Conhecendo a terra: um olhar ecológico sobre o planeta [4o Ano - Livro do Aluno].

Page 1

CONHECENDO A TERRA

CIÊNCIAS 4o ano (3a série)

HINO NACIONAL BRASILEIRO II DEITADO ETERNAMENTE EM BERÇO ESPLÊNDIDO, AO SOM DO MAR E À LUZ DO CÉU PROFUNDO, FULGURAS, Ó BRASIL, FLORÃO DA AMÉRICA, ILUMINADO AO SOL DO NOVO MUNDO! DO QUE A TERRA MAIS GARRIDA, TEUS RISONHOS, LINDOS CAMPOS TÊM MAIS FLORES; “NOSSOS BOSQUES TEM MAIS VIDA,” “NOSSA VIDA” NO TEU SEIO “MAIS AMORES”.

Ó PÁTRIA AMADA, IDOLATRADA, SALVE! SALVE!

Ó PÁTRIA AMADA, IDOLATRADA, SALVE! SALVE!.

BRASIL, UM SONHO INTENSO, UM RAIO VÍVIDO DE AMOR E DE ESPERANÇA À TERRA DESCE, SE EM TEU FORMOSO CÉU, RISONHO E LÍMPIDO, A IMAGEM DO CRUZEIRO RESPLANDECE. GIGANTE PELA PRÓPRIA NATUREZA, ÉS BELO, ÉS FORTE, IMPÁVIDO COLOSSO, E O TEU FUTURO ESPELHA ESSA GRANDEZA.

BRASIL, DE AMOR ETERNO SEJA SÍMBOLO O LÁBARO QUE OSTENTAS ESTRELADO, E DIGA O VERDE-LOURO DESSA FLÂMULA -PAZ NO FUTURO E GLÓRIA NO PASSADO. MAS, SE ERGUES DA JUSTIÇA A CLAVA FORTE, VERÁS QUE UM FILHO TEU NÃO FOGE À LUTA, NEM TEME, QUEM TE ADORA, A PRÓPRIA MORTE.

TERRA ADORADA, ENTRE OUTRAS MIL, ÉS TU,BRASIL, Ó PÁTRIA AMADA! DOS FILHOS DESTE SOLO ÉS MÃE GENTIL, PÁTRIA AMADA, BRASIL!

TERRA ADORADA, ENTRE OUTRAS MIL, ÉS TU, BRASIL, Ó PÁTRIA AMADA! DOS FILHOS DESTE SOLO ÉS MÃE GENTIL, PÁTRIA AMADA, BRASIL!

ISBN 978-85-62475-02-3

9 788562

475023

4o ano / 3a série

I OUVIRAM DO IPIRANGA AS MARGENS PLÁCIDAS DE UM POVO HERÓICO O BRADO RETUMBANTE, E O SOL DA LIBERDADE, EM RAIOS FÚLGIDOS,, BRILHOU NO CÉU DA PÁTRIA NESSE INSTANTE. SE O PENHOR DESSA IGUALDADE CONSEGUIMOS CONQUISTAR COM BRAÇO FORTE, EM TEU SEIO, Ó LIBERDADE, DESAFIA O NOSSO PEITO A PRÓPRIA MORTE!


CIÊNCIAS 4o ano (3a série)

1a edição

Rio de Janeiro

Editora Pollux 2010


EQUIPE DE PRODUÇÃO EDITORIAL AUTORES

Patrick Goltsman Moreno Biólogo pela UFRJ, Mestre em Genética – ênfase em Educação (UFRJ), Professor de Ensino Médio e Fundamental e Coordenador de Ciências do Colégio A. Liessin. Pedro Luiz de Freitas Engenheiro Agrônomo (USP/ESALQ), Mestre em Hidrologia (UFRGS/IPH), Ph.D. em Ciência do Solo (Cornell University, USA) e Pós-Doutor (IRD, França). Pesquisador Científico (Embrapa Solos, Rio de Janeiro, RJ). Autor e editor técnico de cadernos interativos para o ensino fundamental como instrumento para o aumento da percepção e conscientização ambiental.

COAUTORES

Eduardo Gruzman Biólogo pela UFRJ, Mestre em Tecnologia Educacional nas Ciências da Saúde (NUTES/UFRJ), Professor do Ensino Fundamental.

Igor França Biólogo pela UFRJ, Mestre em Educação em Ciências (NUTES/ UFRJ), Professor do Ensino Fundamental e do Ensino Médio.

CONSULTORES TÉCNICOS

Pedro Luiz de Freitas (coordenação) Kátia Leite Mansur Geóloga, Técnica do DRM-RJ e doutoranda na UFRJ. Patrícia Amaral Licenciada em Física (UnB) e mestre em Ensino de Ciências (UnB), trabalha na Capes com programas ligados à formação de professores da Educação Básica. Vitor Manoel Rodrigues do Nascimento Geólogo e Geógrafo, Técnico do DRM-RJ e doutorando na UFF.

COLABORADORES (em ordem alfabética)

Carlos Eduardo Gonçalves Ferreira (mapas), Licenciado em Geografia da UERJ, mestrando em Geomática. Luciana dos Santos Zootecnista, Mestre e Monitora Ambiental.

PROJETO GRÁFICO

Renato Wildt Designer Gráfico, Pós-graduado em Marketing e com cursos de extensão na SVA (School of Visual Arts - NY)

ILUSTRAÇÕES

Rafael Baldissara Belcastro Designer Gráfico

REVISÃO ORTOGRÁFICA, GRAMATICAL E DE ESTILO

Heloisa Mesquita Portes Professora de Língua Portuguesa e Literatura. CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTE SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ

M842c Moreno, Patrick Goltsman, 1977 Conhecendo a Terra : um olhar ecológico sobre o planeta, 4o ano (3a série) : livro do aluno / Patrick Goltsman Moreno e Pedro Luiz de Freitas. - 1.ed. - Rio de Janeiro : Pollux , 2010. 72p. : il. color. Inclui bibliografia ISBN 978-85-62475-02-3 1. Ciências (Ensino fundamental). 2. Geografia (Ensino fundamental). 3. Ecologia (Ensino fundamental). 4. Educação ambiental (Ensino fundamental). I. Freitas, Pedro Luiz de, 1953-. II. Título. 10-1212. CDD: 372.35 CDU: 373.3.016:5 19.03.10 25.03.10

018148

Copyright © 2010 Editora Pollux Ltda. 1a. edição Rua da Assembléia, 10 sala 3111 – parte CEP 20011-901 - Rio de Janeiro, RJ – Tel.: (21) 3021-3831. Site: http://www.editorapollux.com.br Contato: contato@editorapollux.com.br Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução por quaisquer meios, inclusive eletrônicos, sem a devida autorização por escrito da editora. A editora processará os infratores pelas penas máximas previstas nos Códigos Civil e Penal.

Impresso no Brasil. Printed in Brazil.


ÍNDICE ....................... 5

Conhecendo o Espaço..........

a.................... 13 Conhecendo o Planeta Terr Natureza.... 21

Conhecendo os Elementos da

..................... 29

Conhecendo os Seres Vivos..

.................... 41

Conhecendo a Adaptação.....

te.................. 51

Conhecendo o Meio Ambien

bientais...... 61 Conhecendo os Problemas Am .................... 71

Bibliografia.........................


muito especial, único no Vivemos em um planeta ente, um dos poucos nosso Sistema Solar e, certam tar a vida como nós do Universo capazes de susten de que a vida surgiu a conhecemos. No entanto, des es desapareceram, no planeta, milhões de espéci muitas se adaptaram, enquanto outras surgiram e ormações. sofrendo importantes transf tornou-se Uma espécie, entretanto, milhares de anos, preponderante. Ao longo de - foi se adaptando às esta espécie – o ser humano no planeta Terra, diversas condições existentes adequaram ao meio sofrendo modificações que a umiu o controle sobre em que vivia. Inteligente, ass to da agricultura, e os os vegetais, com o surgimen do alguns para a sua demais animais, domestican alimentação e proteção. iedade humana nos O desenvolvimento da soc a enorme melhoria na últimos cem anos trouxe um aumentando muito qualidade de vida do Homem, as a interferência na a sua perspectiva de vida. M e perigosa. Hoje, somos natureza começou a tornar-s ancando do planeta, quase sete bilhões de seres arr e precisamos para uma desordenadamente, tudo qu ssamos a destruir vida confortável e luxuosa. Pa espécies, poluindo o matas e florestas e a dizimar meio ambiente. série de livros de Neste livro, parte de uma ecologia e preservação leitura complementar sobre o que está acontecendo ambiental, vamos estudar tud motivadora procurando, na Terra de forma prática e consciência ambiental. a todo momento, despertar a rico já que dezenas de Mas não será um estudo teó dizado, curiosidades atividades reforçarão o apren is de cem imagens motivarão o estudante e ma darão a entender o que (fotos, mapas e desenhos) aju acontece em nosso planeta. mos como poderemos Principalmente, mostrare co às nossas riquezas reverter esse ataque sistemáti o planeta, estimulando, naturais e passar a respeitar te, o uso adequado dos através do consumo conscien s e não renováveis. recursos naturais renovávei OS EDITORES


Capítulo1

CONHECENDO O ESPAÇO

Lançamento do foguete Ares X-1, 28 de outubro de 2009. Foto NASA/ Sandra Joseph and Kevin O’Connell.

Estamos prestes a começar uma grande jornada espacial para compreender como chegamos até aqui e como será nosso futuro. Encontraremos pelo caminho galáxias, estrelas, planetas, vida tomando forma, evoluindo, vivendo em harmonia e desaparecendo. Nesta viagem cósmica, vamos explorar o Universo revelado pela Ciência e conhecer um pouco da história do nosso planeta. Esta incrível jornada começa fora dos limites da Terra, nas distâncias inexploradas do espaço cósmico. Preparado para decolar?

5


Capítulo 1

O ESPAÇO CÓSMICO Quando falamos que um copo está vazio, não é verdade. Lembre-se de que há algo que nos envolve e que não podemos ver, mas que é fundamental para a nossa existência. Lembrou? Isso mesmo! O ar. O copo está completamente cheio... cheio de ar! Você já deve ter visto em supermercados aqueles alimentos “embalados a vácuo”. O plástico que embala o produto toma a forma dos alimentos, pois o ar que estava presente foi retirado. Por isso dizemos que temos uma embalagem a vácuo. No espaço também existe vácuo: como quase não existe ar fora

Alimentos embalados à vácuo

(foto: patrick goltsman moreno)

da atmosfera dos planetas, os corpos celestes ficam “mergulhados” num grande vazio. Na verdade, não é um vazio total, pois existem pequenas partículas de poeira cósmica, mas elas são muito pequenas perto da imensidão do espaço. Essa ausência (quase) total de matéria forma, portanto, o que os cientistas chamam de vácuo espacial.

atividade Você sabia que sem o vácuo não conseguiríamos beber os refrigerantes com canudinhos? Isto acontece porque, ao sugarmos o ar de dentro do canudinho, criamos vácuo no seu interior. Este vácuo que se forma faz com que a pressão no interior do canudinho fique menor do que a pressão do ar na superfície do refrigerante. Com isso, a pressão do ar empurra o refrigerante para dentro do canudinho e permite que você o tome desta forma. Podemos mostrar esse princípio com uma atividade bem simples. Você vai precisar de: • 2 canudinhos iguais

• água potável

• 1 copo de plástico

Encha o copo com água e coloque os dois canudinhos dentro dele. Sugue o ar dos canudinhos ao mesmo tempo e observe o que acontece. Agora, retire apenas um dos canudinhos de dentro do copo. Utilizando os dois canudos simultaneamente (um dentro do copo e outro do lado de fora) sugue a água novamente, conforme mostra a ilustração. O que acontece? Discuta com seus colegas o que você observou. Além do vácuo, também encontramos no espaço os corpos celestes, ou seja, as estrelas, planetas, cometas, asteroides etc. Esse conjunto de corpos celestes cercados pelo vácuo espacial faz parte do que os astrônomos chamam de meio interestelar. Podemos dizer, portanto, que o meio interestelar é formado por todos os corpos celestes envoltos pelo vácuo espacial. É através do meio interestelar que a luz emitida pelas estrelas propaga-se, iluminando e aquecendo os planetas, como ocorre na Terra. Viajando pelo espaço perceberíamos que no meio interestelar há locais muito frios e outros muito quentes. Nos lugares mais frios a temperatura pode chegar até a 270oC negativos! Mas por que alguns 6

conglomerado estelar ngc 290, das plêiades

(foto: hubble, esa / nasa)

planetas não são tão frios quanto o espaço? Da mesma forma como acontece na Terra, os gases que formam a atmosfera de muitos planetas retêm parte do calor emitido pelas estrelas, formando uma grande estufa. Assim, parte do calor que chega nestes planetas fica aprisionado pela atmosfera. Esse fenômeno é conhecido como efeito estufa.


Se olharmos à nossa volta durante esta incrível viagem espacial, veremos uma infinidade de pontinhos luminosos. Você imagina o que são? Pois bem, estes pontinhos são estrelas que emitem luz. É por isso que o Sol, a estrela mais próxima da Terra, também nos fornece energia na forma de calor. Cada pontinho brilhante, portanto, é um sol diferente do nosso Universo. Se não fossem as estrelas, o céu visto da Terra seria completamente escuro. Seria muito sem graça, certo? Mas se, no espaço,

apenas as estrelas são capazes de emitir luz, como podemos enxergar, por exemplo, a Lua ou os outros planetas? Isso é possível porque a Lua e todos os corpos sol (foto: esa / soho - solar and heliospheric observatory) que não produzem luz própria a refletem quando são iluminados.

Capítulo 1

AS ESTRELAS

Astrônomos australianos estimaram que existam 70 sextilhões de estrelas no Universo visível, ou seja, 70 seguido de 21 zeros: 70.000.000.000.000.000.000.000. Por esta estimativa, existiriam 10 vezes mais estrelas no Universo do que os grãos de areia de todas as praias e desertos da Terra!

Júpiter Urano Terra Saturno

Netuno

comparação do tamanho do sol com os planetas do sistema solar.

Marte Vênus

Mercúrio

Para nós, o Sol é a estrela mais importante do Universo. Ele fornece a luz que nos ilumina durante o dia e o calor que nos aquece. Se não fosse o Sol, a vida seria impossível no nosso planeta. Ele é formado principalmente por um gás conhecido como hidrogênio e a temperatura em seu interior pode chegar a mais de 15 milhões de graus centígrados. Cerca de 99,8% de toda a matéria existente no Sistema Solar está concentrada no Sol. Para termos uma ideia do seu tamanho, no Sol caberiam mais de um milhão de planetas iguais a Terra. Dá para imaginar?

AS CONSTELAÇÕES Há milhares de anos que a Humanidade vem observando as estrelas. Estas observações eram úteis para medir a passagem do tempo, prever a melhor época para o plantio e a colheita e até para tentar prever o futuro. Para facilitar estas observações, os astrônomos da antiguidade agruparam as estrelas em constelações.

Apesar de as estrelas de uma constelação parecerem estar próximas umas das outras, elas podem estar a muitos bilhões de quilômetros de distância. Isso acontece porque não conseguimos ter a noção de profundidade quando olhamos para o céu, por isso elas parecem estar alinhadas.

7


Capítulo 1

A constelação de Escorpião é típica do inverno do hemisfério Sul, já que durante esta estação ela é visível no início das noites. Já a constelação de Órion, onde estão as Três Marias, é visível durante o início das noites em dezembro e, portanto, típica do verão do hemisfério Sul.

escorpião (foto: stéphane guisard)

orion (foto: esa - european space agency)

Existem, no total, 88 constelações no céu, sendo que treze delas fazem parte do zodíaco, muito importante para os astrólogos. São elas Áries, Touro, Gêmeos, Câncer, Leão, Virgem, Libra, Escorpião, Ofiúco, Sagitário, Capricórnio, Aquário e Peixes. Mas, a constelação mais conhecida no hemisfério Sul provavelmente é a do Cruzeiro do Sul. Ela tem a forma de uma cruz e foi muito utilizada pelos navegadores, pois o seu posicionamento no céu nos permite localizar o polo Sul celeste. Isso facilitava a navegação antes da descoberta dos instrumentos precisos, como o cronômetro e o GPS, por exemplo.

Constelação do Cruzeiro do Sul (foto: Yuri Beletsky)

atividade Você sabia que a constelação do Cruzeiro do Sul também pode ser usada para medir as horas? Isso acontece porque, como as demais constelações, ela realiza um movimento completo de rotação ao redor da Terra a cada 24 horas. Em outras palavras, depois de um dia inteiro, as constelações voltam ao seu lugar “original” no céu. Esse movimento permite que possamos ter uma idéia das horas de acordo com a posição das estrelas, da mesma forma como os antigos astrônomos faziam antes da invenção do relógio. Para fazer um relógio estelar você vai precisar de: • cópia da folha com o modelo do relógio estelar • papelão ou papel-cartão

• cola • tesoura • barbante

Recorte as partes do relógio estelar do modelo que o seu professor lhe deu e cole-as num pedaço de papelão (ou papelcartão). Recorte, agora, o papelão para que as partes do relógio fiquem soltas e firmes. Faça um furo com uma agulha ou alfinete nos locais demarcados com um X. 8


do Cruzeiro do Sul mantendo-o perpendicular ao chão. Com a outra mão, gire o ponteiro das horas até alinhar o buraco retangular com o eixo principal (braço mais longo) do Cruzeiro do Sul, conforme mostra a figura. A ponta do ponteiro indicará aproximadamente a hora correta.

Capítulo 1

Para montar o relógio, coloque o disco contendo os dias e horas sobre o disco de base. Em seguida, coloque o ponteiro sobre o disco das horas, alinhando os furos, conforme a ilustração. Passe o barbante pelos furos e dê um nó em ambos os lados, mantendo as três partes firmes. Seu relógio estelar está pronto! Para utilizá-lo, em primeiro lugar é preciso localizar no céu a constelação do Cruzeiro do Sul. Do hemisfério Sul, ela é visível praticamente o ano todo. Gire o disco graduado até coincidir o dia em que você está com a indicação (seta). Segurando o relógio com uma das mãos, eleve-o na direção

OS PLANETAS Continuando nossa jornada espacial, vamos conhecer outros corpos celestes: os planetas. Podemos chamar de planeta todo corpo celeste que está em uma órbita ao redor de um sol, tem forma arredondada e é um objeto de dimensão predominante entre os objetos que se encontram em órbitas vizinhas, isto é, o planeta é bem maior comparado com luas ou asteróides, por exemplo.

Eles se formam a partir das partículas que sobram da nuvem que formará uma estrela. Esse material fica, então, girando em volta do sol. Mas porque será que o planeta não se afasta? Isso acontece devido à força gravitacional que o sol exerce no planeta. Essa é uma força que atrai tudo o que está ao seu redor. Quanto mais matéria tiver uma estrela, maior será o campo gravitacional gerado por ela, ou seja, ela vai atrair os objetos ao seu redor com mais intensidade.

Os Planetas do Sistema Solar Os planetas do Sistema Solar se dividem basicamente em dois grupos: os internos ou terrestres e os externos ou gigantes. Mercúrio, Vênus, Terra e Marte são relativamente pequenos, compostos por rochas e metais, possuem poucos ou nenhum satélite natural e são envolvidos por algum tipo de atmosfera. Os planetas Júpiter, Saturno, Urano e Netuno são muito grandes, quando comparados aos planetas internos, são compostos por gases, gelo ou líquidos e possuem muitos satélites naturais. É provável que tenham núcleo sólido, envolvido por uma espessa camada de gases, que representa grande parte de sua massa. 9


Capítulo 1

Mercúrio – tem menos da metade das dimensões da Terra. Praticamente não

possui atmosfera, o que favorece uma diferença de temperatura considerável. Durante o dia, pode chegar a 427ºC e à noite, – 170ºC. Mercúrio sofreu uma grande quantidade de choques de asteróides durante a sua história. Por isso, sua superfície é muito parecida com a da nossa lua.

foto tirada pela nave messenger, em 2008, em sobrevoo a mercúrio (foto: nasa, jhu apl, ciw)

Vênus – é quase do tamanho da Terra e tem sua superfície oculta sob uma densa camada de nuvens. Estas nuvens fazem com que o planeta reflita 76% da luz que recebe, o que, em combinação com a sua proximidade, faz de Vênus um dos mais brilhantes objetos celestes vistos da Terra. Suas nuvens são formadas por gotículas de ácido sulfúrico e dióxido de carbono (CO2), que criam um efeito estufa capaz de elevar a temperatura a quase 500ºC. (foto: nasa/jpl )

é a nossa casa! É o único planeta onde, até hoje, foi encontrada vida. Isso acontece por conta da sua distância do Sol e da existência de uma atmosfera, além da presença de água líquida. A atmosfera protege nosso planeta contra a radiação que vem do Sol. Terra –

(foto: esa ©2005 mps for osiris team mps/ upd/lam/iaa/ rssd/inta/upm/dasp/ida)

tem cerca da metade das dimensões da Terra e uma atmosfera rarefeita, formada principalmente de dióxido de carbono. Ventos de grande velocidade formam terríveis tempestades de areia que chegam a alterar a cor do planeta, naturalmente avermelhada pelos óxidos metálicos. Marte –

foto tirada pelo telescópio espacial hubble.

