PCguia 309 - Outubro 2021

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EDIÇÃ DIGIT O AL

€33 ,9 95

€33 ,9 95

Ano 26 nPVP N . º(Cont.) 3O9 n

Mensal n

072218

APRENDA A TERMINAR PROCESSOS NO WINDOWS PARA CONTINUAR A TRABALHAR

PVP (Cont.)

AMD ATACA NO SEGMENTO DE ULTRAPORTÁTEIS COM MELHOR DESEMPENHO E MAIOR AUTONOMIA

Outubro 2O21

ESCOLHA OS MELHORES PRODUTOS DO ANO E GANHE PRÉMIOS!

O COMPUTADOR NÃO RESPONDE?

5 607727

PRÉMIOS LEITOR PCGUIA 2021

HP PAVILION AERO ACER SWIFT X 14

00309

€33 ,8 8O

PVP (Cont.)

Das ferramentas aos componentes: tudo o que precisa de saber para ter um computador à sua medida.


01

ÍNDICE 10

PEDRO TRÓIA / Director

OBRIGADO, SIR CLIVE SINCLAIR! Quando, em 1982, tive a oportunidade de começar a programar em BASIC num ZX8, não posso dizer que foi a primeira vez que usei um computador, mas foi a que mais me marcou. Depois, vieram os vários ZX Spectrum onde me iniciei em projectos um pouco mais complicados. Curiosamente, o primeiro ZX Spectrum que tive foi o 128 K, com um deck de cassetes incorporado, porque, até essa altura, apenas tinha usado computadores Sinclair emprestados ou em casa de amigos. Clive Sinclair foi um produto típico do início da indústria da informática pessoal do fim dos anos setenta e início dos anos oitenta do séc. XX. Foi uma era de descoberta, em que surgiram muitas pequenas empresas como a Apple, Osborne, Amstrad, Acorn e a própria Commodore, que foram capazes de nos trazerem produtos singulares e que, acima de tudo, conseguiram fazer coisas que hoje são praticamente impossíveis. Com os ZX80, ZX81 e ZX Spectrum, Sinclair quis construir um computador realmente capaz de entrar em casa de, praticamente, qualquer pessoa, numa altura em que os computadores eram tudo menos pessoais, quer por causa do preço, quer por causa do tamanho. O sistema operativo destes computadores era a própria linguagem de programação e, em termos de hardware, estavam cheios de compromissos entre preço e funcionalidades. Quem já usou um Spectrum, sabe que o teclado em borracha não era lá muito bom, havia colisão de cores no ecrã e os programas nem sempre carregavamm por causa da fita da cassete ou do gravador. Ainda assim, foi um sucesso, principalmente na Europa, porque o mercado dos computadores pessoais dos Estados Unidos era dominado pelo Commodore 64. Clive Sinclair foi um pioneiro e tem todo o direito de estar no panteão dos grandes inventores da tecnologia que hoje usamos, ao lado de Jack Tramiel ou Steve Jobs.

TEMA DE CAPA

20 / Nesta edição, vamos ensinar-lhe, numa série de passos, a montar um computador de forma simples e divertida.

02

ON

PRÉMIOS LEITOR PCGUIA 2021

04 / Notícias de tecnologia, coluna Made in Portugal, Hashtags e Green.

03

20 / Está na hora de escolher os melhores produtos e serviços do ano. Conheça as categorias a concurso.

INFOGRAFIA

16 / Saiba quanto custa viajar até ao Espaço e como os privados têm influenciado esse processo.

04

START UP

18 / A startup portuguesa Modatta desenvolveu uma aplicação que, não só permite que os utilizadores protejam os seus dados, como ganhem dinheiro com os mesmos.

06

BOOT

22 / DEFEITOS ESPECIAIS O Ricardo Durand descreve como foi afectado pelo uso indevido dos seus dados pessoais na Internet. GUIAS 24 / Como enviar anexos pesados por e-mail

26 / Termine processos que causam problemas no Windows 28 / Aprenda a mudar automaticamente o som no seu PC

07

LINUX

30 / Um artigo que ajuda a ter uma visão geral do Home Assistant e partilha algumas configuraçõesbase iniciais.

08

MACGUIA

32 / Os destaques do iPhone 13, iPad, iPad Mini e Apple Watch que a Apple anunciou recentemente.

09

DESCOMPLICÓMETRO

34 / Explicamos-lhe com funciona o LiFi, uma tecnologia de ligação de dados sem fios de alto desempenho que fica activa assim que acende uma luz.

11

APPS

50 / Uma selecção das melhores aplicações de gestão de passwords.

12

PLUG

54 / Este mês, o Luís Alves dá-lhe a conhecer os vários formatos de ratos e as modas e tendências ligadas a estes periféricos.

13

LAB

58 / TECNOLOGIA EM MOVIMENTO O Gustavo Dias fala da evolução e dos testes feitos a dois dos mais recentes smartphones dobráveis do mercado. 60 / GADGETS ESG P5 RGB Gaming Mouse Dyson V15 Detect Samsung Galaxy Watch4 Tronsmart Onyx Apex Hama USB Docking Station

64 / TESTES HP Pavilion Aero Acer Swift X 14 Huawei MateView Motorola Moto G10 Asus TUF Dash F15 Noctua NH-P1 Red Magic 6S Samsung Galaxy Z Fold3 5G

14

PLAY

76 / JOGOS Humankind 78 / HARDWARE Corsair Sabre RGB PRO Wireless Mad Catz R.A.T. 4 + 80 / JOGOS MOBILE Behind the Frame: The Finest Scenery My Friend Pedro: Ripe for Revenge Tales of the Mirror The DC: Batman Bat-Tech Edition

15

SLEEP

82 / Em Outubro, lembramos o adeus a Steve Jobs e o lançamento do Atari Video Computer System

CLASSIFICAÇÕES A PCGuia usa um método de avaliação de produtos que tenta conciliar as medições de desempenho com os aspectos mais empíricos como a experiência de utilização. O valor final da nota será obtida através de uma média aritmética que dará um valor de 1 a 10. Os produtos com nota 9 ou superior recebem o Prémio de Excelência PCGuia. Mais informação em pcguia.pt/como-testamos.

