AULA_GRAMÁTICA_MÓDULO4

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AULA 01: Tipologia Textual ANOTAÇÕES

Tudo o que se escreve recebe o nome genérico de redação ou composição textual. Basicamente, existem três tipos de redação: narração (base em fatos), descrição (base em caracterização) e dissertação (base em argumentação). Cada um desses tipos redacionais mantém suas peculiaridades e características. Para fazer um breve resumo, pode-se considerar as proposições a seguir:

narração – modalidade textual em que se conta um fato, fictício ou não, que ocorreu num determinado tempo e lugar, envolvendo certos personagens. Estamos cercados de narrações desde que nos contam histórias infantis como Chapeuzinho Vermelho ou Bela Adormecida, até as picantes piadas do cotidiano. Exemplo Numa tarde de primavera, a moça caminhava a passos largos em direção ao convento. Lá estariam a sua espera o irmão e a tia Dalva, a quem muito estimava. O problema era seu atraso e o medo de não mais ser esperada...

descrição – tipo de texto em que se faz um retrato por escrito de um lugar, uma pessoa, um animal ou um objeto. A classe de palavras mais utilizada nessa produção é o adjetivo, por sua função caracterizadora. Numa abordagem mais abstrata, pode-se até descrever sensações ou sentimentos. Exemplo: Seu rosto era claro e estava iluminado pelos belos olhos azuis e contentes. Aquele sorriso aberto recepcionava com simpatia a qualquer saudação, ainda que as bochechas corassem ao menor elogio. Assim era aquele rostinho de menina-moça da adorável Dorinha. Observação Normalmente, narração e descrição mesclam-se nos textos; sendo difícil, muitas vezes, encontrar textos exclusivamente descritivos.

dissertação – estilo de texto com posicionamentos pessoais e exposição de ideias. Tem por base a argumentação, apresentada de forma lógica e coerente a fim de defender um ponto de vista. É a modalidade mais exigida nos concursos em geral, por promover uma espécie de “raio-X” do candidato no tocante a suas opiniões. Nesse sentido, exige dos candidatos mais cuidado em relação às colocações, pois também revela um pouco de seu temperamento, numa espécie de psicotécnico. Exemplo: Tem havido muitos debates em torno da ineficiência do sistema educacional do Brasil

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Aula 02: Estrutura da Dissertação I

A Estrutura do texto Dissertativo

São três as partes básicas de uma redação: Introdução, Desenvolvimento e Conclusão. Isso necessariamente não quer dizer que uma dissertação tenha que ter três parágrafos. O mínimo de parágrafos lógicos seriam quatro e no máximo cinco, por se tratar de um texto para leitura rápida e concisa.

Na Introdução de texto dissertativo encontramos a delimitação de um tema, através de frases chamadas de argumentos, ou ideias secundárias, de uma ideia central que conhecemos como assunto, o assunto do tema que amarrará os parágrafos do desenvolvimento sugestão ou duas, ou no máximo três; É uma modalidade de composição que visa analisar, ou comentar

No Desenvolvimento do texto dissertativo trabalharemos as frases

expositivamente conceitos ou ideias sobre um determinado assunto.

ideias, ou argumentos observando a estrutura padrão de um

Pode apresentar-se de forma expositiva ou argumentativa. Possui

parágrafo de desenvolvimento que apresentarei mais adiante,

uma natureza reflexiva que consiste na ordenação dessas ideias a

apresentando sua causa e consequência e exemplos sempre no fim

respeito de um determinado assunto contido em um uma frase-

parágrafo para mostrar harmonia;

tema, um conjunto de textos verbais, não-verbais, ou até mesmo uma mescla de textos.

A Conclusão no texto dissertativo também uma estrutura padrão, chega de inventar, até para finalizar um texto devemos seguir regras. Seguindo-as o resultado final da redação será primoroso.

ANOTAÇÕES

Dissertar é debater. Para discutirmos questões dos variados assuntos que a sociedade nos apresenta precisamos da Dissertação. Aquele que desenvolve uma dissertação é comumente denominado de Enunciador de ideias. Como enunciadores somos nós que desenvolvemos o texto dissertativo sem usar primeira pessoa, expressando o nosso ponto de vista para desenvolvê-lo com concisão e clareza. Essas ideias fundamentam nossa posição. É por isso que toda dissertação deve ser desenvolvida desenvolvimento as relações de causa e consequência, contribui para um texto correto e conciso. Frases curtas, linguagem direta apresenta um texto com estrutura organizada e logicidade de ideias

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Mesmo, diante dessas grandes civilizações que dominam o planeta, algumas que surgiram, ou tem como modelo, se organizarem perto dos grandes rios como vemos o Tigre, Eufrates, Amarelo, Nilo, Mississipi, Rio Grande, Amazonas e outros. Não foi mera coincidência, antes sim suas necessidades de vitalidade e de preservação de suas espécies. A água é vital para todos os seres vivos, é usada em rituais desde a antiguidade. Logo pode existir a humanidade sem seu líquido precioso que é a água. Assim, esse bem tão precioso, que para alguns pensadores da Grécia Antiga foi o princípio de tudo, só terá relevância, com preocupação no âmbito mundial, quando a catástrofe estiver pronta. Todos os dias os avisos são dados, com a natureza se rebelando, pó enquanto são os outros seres que estão entrando em extinção. Quando chegar a vez do bicho homem, só assim, ele irá se preocupar, mas já será tarde demais.

