AULA 01: PIONERISMO INGLÊS *Politicamente a industrialização decorreu das revoluções inglesa do século XVII que resultou na formação de um governo dominado pela burguesia. No século seguinte, a Inglaterra avançava na conquista colonial, com uma importante frota de navios mercantes e uma crescente indústria têxtil. *O comércio externo, o trafico de escravos, a pirataria, os empréstimos a Portugal, que resultaram na transferência do ouro brasileiro para os cofres ingleses, foram elementos fundamentais para a arrancada da revolução industrial. *Outro fator essencial para que a Inglaterra se transformasse na pioneira da industrialização foram as transformações que ocorreram no campo com os cerceamentos. Os camponeses sem lugar para morar deslocaram-se para as cidades, constituindo mão-de-obra que se sujeitaria a qualquer salário na indústria nascente. No campo, por sua vez, formaram-se grandes propriedades voltadas à criação de ovelhas (a lã necessária para alimentar a indústria). *Na segunda metade do século XVIII a lã foi substituída pelo algodão que vinha das colônias. Na indústria têxtil surgiram as primeiras inovações técnicas, como lançadeira volante de Jonh Kay, a spinning jenny de James Hargreaves que decuplicou a produção dos fios. *O inverno mais importante deste período (um marco na revolução industrial) foi a máquina a vapor de James Watt. A aplicação da máquina a vapor na tecelagem trouxe consequentemente um aumento na produção que por sua vez exigiu um aumento de matérias-primas e um maior mercado consumidor. *A revolução industrial fez desaparecer o pequeno artesão, dono de seus instrumentos de trabalho. Em seu lugar, surgiu a industria que empregava um grande número de operários possuidores apenas da força de trabalho. Além disso, os centros urbanos passaram a congregar a maior parte da população.
mais difícil que em qualquer outro local. Retira-lhes todos os meios de permanecerem limpos, privam-nos de água, só lhes instalando água corrente contra pagamento e poluindo de tal modo os cursos de água que ninguém pode se lavar neles; constrangem-nos a jogar na rua todos os detritos e gorduras, todas as águas sujas e até, muitas vezes, todas as imundícies e excrementos nauseabundos, privando-os de qualquer outro modo de se desfazerem deles, e deste modo são obrigados a emprestar os seus próprios bairros. Mas ainda não é tudo. Acumulam sobre eles todos os males possíveis e imaginários. Se em geral a população das cidades já e demasiado densa, é a eles sobretudo que forçam a concentraremse num pequeno espaço. Não contentes por terem empesteado a atmosfera da rua, fecham-nos às dezenas numa sala, de tal modo que o ar que respiram de noite é asfixiante. Dão-lhes alojamentos úmidos, porões cujo solo mina água ou mansardas cujo teto goteja (...) Privam-nos de todo o prazer, exceto o prazer sexual e a bebida, mas em contrapartida fazem-nos trabalhar diariamente até o esgotamento total das suas forças físicas e morais levando-os para os piores excessos nos dois únicos prazeres que lhes restam. Nestas condições, como seria possível que a classe operária gozasse de boa saúde e vivesse muito tempo? Que outra coisa poderemos esperar além de uma enorme mortalidade, epidemias permanentes e um enfraquecimento progressivo e inelutável da população trabalhadora? Vejamos os fatos. De todos os lados afluem testemunhos que demonstram que as habitações dos trabalhadores nos piores bairros das cidades e as condições de vida desta classe são a origem de um grande número de doenças (...) O ar tísico de numerosas pessoas que se encontram na rua demonstra bem que esta má atmosfera de Londres, sobretudo nos bairros operários, favorece, no mais alto grau, o desenvolvimento da tuberculose. Se passeamos um pouco, de manhã cedo, quando toda a gente se dirige para o trabalho, ficamos surpreendidos com o numero de pessoas que parecem meio ou completamente tísicas. Nem em Manchester as pessoas têm este aspecto; estes espectros lívidos, esguios e magros, de peito estreito e olhos escavados, estes rostos inexpressivos incapazes da menor energia, só em Londres o seu número me chocou verdadeiramente, embora todos os anos a tuberculose provoque também uma verdadeira hecatombe nas cidades industriais do norte. A grande rival da tuberculose, excetuando outras doenças pulmonares e a escarlatina, é a doença que provoca as devastações mais assustadoras entre os trabalhadores; o tifo (...) Esta febre tem o mesmo caráter em que quase toda a parte e em quase todos os casos evoluiu para um tifo específico. Aparece nos bairros operários de todas as grandes cidades, e até em algumas ruas mal construídas e mal conservadas das localidades menos importantes, sendo nos piores bairros que faz as piores devastações se bem que naturalmente também escolha algumas vítimas nos bairros mais favorecidos (...) Há ainda outras causas que enfraquecem a saúde de um grande número de trabalhadores. Em primeiro lugar a bebida. Todas as tentações possíveis se juntam para levar os trabalhadores ao alcoolismo. Para eles, a aguardente é praticamente a única fonte de alegria e tudo concorre para a terem à mão. (...) O seu corpo enfraquecido pela atmosfera insalubre e pela má comida exige imperiosamente um estimulante externo; a necessidade de companhia só poderia resistir à tentação do álcool? Pelo contrário, nestas condições, a necessidade física e moral faz com que grande parte dos trabalhadores tenha necessariamente de sucumbir ao alcoolismo, já não falando das condições físicas que incitam o trabalhador a beber, o exemplo da maioria, a educação descuidada, a impossibilidade de proteger os novos contra esta tentação, a frequente influência direta de pais alcoólatras, os quais dão aguardente aos filhos, a certeza de esquecer, na embriaguez, pelo menos por algumas horas, a miséria e o fato da vida, e cem outros fatores têm um efeito tão poderoso que não poderemos acusar os trabalhadores da sua inclinação pela aguardente. (...)
REVOLUÇÃO INDUSTRIAL Engels escreveu sobre as condições de vida da classe operária na Grã-Bretanha antes de conhecer Marx. O livro é admirável tanto pela pesquisa realizada, principalmente em documentos oficiais, como pela sensibilidade do autor para a questão operária. O fragmento abaixo refere-se basicamente às condições sanitárias das cidades industriais da Grã-Bretanha, mostrando como o operário estava particularmente exposto a numerosas doenças. As doenças na cidade industrial É evidente que uma classe que vive nas condições (..) tão mal provida de tudo o que serve para satisfazer as necessidade vitais mais elementares, não poderia gozar de boa saúde nem alcançar uma idade avançada. Contudo, examinemos mais uma vez estas várias condições do ponto de vista mais específico do estado sanitário dos trabalhadores. A própria concentração das populações nas grandes cidades já exerce uma influência muito desfavorável; a atmosfera de Londres não poderá ser tão pura, tão rica em oxigênio como a de uma região rural; dois milhões e meio de pulmões e duzentos e trinta mil casas amontoadas numa superfície de três ou quatro milhas quadradas consomem uma quantidade considerável de oxigênio que só muito dificilmente se renova porque a maneira como as cidades estão construídas torna difícil a ventilação. O gás carbônico produzido pela respiração e pela combustão permanece nas ruas devido à sua densidade e porque a principal corrente de ventos passa acima de todas as casas. Os pulmões dos habitantes não recebem a sua ração de oxigênio, completa e as consequências são um entorpecimento físico e intelectual e uma diminuição da energia vital. (...) No campo, pode ser relativamente pouco prejudicial ter um charco estagnado muito perto de casa, porque ai o ar vem de todos os lados, mas no centro de uma grande cidade entre as ruelas e os pátios que impedem qualquer corrente de ar, é diferente. Toda a matéria animal e vegetal que se decompõe produz gases não têm saída livre, envenenam necessariamente a atmosfera. O lixo e os charcos que existem nos bairros operários das grandes cidades representam pois um grave perigo para a saúde pública, precisamente porque produzem esses gases patogênicos, o mesmo acontece com as emanações dos cursos de água poluídos. Mas não é tudo, ainda há mais. A maneira como a sociedade atual trata os pobres é verdadeiramente revoltante. Atraem-nos para as grandes cidades, onde respiram uma atmosfera muito pior que a terra natal. Designam-lhes bairros cuja construção torna o arejamento muito
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Outra causa dos males físicos é a impossibilidade de a classe operária obter, em caso de doença, o serviço de médicos competentes (...) Os médicos exigem honorários elevados e os trabalhadores não podem pagar. Em consequência nada podem fazer ou então são constrangidos a recorrer a charlatães ou remédios caseiros baratos que a longo prazo só podem prejudicar. Um grande número destes charlatães age em todas as grandes cidades inglesas e arranja clientela entre as classes mais pobres com a ajuda de anúncios, cartazes e outros expedientes do mesmo gênero. (...)
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HISTÓRIA
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
03. O conjunto das profundas transformações econômicas, tecnológicas e sociais acontecidas na Europa Ocidental entre a metade do século XVII e o início do século XIX é conhecido como Revolução Industrial. Apresente três das principais conseqüências dessa Revolução. Muitas foram as conseqüências trazidas pela Revolução Industrial. Entre elas podemos destacar. I. Surgimento de grandes cidades e êxodo rural. A mecanização no campo, a expropriação dos camponeses e a oferta de trabalho nas cidades explicam o êxodo. II. Substituição do trabalho artesanal pelo trabalho assalariado. A característica essencial das relações sociais de produção capitalista e o trabalho assalariado. O desenvolvimento do capitalismo generalizou essa forma de trabalho. III. Surgimento de uma nova classe social, os operários, e das suas organizações contra a exploração capitalista: associações, sindicatos e, depois, partidos. IV. Divisão internacional do trabalho, colocando de um lado os países mais ricos (industrializados) e de outro, os mais pobres. Os primeiros se caracterizavam pela produção industrial, e os segundos pelo fornecimento de matérias-primas e alimentos. 04. (UECE) Considere os itens abaixo: I. Conquista dos mercados mundiais, sobretudo coloniais, que consumiam as manufaturas de algodão produzidas. II. Acumulação de capitais durante a fase do capitalismo comercial e da política mercantilista, originários principalmente do mundo colonial. III. Transformação da estrutura agrária através dos cercamentos, ampliação do mercado consumidor interno e intensificação do crescimento populacional, que aumenta a oferta de mão-de-obra. IV. Tratados de comércio e navegação que determinaram a importação de produtos manufaturados e a exportação de matériasprimas. V. Existência de uma política centralizada que dava autonomia às áreas colônias para produzirem bens de capital.
“Recordai quão recompensadora é a Redenção do Tempo... no mercado, ou no comerciar; na lavoura ou em qualquer ocupação remunerada; só nos resta dizer que o homem se torna rico quando faz bom uso do seu tempo”. THOMPSON, E, P. “Tiempo, disciplina de trabajo y capitalismo”. In: DECA, Edgar de, O nascimento das fábricas. São Paulo, Brasiliense, 1993. p, 15, 16. 01. O trecho acima remete-nos às pregações típicas da ordem burguesa em desenvolvimento nas sociedades industriais dos séculos XVIII e XIX, as quais procuravam; a) Aperfeiçoar os métodos artesanais de produção, aumentando o emprego de mão-de-obra assalariada no campo, desacelerando o processo de migração para as cidades. b) Transferir o controle da produção das mãos dos capitalistas para as mãos dos trabalhadores, de tal forma que estes aperfeiçoassem os mecanismos rudimentares de produção. c) Organizar o trabalho fabril através da utilização de trabalhadores domésticos, os quais teriam a liberdade de impor uma dinâmica própria ao processo produtivo. d) Convencer capitalistas a desenvolverem suas ocupações desassociando-as do controle do relógio, numa tentativa de resgate do tempo regido pela natureza. e) Impor uma espécie de relógio moral em cada pessoa, de tal maneira que tanto as elites empreendedoras quanto a classe trabalhadora vivenciassem, cada uma a seu modo, a cultura do tempo útil. 02. O começo da Revolução Industrial na Inglaterra, ao findar o século XVIII, deveu-se tanto a fatores econômicos como a políticos. Em relação aos segundos, sustenta-se que: a) A precoce implantação do regime republicano no país criou e fortaleceu uma classe política voltada para os negócios do Estado, o que muito estimulou a industrialização. b) A industrialização britânica deveu-se, principalmente, ao absolutismo monárquico reinante no país. Apoiados pela burguesia, os reis incentivaram os empreendimentos voltados à industria inglesa. c) A Revolução Gloriosa, de 1688, ao também atingir o mercantilismo, iniciou a implantação do liberalismo econômico no país, o que seria vital à sua futura industrialização. d) O sistema colonial inglês na América, dispondo de matérias-primas e de força de trabalho abundante, foi o principal estímulo à industrialização britânica. e) Participando de todas as guerras na Europa moderna, a Inglaterra recolheu nos países europeus as experiências técnicas que empregaria na futura industrialização.