(foto: nasa and the hubble heritage team - stsci/aura)

Júpiter – é um grande planeta gasoso, o de maior massa e tamanho: 11 vezes

o diâmetro da Terra e mais de mil vezes seu volume! Júpiter possui um fraco sistema de anéis, que é totalmente invisível da Terra. (foto: nasa/jpl/university of arizona)

Saturno – tem uma característica exclusiva: possui um largo e brilhante sistema de anéis, com um diâmetro de 300.000 km e uma espessura de até 1.000 km, formado por uma quantidade inumerável de blocos de rocha (algumas do tamanho de um ônibus) e uma quantidade significativa de água, o que os torna visíveis da Terra. (foto: nasa/jpl)

Urano – é um planeta gasoso quatro vezes maior que a Terra. Só pode ser visto com o auxílio de um telescópio, onde aparece como um pequeno disco azul-esverdeado. A cor é devido à presença de metano em sua atmosfera. (foto: nasa/jpl)

10


Capítulo 1

é o último planeta externo. Tem o volume de aproximadamente 60 Terras. É azul, devido à quantidade de metano em sua atmosfera.

Netuno –

(foto: nasa/jpl)

Mas e Plutão? – Plutão sempre foi considerado diferente de todos os outros planetas, por ser rochoso, ter uma lua com 1/3 do seu tamanho e possuir um plano orbital muito inclinado quando comparado aos outros planetas. Por esses motivos, em agosto de 2006, Plutão deixou de ser considerado planeta e passou a ser classificado como planeta-anão.

ASTEROIDES E METEORITOS Vagando entre planetas e estrelas, encontramos corpos rochosos ou metálicos que se espalham principalmente por uma região chamada Cinturão de Asteroides. Quando um destes asteroides atinge a Terra, encontra resistência dos gases existentes

na atmosfera. Por causa do atrito, ele vai se aquecendo até ficar incandescente, possibilitandonos observar um rastro rápido no céu – que chamamos de “estrelas cadentes”.

O Cinturão de Asteroides Entre as órbitas de Marte e Júpiter existe uma região que concentra milhares de asteroides com tamanhos entre 1 e 1.000km de diâmetro. Astrônomos acreditam que estes corpos são partes de um planeta que não se formou por causa do forte campo gravitacional de Júpiter. Sendo assim, fragmentos acabaram se espalhando por sua órbita no espaço.

A maior parte das rochas quando entra na atmosfera acaba se desintegrando pelo excesso de calor. Mas, quando um destes pedaços consegue chegar à superfície da Terra, ele é chamado de meteorito. Um meteorito pode ter desde poucos centímetros de diâmetro até muitos quilômetros. Provavelmente, um desses corpos, há 65 milhões de anos, foi o responsável pela extinção dos dinossauros ao cair em Yucatán, no México. Esse meteorito pode ter tido mais de 8 quilômetros de diâmetro.

meteorito de bendegó, encontrado no sertão da bahia em 1784, atualmente exposto no museu nacional (rj) (foto: patrick goltsman moreno)

Os Cometas Por todo espaço também são encontrados milhões de cometas, estruturas bem diferentes dos asteroides. Eles são formados por gases congelados e poeira cósmica e são muito conhecidos por suas caudas características. Ao se aproximar de estrelas como o Sol, os gases que formam o cometa começam a se transformar em vapor devido ao aumento da temperatura. Esse vapor forma uma cauda de gás e poeira. Quanto mais perto da estrela o cometa estiver, maior será a sua cauda.

11


Capítulo 1

OS SATÉLITES NATURAIS Em nossa viagem espacial podemos perceber que a Terra não é o único planeta que tem satélite natural. Levando-se em conta apenas o nosso Sistema Solar, também podemos observar satélites naturais em Marte, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno. Até em Plutão já foram identificados satélites. Os satélites naturais, também conhecidos como luas, geralmente se formam por matéria que se desprende de satélites do sistema solar

phobos, um dos dois satélites de marte.

(foto: esa/ dlr/fu berlin - g. neukum)

ganimedes, de júpiter (foto:

nasa/jpl)

calisto, de júpiter (foto:

io, de júpiter

(foto: nasa/jpl)

nasa/jpl)

Planeta

No de satélites

Mercúrio

0

Principais

Vênus

0

Terra

1

Lua

Marte

2

Fobos e Deimos

Júpiter

mais de 60

Io, Calisto, Ganimedes, Europa

Saturno

33

Urano

27

Titã, Febe, Prometeu, Réa, Encelados Miranda, Desdêmona, Julieta

Netuno

13

Nereida, Tritão, Thalassa

um planeta. Isso pode acontecer graças ao choque de um meteoro com sua superfície, como se acredita que tenha acontecido com a nossa Lua, ou espontaneamente devido ao movimento de rotação do planeta. Também pode acontecer do satélite se formar junto com o próprio planeta. Em alguns casos, o campo gravitacional do planeta pode “capturar” um asteroide que está próximo e, desta forma, transformá-lo em um satélite. Galileu Galilei foi o primeiro astrônomo a identificar satélites em outros planetas que não a Terra. Ao observar Júpiter, ele identificou quatro satélites que, hoje, em sua homenagem, passaram a ser chamados coletivamente de satélites galileanos (Io, Europa, Ganimedes e Calisto). Até 2009 já foram identificados mais de 130 satélites naturais nos oito planetas do Sistema Solar.

SERÁ QUE EXISTE VIDA EM OUTROS PLANETAS? Durante toda a nossa jornada, você deve ter se perguntado: será que estamos sós no meio deste imenso Universo? A resposta a essa pergunta é, ao mesmo tempo, muito simples e frustrante: não se sabe. Não há, até hoje, qualquer indício comprovado cientificamente de que em algum dos planetas do Sistema Solar, com exceção da Terra, exista ou tenha existido alguma forma de vida. Mesmo os indícios da existência de água, como os encontrados em Marte em 2008, não provam a existência de seres vivos. Levando em consideração que em todo o Universo existem bilhões e bilhões de estrelas semelhantes ao Sol, é bem provável que existam outros planetas capazes de abrigar vida. Então, já não deveríamos ter encontrado algum “ser extraterrestre”? O problema é que as estrelas mais próximas estão muito distantes de nós. Assim, uma pessoa levaria muito mais do que o tempo de sua 12

vida para ir e voltar. Portanto, a distância seria um fator limitante para o contato com seres extraterrestres. Atualmente, o projeto SETI (Search for ExtraTerrestrial Intelligence, que significa “Busca por Inteligência Extraterrestre”) dedica-se à procura de vida inteligente no Universo. Radiotelescópios, capazes de detectar ondas de rádio, rastreiam o céu buscando captar sinais regulares de rádio emitidos por alguma civilização distante. Porém, até agora, nenhum indício de vida foi encontrado. Esse rádio telescópio de mistério, provavelmente, arecibo, porto rico. (foto: national astronomy and só será solucionado num ionosphere center, universidade de cornell, nsf, eua) futuro distante...


Capítulo2 conhecendo o planeta terra

Foto: NASA / Goddard Space Flight Center

Depois de nossa longa jornada pelo espaço sideral chegamos ao nosso lar, o Planeta Terra. Comparado ao resto do Universo, ele não passa de um pequeno grão de areia presente em um imenso deserto. Apesar de existirem tantos outros grãos semelhantes, podemos dizer que este é um local privilegiado, pois é nele que encontramos água, oxigênio, luz e alimento para todos os seres vivos sobreviverem. Porém, as ações humanas vêm comprometendo e destruindo este pequeno e frágil grão. Entender o planeta é o primeiro passo para sabermos o que fazer para conservá-lo e prever nosso futuro.

13


Capítulo 2

A Estrutura da Terra Olhe a sua volta e observe algumas características do nosso planeta – as nascentes, os rios, os lagos e os oceanos, as montanhas, os vales e todos os seres vivos – plantas, animais e outros organismos – que nele existem. Entretanto, nem tudo pode ser percebido por uma simples observação. Você sabe, por exemplo, o que existe abaixo do solo onde pisamos? A Terra é dividida em quatro camadas: a crosta terrestre, o manto, o núcleo externo e o núcleo interno. A crosta é a parte mais

crosta terrestre manto

núcleo externo núcleo interno

Paisagem dos Andes (foto: Margi Moss.)

externa, onde estão as rochas, o solo, os seres vivos, as águas dos rios, a água subterrânea, oceanos etc. É uma camada que vai das montanhas mais altas até as rochas que estão abaixo do fundo do mar. Sob a crosta terrestre existe o manto, formado por rochas em estado sólido na sua parte superior e em estado pastoso, muito quente, na parte inferior. Esta rocha derretida chamamos de magma. Algumas vezes, o magma chega à superfície, passando, então, a receber o nome de lava, material expelido pelos vulcões. Ao chegar à superfície, o magma resfria-se. Mas ele também pode não alcançar a superfície e acaba formando rochas no interior da Terra. No centro da Terra está o núcleo. A parte externa é líquida e a interna, sólida, também com temperatura muito elevada.

camadas da terra

O Relevo da Terra A crosta terrestre possui diversos recursos que são utilizados pelos seres vivos: a água, o solo, os minerais, os metais, os combustíveis (como o petróleo), o gás e o carvão, entre muitos outros. Porém, a crosta terrestre não é uma superfície lisa. Ela é cheia de rugosidades e isso influencia toda a vida que existe na Terra. Desde a formação do planeta, há 4,6 bilhões de anos, as forças internas (terremotos e vulcões) e as forças externas (ação da chuva, vento, gelo, rios e mares) foram aos poucos moldando a superfície do planeta, criando montanhas, vales, chapadas etc. Essas diferentes formas que a superfície terrestre assume são chamadas de relevo. O relevo pode ser plano, como as 14

margens de córregos, rios e lagos, ou muito irregular e elevado, como as serras e as altas cadeias de montanhas. No Brasil, são encontradas três formas principais de relevo: planaltos, planícies e depressões. Os planaltos são grandes áreas com altitudes relativamente elevadas, de topo plano ou levemente ondulado, limitados por pelo menos uma superfície mais baixa. Foram esculpidos pela ação da chuva, vento, rios e outros processos naturais. As planícies são áreas planas, em geral em baixa altitude, formadas pelo acúmulo de sedimentos carregados pelas águas de chuvas, rios, lagos ou pelo mar. Já as depressões são quase planas, com altitudes mais baixas do que as regiões vizinhas –


Chapada (Planalto)

Mar

Depressão

Capítulo 2

Serra (Planalto)

Planície

formas de relevo

Planaltos Depressões Planície

formas principais de relevo do brasil

planícies ou planaltos. Foram formadas pelo desgaste das rochas pela ação dos ventos, rios, chuva, gelo etc. Você imagina como o relevo pode interferir na vida dos seres vivos? Pense um pouco e discuta com seus colegas antes de continuar. A distribuição dos seres vivos no planeta depende muito da temperatura, e esta é determinada por vários fatores, inclusive pela altitude. Áreas localizadas em planaltos tendem a ser mais frias do que as encontradas nas planícies e depressões. Se você já subiu uma montanha, certamente pôde reparar que a vegetação foi variando ao longo do percurso. Isso acontece porque as plantas e animais que vivem em regiões quentes geralmente não conseguem se adaptar a regiões frias. Observe o mapa ao lado e, com a ajuda de seu professor, localize a forma de relevo predominante da sua cidade. Pergunte a ele as principais características deste tipo de relevo.

O monte Everest, localizado na Cordilheira do Himalaia, na divisa entre Nepal e Tibete, é a montanha mais alta do mundo. O seu pico atinge 8.844 metros de altitude. No Havaí, o vulcão Mauna Kea está a mais de 4.000 metros acima do nível do mar, e a cerca de 5.500 metros de profundidade, o que resulta em um relevo de mais de 9.500 metros de altura! No Brasil não encontramos montanhas tão elevadas. As mais altas são o Pico da Neblina (2.994 metros) e o Pico 31 de Março (2.973 metros), ambos localizados no Amazonas.

pico da neblina (foto: otávio magalhães/agência o globo)

15


Capítulo 2

Os Movimentos da Terra Ao contrário do que muitos imaginam, a Terra realiza diversos movimentos diferentes, sendo que os que mais interferem em nossas vidas são os movimentos de rotação e de translação. Mas como percebemos esses movimentos? Você já parou para pensar por que todos os dias o Sol nasce pela manhã e, após percorrer todo o céu, se põe no final da tarde? Faça uma pequena experiência: acenda uma luminária e fique a certa distância, uns quatro passos, por exemplo. Comece a girar em torno do seu próprio eixo. Perceba que a luz irá iluminar apenas um de seus lados, enquanto o outro ficará na sombra. É isso que ocorre com a Terra: o Sol seria a luminária, parada, e você rodando, a Terra.

O movimento da Terra em torno de seu próprio eixo, como mostra a figura ao lado, tem duração aproximada de 24 horas e é chamado movimento movimento de de rotação. É por causa rotação da terra desse movimento que o Sol aparece e desaparece diariamente, num ciclo que não para nunca, determinando a formação dos períodos que chamamos de dia e noite. Quando o lugar do planeta em que estamos não está voltado diretamente para o Sol, ele fica escuro, formando a noite. Como o movimento de rotação é contínuo, algumas horas depois essa área da Terra estará novamente voltada para o Sol.

atividade

Vamos montar um modelo para representar o movimento de rotação da Terra e entender a formação do dia e da noite?

Para isso você vai precisar dos seguintes materiais: • uma luminária • dois pedaços de cartolina grossa de 20 cm x 20 cm • um retângulo de cartolina de 10 cm x 20 cm • uma bola de isopor de 7 cm de diâmetro

• um palito de churrasco • um canudinho de refrigerante • um pequeno boneco recortado em cartolina • tesoura • cola quente • pilot

Corte um círculo de 12 cm de diâmetro no meio de cada um dos dois pedaços de cartolina e cole uma folha na outra para ficar mais grossa. Escreva em um dos lados da cartolina DIA e no outro NOITE. Atravesse o meio da bola de isopor com o palito de churrasco e quebre as pontas do palito deixando 3 cm de comprimento para fora do isopor. Com o pilot, desenhe uma circunferência em volta da bola para representar a linha do Equador. Corte dois pedaços de canudinho de 4 cm e cubra os dois palitos aparentes. Cole a bola de isopor pelas pontas do canudinho sobre a cartolina, posicionando-a no centro do buraco, inclinando um pouco para um dos lados. Fixe o conjunto sobre o retângulo de cartolina e, finalmente, fixe o bonequinho de cartolina em uma posição qualquer da bola. Coloque a luminária acesa, representando o Sol, perto do modelo. Girando o globo no sentido anti-horário, perceba o surgimento e o desaparecimento do Sol. O lado iluminado do planeta representa o DIA e o lado escuro, a NOITE. 16


Mas não são apenas os animais que têm o seu ritmo de vida determinado pelo ciclo dia/noite. O girassol, por exemplo, é uma planta que se movimenta através do estímulo da luz solar. Ao longo do dia vemos a flor do girassol girar seguindo a direção dos raios solares, daí o seu nome. Quando o Sol se põe, a planta lentamente volta a sua posição original, até que o ciclo inicie-se na manhã seguinte.

Capítulo 2

Você imagina como esse ciclo dia/noite afeta os seres vivos? Se você mora no campo ou mesmo em uma cidade que tenha uma mata próxima, com certeza já percebeu que, assim que o dia amanhece, pardais, bem-te-vis e outros pássaros começam a cantar. Isso acontece porque à noite a maioria dos pássaros fica em seus abrigos para descansar e se proteger dos predadores. Assim que amanhece, eles voam para procurar alimento e se reproduzir. O macaco-prego e o quati também são animais de hábitos diurnos: descansam durante a noite e aproveitam o dia para procurar alimento. Outros animais fazem o contrário, e por essa razão são chamados de animais de hábitos noturnos. Os morcegos, por exemplo, abrigam-se em cavernas ou copas de árvores durante o dia, e à noite saem para se alimentar.

quati (foto: laís futuro)

acima, morcego,

(foto: alain draeger)

ao lado, girassois,

(foto: Vinicius Benites / Embrapa Solos)

É por causa dessas seis horas a mais no ano que os astrônomos sugeriram a criação do ano bissexto. A cada quatro anos, acumulamos o necessário para completarmos um dia inteiro. Este dia é adicionado após o dia 28 de fevereiro.

Ao longo desse trajeto, diferentes regiões do Outro movimento realizado por nosso planeta é planeta estão orientadas na direção do Sol em chamado de translação. Transladar significa mudar épocas diferentes do ano, uma vez que o eixo de de um lugar para o outro. E no caso dos planetas rotação da Terra está inclinado em relação ao do Sistema Solar este movimento está relacionado plano da órbita. Esta inclinação é responsável com a posição que cada um deles ocupa no espaço pelas diferentes estações do ano no nosso planeta, em relação ao Sol. Por isso a translação também é conforme mostra a figura a seguir. Como você sabe, chamada de movimento orbital, o movimento que a cada quatro meses temos uma estação diferente, os planetas fazem na órbita do Sol. Mas não pense chamadas outono, inverno, primavera e verão. que a Terra deixa de lado o movimento de rotação. Ela realiza os dois. Aliás, a Terra faz também outros movimentos. primavera inverno Mas os mais importantes são a rotação – que determina o período dos dias e das noites – e a translação – que determina o ano. Um ano é o tempo que o planeta leva para percorrer a órbita em torno outono verão do Sol. No caso da Terra, o ano corresponde a 365 dias e 6 horas, aproximadamente. movimento de translação da terra (as estações do ano

correspondem ao hemisfério sul)

17


Capítulo 2

Mas como as estações do ano influenciam os seres vivos? Alguns animais, como esquilos, marmotas e ursos, alimentam-se bastante durante o verão e o outono e, quando chega o inverno, escondemse em tocas, buracos ou cavernas e iniciam um processo chamado de hibernação, uma espécie de sono profundo. Neste período, o metabolismo destes animais diminui drasticamente, permitindo que eles fiquem meses sem se alimentar. Por outro lado, animais como os caracóis dormem durante o verão, nos ambientes mais quentes e secos, para não sofrer com as altas temperaturas e a escassez de água. Outros animais, como as andorinhas, também costumam migrar para regiões mais quentes durante o inverno na procura de ambientes mais favoráveis, com melhores temperaturas e mais alimento. As mudanças de estação também afetam bastante a vida das plantas de algumas regiões. Você já reparou que no outono as folhas de algumas árvores ficam avermelhadas e começam a cair? Sabe por que isso acontece? Como o inverno em nosso país é uma estação seca, não há tanta disponibilidade de água. Por isso a queda das folhas nessa estação é uma estratégia importante para evitar a perda de água, já que é através das folhas que as plantas transpiram, ficando às vezes só os galhos e o caule. Desta

ao lado, esquilo (foto: margi moss)

abaixo, Árvores sem folhas (foto: Eduardo Gruzman)

forma, as plantas armazenam a água sem perder praticamente nada pela evaporação. Na primavera, as folhas voltam a brotar para, finalmente, no verão, elas aproveitarem a forte incidência dos raios solares para produzir alimento, reiniciando o ciclo que se repete a cada ano.

