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AULA 09 :A IDADE MÉDIA A Idade Média é o período compreendido entre os séculos V e XV. Normalmente, costuma-se chamar de Alta Idade Média à fase correspondente aos séculos V e XI e de Baixa Idade Média ao período que se estende do século XI ao século XV. Na Europa ocidental, a Alta Idade Média caracterizou-se pela crise do escravismo romano, que colidiu com as comunidades germânicas em desagregação e originou o feudalismo. Ou seja, a colisão catastrófica de dois modos de produção em dissolução, o primitivo e o antigo, resultou na ordem feudal. Por ter sido um período de estagnação econômica e atraso das forças produtivas, muitos chamaram a Idade Média de “Idade das Trevas”. Na verdade, a expressão justifica-se apenas em parte. Embora apresente um quadro de guerras incessantes, retração da economia, do desenvolvimento técnico e da vida urbana – além da ocorrência da catastrófica peste negra, que dizimou grande parte da população europeia no século XIV – a Idade Média conseguiu preservar, principalmente dentro dos mosteiros, a cultura e o pensamento greco-romano. No Oriente, o período correspondente à Alta Idade Média caracterizou-se pela formação do Império Bizantino, resultado da divisão do Império Romano, e pela expansão do islamismo. Durante os séculos IV e V o escravismo passou por uma profunda crise. A falta de mão-de-obra escrava gerou um grande aumento nos preços desse tipo de trabalhador, inviabilizando sua compra. A solução encontrada pelos grandes proprietários rurais romanos foi a gradual substituição da mão-de-obra escrava pelo meeiro (colonato), de onde o lavrador entregava uma parte de sua produção ao proprietário. Com a instituição do sistema de colonato, a força de trabalho deixou de ser uma mercadoria e a circulação monetária reduziu-se bastante, resultando no quase desaparecimento da moeda, na decadência do comércio e na estagnação econômica. As grandes propriedades romanas (as vilas), antes totalmente dependentes da estrutura escravocrata, tornaram-se cada vez mais autossuficientes. Devido ao caráter predominantemente especulativo de sua economia, a região ocidental do Império, que possuía Roma como centro, foi a mais atingida pela crise do escravismo, pois os romanos viviam da venda de escravos e da cobrança de tributos das regiões conquistadas. Essa situação criou desajustes na superestrutura, com crise administrativa e déficit público. Além disso, o cristianismo, ao tornarse religião oficial do Império, aumentou ainda mais o déficit público, pois o clero passou a ser sustentado pelo Estado. No auge do feudalismo, a sociedade europeia ocidental era essencialmente cristã: a Igreja era então a instituição mais poderosa. Judeus, muçulmanos e mesmo dissidentes cristãos – embora às vezes tolerados – eram marginalizados. Se havia algo que caracterizava a Idade Média, era a forte oscilação entre desespero e alegria, crueldade e ternura, pobreza e ostentação. A diferença entre os que possuíam riquezas e os que nada possuíam era muito aguda. O contraste entre sofrimento e alegria, intenso. Qualquer doença podia dizimar populações inteiras., enquanto os grandes senhores ostentavam sua riqueza e se deslocavam seguidos por vistosas escoltas armadas, provocando temores e invejas. Pouco era possível fazer como proteção diante das constantes calamidades. A distância entre saúde e doença era chocante. Os leprosos faziam soar seus guizos pelos campos, alertando de sua proximidade, e os mendigos exibiam nas igrejas e mosteiros suas enfermidades e desgraças. Sem muitos recursos, o inverno parecia ainda mais rigoroso e a escuridão das noites, mais profunda. Na sociedade feudal, cada pessoa tinha seu papel bem definido e rigidamente hierarquizado. Havia os que rezavam, os que guerreavam, os que trabalhavam. Em cada um desses níveis a sociedade tendia para a formação de grupos e de associações: eram as corporações de ofício nas cidades, as alianças entre os senhores feudais e as comunidades de aldeia. Raramente alguém agia apenas em seu próprio nome, mas sim no do grupo social ao qual pertencia.

Pirâmide Social do Feudalismo Os servos constituíam a principal mão-de-obra empregada nos feudos, e como fruto de sua condição deviam várias obrigações ao senhor feudal. Principais obrigações servis Corvéia Talha Mão-morta Capacitação Tostão de Pedro Formimariage Albergagem

Trabalho gratuito nas terras do senhor feudal Parte da produção servil entregue ao senhor feudal Pagamento feito pelos familiares do servo para continuarem utilizando a terra após sua morte Taxa paga por cada pessoa da família do servo Taxa paga à Igreja pela utilização do forno, dos moinhos, do armazéns, etc. Imposto pago quando o camponês se casa Obrigação de fornecer produtos e alojamento ao senhor e a sua comitiva quando viajam

DOCUMENTOA HOMENAGEM E A INVESTIDURA “Aos sete dois idos de abril, quinta-feira, as homenagens foram rendidas ao conde; e isto foi realizado segundo as formas determinadas para empresar fé e fidelidade na ordem seguinte. Em primeiro lugar, fizeram homenagem desta maneira: o conde perguntou ao futuro vassalo se queria tornar-se seu homem sem reservas, e este respondeu: “Eu o quero”; estando então suas mãos apertadas nas mãos do conde, eles se uniram por um beijo. Em segundo lugar, aquele que havia feito homenagem hipotecou sua fé no porta-voz do conde, nestes termos: “Eu prometo em minha fé ser fiel ao conde Guilherme e de lhe guardar contra todos inteiramente minha homenagem, de boa fé e sem engano”; em terceiro lugar, ele jurou isto sobre as relíquias dos santos. Em seguida, com o bastão que tinha à mão, o conde lhes deu a investidura, a eles todos que vinham de lhe fazer homenagem, de lhe prometer fidelidade e também de lhe prestar juramento.” PINSKY, Jaime. Modo de produção feudal. São Paulo: Global, 1982. V. 64.

As três ordens “A sociedade dos fiéis forma um só corpo, mas o Estado compreende três. Porque a outra lei, a lei humana, distingue duas outras classes: com efeito, nobres e servos não são regidos pelo mesmo estatuto. Duas personagens ocupam o primeiro lugar: uma é o rei; a outra, o imperador; é pelo seu governo que vemos assegurada a solidez do Estado. O resto dos nobres tem o privilégio de não suportar o constrangimento de nenhum poder, com a condição de se abster dos crimes reprimidos pela justiça real. São os guerreiros, protetores das igrejas; são os defensores do povo, dos grandes como dos pequenos, enfim, de todos, e asseguram ao mesmo tempo a sua própria segurança. A outra classe é a dos servos: esta raça infeliz apenas possui algo à custa do seu penar. Quem poderia, pelas bolas da tábua de calcular, fazer a conta dos cuidados que absorvem os servos, das suas longas caminhadas, dos seus duros trabalhos? Dinheiro, vestuário, alimentação, os servos fornecem tudo a toda a gente. Nem um só homem livre poderia subsistir sem os seus servos. A casa de Deus, que acreditam uma, está pois dividida em três: uns oram, outros combatem, outros, enfim, trabalham. Estas três partes que coexistem não suportam ser separadas; os serviços prestados por uma são a condição das obras das outras duas; cada um por sua vez encarrega-se de aliviar o conjunto. Por conseguinte, este triplo conjunto não deixa de ser um; e é assim que a lei pode triunfar, e o mundo gozar da paz.”

Feudo na Idade Média

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EXERCÍCIOS DE CASA

EXERCÍCIOS DE SALA 1)As corporações de ofício eram organizadas com o objetivo de: a)Defender os interesses dos artesãos diante dos patrões. b)Proporcionar formação profissional dos jovens fidalgos. c)Aplicar os princípios religiosos às atividades cotidianas. d)Combater os senhores feudais. e)Proteger os ofícios contra a concorrência e controlar a produção. 2)Na Baixa Idade Média, a formação de centros urbanos, o renascimento do comércio e o aparecimento de feiras e rotas tiveram sobre a estrutura feudal as seguintes conseqüências: a)Desenvolveram economia agrícola e as relações servis de produção. b)Acentuaram a descentralização política e aprofundaram as desigualdades sociais. c)Provocaram o declínio do modo de produção servil e o desenvolvimento do trabalho livre e da economia monetária. d)Consolidaram uma cultura teocêntrica e monopolizada pela Igreja. e)Levaram ao fracasso as tentativas de centralização do poder, empreendidas pela aliança reisburguesia. 3)Da afirmações seguintes, assinale aquela que não pode ser relacionada como fator do renascimento comercial europeu dos séculos XII e XIII. a)Desenvolvimento do artesanato urbano. b)Maior contato com os povos do oriente. c)Aumento das guerras internas, entre a nobreza feudal. d)Melhoria dos meios de transporte. 4)Sobre as transformações decorrentes do desenvolvimento do comércio da Idade Média, afirma-se que: 1)A circulação monetária, nas feiras e fora delas, foi simplificada pela unificação de padrões monetários emitidos pelos soberanos de países europeus.

1)A desintegração do Modo de Produção Feudal na Baixa Idade Média foi em grande parte, consequência: a)Do crescimento do prestígio da Igreja, que era o sustentáculo ideológico do sistema. b)Do sucesso militar do movimento das Cruzadas, e da bem sucedida expansão da sociedade feudal pelo Oriente. c)Das transformações das relações servis de produção em assalariadas, do comércio e da economia monetária, que aceleraram as contradições internas do sistema. d)Do crescimento da população europeia no século XIV e da grande oferta de mão-de-obra barata que este fato gerou economicamente. e)Da consolidação do localismo político, fruto direto da Guerra dos Cem Anos, que favoreceu a nobreza feudal.

