Conhecendo a terra: um olhar ecológico sobre o planeta [5o Ano - Livro do Professor].

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Livro do professor


CONHECENDO A TERRA, Um Olhar Ecológico sobre o Planeta, oferece informações e conhecimentos importantes a respeito do nosso planeta, apropriados aos alunos do 5.º ano (4.ª série). Girando ao redor do Sol e viajando por este imenso e maravilhoso Universo, a Terra nos transporta, hospeda, alimenta, veste, fornece o ar que respiramos, enfim, nos mantém vivos. Neste livro, você poderá conhecer a história do Universo, da Terra e de todos os que nela vivem, e aprender a preservar este planeta que tantas maravilhas nos oferece e que, em troca, pede muito pouco: respeito à vida e a todos os nossos companheiros nesta jornada Universo afora. Viver de forma sustentável.


Livro do professor

Editora Pollux


EQUIPE DE PRODUÇÃO EDITORIAL AUTORES

Patrick Goltsman Moreno Biólogo formado pela UFRJ, Mestre em Genética com ênfase em Educação, Professor de Ensino Médio e Fundamental e Coordenador de Ciências do Colégio A. Liessin - Scholem Aleichem.

Pedro Luiz de Freitas Engenheiro Agrônomo, Doutor em Solos, Pesquisador Cientifico (Embrapa Solos).

CONSULTORES TÉCNICOS

Pedro Luiz de Freitas (coordenação) Lucieta Guerreiro Martorano (Atmosfera) – Engenheira Agrônoma e Meteorologista, Doutora (agrometeorologia) pesquisadora cientifica (Embrapa Solos). Kátia Leite Mansur (Planeta Terra) – Geóloga, técnica do DRM-RJ e doutoranda na UFRJ. Vitor Manoel Rodrigues do Nascimento (Planeta Terra) – Geólogo e Geógrafo, técnico do DRM-RJ e doutorando na UFF.

COLABORADORES (em ordem alfabética)

Carlos Eduardo Gonçalves Ferreira (mapas) – estudante de geografia da UERJ.

Diogo Fortes Silva estudante de geologia da UFFRJ.

Eduardo Gruzman (Hidrosfera e Atmosfera) – Biólogo, Mestre em Tecnologia Educacional nas Ciências da Saúde, Professor do Ensino Fundamental.

Igor França (Flora e Fauna) – Biólogo, Mestre em Educação em Ciências, Professor do Ensino Fundamental e do Ensino Médio.

Lianna de Castro Molinaro (Flora e Biomas) – Bióloga, Mestre em Ciências de Florestas Tropicais.

Luciana dos Santos (Biosfera, Hidrosfera e Fauna) – Zootecnista, Mestre e Monitora Ambiental. Rafael Bronz (Sustentabilidade) – Pedagogo, Pós-graduação em Educação.

PROJETO GRÁFICO:

Renato Wildt Designer Gráfico, Pós Graduado em Marketing e com cursos de extensão na SVA (School of Visual Arts - NY)

ILUSTRAÇÕES:

Rafael Baldissara Belcastro Designer Gráfico

REVISÃO ORTOGRÁFICA, GRAMATICAL E DE ESTILO:

Heloisa Mesquita Portes Letras (Língua portuguesa e literatura).

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Sindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ. M843c Moreno, Patrick Goltsman Conhecendo a terra: um olhar ecológico sobre o planeta / Patrick Goltsman Moreno e Pedro Luiz de Freitas. Rio de Janeiro: Pollux, 2009. 112 p.; il. color. Nota: 5º ano (4ª série) do Ensino Fundamental. ISBN: 978-85-62475-00-9 1. Geografia. 2. Ecologia. 3. Meio Ambiente. 4. Ensino Fundamental. I. Freitas, Pedro Luiz de. II. Título.

910 (CDD 21. ed.)

Copyright © 2009 Editora Pollux Ltda. 1ª. edição Rua da Assembléia, 10 sala 3111 – Rio de Janeiro, RJ – Tel.: (21) 3208-8625. Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução por quaisquer meios, inclusive eletrônicos, sem a devida autorização por escrito da editora. A editora processará os infratores pelas penas máximas previstas nos códigos civil e penal.

Impresso no Brasil. Printed in Brazil.


ÍNDICE Capítulo 1 – Conhecendo o

Universo ................... 5

Capítulo 2 – Conhecendo o

Planeta Terra .......... 17

Capítulo 3 – Conhecendo a

Biosfera . ................. 27

Capítulo 4 – Conhecendo a

Litosfera ................. 37

Capítulo 5 – Conhecendo a

Hidrosfera . ............. 45

Capítulo 6 – Conhecendo a

Atmosfera ............... 53

Capítulo 7 – Conhecendo a

Flora ....................... 61

Capítulo 8 – Conhecendo a

Fauna ..................... 69

Capítulo 9 – Conhecendo a

Sustentabilidade ..... 77 .............................. 89

ANEXOS ............................

ICAS ..................... 90

ANEXO - ERAS GEOLÓG

ILEIROS ................ 91

ANEXO - BIOMAS BRAS

GRÁFICAS . ......... 99

ANEXO – BACIAS HIDRO

.............................. 107

PLANISFÉRIO ................

............................. 108

RELÓGIO DE SOL . .........

S ........................... 109

CADEIAS ALIMENTARE

............................. 111

REFERÊNCIAS ................


Caro Professor,

stência, nunca o nosso Em bilhões de anos de exi o Homem como nos últimos planeta foi tão agredido pel ção da Terra crescia de cem anos. Enquanto a popula da tecnologia tornou-se forma acelerada, a evolução ssa qualidade de vida tem prejudicial ao planeta. A no fortes ataques à mãe Terra. melhorado, mas às custas de esta série de livros de leitura Frente a este panorama, r ao alcance dos jovens suplementar pretende coloca para se tornarem indivíduos estudantes os conhecimentos ade de preservar nosso conscientes da responsabilid lenta e gradual que requer planeta. Esta é uma tarefa es. Entretanto, quanto mudanças de hábitos e costum a buscar mudanças, mais mais tempo esperarmos par difícil será este processo. ê encontrará uma versão Nas próximas páginas, voc junto com informações reduzida do livro do aluno is e superiores. Estas adicionais nas margens latera vo aprofundar os conceitos informações têm como objeti no livro do aluno, orientar que aparecem em destaque ão das atividades práticas, o professor durante a execuç para facilitar a compreensão além de propor estratégias seja, é um recurso para dos assuntos em debate. Ou sor dentro e fora da sala-defacilitar o trabalho do profes aula. esta coleção com diversas Procuramos enriquecer motivar os alunos atividades práticas, que visam umas destas atividades durante seu aprendizado. Alg ha uma cópia da requerem que cada aluno ten isso, nas últimas páginas, ilustração correspondente. Por em escala real para serem disponibilizamos os modelos nos. copiados e entregues aos alu incluímos três anexos: No final do livro, também Hidrográficas e Eras Biomas Brasileiros, Bacias m de fornecerem Geológicas. Estes anexos, alé adas e atuais sobre estes informações científicas detalh fessor enriqueça suas aulas assuntos, permitem que o pro regionais da área em que discutindo as características a realidade do aluno ao seu se encontram, aproximando aprendizado. que Conhecendo a Terra – Desta forma, esperamos Planeta possa contribuir Um Olhar Ecológico do nosso ação de indivíduos mais para que se forme uma ger diminuir o impacto do conscientes e preocupados em Homem sobre o planeta. OS EDITORES


Capítulo 1

Abrimos nosso livro, caro professor, com o capítulo a respeito do Universo. Desde tempos imemoriais, o céu estrelado, a Lua e o Sol exerciam uma irresistível atração sobre nossos antepassados. Mesmo sem entender o que viam, a visão do céu noturno sempre foi uma fonte de curiosidade, de encantamento, de especulações. A sucessão dos dias e das noites, o nascer e o pôr do Sol, as trajetórias do Sol e da Lua no céu, a sucessão repetitiva das estações a cada ano conhecendo o universo intrigavam a todos. Não se sabe exatamente quando, mas deve ter sido bem no início do desenvolvimento da inteligência que a ignorância, o medo, o encantamento e a NASA/JPL-Caltech criatividade fizeram com que surgissem explicações para o que viam – os mitos. O trovão e o relâmpago, os ventos e a chuva, a neve e o gelo, o frio extremo e o calor insuportável juntaram-se às estrelas, ao Sol e à Lua para começarem a formar crenças sobrenaturais que explicassem todos aqueles fenômenos e visões maravilhosas. O fascínio que o Universo exerce sobre todos nós vem desde há muito tempo, desde centenas de milhares de anos

Capítulo1

conhecendo o universo

Capítulo1

Apresentamos uma visão do nosso Universo, desde a sua criação, segundo os conhecimentos e teorias mais aceitos pelos cientistas deste início do século XXI. Viaje conosco – e traga seus alunos junto – pelo espaço e pelo tempo. Boa jornada!

Espere! Antes de começar a leitura, olhe à sua volta. O que você vê? Agora olhe pela janela. Tente enxergar até onde sua visão alcança. Você já parou para pensar como tudo isso que está à nossa volta se formou? Pois é, os cientistas também sempre tiveram essa curiosidade...