AULA 03: Estrutura da dissertação II

Eis o Esquema Estrutural que poderá ajudá-lo a fazer sua dissertação:

Outros temas 1. Prova de Redação do Enem 2006

Acima temos um modelo para uma redação com cinco parágrafos, abaixo segue o desenvolvimento de uma redação a partir do seguinte tema:

"ÁGUA, CULTURA E CIVILIZAÇÃO" No mundo moderno, incrivelmente globalizado, ocorre uma tendência a valorização do lucro em detrimento a fatores de grande importância para a sobrevivência humana. Pois, a falta de água potável no futuro trará consequências hediondas. Mas, há uma cultura que pode ser formada através da educação ambiental nas escolas para as nossas crianças e, além do mais, descaso de nossos governantes aponta para uma civilização em crise e em processo de autodestruição. Embora, o homem não tenha dado o valor devido à importância da água para sua subsistência. Estudiosos preveem que daqui a 50 faltará água potável. Que ironia para o ser humano que vive em um planeta composto por 2/3 de água. Lembrando que 2% da água da terra é doce e o mais criminoso é que 5% dos 2% está poluída. Além da destruição de seu "habitat" natural, o aumento demográfico é absurdo, poluindo o que ainda resta, sem nenhuma ação governamental para conter esta realidade terrível e inevitável. Ainda com a falta de políticas públicas, contribuindo para esse descaso. Sem um processo de Educação Ambiental nada pode ser feito contra essa escassez. Preparar a cultura dos herdeiros da terra para essa mudança de postura, já entranhada dentro de nossos governantes que por não terem interesses políticos nada fazem, é essencial.

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2. Temas (Frases) "Quem decide pode errar: quem não decide já errou". "O outro nome da paz é justiça". "A capacidade de ouvir o adversário da à medida do amor a liberdade". Lembre-se que o Ponto de vista é a mágica da redação. É a primeira frase para iniciar a delimitação do tema. Aquela que vem em primeiro lugar na sua mente. Está presente em seu pensamento após ler qualquer texto. É a primeira ideia que você tem do assunto. Supondo que você fosse dissertar sobre um tema simples e comum que todos usam para explicar ponto de vista. "A TELEVISÃO".

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AULA 04: FIGURAS DE LINGUAGEM I

METONÍMIA

Segundo Mauro Ferreira, a importância em reconhecer figuras de linguagem está no fato de que tal conhecimento, além de auxiliar a compreender melhor os textos literários, deixa-nos mais sensíveis à beleza da linguagem e ao significado simbólico das palavras e dos textos.

É a substituição de uma palavra por outra, quando existe uma relação lógica, uma proximidade de sentidos que permite essa troca. Ocorre metonímia quando empregamos: - O autor pela obra.

Definição: Figuras de linguagem são certos recursos nãoconvencionais que o falante ou escritor cria para dar maior expressividade à sua mensagem.

Exemplo:

METÁFORA

- o continente pelo conteúdo.

É o emprego de uma palavra com o significado de outra em vista de uma relação de semelhanças entre ambas. É uma comparação subentendida.

Exemplo:

Li Jô Soares dezenas de vezes. (a obra de Jô Soares)

O ginásio aplaudiu a seleção. (ginásio está substituindo os torcedores)

Exemplo: - a parte pelo todo. Minha boca é um tumulo. Exemplo: Essa rua é um verdadeiro deserto. Vários brasileiros vivem sem teto, ao relento. (teto substitui casa)

COMPARAÇÃO Consiste em atribuir características de um ser a outro, em virtude de uma determinada semelhança.

- o efeito pela causa. Exemplo:

Exemplo: O meu coração está igual a um céu cinzento.

Suou muito para conseguir a casa própria. (suor substitui o trabalho)

O carro dele é rápido como um avião.

PERÍFRASE

PROSOPOPÉIA

É a designação de um ser através de alguma de suas características ou atributos, ou de um fato que o celebrizou.

É uma figura de linguagem que atribui características humanas a seres inanimados. Também podemos chamá-la de PERSONIFICAÇÃO.

Exemplo: A Veneza Brasileira também é palco de grandes espetáculos. (Veneza Brasileira = Recife)

Exemplo: O céu está mostrando sua face mais bela.

ANTÍTESE O cão mostrou grande sisudez. Consiste no uso de palavras de sentidos opostos. SINESTESIA Exemplo: Consiste na fusão de impressões sensoriais diferentes. Nada com Deus é tudo. Tudo sem Deus é nada.

Exemplo:

EUFEMISMO

Raquel tem um olhar frio, desesperador. Aquela criança tem um olhar tão doce.

Consiste em suavizar palavras ou expressões que são desagradáveis.

CATACRESE É uma metáfora desgastada, tão usual que já não percebemos. Assim, a catacrese é o emprego de uma palavra no sentido figurado por falta de um termo próprio.

Exemplo: Ele foi repousar no céu, junto ao Pai. (repousar no céu = morrer)

Exemplo: O menino quebrou o braço da cadeira.

HIPÉRBOLE

A manga da camisa rasgou.

É um exagero intencional com a finalidade de tornar mais expressiva a idéia. Exemplo: Ela chorou rios de lágrimas.

