AULA_LITERATURA_MÓDULO4

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g) Busca de retratar a condição humana diante da guerra e dos problemas políticos e sociais. h) Espiritualidade como forma de solução metafísica para os problemas humanos. Isso se dá por conta da necessidade do poeta de entender Deus e de compreender o mundo diante das atrocidades e da cruel existência de bombas atômicas e campos de concentração. i) A análise do ser humano e de suas angústias. j) O desejo de compreender a relação entre o indivíduo e a sociedade. l) Forte dimensão social, em que os autores fazem uso da palavra que apontam para o sentido da modernidade e da contemporaneidade, mantendo presente em seus textos a reflexão sobre os acontecimentos que testemunham e para os quais buscam explicação. m) Surgimento do romance regionalista psicológico, em que as narrativas trazem um caráter de denuncia social e politica, numa espécie de NEO-REALISMO/NATURALISMO. n) O Nordeste como tema através de uma nova forma de regionalismo. o) temáticas principais dos romances de 30: contrastes humanos e sociais dos trabalhadores dos engenhos de cana-de-açúcar e os habitantes do sertão; a condição de subdesenvolvimento de um Brasil agrário; os meninos de rua das grandes cidades brasileiras; a seca no sertão nordestino; os conflitos psicológicos do homem moderno das grandes cidades; a problemática do cacau na Bahia; o cangaço, o banditismo. p) Caráter crítico e panfletário dos romances. q) A retomada do determinismo científico da segunda metade do século XIX, agora apresentando um elemento novo: a fusão do regional com o psicológico para atingir o universal. r) Apresenta como projeto literário revelar como uma determinada realidade socioeconômica, no caso, o subdesenvolvimento brasileiro, pode afetar a vida dos brasileiros. s) A focalização da realidade injusta do homem brasileiro. t) A poesia apresenta como temas: a espiritualidade, a efemeridade do tempo da vida, o amor, a metalinguagem, religiosidade cristã, engajamento social e socialismo cristão, o sentimento do mundo e a redefinição do eu.

AULA 01: A fase de 30 do modernismo brasileiro – contexto histórico e características gerais (1930-1945) O segundo período do Modernismo brasileiro se estendeu de 1930 a 1945. Internacionalmente, o país vivia uma depressão econômica, causada pelas duas guerras mundiais (1919-1939) e pelo avanço do nazi-fascismo. Já no plano nacional houve a ascensão de Getúlio Vargas ao poder. Na década de 30 houve um forte impacto na economia mundial, com a quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque, chamado de Grande Depressão. Durante esse colapso no sistema financeiro mundial, paralisações de fábricas, falências bancárias, desemprego em massa, fome e miséria eram constantes. Cada país tentou minimizar os efeitos da crise, ao passo que houve fortalecimento dos partidos socialistas e comunistas em choque com as ideologias burguesas. A partir disso, para evitar qualquer tipo de anarquismo e contrários ao comunismo, os estados defenderam o autoritarismo como forma de governo. No Brasil, a República do café-com-leite ou República Velha estava em crise, pois a superprodução de café desestabilizou a economia e, portanto, havia muitos estoques do produto, porém, sem compradores, já que o mundo estava em crise financeira. Ocorreu a Revolução de 1930 no Brasil, que levou Getúlio Vargas ao governo provisório, apoiado pela burguesia industrial. Começou, então, o incentivo à industrialização e a entrada de capital norte-americano. Houve uma tentativa de Revolução, chamada Constitucionalista, em oposição ao governo de Vargas, formada praticamente pela oligarquia cafeeira, frustrada pela política econômica do governo, a qual apoiava a industrialização. Em meio à massa descontente das oligarquias rurais, ao temor da burguesia quanto às agitações político-sociais e as constantes manifestações contrárias ao seu governo, Vargas resolveu iniciar a ditadura militar no Brasil, em 1937. Foi implantado o “Estado Novo”, que compreendeu o longo período anticomunista e antidemocrático no Brasil, chefiado unicamente por Getúlio Vargas, que durou até 29 de outubro de 1945, quando debaixo de pressões, Getúlio renunciou ao cargo. COMO SE DEU A PRODUÇÃO LITERÁRIA DESSA FASE MODERNISTA: Maturidade e consciência política e social – a Fase de Construção de nosso Modernismo. Exposto ao horror de duas grandes guerras, o ser humano vive tempos sombrios em meados do século XX. O que significa “estar no mundo”? a esperança deve ser depositada nos indivíduos ou projetada na espiritualidade? Confrontada com questões como estas, a literatura precisa encontrar novos caminhos, abandonando a relativa leveza que a marcou no inicio do século XX. É o momento da consolidação de uma estética, que se processa diante de uma forte instabilidade social e politica relacionada a esse contexto, fazendo com que surjam na literatura propostas de diferentes modos de interpretar a realidade e de responder às grandes questões humanas. É a fase áurea do Modernismo, depois da reforma estética proposta pelo espírito irreverente e iconoclasta da fase de 1922. O romance ganha um impulso extraordinário. Na poesia, a fase de nacionalismo contestatório e de revisão do passado histórico ficou para trás, agora mais preocupada com reflexões filosóficas e existenciais, numa busca constantes dos poetas e escritores de entender o mundo contemporâneo, utilizando todos os recursos da criação poética, claro, sem deixar de lado as conquistas da geração rebelde da Semana de Arte Moderna. CARACTERÍSTICAS GERAIS DO MODERNISMO DE 30 a) Amadurecimento e solidificação da poesia modernista. b) Mistura do verso livre com formas tradicionais de compor poemas. c) Mistura da temática cotidiana com temática histórico-social. d) Revalorização da poesia simbolista. e) Reflexão sobre o estar no mundo. f) Renovação na linguagem.

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EXERCÍCIOS DE SALA 01) a) b) c) d) e)

EXERCÍCIOS DE CASA

(PUC-RS)- A Segunda Fase do Modernismo brasileiro: Rompe com os limites entre prosa e poesia. Valoriza o fluxo da consciência nos textos em prosa. Dá maior destaque à poesia em detrimento das prosa. Inclina-se para o experimentalismo da linguagem. Apresenta uma prosa cuja temática predominante é o Brasil.

04) (UFSM)- Sobre o romance de 30, afirma-se: I Trata-se de narrativas de autores nordestinos que denunciam a injusta organização social do país. II As narrativas que o integram têm como traços comuns certos aspectos, como a problemática agrária e social brasileira. III Não interrompe a sequência da narrativa no Brasil, constituindose em uma frustração dos ideais de renovação modernista.

RESPOSTA: C 2)(UFRS)Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as afirmações a seguir, referentes ao romance de 30.

Estão corretas: a) b) c) d) e)

( ) A década de 1930 dá lugar a uma renovação do regionalismo brasileiro, associado, sobretudo, à ficção nordestina. ( ) Os romancistas de 30 mostram-se mais preocupados com o questionamento da realidade do que com inovações formais. ( ) Um dos temas da ficção de 30 diz respeito ao ciclo do cangaço, sendo O Quinze, de Raquel de Queiroz, o melhor exemplo de romance desse ciclo. ( ) O desenvolvimento da economia rural, com a crescente modernização dos meios de produção no campo, é um dos focos principais das narrativas de 30. ( ) Alguns romances de 30 mostram as primeiras consequências sociais do surgimento da industrialização, apontando o deslocamento da população do campo para a cidade. A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é: a) F – V – F – V – F. d) F – F – V – F – V. b) V – V – F – F – V. e) F – V – V – V – F. c) V – F – F – V – V. RESPOSTA: B

I apenas II apenas III apenas I e II apenas II e III apenas

RESPOSTA: D 05) Quanto ao Romance Regionalista de 30, é correto afirmar, exceto: a)

b) c) d)

02) Mackenzie-SP

e)

Assinale a alternativa na qual aparece um trecho que não pode ser creditado a qualquer escritor da prosa modernista dos anos trinta.

Não há tanta preocupação com questões de renovação linguística, visto que os autores se preocuparam muito mais com questões sociais. Pode ser chamada de prosa neo-realista, por fazer uma analise critico-documental da realidade brasileira. As influencias marxistas podem ser encontradas em boa parte dos autores do período. Apontam para uma literatura surreal, voltada para questões unicamente espirituais, uma vez que estava sob a influência do terror da guerra. Destacam-se entre os principais autores José Lins do rego, Jorge Amado, Graciliano Ramos, Raquel de Queiroz e José Américo de Almeida.

RESPOSTA: D

a) Já não pareciam condenados a trabalhos forçados: assimilavam o interesse da produção. E o senhor de engenho premiava-lhes as iniciativas adquirindo-lhes os produtos a bom preço. b) Chape-chape. As alpercatas batiam no chão rachado. O corpo do vaqueiro derreava-se, as pernas faziam dois arcos, os braços moviam-se desengonçados. Parecia um macaco. Entristeceu. Considerar-se plantado em terra alheia! Engano. c) Toda gente tinha achado estranha a maneira como o Capitão Rodrigo Cambará entrara na vida de Santa Fé. Um dia chegou a cavalo, vindo ninguém sabia de onde, com o chapéu barbicado puxado para a nuca, a bela cabeça de macho altivamente erguida, e aquele seu olhar de gavião que irritava e ao mesmo tempo fascinava as pessoas. d) Explico ao senhor: o diabo vive dentro do homem, os crespos do homem – ou é o homem arruinado, ou o homem dos avessos. Solto, por si, cidadão, é que não tem diabo nenhum. Nenhum! – é o que digo. O senhor aprova? Me declare tudo, franco – é alta mercê que me faz: e pedir posso, encarecido. Este caso – por estúrdio que me vejam – é de minha certa importância. e) Antônio Balduíno fala. Ele não está fazendo discurso, gente. Está é contando o que viu na sua vida de malandro. Narra a vida dos camponeses nas plantações de fumo, o trabalho dos homens sem mulheres, o trabalho das mulheres nas fábricas de charuto. Perguntem ao Gordo se pensarem que é mentira. Conta o que viu. Conta que não gostava de operário, de gente que trabalhava. RESPOSTA: D

06) Atente para a estrofe abaixo, de Carlos D. de Andrade. Não faças versos sobre acontecimentos. Não há criação nem morte perante à poesia Diante dela, a vida é um sol estático. Não aquece nem ilumina.” Uma das constantes na obra de Drummond, como se verifica nos versos acima, é: a) a louvação do homem social b) o negativismo destrutivo c) a violação e desintegração da palavra d) o questionamento da própria poesia e) o pessimismo lírico RESPOSTA: D

03) (UFPG-PR)- O romance modernista brasileiro da década de 30 apresenta: 01 visão critica da realidade brasileira 02 problemáticas regionais como tema 04 idealização romântica do sertanejo. 08 personagens inspiradas em tipos regionais. 16 predominância da ação sobre a analise psicológica RESPOSTAS: 01, 02, 08 e 32

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AULA 02: O MODERNISMO DE 30 – Estudo dos autores e das principais obras - POESIA

9.

