÁRQUICA
Em qual das obras abaixo identifica-se o estilo de Anita Malfatti criticado por Monteiro Lobato no artigo?
DO
a)
d)
b)
e)
O período de 1922 a 1930 é o mais radical do movimento modernista, justamente em consequência da necessidade de definições e do rompimento com todas as estruturas do passado. Daí o caráter anárquico dessa primeira fase e seu forte sentido destruidor, assim definido por Mário de Andrade: "(...) se alastrou pelo Brasil o espírito destruidor do movimento modernista. Isto é, o seu sentido verdadeiramente específico. Porque, embora lançando inúmeros processos e ideias novas, o movimento modernista foi essencialmente destruidor. (...)” Diante de toda a realidade que vinha se delineando ao longo do século XX, não era mais possível manter a arte como estava, perdida em seu academicismo e completamente afastada da realidade mundial e dos novos caminhos ela buscava no mundo inteiro. No Brasil não foi diferente. c) CARACTERÍSTICAS DA FASE DE 1922 (Fase anárquica, demolidora e de libertação) 1.
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02) Após estudar na Europa, Anita Malfatti retornou ao Brasil com uma mostra que abalou a cultura nacional do início do século XX. Elogiada por seus mestres na Europa, Anita se considerava pronta para mostrar seu trabalho no Brasil, mas enfrentou as duras críticas de Monteiro Lobato. Com a intenção de criar uma arte que valorizasse a cultura brasileira, Anita Malfatti e outros artistas modernistas a)
b)
c)
d)
EXERCÍCIOS DE REVISÃO 01) (ENEM 2008)- Sobre a exposição de Anita Malfatti, em 1917, que muito influenciaria a Semana de Arte Moderna, Monteiro Lobato escreveu, em artigo intitulado Paranoia ou Mistificação:
e)
buscaram libertar a arte brasileira das normas acadêmicas europeias, valorizando as cores, a originalidade e os temas nacionais. defenderam a liberdade limitada de uso da cor, até então utilizada de forma irrestrita, afetando a criação artística nacional. Representaram a ideia de que a arte deveria copiar fielmente a natureza, tendo como finalidade a prática educativa. Mantiveram de forma fiel a realidade nas figuras retratadas, defendendo uma liberdade artística ligada à tradição acadêmica. Buscaram a liberdade na composição de suas figuras, respeitando limites de temas abordados.
Há duas espécies de artistas. Uma composta dos que veem as coisas e em consequência fazem arte pura, guardados os eternos ritmos da vida, e adotados, para a concretização das emoções estéticas, os processos clássicos dos grandes mestres. (...) A outra espécie é formada dos que veem anormalmente a natureza e a interpretam à luz das teorias efêmeras, sob a sugestão estrábica das escolas rebeldes, surgidas cá e lá como furúnculos da cultura excessiva. (...). Estas considerações são provocadas pela exposição da sra. Malfatti, onde se notam acentuadíssimas tendências para uma atitude estética forçada no sentido das extravagâncias de Picasso & cia. O Diário de São Paulo, dez./1917.
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Textos para as questões 03 e 04.
05) (ENEM 2012)
O canto do guerreiro Aqui na floresta Dos ventos batida, Façanhas de bravos Não geram escravos, Que estimem a vida Sem guerra e lidar. — Ouvi-me, Guerreiros, — Ouvi meu cantar.
Picasso, P. Les Dem oiselles d’Avignon. Nova York, 1907. ARGAN, G. C. Arte m oderna: do Iluminismo aos movimentos contemporâneos. São Paulo: Companhia das Letras, 1992
O quadro Les Demoiselles d’Avignon (1907), de Pablo Picasso, representa o rompimento com a estética clássica e a revolução da arte no início do século XX. Essa nova tendência se caracteriza pela a) pintura de modelos em planos irregulares. b) mulher como temática central da obra. c) cena representada por vários modelos. d) oposição entre tons claros e escuros. e) nudez explorada como objeto de arte
Valente na guerra, Quem há, como eu sou? Quem vibra o tacape Com mais valentia? Quem golpes daria Fatais, como eu dou? — Guerreiros, ouvi-me; — Quem há, como eu sou? Gonçalves Dias. Macunaíma (Epílogo) Acabou-se a história e morreu a vitória. Não havia mais ninguém lá. Dera tangolomângolo na tribo Tapanhumas e os filhos dela se acabaram de um em um. Não havia mais ninguém lá. Aqueles lugares, aqueles campos, furos puxadouros arrastadouros meios-barrancos, aqueles matos misteriosos, tudo era solidão do deserto... Um silêncio imenso dormia à beira do rio Uraricoera. Nenhum conhecido sobre a terra não sabia nem falar da tribo nem contar aqueles casos tão pançudos. Quem podia saber do Herói? 03) A leitura comparativa dos dois textos acima indica que a)
b)
c)
d)
e)
ambos têm como tema a figura do indígena brasileiro apresentada de forma realista e heroica, como símbolo máximo do nacionalismo romântico. a abordagem da temática adotada no texto escrito em versos é discriminatória em relação aos povos indígenas do Brasil. as perguntas “— Quem há, como eu sou?” (1º texto) e “Quem podia saber do Herói?” (2ºtexto) expressam diferentes visões da realidade indígena brasileira. o texto romântico, assim como o modernista, aborda o extermínio dos povos indígenas como resultado do processo de colonização no Brasil. os versos em primeira pessoa revelam que os indígenas podiam expressar-se poeticamente, mas foram silenciados pela colonização, como demonstra a presença do narrador, no segundo texto
04) Considerando-se a linguagem desses dois textos, verifica-se que a) a função da linguagem centrada no receptor está ausente tanto no primeiro quanto no segundo texto. b) a linguagem utilizada no primeiro texto é coloquial, enquanto, no segundo, predomina a linguagem formal. c) há, em cada um dos textos, a utilização de pelo menos uma palavra de origem indígena. d) a função da linguagem, no primeiro texto, centra-se na forma de organização da linguagem e, no segundo, no relato de informações reais. e) a função da linguagem centrada na primeira pessoa, predominante no segundo texto, está ausente no primeiro.
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O trovador Sentimentos em mim do asperamente dos homens das primeiras eras... As primaveras do sarcasmo intermitentemente no meu coração arlequinal... Intermitentemente... Outras vezes é um doente, um frio na minha alma doente como um longo som redondo... Cantabona! Cantabona! Dlorom... Sou um tupi tangendo um alaúde! ANDRADE, M. In: MANFIO, D. Z. (Org.) Poesias completas de Mário de Andrade. Belo Horizonte: Itatiaia, 2005.
06) (ENEM 2012)-e Cara ao Modernismo, a questão da identidade nacional é recorrente na prosa e na poesia de Mário de Andrade. Em O trovador, esse aspecto é a)
b)
c)
d)
e)
abordado subliminarmente, por meio de expressões como “coração arlequinal” que, evocando o carnaval, remete à brasilidade verificado já no título, que remete aos repentistas nordestinos, estudados por Mário de Andrade em suas viagens e pesquisas folclóricas. lamentado pelo eu lírico, tanto no uso de expressões como “Sentimentos em mim do asperamente” (v. 1), “frio” (v. 6), “alma doente” (v. 7), como pelo som triste do alaúde “Dlorom” (v. 9). problematizado na oposição tupi (selvagem) x alaúde (civilizado), apontando a síntese nacional que seria proposta no Manifesto Antropófago, de Oswald de Andrade. exaltado pelo eu lírico, que evoca os “sentimentos dos homens das primeiras eras ” para mostrar o orgulho brasileiro por suas raízes indígenas
Brasil O Zé Pereira chegou de caravela E preguntou pro guarani da mata virgem - Sois cristão? - Não. Sou bravo, sou forte, sou filho da Morte Teterê tetê Quizá Quizá Quecê! Lá longe a onça resmungava Uu! Ua! uu! O negro zonzo saído da fornalha Tomou a palavra e respondeu - Sim pela graça de Deus Canhem Babá canhem Babá Cum Cum! E fizeram o carnaval! (Oswald de Andrade)
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07) (ENEM)- Este texto apresenta uma versão humorística da formação do Brasil, mostrando-a como uma junção de elementos diferentes. Considerando-se esse aspecto, é correto afirmar que a visão apresentada pelo texto é: a) ambígua, pois tanto aponta o caráter desconjuntado da formação nacional, quanto parece sugerir que esse processo, apesar de tudo, acaba bem. b) inovadora, pois mostra que as três raças formadoras – portugueses, negros e índios – pouco contribuíram para a formação da identidade brasileira. c) moralizante, na medida em que aponta a precariedade da formação cristã do Brasil como causa da predominância de elementos primitivos e pagãos. d) preconceituosa, pois critica tanto índios quanto negros, representando de modo positivo apenas o elemento europeu, vindo com as caravelas. e) negativa, pois retrata a formação do Brasil como incoerente e defeituosa, resultando em anarquia e falta de seriedade. 08) (ENEM)- A polifonia, variedade de vozes, presente no poema resulta da manifestação do: a) poeta e do colonizador apenas. b) colonizador e do negro apenas. c) Nero e do índio apenas. d) colonizador, do poeta e do negro apenas. e) poeta, do colonizador, do índio e do negro. ANOTAÇÕES
AULA 05: A SEGUNDA FASE DO MODERNISMO BRASILEIRO (1930-1945): A FASE DE MATURIDADE CRÍTICA – O regionalismo nordestino e a poesia engajada e reflexiva. O segundo período do Modernismo brasileiro se estendeu de 1930 a 1945. Internacionalmente, o país vivia uma depressão econômica, causada pelas duas guerras mundiais (1919-1939) e pelo avanço do nazi-fascismo. Já no plano nacional houve a ascensão de Getúlio Vargas ao poder. Na década de 30 houve um forte impacto na economia mundial, com a quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque, chamado de Grande Depressão. Durante esse colapso no sistema financeiro mundial, paralisações de fábricas, falências bancárias, desemprego em massa, fome e miséria eram constantes. Cada país tentou minimizar os efeitos da crise, ao passo que houve fortalecimento dos partidos socialistas e comunistas em choque com as ideologias burguesas. A partir disso, para evitar qualquer tipo de anarquismo e contrários ao comunismo, os estados defenderam o autoritarismo como forma de governo. No Brasil, a República do café-com-leite ou República Velha estava em crise, pois a superprodução de café desestabilizou a economia e, portanto, havia muitos estoques do produto, porém, sem compradores, já que o mundo estava em crise financeira. Ocorreu a Revolução de 1930 no Brasil, que levou Getúlio Vargas ao governo provisório, apoiado pela burguesia industrial. Começou, então, o incentivo à industrialização e a entrada de capital norte-americano. Houve uma tentativa de Revolução, chamada Constitucionalista, em oposição ao governo de Vargas, formada praticamente pela oligarquia cafeeira, frustrada pela política econômica do governo, a qual apoiava a industrialização. Em meio à massa descontente das oligarquias rurais, ao temor da burguesia quanto às agitações políticosociais e as constantes manifestações contrárias ao seu governo, Vargas resolveu iniciar a ditadura militar no Brasil, em 1937. Foi implantado o “Estado Novo”, que compreendeu o longo período anticomunista e antidemocrático no Brasil, chefiado unicamente por Getúlio Vargas, que durou até 29 de outubro de 1945, quando debaixo de pressões, Getúlio renunciou ao cargo. COMO SE DEU A PRODUÇÃO LITERÁRIA DESSA FASE MODERNISTA: Maturidade e consciência política e social – a Fase de Construção de nosso Modernismo. Exposto ao horror de duas grandes guerras, o ser humano vive tempos sombrios em meados do século XX. O que significa “estar no mundo”? a esperança deve ser depositada nos indivíduos ou projetada na espiritualidade? Confrontada com questões como estas, a literatura precisa encontrar novos caminhos, abandonando a relativa leveza que a marcou no inicio do século XX. É o momento da consolidação de uma estética, que se processa diante de uma forte instabilidade social e politica relacionada a esse contexto, fazendo com que surjam na literatura propostas de diferentes modos de interpretar a realidade e de responder às grandes questões humanas. É a fase áurea do Modernismo, depois da reforma estética proposta pelo espírito irreverente e iconoclasta da fase de 1922. O romance ganha um impulso extraordinário. Na poesia, a fase de nacionalismo contestatório e de revisão do passado histórico ficou para trás, agora mais preocupada com reflexões filosóficas e existenciais, numa busca constantes dos poetas e escritores de entender o mundo contemporâneo, utilizando todos os recursos da criação poética, claro, sem
deixar de lado as conquistas da geração rebelde da Semana de Arte Moderna.
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CARACTERÍSTICAS GERAIS DO MODERNISMO DE 30 a) Amadurecimento e solidificação da poesia modernista. b) Mistura do verso livre com formas tradicionais de compor poemas. c) Mistura da temática cotidiana com temática históricosocial. e) Reflexão sobre o estar no mundo. f) Renovação na linguagem. g) Busca de retratar a condição humana diante da guerra e dos problemas políticos e sociais. h) Espiritualidade como forma de solução metafísica para os problemas humanos. Isso se dá por conta da necessidade do poeta de entender Deus e de compreender o mundo diante das atrocidades e da cruel existência de bombas atômicas e campos de concentração. i) A análise do ser humano e de suas angústias. j) O desejo de compreender a relação entre o indivíduo e a sociedade. l) Forte dimensão social, em que os autores fazem uso da palavra que apontam para o sentido da modernidade e da contemporaneidade, mantendo presente em seus textos a reflexão sobre os acontecimentos que testemunham e para os quais buscam explicação. m) Surgimento do romance regionalista psicológico, em que as narrativas trazem um caráter de denuncia social e politica, numa espécie de NEO-REALISMO/ NATURALISMO. n) O Nordeste como tema através de uma nova forma de regionalismo. o) temáticas principais dos romances de 30: contrastes humanos e sociais dos trabalhadores dos engenhos de cana-de-açúcar e os habitantes do sertão; a condição de subdesenvolvimento de um Brasil agrário; os meninos de rua das grandes cidades brasileiras; a seca no sertão nordestino; os conflitos psicológicos do homem moderno das grandes cidades; a problemática do cacau na Bahia; o cangaço, o banditismo. p) Caráter crítico e panfletário dos romances. q) A retomada do determinismo científico da segunda metade do século XIX, agora apresentando um elemento novo: a fusão do regional com o psicológico para atingir o universal. r) Apresenta como projeto literário revelar como uma determinada realidade socioeconômica, no caso, o subdesenvolvimento brasileiro, pode afetar a vida dos brasileiros. s) A focalização da realidade injusta do homem brasileiro. t) A poesia apresenta como temas: a espiritualidade, a efemeridade do tempo da vida, o amor, a metalinguagem, religiosidade cristã, engajamento social e socialismo cristão, o sentimento do mundo e a redefinição do eu. A POESIA Estendendo-se de 1930 a 1945, a segunda fase foi rica na produção poética e, também, na prosa. O universo temático amplia-se com a preocupação dos artistas com o destino do Homem e no estar-no-mundo. Ao contrário da sua antecessora, foi construtiva. Não sendo uma sucessão brusca, a poesia da geração de 22 e 30 foram contemporâneas. A maioria dos poetas de 30 absorveram experiências de 22, como a liberdade temática, o gosto da expressão atualizada ou inventiva, o verso livre e o antiacademicismo Portanto, ela não precisou ser tão combativa quanto a de 22, devido ao encontro de uma linguagem poética modernista já estruturada. Passara, então, a aprimorá-la, prosseguindo a tarefa de purificação de meios e formas direcionando e ampliando a temática da inquietação filosófica e religiosa, com Vinícius de
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Moraes, Jorge de Lima, Augusto Frederico Schmidt, Murilo Mendes, Carlos Drummond de Andrade. CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE 1. Num primeiro momento, sem se deixar envolver, o poeta mantém um certo distanciamento do mundo à sua volta, o que lhe possibilita brincar e soltar a razão, deixando-a entregue a si mesma, maquinando incertezas e certezas, mais afeitas a negar e anular que a construir. Daí os temas do cotidiano, da família, do isolamento, da monotonia entediante das coisas e do viver, expressos numa linguagem coloquial plena de ironia seca, sarcasmo e humor desencantado, onde sentimento e emoção são refreados. São deste primeiro momento os livros Alguma Poesia e Brejo das Almas. 2. No segundo momento, sem se distanciar, deixa-se envolver pela realidade à sua volta e canta a impotência e a solidão em um mundo mecânico, frio e político; a decepção e a falta de perspectiva diante da fragmentação causada pela guerra; o sofrimento e a solidariedade do ser humano brasileiro e universal. Temas estes abordados em tons ora esperançosos, ora desesperançosos, com a mesma ironia, humor e sobriedade, estão presentes nos livros Sentimento do Mundo, José e A Rosa do Povo. 3. Questionamento sobre o “fazer poético” e preocupação com a função social do poeta. 4. A mostragem do poeta desajeitado, torto, perdido em meio aos problemas existenciais (o “poeta gauche”) 5. O poeta apresenta um eu que, por ser deslocado dos outros homens, tem um modo particular de ver as coisas e o mundo. 6. Tom pessimista pelo fato de o eu desejar responder às indagações sobre o mundo. CECÍLIA MEIRELES 1. Primeira mulher a alcançar destaque no cenário da poesia brasileira. 2. Ligada à corrente espiritualista da geração de 30 do Modernismo. 3. Valorização da intuição e da emoção como maneiras de interpretara o mundo. 4. Lirismo ligado à imagem da natureza (a água, o mar, o ar, o vento, o espaço, a rosa, etc.), ou seja, do infinito e da efemeridade, compondo uma atmosfera de sonho e de fugacidade da vida e do tempo. 5. A vida é apresentada metaforicamente como uma rosa. 6. A mostragem dos seres humanos como seres que se apegam às aparências. 7. Lembranças do passado, buscando temas como o amor e a natureza que marca o ritmo da vida. 8. No plano estilístico – ao contrário do coloquialismo dos poetas modernos – há em sua obra uma tendência à linguagem elevada, sempre carregada de musicalidade. A música, algumas vezes, parece ser mais importante que o próprio sentido dos versos. 9. Temática neo-simbolista, sobretudo no que se refere à busca da sugestão das palavras. 10. O registro de estados de ânimo vagos e quase incorpóreos. Neles predomina uma difusa melancolia e uma noção de perda amorosa, abandono e solidão.
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11. A atmosfera de dor existencial que emana dos poemas de Cecília Meireles é centrada na percepção de que tudo passa e de que o fluir do tempo dissolve as ilusões e os amores, o corpo e mesmo a memória.
VINICIUS DE MORAIS 1.
2.
3.
4.
5.
Poeta conhecido por suas canções musicais, iniciando sua trajetória poética sob forte influência do Simbolismo. Em suas obras iniciais, apresenta uma forte religiosidade em seus versos e uma angústia associada à oscilação entre matéria e espírito. Apresenta um profundo misticismo, fruto de sua fase cristã. Em um segundo momento, sua poesia se volta para temas relacionados ao cotidiano e para o relacionamento amoroso, com uma forte oralidade maliciosa. Forte influencia da poesia camoniana em termos de temática amorosa: preferência por retratar e buscar definir o amor, gosto pelo soneto como forma poética, uso frequente de antíteses para expressar as contradições próprias do sentimento amoroso. Sua poesia varia da passagem do metafísico para o físico, do espiritual para o sensual, do sublime para o cotidiano, o poeta retoma sugestões românticas (como lua, cidade, samba). Refugia-se no erotismo: há contemplação do amor, poemas "sobre a mulher" e adoração panteística da natureza. Compôs também poemas de indignação social, cujos exemplares são: "Balada dos mortos dos campos de concentração", "O operário em construção" e "A rosa de Hiroxima".
MURILO MENDES: o católico visionário. 1.
2.
3.
4.
5.
Sua produção inicial apresenta influência do olhar irreverente dos primeiros modernistas (de 22 – da fase anárquica), fazendo releitura do passado histórico brasileiro através da paródia. Estado de confissão transcendente contendo a abundante inspiração e a contundente inventiva nos versos de intensas sintaxes e insuperável rigor. Seguidor da vanguarda surrealista, em que apresenta sonhos agregados à imagens do catolicismo. A consciência social e o sentido do que seja humanidade sempre em consonância com a dimensão espiritual. Seus versos são ao mesmo tempo surrealista, místico, messiânico, anárquico, barroco, católico e vanguardista. Às vezes, seus poemas buscam entender como se dá a relação entre o “eu” e o mundo, em temas que se voltam para a incapacidade de transformação da realidade, em que esse “eu” sente rejeitado por Deus, “expulso” do céu.
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O MODERNISMO DE 30 – Estudo dos autores e das principais obras – PROSA A prosa de 1930 é chamada de Neorrealismo pela retomada de alguns aspectos do Realismo- Naturalismo, contudo, com características particulares preservadas. A literatura estava voltada para a realidade brasileira como forma de manifestar as recentes crises sociais e inquietações da implantação do Estado Novo do governo Vargas e da Primeira Guerra Mundial. Os romancistas observam com olhos críticos a realidade brasileira, as relações entre o homem e a sociedade. Pelo fato dos romancistas deste período adotar como componente o lado emocional das personagens, faz com que esta fase se diferencie do Naturalismo, onde este item foi descartado. A produção literária desta fase pode ser dividida em três tipos de prosa: • Regionalista: tendência originada no Romantismo e adotada pelos naturalistas e pré-modernistas, na qual o tema é o regionalismo do nordeste, a miséria, a seca, o descaso dos políticos com esse estado. Esta propensão tem início com o romance A bagaceira, de José Américo de Almeida, em 1928. Os principais autores regionalistas são: José Lins do Rego, Jorge Amado, Rachel de Queiroz e Graciliano Ramos. • Urbana: tendência na qual a temática é a vida das grandes cidades, o homem da cidade e os problemas sociais, o homem e a sociedade, o homem e o meio em que vive. O principal autor é Érico Veríssimo no início de sua carreira. • Intimista: tendência influenciada pela teoria psicanalítica de Freud e de outras correntes da psicologia e tem como tema o mundo interior. É também chamada de prosa “de sondagem psicológica”. Os principais autores são: Lúcio Cardoso e Dionélio Machado. GRACILIANO RAMOS: o mestre das palavras secas – o regionalismo universalista e psicológico. 1. De maneira geral, sus romances caracterizam-se pelo inter-relacionamento entre as condições sociais e a psicologia das personagens; ao que se soma uma linguagem precisa , “enxuta” e despojada, de períodos curtos mas de grande força expressiva. 2. A linguagem constrói o olhar realista: econômica, despojada, misturando o academicismo do narrador com o coloquialismo das personagens. 3. As personagens e o meio social poderoso: jagunço X proprietário rural. 4. Revelação do íntimo das personagens mostrando sua deterioração provocada por situações traumáticas. 5. Processo de zoomorfização do homem através de uma análise psicológica profunda. 6. O cuidado com as palavras. 7. Retrato da destruição individual (São Bernardo). 8. A desumanização provocada pelo meio: o sertão nordestino e a agruras do meio que ofende homens e animais JOSÉ LINS DO REGO: lembranças de um menino de engenho. 1. Criador do chamado ciclo da cana-de-açúcar na literatura de 30 do nosso Modernismo. 2. Recordações da infância de um menino criado na fazenda do avô. 3. Linguagem construída para dar veracidade às cenas e às personagens. 4. Realidade econômica do Nordeste canavieiro e a passagem da economia agraria, da cana, para o processo de industrialização. 5. Narrativas memorialistas em que as lembranças pessoais estão na base de sua criação romanesca.
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JORGE AMADO: retrato da diversidade econômica e cultural da Bahia.
EXERCÍCIOS DE REVISÃO 01) Atente para a estrofe abaixo, de Carlos D. de Andrade.
1. 2.
A miscigenação racial e cultural do Brasil. A emoção, o sentimento e o apelo ao popular através de enredos simples, destacando a presença da mulher, mostrando uma fusão entre o romântico e o erotismo. A malicia, a sensualidade e o bom humor dão um sabor picante às cenas em suas obras e constituem também fatores determinantes do grande sucesso do autor. Subcultura negra e luta de classes, barqueiros, pescadores, o povo e suas tradições e misticismo, o candomblé, meninos de rua como menores delinquentes, temas socialistas, a temática do cacau e a luta pela posse de terras no sul da Bahia, coronelismo, humor através de cenas populares e malandragens de gente do povo, as lutas politicas, a vitória da modernidade sobre o
Não faças versos sobre acontecimentos. Não há criação nem morte perante à poesia Diante dela, a vida é um sol estático. Não aquece nem ilumina.”
medievalismo econômico, a Bahia pitoresca, mulheres sedutoras, inteligentes e lindas que provocam transformação em seu meio social e físico.
02) (ENEM 2006)- Observe o texto abaixo para responder as questões que se seguem:
3.
4.
RACHEL DE QUEIROZ: Um olhar feminino para o sertão. 1. A vida dura do Nordeste e dos retirantes na seca. 2. A seca como motivo literário. Militante comunista. 3. Linguagem simples como a gente do Nordeste e a focalização da tragédia humana desencadeada pelo clima da região. 4. Inserida no Modernismo (Romance de 30), a prosa regionalista de Rachel de Queiroz retrata, numa linguagem enxuta e viva, o Nordeste, mais precisamente o Ceará. A autora consegue aliar a preocupação social (flagelo da seca e coronelismo) à preocupação com os traços psicológicos das personagens. ÉRICO VERÍSSIMO: O interprete dos gaúchos no romance de 30. 1.
2.
3.
4. 5.
Retrato da classe média gaúcha e preocupação com a crise espiritual e moral do homem e da sociedade em que vive. Investiga a relação entre o presente degradado por crises e revoluções e o passado histórico marcado pelo heroísmo do povo gaúcho na defesa de seu território. Em O tempo e o vento, o autor aborda o mítico, o histórico e o social em que mostra a formação de um povo através de uma saga familiar. Temas políticos. Veia humanística em que explora as angustias e os conflitos vividos pelo homem em um mundo francamente em crise.
DIONÉLIO MACHADO: as angustias do homem comum. 1.
2. 3. 4.
Autor conhecido pela sua obra Os ratos, em que trata de uma estranha narrativa que relata minuciosamente as 24 horas da vida de um funcionário público. Ficção social que mostra o homem urbano e seus conflitos pessoais. Estilo seco, enxuto, que transmite ao leitor o pavor e a angustia de um homem comum. A crise econômica que afeta o homem e a busca de soluções para sobreviver.
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Uma das constantes na obra de Drummond, como se verifica nos versos acima, é: a) a louvação do homem social b) o negativismo destrutivo c) a violação e desintegração da palavra d) o questionamento da própria poesia e) o pessimismo lírico
Motivo Eu canto porque o instante existe e a minha vida está completa. Não sou alegre nem sou triste: sou poeta. Irmão das coisas fugidias Não sinto gozo nem tormento. Atravesso noites e dias no vento. Se desmorono ou se edifico, se permaneço ou me desfaço, - não sei, não sei. Não sei se fico ou passo. Sei que canto. E a canção é tudo. Tem sangue eterno a asa ritmada. E um dia sei que estarei mudo: - mais nada. Assinale a INCORRETA em relação ao poema acima: a) o tema do texto é a indiferença da autora diante das coisas passageiras, presa á busca da essência. b) a ideia central do poema é a da imobilidade, que se configura até na sua construção, marcada pelo ritmo monótono, idêntico nas quatro estrofes. c) a ideia do movimento, surgidas pelas palavras “instante”, “coisas fugidias”, pouco significa diante da imobilidade essencial que o instante sugere, porque a autora diz que não sabe “se fica ou se passa”, e mover-se ou não se mover nada significam. d) a posição do poeta pode ser considerada estoica, ou seja, resignada. e) Cecília Meireles é herdeira do Simbolismo, pela espiritualidade, sugestão, pelos ritmos breves e musicalizados.
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“O homem cospe no chão. Ele está bêbedo mas Antônio Balduíno o empurra com força e ele se estatela no cimento. Depois o negro limpa as mãos e começa a pensar no motivo por que este homem insulta assim os negros. A greve é de condutores de bondes, dos operários das oficinas de força e luz, da companhia telefônica. Tem até muito espanhol entre eles, muito branco mais alvo que aquele. Mas todo pobre agora já virou negro, é o que lhe explica Jubiabá. 03) (ENEM 2009)- A frase “Mas todo pobre agora virou negro”, que serve de argumento a Jubiabá, sugere, no contexto dado, que: a) os negros libertos se equiparam aos brancos. b) os grevistas são, em sua maioria, negros. c) na condição de pobreza, já não se distinguem brancos e negros. d) agora os brancos é que são os escravos. e) os trabalhadores negros são mais pobres que os brancos. Textos para as questões 04 e 05 Texto I Agora Fabiano conseguia arranjar as idéias. O que o segurava era a família. Vivia preso como um novilho amarrado ao mourão, suportando ferro quente. Se não fosse isso, um soldado amarelo não lhe pisava o pé não. (...) Tinha aqueles cambões pendurados ao pescoço. Deveria continuar a arrastá-los? Sinha Vitória dormia mal na cama de varas. Os meninos eram uns brutos, como o pai. Quando crescessem, guardariam as reses de um patrão invisível, seriam pisados, maltratados, machucados por um soldado amarelo. Graciliano Ramos.Vidas Secas. São Paulo: Martins, 23.ª ed., 1969, p. 75
Texto II Para Graciliano, o roceiro pobre é um outro, enigmático, impermeável. Não há solução fácil para uma tentativa de incorporação dessa figura no campo da ficção. É lidando com o impasse, ao invés de fáceis soluções, que Graciliano vai criar Vidas Secas, elaborando uma linguagem, uma estrutura romanesca, uma constituição de narrador em que narrador e criaturas se tocam, mas não se identificam. Em grande medida, o debate acontece porque, para a intelectualidade brasileira naquele momento, o pobre, a despeito de aparecer idealizado em certos aspectos, ainda é visto como um ser humano de segunda categoria, simples demais, incapaz de ter pensamentos demasiadamente complexos. O que Vidas Secas faz é, com pretenso não envolvimento da voz que controla a narrativa, dar conta de uma riqueza humana de que essas pessoas seriam plenamente capazes. Luís Bueno. Guimarães, Clarice e antes. In: Teresa. São Paulo: USP, n.°2, 2001, p. 254.
04) (ENEM 2001)- A partir do trecho de Vidas Secas (texto I) e das informações do texto II, relativas às concepções artísticas do romance social de 1930, avalie as seguintes afirmativas. I O pobre, antes tratado de forma exótica e folclórica pelo regionalismo pitoresco, transforma-se em protagonista privilegiado do romance social de 30. II A incorporação do pobre e de outros marginalizados indica a tendência da ficção brasileira da década de 30 de tentar superar a grande distância entre o intelectual e as camadas populares.
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III Graciliano Ramos e os demais autores da década de 30 conseguiram, com suas obras, modificar a posição social do sertanejo na realidade nacional. É correto apenas o que se afirma em a) I b) II c) III d) I e II e) II e III 05) (ENEM 2001)- No texto II, verifica-se que o autor utiliza a)
linguagem predominantemente formal, para problematizar, na composição de Vidas Secas, a relação entre o escritor e o personagem popular. b) linguagem inovadora, visto que, sem abandonar a linguagem formal, dirige-se diretamente ao leitor. c) linguagem coloquial, para narrar coerentemente uma história que apresenta o roceiro pobre de forma pitoresca. d) linguagem formal com recursos retóricos próprios do texto literário em prosa, para analisar determinado momento da literatura brasileira. e) linguagem regionalista, para transmitir informações sobre literatura, valendo-se de coloquialismo, para facilitar o entendimento do texto. Texto I Logo depois transferiram para o trapiche o depósito dos objetos que o trabalho do dia lhes proporcionava. Estranhas coisas entraram então para o trapiche. Não mais estranhas, porém, que aqueles meninos, moleques de todas as cores e de idades as mais variadas, desde os nove aos dezesseis anos, que à noite se estendiam pelo assoalho e por debaixo da ponte e dormiam, indiferentes ao vento que circundava o casarão uivando, indiferentes à chuva que muitas vezes os lavava, mas com os olhos puxados para as luzes dos navios, com os ouvidos presos às canções que vinham das embarcações... AMADO, J. Capitães da Areia. São Paulo: Companhia das Letras, 2008 (fragmento).
Texto II À margem esquerda do rio Belém, nos fundos do mercado de peixe, ergue-se o velho ingazeiro – ali os bêbados são felizes. Curitiba os considera animais sagrados, provê as suas necessidades de cachaça e pirão. No trivial contentavam-se com as sobras do mercado. TREVISAN, D. 35 noites de paixão: contos escolhidos. Rio de Janeiro: BestBolso, 2009 (fragmento)
06) (ENEM 2010)- Sob diferentes perspectivas, os fragmentos citados são exemplos de uma abordagem literária recorrente na literatura brasileira do século XX. Em ambos os textos, a) a linguagem afetiva aproxima os narradores dos personagens marginalizados. b) a ironia marca o distanciamento dos narradores em relação aos personagens. c) o detalhamento do cotidiano dos personagens revela a sua origem social. d) o espaço onde vivem os personagens é uma das marcas de sua exclusão. e) a crítica à indiferença da sociedade pelos marginalizados é direta
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AULA 06: O MODERNISMO DE 45 – Linguagem e temática geral da produção literária – Crítica social, intimismo e metalinguagem Os poetas brasileiros da geração de 45 querem marcar sua identidade poética. Formaram, portanto, um grupo de poetas que procurava uma inspiração sem compromisso com as reformas poéticas da geração da Semana de Arte Moderna. Esses poetas propunham um retorno à poesia tradicional, formalista e universal. João Cabral de Melo Neto, Geir Campos, Ledo Ivo, Ferreira Gullar, entre outros, participaram inicialmente do grupo e depois seguiram seus próprios caminhos. Com o fim da Segunda Guerra, a Europa começou o lento processo de reconstrução em meios aos destroços humanos e políticos. A Guerra Fria, iniciada com a ameaça de uma hecatombe nuclear, dividiu o mundo em dois blocos: um capitalista, liderado pelos Estados Unidos, e outro socialista, sob o comando da ex-União Soviética. Eis os principais fatos históricos ligados à época: 1. 2. 3. 4. 5.
6.
Ilegalidade do Partido Comunista Brasileiro. Enfraquecimento da ditadura de Vargas e sua destituição do poder pelos militares que o haviam posto no poder. Em 1946, Eurico Gaspar Dutra assume a presidência. Em 1951, Getúlio Vargas, idolatrado pelo povo, que o via como o “Pai dos pobres”, voltou ao poder. Suicídio de Vargas em 24 de agosto de 1954, repercussão popular à morte de Vargas e o recuo dos conservadores e militares e a convocação para eleições diretas que colocaram no poder Juscelino Kubitschek. Processo de industrialização da era JK, o Brasil Grande, a construção de Brasília, processo de urbanização e êxodo rural.
O cenário cultural refletia esse quadro de mudanças. As chanchadas da Atlântida e a criação do TBC (Teatro Brasileiro de Comédia) tornaram conhecidos grandes atores, muitos dos quais ficaram bastante populares: Oscarito, Grande Otelo, Dercy Gonçalves, Tônia Carrero, Fernanda Montenegro, Walmor Chagas, só para mencionar os mais conhecidos. Foi um período de grande publicação cinematográfica. Poetas, prosadores e artistas em geral, ajustando-se ao mundo pós-guerra, já tinham total liberdade de usar as formas que quisessem e a temática que lhes parecesse mais adequada para interpretar a vida e o nosso país. Com tal liberdade, até a rima poderia voltar aos poemas - e voltou. Por que não? Diziam os poetas. E, embora esse retorno fosse uma espécie de retrocesso da forma, falava-se muito em desenvolvimento e progresso. Os avanços sociais e tecnológicos pipocavam no mundo todo e (é compreensível) havia uma postura entusiasmada em todas as sociedades -norte-americana, europeia e japonesa: todas em reconstrução. É fácil entender, então, por que se volta a falar em "nacionalismo" e por que se volta a valorizar a arte regional e popular em todos os cantos. A PRODUÇÃO DA FASE DE 45 DO MODERNISMO: características gerais. 1. 2.
3.