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EXERCÍCIOS DE SALA

EXERCÍCIOS DE CASA

01. (VUNESP) No trecho: "...dão um jeito de mudar o mínimo para continuar mandando o máximo", a figura de linguagem presente é chamada:

01. (UM - SP) Indique a alternativa em que haja uma concordância realizada por silepse: a) Os irmãos de Teresa, os pais de Júlio e nós, habitantes desta pacata região, precisaremos de muita força para sobreviver. b) Poderão existir inúmeros problemas conosco devido às opiniões dadas neste relatório. c) Os adultos somos bem mais prudentes que os jovens no combate às dificuldades. d) Dar-lhe-emos novas oportunidades de trabalho para que você obtenha resultados mais satisfatórios. e) Haveremos de conseguir os medicamentos necessários para a cura desse vírus insubordinável a qualquer tratamento.

a) metáfora b) hipérbole c) hipérbato d) anáfora e) antítese

02. (PUC - SP) Nos trechos: "O pavão é um arco-íris de plumas" e "...de tudo que ele suscita e esplende e estremece e delira..." enquanto procedimento estilístico, temos, respectivamente: a) metáfora e polissíndeto; b) comparação e repetição; c) metonímia e aliteração; d) hipérbole e metáfora; e) anáfora e metáfora.

02. (FEI) Assinalar a alternativa correta, correspondente à figuras de linguagem, presentes nos fragmentos abaixo: I. "Não te esqueças daquele amor ardente que já nos olhos meus tão puro viste." II. "A moral legisla para o homem; o direito para o cidadão."

03. (PUC - SP) Nos trechos: "...nem um dos autores nacionais ou nacionalizados de oitenta pra lá faltava nas estantes do major" e "...o essencial é achar-se as palavras que o violão pede e deseja" encontramos, respectivamente, as seguintes figuras de linguagem:

III. "A maioria concordava nos pontos essenciais; nos pormenores porém, discordavam." IV. "Isaac a vinte passos, divisando o vulto de um, pára, ergues a mão em viseira, firma os olhos."

a) prosopopeia e hipérbole; b) hipérbole e metonímia; c) perífrase e hipérbole; d) metonímia e eufemismo; e) metonímia e prosopopeia.

a) anacoluto, hipérbato, hipálage, pleonasmo; b) hipérbato, zeugma, silepse, assíndeto; c) anáfora, polissíndeto, elipse, hipérbato; d) pleonasmo, anacoluto, catacrese, eufemismo; e) hipálage, silepse, polissíndeto, zeugma.

04. (VUNESP) Na frase: "O pessoal estão exagerando, me disse ontem um camelô", encontramos a figura de linguagem chamada:

03. (FEBA - SP) Assinale a alternativa em que ocorre aliteração:

a) silepse de pessoa b) elipse c) anacoluto d) hipérbole e) silepse de número

a) "Água de fonte .......... água de oceano ............. água de pranto. (Manuel Bandeira) b) "A gente almoça e se coça e se roça e só se vicia." (Chico Buarque) c) "Ouço o tique-taque do relógio: apresso-me então." (Clarice Lispector) d) "Minha vida é uma colcha de retalhos, todos da mesma cor." (Mário Quintana) e) nenhuma das anteriores

05. (ITA) Em qual das opções há erro de identificação das figuras? a) "Um dia hei de ir embora / Adormecer no derradeiro sono." (eufemismo) b) "A neblina, roçando o chão, cicia, em prece. (prosopopeia) c) Já não são tão frequentes os passeios noturnos na violenta Rio de Janeiro. (silepse de número) d) "E fria, fluente, frouxa claridade / Flutua..." (aliteração) e) "Oh sonora audição colorida do aroma." (sinestesia)

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GABARITO 1c

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2 b

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AULA 05: FIGURAS DE LINGUAGEM II

ASSÍNDETO

IRONIA

Ocorre quando há a ausência da conjunção entre duas orações.

Consiste na inversão dos sentidos, ou seja, afirmamos o contrário do que pensamos. Exemplo: Exemplo: Que alunos inteligentes, não sabem nem somar.

Chegamos de viagem, tomamos banho, depois saímos para dançar.

Se você gritar mais alto, eu agradeço. ONOMATOPÉIA

ANACOLUTO

Consiste na reprodução ou imitação do som ou voz natural dos seres.

Consiste numa mudança repentina da construção sintática da frase.

Exemplo: Com o au-au dos cachorros, os gatos desapareceram.

Exemplo: Ele, nada podia assustá-lo.

Miau-miau. – Eram os gatos miando no telhado a noite toda.

Nota: o anacoluto ocorre com freqüência na linguagem falada, quando o falante interrompe a frase, abandonando o que havia dito para reconstruí-la novamente.

ALITERAÇÃO

ANAFÓRA

Consiste na repetição de um determinado som consonantal no início ou interior das palavras.

Consiste na repetição de uma palavra ou expressão para reforçar o sentido, contribuindo para uma maior expressividade.

Exemplo: O rato roeu a roupa do rei de Roma.

Exemplo:

ELIPSE

Cada alma é uma escada para Deus, Cada alma é um corredor-Universo para Deus, Cada alma é um rio correndo por margens de Externo Para Deus e em Deus com um sussurro noturno. (Fernando Pessoa)

Consiste na omissão de um termo que fica subentendido no contexto, identificado facilmente. Exemplo: SILEPSE

Após a queda, nenhuma fratura. ZEUGMA

Ocorre quando a concordância é realizada com a idéia e não sua forma gramatical. Existem três tipos de silepse: gênero, número e pessoa.

Consiste na omissão de um termo já empregado anteriormente.