Temática neo-simbolista, sobretudo no que se refere à busca da sugestão das palavras. 10. O registro de estados de ânimo vagos e quase incorpóreos. Neles predomina uma difusa melancolia e uma noção de perda amorosa, abandono e solidão. 11. A atmosfera de dor existencial que emana dos poemas de Cecília Meireles é centrada na percepção de que tudo passa e de que o fluir do tempo dissolve as ilusões e os amores, o corpo e mesmo a memória.

Estendendo-se de 1930 a 1945, a segunda fase foi rica na produção poética e, também, na prosa. O universo temático ampliase com a preocupação dos artistas com o destino do Homem e no estar-no-mundo. Ao contrário da sua antecessora, foi construtiva. Não sendo uma sucessão brusca, a poesia da geração de 22 e 30 foram contemporâneas. A maioria dos poetas de 30 absorveram experiências de 22, como a liberdade temática, o gosto da expressão atualizada ou inventiva, o verso livre e o antiacademicismo Portanto, ela não precisou ser tão combativa quanto a de 22, devido ao encontro de uma linguagem poética modernista já estruturada. Passara, então, a aprimorá-la, prosseguindo a tarefa de purificação de meios e formas direcionando e ampliando a temática da inquietação filosófica e religiosa, com Vinícius de Moraes, Jorge de Lima, Augusto Frederico Schmidt, Murilo Mendes, Carlos Drummond de Andrade.

VINICIUS DE MORAIS 1. 2.

3.

CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE 1.

2.

3. 4. 5.

6.

4.

Num primeiro momento, sem se deixar envolver, o poeta mantém um certo distanciamento do mundo à sua volta, o que lhe possibilita brincar e soltar a razão, deixando-a entregue a si mesma, maquinando incertezas e certezas, mais afeitas a negar e anular que a construir. Daí os temas do cotidiano, da família, do isolamento, da monotonia entendiante das coisas e do viver, expressos numa linguagem coloquial plena de ironia seca, sarcasmo e humor desencantado, onde sentimento e emoção são refreados. São deste primeiro momento os livros Alguma Poesia e Brejo das Almas. No segundo momento, sem se distanciar, deixa-se envolver pela realidade à sua volta e canta a impotência e a solidão em um mundo mecânico, frio e político; a decepção e a falta de perspectiva diante da fragmentação causada pela guerra; o sofrimento e a solidariedade do ser humano brasileiro e universal. Temas estes abordados em tons ora esperançosos, ora desesperançosos, com a mesma ironia, humor e sobriedade, estão presentes nos livros Sentimento do Mundo, José e A Rosa do Povo. Questionamento sobre o “fazer poético” e preocupação com a função social do poeta. A mostragem do poeta desajeitado, torto, perdido em meio aos problemas existenciais (o “poeta gauche”) O poeta apresenta um eu que, por ser deslocado dos outros homens, tem um modo particular de ver as coisas e o mundo. Tom pessimista pelo fato de o eu desejar responder às indagações sobre o mundo.

5.

MURILO MENDES: o católico visionário. 1.

2.

3. 4. 5.

CECÍLIA MEIRELES 1. 2. 3. 4.

5. 6. 7. 8.

Primeira mulher a alcançar destaque no cenário da poesia brasileira. Ligada à corrente espiritualista da geração de 30 do Modernismo. Valorização da intuição e da emoção como maneiras de interpretara o mundo. Lirismo ligado à imagem da natureza (a água, o mar, o ar, o vento, o espaço, a rosa, etc.), ou seja, do infinito e da efemeridade, compondo uma atmosfera de sonho e de fugacidade da vida e do tempo. A vida é apresentada metaforicamente como uma rosa. A mostragem dos seres humanos como seres que se apegam às aparências. Lembranças do passado, buscando temas como o amor e a natureza que marca o ritmo da vida. No plano estilístico – ao contrário do coloquialismo dos poetas modernos – há em sua obra uma tendência à linguagem elevada, sempre carregada de musicalidade. A música, algumas vezes, parece ser mais importante que o próprio sentido dos versos.

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Poeta conhecido por suas canções musicais, iniciando sua trajetória poética sob forte influência do Simbolismo. Em suas obras iniciais, apresenta uma forte religiosidade em seus versos e uma angústia associada à oscilação entre matéria e espírito. Apresenta um profundo misticismo, fruto de sua fase cristã. Em um segundo momento, sua poesia se volta para temas relacionados ao cotidiano e para o relacionamento amoroso, com uma forte oralidade maliciosa. Forte influencia da poesia camoniana em termos de temática amorosa: preferência por retratar e buscar definir o amor, gosto pelo soneto como forma poética, uso frequente de antíteses para expressar as contradições próprias do sentimento amoroso. Sua poesia varia da passagem do metafísico para o físico, do espiritual para o sensual, do sublime para o cotidiano, o poeta retoma sugestões românticas (como lua, cidade, samba). Refugia-se no erotismo: há contemplação do amor, poemas "sobre a mulher" e adoração panteística da natureza. Compôs também poemas de indignação social, cujos exemplares são: "Balada dos mortos dos campos de concentração", "O operário em construção" e "A rosa de Hiroxima".

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Sua produção inicial apresenta influência do olhar irreverente dos primeiros modernistas (de 22 – da fase anárquica), fazendo releitura do passado histórico brasileiro através da paródia. Estado de confissão transcendente contendo a abundante inspiração e a contundente inventiva nos versos de intensas sintaxes e insuperável rigor. Seguidor da vanguarda surrealista, em que apresenta sonhos agregados à imagens do catolicismo. A consciência social e o sentido do que seja humanidade sempre em consonância com a dimensão espiritual. Seus versos são ao mesmo tempo surrealista, místico, messiânico, anárquico, barroco, católico e vanguardista. Às vezes, seus poemas buscam entender como se dá a relação entre o “eu” e o mundo, em temas que se voltam para a incapacidade de transformação da realidade, em que esse “eu” sente rejeitado por Deus, “expulso” do céu.

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EXERCÍCIOS DE SALA

EXERCÍCIOS DE CASA

01) (FUVEST-SP)

Observe o texto abaixo para responder as questões que se seguem:

(...) Uma flor ainda desbotada ilude a polícia, rompe o asfalto. Façam completo silêncio, paralisem os negócios, garanto que uma flor nasceu.

Motivo Eu canto porque o instante existe e a minha vida está completa. Não sou alegre nem sou triste: sou poeta.

Sua cor não se percebe. Suas pétalas não se abrem. Seu nome não está nos livros. É feia. Mas é realmente uma flor.

Irmão das coisas fugidias Não sinto gozo nem tormento. Atravesso noites e dias no vento.

Sento-me no chão da capital do país às cinco horas da tarde e lentamente passo a mão nessa forma insegura. Do lado das montanhas, nuvens maciças avolumam-se. Pequenos pontos brancos movem-se no mar, galinhas em pânico. É feia. Mas é uma flor. Furou o asfalto, o tédio, o nojo e o ódio

Se desmorono ou se edifico, se permaneço ou me desfaço, - não sei, não sei. Não sei se fico ou passo. Sei que canto. E a canção é tudo. Tem sangue eterno a asa ritmada. E um dia sei que estarei mudo: - mais nada.

Este é um fragmento do poema A flor e a náusea do livro A rosa do povo, de Carlos D. de Andrade. a) O que o nascimento da flor representa? b) Que relação se poderia estabelecer entre este poema e o momento histórico em que foi elaborado?

04) Assinale a INCORRETA em relação ao poema acima: a) o tema do texto é a indiferença da autora diante das coisas passageiras, presa á busca da essência. b) a ideia central do poema é a da imobilidade, que se configura até na sua construção, marcada pelo ritmo monótono, idêntico nas quatro estrofes. c) a ideia do movimento, surgidas pelas palavras “instante”, “coisas fugidias”, pouco significa diante da imobilidade essencial que o instante sugere, porque a autora diz que não sabe “se fica ou se passa”, e mover-se ou não se mover nada significam. d) a posição do poeta pode ser considerada estóica, ou seja, resignada. e) Cecília Meireles é herdeira do Simbolismo, pela espiritualidade, sugestão, pelos ritmos breves e musicalizados.

RESPOSTA: a) O nascimento da rosa pode ser a representação da liberdade, do fim da guerra, da esperança, ou mesmo das ideias comunistas e socialistas que poderiam trazer o fim da náusea (tempos de guerra) b) Durante o período da segunda guerra mundial, os poetas buscavam uma forma de saída para o sofrimento e a angustia do ser humano diante do medo e da incerteza.

02) (ITA) – Dadas as afirmações: I – A poesia de Carlos Drummond de Andrade, caráter fundamentalmente regionalista e preocupada com o cotidiano, restringe-se a um inventário das emoções mineiras do poeta. II – A poesia de Manuel Bandeira, de inspiração jornalística e de caráter confidencial e autobiográfico, exprime-se tanto pelo verso livre quanto pelo tradicional. III – A obra lírica de Cecília Meireles, marcada por constantes formais – como o mar, o espaço, a solidão, o sentimento do efêmero -, é essencialmente descritiva, voltada para a natureza brasileira e nossos vultos históricos. Está(ão) correta(s): a) Nenhuma b) I c) II d) III e) todas

RESPOSTA: C 05) Assinale o item que apresenta características da linguagem de Cecília Meireles. a) rica em imagens, um tanto rebuscada, pouco clara para que entenda a composição. b) rica de imagens, bastante clara, permitindo uma visualização rápida e fácil da composição. c) cheia de termos difíceis, obscurece, por vezes, a atmosfera poética de suas composições. d) lírica com algumas imagens ricas, todavia de difícil compreensão. e) linguagem objetiva, sinestésica, apresentando forte poder de persuasão e síntese.

