Jornal Andanças #2

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Fotografia de Paulo Lima

Número de emergência

800 209 341

Ementa:

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Almoço: Legumes à brás/ Javali Estufado/ Açorda de Bacalhau Jantar: Empadão legumes/ Jardineira de vitela/ Alhada de Peixe


Oficina de Acrobacia e Trapézio Crianças, diversão e alegria foi algo que não faltou nesta oficina, realizada no Espaço Criança. Dinamizada pelos ‘Zirkus Vagabundo’,a oficina de Acrobacia e Trapézio foi um perfeito momento de descontração para os pais e de festa para as crianças. Deram-se pulos, ouviram-se risos e música. A sastifação era evidente em todos. E realmente, haverá melhor sensação do ver que crianças felizes com sorrisos na cara?

Martina quiere bailar Para quem gosta de bailar com boa música este concerto foi ideal. Combinando violinos, acordeão e guitarra este grupo, composto por 5 elementos, cria uma música envolvente que não deixa ninguém parado. Apesar do calor abrasador, quem esteve presente na atuação parece ter disfrutado e bailado até mais não.

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Construção de Velas com cera de abelha Velas de todos os tamanhos e feitios. O objetivo desta oficina, coordenada por Miguel Monteiro, consistia em ensinar qualquer um a construir as suas próprias velas. Por mais surpreendente que seja, era bastante simples, bastava ter boa vontade e vontade de aprender. Foi de facto fantástica e superou as minhas expectativas. E para quem não teve oportunidade de participar, quinta-feira, no mesmo sítio e à mesma hora, esta atividade irá repetir-se.

3 Texto Maria Cruz - Fotografia José Pedro Lindo e Bruno Mendes


Aqui Há Baile lança álbum Cadernos de Danças do Alentejo Pezinhos mandados

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“Se tu és o meu amor/Dá-me cá abraços teus/Se não és o meu amor/ Saudinha, adeus, adeus.” Por vezes, é a própria letra que orienta o corpo que viaja pela melodia. “Água sobe, água desce”, pela voz da Mara, vai revelando, mesmo aos mais desajeitados, os passos de dança. Mas o repertório no seu todo não dispensa o mandador. As valsas mandadas, por não terem letra, vivem dele ou dela. No caso dos Aqui Há Baile, grupo formado em Évora para trabalhar a dança e a músicas tradicionais do Alentejo, é a Ana Silvestre que conduz o baile. Pelas mãos do Aqui Há baile, a tradição popular alentejana renasce com traços contemporâneos. E não apenas quando os músicos se juntam em palco. Hoje, entre as 16h00 e as 19h00, no Bosque das Palavras, o grupo apresenta ao público o álbum Cadernos de Danças do Alentejo – Adaptado, que conserva um trabalho de redescoberta de repertórios antigos e de fusão de ritmos musicais do mundo, com o qual os bailinhos poderão surgir em qualquer lado. “Algumas músicas tipicamente alentejanas são transformadas com o recurso a arranjos que têm que ver com as características dos elementos

do grupo e dos instrumentos que tocam e com as suas preferências em termos de ritmos musicais”, assim descreve Mara uma das dimensões da fusão artística em que o projeto, nascido de um desafio da Pédexumbo, se baseia. Das Valsas mandadas, originárias do litoral alentejano, ao Círculo Circassien, oriundo da velha Europa, passando pelo Funaná, o álbum promete, pois, um percurso inovador pelos sons do mundo. “Põe-se no terreno o que se dançava antigamente, ao mesmo tempo em que se insere a tradição das danças portuguesas, e alentejanas em particular, no movimento folk, que é, sobretudo, baseado no repertório europeu”, expõe, por seu lado, Ana Silvestre, que ontem mesmo conduziu a oficina de danças Valsas Mandadas, preparando os pezinhos para a voz da mandadora. Ao lançamento do CD seguir-se-á um baile, pelas 00h15, no Palco dos Carvalhos, no qual os repertórios do álbum e do Caderno de Danças do Alentejo poderão ser conhecidos e vividos pela dança. Uma outra atuação dos Aqui Há Baile está prevista para domingo, às 21h30 e decorrerá com a participação do Grupo de Folclore e Cultura de Póvoa e Meadas.