Preocupação com a materialidade do texto poético (sons, ritmos, rimas, disposição do verso na pagina, etc.) Retomadas de formas clássicas como maneira de definir os limites entre o poético, fundamentado no trabalho com a forma e o não poético, associado ao mero registro do elemento prosaico do cotidiano. Incorporação à poesia de ideias relacionadas à multiplicidade, à materialidade e à fragmentação da
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sociedade pós-moderna, renovação estética, valorização da técnica de composição e busca de temas relacionados ao social, moral e politico. 4. Na prosa: exploração da linguagem como matéria prima do texto, reinventado a linguagem e a sintaxe, ruptura com a estrutura da narrativa tradicional, mergulho no íntimo do ser humano, através do fluxo de consciência e da introspecção psicológica. 5. Ampliação das possibilidades de significação do texto literário. 6. Revisão da função do narrador. 7. Ampliação do regionalismo, criando um significado universal, em que se processam temas ligados a todos os seres humanos, abordando um mundo repleto de temores, receios, medos, crenças e fraquezas. 8. Reflexões sobre grandes questões universais que atormentam o ser humano: o bem e o mal, a sanidade e a loucura, o certo e o errado, o amor e a morte, o acaso e o destino. 9. Investigação dos processos que tornam o ser humano único, que lhe dão identidade. 10. O ser humano se descobrindo através de momentos epifânicos em que se reconhecem e se reavaliam questionando a sua submissão às expectativas familiares e sociais. 11. A literatura deve ter, para esses escritores, objetivos profundos e universalistas, fazendo refletir e questionar um sentido para a vida e, principalmente, sobre o destino do homem na vida. Nesse sentido, o escritor não deve ser passivo, em que apenas recolha os dados da realidade, mas deve ser ativo, estando no mundo através de uma presença ativa em constante comunicação com que o cerca. 12. Criação de uma prosa que utiliza-se de resgates de termos arcaicos, criação de neologismos, tentativa de fugir dos clichês, reconstrução da fala regional criando ritmos inesperados, inversões surpreendentes, imagens delicadas e breves. Portanto, a poesia dessa geração trouxe ao cenário das discussões literárias a seguinte proposição: a poesia é a arte da palavra. Esse principio implicava a alteração de pontos de vista da poesia de 30, que já tinha sido social, politica, religiosa e filosófica. Por conta da extrema preocupação com a forma, chegou a ser chamada de neoparnasiana. O estilo culto e levado vai fazer parte da poesia de alguns desses autores, como é o caso de João Cabral de Melo Neto, conforme veremos na próxima aula. Na prosa, o conto e o romance ganham novos destaques, a profundando a sondagem psicológica das personagens, uma ampliação do regionalismo de 30 agora tomando rumos mais experimentais, o espaço urbano também passando a ser objeto de enfoque. RESUMINDO Características: - Regionalismo universal; - Objetividade; - Aprofundamento do questionamento do “eu” e da análise psicológica; - Intimismo; - Prosa de introspecção psicológica; - Presença de neologismos; - Realismo mágico e fantástico; - Neoparnasianismo; - Intertextualidade; - Uso constante da metalinguagem.
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A PRODUÇÃO LITERÁRIA DA GERAÇÃO DE 45: a poesia e a prosa Estudo da poética de “João Cabral de Melo Neto” – a arquitetura do poema e a preocupação social e humana e os problemas do Nordeste. João Cabral de Melo Neto inaugurou um novo modo de fazer poesia em nossa literatura. A essência de sua atividade poética mostra a tentativa de desvendar os elementos concretos da realidade, que se apresentam como um desafio para a inteligência do poeta. Sempre guiado pela lógica, pelo raciocínio, seus poemas evitam análise e exposição do “eu” e voltam-se para o universo dos objetos, das paisagens, dos fatos sociais, jamais apelando para o sentimentalismo. Por isso, o prazer estético que sua poesia pode provocar deriva sobretudo de uma leitura racional, analítica, não do envolvimento emocional com o texto. A base de seu fazer poético é, na verdade, o planejamento, a reflexão sobre o próprio processo de composição. Esses aspectos são os seus pontos de contato com a geração de 1945, mas sua preocupação em buscar extrair a máxima significação de cada palavra e a qualidade literária de seus poemas foram também os fatores que o projetaram para fora dela e fizeram com que o poeta alcançasse uma importância muito grande para a literatura brasileira do século XX. Ao lado de uma poesia formal, técnica e preparada, João Cabral insere em seus versos um cenário essencialmente nordestino, com muitas referências à zona da mata e ao sertão. A aridez dos espaços do Nordeste, onde se criou, faz de sua poesia uma forma de fidelidade às suas origens. Conforme o poeta mesmo definiu, a linguagem que utiliza aparece despida de ornamentos, como se fosse uma espécie de “faca só lâmina”, como aponta um de seus poemas. Poética do não-eu, poética das coisas, dos objetos, da pedra – educar-se pela pedra, nortear-se por ela, fazê-la musa e mestra, com forte anseio de despoetizar o poema – “sem poetizar seu poema”, tudo isso faz da poesia de JCMN uma ausência de emoção e rejeição à melodia. Sua obra “O Engenheiro”, o poeta se volta para a visualização na poesia, com predominância de um ideal de rigor métrico e versos nominais. É ainda o desdobramento de Pedra do Sono, mas o dado novo é a definição de uma perspectiva racional, do ideal de um projeto geométrico de construção de seus poemas, surgindo assim, uma atitude de racionalização das emoções. A ênfase participante se desdobrará em “O Rio” e “Morte e Vida Severina”. Ressalta-se na redundância, na duplicação de palavras e ritmos, o poema sugere a cadência da prosa e a monotonia das águas barrentas do Capibaribe, cão sem pêlo ou pluma, reduzido só a detritos e lama. “Morte e vida severina”, sua obra mais conhecida, é um poema narrativo subintitulado auto de Natal pernambucano, que trata da caminhada de um retirante - Severino - do sertão até a zona litorânea, em busca de condições para sobreviver à seca. A semelhança com um auto natalino ocorre no final, quando, ao presenciar o nascimento de uma criança, o retirante renuncia à intenção de matar-se. Nessa obra JCMN registra o combate entre as forças vitais e o impulso à destruição que convivem no herói Severino, que, ao fugir do sertão, acaba sendo espectador de mortes, tanto de pessoas quanto da paisagem, em consequência das injustiças sociais que acabam por marginalizar os camponeses nordestinos.
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Estudo dos autores da prosa: Guimarães Rosa e Clarice Lispector – Experimentalismo linguístico, regionalismo e fluxo de consciência. 1.
CLARICE LISPECTOR: a busca incansável identidade através da sondagem psicológica.
da
Pertencente à Geração de 45 do Modernismo, cujo contexto histórico, tanto mundial, quanto nacional, favoreceu a realização de uma pesquisa mais profunda em torno da linguagem, Clarice teve como característica marcante em sua obra a ênfase dada ao contorno psicológico das personagens. Para tanto, a autora utiliza o fluxo de consciência, recurso que vai além da análise psicológica, quebrando os limites espaço-temporais que tornam a obra verossímil. Um outro ponto importante a ser salientado acerca da autora de Água Viva é a epifania, espécie de instante de revelação vivenciado por suas personagens. Tal acontecimento se concretiza a partir do momento em que suas protagonistas se deparam com uma determinada situação cotidiana, mergulhando, assim, em um profundo fluxo de consciência , e desse modo, passam a enxergar o mundo a partir de uma perspectiva muito particular. Sintetizando as características da narrativa de Clarice Lispector:
1.
Narrativas que tratam da condição feminina, da dificuldade de relacionamento humano, da hipocrisia dos papeis sociais, da busca pelo “eu”. 2. Esmiuçamento dos processos interiores do ser humano. 3. O cotidiano e o ser humano inserido no mundo da roda viva do dia-a-dia e deparando-se com determinado evento ate chegar em um momento de epifania (revelação, iluminação em que toma consciência da realidade). 4. A autodescoberta de sua personagem durante o enredo de suas narrativas. 5. Personagens em busca de se libertar da opressão social. 6. Metáforas incomuns e questionamentos filosóficos e metafísicos. 7. Presença constante de monólogos interiores e discursos narrativos que buscam a criação de uma suprarrealidade pessoal e poética (prosa poética intimista, de forte influencia de James Joyce e de Virginia Woolf). 8. Busca constante de libertação e de mudanças na maneira de viver por parte das personagens que, no fundo, são a própria Clarice. 9. Consciência da própria solidão, ao perceber que “o inferno são os outros”, como disse Sartre, de Heidegger. 10. Descoberta e revelação de si mesmo, busca do significado da vida, escolhas dos próprios caminhos, convivência com a náusea e com a angustia das próprias limitações, adaptação ao mundo e busca de um lugar para si.
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2.
GUIMARÃES ROSA: o descobridor do sertão universal Guimarães Rosa transforma o regionalismo da geração de 30. As marcas regionais são evidentes nos termos utilizados, na recriação da fala do sertanejo e dos jagunços e de vaqueiros do interior de Minas. As questões tematizadas, porém, vão muito além de uma perspectiva regional. Em suas narrativas, Rosa fala dos grandes dramas humanos: a dor, a morte, o ódio, o amor, o medo. Indagações filosóficas aparecem na boca de homens simples, incultos, deixando claro que os grandes fantasmas da existência podem ser identificados em qualquer lugar, desde um grande centro urbano até um minúsculo vilarejo nos sertões das Gerais. Essa incansável busca de respostas para as angustias humanas faz com que o regionalismo, na ficção de Guimarães Rosa, ganhe uma dimensão universal. Acompanhar a trajetória de Riobaldo, personagem de Grande sertão, veredas, significa aprender que o sertão “está em toda parte”. Em seus contos e novelas emerge um mundo sempre marcado pelo confronto de opostos: o arcaico e o moderno, o rural e o urbano, o oral e o escrito. A infância, o amor, a violência e o misticismo aparecem como temas de grande interesse em suas narrativas. A sanidade e a loucura aparecem em seus personagens como forma de refletir sobre a profundidade do “Ser”. A capacidade de apresentar o olhar infantil que aparece em alguns de seus contos. Sintetizando as características da narrativa de Guimarães Rosa: 1. 2. 3. 4. 5. 6.
7.
Regionalismo universalista e renovação da linguagem. Simbiose entre a linguagem padrão e o linguajar regional trabalhado esteticamente. Musicalidade, ritmo e harmonia fundindo prosa e poesia. Invenções léxicas, através, por exemplo, do neologismo, utilizando prefixos, sufixos, justaposições e aglutinações. Construção de frases e períodos com onomatopeias, aliterações, anáforas e sinestesias. Dualismo linguístico que se manifesta na associação do falar sertanejo com a linguagem de cunho erudito (arcaísmos, estrangeirismos, neologismos cultos) Emprego de frases exclamativas, truncadas e interrogativas: repetição de palavras, uso de partículas expletivas.
COMENTÁRIODE “GRANDE SERTÃO, VEREDAS”, SUA OBRA PRIMA A obra, uma das mais importantes da literatura brasileira, é elogiada pela linguagem e pela originalidade de estilo presentes no relato de Riobaldo, ex-jagunço que relembra suas lutas, seus medos e o amor reprimido por Diadorim . É considerado uma das mais significativas obras da literatura brasileira. Publicada em 1956, inicialmente chama atenção por sua dimensão – mais de 600 páginas – e pela ausência de capítulos. Guimarães Rosa fundiu nesse romance elementos do experimentalismo linguístico da primeira fase do modernismo e a temática regionalista da segunda fase do movimento, para criar uma obra única e inovadora. Duas grandes guerras são narradas em Grande Sertão: Veredas. A primeira é protagonizada pelos líderes Joca Ramiro, Sô Candelário, Titão Passos, João Goanhá, Ricardão e Hermógenes contra Zé Bebelo e os soldados do governo. Apanhado, Zé Bebelo é julgado pelo tribunal composto dos líderes citados, dos quais Joca Ramiro é o chefe supremo. Hermógenes e Ricardão são favoráveis à pena capital. No fim do julgamento, porém, Joça Ramiro sentencia a soltura de Zé Bebelo, sob a condição de que ele vá para Goiás e não volte até segunda ordem. Nesse ponto,
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a primeira guerra chega ao fim. A paz, então, estabelece-se em todo o sertão. Até que, depois de longo período de bonança, aparece um jagunço chamado Gavião-Cujo, desesperado, e anuncia: “Mataram Joca Ramiro!...” Começa, então, a segunda guerra, organizada sob novas lideranças: de um lado Hermógenes e Ricardão, assassinos de Joca Ramiro e traidores do bando; de outro, Zé Bebelo – que retorna para vingar a morte de seu salvador, chefiando o bando de Riobaldo e Diadorim – com os demais chefes. A segunda guerra termina no fim do romance, na batalha final no Paredão, na qual morre Hermógenes. 01) (ENEM-1999) Leia o que disse João Cabral de Melo Neto, poeta pernambucano, sobre a função de seus textos: "FALO SOMENTE COMO O QUE FALO: a linguagem enxuta, contato denso; FALO SOMENTE DO QUE FALO: a vida seca, áspera e clara do sertão; FALO SOMENTE POR QUEM FALO: o homem sertanejo sobrevivendo na adversidade e na míngua. FALO SOMENTE PARA QUEM FALO: para os que precisam ser alertados para a situação da miséria no Nordeste." Para João Cabral de Melo Neto, no texto literário, a) a linguagem do texto deve refletir o tema, e a fala do autor deve denunciar o fato social para determinados leitores. b) a linguagem do texto não deve ter relação com o tema, e o autor deve ser imparcial para que seu texto seja lido. c) o escritor deve saber separar a linguagem do tema e a perspectiva pessoal da perspectiva do leitor. d) a linguagem pode ser separada do tema, e o escritor deve ser o delator do fato social para todos os leitores. e) a linguagem está além do tema, e o fato social deve ser a proposta do escritor para convencer o leitor ” Lóri estava suavemente espantada. Então isso era a felicidade. De início se sentiu vazia. Depois seus olhos ficaram úmidos: era felicidade, mas como sou mortal, como o amor pelo mundo me transcende. O amor pela vida mortal a assassinava docemente, aos poucos. E o que é que eu faço? Que faço da felicidade? Que faço dessa paz estranha e aguda, que já está começando a me doer como uma angústia, como um grande silêncio de espaços? A quem dou minha felicidade, que já está começando a me rasgar um pouco e me assusta. Não. Não quero ser feliz. Prefiro a mediocridade. Ah milhares de pessoas não têm coragem de pelo menos prolongar-se um pouco mais nessa coisa desconhecida que é sentir-se feliz e preferem a mediocridade. Ela se despediu de Ulisses quase correndo: ele era o perigo “ Clarice Lispector. Uma aprendizagem ou o Livro dos prazeres
02) (ENEM 2007)- Considere as seguintes características de estilo: I Exacerbação do momento interior, que a escritora explora de modo a produzir, pela intensa autoanálise da personagem, uma nova e aguda consciência da vida. II Transfiguração da realidade pela analise psicológica da reação da personagem, que se objetiva na descrição exterior dos fatos narrados. III Emprego de uma técnica própria de descrição intimista, que se alinha com um projeto de educação existencial, traço marcante da obra de Clarice. Identificam-se no texto as características apontadas em: a) I e II b) I e III c) II e III d) I, somente e) II, somente
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Senhor! quando avistou o peru, no centro do terreiro, entre a casa e as árvores da mata. o peru, imperial, dava-lhe as costas, para receber sua admiração. estalara a cauda, e se entufou, fazendo roda: o rapar das assas no chão - brusco ; rijo, - se proclamara. grugulejou, sacudindo o abotoado grosso de bagas rubras; e a cabeça possuía laivos de um azul-claro, raro, de céu e sanhoças; e ele, completo, torneado, redondoso, todo em esferas e planos, com reflexos de verdes metais em azul-e-preto - o peru para sempre. belo, belo! tinha qualquer coisa de calor, poder e flor, um transbordamento. sua ríspida grandeza tonitruante. sua colorida empáfia. satisfazia os olhos, era de tanger trombeta. colérico, encachiado, andando, gruziou outro gluglo. o menino riu, com todo o coração. mas só bis-viu, já o chamavam para passeio. 03) (ENEM 2007)- O trecho anterior, do conto As margens da alegria, de Guimarães Rosa, apresenta os seguintes dados estilísticos característicos da obra do autor, exceto a) b) c) d) e)
“Grugulejou”: uso de neologismo. “Tinha qualquer coisa de calor, poder e flor”: presença de imagens poéticas. “Sua rispida grandeza tonitruante”: quebra de logica sintática. “O menino riu, com todo o coração”: exposição do sentimentalismo excessivo. “Belo, belo!”: interferência do dicurso indireto livre.
04) Era uma velha sequinha que, doce e obstinada, não parecia compreender que estava só no mundo. Os olhos lacrimejavam sempre, as mãos repousavam sobre o vestido preto e opaco, velho documento de sua vida. No tecido já endurecido encontravam-se pequenas crostas de pão coladas pela baba que lhe ressurgia agora em lembrança do berço.
b) c) d) e)
As personagens estão constantemente chorando a perda de um ente querido. O menor abandonado é objeto de paixão e solidariedade. O estilo naturalista é marcado pelas referencias à decomposição da matéria. As personagens, envolvidas em seu próprio mundo, estranham ou ignoram o mundo circundante. As mulheres, em geral, aspiram a entrar no mercado de trabalho.
05) (UEPB-2009)- leia as assertivas abaixo a respeito da obra de João Cabral de Melo Neto. I- Poesia de profunda consciência formal, que conseguiu aliar as conquistas poéticas do Modernismo a uma reflexão sobre a realidade social brasileira, sobretudo do homem nordestino. II- Filiou-se à Geração de 45, sendo um de seus principais expoentes e o grande disseminador de seus pressupostos estéticos e ideológicos. III- Opôs-se ao lirismo sentimental, dominante na história da poesia brasileira, e construiu uma poesia impessoal, com o intuito de alcançar pela palavra a dimensão mais concreta possível da realidade. a) b) c) d) e)
“E se somos Severinos iguais em tudo na vida, morremos de morte igual mesma morte severina. ................................................. mesmo quando é de uma explosão como a de há pouco, franzina mesmo quando é a explosão de uma vida severina.” (NETO, João Cabral de Melo. Morte e vida Severina)
06) (ENEM 2009)- Nestes versos de “Morte e Vida Severina”, obra de João Cabral de Melo Neto, o adjetivo “severina” assume um significado conotativo. Indique nas afirmativas abaixo aquela que NÃO corresponde a uma possibilidade de interpretação do vocábulo em foco: a)- sugere a desdita dos retirantes nordestinos, fatalmente atingidos pela mesma sorte: nascer e morrer de fome b)- qualifica a morte de muitos retirantes, expulsos de suas terras pela seca c)- refere-se à luta dos retirantes, contra a fome que mata impiedosamente, às suas reivindicações, à força da morte d)- atribui qualidades aos retirantes, à sua morte heroica e anônima, qualidade de uma raça despojada de tudo, mas perpetuada pelo milagre da fé e)- é sinônimo de vida árida, sofrida e de morte comum aos homens, retirantes do sertão mar e o canavial
Pelo fragmento citado, percebe-se que, na obra de Clarice Lispector: a)
Leia com atenção o trecho abaixo:
O que o mar sim aprende do canavial: a elocução horizontal de seu verso; a geórgica de cordel, ininterrupta, narrada em voz e silêncio paralelos. O que o mar não aprende do canavial: a veemência passional da preamar; a mão de pilão das ondas na areia, moída e miúda, pilada do que pilar. O que o canavial sim aprende do mar: o avançar em linha rasteira da onda; o espraiar-se minucioso,de líquido, alagando cova a cova onde se alonga. O que o canavial não aprende do mar: desmedido do derramar-se da cana; o comedimento do latifúndio do mar, que menos lastradamente se derrama. MELO NETO. J.C. A educação pela pedra. Rio de Janeiro: Alfaguara/Objetiva, 2009.
Apenas II é correta. Apenas I e III são corretas. Apenas III é correta. Todas são corretas. Nenhuma é correta.
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07) (UEPB)- Com base no poema “O mar e o canavial” NÃO é correto afirmar:
ANOTAÇÕES
a) Demonstra o interesse do poeta pela construção de uma poesia voltada para a realidade em seus aspectos não subjetivos, o que o filiou à tendência construtivista da pintura moderna que teve em Piet Mondrian e Joan Miró dois pintores dos mais admirados pelo poeta. b) Os versos “a elocução horizontal de seu verso” e “narrada em voz e silêncios paralelos” refletem uma das principais características da poesia cabralina, a reflexão sobre o próprio fazer poético. c) Trata-se de um poema de forte carga visual, recorrente na poética do autor, que o transformou num dos principais precursores da poesia concreta, ao qual o poeta concretista Haroldo de Campos chamou de “o geômetra engajado”. d) Como era comum nos poemas da geração de 45, “O mar e o canavial” postula um olhar universalizante, não intimista e passional, questionando a tradição da poesia nordestina muita presa à região. e) Tematiza o nordeste brasileiro aliando a temática do romance de 30 e seu interesse pelos problemas sociais e humanos da região a uma recusa do olhar intimista e subjetivo deste mesmo nordeste, presente em alguns romances regionalistas. O sertanejo falando A fala a nível do sertanejo engana: as palavras dele vêm, como rebuçadas (palavras confeito, pílula), na glace de uma entonação lisa, de adocicada. Enquanto que sob ela, dura e endurece o caroço de pedra, a amêndoa pétrea, dessa árvore pedrenta (o sertanejo) incapaz de não se expressar em pedra. Daí porque o sertanejo fala pouco: as palavras de pedra ulceram a boca e no idioma pedra se fala doloroso; o natural desse idioma fala à força. Daí também porque ele fala devagar: tem de pegar as palavras com cuidado, confeitá-la na língua, rebuçá-las; pois toma tempo todo esse trabalho. 08) (ENEM-SR)- Com relação ao poema acima, assinale o FALSO. a)
b)
c)
d)
e)
Ao mesmo tempo em que o poeta expressa o falar sertanejo, algumas marcas da oralidade da língua denuncia esse falar na própria poesia. Propositalmente, o poema reitera expressões como “pedra”, “pétrea”, “pedrenta”, como forma de mostrar a dificuldade de expressão do sertanejo. A metáfora “árvore pedrenta” mimetiza a fertilização fecunda representada pelo sertanejo em seu eterno florir de palavras duras e enxutas. Para o poeta, a capacidade do sertanejo se limita a expressar-se através da dureza, daí a expressão “incapaz de não se expressar em pedra”. Educar o sertanejo é um desafio, já que as palavras devem ser “adocicadas” de maneira lenta e sutil, como se fossem degustadas e selecionadas pelo seu sabor e peso, por isso a dificuldade desse processo.
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QUÍMICA LITERATURA
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QUÍMICA
AULA 01: HISTÓRIA DA LÍNGUA ESPANHOLA
ESPANHOL
Antes da chegada dos romanos os povos peninsulares falavam línguas indo-européias. A língua espanhola surge na península ibérica proveniente do latim vulgar. Os primeiros registros datam do século XII, em notas de textos escritos em latim chamados de glosas emilianenses. A prosa espanhola surge durante o reinado de Afonso x, o sábio (1252-1258). Afonso o sábio além de rei era poeta e escreveu uma enciclopédia, em espanhol, chamada las partidas contendo: regras de xadrez, receitas, crônicas e leis. Em 1492, Antonio de Nebrija escreveu a primeira gramática da língua espanhola. Também entre os séculos XV e XVI são escritos os primeiros dicionários de espanhol. Também em 1492, o espanhol chega a América com Cristovão Colombo. Também se fala na Espanha outras línguas com importantes literaturas são as línguas co-oficiais na Espanha: Gallego, Catalán, Vascuense, Aragonés, Asturoleonés.
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QUÍMICA
AULA 01 TEXT 01: Observe a definição do Dicionário Newbury abaixo para a palavra “passion” e responda as questões 01 e 02: pas-sion /’pæ∫ən/ n. [C;U] 1. a strong overpowering feeling, such as love, anger, or hatred: He felt such a passion that he forgot where he was. ׀׀She spoke with passion about the love of freedom. 2. strong devotion to some activity: She has a passion for painting. 3. (in Christianity) The suffering and death of Jesus.: Christians honour the Passion at Easter. passion 1 a strong emotion, intensity,fervor, ardor 2 zeal, a great love of s.t. Ants. indifference, apathy 01. Qual é a classe gramatical da palavra “passion”? a) substantivo b) verbo c) adjetivo d) advérbio e) pronome 02. Escolha a opção com a sequência adequada, conforme a numeração utilizada pelo Dicionário Newbury acima, contendo a definição do uso correto da palavra passion nas sentenças abaixo: ( ) I have a passion for speaking English. ( ) He has a strong passion for his wife. ( ) In my Mexican town, we are celebrating the Passion this week. ( ) His passion for her made him blind to everything else. ( ) Music is a passion for him a) 1; 2; 3; 2; 1 b) 2; 1; 3; 1; 2 c) 3; 1; 2; 1; 2 d) 2; 1; 2; 1; 3 e) 1; 2; 3; 1; 2 TEXT 02: Looming water crisis is simply a management problem
GLOSSARY: Dire: terrível Marred: frustrado; prejudicado Thrive: prosperar Meagre: insuficiente Guzzle: devorar com gula Looming: iminente
03. No parágrafo 02, o autor afirma que baseado em sua própria pesquisa, a situação ___________. a) deve ter sido resolvida há muito tempo. b) tem que ser prontamente negligenciada. c) poderia ter sido adiada e impedida. d) pode trazer mudanças radicais. e) provavelmente não será tão severa. 04. Ainda no parágrafo 02, o autor afirma o problema de distribuição e gerenciamento da água é ___________. a) supervalorizado. b) fundamental c) marginal. d) irrelevante. e) secundário TEXT 03:
05. Pela leitura do cartoon acima, podemos inferir que a fala de Garfield expressa uma ação_______________. a) que acontece temporariamente b) que começou e ainda não acabou c) que está prestes a ocorrer d) que ocorre cotidianamente e) que provavelmente existiria
Source: www.newscientist.com August 20th 2008 (Adapted)
Today´s focus on the credit crisis and rising prices for food and oil has temporarily put another global scarcity in the shade: water.
ANOTAÇÕES
The UN predicts that by 2025, two-thirds of us will experience water shortages, with severe lack of water blighting the lives and livelihoods of 1.8 billion. According to the UN World Water Assessment Programme, by 2050, 7 billion people in 60 countries may have to cope with water scarcity. At this year´s World Economic Forum, UN secretary-general Ban Ki-moon recommended that water scarcity should be at the top of the international agenda. “As the global economy grows, so will its thirst,” he said, warning of a future marred by conflicts over water. There is no doubt that we need to re - think how we use water, especially with the human population growing rapidly, and global warming likely to produce unpredictable patterns of rainfall and drought. Nevertheless, my own research suggests that the situation may not be as dire as many are suggesting. Nations can thrive on surprisingly meagre quantities of fresh water – provided they adopt waterefficient technologies and encourage economic activity that does not guzzle water. I believe the looming water crisis is primarily a problem of distribution and management rather than supply. And we can solve it with existing technologies, increased investment and political will.
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AULA 02
TEXTO 02:
TEXTO 01:
ANOTAÇÕES
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TEXTO 03: TEXTO 04:
ANOTAÇÕES
ANOTAÇÕES
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TEXTO 05:
AULA 03 Leia atentamente o gráfico abaixo:
01. De acordo com o gráfico acima, quando as pessoas dizem “I'm fine”, significa que a) metade delas está pedindo socorro. b) a maioria delas estão dizendo a verdade. c) todas elas devem estar muito chateadas. d) mais de 40 % delas estão emocionadas. e) muito poucas delas estão realmente felizes. 02. Em “I am rather boring”, a palavra rather é um advérbio. A opção que revela a ideia introduzida por esta palavra é a de a) oposição b) alternativa c) intensidade d) adversidade e) incondicionalidade TEXTO 01:
ANOTAÇÕES
03. O cartaz publicitário divulga a) um evento com atrações culturais e de dança, com comidas e bebidas típicas brasileiras servidas gratuitamente. b) uma apresentação de números culturais por estudantes e dançarinos de samba e forró vindos do Brasil inteiro. c) uma festa de carnaval a ser realizada em um auditório, com apresentação e aulas gratuitas de samba e forró. d) uma festa na Embaixada Brasileira em comemoração à realização das Olimpíadas e da Copa do Mundo no Brasil. e) uma comemoração festiva visando a arrecadação de fundos para os eventos esportivos e culturais a de 2014 e 2016
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TEXTO 02: How to feed a hungry world With the world's population expected to grow from 6.8 billion today to 9.1 billion by 2050, a certain Malthusian alarmism has set in: how will all these extra mouths be fed? The world's population more than doubled from 3 billion between 1961 and 2007, yet agricultural output kept pace — and current projections suggest it will continue to do so. Producing enough food for the world's population in 2050 will require a wholesale realignment of priorities in agricultural research. There is an urgent need for new seed varieties that offer higher yields but use less water, fertilizers or other inputs and are more resistant to drought, heat and pests. Equally crucial is lower-tech research into basics such as crop rotation, soil management and curbing waste – between one-quarter and one-third of the food produced worldwide is lost or spoiled. (Adaptado de Nature, n. 466, p. 531–532, jul. 2010.)
GLOSSARY: Ouput: produção Wholesale: vendas por atacado Yields: rendimentos; lucros Inputs: insumos Crop: plantações Curbing: contenção
05. Após a leitura do texto 03, podemos concluir que um título adequado para o mesmo seria a) UM COMPANHEIRO DE VIAGEM. b) PROCEDIMENTOS DE PRIMEIROS SOCORROS. c) AJUDA MÉDICA PROFISSIONAL d) KITS DE PRIMEIROS SOCORROS. e) CUIDADOS PREVENTIVOS. 06. De acordo com o texto, quando alguém parece ter parado de respirar a) uma respiração boca aboca deve ser tentada. b) apenas profissionais podem ajudar o paciente. c) todo mundo é capaz de agir sem pedir ajuda médica. d) o paciente pode ser colocado em uma cadeira confortável. e) uma reanimação cardiopulmonar deve ser iniciada imediatamente. 07. Baseado no texto, as expressions first of all / then / finally sugerem:
Com a expectativa de um crescimento populacional exacerbado para as próximas décadas, cresce a cada dia a preocupação dos estudiosos em encontrar alternativas para lidar com o inevitável. Questões como a que sugere o título do texto, precisam de respostas urgentes. O texto acima, fala em linhas gerais de um dos principais problemas que o homem vai ter que enfrentar. 04. Tomando como base a leitura do texto 02 , podemos concluir que entre 1961 e 2007 a) a população mundial manteve o seu crescimento normal, embora a produção de alimentos tenha quase triplicado. b) a população do mundo passou de 3 bilhões para mais de 9 bilhões, enquanto que a produção de alimentos diminuiu. c) a população mundial passou de 3 bilhões para quase 7 bilhões, ao passo que a produção agrícola manteve-se estável. d) a população do mundo dobrou a sua média de crescimento, assim como a sua produção agrícola, o que é bastante positivo. e) a população mundial passou de 3 bilhões para quase 7 bilhões mas as projeções de produção agrícolas são otimistas.
a) adição b) sequencia c) ênfase d) contraste e) conclusão 08. As formas verbais act - lay - ask - kneel - blow - check begin indicam, no texto, uma: a) condição b) ordem c) hipótese d) dúvida e) possibilidade ANOTAÇÕES
TEXTO 03: If a travel companion seems to have stopped breathing because of a heart attack, a stroke, or drowning, act immediately. First of all, lay the patient on a hard level surface and ask somebody to call for professional medical help. Then, kneel beside the patient and blow twice into the patient’s mouth. Finally, check the side of the patient’s neck for a pulse. If there is none, begin administering cardiopulmonary resuscitation. Cardiopulmonary resuscitation is a simple combination of chest compression and mouth-tomouth breathing. (Adapted from TRAVEL, February, 1995)
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AULA 04 TEXTO 01: Danger comes from the Forest Many different species of mosquitoes carry some of the world’s most common and most infectious diseases. Yellow fever is one of these diseases. It is often transmitted by the Haemagogus mosquito in humid forest regions and got its name from the person‟s yellowish appearance after being infected. Born in the African Continent, the fever is an old disease which came to the new world in the 16th century. It was considered a dangerous disease for a long time. Even in the past century, in 1905, an epidemic in New Orleans killed one hundred thousand people. The number of yellow fever cases in Brazil has increased in the last three years, mainly because of the ecotourism in the Amazon area where you can find the largest species of mosquitoes. (Adapted from http://www.netcolony.com/travel/brazil/riodejaneiro2.htm.,2002)
GLOSSARY: bright: brilhante wise: inteligente / sábio Lord: Senhor glowing: brilhante tiny wings: asas pequeninas Almighty: Todo Poderoso
05. ( Questão adaptada – UEPB – Ailton Motta) Os poemas fazem parte de um gênero textual bastante utilizado pelas pessoas mais sensíveis para expressar os seus sentimentos. No poema acima, o autor exalta o / a: a) ira de Deus. b) misericórdia de Deus. c) onisciência de Deus. d) piedade de Deus. e) poder de criação de Deus. 06. ( Questão adaptada – UEPB – Ailton Motta)
01. De acordo com o texto, a febre amarela a) vem de regiões muito secas b) originou-se no norte do Brasil. c) é uma doença infecciosa rara. d) destrói o ecoturismo internacional. e) matou muitas pessoas no século passado.
Pela leitura do poema de Cecil F. Alexander, deduzimos que o tom predominante do texto 02 é: a) medo b) hesitação c) Admiração d) surpresa e) dúvida
02. A passage nos conta que a) você não pode encontrar um doença antiga no novo mundo. b) houve uma epidemia de febre amarela na África no século 16. c) o Haemagogus não é o único mosquito transmissor de doenças. d) cem mil turistas visitaram a floresta Amazômica no ano passado. e) as pessoas infectadas por todos os tipos de mosquitos ficam com coloração amarelada.
07. No verso “The Lord God made them all” do poema acima, , a palavra them refere-se a: a) bright and beautiful b) sings c) the Lord God d) all creatures and all things e) colours
03. O objetivo do texto acima é: a) criticar. b) entreter. c) informar. d) anunciar. e) aconselhar. 04. Em “ the fever is an old disease which came to the new world in the 16th century.", a palavra old……………………. . a) é um substantivo. b) é uma preposição. c) funciona como verbo. d) qualifica a palavra disease. e) exerce a função de advérbio. TEXTO 02: All things bright and beautiful, All creatures great and small, All things wise and wonderful, The Lord God made them all. Each little flower that opens, Each little bird that sings, He made their glowing colours, He made their tiny wings. He gave us eyes to see them, And lips that we might tell, How great is God Almighty, Who has made all things well.
08. Em “Each little flower that opens, Each little bird that sings…”, a palavra little imprime um sentido de: a) exagero b) tamanho c) quantidade d) comprimento e) cor 09. Com relação aos verbos opens e sings, nos versos “Each little flower that opens, Each little bird that sings…”, podemos afirmar, que estes verbos em itálico estão conjugados: a) na 3ª pessoa do plural do Simple Present, respectivamente. b) respectivamente, na 1ª pessoa do singular. c) opens na 3ª pessoa do singular e sings na 3ª pessoa do plural, do Simple Present. d) ambos na 3ª pessoa do singular do Simple Present. e) ambos na 3ª pessoa do plural do Simple Past
by Cecil F. Alexander
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AULA 05
03. The text says that a) os homens tendem a experimentar ataques cardíacos antes do que as mulheres. b) o cancer de mama é o assassino número 1 das mulheres. c) os homônios protegem as mulheres com mais de 60 anos de doenças cardíacas. d) o sistema cardiovascular dos homens requer mais atenção do que o das mulheres e) as mulheres e não os homens podem gravemente afetadas por sequelas oriundas de uma falha cardíaca.
CARTOON 01:
CARTOON 02:
01. Baseado no “CARTOON” acima, podemos concluir que Henry: a) é muito pobre. b) mostra-se competitivo. c) parece bastante calmo. d) tem um semblante desconsolado. e) está preocupado com o seu futuro. 02. Ainda tomando como base o “CARTOON” acima, podemos deduzir que a) Henry não tem tanto apetite quanto o seu amigo. b) Henry tem tanto interesse em usar o computador quanto o seu amigo. c) o amigo de Henry dá menos importância ao desenvolvimento dos seus instintos. d) Henry está tão interessado quando o seu amigo em relação às profissões do futuro. e) Henry está bastante preocupado em aprimorar os seus conhecimentos.