De gênero. Exemplo: Exemplo: Ele come carne, eu verduras. Vossa excelência está preocupado com as notícias. (a palavra vossa excelência é feminina quanto à forma, mas nesse exemplo a concordância se deu com a pessoa a que se refere o pronome de tratamento e não com o sujeito).

PLEONASMO Consiste na intensificação de um termo através da sua repetição, reforçando seu significado.

De número. Exemplo: Exemplo: Nós cantamos um canto glorioso. A boiada ficou furiosa com o peão e derrubaram a cerca. (nesse caso a concordância se deu com a idéia de plural da palavra boiada).

POLISSÍNDETO É a repetição da conjunção entre as orações de um período ou entre os termos da oração.

De pessoa

Exemplo:

Exemplo:

Chegamos de viagem e tomamos banho e saímos para

As mulheres decidimos não votar em determinado partido até prestarem conta ao povo. (nesse tipo de silepse, o falante se inclui mentalmente entre os participantes de um sujeito em 3ª pessoa).

dançar.

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EXERCÍCIOS DE SALA

EXERCÍCIOS DE CASA

1. (CESGRANRIO) Na frase "O fio da ideia cresceu, engrossou e partiu-se" ocorre processo de gradação. Não há gradação a) O carro arrancou ,ganhou velocidade e capotou. b) O avião decolou, ganhou altura e caiu. c) O balão inflou, começou a subir e apagou. d) A inspiração surgiu, tomou conta de sua mente e frustrou-se. e) João pegou de um livro, ouviu um disco

1.(Cesesp – PE) Leia atentamente os períodos: 1.Vários de nós ficamos surpresos. 2.Essa gente está furiosa e com medo; por consequência, capazes de tudo. 3.Tua mãe, não há idade nem desgraça que lhe transforme o sorriso. 4.Entre elas, alguém estava envergonhada.

2. (ADVISE 2009) No enunciado: “Virgílio, traga-me uma coca cola bem gelada!”, registra-se uma figura de linguagem denominada:

Os períodos aça contêm, respectiva e sucessivamente, as seguintes figuras de sintaxe:

A) anáfora B) personificação C) antítese D) catacrese E) metonímia

A) Silepse de pessoa, silepse de gênero, anacoluto, silepse de número. B) Anacoluto, anacoluto, anacoluto, silepse de número. C) Silepse de número, silepse de pessoa, anacoluto, anacoluto. D) Silepse de pessoa, silepse de número, anacoluto, silepse de gênero. E) Silepse de pessoa, anacoluto, silepse de gênero, anacoluto. :

3(FMU) Quando você afirma que enterrou “no dedo um alfinete”, que embarcou “no trem” e que serrou “os pés da mesa”, recorre a um tipo de figura de linguagem denominada:

2(Inatel) Reconheça e classifique as figuras de palavras, de construção e de pensamento:

A) metonímia B) antítese C) paródia D) alegoria E) catacrese

( ) “Quando uma lousa cai sobre um cadáver mudo”. ( ) “Terrível hemorragia de sangue”. ( ) “Das idades através”. ( ) “Oxalá tenham razão”. ( ) “Trejeita, e canta, e ri nervosamente”.

4.(U. Taubaté) No sintagma: “Uma palavra branca e fria”, encontramos a figura denominada:

•(1) Polissíndeto •(2) Hipérbato •(3) Epíteto •(4) Pleonasmo •(5) Elipse A sequência que corresponde à resposta correta é:

A) sinestesia B) eufemismo C) onomatopéia D) antonomásia E) catacrese

A) 4,3,5,2,1 B) 3,4,2,1,5 C) 3,4,2,5,1 D) 3,4,5,2,1 E) 1,3,2,5,4

5.(FAU-Santos) Nos versos: “Bomba atômica que aterra Pomba atônita da paz Pomba tonta, bomba atômica…” A repetição de determinados elemento fônicos é um recurso estilístico denominado:

3(Cescea) Identifique os recursos estilísticos empregados no texto: “Nem tudo tinham os antigos, nem tudo temos, os modernos”. (Machado de Assis)

A) hiperbibasmo B) sinédoque C) metonímia D) aliteração E) metáfora

A) anáfora – antítese – silepse B) metáfora – antítese – elipse C) anástrofe – antítese – zeugma D) pleonasmo – antítese – silepse E) anástrofe – comparação – parábola

GABARITO: 1d

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2c

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AULA 06: Divisão e emprego dos sinais de pontuação

Podemos concluir que, quando há uma relação sintática entre termos da oração, não se pode separá-los por meio de vírgula.

DOIS-PONTOS ( : )

Não se separam por vírgula:

     

a) iniciar a fala dos personagens: Exemplo.: Então o padre respondeu: - Parta agora. b) antes de apostos ou orações apositivas, enumerações ou sequência de palavras que explicam, resumem ideias anteriores. Exemplo:

predicado de sujeito; objeto de verbo; adjunto adnominal de nome; complemento nominal de nome; predicativo do objeto do objeto; oração principal da subordinada substantiva (desde que esta não seja apositiva nem apareça na ordem inversa). A vírgula no interior da oração

É utilizada nas seguintes situações: a) separar o vocativo.

Meus amigos são poucos: Fátima, Rodrigo e Gilberto.

Exemplo: Maria, traga-me uma xícara de café. A educação, meus amigos, é fundamental para o progresso do país.

c) antes de citação. Exemplo:

b) separar alguns apostos. Como já dizia Vinícius de Morais: “Que o amor não seja eterno posto que é chama, mas que seja infinito enquanto dure.”