Os hemisférios Para compreender melhor a Terra, os cientistas os meridianos dividem a Terra em 24 regiões que criaram linhas imaginárias que dividem o planeta correspondem aos diferentes fusos horários. A em “fatias”. As linhas horizontais, chamadas longitude é a distância em relação ao Meridiano paralelos, determinam a latitude, e as linhas de Greenwich (considerado o primeiro meridiano), verticais, chamadas meridianos, a longitude. A medida em graus, variando de 0° a 180° para leste e linha do Equador, por exemplo, é um paralelo para oeste. Observe a figura para entender melhor. que divide a Terra em duas Longitude Latitude metades: o hemisfério Norte Norte 150º 180º 150º e o hemisfério Sul. A latitude 120º 120º é a distância em relação à 60º 60º linha do Equador medida 30º 30º em graus, variando de 0º 90º 90º (linha do Equador) a 90º 0º Leste Oeste Equador para Norte (Polo Norte) ou 90º para Sul (Polo Sul). Já a 30º 60º 30º longitude é determinada por 60º círculos máximos que passam 60º 60º 30º 30º pelos dois polos da Terra. Meridiano de Sul Por convenção internacional, Greenwich 18


É importante perceber que quanto mais perto estamos da linha do Equador, menor é a diferença climática entre as quatro estações do ano. Na região Norte do Brasil, por exemplo, por onde passa a linha do Equador, quase não há diferença entre inverno e verão. Por outro lado, quanto mais nos aproximamos do Sul do país, mais nítida é a diferença entre inverno e verão. Desta forma, a diferença da temperatura média entre o verão e o inverno é muito maior no Sul do que no Norte do país. Além disso, as regiões da Terra mais próximas da linha do Equador recebem os raios solares perpendiculares à superfície, gerando mais calor, o que faz com que as temperaturas sejam mais altas. Já as regiões mais próximas dos polos, por receberem os raios solares mais inclinados em relação à superfície, possuem as temperaturas mais baixas. Considerando a diferença de quantidade de luz solar que cada parte do globo terrestre recebe, ele pode ser dividido em três zonas climáticas, como mostra a ilustração. As espécies de seres vivos que vivem em regiões quentes, em geral, não conseguem se adaptar a regiões frias e vice-versa. Nas zonas glaciais,

Zona

Círculo P

Trópico de Câncer

Zona Te

Zona Tr Equador

Zona Tr Trópico de Cap ricór

mp era da

a r An tárti c

o Zona P olar Ánt arti ca

zonas climáticas

Árti Ártic co a mp era da

opi cal

opi cal

nio

Zona Te Círculo Pol

Pola r

ol a r

ao lado, zona tropical (floresta amazônica) (foto: banco de imagens do programa lba do inpa) abaixo,

zona polar (antártica)

Capítulo 2

clima na terra

(foto: margi moss)

tanto Norte quanto Sul, como as temperaturas são muito frias, a diversidade de seres vivos é muito baixa. Na Antártica, por exemplo, as temperaturas médias ficam entre 35 e 60 graus Celsius negativos. Isso faz com que a água mais próxima da superfície fique sempre congelada e somente alguns animais, como os pinguins, consigam sobreviver. Já na zona tropical, o clima é quente e as chuvas são frequentes. Com temperatura alta praticamente o ano inteiro, milhares de espécies de plantas e animais encontram condições ideais para viverem. A Mata Atlântica e a Floresta Amazônica, por exemplo, apresentam uma grande biodiversidade. Nas zonas temperadas, localizadas entre a região tropical e os polos, as condições são um pouco diferentes. As estações do ano são bem definidas, isto é, os invernos são frios e secos e os verões mais quentes e chuvosos. Com essa variação, plantas e animais têm que enfrentar o frio e o calor ao longo do ano, fazendo com que apenas sobrevivam as espécies que estão adaptadas a uma grande oscilação de temperatura. 19


Lua

Capítulo 2

as marés Você já percebeu que, dependendo da hora do dia, o nível dos oceanos pode alcançar alturas diferentes? Isso ocorre devido ao fenômeno das marés. As marés acontecem principalmente devido a interação gravitacional do nosso planeta com a Lua, e em menor intensidade, com o Sol. A região do planeta que está mais próxima da Lua sofrerá uma atração maior. Com isso, a água da superfície será “puxada” por essa força em direção à Lua, aumentando o seu nível. A crosta também é influenciada por esta atração e, mesmo sendo sólida, sofre uma pequena variação de nível, chamada de maré terrestre. Observe a figura. As marés ocorrem em períodos regulares, normalmente elas sobem e descem duas vezes por dia. Quando a variação chega a sua altura máxima, chamamos de maré alta, maré crescente ou preamar, e quando chega a sua altura mínima, maré baixa, maré vazante ou baixa-mar. Mas então isso quer dizer que

variação da maré em são luíz, maranhão

(fotos: simeão carvalho.)

maré baixa

maré baixa

maré alta

sempre estará havendo variação de maré em algum lugar da Terra? É verdade. Entretanto, quando o Sol e a Lua estão “alinhados” em uma mesma direção, a diferença de maré será maior, pois as forças de atração gravitacional serão somadas, gerando marés altas “mais altas” e marés baixas “mais baixas”.

Geralmente, nas cidades próximas à linha do Equador podemos perceber mais os efeitos das marés. Na cidade de São Luís no estado do Maranhão, por exemplo, a maré pode variar mais de seis metros num único dia. Contudo, a maior variação de maré do planeta ocorre na Baía de Fundy, na Nova Escócia, no Canadá. Lá a variação chega a mais de 10m, já tendo sido observada uma variação de 21m.

Essas mudanças diárias no nível do mar afetam a vida de vários seres vivos. Os caranguejos que vivem próximos ao mar, por exemplo, constroem seus abrigos cavando buracos na zona entre-marés, isto é, aquela região que fica inundada durante a maré cheia e exposta na maré baixa. Os caranguejos saem para se alimentar e fazer o ritual de acasalamento durante a maré baixa. Quando a maré crescente se aproxima, eles voltam às suas galerias e fecham a entrada com areia ou lodo. Um caranguejo chamado “chama-maré” tem um comportamento bastante curioso: os machos apresentam uma das garras muito maior do que a outra, em contraste com as 20

maré alta

fêmeas, onde as garras são do mesmo tamanho. Para atrair as fêmeas, os machos agitam a grande garra com movimentos circulares. Como eles fazem estes movimentos durante a maré-baixa, eles acabaram sendo popularmente denominados de chama-maré, já que esses movimentos das garras parecem um chamado. caranguejo chama-maré

(foto: Patrick Goltsman Moreno)


Capítulo3

CONHECENDO OS ELEMENTOS DA NATUREZA

Agora que já aprendemos um pouco mais sobre o nosso planeta, vamos conhecer os quatro elementos da natureza essenciais para a existência de vida na Terra – o ar, a água, a terra e o fogo. O ar representa o estado gasoso da matéria, a água o estado líquido, a terra o estado sólido e o fogo a energia. Juntos, estes elementos compõem a estrutura do nosso planeta que garante as condições necessárias à manutenção da vida. 21


Capítulo 3

ORIGEM DA MATÉRIA Desde a antiguidade o homem tem curiosidade em descobrir a origem das coisas. Os filósofos gregos acreditavam que tudo no nosso planeta era formado pela combinação dos 4 elementos fundamentais – o ar, a água, a terra e o fogo. Até hoje muitas religiões, como o hinduísmo e o budismo, ainda consideram estes elementos como sendo sagrados. Esse conceito perdurou durante toda Idade Média e apenas após o Renascimento, no século XIX, os cientistas foram capazes de definir a matéria de uma forma mais precisa, com base nas novas descobertas científicas. Hoje, sabemos que a matéria se forma pela combinação de vários átomos que se associam formando estruturas maiores, chamadas de moléculas. Complicado? Para simplificar, podemos dizer que a matéria é tudo aquilo que existe de concreto, ou seja, que podemos tocar. Assim, todos os seres vivos, a água, o solo, as rochas, e até mesmo o ar são formados de matéria. O que não é formado de matéria, ou seja, o que não é concreto, é considerado energia, como a luz, o calor, o som etc. Ficou mais fácil de entender?

A matéria costuma ser classificada de acordo com sua origem. Ela pode ser de origem animal, vegetal, mineral ou sintética. Os materiais de origem animal são, por exemplo, a lã, o couro, a seda e as peles. Os de origem vegetal são as madeiras, alguns tipos de borracha e o algodão. Já a prata, a cerâmica e o granito são de origem mineral. Além desses, existem os materiais sintéticos que são fabricados artificialmente. Esses podem ter as mais variadas formas, cores, texturas, sabores etc.

bolsa de couro (foto: Patrick Goltsman Moreno)

Material de origem mineral: cerâmica e granito (foto: Patrick Goltsman Moreno)

material sintético

(foto: patrick goltsman moreno)

Material de origem vegetal: papel (foto: Patrick Goltsman Moreno)

O AR Podemos dizer que o ar é uma mistura de todos os gases que envolvem o Planeta Terra. Essa mistura forma uma camada chamada atmosfera. Essa camada existe desde o surgimento do nosso planeta, há bilhões de anos, porém com composição 22

diferente da que existe atualmente. Hoje, vários são os gases presentes na atmosfera, sendo que, para nós, o mais importante é sem dúvida o oxigênio. Sem oxigênio nós não conseguiríamos respirar e nossas células não seriam capazes de sobreviver.


Capítulo 3

Cam ad ad

e

O mesmo oxigênio que permite a vida na Terra também está nas camadas mais superiores Radiação Solar – Raios Ultravioleta (UV) da atmosfera na forma de ozônio. Essa molécula tem os raios U a capacidade de filtrar a ltro a V – fi o i n radiação que vem do Sol, ô z O protegendo os seres que vivem na superfície da Terra dos efeitos nocivos dos raios ultravioleta. Camada de Ozônio Desta forma, a camada Destruída – menor de ozônio garante as proteção aos raios UV condições necessárias para os seres sobreviverem em nosso planeta. Mas com a industrialização, alguns gases utilizados em sprays, geladeiras, ar condicionado, etc., conhecidos como CFCs efeitos da destruição da camada de ozônio (Clorofluorcarbonos), começaram a destruir o ozônio existente, Além do oxigênio, a atmosfera também enfraquecendo a proteção contra os raios é formada por vários outros gases. Os ultravioleta. Em algumas regiões do principais são o nitrogênio, o gás carbônico e mundo, onde a camada de ozônio foi mais o vapor d’água. O nitrogênio é o gás em maior afetada, as pessoas e os animais ficaram quantidade na atmosfera – mais de 78%. Ele é sujeitos a graves doenças, como câncer de importante por ser o constituinte principal dos pele, envelhecimento precoce e doenças aminoácidos, proteínas e de outros compostos existentes em todos os seres vivos. nos olhos.

Poucos seres são capazes de obter o nitrogênio diretamente da atmosfera. As plantas, por exemplo, dependem do nitrogênio existente no solo na forma de nitrato ou da ação de bactérias fixadoras que conseguem retirar esse elemento da atmosfera e disponibilizar para suas raízes. Os animais, ao se alimentarem das plantas, ingerem o nitrogênio que precisam para suas células. O mesmo acontece com os animais carnívoros que se alimentam desses animais.

O vapor d’água é encontrado nas camadas mais próximas à superfície e tem uma ação muito importante na regulagem da temperatura do

planeta. A água na forma de vapor ajuda a deixar o ar mais úmido, fazendo com que a temperatura fique mais agradável para os seres vivos. 23


atividade A temperatura exerce uma grande influência nas características do ar. Sabe como? Vamos descobrir... Para isso, você precisará do seguinte material: • cuba para colocar água

Capítulo 3

• garrafa PET (500 mL)

• bexiga • gelo

•á gua aquecida a aproximadamente 40 oC

Esvazie completamente a garrafa e fixe a bexiga no gargalo, conforme demonstra a ilustração. Coloque a água quente na cuba e insira a garrafa. Observe o que acontece com a bexiga. Em seguida, jogue o gelo na cuba e observe o que acontece. O que você pode concluir com esta atividade?

Calor dissipado para o espaço

Radiação solar

efeito estufa

elos tido p or re stufa l a C es e g as

Já o gás carbônico (CO2) tem origem na respiração dos seres vivos. Ele também pode se formar das queimadas, na queima de combustíveis ou na decomposição da matéria orgânica. O gás carbônico e o vapor d’água agem como uma barreira que impede que o calor do Sol, refletido na superfície da Terra, escape para o espaço – o chamado efeito estufa. Se a quantidade de CO2 aumenta, o calor não pode escapar, e a Terra acaba ficando mais quente, levando ao aquecimento global. A principal causa desse problema é a queima dos combustíveis fósseis, pois esses são formados pelo elemento carbono encontrado no subsolo. Quando usamos esses combustíveis (gasolina, óleo diesel, gás natural ou carvão mineral), estamos trazendo o carbono que estava enterrado para a superfície aumentando a quantidade de CO2 na atmosfera. O mesmo acontece quando queimamos uma área de vegetação densa, especialmente na Amazônia e na Mata Atlântica.

Outros gases como o metano, óxido nitroso e monóxido de carbono têm o mesmo efeito do gás carbônico no aquecimento global. O gás metano é liberado na atmosfera principalmente na decomposição do lixo e do esgoto, nos cultivos, como o de arroz irrigado, e por bois e vacas durante a digestão de capins. O óxido nitroso, por sua vez, é produzido principalmente pela utilização dos fertilizantes químicos na agricultura. Já o monóxido de carbono é liberado por automóveis, caminhões e ônibus que utilizam gasolina e óleo diesel. 24


1%

água doce 2,5%

97,5%

30%

69% Em Geleiras Em Aquíferos Em Rios e Lagos

dizer que a água seja infinita, já que a água que hoje é limpa, amanhã poderá estar poluída e imprópria para o consumo.

Capítulo 3

A maior parte da superfície do planeta é coberta de água – nos oceanos, mares, rios, lagos, reservatórios subterrâneos e até na atmosfera. Realmente há muita água no planeta, mas menos de 2,5% da água do mundo é doce. Desse total, mais de 99,7% está congelada nas regiões polares ou nos reservatórios subterrâneos (aquíferos), o que dificulta sua utilização pelo homem. Isso significa que podemos contar apenas com menos de 1% da água do Planeta. Desde que o planeta se formou, a quantidade de água não aumenta e nem diminui, é sempre a mesma. Mesmo assim, não podemos

água salgada

A ÁGUA

A importância da água para os seres vivos

A água é o elemento da natureza mais importante para a vida dos seres vivos, pois é o componente mais abundante em nosso corpo. Ela é responsável pelo transporte de substâncias, pela regulagem da temperatura e ainda auxilia no metabolismo dos organismos, entre várias outras funções. Cerca de 2/3 do corpo de um ser humano é constituído de água. A água foi também o berço da vida, pois os primeiros seres vivos surgiram nos mares da Terra há cerca de 3,9 bilhões de anos. Só muito tempo depois foi que eles começaram a invadir a terra firme. Mais tarde ainda, quando o homem começou a se fixar em um só lugar e a formar cidades, as primeiras civilizações se instalaram às margens de rios. Os rios garantiram a sobrevivência do homem, que tirava deles a água para beber, o alimento e a água para a agricultura, além de garantir o seu

transporte através da navegação. Mas, por não saber preservar esse importante recurso da natureza, a água tornou-se escassa e várias civilizações que dependiam dela simplesmente desapareceram.

água sendo utilizada na agricultura – irrigação por pivô central (foto: john n. landers)

O desperdício e a escassez de água

O desperdício de água é muito grande, e estimase que 70% dele é causado por mau uso da água em nossas casas. Costumamos usar água em quantidade

Torneira pingando

(foto: Patrick Goltsman Moreno)

muito maior do que o necessário para cozinhar, tomar banho, limpar, escovar os dentes, lavar roupas e em muitas outras atividades diárias.

Em casa, a média de água gasta por uma pessoa é de cerca de 250 litros por dia. Numa descarga de vaso sanitário gastamse de 10 a 12 litros. Num banho, 20 litros por minuto. Numa limpeza de pratos e panelas, 40 litros. Numa máquina de lavar roupa, 110 litros. Uma torneira pingando consome 45 litros de água por dia e, em um mês, 1.380 litros. É muita água, você não acha? 25


O Brasil, mesmo tendo o maior reservatório de água doce do Planeta, com cerca de 17% de toda água doce disponível, também pode sofrer com o problema da escassez de água. Essa escassez de água pode vir a acontecer principalmente pelo

Capítulo 3

Tratamento da água

Para garantir à população água de qualidade e livre de agentes causadores de doenças, antes de ser distribuída para nossas residências ela deve ser tratada em estações de tratamento. Esse processo ocorre da seguinte forma:

desperdício e pelo desmatamento e queimadas, que eliminam a vegetação das matas ciliares que protegem as nascentes e os rios. Assim, a água deixa de infiltrar no solo e abastecer os reservatórios subterrâneos.

Rio, represa ou lago

Reservatório elevado

Sulfato de alumínio

Cloro Flúor

Floculação

Decantação

Filtragem

Reservatório de água tratada

A água é retirada, etapas do funcionamento de uma estação de tratamento de água através de bombas, de um lago ou de um rio. Grades impedem a passagem • Depois, a água é filtrada por um filtro de areia e antracito. de peixes, plantas e detritos. Em seguida, a água passa por diversos tratamentos até ficar potável. • Por fim, são adicionados cloro, eliminando todos os micro-organismos, e flúor, para ajudar no São várias etapas: combate às cáries da população. • Começa pela adição de sulfato de alumínio, com o objetivo de agrupar toda a sujeira no fundo para Após essas etapas, a água vai para os reservatórios poder ser, assim, retirada. Essa etapa é dividida e, posteriormente, para a estação de bombeamento, que lança a água sob pressão até a caixa d’água das em floculação e decantação. cidades para ser distribuída às residências.

A TERRA Com o elemento terra podemos compreender a parte de nosso planeta que estamos mais familiarizados – a sua superfície. Montanhas, planaltos, vales, rios, lagos, oceanos, ilhas, florestas, povoados, vilas e cidades, e tudo mais que forma a paisagem que estamos acostumados a ver. Como um vegetal, estamos enraizados à terra, vivendo em equilíbrio com seu relevo e com a sua camada mais superficial, o solo, onde construímos nossas casas, nossas escolas e nossas cidades, onde produzimos os alimentos e onde despejamos os nossos resíduos. O solo é o manto que recobre toda a parte da paisagem que não está coberta por água. É a camada mais superficial da Terra, formada pela decomposição das rochas, o que acontece pela ação 26

alpes suíços (foto: patrick goltsman moreno)

do vento, da chuva, da temperatura, de seres vivos e por muitos outros fatores. Esse processo é tão demorado que a natureza pode levar mais de 200 anos para formar apenas 1 cm de solo.


O solo é composto por pequenas partículas minerais, por matéria orgânica, micro-organismos, pequenos animais, água e ar. As partículas minerais podem ser de diferentes tamanhos, como fragmentos de rocha, areia, silte ou argila. A matéria orgânica é formada por restos de seres vivos ou por produtos eliminados por estes. A água e o ar ocupam os espaços vazios entre as partículas do solo. Se o solo tiver muitas partículas de areia, será um solo arenoso, onde a água se infiltra rapidamente e que não tem uma grande capacidade de reter esta água, dificultando o crescimento de plantas em períodos de seca. Se o solo tiver muita argila, será um solo argiloso, com mais capacidade de reter a água e nutrientes essenciais para o crescimento das plantas. Quando cavamos um buraco ou olhamos um barranco, percebemos que o solo parece um bolo recheado, com várias camadas. Cada camada tem características próprias e podem apresentar cor, textura e aparência diferentes. As camadas profundas (mais de 50 cm de profundidade) têm uma coloração muito viva

(vermelha, amarela ou cinza) e o solo é bem solto. Já a camada bem perto da superfície é muito escura e tem muitas raízes e organismos subterrâneos, como minhocas, cupins, formigas, besouros e muitos outros. O solo nesta camada contém muito húmus – um material muito escuro e úmido, produzido pela decomposição da matéria orgânica por microorganismos que vivem no solo. Quanto maior a quantidade de húmus mais fértil será o solo.

uma trincheira com camadas de solo (foto: pedro luiz

Capítulo 3

Composição do solo

de freitas)

Na natureza, normalmente, os solos das matas e florestas são muito férteis. Mas, quando o homem desmata uma área, a camada de proteção desaparece e começa a degradação do solo. Sem proteção, o solo recebe diretamente os raios do Sol e, quando chove, é atacado pela força da água escorrendo na superfície, levando ao processo de erosão.

atividade

Vamos tentar descobrir as características do solo da sua cidade? Para isso, você vai precisar do seguinte material: • Sacos plásticos • Cartolina branca

• Jornal • Sementes de feijão, milho ou arroz

• Potes (fundos de garrafa PET, caixas de leite ou latas)

A turma deverá ser dividida em grupos. Cada grupo deverá coletar, com o saco plástico, amostras de solo de diferentes locais da sua cidade. Cada grupo deverá anotar as características do lugar escolhido, como, por exemplo, local, declive e uso (gramado, horta, lavoura, pastagem, mata ou floresta). Coloque as amostras de solo espalhadas sobre as folhas de jornal e deixe secar por 1 ou 2 noites, à sombra. Em uma mesa, coloque as cartolinas brancas e por cima coloque um pouco da amostra de cada solo (1/2 caneca). Compare os diferentes tipos de solo observando a cor, a textura (arenoso ou argiloso), presença e tamanho dos torrões, presença de restos de plantas ou animais, presença de raízes e de insetos e minhocas, cheiro, e outras características que chamarem a atenção. Coloque as amostras coletadas nos potes e plante algumas sementes. Mantenha os potes úmidos, molhando todos os dias (sem encharcar). Acompanhe o crescimento das plantas durante três ou quatro semanas. Verifique o número de plantas germinadas, o número de folhas por planta, a altura, a cor das folhas etc. Observe se houve diferença no crescimento nos diferentes tipos de solo. Discuta os resultados com seus colegas. Qual o tipo de solo mais fértil? 27


Capítulo 3

O FOGO Há milhares de anos, os seres humanos primitivos tiveram os primeiros contatos com o fogo por meio de incêndios repentinos na vegetação seca, muitas vezes causados por raios que caíam nas florestas. Eles não imaginavam como provocar o fogo, mas logo notaram que ele representava luz e calor. Depois de muitas tentativas, eles descobriram que ao atritar seguidamente, com as duas mãos, uma vareta sobre outro pedaço de madeira, obtinham faísca e, daí, o fogo. Quando o ser humano passou a ter controle sobre o fogo, mudou completamente seus hábitos: passou

a cozinhar e assar sua comida, aumentando assim a variedade de alimentos que consumia; começou a trabalhar os metais para fabricar armas e utensílios utilizados para caçar e se defender; passou a ter uma fonte de luz para iluminar as noites escuras e o interior das cavernas; pôde aquecer seus abrigos, principalmente durante os meses mais frios do ano. Hoje, sabemos que para se produzir fogo é necessário, além de faísca, um material que queime, ou seja, o combustível, e um material que mantenha o fogo, o oxigênio do ar, chamado de comburente.