TEXTO 01: Ask women what disease they fear most, and the vast majority will answer: breast cancer. They may even cite the ominous statistic that 1 in 8 women will develop breast cancer at some point in her life. But what most women don’t realize is that they actually have far more to fear from heart disease, which will strike 1 out of every 3. More than 2 million European women die each year of cardiovascular disease – that’s 43% of all deaths – making their hearts, not breast o cancer (with 5% of deaths annually), their N 1 killer. Women and heart disease? Better believe it. For while most people still think of cardiovascular trouble as mainly a man’s problem, the reality is that heart disease has never discriminated between the sexes. In fact, for a variety of complex reasons, the condition is more often fatal in women than in men and is more likely to leave women severely disabled by a stroke or congestive heart failure. True, women don’t usually begin showing signs until their 60s – about 10 years after men first develop symptoms. And hormones seem to have a protective role in women before menopause. But the common belief that premenopausal women are immune to heart problems is just plain wrong. In Britain alone, heart disease kills over 1,500 women younger than 45 each year. Time, August 11, 2003.
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04. O Cartoon acima nos mostra ________ a) como realmente Shakespeare está vivendo atualmente. b) uma situação real extraída de uma obra de um famoso escritor inglês. c) um fragmento de Hamlet, uma das mais famosas peças de Shakespeare. d como tão rapidamente Shakespeare foi capaz de adaptarse a novas tecnologias. e) uma situação muito engraçada inspirada em uma famosa citação de um famosos dramaturgo inglês. TEXTO 02: Brazil: Model Recycling Nation With a rate of 96.5 percent, Brazil is the world's leader in aluminum can recycling, and chances are high that it may reach the seemingly-unattainable 100. The Brazilian Aluminium Association's recycling coordinator, Henio de Nicola, attributes the success to people thinking about the recycling process "ever since the cans first arrived in Brazil in 1989." The country has social programs that aim to educate the public on environmental issues, and a strong contingent of people (more than 180,000) who collect cans all over the country, and bring them to facilities or warehouses that will buy them—places that then save significantly on costs by not having to buy so much virgin material. The effect is visible in local economies. The recycled cans provide a livelihood for more than 180,000 families, as well as business for the owners of the collecting and storage centres. Every day, over 300 people come to Armando da Costa's storage warehouse in central Rio de Janeiro, to deliver about 500 kilos of aluminium containers, especially beverage cans. The paper recycling rate in Brazil is 79.6 percent, but plastic bottles are only at about half—although that's equal to the rate of the most-recycled beverage container in the U.S. (Adapted from: http://planetgreen.discovery.com/tech-transport/brazilmodel-recyclingnation.html )
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05. O verbo may em “ it may reach the seemingly unattainable 100” (parágrafo 1) indica: a) certeza. b) probabilidade. c) condição. d) necessidade. e) conselho. 06. O coordenador de reciclagem da Brazilian Aluminium Association's atribue o successo da reclicagem de latas no Brasil ao fato de que a) as pessoas pensam no processo de reciclagem desde 1989. b) o Brasil é considerado o líder mundial em reciclagem de latas de alumínio. c) a reciclagem de latas tornou-se uma indústria improdutiva no país. d) a reciclagem no Brasil ainda é vista como uma atividade muito precária no setor. e) as chances de que a reciclagem venha alcançar os aparentemente inatingíveis 100 por cento, são altas. 07. A palavra them em “that will buy them” (parágrafo 2) refere-se a(s) (ao)s: a) fábricas. b) latas. c) localidades. d) armazéns. e) pesssoas
AULA 06 TEXT 01: Unregistered Teachnology Visitor Posts: n/a Too much homework My daughter is a senior who has a minimum of 5 hours of homework every night. She's taking calculus, physics, English Literature, French V and French Literature. What's the rule for homework? Isn't over an hour per class every night too much? She's rarely in bed before 1:00 am and has to catch the bus at 7:00 the next morning. We have no time for any family activities. She's an A-B student and tells me that kids in advanced or honors classes spend far more time, but she's had to drop all her extra-curricular activities except volleyball because there's no time. Not only that, but she's had to drop her part-time job except for Saturdays, which means that’s much less money for college. Anybody have any answers? Do all teachers assign that much? From some of the other threads, it seems that most think an hour a night is fine...except that if a kid has 5 classes I think that's WAY too much. I can remember spending 2 hours a night and thought it was more than enough! Disponível em: <http://www.teachknowledge.com/forum/showthread.php?t=1147>. Acesso em: 01 set. 2009.
08. O efeito da reciclagem é importante nas economias locais porque a) os depósitos são principalmente de latas de bebidas de alumínio. b) os proprietários dos centros de coleta e armazéns são pobres. c) há muitos armazéns centrais novos no Rio de Janeiro. d) proporciona uma fonte de renda para muitas famílias. e) raramente ajuda as pessoas a compor seus salaries. 09. A media de reciclagem de garrafas plásticas no Brasil é a) igual à média da reciclagem de papel. b) igual à média de reciclagem das latinhas. c) quase a metade da taxa de reciclagem de papel. d) quase a metade da taxa da reciclagem das latinhas. e) duas vezes mais que a média de reciclagem das latinhas.
01. Levando em conta as características do texto, o autor pode ser identificado como a) um tio ou uma tia. b) um avô ou uma avó. c) irmão ou uma irmã. d) um pai ou uma mãe.um e) um sobrinho ou uma sobrinha. 02. Baseado no texto, é correto deduzir que a filha é a) uma aluna assoberbada. b) uma professora atarefada. c) uma médica da faculdade. d) uma adolescente desocupada. e) uma adolescente desempregada. 03. É correto afirmr que o objetivo do texto é
ANOTAÇÕES
a) to complain about students’ great amount of homework. b) to validate the number of different school subjects. c) to promote the excess of extra-curricular activities. d) to justify some of school teachers’ lack of free time. e) to denounce the need for additional homework. 04. Considering the students’ duties, it is correct to say that she a) has lots of housework to do. b) has to practice varied sports. c) takes part in many school meetings. d) spends long hours doing homework. e) talks until early in the morning.
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05. The sentence “Do all teachers assign that much?” (line 8) means the same as: a) Do all teachers waste much time at school? b) Do all teachers have much work to do? c) Do all teachers receive much money? d) Do all teachers study much for their jobs? e) Do all teachers give much homework? 06. Considering the author’s reaction to the student’s busy agenda in Text I, identify the correct statements: a) The author questions about rules for homework. b) The author questions about physics teacher’s methods. c) The author does not question about teachers’ assignment strategy. d). The author questions about his/her old days at school. e) The author agrees about students’ study time length.
(Disponível em<http://www.pamf.org/teen/health/diseases/obesity.html>.
Acesso em 26 outubro 2005.)
08. De acordo com o texto, as pessoas obesas a) devem medir a pressão arterial regularmente. b) podem ter sua expectativa de vida reduzida. c) facilmente desenvolverão um tipo de câncer. d) terão uma série de problemas de saúde. e) desenvolvem cardiopatias.
Analyze the cartoon below, and answer question 07 .
07. According to the cartoon, identify the correct statements: a) The schoolboy dislikes the large number of deadlines. b) The schoolboy likes too many deadlines. c) The schoolboy misses the great number of deadlines. d) The schoolboy disagrees with very few deadlines. e) The schoolboy ignores the small number of deadlines.
TEXT 02: Teen Obesity Obesity continued to increase dramatically during the late 1990s for Americans of all ages according to the data collected and analyzed by the National Center for Health Statistics, part of the Centers for Disease Control and Preventi on (CDC). The percent of children and teens who are overweight also continues to increase. Among children and teens aged 6-19, 15 percent (almost 9 million) are overweight according to the 1999-2000 data, or triple what the proportion was in 1980. In addition, the data shows that another 15 percent of children and teens aged 6-19, are considered at risk of becoming overweight. Obesity can be defined as an excessive accumulation of body fat, which results in individuals being at least 20% heavier than their ideal body weight. "Overweight" is defined as any weight in excess of the ideal range. Obesity is a common eating disorder associated with adolescence. Although children have fewer weight-related health problems than adults, overweight children are at high risk of becoming overweight adolescents and adults.
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Overweight people of all ages are at risk for a number of health problems including heart disease, diabetes, high blood pressure, stroke and some forms of cancer. Obesity can weaken physical health and wellbeing, and can shorten life expectancy. It can also lead to social disabilities and unhappiness, which may cause stress and even mental illness. A study released in May 2004 suggests that overweight children are more likely to be involved in bullying than normal-weight children are, both as victims and as perpetrators of teasing, name-calling and physical bullying. The development of a personal identity and body image is an important goal for adolescents. Your parents, physician and teachers can help you. If you think you are overweight, talk to a trusted adult about what you can do to improve your health.
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09. O trecho "If you think you are overweight, talk to a trusted adult about what you can do to improve your health" a) é um conselho endereçado a uma criança ou a um adolescente. b) indica a dificuldade que um adulto enfrenta ao tentar emagrecer. c) ensina uma estratégia para perder peso. d) trata da importância de se ter uma boa saúde. e) auxilia o obeso em seu tratamento. 10. No texto, a expressão sublinhada em "Although children have fewer weight-related health problems than adults..." (linhas 21-24) pode ser substituída, sem alteração de sentido, por a) "despite". b) "even though". c) "but". d) "nevertheless". e) "in spite of". 11. Choose the alternative in which the word given means the same as "objective". a) "data" (linha 11) b) "least" (linha 16) c) "forms" (linha 28) d) "teasing" (linha 36) e) "goal" (linha 39) 12. Escolha a alternativa na qual a definição dada aos termos esteja correta de acordo com o texto. a) "triple" (linha 10) = um conjunto de três. b) "body fat" (linha 15) = oposto de "thin". c) "ideal range" (linha 19) = nos limites ideais. d) "fewer" (linha 21) = no mínimo. e) "weaken" (linha 29) = diminuir a capacidade. 13. Choose the alternative in which the underlined verb is used to express a possibility. a) "Obesity continued to increase..." (line 1) b) "In addition, the data shows that another..." (lines 10-11) c) "Overweight people of all ages are at risk..." (line 25) d) "...which may cause stress and..." (lines 31-32) e) "A study released in May 2004..." (lines 32-33)
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Como o objetivo principal nas provas de língua estrangeira do ENEM é a interpretação textual, este segundo módulo constará essencialmente de textos aplicados em provas anteriores do ENEM, do PSS e de vestibulares de outras universidades, considerados relevantes para a correta preparação para a prova de língua espanhola. As questões gramaticais, de maneira geral, serão explicadas dentro do contexto dos textos, na medida em que forem surgindo e considere-se necessária a sua explicação. De qualquer forma, para aqueles mais interessados em assuntos gramaticais, ao final do material haverá um anexo com alguns assuntos explicados de forma mais detalhada. Enem 2011 Questão 91 Los fallos de software en aparatos médicos, como marcapasos, van a ser una creciente amenaza para la salud pública, según el informe de Software Freedom Law Center (SFLC) que ha sido presentado hoy en Portland (EEUU), en la Open Source Convention (OSCON). La ponencia “Muerto por el código: transparencia de software en los dispositivos médicos implantables” aborda el riesgo potencialmente mortal de los defectos informáticos en los aparatos médicos implantados en las personas. Según SFLC, millones de personas con condiciones crónicas del corazón, epilepsia, diabetes, obesidad e, incluso, la depresión dependen de implantes, pero el software permanece oculto a los pacientes y sus médicos. La SFLC recuerda graves fallos informáticos ocurridos en otros campos, como en elecciones, en la fabricación de coches, en las líneas aéreas comerciales o en los mercados financieros. Disponível em: http://www.elpais.com. Acesso em: 24 jul. 2010 (adaptado). - O título da palestra, citado no texto, antecipa o tema que será tratado e mostra que o autor tem a intenção de A) relatar novas experiências em tratamento de saúde. B) alertar sobre os riscos mortais de determinados softwares de uso médico para o ser humano. C) denunciar falhas médicas na implantação de softwares em seres humanos. D) divulgar novos softwares presentes em aparelhos médicos lançados no mercado. E) apresentar os defeitos mais comuns de softwares em aparelhos médicos. Questão 93 ‘Desmachupizar’ el turismo
la actualidad (un máximo de 3 000) con un sistema planificado de horarios y rutas, pero no quiso avanzar una cifra. Sin embargo, la Unesco ha advertido en varias ocasiones que el monumento se encuentra cercano al punto de saturación y el Gobierno no debe emprender ninguna política de captación de nuevos visitantes, algo con lo que coincide el viceministro Roca Rey. Disponível em: http://www.elpais.com. Acesso em: 21 jun. 2011. A reportagem do jornal espanhol mostra a preocupação diante de um problema no Peru, que pode ser resumido pelo vocábulo “desmachupizar”, referindose a) à escassez de turistas no país. b) ao difícil acesso ao lago Titicaca. c) à destruição da arqueologia no país. d) ao excesso de turistas na terra dos incas. e) à falta de atrativos turísticos em Arequipa. ENEM 2012 Questão 91 Obituario* Lo enterraron en el corazón de un bosque de pinos y sin embargo el ataúd de pino fue importado de Ohio; lo enterraron al borde de una mina de hierro y sin embargo los clavos de su ataúd y el hierro de Ia pala fueron importados de Pittsburg; lo enterraron junto ai mejor pasto de ovejas del mundo y sin embargo las lanas de los festones del ataúd eran de California. Lo enterraron con un traje de New York, un par de zapatos de Boston, una camisa de Cincinatti y unos calcetines de Chicago. Guatemala no facilitó nada al funeral, excepto el cadáver. * Paráfrasis de un famoso texto norteamericano. NOGUERAS, L R. Las quince mil vidas del caminante. La Habana: Unea,1977. O texto de Luis Rogelio Nogueras faz uma crítica a) à dependência de produtos estrangeiros por uma nação. b) ao comércio desigual entre Guatemala e Estados Unidos. c) à má qualidade das mercadorias guatemaltecas. d) às dificuldades para a realização de um funeral. e) à ausência de recursos naturais na Guatemala.
Es ya un lugar común escuchar aquello de que hay que desmachupizar el turismo en Perú y buscar visitantes en las demás atracciones (y son muchas) que tiene el país, naturales y arqueológicas,pero la ciudadela inca tiene un imán innegable. La Cámara Nacional de Turismo considera que Machu Picchu significa el 70% de los ingresos por turismo en Perú, ya que cada turista que tiene como primer destino la ciudadela inca visita entre tres y cinco lugares más (la ciudad de Cuzco, la de Arequipa, las líneas de Nazca, el Lago Titicaca y la selva) y deja en el país un promedio de 2.200 dólares (unos 1 538 euros). Carlos Canales, presidente de Canatur, señaló que la ciudadela tiene capacidad para recibir más visitantes que en
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Questão 93 Nuestra comarca del mundo, que hoy llamamos América Latina perfeccionó sus funciones. Este ya no es el reino de las maravillas donde la realidad derrotaba a la fábula y la imaginación era humillada por los trofeos de la conquista, los yacimientos de oro y las montañas de plata. Pero la región sigue trabajando de sirvienta. Es América Latina, la región de las venas abiertas. Desde el descubrimiento hasta nuestros días, todo se ha trasmutado siempre en capital europeo o, más tarde, norteamericano, y como tal se ha acumulado y se acumula en los lejanos centros del poder. Todo: la tierra, sus frutos y sus profundidades ricas en minerales, los hombres y su capacidad de trabajo y de consumo, los recursos naturales y los recursos humanos. EI modo de producción y la estructura de clases de cada lugar han sido sucesivamente determinados, desde fuera, por su incorporación al engranaje universal del capitalismo. Nuestra derrota estuvo siempre implícita en la victoria ajena; nuestra riqueza ha generado siempre nuestra pobreza para alimentar la prosperidad de otros: los imperios y sus caporales nativos. GALEANO; E. Las venas abiertas de América Latina. Buenos Aires: Sigla Veintiuno Argentina, 2010 (adaptado). A partir da leitura do texto: infere-se que, ao longo da história da América Latina, a) suas relações com as nações exploradoras sempre se caracterizaram por uma rede de dependências. b) seus países sempre foram explorados pelas mesmas nações desde o início do processo de colonização. c) sua sociedade sempre resistiu à aceitação do capitalismo imposto pelo capital estrangeiro. d) suas riquezas sempre foram acumuladas longe dos centros de poder. e) suas riquezas nunca serviram ao enriquecimento das elites locais. UFRN 2010 - Texto II Las incertidumbres de la prensa escrita Los periódicos se preparan para configurar redacciones multimedia. EL PAÍS afronta el reto tecnológico con el desarrollo de nuevos soportes para sus contenidos El periódico de papel no está muerto, puede incluso tener aún larga vida, pero el futuro es sin duda digital. Éste podría ser el resumen de una serie de debates a los que he asistido. En todos ellos se debatía la crisis de la prensa escrita y las inquietantes incógnitas que se ciernen sobre el futuro del periodismo, una cuestión que preocupa en las redacciones. Como la de muchos otros diarios, la de EL PAÍS se encuentra en estos momentos inmersa en un cambio estratégico, de adaptación a las enormes posibilidades que ofrecen las nuevas tecnologías. Son cambios organizativos y tecnológicos que abren grandes oportunidades, pero también ciertos riesgos. El más importante de estos cambios es la integración de las dos redacciones, la del diario impreso y la del digital, que durante años no sólo han funcionado por separado, sino que incluso han pertenecido a empresas diferentes dentro del Grupo PRISA. El American Press Institute reunió en noviembre pasado a 50 editores de los diarios más importantes de EE UU. Su diagnóstico no podía ser más inquietante: la caída de las ventas y de los ingresos por publicidad, la ruptura que representan Internet y las nuevas tecnologías, y la competencia de nuevos actores, como los agregadores de
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noticias, están llevando a la prensa escrita "al borde del precipicio". La evolución de 2009 no ha hecho sino agravar la crisis y muchos grupos de prensa han entrado en pérdidas, aunque la vuelta a los beneficios en el último trimestre del grupo editor de The New York Times hace albergar esperanzas de brotes verdes también en la prensa. Las ediciones digitales no serían rentables si tuvieran que producir por sí mismas los contenidos que ahora les proporciona la edición impresa. De manera que en la práctica, el lector que va cada día al quiosco a comprar el diario está subvencionando a los lectores que acceden al diario digital de forma gratuita. El modelo de redacción multimedia exige cambios importantes. El diario impreso dispone de cierto tiempo para verificar y contrastar las informaciones. El periódico digital incorpora la inmediatez de la radio y la mentalidad de la agencia de noticias. Mientras la necesidad de información crece, disminuye el número de ciudadanos dispuestos a pagar por ella. Gracias a Internet, los diarios tienen ahora una audiencia más amplia y extendida que nunca, pero grandes dificultades para rentabilizar su trabajo periodístico. De hecho, en estos momentos lo rentabilizan más las empresas tecnológicas que facilitan los nuevos soportes y accesos que las que producen los contenidos. Lo cual no parece sostenible. Diferentes expertos con los que he coincidido estos días consideran que eso requerirá no sólo reforzar los equipos humanos de las nuevas redacciones, sino situar en los puestos clave de decisión a profesionales de gran veteranía y amplios conocimientos. De modo que los periódicos que, a causa de la crisis económica, se han decantado por prescindir de sus profesionales más veteranos para reducir costes, tal vez los echen de menos muy pronto. El futuro del periodismo exige cambios, y los lectores tienen mucho que decir al respecto. 55) O texto afirma que são características do jornal impresso e do jornal digital, respectivamente: A) a falta de tempo para contrastar as informações e a incorporação de técnicas do rádio. B) a verificação de informações transmitidas pelo rádio e a dependência das agências de notícias. C) a disponibilidade de tempo para verificar as informações e a rapidez na divulgação delas. D) a seleção criteriosa de informações e a divulgação de notícias sensacionalistas. 56) “Tal vez los echen de menos muy pronto.”. A expressão sublinhada tem o valor semântico de: A) reduzir custos. C) demitir. B) sentir falta. D) proibir. 57) De acordo com o texto, quem acaba subsidiando o acesso ao jornal digital são A) os leitores que compram os jornais impressos. B) as bancas que fazem muitos pedidos de revistas. C) os editores jornalísticos que participam do American Press Institute. D) as agências de notícias que controlam as publicações. 58) Com o advento da era digital, a mudança mais importante que está acontecendo no jornal El País é A) o funcionamento separado das empresas jornalísticas. B) a separação das duas redações: a do jornal impresso e a do jornal digital. C) o funcionamento integrado das empresas jornalísticas. D) a união das duas redações: a do jornal impresso e a do jornal digital.
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59) Conforme o quarto parágrafo do texto, é correto afirmar que, atualmente, a rentabilidade do trabalho jornalístico é obtida principalmente por empresas A) tecnológicas que facilitam os novos suportes e acessos. B) que produzem os conteúdos sem necessidade de novos suportes e acessos. C) tecnológicas que produzem seus próprios conteúdos. D) que produzem os conteúdos usando novas tecnologias. 60) No texto, a expressão al borde del precipício remete à idéia de uma A) precipitação na adoção de novas tecnologias. B) situação de perigo grave e iminente. C) abordagem inadequada dos fatos noticiados. D) implantação de mudanças ineficazes.
UFPB PSS3 2012 La palabra, un valor para recuperar En medio de la cultura de “el papel es lo que vale”, la palabra empeñada tiene cada vez menos valor. Las personas criadas en el campo son fervientes defensores de este valor y son capaces de asegurar la venta de un terreno tan sólo con la palabra dada. En la agitada vida citadina, confiar en la palabra se ha convertido en sinónimo de ingenuidad. Pero aún más, en la familia empeñar la palabra y no cumplirla puede decantar más que en una desilusión, en una falta de confianza entre sus integrantes que terminará por alejarlos. Cuando se le promete a un niño: “si te vas a dormir ya, jugamos mañana”, ya estamos empeñando la palabra y si al día siguiente el padre se olvida de cumplir lo que dijo, el niño empezará a desconfiar de su sinceridad. Y si este fenómeno se repite en otras situaciones, con el paso del tiempo el adolescente no sólo no creerá en las promesas de su familia, también interiorizará que mantener la palabra no vale la pena. Pero, ¿qué significa mantener la palabra empeñada? “Significa que la palabra empeñada pasa a ser ley, por lo tanto, al hacernos cargo de las cosas señaladas debemos responder a la expectativa creada, y luego de ello mantener un protocolo de conducta que nos permite ser considerados personas creíbles”, comenta el psicólogo Carlos L. Rojas. El experto señala que así como enseñamos a nuestros hijos a ser honestos, a no mentir y ser respetuosos, también debemos enseñarles el valor de la palabra como una forma de cumplir con las promesas hechas y ser honorable. “En otras sociedades como la japonesa, el valor de la palabra y el honor que se desprende de cumplir las promesas es muy importante”, comenta Diego Castillo, sociólogo de la Universidad Nacional. Los valores son los cimientos de la vida personal, pero ante todo, de la calidad de la vida familiar que, a la larga, es una réplica de las relaciones con los demás. María Cristina García, docente de ética de un prestigioso colegio de la ciudad, señala que constantemente se encuentra con que la palabra en los adolescentes es un valor cada vez más olvidado. “En varias ocasiones me he topado con chicos a quienes no les importa nada. Su actitud de desgana es tal, que parece que sus intereses no se inclinan a ninguna parte.
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Hablando con ellos, he podido darme cuenta que valores como mantener la palabra y la confianza están totalmente ausentes de su dinámica familiar”. La educadora señala que estos jóvenes no se comprometen con nada y que cuando lo hacen, no lo cumplen. “Tampoco confían en lo que se les dice, y en general son personas que se sienten abandonadas y desprotegidas”, señala María Cristina García. El psicólogo Carlos L. Rojas señala que no sólo los niños deben aprender, también los padres deben comprender que fomentar ellos mismos los valores es la mejor manera de transmitirlos a los hijos.[...]
01) Tras leer el texto, es correcto afirmar que a) establecer diferencias entre campesinos y citadinos es productivo. b) fomentar discusiones sobre la honestidad es arriesgado. c) oponerse a lo que dicen los expertos en psicología es válido. d) discutir los valores enseñados en la familia es vano. e) tener una enseñanza basada en valores es importante. 02) Según el texto, una promesa hecha a un niño debe ser cumplida a) pues así se le inculca la noción de confianza y honestidad. b) para obstaculizar las relaciones entre la gente. c) para que las parejas tengan una relación duradera. d) una vez que la palabra no cumplida frustra a los padres. e) para evitar que los niños sean defensores del valor de la palabra. 03) En el fragmento “Los valores son los cimientos de la vida personal, pero ante todo, de la calidad de la vida familiar que, a la larga, es una réplica de las relaciones con los demás.” (líneas 20-21), la expresión en destaque señala a) la brevedad de la vida. b) el avance del tiempo. c) el retraso de los años. d) la simulación de los hechos. e) el adelanto de los acontecimientos. 04) De acuerdo con lo que opina Carlos L. Rojas, a) los japoneses son ejemplo de una sociedad honorable. b) el sentimiento de abandono se aleja con promesas hechas. c) los hijos reflejan lo que les enseñan sus padres. d) la palabra cumplida crea expectativas. e) las personas del campo son más ingenuas. 05) En el fragmento “En varias ocasiones me he topado con chicos a quienes no les importa nada[...]”, la forma verbal destacada a) narra hábitos y costumbres pasados. b) describe acciones que ocurrieron en un pasado lejano. c) se refiere a dos acciones paralelas. d) evoca el pasado marcado por períodos concretos. e) indica una acción pasada pero sin precisar el momento.
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As questões 6 a 8 apresentam mais de uma alternativa correta 06. Basándose en lo que se dice en el texto acerca de la palabra empeñada, identifique las sentencias correctas: I. Debe ser cultivada en la familia. II. Puede afectar las relaciones sociales. III. Está cada vez más olvidada. IV. Es menospreciada por la gente del campo. V. Garantiza la honestidad de la gente. 07. Teniendo en cuenta lo que opina María Cristina García sobre los jóvenes, identifique las sentencias correctas: I. Negligencian el valor de la palabra empeñada. II. Mantienen un protocolo de conducta que valora las relaciones humanas. III. Aprenden temprano a negociar con sólo mantener la palabra. IV. Muestran que la confianza no es un tema tratado en familia. V. Experimentan un sentimiento de rechazo e inseguridad. UFPB PSS1 2012 - Texto II Brasil es la mayor oportunidad para las empresas españolas.
62. Teniendo en cuenta las informaciones del ‘Anuario de la Internacionalización de la Empresa Española’, identifique las sentencias correctas: I. Italia es un gran inversor en España. II. Holanda está entre los países con mayores ingresos en España. III. España emplea mucho dinero en México. IV. Brasil es el país que recibe la mayor inversión económica. V. Estados Unidos obtienen recursos financieros de España.
El Círculo de Empresarios, en colaboración con la escuela Wharton de la Universidad de Pennsylvania, ha presentado el tercer “Anuario de la Internacionalización de la Empresa Española” en el que se destaca como los flujos de inversiones directas desde España hacia el exterior, y en sentido contrario, descendieron drásticamente en 2009 como consecuencia de la crisis económica mundial que ha azotado a todas las naciones. A pesar de la crisis, España ha seguido siendo un país inversor neto pero en cuantía bastante menor que un año antes. Efectivamente, las empresas españolas invirtieron fuera 11.758 millones de euros y recibieron del exterior como inversión directa un total de 10.820 millones de euros. En ambos casos el descenso respecto a 2008 superó el 77%. El saldo neto, 939 millones de euros, supone un descenso del 12% respecto a un año antes. España es el décimo país inversor en el exterior y el séptimo por recursos obtenidos. Por países, la inversión española se dirigió, sobre todo, a México con más de 3.800 millones de euros; Reino Unido, 2.665 millones, y Brasil y Estados Unidos con más de 1.200 millones cada uno. En el capítulo de entradas de capital figura Italia, con 7.000 millones como el primer inversor, seguido de Holanda con más de 6.800 millones. Si esas son las cifras concretas, los miembros del Círculo de Empresarios a través de una encuesta interna consideran que el futuro cercano cambiará mucho el mapa de los países hacia los que se volcará la inversión española en el exterior. La encuesta es clara: el 20% de los que respondieron consideran que Brasil es la mayor oportunidad, seguido muy de cerca por Estados Unidos, 19% y China algo más alejada, con un 15%. El presidente del Círculo de Empresarios, Claudio Boada, señaló en su intervención en el acto de presentación que hay que incentivar a las empresas españolas a internacionalizarse y a vender sus prontos en el exterior porque se ha demostrado que quienes lo hacen resisten mucho mejor los golpes de la crisis. Boada dijo que hay que impedir que la guerra de divisas que se libra de forma soterrada se convierta en una guerra comercial y resurjan y se pongan en marcha mecanismos proteccionistas que en nada beneficiarán a la economía mundial y a los países en concreto. […]
64. En relación al texto y considerando el género noticia, identifique las sentencias correctas: I. Es un relato objetivo con datos concretos. II. Explicita la opinión de la redacción del periódico. III. Expresa distintos puntos de vista acerca de la economía española. IV. Presenta en su estructura claridad. V. Señala un registro culto de la lengua estándar.
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63. Basándose en lo que opina Claudio Boada, identifique las sentencias correctas: I. Las empresas españolas deben avanzar hacia el comercio exterior. II. La internacionalización crea empresas menos débiles económicamente. III. El Círculo de Empresarios tiene que proponer un plan de capital para España. IV. Las actitudes corporativistas en relación a la economía de un país son dañinas. V. Los países deben incitar la resistencia a las guerras comerciales.
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UEPB 2011 - Texto II Escritor brasileño más leído en el mundo ofrece sus libros gratuitamente en Internet El autor brasileño más leído en todo el mundo, el escritor Paulo Coelho, anunció a través de la red social twitter su decisión de ofrecer gratuitamente versiones de algunos de sus libros en archivos digitales que pueden ser bajados por internet. El autor de libros como El Diario de un mago y El Alquimista agradeció a todos sus lectores en su página personal en internet al anunciar el regalo para sus admiradores. El brasileño divulgó en el mismo mensaje la página en internet desde la cual los libros pueden ser bajados al computador o a lectores digitales como Kindle y SonyReader o incluso a herramientas como el iPhone. El famoso escritor puso a disposición del público versiones en diferentes idiomas de obras como El camino del arco, Historias para padres, hijos y nietos y Guerrero de la luz. El escritor aclaró que los libros podrán ser bajados gratuitamente hasta la primera semana de enero de 2010 y que, quien lo quiera, podrá imprimirlos para ofrecerlos a bibliotecas públicas que no cuentan con dinero para comprarlos, así como a hospitales y a prisiones.
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1) Lea las afirmaciones y señale la alternativa correcta según el texto. I - Paulo Coelho es el escritor más leído en todo el mundo. II - El escritor ofreció gratuitamente las versiones de sus obras para que sean bajadas por el twitter. III - Algunos de los libros de Paulo Coelho pueden ser bajados en archivos digitales. a) Las afirmaciones II y III son correctas. b) A penas la afirmación III es correcta. c) A penas la afirmación II es correcta. d) A penas la afirmación I es correcta. e) Las afirmaciones I y II son correctas. 2) Señale la alternativa correcta según el texto. a) Paulo Coelho hizo un agradecimiento a sus lectores a través de su página personal. b) Los libros pueden ser bajados en la página personal del escritor en internet. c) El camino del arco, Historias para padres, hijos y nietos y Guerrero de la luz son las obras que pueden ser bajadas en diferentes idiomas. d) A cualquier momento los libros pueden ser bajados. e) No es permitido imprimir los libros. 3) En la frase “…agradeció a todos sus lectores en su página personal en internet al anunciar el regalo para sus admiradores.”, por el contexto la mejor traducción para el portugués de la palabra subrayada es a) comodidade. d) surpresa b) convite. e) notícia. c) presente. FAVIP – 2010 La ventana y la muchacha En el salón de Primavera de 1946 presenté un cuadro llamado Maternidad. Era por el estilo de muchos otros anteriores: como dicen los críticos en su insoportable dialecto, era sólido, estaba bien arquitecturado. Tenía, en fin, los atributos que esos charlatanes encontraban siempre en mis telas, incluyendo “cierta cosa profundamente intelectual”. Pero arriba, a la izquierda, a través de una ventanita, se veía una escena pequeña y remota: una playita solitaria y una mujer que miraba al mar. Era una mujer que miraba como esperando algo, quizá algún llamado apagado y distante. La escena sugería, en mi opinión, una soledad ansiosa y absoluta. Nadie se fijó en esta escena: pasaban la mirada por encima, como por algo secundario, probablemente decorativo. Con excepción de una sola persona, nadie pareció comprender que esa escena constituía algo especial. Una muchacha desconocida estuvo mucho tiempo delante de mi cuadro sin dar importancia, en apariencia, a la gran mujer en primer plano, la mujer que miraba jugar al niño. En cambio, miró fijamente la escena de la ventana y mientras lo hacía tuve la seguridad de que estaba aislada del mundo entero: no vio ni oyó a la gente que pasaba o se detenía frente a mi tela. La observé todo el tiempo con ansiedad. Después desapareció en la multitud, mientras yo vacilaba entre un miedo invencible y un angustioso deseo de llamarla. ¿Miedo de qué? Quizá, algo así como miedo de jugar todo el dinero de que se dispone en la vida a un solo número. Sin embargo, cuando desapareció, me sentí irritado, infeliz, pensando que podría no verla más, perdida entre los millones de habitantes anónimos de Buenos Aires.
19. El tema fundamental de que trata el texto es: A) la descripción científica de las características que presenta uno de los cuadros de una exposición inaugurada en la primavera de 1946. B) la narración de la actitud de algunas personas que contemplaban el cuadro titulado Primavera. C) la narración de las sensaciones que experimenta el autor de un cuadro al observar que una visitante se detiene en detalles que nadie, salvo él mismo, había reparado. D) la visión despectiva que el autor de un cuadro tiene hacia la crítica artística. E) los miedos y dudas que, en general, todos los pintores tienen ante la reacción del público en las exposiciones en las que participan. 20. En virtud del contenido del texto, el narrador es un pintor que: A) no sabe cómo reaccionar ante una persona que contempló el cuadro de una exposición. B) profesa una gran simpatía por los críticos de arte. C) se irrita ante la posibilidad de perder de vista a una muchacha en plena capital de Argentina. D) se dedica compulsivamente a buscar compradores para sus cuadros. E) nunca ha expuesto sus cuadros. 21. El autor del texto se quedó impresionado: A) por el semblante de la mujer del cuadro que miraba al mar. B) por la belleza de la muchacha desconocida. C) porque la muchacha permaneció mucho tiempo delante del cuadro. D) porque la muchacha miró fijamente la imagen de la madre viendo jugar al niño. E) porque la muchacha le dio importancia a la escena secundaria del cuadro. 22. “...tuve la seguridad de que estaba aislada del mundo entero…” (2° párrafo). “Aislada” transmite el sentido de: A) estar en compañía de mucha gente. B) complicidad con el narrador. C) mezclarse con el gentío. D) quedarse apartado, ajeno a compañías. E) estar en compañía de pocas personas. 23. El enunciado: “Pero arriba, a la izquierda, a través de una ventanita, se veía una escena pequeña y remota: una playita solitaria y una mujer que miraba al mar” revela que: A) en la parte inferior del cuadro había una escena pequeña y lejana. B) en la parte superior del cuadro había una escena de gran tamaño y próxima. C) en la parte superior del cuadro había una escena de gran tamaño y lejana. D) en un extremo del cuadro, por entre una ventana, se observaba una escena reducida y distante. E) había un perro en la parte de arriba del cuadro.