Tripla é pois a casa de Deus, que se crê uma: embaixo uns rezam, outros combatem, outros ainda trabalham; os três grupos estão juntos e não suportam ser separados; de forma que sobre a função de uma repousam os trabalhos dos outros dois, todos por sua vez entreajudando-se. (DUBY, Georges. As três ordens ou o imaginário do feudalismo. Lisboa, editorial Estampa, 1982.)

2)Sobre a sociedade Feudal é(são) correta(s): I)Não havia distinção social pois a Igreja unia todos em torno de Deus. II)O individualismo eram marcante devido a intensa competição. III)O espírito de associação era uma de suas características. IV)A intensa mobilidade social era devido a liberdade concedida pela Igreja aos fiéis. Era rural, secular, otimista e teocêntrica. a)I e V.

b) III.

c) I e III.

d)II, IV e V.

3)O Feudalismo apresentava características, exceto: 2)A posição da Igreja em relação à cobrança de juros não constituiu entrave ao desenvolvimento do comércio, uma vez que toda e qualquer forma de lucro era considerada como um sinal da proteção divina. 3)Os burgueses constituíram um setor da sociedade ligado às atividades comerciais e industriais que procurava libertar as cidades dos laços de subordinação feudal.

a)Centralização b)Ruralismo c)Servidão d)Economia agrária.

Está(ão) correta(s) a(s) afirmativa(s). a)1

4)Trabalho gratuito realizado pelo servo na herdade do Senhorio:

b)2.

a)Talha

c) 3

b)Banalidades

d) 1 e 2

c)Mão-morta

e) 2 e 3

d)Investidura e)Corvéia.

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AULA 10: CULTURA MEDIEVAL LITERATURA Na literatura destacaram-se: a poesia épica, a lírica e o romance. A poesia épica glorificava as façanhas dos heroicos cavaleiros. Os temas centrais eram: o heroísmo, a horan e a lealdade. Os principais poemas épicos: Poema do Cid e a Canção de Rolando. Os trovadores provençais criaram poemas líricos, cujo personagem central era a mulher e tema, o amor. Não um amor sensual, mas um sentimento de êxtase, quase místico. A Poesia Lírica louvava a mulher e o amor. Os primeiros poemas líricos cantavam o amor erótico, os desejos sensuais. “Mas com a passagem do tempo, à medida em que o feudalismo se estratificava em polidas convenções, os amores que os fidalgos cantavam tornavam-se mais fictícios que reais, e a sua poesia, que no século XII era puramente sensual, no século XIII já se tornara espiritual.” (FREMANTLE, A., op. Cit., pág. 100). Sua primeiras manifestações ocorreram no Sul da França, de onde foram levadas a outras regiões pelos trovadores. Abrangia as cantigas de amor e os jogos enamorados. “Se bem-vinda, Meu amor; agora abraça-me e beija-me. E como tens passado Desde a tua partida? De saúde e bem disposta Estiveste sempre? Vem cá, Vem para junto de mim; senta-se e diz-me como passaste, bem ou não, Porque tudo isso quero eu que me contes.” (Diálogo de dois amantes, de Christine de Pissa, poetisa veneziana (1363-1431). Citado por HULZINGA, J., O Declínio da Idade Média, Editora Ulsséia, págs. 302 e 303).

O romance desenvolveu-se de várias formas. O de aventura refletia os ideais da aristocracia (fidelidade, bravura, etc.) Os principais foram Robin-Hood (herói-bandoleiro) e o ciclo da távola redonda. O romance idílico destacou o amor. É importante destacar uma coleção de canções latina, chamada Carmina Burana, reunida por um editor anônimo e atribuída a letrados dos séculos XII e XIII. Ela contém críticas e sátiras à ordem vigente, além de poesias amorosas de cunho sensual, bem como a exaltação dos prazeres da vida. FILOSOFIA Durante a alta idade média, o grande teólogo foi Santo Agostinho, responsável pela síntese entre a filosofia clássica (platônica) e a doutrina cristã. Santo Tomás de Aquino em sua maior obra, a suma teológica, que ficou inacabada, procurou reconciliar os escritos de Aristóteles (lógica) com os princípios da teologia cristã (fé). O cristianismo e a Igreja na Idade Média Nos primeiros tempos do Cristianismo os Cléricos e também os bispos eram eleitos pelos fiéis. A participação das mulheres foi enorme na difusão do Cristianismo. Após a queda do império romano, a única instituição poderosa e universal era a igreja, que passou a ter uma estrutura centralizada, autoritária e supranacional. Sacerdotes, arcebispos, bispos e párocos formavam o Clero secular, isto é, que vivia na sociedade. O clero regular era assim chamado porque subordinava a sua vida a uma regra e vivia em comunidades isoladas em seus mosteiros.

Mosteiro Medieval O conjunto de conventos que obedeciam à mesma regra denominava-se ordem.

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As regras elaboradas por São Bento (Bento de Núrsia) determinavam que os monges deviam prestar voto de pobreza, castidade e obediência. A heresia valdense pregava a penitência e o amor cristão. Criticava o luxo e era contra a pena de morte. Os cátaros originários da região de Albi, sul da França, ficaram conhecidos como albigenses. Para a maioria dos cátaros, Jesus era apenas um profeta, mas não o salvador. Os cátaros acreditavam na transmigração das almas, legitimava o suicídio e era contra o matrimônio. O arianismo, de grande importância histórica, pregado por Àrio, sacerdote de Alexandria; afirmava que Jesus Cristo, sendo criado por Deus-Pai, era um Deus inferior ao pai; o 1º Concílio de Nicéia (325), convocado pelo imperador Constantino, condenou o Arianismo e afirmou o dogma da igualdade entre o Pai e o Filho. O canto gregoriano, também conhecido como cantochão, é um canto litúrgico; é uma prece cantada, de louvor e de intercessão, integrada pela igreja às cerimônias de culto. Caracteriza-se pela uniformidade, serenidade e igualdade de duração dos sons. No séc. XI, desenvolveu-se a canção profana e aristocrática dos trovadores, cujas composições exaltavam o espírito cavalheiresco, o amor à mulher e o servir a Deus nas cruzadas. Verdadeiros poetas, músicas e cantores, os trovadores percorriam castelos, cidades e feiras recitando ou cantando suas melodias. Artes A Idade Média ignora a arte pela arte e é a utilidade que norteia as criações artísticas. O artista medieval tinha pouca liberdade para criar. A primeira função das artes na Idade Média era louvar a Deus; a segunda era usar momentos, objetos e imagens como mediadoras, favorecendo a comunicação com o outro mundo. Como terceira função a obra de arte era uma afirmação do poder; o poder de Deus, dos cléricos e dos ricos. O teatro foi uma das artes mais populares na Idade média e suas origens não se ligam ao teatro grego ou romano; encontram-se em cerimônias e crenças religiosas. A pintura romântica desenvolveu-se sobretudo nas grandes decorações murais pela técnica do afresco. Caracteriza-se pela deformação (interpretação mística que o artista fazia da realidade) e pelo colorismo (emprego de cores chapadas, pois não havia a menor intenção de imitar a natureza). Não poderíamos entender a escultura romântica sem levar em conta o edifício, sua sujeição à arquitetura. A escultura é talhada na mesma pedra que faz parte do edifício. O estilo gótico desenvolveu-se nos fins do século XII (Foram os arquitetos do século xv que num tom de desprezo chamaram a arte medieval de gótica, ou seja, de godos = bárbaros). “A arte das catedrais góticas em contraste com o romântico monástico e aristocrático é uma arte burguesa e urbana, pois os leigos assumiram uma participação crescente na construção de grandes catedrais, enquanto a influência dl clero declinava...” HAUSER, Arnold. História social da arte e da literatura. São Paulo: Martins Fontes, 2000, p. 203. São elementos básicos da arquitetura gótica: o arco ogival, a abóbada nervurada, de arestas e o arcobotante exterior. Os vitrais permitiam melhor iluminação. A decoração era quase toda exterior.

Toda cidade erguia uma catedral que aparecia aos olhos de todos como a fonte do poder eclesiástico. Era o símbolo de um sistema de ensino e de coerção que objetivava a unanimidade da fé e a subordinação daqueles que desejavam se salvar.” MOCELUN, Renato. Para compreender a história. São Paulo: Editora do Brasil, 2001. P; 230. Dois grandes estilos arquitetônicos apareceram então; o romântico e o gótico. O primeiro iniciou-se no século XI e teve sua época de maior desenvolvimento no século XII. Os traços principais eram o

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arco redondo, as paredes maciças, janelas pequenas, pilastras enormes e pesadas, predominância das linhas horizontais, interiores escuros, lembranças dos mosteiros, suas primeiras manifestações artísticas.