Exemplo: Valdete, minha antiga empregada, esteve aqui ontem. c) separar o adjunto adverbial antecipado ou intercalado. Exemplo: Chegando de viagem, procurarei As pessoas, muitas vezes, são falsas.

PARÊNTESES ( () )

por

a) isolar palavras, frases intercaladas de caráter explicativo e datas.

d) separar elementos de uma enumeração.

Exemplo:

Exemplo: Precisa-se de pedreiros, serventes, mestre-de-obras. e)

Na 2ª Guerra Mundial (1939-1945), ocorreu inúmeras perdas humanas. "Uma manhã lá no Cajapió ( Joca lembrava-se como se fora na véspera), acordara depois duma grande tormenta no fim do verão. “ (O milagre das chuvas no nordeste- Graça Aranha)

isolar

expressões

de

caráter

explicativo

ou

você.

corretivo.

Exemplo: Amanhã, ou melhor, depois de amanhã podemos nos encontrar para acertar a viagem. f) separar conjunções intercaladas. Exemplo: Não havia, porém, motivo para tanta raiva.

Os parênteses também podem substituir a vírgula ou o travessão.

g)separar VÍRGULA ( , )

o

complemento

pleonástico

antecipado.

Exemplo: A mim, nada me importa.

É usada para marcar uma pausa do enunciado com a finalidade de nos indicar que os termos por ela separados, apesar de participarem da mesma frase ou oração, não formam uma unidade sintática.

h)

isolar

o

nome

de

lugar

na

indicação

de

datas.

Exemplo: Belo Horizonte, 26 de janeiro de 2001. i) separar termos coordenados assindéticos. Exemplo: "Lua, lua, lua, lua, por um momento meu canto contigo compactua..." (Caetano Veloso)

Exemplo: Lúcia, esposa de João, foi a ganhadora única da Sena.

j) marcar a omissão de um termo (normalmente o verbo). Exemplo: Ela prefere ler jornais e eu, revistas. (omissão do verbo preferir)

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Exercícios casa

Exercícios de sala

1. Assinale o exemplo em que há emprego incorreto da vírgula:

1. Assinale a opção em que a supressão das vírgulas alteraria o sentido do anunciado:

a) como está chovendo, transferi o passeio; b) não sabia, por que todos lhe viravam o rosto; c) ele, caso queira, poderá vir hoje; d) não sabia, por que não estudou; e) o livro, comprei-o por conselho do professor.

a) os países menos desenvolvidos vêm buscando, ultimamente, soluções para seus problemas no acervo cultural dos mais avançados; b) alguns pesquisadores, que se encontram comprometidos com as culturas dos países avançados, acabam se tornando menos criativos; c) torna-se, portanto, imperativa uma revisão modelo presente do processo de desenvolvimento tecnológico; d) a atividade científica, nos países desenvolvidos, é tão natural quanto qualquer outra atividade econômica; e) por duas razões diferentes podem surgir, da interação de uma comunidade com outra, mecanismos de dependência.

2. Assinale o trecho sem erro de pontuação: a) vimos pela presente solicitar de V.Sas., que nos informe a situação econômica da firma em questão; b) cientificamo-lo de que na marcha do processo de restituição de suas contribuições, verificou-se a ausência da declaração de beneficiários; c) o Instituto de Previdência do Estado, vem solicitar de V.Sa. o preenchimento da declaração; d) encaminhamos a V.Sa., para o devido preenchimento, o formulário em anexo; e) estamos remetendo em anexo, o formulário.

2. Assinale a opção em que está corretamente indicada a ordem dos sinais de pontuação que devem preencher as lacunas da frase abaixo: “Quando se trata de trabalho científico ___ duas coisas devem ser consideradas ____ uma é a contribuição teórica que o trabalho oferece ___ a outra é o valor prático que possa ter.

3. Assinale as frases em que as vírgulas estão incorretas: a) ora ríamos, ora chorávamos; b) amigos sinceros, já não os tinha; c) a parede da casa, era branquinha branquinha; d) Paulo, diga-me o que sabe a respeito do caso; e) João, o advogado, comprou, ontem, uma casa.

a) dois pontos, ponto e vírgula, ponto e vírgula b) dois pontos, vírgula, ponto e vírgula; c) vírgula, dois pontos, ponto e vírgula; d) pontos vírgula, dois pontos, ponto e vírgula; e) ponto e vírgula, vírgula, vírgula.