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Capítulo 1

Expansão do universo Big Bang Por volta de 1920, Edwin Hubble, Apesar de não ser a única explicação, a famoso astrônomo americano (1889teoria do Big Bang é considerada pela 1953), percebeu que quanto mais distante comunidade científica como a mais aceita uma galáxia estivesse da Terra, mais para explicar como foi a formação do rápido ela pareceria estar se afastando de Universo a partir do primeiro milésimo de nós. Isso significa que o Universo estaria segundo da sua existência. em expansão e, há bilhões de anos, seria Antes que a Criação tivesse completado 1 segundo, surgiu a gravidade, o Universo se expandiu de forma O COMEÇO DE TUDO inacreditavelmente rápida e acredita-se que Hoje, nós sabemos que tudo o que existe no nosso a temperatura tenha planeta foi criado há muito tempo, antes mesmo dos chegado a 1032 ºC (10 primeiros animais, das primeiras plantas e até dos seguido de 32 zeros!). primeiros microorganismos existirem. Os cientistas Um erro frequente é acreditam que tudo começou há aproximadamente pensar que o Universo 14 bilhões de anos, quando tudo o que existe hoje no universo estava concentrado em um único ponto. começou com uma Em dado momento, ocorreu uma grande expansão grande explosão. Na dessa matéria que ficou conhecida como “Big-Bang”. verdade, a teoria do Big Mas que nome esquisito para o começo de tudo, não Bang descreve a rápida acha? Por que será que tem esse nome? Pesquise um expansão do universo, pouco para entender. não uma explosão. A confusão se deve ao Não se sabe exatamente o que existia antes, mas, no momento exato do Big-Bang, tudo o que nome que foi atribuído existe hoje no universo estava juntinho como se à teoria por Sir Fred fosse uma coisa só. Para você entender melhor, Hoyle, importante imagine se nós colocássemos todas as pessoas da astrônomo inglês (1915 – 2001). Crítico da teoria, usou o termo OBSERVANDO O ESPAÇO big bang como uma expressão de desdém por E você, já parou para observar o céu durante esse modelo. Divulgado, a noite? Provavelmente já, e deve ter percebido muitos pontinhos luminosos. Mas o que são o nome acabou esses pontinhos? Se você pensou em estrelas, se firmando. O começo de tudo

Capítulo 1

está parcialmente correto. A maior parte destes pontinhos realmente são estrelas da nossa galáxia, porém, alguns deles, são galáxias tão distantes,

Você sabia? Ao discutir a origem do universo, é muito comum os alunos perguntarem: “e antes do Big Bang? O que existia?” Afinal, estamos acostumados com o fluir do tempo, com o passado, o presente e o futuro. Se o Big Bang marca a origem do cosmo, ele marca também a origem do tempo. Assim, o início do espaço é também o início do tempo, que, portanto, começou a existir a partir do Big Bang.

ao lado: galáxia m104, conhecida como “sombrero”

foto: nasa hubblesite

ao lado: galáxia roda de carroça, a 500 milhões de anos-luz de distância. essa galáxia é resultado do choque de duas outras galáxias. em tom azulado, no anel à esquerda, um berçário de estrelas. foto: nasa hubblesite

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muito menor. Para ele, se recuássemos no tempo o bastante, teríamos o colapso do Universo para um ponto com densidade infinita que conteria toda a matéria, energia, espaço e tempo. Podemos dizer, portanto, que a teoria do Big Bang surgiu como resultado de um processo de engenharia reversa.

sua cidade na mesma sala de aula. Provavelmente não caberia, mas se mesmo assim apertássemos todo mundo, ia chegar uma hora em que a sala iria explodir. Foi mais ou menos isso o que aconteceu. No Big-Bang, matéria e energia que hoje formam o universo foram lançadas para todos os lados. Essa matéria e essa energia foram sofrendo transformações com o passar dos anos, dando origem aos corpos celestes que formam às galáxias. Uma delas recebeu o nome de Via Láctea, a galáxia em que está o nosso planeta. Mas como os cientistas sabem disso tudo? Observando as estrelas no céu eles perceberam que a distância entre elas aumentava com o passar do tempo. Assim, chegaram à conclusão de que nosso universo está se expandindo, e essa expansão é consequência do Big-Bang.

ao lado: galáxia m100 espiral, do mesmo tipo que a via láctea. foto: nasa hubblesite

que nós só conseguimos enxergar um único ponto de luz. Uma coisa parecida acontece à noite quando observamos um carro vindo em nossa direção. Quando ele ainda está distante, enxergamos apenas um ponto de luz, mas quando ele se aproxima vemos os dois faróis acesos. Com as galáxias acontece a mesma coisa. Como elas estão muito longe, enxergamos apenas um pontinho de luz, mas se pudéssemos chegar mais perto, veríamos que elas são formadas por bilhões de estrelas (corpos que tem luz própria), planetas, asteróides, poeira celeste e muitos gases. Algumas galáxias, como a nossa, por exemplo, tem a forma de espiral, outras podem ser arredondadas ou até mesmo irregulares.


Capítulo 1

Galáxias Uma galáxia, por definição, é um aglomerado imenso de estrelas. Em geral, cada galáxia possui na região central uma grande concentração de estrelas. Elas podem ser divididas em três tipos principais: elípticas, espirais e irregulares. As maiores

são as elípticas. São sistemas quase esféricos. As estrelas giram ao redor do centro. As galáxias espirais, nas quais se inclui nossa Via Láctea, são estruturas achatadas e muito organizadas, nas quais estrelas e gases se movimentam em órbitas circulares ou quase circulares em torno de um centro. Por isso, também são conhecidas como galáxias de

disco. As galáxias irregulares são as que não podem ser classificadas como espirais ou elípticas. Algumas parecem ser galáxias espirais ou elípticas que foram violentamente distorcidas por um encontro recente com um vizinho. Outras são sistemas isolados com estruturas mal-definidas, sem indicações de distúrbios recentes.

atividade Já que estamos falando em observar o céu, que tal construirmos uma luneta muito parecida com as que os primeiros astrônomos (cientistas que estudam os astros) usavam para olhar as estrelas? Você vai precisar do seguinte material:

• um rolo de papel alumínio, vazio (também serve rolo de papel filme)

Capítulo 1

observando o espaço

Rolo de papel alumínio

• um rolo, também vazio, de papel toalha • duas lupas (dessas pequenas, que usamos para aumentar as letras e ajudar na leitura de textos) • tesoura

Rolo de papel toalha

2 lupas

• fita adesiva

Prenda uma das lupas na ponta do rolo de papel alumínio com a fita adesiva, conforme mostra a figura. Prenda a outra lupa da mesma forma, na ponta do rolo de papel toalha. Encaixe o lado vazio do rolo de papel alumínio no rolo de papel toalha, por dentro. Segure as hastes das lupas com as duas mãos, e deslize um rolo sobre o outro até a imagem ficar nítida.

Sua luneta está pronta! Agora aponte para o céu numa noite estrelada e observe as diferentes galáxias e estrelas. Mas, cuidado, nunca aponte sua luneta diretamente para o sol, pois é perigoso: pode prejudicar sua visão.

Desde a antiguidade, os astrônomos observavam o céu tentando entendê-lo. Muitas coisas que sabemos, hoje, devemos a esses primeiros observadores. Eles usavam a criatividade para dar nomes às constelações (agrupamento de estrelas) de acordo com suas formas. Essas constelações foram muito utilizadas pelos navegadores para se guiarem nas grandes jornadas, quando ainda não existia tecnologia para ajudá-los. Mas,

Astrônomos Os astrônomos são cientistas que estudam a astronomia, a ciência dos astros. Esta ciência, que em grego significa “lei dos astros”, é provavelmente a ciência natural mais antiga, tendo origem em práticas religiosas pré-históricas. A astronomia antiga envolvia a observação de padrões regulares dos movimentos de astros celestes visíveis, especialmente o Sol, a Lua, as estrelas e os planetas vistos a olho nu. Atualmente, a astronomia envolve diversas observações investigando os fenômenos físicos que ocorrem dentro e fora da Terra, além de estudar as propriedades físicas e químicas de todos os corpos que existem ou já existiram em nosso Universo.

Atividade: Construindo uma luneta

Para obter uma imagem mais nítida com sua luneta, é aconselhável utilizar duas lupas de diferentes tamanhos. A lupa menor deverá ficar próxima ao olho (ocular) e a maior na outra extremidade (objetiva).

até hoje, as constelações despertam muita curiosidade nas pessoas. Você também pode conhecer um pouco mais das constelações, mas para isso precisará de um planisfério. Um planisfério é um instrumento que indica as constelações que estão visíveis em um determinado dia e horário e sua posição no céu. Para isso, basta comparar a posição das estrelas no céu com as ilustrações do planisfério.

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Capítulo 1

atividade: construindo um planisfério

O planisfério combina em um único dispositivo as cartas celestes de um ano inteiro para uma determinada latitude. Por esta razão, é de grande utilidade para auxiliar na localização dos astros.

modelos de planisfério que se encontram na página 107, nos anexos ao final deste livro. Se for possível, amplie as cópias para o formato A3. Antes de executar esta atividade em sala de aula, você deve construir o seu próprio modelo, para evitar confusões na hora da construção com os alunos.