Universidade de Oxford Medicina, Direito e Teologia. As principais universidades foram as de: Paris, Bolonha, Oxford, Coimbra, etc. É bom não esquecer que o intelectual da Idade Média nasceu com as cidades,c Omo bem acentua o historiador Jacques Le Goff, Porém a vida do estudante não era nada fácil. “A vida dos estudantes era dura. Os livros, escritos à mão, eram poucos e caros. Raspavam o que tinham escrito no pergaminho para poder utilizá-lo após. Tinham que ter boa memória. O estudo era rigoroso. A disciplina, severa. Eram considerados bêbados, arruaceiros, vagabundos, de má conduta. Alguns, denominados “Golíardos”, andavam de universidade em universidade em busca do saber.” LEITURA COMPLEMENTAR O saber Medieval “Na Idade Média, o livro por excelência foi a Bíblia. Pode-se dizer que a quase totalidade do que se produziu em termos de reflexão e pensamento estava diretamente relacionado aos textos sagrados do cristianismo ou às suas interpretações. Das escolas monásticas às universidades, o essencial do sistema de ensino estava submetido ao rígido controle da Igreja, que, por sinal, manteve monopólio sobre a escrita até o século XII (...). Assim, reforçando os ensinamentos da religião, controlando as crenas e a moral das pessoas, dirigindo o sistema de ensino e o universo cultural, penetrando nas consciências através das confissões a Igreja estendeu um poder absoluto sobre todas as formas de saber.” MICELI, Paulo. O feudalismo. São Paulo; Atual, 1992. P. 27. EXERCÍCIOS PROPOSTOS 1)(ENEM) – Considere os textos abaixo: “(...) de modo particular, quero encorajar os crentes empenhados no campo da filosofia para que iluminem os diversos âmbitos da atividade humana, graças ao exercício de uma razão que se torna mais segura e perspicaz com o apoio que recebe da fé”. Papa João Paulo II. Carla Encíclica Fides e ET Ratio aos bispos da Igreja Católica sobre as relações entre fé e razão, 1998. “As verdades da razão natural não contradizem as verdades da fé cristã.” Santo Tomás de Aquino – pensador medieval Refletindo sobre os textos, pode-se concluir que: a)A encíclica papal está em contradição com o pensamento de Santo Tomás de Aquino, refletindo a diferença de épocas; b)A encíclica papal procura complementar Santo Tomás de Aquino, pois este colocava a razão natural acima da fé; c)A Igreja Medieval valoriza a razão mais do que a encíclica de João Paulo II; d)O pensamento teológico teve sua importância na Idade Média, mas, em nossos dias, não tem relação com o pensamento filosófico;

2)(PUCPR) – Sobre a cultura medieval, podemos afirmar: A Idade Média foi um período de expressiva produção cultural, embora os renascentistas a tivessem denominado de Idade das Trevas por combaterem a temática daquele período. Enquanto o Renascimento foi um movimento anticlerical e ante escolástico, a cultura medieval foi essencialmente religiosa e teocêntrica. Entre as obras literárias medievais, destacam-se a Canção de Rolando, Poema do Cid e a Canção de Nibelungos. O Romance da Rosa e a Divina Comédia são obras em que as características religiosas e teocêntricas mais se evidenciaram. Estão corretas: a)Apenas I e II. d)Apenas II e IV. b)Apenas II e III. e)Apenas I, III e IV. c)Apenas I, II e III. 3)(FUVEST-SP) “Se volveres a lembrança ao Gênese, entenderás que o homem retira da natureza o seu sustento e a sua felicidade. O usuário, ao contrário, nega a ambas, desprezando a natureza e o modo de vida que ela ensina, pois outros são no mundo seus ideais.” Dante Alighieri. A Divina Comédia, Inferno, canto XI, tradução de Hernáni Donato. Esta passagem do poeta florentino exprime: a)Uma visão já moderna da natureza, que aqui aparece sobreposta aos interesses do homem; b)Um ponto de vista já ultrapassado no seu tempo, posto que a usura era uma prática comum e não mais proibida; c)Uma nostalgia pela Antiguidade Greco-Romana, em que a prática da usura era severamente coibida; d)Uma concepção dominante na Baixa Idade Média, de condenação à prática da usura por ser contrária ao espírito cristão; e)Uma perspectiva original, uma vez que combina a prática da usura com a felicidade humana. 4)(FUVEST-SP) – Com relação à arte medieval, o Renascimento destaca-se pelas seguintes características: a)a perspectiva geométrica e a pintura a óleo; b)as vidas de santos e o afresco; c)a representação do nu e as iluminuras; d)as alegorias mitológicas e o mosaico; e)o retrato e o estilo romântico na arquitetura. 5) (UNICENP-PR) – Julgue as seguintes afirmações sobre as universidades medievais: I)As universidades são filhas do renascimento intelectual do século XII e da nova curiosidade originada pelos contatos que o Ocidente estabeleceu com os mundos muçulmano e bizantino. II)As universidades eram corporações de professores e alunos. III)As universidades eram completamente independentes do poder eclesiástico. IV)As universidades estavam divididas em quatro faculdades: Artes, Medicina, Direito e Teologia. a)Somente a afirmativa II é correta. b)Somente a afirmativa I é correta. c)Somente as afirmativas I e II são corretas. d)Somente as afirmativas I, II e IV são corretas. e)Todas as afirmativas são corretas. 6)(UNIMEP-SP) – A finalidade das universidades nos séculos XII e XIII aproxima-se daquelas das corporações de ofício que se caracterizam pela: a)Organização de mestres e aprendizes em defesa de seus interesses e instauração de um monopólio; b)Manutenção de um privilégio: o dos primogênitos; c)Subordinação e obediência às ordens monásticas medievais; d)As alternativas a, b e c estão corretas.

e)Tanto a encíclica papal como a frase de Santo Tomás de Aquino procuram conciliar os pensamentos sobre fé e razão.

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AULA 11 – A CRISE FEUDAL As cruzadas, aquelas expedições religiosas e militares que se dirigiram para o Oriente com o intuito de tirar a Terra Santa do controle muçulmano, geraram, também, condições de comércio entre a Europa e o Oriente pelo mar Mediterrâneo. Veneza e Gênova foram as principais beneficiadas, pois estabeleceram acordos comerciais com os muçulmanos, redistribuindo, na Europa, as especiarias das Índias. Simultaneamente os genoveses, através de Bizâncio, ligavam-se à rota da Seda. Além desses comércio mediterrâneo, a Europa Setentrional desenvolvia-se com o comércio de madeira, peixe, tecido de lã, cereais, etc., em todo o mar do Norte.

Feira de Flandres A região de Flandres tornou-se o mais importante entreposto entre os mares Báltico e Mediterrâneo. Todo esse movimento levou alguns nobres a estabelecerem suas próprias moedas, de forma que pudessem auferir vantagens sobre o que passava em suas terras. As relações entre a Europa Setentrional e a Meridional promoveram o estabelecimento de rotas terrestres e fluviais, seja para o escoamento da produção local, seja para a comercialização de artigos de luxo. Assim, nos entrepostos dessas rotas foram surgindo feiras, sempre com a proteção de algum senhor feudal. Essas feiras atingiram o seu apogeu entre os séculos XIII e XV e foram importantes para o desenvolvimento do setor bancário. As principais foram as da região de Champanha, responsáveis pela ligação entre a Flandres e Itália, bem como entre a França e o Sacro Império Romano Germânico. O crescimento e a intensificação do comércio levaram os grandes comerciantes a criarem associações para proteção deles contra assaltos e concorrências, ao mesmo tempo em que facilitavam as suas transações. Eram as guildas (associações de comerciantes de uma cidade) e as hansas (associações de várias cidades que se dedicavam ao comércio). A Hansa teutônica, também conhecida como Liga Hanseática, reunia as cidades do mar do Norte, controlando completamente as transações comerciais nos mares do Norte e Báltico. Crescimento das cidades Nas regiões de desenvolvimento comercial foi cada vez maior o crescimento das cidades. Durante a Alta Idade Média foi muito acentuado o declínio dos centros urbanos no Ocidente europeu. O que restou das múltiplas cidades do Império Romano do Ocidente foram pequenos aglomerados populacionais que eram sedes de bispados e mosteiros. Quando as condições de vida da Europa começaram a melhorar, a partir do século XI, os precários centros urbanos começaram a servir de mercado para os camponeses das suas respectivas regiões, que neles iam oferecer os seus excedentes de produção. A mesma coisa acontecia no interior dos castelos dos senhores feudais, os chamados burgos. Tanto as cidades ligadas aos religiosos como os castelos ofereciam segurança para as trocas, na medida em que eram protegidos por muralhas. O comércio rudimentar transformou-se em periódicas feiras realizadas muitas vezes no momento das festas da religião. Essa movimentação continua, provocada pelo comércio renascente, gerou nos antigos centros urbanos e castelos uma população fixa, constituída, num primeiro momento, por artesãos dos mais diversos ofícios, que ofereciam seus serviços à população que passava. Logo depois se desenvolveu uma atividade comercial permanente, e a população crescia, construindo habitações sempre nas proximidades das muralhas, que serviriam de proteção em caso de perigo. Com o crescimento, a periferia da cidade distanciava-se cada vez mais das muralhas originais, tomando-se necessária a construção de novas muralhas, financiadas por completas realizadas entre os habitantes do núcleo urbano.

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A atração das cidades fez aumentar a população urbana, levando os artesãos a tomarem iniciativas para garantir a proteção de seus ofícios. Assim, surgiram as Corporações de Ofício, que reuniam artesãos de uma mesma atividade, controlando o ingresso de novos artesãos, o valor de seus trabalhos, a qualidade da produção. Também cuidaram de criar uma caixa comum com o objetivo de proteger os órfãos,. As viúvas e os artesãos inválidos. Em uma Corporação de Ofício, havia uma hierarquia de funções: 1. Mestre de Ofício: dono da oficina, das ferramentas, da matéria-prima e, também, de tudo que era produzido em sua oficina; 2.

Oficiais ou Companheiros: eram os auxiliares do mestre os quais recebiam pelo trabalho efetuado. Esses oficiais, desde que autorizados pela Corporação, podiam montar sua própria oficina, tornando-se mestres;

3.

Aprendizes: eram jovens recebidos pelo mestre, estavam em fase de aprendizado, moravam na casa do mestre e não recebiam qualquer tipo de pagamento, até o mestre entender que eles já podiam tornar-se companheiros.