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As condições determinantes da Revolução Industrial na Inglaterra podem ser identificadas em: a) I, II e III; b) I, II e IV; c) I, III e V; d) II, IV e V; e) III, IV e V;
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HISTÓRIA
AULA 02 - A COLONIZAÇÃO DO BRASIL E A VIDA NA COLÔNIA
Além do trabalho de limpeza e asseio da casa, escravos e senhores se envolviam no dia-a-dia numa série de atividades que visavam à alimentação, ao vestir, à construção e fabricação de equipamentos e utensílios de uso diário. Negros quitandeiros vendiam nas ruas e entregavam doces e frutas em domicílio.
A Colonização do Brasil movida por fatores políticos, econômicos e religiosos. O Brasil, será na dimensão de contrarreforma que a reforma católica marcará sua presença. O empenho da igreja se concentra na conquista do gentio para o seio da cristandade e na manutenção dos colonos na mais estrita ortodoxia. Missionação e inquisição, em suma, cifram o processo de colonização das almas. Na América Portuguesa, tivemos apenas as famosas visitações do Santo Ofício. As duas vertentes básicas da colonização: o impulso salvifico (os móveis religiosos, a catequese) e os mecanismos de produção mercantil (exploração): sendo que a primeira dimensão (a catequese do gentio)dominava o universo ideológico, configurando o projeto, e a segunda (dominação política, exploração econômica) defina as necessidades de riqueza e poder. Foi nos espaços abertos e nas zonas distantes que se passou boa parte da História da colonização lusitana na América: longe das Igrejas e Conventos erguidos nos núcleos administrativos do litoral: longe dos engenhos da várzea Pernambucana e do Recôncavo,: longe dos povoados pioneiros, como a Vila de Porto Seguro ou de São Vicente, rústicos não acessíveis às frotas periódicas que vinham do Reino, e que, para as construções, traziam pedra, para os engenhos, ferramentas e negros: para os povoados, filhos segundo da nobreza, aventureiros de passado nem sempre impoluto, réis da justiça civil ou inquisitorial, órfãs da Rainha em busca de marido honrado e ambicioso.
O historiador norte-americano Stuart B. Schwartz fala a respeito do assunto: “ A força de prensagem da moenda era tremenda. Uma escrava inexperiente, ou que se tornasse desatenta por haver trabalhado demais ou se embriagado com a garapa distribuída aos cativos durante a safra, podia facilmente ter a mão esmagada pelos tambores, junto com a cana. Se tal acontecesse em uma moenda de grande porte, o corpo inteiro poderia seguir-se ao braço.”
Foto : casa de um colono (SCHWARTZ, Stuart B. Segredos Internos: engenhos e escravos na sociedade colonial. São Paulo, Companhia das Letras, 1988. P.130)
Enquanto as casas dos homens pobres e livres, no campo e na cidade, consistiam em pequenas choupanas com apenas um ou dois cômodos, nos quais se dormia, cozinhava e que muitas vezes abrigava uma pequena oficina, as casas dos indivíduos com algumas posses dispunha de mais aposentos, geralmente enfileirados. O da frente com janela para a rua, servindo a sala, e os demais acessíveis por um corredor lateral, que serviam de quarto de dormir, consistido por vezes nas chamadas “alcovas” sem janelas. Dois elementos marcaram profundamente as atividades dos colonos no interior dos domicílios e a sua rotina cotidiana: a escravidão e a falta de produtos, que estimulou a produção doméstica. A necessidade de mão-de-obra levou os primeiros colonizadores à busca incessante de soluções que pudessem sanar o problema num primeiro momento, são os próprios gentios da terra que farão os serviços da casa, ensinando aos colonos a viverem nos trópicos e a aproveitar os recursos existentes para suprir suas necessidades básicas. Conforme a colonização avançada e as técnicas de transformação dos produtos iam sendo assimiladas e adaptadas, eles seriam substituídos rapidamente pelos escravos africanos, que passavam a predominar como força de trabalho tanto no campo como na cidade, constituindo o elemento fundamental da vida econômica e social da colônia.
Repare que há mulheres trabalhando na moagem da cana. Essa era uma das muitas tarefas feitas por mulheres no espaço do engenho. Estudos feitos num engenho baiano no séc. XVII mostram que, ao distribuir as tarefas aos escravizados, o feitor-mor favorecia os que eram brasileiros e tinham a pele mais clara. Já que os nascidos na África e os que tinham pele mais escura ficavam com os serviços mais difíceis e demorados A capoeira, uma forma de resistência dos escravos, é hoje uma importante expressão cultural brasileira
Foto: negros escravos nas ruas de Salvador
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HISTÓRIA
03)O escravo era batizado logo que chegava ao seu local de trabalho – fazenda ou cidade – recebia um nome “cristão” e devia esquecer a forma pela qual era chamado no seu lugar de origem. A atribuição de um novo nome e o batismo representava a transformação do cativo em escravo, isto é, o início do trabalho compulsório. Assim, era de se esperar uma identificação feita pelo escravo, entre o poder e a religião. Isto, de fato, ocorria, uma vez que em muitos casos de revolta, os negros atacavam os símbolos da religião, como imagens, crucifixos e os próprios padres se estivessem por perto. (A Escravidão no Brasil – JAIME PINSKY) I.A religião funcionava dialeticamente como um elemento ideológico de manutenção da escravidão; II. Os religiosos divulgavam seus ensinamentos sem exercer nenhuma influência na relação entre senhor e escravos; III. A religião atuou como um instrumento de oposição a valores como conformismo, resignação e obediência. Está(ão) correta(s) a(s) afirmativa(s):
Ao contrário do que mostra a imagem, esse trabalho cabia na maioria das vezes às mulheres. No entanto, a reprodução intensiva dessa pintura de Debret colaborou para divulgar a informação historicamente incorreta de que eram homens que realizavam essa tarefa. Na verdade, acreditava-se que as mulheres eram mais pacientes e atenciosas do que os homens e por isso mais adequadas para esse trabalho. Além disso, como o risco de acidentes durante a moagem da cana era alto, os senhores evitavam expor um escravo, que era muito mais caro que uma escrava, a esse tipo de risco.
a) b) c) d) e)
EXERCÍCIOS PROPOSTOS 01)Sobre a atuação da Igreja durante o período colonial da história do Brasil, assinale o que for correto:
I, II I, III II, III I III
04)“... a distinção clássica entre público e privado não se aplica à vida colonial antes do final do século XVIII e início XIX ...pois o privado assume conotações distintas daquelas adequadas à nossa sociedade atual.” Fonte: ALCRANTI, Leila Mezan Famílias e Vida Doméstica in História da Vida Privada no Brasil: cotidiano e vida privada na América Portuguesa. Organização Laura de Mello e Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 1997, p. 89. Partindo do comentário apresentado a respeito da sociedade no Brasil Colônia, é correto afirmar:
I.O padroado, ou seja, o direito de receber os dízimos devidos a Igreja, a obrigação de pagar os salários e nomear os prelados, havia sido concedido pelo Papa aos Reis de Portugal. Essa concessão tornava o rei patrono das missões e demais instituições da Igreja e estabelecia uma estreita vinculação entre o poder espiritual e o poder secular no Brasil colonial. II. Embora os Portugueses tenham realizado grandes navegações em busca de riquezas, o ideal da cruzada também estava presente nos homens que cruzavam o oceano. Assim sendo, a expressão da fé caminhava junto com a busca de riquezas.
a)
III. Os primeiros Jesuítas, membros da principal ordem religiosa que participou da colonização, chegaram ao Brasil já no século XVI (1549), junto com o governador geral.
b)
IV. Os interesses dos jesuítas que organizaram as missões se chocavam com as pretensões dos colonizadores europeus. As disputas entre Jesuítas e Colonos pelo controle dos Índios “pacificados” se estenderam até a expulsão dos membros da Companhia de Jesus dos territórios portugueses em 1759.
c)
d)
V. Além da conversão e do pastoreio das almas, a Igreja realizava o registro civil e era responsável por momentos de diversão da população, pois a vida social da colônia girava em torno das festividades religiosas.
A influência da Igreja Católica na família e na sociedade dessa época garantia a força da solidariedade, que superava as divisões sociais. A frágil estrutura administrativa do Brasil Colônia permitia que os domicílios se apresentassem como núcleos da vida social. As Casas Grandes e as Senzalas constituíam espaços, onde senhores e escravos se aproximavam nas atividades cotidianas, unindo forças sociais divergentes. A burocracia Lusitana garantia o fortalecimento da vida doméstica em consonância com as regras administrativas que se faziam necessárias.
02)Em relação as afirmações: I. A vida urbana, na sociedade açucareira, era intensa pela necessidade de ali se estabelecerem às trocas de bens de consumo. II. A sociedade colonial do período açucareiro resumiu-se, em sua quase totalidade, na vida do engenho com sua casa-grande, a senzala e a capela. III. Na sociedade colonial, a desvalorização do trabalho pode ser ligada à presença do escravo, a quem se associava trabalho manual, pobreza e inferioridade social. a) Se forem corretas as proposições I, II e III; b) Se forem corretas apenas as proposições I e II; c) Se forem corretas apenas as proposições I e III; d) Se forem corretas apenas as proposições II e III; e) Se for correta apenas a proposição I.
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HISTÓRIA
AS LIGAS CAMPONESAS Na década de 50 do século XX, surgiram em Pernambuco, as ligas camponesas que se refletiram na Paraíba, principalmente no município de Sapé. O movimento luta pela expropriação dos latifúndios improdutivos para fins de reforma agrária. O MST
AULA III - A QUESTÃO DA TERRA E O TRABALHO NO BRASIL A estrutura fundiária brasileira tem como base o latifúndio, instituído, no Brasil, pelos portugueses quando da implantação do sistema de Capitanias Hereditárias e das Sesmarias
Em 1984, surgiu o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), esta organização tinha como principal objetivo o de exigir o cumprimento da lei máxima do país: a Constituição brasileira de 1988 onde foi estabelecida a obrigação do governo fazer a reforma agrária. Grande parte dos principais órgãos da imprensa nacional tem acusado o MST de "promover desordens". A execução da reforma agrária enfrenta outro obstáculo: a falta de dinheiro do governo para indenizar os antigos proprietários e para dar assistência aos assentados (financiamento, estradas, silos de armazenagem, tecnologia, etc.).