Texto Rita Basílio


5 Fotografia JosĂŠ Pedro Massena Lindo


Menu Km Manuela, integrante do Eco-Grupo do Andanças e membro da Associação PédeXumbo desde 1999, aceitou ser entrevistada pelo Jornal do Andanças no sentido de nos esclarecer acerca do impacto ecológico que norteia as fundações deste festival.

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Qual é a ideia geral da Refeição km0? A ideia geral é reduzir a pegada ecológica do Andanças. [Neste sentido] há várias frentes e uma delas são as coisas que consumimos. Aquilo que nós fazemos no Andanças é aquilo que nós gostaríamos que se fizesse em geral. A ideia é que as pessoas peguem nestas ideias e apliquem consigo próprios, em casa e na sua vida diária. E uma das coisas mais impactantes para o ambiente é a comida. Nós comemos kiwis que vêm da China quando temos kiwis a serem produzidos no Minho, bananas da Madeira... Consumimos muitas coisas que temos cá e seria muito melhor comê-las localmente porque promovemos a economia local e não estamos a transportar alimentos longas distâncias. O que nos chega em

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câmaras frigoríficas, obviamente, não tem a mesma qualidade do que é colhido no quintal do “Sr Francisco” (Póvoa e Meadas). A pegada ecológica que se produz quando se transporta produtos de Póvoa e Meadas para aqui é muito diferente daquela que se tem quando os produtos vêm da China. Mas isto [comprar as maçãs ao Sr. Francisco] é uma opção individual e deve ser uma escolha nossa - de acreditar que é importante ter o “Sr. Francisco” a plantar maçãs ali em Póvoa e Meadas. Boas práticas sociais? As boas práticas sociais também é isto: ir comprar ao “Sr. Francisco” em vez de comprar no Intermarché, mesmo sabendo que o Intermarché é mais barato. A nós interessa-nos promover estas atividades mais micro e mais locais que são a única maneira de manter as pessoas aqui. Nós queremos o festival aqui com uma aldeia perto, até porque não dá jeito nenhum estar no “fim do mundo”. Portanto, para nós é interessante que haja alguém que vá mantendo estas práticas.


O Zero-Descartável? O Zero-Descartável tem a ver com a diminuição da produção de resíduos. Nós sempre nos preocupámos muito com a quantidade de lixo que íamos produzindo. E como o Andanças vai crescendo todos os anos, víamos a quantidade de lixo a aumentar e era uma coisa que nos tocava muito. E normalmente nestas coisas, quando se vê um problema grande pensa-se que é impossível e que não dá para resolver isto. Mas a Graça começou a analisar que lixo é que se produzia e chegámos à conclusão que a maior parte do lixo produzido eram plásticos e coisas descartáveis. E então resolvemos começar por aí; eliminar tudo o que era descartável. Neste sentido, a ideia foi ter um “Zero-Descartável”. No entanto, isto [100% Zero-Descartável] nunca é possível porque há sempre plásticos que se usam em qualquer coisa. Nós

não somos perfeitos nem ambicionamos seres perfeitos e há sempre compromissos que se têm de fazer. Às vezes há um plástico qualquer que é reutilizável – como as canecas de plástico e isso não tem problema nenhum. Para nós o ser alumínio ou plástico não tem problema. O que interessa é que se use muitas vezes. A menos que seja papel e nesse caso pode ser repostado. Em relação ao desconto na CP? A nós interessa-nos que as pessoas poluam pouco quando chegam aqui. Ou seja, não têm que vir de comboio; podem partilhar um carro. Nós não queremos é que chegue aqui uma pessoa sozinha de carro. Podem vir de autocarro também. Só temos desconto com a CP porque a Rede-Expressos (RE) não faz, porque se a RE fizesse também teríamos com a mesma.