O século XII marcou o ápice da civilização medieval. No século XIV uma série de crises anunciaram o fim da Idade Média e o nascimento de uma nova era denominada Tempos Modernos. Entre os principais fatores que provocaram a crise do século XIV podemos mencionar: o fim da expansão europeia, a crise do comércio e da economia feudal e as grandes catástrofes. Qualquer seca, praga, geada ou chuva intensa que prejudicasse as colheitas levava ao agravamento uma situação que já era de escassez, com o desencadeamento de surtos de fome intensa. Foi o que aconteceu principalmente entre os anos de 1315 e 1317. A fome preparava o caminho para a peste, que era outra presença constante na sociedade medieval. A subnutrição predispunha a população europeia a grandes surtos epidêmicos, dos quais o maior foi a chamada peste negra, que grassou entre os anos de 1347 e 1350, dizimando quase um terço da população europeia, ou seja, vinte e cinco milhões de pessoas. A chamada “morte negra” foi, pelo que parece, um surto de peste bubônica proveniente da Ásia Menor e que, por meio de um navio veneziano, chegou à Itália, dali propagando-se para o resto da Europa. Simultaneamente à fome e `{a peste, a sociedade feudal do século XIV assistiu a um número interminável de guerras e revoltas. As guerras resultavam principalmente das disputas dos senhores feudais entre si pela posse de terras. No século XIV, o mais importante desses conflitos foi a Guerra dos Cem Anos, travada de 1337 a 1453 entre senhores feudais da França e da Inglaterra. Essas guerras enfraqueciam os grandes senhores, dando oportunidade a uma série de revoltas camponesas.

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ANOTAÇÕES

EXERCÍCIOS PROPOSTOS 1)Analise as proposições quanto às transformações da Europa Ocidental no decorrer da crise do feudalismo: I)A melhoria dos padrões técnicos, principalmente no cultivo da terra, e a procura de novas regiões para as atividades agrícolas. II)A crise de retração no desenvolvimento das forças produtivas durante o século XIV, ligada à diminuição da população. III)A decadência das atividades comerciais e da vida urbana, devido à escassez monetária e à condenação da usura feita pela Igreja. IV)A substituição da mão-de-obra assalariada pela servil. V)As revoltas camponesas, formas de protestos dos servos contra a opressão sobre eles exercida pela nobreza. 2)(Fatec-SP) Dentre as causas da desagregação da ordem econômica feudal, é possível mencionar: a)A capitalização intensa realizada pelos artesãos medievais e a criação de grandes unidades industriais que acabaram subvertendo a economia feudal. b)O desinteresse da nobreza e do clero pela manutenção do feudalismo, pois esses setores se beneficiariam com o advento da sociedade baseada no lucro. c)O surgimento das corporações de ofício e a substituição do “justo preço”, que restringia as possibilidades de lucro ao preço do mercado. d)O revivescimento do comércio e a conseqüente circulação monetária que abalaram a auto-suficiência da economia senhorial. e)A substituição gradativa do trabalho escravo pelo trabalho assalariado dentro do feudo, o que criou condições para a constituição de um sistema de mercado dentro da própria unidade feudal. 3)(Fuvest) As feiras da Idade Média constituíram-se em: a)Instrumentos de comércio local das cidades para o abastecimento cotidiano de seus habitantes. b)Áreas exclusivas de câmbio das diversas moedas europeias. c)Locais de comércio de amplitude continental que dinamizaram a economia da época. d)Locais fixos de comercialização da produção dos feudos. e)Instituições carolíngias para o renascimento do comércio abalado com as invasões no Mediterrâneo. 4)A crise do Séc. XIV foi marcada, exceto: a)Pela guerra dos cem anos. b)Pela peste negra. c)Pela grande fome. d)Pelas revoltas camponesas. e)Nenhuma das respostas.

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AULA 12: EXPANSÃO MARÍTIMA E O MERCANTILISMO Com o crescimento das atividades comerciais e artesanais, as burguesias europeias acumularam cada vez mais riquezas. Aliadas aos reis que concentravam o poder de seus respectivos países, necessitavam mercados fornecedores de matérias-primas para alimentar o crescente mercado consumidor europeu. A expansão europeia já havia começado na época das Cruzadas. Mas a conquista dos mares e novas terras que ocorreu no século XVI fez as Cruzadas parecerem um passeio no fundo do quintal de uma grande casa. Além de buscar mercadorias novas ou matérias-primas para transformar em mercadorias a serem vendidas para os consumidores europeus, os comerciantes e os reis necessitavam de euro. Esse metal era de extrema importância, pois servia como meio de troca para adquirir mercadorias no Oriente.

Cristovão Colombo, a sérvio dos reis espanhóis, descobriu a América, em 1492. Portugal, temendo que as novas terras fossem parte da Ásia, exigiu da Espanha um acordo para ter garantia de acesso às novas descobertas. Sucederam-se as discussões e tratados em torno dos direitos de propriedade e de exploração das Coroas portuguesa e espanhola sobre as terras recém-descobertas. Essas conversações culminaram, em 1949, no Tratado de Tordesilhas, que dividiu o novo mundo entre Portugal e Espanha. Os espanhóis prosseguiram. Vasco Nunes de Balboa chegou ao Pacífico, através do istmo do Panamá, no ano de 1413. Entre 1519 e 1522, Fernão de Magalhães completou a primeira viagem de circunavegação do globo terrestre. Depois da descoberta da América, os espanhóis não se interessaram mais pela Ásia. Logo encontraram as minas de ouro e prata que transformaram a Espanha no país mais rico da Europa no século XVI. Portugal havia sido superado pela Espanha.

Mapa da Expansão Marítima Espanhola

A historiografia tradicional sempre sugeriu que a tomada de Constantinopla pelos turcos, no ano de 1435, foi um fator fundamental para explicar a expansão europeia pelo mundo. Na verdade, a tomada de Constantinopla não paralisou o comércio entre a Europa e o Oriente através do Mediterrâneo. O que sucedeu foi que as mercadorias ficaram mais caras por causa das exigências dos turcos. Isso, sim, levou os europeus a procurarem outros caminhos para chegar às fontes fornecedoras dos produtos procurados na Europa: a Índia, a China, o Oriente em geral. O novo caminho para as Índias seria obrigatoriamente pelo Oceano Atlântico. Veja no mapa: fechado o Mediterrâneo a única saída seria através do Atlântico.

É pois a primeira razão (...) esta: como toda a água e a terra do mundo constituem uma esfera e por conseguinte seja redondo, considerou Cristóvão Colombo ser possível rodear-se do Oriente a Ocidente, andando por ela os homens até estar pés com pés uns com os outros, em qualquer parte que se achem em oposto. A segunda razão é (...) que muita e muito grande parte desta esfera tenha sido já (...) por muitos navegada e que não restava para ser toda descoberta senão aquele espaço que havia desde o fim oriental da Índia até que prosseguindo a via do Oriente tornassem pelo nosso Ocidente ás ilhas de Cabo Verde a dos Açores que era a mais ocidental terra que então estava descoberta. A terceira entendia que aquele dito espaço que havia entre o fim oriental (...) e as ditas ilhas de Cabo Verde não podiam ser mais que a terça parte do círculo maior da esfera (...) (Frei Bartolomeu de lãs Casas História Geral das Índias in Gustavo de Freitas, op. Cit.)

Portugal, o pioneiro Observando o mesmo mapa você verifica que Portugal está localizado na “ponta” da Península Ibérica, projetando-se em direção ao oceano. Essa posição geográfica facilitou-lhe bastante tornar-se um dos primeiros países a conquistar os mares para encontrar a nova rota rumo ao Oriente. É claro que só a posição geográfica não explicaria o fato. Vimos anteriormente que a monarquia portuguesa formou-se relativamente cedo. Depois da Revolução de Avis, em 1383, a Coroa, contando com o apoio dos mercadores, incentivou a formação de empresas que se dedicassem às navegações. No ano de 1415 Portugal tomou Ceuta, no norte da África, e pouco a pouco, foi conquistando outros pontos, até contornar o continente africano e Vasco da Gama chegar às Índias, no ano de 1498. A descoberta do Brasil, por Pedro Álvares Cabral, foi apenas uma continuação do projeto português de navegar em direção a novas fontes de mercadorias. A Espanha, segunda grande potência marítima Os espanhóis só conseguiram iniciar a expansão marítima após derrotarem os árabes na chamada Guerra da Reconquista. Como eles checaram um pouco mais tarde que os portugueses, foram obrigados a procurar uma outra rota para atingir o Oriente. Naquela época, já se tinha certeza de que a Terra era redonda; se os espanhóis navegassem para o Ocidente, chegariam ao Oriente. Foi em busca de uma nova rota para a Índia que o navegador genovês

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HISTÓRIA


EXERCÍCIOS PROPOSTOS 04. (PUC) Como parte integrante da política mercantilista, a recepção do chamado Pacto Colonial preconizava:

01. (FIB) Assinale a proposição falsa: O início dos Tempos Modernos é caracterizado por um conjunto de transformações abaixo relacionadas: a) O deslocamento do eixo econômico do Mediterrâneo para o Atlântico; o fortalecimento do poder real.

a)

A reserva de certas áreas propriedades da metrópole.

coloniais

como

b)

A implantação de uma economia estritamente subordinada aos interesses do país colonizador.

b)

Invenção da caravela; a crise do sistema feudal.

c)

Fortalecimento do poder real; as grandes invenções.;

c)

O acordo entre metropolitanas.

d)

Deslocamento do eixo econômico do Mediterrâneo para o Atlântico; fortalecimento da nobreza feudal.

d)

O desenvolvimento autônomo e autossuficiente das áreas coloniais.

e)

Crise do sistema feudal; desenvolvimento mercantil.

e)

A liberdade de emigração para as colônias.

02. (PUC) Os grandes descobrimentos e navegações dos séculos XV e XVI constituem o ponto de partida da chamada “Revolução Comercial”, isto é: a)

Um conjunto de transformações radicais ocorridas nas técnicas mercantis.

b)

A mudança do eixo econômico da Europa do Mediterrâneo para o Atlântico.

c)

O complexo de transformações econômicas modernas cuja base foram o “capital comercial” e o mercantilismo.

d)

A expansão agrícola e manufatureira, em conexão com o Pacto Colonial e o tráfico de escravos.

e)

Os resultados do aparecimento da caravela e da bússola.

as

autoridades

coloniais

05. Colbertismo foi o tipo de mercantilismo: a)

Francês.

b)

Português.

c)

Inglês.

d)

Espanhol.

e)

Holandês.