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Um planisfério é uma esfera celeste planificada que deixa à mostra apenas a parte do céu que é visível ao longo do ano, em uma determinada região da Terra. A aparência do céu visível em um Para esta atividade será necessário determinado lugar depende da hora do entregar para cada aluno uma cópia dos dia, da época do ano e da latitude do lugar. Uma carta celeste não consegue mostrar, ao atividade mesmo tempo, todas essas combinações, Vamos construir nosso próprio planisfério? indicadas pelo planisfério. Prontinho, agora sendo necessárias várias Para isso, peça ao seu professor uma cópia das você já pode usar sua luneta e seu planisfério cartas para incluir figuras que estão no livro do professor, para para estudar as constelações! todas as possibilidades. montar seu planisfério. 13h

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20º

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depto. de astronomia / if-ufrgs planetário ufrgs / maria de fátima o. saraiva

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Seu planisfério tem uma escala de datas em torno do disco. Repare que os traços longos indicam os dias 1, 11 e 21 de cada mês. Sobre a data desta escala, ajuste na hora local, indicada na borda da máscara. Fique de frente para o Sul. O Leste estará à sua esquerda e o Oeste à sua direita. Comece tentando localizar as estrelas mais brilhantes, que estarão nas posições

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Força gravitacional Duas forças da natureza estão presentes no nosso dia-a-dia: a gravidade e o magnetismo. O magnetismo é percebido quando aproximamos um ímã de um metal. O ímã atrai o metal com uma determinada quantidade de força. Esta força depende da intensidade do ímã e da distância entre o ímã e o metal. Com relação à força gravitacional, Isaac Newton foi a primeira pessoa a estudá-la com seriedade e, assim, desenvolveu a lei da gravitação universal: cada partícula de matéria atrai outra partícula com uma força que é diretamente proporcional ao produto das suas massas e inversamente proporcional ao quadrado da distância entre elas. Isto significa que todo corpo formado de matéria atrai outros corpos que contêm matéria. E quanto maior a massa dos corpos e menor a distância entre eles, mais forte será esta atração.

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a via láctea

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Cole as cópias das figuras em uma folha de cartolina ou papel cartão e recorte. Alinhe os centros das figuras e prenda com um percevejo, um colchete de pressão ou até mesmo com um alfinete. (Se for usar alfinete, corte a sua ponta para evitar acidentes.) Seu planisfério deverá ter a aparência da figura ao lado.

A VIA LÁCTEA Já vimos como se formaram as galáxias. Na verdade, não se sabe ao certo o número de galáxias que existe no universo. Os cientistas estimam que existam bilhões delas. Cada galáxia é formada por bilhões de estrelas, gases, poeiras, nebulosas e corpos que não emitem luz. Tudo fica unido pela ação de uma força chamada gravitacional, que faz com que os corpos sejam atraídos uns para os outros, mantendo uma órbita fixa. Para entender melhor, imagine um enxame de abelhas girando em torno de uma colmeia. Cada abelha representa uma estrela ou corpo celeste e a colmeia representa o centro da galáxia, que atrai as abelhas. Nossa galáxia, a Via Láctea, se formou há aproximadamente 10 bilhões de anos. Ela tem a forma de uma espiral, medindo 100 mil anosluz de uma ponta à outra (diâmetro) e 1.000 anos-luz de espessura. Um momento... anos-

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luz? Você sabe o que significa a medida “anosluz”? Calma, que vamos explicar. Como as distâncias no espaço são muito, muito grandes, fica difícil medi-las usando a escala que estamos acostumados. Por exemplo, a distância da Terra até a Lua é de, aproximadamente, 384.400 km. Já da Terra até o Sol é de, aproximadamente, 149.597.870 km, e da Terra até a estrela mais próxima (sem contar o Sol), que se chama Alfa Centauri (Alfa Centauro, em português), é de, aproximadamente, 38.000.000.000.000 km. Imagine, agora, como seria calcular a distância entre uma galáxia e outra. Difícil, não é verdade? Por isso, em vez de os astrônomos usarem o quilômetro para calcular essas distâncias, eles utilizam o ano-luz. Um anoluz corresponde à distância percorrida pela luz durante um ano.


Capítulo 1

Observando o céu noturno de um local bastante escuro, você verá um rastro esbranquiçado no céu, que é a nossa galáxia. A Via Láctea já era assim chamada pelos gregos antigos, que viam a nossa galáxia como um “caminho de leite” no céu. É uma galáxia do tipo espiral e pode ser dividida em seis partes: o núcleo, no centro galáctico; o bulbo central, ao redor do núcleo;

o disco, que é a parte mais visível; os braços espirais; o componente esférico e o halo, que não são visíveis. Seus braços estão em movimento rotatório em torno do núcleo, como um grande catavento. Nosso sistema solar está localizado no braço menor, chamado Braço de Orion. O Sol efetua uma rotação completa a cada 200 milhões de anos e está localizado a cerca de 27 mil anos-luz do centro galáctico.

Como a luz viaja a 300.000 km/s, em um ano ela percorre, aproximadamente, 9.460.800.000.000 km. Essa distância equivale a um ano-luz. Agora veja como fica mais fácil: Alfa Centauri (a estrela mais próxima do Sol) está a nada menos do que 4,2 anos-luz de distância de nós. Isso quer dizer que a luz dessa estrela leva 4,2 anos até chegar aqui. É pouco? Para vir do Sol até a Terra, a luz leva 8 minutos e da Lua até a Terra, leva pouco mais de 1 segundo. Entendeu agora?

Capítulo 1

a via láctea

Como dissemos, a Via Láctea tem 100.000 anosluz de diâmetro e 1.000 anos-luz de espessura. Isso faz com que ela se pareça com um daqueles discos de vinil (LP) de antigamente. Só que se pudéssemos olhá-la de cima, veríamos que ela se parece mais com uma espiral do que com um disco. Você deve estar se perguntando: Por que as estrelas não saem da nossa galáxia?

Buraco negro No fim da “vida” de uma estrela de grande massa, o núcleo dela pode entrar em colapso causando uma grande explosão, chamada supernova. Às vezes isso provoca, durante um certo tempo, um brilho no céu maior que o de uma galáxia inteira. O que sobra dessa explosão, dependendo da sua massa, se contrai até formar um voraz buraco negro. A concentração de massa de um buraco negro é tão grande que uma colherinha de chá da sua matéria pesaria mais de um bilhão de toneladas. E como a força de atração gravitacional é proporcional à massa de um corpo, ele acaba atraindo tudo à sua volta, inclusive a luz. Por isso é que não conseguimos vê-lo.

via láctea vista de lado e via láctea vista de cima – calcula-se que contém mais de 200 bilhões de estrelas e tem um diâmetro de cerca de 100.000 anos-luz. ilustrações: nasa cobe (acima) e imagem de the atlas of the universe (à direita)

Se nossa galáxia fosse do tamanho da Terra, o Sol seria apenas um pontinho invisível a olho nu, e a Terra, reduzida a pouco mais que nada, giraria em torno dele numa órbita do tamanho da cabeça de um alfinete. No centro da galáxia existe uma quantidade muito grande de matéria que atrai todas as estrelas e corpos celestes ao seu redor. Os

Medidas espaciais (anos-luz) Para entender como os astrônomos medem as distâncias no espaço, vamos supor uma situação em que duas pessoas estão separadas a uma distância tal que a luz leva 10 segundos para percorrêla. Cada uma delas tem uma lanterna apagada. Num dado momento, as duas pessoas acendem suas lanternas. Entretanto, elas só vão perceber que a outra pessoa acendeu a lanterna 10 segundos depois. Se extrapolarmos essas medidas para as distâncias espaciais, podemos entender porque, quando olhamos as estrelas, estamos vendo uma luz que foi emitida há muitos anos.

cientistas acreditam que no centro de tudo exista um imenso buraco negro. Você já deve ter ouvido falar em buraco negro, mas será que você

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Capítulo 1

Capítulo 1

a via láctea o sistema solar ser divididos segundo o número de Aglomerados É difícil imaginar como, a partir de uma imensa nuvem membros: quando há várias centenas, As galáxias podem se associar de de gás e poeira cósmica, originaram-se o Sol e os demais são chamados aglomerados ricos de diversas maneiras. Muitas delas se planetas. Simplificando, podemos dizer que no centro da galáxias; quando são algumas dezenas, encontram em pares, uma orbitando a nebulosa a concentração de partículas era muito grande, são chamados aglomerados pobres. Já outra. Também podem ser encontradas devido à força de atração gravitacional. Como elas no caso de haverem mais do que três em trios, quartetos e assim por diante. estavam em constante movimento, a temperatura foi aue até cerca de uma dezena, chamamos Os agrupamentos de galáxias podem mentando à medida que aumentava a pressão no centro apenas de grupos de galáxias. da nebulosa, de tal forma que os átomos começaram a se unir por um processo de fusão nuclear. Esse processo libera uma quanticonsegue explicar o que é? Tente imaginar. Muita Por isso ele tem tanta força de atração, mas tanta dade enorme de energia na gente acha que um buraco negro é um grande força, que nem a luz consegue escapar. forma de calor, tendo sido vazio no espaço. Mas, na verdade, é justamente o o responsável pela origem Mas se você acha que as galáxias estão contrário. Um buraco negro é formado por um corpo celeste que atrai tudo o que está a sua volta, totalmente isoladas no espaço, saiba que não do Sol. As partículas inclusive a própria luz. Essa força de atração é estão. Elas estão reunidas formando pequenos que estavam ao redor do chamada campo gravitacional, e funciona da grupos de galáxias, o que os cientistas chamam de centro não sofreram tanta mesma forma que a gravidade da Terra, só que é aglomerados. Esses grupos podem ser formados pressão e, por isso, não se milhões de vezes mais forte. O buraco negro que por dezenas a milhares de galáxias de diferentes fundiram, dando origem fica no centro da Via Láctea tem um tamanho tamanhos e formas. Nossa galáxia faz parte do aos planetas e demais equivalente a 300 milhões de vezes o nosso Sol. chamado “Grupo Local”, que possui cerca de 20 corpos celestes do nosso Fica até difícil imaginar o tamanho dele, não é? outras galáxias. sistema.

Você já se perguntou a que distância da Terra estão as estrelas que brilham quando olhamos à noite para o céu? O brilho mais distante que conseguimos observar a olho nu (sem telescópio) vem da galáxia de Andrômeda, uma das galáxias do nosso “Grupo Local”. A luz emitida pelas estrelas dessa galáxia leva 2 milhões de anos para chegar até aqui.