MEDIÇÕES

EXPERIÊNCIA DE UTILIZAÇÃO

PREÇO QUALIDADE

8

10

6

9 Distribuidor: PCGuia Site: pcguia.pt Preço: €42 Facto positivo Facto negativo

3


03

INFOGRAFIA MAFALDA FREIRE

OS PRIVADOS E O ESPAÇO Os voos espaciais foram, durante anos, uma actividade pública liderada pelos governos de alguns países e com custos muito elevados. Agora, as empresas privadas estão a mudar isso - saiba quanto custa viajar até ao Espaço. PRINICIPAIS OPERADORES

EXOSFERA

> 1000 km

Satélites

85

TERMOSFERA

700 km

Estação Espacial Internacional, Space Shuttle

300 km

CUSTO DAS VIAGENS ESPACIAIS - EUROS Saturno V (NASA):

618 milhões (por voo) Space Shuttle (NASA):

1,36 mil milhões (por voo) Falcon 9 (SpaceX):

53 milhões (satélite) e 49 milhões (por pessoa)

LINHA DE KÁRMÁN

MESOSFERA Meteoritos

New Shepard (Blue Origin):

24 milhões (por pessoa - viagem

ESTRATOSFERA Aviões a jacto

2,3 biliões euros é o valor estimado do mercado das viagens espaciais em 2050

100 km 80 km

Soyuz (Roskosmos):

64 milhões (por pessoa)

mil euros (cerca cem mil dólares) é o que poderão custar as viagens espaciais sub-orbitais dentro de dez anos

50 km

A viagem da SpaceX/Axiom à Estação Espacial durará oito dias e os viajantes terão direito a sacos-cama e produtos de higiene

ao espaço ultrapassando a Linha de Kármán) e

47 milhões (por pessoa) VSS Unity (Virgin Galactic):

212

mil (por pessoa - viagem ao limite do espaço)

TROPOSFERA

12 km

Além do treino, os passageiros da Virgin Galactic recebem um fato espacial

Fonte: NASA, SpaceX, NOAA, MoneyTransfers, Merrill Lynch, Business Insider 16


06

BOOT

RICARDO DURAND

COMO ENVIAR ANEXOS PESADOS POR E-MAIL 1

2

Quase todos nós mandamos anexos por correio electrónico e, muitas vezes, somos impedidos de o fazer porque o nosso serviço não aceita ficheiros muito pesados. Uma das alternativas para contornar esta limitação é usar o sistema de compressão do PeaZip. Sempre que enviamos uma fotografia ou um vídeo por e-mail (com um ficheiro de texto, será mais simples), podemos ter uma surpresa assim que o anexamos: o nosso serviço de correio electrónico vai, muito provavelmente, bloquear o upload devido às limitações impostas a anexos pesados. Por exemplo, o Outlook mete um travão aos 34 MB e o Gmail aos 25. Contudo, há sempre a opção de fazer o upload para um serviço de cloud (como o Dropbox ou o próprio Google Drive), mas para alguns utilizadores isto pode não ser muito intuitivo. A nossa sugestão é usar o programa gratuito de compressão PeaZip que vai criar um ficheiro mais leve e que vai poder enviar por e-mail.

Descarregue o PeaZip em peazip.github.io (pode optar entre a versão portátil e a instalável no Windows). Escolha a opção ‘Standard installation’ 1 para que as funções desta app sejam adicionadas ao menu que aparece sempre que carregamos num ficheiro com o botão direito do rato. Também podemos activar os formatos que queremos que o PeaZip abra, por defeito. Aqui, seleccionámos todos, excepto o ZIP 2 , uma vez que o Windows lida bem com este tipo de ficheiros compactados.

1

Queremos enviar por e-mail uma fotografia panorâmica bastante pesada. O arquivo tem 39,9 MB, o que significa que é muito grande para enviar com qualquer um dos principais fornecedores de e-mail. Portanto, vamos ter de comprimir o arquivo antes de o mandar. Podemos fazer isto com o formato ZIP no Explorador do Windows, mas o PeaZip é melhor para este tipo de objectivo, uma vez que consegue fazer uma redução maior.

2

24


1

Navegue até a pasta onde está o ficheiro que quer enviar por e-mail e clique com o botão direito do rato em cima deste. No menu que aparece, escolha PeaZip e ‘Add to archive’ 1 . Também é possível adicionar vários ficheiros ao mesmo ZIP: seleccione-os a todos e clique com o botão direito do rato. O PeaZip abre e mostra os ficheiros seleccionados na parte superior. Se quiser adicionar mais arquivos, basta arrastá-los para esta secção. Para remover um ficheiro, seleccione-o e carregue em ‘Del’.

3

O PeaZip permite escolher entre vários formatos de compressão. A vantagem do ZIP é que qualquer pessoa será capaz de extrair o conteúdo sem ter de instalar software adicional, uma vez que o Windows pode ser usado para este fim. No entanto, o formato 7Z gera tamanhos de ficheiros muito mais pequenos, por isso será a nossa escolha. Para reduzir ainda mais o tamanho, vamos seleccionar o método de compactação ‘Ultra’ do 7Z, um pouco mais demorado mas com bons resultados.

4

No PeaZip é possível proteger os ficheiros com uma password. Podemos pedir ao programa para gerar uma palavra-passe segura no menu ‘Tools’ > ‘Create random password / key’ 1 . O PeaZip define o seu tamanho-padrão para doze caracteres. Clique em ‘Create random password’, e faça ‘Ctrl + C’ para a copiar, antes de clicar em ‘Close’. Agora, clique em ‘Enter password / keyfile’ 2 e cole-a (‘Ctrl + V’) nas duas caixas que aparecem 3 .