Ernesto Sábato, El túnel
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UFPB PSS1 2008 - Texto II
Tiras cómicas La tira cómica, también denominada historieta o tebeo, es un género textual bastante utilizado en pruebas de interpretación. Entre las tiras más utilizadas están las de Mafalda, Gaturro, Maitena y Condorito. A seguir, encontrarás ejemplos de pruebas donde se utiliza este tipo de textos. UFPB PSS2 2009
66. Con relación al texto II, considere las sentencias: I. Los políticos promueven el deterioro de los bosques. II. La viñeta hace una crítica a la actuación de los políticos respecto al problema ambiental. III. El dibujo presenta soluciones urgentes para la protección de la naturaleza. Es(son) correcta(s) solamente: a) II b) III c) II y III d) I y II e) I
61. Considerándose la tira de Quino, es correcto afirmar que su a) mensaje se adecua a la sociedad del siglo XXI. b) tema es temporal y directamente relacionado a un grupo social. c) enfoque está basado en teorías sicológicas. d) lenguaje presenta errores de grafía. e) contexto revela problemas de escolarización. 62. Es correcto afirmar que la tira tenga por objetivo: a) Hacer una broma tocante a la política contemporanea. b) Censurar los medios de comunicación de Argentina. c) Reprochar grupos étnicos que viven en la ciudad. d) Reflexionar acerca de las relaciones entre los hombres. e) Ironizar la ignorancia de la gente. 63. En la viñeta, Mafalda utiliza la palabra Zoociedad como una protesta contra a) la noticia vehiculada en la tele. b) la agresión de los animales a los ciudadanos. c) la reacción tan agresiva de su papá. d) la crueldad de la sociedad con los animales. e) la indiferencia de su padre respecto a la sociedad.
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67. En la frase “ [...] agonizan los mares-basureros […]”, la expresión destacada traduce a) el consumo en gran escala de productos marinos. b) la cantidad de desechos en los vertederos. c) la contaminación del entorno marino. d) el agotamiento del mercado marisquero. e) la extinción de la fauna marina. 68. Considerando la idea central del texto, es correcto afirmar: a) La contaminación ambiental impulsa proyectos públicos que son definidos en el ámbito del gobierno. b) Los políticos plantean acciones sociales aunque les falte apoyo de la comunidad. c) La sequía se agrava en el planeta sin embargo los políticos buscan permanentemente soluciones para esto. d) Las políticas de preservación ambiental son puestas en marcha como consecuencia la emisión de gases. e) Los políticos trabajan en beneficio proprio en detrimento de las necesidades de la población.
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Un poquito de gramática…
UFPB PSS 2007 - Texto II
Pronombres Personales Yo (eu) Tú (tu – você) Él (ele) / Ella (ela) / Usted (o senhor) Nosotros/as (nós) Vosotros/as (vós) Ellos (eles) / Ellas (elas) / Ustedes (vocês) Observación: En algunas regiones de Latinoamérica no se usa el pronombre “tú” como tratamiento informal. En su lugar se usa el pronombre “vos”. Este es el caso de las tiras de Mafalda, cuyo autor, Joaquín Salvador Lavado (Quino), es argentino.
Apócope Supresión de uno o más sonidos al final de una palabra.
66. Observando la tira cómica, es correcto decir que el jefe a) organiza su horario según el de Luisa. b) interroga a la secretaria por su informe. c) pide a la secretaria que salga con él. d) cocotea con la secretaria el lunes por la noche. e) riñe con la secretaria por su retraso habitual. 67. Mirando la tira se puede concluir que: I. la relación laboral presupone reglas. II. la amistad está basada en confidencia mutua. III. el esfuerzo de la secretaria es reconocido por el jefe. Está(n) correcta(s) solamente: a) I c) III b) II d) I y II
Antes de sustantivos masculinos y femeninos en singular GRANDE GRAN Ej: gran hombre / mujer CUALQUIERA CUALQUIER Ej: cualquier chico / cualquier chica
Números cardinales
e) II y III 0 = cero 1 = uno 2 = dos 3 = tres 4 = cuatro 5 = cinco 6 = seis 7 = siete 8 = ocho 9 = nueve 10 = diez 11 = once 12 = doce 13 = trece 14 = catorce 15 = quince 16 = dieciséis 17 = diecisiete 18 = dieciocho 19 = diecinueve 20 = veinte
Los días de la semana
Lunes (2º) – Martes (3º) – Miércoles (4º) – Jueves (5º) – Viernes (6º) – Sábado – Domingo
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Antes de sustantivos masculinos en singular BUENO BUEN Ej: buen hombre MALO MAL Ej: mal niño ALGUNO ALGÚN Ej: algún chico NINGUNO NINGÚN Ej: ningún autobús PRIMERO PRIMER Ej: primer día TERCERO TERCER Ej: tercer año UNO UN Ej: un libro
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21 = Veintiuno 22 = Veintidós 30 = treinta 31 = treinta y uno 40 = cuarenta 50 = cincuenta 60 = sesenta 70 = setenta 80 = ochenta 90 = noventa 100 = cien 101 = ciento uno 130 = ciento treinta 131 = ciento treinta y dos 200 = doscientos(as) 300 = trescientos(as) 400 = cuatrocientos(as) 500 = quinientos(as) 600 = seiscientos(as) 700 = setecientos(as) 800 = ochocientos(as) 900 = novecientos(as) 1000 = mil
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Observaciones: - La conjunción Y se utiliza solamente entre decenas y unidades (siempre que los dos últimos dígitos sean mayores que treinta). Ej: 1999 mil novecientos noventa y nueve. - 1.000.000 = un millón - 1.000.000.000 = mil millones - 1.000.000.000.000 = un billón
Mucho/a – Muchos/as (adjetivo) “Hay mucha gente en la plaza” Muchos/as (pronombre) “Algunos alumnos vinieron a la clase pero muchos faltaron”
Números ordinales 1º = primero 2º = segundo 3º = tercero 4º = cuarto 5º = quinto 6º = sexto 7º = séptimo 8º = octavo 9º = noveno 10º = décimo
Mucho (adv. de cantidad o intensidad) “Ayer comí mucho” / “Hoy trabajé mucho”
11º = undécimo 12º = duodécimo 13º = decimotercero 20º = vigésimo 21º = vigésimo primero 30º = trigésimo 40º = cuadragésimo 50º = quincuagésimo
Las conjunciones coordinantes a)
Copulativas: Establecen una unión y - e / ni (une elementos negativos) Ej.: “Juan estudia inglés y español” “No tuve ni tiempo ni ganas de hacerlo”
-
Cambiamos Y por E antes de palabras que empiezan con I o HI. Ej.: “Verano e invierno”
Excepciones: Antes de palabras que empiezan con el diptongo hie se usa Y. Ej.: “Lobos y hienas” En el inicio de frases interrogativas y exclamativas se usa Y. Ej.: “¿Y Ignacio adónde fue?”
Adjetivos y pronombres posesivos Adjetivos
Pronombres S U S Mi(s) Mío(a-os-as) T Tu(s) Tuyo(a-os-as) A Su(s) Suyo(a-os-as) N Nuestro(a-os-as) Nuestro(a-os-as) T Vuestro(a-os-as) Vuestro(a-os-as) I Su(s) Suyo(a-os-as) V O Los adjetivos posesivos siempre acompañan a un sustantivo y no pueden ser precedidos por artículos. Ejemplo:
b)
Disyuntivas: Indican posibilidad de una elección o - u Ej.: “¿Voy al cine o al teatro?” “María tiene siete u ocho hijos”
-
Cambiamos O por U antes de palabras comenzadas por O yHO. Ej: “diez u once” / “Mujer u hombre”
c)
Adversativas: Expresa un obstáculo pero / sin embargo - no obstante / sino Ej.: “Quiere irse de vacaciones, pero no tiene mucho dinero.” “No es azul sino verde” (contrapone a un concepto negativo otro afirmativo)
- Mi coche es blanco. Los pronombres posesivos generalmente se refieren a un sustantivo mencionado anteriormente o están separados del sustantivo por el verbo. Pueden ser precedidos por artículos. Ejemplos:
Observación: “sino” puede tener un valor aditivo cuando viene después de “no sólo” d)
Explicativas: Expresan una aclaración a saber / o sea / es decir / esto es
Ej.: “Los porteños –es decir, los nativos de Buenos Aires– tienen una acento peculiar”
- El coche blanco es mío. - El mío es el coche blanco.
Objeto Directo Uso de MUY y MUCHO Muy - Antes de adjetivos. Ej.: “Es un día muy lindo” Excepción: se usa mucho antes de los adjetivos mayor – menor – mejor – peor - Antes de adverbios. Ej: “Me siento muy bien” Excepción: se usa mucho antes de los adverbios más – menos – antes – después
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Es la función que se utiliza para expresar lo que se dice del sujeto a través del verbo. Ej.: “Antonio ganó un premio” ¿Qué ganó Antonio? Un premio C.D. Además, sirve para fijar, precisar o concretar el significado de los verbos transitivos, cuya significación es vaga e imprecisa. Ej.: Juan escribe cartas.
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Si el C.D. es una persona determinada debe estar precedido por la preposición A Ej.: “Antonio saluda a Paula” ¿A quién saluda Antonio? A Paula C.D. Es función típica de los sustantivos y es conmutable por los pronombres personales objetivos: ME / TE / LO – LA / NOS / OS / LOS – LAS Ej.: “Antonio ganó un premio” “Antonio lo ganó”
El C.D. puede pasar a voz pasiva
Ej.: “Luis compró un regalo para su madre” “Luis lo compró para su madre” “Luis le compró un regalo” Observación: Si sustituimos los dos objetos, como LE y LES no se combinan con LO, LA, LOS, LAS, tenemos que cambiar LE y LES por SE. “Luis se lo compró” (SE está en lugar de LE, que no se puede combinar con LO) Modelos de ejercicios:
Ej.: “José ganó un premio” (voz activa) “Un premio fue ganado por José” (voz pasiva)
PUC RIO 2002
Modelos de ejercicio: 1) PSS1 -2008 “Con los conocimientos actuales acerca del clima no se puede aún predecir qué va a pasar en el futuro, lo que sí se puede afirmar, según el geólogo Carlo Alberto Ricci, es que los polos “no se van a fundir en 50 años; al menos tardarían mil años en hacerlo si la temperatura sigue aumentando.” En la frase “ [...] al menos tardarían mil años en hacerlo si la temperatura sigue aumentando.” (párrafo 1º), la partícula lo destacada se refiere a(al) a) derretimiento de los polos del planeta. b) fenómeno del calentamiento en los polos. c) conocimiento acerca del cambio climático. d) futuro de la vida marina en los polos. e) incremento de la temperatura ambiente.
“La licenciada Loyácono advierte que poner en manos de los niños el poder de pedir, aprobar o desaprobar a los padres implica otorgarles un arma que no saben usar y que tarde o temprano los hará sentir mal.” Los pronombres respectivamente a:
subrayados
reemplazan
a) las manos - los niños b) los padres - los padres c) Los niños - los niños d) las manos - los padres e) los padres - los niños PUC RIO 2004
2) PUC RIO – 2008 “Se inventó diversos tipos de recorridos: nocturnos, de rumba y culturales; de duendes y fantasmas; de la Bogotá picaresca e histórica; de la ciudad gastronómica, rumbera y cosmopolita, y de compras. Los concibió para turistas que hacían escala en la ciudad por unas horas y para los que se quedaban varios días.” Señala los referentes de los pronombres destacados en el 4o párrafo: “…los concibió…” - “…los que se quedaban…” a) recorridos nocturnos - turistas b) tipos de recorridos - extranjeros c) recorridos nocturnos y de duendes - varios días d) distintos programas - extranjeros e) tipos de recorridos – turistas
“Sin embargo, en la Comunidad de Madrid, una de las regiones españolas con un mejor comportamiento en crecimiento económico, el vicepresidente segundo y consejero de Trabajo de esta comunidad, Luis Blázquez, parece empeñado en quitarle razón, al menos en parte, al secretario de Acción Sindical de UGT. Según Blázquez, el 81% de los contratos que se han firmado en la comunidad de Madrid tiene carácter indefinido, mientras que la media en España es del 69,6%.” En el trozo “... parece empeñado en quitarle la razón...”, el pronombre destacado se refiere a) al secretario de Acción Social de UGT. b) a la razón. c) a un mejor comportamiento. d) a la Comunidad de Madrid. e) a Luis Blázquez.
Objeto Indirecto - Es la función sintáctica que indica la persona o cosa personificada que recibe el beneficio, provecho, daño o perjuicio de la acción verbal. Va precedido por las preposiciones A o PARA. Ej.: “Luis compró un regalo para su madre” ¿Qué compró Luis? Un regalo (O.D.) ¿Para quién? Para su madre (O.I.) - El C.I. puede ser sustituido por los pronombres personales objetivos: ME / TE / LE (se) / NOS / OS / LES (se)
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Modo Indicativo – Tiempos Simples Presente Indica que la acción expresada por el verbo se da en la época misma que se habla o se refiere a un hábito del presente. Ej.: “Pedro escribe una carta” Pretérito Perfecto Simple (Pretérito Indefinido) Expresa una acción pasada y acabada. Ej.: “El año pasado gané un premio”
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Pretérito Imperfecto Expresa un hábito pasado. Ej.: “Antiguamente nevaba mucho”
Expresa una acción que puede ser pasada, presente o futura. En general depende de otro verbo en pret. indefinido o imperfecto, o de un condicional. Ej: “Te dije que vinieras ayer / hoy / mañana”
Futuro Imperfecto (Futuro Simple) Expresa una acción que se va a realizar en el futuro. Ej.: “Mañana cantaremos en la catedral”
Cuando es independiente expresa, como el presente del subj., el deseo pero con poca confianza en su cumplimiento. Ej: “ojalá lo encontrásemos aquí”
Puede expresar también la posibilidad o probabilidad en un momento presente. Ej.: “¿Qué hora será?” Condicional Simple Expresa un futuro hipotético. Ej.: “Si vinieras, iría contigo” Expresa un hecho futuro en una perspectiva pasada. Ej.: “Dijeron que vendrían”
Futuro imperfecto Expresa una acción hipotética considerada como no acabada, en el presente o en el futuro. Ej: “Si alguien dudare del cumplimiento de esta promesa,le convenceré de su error” Hoy ha desaparecido casi totalmente, sustituido por el presente de indicativo o subjuntivo. Se conserva en la lengua escrita, generalmente sólo en algún modismo (sea lo que fuere) o en redacción de estilo solemne o burocrático.
Modo Indicativo – Tiempos Compuestos
Modo Subjuntivo – Tiempos Compuestos Pretérito Perfecto Compuesto Expresa una acción pasada que se extiende en el presente. Ej.: “María no ha estudiado para la prueba aún.”
Pretérito perfecto Este tiempo va subordinado generalmente al presente y futuro de indicativo. Expresa una acción terminada en dos aspectos.
Pretérito Pluscuamperfecto Expresa una acción pasada anterior a otra acción pasada. Ej.: “Cuando José llegó, ya habíamos cenado.”
Pasado: “Deseo que haya tenido un buen viaje” Futuro: “Iremos cuando haya parado la lluvia”
Pretérito Anterior Indica una acción anterior e inmediata a otra pasada y terminada. Ej: “Cuando hubo amanecido, salí” (Este tiempo es poco utilizado) Futuro Perfecto Indica una acción futura anterior a otra futura. Ej.: “Yo llegaré a las dos, pero tú ya habrás salido” Puede expresar también la posibilidad o probabilidad de un hecho que se supone pasado. Ej: “¿Ya habrá empezado la misa?” Condicional Compuesto Indica una acción futura anterior a otra acción futura relacionada con el pasado. Ej.: “Te dije que Pedro llegaría a las diez, y que Maria ya habría llegado” Puede indicar probabilidad o posibilidad. Ej.: “Me habría gustado verte”
Pretérito pluscuamérfecto Indica una acción pasada respecto de otra pasada. Ej: “No sabía que Juan hubiera ganado el premio” También expresa posibilidad en el pasado. Ej: “Nadie lo hubiera creído” Futuro perfecto Expresa un hecho futuro como acabado con relación a otro. Ej: “Si para Navidad no hubiere vuelto, no me esperéis” Su uso es muy reducido y se sustituye casi siempre por el pretérito perfecto de indicativo o de subjuntivo.
“La esencia del conocimiento consiste en aplicarlo una vez poseído” (Confucio)
Modo Subjuntivo – Tiempos Simples Presente Expresa una acción no terminada en dos aspectos: Presente: “Aunque hagas esto ahora, no te lo agradeceré” Futuro: “Aunque hagas esto mañana, no te servirá de nada” ¡Excelente prueba para todos! En este mismo aspecto de futuro pueden expresarse frases con carácter: Dubitativo: “Tal vez venga mi hermano” De deseo: “¡Ojalá que venga en Julio!” Imperativo: “Dile que venga” Pretérito imperfecto El pret. imp. Tiene dos formas (am-ara/-ase)
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Aula 01: Geopolítica do mundo (Guerra Fria, Nova Ordem e Blocos Econômicos) Guerra Fria Durante a Guerra Fria, os norteamericanos constituíram blocos militares com o objetivo de impedir a expansão da zona de influência da União Soviética, a superpotência rival. Estabeleceu-se, na Europa e na Ásia, um cordão de isolamento em torno do “inimigo”: o “cordão sanitário”. A mais importante das organizações militares surgidas durante a Guerra Fria foi a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), criada em 1949 para defender a Europa Ocidental da ameaça soviética. Sua sede fica em Bruxelas (Bélgica) e seus países membros são os Estados Unidos, Canadá e vários países europeus ocidentais. Sua criação, na verdade, foi a resposta norte-americana ao bloqueio a Berlim Ocidental, implementado por Stálin, que havia causado a proclamação da República Federativa da Alemanha (RFA), em maio de 1949. A resposta soviética viria em outubro daquele mesmo ano, com a criação da República Democrática Alemã (RDA). Delimitava-se, assim, a zona de influência norte-americana na Europa Ocidental, com a construção de uma série de bases militares e a constituição de um gigantesco mercado de armamentos convencionais e nucleares para o complexo industrial-militar dos Estados Unidos e também de seus aliados. Quando a Alemanha Ocidental (RFA) ingressou na OTAN, em 1955, a resposta soviética veio com a criação de sua aliança militar, o Pacto de Varsóvia. A União Soviética delimitava, assim, sua respectiva zona de influência e seu principal mercado de armas. Com o fim da Guerra Fria, o papel militar dessas alianças tem ficado em segundo plano. Desde a queda do Muro de Berlim, aquelas que não foram extintas converteramse em órgãos políticos. A mais importantes delas, a OTAN, passou a ter uma nova atribuição formal: manter a paz dentro da Europa, do Atlântico aos Urais. Para tanto, criou o Projeto Parceria para a Paz, que inclui manobras conjuntas e trocas de informações militares com os antigos inimigos do Leste Europeu. Mas a guerra na Bósnia e em Kosovo demonstrou uma preocupante ineficácia da nova OTAN. Na verdade, esta aliança mantém-se como o último resquício da influência norte-americana na Europa. A OTAN tem pretensão de expandir-se com a incorporação dos países que pertenciam ao antigo Pacto de Varsóvia. A Rússia tem se posicionado frontalmente contra esta política, alegando ser esta expansão contrária a seus interesses, à sua segurança. Trata-se de reminiscências da Guerra Fria, do último urro do urso. Nova Ordem Durante a Guerra Fria, num mundo bipolar, o poder estava assentado na capacidade militar das duas superpotências. Hoje, no mundo multipolar pós-Guerra Fria, o poder é medido pela capacidade econômica: disponibilidade de capitais, avanço tecnológico, qualificação da mão-de-obra, nível de produtividade e índices de competitividade. Esses são os novos padrões de poder e influência no mundo, que explicam a emergência recente do Japão e da Alemanha (principalmente após a reunificação) à posição de grandes potências e, ao mesmo tempo, a decadência da Rússia. Embora seja a herdeira principal do poderoso arsenal nuclear soviético, o parque industrial russo é, em geral, obsoleto e pouco produtivo, e o país encontra-se mergulhado em profunda crise social, política e econômica. A China tem luz própria: possui a maior população do planeta e, portanto, um gigantesco mercado consumidor potencial; além de numerosa mão-de-obra, muito barata, oferece facilidades para atração de capitais estrangeiros. Por
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isso é a economia que mais cresce no mundo atualmente, mas também enfrenta sérios problemas internos, particularmente no plano político, como será visto no próximo capítulo. Assim, de longe, os países mais poderosos do mundo hoje são ao Estados Unidos, o Japão e a Alemanha – a Tríade – em torno dos quais vários outros países ainda devem orbitar por muito tempo. Mesmo que tenha havido a vitória do capitalismo sobre o socialismo, é discutível afirmar que é melhor que o socialismo, como muitos se apressam em afirmar. Por que é preciso avaliar: melhor para quem? Esta pergunta é válida para os dois lados. Alguns autores até afirmam que o socialismo real, cujo poder político e econômico estava nas mãos da burocracia, em nada se diferenciava do capitalismo, no tocante às relações de produção e de trabalho. A fragilidade do sistema produtivo planificado ou socialista consistia no fato de não ser competitivo. É fato que o capitalismo é um sistema muito mais dinâmico, produtivo e competitivo. Não podemos nos esquecer, porém, de que os países subdesenvolvidos, onde vivem mais de 3/4 da humanidade são, com exceção de Cuba, Coréia do Norte e Vietnã, todos capitalistas. Há uma série de problemas no mundo, muitos criados pelo próprio sistema capitalista que, ao invés de serem solucionados,estão se agravando cada vez mais, como a concentração de renda, o aumento da pobreza, do desemprego, etc. Com o fim do conflito Leste x Oeste, muitos problemas e contradições, tanto do capitalismo quanto do socialismo, que eram deixados em segundo plano, passam a chamar a atenção de todos: exacerbações nacionalistas, sentimentos xenófobos e racistas, desigualdades sociais e regionais, várias formas de agressão ao meio ambiente, etc. É cada vez mais comum, após uma crise ou recessão, a recuperação econômica ocorrer sem a correspondente elevação do número de empregos. Também é cada vez maior o fosso que separa os países desenvolvidos dos países subdesenvolvidos, os ricos dos pobres. Este é o chamado conflito Norte-Sul, que é de natureza fundamentalmente econômica, diferente do extinto conflito Leste-Oeste, de natureza essencialmente geopolítica. Um grave problema decorrente da desigualdade entre o Norte e o Sul são as migrações em massa. Elas são um fenômeno cada vez mais preocupante, dada as suas dimensões sociais, econômicas, culturais e geopolíticas. Milhões de pessoas, a cada ano, estão rompendo com suas raízes e emigrando, em conseqüência do desemprego, dos baixos salários, da fome e da miséria,aliados ao explosivo crescimento populacional nos países subdesenvolvidos, além de perseguições políticas e violações dos direitos humanos, comuns em muitos países, e das várias guerras que ocorrem no mundo. Desde a década de 80, notadamente na Europa Ocidental, ao tradicional fluxo de imigrantes vindos dos países subdesenvolvidos veio se juntar o de imigrantes vindos dos antigos países socialistas, como mostra a figura abaixo. Na tentativa de solucionar o problema, são feitas cada vez mais exigências para permitir a entrada de imigrantes ou mesmo turistas nos países desenvolvidos. Porém, como este problema é estrutural, resultante da desigualdade entre o Norte e o Sul, a solução definitiva seria complexa e demorada, passando pela instauração de uma ordem verdadeiramente nova do ponto de vista social e econômico.
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Blocos econômicos : A integração econômica de vários países, culminando com o surgimento dos blocos econômicos supranacionais, responde a uma questão primordial colocada pela lógica capitalista. Em uma economia globalizada e cada vez mais competitiva, a constituição destes blocos visa dar resposta à constante necessidade de lucro, de acumulação de capitais. Procurando diminuir ao máximo as dificuldades de fluxo de mercadorias, capitais, serviços ou mão-de-obra impostas pelas barreiras colocadas pelas fronteiras nacionais, os países integrantes desses blocos fortalecem-se diante de países isolados ou de outros blocos de países. Existem: · Mercados comuns: busca-se uma padronização da legislação econômica, fiscal, trabalhista, ambiental, etc. Procura-se a abolição das barreiras alfandegárias internas e a padronização das tarifas de comércio exterior. Objetiva-se, ainda, uma liberalização quanto à circulação de capitais, mercadorias, serviços e pessoas no interior do bloco. O auge da integração seria a implantação de uma moeda única, quando se transformaria em uma união econômica e monetária. Ex: União Européia. · Zonas de livre comércio: o objetivo integracionista é bem menos ambicioso. Busca-se apenas a gradativa liberalização do fluxo de mercadorias e capitais dentro dos limites do bloco, ou seja, nas relações econômicas entre os países membros. Ex: Acordo Norte-Americano de Livre Comércio (Nafta). · Uniões aduaneiras:estágio intermediário entre as duas formas anteriores, além da abolição das tarifas alfandegárias nas relações comerciais no interior do bloco, semelhante ao anterior, é definida uma Tarifa Externa Comum aplicada aos países de fora do bloco. Ex: quando o Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, membros do Mercosul, fizeram comércios com vários países do mundo, têm de cobrar uma tarifa de importação padronizada, igual em todos eles. Exercícios 1)(UFPB/96-2) No ano de 1946, após a vitória dos aliados na 2ª Guerra, o ex-chanceler britânico Winston Churchill, discursando nos Estados Unidos, declarou em tom profético e apocalíptico: “ Uma sombra desceu sobre o cenário até há pouco iluminado pelas vitórias aliadas. Ninguém sabe o que a Rússia soviética e sua organização internacional comunista pretende fazer no futuro imediato, ou quais são os limites, se é que os há, para as tendências expansionistas e proselitistas. (...) De Stetlin, no Báltico, a Trieste, no Adriático, uma cortina de ferro desceu sobre o continente. Esta não é, certamente, a Europa libertada que lutamos para construir. Também não é uma que contenha os ingredientes de uma paz permanente.” Fonte: citado por Barros, E. L., 1986. A Guerra Fria. 4ª ed, S. Paulo.
A partir do texto acima, responda: a)Qual a imagem que se formou da União Soviética no Ocidente? .................................................................................................. .................................................................................................. .................................................................................................. ........................................................................................... b)Exemplifique quatro países europeus que ficaram sob a hegemonia soviética durante a Guerra Fria. .................................................................................................. .................................................................................................. .................................................................................................. ...........................................................................................
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2. (UFSM-RS) A ilustração abaixo refere-se às empresas patrocinadoras de atividades desportivas.
Exemplo disso é percebido nas camisetas dos atletas, no predomínio das cores e nos logotipos das corporações patrocinadoras difundidas em todo o mundo, o que vem em detrimento das empresas identificadas apenas regionalmente. Essa afirmativa enquadra-se no processo de globalização, sobre o qual se pode dizer: a)A concretização do processo de globalização é uma realidade que escapa totalmente das decisões políticas dos Estados Nacionais. b)A penetração do “marketing”, potencializado através da revolução da informática, dissolve as fronteiras econômicas dos Estados. c)A presença das multinacionais, apoiada na consolidação do capital nacional, evidencia a desregulamentação dos mercados financeiros. d)A existência de capitais estrangeiros faz a soberania nacional se solidificar, no momento em que as forças da economia mundial esculpem a “aldeia global”. e)A ocorrência da internacionalização do capital reflete sinais de inevitável dissolução das barreiras naturais. 3. (UFRN/12) O mapa político da Europa passou por mudanças de fronteiras e surgimento de novos países, a partir da reunificação da Alemanha, da dissolução da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) e da fragmentação da Iugoslávia e Tchecoslováquia. Essas alterações nas fronteiras desses países ocorreram: A) no período de encerramento da II Guerra Mundial. B) na fase entre a I e a II Guerras Mundiais. C) na fase da bipolarização entre EUA e URSS. D) no período de encerramento da Guerra Fria 4. (EFOA/99) A partir do ano 2000, a Europa dará mais um passo em direção à sua unificação econômica. Esse passo será: a)a eliminação de barreiras comerciais entre os paísesmembros. b)a implantação da moeda única pela maioria dos paísesmembros. c)a unificação das taxas alfandegárias e o crescimento do controle dos gastos públicos e de políticas sociais. d)a livre circulação de pessoas, principalmente de mão-deobra, entre os países-membros. e)A superação das desigualdades sociais e econômicas entre os países mais pobres e os mais ricos do continente europeu.
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Aula 02: Formação do território brasileiro e industrialização
5. (UFBA/99)
Com base no gráfico e nos conhecimentos sobre comércio externo e relações internacionais, pode-se afirmar: (01) O Mercosul foi criado, oficialmente, pela Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, com a assinatura do Tratado de Assunção, sendo a Argentina o maior parceiro comercial do Brasil. (02) O Mercosul é uma área de livre comércio na América do Sul, mas cada país tem produtos em regime de adequação tarifária, ou seja, itens protegidos da concorrência dos países-membros. (04) As importações provenientes do Mercosul feitas pela União Européia cresceram vertiginosamente no período de 1994 a 1996, pela grande aceitação internacional de produtos agropecuários latinoamericanos. (08) O Mercosul firmou acordos de livre comércio com o Chile e a Bolívia, demonstrando que esses países estão integrados ao bloco nas mesmas condições dos demais componentes. (16) O significativo aumento no volume de exportações do Mercosul para a União Europeia, no período considerado, é devido à criação de uma zona de livre comércio entre os dois blocos. (32) O objetivo do Mercosul é se tornar um mercado comum, o que pressupõe o estabelecimento de metas macroeconômicas e sociais para todos os países-membros. ANOTAÇÕES
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O Brasil nos séculos que antecederam a Independência Século XVI Chegada dos portugueses se deu em 22 abril 1500. Após se certificarem do potencial exploratório do nosso território, voltaram para Portugal, retornando ao Brasil em 1530. a ocupação portuguesa foi essencialmente periférica, litorânea, sendo o Oceano Atlântico a via de comunicação com a metrópole. O interior era o espaço mitológico, assustador, onde os nativos saboreariam a carne alva do colonizador. Como a monocultura canavieira, e as técnicas de refino do açúcar, eram praticadas pelos portugueses em outras colônias, a partir de 1534 foi aplicada também nas capitanias, iniciando o Ciclo da Cana, que se prolongaria por mais dois séculos. As primeiras mudas de cana foram trazidas por Martim Afonso de Souza, em 1531, que inauguraria, em 22 janeiro 1532, o primeiro engenho de açúcar da colônia, em São Vicente, SP. Foi no nordeste, entretanto, devido ao solo e clima favoráveis, que os canaviais proliferaram-se intensamente, firmando a Bahia e Pernambuco como centros da empresa agrícola colonial, principalmente na segunda metade do século. O êxito reduzido das capitanias obrigou a Coroa Portuguesa a implantar o Governo-Geral, primeiramente em Salvador, em 1549, com o intuito de descentralizar o poder das capitanias e remete-las ao Governador-Geral. O três primeiros Governadores-Gerais foram Tomé de Souza, Duarte da Costa e Mem de Sá. Estas empresas agrícolas, conhecidas como engenhos, eram latifúndios monocultores que utilizavam mão-de-obra escrava e denominava-se plantation. O açúcar produzido nos engenhos era enviado pelos rios até os grandes portos exportadores: Recife e Salvador. O aguardente, subproduto dos engenhos, era trocado por escravos, na África. Século XVII Começou um alargamento da ocupação costeira, surgindo novas atividades econômicas ( algodão, fumo, ouro,... ) *O sucesso comercial do açúcar nos mercados europeus fez com que a produção de cana avançasse sobre as terras de pastos. O gado, assim, foi expulso do litoral e avançou para o sertão, sendo o vale do rio São Francisco o palco desta evolução. *A decadência da capitania de São Vicente, que havia iniciado na segunda metade do século anterior devido ao afastamento dos portos exportadores e núcleo econômico da colônia, além da pobreza do solo, cuja produtividade declinou bastante, fez com que, já no século seguinte, corresse a marcha de muitas pessoas para o povoado mais próximo, São Paulo de Piratininga. *No final do século XVII, as expedições bandeirantes encontraram ouro nas Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás, que promoveu um afluxo populacional sem precedentes na história colonial, alargando ainda mais a faixa de ocupação luso-brasileira. * Produzido em Alagoas e Recôncavo baiano, o tabaco assumiu importância na pauta das exportações lusitanas.
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Intensificaram-se as expedições oficiais pelo vale amazônico, tendo um sentido geopolítico e comercial: tratava-se de expulsar holandeses e ingleses e impedir o contrabando de produtos nativos, tais como madeira e pescado. Acabou por ser construído, na região, o Forte Presépio de Belém, em 1616. Século XVIII *A exploração de ouro no interior do país fez surgir importantes núcleos urbanos, como Vila Rica de Ouro Preto, Mariana, Caeté, Sabará, entre outros, além de transformar a geografia do Centro-Sul. O deslocamento do ouro do interior para o rio São Francisco se dava através de dois caminhos, conhecidos como Caminho Geral do Sertão e Caminho Velho. *As fronteiras entre as possessões espanholas foram diplomaticamente resolvidos com a assinatura do Tratado de Madri (1750). O princípio geral adotado na partilha (“cada um fica com o que tem”) beneficiou a Coroa portuguesa, cujo território havia avançado substancialmente sobre as terras espanholas graças ao bandeirantismo e às expedições coletoras no grande norte. No extremo sul, Portugal cedeu a Colônia de Sacramento à Espanha. *Em 7 de setembro de 1822 foi proclamada a Independência do Brasil, iniciando um novo período da história que veremos no capítulo a seguir. O Brasil-Império e o Brasil-República 1808- chegada da Coroa Portuguesa ao Brasil. 1850- promulgação de duas leis simultaneamente: Lei de Terras e Lei Eusébio de Queiroz. A Lei Eusébio de Queiroz representou o fim do tráfico negreiro para o Brasil. Era o início das conversações entre o setor escravocrata e os que lutavam pela libertação dos escravos. Em consequência, o preço médio dos escravos teve uma brutal elevação, enriquecendo muitos fazendeiros. Como continuidade do estágio lento de libertação dos escravos, foram assinadas as Leis do Ventre Livre(1871; os filhos de escravos nascidos a partir desta data eram livres) e dos Sexagenários (1885; os escravos acima de 60 anos estavam livres), assinalando para a libertação total dos escravos, que aconteceu em 1888 (Lei Áurea). Pela Lei de Terras, por sua vez, estava vedada qualquer acesso às terras devolutas que não fosse através da compra. Apenas, assim, os grandes proprietários de terras (que tinham recursos financeiros) teriam acesso à terra. Essa lei foi promulgada em simultaneidade com a Lei Eusébio de Queiroz por dois motivos: evitaria que os escravos, libertos vagarosamente, assumissem terras devolutas e; o dinheiro arrecadado pela venda das terras seria utilizado para financiar a vinda de imigrantes europeus que substituiriam, como mão-de-obra, os escravos, que estavam na iminência de serem libertados. Ciclo do Café (1850-1930): o café, em SP, tornavase o núcleo das relações brasileiras com o mercado mundial através da exportação acentuada. O Brasil tornou-se o fornecedor de café para o mundo. Surgiram os “barões do café” em SP, inúmeras estradas de ferro ligando o interior do Estado ao Porto de Santos, recém construído, etc. De 1870 a 1910, o Brasil presenciou o Ciclo da Borracha, que deu novo impulso à ocupação da região Norte. Apenas após a concorrência com a borracha asiática foi que este setor econômico declinou. O final do século XIX também marca o início da industrialização brasileira, mesmo que incipiente, até então boicotada pela Coroa portuguesa. Em 1885, São Paulo tinha 13 fábricas têxteis, 3 de chapéus e 7 metalúrgicas. Esta industrialização se intensificou no início do século XX, junto com a imigração em massa, a abolição da escravatura e a
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instauração da República. Mas foi apenas em 1929 que o setor industrial teve um papel importante na nossa economia, e isto será discussão para o próximo subcapítulo. A crise do Café A crise da Bolsa de Nova Iorque, em 1929, repercutiu em todo mundo desenvolvido na forma de uma crise industrial sem precedentes. No mundo subdesenvolvido, entre os países agrícolas, provocou uma recessão pois estes países não encontravam no exterior compradores para suas mercadorias (subentende-se Brasil e seu café). Era o fim do Ciclo do Café. Revolução de 30 e a substituição das importações 1)O final da década de 20 é marcada por uma série de acontecimentos, com consequências importantes para o Brasil. São elas: O Governador de São Paulo, Júlio Prestes, é indicado à Presidência da República pelo então Presidente Washington Luís, em 1929, contrariando a política do “café-com-leite” (sucessão de mineiros e paulistas no poder). Minas, Paraíba e Rio G. do Sul fundam a “Aliança Liberal”, chapa de oposição com o nome de Getúlio Vargas à frente e João Pessoa como vice. Nas eleições de 30, Júlio Prestes vence a Aliança por 100 mil votos de diferença. Perseguidos desde o governo Washington Luís, as oligarquias começam a pensar em uma revolução, através de pressões populares que queriam Getúlio Vargas no poder. Com o assassinato de João Pessoa em julho de 1930, o cenário estava armado.