03. O mercantilismo pregava: a)

A livre iniciativa

b)

O estimulo às importações

c)

O livre cambismo

d)

O liberalismo econômico.

e)

O monopólio sobre a atividade comercial.

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HISTÓRIA

e


AULA 13 : O RENASCIMENTO Movimento de renovação das letras, artes e ciências onde o homem é recriado segundo os padrões burgueses. Características:  Antropocêntrico 

Hedonista

Ante escolástico

Individualismo

Espírito crítico

Naturalismo

Elitista

Florença... Ele esforçava-se continuamente para dar às figuras a maior vida e a maior espontaneidade possíveis, como na realidade. (Giorgio Vasari, Vidas dos mais excelentes pintores, escultores e arquitetos.)

Davi – Estatuas O Nas. De Vênus

O Juizo Final

ANOTAÇÕES

As obras de arte do Renascimento tentavam reproduzir a natureza. Deu-se o nome de naturalismo a esse procedimento estético., o fenômeno já vinha ocorrendo desde a arte gótica, na Baixa Idade Média. Pouco a pouco foi crescendo o número de artistas nas cidades, que atendiam também a um crescente público consumidor de obras de arte. Essa foi uma importante característica do movimento das artes do Renascimento e o que a diferenciava da arte medieval: a obra de arte era na verdade uma mercadoria. E quem consumia essas obras? Eram os ricos mercadores, as cortes palacianas e, logo em seguida, o próprio clero enobrecido, que queria exteriorizar sua cultura. O início do Renascimento (trecento) teve em Giotto (1276 a 1336) um dos mais importantes impulsionadores das artes plásticas na Itália. Mas foi durante o quattrocento que a pintura conheceu um período mais brilhante, liberta dos cânones da Igreja, empregando técnicas de pintura a óleo, importadas dos Países Baixos. O centro desse esplendor artístico foi a cidade de Florença, que havia caído em poder dos Médici, rica família de mercadores e banqueiros, que incentivou e financiou artistas para a glória e o esplendor da corte. O mais importante protetor das artes (mecenas) foi Lourenço de Médici, que incentivou os pintores, escultores e filósofos da escola do neoplatonismo, cujo maior pensador foi Marsilio Ficino. Os pintores do quattrocento elegiam trechos de narrações bíblicas e alegorias ou retratos representando os nobres da época. Um dos exemplos mais destacados do quattrocento foi Botticelli (1444 a 1510), que entre outras obras ficou famoso pelo Nascimento de Vênus e Alegoria da primavera. O mais importante dessa época, porém, foi Leonardo da Vinci (1452-1519), que, como dissemos, era o exemplo do perfeito humanista. Se prestarmos atenção no seu famoso quadro La Gioconda, podemos entender o porquê da perfeição da obra. Para realizar esse quadro, Leonardo estudou detidamente anatomia, perspectiva, geometria. O rosto tinha que ser o mais próximo da natureza. Ele queria que fosse a própria natureza. Uma das características do artista do Renascimento é que ele assinava sua obra de arte, o que não ocorria com o artista da Idade Média, de modo geral anônimo. Aos poucos o artista do Renascimento se libertava da dependência do mecenas e tornavase independente, dono de suas próprias obras. Por essa razão, muitos deles puderam acumular fabulosas riquezas. O texto que segue é do século XVI e ilustra as contradições em que os artistas executavam suas obras naquela época. Quando a natureza cria um homem eminente num domínio, de ordinário não o cria sozinho, mas suscita-lhe ao mesmo tempo um rival, a fim de que possam aproveitar mutuamente dos seus talentos e da sua emulação... A prova está no aparecimento em Florença, numa mesma geração, de Filippo Brunelleschi, Donatello, Lorenzo Ghiberti, Paolo Uccello e Masaccio... Os seus (de Masaccio) princípios na arte situam-se no momento em que Masolino da Panicale decorava a capela Brancacci, no (convento do) Carmine de

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04. Dentre as alternativas abaixo indique aquela que apresenta as características do Renascimento.

EXERCÍCIOS PROPOSTOS 01. (Fuvest) Podem ser apontados como traço característicos da Renascença:

a)

Naturalismo, valorização da cultura Greco-romana, humanismo.

b)

Teocentrismo, naturalismo e anti-hedonismo

a)

A exaltação dos valores culturais medievais e o Humanismo.

c)

Ascetismo, naturalismo e escolástico

b)

A sua associação com o mecenato e o pensamento preponderantemente teocêntrico.

d)

Valorização do pensamento religioso, naturalismo e ceticismo.

O antropocentrismo e a preocupação com os valores individuais.

e)

Racionalismo, ceticismo e naturalismo.

c)

d)

e)

O acatamento da autoridade escolástico e o Naturalismo.

do

pensamento ANOTAÇÕES

O Racionalismo e a sua associação com os valores da aristocracia rural.

02. (UFG) As maiores figuras do Renascimento na Península Ibérica foram: a)

Miguelângelo e Leonardo da Vinci.

b)

Shakespeare e Erasmo.

c)

Camões e Cervantes.

d)

Lutero e Torquato Tasso.

e)

Dante e Petrarca.

03. (Cesgranrio) O Humanismo renascentista assinala, no plano dos intelectuais, o início dos chamados “Tempos Modernos”, podendo ser identificado por uma das seguintes proposições: a)

O Humanismo foi a doutrina filosófica do Renascimento e a imitação da Antiguidade Grecoromana foi a sua característica marcante.

b)

O Humanismo, ao valorizar acima de tudo a tradição clássica Greco-romana, constituiu um movimento contrário ao Renascimento.

c)

O Humanismo não teve características próprias, não foi um movimento autônomo, pois, desde o início esteve integrado ao Renascimento.

d)

A valorização do homem moderno e a recusa em reconhecer todo e qualquer valor da Antiguidade Clássica era a principal tônica do Humanismo.

e)

O Humanismo buscava recuperar a tradição clássica, os valores gregos e romanos, reinterpretando-os à luz das novas preocupações culturais.

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AULA 14 : REFORMAS RELIGIOSAS A Igreja Católica sofreu diretamente o impacto das transformações ocorridas na sociedade europeia durante o século XVI. Vários movimentos religiosos deixaram de reconhecer os dogmas da Igreja e a autoridade do papa. Esses movimentos religiosos, conhecidos genericamente como Reforma, tinham íntimas ligações com o desenvolvimento do comércio e com a formação de uma nova classe social: a burguês. A concepção católica do mundo não atendia mais às novas formas de pensar e viver difundidas pelo Renascimento. E como a Igreja Católica teimava em manter-se fiel aos princípios de feudalismo, houve uma forte reação por parte dos novos setores da sociedade, que elaboraram uma nova vertente do cristianismo, mais adaptada às necessidades burguesas. Deu-se o nome de protestantismo a todos os movimentos que nesse período criticaram e romperam com a Igreja Católica. Causas da Reforma: O homem do Renascimento oi um humanista, isto é, elegeu o homem como centro das atenções: e as críticas à Igreja se baseavam exatamente nesse humanismo renascentista. Erasmo de Roterdam, por exemplo, criticava a Igreja por ter se distanciado dos ideais de humildade e pobreza e ter valorizado a riqueza, o luxo, o prazer e a ociosidade. Ele lembrava que a igreja cristã primitiva era exatamente oposta, pois buscava a simplicidade, a piedade e o amor ao próximo. A igreja dos papas renascentistas era a igreja do luxo, que acumulava riquezas com a venda de relíquias tidas como sagradas. Isto fazia com que, junto à população, as críticas à Igreja aumentassem ainda mais. A própria formação das monarquias nacionais, com um rei dominando um território nacional, contribuiu para aumentar o conflito com a Igreja e diminuir sua autoridade. Cada rei representava uma nação e a ideia de monarquia nacional se opunha frontalmente ao universalismo católico medieval,. A consolidação e ampliação da autoridade do rei se fazia em detrimento do poder temporal dos papas. Um dos fatores mais importantes do movimento da Reforma está relacionando com a questão do lucro. A Igreja Católica acumulava riquezas materiais através de artigos de luxo, obras de arte e terras, mas condenava o lucro como pecaminoso e os juros como roubo. Ora, a burguesia comerciante e artesanal que buscava crescer acumulava sua riqueza exatamente no lucro e nos juros dos empréstimos. Era impossível conciliar essas posições, e as pessoas não queriam agir contra as leis divinas. Os pregadores calvinistas difundiam a ideia de que aquele que ganhasse dinheiro legalmente e o acumulasse estava, na verdade, agindo segundo os caminhos de Deus. Por essa razão a burguesia aderiu, quase inteiramente, às ideias da Reforma. Como último fator da Reforma é importante mencionar a ambição dos nobres em relação às terras da Igreja. A Igreja era uma das maiores proprietárias de terra. Os nobres viam nos movimentos contra a Igreja Católica uma oportunidade de se apropriarem dessas terras. No decurso das prédicas que fez na Alemanha, Tetzel juntou uma enorme soma em dinheiro que enviou para Roma; recolheu-o sobretudo nas novas minas de S. Annaberg, onde eu próprio, Frederico Muconius, o ouvi durante dois anos. Dizia que se um cristão tivesse tido relações incestuosas (...) e que confiasse ao cofre das indulgências papais certa soma de dinheiro, o papa tinha o poder de perdoar-lhe a seu pecado no céu como na terra, e que, se ele perdoava, Deus devia fazer o mesmo. Que, desde que as moedas caíam no cofre, a alma daquele que tinha comprado as indulgências ia direto ao céu. (Frederico Myconius, História da Reforma in Gustavo de Freitas, op. Cit.) Várias pessoas se apresentaram, em Wittenberg, ao doutor Martinho Lutero, munidas de cartas de indulgências. Seguras de seu perdão, confessaram-se e pediram a absolvição. Mas como elas confessavam pecados graves e não manifestavam a intenção de corrigir-se deles (...), o doutor Lutero não quis absolvê-los (...) os penitentes alegaram então a sua carta do papa bem como Lutero não cedeu (...) E como eles se mantinha na sua recusa, os penitentes voltaram ao monge Tetzel e contaram-lhe como aquele