5

1

Depois de confirmar o nome dado ao ficheiro compactado e o local onde fica guardado, clique em ‘Ok para que o PeaZip crie o ficheiro 7Z. Aqui, tenha em atenção uma coisa - o nível de redução dos seus ficheiros depende do formato: JPEG, MP3 e a maioria dos outros ficheiros multimédia já estão compactados, portanto, adicioná-los a um arquivo PeaZip, provavelmente, não vai baixar muito o seu peso.

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2

Para extrair o ficheiro da pasta compactada, será preciso clicar com o botão direito do rato, escolher ‘Extrair’ para um local do disco e clicar em ‘Ok’. Quem receber este ficheiro terá de ter o PeaZip instalado ou outra app compatível com 7Z. Além disso, se tiver definido uma password 1 , será necessário inseri-la antes de extrair o conteúdo. Para maior segurança, pode enviar a palavra-passe ao destinatário por e-mail de forma separada, por SMS ou WhatsApp.

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3

1

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08

MACGUIA RICARDO DURAND

iPHONE 13: FOI PRECISO MUDAR PARA QUE TUDO FICASSE NA MESMA? Nos últimos anos tem sido sempre assim. A Apple anuncia muito poucas novidades, além do que é esperado: processador mais rápido e câmaras melhoradas. Mas há duas ou três coisas que vale a pena destacar nos novos iPhone 13. iPad Mini e Apple Watch foram os que mais mudaram. Um dos exemplos que justifica o título deste mês tem que ver com o design: que repete a estrutura do iPhone 12. Assim, o 13 mantêm o aro em metal a toda a volta e a traseira em vidro/cerâmica, uma recriação do estilo dos modelos 4 e 5, embora desta vez com dois pequenos ajustes em relação a 2020: o notch está mais pequeno (menos 13% que no iPhone 12) e as câmaras passam a ter uma disposição na diagonal - no caso dos Pro, não há mudanças: as três lentes ficam numa disposição triangular, como acontecia nos antecessores.

CÂMARA DE CINEMA NAS MÃOS As duas câmaras dos iPhone 13 e 13 Mini têm 12 MP cada (uma grande angular e uma ultra 32

ECRÃ O tamanho dos ecrãs continua na linha do que a marca tem apresentado: entre 5,4 e 6,7 polegadas (a marca diz que são 28% mais brilhantes que os seus antecessores) e há uma novidade nos modelos Pro: taxa de actualização até 120 Hz com a tecnologia ProMotion, que já estava no iPad Pro.

PROCESSADOR Como também é habitual de ano para ano, os componentes do iPhone estão mais poderosos: o novo processador A15 Bionic (com seis núcleos, que a Apple diz ser 50% mais rápido que os da concorrência), uma GPU Bionic de quatro núcleos (cinco nos Pro, 30% mais rápida que as marcas rivais) e uma Neural Engine mais rápida.

grande angular) com o maior sensor de sempre da Apple, que capta 50% mais luminosidade que os modelos anteriores; no vídeo, há uma nova funcionalidade: o Cinematic Mode, que foca automaticamente zonas diferentes quando a personagem em primeiro plano olha para elas - a Apple descreve-o como «gravação de vídeo com profundidade de campo reduzida», uma funcionalidade limitada a 1080p/30 fps. Nos iPhone 13 Pro, há outra funcionalidade mais avançada, também no vídeo: o ProRes, que permite gravar 4K a 30 fps - contudo, só quem tiver um modelo a partir dos 256 GB é que vai poder tirar partido deste recurso. Ainda nos 13 Pro, as câmaras teleobjectiva, grande angular e ultra grande angular surgem melhoradas em relação ao


AS CÂMARAS DO iPHONE 13 PRO MAX GRANDE ANGULAR

Distância focal: 26 mm Abertura: f1.5

ULTRA GRANDE ANGULAR Distância focal: 13 mm Abertura: f1.8

TELEOBJECTIVA

Distância focal: 77 mm Abertura: f2.8

iPAD O clássico tablet da Apple, com ecrã de 10,2 polegadas, foi renovado e vem com o chip A13 Bionic, 20% mais rápido que o modelo anterior. A marca diz que é «três vezes mais rápido que o Chromebook mais vendido e seis vezes mais rápido que o tablet Android mais vendido». O novo iPad vem com uma câmara frontal de 12 MP ultra grande angular com um campo de visão de 122 graus e que passa a ter a funcionalidade Center Stage, estreada no iPad Pro. O TrueTone (que regula a cor do ecrã para se adaptar às condições de luz da sala) e a compatibilidade com a primeira geração do Apple Pencil são outras das novidades mais relevantes. Preço: a partir dos 399 euros.

iPAD MINI A Apple diz que este foi o «maior upgrade de sempre» ao seu tablet mais compacto. O Mini de sexta geração tem agora

Nos iPhone 13 Pro, há uma funcionalidade de vídeo avançada: o ProRes, que permite gravar 4K a 30 fps. Contudo, só quem tiver um modelo a partir dos 256 GB é que vai poder tirar partido deste recurso. 12, com aberturas de f2,8, 1,5 e 1,8 e todas com possibilidade de fazer fotografias em modo ‘Noite’ e com os novos estilos fotográficos que podem ser aplicados em tempo real e personalizados e gravados.