Populismo = fenômeno político surgido na América Latina nos anos 30 e 40. Consistia no domínio sobre as massas urbanas através de um líder carismático, o qual era provido de um grande poder de oratória.
Ao mesmo, o populismo surgiu no Brasil c om Vargas, na Argentina com Perón e no México com Cárdenas. No caso brasileiro, o fato de Vargas ter instalado leis trabalhistas e ainda manipular o culto à sua imagem criaram as bases do populismo local. Com a entrada de Getúlio Vargas no poder, termina o ciclo agroexportador brasileiro e inicia-se o modelo urbano-industrial, com base na substituição das importações (produção interna dos manufaturados que até então o Brasil importava). Do Governo Vargas a FHC O Governo Vargas (1930-1945) é marcado por uma forte intervenção estatal na economia. Foi um governo bastante ditador, principalmente sobre a oposição. Criou uma constituição trabalhista, restringiu a entrada de imigrantes, criou a Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e Petrobrás (em seu segundo mandato (1951-1954), todas empresas responsáveis pela exploração do nosso subsolo.
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A abertura da nossa economia (internacionalização) se deu com o governo JK (1954 - 1961) através de seu Plano de Metas. Esta política desenvolvimentista baseava -se na utilização do Estado como instrumento coordenador do desenvolvimento, estimulando o empresariado nacional e criando um clima propício à entrada do capital estrangeiro, na forma de investimentos diretos ou empréstimos, que r ealmente ocorreu. O setor industrial de maior destaque foi o automobilístico (Volkswagen, Ford, General Motors), com estas montadoras instalando -se em São Paulo. Esta concentração isolou outras áreas do Brasil, obrigando o governo a criar as Superintendênc ias de Desenvolvimento (SUDENE, SUDAM, SUDECO,...). Em 1961 terminou a construção da nova capital federal, Brasília, que custou rios de dinheiro estrangeiro, endividando o Brasil ainda mais. Jânio Quadros e João Goulart (Jango) foram os próximos presidente s após Juscelino. Em 31 de março de 1964, Jango é deposto por um golpe militar, que coloca, sucessivamente, 5 presidentes militares no poder. Características do governo militar: a dívida externa dispara devido a construção de obras faraônicas de caráter du vidoso (Ponte Rio Niterói, Hidroelétrica de Itaipu, Estrada Transamazônica, Usina de Angra dos Reis, etc). O Brasil possuía o 43º PIB do planeta. A taxa de lucro dos empresários foi ampliada através da diminuição do salário real, ou seja, do poder aquisiti vo dos trabalhadores, agravando a concentração de renda no Brasil. “Os ricos ficaram mais ricos, e os pobres, mais pobres.” A economia brasileira, entretanto, pulou para a 8ª do mundo. Este período ficou conhecido como o “milagre brasileiro” (1969 -1973). A classe média viu seu poder de compra se ampliar com a injeção do capital estrangeiro no setor mineral, expansão das fronteiras agrícolas, indústria química e farmacêutica e fabricação de bens intermediários (máquinas e equipamentos), quer pela elevação de salários e cargos que exigiam qualificação técnica, quer pela ampliação do sistema de crédito bancário. Com a elevação da taxa de juros do mercado, no final da década de 70, o Brasil viu entrar menos investimentos externos, tendo que arcar com os juros da dívida externa, contraída à taxas de juros flutuantes. Iniciou -se, então, uma política de exportação “acima de tudo”. Mas, e a concorrência? As saídas encontradas foram: arrocho salarial; subsídios fiscais à exportação (menos impostos para produtos export ados); despreocupação total com o meio ambiente; desvalorização cambial (a desvalorização do cruzeiro facilitava a importação com menor margem de lucro); diminuição do poder aquisitivo. Consequências: favorecimento à colocação dos produtos no mercado exter no mas sufocamento do mercado interno, que viu seu poder de compra despencar. Resultado: economia cresce mas povo empobrece.
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Com os encargos impostos à importação, tanto de bens de consumo quanto de capital ou de produção, ocorre o sucateamento do parque industrial brasileiro, perdendo a competitividade no mercado mundial. Durante a década de 80, a inflação passou de 14% ao ano, em 1982, a 126% em 1986. O crescimento do PIB a qualquer custo causou um aumento da ineficiência industrial e inchamento da administração pública (o Estado possuía indústrias em quase todos os setores da economia). Em 1985, cerca de 20% do PIB era obtido em empresas estatais, enquanto os serviços tradicionalmente públicos, como a saúde e a educação, estavam falidos. Ainda assim, não se pode ocultar que as taxas de natalidade e mortalidade, a urbanização e a industrialização brasileira aumentaram, assim como a expectativa de vida (viver mais, entretanto, não significava viver melhor). Em 1985, enfim, eleições indiretas. Inicia a Nova República. Sarney, Collor, Itamar e FHC foram os próximos presidentes, todos com uma característica em comum. Eram todos neoliberais. Neoliberalismo
Assim, de 1985 até 2002, foram privatizadas a CVRD, CSN, inúmeros bancos, estradas, companhias telefônicas, de energia elétrica, a Petrobrás perdeu o monopólio de exploração de nosso petróleo, etc. Virada do milênio: exportação maior de produtos primários (agrícolas e minerais) e semi-industrializados (suco, café) foram substituídos por mercadorias industriais, realizando um comércio mundial (global trader), assim como com a América Latina. Industrialização Brasileira Etapas 1ª etapa (1500 – 1930): caracterizou-se pelo predomínio da indústria artesanal com a utilização de técnicas rudimentares. Este período mostrou uma intensificação na produção industrial a partir de 1844, com a elevação das tarifas alfandegárias para 30%. A Primeira Guerra (1914-1917) também foi importante porque marcou uma intensificação na exportação de manufaturados e produtos siderúrgicos e frigoríficos. 2ª etapa (1930 – 1945): corresponde a uma grande transformação na indústria brasileira, sendo núcleo da economia da época. Surgem essencialmente indústrias de base, como metalúrgicas e siderúrgicas, assim como as empresas responsáveis pela exploração da matéria-prima destas indústrias (o ferro): Cia. Vale do Rio Doce, Petrobrás (na década de 50), ... 3ª etapa (1945 – hoje): é o período em que ocorre a implantação da indústria moderna conjuntamente às
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indústrias de base. Com o dinheiro adquirido pela exportação durante a Segunda Guerra, o governo investe em novos equipamentos, tornando as indústrias mais competitivas a nível mundial. Foi após 1950, com o governo JK, que as indústrias tiveram um novo e grande impulso: política de transportes e energia para o Brasil; entrada de multinacionais; forte intervenção estatal nos campos estratégicos da economia, como eletricidade, siderurgia, petróleo, mineração, ferrovias, ..., ora sozinho, ora com a ajuda de capital estrangeiro.
3) A partir da realidade apresentada pela Mafalda, assinale V
ou F:
EXERCÍCIOS 1)(Unicamp-SP) No século XV, Portugal e Espanha deram início à expansão marítima européia, da qual resultaram grandes impérios coloniais. a)Apresente um motivo de ordem econômica que impulsionou essa expansão. .................................................................................................. .................................................................................................. .................................................................................................. ........................................................................................... b)Justifique, com dois exemplos, o pioneirismo português nessa empresa expansionista. .................................................................................................. .................................................................................................. .................................................................................................. ........................................................................................... 2)Observe o mapa representado abaixo:
Com base nos conhecimentos relativos à população brasileira, deve-se afirmar que estão localizadas no mapa as: a) áreas de atuação das comunidades evangélicas. b) Comunidades de quilombos. c) Reservas de água doce, também chamadas de aqüíferos. d) UC (Unidades de Conservação), patrimônios biológicos brasileiros. e) Terras indígenas demarcadas.
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( ) Atualmente, com a globalização da economia, a situação dos trabalhadores assalariados está se deteriorando.o sistema tributário e a inflação nunca repassam integralmente os salários. ( ) Geralmente, os preços das mercadorias sobem e não são repassadas aos salários. Logo, aumenta a taxa de lucro para o empresário e diminui o poder aquisitivo do assalariado. ( ) Os impostos indiretos, geralmente, pesam mais no bolso de quem ganha menos. Um operário que ganha um salário mínimo e compra um litro de leite paga o mesmo imposto que um advogado que compra o mesmo produto e ganha 50 salários. A sequência correta é: a)VVV b) VFV c) FFF d) FFV e) VVF 4) (ENEM/09) A partir do mapa apresentado, é possível inferir que nas últimas décadas do século XX registraram-se processos que resultaram em transformações na distribuição das atividades econômicas e da população sobre o território Brasileiro, com reflexos no PIB por habitante. Assim:
a) As desigualdades econômicas existentes entre regiões brasileiras desapareceram, tendo em vista a modernização tecnológica e o crescimento vivido no país. b) Os novos fluxos migratórios instaurados em direção ao Norte e Centro-Oeste do país prejudicaram o desenvolvimento socioeconômico dessas regiões, incapazes de atender ao crescimento da demanda por postos de trabalho no país. c) O Sudeste brasileiro deixou de ser a região com maior PIB industrial a partir do processo de desconcentração espacial do setor, em direção a outras regiões do país. d) O avanço da fronteira econômica sobre os estados da região Norte e Centro-Oeste resultou no desenvolvimento e na introdução de novas atividades econômicas. Tanto nos setores primário e secundário, como no terciário. e) O Nordeste tem vivido, ao contrário do restante do país, um período de retração econômica, como consequência da falta de investimentos no setor industrial com base na moderna tecnologia.
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5. (PUC-SP/13) Leia o trecho de uma entrevista à Folha de S. Paulo de André Esteves, presidente e principal sócio do BTG Pactual, maior banco de investimentos da América Latina. Folha: Há uma preocupação excessiva com a inflação? André Esteves – A inflação, de longe, não é o principal problema hoje do país [Brasil]. A gente ainda gasta muito tempo e esforço pensando nela. A economia brasileira se sofisticou. Três grandes temas, tão ou mais importantes, estão na agenda do governo – infraestrutura, excesso de carga fiscal e educação. (Folha de S. Paulo. Não é preciso reforma tributária para baixar já os impostos no Brasil. 04/11/2012, p. B3).
Considerando as preocupações com a infraestrutura e a educação, visando à eficiência da economia brasileira, é correto dizer que (A) a significativa melhora do quadro educacional do país, que favorece a pujança atual da economia, não tem um correspondente na infraestrutura de telecomunicações, ainda muito precária e sem perspectivas de investimentos. (B) a infraestrutura de transportes foi revolucionada, em especial no que diz respeito ao transporte aéreo, impactando de forma positiva na eficiência econômica, ao mesmo tempo em que novos cursos de engenharia se multiplicam pelo país. (C) as fragilidades do ensino básico somadas às insuficiências do sistema universitário, juntamente com as precariedades dos meios de transporte num país continental, são verdadeiros obstáculos para o desenvolvimento econômico. (D) os grandes investimentos ocorridos recentemente no sistema ferroviário indicam um desenvolvimento consistente na infraestrutura de transporte, embora nosso sistema educacional não tenha condições de formar profissionais nesse ramo industrial. (E) a precariedade do sistema de educação no país não compromete a eficiência econômica do país de uma forma tão séria, quanto a precariedade notada na infraestrutura energética, tanto no que diz respeito às fontes, quanto à geração e à distribuição. ANOTAÇÕES
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Aula 03: A questão ambiental Características gerais: * foi com a Revolução Industrial que iniciaram os primeiros problemas ambientais, pois esta época coincide com um grande aumento populacional mundial; na época da Guerra Fria, a degradação ambiental entre capitalistas e socialistas era eqüitativa. Hoje, que mais degrada a natureza são os países desenvolvidos, devido a maior industrialização e ao caráter consumista de sua sociedade; Será que uma sociedade não pode se desenvolverem sem utilizar a natureza como fonte de recursos? Os recursos podem ser renováveis (uma vez utilizado podem ser repostos: água, vento, sol, ...) ou não-renováveis (são finitos, se esgotam: combustíveis fósseis- carvão e petróleo minérios, ...). Conservacionismo → .................................................................................................. .................................................................................................. .................................................................................................. ........................................................................................... Preservacionismo → .................................................................................................. .................................................................................................. .................................................................................................. ........................................................................................... Impacto ambiental é o nome dado ao desequilíbrio provocado por um choque, um “trauma ecológico”, resultante da ação do homem sobre o meio ambiente. No entanto, pode ser resultado de acidentes naturais: explosão de um vulcão, um choque de meteoros, ... Podemos separar os impactos ambientais de acordo com o sistema em que ocorre: naturais, agrícolas, urbanos e mundiais. Os encontros mundiais sobre meio ambiente: Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente, Estocolmo, Suécia (1972): propôs uma organização no gerenciamento geral da demografia e da economia, a fim de alcançar um estado de equilíbrio dinâmico, visto que o planta é um sistema de recursos finito. Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, Rio de Janeiro, Brasil (1992): conhecida como ECO-92, se enfatizou não mais o crescimento demográfico, mas os padrões de produção e consumo e as bases tecnológicas do desenvolvimento econômico. Conferência de Kyoto, Japão (1997): nesta Conferência, foi assinado o Protocolo de Kyoto, em que ficou estabelecido que os maiores poluidores da planeta são os países industrializados, desenvolvidos ou não. Ficou estipulado uma cota máxima de emissão de poluentes, a partir de 2010, com redução de 5% do que os países emitiam em 1990. Nem todos os países assinaram esta parte da Ata, apesar de poder ocorrer um comércio de créditos de emissão entre os países. Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, Rio de Janeiro (2012): conhecida ocmo Rio + 20, de 13 a 22 de junho de 2012. A ONU entende que a crise econômica mundial seja uma boa oportunidade para rever o modelo econômico que as nações desenvolvidas adotaram. 3 pilares de debate: Sociedade; * economia; * meio ambiente
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.Foram discutidas formas de desenvolver uma “economia verde”, que não prejudique o meio ambiente e, ao mesmo tempo, promova a erradicação da pobreza e da fome (Rascunho Zero, Draft Zero- documento). Será necessário estabelecer metas específicas para cada ação, com valores específicos a ser alcançados dentro de determinado prazo. Exemplo sugestão do Reino Unido é a criação de uma “contabilidade verde”- fixação de preços para os recursos naturais., quantificando o estado das matas, mananciais, etc.
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Foram emitidas 45.381 credenciais para o Riocentro, onde ocorre a Rio+20. Destas, 10.822 foram para as delegações, 9.856 para ONGs e 'grupos majoritários', 4.075 para a mídia, 1.781 para os diálogos e 4.363 para a segurança, demonstrando um aumento de 2,6 vezes mais participantes que a ECO-92. Como resultado da Conferência, produziu-se um texto final, chamado de "O futuro que queremos", tendo 49 páginas e 283 parágrafos. Entre os principais pontos do documento, está a criação de um fórum político dentro da ONU para debater o desenvolvimento sustentável. Os países também reconhecem que acabar com a pobreza é o maior desafio do planeta. Além disso, o texto defende uma legislação para proteger os oceanos em águas internacionais, com a preservação da biodiversidade.
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Exercícios 1. (UFPB/08-2) Sobre o desenvolvimento sustentável, discutido atualmente em todo o mundo pelos movimentos sociais e movimentos ambientalistas, pode-se afirmar: I. É fruto da Terceira Revolução Industrial e tem como princípio básico o uso racional dos recursos naturais e das fontes de energias renováveis, na produção de equipamentos resultantes do desenvolvimento tecnológico. II. Estabeleceu-se a partir da implantação da nova Divisão Internacional do Trabalho (DIT), na qual os países ricos responsabilizam-se por um tipo de produção industrial, com baixa emissão de gases tóxicos, dando margem aos países pobres a ampliarem a sua produção e consequente emissão de gases. III. Resulta dos debates acerca dos problemas ambientais e configura-se como uma forma de progresso econômico que compromete o meio ambiente e tem como princípio o uso racional dos recursos naturais disponíveis e indisponíveis. Está(ão) correta(s) apenas: a) I e II b) II e III c) I e III d) II e) I 2.(UNESP-SP) A conferência das Nações Unidas sobre o meio ambiente e desenvolvimento, realizada em junho de 1992 no Rio de Janeiro, permitiu o estabelecimento de compromisso entre os países que dela fizeram parte. Entre os compromissos firmados, figura: a) Os países ricos destinarão 7% do PIB para a solução de problemas de poluição do planeta. b) Todos os países deverão estabelecer metas de planejamento familiar até o ano 2000. c) Com exceção dos EUA, as empresas dos países ricos deverão transferir tecnologias e pagar royalties nos negócios com os países pobres para a preservação da biodiversidade. d) A aprovação de uma declaração de princípios, com força de lei, pela preservação das áreas florestais, tanto nos países ricos como no Terceiro Mundo. e) Todas as alternativas estão corretas. 3.(UFGO) A água que dispomos para nossa sobrevivência é retirada, basicamente, dos rios, lagos e lagoas, que representam apenas a 0,009% da água do planeta. Essa água encontra-se em vias de esgotamento, devido a uma série de fatores, ligados ao relacionamento do homem com a natureza. Na sequência abaixo, indique o fator que não está interferindo nessa escassez: a)
b)
c) d)
o ritmo acelerado dos desmatamentos e o pastoreio excessivo, que diminuem a capacidade do solo em absorver a água das chuvas. O crescimento urbano e industrial, promovendo a impermeabilização dos solos e a poluição do manancial hídrico. O bombeamento excessivo de água do lençol subterrâneo, causando o rebaixamento do nível freático. A diminuição da irradiação solar que chega até a superfície e a fraca intensidade dos ventos.
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4.(FATEC-SP) O inverno em São Paulo, em 1995, foi marcado por elevadas temperaturas e falta de chuvas. Foi comum noticiar-se, durante vários dias, a ocorrência de inversões térmicas na Grande São Paulo. As inversões térmicas são um fenômeno no qual: a) a ação exercida pelo gás carbônico sobre as radiações solares impede estas de chegarem à superfície terrestre, interceptando-as e transmitindo-as de volta à atmosfera. b) constantes nevoeiros se formam sobre as cidades, provocados pela poluição e correspondendo à famosa garoa paulistana. c) o ar junto à superfície é mais frio e mais pesado do que as camadas atmosféricas acima dele, impedindo a formação de correntes ascendentes na atmosfera. d) faz mais calor e chove um pouco mais nas áreas urbanas do que nas áreas rurais vizinhas, devido ao asfaltamento das ruas e à grande quantidade de micropartículas no ar. e) há elevação da temperatura urbana, provocada pelo avanço da massa tropical continental, quando a massa polar atlântica é fraca. 5. (Unesp/10) A desaceleração econômica causada pela crise global, desde o fim do ano de 2008, na maioria dos países provocou desemprego e muitos projetos de desenvolvimento foram adiados. Esse fato influenciou diretamente na emissão de gases poluentes na atmosfera. Em consequência desse fato é possível afirmar: I. A queda na produção industrial provocou aumento da emissão de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera. II. Em muitos países, os investimentos para o desenvolvimento de energias renováveis aumentaram, na tentativa de diminuir a dependência excessiva de combustíveis fósseis. III. Com a diminuição da produção industrial em várias partes do mundo, o tráfego de caminhões caiu, amenizando as emissões de gases que causam as mudanças climáticas e a poluição local em grandes centros urbanos. IV. Com a redução da demanda de aço no mundo, dezenas de pequenas siderúrgicas em alguns países em desenvolvimento tiveram de parar as suas atividades e, em consequência, a concentração de dióxido de enxofre (SO2), substância responsável pela chuva ácida, aumentou expressivamente nesses lugares. V. Com o preço da soja e da carne em queda no Brasil, houve menos incentivos para derrubar a floresta e substituí-la por pastos ou lavouras, tendo, como consequência, a redução, na Amazônia, do desmatamento no período de agosto de 2008 a janeiro de 2009, quando comparado ao mesmo período do ano anterior. (www.planetasustentavel.abril.com.br/notícia/ambiente/ Adaptado.) Estão corretas apenas as afirmações: (A) I, II e III. (B) III, IV e V. (C) II, IV e V. (D) I, II e IV. (E) II, III e V.
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Aula 04: Cartografia -
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É a ciência que estuda a representação da superfície da Terra em um meio plano (mapa, carta, planta, etc.). Os principais elementos de um mapa são o título (mapa físico, político, rodoviário, ...), a legenda (que define a simbologia utilizada no mapa) e a escala. A escala é o elemento que estabelece a relação/proporção entre uma distância no mapa e a mesma distância no terreno , pode ser:
Escalas grandes = até 1: 250.000 (cartas com muito detalhe; vilas, cidades) Escalas médias = entre 1:250.000 e 1:1.000.000 (mapas com razoável grau de detalhamento; estados) Escalas pequenas = acima de 1:1.000.000 (mapas com pouco detalhe; países, continentes, mundo) Projeções: é a transferência das informações de um globo para um plano. Sempre resultará em algum tipo de deformação, seja nas formas, nas áreas dos continentes ou no ângulo entre os paralelos e meridianos. As principais são:
numérica: 1: 5.000.000 ou 1/5.000.000
gráfica:
0
50 100 Km (cada divisão desta régua equivale a 1 cm = 50 km , ou seja, cada cm no mapa equivale a 50 Km no terreno) A escala numérica significa que cada unidade (cm, mm, m, ...) no mapa equivale a 5.000.000 de unidades no terreno (usando-se o exemplo acima). Ou seja, cada cm no mapa equivale a 5.000.000 cm no terreno. Cm Km ( Cortar 5 zeros ) Se quisermos saber a distância real entre duas cidades que distam 1 cm em um mapa com esta escala, sabemos automaticamente que a distância no terreno (real) será de 5.000.000 cm. Então 5.000.000 cm serão 50 Km, ou seja, a distância real entre as duas cidades. D=d.E Onde , D = distância real (geralmente em Km ou m) d = distância no mapa (geralmente em mm ou cm) E = escala do mapa (sem unidade).
Cílíndrica ou de Mercator: os paralelos e os meridianos resultam em linhas retas, que se cruzam formando um ângulo de 90º. As regiões equatoriais aparecem menos deformadas, aumentando a deformação para os polos. É uma projeção conforme, pois distorce as áreas em detrimento das formas
Cônica: utilizada para representar regiões de latitudes médias. Os paralelos são círculos concêntricos e os meridianos serão linhas retas, convergindo para os polos (norte ou sul, dependendo do hemisfério a ser representado).
Assim: “A distância entre duas cidades, em um mapa com escala 1: 300.000, é de 4 cm. Qual a distância real (em Km), entre elas?”
Azimutal: muito utilizada para representar os polos, pois estes são representados no centro do mapa, sem deformação. Esta aumenta a medida que nos dirigimos para as laterais do mapa. Também é bastante adequada para representações geoestratégicas e geopolíticas.
D = d . E D = 4 cm . 300.000 D = 1.200.000 cm D = 12 Km “ A distância entre duas cidades é de 1200 Km. Esta mesma distância, em um mapa com escala desconhecida, é de 60 mm. Qual a escala deste mapa?” D = d .E 1200 Km = 60 mm . E Como as unidades são diferentes D(Km) e d(mm), podemos transformar 1200Km em mm, sabendo que:
de Peters: elaborada em 1592, por Arno Peters, trata-se de uma projeção cilíndrica equivalente. Cada quadricula no mapa representa a mesma área real. É, portanto, uma projeção fiel no que diz respeito às áreas, embora apresente uma deformação visual considerável, principalmente nos países subdesenvolvidos do hemisfério sul, bastante superestimados em tamanho.
1Km = 1000m e 1m = 1000mm, logo 1Km = 1.000.000mm, Logo, 1.200Km = 1.200.000.000mm, assim, 1.200.000.000 = 60mm . E => E= 20.000.000 Então a escala do mapa é 1: 20.000.000
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de Mercator: proposto pelo cartógrafo e matemático belga Gerhard Kremer, codinome Mercator, que deu início à cartografia moderna e é uma das primeiras e mais famosas projeções, datadas de 1569, ou seja, no auge da expansão marítima europeia. Seu euro centrismo se faz notar quando aumenta as áreas das grandes latitudes, em especial da Europa, que está no centro do mapa. A Groelândia, 8 vezes menor que a América do Sul MS sem deformação dos contornos, aparece maior, caracterizando uma projeção conforme, e os paralelos e meridianos se cortando em 90º denota uma projeção cilíndrica (veja exemplo abaixo). A preservação do formato do que foi mapeado faz com que seja muito utilizada para navegação.
Exercícios 1.(UNIFENAS-MG) Em um mapa, a distância entre duas cidades é dada por uma reta com 5 cm. Se esta distância é na realidade 25 Km, qual a escala usada em tal mapa? a)1: 100.000 d) 1: 5.000.000 b) 1: 2.500.000 e) 1: 500.000 c) 1: 250.000
3.(UFRGS/06) Considere as afirmações abaixo relativas à cartografia. I-O GPS (Global Positioning System) é um sistema eletrônico apoiado em uma rede de satélites que permite a localização instantânea de objetos em qualquer ponto da Terra. II-As imagens de satélite com uma resolução espacial de 100 metros são adequadas para identificar as árvores de um pomar, as casas e os edifícios de uma cidade. III-Os mapas temáticos pedológico, geomorfológico e hipsométrico representam o solo, o relevo e a altimetria, respectivamente. Estão corretas apenas: a) I b) II c) I e III d) III e) II e III 4.(UFRGS/04) Considere as afirmações sobre escala cartográfica. I- Uma estrada em linha reta, entre duas cidades que distam entre si 350 Km, teria exatamente 35 cm em um mapa na escala 1:100.000. II- Moradias urbanas representadas num mapa na escala 1:10.000 sofrem generalização em seu traçado quando passam a ser representadas em uma escala menor. III_ Se um mapa na escala 1:20.000, representado em uma quadrícula de 20 cm por 40 cm, for reduzido para uma escala 1: 10.000, as dimensões da nova quadrícula serão de 10 cm por 20 cm. Estão certas apenas: a) I b) II c) III d) I e III e) II e III 5.(UFPB/10-1) Os mapas a seguir mostram a região denominada de Baixada Santista, no litoral do Estado de São Paulo. As características físicas dessa região formam um grande mosaico com diversos compartimentos e notáveis heterogeneidades.
2.(UFRN/06) Em uma aula de Geografia Geral do Brasil, a professora Inês Periente apresentou os seguintes mapas temáticos.
Em seguida, mandou que os alunos fizessem a leitura dos mapas e descrevessem a distribuição espacial dos tipos climáticos e do relevo. A leitura e a descrição do Mapa 1 puderam ser realizadas. O mesmo não ocorreu em relação ao Mapa 2, devido à ausência de um elemento cartográfico Considerando essa situação, atenda às solicitações abaixo. A) Especifique qual o elemento cartográfico, ausente no Mapa 2, que impediu a leitura e a descrição. .................................................................................................. .................................................................................................. .................................................................................................. .................................................................................................. .................................................................................................. B) Explique por que a presença desse elemento é imprescindível para a leitura de qualquer mapa .................................................................................................. .................................................................................................. .................................................................................................. .................................................................................................. ..................................................................................................
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Com base no exposto e nos mapas acima, identifique as afirmativas corretas: I. O mapa A amplia o espaço representado, mas ao mesmo tempo as representações ficam reduzidas em relação ao mapa B, o que faz do primeiro ser um produto cartográfico com escala maior. II. O mapa A mostra alguns contornos da Serra do Mar e uma maior fração dos recortes do litoral, sendo mais adequado que o mapa B para o entendimento do sistema estuarino da Baixada Santista. III. O mapa A, por abranger uma área maior da Baixada Santista, mostra um maior número de ilhas, como as que sustentam as cidades de Santos e Guarujá; esta não cartografada totalmente no mapa B. IV. O mapa A representa as planícies marinhas e as planícies flúviomarinhas, e o mapa B representa apenas as planícies marinhas por ser um produto cartográfico de escala menor. V. O mapa A, assim como o mapa B, mesmo apresentando escalas e detalhes distintos, conseguem cartografar áreas sedimentares, como as planícies e áreas cristalinas da Serra do Mar e seus morros isolados.
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Aula 05: Regionalização do território brasileiro e espaço agrário As Divisões oficiais Em 1941, o IBGE lançou a primeira divisão regional oficial do Brasil. Delimitava 5 grandes regiões (Norte, Nordeste, Leste, Sul e Centro-Oeste) tendo em vista finalidades estatísticas e didáticas. Foi substituída pela divisão regional de 1945 que, embora tenha conservado as mesmas regiões da divisão anterior, foi acrescida de um sistema hierárquico de regiões (grandes regiões, regiões, sub-regiões e espaços fisiográficos) e dos novos Territórios Federais criados em 1946 (Fernando de Noronha) e Iguaçu (vide figura abaixo, à esquerda). Estas divisões foram elaboradas com base no conceito de região natural (divisão dos territórios fundamentado nos elementos naturais). A divisão de 1969 foi elaborada em decorrência dos novos conhecimentos adquiridos sobre o território brasileiro e também das profundas transformações nele ocorridas em razão do desenvolvimento industrial e urbano (figura abaixo, à direita).
A divisão do Brasil em regiões geoeconômicas é uma proposta de estudo do espaço com base em três grandes unidades territoriais (Amazônia, Nordeste e Centro-Sul), individualizada segundo critérios geográficos e econômicos. Trata-se de uma divisão regional não-oficial, elaborada em 1967 pelo geógrafo Pedro Geiger (vide figura abaixo). Assim
* Centro-Sul 2 Abrange cerca de 2 milhões de km (24% da área do país) e inclui, além das porções mais industrializadas do país (Sudeste e Sul), as áreas de economia mais dinâmica do Centro-Oeste: o sul do Estado de Mato Grosso e os estados de Goiás e Mato Grosso do Sul. Constitui o centro econômico do país. Concentra mais de 60% da população brasileira, a maior parte do parque industrial e da agropecuária, os maiores portos e aeroportos, a maior densidade rodoferroviária, as maiores e melhores universidades, a grande maioria dos cientistas, as maiores cidades do país, concentra 78% do PIB brasileiro, etc. Mas possui também problemas, principalmente nas grandes cidades: criminalidade, mendicância, desemprego, subemprego, falta de moradia, poluição ambiental, etc. *Nordeste 2 Ocupa uma área de 1,5 milhão de Km (18% da área do país) e estende-se desde a metade leste do Maranhão até o norte de Minas Gerais. Concentra cerca de 30% da população brasileira e constitui uma ‘’região-problema’’, em virtude dos graves problemas sociais e econômicos que apresenta: pobreza, fome, subnutrição, elevadas taxas de mortalidade infantil e de analfabetismo, baixos salários, elevada concentração de renda e das terras, secas, entre outros. Marcado por acentuados contrastes naturais (litoral úmido, interior seco,...), o complexo regional do Nordeste apresenta quatro porções ou regiões distintas, conforme figura ao lado. » Zona da Mata: primeira área do Brasil ocupada pelo colonizador europeu é, e sempre foi, a principal região do espaço geoeconômico nordestino. Sua economia é baseada no setor terciário (visto que concentra as principais capitais do Nordeste- Salvador, Maceió, Aracajú., Recife, João Pessoa e Natal) e na agricultura baseada no latifúndio monocultor exportador (plantations). Concentra, também, grande parte dos problemas que afetam o Nordeste: pobreza, desemprego, subemprego, criminalidade, etc.
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» Agreste: área de transição entre a Zona da Mata e o Sertão, sendo uma estreita faixa de terras que se estende desde o Rio G. Norte até o Sul da Bahia. Corresponde, em parte, ao espaço ocupado pelo Planalto da Borborema. A parte em contato com a Zona da mata apresenta solos férteis e boas condições de umidade. Já a porção em contato com o Sertão apresenta estéreis e pouca umidade. As densidades demográficas no Agreste são muito superiores às encontradas no Sertão, porém inferiores às da Zona da Mata. Área com predomínio de médias e pequenas propriedades, tem como principais atividades econômicas a policultura comercial e a pecuária leiteira, ambas voltadas, principalmente, para o abastecimento da Zona da Mata. Fazem parte do Agreste: Campina Grande (‘’capital’’), Caruaru e Feira de Santana » Sertão: é a mais extensa das subregiões e corresponde ao domínio do clima tropical semi-árido, da vegetação de caatinga, da pecuária extensiva, da agricultura de subsistência, dos rios temporários e das secas periódicas, cuja área afetada por este fenômeno é denominado Polígono das Secas. Esta área inclui o norte de Minas Gerais e todo o sertão nordestino. O único rio perene da região é o Rio São Francisco. » Meio-Norte: formado pelos estados do Maranhão e Piauí, trata-se de uma área de transição entre a Amazônia e o Nordeste. Destaca-se o clima tropical semi-úmido, a Mata dos Cocais e o relevo formado por planaltos, planícies e chapadas. Apresenta população pouco numerosa e economia baseada no extrativismo mineral ( babaçu) e na agricultura tradicional ( algodão, arroz, etc ). *Amazônia: a Amazônia Brasileira corresponde a 60% do território brasileiro, tendo 6,7% da população total do país. Isso mostra que a região é escassamente povoada, pois sua densidade demográfica é de aproximadamente 2 2 hab/Km . As áreas mais densamente povoadas são a foz do Amazonas, o nordeste do Pará, o Médio Amazonas e o Vale do Madeira (Porto Velho). Atualmente, com a abertura de rodovias e o povoamento também pelas terras firmes, a população se distribui de maneira linear ao longo dos rios, vias de circulação de que dispõem os caboclos. A Amazônia não possui os diferentes graus de hierarquização entre suas cidades, o que a leva a apresentar uma rede urbana com falhas. Belém é a metrópole regional, não apenas por ser a cidade mais populosa, mas também pela área que polariza através dos seus serviços. A economia da Amazônia ainda se baseia no extrativismo mineral e vegetal e na pesca, que no conjunto representam as maiores fontes de renda da região. Na década de 1970, dentro dos planos governamentais a construção de rodovias recebeu prioridade absoluta. Assim, a Amazônia já está em contato com o restante do país, através de diversas rodovias. »Alguns organismos que atuam na Amazônia SUDAM (Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia): Foi criada em 1966 no lugar da SPVEA (Superintendência do Pano de Valorização Econômica da Amazônia), é uma autarquia federal, vinculada ao Ministério do Interior, com sede na cidade de Belém. A sua finalidade é planejar, promover e executar, além de coordenar e controlar, a ação federal na Amazônia, como órgão regional de desenvolvimento. PIN (Projeto de Integração Nacional): traduziu-se de imediato na abertura das rodovias Transamazônica e Cuiabá-Santarém, permitindo, a médio e a longo prazo acelerar o processo de ocupação e a integração da região à economia nacional.