Nebulosa As nebulosas são como manchas claras ou escuras espalhadas pelo céu. Basicamente, são nuvens de poeira cósmica ou gás (principalmente hidrogênio) e representam a maior parte da massa do Universo. As nebulosas são a matéria-prima para a formação de planetas e outros astros celestes. Existem dois tipos de nebulosas brilhantes: as que refletem a luz de estrelas próximas (nebulosas de reflexão) e as que emitem luz por excitação dos seus gases com a radiação ultravioleta de estrelas próximas (como acontece dentro de uma lâmpada fluorescente) – são as nebulosas de emissão. Também existem nebulosas escuras formadas principalmente por poeira ou gases que não estão iluminados ou excitados por estrelas próximas.

O SISTEMA SOLAR Você já parou para observar como um pizzaiolo prepara uma pizza? Ele pega um pouco de massa e começa a girá-la sobre seu dedo até formar um grande disco. Depois, ele coloca os ingredientes e leva ao forno para assar. Mas qual a relação da pizza com o nosso sistema? Como você verá, o processo de formação do sistema solar seguiu princípios físicos muito parecidos com o que usamos para fazer uma pizza. Isso aconteceu há aproximadamente 5 bilhões de anos. Uma grande quantidade de matéria, produzida pela explosão de algumas estrelas, formou o que os cientistas chamam de nebulosa. Por conta da força gravitacional, as partículas de gases e poeira cósmica foram se juntando no centro da nebulosa até formar uma grande estrela, o nosso Sol. O restante da nebulosa começou a girar ao redor do Sol, como a massa da pizza, até formar um grande disco. Em alguns pontos desse disco, a matéria foi se juntando até formar os planetas, asteróides, satélites e cometas, que permanecem até hoje em órbita girando ao redor do Sol. Observe a figura.

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a formação do sistema solar

As nebulosas são imensas nuvens formadas por gases e poeira cósmica vindos de estrelas que explodiram.


Capítulo 1

Nicolau Copérnico Astrônomo polonês, viveu de 1473 a 1543. É considerado o responsável pela descrição do sistema heliocêntrico, que dá início à Astronomia moderna. Em 1543, apresentou os princípios do heliocentrismo na obra Das Revoluções dos Corpos Celestes. Ao afirmar

Nosso sistema é formado por uma estrela, o Sol, e oito planetas que giram ao seu redor. Até o ano de 2006, Plutão era considerado como o nono e último planeta do nosso sistema, porém, hoje em dia, não é mais. Ele foi “rebaixado” a planeta-anão por conta do seu pequeno tamanho, da sua grande distância

Vênus

Mercúrio

Terra

Marte

que a Terra se move em torno do Sol, refutou o sistema de Ptolomeu e contestou a idéia de que o homem era feito à imagem e semelhança de Deus e, portanto, o centro do Universo. A teoria de Copérnico poderia ser assim resumida: o mundo é esférico e finito, como todos os corpos celestes são também esféricos. O movimento dos corpos celestes é circular e

uniforme. (Johannes Kepler, outro astrônomo, alemão, que viveu de 1571 a 1670, mostraria que o movimento é elíptico.) O Sol está imóvel no centro do sistema e, em torno dele, giram os planetas. Estes últimos giram em torno de si mesmos. Assim, segundo Copérnico, a Terra possuía dois movimentos: girando em torno de seu próprio eixo e em torno do Sol.

do Sol e também devido a sua órbita bastante diferente da dos outros planetas. Além do Sol e dos planetas, também encontramos no nosso sistema os satélites naturais, os cometas, os meteoros, meteoritos e outros asteróides. Tudo isso girando ao redor do Sol em suas órbitas específicas.

Júpiter

Saturno

Urano

Capítulo 1

o sistema solar

Netuno

Os planetas Os planetas do Sistema Solar se dividem basicamente em dois grupos: os rochosos e os gasosos. A partir do Sol, Mercúrio, Vênus, Terra e Marte são rochosos, envolvidos por algum tipo de atmosfera. Os planetas Júpiter, Saturno, Urano e Netuno são gasosos. É provável que tenham um núcleo sólido, mas envolvido por espessa camada de gases, que representam grande parte de sua massa. mercúrio: tem

menos da metade do tamanho da Terra. Possui uma atmosfera muito rarefeita. Sua superfície é parecida com a da Lua, crivada de crateras e a temperatura pode chegar aos 400 ºC.

os planetas do sistema solar em suas órbitas

Você sabe por que os planetas giram em torno do Sol? Na verdade, durante muito tempo as pessoas acreditaram que o Sol e todos os outros astros giravam em torno do nosso planeta, pois ele era considerado o centro do Universo. Mas no século XVI um grande astrônomo, chamado Nicolau Copérnico, sugeriu que todos os planetas conhecidos até aquela época, inclusive a Terra, giravam em torno do Sol. A explicação

vênus: é quase do tamanho da Terra e mantém sua superfície oculta sob uma espessa camada de nuvens. Estas nuvens fazem com que o planeta reflita 76% da luz incidente, o que faz de Vênus um dos mais brilhantes objetos celestes, só perdendo para o Sol e a Lua. Suas nuvens criam um efeito estufa capaz de elevar a temperatura a quase 500 ºC.

para esse fato é a seguinte: como o Sol é o maior corpo celeste do nosso sistema, isto é, como ele possui mais massa do que qualquer outro corpo, a força gravitacional dele é muito grande, atraindo tudo o que está a sua volta. É como se cada planeta estivesse preso ao Sol por um gigantesco elástico. É graças a essa força gravitacional que os planetas mantêm suas órbitas em torno do Sol e não saem vagando pelo espaço.

Se pudéssemos juntar todos os planetas, asteróides, cometas e outros corpos celestes do nosso sistema em uma única estrutura, ainda assim essa estrutura seria menor do que o Sol.

11

11


Capítulo 1

Marte tem cerca da metade do tamanho da Terra e uma atmosfera rarefeita, mas que permite a descida de sondas com pára-quedas. Ventos de grande velocidade formam terríveis tempestades de areia que chegam a alterar a cor do planeta, naturalmente avermelhada pelos óxidos metálicos.

marte:

Capítulo 1

júpiter: é um planeta gasoso, o de maior massa e tamanho: 11 vezes o diâmetro da Terra e mais de mil vezes seu volume! Sua distância do Sol é 5 vezes maior do que a da Terra. Sua rotação é tão rápida (menos de 10 horas) que o planeta fica nitidamente ovalado. Júpiter possui um tênue anel e dezesseis satélites. Um deles, Ganimedes, é o maior do sistema solar, com 5.300 km de diâmetro (maior que Mercúrio).

urano: é um planeta gasoso quatro vezes

orbital. Esses fatores impossibilitam a observação de detalhes na superfície.

maior que a Terra. Só pode ser visto com o auxílio de um telescópio, onde aparece como um pequeno disco esverdeado. A cor é devido à presença de metano em sua atmosfera.

cinturão de asteróides: Entre as órbitas

de Marte e Júpiter existe uma região com milhares de asteróides, com diâmetros de 1 a 1.000 km. Especula-se que são partes de um planeta que teria se desintegrado.

netuno: é difícil de ser localizado, devido ao pequeno tamanho e à baixa velocidade

Você acha que os planetas são todos iguais? Pois não são. Os planetas são bem diferentes um do outro. Os quatro primeiros – Mercúrio, Vênus, Terra e Marte – fazem parte do grupo dos rochosos, pois a maior parte da sua superfície é de rocha. Em seguida, existe um cinturão de asteróides que fica entre Marte e Júpiter e, logo depois, estão os “Grandes Gasosos” – Júpiter, Saturno, Urano e Netuno. Eles tem esse nome por causa do tamanho

e porque a superfície deles não é formada por rochas, mas sim por gases. Mas não é só por causa da superfície que os planetas são diferentes. Se pudéssemos olhar de fora do nosso sistema, veríamos que eles também são de tamanhos diferentes. Observe a figura abaixo, que mostra o tamanho do Sol e dos planetas do nosso sistema solar, mantendo as proporções.

Júpiter Urano

Mercúrio

Terra

saturno: tem

uma característica exclusiva: seus largos e brilhantes anéis. Com um diâmetro de 120.000 km, seus anéis são formados por blocos de rocha e gelo. Os satélites de Saturno (60, conhecidos até agora dos quais 18 são os mais importantes) são mais visíveis do que os de Júpiter, por apresentarem maior brilho. Podemos ver até sete deles com um pequeno telescópio.

Netuno

Marte

Vênus

Saturno

comparação entre os tamanhos do sol e dos planetas do sistema solar (as distâncias entre as órbitas não estão em proporção)

atividade Tente agora encontrar outras diferenças entre os planetas, usando a tabela abaixo. Aproveite para discuti-las com seus colegas de turma. CURIOSIDADES DO SISTEMA SOLAR Mercúrio

Vênus

Terra

Marte

Júpiter

Saturno

Urano

Netuno

Diâmetro (km)

4.878

12.103

12.756

6.786

142.984

120.536

51.118

49.528

Massa (Terra = 1)

0,055

0,81

1

0,11

318

95,18

14,15

17,14

Temperatura máxima (oC)

427

482

58

27

-118

-179

-208

-219

Temperatura mínima (oC)

-212

448

-88

-126

-129

-184

-212

-221

Número de luas conhecidas

0

0

1

2

16

60

15

8

Número de anéis conhecidos

0

0

0

0

1

7

11

4

Duração do ano (dias terrestres)

88

225

365

687

4.333

10.759

30.686

60.189

Distância do Sol (milhões de km)

58

108

149

228

778

1.426

2.869

4.495

Fonte: GREF (Grupo de Reelaboração do Ensino de Física) - Instituto de Física da USP, 1998

Você reparou que, de todos os planetas, a Terra é o que tem as temperaturas mais adequadas para os seres vivos? Será coincidência? Vamos voltar a falar nisso um pouco mais adiante neste livro.