O REGIME DAS SESMARIAS Transplantado da metrópole para a colônia, o regime de concessão de sesmarias consistia na doação de terras em abundância a quem possuísse os meios de cultivá-las e estivesse indissoluvelmente ligado à produção do açúcar colonial em grandes propriedades escravistas. O sistema sesmarial, na sua concepção original, imaginado para solucionar uma crise de abastecimento no reino português, tinha uma preocupação acentuada com a utilização produtiva da terra, expressa na cláusula de condicionalidade da doação, atrelada ao cultivo da terra. No entanto, nunca, enquanto durou o regime de concessão de sesmarias, conseguiu a metrópole impedir a formação de grandes latifúndios improdutivos. Além daquela utilizada efetivamente de forma produtiva nas plantations, grandes extensões de terra eram apropriadas para explorações futuras. Esse hábito ocorria devido ao caráter predatório da agricultura que se praticava na colônia, que esgotava rapidamente o solo e era possível graças à incapacidade da metrópole de exercer um controle estrito sobre a colônia. Nenhum dos mecanismos colocados em vigor pelas autoridades coloniais (e foram inúmeros) fez reverter esse processo. Na realidade, o aumento das exigências que cercavam a concessão de sesmarias (medição, demarcação, confirmação, etc.) só serviu para indispor os colonos com a administração colonial, e antes mesmo de declarada a Independência já estava decretada a morte do sistema sesmarial (decreto do príncipe regente de julho de 1822). Em síntese, os condicionantes da colonização levaram ao estabelecimento de grandes unidades produtivas e grandes latifúndios improdutivos. Portugal cedeu prodigamente a terra a quem quisesse e pudesse cultivá-la, mas a parte da legislação que coibia o latifúndio improdutivo nunca foi aplicada. A abundância relativa de terras e os objetivos da colonização determinaram a forma de adaptação de uma legislação concebida para a metrópole aplicada à colônia. Embora tendo suas origens no sistema sesmarial, seria injustificado atribuir a esse sistema a causa da persistência do latifúndio improdutivo em épocas posteriores. Ao findar aquele período, apenas uma parcela pequena do território nacional estava apropriado e restavam quantidades enormes de terras “devolutas” . A ausência de uma legislação que normatizasse o acesso à terra durante o tempo que decorreu da Independência a 1850 e a continuidade do padrão de exploração colonial (agricultura predatória e trabalho escravo) resultaram no florescimento sem qualquer controle do apossamento, e multiplicaram-se os latifúndios improdutivos.
FOTO: Movimento dos Sem-Terra por uma reforma agrária popular (2010) OS CONFLITOS ENTRE O CAPITAL E O TRABALHO NO CAMPO
PARÁ: ELDORADO DOS CARAJÁS Em 1996, em Eldorado dos Carajás (PA), soldados da polícia militar comandados por um coronel, dispararam contra militantes do MST. Vinte e um trabalhadores foram assassinados, dezenas tiveram ferimentos graves.
RORAIMA: RAPOSA SERRA DO SOL (POSSEIROS X ÍNDIOS) A presença da Polícia Federal nas terras e o confrontamento direto entre os atuais ocupantes e os índios nas terras são o retrato da violência desencadeada ainda pelos grandes projetos e pela política dos governos militares. Sendo que, estes últimos, não levaram em consideração as populações tradicionalmente estabelecidas na Região Amazônica. Além da crise no Estado de Roraima, a espera de uma decisão definitiva e os encaminhamentos dos conflitos na Raposa Serra do Sol também levantam uma questão primordial, "O lugar do índio". Esta área marcada pelo embate entre produtores de arroz e índios, esconde outras riquezas, que atualmente não podem ser exploradas devido a um impedimento legal que pode ser extinto em breve, com o apoio do governo.
AS LEIS DA TERRA Em 1850 Dom Pedro II determinou novas regras para as terras brasileiras: I)A lei proibia a aquisição de terras devolutas através de invasões; II)Adquirir terras só através da compra. A lei concentrava ainda mais a terra, pois só quem poderia comprar terras, era quem já tinha terras.
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HISTÓRIA
04) As matas brasileiras sofreram um processo de devastação que se estende até os dias atuais. Uma série de fatores, provocaram o fenômeno, exceto:
EXERCÍCIOS PROPOSTOS 01) Considere o texto a seguir: “Que país é este Nas favelas, no Senado Sujeira para todo lado Ninguém respeita a Constituição Mas todos acreditam no futuro da nação. Que país é este.” (Renato Russo)
a) b) c) d) e)
Em relação à sociedade brasileira, esse texto: I.Denuncia a existência da impunidade no conjunto da sociedade e a falta de compostura de parte da elite política brasileira. II.Explica a inexistência de desigualdade social e concentração de renda no país. III.Esconde as mazelas da sociedade por meio de um discurso alienado e ufanista.
A criação de gado nas atuais décadas. A crescente expansão agrícola na região. O cultivo da cana nos séculos XVI e XVII. Construção de rodovias de integração nacional como a Transamazônica. A construção de plataformas de petróleo em grande parte do território nacional.
Quais são as corretas? a) Apenas I b) Apenas II c) Apenas I e II d) Apenas I e III e) I, II e III 02)
Se a exploração descontrolada e predatória verificada atualmente continuar por mais alguns anos, pode-se antecipar a extinção do mogno. Essa madeira já desapareceu de extensas áreas do Pará, de Mato Grosso, de Rondônia, e há indícios de que a diversidade e o número de indivíduos existentes podem não ser suficientes para garantir a sobrevivência da espécie a longo prazo. A diversidade é um elemento fundamental na sobrevivência de qualquer ser vivo. Sem ela, perde-se a capacidade de adaptação ao ambiente, que muda tanto por interferência humana como por causas naturais. (Internet: www.greenpeace.org.br (com adaptações)) Com relação ao problema descrito no texto, é correto afirmar que: a) A baixa adaptação do mogno ao ambiente amazônico é causa da extinção dessa madeira. b) A extração predatória do mogno pode reduzir o número de indivíduos dessa espécie e prejudicar sua diversidade genética. c) As causas naturais decorrentes das mudanças climáticas globais contribuem mais para a extinção do mogno que a interferência humana. d) A redução do número de árvores de mogno ocorre na mesma medida em que aumenta a diversidade biológica dessa madeira na região amazônica. e) O desinteresse do mercado madereiro internacional pelo mogno contribuiu para a redução da exploração predatória dessa espécie. 03) A região brasileira onde ocorrem mais conflitos por terras é: a) b) c) d) e)
Sudeste Nordeste Norte Centro-Oeste Sul
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HISTÓRIA
`gatos´ que ganham entre R$ 7 mil e R$ 12 mil por mês”, afirma Vilson da Silva, presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Minas Gerais.
AULA 04 : A ESCRAVIDÃO NEGRA E A ABOLIÇÃO A implantação do trabalho escravo no Brasil, foi uma imposição da burguesia europeia, pois o tráfico negreiro era uma atividade altamente lucrativa. Os negros eram trazidos da África trocados por fumo e aguardente. A maioria pertencia ao Grupo dos Bantos, mas também vieram Sudaneses. Os escravos distinguiam-se em Boçais – como eram chamados os recém-chegados da África – e Ladinos, os já aculturados e que entendiam o português e os crioulos nascidos no Brasil. Aos crioulos e mulatos reservavam-se as tarefas domésticas, artesanais e de supervisão. Aos Africanos dava-se o trabalho mais árduo.
(Adaptado de: André Carravilla e Vinícius Carrasco. Época, n. 298, 2 fev,2004)
A ABOLIÇÃO A Abolição foi feita de maneira lenta e gradual, seguindo os interesses daqueles que fizeram a escravidão, a elite agrária latifundiária.
A Revisão Negra à Escravidão Palmares foi o maior Quilombo Colonial, nascido no bojo das guerras contra o Holandês. Entre 1670 e 1678, o Quilombo foi governado por Ganga Zumba, ou o Grande Senhor. Contra ele bateram-se vários ataques, a resistência fora organizada com grande brilho pelo sobrinho de Ganga Zumba, Zumbi.
IMAGEM DA LEI-ÁUREA, ESCRITA POR PRINCESA ISABEL, EM 13 DE MAIO DE 1888. DANDO FIM A ESCRAVIDÃO NO BRASIL.
CRONOGRAMA:
1850
Foto: Zumbi dos Palmares
Em mais de três séculos de escravidão, o africano exerceu inúmeros trabalhos, seja na lavoura, na mineração, nos serviços domésticos, na prestação de serviços, entre outros. O tratamento que lhe era dispensado variava de dono para dono e também a relação à função em que exercia, mas na maioria das vezes, o desprezo, a humilhação e os castigos físicos estavam presentes.
LEI EUSÉBIO DE QUEIRÓS (FIM DO TRÁFICO NEGREIRO)
1871 Negro escravo sendo açoitado no tronco
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Mercado de Escravos
LEI DO VENTRE LIVRE (LIBERDADE PARA FILHOS DE ESCRAVOS NASCIDOS A PARTIR DESTA DATA)
O TRABALHO ESCRAVO PERSISTE O Brasil sem lei fica muito próximo da capital federal. O município mineiro de Unaí, localizado a menos de 200 quilômetros de Brasília, foi palco de um crime que chocou o país. Na manhã de quarta-feira, 28, três fiscais do Ministério do Trabalho e um motorista foram chacinados quando investigavam denúncias de trabalho escravo na região. A isca lançada pelos assassinos foi uma picape branca, que pedia socorro em uma estrada de terra. Quando os fiscais pararam, foram surpreendidos por homens armados que abriram fogo contra os quatro. O único que não morreu na hora foi o motorista. Mesmo ferido, ele conseguiu dirigir mais 5 quilômetros até ser encontrado por um fazendeiro, que avisou a Polícia Militar. Os assassinatos revelam a ousadia do setor rural mais atrasado do país, que resiste em abandonar o passado escravocrata. Os casos de trabalho degradante ou escravo são persistentes no país. Segundo Organização Internacional do Trabalho (OIT), existem de 25 mil a 40 mil trabalhadores nessa condição. Os lavradores são aliciados* pelos chamados “gatos” com promessas de bons salários e carteira de trabalho assinada. São armadilhas. Quando chegam às fazendas, são obrigados a comprar comida e roupa fornecidas pelo fazendeiro e, ainda, precisam pagar pela moradia e pelas ferramentas que usam, tudo a preços exorbitantes. Eles sempre devem mais do que ganham e acabam ficando amarrados à fazenda até que o dono queira livrar-se deles. O negócio é lucrativo para latifundiários e aliciadores. “Há casos de
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1888 LEI – ÁUREA (ABOLIÇÃO DA ESCRAVATURA)
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HISTÓRIA
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
04) Em relação à condição do negro na sociedade brasileira, é correto afirmar que: A) A abolição representou uma perda total da mão de obra pelos antigos senhores. B) O fim da escravidão possibilitou ao negro liberto a integração no mercado de trabalho e o livre acesso à terra. C) As Sociedades Libertadoras tinham como objetivo principal promover a integração do ex-escravo na sociedade, garantindo-lhe os direitos de cidadania. D) A diferença entre o processo abolicionista ocorrido nos Estados Unidos da América e o ocorrido no Brasil foi a ausência de preconceito racial em nosso país. E) O negro livre permaneceu à margem do universo cultural estabelecido por uma sociedade regida pelo branco e continuou sujeito ao preconceito e a novos mecanismos de controle social.
01)A identidade negra não surge da tomada de consciência de uma diferença de pigmentação ou de uma diferença biológica entre populações negras e brancas e (ou) negras e amarelas. Ela resulta de um longo processo histórico que começa com o descobrimento, no século XV, do continente africano e de seus habitantes pelos navegadores portugueses, descobrimento esse que abriu o caminho às relações mercantilistas com a África, ao trabalho negreiro, à escravidão e, enfim, à colonização do continente africano e de seus povos. K. Munanga. Algumas considerações sobre a diversidade e a identidade negra no Brasil. In: Diversidade na Educação: reflexões e experiências. Brasília: SEMTEC/MEC, 2003, p. 37. Com relação ao assunto tratado no texto acima, é correto afirmar que: A) B) C) D) E)
a colonização da África pelos europeus foi simultânea ao descobrimento desse continente. a existência de lucrativo comércio na África levou os portugueses a desenvolverem esse continente. o surgimento do tráfico negreiro foi posterior ao início da escravidão no Brasil. a exploração da África decorreu do movimento de expansão européia do início da Idade Moderna. a colonização da África antecedeu as relações comerciais entre esse continente e a Europa.
