12 correiodominho.pt 27 de Maio 2019
1 de Setembro 2016 correiodominho.pt 27
Opinião Ideias
PEDRO MORGADO Psiquiatra e Professor da Universidade do Minho
Por uma federação europeia
A
União Europeia é, seguramente, a melhor construção política de todo o século XX. Depois de séculos marcados por guerras sangrentas, a Europa ocidental entrou no maior período consecutivo de paz entre as suas diversas nações e, ao mesmo tempo, garantiu uma melhoria sustentada e sistemática das condições de vida das suas populações. Apesar do sucesso, a verdade é que entre os diferentes estados membros (e no interior de cada um deles) há razões muito distintas para apoiar - de forma declarada ou velada - esta união política e económica. Desde o idealismo humanista e ecológico até ao mero pragmatismo económico, uns e outros mantêm-se na Europa porque a Europa unida continua a ser melhor e mais forte do que a soma das suas mil e uma partes. Em Portugal, até entre os partidos que mantêm um discurso anti-Europa, a oposição é tão frustre que todos sabemos que não passa de mera retórica. O século XXI trouxe novos desafios e também inesperadas dificuldades ao projeto Europeu. A perda de influência e de capital do eixo transatlântico para oriente, a crise humanitária do Norte de África e a condenação das classes médias a vidas pouco mais que remediadas de “metro, trabalho e sepultura” geraram um descontentamento endémico que acabou por favorecer o aparecimento de movimentos
populistas que fizeram ressurgir o pior dos nacionalismos europeus. Os moderados também tiveram as suas responsabilidades. Um pouco por todo o lado, os governos nacionais colhem os louros do que a Europa faz bem e transferem para a União Europeia as culpas do que é difícil, polémico ou corre mal. Durante os anos da crise, confortados com problemas internos e com classes médias genericamente descontentes, os governos nacionais reforçaram a estratégia de “passa-culpas” para Bruxelas, o que danificou quase irreversivelmente a
imagem das instituições europeias junto de franjas muito significativas da população. O afastamento entre a generalidade dos cidadãos e as instituições europeias é mais do que evidente. As elevadas taxas de abstenção nas eleições de ontem comprovam esse divórcio. Em vez de centrar a campanha na discussão dos temas europeus e no aumento da literacia sobre o funcionamento da Europa, a generalidade dos partidos preferiu centrar o debate nas questões nacionais. Estas eleições foram assim mais uma
oportunidade perdida também em Portugal. Se quiser sobreviver enquanto projeto político verdadeiramente transformador, a União Europeia terá que se reformar: aproximar as instituições europeias dos cidadãos é um desígnio fundamental para a próxima década. O federalismo europeu, mesmo comportando alguns riscos, é o caminho mais seguro. Avançar para o federalismo, implica líderes políticos determinados e combativos, disponíveis para sacrificarem projetos de poder individuais em nome de uma União Europa assente na defesa do humanismo, da ecologia e da democracia liberal. Afinal, são esses princípios e valores que nos unem efetivamente enquanto cidadãos europeus. Foi sobre eles que construímos a Europa e é por eles que temos que continuar lutar todos os dias para garantir que não voltamos a acordar a meio de uma longa noite europeia.
!!! O afastamento entre a generalidade dos cidadãos e as instituições europeias é mais do que evidente. As elevadas taxas de abstenção nas eleições de ontem comprovam esse divórcio.
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inquérito V o to u p a ra a s E le iç õ e s E u r o p e ia s ?
A N T Ó N IO F E R R E IR A P e n s io n is t a
“Não, não senti motivação para votar nesta eleições”.
PROPRIETÁRIO E EDITOR Arcada Nova – Comunicação, Marketing e Publicidade, SA. Pessoa colectiva n.º 504265342. Capital social: 150 mil €uros. N.º matrícula 6096 Conservatória do Registo Comercial de Braga. SEDE Praceta do Magistério, 34, Maximinos, 4700 222 BRAGA. Telefone: 253309500 (Geral)
M A N U E L M A L H E IR O A p o se n ta d o
“Sim, como em todos os actos eleitorais. Todos temos responsabilidade nas escolhas dos eurodeputados”.
CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO administracao@correiodominho.pt Manuel F. Costa (Presidente); Paulo Nuno M. Monteiro e Sílvia Vilaça F. Costa. SEDE DA REDACÇÃO Praceta do Magistério, 34, Maximinos, 4700 - 222 BRAGA. Telefone: 253309500 (Geral) e 253309507 (Publicidade). Fax: 253309525 (Redacção) e 253309526 (Publicidade). DIRECTOR COMERCIAL comercial@correiodominho.pt António José Moreira DIRECTOR DO JORNAL director@correiodominho.pt Paulo Monteiro (CP1145A)
M A R IA J O S É A R A Ú J O A p o se n ta d a
“Sim, é um dever cívico. Mesmo com compromissos, há sempre um tempo para votar”.
CORPO REDACTORIAL redaccao@correiodominho.pt Chefe de Redacção: Rui Miguel Graça (CP4797A). Subchefe de Redacção: Miguel Machado (CP4864A). Redacção: Carlos Costinha Sousa (CP8872), Joana Russo Belo (CP4239A), José Paulo Silva (CP679A), Marlene Cerqueira (CP3713A), Marta Amaral Caldeira (CP7761), Patrícia Sousa (CP5948), Paula Maia (CP4259 A), Rui Serapicos (CP1763A), Teresa Marques da Costa (CP3710A). Fotografia: Rosa Santos (CP6695). Grafismo: Filipe Ferreira (Coordenador), Francisco Vieira, Filipe Leite e Rui Palmeira.
L U R D E S A R A Ú J O A u x ilia r d e E d u c a ç ã o
“Sim. Apesar do povo estar desanimado é importante votar e fazer as nossas escolhas”.
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