12

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Capítulo 1

O Sol, a estrela do centro do nosso sistema, está a 8 minutos-luz de nós. A segunda estrela mais próxima, Alfa Centauro, está 283.000 vezes mais longe, a 4,3 anos-luz de distância. Basicamente, o Sol é uma grande massa pulsante de gás quente, com 1.392.000 km de

diâmetro. Ele contém cerca de 98% de toda a matéria do nosso sistema. Para termos uma idéia do seu tamanho, o Sol tem uma massa equivalente a 332.959 planetas Terra. Apesar disso, sua gravidade na superfície é apenas 28 vezes maior que a gravidade terrestre. Entretanto, apesar deste tamanho todo,

É muito difícil imaginar as distâncias e dimensões do nosso universo, pois estão fora da nossa realidade. Para facilitar um pouco, vamos imaginar que a Terra seja do tamanho de uma uva (cerca de 1,3 cm). O Sol teria 1,5 m de diâmetro (aproximadamente a altura de um homem pequeno) e estaria a 1 quarteirão da Terra. Júpiter teria 15 cm de diâmetro (o tamanho de uma grande laranja) e estaria a uma distância de 5 quarteirões do Sol. Saturno (do tamanho de uma maçã) estaria a 10 quarteirões. Urano e Netuno (limões), a 20 e 30 quarteirões de distância. O homem, nessa escala, seria invisível. Ficou mais fácil?

ele é classificado como uma estrela de quinta grandeza. No núcleo do Sol estão os elementos mais pesados e o plasma a temperaturas altíssimas, cerca de 15.000.000 ºC. A cada segundo, 700 milhões de toneladas de hidrogênio são convertidos em hélio, nas reações de fusão nuclear, e 5 milhões de toneladas de energia pura são liberados. Isso faz com que, com o passar do tempo, o Sol vá perdendo massa. Por isso, dizemos que o Sol já viveu metade da sua “vida”. Capítulo 1

o sol

Fusão nuclear Podemos dizer, de maneira simplificada, que a fusão nuclear é o fenômeno onde dois átomos fundem seus núcleos, se transformando em outro elemento. No caso das estrelas, dois átomos de hidrogênio se fundem formando um átomo de hélio. Nesse processo, ocorre transformação de massa e há uma liberação enorme de energia na forma de calor. As partículas dos núcleos atômicos (prótons e nêutrons) passam a se combinar gerando uma imensa quantidade de energia, que é emitida pela estrela na forma de radiação como a luz, os raios ultra-violeta e outros tipos de radiação (raios-x, raios gama, raios infravermelhos etc.).

O SOL No Sistema Solar, o único corpo que brilha, isto é, que produz sua própria luz, é o Sol. Planetas, luas e asteróides apenas refletem essa luz. O Sol foi o primeiro corpo celeste do nosso sistema a se formar, quando ele ainda era uma grande nebulosa. Ele é formado por dois gases muito conhecidos, o hidrogênio (75%) e o hélio (25%). Esses gases passam por um processo chamado fusão nuclear, onde acontece a liberação da luz e da energia que chegam à Terra. Um processo parecido acontece nas bombas atômicas. Mas enquanto elas são usadas para destruição, a energia que vem do Sol ajuda na existência da vida no nosso planeta. Como já vimos, esta luz leva aproximadamente 8 minutos para chegar até a Terra. Ao olhar para o Sol percebemos uma grande bola alaranjada. Mas nem sempre foi assim. No início da sua “vida” ele era mais quente do que é hoje e sua cor era bem avermelhada. Atualmente, dependendo da região analisada, sua temperatura pode variar de 6.000 oC até cerca de 15.000.000 oC. Porém, nosso Sol já viveu metade da sua “vida”. Num futuro distante, daqui a uns 5 bilhões de anos, seu brilho e seu tamanho diminuirão

o sol é uma estrela com um diâmetro de cerca de 1.390.000 quilômetros ou aproximadamente 109 vezes o diâmetro da terra. as maiores estrelas tem um diâmetro cerca de 1.000 vezes maior que o do sol. foto: nasa/nssdc.

e ele entrará num lento processo de morte, se transformando numa estrela fria e escura, chamada anã preta.

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13


Capítulo 1

Existem modelos de relógios de Sol bastante simples e outros, mais sofisticados. Os relógios mais sofisticados apresentam uma precisão maior que os mais simples. Para esta atividade, será necessário copiar a escala de horas que se encontra na página 108, nos anexos ao final deste livro. É necessária uma escala

atividade: construindo um relógio de sol

para cada modelo de relógio construído. Talvez as partes mais críticas desta atividade sejam o posicionamento correto da inclinação da garrafa e a localização do Pólo Sul geográfico da Terra. Desta forma, recomendamos a utilização de uma fita métrica e uma bússola para garantir o sucesso da atividade.

Capítulo 1

O relógio de Sol é considerado o mais antigo instrumento construído pelo homem para marcar as horas. Acreditase que ele tenha sido inventado pelos babilônios. Ele tinha um funcionamento bastante simples: uma haste vertical, chamada de gnomon, se projetava do centro de uma superfície circular, projetando uma sombra do Sol para indicar a atividade hora. Embora seja certo Além de ser fundamental para a existência da vida que o relógio solar tenha no nosso planeta, o Sol também já foi muito usado existido há mais tempo, pelas pessoas para medir as horas. Os egípcios, há mais o mais antigo relógio de 3.000 anos, usavam o Sol para medir o tempo. Quer de sol existente está saber como? Com um relógio de Sol. Para construir exposto no Museu de seu próprio relógio de Sol você vai precisar de: Berlim. Provavelmente, • uma garrafa Pet transparente de 2L ele pertenceu ao faraó • três pedaços de madeira, isopor ou algum Tutmés III do Egito, que outro material equivalente, nos tamanhos: viveu entre os anos de 60cm x 40cm, 40cm x 10cm e 15cm x 10cm. 1504 a 1450 a.C. • Arame (de aço, se possível) com comprimento de 70cm. • cola

Utilizando os pedaços de madeira ou de isopor, construa a base do seu relógio conforme mostra a primeira figura. É importante deixar 50cm de distância entre o apoio frontal e o traseiro. Fure, com cuidado, a tampa e o fundo da garrafa e passe o arame, deixando cerca de 10cm de sobra em cada lado. Peça a seu professor para tirar uma cópia da escala de horas que se encontra no livro do professor (última figura). Cole a escala na parte externa da garrafa com a marcação, virada para dentro. Prenda o arame da parte de trás da garrafa no apoio traseiro da base. Para prender o lado da frente, precisaremos primeiro marcar o ponto 0. Para isso, deixe a garrafa na horizontal e marque o local em que o arame da parte da frente toca o apoio frontal, conforme mostra a segunda figura. Para saber o ponto onde o arame da frente deverá ser preso, será necessário consultar a tabela abaixo. Ela indica, de acordo com a cidade em que você está, a distância que o arame da frente deve ser preso em relação ao ponto 0. Isso é importante porque quanto mais afastada sua cidade estiver da linha do Equador, maior deverá ser a inclinação do seu relógio de sol. Se sua cidade não estiver na tabela, procure a cidade mais próxima. Macapá

0cm

São Luiz

2,31cm

Fortaleza

3,13cm

Natal

5,05cm

João Pessoa

6,29cm

Recife Maceió Aracaju Salvador Brasília Goiânia Belo Horizonte

7,03cm 8,52cm 9,72cm 11,54cm 14,26cm 14,89cm

Rio de Janeiro São Paulo Curitiba Florianópolis Porto Alegre

21,05cm 21,91cm 23,67cm 26,03cm 28,96cm

18,20cm

Depois de pronto, basta apontar seu relógio de Sol para o polo Sul (geográfico) e observar. Para achar o polo Sul, utilize uma bússola com a ajuda do seu professor. Tente! Você, agora, consegue saber que horas são?

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Capítulo 1

Explicar o fenômeno das estações do ano para os alunos sem um modelo em que eles possam visualizar o processo pode ser uma tarefa muito difícil. Talvez a melhor forma seja utilizar uma lâmpada ou lampião e um globo terrestre. Caso não tenha um globo à disposição, pode

ser utilizada um bola de isopor de 15 a 30 cm de diâmetro. Atravesse o globo terrestre ou a bola de isopor com uma vareta de pipa para representar o eixo da Terra. No caso de se utilizar a bola de isopor, marque a linha do equador separando o hemisfério Norte do hemisfério Sul.

Acenda a lâmpada ou o lampião para representar o Sol e coloque-o na mesma altura do modelo da Terra. Inicie a atividade com o eixo da Terra perpendicular ao piso. Demonstre que os dois hemisférios são igualmente iluminados. Se fosse assim, não existiriam as estações do ano, pois a luz solar atingiria os dois hemisférios sempre com a mesma intensidade.