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monge Agostinho lhes tinha recusado a absolvição apesar das cartas de indulgências (...) Ouvindo tal, ele (Tetzel) entrou numa violenta cólera, lançou do seu púlpito invectivas e maldições e brandiu a ameaça de morte pelos inquisidores que, nessa época, eram os dominicanos. A fim de inspirar o terror, fez acender,várias vezes na semana, fogueiras na praça do mercado, inculcando assim que detinha, do papa, o poder de queimar os heréticos que quisessem opor-se às santas indulgências concedidas pelo chefe da Igreja. (Frederico Myconius, História da Reforma in Gustavo de Freitas, op. Cit.) O CALVINISMO

João Calvino João Calvino era um estudioso de leis formado pela Universidade de Paris. Impregnado pelas idéias humanistas, aderiu ao movimento da Reforma. Mas Paris vivia dias de agitação, pois os católicos franceses iniciaram feroz perseguição aos que se mostrassem simpáticos às idéias de Lutero. Calvino, por essa razão, foi obrigado a fugir para Genebra, na Suíça. Foi aí que definiu seus conceitos religiosos e os publicou em 1536, sob o título de Instituições da Religião Cristã. As idéias de Calvino se difundiram com certa facilidade entre os burgueses de Genebra e em pouco tempo a cidade caiu no poder de Calvino, que a governou com mão de ferro até a morte. Todas as leis eram formuladas por uma congregação do clero e a moral pública e particular era rigidamente controlada. Os divertimentos eram praticamente proibidos. Os seguidores da doutrina calvinista deveriam somente preocupar-se com o trabalho. Essa doutrina adequava-se perfeitamente a uma classe que pretendia acumular riquezas e não gastá-la. O ANGLICANISMO

Vimos anteriormente que a dinastia dos Tudor centralizou o poder real na Inglaterra. Henrique VIII, filho de Henrique VII, pretendia continuar a política de centralização iniciada pelo pai, mas encontrava cada vez mais oposição por parte de um setor da nobreza e principalmente da Igreja Católica. Inicialmente, Henrique VIII condenou o movimento Reformista. No entanto, no ano de 1533, pediu ao papa a anulação de seu casamento e, como o papa recusasse, Henrique VIII aproveitou o pretexto para romper com a Igreja Católica. Aparentemente o casamento foi o motivo do rompimento entre o governo inglês e a Igreja Católica; no entanto, as razões eram mais profundas. Rompendo com a Igreja, Henrique eliminava um poderoso obstáculo aos seus projetos de aumentar o poder da monarquia. O Parlamento inglês, que apoiou a atitude do rei, aprovou em 1534 o Ato de Supremacia, que mantinha a Igreja sob a autoridade do rei. Nascia, dessa forma, uma Igreja Nacional, independente de Roma – a Igreja Anglicana. A Reforma Luterana

Martinho Lutero Marinho Lutero (1483-1546) Era monge da Ordem de Santo Agostinho e professor de Teologia na Universidade de Wittemberg. Obcecado pela idéia de pecado, encontrou consolação ao meditar

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trechos da Epístola de Sã Paulo e concluiu que à salvação se chega apenas pela fé. Então ele começou a pregar contra a venda de indulgências, permitida pelo bispo Alberto da Saxônia. A pregação de Lutero encontrou eco na população da Alemanha, uma região bastante marcada pelo feudalismo, onde a Igreja era possuidora de grandes porções de terra. Os camponeses alemães sofriam com as mudanças econômicas as quais ocorriam na Europa. Vejamos algumas das ideias básicas defendidas por Martinho Lutero: - A fé como único meio de salvação; - A Bíblia como única fonte da fé; - Livre exame da Bíblia por todos os fiéis; - Substituição do latim pelo vernáculo; - Preservação de apenas dois sacramentos: o batismo e a eucaristia - Rejeição à hierarquia religiosa e ao celibato. A CONTRA-REFORMA Reação da Igreja católica reformando algumas ordens religiosas e criando novas. Entre elas a Cia. De Jesus (Jesuítas) As determinações do Concilio de Trento:  Reafirmação da tradição dos padres da igreja e a vulgata como fundamentos da fé. 

Confirmação da transubstanciação.

Salvação pela fé e pelas obras e os sete sacramentos.

Manteve o celibato sacerdotal e a criação de seminários para sua formação.

Confirmou a supremacia papal

Reorganizou o tribunal do Santo Ofício (inquisição) e redigiu o INDEX, um catálogo de livros considerados perniciosos e que não deviam ser lidos pelos católicos.

EXERCÍCIOS PROPOSTOS 01. (Cesgranrio) Reformas religiosas, Renascimento e Humanismo são movimentos europeus dos séculos XV e XVI integrantes de um mesmo conjunto de fenômenos que, nos planos religioso, artístico, cultural e filosófico revelaram: a) A intensa vida cultural dos centros urbanos da Itália e da França. b) O espírito científico e especulador dos intelectuais do período, diretamente ligados à Igreja. c) A completa identificação entre os valores da Antigüidade Clássica e da Modernidade européia. d) A reação anticristã da burguesia européia à dominação religiosa exercida pela Santa Sé. e) As crises decorrentes do confronto dos comportamentos e idéias da sociedade feudal com aqueles relacionados à sociedade capitalista em formação. 02. (UFG) As causas da Reforma foram: a)

A livre interpretação dos textos sagrados, provocada pelo crescimento do espírito crítico, alimentado pelo Humanismo.

b)

A ação de homens que, desde a Idade Média, combatiam os desmandos dos Papas e os abusos do clero, entre os quais Hus, Wycliff e Savonarola.

c)

A desmoralização de grande parte do clero secular e a própria desorganização da Igreja Católica.

d)

A Questão das Indulgências.

e)

Todas as opções acima.

03. Assinale a alternativa correta: a)

A doutrina calvinista estava de acordo com os interesses da nova classe burguesa.

b)

Henrique VIII foi o grande reformador religioso na Alemanha.

c)

Lutero forneceu através de sua doutrina religiosa um instrumento para a revolta camponesa de 1525.

d)

Os calvinistas, na Inglaterra, eram denominados de Huguenotes.

e)

O ponto central da doutrina calvinista era a salvação da fé

04. Causa imediata da reforma protestante:

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a)

A tradução da Bíblia..

b)

A venda das indulgências.

c)

O fortalecimento do poder real.

d)

O surgimento do proletariado

e)

A guerra das duas rosas.

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AULA 15: ABSOLUTISMO e ILUMINISMO

Nicolau Maquiavel Nicolau Maquiavel foi o primeiro dos defensores de um príncipe forte, diferentemente do governante medieval; sua ação não deveria ficar submetida a imperativos morais religiosos, mas deveria ser racional na busca de alcançar os objetivos do Estado. Em sua obra O Príncipe, Maquiavel ensina que o Estado deve pairar acima do indivíduo. O francês Jean Bodin (1529-1596), cuja principal obra foi A República, defendia que o poder do rei advém da própria soberania do Estado, sendo ele a autoridade máxima de quem dependem todas as leis. Rejeitava a doutrina feudal de compromissos contratuais entre suseranos e vassalos. O holandês Hugo Grotius (1583-1645), reconhecido como um dos fundadores do direito internacional, admitiu o direito absoluto do rei como base para manutenção da ordem e defesa dos interesses do Estado, garantindo-lhe a soberania diante das demais nações. Thomas Hobbes (1588-1669) desenvolveu, no livro O Leviatã, a idéia de que o poder do Estado e do Rei era proveniente da cessão de direitos que os homens fizeram para garantir a sua sobrevivência. Hobbes entendia que “o homem é o lobo do homem”, sendo necessário um poder forte capaz de inibir suas coes destrutivas. Como o poder dos reis foi dado em consentimento, ele não poderia mais ser contestado. No livro Política Tirada das Próprias Palavras da Sagrada Escritura, Jacques Sossuet defende a idéia de que o poder do rei lhe é dado pelo próprio Deus, não cabendo, dessa forma, nenhum direito de contradição a ele. O REINADO DE LUÍS XIV

Luís XIV Enquanto o rei era menor de idade, o governo ficou nas mãos da rainha-mãe e seu primeiro-ministro, o cardeal Mazzarino, seguidor da política de Richelieu. Mazzarino teve que aumentar os impostos para fazer frente às crescentes despesas, tornando-se antipático à maioria dos habitantes. A burguesia de Paris não queria aceitar a autoridade do primeiro-ministro e a nobreza aproveitou o momento de instabilidade política e se rebelou. Foram quatro anos de guerra civil, na qual se defrontaram basicamente três correntes: a burguesia francesa, que não concordava com os impostos cobrados por Mazzarino; o poder real, que com seu primeiro-ministro queria restaurar o poder central e a nobreza, que queria a qualquer custo recuperar seus antigos privilégios. Depois de quatro anos de luta, o poder central, representado pelo ministro Mazzarino, saiu vencedor. A burguesia, afinal, compreendeu que a aliança com o rei absoluto só lhe traria benefícios. A nobreza refratária foi finalmente dominada. No ano de 1661, o ministro Mazzarino morreu e Luís XIV assumiu o poder total da França. Ele dispensou a figura do primeiro-ministro, fato que lhe deu poderes pessoais superiores aos de qualquer outro monarca anterior. Começa assim o absolutismo “absoluto” de Luís XIV, chamado o Rei-Sol. Para manter a nobreza sob seu controle direto, Luís XIV cercou-se de uma corte de mais de dez mil membros, bem como de um poderoso aparato burocrático, necessário para manter a administração. Mas uma de suas bases mais importantes foi a organização de que um grande exército profissional, que garantia a autoridade do rei em todo o reino.