05)Na Paraíba, a principal forma de trabalho utilizada em decorrência do fim da escravidão foi: A) B) C) D) E)
O trabalho assalariado O trabalho servil O meieiro O cambão O morador
ABOLIÇÃO DA ESCRAVATURA 1850 1871 1885 1888 ǀ--------------------------------------------------------------ǀ------------------------------------------ǀ---------------------------------ǀ LEI EUSÉBIO DE QUEIRÓS (FIM DO TRÁFICO NEGREIRO)
LEI DO VENTRE LIVRE (LIBERDADE PARA FILHOS DE ESCRAVOS NASCIDOS A PARTIR DESSA DATA)
LEI DOS SEXAGENÁRIOS (LIBERDADE PARA OS ESCRAVOS MAIORES DE 60 ANOS)
06)“ Os escravos são as mãos e os pés do senhor de engenho, porque sem eles não é possível fazer, conservar e aumentar fazenda, nem ter engenho corrente.” (ANTONIL, Cultura e Opulência do Brasil. Belo Horizonte; Itatiaia)
02) Considerando a linha do tempo acima e o processo de abolição da escravatura no Brasil, assinale a opção correta. A) B)
C)
D)
E)
LEI ÁUREA (ABOLIÇÃO DA ESCRAVATURA)
O processo abolicionista foi rápido porque recebeu adesão de todas as correntes políticas do país. O primeiro passo para a abolição da escravatura foi a proibição do uso dos serviços das crianças nascidas em cativeiro. Antes que a compra de escravos no exterior fosse proibida, decidiu-se pela libertação dos cativos mais velhos. Assinada pela Princesa Isabel, a Lei Áurea concluiu o processo abolicionista, tornando ilegal a escravidão no Brasil. Ao abolir o tráfico negreiro, a Lei Eusébio de Queirós bloqueou a formulação de novas leis anti escravidão no Brasil.
Assinale a alternativa correta: A) A escravidão dos negros africanos permitiu que os índios deixassem de ser escravizados durante o período colonial. B) O trabalho manual era visto como degradante pelos senhores brancos, e a escravidão, uma forma de lhes garantir uma vida honrada no continente americano. C) Apesar dos vultosos lucros obtidos com o tráfico, a adoção da escravidão de africanos explica-se pela melhor adequação dos negros à rotina do trabalho colonial. D) Extremamente difundida na região Nordeste, a escravidão teve um papel secundário e marginal na exploração das minas de metais e pedras preciosas no interior do Brasil. E) Diante das condições de vida dos escravos, os jesuítas criticaram duramente a escravidão dos negros africanos, o que provocou diversos conflitos no período colonial.
03)(UFC2002) Em sua obra “O Abolicionismo”, Joaquim Nabuco afirma: “Para nós a raça negra é um elemento de considerável importância nacional, estreitamente ligada por infinitas relações orgânicas à nossa constituição, parte integrante do povo brasileiro. Por outro lado, a emancipação não significa tão somente o termo da injustiça de que escravo é martyr, mas também a eliminação simultânea dos dois tipos contrários, e no fundo os mesmos: o escravo e o senhor.” (NABUCO, Joaquim. “O Abolicionismo. Edição fac-similar. Recife. Fundação Joaquim Nabuco. Ed. Massangana. 1988. P. 20)
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HISTÓRIA
AULA 05 : O DOMÍNIO HOLANDÊS; ENTRADAS E BANDEIRAS; TRATADOS DE LIMITES
Arzão; Antônio Dias de Oliveira; Borba Gato; etc..., todos encontrando metais preciosos em apreciável quantidade e qualidade. O deslocamento do povoamento do Brasil transfigurou rapidamente a densidade demográfica da colônia. Portugal imigravam pela febre do ouro. Os paulistas descobridores das minas, queixavam-se. Houve conflitos, como a Guerra dos Emboabas, na disputa pelo direito da exploração das regiões mineradoras. Busca-se o eixo central. Mais metais se encontram. Pascoal Moreira achou ouro em Cuiabá e Bartolomeu Bueno da Silva Filho (o segundo Anhanguera), encontrou ouro em Goiás, já no século XVIII. Haviam as expedições fluviais de abastecimento (as chamadas moções), de onde os paulistas resgatavam mais alguns lucros nas viagens às longínquas regiões do Mato Grosso e Goiás. Ao final do século XVII, o verde dos canaviais estava bem menos contrastado pela cor negra dos escravos. É que se formaram os quilombos. Para combatê-los, contrataram-se bandeirantes a peso de ouro, que também combateram indígenas que representassem ameaça aos colonos nas sesmarias. Domingos Jorge Velho foi o grande destaque, a figura cintilante dessa atividade denominada sertanismo de contrato, porque destruiu o quilombo dos palmares do mito Zumbi, matando logo depois a maior figura negra da História do Brasil.
I)O Domínio Holandês O holandês transportava, refinava e distribuía nosso açúcar na Europa, mas, em decorrência da União-Ibérica (1580 – 1640), período em que Portugal e todo o seu império colonial (inclusive o Brasil) ficou sob domínio da Espanha (Rei Felipe II), a Espanha decretou o embargo das relações comerciais entre Holanda e Portugal. Diante de tal fato, a classe Mercantil Holandesa cria a Cia. Das Índias Ocidentais (WIC) e invade o Nordeste Brasileiro. A Invasão (PERNAMBUCO):
Maurício de Nassau: Em 1637, consolidada a presença holandesa no nordeste, foi enviado o Conde João Maurício de Nassau, que se tornou o Governador. O governador manteve o mesmo sistema de produção de PLANTATION, concedeu liberdade religiosa e estabeleceu boas relações com os senhores de engenho. Cercado de artistas, cientistas e letrados, Nassau criou uma verdadeira “Corte Intelectual”. A expulsão Na luta pela expulsão dos holandeses, se destacou o paraibano André Vidal de Negreiros, no movimento chamado de Insurreição Pernambucana.
OS TRATADOS QUE CONTRIBUÍRAM PARA A FORMAÇÃO DAS FRONTEIRAS DO BRASIL A região do Rio da Prata, abaixo do hoje Estado do Rio Grande do Sul e ao lado de Montevidéu, era rica em metais preciosos e por lá se desenvolviam intensas atividades comerciais sob os auspícios monopolistas dos espanhóis e a mira sedenta dos portugueses, aliados aos ingleses. O contrabando de prata e outras mercadorias, além das riquezas pecuaristas, atraíram cada vez mais os interesses ingleses – que queriam colocar suas manufaturas no mercado platino e, assim, quebrar o monopólio espanhol naquela área. Em 1680, os portugueses fundaram às margens do Rio da Prata, a Colônia de Sacramento (hoje base do Uruguai). Os espanhóis ficaram furiosos, evidentemente. Houve conflitos. Alguns tratados se assinaram para tentar apaziguar a região, muitas vezes sem sucesso. Tais tratados acabaram por contribuir para a formação das fronteiras brasileiras, embora não fossem feitos com esse fim, mas com objetivo de atender aos interesses das nações mercantilcolonialistas.
AS DELIMITAÇÕES DAS FRONTEIRAS BRASILEIRAS AS ENTRADAS E BANDEIRAS Dá-se o nome de ENTRADAS às expedições patrocinadas por Portugal que objetivavam à exploração e o reconhecimento das novas terras, normalmente nas costas litorâneas. O primeiro entradeiro do Brasil foi Américo Vespúcio em 1504, fazendo a penetração do litoral de Cabo Frio, em direção ao interior. As BANDEIRAS, por sua vez, pouco se distinguem das entradas, já que eram particulares, isto é, patrocinadas pelos próprios fazendeiros, buscando encontrar metais preciosos no interior. Há, inclusive, notícias de que, por sua vez, era Portugal que as financiava. Elas podem ser consideradas uma continuação das entradas, ou até mesmo uma consequência do fracasso destas. As bandeiras partiram de São Vicente e marcaram presença em todo o Brasil, notadamente com a ruptura da linha divisória de Tordesilhas. São Vicente, a propósito, marginalizara-se em função do fracasso resgatado com a empresa açucareira, seu estreito litoral e a distância geográfica dos mercados consumidores europeus. Investia-se em Pernambuco, mas era inviável investir-se em São Vicente. E os vicentinos saíram de São Vicente. Primeiro, foram para a Serra do Mar, onde o solo fértil lhes proporcionara boa cultura de subsistência. Depois, desceram para o sul e se descobriu ouro de aluvião (destaque: Heliodoro Eobanos e Afonso Sardinha). Subiram para o centro e mais metais preciosos foram encontrados. Por necessidade de mão-de-obra, escravizaram-se os índios “catequizados”, apesar de organizada resistência jesuítica. Milhares de indígenas foram massacrados durante o período. A mais longa bandeira foi empreendida por Antônio Raposo Tavares (1648 – 1651), que se fez presente em todo o Brasil. Portugal passou a financiar as bandeiras, devido ao desespero causado pela queda da lavoura açucareira. As bandeiras oficiais partiram, a princípio, de Taubaté, porque era próximo as minas. Destaque do período (fim do século XVII/ início do século XVIII): Fernão Dias Paes, o “caçador de esmeraldas”; Antônio Rodrigues
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O Tratado de Lisboa (1681) Sob o arbitramento da Inglaterra e da França, acordou-se que a Espanha reconhecia a posse portuguesa sobre a Colônia de Sacramento. Mas como os espanhóis de Buanos Aires não respeitaram o Tratado por considerarem os portugueses traidores, já que se uniram aos ingleses contra o novo rei espanhol Filipe V em apoio a Carlos de Habsburgo, ocorreram invasões à Colônia do Sacramento e, forçadamente, os portugueses acabaram abandonando-a. Os Tratados de Utrecht (1713 e 1715) Pelo primeiro tratado de Utrecht, em negociação entre França e Inglaterra, a Portugal foi concedido o direito de posse e controle das terras em torno do Rio Oiapoque, no Amapá de hoje. Pelo segundo tratado assinado na cidade holandesa de Utrecht, Portugal recuperou a posse sobre a Colônia de Sacramento. Mas a paz continuava tão longe do Rio da Prata quanto um avião no céu.
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HISTÓRIA
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
O Tratado de Madrid (1750)
01) (U.F.GO) Em relação às invasões holandesas ao Nordeste Brasileiro durante o século XVII, pode-se afirmar que: a) b) c) d) O Tratado de Tordesilhas, assinado nos idos de 1494, já tinha sido rompido na prática mas não em termos oficiais, como já vimos. Em meados do século XVIII, preocupados em ratificar sua posse sobre as terras que já ocupara de fato, Portugal enviou o brasileiro Alexandre de Gusmão, membro do Conselho Ultramarino a Madrid para discutir o assunto. A tese apresentada era belíssima e que serviria ainda hoje para qualquer projeto requintado de reforma agrária: “Uti possideatis” (como possuías, continuas possuindo; ou quem possui de fato deve possuir de direito). Ideia simples: Portugal manter-se-ia com as posses que já guarnecia e colonizava. Restava o “sim” (ou “si”, em espanhol) e ele adveio com a assinatura do Tratado de Madrid. A região de Sete Povos das Missões, fundada pouco antes pelos jesuítas no Rio Grande do Sul, também ficou sob a custódia portuguesa, em contrapartida, os lucros tiveram que passar a Colônia de Sacramento para a tutela espanhola. O Brasil de hoje, salvo algumas exceções na região Norte, como a compra do Acre (1903) à Bolívia, teve sua configuração geográfica delimitada pelo Tratado de Madrid. Os jesuítas, inconformados em entregarem Sete Povos a Portugal, incitaram os índios guaranis a fazerem uma guerra no corpo-a-corpo com os lusitanos. Tropas portuguesas e espanholas massacraram os nativos de Sete Povos. Foi a Guerra Guaranítica
e)
02) (PUC-SP) A expulsão dos Holandeses do Brasil alterou a vida econômico-financeira da metrópole portuguesa, porque: a)
b) c) d)
e)
O Convênio do Pardo (1761) Suspendeu as determinações preconizadas pelo Tratado de Madri, já que o Primeiro Ministro Português, o Marquês de Pombal, se negou a entregar a Colônia de Sacramento à Espanha. Intensificaram-se os conflitos na região. Só para variar.
Permitiu aos portugueses retomar o controle técnico do processo de refinação do açúcar, dominado pelos holandeses; Permitiu que Portugal retomasse o total controle da produção açucareira brasileira; Favoreceu o consumo do açúcar, tendo em vista a quebra do monopólio de distribuição no mercado internacional; Assegurou ao governo português a ampliação de suas rendas, pela estatização dos engenhos holandeses em Pernambuco; Permitiu maiores lucros, pela introdução de novas técnicas de produção nos engenhos do Nordeste.