RESPOSTA: C 03) (MACKENZIE) – CIDADEZINHA QUALQUER Casas entre bananeiras Mulheres entre laranjeiras Pomar amor cantar Um homem vai devagar. Um cachorro vai devagar. Um burro vai devagar. Devagar... as janelas olham. Eta vida besta, meu Deus! (CARLOS D. DE ANDRADE) Assinale a afirmação incorreta sobre o autor desse poema. a) Destacou-se como poeta da “fase heróica” do Modernismo. b) O humor, como recurso critico, é uma das características de sua poesia. c) Em Rosa do Povo, expressa a esperança num mundo mais justo. d) É escritor reconhecido quer por sua obra poética, quer por sua prosa, da qual se destacam as crônicas. e) Antilirismo e ironia são traços estilísticos de sua poesia.

RESPOSTA: E

RESPOSTA: A

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JORGE AMADO: retrato da diversidade econômica e cultural da Bahia.

AULA 03: O MODERNISMO DE 30 – Estudo dos autores e das principais obras – PROSA

1. 2.

A prosa de 1930 é chamada de Neorrealismo pela retomada de alguns aspectos do Realismo- Naturalismo, contudo, com características particulares preservadas. A literatura estava voltada para a realidade brasileira como forma de manifestar as recentes crises sociais e inquietações da implantação do Estado Novo do governo Vargas e da Primeira Guerra Mundial. As romancistas observam com olhos críticos a realidade brasileira, as relações entre o homem e a sociedade. Pelo fato dos romancistas deste período adotar como componente o lado emocional das personagens, faz com que esta fase se diferencie do Naturalismo, onde este item foi descartado. A produção literária desta fase pode ser dividida em três tipos de prosa: • Regionalista: tendência originada no Romantismo e adotada pelos naturalistas e pré-modernistas, na qual o tema é o regionalismo do nordeste, a miséria, a seca, o descaso dos políticos com esse estado. Esta propensão tem início com o romance A bagaceira, de José Américo de Almeida, em 1928. Os principais autores regionalistas são: José Lins do Rego, Jorge Amado, Rachel de Queiroz e Graciliano Ramos. • Urbana: tendência na qual a temática é a vida das grandes cidades, o homem da cidade e os problemas sociais, o homem e a sociedade, o homem e o meio em que vive. O principal autor é Érico Veríssimo no início de sua carreira. • Intimista: tendência influenciada pela teoria psicanalítica de Freud e de outras correntes da psicologia e tem como tema o mundo interior. É também chamada de prosa “de sondagem psicológica”. Os principais autores são: Lúcio Cardoso e Dionélio Machado.

3.

4.

A miscigenação racial e cultural do Brasil. A emoção, o sentimento e o apelo ao popular através de enredos simples, destacando a presença da mulher, mostrando uma fusão entre o romântico e o erotismo. A malicia, a sensualidade e o bom humor dão um sabor picante às cenas em suas obras e constituem também fatores determinantes do grande sucesso do autor. Subcultura negra e luta de classes, barqueiros, pescadores, o povo e suas tradições e misticismo, o candomblé, meninos de rua como menores delinquentes, temas socialistas, a temática do cacau e a luta pela posse de terras no sul da Bahia, coronelismo, humor através de cenas populares e malandragens de gente do povo, as lutas politicas, a vitória da modernidade sobre o medievalismo econômico, a Bahia pitoresca, mulheres sedutoras, inteligentes e lindas que provocam transformação em seu meio social e físico.

RACHEL DE QUEIROZ: Um olhar feminino para o sertão. 1. 2. 3. 4.

A vida dura do Nordeste e dos retirantes na seca. A seca como motivo literário. Militante comunista. Linguagem simples como a gente do Nordeste e a focalização da tragédia humana desencadeada pelo clima da região. Inserida no Modernismo (Romance de 30), a prosa regionalista de Rachel de Queiroz retrata, numa linguagem enxuta e viva, o Nordeste, mais precisamente o Ceará. A autora consegue aliar a preocupação social (flagelo da seca e coronelismo) à preocupação com os traços psicológicos das personagens.

ÉRICO VERÍSSIMO: O interprete dos gaúchos no romance de 30.

GRACILIANO RAMOS: o mestre das palavras secas – o regionalismo universalista e psicológico.

1. 1.

2.

3. 4. 5. 6. 7. 8.

Retrato da classe média gaúcha e preocupação com a crise espiritual e moral do homem e da sociedade em que vive. 2. Investiga a relação entre o presente degradado por crises e revoluções e o passado histórico marcado pelo heroísmo do povo gaúcho na defesa de seu território. 3. Em O tempo e o vento, o autor aborda o mítico, o histórico e o social em que mostra a formação de um povo através de uma saga familiar. 4. Temas políticos. 5. Veia humanística em que explora as angustias e os conflitos vividos pelo homem em um mundo francamente em crise. DIONÉLIO MACHADO: as angustias do homem comum.

De maneira geral, sus romances caracterizam-se pelo interrelacionamento entre as condições sociais e a psicologia das personagens; ao que se soma uma linguagem precisa , “enxuta” e despojada, de períodos curtos mas de grande força expressiva. A linguagem constrói o olhar realista: econômica, despojada, misturando o academicismo do narrador com o coloquialismo das personagens. As personagens e o meio social poderoso: jagunço X proprietário rural. Revelação do íntimo das personagens mostrando sua deterioração provocada por situações traumáticas. Processo de zoomorfização do homem através de uma análise psicológica profunda. O cuidado com as palavras. Retrato da destruição individual (São Bernardo). A desumanização provocada pelo meio: o sertão nordestino e a agruras do meio que ofende homens e animais

1.

2. 3.

JOSÉ LINS DO REGO: lembranças de um menino de engenho. 1. 2. 3. 4.

5.

4.

Autor conhecido pela sua obra Os ratos, em que trata de uma estranha narrativa que relata minuciosamente as 24 horas da vida de um funcionário público. Ficção social que mostra o homem urbano e seus conflitos pessoais. Estilo seco, enxuto, que transmite ao leitor o pavor e a angustia de um homem comum. A crise econômica que afeta o homem e a busca de soluções para sobreviver.

Criador do chamado ciclo da cana-de-açúcar na literatura de 30 do nosso Modernismo. Recordações da infância de um menino criado na fazenda do avô. Linguagem construída para dar veracidade às cenas e às personagens. Realidade econômica do Nordeste canavieiro e a passagem da economia agraria, da cana, para o processo de industrialização. Narrativas memorialistas em que as lembranças pessoais estão na base de sua criação romanesca.

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03) (UFRGS)- Assinale a afirmação correta sobre o romance de 30.

EXERCÍCOS DE SALA 01) UFPE

a) Predominou, entre os autores, uma preocupação de renovação estética seguindo os padrões da vanguarda literária europeia. b) Na obra de José Lins do Rego, predomina a narrativa curta na recriação do modo de vida dos senhores de engenho. c) Os autores, em suas obras, tematizaram os problemas sociais com o intuito de denunciar as agruras das populações menos favorecidas. d) O caráter regionalista dos romances deste período deve-se à reprodução fiel do linguajar típico de cada região. e) A obra de Jorge Amado pode ser considerada uma exceção, no conjunto da época, porque seus romances apresentam uma grande inovação na estrutura narrativa.

Irmão é uma palavra boa e amiga. Se acostumaram a chamá-la de irmã. Ela também os trata de mano, de irmão. Para os menores é como uma mãezinha. cuida deles. Para os mais velhos é como uma irmã que brinca inocentemente com eles e com eles passa os perigos da vida aventurosa que levam. Mas nenhum sabe que para Pedro Bala, ela é a noiva. Nem mesmo o Professor sabe. E dentro do seu coração Professor também a chama de noiva. (AMADO, Jorge. capitães da areia)

Considerando a obra e o autor do texto, assinale a alternativa INCORRETA.

RESPOSTA: C

a) O autor faz parte do romance regional de 30, quando se aprofundaram as radicalizações políticas na realidade brasileira. b) Jorge Amado representa a Bahia, “descobrindo” mazelas, violências e identificando grupos marginalizados e revolucionários em capitães da areia. c) Dora, Pedro Bala e Professor são alguns dos personagens da narrativa, que aborda a dramática vida dos camponeses das fazendas de cacau no sul da Bahia. d) O tom da narrativa aproxima-se do Naturalismo, alternando trechos de lirismo e crueza. O nível de linguagem é coloquial e popular. e) capitães da areia pertence à primeira fase da produção de Jorge Amado, quando era notório seu engajamento com a política de esquerda. Daí o esquematismo psicológico: o mundo dividido em heróis (o povo) e bandidos (a burguesia).

EXERCÍCIOS DE CASA 04) (FCC-SP)- A obra de Jorge Amado, em sua fase inicial, aborda o problema da: a) b) c) d) e)

Seca periódica que devasta a região da pecuária do Piaui. Decadência da aristocracia da cana-de-açúcar diante do aparecimento das usinas. Luta pela posse de terras na região cacaueira de Ilhéus. Vida nas salinas, que destrói paulatinamente os trabalhadores. Aristocracia cafeeira, que se vê à beira da falência com a crise de 29.

RESPOSTA: C 05) PUC-SP

RESPOSTA: C

“O homem cospe no chão. Ele está bêbedo mas Antônio Balduíno o empurra com força e ele se estatela no cimento. Depois o negro limpa as mãos e começa a pensar no motivo por que este homem insulta assim os negros. A greve é de condutores de bondes, dos operários das ofi-cinas de força e luz, da companhia telefônica. Tem até muito espanhol entre eles, muito branco mais alvo que aquele. Mas todo pobre agora já virou negro, é o que lhe explica Jubiabá.

02) Mackenzie-SP Assinale a alternativa na qual aparece um trecho que não pode ser creditado a qualquer escritor da prosa modernista dos anos trinta. a) “Já não pareciam condenados a trabalhos forçados: assimilavam o interesse da produção. E o senhor de engenho premiava-lhes as iniciativas adquirindo-lhes os produtos a bom preço.” b) “chape-chape. As alpercatas batiam no chão rachado. O corpo do vaqueiro derreava-se, as pernas faziam dois arcos, os braços moviam-se desengonçados. Parecia um macaco. Entristeceu. considerar-se plantado em terra alheia! Engano.” c) “Toda gente tinha achado estranha a maneira como o capitão Rodrigo cambará entrara na vida de Santa Fé. Um dia chegou a cavalo, vindo ninguém sabia de onde, com o chapéu barbicado puxado para a nuca, a bela cabeça de macho altivamente erguida, e aquele seu olhar de gavião que irritava e ao mesmo tempo fascinava as pessoas.” d) “Explico ao senhor: o diabo vive dentro do homem, os crespos do homem – ou é o homem arruinado, ou o homem dos avessos. Solto, por si, cidadão, é que não tem diabo nenhum. Nenhum! – é o que digo. O senhor aprova? Me declare tudo, franco – é alta mercê que me faz: e pedir posso, encarecido. Este caso – por estúrdio que me vejam – é de minha certa importância.” e) “Antônio Balduíno fala. Ele não está fazendo discurso, gente. Está é contando o que viu na sua vida de malandro. Narra a vida dos camponeses nas plantações de fumo, o trabalho dos homens sem mulheres, o trabalho das mulheres nas fábricas de charuto. Perguntem ao Gordo se pensarem que é mentira. conta o que viu. conta que não gostava de operário, de gente que trabalhava.”