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Projeto Calha Norte: Consiste na instalação de uma rede integrada de bases do Exército e da Marinha ao norte da calha dos Rios Solimões e Amazonas, ao longo das linhas de fronteiras com a Colômbia, Venezuela, Guiana, Suriname e Guiana Francesa, com o intuito de controlar efetivamente esta área, evitando a entrada ou saída ilegal de pessoas ou produtos. SUFRAMA (Superintendência da Zona Franca de Manaus): concede incentivos, como a isenção de impostos de exportação e importação, de circulação de mercadorias, além de vender terrenos a preços simbólicos para a instalação de fábricas, visando à formação de um parque industrial que dinamize a economia da área próxima a Manaus. SIVAM (Sistema de Vigilância da Amazônia): os recursos de alta tecnologia atuais possibilitaram um maior monitoramento da região amazônica, através da utilização de sensoriamento remoto, radares, satélites, ... envolvendo a Secretaria de Negócios Estratégicos, Ministério da Aeronáutica, da Justiça, Comunicações, Meio Ambiente, Exército e Marinha. O Governo pretende controlar o tráfego aéreo e as atividades ilegais – como o contrabando de minérios e o narcotráfico – em toda a Amazônia. Características da agricultura brasileira A agropecuária emprega cerca de 23% da população ativa nacional e gera menos de 10% do produto PIB do país, participando com 20% da pauta das exportações brasileiras. A safra de cereais alcançou recorde, em 1997, com mais de 77 milhões de toneladas. A urbanização e industrialização do país não apenas reduziram a importância do setor agrícola. Este processo de modernização subordinou a agropecuária às necessidades do capital urbano industrial, definindo novas funções para a economia rural no interior da economia nacional. Atualmente, a agricultura funciona como retaguarda do crescimento do setor industrial e financeiro. A economia rural transformou-se, antes de tudo, em fornecedora de matérias-primas para as indústrias. As culturas agrícolas que conheceram um maior desenvolvimento foram justamente aquelas voltadas para a produção de insumos industriais, enquanto as culturas tradicionais de alimentos básicos viviam um longo período de estagnação. Exemplo: Brasil: aumento percentual da área cultivada de alguns produtos agrícolas de 1970/1980 Produto
Aumento da área
Soja
390%
Laranja Milho
154% 11%
Arroz
20%
Trigo Mandioca
18% 2,5%
O Brasil apresenta um subaproveitamento de suas terras, já 2 que, apesar de possuir mais de 8,5 milhões de Km , ocupa, 2 2 com lavouras, cerca de 400 mil Km e 1.66.000 Km com pastagens
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Estatuto da Terra Criado em novembro de 1964 para organizar a estatística e caracterizar o meio rural brasileiro. De mais importante, daí surgiu o conceito de módulo rural, que significa: “propriedade que deve proporcionar condições dignas de vida a uma família de 4 pessoas adultas. Possui uma área de dimensão variável, levando em consideração basicamente 3 fatores que, ao aumentar o rendimento da produção e facilitar a comercialização, diminuem a área do módulo.” Os fatores que condicionam o tamanho do módulo são: localização da propriedade: quanto melhor a localização da propriedade rural, ou seja, mais próxima de grandes centros urbanos, com uma rede de transportes eficaz, muita mão-de-obra, etc, menor será o tamanho do módulo. Assim, uma propriedade em São Paulo, região que preenche todos estes requisitos, terá o tamanho do módulo menor que uma propriedade no Sertão nordestino. características físicas do local: quanto melhores as condições climáticas e pedológicas, menor é o tamanho do módulo. Assim, uma propriedade no Paraná, com clima bastante favorável e solo extremamente fértil, terá o tamanho do módulo inferior àquela propriedade no Centro-Oeste, com seu solo ácido e que requer a utilização de corretivos, além de um clima propício à ocorrência de lixiviação e lateritização. tipo de produto cultivado: as propriedades que cultivam culturas que requerem maior tecnologia para florescerem (exemplo: morangos, uva, kiwi,...) apresentam um módulo de tamanho menor que aquelas propriedades que plantam produtos de fácil proliferação (exemplo: mandioca, feijão, ...). Após acertada a unidade de medida, foram criadas as categorias de imóveis rurais: * Minifúndio: todo imóvel, com área explorável inferior são módulo rural fixado para a respectiva região e tipos de exploração nela ocorrentes. Assim, corresponde àquelas pequenas propriedades, com mão-de-obra familiar, cuja produção é voltada para a subsistência. * Latifúndio por dimensão: todo imóvel com área superior a 600 vezes o módulo rural fixado para a respectiva região e tipos de exploração nela ocorrentes. Ou seja, corresponde às plantations do nordeste, por exemplo, que utiliza mão-de-obra temporária e a produção, monocultora, é voltada para a exportação. * Latifúndio por exploração: todo imóvel cuja propriedade possui um a 600 vezes o módulo rural para a respectiva região, e que se mantém inexplorado em relação às possibilidades físicas, econômicas e sociais do meio, com fins especulativos ou que seja deficiente ou inadequadamente explorada de modo a vedar-lhe a classificação como empresa rural. * Empresa rural: todo imóvel com tamanho entre um e 600 vezes o módulo para a respectiva região, adequadamente explorado em relação às possibilidades da região. Corresponde, assim, às médias propriedades que 2 aproveitam de modo satisfatório cada m de sua propriedade, como as fazendas de laranja de São Paulo.
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Estrutura fundiária: devido a maneira como as terras foram povoadas no Brasil (capitanias hereditárias e Lei de Terras), o setor é muito concentrado, como mostra a tabela baixo:
Conclusão: -os pequenos estabelecimentos rurais predominam em número (44,7%), enquanto sua participação na área é insignificante (2,6%); -os grandes estabelecimentos rurais (mais de 1000 ha) ocupam quase a metade da área rural (44,1%), representando menos de 1% dos proprietários. Assim, há muita gente com pouca terra e muita terra com pouca gente. Trabalho no campo > Trabalho familiar: mão-de-obra familiar em pequenas e médias propriedades de agricultura de subsistência ou jardinagem. Se a produtividade e rentabilidade, a qualidade de vida é boa, sem a necessidade de complementar a renda com outra atividade. Exemplo: fazendas de laranja de São Paulo Trabalho temporário: trabalho de diaristas, temporário e sem vínculo empregatício. Exemplo: boias-frias (centro-sul), corumbás (nordeste e centro-oeste) ou peão (norte). Recebem, portanto, por dia segundo sua produtividade e não residem na propriedade. Quando nada possuem as famílias são “volantes”, ou seja, ao terminar a temporada de serviços em uma região, são obrigados a se deslocar pelo campo até encontrar trabalho novamente. Trabalho assalariado: corresponde a menos de 10% do trabalho rural. Consistem em trabalhadores com carteira assinada, possuindo todos os direitos trabalhistas de um trabalhador urbano (jornada diária de trabalho, descansando semanal, férias remunerada, FGTS, ...). Parceria e arrendamento: quando a terra é alugada por um certo tempo ou preço (arrendamento); quando, por meio de contrato, a terra é cultivada e a produção é repartida na proporção estipulada entre as partes (parceria), na forma da meiação (metade), terceiração (um terço), ... Escravidão por dívida: antigamente vitimava os imigrantes estrangeiros, atualmente vitima a população de baixa renda ou desempregada da periferia das grandes cidades, além dos trabalhadores rurais. Esta prática é tradicionalmente chamada de peonagem. Os “gatos”, pessoas que contratam mão-de-obra para as fazendas, aliciam pessoas desempregadas para trabalharem nos latifúndios, prometendo-lhes transporte, moradia alimentação e salário. Ao entrarem nas fazendas, porém, os trabalhadores recrutados percebem que foram enganados, já que no dia em que deveriam receber os salários, são informados de que todas as despesas com transporte, moradia e alimentação, ao contrário do prometido, serão cobrados e descontados do salário, que nunca é suficiente para a quitação da dívida. Posseiros: são os invasores de terras devolutas. Segundo a Lei do Usucapião, “a pessoa que tiver posse de um imóvel por 20 anos consecutivos, independente de título de propriedade e em boa fé, adquirirá o direito sobre o mesmo.”
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Grileiros: são jagunços contratados por grandes empresas ou fazendeiros para invadir terras devolutas (pertencentes ao governo) ou já ocupadas por posseiros, que acabam sendo expulsos brutalmente. São comuns então, conflitos entre posseiros e grileiros, pela posse de terra. Os grileiros conseguem, em geral, títulos de propriedades falsificados, ganhando força para a expulsão do posseiro, que não dispõe de recursos financeiros para agir. Este tema será discutido no capítulo a seguir. As lutas no campo A estrutura fundiária atual do país é reflexo do sistema de sesmarias, utilizado no século XVI, que gerou este padrão concentrador de terras. A modernização da economia rural teve como consequência a valorização monetária da terra, e consequentemente a expulsão dos camponeses pobres para as cidades ou para as fronteiras agrícolas. Eis a principal zona de conflito por terras: + Amazônia Legal ( MA, PA e RO): coincide com as principais concentrações geográficas das terras de posse. Destaca-se a região do Bico do Papagaio, fronteira MA-TOPA (figura abaixo). + Sudeste: a presença de inúmeros latifúndios por exploração suscita a ocorrência de inúmeros conflitos, em especial na região do Pontal do Paranapanema (fronteira SPMS; vide figura abaixo).
Detalhe do Pontal do Paranapanema, que pode ser visto no mapa abaixo,
Ao Norte: Bico do papagaio; ao sul, Pontal do Paranapanema A produção agrícola pelo território Café: Cacau: Cana-de-açúcar: Soja: Trigo: Arroz:
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Exercícios 1.(Cesgranrio- modificada) A ação do Estado brasileiro em relação a certos planejamentos regionais tem sido, muitas vezes, contraditória. No caso da Amazônia, a Sudam apresenta como uma de suas prioridades a valorização do homem, para o que tem instituído alguns programas sociais. Mas o próprio governo, quando constrói grandes estradas, favorece a pesquisa mineral, possibilita a extração madeireira, as implantação de grandes projetos agropecuários, o escoamento de minérios, etc. Muitas destas atividades são de capital estrangeiro com subsídios do governo brasileiro. Assinale a opção que melhor resume a ideia contida no texto acima. a)O Projeto Marabá, voltado para a exploração de uma reserva de minério de ferro, calculada em milhões de toneladas, está resolvendo todos os problemas de pobreza do homem da Amazônia. b)A Ferrovia Norte-Sul, com custos de construção estimados em muitos milhões de reais, será sem dúvida o instrumento de redenção da miséria do homem amazônico. c)Os incentivos fiscais dados pelo governo nos últimos anos aos migrantes procedentes do Sul e Nordeste têm impulsionado a produção agrícola regional, acabando com a fome, a subnutrição e as doenças. d)A instalação de grandes empresas agropecuárias, muitas de capital estrangeiro, geralmente dilapidadoras do meio ambiente e da mão-de-obra, foi estimulada, direta ou indiretamente, pela ação do Estado. e)A construção de grandes rodovias na Amazônia foi fator de uma real “integração nacional”, propiciando um povoamento efetivo, denso, permanente e distribuído espacialmente, acompanhando a rede de drenagem. 2.(Fuvest/98) A divisão do território brasileiro em três grandes complexos regionais – a Amazônia, o Nordeste e o CentroSul – tem a vantagem de caracterizar: a)a Amazônia, com seus recursos explorados a partir de um planejamento global do Estado. b)o Nordeste, como um polo de atração demográfica, em decorrência do turismo. c)O Centro-Sul, como região socioeconômica de poucos contrastes internos. d)A homogeneidade econômica no interior de cada complexo, do ponto de vista agropecuário. e)A espacialidade do processo socioeconômico, considerando a gênese histórica de cada complexo 3. (UFRN/05) Desde a década de 1980, vem ocorrendo uma significativa expansão da produção de soja no território brasileiro, incorporando novas áreas agrícolas, que têm atraído grande número de pessoas dos estados do Paraná, de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul. As áreas agrícolas a que o enunciado se refere correspondem ao: A) sul do Tocantins e ao sudoeste do Maranhão. B) norte da Bahia e ao leste do Piauí. C) oeste da Bahia e ao sul do Piauí. D) norte do Tocantins e ao noroeste do Maranhão
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5.(UEPB/01) As áreas assinaladas com os números I e II no cartograma abaixo,
têm em comum o fato de apresentarem: a) Redução acentuada do número de latifúndios e a ocupação intensiva das terras para a pecuária de corte. b)Grande desenvolvimento agrícola devido ao uso de tecnologias importada das áreas tropicais da Ásia. c)Características morfológicas favoráveis à construção de estradas de rodagem e termoelétricas. d)Forte crescimento demográfico, nas últimas décadas, em virtude do avanço das frentes de expansão agrícola. e)Falta de mão-de-obra rural, o que impede a ocupação de novas áreas agrícolas. 6.. (UFRN/99) Leia atentamente o seguinte trecho do poema Morte e vida Severina, de João Cabral de Melo Neto: Essa cova em que estás com palmos medida, é a conta menor que tiraste em vida. - É de bom tamanho, nem largo nem fundo, é a parte que te cabe deste latifúndio. - Não é cova grande, é cova medida, é a terra que querias ver dividida.
Aula 06: Urbanização e energia brasileira Urbanização Ocorre quando a população residente do meio urbano cresce a taxas maiores que a população total (ou que a população rural). A economia urbana subordina e transforma a economia rural, integrando a agricultura às necessidades do mercado urbano. O setor industrial e financeiro assume o comando do movimento de produção da riqueza, gerando empregos no meio urbano e suprimindo empregos no meio rural. A agropecuária é modernizada, substituindo o trabalho humano pela tecnologia. No Brasil, corresponde à industrialização pósguerra, com formação de um mercado interno moderno, apoiando-se essencialmente no êxodo rural. Causas: processo de industrialização desde 1930, modernização do trabalho rural e estrutura fundiária concentradora, crescimento rápido e caótico das cidades. Na década de 50 a urbanização brasileira foi mais acelerada, correspondente ao período de intensa industrialização do pós-guerra. O processo de urbanização apoiou-se essencialmente no êxodo rural, e também devido à estrutura fundiária concentradora: o monopólio das terras por uma elite resulta na carência de terras para a maioria dos trabalhadores rurais. Em virtude também da modernização do campo (na década de 80, especificamente), assiste-se à expulsão dos pobres que encontram na cidade seu único refúgio. Como as indústrias absorvem cada vez menos a mão-de-obra, e o setor terciário apresenta um lado moderno (que exige qualificação profissional), e outro marginal (que remunera mal e não garante estabilidade), a urbanização brasileira vem caminhando lado a lado com o aumento da pobreza e deterioração das possibilidades de vida digna aos novos cidadãos urbanos. Estes novos cidadãos acabaram por viver nas periferias das grandes cidades (favelas e cortiços), cujo de infraestrutura é precário. Hierarquia brasileira
O poema reflete a concentração fundiária brasileira. As discussões relativas a essa problemática têm apontado como solução a implementação de uma Reforma Agrária, devendo esta ser ampla, geral e irrestrita. Que resultados socioeconômicos poderão ser alcançados, caso tal proposta seja implantada? .................................................................................................. .................................................................................................. .................................................................................................. .................................................................................................. .................................................................................................. .................................................................................................. .................................................................................................. .................................................................................................. ............................................................................................
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Fontes de energia Características Considerando Energia como a capacidade de gerar trabalho, os recursos energéticos são aqueles que capacitam algo de realizar trabalho, como o sol, petróleo, vento, biomassa (cana-de-açúcar, eucalipto, ...), etc. Balanço energético nacional As principais fontes de energia consumidas no Brasil, em ordem decrescente, são petróleo, biomassa (em especial cana e lenha), água, gás e carvão mineral. Anterior à década de 1970, quando a maior parte da população morava no campo, a lenha era a grande fonte de energia. Com a urbanização, a industrialização, a priorização do setor rodoviário, houve um aumento do consumo de petróleo. Com as crises do petróleo, na década de 1970, o governo incentivou o consumo de álcool a partir da cana (Proálcool) e construção de hidroelétricas. Entretanto, o petróleo continuou sendo a principal fonte de energia no Brasil.
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As fontes
Água
*Petróleo e carvão As duas figuras abaixo mostram a localização das reservas de petróleo (esquerda) e carvão (direita), no Brasil. Notamos a existência de petróleo, essencialmente, na plataforma continental, principalmente do Rio de Janeiro para o Nordeste. O Brasil não é auto-suficiente em petróleo, importando 25% do petróleo que consome, principalmente da Venezuela e países do oriente Médio. O carvão brasileiro localiza-se, principalmente na região Sul, nas formação Irati. O nosso carvão, do tipo hulha, é de má qualidade, pois apresenta muitas cinzas, o que diminui seu poder calorífico. É utilizado como fonte de energia em siderúrgicas, metalúrgicas e termoelétricas. Note que a região sul é rica em termoelétricas.
Visto que predomina rios de planalto no Brasil, é utilizada principalmente em hidroelétricas para produzir eletricidade. Na página 6 estão as principais bacias e usinas brasileiras. Nota-se que a bacia Amazônica é a mais subaproveitada, pois apresenta um potencial total de mais de 100 mil MW, sendo utilizado apenas 0,5% deste total (resultando em cerca de 600 MW). Isto pode ser explicado pela localização da bacia, em área de grande impacto ambiental, e pela localização afastada dos grandes centros industriais. O que não acontece com a bacia do rio Paraná, que apresenta o maior número de usinas, um grande potencial total (60 mil MW) e instalado (36% do total = 36 mil MW). Átomo Durante o período militar foi adquirido a nossa primeira usina nuclear, instalada em Angra dos Reis, litoral fluminense e produzindo 600 MW. Para executar o Programa Nuclear, foi criada em 1974, a Nuclebrás (Empresas Nucleares Brasileiras): com a finalidade de desenvolver e pesquisar a lavra de minérios radiativos e implantar usinas nucleares para a produção de eletricidade. A usina de Angra I foi implantada na praia de Itaorna, em Angra dos Reis, sobre uma falha geológica, e foi apelidada de “vaga-lume”, tal é a incidência de problemas técnicos que obrigam que ela seja desligada. Em 1975, o Brasil assinou um acordo nuclear com a Alemanha, através da Siemens. Previa-se inicialmente, a construção de oito usinas, com transferência de tecnologia. Após consumir bilhões de dólares, apenas se iniciaram as obras de Angra II e III. Em 1993, a participação da usina de Angra I na produção de energia elétrica foi nula. O programa nuclear brasileiro tem sido alvo de severas críticas por parte de estudiosos e pela população em geral, pois a cada dia que passa a situação se agrava em função de não cumprimento de nenhuma das metas de construção das usinas e dos bilhões de dólares investidos. Biomassa A crise suscitada pelo aumento dos preços de petróleo no mercado internacional, iniciada em 1973, levou o governo brasileiro a buscar soluções para o problema: dentre as soluções avultou a substituição da gasolina por outro combustível, de preferência produzido a partir de uma fonte renovável A experiência passada e a grande potencialidade da lavoura brasileira apontaram imediatamente para o álcool. Em novembro de 1975 foi criado o Proálcool (Programa Nacional do Álcool), com o objetivo de reduzir as importações de petróleo. Para incentivar o aumento da produção de álcool a partir da canade-açúcar, o Proálcool previa uma série de benefícios financeiros aos plantadores de cana e aos donos de destilarias, principalmente os da Região Sudeste. As indústrias automobilísticas foram incentivadas a passar a produzir carros movidos à álcool. Aos usuários desses automóveis foram concedidos benefícios fiscais - tais como a diminuição do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) - além da garantia de fornecimento e de preços subsidiados. O Proálcool aparentemente foi um sucesso. O consumo de álcool cresceu de forma acelerada durante a década de 80, ultrapassando o consumo da gasolina automotiva em 1986. Os carros à álcool são menos poluentes e a substituição contribui para tornar mais respirável o ar das grandes cidades brasileiras.
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No entanto, o programa revelou-se caro demais, o governo paga aos produtores muito mais do que cobra dos consumidores, permanecendo um eterno déficit. Em 1990, ocorreu uma crise na produção de álcool o que correspondeu a um racionamento. A partir deste momento o Proálcool ficou desacreditado, as indústrias deixaram de fabricar veículos movidos à gasolina. Agora em fins da década de 90 vemos que a oferta de álcool no mercado é tamanha que o preço ao consumidor chega a 40% do preço da gasolina e o consumo ainda é pequeno, para sair do sufoco o governo tem incentivado a volta da produção de carros novos à álcool, o que no momento só pode ser feito sob encomenda. Resumindo ö álcool é o combustível certo no carro errado”. Exercícios 1.(FMSanta Casa-SP) “Antes o silêncio e a vegetação rasteira dominavam a planura, monotonia quebrada apenas pelo colorido das flores e pelas formas caprichosas das árvores do cerrado. Mas um dia o barulho das máquinas e o vaivém incessante dos operários agitaram os chapadões, anunciando que novos tempos eram chegados: edifícios de linhas arrojadas ergueram-se no horizonte amplo; as águas do Paranoá foram represadas, formando o grande lago... A cidade e a vida se organizaram e as estradas se abriram: os palácios, os apartamentos, as escolas, tudo pouco a pouco surgiu no planalto.” O texto se aplica à fundação da cidade planejada de: a)Belo Horizonte, na zona metalúgica de Minas Gerais. b)Goiânia, no sul de Goiás. c)São Paulo, no Planalto Paulistano. d)Brasília, no Planalto Central. e)Cuiabá, no limite norte do Pantanal Mato-grossense. 2.(ESPM-SP) Nas últimas décadas, vimos assistindo no Brasil a aceleradas mudanças no sistema urbano, profundamente associadas às várias etapas de seu desenvolvimento socioeconômico, provocadas, sobretudo pelas transformações de estrutura produtiva de bens e serviços, induzidas pelo processo de industrialização. Apresentamos abaixo várias considerações sobre o tema. Assinale entre elas a única que não expressa verdadeiramente uma conseqüência resultante dessas mudanças: a)O subemprego hoje existente nas cidades é um reflexo da ineficiente e desajustada rede de comunicação entre a zona rural e a cidade. b)O crescimento urbano ocorreu até aqui de forma desigual e o desequilíbrio inter-regional é muito evidente. c)O crescimento do emprego na indústria não acompanhou, na mesma medida ou proporção, o aumento da força de trabalho urbano. d)O período de aceleração no processo de industrialização provocou simultaneamente uma intensa urbanização. e)A rede urbana resultou da combinação de dois fatores principais: a localização do poder político-administrativo e a centralização correspondente dos agentes econômicos e suas atividades.
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3.(UERJ/02) Para César Benjamim, a atual crise de energia do Brasil foi artificialmente criada para alterar nossa matriz energética na direção que o capital internacional desejava. Sobre essa questão, escreve o autor “Essa alteração implicava um absurdo evidente: o Brasil devia abrir mão de sua vantagem comparativa no setor (...). Passaríamos da hidroeletricidade (...) para a termoeletricidade (...).” (Caros Amigos, junho de 2001)
O Brasil privilegia as fontes renováveis na sua matriz energética e, conforme o autor, disto não deveria abrir mão. Para a opção de privilegiar o setor hidroelétrico, apresente um argumento: a) de ordem natural. .................................................................................................. .................................................................................................. .................................................................................................. .................................................................................................. .................................................................................................. b)de ordem econômica
.................................................................................................. .................................................................................................. .................................................................................................. ........................................................................................... 4.(Unesp/04-2) A revista Isto É, de 14.04.04, em reportagem de capa, afirma que o atual governo resgatou a ideia de soberania nacional, pois ... a política externa é um reflexo disso. Assim se explica a reação dos Estados Unidos em vários episódios. No Brasil, muitos dizem que a pressão americana para abrirmos os segredos da tecnologia de enriquecimento de urânio não passa de retaliação. Ao enriquecer o urânio para abastecer suas usinas nucleares, o país entra num clube restrito de 11 nações detentoras desse conhecimento. E essa é, sim, uma questão de soberania. Tendo em vista que a rede hidrográfica brasileira é uma das mais densas do globo, que a maior parte de nossos rios são perenes e que é grande sua utilização como fonte de energia, pergunta-se:
a)Por que o Programa Nuclear brasileiro é considerado necessário? ................................................................................................. ................................................................................................. ................................................................................................. ............................................................................................. b)Por que controlar a atuação das ONGs internacionais e as reservas indígenas na Amazônia é uma questão de soberania? .................................................................................................. .................................................................................................. .................................................................................................. ....................................................................... ...........................
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AULA 01 :Estudo da função do 2º grau A função f: R R dada por f(x) = ax + bx + c, com a, b e c reais e a 0 , denomina-se função polinomial do 2º grau ou função quadrática. Os números representados por a, b e c são os coeficientes da função. Note que, se a = O, temos uma função do 1º grau ou uma função constante. 2
Observações: 1ª ) A concavidade de uma parábola que representa uma função quadrática f(x) = ax2 + bx + c do 2º grau depende do sinal do coeficiente a: a > 0: concavidade para cima
Assim, são funções polinomiais do 2º grau: a) a < 0: concavidade para baixo coeficientes: a=
, b=
e
c=
, b=
e
c=
b) coeficientes: a=
Em geral, o domínio da função quadrática é R ou um de seus subconjuntos. No entanto, quando essa função está ligada a uma situação real, é preciso verificar o que representa a variável independente x para determinar o seu domínio.
2ª) As coordenadas do vértice V são:
Zeros ou raízes Os zeros ou raízes de uma função f(x) são os valores do domínio para os quais f(x) = 0. Assim, os zeros ou raízes da função quadrática f(x) = ax2 + bx + c são as raízes da equação do 2 2º grau ax + bx + c = O.
3ª) Se a > 0, temos:
*Se > O, a função possui dois zeros reais distintos. *Se = O, a função possui um zero real duplo. *Se < O, a função não possui zeros reais
em que
xv = - b/2a
e
yv = - /4a
o conjunto imagem é IM (f) = {y R |y - /4a} yv = - /4a é denominado valor mínimo da função f(x) é crescente para {x R |x - b/2a} f(x) é decrescente para {x R |x - b/2a}
4ª) Se a < 0, temos:
Gráfico o gráfico da função polinomial do 2º grau é uma curva aberta chamada parábola. Podemos ter os seguintes casos:
o conjunto imagem é IM (f) = {y R |y - /4a} yv = - /4ª é denominado valor máximo da função f(x) é crescente para {x R |x - b/2a} f(x) é decrescente para {x R |x - b/2a}
5ª Geometricamente, os zeros ou raízes de uma função polinomial do 2º grau são as abscissas dos pontos em que a parábola intercepta o eixo x. Se a função possui uma raiz dupla, o seu gráfico corta o eixo x num único ponto que, evidentemente, será o vértice X=Xv =-b/4a
a) > 0 a>0
V (-b/2a, - /4a),
a<0
Se a função não possui zeros reais, a parábola não corta o eixo x. No entanto, mesmo nesse caso, continuam valendo as fórmulas que determinam o vértice da parábola. Estudo do sinal da função quadrática b) = 0 a>0
Você já sabe que estudar o sinal de uma função y = f(x) significa determinar os valores reais de x que tornam a função:
a<0
positiva f(x) > 0 negativa f(x) < 0 nula f(x) = 0 No estudo da função quadrática f(x) = ax2 + bx + c (a, b, c R e a 0), devemos considerar três casos, relacionando- os com os zeros da função.
c) < 0 a>0
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a<0
149
QUÍMICA MATEMÁTICA I
1ª caso: > 0 Neste caso, a função admite dois zeros reais diferentes: x‟ e x” (com x‟ < x”) e o esboço do gráfico é o seguinte: a> 0
EXEMPLOS 1) Os valores de , para que a equação x2 – 3xm + m 2 + 2x – 9m + 1 = 0 tenha raízes reais e iguais, são: a) m 1 = 24; m2 = -5 d) m 1 = m 2 = 24/5 b) m 1 = 0; m 2 = 24 e) m 1 = 0; m2 = -24/5 c) m 1 = 5; m2 = 0
a<0
2) As dimensões de um retângulo são numericamente iguais às coordenadas do vértice da parábola de equação y = –128 x2 + 32x + 6. A área do retângulo é: 2ª caso: = 0 Neste caso, a função admite um zero real duplo: o esboço do gráfico é o seguinte: a>0
x‟ = x” e
a) 1
b) 8
c) 64
d) 128
e) 256
a<0
3ª caso: < 0 Neste caso, a função não admite zero real e o esboço do gráfico é o seguinte: a>0
10. O lucro de uma empresa é dado por L(x) = 100(10 – x) (x - 2), onde é a quantidade vendida. Podemos afirmar que: a) o lucro é positivo qualquer que seja b) o lucro é positivo para maior do que 10 c) o lucro é positivo para entre 2 e 10 d) o lucro é máximo para para igual a 10. e) o lucro é máximo para
é igual a três.
a<0
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150
QUÍMICA MATEMÁTICA I
AULA 02: ANÁLISE COMBINATÓRIA
Exemplo:
FATORIAL
Calcule o número de formas distintas de 5 pessoas ocuparem os lugares de um banco retangular de cinco lugares.
Seja n um número inteiro não negativo. Definimos o fatorial de n (indicado pelo símbolo n!) como sendo: n! = n .(n-1) . (n-2) . ... .4.3.2.1 Para n = 0 , teremos : 0! = 1. Para n = 1 , teremos : 1! = 1
Denomina-se ANAGRAMA o agrupamento formado pelas letras de uma palavra, que podem ter ou não significado na linguagem comum.
Exemplos:
Exemplo:
a) 6! = ................................. b) 4! = .................................... * observe que 6! = 6.5.4!
Quais os possíveis anagramas da palavra REI ?
PRINCÍPIO FUNDAMENTAL DA CONTAGEM – PFC
ARRANJOS SIMPLES
Se determinado acontecimento ocorre em n etapas diferentes, e se a primeira etapa pode ocorrer de k1 maneiras diferentes, a segunda de k2 maneiras diferentes, e assim sucessivamente, então o número total T de maneiras de ocorrer o acontecimento é dado por: T = .........................................
- Dado um conjunto com n elementos , chama-se arranjo simples de taxa k , a todo agrupamento de k elementos distintos dispostos numa certa ordem. Dois arranjos diferem entre si, pela ordem de colocação dos elementos. Assim, no conjunto E = {a; b; c}, teremos:
Exemplos
b) arranjos de taxa 3 (agrupados três a três): abc, acb, bac, bca, cab, cba.
01. O DETRAN decidiu que as placas dos veículos do Brasil serão codificadas usando-se 3 letras do alfabeto e 4 algarismos. Qual o número máximo de veículos que poderá ser licenciado?
a) arranjos de taxa 2 (agrupados dois a dois) : ab, ac, bc, ba, ca, cb.
- Representando o número total de arranjos de n elementos tomados k a k (taxa k) por An;k , teremos a seguinte fórmula: An;k ou
k
A
n
=
Exemplo 02. Um salão tem 6 portas. De quantos modos distintos esse salão pode estar aberto?
Um cofre possui um disco marcado com os dígitos 0,1,2,...,9. O segredo do cofre é marcado por uma seqüência de 3 dígitos distintos. Se uma pessoa tentar abrir o cofre, quantas tentativas deverá fazer(no máximo) para conseguir abri-lo?
COMBINAÇÕES SIMPLES PERMUTAÇÕES SIMPLES - Permutações simples de n elementos distintos são os agrupamentos formados com todos os n elementos e que diferem uns dos outros pela ordem de seus elementos. Exemplo: com os elementos A,B,C são possíveis as seguintes permutações: ........... , ........... , ........... , ........... , ........... e ........... - O número total de permutações simples de n elementos distintos é dado por n!, isto é Pn = .............. = ..........................................
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151
- Denominamos combinações simples de n elementos distintos tomados k a k (taxa k) aos subconjuntos formados por k elementos distintos escolhidos entre os n elementos dados. Observe que duas combinações são diferentes quando possuem elementos distintos, não importando a ordem em que os elementos são colocados. Exemplos No conjunto E= {a,b.c,d} podemos considerar: a) combinações de taxa 2: ............................................................ b) combinações de taxa 3: ............................................................ c) combinações de taxa 4: ............................................................
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- Representando por Cn;k o número total de combinações de n elementos tomados k a k (taxa k) , temos a seguinte fórmula:
Cn;k
ou
C
k n
=
Exemplos: 1. Uma prova consta de 15 questões das quais o aluno deve resolver 10. De quantas formas ele poderá escolher as 10 questões?
AULA 03 :PROBABILIDADE Chama-se experimento aleatório aquele cujo resultado é imprevisível, porém pertence necessariamente a um conjunto de resultados possíveis, denominado espaço amostral. Qualquer subconjunto desse espaço amostral é denominado evento. Se este subconjunto possuir apenas um elemento, o denominamos evento elementar. Nota: O espaço amostral é também denominado espaço de prova. Trataremos aqui dos espaços amostrais equiprováveis, ou seja, aqueles onde os eventos elementares possuem a mesma chance de ocorrerem. Por exemplo, no lançamento de um dado, supõe-se que sendo o dado perfeito, as chances de sair qualquer número de 1 a 6 são iguais. Temos então um espaço equiprovável. Em oposição aos fenômenos aleatórios, existem os fenômenos determinísticos, que são aqueles cujos resultados são previsíveis, ou seja, temos certeza dos resultados a serem obtidos. Normalmente existem diversas possibilidades possíveis de ocorrência de um fenômeno aleatório, sendo a medida numérica da ocorrência de cada uma dessas possibilidades, denominada Probabilidade. CONCEITO DE PROBABILIDADE Seja U um espaço amostral finito e equiprovável e A um determinado evento, ou seja, um subconjunto de U. A probabilidade p(A) de ocorrência do evento A será calculada pela fórmula p(A)=n(A)/n(U) onde n(A) = número de elementos de A e n(U) = número de elementos do espaço de prova U.
2. 10 livros diferentes, incluindo 2 de português e 3 de matemática, deverão ser colocados em uma estante, em qualquer ordem. Entretanto os dois livros de português deverão estar juntos, o mesmo acontecendo com os 3 livros de matemática. O número de diferentes maneiras de se fazer esta arrumação é a) 3 628 800 b) 60 480 c) 2 520 d) 5 040 e) 1 440
EXEMPLOS: 1)Calcular a probabilidade de ocorrer número ímpar no lançamento de um dado.
2)Calcular a probabilidade de ocorrer a face cara no lançamento de uma moeda.
PROPRIEDADES P1: A probabilidade do evento impossível é nula. Por exemplo, se numa urna só existem bolas brancas, a probabilidade de se retirar uma bola verde (evento impossível, neste caso) é nula. P2: A probabilidade do evento certo é igual a unidade. Por exemplo, se numa urna só existem bolas vermelhas, a probabilidade de se retirar uma bola vermelha (evento certo, neste caso) é igual a 1. P3: A probabilidade de um evento qualquer é um número real situado no intervalo real [0, 1]. Esta propriedade, decorre das propriedades 1 e 2 acima. P4: A soma das probabilidades de um evento e do seu evento complementar é igual a unidade. Seja o evento A e o seu complementar A'. p(A) + p(A') = 1 Nota: esta propriedade simples, é muito importante pois facilita a solução de muitos problemas aparentemente complicados. Em muitos casos, é mais fácil calcular a probabilidade do evento complementar e, pela propriedade acima, fica fácil determinar a probabilidade do evento.
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152
QUÍMICAI MATEMÁTICA
EXEMPLOS: 1)Numa caixa há 10 etiquetas, numeradas de 1 a 10, retirando-se, simultaneamente, duas etiquetas, calcule a probabilidade de se obter um par de números primos ou um par de múltiplos de 2.
Esta fórmula é denominada Lei das Probabilidades Compostas. Esta importante fórmula, permite calcular a probabilidade da ocorrência simultânea dos eventos A e B, sabendo-se que já ocorreu o evento B. Se a ocorrência do evento B, não mudar a probabilidade da ocorrência do evento A, então p(A/B) = p(A) e, neste caso, os eventos são ditos independentes, e a fórmula acima fica: p(AB) = p(A) . p(B) Podemos então afirmar, que a probabilidade de ocorrência simultânea de eventos independentes, é igual ao produto das probabilidades dos eventos considerados.
2)Numa urna existem 100 bolas numeradas de 1 a 100. Calcule a probabilidade de, retirando-se uma bola, ela estar numerada com um múltiplo de 3.
PRODUTO DAS PROBABILIDADES Se um evento é composto de várias etapas sucessivas e independentes, a probabilidade de ocorrência é o produto das probabilidades de cada etapa, p(A) = p1 . p2 . p3 . (...). pn onde, p1, p2,. (...). pn são as probabilidades nas etapas 1,2,...,n. EXEMPLOS:
OBSERVAÇÃO: No exemplo anterior, a probabilidade de não ocorrer o evento A é igual a 67%.
1)Nos lançamentos consecutivos de três moedas, probabilidade de ocorrência de cara nos três resultados.
calcule
a
p( A ) = 1 – p(A) p( A ) = 1 – 33
100 33 p( A ) = ou p( A ) ou p( A ) = 67% 100 2)No lançamento de um dado e uma moeda, calcule a probabilidade de obtermos um número ímpar no dado e coroa na moeda.