03) (FUVEST) Os holandeses invadiram o Brasil pressionados pela necessidade de:
O Tratado de Santo Ildefonso (1777) No último ano da administração pombalina em Portugal, a Espanha devolveu a Ilha de Santa Catarina aos Portugueses. Enquanto isso, Portugal entregou finalmente a Colônia de Sacramento aos Espanhóis, e, de quebra, Sete Povos das Missões. Logo depois, os gaúchos invadiram a região de Sete Povos e expulsaram os jesuítas espanhóis. Novos conflitos surgiram e novo tratado se assinaria.
a) b) c) d)
O Tratado de Badajós (1801) Se não houve a paz definitiva para a fronteira sul do Brasil, pelo menos o Tratado de Badajós, ao confirmar os limites, preconizados pelo Tratado de Madrid, reconheceu Sacramento para os Espanhóis. A região de Sete Povos, a respeito da qual o acordo de Badajós se omitiu, foi definitivamente incorporada ao Brasil.
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Foram patrocinadas pela Cia. Das Índias Orientais, fundada em Amsterdam em 1653; Tiveram, como conseqüência, o aumento progressivo da exportação do açúcar brasileiro após 1660; Propiciaram, durante certo tempo, uma aliança entre os invasores e os proprietários de engenhos; Objetivaram proteger o grupo mercantil e o Estado Inglês, tradicionais aliados da Holanda na política européia; Foram comandadas por Filipe I da Espanha, soberano da colônia holandesa.
e)
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Romper o “bloqueio econômico”, com o qual a União Ibérica pretendia subjugar as Províncias Unidas; Defender o monopólio africano do tráfico de escravos ameaçado pelo acordo comercial anglo-espanhol; Conquistar novos mercados, devido à fragmentação do Império Flamengo na Ásia Oriental; Recuperar o mercado açucareiro, perdido por ocasião da Restauração de D. João IV no trono português; Expandir o calvinismo na América do Sul, em razão das perseguições religiosas nas Províncias Unidas.
HISTÓRIA
Semana uma carta, denunciando o tratamento dado ao sexo feminino e propôs a formação de uma associação de mulheres, visando “canalizar todos esses esforços isolados”. Em 1922, com efeito, foi constituída no Rio de Janeiro a federação Brasileira pelo Progresso Feminino, sob a direção de Bertha Lutz. Em 1928, o governador do Rio Grande do Norte, Juvenal Lamartine, introduziu uma alteração da legislação eleitoral para conferir o direito ao voto feminino Pela primeira vez, parte das mulheres brasileiras iam às urnas. Infelizmente, seus votos foram anulados pela Comissão de Poderes do Senado, mas uma prefeita chegou a ser eleita, a primeira da história do Brasil: Alzira Soriano de Souza, no município potiguar de Lages. Em 1932, enfim, no governo Getúlio Vargas, promulgou-se o novo código eleitoral pelo decreto nº 21.076, que garantiu o direito de voto às mulheres brasileiras. Nas eleições do ano seguinte foram eleitos 214 deputados. Entre eles, a primeira mulher: a Paulista Carlota Pereira de Queiroz. Bertha Lutz, concorrendo pelo Distrito Federal (RJ), foi eleita primeira suplente. Somente nos anos 60, em paralelo à luta dos negros americanos pelos direitos civis e aos movimentos contra a guerra do Vietnã, surgiu o novo feminismo, inspirado principalmente nos livros O Segundo Sexo, da escritora francesa Simone de Beauvoir; e A Mística Feminina, da norteamericana Betty Friedam. A insatisfação com o cotidiano limitado a que estavam aprisionadas as mulheres se tornou uma voz uníssona no mundo. Norte-americanas, francesas, inglesas e italianas ganharam as ruas; pelo direito político, pelo direito ao corpo, pelo direito a decidir. A luta pela liberdade ao aborto e contra o fim da violência no lar tornou-se bandeiras universais. Em 1975, a Organização das Nações Unidas institui o Ano Internacional da Mulher. No Brasil, estávamos sob o regime militar. Mesmo com as liberdades democráticas cerceadas, grupos de intelectuais, estudantes universitárias e donas-de-casa brasileiras; fundaram o Centro da Mulher Brasileira (CMB) e o Centro de Desenvolvimento da Mulher Brasileira (CDMB), primeiras entidades do novo feminismo. Também surgiu ali o Movimento Feminino pela Anistia (MFA), unindo a luta pela redemocratização do país com a luta contra a discriminação específica de gênero. Mas é nas décadas de 1980 e 1990 que o movimento de mulheres ganha força. Entre 1994 e 1995, o movimento Articulação de Mulheres Brasileiras mobilizou centenas de brasileiras para redigir um documento reivindicatório para a IV Conferência Mundial das Nações Unidas sobre a Mulher, em Beijing. Mas devemos lembrar que evoluímos pouco a pouco. Na década de 1930, tivemos duas deputadas federais. Na década de 1940, uma só. Na de 1950, três deputadas. Na de 60, outras duas. Nos anos 70, três. Nos anos 80, foram nove. Na eleição de 1990, ao todo, 25 deputadas federais. São números crescentes, mas ainda tímidos. Agora, na primeira década do século XXI temos oito Senadoras – para o total de 81 cadeiras na Câmara Alta – e 44 Deputadas Federais – de 512 cadeiras na Câmara dos Deputados.
AULA VI : A MULHER NA SOCIEDADE BRASILEIRA E AS TEORIAS SOCIAIS DO SÉCULO XIX 1)MULHERES: AS DESIGUALDADES PERSISTEM
A política continua sendo monopolizada pelos homens; Somente a partir das eleições de 1996 é que foi aprovada, no Brasil, a emenda à legislação eleitoral que assegurou a obrigatoriedade da cota mínima de 20% de mulheres candidatas aos cargos legislativos – efeito da IV Conferência Internacional da Mulher, promovida em 1995 pela ONU; O voto feminino representa uma dupla exigência: igualdade no sistema político e na vida civil. A democracia só existirá quando a cidadãos e cidadãs, sem prejuízo de sexo, raça, cor, classe, credo político ou religioso, condição física ou idade, for garantido igual tratamento e oportunidade de acesso às ruas, palanques, assembleias e palácios. O Brasil continua recordista mundial de desigualdade, seja ela social, regional, racial e de gênero. Ser mulher constitui um fator a mais no mapa da desigualdade. A desigualdade de gênero nasceu das diferenças socialmente construídas entre homens e mulheres, baseadas originalmente em aspectos biológicos; No Brasil, somente em 1988 foi anulada a lei absurda que permitia aos maridos, se quisessem proibir o emprego remunerado de suas esposas; As mulheres brasileiras se apropriam de apenas 25% de toda a riqueza produzida no país, índice ainda menor nas áreas rurais, algo em torno de 15%; Somente no âmbito do emprego assalariado mulheres e homens ganham quase o mesmo salário com uma diferença de 18% a mais para eles – a situação das mulheres negras é ainda mais desfavorável, pois normalmente elas recebem salários que representam a metade do que ganham as mulheres brancas. Como agravante, a maioria das mulheres trabalha na economia informal.
2)CONQUISTAS HISTÓRICAS: Foi nos EUA que ocorreram as primeiras manifestações em prol dos direitos da mulher, ainda no séc. XIX; Na Europa, a ação começou pela Inglaterra principalmente a partir da década de 1860, com o economista John Stuart Mill; No Brasil, após 1850, surgiram as primeiras organizações de mulheres que lutavam pelo direito à instrução e ao voto. O pioneirismo coube à Nísia Florestal (1809 – 1885). Abolicionista, republicana e feminista nascida em RN. Nísia, ardorosa defensora da educação feminina, denunciou a ignorância em que eram mantidas as meninas, protestando contra a condição de dependência em relação aos homens; Em 1852, a baiana Violante Bivar e Velasco fundou o 1º jornal dirigido por mulheres: O Jornal das Senhoras; Em 1873, foi a vez da professora Francisca Senhorinha da Motta Diniz criar, em Minas Gerais, o jornal feminista: O Sexo Feminino.
TEORIAS SOCIAIS DO SÉCULO XIX 1)COMUNISMO: Os alemães Karl Marx (1818 – 1883) e Friedrich Engels (1820 – 1895) publicaram em 1848 o Manifesto do Partido Comunista, no qual fizeram uma genial síntese de suas ideias. No manifesto comunista, publicado em 1848, eles sintetizaram aquilo que pretendiam. Marx e Engels diziam que a burguesia destruíra as relações feudais e tornara-se a classe dominante no sistema capitalista. O proletariado iniciou a luta contra a burguesia, classe dominante do regime capitalista, que o explorava. Marx e Engels falavam que o objetivo imediato dos comunistas era “a destruição da supremacia burguesa, a conquista do poder político pelo proletariado”. Assim, pois, o Manifesto do Partido Comunista continha a ideia da ditadura do proletariado. Além disso, Marx e Engels fundamentaram a necessidade da destruição da propriedade privada dos meios de produção, não dos bens de consumo, como erroneamente se difunde com frequência. Sobre as tarefas do proletariado, diz-se na parte final do Manifesto do Partido Comunista:
Pequenas mudanças começaram a ser percebidas no início do século XX, incentivadas direta ou indiretamente pelo cinema e pela imprensa. Filhas da classe-média começaram a sair de casa para trabalhar não só como professoras, mas também como enfermeiras e telefonistas. Em 1910, a professora Leolinda de Azevedo Daltro fundou o Partido Republicano Feminino, agremiação que chegou a produzir razoável barulho. Uma passeata promovida no Rio de Janeiro pelo Partido Feminino, em 1917, por exemplo, chamou a atenção da sociedade e do meio político. Lideradas pela Professora Leolinda Daltro, as manifestantes exigiam a extensão do direito de voto às mulheres. Em 1918, a jovem Bertha Maria Júlia Lutz, educada no exterior e iniciando carreira profissional como bióloga, publicou na Revista da
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“ Os comunistas não se rebaixam a dissimular seus propósitos. Proclamam abertamente que seus objetivos não podem ser alcançados senão pela derrubada violenta de toda a ordem tradicional. Que as classes dirigentes tremam ante a idéia de uma revolução comunista! Os proletários nada têm a perder a não ser suas cadeias. Têm, em troca, um mundo a ganhar”. “Proletários de todos os países, univos”.
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HISTÓRIA
Marx e Engels participaram ativamente das lutas políticas e sociais de seu tempo. Apesar das perseguições, em 1864 os amigos inseparáveis fundaram a Associação Internacional dos Trabalhadores – a Primeira Internacional. Para Marx e Engels a história da humanidade tem sido a história da luta de classes, ou seja, a luta entre patrícios e plebeus na sociedade romana, senhores feudais e servos da gleba na sociedade medieval, burgueses e proletários na sociedade capitalista. A produção econômica e a organização social que dela resultam necessariamente para cada época da história política e intelectual dessa época, ou seja, o materialismo histórico. Segundo essa doutrina, caberia à classe operária o papel histórico de transformar pela revolução a sociedade capitalista, através do estabelecimento da ditadura do proletariado e da supressão da propriedade privada. A ditadura do proletariado marcaria o advento do socialismo, como fase de transição de uma sociedade capitalista – baseada na propriedade privada e na existência de classes – para uma sociedade comunista – baseada na inexistência de classes e na propriedade social dos meios de produção.
o
Na Inglaterra, o Truck Act de 1831 estipulou os salários em dinheiro. o Na Inglaterra (1833), na França (1841) e na Prússia (1839), foi proibido o emprego de crianças com menos de nove anos. o Em 1842, na Inglaterra, mulheres e crianças foram proibidas de trabalhar em minas. o Em 1884, na Alemanha, foi criada a Lei dos Seguros contra Acidentes. o Surgiram cooperativas e sociedades da ajuda mútua. Em 1882, a Rússia proibiu o emprego de crianças com menos de doze anos e limitou a jornada de trabalho a oito horas. EXERCÍCIOS PROPOSTOS 1)Sobre a estrutura social e econômica dos engenhos coloniais no Brasil. Analise as proposições: I.A escravidão era a forma de trabalho dominante. II.Os engenhos mantinham uma divisão do trabalho muito desenvolvida. III.As mulheres brancas administravam os negócios da família; as mulheres negras dedicavam-se aos cuidados do lar. IV.As atividades das mulheres brancas eram exercidas no interior da casa; as mulheres negras dedicavam-se a atividades no espaço público. São verdadeiras: a)I e IV b) II e IV c) III e IV d) I,II e III e) todas
ANARQUISMO NO FINAL DO SÉCULO xix, Sorel, Pouget e Paul Louis procuraram dar uma aparência intelectualizada à violência industrial. Antes, em 1793, William Godwin – um dos primeiros anarquistas – defendia a mais completa liberdade do indivíduo. Em 1840, Proudhon inventou o slogan revolucionário: “ O que é a propriedade? A propriedade é um roubo” . Bakunin, Kropotkine e Enrico Malatesta foram os principais ideólogos anarquistas. Pregavam a negação do Estado (para os anarquistas o Estado só existia para “sepultar” a liberdade). Eram contra a propriedade privada. Pretendiam criar comunidades livres e autônomas. Eram a favor do anticlericalismo fulminante. “Se Deus existisse realmente, seria necessário fazê-lo desaparecer”. (Bakunin) Para Bakunin, o homem é bom, quando livre, porém, “qualquer estado, como qualquer teologia, parte do princípio de que o homem é essencialmente mau e perverso”.