AMADO, Jorge. Jubiabá.

A frase “Mas todo pobre agora virou negro”, que serve de argumento a Jubiabá, sugere, no contexto dado, que: a) b) c) d) e)

os negros libertos se equiparam aos brancos. os grevistas são, em sua maioria, negros. na condição de pobreza, já não se distinguem brancos e negros. agora os brancos é que são os escravos. os trabalhadores negros são mais pobres que os brancos.

RESPOSTA: C

RESPOSTA: D

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humanos, abordando um mundo repleto de temores, receios, medos, crenças e fraquezas. 8. Reflexões sobre grandes questões universais que atormentam o ser humano: o bem e o mal, a sanidade e a loucura, o certo e o errado, o amor e a morte, o acaso e o destino. 9. Investigação dos processos que tornam o ser humano único, que lhe dão identidade. 10. O ser humano se descobrindo através de momentos epifânicos em que se reconhecem e se reavaliam questionando a sua submissão às expectativas familiares e sociais. 11. A literatura deve ter, para esses escritores, objetivos profundos e universalistas, fazendo refletir e questionar um sentido para a vida e, principalmente, sobre o destino do homem na vida. Nesse sentido, o escritor não deve ser passivo, em que apenas recolha os dados da realidade, mas deve ser ativo, estando no mundo através de uma presença ativa em constante comunicação com que o cerca. 12. Criação de uma prosa que utiliza-se de resgates de termos arcaicos, criação de neologismos, tentativa de fugir dos clichês, reconstrução da fala regional criando ritmos inesperados, inversões surpreendentes, imagens delicadas e breves.

AULA 04: O MODERNISMO DE 45 – contexto histórico, linguagem e temática geral da produção literária – Crítica social e metalinguagem Os poetas brasileiros da geração de 45 querem marcar sua identidade poética. Formaram, portanto, um grupo de poetas que procurava uma inspiração sem compromisso com as reformas poéticas da geração da Semana de Arte Moderna. Esses poetas propunham um retorno à poesia tradicional, formalista e universal. João Cabral de Melo Neto, Geir Campos, Ledo Ivo, Ferreira Gullar, entre outros, participaram inicialmente do grupo e depois seguiram seus próprios caminhos. Com o fim da Segunda Guerra, a Europa começou o lento processo de reconstrução em meios aos destroços humanos e políticos. A Guerra Fria, iniciada com a ameaça de uma hecatombe nuclear, dividiu o mundo em dois blocos: um capitalista, liderado pelos Estados Unidos, e outro socialista, sob o comando da ex-União Soviética. Eis os principais fatos históricos ligados à época: 1. 2. 3. 4. 5.

6.

Ilegalidade do Partido Comunista Brasileiro. Enfraquecimento da ditadura de Vargas e sua destituição do poder pelos militares que o haviam posto no poder. Em 1946, Eurico Gaspar Dutra assume a presidência. Em 1951, Getúlio Vargas, idolatrado pelo povo, que o via como o “Pai dos pobres”, voltou ao poder. Suicídio de Vargas em 24 de agosto de 1954, repercussão popular à morte de Vargas e o recuo dos conservadores e militares e a convocação para eleições diretas que colocaram no poder Juscelino Kubitschek. Processo de industrialização da era JK, o Brasil Grande, a construção de Brasília, processo de urbanização e êxodo rural.

Portanto, a poesia dessa geração trouxe ao cenário das discussões literárias a seguinte proposição: a poesia é a arte da palavra. Esse principio implicava a alteração de pontos de vista da poesia de 30, que já tinha sido social, politica, religiosa e filosófica. Por conta da extrema preocupação com a forma, chegou a ser chamada de neo-parnasiana. O estilo culto e levado vai fazer parte da poesia de alguns desses autores, como é o caso de João Cabral de Melo Neto, conforme veremos na próxima aula. Na prosa, o conto e o romance ganham novos destaques, a profundando a sondagem psicológica das personagens, uma ampliação do regionalismo de 30 agora tomando rumos mais experimentais, o espaço urbano também passando a ser objeto de enfoque.

O cenário cultural refletia esse quadro de mudanças. As chanchadas da Atlântida e a criação do TBC (Teatro Brasileiro de Comédia) tornaram conhecidos grandes atores, muitos dos quais ficaram bastante populares: Oscarito, Grande Otelo, Dercy Gonçalves, Tônia Carrero, Fernanda Montenegro, Walmor Chagas, só para mencionar os mais conhecidos. Foi um período de grande publicação cinematográfica. Poetas, prosadores e artistas em geral, ajustando-se ao mundo pós-guerra, já tinham total liberdade de usar as formas que quisessem e a temática que lhes parecesse mais adequada para interpretar a vida e o nosso país. Com tal liberdade, até a rima poderia voltar aos poemas - e voltou. Por que não? Diziam os poetas. E, embora esse retorno fosse uma espécie de retrocesso da forma, falava-se muito em desenvolvimento e progresso. Os avanços sociais e tecnológicos pipocavam no mundo todo e (é compreensível) havia uma postura entusiasmada em todas as sociedades -norte-americana, europeia e japonesa: todas em reconstrução. É fácil entender, então, por que se volta a falar em "nacionalismo" e por que se volta a valorizar a arte regional e popular em todos os cantos.

RESUMINDO Características: - Regionalismo universal; - Objetividade; - Aprofundamento do questionamento do “eu” e da análise psicológica; - Intimismo; - Prosa de introspecção psicológica; - Presença de neologismos; - Realismo mágico e fantástico; - Neoparnasianismo; - Intertextualidade; - Uso constante da metalinguagem.

A PRODUÇÃO DA FASE DE 45 DO MODERNISMO: características gerais. 1. 2.

3.

4.

5. 6. 7.

Preocupação com a materialidade do texto poético (sons, ritmos, rimas, disposição do verso na pagina, etc.) Retomadas de formas clássicas como maneira de definir os limites entre o poético, fundamentado no trabalho com a forma e o não poético, associado ao mero registro do elemento prosaico do cotidiano. Incorporação à poesia de ideias relacionadas à multiplicidade, à materialidade e à fragmentação da sociedade pós-moderna, renovação estética, valorização da técnica de composição e busca de temas relacionados ao social, moral e politico. Na prosa: exploração da linguagem como matéria prima do texto, reinventado a linguagem e a sintaxe, ruptura com a estrutura da narrativa tradicional, mergulho no íntimo do ser humano, através do fluxo de consciência e da introspecção psicológica. Ampliação das possibilidades de significação do texto literário. Revisão da função do narrador. Ampliação do regionalismo, criando um significado universal, em que se processam temas ligados a todos os seres

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EXERCÍCIOS DE SALA

EXERCÍCIOS PARA CASA

01) (UFRG) Sobre o Modernismo brasileiro, pode-se afirmar que:

01) Sobre a geração de 45 do Modernismo brasileiro, assinale o falso.

a) caracterizou-se pelo desejo de evasão e por afastar-se da sociedade contemporânea. b) revelou-se bastante heterogêneo, devido à orientação ideológica distinta existente entre seus muitos grupos. c) distanciou-se do Romantismo, uma vez que defendeu e praticou uma literatura marcada por um ufanismo nacionalista. d) em seu primeiro decênio, deu continuidade aos processos que marcaram a narrativa realista-naturalista. e) defendeu, através de sua produção literária, o princípio da arte pela arte.

a)

b)

c)

RESPOSTA: B

d)

02) (PUC-PR) Assinale a alternativa correta para as características do Modernismo de 1922, também chamado de “fase heróica”. e) a) espírito polêmico e destruidor, valorização poética do cotidiano, nacionalismo, busca da originalidade a qualquer preço. b) Temática ampla com preocupação filosófica, predomínio do romance regionalista, valorização do cotidiano, nacionalismo. c) Espírito polêmico, busca da originalidade, predomínio do romance psicológico, valorização da cidade e das máquinas. d) Visão futurista, espírito polêmico e destruidor, predomínio da prosa poética, valorização da cidade e das máquinas. e) Valorização poética do cotidiano, linguagem repleta de neologismos, nacionalismo e busca da poesia na natureza.

Tanto na literatura quanto na arte, essa geração teve fortes preocupações ideológicas, voltadas para as discussões dos problemas brasileiros. Preocupados que estavam com a inovação da linguagem literária, através da exploração da sintaxe e da linguagem regional, os autores dessa geração deixaram de lado questões sociais e politicas. Os artistas desse período, sobretudo na literatura, empreenderam uma pesquisa estética em busca de novas formas de expressão. A utilização do fluxo de consciência e da introspecção psicológica faz parte da estrutura narrativa das produções do período, tendo em Clarice Lispector a principal escritora nessa linha temática. No regionalismo de Guimarães Rosa busca recriar a fala do sertanejo na literatura tanto no plano do vocabulário como no da sintaxe e no da melodia do texto.

RESPOSTA: B 02) (ENEM-1999) Leia o que disse João Cabral de Melo Neto, poeta pernambucano, sobre a função de seus textos: "FALO SOMENTE COMO O QUE FALO: a linguagem enxuta, contato denso; FALO SOMENTE DO QUE FALO: a vida seca, áspera e clara do sertão; FALO SOMENTE POR QUEM FALO: o homem sertanejo sobrevivendo na adversidade e na míngua. FALO SOMENTE PARA QUEM FALO: para os que precisam ser alertados para a situação da miséria no Nordeste."

RESPOSTA: A 03) (PUC-RS) Para responder à questão, analisar as afirmativas que seguem, sobre a poesia modernista brasileira.

Para João Cabral de Melo Neto, no texto literário,

I. Valeu-se da paródia para estabelecer a crítica às primeiras manifestações vanguardistas. II. Vinculou-se, nos primeiros tempos, aos movimentos de vanguarda europeus. III. Teve, na produção poética de Carlos Drummond de Andrade e Cecília Meireles, os melhores exemplos de irreverência formal. IV. Caracterizou-se, inicialmente, pela irreverência e pelo anticonvencionalismo.

a) a linguagem do texto deve refletir o tema, e a fala do autor deve denunciar o fato social para determinados leitores. b) a linguagem do texto não deve ter relação com o tema, e o autor deve ser imparcial para que seu texto seja lido. c) o escritor deve saber separar a linguagem do tema e a perspectiva pessoal da perspectiva do leitor. d) a linguagem pode ser separada do tema, e o escritor deve ser o delator do fato social para todos os leitores. e) a linguagem está além do tema, e o fato social deve ser a proposta do escritor para convencer o leitor.