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Para aumentar ainda mais seu poder, Luís XIV proibiu o protestantismo, antes permitido. Essa proibição obrigou mais de 150- mil pessoas a deixarem a França. Luís XIV submeteu a Igreja Católica, obrigando-a a pagar-lhe impostos. A economia da França desenvolveu-se bastante durante o reinado de Luís XIV. O responsável pela reestruturação da economia foi o ministro Colbert, que baseava suas inovações na política mercantilista (que estudaremos mais adiante). Colbert incentivava as indústrias de luxo na própria França, para impedir que a nobreza comprasse fora do país, escoando as riquezas nacionais. No entanto, a monarquia absolutista francesa sofria de um mal crônica: quanto mais ela se enriquecia, mais recursos exigia para manter o aparelho burocrático, a corte e o exército. No final do século XVIII essa “doença” iria levar a França à revolução. Absolutismo Ilustrado Uma forma específica de absolutismo foi praticada em algumas nações europeias, governadas por príncipes influenciados por algumas ideias dos filósofos iluministas. Estes filósofos ensinavam que a razão era o verdadeiro caminho para a sabedoria e que todos os homens eram essencialmente iguais por serem dotados de razão. Assim, eles acusavam a religião, por ser dogmática e responsável pela ignorância entre os povos. Lutavam ainda pela liberdade de pensamento e de expressão cuja pretensão era que todos os homens pudessem ter acesso aos benefícios dos conhecimentos criados por eles ao longo da história. Alguns deles defendiam a tese de que os homens nascem bons por natureza e que é a vida, em sociedade, que os corrompe. Embora o pensamento iluminista fosse uma crítica ao Absolutismo, alguns reia absolutistas utilizaram os seus pensamentos para garantir o poder do Estado sobre os seus súditos, tomando algumas medidas práticas sugeridas pelos filósofos, com quem mantiveram amizade e chegando a protegê-los. O ILUMINISMO A revolução intelectual, chamada Iluminismo, ocorreu simultaneamente à Revolução Industrial. Mas como começou, e que relação teve com as outras transformações? Vale lembrar que o Renascimento cultural do século XVI acompanhou as transformações globais pelas quais a sociedade estava passando. O mesmo sucedeu no século XVIII. Na verdade, o Iluminismo foi um processo ao longo do qual as transformações culturais iniciadas no Renascimento prosseguiram e se estenderam pelo século XVII até o século XVIII. O inglês Isaac Newton (1642-1727) teve papel fundamental nas transformações do pensamento, quando, através de minuciosos estudos matemáticos e físicos, formulou novas leis acerca da mecânica que rege o mundo. Newton formulou a lei da gravidade universal, alterando radicalmente as ideias que ainda predominavam nas ciências, com base na religião. No plano da política e da filosofia John Locke (1632-1704) deu uma importante contribuição ao pensamento iluminista, ao formular as teorias políticas que justificavam o fim do absolutismo. Em seu livro Dois ensaios sobre o governo civil, sugeria que a relação entre governantes e governados deveria ser feita através de um contrato. Locke também se preocupou com a forma como os homens chegam ao conhecimento. O filósofo inglês admitia que a mente do homem, ao nascer, era uma tabula rasa ou seja, uma folha de papel em branco: à medida que vai entrando em contato com o mundo é que, pelos órgãos dos sentidos, essa folha de papel em branco vai sendo preenchida. As sensações são a base do conhecimento; a razão, ou o entendimento, combina e organiza essas idéias simples, chegando assim às verdades mais gerais. Sensação e razão são as bases da teoria de Locke; nesse sentido, é um típico filósofo do pré-Iluminismo que privilegiou a razão como o guia infalível do conhecimento. Chamou-se a essa atitude de racionalista. E racionalista também foi o francês René Descartes (1596-1650), que partia da suposição de que era necessário um axioma básico para se construir uma série de verdades universais. Esse axioma básico e seu famoso princípio: “Penso, logo existo.” Baruch Spinoza (1632-1677) foi outro dos grandes pensadores do século XVII, que colocou a razão como toda a fonte do conhecimento, rejeitando qualquer tipo de revelação. Viveu na Holanda, criticou a religião católica e o judaísmo. Suas críticas baseavam-se na ideia de que Deus estaria em toda a Natureza: panteísmo. Por isso Spinoza era perseguido por todas as correntes religiosas.

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ANOTAÇÕES

EXERCÍCIOS PROPOSTOS 01. Complete as lacunas: “O estado sou eu”, esta frase do Rei Francês ________________ , indicava uma particular organização do ________________________ . a) Luís XVI, estado absolutista. b)

Henrique VIII, estado liberal.

c)

Luís XIV, estado absolutista.

d)

Henrique IV, estado liberal.

e)

Luís XIV, estado socialista.

02. É exemplo de déspota esclarecido: a)

Luís XIV

b)

Luís XVI

c)

D. João VI.

d)

Pedro I

e)

Marquês de Pombal.

03. Em relação ao absolutismo inglês é incorreto afirmar que: a)

A dinastia Tudor marcou um dos momentos mais acentuados do absolutismo inglês.

b)

O reinado de Elizabeth I distingue-se por um grande desenvolvimento econômico da burguesia inglesa.;

c)

Henrique VIII fortaleceu ainda mais o poder real ao romper com a Igreja Católica e criando uma Igreja Nacional.

d)

A Guerra dos Cem Anos e a Guerra das Duas Rosas contribuíram para a afirmação do poder real na Inglaterra.

e)

Maria Tudor destacou-se como a grande defensora das idéias protestantes na Inglaterra.

04. Sobre a política econômica mercantilista podemos afirmar que: a) A acumulação de metais preciosos nos cofres do Estado era um dos objetivos do sistema mercatilista. b) A manutenção de colônias era importante para a política mercantilista porque garantia fornecimento de produtos a baixos preços e mercado consumidor para os produtos da metrópole. c) Os objetivos mercantilistas de Colbert, ministro de Luís XIV, estimularam produção de manufaturados de luxo na França. d) A política favorável, ou seja, o valor das exportações deveria superar em muito o valor das importações. e) Todas as alternativas estão corretas.

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AULA 16:A REVOLUÇÃO FRANCESA No término do século XVIII, a Europa conheceu duas grandes revoluções: a Industrial, que modificou as formas de produção das riquezas, estabelecendo o início do processo de industrialização e a Francesa, de caráter político, que culminou com o processo de superação do Antigo Regime para substituí-lo por formas de governo democráticas. A Revolução Francesa extrapolou época e lugar, pois suas influências podem ser sentidas em todos os continentes e nos diferentes sistemas políticos e ideológicos vigentes. Embora tenha contado com a participação de todas as classes sociais, a Revolução Francesa é considerada a Revolução da burguesia e, com ela, a palavra Revolução passou a ser utilizada com o significado de uma rápida e profunda mudança no processo político, além de introduzir o conceito de luta de classes. Antecedentes da Revolução Durante e após o longo reinado de Luiz XIV (1661-1715), a França conheceu uma era de fausto na cultura em que sobressaem os filósofos iluministas e os artistas que deram vida ao Rococó e à cultura dos salões. Entretanto, a sociedade mantinha forte as tradições ainda medievais e com uma população majoritariamente envolvida na atividade agrícola.

Fases da Revolução Assembleia Nacional Constituinte (1789-1792) Os acontecimentos precipitaram-se. O rei, simulando apoiar a Assembleia, dela aproximou-se ao mesmo tempo em que cercava Paris com tropas mercenárias. No dia 14 de julho, temendo que os canhões da Bastilha estivessem apontados contra a cidade, a população a atacou num cerco de quatro horas. A conquista da Bastilha passou a ser um símbolo da vitória do povo. Foi formada, então, a Guarda Nacional, com a burguesia armando a população. Ao mesmo tempo, desde o interior da França, os camponeses levantavam-se contra as obrigações feudais a que estavam submetidos. A movimentação camponesa provocou o Grande Medo na aristocracia. A Assembleia aboliu aos direitos feudais ainda detidos pela aristocracia: foram as Jornadas de Agosto. Os debates para a elaboração de uma constituição Fe surgir a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão em 26 de agosto de 1789. Essa fase da Revolução foi uma tentativa da burguesia de assumir a liderança francesa, tomando para si os espaços ocupados pela aristocracia, ao mesmo tempo em que pretendia manter alguns aspectos da situação anterior. Assim, a burguesia conseguiu manter a monarquia e estabelecer uma nova divisão entre os cidadãos – ativos e passivos. Entretanto, Rei e Aristocracia ofereciam resistência aos planos da burguesia, emigrando para os países vizinhos e fazendo alianças militares e políticas contra a Revolução. Da mesma forma, os camponeses não estavam interessados em pagar pela abolição de suas obrigações feudais. Carente de dinheiro para fazer frente às despesas, a Assembleia promulgou a Constituição Civil do Clero, estabelecendo o novo lugar da Igreja na sociedade, confiscando lhes os bens e as propriedades (1790), o que acarretou a divisão do clero entre aqueles que juravam obedecer à nova lei e os que se recusavam e se mantinham fiéis ao Papa. A alta burguesia pretendia dar por encerrada a Revolução, consolidando suas posições e mantendo a monarquia. Contudo, a descoberta da tentativa de fuga do rei Luiz XVI, em 20 de junho de 1971, frustrou os planos dela. No dia 3 de setembro de 1971, foi aprovada a Constituição feit em bases liberais, que definia a igualdade jurídica de todos os indivíduos, a liberdade econômica na produção e circulação dos produtos, a não interferência do Estado nos assuntos econômicos e

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religiosos, a divisão dos poderes políticos e a representatividade dos cidadãos no governo do Estado. Com isso, foi dissolvida a Assembleia Constituinte que se tornou Assembleia Legislativa, formada por 766 deputados. A situação da França estava perturbada pelas agitações internas e pela guerra com os estrangeiros. Embora a guerra houvesse sido desejada pela nobreza e pelo rei, ela demonstrou que eles estavam aliados às forças externas, o que levou a Assembleia a declarar a Pátria em perigo, aumentando a pressão dos san-culottes e da pequena burguesia. Esses grupos iniciaram manifestações pela queda da monarquia. A ameaça dos exércitos austríacos e a publicação de documentos que apresentavam Maria Antonieta em comunicação com generais alemães provocaram uma rebelião popular que culminou com a prisão do rei. Era 10 de agosto de 1792: começava a Convenção Nacional.