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GABARITO

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1D

2D

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REVISÃO I: PSS/UEPB Leia o texto, a seguir, para responder às questões 1, 2, 3, 4, 5 . TEXTO I O homem: o ser e o fazer [...] Veio o Filho de Deus do céu à terra a salvar o mundo; e sempre andava acompanhado, e seguido dos mesmos homens a quem veio salvar. Seguiam-no os Apóstolos, que eram doze; seguiam-no os Discípulos, que eram setenta e dois; seguiam-no as turbas, que eram muitos milhares: e quem era aqui o que servia, ou era servido? O mesmo Senhor o disse: [...]. Eu não vim a ser servido, senão a servir. E todos estes que me seguem e me assistem, todos estes que eu vim buscar, e me buscam, eu sou o que os sirvo a eles, e não eles a mim. Era Cristo mestre, era médico, era pastor, como ele disse muitas vezes. E estes mesmos são os ofícios em que servem aos gentios e cristãos aqueles ministros do Evangelho. São mestres porque catequizam e ensinam a grandes e pequenos, e não uma, senão duas vezes no dia; e quando o mestre está na aula ou na escola, não são os discípulos os que servem ao mestre, senão o mestre aos discípulos. São médicos porque não só lhes curam as almas, senão também os corpos, fazendo-lhes o comer e os medicamentos e aplicando-lhes por suas próprias mãos às chagas, ou às doenças, por asquerosas que sejam, e quando o médico cura os enfermos, ou cura deles, não são os enfermos os que servem o médico, senão o médico aos enfermos. São pastores porque têm cuidado de dar o pasto às ovelhas e a criação aos cordeiros, vigiando sobre todo o rebanho de dia e de noite: e quando o pastor assim o faz, e nisso se desvela, não são as ovelhas as que servem ao pastor, senão o pastor às ovelhas. Mas porque isto não serve aos lobos, por isso dizem que os pastores se servem.[...] VIEIRA, Padre Antônio. Sermões Escolhidos. Sermão da Epifania ou do Evangelho – VI. Org. e Coord. José Verdasca. São Paulo: Martin Claret, 2006, p. 171-172.

1. O texto faz referência ao Filho de Deus cuja missão a) restringia-se à atividade de pastor, uma vez que, vivendo no campo, precisava alimentar ovelhas e cordeiros. b) voltava-se apenas para a cura de enfermos que lhe pediam socorro. c) limitava-se ao ensino de crianças, de jovens e de adultos. d) resumia-se à cura das almas, catequizando os cristãos. e) direcionava-se para a salvação do mundo, exercendo, por vezes, o papel de catequizador, de médico e de vigia dos homens. 2. No fragmento “[...] e quem era aqui o que servia, ou era servido?” (linha 3), a indagação tem o propósito de a) reforçar a ideia de servidão dos discípulos. b) definir a função dos apóstolos em relação ao Senhor. c) afirmar que o Senhor veio à Terra para servir e ser servido. d) solicitar ao público uma resposta imediata. e) iniciar o questionamento acerca da missão do Senhor na Terra. 3. Com base na declaração do Senhor “Eu não vim a ser servido, senão a servir.” (linha 4), é correto afirmar que Ele a) dispensava qualquer ajuda dos seus discípulos. b) reconhecia o seu poder, colocando-se acima de seus discípulos e apóstolos. c) admitia ser servido, uma vez que era o Filho de Deus. d) viera ao mundo para se doar aos homens, e não para receber favores. e) sabia que os homens não tinham nada para oferecer-lhe. 4. Leia o fragmento: “São médicos porque não só lhes curam as almas, senão também os corpos, fazendo-lhes o comer e os medicamentos [...] e quando o médico cura os enfermos, ou cura deles, não são os enfermos os que servem o médico, senão o médico aos enfermos.” (linhas 9-12) Para manter o sentido do texto de Vieira, os termos destacados em negrito são substituídos, respectivamente, pelos seguintes conectivos: a) mas também / mas d) e não / como também b) no entanto / contudo e) assim como / nem c) mas / como

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5. Leia: “O mesmo Senhor o disse: [...] Eu não vim a ser servido, senão a servir. E todos estes que me seguem e me assistem, todos estes que eu vim buscar, e me buscam, eu sou o que os sirvo a eles, e não eles a mim.” (linhas 4-5) Quanto ao emprego das formas pronominais que e me, destacadas no fragmento, identifique com V a(s) afirmativa(s) verdadeira(s) e com F, a(s) falsa(s): ( ) O pronome que pode ser substituído pela forma “os quais”, sem alterar o sentido do fragmento. ( ) O pronome me, nas três ocorrências, refere-se ao termo Eu. ( ) O pronome me, na primeira ocorrência, refere-se à expressão todos estes. ( ) O pronome que estabelece a coesão textual, retomando a expressão todos estes. A sequência correta é: a) VVFV c) VVFF e) VFVF b) FVVF d) FFVV Leia o poema, a seguir, para responder às questões de 6 a 8. TEXTO II Motivo Eu canto porque o instante existe e a minha vida está completa. Não sou alegre nem sou triste: sou poeta. Irmão das coisas fugidias, não sinto gozo nem tormento. Atravesso noites e dias no vento. Se desmorono ou se edifico, se permaneço ou me desfaço, – não sei, não sei. Não sei se fico ou passo. Sei que canto. E a canção é tudo. Tem sangue eterno a asa ritmada. E um dia sei que estarei mudo: – mais nada. MEIRELES, Cecília. Os melhores poemas de Cecília Meireles. 11. ed. São Paulo: Global, 1999, p. 11. 6. Considerando a terceira estrofe do poema, identifique com V a(s) afirmativa(s) verdadeira(s) e com F, a(s) falsa(s): ( ) A estrofe apresenta ideias opostas, sob a forma de antíteses. ( ) A repetição da expressão “– não sei, não sei.” tem valor estilístico. ( ) A estrofe apresenta versos rimados, com o mesmo número de sílabas métricas. ( ) Os versos “Não sei se fico / ou passo.” expressam uma ideia de ironia. A sequência correta é: a) VVFV c) VFVF e) VVFF b) FFVF d) FFVV 7. Considerando a quarta estrofe do poema, é correto afirmar: a) O poeta é um ser imortal. b) A canção, quando poética, é eterna. c) Toda canção é fruto de uma criação poética. d) O eu lírico não tem convicção de que é poeta. e) Todo poeta e sua canção são imortais. 8. Leia os versos: “Não sou alegre nem sou triste:” (1ª estrofe) “Tem sangue eterno a asa ritmada.” (4ª estrofe) Quanto aos adjetivos destacados, identifique as afirmativas corretas: I. Os adjetivos alegre e triste, segundo o eu lírico, são qualidades peculiares à sua condição de ser poeta. II. Os adjetivos alegre, triste, eterno e ritmada flexionam-se, igualmente, em gênero e número. III. Os adjetivos eterno e ritmada referem-se, respectivamente, às palavras sangue e asa, usadas em sentido conotativo. IV. Os adjetivos alegre e triste apresentam o mesmo processo de formação de palavras. V. Os adjetivos alegre e triste, referindo-se ao eu lírico, estão em relação de oposição.