Pela análise das afirmativas, conclui-se que estão corretas a) A I e a II, apenas. b) A I e a III, apenas. c) A II e a IV, apenas. d) A III e a IV, apenas. e) A I, a II, a III e a IV.

RESPOSTA: A 03) (UFRN)- Sobre a geração de 45 do Modernismo brasileiro, assinale o correto.

RESPOSTA: C

a)

b)

c)

d)

Sua principal preocupação foi relatar, nos romances, a realidade socioeconômica do país e em que sentido o ser humano vai ser influenciado, sendo o romance considerado neo-realista. Apresenta uma poesia inovadora de caráter iconoclasta e irreverente, através da utilização do poema-piada e da ousadia formal. Os poetas dessa geração buscavam aproximar a poesia do progresso tecnológico da época, sendo fortemente influenciados pela vanguarda futurista. Valorizam uma literatura voltada para as inquietações metafisicas e filosóficas do homem pós Segunda Guerra, criando uma narrativa que renova a linguagem e se volta para o intimismo de seus personagens.

RESPOSTA: D

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AULA 05: O MODERNISMO DE 45 – estudo da poética de “João Cabral de Melo Neto” – a arquitetura do poema e a preocupação social e humana e os problemas do Nordeste.

QUESTÕES DE SALA

01) (UEPB-2009)- leia as assertivas abaixo a respeito da obra de

João Cabral de Melo Neto inaugurou um novo modo de fazer poesia em nossa literatura. A essência de sua atividade poética mostra a tentativa de desvendar os elementos concretos da realidade, que se apresentam como um desafio para a inteligência do poeta. Sempre guiado pela lógica, pelo raciocínio, seus poemas evitam análise e exposição do “eu” e voltam-se para o universo dos objetos, das paisagens, dos fatos sociais, jamais apelando para o sentimentalismo. Por isso, o prazer estético que sua poesia pode provocar deriva sobretudo de uma leitura racional, analítica, não do envolvimento emocional com o texto. A base de seu fazer poético é, na verdade, o planejamento, a reflexão sobre o próprio processo de composição. Esses aspectos são os seus pontos de contato com a geração de 1945, mas sua preocupação em buscar extrair a máxima significação de cada palavra e a qualidade literária de seus poemas foram também os fatores que o projetaram para fora dela e fizeram com que o poeta alcançasse uma importância muito grande para a literatura brasileira do século XX. Ao lado de uma poesia formal, técnica e preparada, João Cabral insere em seus versos um cenário essencialmente nordestino, com muitas referências à zona da mata e ao sertão. A aridez dos espaços do Nordeste, onde se criou, faz de sua poesia uma forma de fidelidade às suas origens. Conforme o poeta mesmo definiu, a linguagem que utiliza aparece despida de ornamentos, como se fosse uma espécie de “faca só lâmina”, como aponta um de seus poemas. Poética do não-eu, poética das coisas, dos objetos, da pedra – educar-se pela pedra, nortear-se por ela, fazê-la musa e mestra, com forte anseio de despoetizar o poema – “sem poetizar seu poema”, tudo isso faz da poesia de JCMN uma ausência de emoção e rejeição à melodia. Sua obra “O Engenheiro”, o poeta se volta para a visualização na poesia, com predominância de um ideal de rigor métrico e versos nominais. É ainda o desdobramento de Pedra do Sono, mas o dado novo é a definição de uma perspectiva racional, do ideal de um projeto geométrico de construção de seus poemas, surgindo assim, uma atitude de racionalização das emoções. A ênfase participante se desdobrará em “O Rio” e “Morte e Vida Severina”. Ressalta-se na redundância, na duplicação de palavras e ritmos, o poema sugere a cadência da prosa e a monotonia das águas barrentas do Capibaribe, cão sem pelo ou pluma, reduzido só a detritos e lama. “Morte e vida severina”, sua obra mais conhecida, é um poema narrativo subintitulado auto de Natal pernambucano, que trata da caminhada de um retirante - Severino - do sertão até a zona litorânea, em busca de condições para sobreviver à seca. A semelhança com um auto natalino ocorre no final, quando, ao presenciar o nascimento de uma criança, o retirante renuncia à intenção de matar-se. Nessa obra JCMN registra o combate entre as forças vitais e o impulso à destruição que convivem no herói Severino, que, ao fugir do sertão, acaba sendo espectador de mortes, tanto de pessoas quanto da paisagem, em consequência das injustiças sociais que acabam por marginalizar os camponeses nordestinos.

João Cabral de Melo Neto. I- Poesia de profunda consciência formal, que conseguiu aliar as conquistas poéticas do Modernismo a uma reflexão sobre a realidade social brasileira, sobretudo do homem nordestino. II- Filiou-se à Geração de 45, sendo um de seus principais expoentes e o grande disseminador de seus pressupostos estéticos e ideológicos. III- Opôs-se ao lirismo sentimental, dominante na história da poesia brasileira, e construiu uma poesia impessoal, com o intuito de alcançar pela palavra a dimensão mais concreta possível da realidade. a) Apenas II é correta. b) Apenas I e III são corretas. c) Apenas III é correta. d) Todas são corretas. e) Nenhuma é correta. RESPOSTA: B Leia com atenção o trecho abaixo: “E se somos Severinos iguais em tudo na vida, morremos de morte igual mesma morte severina. ................................................. mesmo quando é de uma explosão como a de há pouco, franzina mesmo quando é a explosão de uma vida severina.” (NETO, João Cabral de Melo. Morte e vida Severina)

02) Nestes versos de “Morte e Vida Severina”, obra de João Cabral de Melo Neto, o adjetivo “severina” assume um significado conotativo. Indique nas afirmativas abaixo aquela que NÃO corresponde a uma possibilidade de interpretação do vocábulo em foco: a)- sugere a desdita dos retirantes nordestinos, fatalmente atingidos pela mesma sorte: nascer e morrer de fome b)- qualifica a morte de muitos retirantes, expulsos de suas terras pela seca c)- refere-se à luta dos retirantes, contra a fome que mata impiedosamente, às suas reivindicações, à força da morte d)- atribui qualidades aos retirantes, à sua morte heroica e anônima, qualidade de uma raça despojada de tudo, mas perpetuada pelo milagre da fé e)- é sinônimo de vida árida, sofrida e de morte comum aos homens, retirantes do sertão RESPOSTA: D

03) Leia com atenção o texto a seguir: “Feriando: que nesta terra tão fácil, tão doce e rica, não é preciso trabalhar todas as horas do dia, os dias todos do mês, os meses todos da vida. Decerto a gente daqui jamais envelhece aos trinta nem sabe da morte em vida, vida em morte, severina; e aquele cemitério ali, branco na verde colina, decerto pouco funciona e poucas covas aninha.” (NETO, João Cabral de Melo. Morte e vida Severina)

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Pelo texto, é possível afirmar que o retirante Severino nessa etapa de sua viagem:

O que o canavial sim aprende do mar: o avançar em linha rasteira da onda; o espraiar-se minucioso,de líquido, alagando cova a cova onde se alonga. O que o canavial não aprende do mar: desmedido do derramar-se da cana; o comedimento do latifúndio do mar, que menos lastradamente se derrama.

a)- encontra a paisagem abandonada no momento, fazendo-o acreditar ter chegado à Zona da Mata em dia de feriado b)- depara com uma paisagem desolada e pobre, deixando-o em dúvida se vale a pena continuar perseguindo a vida c)- pressupõe ter chegado ao Recife, já que o rio-guia seco deixou-o sem direção, e o cemitério indica estar diante de uma cidade grande d)- acredita estar em um paraíso, já que não há mais morte antes dos trinta e as condições de subsistência da população local são excelentes e)- acredita estar diante de algo melhor, pois, ao entrar na Zona da Mata, supõe ter encontrado algo diferente da morte

MELO NETO. J.C. A educação pela pedra. Rio de Janeiro: Alfaguara/Objetiva, 2009.

05) Com base no poema “O mar e o canavial” NÃO é correto afirmar: a) Demonstra o interesse do poeta pela construção de uma poesia voltada para a realidade em seus aspectos não subjetivos, o que o filiou à tendência construtivista da pintura moderna que teve em Piet Mondrian e Joan Miró dois pintores dos mais admirados pelo poeta. b) Os versos “a elocução horizontal de seu verso” e “narrada em voz e silêncios paralelos” refletem uma das principais características da poesia cabralina, a reflexão sobre o próprio fazer poético. c) Trata-se de um poema de forte carga visual, recorrente na poética do autor, que o transformou num dos principais precursores da poesia concreta, ao qual o poeta concretista Haroldo de Campos chamou de “o geômetra engajado”. d) Como era comum nos poemas da geração de 45, “O mar e o canavial” postula um olhar universalizante, não intimista e passional, questionando a tradição da poesia nordestina muita presa à região. e) Tematiza o nordeste brasileiro aliando a temática do romance de 30 e seu interesse pelos problemas sociais e humanos da região a uma recusa do olhar intimista e subjetivo deste mesmo nordeste, presente em alguns romances regionalistas.

RESPOSTA: E QUESTÕES DE CASA

04) (UEPB-2011) As razões do divórcio entre o poeta e seu leitor na poesia moderna reside mais na preferência dos poetas pelos temas intimistas e individualistas. Pesquisas no sentido de se encontrarem formas ajustadas às condições de vida do homem moderno, principalmente através da utilização dos meios técnicos de difusão que surgiram em nossos dias, poderão contribuir para resolver, ao menos até certo ponto, o que parece o problema principal da poesia hoje – que é de sua própria sobrevivência. Quando nada, a consciência desse problema poderá ajudar aqueles poetas contemporâneos menos individualistas, capazes de interesse por temas da vida em sociedade e que também não encontraram ainda o veículo capaz de levar a poesia à porta do homem moderno. A falta de tal veículo está, também, condenando a poesia destes últimos autores à espera, desesperançada, de leitores que venham espontaneamente à sua procura, leitores, de resto, cada dia mais problemáticos.

RESPOSTA: D O sertanejo falando

MELO NETO. J.C. Da função moderna da poesia. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1998 (adaptado).