Marat assassinado. Sua morte foi motivo para o início do Terror

Convenção Nacional (1792-1795) Teve início com as vitórias do exército francês na Batalha de Valmy e avançava sobre a Bélgica. Foi adotado um novo calendário e uma nova Constituição foi elaborada, agora com bases democráticas e mais correspondentes às aspirações populares. Os líderes populares jacobinos tiveram uma importante ação com a publicação de panfletos. O mais famoso foi Jean Paul Marat e o seu jornal, O Amigo do Povo. Preso por ser radical e solto por sua adesão revolucionária, foi assassinado por Charlote Corday, uma partidária dos girondinos. Embora os girondinos tivessem o poder na Convenção, eles foram afastados no dia 2 de agosto de 1793 por uma revolta dos sansculottes, pois não atenderam aos reclamos populares de julgar e condenar o rei, do apoio que deram à Revolta do Vandéia e pela derrota e traição do general Dumouriez. Assim, o governo passou para o controle dos jacobinos que, para fazer frente à situação, estabeleceu uma ditadura e instalou o Terror. Uma nova Constituição foi proclamada, e o país passou a viver em estado de guerra com a formação de Comitês de Salvação Pública, cujos principais líderes foram Robespierre e Saint-Just. É a fase mais popular da Revolução. Então, foram abolidos os vestígios do feudalismo sem qualquer indenização, como também foram confiscadas as terras dos emigrados. Também foi abolida a escravidão nas colônias da América Central, e a economia passou a ser dirigida pelos objetivos da burguesia. Essas medidas garantiam o apoio dos sans-culottes e dos camponeses, ao mesmo tempo em que tornavam inviável um retorno à situação anterior, consolidando a República. Enquanto a burguesia pretendia estancar a Revolução, os enragés exigiam a permanência e a extensão do processo revolucionário. Entretanto, foram eliminados em 1794. Os jacobinos voltaram-se também contra os moderados que pretendiam o fim do Terror e a supressão do maximum. Aos poucos, os jacobinos perderam o apoio de todos, pois a situação do povo não melhorava, além de não poderem se organizar para defender-se em uma economia de guerra. Uma conspiração levada a efeito na Convenção (9 de termidor do ano II) aprisionou Robespierre e Saint-Just. Embora a Comuna de Paris tenha ido em seu auxílio, levando-os à Prefeitura, os conspiradores os tomaram de volta e, considerando-os fora-dalei, executou-os no dia seguinte. Os Jacobinos foram afastados da Convenção; os sobreviventes Girondinos retornaram e imprimiram um ritmo conservador. Em 1795, foi criado o Diretório. Diretório (1795-1799) Essa fase da Revolução foi dominada pela burguesia, a qual afirma a posição dela sobre o movimento. Herdou o país em guerra, além dos problemas causados pela reação termidoriana. Foram criadas novas normas que garantiram as condições necessárias ao capitalismo, assegurando a propriedade como fundmento da ordem

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social e restringido a liberdade apenas à sua noção de igualdade civil. O Diretório conheceu a reação dos sans-culottes através da Conjuração dos Iguais, liderada por Graco Babeuf, rapidamente sufocada. Por conta da necessidade de promover a paz interna e tendo que enfrentar os inimigos externos, o Diretório passou a depender, cada vez mais, do exército. Dentre os militares, sobressaiu o jovem Napoleão Bonaparte, herói de várias batalhas contra os inimigos da Revolução. Carecendo de um governo forte, mesmo depois de derrotado pelos ingleses, na Batalha do Egito, Napoleão foi procurado por capitalistas e banqueiros, pra incentivá-lo a golpear o Diretório e tomar o poder. As sugestões foram acatadas no 18 de Brumário do ano VI da República (9 de novembro de 1799). Embora fosse instalado um novo governo – O Consulado – dando por terminada a Revolução. Napoleão representou mais uma continuidade do Diretório do eu uma derrota para burguesia. EXERCÍCIOS PROPOSTOS 01. A Revolução Francesa não se limitou a liquidar com o Antigo Regime. Introduziu um conjunto de valores e princípios que exerceu uma forte influência na Europa ocidental e em seus territórios coloniais. Apesar das sucessivas reorientações havidas durante seu processo e da reação contrária proveniente de outras potências européias tais idéias se universalizaram, de modo que muitas delas se incorporaram à recente tradição democrática das sociedades mundiais. A partir desta afirmação, julgue se os itens abaixo são verdadeiros ou falsos: I. A Revolução Francesa marcou uma etapa decisiva na transição do feudalismo para o capitalismo. II. A Revolução Francesa adquire significado pleno quando analisadas as suas conexões com a Revolução Industrial III. A influência dos princípios da Revolução Francesa pode ser identificada nos movimentos sociais e políticos do século XIX. IV. A ausência da participação popular definiu os rumos da Revolução Francesa e permitiu a ascensão dos interesses da nobreza. V. A revolta dos pequenos produtores camponeses e dos artesãos contribuiu decisivamente para o desenrolar da Revolução. 02. Sobre a Revolução Francesa, que conheceu diversas fases, podemos afirmar que: 1. Durante o Terror são posas em práticas medidas populares:entre outras, a instrução pública como direito do cidadão, criando-se escolas primárias gratuitas, e o controle dos preços e do abastecimento alimentar. 2. Com a convocação do Estados Gerais, em maio de 1789, o Terceiro Estado exige que a votação seja feita por cabeça e após algumas semanas se discussões, declara-se representante do povo formando a Assembléia Nacional. 3. Durante a convocação da Assembléia Nacional os jacobinos defenderam os interesses da burguesia desejosa da ordem, enquanto os girondinos, democratas radicais, queriam avançar na conquista dos direitos populares. 4. Como golpe de 9 de Termidor, Robespierre e seus partidários assumem o poder, iniciando-se a fase mais radical da revolução.

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Durante o Diretório sucederam-se vários golpes à esquerda e à direita da burguesia, que apoia ao exército para a manutenção da ordem. Indique as alternativas corretas: a)3 e 5. b)2 e 4. c)1, 2 e 5. d)1 e 4 somente. e)3, 2 e 4. 03. (UMC) Nesta questão, são feitas quatro afirmativas; cada uma delas pode estar certa ou errada. Leia-as com atenção e responda de acordo com a tabela abaixo: I. A principal reivindicação dos componentes do Terceiro Estado, na França nos fins do século XVIII, era a abolição dos privilégios do Primeiro e Segundo Estados e a igualdade civil. II. Os filósofos iluministas, através de seus livros, denunciavam as injustiças sociais que estavam ocorrendo na França e muito contribuíram para a eclosão da Revolução Francesa. III. A indústria francesa teve seu grande impulso após 1786 quando foi feito um tratado comercial com a Inglaterra sobre a penetração de produtos industriais ingleses na França. IV. A 14 de julho de 1789, o povo tomou a Bastilha, fortaleza onde o Rei encarcerava seus inimigos políticos. a)Se todas as afirmações estiverem certas. b)Se as afirmações I, II e III estiverem certas. c)Se as afirmações I, III e IV estiverem certas. d)Se as afirmações II, III e IV estiverem certas. e)Se as afirmações I, II e IV estiverem certas. 04. (PUC-RJ) A decadência do Antigo regime na França,. No decorrer do século XVIII, pode ser atribuída principalmente: a) À oposição parlamentar e nobiliárquica e à política financeira e religiosa dos Monarcas. b) Às conspirações e manobras de potências rivais, tais como a Inglaterra e a Áustria. c) À inabilidade política e à incapacidade administrativa de Luís XV e Luís XVI; d) Ao fracasso do reformismo fisiocrático, tentado por Turgot. e) À oposição crescente entre os interesses da nobreza e da burguesia aliada à crise da economia de base agrária feudal. 05. (Cesgranrio) O período de 1789 a 1792, durante a Revolução Francesa, caracterizou-se como a fase de institucionalização das principais conquistas da ideologia revolucionária, em estreita conexão com a burguesia ascendente, porque: 1. Proclamou-se a guerra da Revolução contra os regimes absolutistas, em nome da República então instaurada. 2. Foi estabelecido um regime liberal, censitário, apoiado no princípio da igualdade civil. 3. Os direitos “feudais” foram suprimidos sem qualquer indenização aos senhores. 4. Adotou-se o sufrágio universal e a divisão em três poderes. 5. Suprimiu-se a noção de privilégio, típica da “sociedade de ordens”. a) 3 e 5. b) 3 e 4. c) 1 e 2. d) 2 e 5. e) 1 e 4.

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