A TERRA A Terra se formou há, aproximadamente, 4,6 bilhões de anos, na mesma época que os outros planetas do Sistema Solar. Porém, no início ela era bem diferente do que é hoje. A superfície do planeta era cheia de crateras, por causa das constantes colisões de meteoros que não paravam de acontecer. Aos poucos, pela ação da gravidade, a Terra foi ficando com a forma esférica que tem hoje. No próximo capítulo falaremos um pouco mais sobre a formação da Terra. A Terra, como os outros planetas, está em órbita em torno do Sol. O movimento que a Terra faz em torno do Sol é chamado de translação, e ela leva pouco mais de 365 dias (365 dias e 6 horas) para completar uma volta. Esse período equivale a um ano terrestre. Será coincidência? O que você acha? O outro movimento da Terra é chamado de rotação. Neste movimento, a Terra gira ao redor do seu próprio eixo, no sentido anti-horário. Para dar uma volta completa, a Terra leva, aproximadamente, um dia inteiro (23 horas, 56 minutos e 4 segundos). Será que também é coincidência? Por conta desse movimento de rotação, enquanto está de dia em um lado do globo, está de noite no outro e vice-versa. Também é devido aos movimentos de rotação e translação que nós temos as nossas estações do ano. Muita gente acredita que a variação das estações do ano é causada pela proximidade da Terra em relação ao Sol – no verão a Terra está mais próxima do Sol e no inverno mais distante. Mas essa ideia é errada.

Luz solar

inclinação do eixo terrestre

Na verdade, a razão principal de existir as estações do ano é a inclinação do eixo terrestre. Observe a figura para entender melhor.

Capítulo 1

a terra

Imagine uma linha passando do ponto mais ao norte do planeta ao ponto mais ao sul. Esse é o eixo da Terra. Repare, na figura, que o eixo fica ligeiramente inclinado. Devido a essa inclinação, o hemisfério que estiver de frente para o Sol receberá os raios solares mais diretamente. Nesse caso, o hemisfério Norte está recebendo os raios solares mais diretamente que o hemisfério Sul, por isso lá estará mais quente. Quando a posição se inverter, o hemisfério Sul receberá os raios solares mais diretamente, e lá ficará mais quente. Então, enquanto é verão no hemisfério Norte, é inverno no hemisfério Sul e vice-versa.

Inverno Primavera

Outono Verão

Incline o eixo da Terra cerca de 23 graus (isso equivale a aproximadamente 1/4 de 90 graus). Agora um hemisfério ficará mais iluminado que o outro. Naquele mais iluminado é verão e no outro é inverno. Aproveite também para demonstrar o movimento de rotação que a Terra faz sobre o seu próprio eixo. Em seguida, demonstre que a rotação acontece em conjunto com o movimento de translação. Para isso, faça com que a Terra dê uma volta completa em torno do Sol mantendo a inclinação do eixo terrestre, ou seja, com a vareta de pipa apontando sempre para o mesmo lado. Agora fica fácil mostrar que de um lado do Sol, um dos hemisférios fica mais iluminado, representando o verão. Quando a Terra vai em direção ao outro lado, o hemisfério que estava iluminado vai ficando escuro, representando a chegada do inverno. Repita esse movimento quantas vezes forem necessárias para que todos os alunos compreendam este fenômeno.

as quatro estações

A figura acima representa as estações do ano para alguém que esteja no hemisfério Sul. Repare que, durante o verão, o hemisfério Sul fica voltado para o Sol e, durante o inverno, ele fica virado para o outro lado. Durante a primavera e o outono, os dois hemisférios são atingidos pelos raios solares da mesma maneira, por isso as temperaturas são mais parecidas. Claro que quanto mais próximo estivermos dos polos, mais perceberemos essas diferenças. Cidades localizadas próximas à linha do Equador acabam recebendo os raios de Sol da mesma forma durante todo o ano.

Por conta da inclinação do eixo da Terra, as regiões dos polos vão sempre receber os raios solares estando mais inclinadas. Por isso, independentemente da época do ano, a temperatura dos polos é sempre baixa. Além disso, esse mesmo fenômeno faz com que, exatamente nos polos, o dia e a noite durem 6 meses. 15

15


Capítulo 1

a terra um pouco durante o ano, não é essa a A Lua é o astro mais brilhante no Você sabia? causa das estações. Se fosse assim não céu depois do Sol. Ela está a uma Um erro muito comum é achar que as poderia ser inverno no hemisfério Norte distância de 385 mil quilômetros e tem estações do ano ocorrem devido ao e verão no hemisfério Sul ao mesmo um diâmetro de 3,5 mil quilômetros. afastamento e à aproximação da Terra tempo. A variação na distância da Terra É importante que fique claro que a em relação ao Sol. Embora realmente ao Sol é pequena em relação aos efeitos explicação da formação da Lua é apenas a distância entre a Terra e o Sol varie causados pela sua inclinação. uma das hipóteses existentes. Outras hipóteses dizem que uma parte da Terra pode ter sido expelida por conta da sua gigantesca velocidade de rotação A LUA durante o início da sua existência. Ou ainda Você já ouviu falar que a Lua é filha da Terra? Muita o meteoro e fosse lançado para o espaço. A Terra, aos que a Lua tenha se gente diz isso porque os cientistas acreditam que ela se poucos, se reconstituiu e a Lua se formou desses detritos formado junto com formou quando um meteoro gigantesco, do tamanho no espaço. Por causa da força gravitacional, a Terra acabou a Terra como uma de Marte, atingiu a Terra no início da sua formação, há “aprisionando” a Lua, que permaneceu na sua órbita. Esse 4,5 bilhões de anos. Esse choque fez com que parte do choque, inclusive, é apontado como um dos causadores da “irmã menor”, ficando material que estava formando o planeta se juntasse com inclinação do eixo da Terra. Observe a figura. presa ao seu campo gravitacional. Uma das principais evidências a favor da primeira hipótese é a de que os Terra isótopos de oxigênio 4,2 min após 125 min 8,4 min o impacto encontrados na Lua formação da lua são muito similares aos presentes na Terra, Você sabe por que os astrônomos acreditam que a Lua surgiu da Terra? É que a o que já não acontece análise das amostras trazidas pelos astronautas da missão Apollo mostrou que com outros corpos do Sistema Solar que já a composição das rochas lunares é muito semelhante à do Manto, a camada foram analisados. intermediária da Terra. a lua

Capítulo 1

Com certeza já lhe falaram que a Lua, vista da Terra, tem quatro fases – Nova, Crescente, Cheia e Minguante. Só que isso não está totalmente correto. Nos dá a ideia de que ela só aparece no céu de quatro formas diferentes. Na verdade, a Lua leva 28 dias para completar uma volta inteira em torno da Terra. Como sabemos que a Lua não emite luz – ela apenas reflete a luz do Sol –, a cada dia desse ciclo a Lua aparece com uma forma diferente. Mas atenção: ela não muda sua forma, o que muda é a quantidade de luz refletida.

Fases da Lua Quando discutir as fases da Lua é importante que fique claro que a Lua não apresenta apenas 4 fases. Como a cada noite ela aparece ligeiramente diferente da noite anterior, pois esse processo é contínuo, podemos dizer que a Lua apresenta 28 fases, uma para cada dia em que ela aparece no céu. Entretanto, para facilitar sua observação, essa transição foi dividida nas 4 fases conhecidas.

Observe na figura que, quando a Lua está na posição “Lua Cheia”, toda luz vinda do Sol é refletida para a Terra, por isso enxergamos a Lua inteira. À medida que ela vai passando para a posição “Quarto Minguante”, ela vai refletindo cada vez menos luz até chegar à posição “Lua Nova”, onde nenhuma luz é refletida em direção à Terra. Em seguida, ela vai em direção à posição “Quarto Crescente”, onde começamos a enxergar novamente a

luz refletida pela Lua, até começar o ciclo novamente. Esse é um processo contínuo; por isso a cada dia, dos 28 do seu ciclo, ela aparece para nós de uma maneira diferente. Nova

Quarto Crescente

Quarto Minguante

Cheia

Nova

Quarto Crescente

Lua Nova

Lua Cheia

Extremo Sul

Quarto Minguante

as fases da lua

Você já reparou que a Lua está sempre virada com a mesma face para nós? Isso acontece porque seu movimento de rotação leva os mesmos 28 dias do seu ciclo ao redor da Terra. Por isso, daqui da Terra, parece que ela não gira. E do espaço, o que será que veríamos? 16

16


Capítulo 2

A curiosidade dos alunos sobre os processos naturais que acontecem a todo o momento, como a erupção de vulcões, a ocorrência de terremotos e tsunamis, levanta a necessidade de estudar em detalhes o comportamento da Terra, na visão dos cientistas. Destaque é dado para a origem e o uso dos recursos minerais e dos recursos naturais não-renováveis, que são importantes para o desenvolvimento humano. Para a compreensão deste capítulo, é conhecendo o importante situar os planeta terra alunos quanto à noção de tempo geológico, que esclarece que os dinossauros e o homem nunca conviveram e a origem da vida na Terra há quase 4 NASA/Johns Hopkins University Applied Physics Laboratory/Carnegie Institution of Washington bilhões de anos. Mais importante, no entanto, é mostrar que, na sua breve passagem pelo planeta (pouco mais de 1 milhão de anos), a espécie humana tem provocado mudanças das quais estamos percebendo o efeito, como as mudanças climáticas globais e a degradação ambiental.

Capítulo2

Capítulo2

Capítulo 2

conhecendo o planeta terra

No capítulo anterior, nós estudamos como surgiu o universo, a nossa galáxia, o Sistema Solar e o planeta Terra. Agora, nós vamos estudar o que aconteceu com nosso planeta desde a época da sua formação até os dias de hoje.