A fala a nível do sertanejo engana: as palavras dele vêm, como rebuçadas (palavras confeito, pílula), na glace de uma entonação lisa, de adocicada. Enquanto que sob ela, dura e endurece o caroço de pedra, a amêndoa pétrea, dessa árvore pedrenta (o sertanejo) incapaz de não se expressar em pedra.

O fragmento acima permite concluir, corretamente, que a) a recusa ao individualismo e ao intimismo é para o poeta a defesa dos valores postulados pela geração de 45 e a recusa do projeto estético das duas primeiras gerações modernistas. b) para João Cabral de Melo Neto, não se deve atribuir o divórcio entre o poeta e seu leitor ao tratamento pessoal dos temas em virtude de não haver, por parte do leitor, interesse por temas de cunho social e coletivos em poesia. c) em seu projeto poético, João Cabral de Melo Neto questiona a tradição literária brasileira baseada no intimismo e no individualismo e postula uma poesia que trate, objetivamente, dos “temas da vida em sociedade” aliada ao interesse pelos meios técnicos de difusão contemporâneos do poeta. d) para o poeta, só uma poesia voltada para o etéreo, o imaterial e o espiritual é capaz de trazer de volta o diálogo entre o poeta e o seu leitor. e) para João Cabral de Melo Neto, só o interesse dos poetas pelas novas tecnologias, sobretudo pela internet, é capaz de resolver o impasse entre poeta e leitor, pois o livro de poemas é hoje objeto obsoleto e sem uso.

Daí porque o sertanejo fala pouco: as palavras de pedra ulceram a boca e no idioma pedra se fala doloroso; o natural desse idioma fala à força. Daí também porque ele fala devagar: tem de pegar as palavras com cuidado, confeitá-la na língua, rebuçá-las; pois toma tempo todo esse trabalho.

06) Com relação ao poema acima, assinale o FALSO. a)

b)

RESPOSTA: C c) O mar e o canavial O que o mar sim aprende do canavial: a elocução horizontal de seu verso; a geórgica de cordel, ininterrupta, narrada em voz e silêncio paralelos. O que o mar não aprende do canavial: a veemência passional da preamar; a mão de pilão das ondas na areia, moída e miúda, pilada do que pilar.

d)

e)

Ao mesmo tempo em que o poeta expressa o falar sertanejo, algumas marcas da oralidade da língua denuncia esse falar na própria poesia. Propositalmente, o poema reitera expressões como “pedra”, “pétrea”, “pedrenta”, como forma de mostrar a dificuldade de expressão do sertanejo. A metáfora “árvore pedrenta” mimetiza a fertilização fecunda representada pelo sertanejo em seu eterno florir de palavras duras e enxutas. Para o poeta, a capacidade do sertanejo se limita a expressarse através da dureza, daí a expressão “incapaz de não se expressar em pedra”. Educar o sertanejo é um desafio, já que as palavras devem ser “adocicadas” de maneira lenta e sutil, como se fossem degustadas e selecionadas pelo seu sabor e peso, por isso a dificuldade desse processo.

RESPOSTA: C

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AULA 06: O MODERNISMO DE 45 – estudo dos autores Guimarães Rosa e Clarice Lispector– Experimentalismo linguístico, regionalismo e fluxo de consciência. 1.

infantil que aparece em alguns de seus contos. Sintetizando as características da narrativa de Guimarães Rosa: 1. 2.

CLARICE LISPECTOR: a busca incansável da identidade através da sondagem psicológica.

3. 4.

Pertencente à Geração de 45 do Modernismo, cujo contexto histórico, tanto mundial, quanto nacional, favoreceu a realização de uma pesquisa mais profunda em torno da linguagem, Clarice teve como característica marcante em sua obra a ênfase dada ao contorno psicológico das personagens. Para tanto, a autora utiliza o fluxo de consciência, recurso que vai além da análise psicológica, quebrando os limites espaço-temporais que tornam a obra verossímil. Um outro ponto importante a ser salientado acerca da autora de Água Viva é a epifania, espécie de instante de revelação vivenciado por suas personagens. Tal acontecimento se concretiza a partir do momento em que suas protagonistas se deparam com uma determinada situação cotidiana, mergulhando, assim, em um profundo fluxo de consciência , e desse modo, passam a enxergar o mundo a partir de uma perspectiva muito particular. Sintetizando as características da narrativa de Clarice Lispector:

5. 6. 7.

COMENTÁRIODE “GRANDE SERTÃO, VEREDAS”, SUA OBRA PRIMA A obra, uma das mais importantes da literatura brasileira, é elogiada pela linguagem e pela originalidade de estilo presentes no relato de Riobaldo, ex-jagunço que relembra suas lutas, seus medos e o amor reprimido por Diadorim . É considerado uma das mais significativas obras da literatura brasileira. Publicada em 1956, inicialmente chama atenção por sua dimensão – mais de 600 páginas – e pela ausência de capítulos. Guimarães Rosa fundiu nesse romance elementos do experimentalismo linguístico da primeira fase do modernismo e a temática regionalista da segunda fase do movimento, para criar uma obra única e inovadora. Duas grandes guerras são narradas em Grande Sertão: Veredas. A primeira é protagonizada pelos líderes Joca Ramiro, Sô Candelário, Titão Passos, João Goanhá, Ricardão e Hermógenes contra Zé Bebelo e os soldados do governo. Apanhado, Zé Bebelo é julgado pelo tribunal composto dos líderes citados, dos quais Joca Ramiro é o chefe supremo. Hermógenes e Ricardão são favoráveis à pena capital. No fim do julgamento, porém, Joça Ramiro sentencia a soltura de Zé Bebelo, sob a condição de que ele vá para Goiás e não volte até segunda ordem. Nesse ponto, a primeira guerra chega ao fim. A paz, então, estabelece-se em todo o sertão. Até que, depois de longo período de bonança, aparece um jagunço chamado Gavião-Cujo, desesperado, e anuncia: “Mataram Joca Ramiro!...” Começa, então, a segunda guerra, organizada sob novas lideranças: de um lado Hermógenes e Ricardão, assassinos de Joca Ramiro e traidores do bando; de outro, Zé Bebelo – que retorna para vingar a morte de seu salvador, chefiando o bando de Riobaldo e Diadorim – com os demais chefes. A segunda guerra termina no fim do romance, na batalha final no Paredão, na qual morre Hermógenes.

1.

Narrativas que tratam da condição feminina, da dificuldade de relacionamento humano, da hipocrisia dos papeis sociais, da busca pelo “eu”. 2. Esmiuçamento dos processos interiores do ser humano. 3. O cotidiano e o ser humano inserido no mundo da roda viva do dia-a-dia e deparando-se com determinado evento ate chegar em um momento de epifania (revelação, iluminação em que toma consciência da realidade). 4. A autodescoberta de sua personagem durante o enredo de suas narrativas. 5. Personagens em busca de se libertar da opressão social. 6. Metáforas incomuns e questionamentos filosóficos e metafísicos. 7. Presença constante de monólogos interiores e discursos narrativos que buscam a criação de uma supra realidade pessoal e poética (prosa poética intimista, de forte influencia de James Joyce e de Virginia Woolf). 8. Busca constante de libertação e de mudanças na maneira de viver por parte das personagens que, no fundo, são a própria Clarice. 9. Consciência da própria solidão, ao perceber que “o inferno são os outros”, como disse Sartre, de Heidegger. 10. Descoberta e revelação de si mesmo, busca do significado da vida, escolhas dos próprios caminhos, convivência com a náusea e com a angustia das próprias limitações, adaptação ao mundo e busca de um lugar para si. 2.

Regionalismo universalista e renovação da linguagem. Simbiose entre a linguagem padrão e o linguajar regional trabalhado esteticamente. Musicalidade, ritmo e harmonia fundindo prosa e poesia. Invenções léxicas, através, por exemplo, do neologismo, utilizando prefixos, sufixos, justaposições e aglutinações. Construção de frases e períodos com onomatopeias, aliterações, anáforas e sinestesias. Dualismo linguístico que se manifesta na associação do falar sertanejo com a linguagem de cunho erudito (arcaísmos, estrangeirismos, neologismos cultos) Emprego de frases exclamativas, truncadas e interrogativas: repetição de palavras, uso de partículas expletivas.

GUIMARÃES ROSA: o descobridor do sertão universal

Guimarães Rosa transforma o regionalismo da geração de 30. As marcas regionais são evidentes nos termos utilizados, na recriação da fala do sertanejo e dos jagunços e de vaqueiros do interior de Minas. As questões tematizadas, porém, vão muito além de uma perspectiva regional. Em suas narrativas, Rosa fala dos grandes dramas humanos: a dor, a morte, o ódio, o amor, o medo. Indagações filosóficas aparecem na boca de homens simples, incultos, deixando claro que os grandes fantasmas da existência podem ser identificados em qualquer lugar, desde um grande centro urbano até um minúsculo vilarejo nos sertões das Gerais. Essa incansável busca de respostas para as angustias humanas faz com que o regionalismo, na ficção de Guimarães Rosa, ganhe uma dimensão universal. Acompanhar a trajetória de Riobaldo, personagem de Grande sertão, veredas, significa aprender que o sertão “está em toda parte”. Em seus contos e novelas emerge um mundo sempre marcado pelo confronto de opostos: o arcaico e o moderno, o rural e o urbano, o oral e o escrito. A infância, o amor, a violência e o misticismo aparecem como temas de grande interesse em suas narrativas. A sanidade e a loucura aparecem em seus personagens como forma de refletir sobre a profundidade do “Ser”. A capacidade de apresentar o olhar

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EXERCÍCIOS DE SALA

EXERCÍCIOS DE CASA

01) O experimentalismo ou instrumentalismo lingüístico é um dos elementos característicos do estilo de Guimarães Rosa. Assinale o item em que tal recurso NÃO ocorre:

03) (UFSM-RS) - texto Era uma velha sequinha que, doce e obstinada, não parecia compreender que estava só no mundo. Os olhos lacrimejavam sempre, as mãos repousavam sobre o vestido preto e opaco, velho documento de sua vida. No tecido já endurecido encontravam-se pequenas crostas de pão coladas pela baba que lhe ressurgia agora em lembrança do berço.

a)- “Foi o capiauzinho apanhando, estapeado pelos quatro cacundeiros de Nhô Augusto, e empurrando para o denso do povo, que também queria estapear.” b)- “Passaram entre alas e aclamações dos outros, que, aí, como não havia mais mulheres, nem brigas, pegaram a debandar ou a cantar.” c)- “E ela conhecia e temia os repentes de Nhô Augusto. Duro, doido e sem detença, como um bicho grande do mato.” d)- “...enquanto Nhô Augusto ia indo em busca de qualquer luz em porta aberta, onde houvesse assombros de homens, para entrar no meio ou desapartar.” e)- “...uma vontade sem calor no corpo, só pensada: como que, se bebesse e cigarrasse, e ficasse sem trabalhar nem rezar, haveria de recuperar sua força de homem...”