2)O texto a seguir analisa as relações entre o homem e a mulher no Brasil, no período da Colônia e do Império. Muitas mulheres foram enclausuradas, desprezadas, vigiadas, espancadas, perseguidas. Em contrapartida, várias reagiram às violências que sofriam. Parte da população feminina livre esteve sob o poder dos homens, outra parte rompeu uniões indesejáveis e tornou-se senhora do próprio destino. As práticas consideradas “mágicas” foram uma das maneiras pelas quais as mulheres enfrentaram as contrariedades do cotidiano. Chegaram até mesmo a causar temor entre os homens. Acreditavase que as “feiticeiras” tinham o poder de “cura” ou o poder sobre o amor e a fertilidade, masculina e feminina, através de “poções mágicas”. A partir do texto, é possível concluir que, na sociedade brasileira colonial e imperial: a)As mulheres ocupavam o centro decisório das famílias, mesmo que homens praticassem atos violentos contra elas, ferindo o estabelecimento pela lei; b)O modelo de família patriarcal, apesar de dominante, era subvertido por vários procedimentos adaptados pelas mulheres; c)O rompimento de uma relação matrimonial por parte da mulher era considerado um ato de feitiçaria, passível de punição pela Inquisição Católica; d)As mulheres tinham poder de decisão quanto ao número de filhos, satisfazendo, assim, o modelo feminino caravterístico da sociedade patriarcal.
DOUTRINA SOCIAL DA IGREJA Para combater os anarquistas, os socialistas e os excessos do capitalismo, o Papa Leão XIII escreveu a encíclica Rerum Novarum, na qual reconheceu a gravidade da questão social, porém reconheceu a propriedade privada como um direito natural, repudiando a doutrina marxista. Condenou também os abusos do capitalismo. Em síntese, a doutrina social da Igreja se opõem energicamente às concepções radicais e materialistas dos adeptos do socialismo e do anarquismo e procurou conciliar, pelo cristianismo, os interesses antagônicos de operários e patrões. Procurou, enfim, humanizar o capitalismo. CONTESTAÇÕES
3)(UFPR) – “Nos textos ingleses do século XIX, a diferenciação entre os que tem direito à sobrevivência porque trabalham e os que são simplesmente mantidos vivos por condescendência da sociedade é muito nítida. A classe trabalhadora se localiza dentro dos limites da sociedade, conquanto esteja ainda num nível da moralidade bem abaixo daquele das classes altas: os vagabundos estão fora dela por se recusarem ao trabalho. A questão é como trazê-los para dentro, como fazê-los ingressar no social. Ou, no extremo oposto, como se livrar deles quando sua absorção se torna impossível”.
No começo do século XIX, em função dos baixos salários e do desemprego, trabalhadores ingleses, em grupos de quarenta a cinqüenta, atacavam as fábricas e destruíam as máquinas. Para eles, as máquinas eram as culpadas pela miséria. Esse movimento ficou conhecido como Ludismo. O nome Ludismo vem do fato de que um dos líderes chamava-se Ned Ludham. Muitos industriais acreditavam que os luditas faziam parte de um movimento dos trabalhadores objetivando derrubar o governo. A repressão foi violenta. Em 1813, 17 operários foram enforcados. O Cartismo foi o primeiro movimento da classe operária, eclodindo na Inglaterra na década de 30 do século XIX. William Lovett fundou a Associação dos Trabalhadores com o objetivo de organizar a classe operária, buscando melhorias nas condições de vida. Em 1838, a Associação dos Trabalhadores publicou a Carta do Povo, fazendo as seguintes reivindicações: sufrágio universal e secreto; imunidade parlamentar; eleições anuais e igualdade dos distritos eleitorais. Por duas vezes o Parlamento Britânico negou-se a aprovar as reivindicações dos trabalhadores. Houve repressão. Não obstante o fracasso, o movimento cartista mostrou aos trabalhadores que o caminho era a organização. Os trabalhadores passaram a ter mais força. A partir daí, por pressão da classe trabalhadora, pela ação do Estado e até por iniciativa de patrões esclarecidos (Robert Owen e Titus Salt, por exemplo), a situação começou a melhorar. Eis algumas dessas mudanças:
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(BRESCIANI, Maria Stella. Londres e Paris no século XIX, 1982. P. 81)
Tendo presente essas considerações, é correto afirmar que: a)As multidões da sociedade industrial, fenômeno social do século XIX, são motivos de permanente preocupação, em vista de sua crescente expansão e concentração; b)As tensões da sociedade daquele século são marcadas basicamente pelos propósitos burgueses de imposições da concepção capitalista de trabalho; c)Reagindo contra suas condições miseráveis, os trabalhadores ingleses passam a destruir as máquinas (ludismo) e, depois, a se organizar em torno do movimento cartista; d)Opondo-se também ao liberalismo econômico, os socialistas utópicos (R. Owen e C. Fourier) e os científicos (K. Marx e F. Engels) combatem a exploração do trabalho assalariado e a crescente concentração de renda.
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HISTÓRIA
AULA 07 :O IMPERIALISMO E A 1ª GRANDE GUERRA MUNDIAL
esses quadros estão subordinados a uma autoridade européia presente; c)áreas de colonização propriamente dita, ou locais dominados com maior intensidade: nestas áreas se faz uma dominação militar, política e econômica e os quadros dirigentes são essencialmente europeus; d)áreas de influência: onde são mantidos os dirigentes locais, mas, através de tratados e acordos, as metrópoles se apoderam de grandes vantagens econômicas e judiciárias. Os europeus aí residentes não ficam sujeitos às leis do país e sim às da metrópole europeia. A china era o alvo mais cobiçado, sendo repartida (break-up) em áreas de influência de várias nações, inclusive de uma nação asiática, o Japão, que após a Revolução Meiji, iniciara um processo de industrialização. Os chineses não aceitaram passivamente o domínio. Expressão disto são as várias rebeliões, principalmente a de Taiping (1851 – 1864) e a dos Boxers (1900 – 1901), a primeira de caráter nitidamente camponês e a segunda voltada essencialmente contra o domínio econômico e cultural estrangeiro. A índia é a grande colônia inglesa na Ásia, já que lhe fornecia cerca de 10% do seu produto nacional bruto. Os indianos também resistiram, como mostra a Revolta dos Cipaios (1857 – 1858), onde príncipes, soldados e artesãos arruinados tentaram destruir o domínio inglês, sem sucesso. Na África Mediterrânea, ou do Norte, os conflitos maiores ficarão por conta das rivalidades franco-britânicas sobre o Egito, que culminou com o estabelecimento do protetorado inglês. Com relação ao Marrocos, a disputa envolveu principalmente a Alemanha e a França, dando origem a numerosas crises. Na África Negra, ou Sul-Saariana, as disputas foram mais acirradas, em virtude da presença e interesses de outras potências. O mapa mostra isso claramente. Na África do Sul, a presença maior é a de ingleses e portugueses, estes já de longa data. Os ingleses dominaram a região do Cabo e de Natal. Em seguida, tiveram problemas com os BÔERS, que habitavam o Transvaal e Orange. Os bôers eram africanos descendentes de holandeses, que tentavam impedir que os ingleses explorassem o ouro e os diamantes em Orange. A Guerra dos Bôers (1899 – 1902) determinou a vitória inglesa, formando-se a União Sul-Africana.
No final do século XIX e início do XX, os países capitalistas desenvolvidos conseguiram dominar praticamente o mundo todo. É o fenômeno conhecido tradicionalmente como “novo imperialismo”, pois, em suas motivações e características diferenciou-se bastante daquele levado a efeito no período de transição do Feudalismo ao Capitalismo. Para melhor compreender o imperialismo do século XIX, é necessário entender as transformações que se operavam no próprio sistema capitalista, inclusive suas crises periódicas, uma das quais, na década de 1870, abalou profundamente os países desenvolvidos. Ocorre, na segunda metade do século XIX, o que os economistas denominam de surgimento da tendência monopolista do Capitalismo. O que caracteriza essencialmente a nova dinâmica do sistema capitalista é a concentração de capital, o que significa dizer que as pequenas e médias empresas cedem lugar às grandes, fato que ocorreu tanto a nível das indústrias quanto dos bancos. As necessidades cada vez mais prementes de capitais por parte das empresas industriais levou-as a uma associação cada vez maior com os bancos, caracterizando o que se convencionou chamar de “capitalismo financeiro”. A integração de empresas, outro fenômeno típico da época, podia assumir duas formas: integração vertical, quando um grupo de empresas domina o processo produtivo em todas as suas fases, desde a produção de matérias-primas até à comercialização; integração horizontal, quando se domina apenas um setor da produção. Destacam-se, a partir dessa época, as empresas que ficaram conhecidas como trustes (uma empresa absorve outras, suas concorrentes); os cartéis (acordo entre empresas do mesmo ramo, visando estabelecer controle de mercados ou cotas de produção), holdings (empresa possuidora de capital, com o qual controla diversas outras, apesar de manter-se a autonomia de cada uma delas). A partir do momento em que estas empresas se consolidam e se expandem, geram, evidentemente, um excedente de capitais propiciado pelas altas taxas de lucro auferidas por elas. A década de 1870, como já foi referido, é um momento de crise. Trata-se, talvez, da primeira grande depressão vivida pelo mundo capitalista. Ora, a coincidência entre a existência de excedentes de capitais e crise determina, para as empresas, a impossibilidade de reinvestimento na própria produção. Torna-se necessário, portanto, exportar capitais, isto é, encontrar áreas extraeuropéias onde se pudesse investir os capitais excedentes. Além disso, a retratação dos mercados europeus praticamente impulsionou as empresas a encontrarem mercados consumidores fora da Europa. Estas duas motivações, de ordem econômica, são as principais explicações para o fenômeno do Imperialismo no século passado. Outros fatores que podem ser apontados como razões do Imperialismo: a)A necessidade de controlar as regiões produtoras de matériasprimas essenciais para a indústria capitalista; b)A necessidade de dirigir excedentes populacionais, normalmente de origem rural, para outras áreas não-europeias; c)A conquista de pontos estratégicos para a defesa de colônias já existentes ou da própria metrópole; d)A necessidade de dominar áreas, talvez sem maior importância econômica, evitando assim que outras nações o fizessem. A atividade imperialista foi, ainda, justificada, na época, através de teorias e conceitos que escondiam um caráter bastante racista dos europeus: tratava-se, segundo tais justificativas, de levar a “povos atrasados”, os benefícios da “civilização superior”. Dentro dessa perspectiva, o Imperialismo aparecia como a realização de nobres ideais morais, religiosos, humanitários. A organização das áreas conquistadas variou sensivelmente. Os especialistas normalmente dividem as áreas coloniais, pelo critério organizacional, nos seguintes tipos: a)áreas de domínio econômico, ou de “imperialismo informal”: trata-se, essencialmente, dos países da América Latina, já “independentes” e controlados apenas do ponto de vista econômico; b)áreas de protetorado: a colônia é tratada como se fosse um aliado, mantendo-se seus quadros dirigentes, mas na realidade,
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Na América, ao lado do “imperialismo informal” ou “dominação dissimulada” dos europeus, o que mais se destaca é o início do imperialismo norte-americano. Após a Guerra de Secessão (1861 – 1865) e a rápida industrialização, os Estados Unidos também se lançam à corrida imperialista, cuja região mais significativa foi o Caribe, a América central e o Oceano Pacífico. Os Estados Unidos dominaram o Hawai e as Filipinas adquiriram o Alaska à Russia, estabeleceram sua hegemonia sobre Cuba, além de interferirem por diversas vezes na América Central e do Sul. Na América Central estabeleceram uma base privilegiada no Panamá, onde constroem o canal que liga o Atlântico ao Pacífico. A própria “independência” do Panamá já contara com os benefícios norte-americanos. A Nicarágua, a República Dominicana, o México, a Venezuela, todos eles conheceram intervenções americanas, justificadas pela doutrina do BIG STICK (porrete) do presidente Roosevelt. No entanto, foi no governo Taft que a justificativa real do imperialismo foi desmascarada, pois a “diplomacia do dólar” afirmava categoricamente o direito da nação americana intervir “para assegurar a nossas mercadorias e a nossos capitalistas facilidades para investimentos lucrativos”. Foi extraordinária a violência que se abateu sobre as áreas colonizadas, notadamente a África e a Ásia. Trabalho compulsório, recrutamentos, dizimação de populações, torturas, mutilações, incentivo às rivalidades étnicas, proteção a determinados elementos nativos em detrimento da maioria (cooptação de liderança), ao lado da imposição dos valores europeus sobre os tribais foram uma constante no relacionamento colonizador-colonizado. Acima de tudo, o racismo, que atingiu seu ponto mais elevado na África do Sul, com a política de segregação (Apartheid). Outro ponto de destaque é o conflito entre países colonizadores. Tais conflitos, evoluindo constantemente, desdobraram-se em rivalidades, ressentimentos, formação de blocos de alianças contrárias, gerando um clima bastante propício a uma luta de maiores proporções. Mas, apesar dessas rivalidades internas, a Europa chegava, no princípio do século XX, a uma posição de destaque no cenário mundial. Sua hegemonia se fazia sentir, ainda que a ascensão dos Estados Unidos e do Japão pudessem fazer-lhe alguma sombra. Indiscutivelmente, a Europa era a senhora do mundo e a Inglaterra a maior potência do planeta.