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Capítulo 2

Magma e forma as rochas ígneas ou É importante ficar claro que a Terra não surgiu do O magma é a rocha fundida pelo magmáticas vulcânicas. O magma modo que a conhecemos hoje; ela foi se modelando calor interno da Terra. Pode chegar também pode se cristalizar em com o tempo. Formaram-se montanhas, vales, rios, à superfície na forma de vulcões, profundidade na Terra, formando cachoeiras, lagos, mares, oceanos, ilhas, florestas... por exemplo. Neste caso, a lava, as rochas ígneas ou magmáticas povoados, vilas e cidades – grandes cidades. Estas que é o nome dado ao magma que plutônicas. Esta é a origem do mudanças aconteceram de forma natural (pela própria escorre na superfície, se resfria granito, por exemplo. natureza) ou de forma cultural (pela ação do homem). O conjunto de fatores e processos que pertencem à história da evolução da Terra é chamado de Geodiversidade. O cientista que estuda a Terra é chamado de petróleo, gás e carvão, plásticos, produtos Mostre aos seus alunos geólogo. Ele estuda a origem, a composição e as químicos usados na fabricação de remédios, como é importante transformações que nosso planeta vem sofrendo ao materiais de construção, tintas e fertilizantes, longo de sua história de 4,6 bilhões de anos. Tente, entre muito outros, são frutos da Terra. Além entender como se agora, imaginar a importância do estudo do desses materiais, o geólogo também estuda os formou a Terra e como geólogo. Se for possível, debata com seus colegas. terrenos para tentar prever acidentes, como se desenvolveram os deslizamentos, inundações, vulcanismo e principais sistemas Tudo aquilo que não é proveniente da fauna terremotos, por exemplo. Portanto, seu trabalho nela encontrados, ou da flora é considerado um recurso geológico. é fundamental para conhecermos e entendermos como o solo, a água, as Assim, água, metais, combustíveis como o nosso querido planeta. plantas e os animais. Este entendimento é importante para que possamos planejar o uso e promover a conservação dos O INÍCIO diferentes ambientes que encontramos atualmente Antes de continuar, observe esta figura. na Terra. Assim, O que você vê? Você imagina o que ela poderemos conhecer representa? a vulnerabilidade ambiental para a Se você imaginou um lugar devastado por algum desastre natural ou por uma implantação de guerra, você se enganou. Por mais que construções e de cidades, pareça improvável, um dia nosso planeta para a disposição de já foi desse jeito. Quer saber como? A resíduos perigosos e do Terra se formou da mesma nebulosa que lixo doméstico, para a deu origem ao nosso Sol. Essa nebulosa, produção de alimentos e que provavelmente surgiu da explosão de matérias-primas etc. De um fragmento irregular, aos poucos, pela de uma estrela, começou a girar em torno do Sol Capítulo 2

o início

primitivo. A matéria que formava essa nebulosa foi se agrupando, por conta da força da gravidade, e acabou dando origem aos planetas do nosso sistema, sendo que um deles foi a Terra.

Sugestão de atividade A ilustração mostra como seria o aspecto da Terra quando ela estava se formando, segundo imaginam os cientistas a partir de seus estudos. Incentive os alunos a imaginarem como seria este ambiente inicial. Em seguida, aproveite para discutir sobre as mudanças que ocorreram nestes mais de 4,5 bilhões de anos.

À medida que a matéria foi se juntando, nosso planeta foi crescendo e, com isso, sua força gravitacional foi aumentando. Essa força foi atraindo mais matéria, que ia aumentando cada vez mais sua superfície. Isso virou um ciclo. Conforme a Terra ia crescendo, aumentava sua força gravitacional, o que atraía muitos meteoros. As crateras produzidas pelas colisões desses meteoros dominavam a paisagem. Houve momentos em que parecia que a destruição total poderia acontecer. Além de mudar a forma da superfície, esses meteoros também traziam muitos elementos do espaço para cá.

18

ação da sua própria gravidade e da rotação, a Terra foi ficando com uma forma esférica. Quem poderia imaginar que com um início tão catastrófico a Terra poderia se encher de vida do jeito que encontramos hoje?

Enquanto a Terra resfriava, uma substância conhecida como magma (material semelhante à lava que sai dos vulcões) começou a endurecer e formar as rochas da superfície. Formaram-se, então, os primeiros vulcões, que começaram a liberar o magma que estava em profundidade. Junto com o magma, muitos gases e vapor d’água também eram expelidos pelos vulcões. Esses gases formaram uma atmosfera primitiva, com ausência de oxigênio. Sem oxigênio, não poderia existir vida, correto? Errado, as primeiras formas de vida não usavam o oxigênio. Muito pelo contrário, o oxigênio podia ser letal para esses primeiros seres vivos.


Capítulo 2

os primeiros seres vivos

Cianobactérias As cianobactérias, pelo processo de fotossíntese ao longo de bilhões de anos, promoveram um grande aumento de oxigênio na atmosfera primitiva, o que causou a extinção de inúmeros organismos e permitiu o

desenvolvimento da vida como existe hoje. Atualmente, elas podem ser encontradas em ambientes como rios, lagos, poças d’água e até no gelo nos pólos ou nas fontes vulcânicas. O estudo destes seres é importante pois ajuda a compreender como se deu o desenvolvimento da vida na Terra.

Conforme a Terra esfriava, o vapor d’água que existia na atmosfera se condensou, ou seja, começou a chover. Como a superfície terrestre estava cheia de depressões, inclusive formadas pelos choques dos meteoros, a água da chuva foi se acumulando, dando origem aos primeiros lagos e mares da história do planeta. Você já parou para imaginar como eram os primeiros seres vivos? Será que se pareciam com animais? Ou com plantas? Nada disso! Os primeiros seres vivos eram microscópicos, ou seja, invisíveis a olho nu. Eles se pareciam com as bactérias que existem hoje em dia. Há cerca de 3,9 bilhões de anos, apareceram esses primeiros organismos unicelulares (formados por uma única célula) nos mares que estavam se formando. Somente há 3,7 bilhões de anos surgiram as cianobactérias que começaram a produzir o oxigênio da nossa atmosfera. Elas faziam fotossíntese como as plantas, retirando o gás carbônico do ar e liberando oxigênio para a água e o ar.

Com o aumento do oxigênio, muitos daqueles primeiros microorganismos não conseguiram sobreviver. Assim, podemos dizer que a primeira extinção em massa da história da Terra aconteceu por conta do surgimento de bactérias que produziram o oxigênio, tão importante para o aparecimento da vida que existe hoje no planeta.

Capítulo 2

OS PRIMEIROS SERES VIVOS

Porém, um pequeno grupo de microorganismos conseguiu se adaptar ao oxigênio. Esses microorganismos formaram o grupo dos seres aeróbios, ou seja, aqueles seres que utilizam oxigênio para sobreviver. Mas, lembre-se, não existiam ainda organismos terrestres. Toda a vida era marinha! Parte desse oxigênio também formou o ozônio que está presente na nossa atmosfera até hoje. A camada de ozônio funciona como um grande guarda-chuva, protegendo a Terra dos raios ultravioleta que vêm do Sol. Esta importante proteção deu condições para que a vida pudesse se desenvolver cada vez mais.

A camada de ozônio, atualmente, vem sofrendo sérios danos causados por alguns produtos industrializados. Esses produtos liberam gases, chamados CFCs, que destroem as moléculas de ozônio, diminuindo sua quantidade. Eles estão presentes, principalmente, em equipamentos de refrigeração mais antigos e alguns aerossóis. A camada com menor quantidade de ozônio permite a passagem dos raios ultravioleta que vêm do Sol e que são nocivos para os seres que vivem atualmente na Terra.

AS ERAS GEOLÓGICAS O período de tempo que vai desde a formação do nosso planeta até a origem dos primeiros seres vivos é chamado pelos geólogos de Pré-cambriano. Esse intervalo de tempo corresponde a aproximadamente 4 bilhões de anos, ou seja, cerca de 87% da idade da Terra. Observe a tabela:

Pré-cambriano

INÍCIO

FIM

DURAÇÃO

Éon Arqueano

3.800 Ma

2.500 Ma

1.300 Ma

Éon Proterozóico

2.500 Ma

540 Ma

1.960 Ma

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as eras geológicas

Pré-cambriano Os geólogos separam a idade da Terra segundo eventos importantes ou pelo reconhecimento do predomínio de uma forma de vida. A primeira grande divisão é o Pré-Cambriano, que corresponde a cerca de 87% da existência da Terra e é uma referência ao tempo anterior ao Período Cambriano. Entre 850 e 630 milhões de anos atrás, um resfriamento da Terra originou uma glaciação. Com o fim deste evento, uma explosão de vida aconteceu na Terra. Antes, a vida era bem menos diversificada. Assim, chega-se ao final do Pré-Cambriano, há 540 milhões de anos. Foi quando começou a Era Paleozóica (palavra que significa “vida antiga”), seguida pela Mesozóica (vida média) e terminando na Cenozóica (vida recente), ou Idade dos Mamíferos, quando a vida na Terra começou a apresentar as características que conhecemos hoje.