Quando um raio cai numa floresta provoca o fogo porque ele próprio faz o papel da faísca, a floresta é o combustível e o oxigênio é o comburente. Sabendo disso, será que você é capaz de descobrir se na Lua é possível acender fogo? Fogo em mata (oeste da bahia) (foto: pedro luiz de freitas)

O fogo continua sendo muito utilizado tanto em nossas casas, para o preparo de alimentos e no aquecimento da água, como nas indústrias, para a fundição de metais, por exemplo. Ele também fornece energia para os meios de transporte que utilizam motores à combustão. Nesse processo, um combustível derivado do petróleo, como gasolina ou óleo diesel, se mistura com o oxigênio em uma câmara fechada – a câmara de combustão. A essa mistura é fornecida uma centelha que causa uma pequena explosão. Essa explosão, resultado do processo de combustão, fornece a energia que o motor precisa para funcionar adequadamente. Porém, esse processo libera gases nocivos a nossa atmosfera, contribuindo para o aquecimento global. Por essa razão, temos hoje os biocombustíveis, como o etanol de cana-de-açúcar e os óleos de dendê, mamona 28

motor a combustão

(foto: patrick goltsman moreno)

e outros. Esses biocombustíveis não causam tantos danos ao meio ambiente. Discutiremos mais esse assunto nos próximos capítulos.


Capítulo4

CONHECENDO OS SERES VIVOS

Foto: Patrick Goltsman Moreno

Antes de começar este capítulo, tente responder à seguinte pergunta: o que as plantas, os peixes, os insetos e os seres humanos têm em comum? Esta é realmente uma pergunta muito difícil. Como é possível que haja alguma semelhança entre seres vivos tão diferentes? Por mais que pareça impossível, essa semelhança existe – mas não é possível percebê-la apenas com os olhos. O fato é que todos os seres vivos, sem exceção, são formados por células. 29


TODOS OS SERES VIVOS SÃO FORMADOS POR CÉLULAS

Capítulo 4

Ao olharmos atentamente para a pele de nossas mãos, veremos que ela não é totalmente lisa, e sim formada por muitos pedacinhos, parecidos com tijolos.

ao lado, dedo humano (foto: editora pollux)

abaixo, gomos de tangerina (foto:

Observando um pedacinho de pele ao microscópio, veremos que ele também é formado por outras estruturas menores, que se organizam como tijolos em um muro. Cada tijolinho destes é uma célula, ou seja, a menor parte componente do corpo dos seres vivos. Se você observasse um peixe, uma planta ou um inseto ao microscópio veria que todos esses seres também são formados por células. Existem células tão pequenas que mal podemos vê-las com um microscópio, e células tão grandes que podemos enxergar a olho nu, como as células que formam os gomos de uma tangerina, por exemplo.

patrick goltsman moreno)

Quando os cientistas querem observar alguma coisa muito pequena, eles utilizam um microscópio. Este instrumento utiliza lentes para ampliar as imagens e permitir que sejam observadas coisas que seriam invisíveis a olho nu.

É claro que as células de uma planta são diferentes das células dos animais. Mesmo assim, as plantas e os animais são formados por milhões

Microscópio Ótico

(foto: Pedro Luiz de Freitas)

de células, que se agrupam de muitas maneiras para formar todos os órgãos e estruturas que nos permitem sobreviver.

A VIDA MICROSCÓPICA: OS ORGANISMOS UNICELULARES Após a invenção do microscópio, os cientistas começaram a descobrir um grande número de pequenos organismos, seres tão diminutos que seria impossível percebê-los a olho nu. Por esse motivo, esses seres são chamados de microorganismos. Muitos desses micro-organismos são tão simples que são formados por uma única célula. Devido a essa característica, eles 30

são chamados de unicelulares. Alguns dos seres unicelulares mais conhecidos são as bactérias, os mais simples; os protozoários, que se parecem com pequenos animais; e as algas, que geralmente apresentam coloração esverdeada e são parecidas com as plantas. Que tal mergulhar no mundo microscópico e conhecer mais sobre esses organismos?


atividade Estamos acostumados a ver diversos tipos de seres no nosso dia a dia: cachorros, gatos, aves, minhocas ou formigas. Mas existem muitas formas de vida que não conseguimos observar porque, de tão pequenas, são invisíveis a olho nu. Uma simples gota d’água pode abrigar milhares delas. Nesta atividade, vamos utilizar lentes de aumento para poder enxergar esses pequenos e curiosos seres vivos. Você vai precisar do seguinte material: • Uma lente de aumento • Um recipiente plástico onde caibam dois litros d’água

• Pedras pequenas, coletadas em um rio ou poça d’água • Um pedaço de plástico branco

• Terra preta

•Á gua desclorada (ou deixe a água de torneira descansar por 24h)

• Areia de rio lavada

• Um canudo

Coloque a terra preta no fundo do recipiente, até completar uns dois dedos de altura. Em seguida, cubra a terra com mais um dedo de areia lavada. Com o auxílio de um copo, vá enchendo lentamente o recipiente até completar quatro dedos d’água, tomando cuidado para não levantar a terra do fundo. Em seguida, coloque algumas pedras coletadas em rios ou poças. Se as pedras tiverem limo ou musgo, melhor ainda!

Capítulo 4

Deixe seu recipiente em algum lugar que receba bastante iluminação natural indireta, como uma janela ou varanda. Só não deixe que ele pegue sol diretamente. Após alguns dias, você irá observar que as pedras, a areia e até as paredes do recipiente estão ficando esverdeadas. Talvez seja possível ver uns fiozinhos verdes crescendo na água. Quanto mais tempo você deixar, mais desses fiozinhos você irá observar. Com o canudo, colete um pouco da água próxima aos fiozinhos verdes. Para isso, afunde-o na água e, em seguida, tampe com o dedo a parte superior do canudo. Agora, você pode retirá-lo que a água não cairá. Derrame a água coletada sobre o plástico branco e, com a ajuda da sua professora, use a lupa para fazer suas observações. Repita o procedimento quantas vezes achar necessário. O que você observou? Viu alguma coisa se mexendo? Existe algum ser vivo ali? Procure desenhar no seu caderno tudo o que você encontrar na água, e compare com os desenhos de seus colegas. 31


AS ALGAS

Capítulo 4

Na atividade anterior você deve ter observado pequenos filamentos ou placas esverdeadas. Apesar de parecerem plantas microscópicas, na verdade elas são algas. As algas são organismos formados por células muito parecidas com as células dos vegetais. No entanto, as algas não possuem folhas, raízes ou caule, sendo formadas apenas pela união de muitas células. Embora existam algas vermelhas, azuis, amarelas ou marrons, a maior parte delas é verde, devido a uma substância chamada clorofila, presente no interior das suas células. Essa substância é responsável por um fenômeno chamado fotossíntese, que utiliza a luz solar e o gás carbônico (CO2) presente na água para fabricar o alimento que mantém a célula viva.

O2

Luz

CO2

algas

(fotos: rodrigo mariath)

Foi por esse motivo que você precisou deixar o recipiente em um local bem iluminado: para permitir que as algas fizessem a fotossíntese e crescessem. Como resultado desse processo, as algas liberam o oxigênio (O2) que respiramos. Isso quer dizer que todos nós dependemos da fotossíntese para sobreviver! A maior parte do oxigênio que respiramos é produzida pelas algas que vivem na superfície dos rios, lagos e oceanos. Por isso é tão importante cuidar bem da água, pois com o excesso de poluição essas algas podem desaparecer.

algas marinhas realizando a fotossíntese

Além de servirem de alimento para muitos peixes, moluscos, crustáceos e outros organismos, em muitos lugares do mundo, como no Japão, as algas são uma importante fonte de alimento. De certas algas também podemos extrair substâncias muito úteis, como o agar – uma espécie de gelatina muito utilizada em cosméticos, doces e em processos industriais. Outras algas microscópicas, como as diatomáceas, podem ser utilizadas na fabricação de creme dental. Pesquise você também sobre diferentes usos para as algas. 32

ao lado alga nori, abaixo balas de agar

(fotos: patrick goltsman moreno)


OS PROTOZOÁRIOS

A célula dos protozoários pode apresentar pequenas estruturas, semelhantes a pelos, que agem como remos, impulsionando-os pelo ambiente. Essas estruturas podem ser cílios ou flagelos. Aqueles que possuem cílios são chamados Ciliados, encontrados frequentemente em ambientes aquáticos ou no solo. É bem provável que você tenha observado algum na atividade realizada. Os cílios são como pelos bem curtinhos que recobrem toda a superfície da célula. Eles se movem de maneira coordenada e ajudam na locomoção e na busca de alimento. Já os Flagelados são aqueles que possuem flagelos, que são pelos mais longos e em forma espiralada. Ao girar o flagelo, o protozoário consegue impulsionar-se para frente. Apesar de serem, em sua maioria, inofensivos, existem alguns protozoários que podem causar doenças nos seres humanos. A Ameba, por exemplo, pode causar diarreia se for ingerida por meio de alimentos que não tenham sido higienizados da forma correta. Por isso, é importante lavar bem as hortaliças antes de comê-las. Outro protozoário

bastante perigoso é o Tripanossomo, que pode ser transmitido através da picada do inseto conhecido como “barbeiro”. Se um barbeiro contaminado picar uma pessoa, ele poderá transmitir a doença de Chagas, que causa febre e fraqueza, e pode até matar. Outra doença muito perigosa é a malária. Essa enfermidade ainda é comum nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, e é transmitida a partir da picada de um mosquito contaminado com o protozoário Plasmódio. Mas se você tem boa higiene e se alimenta de forma saudável, a chance de contrair essas doenças é bem pequena.

Capítulo 4

Eles estão presentes por toda parte: no solo onde você pisa, nos rios, lagos e mares, e até mesmo na sua pele! Diferentemente das algas, os protozoários não podem nutrir-se a partir da luz solar, por isso precisam se locomover pelo ambiente a procura de alimento. Mas como estes seres unicelulares podem se movimentar, se não têm pernas, nadadeiras ou asas?

Também existem muitos protozoários que são importantes para os seres humanos. Nas estações de tratamento de esgoto, por exemplo, esses seres são muito úteis, pois se alimentam de outro tipo de micro-organismo, as bactérias. Mas se os protozoários são seres microscópicos, como é possível que encontrem seres ainda menores do que eles para se alimentar?

AS BACTÉRIAS As bactérias são um grupo de microorganismos unicelulares ainda menores que os protozoários. Suas células são tão pequenas que não é possível observá-las no microscópio óptico comum. Para estudar as bactérias, os pesquisadores utilizam outro tipo de microscópio, muito maior e mais avançado, chamado microscópio eletrônico.

As bactérias são muito importantes para o meio ambiente, pois atuam na decomposição dos resíduos orgânicos – restos de plantas e animais mortos – e na formação do húmus. Sem a decomposição teríamos um acúmulo muito grande dos resíduos orgânicos, aumentando a poluição ambiental. Não teríamos também os minerais de que as plantas precisam para sobreviver. 33


FIXAÇÃO BIOLÓGICA DE NITROGÊNIO

Capítulo 4

As bactérias, quando associadas às raízes das plantas, conseguem também retirar do ar o nitrogênio, essencial para a sobrevivência das plantas. Esse processo foi descoberto por uma importante cientista, Dra. Johanna Döbereiner, aqui no Brasil.

ao lado, planta de soja com nódulos na raíz em detalhe

(foto: arquivo embrapa agrobiologia)

Podemos encontrar bactérias em praticamente qualquer lugar: no alto das montanhas ou nas profundezas do oceano, dentro de rochas e até mesmo dentro do seu corpo! Sim, existem muitas bactérias que vivem em nosso intestino. Mas não se preocupe, pois

elas não fazem mal algum. Pelo contrário, elas ajudam a manter a saúde do seu corpo, digerindo restos de alimento que não tenham sido absorvidos durante a digestão. O conjunto de bactérias que habitam nosso intestino faz parte da chamada flora intestinal.

Algumas bactérias podem causar doenças

Assim como acontece com os protozoários, algumas bactérias podem provocar doenças. Essas bactérias são chamadas de patogênicas. Os problemas causados por elas podem variar de simples infecções na pele a doenças graves, como

a cólera e a leptospirose. As pessoas que contraem enfermidades causadas por bactérias devem se medicar com um tipo de remédio conhecido como antibiótico. O tipo mais conhecido de antibiótico é a Penicilina.

A Descoberta da Penicilina Em 1928, o cientista inglês Alexander Fleming estava cultivando bactérias, quando observou que, em um dos recipientes, todas haviam morrido. Após algum tempo pesquisando, ele descobriu que um tipo de fungo chamado Penicillium produzia a substância que estava causando aquele efeito. Assim, desde aquela época, muitos cientistas têm pesquisado e cultivado esse fungo, aproveitando suas propriedades antibióticas.

34


OS SERES PLURICELULARES Os fungos

atividade

Nesta atividade iremos produzir um ambiente propício ao desenvolvimento dos fungos. Para isso, você vai precisar de: • Uma fatia de pão velho • Um pedaço de papelão

• Um galho ou pedaço de tronco de madeira

• Papel alumínio

• Um balde com água

Capítulo 4

Você já observou o que acontece com os alimentos quando são guardados por muito tempo fora da geladeira? Nós costumamos dizer que eles ficam mofados, ou criam bolor. O mofo ou bolor é um tipo de organismo que gosta de ambientes úmidos. Podemos observá-los se desenvolvendo sobre troncos e folhas mortas, alimentos estragados e até nas páginas de algum livro esquecido no fundo de uma estante.

Molhe o pão com um pouco de água e envolva-o com papel alumínio. Guarde em um local fresco e arejado. Mergulhe o papelão e o pedaço de tronco em um balde com água. Deixe-os lá dentro por algumas horas até ficarem completamente encharcados. Em seguida esvazie o balde, deixando apenas um pouquinho de água no fundo, e deixe o tronco lá dentro. Coloque o pedaço de papelão em pé, dentro do balde, de modo que apenas sua base fique em contato com a água. Durante alguns dias, observe os materiais e anote no seu caderno o que você observou. Descreva atentamente as cores e texturas do mofo que crescerá sobre o pão, a madeira e o papelão. Se possível, procure observá-los com o auxílio de uma lupa ou microscópio.

Na atividade que você acabou de realizar, acompanhamos o crescimento de bolores sobre diferentes materiais. O bolor e o mofo são exemplos de fungos, organismos simples capazes de digerir a matéria orgânica. Nesse processo, os fungos “quebram” a matéria orgânica em pedacinhos muito pequenos, transformando-a em minerais. Como já vimos, as bactérias também realizam esse processo, chamado de decomposição. Existem fungos unicelulares como as bactérias, mas também existem aqueles que são compostos por muitas células, que são chamados

de pluricelulares. Será que você já viu algum fungo pluricelular? Provavelmente sim – eles são os

cogumelos

(fotos: Igor França)

35


Capítulo 4

cogumelos, também conhecidos em algumas regiões como chapéu-de-sapo ou casinha-desapo. Um tipo de cogumelo muito comum no Brasil é o conhecido como orelha-de-pau, pois cresce sobre troncos mortos e tem um formato parecido com uma orelha.

Muitos tipos de cogumelos são comestíveis, como o champignon ou o shitake, este muito apreciado na culinária japonesa. Mas cuidado! Muitos cogumelos são tóxicos e podem até matar se forem ingeridos. Nunca tente comer cogumelos colhidos diretamente da natureza. Coma apenas aqueles que podem ser comprados no mercado.

Os fungos unicelulares são conhecidos como leveduras ou fermentos, e são muito utilizados na culinária. Se você gosta de comer pão, saiba que quem deixa a massa bem macia é um tipo de levedura, a Saccharomyces cerevisiae. Este fungo se alimenta do açúcar presente na massa e produz muitas bolhas de gás carbônico, fazendo a massa “crescer” e deixando-a bem porosa. As leveduras também são usadas na produção de cerveja, vinho e outras bebidas. Ao consumirem o açúcar, elas produzem, além do gás carbônico, o álcool encontrado nessas bebidas. alimentos mofados

(fotos: patrick goltsman moreno)

No entanto, os fungos também podem causar prejuízos. Ao armazenar alimento de forma inadequada, o ataque dos fungos pode estragá-los e torná-los inadequados para o consumo, devido a sua ação decompositora. Como já vimos, na natureza a ação decompositora dos fungos é que produz os minerais que irão nutrir outro tipo de organismo: os vegetais.

A vida vegetal

Chamamos de vegetais todos os organismos pluricelulares que são capazes de realizar a fotossíntese. Os vegetais são a base da alimentação de todos os seres, pois são capazes de produzir substâncias nutritivas (açúcares) a partir dos minerais do solo, do gás carbônico e da água. Para isso, eles necessitam da luz do sol e da clorofila, como vimos anteriormente. Existem no nosso planeta desde espécies de plantas muito pequenas, como os musgos, até árvores enormes, como a samaúma da região amazônica. Esta árvore pode atingir até 90 metros de altura e serve de abrigo a muitas espécies de animais.

36

Independentemente do seu tamanho, todas as plantas são compostas de três partes: as raízes, que se estendem por dentro da terra e absorvem água e nutrientes; as folhas, responsáveis pela fotossíntese quando iluminadas pelo sol; e o caule, que mantém a planta firme e conduz a seiva – um

samaúma comparada a um homem (foto: editora pollux,

no jardim botânico, rj)


A maioria das espécies de plantas produz flores. Além de serem muito bonitas e, em alguns casos, bastante perfumadas, as flores são responsáveis pela reprodução das plantas. Dentro das flores encontramos os órgãos reprodutivos da planta e é lá que serão formados os frutos. Além disso, as flores também têm a função de atrair os animais polinizadores, que vão carregar os grãos de pólen de uma planta à outra para que se formem frutos. Muitos frutos podem ser usados na nossa alimentação, como a laranja, o mamão e a melancia. Quando abrimos algum fruto para comer, normalmente encontramos dentro deles as sementes. É a partir das sementes que uma nova plantinha irá nascer.

FLOR (POLINIZAÇÃO)

Capítulo 4

líquido formado de água, sais minerais e outros nutrientes – das raízes para as folhas e vice-versa. A água que é absorvida pelas raízes, muito rica em nutrientes, é chamada de seiva bruta. Quando esta seiva chega às folhas, a fotossíntese transforma esses nutrientes em substâncias nutritivas, como açúcares, que serão distribuídos para as outras partes da planta. Essa seiva, cheia de açúcar, é chamada de seiva elaborada. Observe o esquema.

FOLHA FRUTO VASOS CONDUTORES DE SEIVA

abaixo, frutas com sementes

CAULE

(foto: patrick goltsman moreno)

RAIZ

acima, partes da flor

estruturas de uma planta. no detalhe, inseto polinizando as flores.

atividade Nesta atividade veremos como as plantas conduzem a seiva através de pequenos vasos contidos no caule. Você vai precisar de: • Uma flor branca e de pétalas grandes (palma, copo-de-leite ou rosa)

• Anilina colorida

• Um copo

• Uma faca bem fina

Misture a anilina em água, deixando a cor bem forte, e coloque no copo. Com a ajuda de um adulto, corte o caule da flor até que ela possa caber dentro do copo sem cair. Agora, com a flor mergulhada na solução, peça ao adulto para fazer um corte em diagonal no caule. Atenção: é muito importante que o corte seja feito dentro d’água, para que não se formem bolhas de ar nos vasos condutores da planta. Aguarde alguns dias e observe. O que está acontecendo com a flor? Como esse fenômeno pode ser explicado? 37


Os animais

Agora chegou a vez de conhecer um pouco mais sobre o grupo de que nós, humanos, fazemos parte: os animais. A esta altura, você já deve saber que todos os animais são pluricelulares, e que, ao contrário das plantas, não realizam fotossíntese e por isso precisam buscar alimento no ambiente. Por esse motivo, nós dependemos dos vegetais para sobreviver, pois são eles que irão produzir as substâncias nutritivas de que precisamos, como açúcares e vitaminas.