DOIS MIL EUROS PARA O MELHOR PRO MAX Sobre a autonomia, a Apple garante que os iPhone 13 Mini e iPhone 13 duram mais 1,5 e 2,5 horas que as versões anteriores; o mesmo acontece com os Pro. Em termos de armazenamento, todos os iPhone 13 têm versões de 128, 256 e 512 GB, mas os Pro mais caros vêm com 1 TB - é a primeira vez que um iPhone chega a este número. Os preços para este modelo são de 1759 e de 1859 euros para o Pro e Pro Max. Já os iPhone 13 Mini e iPhone 13 começam nos 829 e nos 929, respectivamente.

um design igual ao do iPad Pro, em que o botão de on/off também serve de leitor de impressões digitais. O ecrã passa das 7,9 para as 8,3 polegadas e agora é um Liquid Retina. O chip é o mesmo dos novos iPhone (um A15) e, em comparação com o modelo anterior, o CPU tem um desempenho 40% superior e a GPU chega aos 80%; a Neural Engine é duas vezes mais rápida, garante a Apple. Outra mudança está na ligação física: o iPad Mini deixa de ter Lightning e passa para USB-C. A câmara frontal é a mesma do iPad clássico. Preço: a partir de 569 euros

APPLE WATCH SERIES 7 Além da mudança de design que se centra na redução da moldura (40% mais fina que no Series 6) no consequente aumento do tamanho do ecrã (20% maior), o novo Apple Watch estreia a compatibilidade com a análise de mais desportos: bicicleta, ténis (podemos ver

a velocidade da bola), golfe (distância da tacada) e surf (número de ondas apanhadas). A Apple diz ainda que o relógio tem um «novo algoritmo mais preciso para contar calorias». Outras das principais novidades são o vidro em cristal mais forte, as certificações IP6X (contra poeiras) e WR50 (resistência à água) e a velocidade de carregamento, que está 33% mais rápida que no Series 6. O novo Apple Watch Series 7 chega apenas no Outono e ainda não tem preços definidos. 33


10

TEMA DE CAPA

Vamos ensinar-lhe, através de um passo a passo, a criar um computador de forma simples e divertida. P O R G U S TAVO DI A S

D

epois de, na edição passada, lhe termos dado a conhecer aquelas que consideramos ser as melhores configurações para diferentes tipos de utilização, chegou a vez de montar o seu computador. Quer seja um iniciado, um curioso ou até mesmo um utilizador experiente, há sempre um ou outro detalhe que acabam por escapar. É por isso que decidimos criar este guia de como construir um

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computador, com quase quarenta passos e dicas que permitirão tornar esta tarefa em algo simples, intuitivo, recompensador e agradável. Acredite: vai ficar com uma sensação de dever cumprido que seria impossível de obter para quem compra um computador já montado, em que apenas precisa de ligar os cabos e pressionar o botão de power.


FERRAMENTAS ESSENCIAIS 1

CHAVES

2

CAIXA DE PARAFUSOS

Uma boa chave de fendas e uma chave Philips (cabeça em cruz) são essenciais para qualquer tipo de trabalho relacionado com hardware no interior de um computador. Todos os componentes são aparafusados à motherboard ou à caixa de computador, daí serem fundamentais para a montagem do seu PC. Tendo em conta a dimensão de alguns parafusos, como os utilizados para o aperto dos módulos SSD M.2, o ideal será utilizar uma só chave com cabeça de pontas intermutáveis, permitindo assim colocar a ponta mais indicada para o parafuso que precisa de apertar (ou desapertar). Se tiver uma ponta magnetizada, será uma grande ajuda para impedir que o parafuso caia para o interior da caixa, o que o poderá obrigar a ter que desmontar componentes para o retirar.

Este acessório é opcional, mas pode ser crítico para reduzir o tempo de montagem do computador. Ao colocar todos os parafusos necessários numa só caixa, garante que estão todos num só local, o que evita perder tempo a procurar parafusos que estão ainda no saco dos acessórios da caixa, na caixa da fonte de alimentação ou que, simplesmente, desapareceram misteriosamente.

3

PASTA TÉRMICA

Apesar de grande parte dos dissipadores incluírem já uma fina camada de pasta térmica, deverá ter consigo uma bisnaga, que tende a ser de qualidade significativamente superior à já aplicada, existindo a vantagem de a mesma poder ser utilizada várias vezes. Tenha algum cuidado na aplicação, pois algumas pastas incluem elementos metálicos na sua composição, que além de serem excelentes condutores térmicos, são igualmente condutores eléctricos, o que poderá provocar um curto-circuito se aplicada em demasia, ao ponto de ficar em contacto com os pins do processador ou outros componentes electrónicos.

4

ÁLCOOL ISOPROPÍLICO

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ABRAÇADEIRAS

Se se descuidar na aplicação da pasta térmica, ou quer simplesmente removê-la para, posteriormente, aplicar uma de qualidade superior, o melhor agente para a remoção da mesma é o álcool isopropílico. Este tipo de álcool, o mais recomendado para limpeza de componentes eléctricos, destaca-se por ter menos de 1% de água, garantindo assim que não danificará os seus componentes, caso entorne um pouco. Mas, se for uma pessoa cuidadosa, poderá fazer o mesmo tipo de serviço com álcool etílico a 96%, desde que não o aplique directamente nos componentes electrónicos.

As abraçadeiras, sejam elas de tecido com velcro ou as mais básicas de plástico, são fundamentais para quem precisa de montar o computador, especialmente para organizar e arrumar os cabos, não só para a caixa ficar com um visual mais apelativo, como para impedir que os mesmos obstruam o fluxo de ar no interior do PC. Estas podem ser usadas directamente na caixa, já que tendem a incluir pontos de fixação específicos, para facilitar a arrumação dos cabos. São igualmente fundamentais para quem, por questões de orçamento, opte por instalar uma fonte de alimentação não modular, permitindo assim arrumar facilmente todos os cabos desnecessários.

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FERRAMENTA DE ABERTURA SIMPLES

Habitualmente associada a reparações de ecrãs de smartphones, esta ferramenta, devido aos materiais utilizados na sua composição, é suficientemente durável para ajudar a remover componentes que estejam teimosamente presos, mas macia que baste para não provocar qualquer tipo de dano. Pode igualmente ser usada para realinhar contactos de processadores AMD, caso estes estejam um pouco tortos, para encaixar da motherboard.