7 Texto Gonçalo Mota - Fotografia José Pedro Lindo


ENTREVISTA TIAGO PEREIRA A DANÇA PORTUGUESA A GOSTAR DELA PRÓPRIA A Dança Portuguesa A Gostar Dela Própria é um projecto recente, criado em 2013, com o objectivo de divulgar as danças tradicionais portuguesas. Em parceria com a PédeXumbo, através de um site criado para o efeito, este projecto grava espectáculos de grupos tradicionais, exibindo-os depois em forma documental. Tiago Pereira, convidado pela associação organizadora do Andanças, para incorporar o projecto, afirma que “foi dado um passo muito importante nesta área”, uma vez que actualmente o grupo trabalha com uma antropóloga, o que permite “fazer uma selecção mais cuidadosa daquilo que gravamos”.

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Com presença diária no Andanças’2013, A Dança Portuguesa A Gostar Dela Própria, exibe diariamente documentários no Cinema do festival, onde divulga e valoriza o expólio de danças que por cá passam. Tiago Pereira diz mesmo que “esta é uma montra fantástica porque a maioria dos grupos estão cá, o que possibilita uma maior cobertura de espectáculos”. De destacar a Farrapeira, uma dança com adufe única em Portugal, que esteve ontem presente no Palco Menires. A actuação foi filmada e exibida depois na parede da barragem durante a noite. Actualmente, A Dança Portuguesa a Gostar Dela Própria conta com cerca de 30 projectos e espera continuar a crescer nos próximos tempos.

9 Texto André Rosado


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Dica de Saude: Estamos cá para ti! Liga para nós! O número de emergência do Andanças é o 800 209 341. Podes também recorrer à equipa de Saúde. Tens um posto de saúde disponível e vais ter sempre membros da nossa equipa, devidamente identificados, a circular pelo recinto. Estamos também a uma chamada de distância, usa o número de emergência!

Sugestões Recreio Rítmico – Oficina de Instrumentos – Rg2 – 17h30 Os Retimbrar cantam bombos, chocalham tréculas, rufam guitarras, sopram vozes... em Retimbrar o que se faz é música para todos. Atuam com liberdade para que o prazer se renove e a tradição não envelheça. Retimbrar cumpre-se enquanto verbo no reaproximar das pessoas e a energia encontra-se na procura de um espaço comum para que todos participem. Apelam à evolução da cultura do ritmo em Portugal, levando a voz de numerosos tambores a expressar a necessidade de provocar movimento e agitação. Por onde passam há revolução. São muitos e são barulhentos quando bravos. Recomenda-se. Forró Pé de Serra – PS - Forró de Lampião 17.45 Inspirados pelos ritmos presentes no Forró este quinteto luso-brasileiro propõe-se à ir muito além, fundindo nas suas performances elementos do Maracatu, do Côco, Samba, Rock. O Baião é o ritmo que nasce da fusão entre o Fado e o Maracatu. O Quinteto Luso-Baião origina-se da necessidade de levar aos palcos e ao público português esse ritmo tão alegre e dançante que no fundo tem muito de Portugal. Mu – Palco X -22h00 Em busca de fusão e de experimentação no seio da música tradicional, muitos foram, e continuam a ser, os estilos que caracterizam esta banda portuguesa desde os seus inícios em 2003. Os seus membros dedicam-se aos mais variados instrumentos provenientes dos quatro cantos do mundo, o que permite a este projeto viajar por distintas culturas e mergulhar numa viagem por mundos perdidos resgatando-os até à atualidade. Nos seus espectáculos, os MU criam ao vivo um momento de alegria contagiante, onde a energia viaja no ar e invade os corpos, impelindo-os a dançar num mundo sem limites. Ao longo de seu percurso, os MU contam com três trabalhos discográficos: Mundanças (2005), Casa Nostra (2008) e Folhas Que Ardem (2012).

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Fotografia de Paulo Lima

Colaboradores: André Rosado - Bruno Mendes - Catarina Serrazina - Gonçalo Mota - Isabel Cruz José Pedro Lindo - Maria Cruz - Paulo Lima - Raquel Drumond - Rita Basílio Revisão: Catarina Serrazina - José Pedro Lindo


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