Devido a essa necessidade de buscar alimento, é possível encontrar animais vivendo nos mais variados ecossistemas, alimentando-se de uma grande variedade de recursos. Há animais que só se alimentam de plantas – os herbívoros; outros que comem apenas a carne de outros animais, os carnívoros; e também os que podem se alimentar de ambos, que são chamados de onívoros.

Capítulo 4

Animais podem ser vertebrados ou invertebrados

Procure pensar em todos os animais que você conhece. Existe uma infinidade deles, não é mesmo? Mas todos eles podem ser divididos em dois grupos, devido a uma característica muito importante. Você saberia dizer qual é? Nós, seres humanos, somos dotados de um esqueleto interno, uma estrutura formada por ossos que sustenta nosso corpo e nos permite fazer uma grande variedade de movimentos. Este esqueleto pode ser observado nos mamíferos, nas aves, nos répteis, anfíbios e peixes. Uma das partes mais importantes do esqueleto é a coluna vertebral. Esta estrutura começa na base do crânio e vai até o final do tronco. Todos os animais que possuem coluna vertebral são chamados de vertebrados.

Mas também existem animais que não possuem nenhum osso, nem mesmo a coluna vertebral. Eles são chamados de invertebrados e são a maioria dentre os animais. Os invertebrados mais conhecidos são os insetos, como besouros, formigas e moscas; e os moluscos, como a lesma, o caramujo e o polvo. Você reparou que a maioria dos invertebrados é de tamanho pequeno? Isto acontece porque não seria possível suportar um corpo muito grande sem a sustentação de um esqueleto rígido, principalmente em um ambiente terrestre. Para compensar a ausência de um esqueleto interno, alguns invertebrados, como os insetos, possuem o corpo revestido por um exoesqueleto, uma espécie de “armadura” que protege e MAMÍFERO

PEIXE

RÉPTIL

ANFÍBIO

AVE

esqueletos de animais vertebrados

38


anêmonas

(foto: patrick goltsman moreno)

acima, camarão, ao lado, estrela-do-mar libélula

(fotos: patrick goltsman moreno)

(foto: igor frança)

Capítulo 4

sustenta seu organismo. Já alguns moluscos, como o caramujo e as ostras, protegem-se com uma concha. Sem essa proteção eles seriam presas fáceis para os predadores.

Vamos pensar um pouco sobre tudo o que aprendemos até agora? Vimos como os fungos e bactérias decompõem a matéria orgânica, produzindo minerais que serão absorvidos pelos vegetais. Os vegetais, por sua vez, através da fotossíntese, irão produzir substâncias nutritivas que servirão de alimento para os animais. Na natureza, cada organismo tem o seu espaço e a sua função. Nada é desperdiçado, nem mesmo os restos de animais e plantas mortas. Mas será que sempre foi assim, e as espécies sempre foram como as que vemos hoje?

AS ESPÉCIES SE MODIFICAM COM O TEMPO? Há muitos anos, essa mesma pergunta inquietou um jovem cientista inglês chamado Charles Darwin. Durante uma longa viagem de navio, o jovem Darwin teve a oportunidade de conhecer diversos países do mundo, inclusive o Brasil. Em todos os lugares que esteve ele procurou observar e coletar animais e plantas, buscando entender como era possível tamanha diversidade de formas de vida. Nessa viagem, ele observou que os seres vivos possuem diversas características diferentes que estão relacionadas ao ambiente em que vivem. Anos mais tarde, em 1859, depois de muito estudar, Darwin publicou um livro com suas ideias para explicar aquela questão: ao contrário do que se pensava, os seres não são imutáveis, ou seja, não permanecem idênticos ao longo de muitas gerações. Pouco a pouco, pequenas

mudanças ocorrem nos organismos, e, quando essas mudanças são vantajosas para a espécie, elas são passadas de geração a geração. Darwin sugeriu que, após CHARLES DARWIN sofrer muitas modificações, uma espécie se torna diferente de seus antepassados, passando a formar uma nova espécie num processo de evolução. Essas mudanças, no entanto, podem levar milhares ou até milhões de anos para acontecer, por isso não é possível acompanhá-las. Além disso, a evolução ocorre como resultado de um processo de adaptação dos seres às condições do ambiente, conforme ilustrado no exemplo a seguir: 39


Capítulo 4

Vamos imaginar um grupo de coelhos que vive em um vale nas montanhas. A maior parte deles possui pelos branquinhos e bem curtos, pois estão adaptados ao calor que faz nesse ambiente. Já os coelhos que nascem com pelos mais escuros e grossos acabam sofrendo com o calor excessivo e, por isso, têm menos chance de sobreviver. Um dia, devido a mudanças no clima, uma grande inundação cobre todo o vale, obrigando os coelhos a buscarem abrigo nas montanhas. Um grupo passa a ocupar uma montanha bem alta, onde o vento forte e constante deixa a temperatura muito baixa o ano inteiro. Outro grupo foge para uma montanha mais protegida do vento, deixando a temperatura mais quente e parecida com o ambiente original dos coelhos. Após muitos anos, em cada uma das montanhas haverá um tipo de coelho diferente: na montanha mais fria, veremos predominância de coelhos com pelagem grossa e escura, enquanto na montanha mais quente veremos coelhos de pelagem curta e clara. Isso acontece porque os coelhos com pelos escuros sofrem menos com o frio e, com isso, conseguem se alimentar melhor e ficam mais fortes num ambiente com temperaturas mais baixas. Dessa maneira, ao se acasalarem, deixam um número maior de filhotes, que também passam a exibir pelagem mais grossa e escura. Já entre os coelhos que ficaram na montanha mais quente, ocorre o inverso. É possível que, caso voltem a se encontrar, um tipo não possa mais acasalar com o outro tipo. Nesse caso, os cientistas consideram que eles se dividiram em duas espécies diferentes, em um processo conhecido como especiação.

Este exemplo mostra de maneira simplificada o que aconteceu com todas as espécies que hoje vivem na Terra. Durante milhões e milhões de anos, apenas os indivíduos que apresentavam características vantajosas, ou seja, que aumentavam sua chance de sobreviver e se reproduzir, permaneciam no ambiente. Darwin chamou esse processo de seleção natural. Como, a cada geração, só os mais aptos, ou seja, os indivíduos com as características mais vantajosas, sobrevivem, seus descendentes 40

também terão muitas chances de apresentar estas características. Assim, as características vantajosas vão sendo selecionadas e passadas ao longo das gerações, permitindo com que os indivíduos estejam cada vez mais adaptados ao seu ambiente. Por isso não é possível encontrar pinguins no deserto, ou camelos na floresta, por exemplo. Cada espécie está adaptada ao seu ambiente, possuindo características que as permitem explorá-lo e sobreviver da melhor maneira possível.


Capítulo6

conhecendo o meio ambiente

Macaco em seu habitat Foto: Margi Moss

Nos capítulos anteriores, você aprofundou seus conhecimentos sobre os seres vivos que existem no nosso planeta. Mas tão importante quanto estudar os diferentes grupos de seres vivos é conhecer o ambiente onde eles vivem e interagem uns com os outros. Apesar das características das espécies serem transmitidas de geração em geração, o ambiente também pode exercer uma grande influência nas suas características e no seu comportamento. Quer saber como? 51


O QUE É MEIO AMBIENTE? Você já se perguntou como a vida dos animais, das plantas e dos micro-organismos são afetadas pelo ambiente? A resposta é: de várias maneiras! Para entender isso basta pensarmos em nós, seres humanos. Sem a água e o oxigênio, nós não conseguiríamos sobreviver. Além disso, sem os vegetais e animais não teríamos como nos alimentar. Se a temperatura subir ou descer demais, também seremos afetados. Desta forma, podemos perceber que todos os fatores que agem no ambiente em que vivemos estão de alguma forma ligados entre si, afetando a nossa vida e as

características da nossa espécie. Isso também vale para todos os demais seres vivos. Mas o que é exatamente o meio ambiente? Basta dizer que ele é o lugar onde vivemos? Não é tão simples assim. A palavra MEIO significa lugar onde se vive, e AMBIENTE possui o significado de ser tudo o que cerca e envolve os seres vivos. Portanto, para compreender o meio ambiente, precisamos conhecer todos os fatores que influenciam a nossa sobrevivência e a de todos os seres vivos. Vamos começar?

Capítulo 6

ONDE VIVEM OS SERES VIVOS O lugar onde os seres vivem é chamado pelos biólogos de hábitat. Por exemplo, o jacarédo-pantanal tem como seu hábitat as águas do Pantanal Mato-Grossense; já o hábitat do muriqui, o maior primata brasileiro, são as árvores da Mata Atlântica. Em alguns casos, uma espécie pode ter mais de um hábitat como, por exemplo, os pássaros que migram de um local para outro de acordo com a época do ano. Cada espécie que existe no planeta Terra está adaptada a viver em um hábitat específico. Essa adaptação é resultado das relações e das atividades características de cada espécie, desde os tipos de alimentos consumidos até os tipos de moradia, estratégias de reprodução, inimigos naturais etc. A esse conjunto de características da espécie damos o nome de nicho ecológico, que representa o modo de vida único e específico que cada espécie desenvolve no seu hábitat. Todos os seres que vivem em nosso planeta, sem exceção, pertencem a um ecossistema. Mas você sabe o que é um ecossistema? Podemos dizer que é o conjunto formado por todas as relações entre os fatores vivos e não vivos que existem em uma determinada região. Os seres vivos de um 52

ecossistema, também chamados de componentes bióticos, são as diferentes espécies de animais, plantas, fungos, bactérias e outros organismos que habitam o ecossistema. Já os fatores não vivos, também chamados de componentes abióticos, são as características do ambiente que influenciam a sobrevivência dos seres vivos, como, por exemplo, a temperatura, a luz do Sol, a umidade, o solo, o gelo, o vento etc. Esses fatores estão em constante interação: as plantas precisam da água, da luz do Sol e dos nutrientes do solo para sobreviver. Os animais, por sua vez, precisam da água e de outros seres vivos para se alimentarem.

é jacaré do pantanal (Caiman crocodilus yacare) (fotos: saulo

coelho / embrapa)


atividade Vamos fazer uma atividade para entender como componentes abióticos, como a luz, podem influenciar os componentes bióticos, como os vegetais, de um ecossistema? Para isso você vai precisar dos seguintes materiais: • uma caixa de sapato com tampa • duas tiras de papel cartão da largura da caixa • um pedaço de plástico do tamanho da base da caixa • toalhas de papel

Recorte uma janela grande em uma das laterais da caixa, conforme mostra a ilustração. Depois, recorte um terço da tampa da caixa, pois o objetivo é deixar apenas dois terços da caixa coberta. Agora, ponha o plástico dentro da caixa e, sobre ele, algumas toalhas de papel. Despeje um pouco de água sobre as toalhas, tomando o cuidado para não encharcá-las. Em seguida, divida a caixa em três compartimentos de tamanhos iguais com as tiras de papel cartão e coloque uma quantidade igual de sementes em cada um dos compartimentos. Agora, cubra a caixa com a tampa recortada, de modo que o compartimento onde está a janela e o compartimento do meio fiquem cobertos. Coloque a caixa em um lugar bem iluminado e, diariamente, vá adicionando um pouco de água. Espere por mais ou menos uma semana e observe o resultado. As sementes germinaram da mesma forma nos três compartimentos? Por quê? Discuta os resultados obtidos com a turma.

Capítulo 6

• sementes (de preferência de agrião ou alpiste)

ao lado, lago Um lago é um bom exemplo de ecossistema. Nele no chile. abaixo, encontramos fatores vivos, como peixes, crustáceos deserto no marrocos e algas, interagindo com fatores não vivos, como (fotos: margi moss) a própria água, a areia do fundo, a temperatura e a luminosidade. Os rios e oceanos são outros exemplos de ecossistemas aquáticos. Também temos exemplos de ecossistemas terrestres, como as florestas, os campos, os desertos, e muitos outros. Tente, agora, imaginar quais são os fatores bióticos e abióticos que existem no deserto.

53


O tamanho dos ecossistemas É difícil determinar com precisão os limites de um ecossistema. Um oceano, por exemplo, é um ecossistema imenso, que abriga vários seres vivos. Mas um simples vaso de planta ou um aquário também são exemplos de ecossistemas, na medida em que eles têm seres vivos interagindo entre si e com fatores não vivos, tais como luminosidade e temperatura. Até mesmo uma poça de água contendo diferentes micro-organismos pode ser considerada um ecossistema. Independente do seu tamanho, devemos sempre respeitar e preservar os ecossistemas, pois eles são os responsáveis por abrigar e garantir as condições para a existência da vida no nosso planeta.

Capítulo 6

ENERGIA E MATÉRIA NOS ECOSSISTEMAS Todos os organismos precisam se alimentar para permanecerem vivos. O alimento fornece a energia que um ser vivo precisa para realizar as suas funções vitais e também a matéria necessária ao seu crescimento. Plantas, algas e até mesmo algumas bactérias conseguem produzir o seu próprio alimento através da fotossíntese. Estes seres são chamados de produtores, já que eles são capazes de produzir os compostos orgânicos que precisam para se nutrir. Isto quer dizer que não dependem diretamente de outros seres vivos para se alimentar. Mas nem todos os seres vivos têm essa capacidade. Os animais, por exemplo, precisam se alimentar para obter a energia e a matéria necessárias à sua sobrevivência, por isso são chamados de seres consumidores. Os consumidores que se alimentam de seres produtores são chamados de consumidores herbívoros. A capivara, a vaca, o bicho-preguiça e a paca são exemplos de herbívoros, já que se alimentam somente de folhas e frutos. Já os consumidores que se alimentam de outros animais são chamados de carnívoros. A onça-pintada e a jibóia são exemplos de consumidores carnívoros. Até mesmo o tamanduá, por se alimentar de formigas e cupins, é considerado um carnívoro. 54

Alguns animais, porém, apresentam dieta variada, podendo se alimentar tanto de vegetais como de outros animais. Esses consumidores são chamados de onívoros. É o caso do lobo-guará e do mico-leão-dourado, que se alimentam tanto de frutos quanto de pequenos animais.

acima, lobo guará (foto: Pedro Luiz de Freitas). ao lado,

tamanduá. abaixo, capivara no pantanal (fotos: margi moss)


CADEIAS ALIMENTARES porém, podem servir de alimento a outros animais carnívoros, que são os consumidores terciários. Dessa forma, matéria e energia vão sendo transferidas ao longo da cadeia, do produtor ao consumidor primário, secundário, terciário etc.

Você deve estar se perguntando: o que vem depois do consumidor terciário? A resposta é: o consumidor quaternário. E depois do quaternário? Na verdade, as cadeias alimentares não podem ser muito grandes. A cada transferência de energia há uma pequena perda, pois cada ser gasta parte da energia que incorpora pela alimentação nas suas atividades diárias. Isto quer dizer que a quantidade de energia vai diminuindo à medida que ela vai sendo transferida ao longo da cadeia alimentar. Assim, a energia que um ser vivo transfere para o outro é menor do que a energia que ele incorporou ao se alimentar. Por isso, dificilmente encontramos cadeias alimentares muito grandes.

Mas as cadeias alimentares não terminam com os consumidores. Você está lembrado dos fungos e bactérias? Eles desempenham um papel fundamental nas cadeias alimentares: a decomposição – por isso são chamados de seres decompositores. Eles se alimentam dos seres mortos, transformando-os em minerais que vão para o solo. Ao fazerem a decomposição,

Capítulo 6

Os produtores são indispensáveis à vida de qualquer ecossistema, pois a matéria e a energia por eles produzidas serão transferidas aos outros seres vivos através da alimentação. Quando um gafanhoto come um capim, ele está ingerindo a matéria presente no corpo do vegetal. A partir da matéria ingerida ele irá produzir a energia de que precisa para suas atividades. Depois, quando um pássaro comer o gafanhoto, esta matéria também será transferida, e assim por diante. Essa sequência em que um ser vivo serve de alimento para o outro é chamada de cadeia alimentar. As cadeias alimentares sempre começam com os seres produtores. Os herbívoros que se alimentam dos produtores são chamados de consumidores primários. Estes servem de alimento aos carnívoros, que são os consumidores secundários. Alguns carnívoros,

os fungos e bactérias, além de não deixarem o solo dos ecossistemas cheios de restos de vegetais e animais mortos, também renovam os nutrientes do solo essenciais ao crescimento dos vegetais. Sem os decompositores, os vegetais não sobreviveriam, e sem os vegetais, todos os animais que deles se alimentam, inclusive nós, também morreriam. 55


TEIAS ALIMENTARES Quando observamos de perto os diferentes ecossistemas, podemos perceber que muitos animais têm uma alimentação variada. Da mesma forma, um organismo produtor dificilmente serve de alimento para apenas um animal. O capim presente em um pasto, por exemplo, é utilizado como alimento pelos bois, gafanhotos e formigas. Em uma floresta, micos-leões-dourados comem frutos, mas também podem comer os mesmos insetos que os bem-te-vis. Isso significa que cada espécie de um ecossistema, seja um produtor, consumidor ou decompositor, pode participar de diversas cadeias alimentares. O conjunto de

veado

cobra

coelho

coruja

onça

rato

cachorrodo-mato

gavião

inseto

lagarto

árvore

verdura

gramínea

todas as cadeias alimentares de um ecossistema forma uma teia alimentar. Observe na ilustração como cada indivíduo está ligado a vários outros indivíduos, indicando todas as relações possíveis daquele ecossistema.

Capítulo 6

DESEQUILÍBRIO NAS CADEIAS ALIMENTARES Ao estudar as cadeias alimentares de um ecossistema que não sofreu nenhuma interferência, percebemos que os diferentes organismos estão em constante interação uns com os outros de maneira equilibrada. Porém, se por algum motivo uma espécie desaparecer daquele ecossistema, muitas outras espécies também poderão desaparecer. Mas como isso acontece?

Vamos voltar ao exemplo da cadeia alimentar da página anterior. Se um agricultor espalha inseticida em sua plantação e, por acidente, esse inseticida cai na mata ao lado da plantação, muitos gafanhotos irão morrer. Com a morte dos gafanhotos, os bem-te-vis perdem uma importante fonte de alimento e podem ter sua população diminuída. Com um menor número de bem-te-vis, as jaguatiricas também serão afetadas, pois ficarão com menos alimento. Portanto, quando acontece qualquer interferência na sobrevivência de uma espécie pertencente a uma cadeia alimentar, toda a cadeia é afetada. Mas o problema não é apenas quando o início da cadeia sofre uma interferência. Se caçadores diminuírem muito a quantidade de jaguatiricas, esta cadeia alimentar também será prejudicada, pois as jaguatiricas são importantes para não deixar a população de bem-te-vi crescer descontroladamente, já que se alimentam dessa ave. Se isso acontecer, haverá muitos bem-te-vis comendo gafanhotos. Em pouco tempo, com a diminuição na quantidade de gafanhotos, os próprios bem-te-vis ficarão sem alimento e morrerão, também causando um desequilíbrio.

56


Um exemplo famoso de desequilíbrio na cadeia alimentar aconteceu no Arizona, Estados Unidos, entre 1905 e 1940. Ali havia cerca de 4.000 veados, que serviam de alimento para coiotes e lobos que viviam na região. Pessoas que moraram naquele lugar, querendo proteger os veados de seus veado (foto: margi moss) predadores, começaram a matar os coiotes e os lobos. Livre de seus predadores, a população de veados aumentou muito, passando de 4 mil indivíduos para mais de 100 mil, em apenas 20 anos. Porém, a vegetação dessa região não era suficiente para sustentar tantos veados, e ela acabou sendo quase toda destruída. Dessa forma, muitos veados morreram de fome, e o resto da sua população diminuiu, restando menos do que os 4.000 indivíduos iniciais.

Vimos até agora que todos os elementos que formam o meio ambiente estão em constante interação, formando uma verdadeira teia, a chamada teia da vida. Se um dos elementos dessa teia desaparecer, haverá um desequilíbrio e toda a teia pode ser desfeita. Vamos, agora, fazer uma atividade para entender como o desaparecimento de um elemento do meio ambiente (extinção de uma espécie ou esgotamento da água, por exemplo) pode desfazer a teia da vida. Para isso, a turma vai precisar apenas de um rolo de barbante e seguir as instruções:

Capítulo 6

atividade

Forme um círculo com todos os alunos da sua turma. Um dos alunos irá começar a atividade: ele segura o rolo de barbante e escolhe um elemento da natureza com o qual se identifica (Sol, Lua, rio, mar, minerais, vegetais, animais etc.). Depois de escolhido o elemento, este aluno segura a ponta do fio e passa o rolo de barbante a outro aluno do círculo. Este, por sua vez, prossegue a dinâmica, escolhendo um elemento da natureza que se relaciona com o elemento escolhido pelo primeiro aluno. Por exemplo: se o primeiro aluno escolheu rio, o segundo poderá falar peixe, pois o peixe nada nas águas do rio. A atividade continua até que todos os alunos estejam segurando uma ponta do barbante, cada um representando um elemento da natureza. Ao final, com o barbante passado de um para outro, os alunos terão formado uma teia no centro do círculo. Formada a teia, um dos alunos irá soltar a ponta do barbante que esteja segurando, como se o elemento que ele representa estivesse sendo eliminado da natureza. Ao fazer isso, o que acontece? Provavelmente, toda a teia se desfaz. Afinal, no meio ambiente tudo se relaciona e todos os elementos são importantes para o equilíbrio da teia da vida.