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LAB

HP PAVILION AERO É possível ter-se um computador de mil euros a competir com máquinas muito mais caras? Sim, se tiver hardware AMD, como este Pavilion Aero da HP. À primeira vista, o Pavilion Aero parece algo banal, mas por dentro a coisa é completamente diferente. Este computador tem um processador AMD Ryzen 7 5700U (que inclui uma gráfica Radeon), acompanhado de 16 GB de RAM e de um SSD de 512 GB. Este hardware é capaz de o colocar nos cinco primeiros lugares do ranking dos testes de desempenho que fizemos este ano. A única razão pela qual não conseguiu valores de desempenho mais altos tem que ver, precisamente, com o facto de usar o processador gráfico integrado. Apesar de poderoso, o GPU não tem memória gráfica própria, por isso tem de usar a mesma memória RAM que o processador. Ora, esta memória é sempre mais lenta que a usada tradicionalmente nas gráficas, por isso penaliza o desempenho gráfico do computador. Ainda assim, o desempenho geral é muitíssimo interessante e coloca o Pavilion Aero acima de algumas máquinas com CPU Intel Core i7 e i5, que normalmente são mais caros.

METAL LEVE O monitor tem treze polegadas (resolução máxima 1920 x 1200) e o acabamento é todo metálico, em prateado, e feito numa liga de magnésio e alumínio. O teclado é retroiluminado, silencioso e da mesma cor; o trackpad tem dimensões generosas. Francamente, não sou grande adepto desta 64

cor, porque gosto mais de computadores portáteis em tons mais escuros, mas todo o conjunto está bem conseguido. A qualidade da montagem é a que a HP já nos habituou: está tudo no sítio certo, sem grandes folgas. Já o material, pensado para reduzir o peso ao máximo, dá-lhe um aspecto algo frágil.

BATERIA PARA O DIA TODO No que toca às ligações, o Pavilion Aero tem a possibilidade de se ligar a redes sem fios até Wi-Fi 6 e a dispositivos Bluetooth. As ligações físicas estão a cargo de uma entrada USB Type-C (que não serve para o carregamento da bateria), duas USB Type-A e uma HDMI para a ligação a monitores ou a projectores de vídeo. Está ainda presente uma saída jack 3,5 mm que permite a ligação de auscultadores e microfones. O conjunto é bastante leve, pouco mais de 900 gramas o que torna este portátil num companheiro de viagem que quase não vai notar que está na sua mala. Por falar em viagens, a bateria do Aero permite-lhe funcionar durante quase doze horas - isto é bastante bom, para quando se anda de um lado para o outro. Note-se que o teste de bateria não é feito só com vídeos, como está na moda hoje em dia. Isto porque dá uma ideia completamente errada da vida bateria, visto que os avanços de hardware fazem com que, actualmente, ver vídeos não seja uma tarefa muito exigente para um computador.

O nosso teste é um misto de navegação na Internet, edição de texto e folhas de cálculo, vídeo e áudio. P E D R O T R Ó I A MEDIÇÕES

EXPERIÊNCIA DE UTILIZAÇÃO

PREÇO QUALIDADE

7

9

10

9 Distribuidor: HP Site: hp.com Preço: €999 s Desempenho s Autonomia t Cor

FICHA TÉCNICA n Processador: AMD Ryzen 7 5800U (até 4,4 GHz de frequência máxima de relógio, 16 MB L3 de cache, 8 núcleos, 16 threads) n Memória: RAM DDR4 (3200 MHz) de 16 GB (integrada) n Armazenamento: 512 GB PCIe NVMe M.2 SSD n Ecrã: 13,3, WUXGA (1920 x 1200), IPS, n Placa gráfica: AMD Radeon n Ligações: USB Type-C, 2 x USB Type-A, HDMI 2.0, jack de 3,5 mm, Wi-Fi 6 (2x2) e Bluetooth 5.2 n Dimensões: 297 x 209 x 169 mm n Peso: 900 gr BENCHMARKS n PCMark 10 Essencial: 9875 n PCMark 10 Produtividade: 5948 n PCMark 10 Bateria: 686 minutos n 3D Mark Cloudgate: 22 736

PONTO FINAL No Pavilion Aero, a HP fez todos os compromissos certos. O resultado é um computador que oferece desempenho e autonomia a um preço que não é nada exagerado. Já a cor… bom, gostos não se discutem.


13

LAB

Motorola Moto G10 O Moto G10 é um smartphone ‘low-cost’ da Motorola que é robusto e tem um design atractivo (apesar de ser feito em plástico), com uma capa traseira rugosa que facilita o manuseamento. Com um processador de entrada de gama Qualcomm Snapdragon 460, um armazenamento de apenas 64 GB, que é expansível, e 4 GB de RAM, o equipamento é de utilização fluída, tem o bónus de ter Android 11 e conta com uma interface bastante ‘clean’. O facto de o Snapdragon usado não ser dos mais recentes, e ser pouco potente, nota-se caso queira usar uma app mais exigente como a LEGO Vidiyo. Apesar de ter um grande ecrã 6,5 polegadas, a qualidade do mesmo não é a ideal, com cores poucos definidas e pouco contraste; para o YouTube e utilização normal de Internet é satisfatório, mas é preciso ter o brilho quase no máximo e optar pela definição de cores saturadas. Ao nível das câmaras, destaque para o competente sensor traseiro principal de 48 MP que, em conjunto com o ultrapanorâmico, o macro e o de profundidade, é fiável para tirar boas fotografias no exterior ou interior, desde que haja luz. O problema é mesmo quando está escuro ou é de noite, já que o desempenho muda e as fotos perdem bastante qualidade. Onde o Moto G10 também se destaca é na autonomia: tem uma bateria de 5000 mAh que dá para 24 horas, comprovado no teste de bateria PC Mark, mas que em uso até chega aos dois dias com bastante facilidade. O problema é o carregamento: é lento com o carregador de 10 W fornecido. O equipamento da Motorola tem ainda alguns bónus a seu favor como NFC, o que permite, por exemplo, pagamentos contactless; a app Gametime que não nos deixa sermos incomodados quando estamos a jogar; o desbloqueio facial e a certificação IP52, ou seja, contra poeiras e gotas de água. MAFALDA FREIRE