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REVISÃO 2: PSS/UEPB

Para responder às questões de 4 A 8 , leia o texto a seguir.

Texto I Remorso Às vezes, uma dor me desespera. . . Nestas ânsias e dúvidas em que ando, Cismo e padeço, neste outono, quando Calculo o que perdi na primavera. Versos e amores sufoquei calando, Sem os gozar numa explosão sincera. . . Ah! mais cem vidas! com que ardor quisera Mais viver, mais penar e amar cantando! Sinto o que esperdicei na juventude; Choro, neste começo de velhice, Mártir da hipocrisia ou da virtude, Os beijos que não tive por tolice, Por timidez o que sofrer não pude, E por pudor os versos que não disse! BILAC, Olavo. Melhores poemas de Olavo Bilac/Seleção de Marisa Lajolo. 4ª ed. São Paulo: Global, 2003, p. 106. (Melhores poemas: 16)

Texto II Estava hospedado há dois dias em casa do Campos; esse tempo levara ele a entregar cartas e encomendas. À noite, fatigado e entorpecido pelo calor, mal tinha ânimo para dar uma vista de olhos pelas ruas da cidade. Entretanto, a vida externa o atraía de um modo desabrido; estalava por cair no meio desse formigueiro, desse bulício vertiginoso, cuja vibração lhe chegava aos ouvidos, como os ecos longínquos de uma saturnal. Queria ver de perto o que vinha a ser essa grande Corte, de que tanto lhe falavam; ouvira contar maravilhas a respeito de cortesãs cínicas e formosas, ceias pela madrugada, passeios ao Jardim Botânico, em carros descobertos, o champanha ao lado, o cocheiro bêbado; – e tudo isso o atraía em silêncio, e tudo isso o fascinava, o fisgava com o domínio secreto de um vício antigo. – Mas, por onde havia de principiar?... Não tinha relações, não tinha amigos que o encaminhassem! Além disso, o Campos estava sempre a lhe moer o juízo com as matrículas, com a entrada na academia, com um inferno de obrigações a cumprir, cada qual mais pesada, mais antipática, mais insuportável! – Olhe, seu Amâncio, que o tempo não espicha – encolhe!... É bom ir cuidando disso!... repetia-lhe o negociante, fazendo ar sério e comprometido. – Veja agora se vai perder o ano! Veja se quer arranjar por aí um par de botas!... Amâncio fingia-se logo muito preocupado com os estudos e falava calorosamente na matrícula. Mexa-se então, homem de Deus! bradava o outro. – Os dias estão correndo! ... Afinal, graças aos esforços do Campos, conseguiu matricular-se na academia, duas semanas depois de ter chegado ao Rio de Janeiro. O medo às matemáticas levara-o a desistir da Marinha e agarrarse à Medicina, como quem se agarra a uma tábua de salvação; pois o Direito, se bem que, para ele, fosse de todas as formaturas a mais risonha, não lhe servia igualmente, visto que Amâncio não estava disposto a deixar a Corte e ir ser estudante na província. A Medicina, contudo, longe de seduzi-lo, causava-lhe um tédio atroz. Seu temperamento aventuroso e frívolo não se conciliava com as frias verdades da cirurgia e com as pacientes investigações da terapêutica. Pressentia claramente que nunca daria um bom médico, que jamais teria amor à sua profissão. Esteve a desistir logo nos primeiros dias de aula: o cheiro nauseabundo do anfiteatro da escola, o aspecto nojento dos cadáveres, as maçantes lições de Química, Física e Botânica, as troças dos veteranos, a descrição minuciosa e fatigante da osteologia, a cara insociável dos explicadores; tudo isso o fazia vacilar; tudo isso lhe punha no coração um duro sentimento de má vontade, uma antipatia angustiosa, um não querer doloroso e taciturno. Às vezes, no entanto, pretendia reagir: atirava-se ao Baunis Bouchard1’ e ao Vale2, disposto a ler durante horas consecutivas, disposto a prestar atenção, a compreender; mal, porém, ele se entregava aos compêndios, o pensamento, pé ante pé, ia-se escapando da leitura, fugia sorrateiramente pela janela, ganhava a rua, e prendia-se ao primeiro frufru de saia que encontrasse. E Amâncio continuava a ler a estranha tecnologia da ciência, a repetir maquinalmente, de cor, os caracteres distintos das vértebras, ou a cismar abstrato nas propriedades do cloro e do bromo, sem todavia conseguir que patavina daquilo lhe ficasse na cabeça. – Não haver uma academia de Direito no Rio de Janeiro! lamentava ele, bocejando, a olhar vagamente a sua enfiada de vértebras, que havia comprado no dia anterior. Porque, no fim de contas, tudo que cheirasse a ciência de observação o enfastiava: "Deixassem lá, que a tal osteologia e a tal Química nada ficavam a dever às matemáticas!..." Ah! o Direito, o Direito é que, incontestavelmente, devia ser a sua carreira. Preferia-o por achá-lo menos áspero, mais tangível, mais dócil, que outra qualquer matéria. E esse mesmo... Valha-me Deus! tinha ainda contra si o diabo do latim, que era bastante para o tornar difícil. E lembrar-se Amâncio de que havia por aí criaturas tão dotadas de paciência, tão resignadas, tão perseverantes, que se votavam de