P5: Sendo A e B dois eventos, podemos escrever: p(A U B) = p(A) + p(B) – p(AB) Observe que se A B= Ø (ou seja, a interseção entre os conjuntos A e B é o conjunto vazio), então p(A U B) = p(A) + p(B). EXEMPLO: Considere uma urna contendo 30 bolas numeradas de 1 a 30. Calcule a probabilidade de se retirar, ao acaso, uma bola numerada com um número par ou com um número múltiplo de 3. PROBABILIDADE CONDICIONAL Considere que desejamos calcular a probabilidade da ocorrência de um evento A, sabendo-se de antemão que ocorreu um certo evento B. Pela definição de probabilidade vista anteriormente, sabemos que a probabilidade de A deverá ser calculada, dividindo-se o número de elementos de elementos de A que também pertencem a B, pelo número de elementos de B. A probabilidade de ocorrer A, sabendose que já ocorreu B, é denominada Probabilidade condicional e é indicada por p(A/B) – probabilidade de ocorrer A sabendo-se que já ocorreu B – daí, o nome de probabilidade condicional.
Teremos então: p(A/B) =
n( A B ) n( B )
03. Num grupo de 400 homens e 600 mulheres, a probabilidade de um homem estar com tuberculose é de 0,05 e de uma mulher estar com tuberculose é de 0,10. a) Qual a probabilidade de uma pessoa do grupo estar com tuberculose? b) Se uma pessoa é retirada ao acaso e está com tuberculose, qual a probabilidade de que seja homem?
onde AB = interseção dos
conjuntos A e B. Esta fórmula é importante, mas pode ser melhorada. Vejamos: p(AB) = p(A/B).p(B)
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QUÍMICAI MATEMÁTICA
AULA 04 : ESTATÍSTICA
Exemplo com uma Distribuição Contínua.
FREQUÊNCIAS
Gráfico em Barra da frequência acumulada crescente para a variável
Frequência absoluta de cada variável é o número de vezes que essa variável aparece Frequência relativa de cada variável é a razão entre a frequencia absoluta e o número total de elementos.
altura dos alunos da Escola Despertar em 2006
GRÁFICOS GRÁFICOS DO TIPO COLUNA E BARRA Os gráficos do tipo Coluna ou Barra podem ser representados para as distribuições discretas ou contínuas. A diferença básica é que na representação de distribuição discreta as Colunas ou Barras não estão justapostas, como na representação das
distribuições
GRÁFICO DO TIPO SETOR OU PIZZA
contínuas. São representados por meio de um círculo e têm a mesma finalidade
GRÁFICO EM COLUNAS
que os de colunas, ou seja, representar um fato nas partes que o
Representamos no eixo “X” as classes e no eixo “Y” os valores das
compõe.
freqüências Fi ou FAC ou FAD. As colunas são construídas pela
A construção leva em consideração uma operação de regra de três
projeção dos dois limites das classes até o valor da freqüência
simples, tomando como base 100% ou 3600 para o círculo completo.
associada à referida classe.
Exemplo:
Exemplo 1. Utilizando uma Distribuição Discreta. Gráfico em Coluna da quantidade produzida para a variável, produtos no ano de 2003.
MEDIDAS DE TENDÊNCIAS CENTRAL MÉDIAS Consideraremos apenas as médias aritméticas, que podem ser
Exemplo 2: Utilizando uma Variável Contínua.
simples e ponderada. MÉDIA ARITMÉTICA SIMPLES Gráfico em Coluna da freqüência simples para salários de 50 É utilizada quando a freqüência de cada variável é 1 e tem como
executivos da empresa Beta.
fórmula:
x
x ,onde n é o número de elementos de que se n
deseja obter a média. Exemplo:
Determinar a média aritmética simples dos valores: 2, 5, 7, 9, 13, 15, 19,22, 28, 32 e 35 A média aritmética simples será: GRÁFICO EM BARRAS Neste caso, apenas fazemos a inversão dos dados, ou seja, no eixo “X” colocamos as freqüências (Fi ou FAC ou FAD) e no eixo “Y” as classes.
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QUÍMICA MATEMÁTICA I
MÉDIA ARITMÉTICA PONDERADA (MAP)
MEDIDAS DE DISPERSÃO
É utilizada quando a freqüência das variáveis é diferente de 1. Com processo normal: =
xi fi fi
DESVIO é a diferença entre um valor obtido ao se medir uma grandeza e um valor adotado que mais se aproxima do valor real. Na prática se trabalha na maioria das vezes com desvios e não erros.
Exemplo: Seja a distribuição:
DESVIO MÉDIO VALOR MÉDIO
Nota (Xi)
2,5
4
5,5
8
9
10
Alunos(Fi)
7
5
10
9
4
5
Quando um mesmo operador efetua uma série de medidas de uma grandeza, utilizando um mesmo instrumento, as medidas obtidas terão valores que poderão não coincidir na maioria das vezes, isso devido aos erros experimentais inerentes a qualquer processo de medida. A teoria demonstra que o valor que mais se aproxima do valor real da grandeza é a média aritmética dos valores ( a ), denominado valor médio.
Determinar a MAP.
Tabela 1.1
MEDIANA Corresponde ao elemento central da série. É representada pela sigla Md ou x . A mediana para variáveis discretas será sempre o elemento central da série, quando a série for ímpar, ou será a média dos dois elementos centrais da série, quando ela for par. Exemplos: a) 6, 9, 12, 15, 21. Aqui temos Md = ................ b) 5, 7, 10, 16, 25, 32. A Md será igual a Md = ........................
MODA Corresponde ao valor mais freqüente na distribuição, ou seja, aquele que aparece com maior freqüência na distribuição. É simbolizado pela sigla Mo. Atenção! A moda não é a freqüência, e sim o valor da variável x indicado por essa maior freqüência. Nas distribuições discretas, representa o valor da variável x associado à maior freqüência. Exercícios 1)As notas de um candidato em suas provas de um concurso foram: 8,4; 9,1; 7,2; 6,8; 8,7 e 7,2. A nota média, a nota mediana e a nota modal desse aluno, são respectivamente: a) 7,9; 7,8; 7,2 d) 7,2; 7,8; 7,9 b) 7,2; 7,8; 7,9 e) 7,8; 7,9; 7,2 c) 7,8; 7,8; 7,9
n
Xn (cm)
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
5,7 5,8 5,5 5,6 5,5 5,7 5,8 5,7 5,9 5,8
Xn = (Xn
X ) (cm)
0,0 + 0,1 0,2 0,1 0,2 0,0 + 0,1 0,0 + 0,2 + 0,1
N = 10 Xn = 57 cm n Xn = 1,0 cm Suponha que um experimentador realize 10 vezes a medida do comprimento L de uma barra. Essas medidas foram realizadas com uma régua cuja menor divisão era 1 cm, de modo que os milímetros foram avaliados (é costume fazer estimativas com aproximações até décimos da menor divisão da escala do instrumento). Em qualquer das medidas efetuadas encontraram-se, como comprimento da barra, 5 cm completos mais uma fração avaliada da menor divisão, de modo que as flutuações, neste caso, residem nas diferentes avaliações da menor divisão. A tabela ao lado mostra os valores obtidos nas dez medidas realizadas.
Calculando-se a média aritmética das medidas efetuadas tem-se
X=
X
n
N
=
5,7 + 5,8 + 5,5 + 5,6 + 5,5 + 5,7 + 5,8 + 5,7 + 5,9 + 5,8 57 = = 5,7 cm 10 10
que é o valor mais provável para o comprimento da barra. O valor médio é mais preciso e exato quanto maior for o número N de medidas. Define-se o desvio de uma medida do conjunto pela diferença entre o valor medido (Xn ) e o valor médio ( X ). Xn = (Xn
X)
O desvio de cada medida, no caso do exemplo, está indicado na tabela. Desse conjunto deve-se extrair a incerteza que afeta o valor adotado ( valor médio ). Considera-se, para esse fim, a média aritmética dos valores absolutos dos desvios denominada desvio médio
Dm =
Xn = 0,0 + 0,1 + 0,2 + 0,1 + 0,2 + 0,0 + 0,1 + 0,0 + 0,2 + 0,1 = 1,0 = 0,1 cm N
10
10
Esse desvio significa que o erro que se comete ao adotar o valor médio ( x = 5,7 cm) é de 0,1 cm. Em outras palavras, o valor real
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QUÍMICA MATEMÁTICA I
deve estar entre 5,6 e 5,8 cm. Dessa maneira, o comprimento da barra pode ser expresso como: X = ( X X ) ou seja X = (5,7 ± 0,1)cm
Para entender o que é dispersão, vamos pegar as notas de quatro alunos em cinco provas diferentes. Notas da provas 5–5–5–5–5 6–4–5–4–6 10 – 5 – 5 – 5 – 0 10 – 10 – 5 – 0 – 0
Média 5 5 5 5
N
N
da amostra.
As medidas de dispersão servem para verificar a representatividade das medidas de posição, pois é muito comum encontrarmos séries que, apesar de terem a mesma média, são compostas de maneira distinta.
Alunos Antonio Daniela Vanessa Carlos
( xi Fi )2 2 σ = 1 xi2 Fi onde N indica o tamanho
Variação Nula Menor que Vanessa Maior dispersão
Todos os alunos obtiveram média igual a 5, mas a dispersão ou variabilidade das notas em torno da média não é a mesma. Existem vários parâmetros para medir dispersão em torno da média, porém vamos concentrar nossos estudos em apenas dois deles: a variância e o desvio-padrão. VARIÂNCIA Para entendermos melhor o conceito de variância, vamos analisar a seguinte amostra de dados: 1, 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9. A média desses valores é 5,38. Observe que cada um desses valores tem uma distância ou um desvio em relação a essa média, que pode ser determinado pela fórmula di = xi – x . Esses desvios representam a dispersão de cada valor em relação à referida média. Pela fórmula observamos que os desvios podem ser negativos, quando têm valor menor que a média, e valor positivo, quando for maior que ela. Mas a média obedece a uma propriedade matemática em que d i = 0 ou x1 x 0 , o que acarreta um problema para determinarmos a média dos desvios. O problema pode ser solucionado considerando-se o cálculo dos desvios de cada valor em relação à média ao quadrado.
A variância mede a dispersão dos dados em torno da média, considerando os valores dos dados ao quadrado. DESVIO-PADRÃO Para termos a variabilidade ou dispersão dos dados na mesma unidade que os dados da amostra e não ao quadrado, utilizamos o conceito de desvio-padrão, que manterá os mesmos símbolos sem o quadrado, ou seja, S quando for amostra e σ quando se tratar de população. Suas fórmulas de cálculo são: Para amostra: S(x) = S(x)2 e para população: σ (x) =
(x)2
O desvio-padrão só pode assumir valores positivos. Quanto maior for o valor, maior será o grau de dispersão ou a variabilidade dos pontos em torno da média. Os dados amostrais dispostos numa curva normal correspondem ao seguinte entendimento em relação ao conceito de desviopadrão: em 1 desvio-padrão em relação à média aritmética, temos 68,26% dos dados da amostra; em 2 desvios-padrão em relação à média aritmética, temos 95,44% dos dados; e em 3 desvios-padrão, temos 99,78% dos dados amostrais. Exemplo: Participação da eletricidade de origem nuclear no total do consumo País Porcentagem de eletricidade de origem nuclear no total França 74,5 Bélgica 60,1 Coréia do Sul 49,1 Suécia 45,9 Suíça 42,6 Espanha 35,9 Alemanha 33,1 Fonte: World Almanac – 1992. Calcule a média, desvio médio, variância e desvio padrão desses valores.
Assim podemos finalmente definir o conceito de variância como sendo a média aritmética dos quadrados dos desvios. A variância 2 pode ser utilizada para amostra com o símbolo de S e para 2 população com σ , e tem as seguintes fórmulas de cálculo pelo processo normal: Para amostra:
2
S =
2 (xi x) Fi ou
N
( xi Fi )2 2 s = 1 xi2 Fi N
2
Para população: σ =
N
2 (xi x) Fi ou
N
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156
QUÍMICA MATEMÁTICA I
AULA 05: RAZÕES TRIGONOMÉTRICAS NO TRIÂNGULO RETÂNGULO
CÁLCULO DO SENO, COSSENO E TANGENTE DE 30°, 45° E 60° Temos a seguinte tabela que lhe será muito útil na resolução de alguns problemas.
Os triângulos retângulos ABC e ADE são semelhantes, e em relação ao ângulo a, comum aos dois triângulos, observamos que a razão entre os catetos opostos e as respectivas hipotenusas é uma constante. A essa constante damos o nome de se no do ângulo . Seno de um ângulo é a razão entre a medida do cateto oposto a esse ângulo e a medida da hipotenusa. DE BC sen = AE AC
Ângulos
30°
45°
60°
Seno
1/2
2 /2
3 /2
Co-seno
3 /2
2 /2
1/2
Tangente
3 /3
1
3
Observação Dado um triângulo ABC de lados BC=a, AC=b e o ângulo C=α, podemos determinar uma fórmula para o cálculo de sua área em função de a, b e do ângulo α.
Podemos verificar, em relação ao ângulo , que a razão entre os catetos adjacentes e as respectivas hipotenusas é também uma constante. A essa constante damos o nome de cosseno do ângulo . Cosseno de um ângulo é a razão entre a medida do cateto adjacente a esse ângulo e a medida da hipotenusa. cos =
AD AB AE AC
Do mesmo modo, podemos verificar que a razão entre os catetos opostos ao ângulo e os respectivos catetos adjacentes é também uma constante. A essa constante damos o nome de tangente do ângulo . Tangente de um ângulo é a razão entre a medida do cateto oposto a esse ângulo e a medida do cateto adjacente.
O seno, o cosseno e a tangente denominam-se razões trigonométricas de um ângulo agudo, uma vez que são definidos como quocientes entre medidas de segmentos. Em relação ao triângulo retângulo a seguir, temos
2)Um disco voador é avistado, numa região plana, a uma certa altitude, parado no ar. Em certo instante, algo se desprende da nave e cai em queda livre, conforme mostra a figura. A que altitude se encontra esse disco voador? Considere as afirmativas: I-a distância d é conhecida; II-a medida do ângulo a e a tg do mesmo ângulo são conhecidas. Então, tem-se que a)a I sozinha é suficiente para responder a pergunta, mas a II, sozinha, não. b)a II sozinha é suficiente para responder a pergunta, mas a I, sozinha, não. c)a I e II, juntas, são suficientes para responder a pergunta, mas nenhuma delas, sozinha, não é. d)ambas são, sozinhas, suficientes para responder a pergunta. e)a pergunta não pode ser respondida, por falta de dados
Observações importantes
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157
QUÍMICA MATEMÁTICA I
Lei dos cossenos Em todo triângulo, o quadrado de um lado é igual à soma dos quadrados dos outros dois, menos o dobro do produto desses dois lados pelo cosseno do ângulo por eles formado. Considerando-se o ângulo A (A < 90°), temos
2)Um holofote está situado no ponto A, a 30 metros de altura, no alto de uma torre perpendicular ao plano do chão. Ele ilumina, em movimento de vaivém, uma parte desse chão, do ponto C ao ponto D, alinhados à base S, conforme demonstra a figura abaixo.
a = b + c – 2 b c cos A 2
2
2
Se o ponto B dista 20 metros de C e 150 metros de D, a medida do ângulo CÂD corresponde a a) 60° b) 45° c) 30° d) 15° 0 e) 36
Do mesmo modo, temos que b = a + c – 2 a c cos B 2
2
2
e
c = a + b – 2 a c cos C 2
2
2
Observações Lembrando que num triângulo qualquer ao maior lado se opõe o maior ângulo e considerando um triângulo ABC em que o 2 2 ângulo A é o maior, podemos, através da lei dos cossenos (a = b + 2 c – 2 b c cos A), obter as condições para que, conhecendo as medidas de seus lados, determinemos se um triângulo é acutângulo, retângulo ou obtusângulo. 0° < A < 90° cos A > 0 2 2 2 a < b + c O triângulo é acutângulo.
A = 90° cos A = 0 2
2
2
a = b + c O triângulo é retângulo em A.
90° < A < 180° cos A < 0 2
2
2
a > b + c O triângulo é obtusângulo.
EXERCÍCIOS 1)Os lados de um triângulo são 3, 4 e 6. O cosseno do maior ângulo interno desse triângulo vale a) 11/24 b) –11/24 c) 3/8 d) –3/8 e) –3/10
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QUÍMICA MATEMÁTICA I
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QUÍMICA
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QUÍMICA
AULA 01 - CILINDRO
Exemplos:
CILINDRO Sejam dois planos paralelos e , e um segmento de reta MN, com M e N . Considere, também, um círculo C de centro 0 e raio r, C . A reunião de todos os segmentos de reta, paralelos e congruentes ao segmento MN, tendo uma extremidade em C e outra em , formam um sólido chamado CILINDRO CIRCULAR.
ELEMENTOS DO CILINDRO
N
r
1)(UFPB – 2003) Depois de desistir de retirar a pipa do poste, João foi jogar futebol no quintal da casa. Ao chutar a bola com muita força, fez com que a mesma caísse num reservatório de água com a forma de um cilindro circular reto, cujo diâmetro é de 96 cm. Maria percebeu que exatamente a metade da bola ficou submersa, o que elevou o nível da água do reservatório em 0,5 cm (ver desenho). O raio dessa bola é: a)10 cm b) 12 cm c) 14 cm d)11 cm e) 13 cm
O’
g
h
r M
O
C
Na figura, temos: base círculo de centro O e raio r e círculo de centro O’ e raio r. eixo é a reta que contém os centros das bases. altura (h) é a distância entre os planos e . geratriz (g) são os segmentos paralelos aos eixos e cujas extremidades são pontos das circunferências das bases.
CLASSIFICAÇÃO ( I ) CILINDRO RETO: é aquele em que as geratrizes são perpendiculares às bases. Neste caso, a altura tem a mesma medida da geratriz. ( II ) CILINDRO OBLÍQUO: é aquele em que as geratrizes não são perpendiculares às bases. ( III ) CILINDRO TRUNCADO: é aquele em que as bases não são paralelas SECÇÃO MERIDIANA É a figura geométrica formada pela intersecção do cilindro com o plano que contém seu eixo. A área da secção meridiana é a área do retângulo de base 2r e altura h.
a)
5%
b) 15% c)
A = 2rh
2) (UFPB – 2002) O Sr. Martins foi encarregado de pintar a lateral de uma caixa d’água cilíndrica, com 6 m de raio e altura de 10 m. Devido ao mau tempo, conseguiu, apenas, pintar a parte sombreada mostrada na figura ao lado. Assim sendo, desse trabalho ele executou somente:
25%
d) 10% SECÇÃO TRANVERSAL É a figura geométrica formada pela intersecção do cilindro com o plano paralelo as bases. A secção transversal é um círculo congruente às bases. CILINDRO EQUILÁTERO É o cilindro cuja secção meridiana é um quadrado.
e)
20%
ÁREAS E VOLUME Área da base – é a área do círculo de raio r
Ab = r² Área lateral – é a área do paralelogramo de base 2r e altura h
AL = 2rh Área total – é a soma das áreas das bases com a área lateral
AT = AL + 2.Ab
Volume – pelo princípio de CAVALIERE, temos que o volume é dado pelo produto da área da base pela altura.
V = Ab.h = r
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QUÍMICA MATEMÁTICA II
AULA 02 - PIRÂMIDE
PIRÂMIDE Sejam ABCDE uma região poligonal contida num plano e V um ponto. A reunião de todos os segmentos VP, com P um ponto da superfície poligonal ABCDE forma um sólido chamado de PIRÂMIDE.
ELEMENTOS DA PIRÂMIDE: V
RELAÇÕES MÉTRICAS NUMA PIRÂMIDE REGULAR V
h
g F
E D E
A
0
D r
C
M A
B
m B
C a
Considerando o polígono ao lado, temos: base – é o polígono ABCDE. arestas da base – são os segmentos AB, BC, CD, DE, EA. arestas laterais – são os segmentos VA, VB, VC, VD, VE. vértice – é o ponto V. altura – é a distância ente o vértice e a base. faces laterais – são os triângulos VAB, VBC, VCD, VDE, VEA. área lateral – é a soma das áreas das faces. área total – é a soma da área lateral com a área da base. volume – é a quantidade de espaço que a pirâmide ocupa.
2 = h² + r² ( VOC)
a 2 = g² + ( VDM) 2
r² = m² +
2
2
OBSERVAÇÕES: Numa pirâmide as faces laterais são triangulares. Embora uma pirâmide possua outros vértices, a denominação especial de vértice da pirâmide é dado ao único vértice que não pertence à base.
DESTACA-SE NUMA PIRÂMIDE REGULAR: a) Apótema da pirâmide (g) – é a altura de qualquer uma de suas faces laterais. b) Apótema da base (m) – é o apótema do polígono da base. c) As faces laterais são triângulos isósceles congruentes. d) As arestas laterais são congruentes.
a ( COM) 2
onde: g é o apótema da pirâmide. h é altura da pirâmide. m é o apótema da base. l é a aresta lateral. r é o raio do polígono da base. a é a aresta da base.
CLASSIFICAÇÃO: a) Da mesma forma dos prismas, as pirâmides são denominadas de acordo com o polígono da base. b) Pirâmide reta é aquela em que o polígono da base é circunscritível e a projeção ortogonal do vértice sobre o plano da base é o centro da base. c) Pirâmide regular é aquela que é reta e a base é um polígono regular. I. II.
g² = h² + m² ( VOM)
OBSERVAÇÃO: Denomina-se TETRAEDRO a pirâmide de base triangular.
SECÇÃO TRANSVERSAL DE UMA PIRÂMIDE É a secção obtida por um plano paralelo á base. A secção transversal divide a pirâmide em duas partes: a que contém o vértice, que é também uma pirâmide, e a que contém a base, que é chamada de TRONCO DE PIRÂMIDE.
VOLUME Usando o principio de Cavaliere, mostra-se que o volume de uma pirâmide é dado pela terça parte do produto da área da base pela altura. V=
. Ab . h
TETRAEDRO REGULAR É o tetraedro em que todas as suas faces são triângulos eqüiláteros. Área da base: A b
2 3 4
Área total: A T 2 3 Volume: V
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2 2 , é a medida da aresta 12
QUÍMICA MATEMÁTICA II
PIRÂMIDES SEMELHANTES A secção transversal determina duas pirâmides semelhantes, que verificam duas relações muito importantes:
2)Leia os quadrinhos:
h1 V1 V2
A1
h2 A2
TRONCO DA PIRÂMIDE A área total (AT) e o volume (V) do tronco são dados por:
Suponha que o volume de terra acumulada no carrinho-de-mão do personagem seja igual ao do sólido esquematizado na figura 1, formado por uma pirâmide reta sobreposta a um paralelepípedo retângulo. Assim, o volume médio de terra que Hagar acumulou em cada ano de trabalho é, em dm3, igual a: a) 12 b) 13 c) 14 d) 15 e) 16
h2 b h1 h B Área total:
AT = AL + Ab + AB h Volume: V AB Ab AB . Ab 3
OBSERVAÇÃO: O volume do tronco também pode ser calculado por V = V1 – V2, onde V1 é o volume da pirâmide de altura h1 e V2 é o volume da pirâmide de altura h2
Exercícios 1)O prefeito de uma cidade pretende colocar em frente à prefeitura um mastro com uma bandeira, que será apoiado sobre uma pirâmide de base quadrada feita de concreto maciço, como mostra a figura.
Sabendo-se que a aresta da base da pirâmide terá 3 m e que a altura da pirâmide será de 4 m, o volume de concreto (em m 3) necessário para a construção da pirâmide será a) 36. b) 27. c) 18. d) 12. e) 4.
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QUÍMICA MATEMÁTICA II
AULA 03 - CONE CONE Considere um círculo C contido num plano e V um ponto. A reunião de todos os segmentos VP, com P C formam um sólido chamado de CONE.
TRONCO DE CONE O tronco de cone de bases paralelas é a parte do cone limitada pela base e pela secção transversal. r
ELEMENTOS DO CONE
h
V
g
r
R
( I ) Áreas
h
r
Área da base maior AB = R² Área da base menor Ab = r² Área lateral AL = . (R + r) . g Área total At = AL + Ab + AB
O C
(II)
Na figura, temos: base é o círculo de centro O e raio r. vértice é o ponto V.
Volume: V =
eixo é a reta OV . geratriz (g) é qualquer segmento VQ, onde Q é um ponto da circunferência da base. altura (h) é a distância do ponto V ao plano da base.
Ab r
H
AB
V2 R
I.
SECÇÃO DE UM CONE
SECÇÃO TRANSVERSAL É a figura geométrica formada pela intersecção de um plano paralelo ao plano da base. A secção transversal de um cone é um círculo.
h V1
OBSERVAÇÃO 1) O cone reto também é chamado de cone de revolução, pois ele é formado pela rotação completa de um triângulo retângulo em torno de um dos catetos. OBSERVAÇÃO 2) No cone reto, as geratrizes são congruentes entre si.
)
CONES SEMELHANTES A secção transversal determina dois cones semelhantes, que verificam três relações muito importantes.
CLASSIFICAÇÃO: (I) Cone reto: é quando seu eixo é perpendicular à base. (II) Cone oblíquo: é quando seu eixo é oblíquo à base.
. (AB + Ab +
SECÇÃO MERIDIANA É a figura geométrica formada pela intersecção do cone com um plano que contém seu eixo. A secção meridiana de um cone circular reto é um triângulo isósceles. A área da secção meridiana de um cone reto é dado por: As = rh CONE EQÜILÁTERO É o cone cuja secção meridiana é um triângulo eqüilátero
h r H R
II.
Ab h AB H
2
III.
V1 h V2 H
3
Exercício Um recipiente em forma de cone circular reto de altura h é colocado com vértice para baixo e com eixo na vertical, como na figura. O recipiente, quando cheio até a borda, comporta 400 mL.
Determine o volume de líquido quando o nível está em h/2.
IMPORTANTE !!!
No cone eqüilátero, temos g = 2r e h = r 3 No cone reto, temos que g² = h² + r²
ÁREAS E VOLUME
Área da base – Ab = r² Área da lateral - AL = rg Área total - AT = AL + Ab Volume – V
1 1 A bh = r 2h 3 3
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QUÍMICA MATEMÁTICA II
ESFERA Consideremos um ponto O do espaço e um número positivo R. Chama-se esfera de centro O e raio R ao conjunto dos pontos P do espaço tais que a distância OP seja menor ou igual a R. Podemos, também, considerar que a esfera é um sólido gerado pela rotação completa de um semicírculo em torno do eixo que contém o seu diâmetro.
O
SUPERFÍCIE ESFÉRICA A superfície esférica de centro O e raio R é o conjunto de pontos P do espaço tais que a distância OP seja igual a R. Esta superfície é gerada pela rotação completa de uma semicircunferência em torno do eixo que contém o seu diâmetro.
SECÇÃO DE UMA ESFERA É a interseção da esfera com um plano secante. Esta secção é um círculo.
a) 2 a3 d) a3
b) (4 a3)/3 e) (2 a3)/3
c) ( a3)/3
R
2) (Fempar) Uma bola de sorvete tem 6 cm de diâmetro. Ao ingerir 20 bolas de sorvete, uma pessoa consumirá, em litros, aproximadamente: (Obs.: Considerar que: 1) a bola de sorvete é perfeitamente esférica. 2) 3) o volume fundido é 50% menor que o volume da bola do sorvete) a) 9,04 b) 0,904 c) 3,4 d) 1,13 e) 0,0113
RELAÇÃO IMPORTANTE
ÁREA DA ESFERA A área da superfície esférica de raio R é dada por A = 4R²
embalagens cilíndricas mínimas contendo 3 unidades, conforme figura abaixo:
r
R² = r² + d² , onde: R → raio da esfera r → raio da secção(círculo) d → distância do centro da esfera à secção
1)(UFSM) Bolas de tênis são vendidas, normalmente, em
Supondo-se que as bolas têm raio a em centímetros e tangenciam as paredes internas da embalagem, o espaço interno dessa embalagem que NÃO é ocupado pelas bolas é, em cm3:
R
O’ d O
Exercícios
VOLUME DE UMA ESFERA Usando o princípio de Cavaliere, mostra-se que o volume de uma esfera de raio R é dado por: V=
R³
.
PARTES DE UMA ESFERA (I) Cunha e fuso Cunha esférica é o sólido gerado pela rotação incompleta de um semicírculo em torno do diâmetro. Fuso esférico é cada uma das superfícies limitadas pelos dois planos que determinam uma cunha esférica. Numa laranja podemos dizer que o “gomo da laranja” é a cunha esférica e a “casca do gomo” é o fuso esférico.
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QUÍMICA MATEMÁTICA II
AULA 04 – POLINÔMIOS
OBSERVAÇÕES: 1) Se R(x) = 0, a divisão é exata e assim, P(x) é divisível por D(x). 2) gr(P/D) = gr(P) – gr(D) 3) Numa divisão, o quociente e o resto são únicos.
I. POLINÔMIOS É toda expressão do tipo P(x) = anxn + an – 1xn – 1 + ... + a1x + a0, onde a1, a2, ..., an C e n IN VALOR NUMÉRICO P(a) é o valor numérico de P(x) para x = a OBSERVAÇÃO: Quando P(a)= 0, dizemos que a é raiz ou zero de P(x). Exemplo: P(x) = x³ – 2x² – 5x + 6 P(–2) = 0 –2 é raiz
GRAU DE UM POLINÔMIO: É o maior expoente da variável de coeficiente não nulo POLINÔMIO IDENTICAMENTE NULO Um polinômio P(x) é identicamente nulo, indicamos por = 0, quando todos os seus coeficientes são iguais a zero.
TEOREMA DO RESTO O resto da divisão de P(x) por ax + b é dado por R = P (–b/a)
TEOREMA DE D’ALEMBERT Um polinômio P(x) é divisível por ax + b, se e somente se, P(–b/a) = 0
EXTENSÃO DO TEOREMA DE D’ALEMBERT P(x) é divisível por (x – a).(x – b), se e somente se, P(x) é divisível por (x – a) e por (x – b), com a ≠ b.
Exemplos 1 )(UFPB) P(x)
OBSERVAÇÃO: Não se define grau de P(x) = 0
Seja
p( x ) x 2 ax b
um
polinômio.
Determine os valores de a e b tais que P(x) seja divisível por x + 2 e que os restos da divisão de P(x) por x- 1e por x + 1 sejam iguais.
POLINÔMIOS IDÊNTICOS Dois polinômios de mesmos graus são idênticos se os coeficientes dos termos de mesmos graus são iguais.
Exemplo
Dados os polinômios P(x) = (a – 1)x2 – (a – b)x + (2a – b + c) e q(x) = 4x2 – 5x + 1, determine a, b, e c para que: 2) (UFPB) Suponha que
a) se tenha p(x) = q(x);
r( x ) ax 2 bx c ,
p( x ) ( x 1 )( x 2 3 ) r( x ) ,
com a , b , c R,
onde
a 0 . Sabendo-se que
as raízes de p são 0 , 1 e 2 , calcule o valor da expressão 5a 3b c .
b) p(x) seja um polinômio nulo;
c) p(x) seja um polinômio do 1º grau
OPERAÇÕES COM POLINÔMIOS A adição e multiplicação procede-se de maneira usual
DIVISÃO DE POLINÔMIOS Sejam os polinômios P(x) e D(x) não identicamente nulos. Dividir P(x) por D(x) é encontrar dois polinômios Q(x) (quociente) e R(x) (resto), tais que: P(x)
D(x) P(x) = D(x) . Q(x) + R(x)
R(x)
Q(x) gr(R) < gr(D) ou R(x) ≡ 0
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QUÍMICA MATEMÁTICA II
Aula 05: EQUAÇÕES POLINOMIAIS
II. EQUAÇÕES POLINOMIAIS São equações do tipo P(x) = 0, onde P(x) é um polinômio, ou seja, anxn + an –1xn – 1 + an – 2xn –2 + . . . + a1x + a0 = 0
conjugado
OBSERVAÇÃO: Define-se como o grau da equação P(x) = 0, ao grau do polinômio P(x).
RAIZ OU ZERO DE UMA EQUAÇÃO POLINOMIAL a é raiz de P(x) = 0 P(a) = 0
TEOREMA FUNDAMENTAL DA ÁLGEBRA Toda equação polinomial de grau n(n 1) tem pelo menos uma raiz complexa.
TEOREMA DA DECOMPOSIÇÃO Todo polinômio de grau n, P(x) = anxn + an–1xn – 1 + . . . + a1x + a0, pode ser escrito na forma P(x) = an . (x – 1).(x – 2). ... .(x – n), onde a1, a2, a3, . . . , an são as raízes de P(x).
CONSEQÜÊNCIA DO TEOREMA DA DECOMPOSIÇÃO Toda equação polinomial de grau n(n 1) tem exatamente n raízes reais ou complexas, que podem ser distintas ou não.
TEOREMA DAS RAÍZES COMPLEXAS Se uma equação polinomial de COEFICIENTES REAIS admitir a raiz z = a + bi (b ≠ 0), admitirá também como raiz seu
CONSEQÜÊNCIAS DO TEOREMA: 1) Todo equação algébrica de coeficientes reais e grau ímpar terá pelo menos uma raiz real. 2) O número de raízes não reais de uma equação polinomial de coeficientes reais é PAR.
RELAÇÕES DE GIRARD São fórmulas que relacionam as raízes de uma equação polinomial com seus coeficientes . Exemplos : a)
Para uma equação do 3º grau ax³ + bx² + cx + d = 0 b x1 x 2 x 3 a c x1x 2 x1x 3 x 2 x 3 a d x1 x 2 x 3 a
Exemplo
A respeito da equação (x – 2) 5 (x – 1)² (x + 3) 4 = 0, determine:
b) seu grau;
c) seu conjunto solução.
Para uma equação do 2º grau ax² +bx + c = 0 b x x2 1 a x x c 1 2 a
b)
MULTIPLICIDADE DE UMA RAIZ A quantidade de vezes que um número for raiz de uma equação será chamada de MULTIPLICIDADE.
a) suas raízes e as respectivas multiplicidades;
z = a – bi, com a mesma multiplicidade.
TEOREMA DAS RAÍZES RACIONAIS Seja P(x) = anxn + an –1xn – 1 + . . . + a1x + a0 com a0, a1, ..., an Z. Sejam p e q números inteiros primos entre si com q ≠ 0. p Se é raiz de P(x), então: q a) p é divisor de a0 b) q é divisor de an
Exemplos1)Sabendo que 2 é raiz da equação x³ + 2x²- 5x + c = 0, calcule o valor de c e o conjunto solução da equação
2) Resolva s equação x4 – 2x³ + x² + 2x – 2 = 0, sabendo que duas de suas raízes são -1 e 1.
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QUÍMICA MATEMÁTICA II
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QUÍMICA
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QUÍMICA
AULA 1 :
O ABSOLUTISMO MONÁRQUICO
NICOLAU MAQUIAVEL Pensador italiano, autor da obra O Príncipe ,
INTRODUÇÃO O absolutismo pode ser definido como o poder ilimitado dos reis. Esse tipo de governo fez parte de um período de transição entre o feudalismo e o capitalismo l. De forma clara, absolutismo significa em geral a grande concentração de poderes nas mãos dos reis, numa época de expansão das atividades comerciais e de enriquecimento da burguesia. Por isso, o Estado absolutista deve ser entendido como parte das mudanças que marcaram a Europa na transição do feudalismo para o capitalismo.
na qual defendeu que o monarca deveria utilizar qualquer meio – lícito ou não – para manter o controle do seu reino e assim evitar conspirações ou golpes que ameaçassem sua autoridade. A frase “Os fins justificam os meios” resume suas ideias. JACQUES BOSSUET Bispo e teólogo francês, Bossuet foi um dos mais importantes intelectuais da corte de Luís XIV, o mais absolutista dos reis da França. Em seu livro: Politica tirada da sagrada Escritura, desenvolveu a Doutrina do direito divino dos reis, segundo a qual o poder do soberano expressa a vontade de Deus. Sendo sagrado o poder monárquico, qualquer rebelião contra ele é criminosa. Para Bossuet, a autoridade do rei é de origem divina e, portanto incontestável, absoluta, ilimitada.