MEDIÇÕES

EXPERIÊNCIA DE UTILIZAÇÃO

PREÇO QUALIDADE

5,77

7,75

9

8 Distribuidor: jp.di Site: lenovo.com/pt Preço: €139 s Autonomia s NFC s Robustez t Desempenho das câmaras com pouca luz t Ecrã

FICHA TÉCNICA n Processador: Qualcomm Snapdragon 460 (4 x 1,8 GHz Kryo 240 & 4 x 1,6 GHz Kryo 240) n Memória: 4 GB n Armazenamento: 64 GB (expansível por microSDXC) n Câmaras: 48 MP, f/1.7 + 8 MP, f/2.2 + 2 MP, f/2.4 + 2 MP, f/2.4 (traseira), 8 MP, f/2.2 (frontal) n Ecrã: 6,5” IPS LCD (1600 x 720), 269 ppi n Bateria: 5000 mAh n Dimensões: 165,2 x 75,7 x 9,2 mm n Peso: 200 gr BENCHMARKS n AnTuTu: 134 653 n 3D Mark Ice Storm Unlimited: 16 253 n PCMark Work 3.0: 5591 n PCMark Work 3.0 Battery: 1426 minutosg855 PONTO FINAL O Moto G10 é, sem dúvida, um smartphone com uma grande relação qualidade/ preço, em que a construção, a autonomia e as câmaras em ambientes de luz se destacam. Para quem tem um orçamento limitado e quer um telemóvel para uma utilização básica, este Motorola é uma boa hipótese a considerar.

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Huawei MateView Há algum tempo que não via um monitor tão bem acabado e com soluções técnicas que não são muito habituais em monitores para PC. O MateView tem um ecrã LCD de 28 polegadas, capaz de reproduzir imagens a 4K a 60Hz. No que respeita a entradas, temos duas USB Type-C (uma para ligar o transformador), mais duas USB Type-A, uma HDMI 2.0 e uma Mini DisplayPort (está incluído um cabo de ligação DisplayPort para Mini DisplayPort). O monitor conta ainda com uma jack de 3,5 mm para ligar auscultadores. Mas as ligações não ficam por aqui, já que também podemos emparelhar dispositivos sem fios. Se tiver um smartphone Huawei, basta encostá-lo à base para fazer a ligação automaticamente, um recurso que também funciona com dispositivos de outras marcas. Pode ainda ligar um rato e teclado ao monitor através de Bluetooth para que possa controlar um smartphone ou o computador. O ecrã pode ajustado em altura até um máximo de onze centímetros, para que fique sempre à altura dos olhos. Uma das coisas de que mais gostei foi do sistema de acesso às definições do monitor. Não sei porquê, mas a maioria dos fabricantes metem os controlos em zonas de difícil acesso e organizam-nos de forma a ser complicado de navegar facilmente pelos menus. O MateView tem uma barra sensível ao toque na parte de baixo que permite alternar muito facilmente pelos menus e escolher as opções que o utilizador quiser. Se não souber o que fazer, também há um sistema de ajuda que aparece no ecrã cada vez que a barra é utilizada. Todas as entradas estão na base, o que faz com que fiquem sempre à mão: aquelas que usamos menos, como a de energia e as das ligações físicas ao computador, estão na parte de trás, e as que se usam mais, como as USB, estão do lado direito do suporte. Em termos de qualidade de imagem, o MateView oferece cores um pouco mais saturadas do que gostaria, mas não é nada que não se consiga afinar. Também não se notam quaisquer artefactos em imagens mais rápidas, como em jogos. No que respeita à qualidade da ligação sem fios, há uma redução de resolução, mas a transmissão é feita sem cortes e o áudio mantém-se sincronizado com o vídeo. P E D R O T R Ó I A QUALIDADE DE IMAGEM

EXPERIÊNCIA DE UTILIZAÇÃO

PREÇO QUALIDADE

9 9

10

9

Distribuidor: Huawei Site: huawei.com Preço: €649 s Design s Sistema de navegação dos menus t Cores demasiado saturadas FICHA TÉCNICA n Ecrã: IPS, 28,2 polegadas, HDR 400, 60 Hz n Resolução: 3840 x 2560 n Contraste: 1200:1 n Ligações sem fios: USB-C (alimentação), USB-C (imagem, transferência de dados, carregamento), 2 x USB-A 3.0, HDMI 2.0, MiniDisplayPort, (DP1.2), jack 3,5 mm, IEEE 802.11a/b/g/n/ac, Bluetooth 5.1 n Multimédia: microfone, colunas de 5 W PONTO FINAL Este Huawei MateView tem um design excelente, a posição das ligações é quase perfeita e o sistema de navegação pelos menus é dos melhores que tenho visto. A única coisa que podia ser melhor é a saturação excessiva das cores na configuração por defeito.


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PLAY JOGOS

Será este o jogo que vai por em causa o domínio de Civilization? Ao contrário do que acontece em Civilization, antes de escolher que civilização quer usar para conquistar o mundo (e o sítio onde se vai estabelecer), tem de explorar o mapa sob a forma de uma tribo neolítica. Nesta fase, o objectivo é recolher alimentos e outros recursos de locais específicos espalhados pelo cenário e, ocasionalmente, também lutar com animais que se encontram durante a exploração. Isto parece algo idílico, mas, na realidade, não é. É uma corrida para ver se conseguimos encontrar e reclamar as áreas mais ricas em recursos e as mais belas, antes de todas as outras tribos. A ocupação da área que vamos descobrindo é feita através do estabelecimento de bases (outposts). Durante esta fase do jogo, a sua tribo também cresce e, a certa altura, vai poder dividir as suas unidades para explorar mais território ao mesmo tempo.