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HISTÓRIA
A I GUERRA MUNDIAL (1914 – 1918)
Império. Em fevereiro de 1917, deu-se o primeiro passo para o fim do Império: a Revolução Burguesa, Menchevique, liderada por Kerensky. Em outubro, após a vitória dos bolcheviques, liderada por Lênin, o novo governo russo desenvolveu manobras para a saída da guerra, de forma que, em março de 1918, através do Tratado Brest-Litovsk, a Rússia saiu da guerra, beneficiando a Alemanha.
O sistema de Alianças As rivalidades econômicas, crescentes entre as nações, levaram-nas a alinhamentos que garantissem a proteção de seus interesses. Assim, no início do século XX, uma política de alianças deixavam claras as rivalidades entre as potências. a)A Tríplice Aliança: Alemanha, Itália e Império Austro-Húngaro. b)A Tríplice Entende: França, Rússia e Inglaterra. Na Tríplice Aliança, vemos uma clara unificação do pensamento de época: o “Nacionalismo”, no qual o Pangermanismo alemão ditava as ordens. Na Tríplice Entente, encontramos não só o Entendimento, como o próprio nome diz, mas também os acordos oportunistas entre França e Inglaterra. Aqui também o pan-eslavismo russo seria um fator de confronto com o pangermanismo. As potências europeias ainda visavam a uma possível desagregação do Império Turco-Otomano, cujo território era rico em petróleo, fonte de energia fundamental para as potências ocidentais, e era foco de interesse das duas alianças. As causas a)O assassinato do Arquiduque A região dos Balcãs era especialmente explosiva. Ali confrontavam-se interesses do Império Austro-Húngaro, que pretendia anexar a Sérvia; os interesses do Império Turco, pois lá existia uma população de cultura muçulmana, colocada desde o século XVI; e os interesses do Império Russo, que, pela doutrina do pan-eslavismo, queria garantir a autonomia dos sérvios. No implemento da política de anexação da Sérvia, o Arquiduque da Áustria visitava Sarajevo em junho 1914. O herdeiro do trono austro-húngaro Francisco Ferdinando foi assassinado pelo movimento secreto nacionalista da Sérvia, conhecido como Mão Negra, em plena Sarajevo, capital da Bósnia. A autoria do assassinato proveio de um estudante, Gravilo Princip, que acreditava, com isso, eliminar as chances de uma subordinação da Sérvia ao Império Austro-Húngaro (este se chamaria Império Austro-Húngaro-Eslavo). b)Os ataques O governo austríaco exigiu a presença de seus policiais nas investigações do crime, o que não foi aceito pela Sérvia, com o apoio do Império Russo. Quando o Império Austríaco invadiu a Sérvia em 28/07/1914, a Rússia, aliada da Sérvia, declarou guerra aos Austríacos. Os acordos dos Impérios Austríacos e Alemão levaram os alemães a declararem guerra aos russos e, por força dos compromissos da Tríplice Entente, a França, aliada do Império Russo, declarou guerra aos alemães. E, 03/08/1814, após os alemãs terem invadido a Bélgica, os ingleses declaram guerra ao 2º Reich Alemão. As Etapas do Conflito a)A guerra de Trincheiras (1914 – 1916) Os primeiros momentos da guerra foram marcados por movimentos de ataque tanto de franceses como de alemães. A principal batalha desse período foi a Batalha de Maine, vencida pelos franceses (10/08/1914). Embora todos julgassem que a guerra seria de curta duração, possivelmente quatro semanas, ela caminhou para uma imobilização, tornando-se uma Guerra de Trincheiras. A luta nas trincheiras era desgastante e previa a eliminação pelo cansaço físico e mental da linha inimiga. O terror psicológico, colocado da frente das tropas, e a utilização cada vez maior de uma tecnologia avançada: metralhadoras, tanques, aviões e bombas químicas mostravam até aonde poderia chegar esse novo tipo de conflito, a chamada Guerra Mundial. Não só na terra e no ar havia combates. Os conflitos no mar do Norte entre alemães e ingleses demonstravam a utilização de uma poderosa indústria tecnológica marinha: os grandes encouraçados e a vedete da batalha no mar, o submarino. A morte assinava o ponto todos os dias da guerra. Duas batalhas comprovam isso: a Batalha do Somme (1 1000 000 mortos) e a Batalha de Verdum (600 000 mortos). b)A entrada dos EUA na Guerra e A saída da Rússia (1917) Embora também fosse uma nação imperialista, os Estados Unidos da América estavam mantendo uma política isolacionista quanto ao conflito. Entretanto os EUA haviam dirigido muito capital, dinheiro emprestado à Entente, que absorvia grande parte da produção americana (3/5), e tornara-se seu maior cliente. Temendo uma derrota dos seus devedorea, a poderosa indústria norte-americana lançou-se contra a Alemanha, enviando tropas que chegavam descansadas para combater o inimigo eminentemente derrotado. Na parte oriental do conflito, o Império Russo enfrentava problemas internos que afetavam o comportamento das tropas na frente de batalha. A Rússia nunca esteve preparada para lutar em um conflito marcado pela modernidade. Possuía uma indústria fraca e exército despreparado, uma sociedade desconfiada e princípios de revoltas em vários pontos do
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c)O Fim da Guerra (1918) Em janeiro de 1918, o presidente dos EUA, Woodrow Wilson, apresentava o programa batizado de “24 pontos”, que propunha a paz (Paz de Versailles), sem vencedores, anexações ou indenizações. A participação americana, com o fornecimento de novas e abundantes armas, forçou a rendição das Potências Centrais (Áustria, Hungria). A saída das nações beligerantes isolava a Guerra Mundial na Alemanha. Várias rebeliões e greves gerais levaram o Kaiser Guilherme II a abdicar. A Alemanha deixaria de ser um Império para ser uma República (11/11/1918). A República Alemã, batizada de Weimar, local da instauração, não significava o fim de uma nação bélica, como pensavam os seus algozes, mas o início de um processo que só terminaria em 1945.
EXERCÍCIOS 1)(UM –SP) Pela primeira vez na história, o mundo encontrava-se inteiramente partilhado, direta ou indiretamente, submisso às grandes potências europeias e aos Estados Unidos da América. Em 1905, estavam conquistados 90% da África, 56% da Ásia, 100% da Austrália, 27% da América e 90% da Polinésia. Essa situação terminaria por provocar: a)O avanço cultural dos povos conquistados, beneficiados pela civilização européia, dando o seu caráter antiimperialista. b)O choque de imperialismo entre grandes potências, resultando na Primeira Guerra Mundial. c)A preservação de identidades culturais e fronteiras étnicas dos povos submetidos. d)O prejuízo da burguesia metropolitana que financiava essa expansão e)A redução dos salários dos trabalhadores europeus em concorrência com a mão-de-obra cara nas áreas recém-dominadas. 2)(UFES) Às vésperas da Primeira Grande Guerra Mundial, Churchill referia-se aos Bálcãs como o “estômago do mundo”, em função do grande número de focos de atrito ali existentes. Um desses focos era uma região até então dominada pelo Império Otomano, mas que, a partir da segunda metade do século XIX, passou a ser pretendida pela Sérvia e pelo Império Austro-Húngaro. Essa região era: a)A Albânia d)A Trácia b)A Macedônia e)A Bósnia-Herzegovina c)A Transilvânia 3)Dentre as consequências da Primeira Guerra Mundial, uma das mais importantes foi sem dúvida: a)A vitória dos movimentos nacionalistas anticoloniais. b)O declínio relativo da Europa capitalista no contexto mundial. c)As grandes mudanças ocorridas na distribuição da população mundial. d)A inflação e a depressão verificadas em todos os países capitalistas. e)O fim dos impérios coloniais e o consequente aparecimento de novas nações. 4)Do ponto de vista colonial, a Primeira Guerra Mundial assinalou, acima de tudo: a)O respeito ao princípio de autodeterminação dos povos. b)O triunfo do Nacionalismo dos povos árabes. c)O declínio da França e da Grã-Bretanha como potências coloniais. d)O fim dos Impérios Coloniais e)A distribuição entre os vencedores dos territórios coloniais dos vencidos.
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HISTÓRIA
AULA 08: REGIMES FACILISTAS O FASCISMO:
O nacionalismo ficou exaltado na Itália após a grande guerra, porque o país não havia conseguido obter as possessões ambicionadas, como a Dalmácia, que permaneceu ligada à Iugoslávia. Havia perdido 700 000 pessoas e a região de Veneza devastada. A situação piorava gradativamente. Problemas como superpopulação e atraso econômico acumulavam-se devido à ausência de soluções imediatas. Emissão de moeda e empréstimos externos, para financiar os esforços militares e industriais, trouxeram o endividamento e a inflação. A crise abalou até os mais fortes. O desempenho atingiu níveis perigosos com a diminuição do fluxo emigratório, controlado durante a guerra. A crise social ganhava aspectos revolucionários. Depois de 1919, o número de greves cresceu e houve desordens, com pilhagens de lojas pelas massas esfomeadas. No ano seguinte, mais de 600 000 metalúrgicos ocuparam fábricas e tentaram dirigi-las, mas falharam por falta de crédito bancário. Os camponeses se rebelavam por toda parte. Na Sicília e na planície do Rio Pó, invadiram terras desocupadas, assegurados por uma lei de 1919. Eles também exigiam a divisão dos latifúndios. O milhão de grevistas de 1919 transformou-se em 2 milhões, em 1920. As forças políticas dominantes não conseguiram resolver a crise. A burguesia, apoiada por ex-combatentes e liderada pelo poeta Gabriele D’Annunzio, exigia renovação das classes dirigentes. Os católicos, que tinham força eleitoral, agiam no seio dos monarquistas e conservadores. Mas, em 1919, o padre siciliano Luigi Sturzo, movido por ideais de reformas sociais, fundou o Partido Popular e recrutou seguidores dentre camponeses e operários. Os Socialistas, pouco numerosos antes de 1914, passaram a dominar a Confederação Geral dos Trabalhadores da Itália (CGLI), com mais de 2 milhões de filiados em 1920, e a Federação dos Trabalhadores da Terra. Vitoriosos das eleições legislativas de 1919, os católicos populares e socialistas não conseguiram realizar as reformas necessárias.