57


Introdução de espécies exóticas Não é apenas a eliminação de uma espécie que pode causar desequilíbrio nas cadeias alimentares. Muitas vezes, a introdução de uma espécie em uma região onde ela nunca viveu também pode causar um desequilíbrio. Você imagina como?

Capítulo 6

Espécies de plantas, animais ou micro-organismos introduzidos em um ecossistema do qual não fazem parte são chamadas de espécies exóticas. Ao longo da história, os seres humanos transportaram muitas espécies de uma região para outra. Os europeus, por exemplo, trouxeram para o Brasil espécies vegetais como a mangueira e a jaqueira, e espécies animais como os bovinos (bois e vacas) e o pardal, entre muitas outras. Quando essas espécies chegam a um ambiente novo, muitas vezes sem predadores naturais, se reproduzem com muita rapidez e ocupam o espaço das espécies nativas da região. Este fato é ainda mais grave nos ambientes degradados pela ação do homem, que ficam mais suscetíveis à invasão. Nos ambientes bem cuidados e preservados, a competição das espécies exóticas com as nativas dificulta a expansão da primeira.

Vamos analisar alguns exemplos? O teiú, uma espécie de lagarto que vive no cerrado e na caatinga do Brasil, foi introduzido na ilha de Fernando de Noronha em 1950 para controlar a população de ratos da ilha. Você conhece a expressão “o tiro que saiu pela culatra”?

acima, jaqueira

(foto: Julia pereira soares)

ao lado, teiú

Pois foi exatamente o que aconteceu. Enquanto os teiús caçam durante o dia, os ratos só saem de suas tocas durante a noite. Dessa forma, sem conseguir encontrar os ratos, os teiús começaram a se alimentar das espécies locais, principalmente ovos e filhotes de aves e tartarugas marinhas. Como resultado, o número de indivíduos dessas espécies começou a diminuir muito, afetando várias cadeias alimentares da ilha. Outro exemplo de desequilíbrio provocado pela introdução de espécies exóticas ocorreu no Sul do Brasil. Com o objetivo de estimular a prática da pesca esportiva e, com isso, atrair mais turistas para a região, a truta arco-íris, uma espécie de peixe de água doce, foi introduzida em alguns rios do Estado do Rio Grande do Sul. O problema é que várias espécies de peixes nativos da região começaram a desaparecer, já que as trutas competem com eles por alimento e, em alguns casos, comem os próprios peixes. Algumas destas introduções, por outro lado, foram bem sucedidas, como as espécies bovinas trazidas da Europa e da Ásia. Hoje o Brasil tem um rebanho superior a 200 milhões de cabeças de gado (mais de 1 animal por habitante) e somos os líderes mundiais na produção e exportação de carne, leite e couro. Outro exemplo é a introdução do eucalipto, vindo da Austrália, que se adaptou perfeitamente aos ecossistemas brasileiros, e que hoje, além de reflorestar imensas áreas degradadas, é responsável pelo fornecimento de lenha, madeira, celulose para fabricar papel e até do óleo utilizado nas saunas e na limpeza doméstica. Como você deve ter percebido, em geral são as ações humanas que costumam causar desequilíbrios nas cadeias alimentares. Como nós, seres humanos, fazemos parte dessas cadeias, temos que evitar essas intervenções, caso contrário a nossa própria espécie acabará sofrendo as consequências.

(foto: Dora Mendes)

abaixo, eucaliptos (foto: Ronaldo Trecenti),

bois e vacas no pasto (pampas) (foto: alain draeger)

58


PRESERVANDO A BIODIVERSIDADE

O Brasil é considerado o país da “megadiversidade”: aproximadamente 20% das espécies conhecidas no mundo estão aqui. Apesar desta imensa riqueza, nosso país apresenta vários fatores que ameaçam essa biodiversidade, entre eles a poluição, o uso excessivo dos recursos naturais, a expansão das cidades e do setor industrial e até mesmo a introdução de espécies de outros ecossistemas. O que podemos fazer, então, para ajudar a preservar toda essa biodiversidade? O primeiro passo é tentar, de todas as formas, diminuir os impactos causados pelas ações humanas nos ecossistemas naturais. Somado a isso, nas últimas décadas o governo federal vem criando diversas Unidades de Conservação (UC) em diferentes regiões do país. Estas áreas são espaços ambientais que apresentam importantes características naturais e que têm como principal objetivo a conservação da biodiversidade e das riquezas naturais e a recuperação dos ecossistemas degradados. Dependendo da sua função e das suas características, as Unidades de Conservação podem ser classificadas como de uso sustentável ou de proteção integral. Peça ao seu professor para ver se existe alguma Unidade de Conservação próxima da sua escola. Se ela for de uso sustentável, ela poderá ser visitada pela sua turma. A primeira UC brasileira foi o Parque Nacional de Itatiaia, no Rio de Janeiro, criado em 1937. A partir de então, muitas outras áreas foram criadas em todo o território nacional. Hoje, já existem mais de 700 áreas criadas para manter a

representantes da fauna brasileira: acima tuiuiu, ao lado, tamanduá bandeira e abaixo, sagui

(fotos: pedro luiz de freitas)

biodiversidade do país, assim como proteger as espécies ameaçadas de extinção, preservar e restaurar a diversidade de ecossistemas naturais e promover a sustentabilidade do uso dos recursos naturais. Inicialmente, a finalidade das UCs era a conservação da beleza natural e de bons exemplos da natureza ainda intacta. Com o tempo, percebeu-se que não apenas as belas paisagens mereciam ser conservadas, mas também aquelas que exercem funções fundamentais na manutenção dos ecossistemas e do equilíbrio ecológico. Elas também estimulam o desenvolvimento regional, incentivam atividades de pesquisas científicas e favorecem a educação e a recreação em contato com a natureza, chamado turismo ecológico.

Capítulo 6

O termo biodiversidade (ou diversidade biológica) é utilizado para descrever a riqueza e a variedade de vida em nosso planeta. As plantas, os animais, os fungos e os micro-organismos, por exemplo, fazem parte da nossa biodiversidade. Apesar dos inúmeros estudos, não se sabe, ao certo, quantas espécies vegetais e animais existem hoje no mundo. As estimativas variam entre 10 e 50 milhões, mas até agora os cientistas classificaram somente 1,5 milhão de espécies.

parque nacional de itatiaia (foto: Rodolpho Oliva)

59


INTERAÇÕES ENTRE AS ESPÉCIES Dentro de um ecossistema, além de interagirem com o ambiente, as espécies geralmente interagem umas com as outras. Essa interação pode ser tanto positiva (harmônica) como negativa (desarmônica) para os indivíduos. A interação desarmônica é aquela em que pelo menos um dos indivíduos envolvidos se prejudica, como quando um ser vivo serve de alimento para o outro. Ocorrem também relações entre seres vivos em que as duas partes envolvidas se beneficiam, chamadas de harmônicas. Você, que mora em uma zona rural ou que já viajou pelas estradas do Brasil, deve ter observado num pasto um pássaro preto pousado em cima dos bois. O pássaro é o anu preto, e ele pousa ali para comer carrapatos e outros parasitas que vivem no dorso do boi. O pássaro se beneficia, pois encontra no couro do boi uma fonte de alimento, enquanto o boi se vê livre dos seus parasitas.

peixepalhaço com anêmona

(foto: patrick goltsman moreno)

Outro interessante exemplo é o da anêmona e o peixe-palhaço. O peixe fica protegido dos predadores vivendo entre os tentáculos da anêmona. O peixe-palhaço é uma das poucas espécies que possui uma proteção especial na pele que impede que ele seja atingido pela toxina liberada pelos tentáculos da anêmona. Já a anêmona se beneficia se alimentando de pequenos pedaços de comida que sobram da refeição do peixe-palhaço.

Capítulo 6

atividade Para terminar este capítulo vamos observar como uma espécie de planta pode desenvolver uma relação positiva com outros vegetais, auxiliando no seu crescimento sem se prejudicar. Você vai precisar do seguinte material: • sementes de milho, rúcula ou alface • dois vasos bem grandes e de mesmo tamanho (podem ser aquelas latas de óleo de 18 litros) • solo arenoso e sem matéria orgânica (não usar solo adubado)

• sementes de plantas de cobertura, como feijão-guandu, feijão-de-porco, mucuna, ou fava (se tiver dificuldade em encontrar estas variedades, pode utilizar feijão comum ou feijão de corda, macassar ou caupi)

Coloque o solo nos vasos até alcançar dois dedos da borda. Molhe para que assente e complete com mais solo, se necessário. Em apenas um dos vasos, plante as sementes das plantas de cobertura (espaçadas 3 cm uma da outra). No outro, não plante nada. Coloque os dois vasos lado a lado em local bem iluminado, onde bata sol, e deixe germinar. Lembre-se de regar periodicamente os dois vasos. Após cerca de 4 a 6 semanas as plantas já terão crescido bastante. Corte, com uma tesoura ou faquinha, as plantas germinadas a aproximadamente 2 cm do nível do solo. Deixe todos os resíduos de folhas e caules na superfície do vaso. Você deverá agora abrir sulcos espaçados de 6 cm para plantar as sementes de milho; de 10 cm para a alface; ou de 5 cm para plantar a rúcula. Plante as sementes e repita o mesmo procedimento no outro vaso. Acompanhe nas semanas seguintes o crescimento das plantas. Em qual dos vasos as plantas se desenvolveram mais? Como você explica este fato? 60


Capítulo7 conhecendo os problemas ambientais

Vista do Rio de Janeiro Foto: Patrick Goltsman Moreno

No capítulo anterior vimos como os seres vivos interagem entre si e com o meio em que habitam. Também entendemos porque cada espécie desempenha um papel importante em seu ecossistema. Neste capítulo veremos como o aumento da população de seres humanos no planeta tem afetado o equilíbrio dos diferentes ecossistemas e conheceremos algumas das soluções encontradas para diminuir este impacto. 61


TODOS OS SERES MODIFICAM O AMBIENTE Você já pensou sobre como os seres vivos modificam o ambiente em que vivem? Pense, por exemplo, no joão-de-barro. Este pássaro transporta barro e pequenos galhos com seu bico e constrói o ninho no alto das árvores, onde a fêmea poderá criar seus filhotes protegidos da chuva, do frio e dos predadores. O tatu, do mesmo modo, protege seus filhotes em uma toca escavada bem fundo na terra. A necessidade de se proteger do clima e dos predadores leva muitos animais a construírem seus abrigos, alterando o ambiente onde vivem.

Capítulo 7

O alimento é outra necessidade de todos os animais. Animais que vivem solitários ou em pequenos grupos, como o lobo-guará, o tamanduá-bandeira ou o macaco-prego, passam a maior parte do tempo em busca de alimento. Por isso estão sempre migrando, evitando ficar muito tempo na mesma área. Imagine o que

jaguatirica (foto: dora mendes)

Existem animais, porém, que desenvolveram outro estilo de vida. Em vez de viverem solitários ou em pequenos grupos, vivem todos juntos, organizados em colônias ou sociedades. Você já observou um

62

joão-de-barro (foto: dora mendes)

aconteceria se esses animais passassem toda a vida em um único local? Logo o estoque de alimento daquela área acabaria e todos morreriam.

Cada espécie necessita de uma determinada área para viver, ou seja, uma porção conservada do ecossistema onde possa conseguir alimento, água e abrigo. O tamanho dessa área varia de acordo com cada espécie. Um grupo de 12 capivaras, por exemplo, precisa de até 10.000m2, enquanto uma única jaguatirica pode precisar de mais de 50.000m2.

formigueiro? Sociedades como a das formigas-saúvas podem abrigar mais de cinco milhões de indivíduos! Como será que todas essas formigas conseguem se alimentar? Vamos tentar observar?


atividade Nesta atividade você poderá acompanhar o desenvolvimento de uma sociedade de formigas e perceber como os diferentes tipos de formiga exercem diferentes funções dentro do formigueiro. Você vai precisar de: • Pedaços de mangueiras transparentes

• Pedaços de tronco

• Recipientes plásticos transparentes (no mínimo 4)

• Terra seca

• Folhas verdes variadas

• Formigas fêmeas

Se você tiver capturado uma fêmea fecundada, em algumas semanas poderá ver a primeira ninhada de formigas se desenvolver. A cada três dias coloque um novo punhado de folhas verdes no recipiente e observe a rotina das formigas, seus caminhos e o cultivo de fungos. Verifique o formigueiro diariamente para se certificar de que não há furos ou rachaduras. Afinal, ninguém vai querer um bando de formigas andando dentro da sala de aula!

AS ATIVIDADES HUMANAS E O MEIO AMBIENTE Muitas vezes ouvimos falar que os seres humanos vivem em sociedade. Mas o que isso quer dizer? Viver em sociedade significa fazer parte de um grupo muito grande onde as tarefas necessárias para manter o bem-estar de todos são divididas entre seus membros. Assim, em nossa sociedade, podemos encontrar indivíduos que, dentre outras opções, se especializam em cuidar da saúde das pessoas – os médicos; outros que trabalham para construir casas, escolas ou hospitais; e também aqueles que se dedicam a produzir alimentos através da agricultura.

Capítulo 7

Peça para um adulto furar, com um ferro quente, os recipientes plásticos e una-os com as mangueiras transparentes. Não deixe nenhum orifício ou passagem entre as conexões, ou as formigas irão fugir. No maior recipiente, coloque os pedaços de troncos e um pouco de terra. Em outro recipiente, junte as folhas, insira as formigas e tampe bem. Para manter a umidade do formigueiro, coloque lá dentro um potinho com algodão molhado.

Quando a população cresce, a sociedade precisa aumentar a produção de alimentos, a oferta de água potável e de energia, além de construir mais casas para abrigar as pessoas, mais escolas para o ensino das crianças e mais fábricas para atender as necessidades de todos. Além disso, nós, seres humanos, também temos outras necessidades, como remédios, roupas, transporte. Para suprir essas demandas, estamos sempre utilizando os recursos naturais disponíveis: precisamos cortar árvores para tirar a madeira, retiramos minérios do solo para produzir metais e também perfuramos a crosta terrestre e o fundo do mar para buscar o petróleo.

63


A AGRICULTURA Um dos principais avanços na história da humanidade foi quando o homem deixou de apenas procurar por alimentos e começou a produzi-los através da agricultura e da criação de animais. Desde então, os seres humanos cultivam plantas para os mais variados usos: arroz, feijão, milho, sorgo e trigo são usados na alimentação; algodão e linho na fabricação de tecidos; pinus, cedro, mogno e eucalipto são cultivados para se aproveitar a madeira e produzir papel. A agricultura é o principal meio de produção de alimentos da maioria das sociedades. Até mesmo os índios que vivem na floresta têm as suas lavouras de mandioca, por exemplo. Entretanto, nas grandes cidades, não existem muitos espaços dedicados à agricultura. Os cidadãos urbanos consomem alimentos e matérias-primas produzidos nas

agricultores colhendo milho

(foto: agência o globo)

áreas rurais. Para produzir alimento para tanta gente, são necessários imensos espaços e muitos agricultores.

Monocultura

Capítulo 7

A natureza nos ensina que é na diversidade de plantas que conseguimos os melhores resultados. No entanto, no Brasil encontramos grandes extensões de terra dedicadas ao cultivo de uma única espécie. É o que chamamos de monocultura, presente em várias áreas dedicadas ao cultivo de soja, algodão, cana-de-açúcar, laranja, café e vários outros. Apesar de a monocultura fornecer alimento para muitas pessoas, ela também traz sérios problemas para o meio ambiente. Para semear grandes extensões de terra, os fazendeiros primeiro

acima, colheitadeira de soja (foto: ingbert dowich). ao lado, semeadora de soja (foto: pedro luiz de freitas)

64

precisam desmatar a área. Isso significa derrubar as florestas, campos e cerrados e substituir toda a biodiversidade original por apenas uma espécie. Com isso, o solo vai ficando mais pobre, fazendo com que as plantas não cresçam o suficiente e fiquem doentes ou sujeitas ao ataque de pragas. Para resolver esse problema, os fazendeiros utilizam fertilizantes para adubar o solo e os pesticidas (ou agrotóxicos) para controlar as pragas, as doenças e as plantas daninhas. Quando utilizados de forma incorreta, estes produtos podem dar origem a outras substâncias que penetram no solo e acabam contaminando as nascentes, os rios e os lagos. Além disso, em alguns locais mais secos, é necessário irrigar as plantações – para isto são necessários milhões de litros de água, que são retirados de rios e lagos. Com o uso de máquinas agrícolas são consumidos diariamente muitos litros de combustível que acabam poluindo o ar. Além disso, as novas tecnologias fazem com que seja preciso menos gente para executar as tarefas. Isso diminui a oferta de trabalho, e muitas mulheres e homens do campo são obrigados e se mudar para os centros urbanos, onde nem sempre conseguem ter a mesma qualidade de vida que tinham quando viviam no campo.


lavoura de soja em plantio direto. ao fundo, área de proteção permanente (foto: john n. landers)

Os efeitos da agricultura sobre o solo, a água, o ar e a biodiversidade são muitos. Porém, os agricultores têm se esforçado para produzir alimentos sem causar tanto impacto no meio ambiente. Com a ajuda da pesquisa agropecuária e dos engenheiros agrônomos, eles evitam os efeitos da monocultura buscando sistemas de plantio mais adequados às condições brasileiras. Assim, eles evitam arar e gradear o solo, fazem a rotação de várias culturas e têm, em qualquer época do ano, o solo protegido com plantas de cobertura e com resíduos vegetais, além de usar somente a quantidade necessária de fertilizantes e de agrotóxicos. Com isso, esses agricultores conseguem produzir muito com pouca degradação.

A PECUÁRIA Em todo o mundo, são muitas as espécies de animais criadas pelos seres humanos. Esta prática é chamada de pecuária. Aqui no Brasil, o mais comum é a criação de gado bovino e suíno, ou seja, bois e porcos, e a avicultura, que é a criação de aves, como galinhas, codornas e patos.

Mas o que pode ser feito para diminuir o desmatamento? Os pecuaristas têm buscado formas de aumentar a quantidade de animais nas áreas de

integração lavoura pecuária (fotos: ronaldo trecenti )

pasto, melhorando os sistemas de manejo utilizados. Mas alguns pastos estão tão degradados que já não têm alimento suficiente para o gado. Aí, eles utilizam uma forma de integração entre diferentes atividades e produzem, na mesma área, plantações, pastagem e madeira. Isto é chamado de integração lavourapecuária-floresta.

Capítulo 7

A criação de animais requer cuidados ainda maiores do que a agricultura. Sabemos bem o cuidado que devemos ter com a alimentação e a saúde de um animal de estimação. Com os animais de criação não é diferente. Para alimentar grandes rebanhos, são necessárias grandes áreas para o pasto, a produção de ração e milhares de litros d’água. Por isso, encontramos várias áreas em todo o país, inclusive na floresta amazônica, que foram desmatadas para dar lugar à criação de gado ou para a fabricação de ração.

Você também pode contribuir para ajudar a diminuir os problemas causados pela lavoura e pela pecuária. Sabe como? No Brasil, cerca de 1/3 dos alimentos produzidos são desperdiçados. Este desperdício acontece durante a colheita, durante o transporte do campo para os centros urbanos, durante o armazenamento e a revenda e até nas nossas próprias casas. Quanto maior for o desperdício, mais alimento precisará ser produzido. Isso significa que mais áreas de lavoura, de pastagem e de florestas serão necessárias para suprir as nossas necessidades. Portanto, diminuindo o desperdício, além de economizarmos dinheiro, também estamos poupando o meio ambiente de parte dos impactos causados por estas atividades. 65


OS CENTROS URBANOS O aumento da população humana tem levado ao crescimento das cidades e à formação de grandes centros urbanos. Quando este crescimento se dá de maneira desordenada, diversos problemas ambientais podem ser desencadeados. Um dos mais comuns é o problema causado pelas inundações. Quando o solo é totalmente recoberto pelo cimento das calçadas e pelo asfalto das ruas e avenidas, a água não escoa e começa a se acumular, fluindo rapidamente para as partes mais baixas e provocando enchentes.