Pelo fragmento citado, percebe-se que, na obra de Clarice Lispector: a) b) c) d)

RESPOSTA: B

e)

As personagens estão constantemente chorando a perda de um ente querido. O menor abandonado é objeto de paixão e solidariedade. O estilo naturalista é marcado pelas referencias à decomposição da matéria. As personagens, envolvidas em seu próprio mundo, estranham ou ignoram o mundo circundante. As mulheres, em geral, aspiram a entrar no mercado de trabalho.

02) (PUC-MG)- Texto RESPOSTA: D

Senhor! quando avistou o peru, no centro do terreiro, entre a casa e as árvores da mata. o peru, imperial, dava-lhe as costas, para receber sua admiração. estalara a cauda, e se entufou, fazendo roda: o rapar das assas no chão - brusco ; rijo, - se proclamara. grugulejou, sacudindo o abotoado grosso de bagas rubras; e a cabeça possuía laivos de um azul-claro, raro, de céu e sanhoças; e ele, completo, torneado, redondoso, todo em esferas e planos, com reflexos de verdes metais em azul-e-preto - o peru para sempre. belo, belo! tinha qualquer coisa de calor, poder e flor, um transbordamento. sua ríspida grandeza tonitruante. sua colorida empáfia. satisfazia os olhos, era de tanger trombeta. colérico, encachiado, andando, gruziou outro gluglo. o menino riu, com todo o coração. mas só bis-viu, já o chamavam para passeio.

(FATEC-SP)- Texto ” Lóri estava suavemente espantada. Então isso era a felicidade. De início se sentiu vazia. Depois seus olhos ficaram úmidos: era felicidade, mas como sou mortal, como o amor pelo mundo me transcende. O amor pela vida mortal a assassinava docemente, aos poucos. E o que é que eu faço? Que faço da felicidade? Que faço dessa paz estranha e aguda, que já está começando a me doer como uma angústia, como um grande silêncio de espaços? A quem dou minha felicidade, que já está começando a me rasgar um pouco e me assusta. Não. Não quero ser feliz. Prefiro a mediocridade. Ah milhares de pessoas não têm coragem de pelo menos prolongar-se um pouco mais nessa coisa desconhecida que é sentir-se feliz e preferem a mediocridade. Ela se despediu de Ulisses quase correndo: ele era o perigo “

O trecho anterior, do conto As margens da alegria, de Guimarães Rosa, apresenta os seguintes dados estilísticos característicos da obra do autor, exceto a) b) c) d) e)

Clarice Lispector. Uma aprendizagem ou o Livro dos prazeres

“Grugulejou”: uso de neologismo. “Tinha qualquer coisa de calor, poder e flor”: presença de imagens poéticas. “Sua rispida grandeza tonitruante”: quebra de logica sintática. “O menino riu, com todo o coração”: exposição do sentimentalismo excessivo. “Belo, belo!”: interferência do dicurso indireto livre.

04) Considere as seguintes características de estilo: I Exacerbação do momento interior, que a escritora explora de modo a produzir, pela intensa autoanálise da personagem, uma nova e aguda consciência da vida. II Transfiguração da realidade pela analise psicológica da reação da personagem, que se objetiva na descrição exterior dos fatos narrados. III Emprego de uma técnica própria de descrição intimista, que se alinha com um projeto de educação existencial, traço marcante da obra de Clarice.

RESPOSTA: D

Identificam-se no texto as características apontadas em: a) b) c) d) e)

I e II I e III II e III I, somente II, somente

RESPOSTA: B

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REVISÃO I :UFPB/UEPB 01) Sobre as crônicas de O Coração Roubado, de Marcos Rey, assinale a incorreta: a) Alguns nomes de pessoas, lugares, músicas, livros, filmes citados pelo autor são fundamentais para compreensão de algumas crônicas. b) Todo cronista, em certa medida, é o cronista de um lugar. No caso de Rey, este lócus predominante é São Paulo, cidade que serve de tema e cenário a muitos de seus textos. c) Como as crônicas reportam ao passado, sua atualidade sofre um duro golpe. Afinal, o lado pitoresco de alguns acontecimentos e personagens não tem o mesmo poder de atração sobre os leitores modernos, que são incapazes de reconhecê-los. d) Considerando-se os aspectos em comum, as crônicas aproximam-se devido ao senso de humor, aos finais inesperados, à linguagem simples etc. e) Quando não se mantêm atraentes por sua atualidade, as crônicas se destacam pela curiosidade, o senso de humor, o lado pitoresco do cotidiano (sobretudo paulista) com seus personagens e fatos inesquecíveis. 02) Sobre a obra O Coração Roubado, só não podemos afirmar que: a) Independentemente da parte em que estejam, a maioria das crônicas se destaca muito mais por seu caráter frívolo, do que sério. b) Entre as crônicas que mais se destacam por seu caráter frívolo, trivial, encontram-se “Cães de apartamento” e “O nocaute inesquecível”. c) Pode-se dizer a respeito das crônicas que não se pautam pela seriedade, que não atendem a nenhum propósito utilitário frente ao leitor. d) Apesar de algumas crônicas terem o “fútil” como base, delas não se ausentam nem o útil, nem o sério, em decorrência das importantes reflexões críticas que suscitam. e) A ideia de “fusão” suprime qualquer tentativa de atribuir à crônica características exclusivamente fúteis. 03) Entre as características mais recorrentes das crônicas de Marcos Rey, só não podemos citar: a) presença do humor e criticidade. b) memorialismo, saudosismo e finais inesperados. c) a presença de São Paulo como lócus determinante na escolha dos cenários, lembranças e discussões do autor, como bem demonstram as referências a Van Gogh, praça Anhangabaú, Caxambu, Antonio de Alcântara Machado, etc. d) linguagem relativamente simples, objetiva. e) presença de diálogos, predominância do narrador em 1ª pessoa. 04) Sobre “Cartas Chilenas”, assinale o que for correto. I- O que vale nessas missivas é a condenação dos maus governadores que, abusando de seu poder, abusam do povo, protegendo os poderosos e espezinhando os fracos, cortejando os ricos e explorando os pobres. II- De modo geral, as "Cartas", embora apresentando ressentimento pessoal do remetente, captam, intencionalmente ou não, todos os clamores da "gente mineira" da decadência do final de 1700, tempos de pobreza extrema, de impostos impossíveis de pagar e de revoltas escondidas e perigosas. III- As "Cartas" são uma janela aberta, debruçada sobre Vila Rica que se tornava, cada vez mais pobre. E que sofria, sob a decadência do ouro e a opressão da Metrópole, a pobreza e a falta de liberdade. IV- Através de um esquema fixo de composição, numa espécie de prosa metrificada com rimas perfeitas, Tomás Antônio Gonzaga aponta um calor poético, com muito sarcasmo e ironia, prevalecendo a indignação caótica em detrimento da motivação poética. V- Trata-se de textos vibrantes, com fortes descrições subjetivas que se voltam para o caricaturesco, revelando uma forte tensão de ataque às instituições da época, principalmente à Metrópole com seu poder despótico.

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05) Leia com atenção o fragmento abaixo, da “Carta 3”, de Cartas Chilenas, em que Critilo faz uma denúncia, e em seguida, assinale o que for correto: “Que açoitar, Doroteu, em outra parte Só pertence aos senhores, quando punem (…) No pelourinho a escada já se assenta, Já se ligam dos réus os pés e os braços, Já se descem calções e se levantam Das imundas camisas rotas fraldas, Já pegam dois verdugos nos zorragues, Já descarregam golpes desumanos, Já soam os gemidos e respingam Miúdas gotas de pisado sangue.(…) Dos cem açoites, que no meio estava, Mas outra nova conta se começa. Os pobres miseráveis já nem gritam. (…) Mas tu, prezado amigo, tens o peito, Dos males que já leste, magoado, Por isto é justo que suspenda a história, Enquanto o tempo não te cura a chaga. I- a reiteração de elementos sensitivos reforça o desejo do remetente em apontar o aspecto grotesco da atitude do Fanfarrão Minésio. II- o castigo ilegal e injusto aplicado pelo Chefe comove em excesso a Doroteu, visto que o remetente finaliza a carta. III- a descrição feita pelo poeta apresenta-se fortemente marcada por traços expressionistas, principalmente por apontar aspectos ligados aos conflitos interiores das vítimas da opressão do governador chileno. IV- a palavra “Já”, que inicia vários versos do fragmento, serve para reforçar uma espécie de presentificação do fato narrado, criando uma expressividade mais acentuada, atribuindo, assim, um caráter literário ao texto. V- o fragmento, por apresentar um tom dramático, abre mão do lirismo, já que se preocupa exclusivamente com o elemento narrativo. 06) Em relação ao enredo da obra “O noviço”, assinale C ou E: ( )- comédia em três atos, ambientada no Rio de Janeiro, e que enfoca uma situação de bigamia protagonizada por Ambrósio, finório aproveitador da fortuna de suas mulheres. ( )- apresenta recursos teatrais ingênuos como o disfarce, o esconderijo e pequenas ambiguidades, características inerentes às comédias de costumes do Realismo brasileiro ( )- a presente marcante do riso desatado e do final feliz, através de uma história simples e hilariante reforça a intenção do autor em focalizar os costumes da sociedade, de forma a criar uma espécie de moralização ( )- a incorporação da linguagem popular e a presença da quebra do maniqueísmo insere a obra dentro dos padrões propostos pelo Romantismo ( )- o uso do burlesco fundado no equívoco ou no jogo de palavras e a presença do crescimento dramático do enredo marcam um traço fundante na obra, como forma de aliviar as angústias do cotidiano, através da chalaça, da farsa e do estilo carnavalizante empregado pelo autor. A sequência correta e: a)- C-E-C-E-E d)- E-E-C-E-C b)- C-E-C-E-C e)- E-C-E-C-C c)- C-E-E-C-E 07) O item que melhor revela a ideia central contida no fragmento é: a)- “todo enriquecimento é ilícito” b)- “quem tem com que me pague não me deve nada” c)- “ a vida é feita para quem disse sim em todos os momentos” d)- “os fins justificam os meios” e)- “deve-se desconfiar de toda e qualquer revelação amorosa” 08) UFCG-2010)- Em relação à obra O Judas em sábado de aleluia, , de Martins Pena, é correto afirmar que: a) há um exagero romântico, típico da escola literária vigente, exemplificado principalmente através do amor entre Maricota e Faustino. b) é uma comédia de costumes que traz como temática principal a idealização do amor. c) através de uma linguagem irônica e engraçada, o autor faz uma crítica à instituição familiar. d) os personagens, em suma, são anti-heróis, com exceção de José Pimenta, pai de Chiquinha e Maricota. e) as irmãs Chiquinha e Maricota apresentam distintos posicionamentos em relação ao amor e à vida, já que esta é mais serena e romântica, em oposição àquela, que é mais interesseira.