O SEGUNDO REICH Desde a unificação, em 1871, aristocratas prussianos passaram a construir as classes dirigentes alemães. Grandes proprietários, conservadores, protestantes tinham se beneficiado com a alta de preços dos cereais no fim do século XIX. Eram os junkers. A eles se somavam os grandes empresários, favorecidos especialmente pela política de conquista de novos mercados mundiais, desenvolvida por Guilherme II. A elite militar, adepta do pangermanismo, dependia de uma sólida base industrial. A economia de guerra havia estabelecido laços entre Estado e a grande indústria. O PARTIDO NAZISTA Hitler pôs sua habilidade com a oratória a serviço do grupo e contribuiu para a mudança de nome para Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães – Nazi (abreviado do alemão Nationalsozialist). O símbolo era a bandeira vermelha com a cruz gamada. Possuía um jornalzinho. O capitão Roehm incorporou uma organização paramilitar, as SA, encarregadas de perturbar as reuniões dos adversários. O confuso programa denunciava judeus, marxistas e estrangeiros; prometia trabalho e a suspensão das regras ditadas em Versailles. Em 1921, aos 33 anos de idade, Hitler tornou-se chefe do partido, que tinha apenas 3 000 filiados. Depois de fracassar na tentativa de golpe, em Munique (1923), Hitler foi condenado a cinco anos de prisão. Cumpriu oito meses, tempo que ele aproveitou para escrever a primeira a primeira parte de seu livro Mein Kampf (Minha Luta). Inspirando-se no fascismo e no bolchevismo, reorganizou seu partido, dando-lhe mais eficiência e disciplina, dotando-o de estruturas administrativas e hierárquicas regionais, de um jornal e de formações paramilitares: além das SA, as SS organizaram a juventude hitlerista e traíram sindicatos, associações de médicos, professores, juristas, funcionários e outros profissionais.
O PARTIDO FASCISTA A exemplo da Revolução Russa, a agitação da Alemanha e o alastramento da crise na Itália assustaram a burguesia liberal e conservadora. Esta se apoiou num grupo político reduzido, mas bem organizado e disposto a acabar com a ameaça revolucionária pela força: os Fascistas. O Partido Fascista se converteria em porta-voz e aglutinador dos grupos heterogêneos de direita, que se opunham ao movimento democrático burguês, ao mesmo tempo em que ofereciam garantias contra o Perigo Bolchevista. Em Milão, em março de 1919, Mussolini fundou o primeiro grupo daquele que viria a ser o Partido Fascista Italiano. Os seguidores tinham tendências variadas: nacionalistas extremados, anarcosindicalistas e, sobretudo, ex-combatentes desocupados, apoiados e financiados por industriais. Foram fragorosamente derrotados nas eleições, as mesmas que deram vitória aos populares e socialistas. Mussolini então organizou o partido em moldes militares, com milícias e grupos civis armados, rigidamente disciplinados. Essas formações paramilitares eram formadas pelos Esquadristas, vestidos com camisas negras, como símbolo de luto pela Itália, cegamente obediente ao Duce.
A DOUTRINA NAZISTA A ideologia nazista incorporou velhos princípios, com significado novo. Subsídios importantes foram fornecidos por escritores e pensadores: o anti-semitismo, de teorias racistas de Gobineau, Chamberlain e Wagner; o pangermanismo, de Wagner; o neopaganismo, de Rosemberg; o Estado Forte e a regeneração nacional, de Spengler; a idéia do Terceiro Reich, de Van der Bruck; e o nacionalismo exaltado, de Jüger e Von Solomon. O programa do Partido Trabalhista (1920) e os textos de Hitler sintetizam sua proposta ideológica:
1.Racismo: ponto fundamental do nazismo, segundo o qual o povo alemão pertencia a uma raça ariana superior. Sua missão seria dominar o mundo sem se contaminar por raças ou elementos “inferiores”: franco-maçonaria, líberalismo, marxismo, Igreja Católica e os judeus, cujo espírito liberal os transformava no principal elemento de dissoluções da “pureza da raça”. 2.Totalitarismo: trata-se de um sistema baseado no racismo, através do qual o indivíduo pertencia ao Estado: seria um instrumento da comunidade racial. Assim, o Estado não poderia ser liberal nem parlamentar, pois não poderia de dividir em função de interesses pessoais. Como o fascismo, o nazismo era antiparlamentar, antiliberal e antidemocrático. Da mesma forma, deveria ter um único chefe, o Führer. Ele simbolizaria a Alemanha e teria toda a responsabilidade das decisões, embora pudesse submetê-las a plebiscitos. Esses princípios podiam ser resumidos assim: um povo (Volk), um império (Reich) e um chefe (Führer).
A DOUTRINA Mussolini se definia como reacionário, antiparlamentarista, antidemocrático, antiliberal e antissocialista. A doutrina fascista tinha aspectos originais, cujos princípios básicos eram: Estado Totalitário assentado sobre a força da massa, encarnada na mística do chefe; Existência do indivíduo apenas como fração do Estado, em cuja grandeza devia encontrar sua própria exaltação; Extinção da luta de classes sob o arbítrio de Estado, que promoveria a solidariedade entre patrões e empregados, visando à maior produtividade;
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Busca da grandeza italiana, num constante apelo ao passado, com exaltação da importância da guerra na formação das pessoas; Identificação entre Estado, Chefe de Estado e Partido Fascista. ALEMANHA A CAMINHO DO NAZISMO
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EXERCÍCIOS PROPOSTOS
3.Antimarxismo e Anticapitalismo: são desdobramentos dos princípios fundamentais. O marxismo era produto do pensamento judaico (Karl Marx) e propunha a luta de classes; o capitalismo seria danoso ao agravar as desigualdades e atentar contra a unidade do Estado. Hitler passou a distinguir o capital nacional, útil à comunidade, do capital internacional, impregnado de judaísmo.
1)O ESTADO FASCISTA, DEFINIDO COMO UM TIPO DE Estado capitalista de exceção, surgiu na Europa do período de entre guerras, em consequência de diversos fatores, alguns de natureza geral, outros específicos de determinados países, podendo-se citar a título de exemplo: 1.A crise das instituições políticas liberais em consequência da Grande Guerra e da radicalização ideológica que se lhe seguiu; 2.A derrota da Alemanha e da Itália, ponto de partida nesses países para o desenvolvimento de um forte nacionalismo revanchista; 3.A eclosão da Revolução Russa e a política francamente favorável à propagação revolucionária adotada pelo governo bolchevista; 4.As condições históricas, socioeconômicas sobretudo, em que se deu o processo de unificação política e de desenvolvimento capitalista em países como a Alemanha e a Itália; 5.O aparecimento de líderes como Benito Mussolini e Adolf Hitler, capazes de, através de uma nova ideologia, articular o Socialismo e o Nacionalismo. Assinale: a)Se apenas as afirmativas 1 e 2 estiverem certas. b)Se apenas as afirmativas 1 e 4 estiverem certas c)Se apenas as afirmativas 2 e 5 estiverem certas d)Se apenas as afirmativas 3 e 5 estiverem certas e)Se apenas as afirmativas 3 e 4 estiverem certas
4.Unipartidarismo: é decorrência do conjunto. Hitler pregava que a nova ordem seria atingida nos quadros de um Estado totalitário, fundado sobre o fanatismo nacional e o fervor racista; a vanguarda seria o Partido Nacional – Socialista, partido único, hierarquizado e dirigido segundo o princípio da chefia absoluta. O chefe supremo era ele, Hitler, cujo suplente, Rudolf Hess, foi substituído, em 1941, por Martin Bormann. As forças paramilitares das Waffen SS, comandadas por Himmler, chegaram a ter 500 000 homens: eram tropas de elite, ligadas ao exército. Himmler assumiu o controle da polícia política : a Gestapo. 5.Nacionalismo Reivindicativo: para o nazismo, era preciso destruir as “humilhações” do Tratado de Versailles e integrar as comunidades germânicas da Europa (Áustria, Sudetos, Dantzig). Em suma, conquistar para a Alemanha, na Polônia e na Ucrânia, um espaço vital, o que implicava em ajustar contas primeiro com os franceses, aliados dos eslavos.
2)O fascismo, que surgiu na Europa após a Primeira Guerra Mundial, apresentava-se como a solução para a crise da sociedade liberal através das seguintes propostas e argumentos, com exceção de: a)Uma nova organização das relações sociais, combinando elementos capitalistas aos socialistas, pretendendo então, através do que chamavam uma 3ª solução, a eliminação do conflito entre as propostas radicalizadas em torno da defesa da propriedade privada, ou da socialização dos meios de produção. b)Defesa dos interesses dos grandes empresários capitalistas, que procuravam explicar as dificuldades econômicas e sociais como decorrentes da falência do padrão-ouro e do não pagamento das reparações de guerra devidas pela Alemanha. c)Programas partidários que privilegiavam as reivindicações das chamadas classes médias, que se apresentavam na época como os segmentos sociais mais prejudicados e, consequentemente, mais ativos na crítica ao status quo. d)Uma política externa expansionista e agressiva, expressão das aspirações das “nações proletárias” – Alemanha e Itália – da qual resultaria uma divisão mais homogênea dos espaços coloniais, condição para o restabelecimento do equilíbrio entre as grandes potências imperialistas. e)Uma nova articulação do poder político que fortalecesse os segmentos básicos da sociedade capitalista – empresários e operários – através da organização de corporações.
O TERCEIRO REICH Hitler suprimiu o Estado federalista. Os estados-membros receberam chefes por ele indicados. Dissolveu a Assembléia do Reino. O país adotou a bandeira do Partido Nazista, com a suástica. Os membros do partido ocuparam todos os cargos da administração, e a vida política reduziu-se a manifestações anuais do nazismo: os congressos realizados em Nuremberg. O Parlamento nazista reunia-se conforme a vontade de Hitler de ser aclamado A QUESTÃO JUDAICA Os judeus, duramente perseguidos, foram excluídos da administração, ensino, jornalismo, atividades artísticas e literárias. Passaram à condição de súditos: perderam os direitos civis, o acesso a lugares públicos. O casamento de um “ariano” com judeu passou a ser punido como crime de profanação racial. A partir de 1938, a violência cresceu: espancamentos, destruição de sinagogas e casas, uso de sinais identificadores e proibição de deixar o país. Mesmo assim, Albert Einstein, Thomas Mann e muitos outros conseguiram fugir. Milhares de obras foram excluídas dos museus ou destruídas, como arte degenerada: assim eram considerados o abstracionismo, o impressionismo, o cubismo.
3)O triunfo do nazismo, em 1933, na Alemanha deveu-se ao: a)Anti-semitismo. b)Espírito alemão c)Anseio de estabilidade e segurança por parte dos setores médios da população alemã. d)Descontentamento do povo alemão com o tratado de Versailles. e)Incêndio do reichstag.
4)Em relação ao surgimento e à implantação do fascismo na Itália e na Alemanha, no período entre-guerras, é certo afirmar que: a) O modelo econômico fascista procurou sanear as estruturas capitalistas, abaladas pela crise de 1929, através do intervencionismo e da regulamentação estatal. b) A Itália fascista conseguiu implantar uma área de influência política, na Europa Oriental, no período compreendido entre as duas guerras mundiais. c) Tanto a ascenção do Partido Fascista, na Itália, quanto a do Partido Nacional-Socialista, na Alemanha, foram conseqüências diretas da Crise de 1929. d) Tanto na Itália quanto na Alemanha, o processo de ascensão dos partidos fascista e nacional-socialista foi favorecido pelo apoio dos partidos políticos de esquerda. e) A conquista do poder do poder pelos líderes fascistas Benito Mussolini e Adolf Hitler só se tornou possível após o desmantelamento dos sistemas constitucionais vigentes na Itália
Hitler e ao fundo a Bandeira que representava o Nazismo com a Suástica.
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HISTÓRIA