Capítulo 7

Outra questão bastante preocupante diz respeito à poluição. Os gases e a fuligem expelidos pelos veículos e pelas chaminés das indústrias formam uma camada de poluição na atmosfera. Em dias frios estas partículas ficam concentradas mais próximas à superfície e podem provocar problemas respiratórios, irritação nos olhos e na pele. Além disso, esses gases contribuem para o efeito estufa, provocando o aumento da temperatura e modificando os ciclos das chuvas. Você já reparou como um campo ou floresta é mais fresco do que um ambiente urbano?

acima, enchente em são paulo (foto: agência o globo)

ao lado, poluição causada por indústria

(foto: margi moss)

Lixo e esgoto também são dois grandes problemas enfrentados pelas pessoas que vivem nas cidades. Mesmo cidades com populações pequenas, localizadas nas regiões rurais, sofrem com este tipo de problema.

O LIXO Chamamos de lixo qualquer material gerado pela ação humana que seja inútil, sem valor ou serventia, e que precise ser eliminado ou descartado. Na natureza não existe a geração de lixo, pois toda a matéria é reciclada. Parte do lixo que produzimos, entretanto, pode ser reciclada ou reutilizada, diminuindo o impacto que seu descarte teria sobre

o meio ambiente. Garrafas PET e latas de alumínio, por exemplo, são coletadas para serem recicladas em usinas, sendo totalmente reaproveitadas. Mas não é qualquer tipo de resíduo que pode ser reciclado. Por esta razão, é importante conhecer os diferentes tipos de lixo produzidos pelo homem.

Lixo orgânico - É todo o lixo que tem origem animal

ou vegetal, ou seja, que fez parte de um ser vivo. Pode ser resto de comida, papel, folhas, galhos ou frutos, pedaços de carne, ossos ou couro. O lixo orgânico é biodegradável, ou seja, pode ser decomposto pela ação de fungos e bactérias.

lixo orgânico

(foto: patrick goltsman moreno)

66


Lixo inorgânico - É formado por materiais fabricados pelo

ser humano, como plástico, metal ou vidro. Este tipo de lixo tem um grande inconveniente: se não for reciclado, pode levar muito tempo até ser decomposto. Uma sacola plástica, por exemplo, pode levar mais de 100 anos para ser degradada. lixo inorgânico

(foto: patrick goltsman moreno)

lixo hospitalar

(fotos: renato vaimberg)

Lixo tóxico - É todo lixo que não pode ser reciclado nem descartado junto com o lixo comum. Pode ser o material proveniente de hospitais e clínicas, chamado de lixo hospitalar, ou resíduos químicos produzidos na indústria e que podem contaminar o meio ambiente, chamados de resíduos industriais. O descarte de lixo tóxico deve ser feito em locais adequados, em que não haja o acesso de pessoas ou animais. Se for descartado no mesmo local em que o lixo comum é jogado, pode causar danos à saúde da população e contaminação ambiental.

Mas o que acontece com o lixo depois que ele é recolhido pelo lixeiro?

O destino do lixo

Em todo o Brasil, a quantidade de lixo produzida diariamente é de cerca de 180 mil toneladas. Isso significa que cada um de nós produz quase 1kg de

lixo por dia. O problema é que a maior parte do lixo coletado nas cidades brasileiras ainda é descartada de maneira incorreta. Os destinos mais comuns são:

formando verdadeiras montanhas de detritos. Como não há nenhum tratamento, é liberado um líquido malcheiroso proveniente da decomposição do lixo, chamado de chorume. Nos lixões, o chorume se acumula no fundo e penetra no solo, podendo contaminar a água da região. O lixão a céu aberto também atrai ratos, baratas e urubus, sendo altamente prejudicial à saúde das pessoas e ao meio ambiente.

Capítulo 7

Lixão - Neste local, o lixo é despejado diretamente no solo,

lixão do morro do céu - niteroi, rj

(foto: hipólito pereira/agência o globo)

Aterro Sanitário - Os aterros são maneiras mais eficientes

e menos agressivas de descartar o lixo. O solo do terreno é impermeabilizado e recebe uma série de canais que conduzem o chorume até uma estação de tratamento de resíduos, evitando a contaminação do ambiente. A decomposição do lixo gera gases inflamáveis, e em alguns aterros há a instalação de biodigestores, que são câmaras que coletam esses gases para utilizá-los como combustível. aterro sanitário de gericinó (foto: márcia foletto/agência o globo)

Incineração - É o destino principal do lixo hospitalar. O lixo é queimado a altas temperaturas,

assegurando a eliminação de micro-organismos causadores de doenças. A fumaça produzida pela queima, entretanto, é bastante tóxica e por isso são instalados filtros. 67


A melhor maneira de descartar o lixo, sem dúvida, é através da coleta seletiva, onde separamos o lixo doméstico de acordo com sua composição. Em muitas cidades, existem locais onde o lixo pode ser descartado de forma adequada. Assim, o lixo inorgânico, como plásticos, metais e vidros, é separado do lixo orgânico e não-reciclável. Enquanto o lixo orgânico vai para os aterros sanitários, o lixo inorgânico vai para outros Estação de coleta seletiva em uma rede de supermercados locais, onde será reciclado. A reciclagem do lixo contribui (foto: patrick goltsman moreno) para a preservação do meio ambiente porque reduz o volume de lixo de difícil degradação, contribui para a economia de recursos naturais, energia, água e matérias-primas; diminui a poluição do solo, da água e do ar; e evita o desperdício de materiais. Cacos de vidro podem se transformar em novas garrafas e as embalagens de papel podem tornar-se um caderno novinho em folha! A Compostagem

Parte do lixo orgânico produzido por nós também pode ser utilizado na compostagem – um processo de aceleração da decomposição da matéria orgânica pela ação de fungos e bactérias.

Assim, reduzimos o volume de lixo que precisará ser descartado. Além disso, o produto final pode ser utilizado para fertilizar jardins, hortas, canteiros e vasos de plantas.

atividade

Para construir uma composteira caseira, você vai precisar de:

Capítulo 7

• restos de alimento de origem vegetal (não devem ser utilizados restos de carne ou ossos)

68

• caixotes plásticos, desses utilizados para transportar frutas e verduras nos mercados • bastante palha ou folhas secas • jornal ou papel picado

Remova o fundo dos caixotes plásticos, para não acumular líquidos, e coloque-os sobre o solo, em um local aberto. Faça uma base de terra bem fofa na composteira. Em seguida jogue uma camada de palha e folhas secas. Sobre esta camada aplique uma camada de jornal ou papel picado. Esta camada irá absorver boa parte do líquido dos restos vegetais, impedindo que ele penetre no solo. Agora jogue os restos orgânicos sobre este monte. Cubra com outra camada de papel picado e depois com palha e folhas secas. Deixe esta pilha descansar por uma semana. Após este período, com a ajuda de um adulto, remexa a pilha com uma enxada ou um garfo de jardim para oxigenar o material, facilitando o trabalho das bactérias. Cubra o monte remexido com mais um pouco de palha. Se possível, procure remexer a pilha uma vez por semana. Dependendo da temperatura ambiente, em um ou dois meses todo o material terá se transformado em adubo orgânico. Ao realizar a compostagem você estará ajudando a diminuir a quantidade de lixo gerada no seu bairro e ainda terá uma boa quantidade de terra preta para cultivar novas plantas.


O ESGOTO NAS GRANDES CIDADES Em nossa vida, consumimos água para diversos fins, como beber, cozinhar e para a nossa higiene. Mas você sabe o que acontece com esta água, depois que ela desce pelo ralo? Será que ela simplesmente desaparece, levando embora a sujeira e deixando nossa casa limpinha? É claro que esta água não desaparece! Após recolher os dejetos humanos ela se torna esgoto. Damos o nome de esgoto doméstico aos despejos provenientes das residências e estabelecimentos comerciais. O esgoto proveniente de indústrias é denominado esgoto industrial. O esgoto doméstico é composto principalmente de dejetos humanos e resíduos de produtos de limpeza, como sabão, detergente e desinfetante. Por esse motivo o esgoto deve ser canalizado e conduzido até uma estação de tratamento, onde os resíduos sejam separados e tratados, e a água possa retornar para o ambiente o mais limpa possível. Infelizmente, na maioria das cidades do Brasil ainda não há nem tratamento de esgoto

Acima, Poluição na Baía de Guanabara - RJ. Ao lado, Esgoto despejado de forma inadequada

(fotos: patrick goltsman moreno)

nem uma rede própria de coleta. Nesses casos, é comum observar o esgoto de muitas casas sendo despejado em rios e cursos d’água, ou correndo a céu aberto pelas ruas, exalando um odor bastante desagradável. Isto é perigoso, pois o esgoto abriga milhares de micro-organismos que podem causar diversas doenças aos seres humanos.

Em locais onde não há acesso à rede de saneamento básico, como nas zonas rurais, as residências são equipadas com um sistema de tratamento de esgoto caseiro, conhecido como

fossa asséptica (foto: valentim monzane)

fossa séptica. Nesse sistema o esgoto é despejado em uma câmara que fica enterrada no solo. Dentro desta câmara ocorre a separação da parte sólida da parte líquida. As bactérias, então, passam a agir sobre a parte sólida, decompondo-a. A parte líquida passa por um filtro feito com pedras e areia e infiltra-se na terra, onde os microorganismos do solo continuarão a decomposição dos resíduos menores.

Capítulo 7

Tratamento do esgoto doméstico

O sistema de fossas, entretanto, só pode ser implementado em construções pequenas, onde o volume de esgoto produzido diariamente não seja muito grande. Em edifícios que abriguem muitas famílias o volume de esgoto é muito maior e não pode ser tratado em fossas. Nesse caso, é necessário que estes despejos sejam captados adequadamente e sigam para uma estação de tratamento de esgotos.

69


As Estações de Tratamento de Esgotos Também conhecidas como Estações de Tratamento de Efluentes (ETEs), estas unidades promovem o tratamento de uma enorme quantidade de despejos domésticos e industriais através de processos físicos, químicos e biológicos. • Tratamento primário - O esgoto passa por grades e telas de metal para separar a parte sólida da parte líquida. Alguns produtos químicos são misturados aos efluentes, fazendo com que parte dos resíduos forme flocos sólidos que irão se depositar no fundo dos tanques.

Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) do Porto de Bracuhy - Angra dos Reis

(foto: patrick goltsman moreno)

• Tratamento secundário - O resíduo líquido que sobra segue então para grandes tanques, onde é misturado a um concentrado de micro-organismos que farão a decomposição da matéria orgânica ali presente.

Capítulo 7

• Tratamento terciário - Neste estágio os efluentes já estão livres da maior parte dos poluentes. É necessário remover as bactérias patogênicas (aquelas que provocam doenças) e tirar o excesso de nutrientes da água. Após essa fase a água já está preparada para retornar ao ambiente.

CONCLUSÃO Ao longo dos capítulos deste livro você fez uma longa viagem, que começou no espaço, em meio a galáxias, estrelas e satélites, até chegar ao planeta Terra. Você descobriu, então, como os diferentes elementos da natureza interagem formando a atmosfera, os oceanos e a crosta terrestre, o cenário perfeito para o maior de todos os espetáculos: a vida! A cada capítulo fomos juntos descobrindo os segredos dos seres vivos e conhecendo as diferentes maneiras que eles encontraram para ocupar os mais variados ecossistemas. Estudamos as relações que os seres estabelecem entre si, e entendemos como a natureza consegue manter este sistema tão complexo em um delicado equilíbrio. Por fim, aprendemos um pouco sobre a ação dos seres

70

humanos no meio ambiente e as consequências que elas causam tanto para nós quanto para outros seres vivos. Mas nosso aprendizado não termina aqui. Na verdade, ele está apenas começando. No próximo volume você aprenderá mais sobre as maneiras que encontramos para diminuir o impacto das nossas ações no ambiente e para recuperar os danos causados pela humanidade no passado. Cabe a você, jovem estudante, o papel mais importante desta grande aventura do conhecimento: cuidar muito bem da saúde do nosso planeta. Sabemos que não é uma missão simples nem rápida, e por isso temos que começar a trabalhar agora mesmo. E então, você já está preparado?


Anexos


Relรณgio estelar

20

ril Ab15

5

10

30

25

20

Marรงo 15

10

5 25

25

Fe ve r 15 ei ro 1

20

0

30

5

10

30

25

25 30

10

Recorte Aqui

o eir5 Ja20n 1

20

Ma 15 io

5

25

Junho 15

30

10

5

5

30

15

25

20

20

Dezembro

25

ho Jul15

30

10

5

5

10

30

25

20

No 20 ve m 15 br o

10

5

Leia a hora na ponta da seta

5

30

10

25

ro tub5 O2u0 1

10

5

30

25

20

15

10

30

5

Setembro Sul

qui

Colo q u ea dat aa

72

25

20

Ag o 15 sto


Relevos do Brasil

MAPA DE FORMAS DE RELEVO DO BRASIL Nas próximas duas páginas você encontrará um mapa do Brasil apresentando as principais formas de relevo. O mapa foi concebido a partir daquele disponibilizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica (IBGE - http://www.ibge.gov.br/ ibgeteen/atlasescolar/mapas_pdf/brasil_unidades%20de%20relevo.pdf). As formas de relevo são separadas em Chapadas, Depressões, Serras, Patamares, Planaltos, Planícies e Tabuleiros. Os planaltos ocupam a maior parte do território nacional. São identificados vários subtipos diferentes, que são os planaltos, as serras, os patamares, as colinas, as chapadas, além de escarpas e reversos (não presentes no mapa). Assim, é possivel identificar no mapa uma série de relevos planos ou chapadas (Araripe, Parecis, Rios São Francisco e Irecê/Utinga, entre outros), relevos mais ondulados (Planalto Central da Bacia do Paraná, Planalto Central Brasileiro, Planaltos e Serras da Diamantina, Planalto Sul-Riograndense, Planalto ou Chapada dos Guimarães, e muitos outros, incluindo alguns residuais que se espalham por grandes áreas da Amazônia e do Nordeste), relevos bastante montanhosos ou serras (Cachimbo/Sucunduri, Espinhaço/Tabatinga/Quadrilátero Ferrífero e do Leste Catarinense e as Escarpas e Reversos das Serras da Mantiqueira, do Mar e do Planalto de Roraima) onde se destacam alguns pontos culminantes (Pico da Bandeira, Monte Roraima, etc.). Ocorrem também os tabuleiros, que são áreas aplainadas de altitude relativamente baixa, geralmente limitados por escarpas como os tabuleiros costeiros, acompanhando todo o litoral desde o Rio de Janeiro até o Amapá, além dos Lençóis Maranhenses, os dos Rios Real/Vaza Barris (BA e SE) e do Rio Gurupi (MA e PA). Nas bordas dos planaltos e/ou chapadas ocorrem, frequentemente, relevos escarpados ou “cuestas”.

As depressões ocorrem entre os diversos planaltos, nas bordas das principais bacias brasileiras e sempre em baixas altitudes (até 500 metros). No mapa podemos identificar várias depressões, com destaque para aquelas dos principais rios brasileiros (Amazonas, Xingu, Solimões, Araguaia, Doce, São Francisco, Jequitinhonha, Paraíba do Sul, entre outros). Apesar de serem geralmente aplainadas, é comum a presença de morros elevados, mais resistentes ao processo erosivo como acontece na Depressão Sertaneja e de Paranaguá (9) e do Alto Rio Tocantins/Araguaia (19). Podem ainda ocorrer planaltos, em uma área de depressão, que são chamados de residuais, como na Amazônia Meridional (60) e Setentrional (61), dos Rios Tocantins/Araguaia, e também de algumas serras (Cachimbo/Sucunduri) e Chapadas (Parecis).

Tente fazer o mesmo na região em que vivem os seus alunos. Quanto à escala, lembre-se que devido à extensa superfície do Brasil, o mapa encontra-se em uma escala muito pequena (1:17.500.000). Isto quer dizer que cada centímetro do mapa representa mais de 175 km de superfície. Nesta escala, muitos tipos de relevo locais não estão representados. Convide seus alunos a procurarem um local mais alto e a observarem as formas de relevo aí existentes.

As planícies são as áreas consideradas mais jovens no tempo geológico e ocorrem junto aos principais rios e lagos (fluviais e/ ou fluviolacustres) e nas zonas litoraneas. Destacam-se as planicies do Pantanal Matogrossense (MT e MS) e do Rio Guaporé (RO). Os tabuleiros são áreas aplanadas, como as planicies, de altitude relativamente baixa, geralmente limitados por escarpas ou falésias. Destacam-se os Tabuleiros Costeiros (71), que acompanham todo o litoral, desde o Estado do Rio de Janeiro até o Pará, com largura de até 200 km onde predomina o Bioma Mata Atlântica, além dos Tabuleiros dos Rios Real/Vaza Barris (BA e SE), os Lençóis Maranhenses e as Cristas e Colinas do Rio Gurupi (MA e PA). Viajando do litoral de Pernambuco até a divisa de Piaui e Maranhão, por exemplo, podemos observar os seguintes tipos de relevo: Tabuleiros Litorâneos (71), Patamares do Rio de Contas/Cristas (34), Planalto do Borborema (45), Patamar Sertanejo (38), Depressão do Meio Norte (17) e a Chapada do Meio Norte (2), que inclui a Chapada do Rio Parnaiba.

73


Relevos do Brasil

74


Relevos do Brasil

75


unidades de conservação

UNIDADES DE CONSERVAÇÃO (UCs) Neste anexo, você encontrará as principais UCs existentes em cada uma das 5 regiões brasileiras. As UCs são divididas em dois grupos. O primeiro são as Unidades de Proteção Integral para a preservação da biodiversidade. São as Reservas Biológicas (RBs), os Parques Nacionais (PNs), as Estações

Ecológicas (EEs) e os Refúgios da Vida Silvestre (RVSs). O segundo grupo são as Unidades de Uso Sustentável que conciliam o uso racional dos recursos naturais com a preservação da biodiversidade. São as Áreas de Relevante Interesse Ecológico (ARIEs), as Reservas de Desenvolvimento Sustentável (RDSs), as Áreas de Proteção Ambiental (APAs), as Reservas

Extrativistas (REx), Reservas Biológicas (RBs) e as Florestas Nacionais (FNs). Para saber qual a finalidade de cada área consulte os sites: http://eco.ib.usp.br/ lepac/conservacao/ensino/bioma_snuc.htm e http://www.mma.gov.br/sitio/index. php?ido=conteudo.monta&idEstrutura=149 &idConteudo=8355.