1. No poema, o eu lírico a) revela a frustração de não ter vivido plenamente a sua mocidade. b) sente-se infeliz por ter chegado à velhice. c) considera-se mártir da hipocrisia, por ter revelado sentimentos não verdadeiros. d) mostra-se fracassado por não ter amado ninguém. e) lamenta não ter sido um poeta, por lhe faltar inspiração. UFPB/PRG/COPERVE PSS-2010 2. Nos versos “Cismo e padeço, neste outono, quando/Calculo o que perdi na primavera”, os termos destacados a) referem-se, denotativamente, às estações do ano, que são marcadas por características bem específicas. b) expressam fases da vida do eu lírico, apresentadas por meio de antítese. c) constituem exemplos de metonímias, expressando, respectivamente, a velhice e a juventude. d) referem-se às etapas da vida do eu lírico, representadas pelo eufemismo. e) são usados de forma conotativa apenas para satisfazer as exigências da estética parnasiana. 3. Considerando a pontuação no poema Remorso, é correto afirmar: a) No verso “Às vezes, uma dor me desespera...”, a vírgula é usada para separar termos coordenados. b) Em “Versos e amores sufoquei calando,/ Sem os gozar numa explosão sincera...”, a reticência atende meramente a uma exigência gramatical. c) Nos versos “Ah! mais cem vidas! com que ardor quisera/ Mais viver, mais penar e amar cantando!”, o uso da exclamação reforça o tom emocional do poema. d) Em todo o poema, a pontuação limita-se a seguir as exigências gramaticais, não expressando valor estilístico. e) Em todo o poema, a pontuação só contribui para marcar a unidade melódica dos versos.

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corpo e alma ao cultivo das artes!... das artes, que, segundo várias opiniões, exigiam ainda mais constância e mais firmeza do que as ciências!... Com efeito! Era preciso ter muita coragem, muito heroísmo, porque as tais belas-artes, no Brasil, nem sequer ofereciam posição social, nem davam sequer um titulozinho de doutor!

ANOTAÇÕES

1. Baunis Bouchard: Parece ser um compêndio de medicina de autoria do médico francês Bouchard, nascido em 1837 e morto em 1915,professor da Faculdade de Medicina de Lion. (N.E.) 2 Vale: Parece referir-se a um compêndio de medicina de autoria de Antônio Gomes do Vale, médico português nascido em 1819. (N.E.) AZEVEDO, Aluisio. Casa de Pensão. 14ª ed. São Paulo: Ática, 2009, p 35-36. 4. Considerando-se o perfil do personagem Amâncio, protagonista do romance Casa de Pensão, e articulando-se os fragmentos abaixo ao contexto da obra, é correto afirmar que o fragmento a) “[...] esse tempo levara ele a entregar cartas e encomendas.” (linhas 1-2) sinaliza o compromisso (ou envolvimento) do protagonista com seus familiares. b) “Não tinha relações, não tinha amigos que o encaminhassem!” (linha 10) anuncia a eterna solidão do protagonista. c) “Amâncio fingia-se logo muito preocupado com os estudos e falava calorosamente na matrícula.” (linha 16) revela a personalidade dissimulada do protagonista. d) “[...] Amâncio não estava disposto a deixar a Corte e ir ser estudante na província.” (linha 22) sinaliza que o protagonista concluiria seus estudos na Corte. e) “Ah! o Direito, o Direito é que, incontestavelmente, devia ser a sua carreira.” (linha 42) indica a profissão escolhida pelo protagonista. 5. Leia o fragmento. “[...] o Direito, se bem que, para ele, fosse de todas as formaturas a mais risonha, não lhe servia igualmente, visto que Amâncio não estava disposto a deixar a Corte e ir ser estudante na província.” (linhas 21-22) Mantendo-se o mesmo sentido, os termos destacados podem ser substituídos, respectivamente, por: a) ainda que / dado que b) a menos que / porque c) visto que / posto que d) ainda que / logo que e) à medida que / dado que 6. Leia o fragmento. “Estava hospedado há dois dias em casa do Campo; esse tempo levara ele a entregar cartas e encomendas. À noite, fatigado e entorpecido pelo calor, mal tinha ânimo para dar uma vista de olhos pelas ruas da cidade.” (linhas 1-3) Considerando as relações sintático-semânticas dos termos nesse fragmento, é correto afirmar: a) A expressão “há dois dias” funciona como complemento do verbo estar. b) A expressão “esse tempo” funciona como sujeito do verbo levar. c) O termo “ele” funciona como objeto direto, complementando o sentido do verbo levar. d) A expressão “fatigado e entorpecido pelo calor” exprime uma circunstância de causa em relação à oração “mal tinha ânimo”. e) A expressão “para dar uma vista de olhos” complementa o sentido do verbo ter, indicando direção.

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