ATIVIDADE DIRIGIDA 1)O binômio ABSOLUTISMO e MERCANTILISMO foi a base do ANTIGO REGIME, a estrutura política, social e econômica que predominou na Idade Moderna. O Estado absolutista apresenta algumas importantes nuances que agora iremos conhecer: a) O Estado absolutista e sua relação com a centralização política na transição do feudalismo para o capitalismo: .................................................................................................. .................................................................................................. .................................................................................................. .................................................................................................. .............................................................................................. b) O Estado absolutista e sua relação com os segmentos sociais: .................................................................................................. .................................................................................................. .................................................................................................. .................................................................................................. .............................................................................................. OS TEÓRICOS DO ABSOLUTISMO THOMAS HOBBES ( O Leviatã é uma criatura mitológica, geralmente de grandes proporções, bastante comum no imaginário dos navegantes europeus da Idade Moderna.)
O ABSOLUTISMO NA INGLATERRA
Na Inglaterra, a dinastia Tudor inaugurou o absolutismo. Com os reis dessa família, a Inglaterra transformou-se numa grande potencial comercial e marítima. Na Inglaterra, durante o século XIII, os nobres obrigaram o rei a assinar um documento chamado: Magna Carta, que limitava os poderes da coroa. No mesmo século instituiu-se o Parlamento formado por membros do clero, da nobreza e da burguesia, que se tornou um poderoso obstáculo ao poder do rei. O fortalecimento do poder monárquico só ocorreu após a Guerra das Duas Rosas (1455-1485), um intenso conflito entre famílias nobres rivais pela posse da coroa. A guerra devastou o reino, enfraqueceu a nobreza e despertou nos habitantes o anseio por um governo forte, que acabasse coma s agitações e a insegurança, Quando o combate terminou , subiu ao trono Henrique VIII, fundador da dinastia Tudor e do Absolutismo inglês. Com Elizabeth I, o absolutismo inglês chegou ao auge. Seguindo os passos do pai (Henrique VIII), ela fez tudo para fortalecer a autoridade real. Controlou a disputa politica e religiosa entre católicos e protestantes, estabeleceu boas relações com o parlamento e conseguiu fazer da Inglaterra Anglicana uma igreja nacional, o que reforçou a unidade do país.
Filósofo inglês, Hobbes defendia a ideia de que a natureza humana era, desde sempre, má e egoísta. Para ele só um Estado forte era capaz de limitar a liberdade individual, impedindo a “guerra de todos contra todos”, como afirmou em sua obra, o Leviatã. Desse modo, demonstrava ser necessário um Estado centralizado e poderoso, dirigido pelo rei.
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QUÍMICA HISTÓRIA
ATIVIDADE DIRIGIDA Destacaremos, a seguir, fatos importantes relacionados à política inglesa em suas diversas fases: ► João sem Terra (1199-1216): .................................................................................................. ........................................................................................... ► Guerra dos Cem anos (1337-1453): .................................................................................................. ........................................................................................... ► Henrique VII (1485-1509): .................................................................................................. ........................................................................................... ► Henrique VIII (1509-1547): .................................................................................................. ........................................................................................... ► Elizabeth I (1558-1603): .................................................................................................. ........................................................................................... A morte de Elizabeth I encerrou a dinastia Tudor. Sem herdeiros diretos, o trono foi assumido por seu primo, um membro da família Stuart. O ABSOLUTISMO NA FRANÇA O início do processo de centralização do poder monárquico na França remonta a alguns reis da dinastia dos Capetos, que a partir do século XIII tomaram medidas para a formação do Estado francês. Entre essas medidas, destacam-se a substituição de obrigações feudais por tributos pagos à coroa real, a restrição da autoridade plena do papa sobre assuntos ligados aos sacerdotes franceses, a criação progressiva de um exército nacional subordinado ao rei e a atribuição, ao rei, do poder de distribuir justiça entre os súditos. Durante a Guerra dos Cem Anos (1337-1453), entre França e Inglaterra, aumentou o sentimento nacional francês. Com a guerra, a nobreza feudal foi enfraquecida enquanto crescia o poder do rei. A partir do final da Guerra dos Cem Anos, os sucessivos monarcas franceses deram passos progressivos no sentido de fortalecer as instituições do poder real, criando órgãos como o Conselho do rei, que assessorava o monarca nas atividades administrativas do Estado. No período que vai de 1559 a 1589, a França enfrentou um momento de enfraquecimento do poder real, em consequência de guerras religiosas entre católicos e protestantes. Somente com Henrique IV (1589-1610), o reino francês foi pacificado em seus conflitos religiosos. Antigo líder protestante, Henrique IV converteu-se ao catolicismo, afirmando, em célebre frase, que Paris valia bem mais que uma missa. Promulgou o Edito de Nantes (1598), garantindo a liberdade de culto aos protestantes, e passou a dirigir a obra de reconstrução política e econômica da França. Com os sucessores de Henrique IV, Luís XIII e Luís XIV, o processo de centralização do poder monárquico atingiu seu ponto máximo. Luís XIV (1661-1715), conhecido como o Rei Sol, tornou-se o símbolo supremo do absolutismo francês, atribuindo-se a ele a famosa frase L ‘Etat c’est moi, isto é, o Estado sou eu. Em 1685, Luís XIV revogou o Edito de Nantes. Essa intolerância religiosa provocou a saída, do país, de aproximadamente 500 mil protestantes,dentre os quais ricos representantes da burguesia. O fato teve consequências graves para a economia francesa, originando sérias críticas ao absolutismo monárquico.
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Luís XV (1715-1774) e Luís XVI (1774-1792), sucessores de Luís XIV, deram continuidade ao regime absolutista, mas enfrentaram crescentes oposições das camadas populares e de setores da burguesia. Em 1789, teve início a Revolução Francesa, que colocaria fim à monarquia absolutista existente no país.
( Ilustração de Luís XIV, o “Rei Sol “ da França absolutista.)
AULA 2 : O RENASCIMENTO CULTURAL A Idade Moderna marca a transição do feudalismo para o capitalismo. O comércio e as cidades em desenvolvimento são fatores que vão gerar novas ideias ,concepções científicas e críticas ao dogmatismo clerical. Ancorado na razão, atento para a importância da valorização do homem e enaltecendo a emoção, o Renascimento cultural produziu uma das mais belas páginas da produção artística humana e abriu caminho para uma verdadeira revolução científica. O Renascimento foi,portanto, um movimento artístico e intelectual que, a partir do séc. XV, recusou o pensamento religioso medieval, colocando o ser humano no centro de todos os interesses. Também conhecido como Renascença, foi marcado por um retorno aos valores e características da antiguidade clássica. Os renascentistas faziam várias críticas ao período medieval, dominado pelos valores culturais e religiosos da Igreja. Por este motivo, para eles, a Idade Média foi um período de pouco avanço cultural, que ficava entre a Antiguidade e a Modernidade. Modernidade era a forma como denominavam o período em que viviam. Assim, a Modernidade foi caracterizada como uma época de progresso intelectual, na qual se fazia renascer a cultura clássica. Daí a origem do termo Renascimento. Para os homens da época, a cultura clássica era muito superior à cultura medieval. Assim, a Idade Média passou a ser denominada ” Idade das Trevas”, expressão tendenciosa usada pelo homem moderno. ATIVIDADE DIRIGIDA Vamos conhecer algumas características do Renascimento : a) CLASSICISMO: .................................................................................................. .................................................................................................. ............................................................................................. b) RACIONALISMO : .................................................................................................. .................................................................................................. .............................................................................................
QUÍMICA HISTÓRIA
c) ANTROPOCENTRISMO : .................................................................................................. .................................................................................................. ............................................................................................. d) NATURALISMO: .................................................................................................. .................................................................................................. ............................................................................................. e) HEDONISMO : .................................................................................................. .................................................................................................. ............................................................................................. f) CRITICIDADE: .................................................................................................. .................................................................................................. .............................................................................................
(A Última Ceia é um afresco de Leonardo da Vinci para a igreja de seu protetor, o Duque Lodovico Sforza. Representa a cena da última ceia de Jesus com os apóstolos, antes de ser preso e crucificado como descreve a Bíblia.)
(Galileu Galilei foi um físico, matemático, astrônomo e filósofo italiano e personalidade fundamental na revolução científica. Defensor da teoria heliocêntrica,quase foi condenado à fogueira inquisitorial.)
AULA 3 : A REVOLUÇÃO FRANCESA Para muitos historiadores, a Revolução Francesa faz parte de um movimento global, atlântico ou ocidental, que começou nos Estados Unidos em 1776. Entre todas as revoluções que se seguiram na Europa e na América a partir daí, não há dúvida de que existam traços comuns. Mas a Revolução Francesa teve identidade própria, que se manifestou na participação popular. Na ruptura radical com as instituições feudais do Antigo Regime e nas formas democráticas que assumiu. A França ainda era um país agrário no fim do século XVIII. Embora o capitalismo já tivesse começado a provocar mudanças em sua estrutura, sua organização social ainda estava baseada em estamentos ou estados.
ATIVIDADE DIRIGIDA (O Teto da Capela Sistina é um monumental afresco de Michelangelo realizado entre os anos de 1508 e 1512 na Capela Sistina, no Vaticano, como próprio o nome indica.)
( Romeu e Julieta é uma tragédia escrita entre 1591 e 1595, nos primórdios da carreira literária de William Shakespeare, sobre dois adolescentes cuja morte acaba unindo suas famílias, outrora em pé de guerra.)
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Vamos identificar as características da França prérevolucionária: a) Estrutura política: .................................................................................................. .................................................................................................. ............................................................................................. b) Situação econômica: .................................................................................................. .................................................................................................. ............................................................................................. c) Contradições sociais: .................................................................................................. .................................................................................................. ............................................................................................. d) Influência iluminista: .................................................................................................. .................................................................................................. .............................................................................................
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ETAPAS DA REVOLUÇÃO
III) DIRETÓRIO (1795-1799)
I) ASSEMBLEIA NACIONAL CONSTITUINTE (1789-1791) Principais Medidas da Assembleia Nacional Constituinte (eleita por sufrágio censitário) ►Abolição dos direitos feudais; ►Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão; ►Aprovação da Constituição; ►Separação dos poderes; ►Soberania da Nação ( sufrágio censitário); ►Substituição da Monarquia Absoluta pela Monarquia Constitucional.
( Queda da Bastilha, fato marcante da Francesa )
Revolução
Foi a fase mais radical da Revolução Francesa e dominada pelos jacobinos que dissolveram a Assembleia Constituinte, estes fizeram eleger por sufrágio universal a Convenção Nacional; ►Aprovação de uma nova constituição em 1793; ►Execução do rei Luís XVI (21/01/1793); ►O Tribunal revolucionário julgava os opositores da Revolução; ►Regime do “terror” (Robespierre): milhares de franceses suspeitos de atividades contra a revolução foram executados. (1795) – pôs fim à era jacobina e
( Execução de Luís XVI, episódio que emblematiza radicalismo jacobino.)
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( Napoleão Bonaparte, Cônsul e Imperador da França.)
AULA 4 : REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
II) CONVENÇÃO NACIONAL (1792- 1795)
O Golpe do Termidor iniciou o diretório.
►Caracterizado pela supremacia girondina (burgueses); ►Era exercido por um diretório composto por 5 membros; ►Enfrentou levantamentos populares e a crise econômica e social; ►Externamente a França obteve vitórias contra as forças absolutistas da Espanha, Holanda, Prússia e reinos da Itália (a segunda coligação) com destaque para as vitórias militares de Napoleão Bonaparte; ►Napoleão Bonaparte (apoiado pelos girondinos) promoveu o Golpe 18 Brumário, que pôs fim ao Diretório e instaurou o Consulado.
o
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INTRODUÇÃO A Revolução Industrial consistiu em um conjunto de mudanças tecnológicas com profundo impacto no processo produtivo em nível econômico e social. Iniciada na Inglaterra em meados do século XVIII, expandiu-se pelo mundo a partir do século XIX. Ao longo do processo (que de acordo com alguns autores se registra até aos nossos dias), a era agrícola foi superada, a máquina foi suplantando o trabalho humano, uma nova relação entre capital e trabalho se impôs, novas relações entre nações se estabeleceram e surgiu o fenômeno da cultura de massa, entre outros eventos. Essa transformação foi possível devido a uma combinação de fatores, como o liberalismo econômico, a acumulação de capital e uma série de invenções, tais como o motor a vapor. O capitalismo tornou-se o sistema econômico vigente. Antes da Revolução Industrial, a atividade produtiva era artesanal e manual (daí o termo manufatura), no máximo com o emprego de algumas máquinas simples. Dependendo da escala, grupos de artesãos podiam se organizar e dividir algumas etapas do processo, mas muitas vezes um mesmo artesão cuidava de todo o processo, desde a obtenção da matéria-prima até à comercialização do produto final. Esses trabalhos eram realizados em oficinas nas casas dos próprios artesãos e os profissionais da época dominavam muitas (se não todas) etapas do processo produtivo. Com a Revolução Industrial os trabalhadores perderam o controle do processo produtivo, uma vez que passaram a trabalhar para um patrão (na qualidade de empregados ou operários), perdendo a posse da matéria-prima, do produto final e do lucro. Esses trabalhadores passaram a controlar máquinas que pertenciam aos donos dos meios de produção os quais passaram a receber todos os lucros. O trabalho realizado com as máquinas ficou conhecido por maquinofatura.
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Com a evolução do processo, no plano das Relações Internacionais, o século XIX foi marcado pela hegemonia mundial britânica, um período de acelerado progresso econômico-tecnológico, de expansão colonialista e das primeiras lutas e conquistas dos trabalhadores. Durante a maior parte do período, o trono britânico foi ocupado pela rainha Vitória (1837-1901), razão pela qual é denominado como Era Vitoriana. Ao final do período, a busca por novas áreas para colonizar e descarregar os produtos maciçamente produzidos pela Revolução Industrial produziu uma acirrada disputa entre as potências industrializadas, causando diversos conflitos e um crescente espírito armamentista que culminou, mais tarde, na eclosão, da Primeira Guerra Mundial.
A SUPEREXPLORAÇÃO CAPITALISTA Na estrutura socioeconômica ocidental fez-se a separação definitiva entre o capital, representado pelos donos dos meios de produção, e o trabalho, representado pelos assalariados. O trabalhador perdia a posse das ferramentas e máquinas, passando apenas da única coisa que lhe pertencia: sua força de trabalho. A Revolução Industrial estabeleceu a definitiva supremacia burguesa na ordem econômica, acelerou o êxodo rural, o crescimento urbano e a formação da classe operária. A Revolução Industrial alterou profundamente as condições de vida do trabalhador braçal, provocando inicialmente um intenso deslocamento da população rural para as cidades. Criando enormes concentrações urbanas; a população de Londres cresceu de 800 000 habitantes em 1780 para mais de 5 milhões em 1880, por exemplo. Durante o início da Revolução Industrial, os operários viviam em condições horríveis se comparadas às condições dos trabalhadores do século seguinte. Muitos dos trabalhadores tinham um cortiço como moradia e ficavam submetidos a jornadas de trabalho que chegavam até a 80 horas por semana. O salário era medíocre (em torno de 2.5 vezes o nível de subsistência) e tanto mulheres como crianças também trabalhavam, recebendo um salário ainda menor.
( As fábricas dão início a um intenso processo de poluição.)
ATIVIDADE DIRIGIDA Vamos enumerar os fatores que justificaram o pioneirismo inglês no processo de substituição das manufaturas pela mecanização: a) FIM DO ABSOLUTISMO: .................................................................................................. .................................................................................................. .............................................................................................
( Mulheres e crianças, mão de obra explorada durante a Revolução Industrial.) ANOTAÇÕES
b) ACÚMULO DE CAPITAIS: .................................................................................................. .................................................................................................. ............................................................................................. c) RESERVA DE MÃO DE OBRA: .................................................................................................. .................................................................................................. ............................................................................................. d) MATÉRIA PRIMA : .................................................................................................. .................................................................................................. ............................................................................................. e) INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS: .................................................................................................. .................................................................................................. .............................................................................................
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AULA 5 : A REPÚBLICA DO CAFÉ COM LEITE INTRODUÇÃO O Brasil no início do século XX estava nos primórdios da República. Os grandes cafeicultores, agrupados em torno do Partido Republicano Paulista (PRP) e do Partido Republicano Mineiro (PRM) monopolizavam o poder. Do paulista Prudente de Morais, primeiro Presidente civil e eleito em 1894 até 1930 com a deposição de outro paulista Washington Luís, o governo federal , com raras exceções,foi controlado por São Paulo ou Minas Gerais. Daí a expressão “República do Café com Leite. ATIVIDADE DIRIGIDA A base de sustentação política da cafeicultura era a “Política dos Governadores”, oficialmente instituída pelo Presidente Campos Sales eleito em 1898. Tratava-se, pois, de engenhosa engrenagem regida basicamente por três aspectos: a) a manipulação do voto: .................................................................................................. .................................................................................................. ............................................................................................. b) o recurso à fraude: .................................................................................................. .................................................................................................. ............................................................................................. c) a troca de favores (clientelismo) e o nepotismo: .................................................................................................. .................................................................................................. .............................................................................................
( Os estados mais ricos monopolizavam a política nacional.)
Existia, no lugar da Justiça Eleitoral, a Comissão Verificadora de Poderes, controlada pelo legislativo e pelo Presidente da República. Dessa forma, a fiscalização sempre apoiava o poder oligárquico local e, em várias ocasiões, procedia a “degola” ou seja não diplomava os eleitos “indesejáveis. A QUESTÃO SOCIAL NA REPÚBLICA VELHA Após a proclamação da República, ocorreram algumas rebeliões em consequência das alterações provocadas pelo capitalismo, que dentre outras coisas, foi responsável no Brasil pelo fim da escravidão e a ascensão da República. A expansão do capitalismo desestabilizou antigas formas de organização e dominação sociais, gerando protestos contra a opressão e a miséria, no entanto, tais movimentos não possuíam projetos políticos definidos e se confundiram muitas vezes com aspirações religiosas (messianismo). Tais características explicam o isolamento e o fracasso dessas rebeliões frente a dura repressão do poder do Estado. As Revoltas rurais CANUDOS ( Sertão baiano, 1893-1897.)
Observe o esquema:
Os municípios eram controlados pelos coronéis (mandonismo local), grandes proprietários rurais que mantinham inúmeros agregados numa situação de total dependência e submissão. Os coronéis, quando contrariados em suas preferências políticas , não hesitavam em utilizar seus jagunços para intimidar eleitores. O voto era aberto (não secreto) e não havia ainda Justiça Eleitoral. Por sua vez, a Constituição de 1891 considerava como eleitores apenas os homens,maiores de 21 anos e alfabetizados. Aí instalava-se a manipulação e a fraude. Os eleitores analfabetos aprendiam às pressas a escrever o nome para assinar as atas de votação (“eleição a bico de pena”) e votavam nos candidatos escolhidos pelos coronéis. Foi assim que surgiram expressões como “voto de cabresto” e “curral eleitoral”.
Desde 1870, o beato Antônio Conselheiro percorria o sertão nordestino com seus fiéis construindo instituições como igrejas, escolas e orfanatos. Ele e seus fiéis se instalaram em Canudos, no sertão baiano, formando ali uma comunidade que, em consequência das pressões locais de civis e religiosos, decidiu romper com o mundo exterior, organizando uma comunidade autônoma, com produção própria para as suas necessidades. Muitos camponeses e empregados de fazendeiros seguiram para o arraial de Canudos e lá foram recebidos. Isso fere o interesse dos fazendeiros da região, que começam a se ver sem braços em suas fazendas. Tantas pessoas para lá foram que a cidade chegou a ter quase 30 mil habitantes. A Igreja Católica passou a condenar Antônio Conselheiro e os fazendeiros pediram a intervenção militar no local. Foram enviadas quatro expedições para o local e a população do arraial resistiu. Fez-se uma propaganda de que se tratava de uma resistência monarquista, o que não era verdade. A quarta expedição com 8 mil homens do exército massacrou com extrema violência o arraial em 1897.
( betao Antonio Conselheiro. )
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CONTESTADO ( FRONTEIRA ENTRE O PARANÁ E SANTA CATARINA,1912-1916.) Trata-se da maior revolta do período. Ocorreu na divisa entre os estados do Paraná e de Santa Catarina, em uma região contestada pelos dois estados. Assim como Canudos, foi uma revolta contra o mandonismo local e também com características messiânicas, sendo a comunidade que promoveu a rebelião também profundamente religiosa. Os “monges” João Maria e depois José Maria lideraram um grupo de pessoas desalojadas pela construção de uma ferrovia, formando uma comunidade de crentes que praticava um catolicismo rústico, representados pelos citados “monges”. Eles foram expulsos de todos os lugares que passaram. Acabaram,então se instalando no Contestado, fundando uma “cidade santa”, onde faziam sua produção. A comunidade sofreu sucessivas e violentas incursões do Exército, até ser massacrada em 1916. CANGAÇO OU BANDITISMO SOCIAL ( SERTÃO NORDESTINO, 1870-1940.) Fenômeno que ocorreu no nordeste brasileiro, região cujo sistema produtor (o grande latifúndio) encontrava-se em decadência em virtude da crise enfrentada pelo comércio dos seus tradicionais produtos, o açúcar e algodão. Estes produtos nordestinos, em baixa nos mercados internacionais, foram abandonados pelos governos republicanos agravando a situação econômica do nordestino, em especial a dos sertanejos. Acrescentado a crise na produção agrícola, no final do século XIX, o nordeste brasileiro já enfrentava muitos dos seus tradicionais problemas estruturais: seca, latifúndios em crise, exploração da mão de obra, etc. Nesse ambiente, floresceram duas opções para enfrentar as duras condições de vida: o messianismo (a crença na salvação pelo milagre, o mito da superação religiosa dos problemas cotidianos) e o cangaço. Nas ações do cangaço, grupos de pessoas invadiam e saqueavam fazendas, lugarejos e cidades com o uso da violência. Seu expoente maior foi Virgulino Ferreira, o Lampião, que atuou como líder de um grupo de cangaceiros que percorreu vários estados nordestinos durante os anos 30.
AS REVOLTAS URBANAS A REFORMA URBANA DO PREFEITO PEREIRA PASSOS ( RIO DE JANEIRO,1902-1906.) Rodrigues Alves (1902-6) foi eleito presidente com o projeto de melhorar o porto e sanear a cidade do Rio de Janeiro. Ele indicou como interventor da cidade (prefeito não eleito) Pereira Passos, e o médico sanitarista Oswaldo Cruz para resolver o problema da saúde. A principal reforma realizada foi a construção de um novo e moderno porto na cidade. Porém a reforma incluiu também a construção de amplas avenidas, desmontes de morros e destruição dos cortiços. As pessoas que viviam nos lugares onde passavam as avenidas projetadas foram deslocadas à força. No campo da saúde, houve uma tentativa de extermínio dos ratos que multiplicavam-se pela cidade e decidiu-se pela vacinação obrigatória contra a varíola. A REVOLTA DA VACINA (RIO DE JANEIRO, 1904.) O decreto do Presidente Rodrigues Alves, atendendo solicitação de Oswaldo Cruz, tornava obrigatória a vacinação contra a varíola. O clima na cidade já estava tenso em função da reforma do Prefeito Pereira Passos e não houve nenhuma campanha de esclarecimento prévio da população. Muitas ideias equivocadas,medos e mitos cercavam a capacidade de imunização da vacina,sobretudo junto aos segmentos menos instruídos. O resultado foi uma revolta que depredou prédios públicos, bondes,estabelecimentos de comércio e foi contida através de muita repressão. A vacina, no entanto,deixou de ser obrigatória. REVOLTA DA CHIBATA (RIO DE JANEIRO, 1910.) Desde finais do século XIX, os homens que compunham a marinha do Brasil, eram muitas vezes recrutados à força dentre os considerados “vagabundos”. A posição destes indivíduos dentro do corpo militar da marinha era similar aquela dos antigos escravos, inclusive recebendo punição com castigos físicos, em especial, as chibatadas. Os marinheiros de quatro navios se revoltaram, mataram seus superiores e fizeram duas exigências: o fim dos castigos físicos e a melhoria da alimentação recebida. Sob a liderança de um marinheiro negro, chamado João Cândido, ameaçaram bombardear a cidade. O governo aceitou as exigências e concedeu anistia aos revoltosos. Terminada a rebelião, todos os revoltosos foram presos, sendo desconsiderada a garantia dada pelo governo. Muitos deles morreram nas prisões.
( Lampião, o “rei “ do cangaço.)
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AULA 6 : A DITADURA MILITAR NO BRASIL
Vamos conhecer os fatos que contribuíram para a crise da Primeira República: a) REVOLTAS TENENTISTAS: .................................................................................................. .................................................................................................. .................................................................................................. .................................................................................................. .............................................................................................. b) CRISE DA CAFEICULTURA: .................................................................................................. .................................................................................................. .................................................................................................. .................................................................................................. .............................................................................................. c) DISPUTAS OLIGÁRQUICAS: .................................................................................................. .................................................................................................. .................................................................................................. .................................................................................................. ..............................................................................................
INTRODUÇÃO O golpe liderado pelos militares que depôs o presidente João Goulart, representou a reação dos setores conservadores da sociedade brasileira à adoção de medidas que visavam melhorar a distribuição de renda no País e interromper o domínio político das elites eternamente aliadas e submissas ao capitalismo estrangeiro,representado pelos EUA. O contexto da Guerra fria estimulou o governo americano a dar apoio logístico aos golpes de direita na América Latina. Apesar dos problemas enfrentados pelo Governo Goulart, a exemplo da alta inflacionária e agitações sociais, o diálogo nunca foi e não será nunca a aposta da direita para a solução dos problemas nacionais. Dessa forma, uma rede golpista foi ardilosamente tecida tão logo o Presidente Goulart anunciou as reformas de base, medidas que visavam democratizar o acesso à terra, diminuir a exploração capitalista internacional e atender às reivindicações populares. A arquitetura do contou com o aval da grande imprensa, sempre porta voz da direita, grandes empresários, latifundiários, banqueiros e a ala reacionária da Igreja. O processo político até o desfecho do golpe
d) REVOLUÇÃO DE 1930 : .................................................................................................. .................................................................................................. .................................................................................................. .................................................................................................. ..............................................................................................
Os primeiros meses de governo de Jango foram acompanhados de grande expectativa. Destacava-se como ministro, Celso Furtado que no ano anterior havia elaborado um plano de combate a inflação e de recuperação do crescimento, e que deveria ser colocado em prática durante os três anos seguintes.
ANOTAÇÕES O Plano Trienal 1963 A inflação era a grande responsável pela estagnação do crescimento, como também pelo agravamento das tensões sociais. O Plano baseava-se numa análise de toda a conjuntura e salientava a necessidade de um conjunto de reformas que pudessem promover o crescimento e, ao mesmo tempo, diminuir as contradições sociais. O objetivo desse plano era reduzir a inflação e possibilitar a volta do desenvolvimento através de uma política de austeridade, o que gerou certa insatisfação popular. Mesmo assim, o plano conseguiu reduzir a inflação que estava em 52% em 1962 para 10% em 1965. As Reformas de base No dia 13 de março 1963, realizou-se o comício da Central do Brasil, no qual Jango proclamava as Reformas de Base, decretando o início do processo de reforma agrária. A reação conservadora veio seis dias depois em São Paulo, com a Marcha com Deus e a família pela liberdade, organizada pela Igreja Católica, reunindo as camadas médias. Com as reformas, Jango pretendia ganhar o apoio das classes populares, nas quais tentava se apoiar. As reformas incluíam dentre outras medidas: a reforma agrária; a tributária; a trabalhista, e implementava o controle da remessa de lucros para o exterior. Havia ainda, paralelo às reformas de base, um amplo plano de alfabetização objetivando acabar com o analfabetismo no país em alguns anos, programa que seria interrompido pelo governo militar. “O governo de Jango não cai em razão de seus eventuais defeitos; ele é derrubado por suas qualidades: representa uma ameaça tanto para o domínio norte-americano sobre a América Latina, como para o latifúndio”, na lúcida avaliação do saudoso antropólogo Darcy Ribeiro.
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( No detalhe, o Presidente João Goulart, deposto em 1964.)
O golpe militar que derrubou o Presidente dilacerou o Estado de Direito. As liberdades e garantias individuais e coletivas previstas na Constituição foram anuladas. Prisões, cassações de mandatos parlamentares, fechamento de sindicatos e organizações representativas da sociedade civil bem como uma imprensa amordaçada pela censura foram os efeitos colaterais imediatos. Uma sucessão de decretos , conhecidos por Atos Institucionais, foram aos poucos extinguindo a substância democrática da Constituição até então em vigor,promulgada em 1946.
A tortura e o desaparecimento de presos políticos passaram a ser as marcas emblemáticas e igualmente trágicas dos chamados “anos de chumbo.” Nos anos 70, o Governo Militar aproveitou o clima de Copa e alardeou o “País do futuro”, convidando os opositores a abandoná-lo (“Brasil,ame-ou ou deixe-o”) sob pena de terem que enfrentar o terror patrocinado pelo Estado. O “milagre econômico”, farsa que combinou crescimento econômico, desnacionalização da economia, concentração de renda e endividamento externo, foi largamente utilizado pela propaganda ufanista oficial.
ATIVIDADE DIRIGIDA Vejamos os principais Atos Institucionais do regime militar: a) Ato Institucional 1 (1964) : .................................................................................................. .................................................................................................. .................................................................................................. b) Ato Institucional 2 (1965): .................................................................................................. .................................................................................................. .................................................................................................. c) Ato Institucional 3 (1966) : .................................................................................................. .................................................................................................. .................................................................................................. d) Ato Institucional 4 (1967): .................................................................................................. .................................................................................................. .................................................................................................. e) Ato Institucional 5 (1968) : .................................................................................................. .................................................................................................. ..................................................................................................
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A oposição ao regime militar foi articulada em várias frentes. Os estudantes ocuparam ruas e praças em batalhas campais contra tropas da PM em vários pontos do País. Num desses confrontos no Rio de Janeiro morreu o estudante Edson Luís. O episódio motivou a primeira grande manifestação pública contra o regime. Uma passeata histórica que reuniu cerca de 100 mil pessoas. Por outro lado, surgiram várias organizações de esquerda fazendo opção pela luta armada. Tratados pelo regime militar como “terroristas”, os que integravam essas organizações promoveram assaltos a bancos com o objetivo de obter armas e chegaram, inclusive, a sequestrar um diplomata americano e, posteriormente, “trocá-lo” por onze militantes que se encontravam presos. No final da década de 60 e início dos anos 70, duas guerrilhas rurais procuraram enfrentar a ditadura: Caparaó e Araguaia. A primeira, organizada pelo Movimento Nacionalista Revolucionário, organização baseada inicialmente em Montevidéu, contou com apoio financeiro de Cuba. Articulada na fronteira entre Espírito Santo e Minas Gerais, foi rechaçada em 1967. A segunda, na região amazônica, foi organizada pelo PC do B, e acabou sendo esmagada em 1972 pelo general Médici. Os últimos governos militares, Geisel e Figueiredo, foram responsáveis por um processo de abertura política que os militares preferiram chamar de “distensão lenta, gradual e segura”. A sociedade civil, articulada em torno de entidades representativas como a OAB (Ordem dos Advogados do
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Brasil), ABI (Associação Brasileira de Imprensa) e outras cobravam o fim da ditadura e denunciavam violações de direitos humanos nos porões do regime. A morte sob tortura do jornalista Vladimir Herzog em 1975 nas dependências do Comando do II Exército em São Paulo expôs as atrocidades cometidas pelos militares contra os presos políticos. O episódio custou a exoneração do então Comandante do II Exército, o General Ednardo D’Ávila Mello. Por seu turno,a sociedade civil exigia o fim da censura e a anistia política.
No entanto, sua morte antes mesmo da cerimônia de posse,levaria ao poder o vice José Sarney. Tinha início aí a chamada “Nova República”. No governo Sarney, é aprovada a Emenda Constitucional 25 que, na prática,remove o “entulho autoritário”, estabelece eleições diretas para Presidente e convoca o Congresso Constituinte. A promulgação da Constituição democrática de 1988 e a realização de eleições diretas para Presidente em 1989 selaram a longa e penosa luta pela reconquista da democracia brasileira. Nossa tarefa maior agora é preservála.
( O direito à manifestação política é uma conquista da democracia.)
QUESTÕES 1) ( Jornalista Herzog, assassinado sob tortura em 1975.)
O Governo Geisel abrandou a censura e revogou o AI-5, em 1978. Seu sucessor, o General Figueiredo decretou a Lei da Anistia,em 1979,permitiu o pluripartidarismo e eleições diretas para governadores de Estado, realizadas em 1982. A inflação alta, o desemprego e as manifestações públicas a favor da democracia apressavam o fim do regime. Em 1984, ganha as ruas a campanha pelas “Diretas Já”. Comícios monumentais são realizados em todo País. No Congresso, a Emenda Constitucional Dante de Oliveira que previa eleições diretas para a sucessão do General Figueiredo acabou sendo derrotada pelos parlamentares ligados à ditadura.
Em 1985, como saída para a transição democrática, a oposição articula-se para concorrer no Colégio Eleitoral no processo de escolha indireta do futuro Presidente. A “Aliança Democrática”, fruto da união circunstancial entre o PMDB e o então PFL (uma dissidência governista), elegeu Tancredo Neves
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A imagem é representativa da Ditadura Militar no Brasil (1964-1985) e permite caracterizá-la como um período marcado pela a) perseguição aos opositores do regime, que sofreram todo tipo de repressão, legitimados pela Doutrina de Segurança Nacional. b) estabilidade política marcada pela ausência de oposição e pela adesão imediata e apoio da maior parte dos brasileiros ao regime militar. c) ação de diferentes grupos de resistência ao regime militar, que conseguiram impor alguns limites à repressão no país, através da guerrilha. d) liberdade de expressão garantida pelo próprio regime, embora a constituição estabelecesse limites à imprensa através da censura prévia. e) manutenção dos principais direitos do cidadão, como o voto direto para os cargos do executivo, embora houvesse forte perseguição à oposição
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2) O refrão Um, dois, três, quatro, cinco, mil, queremos eleger o presidente do Brasil! foi entoado nos vários comícios do movimento Diretas Já, iniciado em fins de 1983 e que tomou conta das ruas do país em 1984. Sobre esse movimento, é correto afirmar que
ANOTAÇÕES
a) resultou na eleição do Presidente Fernando Collor de Mello, que não chegou a terminar o seu mandato. b) preocupou os militares, que tentaram acalmar os ânimos por meio da lei que anistiou os presos políticos. c) renovou o cenário político nacional, pois foi a causa do surgimento de novos partidos e lideranças políticas. d) contou com o apoio do Presidente Figueiredo, que autorizou a realização dos comícios e retirou o exército das ruas. e) terminou por não atingir seus objetivos, pois não se obtiveram os votos necessários para alterar a Constituição então em vigor 3) Em 1968, vários países foram palco de movimentos que expressaram insatisfações em relação ao sistema estabelecido. Tanto no Brasil quanto na França, estudantes e intelectuais se destacaram nas manifestações públicas de protesto. Dois objetivos que esses grupos pretendiam alcançar estão apontados em: (A) valorização da contracultura e supressão dos organismos políticos (B) democratização das instituições vigentes e crítica à cultura dominante (C) recuperação das propostas stalinistas e contestação ao mundo burguês (D) unificação dos movimentos sociais por meio da luta armada e combate às estruturas burocratizantes. (E) apoio às intervenções armadas dos EUA na América Latina e sudeste asiático 4) No Brasil, o ano de 1968 foi marcado pelos crescentes choques entre as tentativas de maior participação política e o endurecimento do governo militar. Essa polarização pode ser constatada nos seguintes eventos ocorridos naquele ano: (A) passeata dos cem mil – decretação do AI-5 (B) reforma universitária – instauração do SNI (C) invasão do prédio da UNE – surgimento da ARENA e do PMDB (D) fusão dos estados da Guanabara e do Rio de Janeiro – fechamento do Congresso Nacional. (E) atentado ao Riocentro- fim do AI-5. 5) O Ato Institucional nº 5, editado durante o governo do General Costa e Silva, permitiu a esse presidente da República, entre outras medidas: a) convocar uma Assembleia Nacional Constituinte b) criar novos ministérios e empresas estatais c) decretar o recesso parlamentar e promover cassações de mandatos e de direitos políticos d) contratar maiores empréstimos no exterior e) promover uma reformulação do sistema partidário.
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