Região Norte 1 - APA Serra Tabatinga 2 - APA Igarapé Gelado 3 - APA Meandros do Rio Araguaia 7 - APA Tapajós 4 - ARIE Javari Buriti 5-A RIE Projeto Dinâmica Biológica Fragmentos Florestais 6 - ARIE Seringal Nova Esperança 8 - EE Terra do Meio 9 - EE Juami - Japurá 10 - EE Serra Geral do Tocantins 11 - EE Anavilhanas 12 - EE Caracaraí 13 - EE Cuniã 14 - EE Jutaí - Solimões 15 - EE Maracá 16 - EE Maracá - Jipioca 17 - EE Niquiá 18 - EE Jari 19 - EE Rio Acre 20 - FN Amazonas 21 - FN Anauá 22 - FN Crepori 23 - FN Altamira 24 - FN Balata - Tufari 25 - FN Bom Futuro 26 - FN Carajás 27 - FN Caxiuanã 28 - FN Itaituba 1 29 - FN Itaituba 2 30 - FN Jamari 31 - FN Macauã 32 - FN Mapiá - Inauini 33 - FN Purus 34 - FN Saracá - Taquera 35 - FN Tapajós 36 - FN Tapirape - aquiri 37 - FN Tefé 38 - FN Mulata 39 - FN Pau - Rosa 40 - FN Roraima 41 - FN Santa Rosa do Purus 42 - FN São Francisco 43 - FN Amanã 44 - FN Amapá 45 - FN Itacaiuna 46 - FN Jamaxim 47 - FN Jatuarana

48 - FN Trairão 49 - FN Jacundá 50 - FN Balata - Tufari 51 - FN Humaitá 52 - PN Campos Amazônicos 53 - PN Montanhas do Tumucumaque 54 - PN da Amazônia 55 - PN Serra da Cutia 56 - PN Serra da Mocidade 57 - PN Serra do Divisor 58 - PN Serra do Pardo 59 - PN Nascentes do Rio Parnaíba 60 - PN Pacaás Novos 61 - PN Araguaia 62 - PN Cabo Orange 63 - PN Jamanxim 64 - PN Jaú 65 - PN Juruena 66 - PN Monte Roraima 67 - PN Pico da Neblina 68 - PN Rio Novo 69 - PN Viruá 70 - RB Nascentes da Serra do Cachimbo

76

71 - RB Uatumã 72 - RB Abufari 73 - RB Guaporé 74 - RB Gurupi 75 - RB Jaru 76 - RB Lago Piratuba 77 - RB Rio Trombetas 78 - RB Tapirapé 79 - RDS Itatupã - Baquiá 80 - REx Sauim - Castanheira 81 - REx Alto Juruá 82 - REx Alto Tarauacá 83 - REx Arapixi 84 - REx Araí Peroba 85 - REx Arióca Pruanã 86 - REx Auati - Paraná 87 - REx Baixo Juruá 88 - REx Caeté - Taperaçu 89 - REx Chico Mendes 90 - REx Chocoaré - Mato Grosso 91 - REx Extremo Norte do Estado do Tocantins 92 - REx Ipaú - Anilzinho 93 - REx Lago do Capanã Grande

94 - REx Lago do Cuniã 95 - REx Mapuá 96 - REx Maracanã 97 - REx Medio Juruá 98 - REx Mãe Grande Curuçá 99 - REx Rio Cajari 100 - REx Rio Cautário 101 - REx Rio Jutai 102 - REx Rio Ouro Preto 103 - REx Rio Unini 104 - REx Riozinho do Anfrisio 105 - REx Soure 106 - REx São João da Ponta 107 - REx Tapajós - Arapiuns 108 - REx Tracuateua 109 - REx Verde para Sempre 110 - REx Gurupá 111 - REx Cazumbá - Iracema 112 - REx Rio Iriri 113 - REx Barreiro das Antas 114 - REx Gurupi - Piriá 115 - REx Riozinho da Liberdade 116 - REx Terra Grande Pracuúba 117 - REx Gurupá - Melgaço


unidades de conservação

Região Nordeste 1 - APA Delta do Parnaíba 2 - APA Nascentes do Rio Vermelho 3 - APA Serra da Ibiapaba 4 - APA da Barra do Mamanguape 5 - APA da Chapada do Araripe 6 - APA da Costa dos Corais 7 - APA da Serra Tabatinga 8 - APA Fernando Noronha 9 - APA Piaçabuçú 10 - ARIE Cocorobó 11 - A RIE Manguesais da Foz do Rio Mamanguape 12 - ARIE Vale dos Dinossauros 13 - EE Raso da Catarina 14 - EE Serra Geral do Tocantins 15 - EE Aiuaba 16 - EE Murici 17 - EE do Castanhão 18 - EE do Seridó 19 - EEde Uruçuí Una 20 - FN Araripe - Apodi 21 - FN Contendas do Sincorá 22 - FN Ibura 23 - FN Restinga Cabedelo 24 - FN Açu 25 - FN Cristópolis 26 - FN Negreiros 27 - FN Nísia Floresta 28 - FN Sobral 29 - FN Palmares 30 - PN Grande Sertão Veredas 31 - PN Marinho Fernando Noronha 32 - PN Marinho dos Abrolhos 33 - PN Serra Itabaiana

34 - PN Serra Itabaiana 35 - PN da Chapada Diamantina 36 - PN da Chapada das Mesas 37 - PN da Serra da Capivara 38 - PN da Serra das Confusões 39 - PN das Nascentes do Rio Parnaíba 40 - PN Jericoacoara 41 - PN Sete Cidades 42 - PN Ubajara 43 - PN do Catimbau 44 - PN do Descobrimento 45 - PN do Monte Pascoal 46 - PN do Pau Brasil 47 - PN dos Lençois Maranhenses 48 - PNda Chapada das Mesas 49 - RB Guaribas 50 - RB Pedra Talhada 51 - RB Saltinho 52 - RB Serra Negra 53 - RB Una 54 - RB do Atol das Rocas 55 - RB do Córrego Grande 56 - RB Gurupi 57 - REx Recanto das Araras Terra Ronca 58 - REx Acaú - Goiana 59 - REx Baia Iguape 60 - REx Batoque 61 - REx Chapada Limpa 62 - REx Ciriáco 63 - REx Corumbau 64 - REx Delta do Parnaíba 65 - REx Lagoa do Jequiá 66 - REx Mata Grande

67 - REx Quilombo do Frexal 68 - REx Canavieiras 69 - REx Cururupu 70 - RVS Rio dos Frades

71 - RVS Una 72 - RVS Veredas do Oeste Baiano 73 - RB Santa Izabel

Região Centro – Oeste 1 - APA Ilhas e Várzeas do Rio Paraná 2 - APA Nascentes do Rio Vermelho 3 - APA Bacia do Rio Descoberto 4 - APA Bacia do Rio São Bartolomeu 5 - APA Planalto Central 6 - APA Meandros do Rio Araguaia 7 - ARIE Capetinga/Taquara 8 - EE Serra das Araras 9 - EE Iquê 10 - EE Taiamã 11 - FN Mata Grande 12 - FN Brasília 13 - FN Silvania 14 - PN Chapada dos Guimaraes 15 - PN Chapada dos Veadeiros 16 - PN Serra da Bodoquena 17 - PN Emas 18 - PN Brasília 19 - PN Ilha Grande 20 - PN Araguaia 21 - PN Juruena 22 - PN Pantanal Matogrossense 23 - RB Contagem 24 - RB Jaru 25 - REx Recanto das Araras Terra Ronca 26 - REx Lago do Cedro

77


unidades de conservação

Região Sudeste 1-A PA Bacia do Rio São João/Mico Leão - Dourado 2 - APA Cavernas do Peruaçu 3 - APA Ilhas e Várzeas do Rio Paraná 4 - APA Serra da Mantiqueira 5 - APA Cairuçu 6 - APA Cananéia - Iguape - Peruíbe 7 - APA Fernando Noronha 8 - APA Guapi - Mirim 9 - APA Petrópolis 10 - APA Carste Lagoa Santa 11 - APA Morro da Pedreira 12 - APA Planalto Central 13 - APA Meandros do Rio Araguaia 14 - ARIE Floresta da Cicuta 15 - A RIE Ilha Queimada Grande e Queimada Pequena 16 - ARIE Ilha das Cagarras 17 - ARIE Ilha do Ameixal 18 - ARIE Mata Santa Genebra 19 - ARIE Matão Cosmópolis 20 - ARIE Pé - de - Gigante 21 - ARIE Vassununga 22 - EE Mico Leão - Preto 23 - EE Mico - Leão - Preto 24 - EE Guanabara 25 - EE Pirapitinga 26 - EE Tamoios 27 - EE Tupinambás 28 - EE Tupiniquins 29 - FN Capão Bonito 30 - FN Ipanema 31 - FN Mário Xavier

32 - FN Passa Quatro 33 - FN Rio Preto 34 - FN Goytacazes 35 - FN Pacotuba 36 - FN Paraopeba 37 - FN Ritapolis 38 - FN Lorena 39 - PN Cavernas do Peruaçu 40 - PN Grande Sertão Veredas 41 - PN Saint - Hilaire/Lange 42 - PN Restinga Jurubatiba.

43 - PN Serra da Bocaina 44 - PN Serra da Canastra 45 - PN Serra do Cipó 46 - PN Serra dos Orgãos 47 - PN Tijuca 48 - PN das Sempre - Vivas 49 - PN Itatiaia 50 - PN do Caparaó 51 - PN dos Pontões Capixabas 52 - RB União 53 - RB Mata Escura

54 - RB Augusto Ruschi 55 - RB Comboios 56 - RB Poço das Antas 57 - RB Sooretama 58 - RB do Córrego Grande 59 - RB do Córrego do Veado 60 - RB do Tinguá 61 - REx Arraial do Cabo 62 - REx Mandira

26 - PN das Araucárias 27 - PN Aparados da Serra 28 - PN Ilha Grande 29 - PN Serra Geral 30 - PN São Joaquim

31 - PN do Iguaçu 32 - PN do Superagui 33 - PN dos Campos Gerais 34 - RB Marinha do Arvoredo 35 - RB Araucárias

36 - RB Perobas 37 - REx Pirajubaé 38 - RVS Campos Palmas 39 - RVS Ilha dos Lobos

Região Sul 1 - APA Ilhas e Várzeas do Rio Paraná 2 - APA Baleia Franca 3 - APA Anhatomirim 4 - APA Guaraqueçaba 5 - APA Ibirapuitã 6-A RIE Pontal dos Latinos e Pontal do Santiago 7-A RIE Serra das Abelhas - Rio da Prata 8 - EE Mata Preta 9 - EE Aracuri - Esmeralda 10 - EE Carijós 11 - EE Guaraqueçaba 12 - EE do Taim 13 - FN Acungui 14 - FN Canela 15 - FN Caçador 16 - FN Chapecó 17 - FN Ibirama 18 - FN Irati 19 - FN Passo Fundo 20 - FN Piraí do Sul 21 - FN São Francisco Paula 22 - FNTres Barras 23 - PN Saint - Hilaire/Lange 24 - PN Lagoa do Peixe 25 - PN Serra do Itajaí

78


REFERÊNCIAS (LIVRO DO ALUNO) BIBLIOGRAFIA Azevedo, Antonio Carlos & Dalmolin, Ricardo Simão Diniz. Solos e Ambiente: uma introdução. Santa Maria. Ed. Pallotti. UFSM, 2004. (Terra e Solos) Guerra, Antonio Jose T. e Guerra, Antonio Teixeira. Novo Dicionário GeológicoGeomorfológico. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1997. APEC. Construindo consciências: ciências, 6ª série. São Paulo: Scipione, 2006 Attenborough, David. A vida na Terra. São Paulo: Martins Fontes, 1981. Barnes, Robert D. Zoologia dos invertebrados. São Paulo: Roca, 1990. Bucciarelli, P. e Diaz, M. P. Recursos Didáticos de Astronomia para o Ensino Médio e Fundamental. Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas. Universidade de São Paulo, São Paulo. Cannalle, J. B. G. Oficina de Astronomia. Instituto de Física. Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro. Farb, Peter. Os Insetos. Nova Iorque: Time-Life Books, 1971. Foryta, D. W. Introdução à Astronomia e à Astrofísica – Sobre Tamanho da Terra. Departamento de Física, Universidade Federal do Paraná, Centro Politécnico, Curitiba, Paraná.

GREF – Grupo de Reelaboração do Ensino de Física. Instituto de Física. Universidade de São Paulo, São Paulo. Junior, César da Silva; Sasson, Sezar e Sanches; Paulo Sérgio Bedaque. Ciências: entendendo a natureza: os seres vivos no ambiente, 6.ª série. São Paulo: Saraiva, 2005.

Ross, Jurandyr Luciano Sanches (org.). Geografia do Brasil. São Paulo: EdUSP, 2000. Sangari do Brasil. Energia e matéria nos ecossistemas. São Paulo: Sangari do Brasil, 2008.

Linhares, Sérgio e Gewandsznajder, Fernando. Biologia Hoje – Volume 3. São Paulo: Ática, 2004.

Sosinski, Lílian Terezinha. Introdução da truta arco-íris (Oncorhynchus mykiss) e suas consequências para a comunidade aquática dos rios de altitude do sul do Brasil. Dissertação de Mestrado. Porto Alegre: UFRGS, 2004.

Machado, Roberto Luiz Pires. O Papel dos Bancos de Alimentos na Redução do Desperdício de Alimentos. Embrapa Tecnologia de Alimentos, 2007.

Stempniak, R. A. A Ciência e a Tecnologia do Vácuo – Resumo histórico e algumas aplicações. Faculdade de Ciências Aplicadas de São José dos Campos, São Paulo.

Neto, José Antônio Baptista; Ponzi, Vera Regina Abelin; Sichel, Susanna Eleonora (orgs.). Introdução à Geologia Marinha. Rio de Janeiro: Interciência, 2004.

Teixeira, Wilson; Toledo, Maria Cristina Motta de; Fairchild, Thomas Rich; Taioli, Fabio. Decifrando a Terra. São Paulo: Oficina de Textos, 2000.

Press, Frank; Siever, Raymond; Grotzinger, John; Jordan, Thomas H. Para Entender a Terra. 4.ª edição. Trad. Rualdo Menegat. São Paulo: Artmed, 2006. Ricklefs, Robert E. A Economia da Natureza. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1996. Ross, J. L. S. As Unidades Morfoesculturais: Nova Classificação do Relevo Brasileiro. In: SIMPÓSIO DE GEOGRAFIA FÍSICA APLICADA, 3. 1989, Nova Friburgo. Anais... Nova Friburgo: UFRJ, 1989.

Talarico, Teresa Elaine; de Freitas, Pedro Luiz (Editores Técnicos). Minha terra, meu futuro: Educação Ambiental. Brasília: Embrapa Informação Tecnológica, 2006. (2.ª edição). Talarico, Teresa Elaine; de Andrade, Aluisio Granato; de Freitas, Pedro Luiz; Ingbert Döwich & John N. Landers. De Olho no Ambiente. Brasilia, DF: Embrapa Informação Tecnológica, 2009. (2.ª edição revisada e atualizada.) Lima, Valmiqui Costa; de Lima, Marcelo R. e Melo, V. de F. O Solo no Meio Ambiente: abordagem para professores do ensino fundamental e médio. Curitiba, PR: UFPR/Dep. Solos e Engenharia Agrícola, 2007.

SITES SUGERIDOS http://ambientes.ambientebrasil.com.br (site do portal ambientebrasil, dedicado ao meio ambiente) http://ambientes.ambientebrasil.com.br/natural/ biomas/caatinga_-_caracterizacao.html (adaptação de plantas em ambientes secos) http://ambientes.ambientebrasil.com.br/residuos/ reciclagem/tempo_de_decomposicao_do_materiais. html (tempo de decomposição) http://astro.if.ufrgs.br (site sobre astronomia e astrofísica da Univ. Federal do Rio Grande do Sul) http://blogs.universia.com.br/elisabeth/rochas-esolos/ (Minerais, Rochas e Solos) http://cienciahoje.uol.com.br/ (Instituto Ciência Hoje, informações científicas diversas)

http://mundoestranho.abril.com.br/ambiente/ pergunta_287119.shtml (informações e curiosidades)

http://www.astrosurf.com/sguisard (site sobre astronomia; fotos do céu do Chile, muito semelhante ao céu do Brasil)

http://noticias.ambientebrasil.com.br/ noticia/?id=18731 (coleta seletiva de lixo em Niterói)

http://www.baleiajubarte.org.br (site do Instituto Baleia Jubarte)

http://planetaorganico.com/saudnut2.htm (site sobre a tecnologia dos alimentos; alimentos orgânicos) http://recicleblog.blogspot.com/2008/07/umformigueiro-no-meu-quarto.html (Formigueiro) http://sites.google.com/site/ansastro/recursosdidaticos-de-astronomia-para-o-ensino-medio-efundamental (astronomia)

http://www.biomacaatinga.carnauba.org/ com apoio da Embrapa – (adaptação de plantas em ambientes secos) http://www.brasilpnuma.org.br/saibamais/ planeta.html (crescimento populacional PNUMA – Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente) http://www.caminhosgeologicos.rj.gov.br (Projeto Caminhos Geológicos)

http://davidmalin.com (em inglês, fotos do céu da Austrália e de microfotografias)

http://sohowww.nascom.nasa.gov/ (site em inglês do SOHO, Observatório Solar e Helioesférico, da NASA, EUA)

http://www.casadaciencia.ufrj.br/ caminhosdedarwin/ (Caminhos de Darwin no Rio de Janeiro para professores)

http://educacao.uol.com.br/geografia/poluicaoatmosferica.jhtm (Poluição atmosférica)

http://www.ailhadoceu.com.br/ea/ea_agua1_56. html (adaptação de animais em ambientes secos)

http://www.cienciamao.if.usp.br/tudo/exibir. php?midia=ebr&cod=_10 (Formigueiro)

http://educar.sc.usp.br/ciencias/ecologia/ecologia. html (site da USP – Universidade de São Paulo, sobre ecologia)

http://www.akatu.org.br/ (Instituto AKATU, pelo consumo consciente – lixo)

http://www.cienciamao.if.usp.br/tudo/mar. php?cod=_oqueocorrequandoaquecemosoar (O que ocorre quando aquecemos o ar?)

http://geology.usgs.gov/index.htm (site em inglês do UNITED STATES GEOLOGICAL SURVEY – USGS, EUA)

http://www.arvores.brasil.nom.br/ (fotos e textos sobre árvores existentes no Brasil, site de Eugênio Arantes de Melo)

http://www.dicionario.pro.br (Dicionário Livre de Geociências)


http://www.enge.com.br/esgoto_conceito.htm (esgoto e fossas) http://www.esa.int/esaCP/index.html (site em inglês e várias línguas da ESA, Agência Espacial Europeia) http://www.escola.agrarias.ufpr.br (Solo na Escola) http://www.feiradeciencias.com.br/sala19/texto39.asp (Estudando as marés) http://www.hiperescopio.com.br/imagens/mag/ (Saber mais: mudanças ambientais globais: efeito estufa, mudanças climáticas naturais [placas tectônicas, equinócios, ...], buraco na Camada de Ozônio etc.)

http://www.iucnredlist.org (site em inglês, sobre espécies ameaçadas de extinção. IUCN – International Union for Conservation of Nature and Natural Resources – União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais). Ver capivara e jaguatirica.

http://www.saneago.com.br/wwwsan/quali/ oqueesgoto.htm (esgoto e fossas)

http://www.jaguar.org.br/onca.php (Instituto Onça Pintada)

http://www.smartkids.com.br/especiais-educacaoinfantil/4-elementos-da-natureza/ (Elementos da natureza)

http://www.jornaldaciencia.org.br (site da SBPC, Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência) http://www.miniweb.com.br/geografia/Artigos/ geologia/Apostila%20Provao%20Geografia%20EnsMedio.htm (estrutura geológica e muito mais)

http://www.searadaciencia.ufc.br/astronomia/ astronomia/astronomia.htm (informações sobre astronomia)

http://www.space.com/scienceastronomy/ star_count_030722.html (em inglês, informações e curiosidades sobre os astros estrelas, número de estrelas no Universo etc.) http://www.studiosmartkids.com.br/

http://www.howstuffworks.com/ (em inglês, curiosidades científicas)

http://www.mundoquente.com.br/fotos/index.html (aquecimento global)

http://www.ibge.gov.br/ibgeteen/atlasescolar/mapas_ brasil.shtm (mapas do Brasil – relevo, clima, bacias hidrográficas, vegetação, reservas, etc.)

http://www.museunacional.ufrj.br/ (site do Museu Nacional, da Univ. Federal do Rio de Janeiro, na Quinta da Boa Vista, RJ)

http://www.wwf.org.br/informacoes/questoes_ ambientais/camada_ozonio/index.cfm (camada de ozônio)

http://www.iesambi.org.br/apostilas/Ecossistemas.doc (ecossistemas brasileiros)

http://www.nasa.gov/worldbook/ (site em inglês da NASA, Agência Espacial dos Estados Unidos)

http://www.youtube.com/watch?v=BGxRWCmwS DE&feature=related (vídeo de 9:38 minutos sobre o tamanho do Universo)

http://www.reciclandosp.hpg.com.br/lixo.htm (lixo SP)

http://www.uesb.br/entomologia/cort.html (saúvas)

REFERÊNCIAS (LIVRO DO PROFESSOR) BIBLIOGRAFIA E SITES SUGERIDOS Atlas de Energia Elétrica no Brasil – 2ª edição - Agência Nacional de Energia Elétrica (ANAEEL), 2008. Fabio Taioli, Maria Cristina Motta de Toledo, Thomas Rich Fairchild e Wilson Teixeira. Decifrando a Terra, IBEP / Oficina de Textos, 558 p. Myers, N.; Mittermeier, R. A.; Mittermeier, C. G.; Fonseca, G. A. B. D. e Kent, J. Biodiversity hotspots for conservation priorities, Nature, v.403, p.853 Press F.; Siever R.; Grotzinger, J.& Jordan, T. H. 2006. Para Entender a Terra. 4ª Edição. Porto Alegre: Bookman. 656 p.

http://www.ana.gov.br - Agência Nacional de Águas (ANA) http://www.aneel.gov.br - Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) http://www.earth4567.com (dinossauros) http://www.biodiversitas.org.br/florabr/consulta_fim.asp http://www.brcactaceae.org/hidrografia.html#leste http://www.frigoletto.com.br/GeoFis/Bacias/

Para outras informações e detalhes, consulte o volume 10 (geologia) da série Ciência Hoje nas Escolas (referente ao nosso capítulo 2).

http://www.mma.gov.br/index.php?ido=conteudo.monta&idEstrutura=72&id Menu=2338

http://educar.sc.usp.br/experimentoteca/biologia/1biomas_filme.pdf

http://www.mme.gov.br - Ministério de Minas e Energia (MME)

http://eco.ib.usp.br/lepac/conservacao/ensino/biomas_texto.htm#atlantica

http://www.sectam.pa.gov.br/relacao_especies.htm

http://pt.wikipedia.org/wiki/Bioma

http://www.todabiologia.com/ecologia/biomas.htm


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.