EVOLUÇÃO ALEATÓRIA Para que a sua civilização avance para uma nova era, tem de ultrapassar vários marcos, representados por estrelas. Estes objectivos são um bom motivador para progredir. No entanto, são pouco inspiradores, porque parecem algo arbitrários, como ‘pesquisar

sessenta tecnologias’ ou ‘derrotar vinte unidades militares’, a única que coisa que muda ao longo do tempo é a quantidade. Quando chega à jogada número cem, estará a fazer o mesmo que na jogada dez. A ‘Fama’ é uma das condições de vitória em Humankind. Se, quando chegar à última jogada, tiver mais que os adversários, ganha o jogo. A ‘Fama’ é ganha através da construção de “maravilhas” ou completando eventos

competitivos contra outras civilizações. Só quando passa da fase neolítica é que pode escolher a primeira cultura. Cada uma tem uma especialidade diferente (militar, ciência, expansão, etc.), que lhe confere algumas vantagens face a outras, como edifícios especiais, ou mais poderio industrial, entre outras. Mas não precisa de ficar preso à primeira cultura que escolher: à medida que muda de era, pode escolher outra cultura, mantendo os bónus que obteve por escolher outra cultura anteriormente.

A GUERRA NUNCA ACABA Claro que, onde há civilizações, há guerra e Humankind não é excepção. O problema é que, aqui, a guerra é um pouco desinteressante. Quando há conflitos, o jogador tem duas opções: resolver de forma automática ou comandar directamente as suas forças no terreno. No primeiro caso, basta ter alguma vantagem para ganhar sempre. No segundo, as limitações são grandes: pode avançar e atacar com as suas unidades e… é tudo. É possível usar o terreno para tentar limitar os movimentos do inimigo, mas no geral, em Humankind, as guerras não têm grande “sabor”. P E D R O T R Ó I A JOGABILIDADE

LONGEVIDADE GRÁFICOS

SOM

8 8

6

9

9

Editora: SEGA Distribuidora: Ecoplay Plataforma: Windows Site: humankind.game Preço: €59,99 Gráficos Tenta inovar Acaba por ser um pouco repetitivo

PONTO FINAL Humankind é um jogo que, apesar de ser longo, acaba por ficar algo enfadonho a partir de um certo ponto na evolução das civilizações. Gostei bastante dos gráficos e também do facto de a primeira parte do jogo ser de exploração. Talvez numa segunda versão, mais polida, consiga sobressair.

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PLAY HARDWARE

Corsair Sabre RGB PRO Wireless Mad Catz R.A.T. 4 + Quando a Mad Catz faliu em 2017, pensou-se que seria o fim desta empresa fundada em 1989 e que começou por ser uma marca que criava e comercializava hardware, mas que, curiosamente, também foi editora de jogos durante algum tempo. Em 2018, o nome e toda a propriedade intelectual da “defunta” Mad Catz foram comprados por uma empresa chinesa que retomou a produção do hardware icónico da empresa. Chegados a 2021, aqui temos o R.A.T. 4 + o primeiro rato da renovada Mad Catz a passar por cá. Os R.A.T. são um tipo de hardware sui generis: tratam-se dos únicos ratos do mercado que podem mudar de tamanho e de forma para se adaptarem às mãos do utilizador. Isso é conseguido através de uma peça, que está na parte de trás do rato, montada num carril, que nos permite fazer avançar ou recuar o chassis. Este movimento faz com que o rato cresça ou encolha, adaptando-se à forma da mão do utilizador. Em alguns modelos, também estão disponíveis várias peças laterais que permitem “engordar” ou “emagrecer” o rato - contudo, estas últimas não são compatíveis com o R.A.T. 4 +. Regressando às características mais comuns, este rato tem sete botões programáveis, incluindo um botão de “mira” que reduz temporariamente a resolução do sensor para que o apontador se mova mais devagar, para uma maior precisão de tiro. Como já é hábito, este rato tem três zonas com iluminação LED. O sensor óptico é um Pixart, com uma resolução máxima de 7200 dpi e a ligação ao computador é feita através de um cabo USB. Apesar de ser muito semelhante aos R.A.T. das gerações anteriores, este tem algumas diferenças: por exemplo, o chassis é em plástico em vez de ser em metal. O seu design não é consensual, mas o R.A.T. 4 + é realmente um feito, porque muitas vezes acabamos por comprar ratos que ficam curtos, largos ou são grandes demais para as mãos; neste caso, é quase como uma peça de roupa feita à medida - em segundos, o rato ficou com o tamanho ideal para a minha mão. Por isto, a experiência de utilização é bastante boa. A única coisa a dizer de negativo a apontar tem que ver com o facto de um dos botões laterais estar recuado demais para se conseguir usar convenientemente no “calor” da batalha - este é um problema que já vem desde o design dos primeiros R.A.T. P E D R O T R Ó I A

FUNCIONALIDADES

EXPERIÊNCIA DE UTILIZAÇÃO

PREÇO / QUALIDADE

9 9

8

FUNCIONALIDADES

EXPERIÊNCIA DE UTILIZAÇÃO

PREÇO / QUALIDADE

9

10

Distribuidor: Fraggerzstuff Site: fraggerzstuff.pt Preço: €59 s Sistema de adaptação às mãos s Conforto de utilização t Preço t O design não é para todos

FICHA TÉCNICA n Sensor: Óptico n Resolução máxima: 7200 dpi n Ligação: USB Type-A n Número de botões: 7 n Dimensões: 108 x 89 x 38 mm n Peso: 93 gr PONTO FINAL É bom voltar a usar um R.A.T. e, embora o design “aberto” não seja para todos, é muito eficaz naquilo a que se propõe: adaptar-se a quase todos os tamanhos diferentes de mãos dos utilizadores. Apesar de ter um chassis em plástico, a qualidade é tão boa, ou melhor, que R.A.T. mais antigos. Se o design não lhe “agredir” os olhos é um rato que recomendo vivamente.