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REVISÃO II : PSS/UEPB Quem o molde achará para a expressão de tudo? Ai! quem há de dizer as ânsias infinitas Do sonho? e o céu que foge à mão que se levanta?

01) (UEPB-2003)- Há uma atmosfera que prenuncia tragédia em toda a trama de “A cartomante”, conto de Machado de Assis, contudo, a ação que torna iminente a catástrofe final ocorre quando:

E a ira muda? e o asco mudo? e o desespero mudo? E as palavras de fé que nunca foram ditas? E as confissões de amor que morrem na garganta?!”

a)- Rita, desconfiada por causa do afastamento de Camilo, consulta uma cartomante, sob o protesto cauteloso do amante b)- Camilo recebe cartas anônimas que o põem em alerta e o motivam afastar-se da casa do amigo c)- Vilela muda o comportamento, mostra-se sombrio, falando pouco, como desconfiado, o que leva Rita a ficar apreensiva d)- Camilo recebe um bilhete de Vilela , convocando-o a comparecer á sua casa e)- Camilo, perturbado e ansioso, consulta a cartomante que lhe assegura desconhecimento de Vilela sobre o “caso” e o tranqüiliza

(BILAC, Olavo. Inania verba. In: Melhores poemas de Olavo Bilac. Marisa Lajolo. Seleção. Ed. Global)

04) De acordo com o texto, pode-se afirmar que: a)- apresenta um questionamento sobre a arte de escrever, a partir da consciência de que a poesia é fruto de um trabalho com a construção do verso perfeito e da valorização do ritmo formal, conforme preceitos da estética parnasiana. b)- focaliza de forma emocional o caráter sugestivo que deve apresentar a poesia, já que esta é fruto de uma percepção subjetiva do mundo. c)- busca de forma incessante uma saída para a angústia existente no poeta em relação ao massacre da inspiração poética que ocorre em face da preocupação formal que torna impossível à exteriorização do sentimento verdadeiro. d)- o poeta se debate em torno da luta entre a palavra e a inspiração, fortalecendo a idéia de que à poesia somente interessa a “Forma” e a “Palavra pesada”. e)- a grande luta existente entre o “ser” e o “parecer” no ato de construção poética favorece a construção de uma poesia sentimental, que acaba por expressar grandes emoções humanas.

02) Sobre o conto “Missa do galo”, de Machado de Assis, assinale o item falso: a)- trata-se de um conto em primeira pessoa onde um narradorpersonagem recorda um passado vivido, em que, apesar da onisciência, é traído pela memória constantemente b)- mostra uma história de amor, envolvendo um adolescente e uma senhora traída pelo marido na noite de natal c)- focaliza uma das fortes temáticas do autor, que é a dissimulação da personagem feminina, na tentativa de fazer crer sua mácula, mesmo na fúria do desejo disfarçado através de uma insinuação erótica d)- é uma narrativa impressionista no fato de retratar, de forma obscura pela memória, um episódio do passado, quer marcou a descoberta de uma nova fase na vida de um adolescente, que enfrenta um momento do despertar da libido e)- o disfarce com que o narrador descreve as cenas do passado dão uma ambiguidade ao enredo

05) (UFCG-2007)- Leia com atenção o soneto e assinale a alternativa INCORRETA.

03) Atente para o fragmento abaixo:

TEXTO I

Entretanto, Garcia inclinou-se ainda para beijar outra vez o cadáver; mas então não pode mais. O beijo rebentou em soluços, e os olhos não puderam conter as lágrimas, que vieram em borbotões, lágrimas de amor calado, e irremediável desespero. Fortunato, à porta, onde ficara, saboreou tranquilo essa explosão de dor moral que foi longa, muito longa, deliciosamente longa.

UM BEIJO Foste o beijo melhor da minha vida, Ou talvez o pior... Glória e tormento, Contigo à luz subi do firmamento, Contigo fui pela infernal descida!

A causa secreta

Morreste, e o meu desejo não te olvida: Queimas-me o sangue, enches-me o pensamento, E do teu gosto amargo me alimento, E rolo-te na boca malferida.

O fragmento acima demonstra uma das temáticas características do conto em questão, exceto: a)- a crítica feita à ciência em seus aspectos cruéis, em que a personagem central vive de um profundo desejo de saborear a dor alheia b)- a focalização da alma humana em todos os seus segredos e desejos, sobretudo o sadismo e a falsa bondade c)- a ironia presente no fragmento reforça o desejo do narrador de criticar o comportamento humano, que sempre de mostra de forma individualista d)- o narrador em primeira pessoa retoma a temática das falsas virtudes humanas, bem focalizado no conto “A igreja do diabo” e)- a mostragem dos motivos escusos do ser humano que vive demonstrando uma alma exterior para forjar uma personalidade totalmente contrária à realidade interior do homem

Beijo extremo, meu prêmio e meu castigo, Batismo e extrema-unção, naquele instante Por que, feliz, eu não morri contigo? Sinto-te o ardor, e o crepitar te escuto, Beijo divino! E anseio, delirante, Na perpétua saudade de um minuto... (BILAC, Olavo. In: Melhores poemas. Global Ed.)

Leia com atenção o soneto e assinale a alternativa INCORRETA. a) Embora a temática do poema pareça estranha, tendo em vista o rótulo de parnasiano atribuído ao poeta, observa-se que o soneto, do ponto de vista formal, está dentro dos preceitos da escola Parnasiana. b) O soneto, construído com versos decassílabos, segue as normas da metrificação adotadas pelo estilo parnasiano. c) Na primeira estrofe, o poeta lança mão de antíteses para revelar as experiências contraditórias vivenciadas pelo eu lírico. d) Tendo em vista a idealização romântica que impregna o poema, ele não pode, formalmente, ser considerado parnasiano. e) A leitura deste soneto e de vários outros poemas de Bilac, presentes na obra indicada para leitura, põe sob suspeita a proclamada impassibilidade parnasiana.

Inania Verba “Ah! quem há de exprimir, alma impotente e escrava, O que a boca não diz, o que a mão não escreve? - Ardes, sangras, pregada à tua cruz, e, em breve, Olhas, desfeito em lodo, o que te deslumbrava... O pensamento ferve, e é um turbilhão de lava: A Forma, fria e espessa, é um sepulcro de neve... E a Palavra pesada abafa a Idéia leve, Que, perfume e clarão, refulgia e voava..

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06) (UFCG-2006)- As afirmações sobre o romance CASA DE PENSÃO são verdadeiras, EXCETO: a) Não há preocupação em descrever o cotidiano de agrupamentos humanos, porque a motivação deste enredo se baseia em um fato verídico que abalou o Rio de Janeiro em 1876, conhecido como a "Questão Capistrano". b) O narrador-observador, em 3a pessoa, intercala fatos já acontecidos com comentários próprios sobre as ações das personagens; em algumas passagens esses 'comentários' se manifestam com linguagem bastante irônica. c) O protagonista, Amâncio, acadêmico de medicina no Rio de Janeiro, evita com veemência dedicar-se à leitura dos textos científicos, mas lê romances de José de Alencar e deseja produzir poesias byronianas, d) Amâncio esbofeteia um colega de classe e o professor em defesa de D. Ângela, sendo por isto severamente castigado. Este fato modifica profundamente o seu caráter e visão de mundo, marcando na obra uma das teses naturalistas: o homem é um produto do meio. e) A carta do velho Vasconcelos, recebida por Amando na pensão, desencadeia uma reação extremamente emotiva no rapaz, até então movido por um profundo desprezo pela figura paterna. 07) (ENEM- 1999)- Viam-se de cima as casas acavaladas umas pelas outras, formando ruas, contornando praças. As chaminés principiavam a fumar; deslizavam as carrocinhas multicores dos padeiros; as vacas de leite caminhavam com o seu passo vagaroso, parando à porta dos fregueses, tilintando o chocalho; os quiosques vendiam café a homens de jaqueta e chapéu desabado; cruzavam-se na rua os libertinos retardios com os operários que se levantavam para a obrigação; ouvia-se o ruído estalado dos carros de água, o rodar monótono dos bondes. (AZEVEDO, Aluísio de. Casa de Pensão. São Paulo: Martins, 1973)

O trecho, retirado de romance escrito em 1884, descreve o cotidiano de uma cidade, no seguinte contexto: (A) a convivência entre elementos de uma economia agrária e os de uma economia industrial indicam o início da industrialização no Brasil, no século XIX. (B) desde o século XVIII, a principal atividade da economia brasileira era industrial, como se observa no cotidiano descrito. (C) apesar de a industrialização ter-se iniciado no século XIX, ela continuou a ser uma atividade pouco desenvolvida no Brasil. (D) apesar da industrialização, muitos operários levantavam cedo, porque iam diariamente para o campo desenvolver atividades rurais. (E) a vida urbana, caracterizada pelo cotidiano apresentado no texto, ignora a industrialização existente na época. 08) Atente para os fragmentos que se seguem: I "Ele, coitado, havia fatalmente de ser mau, covarde e traiçoeiro: Na ramificação de seu caráter e sensualidade era o galho único desenvolvido e enfolhado, porque de todos, só esse podia crescer e medrar sem auxílios exteriores." II “...a casa de pensão de Mme. Brizard surgiu ameaçadora, escancarando para a população a sua boca de monstro.” Há a presença marcante de um processo metafórico muito constante utilizado pelos escritores naturalistas, que tem o propósito de focalizar: a)- a visão biológica do homem como recurso temático b)- a miséria moral das pessoas que caracteriza as personagens do romance c)- uma forma de valorizar o ambiente coletivo em detrimento dos caracteres individuais do homem d)- a dependência do homem ao meio físico e social e)- a crítica á condição de miséria nos ambientes promíscuos das casas de pensão

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