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Quem disse que um rato sem fios tem de ser pesado? Com apenas 79 gramas, o novo Sabre RGB Pro Wireless da Corsair é tão leve que quase não oferece resistência ao movimento. Para ligar ao computador, o Sabre pode usar dois tipos de comunicação sem fios: o dongle USB, que utiliza a tecnologia de 2,4 GHz Slipstream da Corsair (minimiza o lag e permite tempos de reacção mais reduzidos, principalmente em jogos FPS onde a velocidade é essencial), e uma ligação Bluetooth 4.2, para quando não há portas USB livres. Se for um purista, pode usar também o cabo USB Type-C para Type-A. O sensor óptico é de fabrico próprio e permite uma resolução máxima de 26 000 dpi com incrementos de 1 dpi, para uma maior precisão. A bateria é um dos elementos mais importantes de qualquer rato sem fios e a Corsair garante que a do novo Sabre tem uma autonomia de noventa horas em Bluetooth, o que equivale a mais de três dias inteiros a jogar sem ter de carregar o rato; já com a ligação Slipstream e a iluminação, o máximo são sessenta horas. Quanto a botões, o Sabre tem cinco: os três habituais em cima (mais um para alterar a resolução do sensor) e dois de lado. Como é habitual, estes botões podem ser programados através de software. Com este rato, vem também uma nova versão do software iCue, que serve para configurar praticamente todo o hardware da Corsair. No passado, considerei o software, mais precisamente este, o ‘calcanhar de Aquiles’ da oferta da marca. E parece que me ouviram, porque esta nova versão está muito mais simples de usar: agrega as configurações por dispositivo, vem com tutoriais e um sistema de ajuda que ensinam a programar os vários dispositivos. A primeira coisa que se nota, quando se começa a usar o Sabre, é a falta de peso. Isto permite-lhe ser muito ágil porque reduz a inércia, mas requer alguma prática para quem está habituado a usar ratos mais pesados. A qualidade do material e da construção são excelentes, o que torna este rato muito confortável de usar por longos períodos. Quanto à vida da bateria, juntando todos os períodos de jogo, conseguimos chegar perto das noventa horas anunciadas em Bluetooth (conseguimos 88) e cerca 57 em Slipstream. P E D R O T R Ó I A

9

9

8

Distribuidor: Corsair Site: Corsair.com Preço: €99 s Peso s Construção s Versatilidade t Preço

FICHA TÉCNICA n Ligações sem fios: Splipstream 2,4 GHz, Bluetooth 4.2 + LE, Type-C n Sensor: Corsair Marksman com 26 000 dpi n Número de botões: 7 n Dimensões: 129 x 70 x 43 mm n Peso: 79 gr PONTO FINAL O Sabre RGB PRO Wireless da Corsair é um excelente rato para quem procura mais velocidade em jogos onde as reacções têm de ser muito rápidas, como nos FPS, mas também não se sai nada mal no Excel. Acima de tudo é bom para quem tem um portátil e precisa de andar de um lado para o outro. Os 99 euros pedidos, embora sejam um pouco altos, não são escandalosos.


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PLAY MOBILE Paulo Miranda

Edi to r do si te fo n ep lay.n et paulo.miranda@foneplay.net

10 EDITORA AKUPARA GAMES PARA ANDROID, iOS PREÇO €4,99

BEHIND THE FRAME: THE FINEST SCENERY Behind the Frame segue a história de uma jovem artista em busca do seu lugar ao Sol. Enquanto cria a sua pintura, cada pincelada irá fazer o jogador mergulhar num mundo mágico onde a soberba animação, a electrizante banda sonora e a sua original jogabilidade, com engenhosos elementos de quebracabeças, vão convidar a continuar com a história quase sem nos apercebermos do passar do tempo. À medida que a pintura toma forma, iremos descobrir uma história emocionante num cenário panorâmico pintado à mão com grande atenção aos detalhes, tornando-se um elemento essencial para a narrativa.

MY FRIEND PEDRO: RIPE FOR REVENGE

9 EDITORA DEVOLVERDIGITAL PARA ANDROID, iOS PREÇO GRÁTIS

My Friend Pedro: Ripe for Revenge é um frenético jogo de acção e plataformas. Para resgatar a sua família, a nossa personagem terá de enfrentar 37 níveis cheios de balas, sangue e bananas, enquanto elimina hordas de inimigos, tudo a um ritmo alucinante. A acção é constante: uma chuva de balas toma conta do ecrã, sendo preciso realizar as mais loucas acrobacias a pé, de skate ou de moto. O controlo foi simplificado na versão para smartphones, permitindo uma maior flexibilidade na escolha da direcção dos tiros, sendo possível disparar em simultâneo para dois pontos diferentes.

TALES OF THE MIRROR

8

Tales of the Mirror é uma aventura gráfica onde o jogador embarca numa missão para desvendar um crime misterioso e exonerar o acusado. A história decorre durante a Dinastia Ming e alguns locais reais aparecem como pano de fundo para o desenvolvimento da narrativa. As principais armas do jogador para resolver o mistério envolvem um espelho que revela as mentiras. O jogo apresenta diferentes desfechos fruto das escolhas feitas ao longo da história e testa a atenção dos jogadores aos detalhes, assim como as suas habilidades de detetive numa época repleta de injustiça.

EDITORA LILITHGAMES PARA ANDROID, iOS PREÇO €3,49

THE DC: BATMAN BAT-TECH EDITION

7 EDITORA WARNER BROS. PARA ANDROID, iOS PREÇO GRÁTIS

E que tal ajudar Batman a prender vilões, como Joker ou Riddler, na nossa sala de jantar? DC: Batman Bat-Tech Edition é um novo jogo de realidade aumentada com dez missões, cada uma colocando o jogador a usar várias peças do equipamento do Cavaleiro das Trevas. Será preciso conduzir o Batmóvel durante o maior tempo possível ou treinar o arremesso do Batarang, tudo isto interagindo com o meio envolvente através de realidade aumentada. Além destes minijogos, existe ainda um modo selfie, com alguns filtros de rosto, um pacote de stickers e várias revistas digitais exclusivas de banda desenhada.


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