Capítulo 2

da formação da Terra. Isto acontece por que Acompanhe com os alunos a evolução da Cada divisão do tempo geológico pode na natureza as rochas mais novas estão, em vida na Terra, começando há 3,8 bilhões levar o nome do local onde foi descrita geral, sobre as rochas mais antigas. Assim, de anos. Continue a acompanhar na Era a rocha que o representa. Por exemplo, olhando nosso planeta como se ele fosse um Paleozóica até o final da era Cenozóica. o período Devoniano está relacionado à bolo, as camadas inferiores são mais velhas descrição de uma sucessão de rochas na que as superiores. Este é um dos princípios Para mais informações sobre as principais localidade de Devon, na Inglaterra. Pode, da geologia, denominado Superposição características da vida nestas eras, consulte também, descrever a característica de um dos Estratos. a página 90, nos anexos ao final deste livro. intervalo de tempo, como o Período Carbonífero, onde existiram condições ideais para a formação de carvão. Mostre aos Após o Pré-cambriano, teve início uma sucessão de mudanças, tanto na superfície e no interior do planeta, alunos que cada divisão como na vida que começava a se diversificar. Essa sucessão de acontecimentos está representada na tabela abaixo. da tabela é caracterizada Repare que a tabela começa no período mais recente, o quaternário, e termina no mais antigo, o cambriano. por uma mudança CARACTERÍSTICAS PERÍODO ERA INÍCIO FIM DURAÇÃO importante na superfície Quaternário 1,8 Ma ------------Origem do Homo sapiens sapiens e da maioria dos animais “modernos”. da Terra, em geral Apareceram muitos grupos de mamíferos e os primeiros Cenozóica Neógeno 23 Ma 1,8 Ma 21,2 Ma relacionada à forma de hominídeos na África. Paleógeno 65 Ma 23 Ma 42 Ma Início da diversificação e expansão dos mamíferos. vida dominante. Capítulo 2

as eras geológicas

Repare que a tabela tem no topo o tempo atual (Quaternário) e na base os intervalos mais antigos

Mesozóica

Cretáceo

145 Ma

65 Ma

80 Ma

Jurássico

200 Ma

145 Ma

55 Ma

Triássico

250 Ma

200 Ma

50 Ma

Permiano

300 Ma

250 Ma

50 Ma

Carbonífero

360 Ma

300 Ma

60 Ma

Devoniano

416 Ma

360 Ma

56 Ma

Paleozóica

o estudo dos fósseis

Icnofósseis Icnofósseis (do grego ikhnos, vestígios) são aqueles indícios que, em vez de corresponderem aos restos de um organismo, revelam um vestígio de sua existência. Um bom exemplo são as pegadas de dinossauros. Da mesma forma, existem coprólitos (restos de fezes), moldes de conchas e buracos de vermes.

Siluriano

443 Ma

416 Ma

27 Ma

Ordoviciano

488 Ma

443 Ma

45 Ma

Cambriano

542 Ma

488 Ma

54 Ma

Conhecida como “a idade dos répteis”, pois os dinossauros dominavam a Terra. Surgem as aves e os mamíferos primitivos. Ocorreram duas grandes extinções, sendo a última delas há 65 milhões de anos, quando desapareceram 75% das espécies, incluindo os dinossauros.

Caracterizada pela explosão da vida, que domina os mares e começa a se expandir para os continentes. Ocorreram 3 grandes extinções em massa. A última, que ocorreu há 250 milhões de anos, extinguiu 95% das espécies marinhas e 70% das terrestres.

Ma = milhões de anos

O que mais chamou sua atenção nessas informações? Aproveite para debater alguns fatos da tabela com seus colegas. Repare que a vida, no início, era bem diferente do que nós conhecemos hoje. Estas mudanças aconteceram por influência do ambiente que não parava de sofrer transformações. Essas transformações do ambiente desencadearam um processo de evolução da

fauna e da flora que resultou na vida como a conhecemos hoje. Repare, também, que durante esse processo de evolução aconteceram extinções em massa, a começar por aquela do aparecimento do oxigênio na atmosfera. Com certeza, se não fosse por essas extinções, a vida seria muito diferente hoje em dia. Imagine como seria se os dinossauros não tivessem sido extintos.

O ESTUDO DOS FÓSSEIS Mas como será que os cientistas sabem desses fatos que já aconteceram há tanto tempo? Através do estudo dos fósseis. O cientista que estuda os fósseis é chamado de paleontólogo (palavra que vem do grego - Palaios = antigo + ontos = ser + logos = estudo, pensamento). Ele estuda os restos e vestígios de organismos que viveram no passado.

Comente com os alunos a importância do estudo dos icnofósseis, já que eles indicam o comportamento dos seres vivos que existiram na Terra em eras passadas. Lembre aos alunos que, ao contrário dos fósseis de ossos e de outras partes dos corpos, os icnofósseis podem mostrar como estes seres viviam e sugerir como eles foram destruídos.

Esse estudo é muito importante para se conhecer a fauna, a flora e os ambientes do passado. E também para se conhecer como eram as condições climáticas onde os animais e vegetais do passado morreram. Existem basicamente dois tipos de fósseis: os restos e os vestígios. Os restos são partes do próprio organismo que se transformaram em fósseis. Eles podem ser as partes duras (ossos, conchas, carapaças

20

etc.) que se mineralizaram (se transformaram em mineral) ou as partes moles (peles, órgãos etc.). Porém, como estas últimas dificilmente são preservadas, raramente são encontradas. Já os vestígios são impressões das atividades dos animais deixadas no próprio ambiente. Exemplos de vestígios são as pegadas, os rastros, as perfurações etc. Esse grupo de fósseis recebe o nome de icnofósseis. Os fósseis também são muito úteis para informar a idade das camadas de rocha onde eles são encontrados. Sabe por quê? Os paleontólogos conhecem os tipos de seres encontrados em cada unidade de tempo (lembra da tabela geológica com a história da evolução da vida?). E, também, alguns organismos viveram e se extinguiram em momentos muito bem determinados da Terra e, quando são encontrados, “informam” esta idade.


Capítulo 2

Radioatividade natural dos elementos Os fósseis são utilizados como indicadores relativos de tempo geológico. Para isso, os cientistas localizam as camadas onde eles são encontrados e relacionam com as eras onde as formas de vida existiram. Uma das formas de se descobrir a idade dos fósseis é

determinar a idade da rocha em que eles se encontram, através do decaimento radioativo dos “isótopos”, que são utilizados como relógios geológicos. O carbono-14 tem sido o isótopo mais usado para datar episódios na pré-história recente do homem (até 50.000 anos). Para datação de milhões a bilhões de anos é usado o Urânio.

fósseis encontrados no

brasil acima, foto: alain draeger. ao lado, foto: kátia l. mansur

OS DINOSSAUROS Dos fósseis até hoje já descobertos, os mais impressionantes, sem dúvida, são os dinossauros. A palavra dinossauro vem do grego deinos, que significa terrível e sauro, lagarto. Porém, chamar os dinossauros de lagartos terríveis é uma certa injustiça, pois apenas um pequeno grupo deles era carnívoro, a maioria só se alimentava de vegetais. É comum as pessoas acharem que todos os dinossauros eram enormes, mas isso não é verdade. Nem todos os dinossauros eram tão grandes assim. Algumas espécies eram menores do que uma galinha. Além disso, para os cientistas, os répteis marinhos e os voadores que viviam naquela época não se enquadram na denominação “dinossauros”. A extinção dos dinossauros ainda é um tema polêmico, pois há algumas explicações e discordâncias entre os cientistas. Uma das teorias mais aceitas diz que a extinção foi provocada pelo impacto de um meteorito que caiu na Península de Yucatã, no México. Outros acham que foram múltiplos impactos. Em várias regiões da Terra existe uma camada de rochas muito rica em um elemento químico (Irídio), que é raro na superfície da Terra, mas é comum em meteoritos. A idade dessas rochas coincide exatamente com a época da extinção dos dinossauros. Outros cientistas acreditam que as erupções vulcânicas foram as responsáveis pela extinção dos

os dinossauros

Os primeiros dinossauros apareceram na Terra há cerca de 230 milhões de anos. Eram pequeninos e bípedes, comiam insetos e pequenos vertebrados. Cinco milhões de anos depois, ocorreu uma extinção em massa. Com a extinção destes primeiros dinossauros, as espécies sobreviventes passaram a dispor de muitos recursos, o que lhes permitiu diversificarse em um grande número de novas espécies. Depois E quando não há fósseis para datar as rochas? disso, por 160 milhões Nesses casos, os geólogos utilizam alguns tipos de anos reinaram sobre a de minerais presentes nas rochas para descobrir a idade de sua formação. Para isso, utilizam a Terra. Foi a Era Mesozóiradioatividade natural dos elementos químicos que ca, também conhecida formam o mineral. Medindo as transformações como Era dos Dinossauda radioatividade desses elementos, os cientistas ros (ou dos Répteis). Com conseguem determinar com precisão a idade das o tempo, eles se diversifirochas. caram, tanto em tamanho quanto em características básicas; alguns eram carnívoros, outros, vegetarianos. Podiam ser bípedes ou quadrúpedes, grandes como o Tiranossauro ou pequenos como uma galinha. Capítulo 2

o estudo dos fósseis

Os dinossauros viveram em todos os atuais continentes, que, então, estavam unidos em um só, o continente Pangea. dinossauros. Essas erupções podem ter lançado gases e nuvens de poeira que mudaram a atmosfera daquela época. Essas mudanças climáticas alteraram a temperatura do planeta, o que afetou drasticamente os animais existentes, devido à mortandade das plantas que não conseguiam sobreviver com pouca luz. Como os dinossauros eram os maiores animais da época, acabaram sendo os mais afetados. Há ainda quem acredite que a extinção foi um somatório de todos esses eventos.

Você sabia? Os pterossauros, répteis voadores, foram os primeiros vertebrados a alçarem vôo. Acredita-se que os terópodes bípedes deram origem às aves. Um fóssil descoberto em Minas Gerais, por exemplo, apresenta características tanto de dinossauro quanto de ave. O Arqueopterix, um desses terópodes bípedes, possuía dentes e cauda longa como um réptil, mas com o corpo coberto de penas, como as aves.

E o que aconteceu depois desta extinção? Um grupo de animais pequenos, sem muita importância na época, começou a ocupar os espaços deixados pelos dinossauros. Esses animais eram mamíferos primitivos e aproveitaram a oportunidade deixada pela extinção dos dinossauros para se desenvolver e se espalhar pelo planeta.

Você já deve ter visto em algum filme ou desenho animado dinossauros perseguindo homens das cavernas, certo? Porém, existe um pequeno problema: os dinossauros nunca conviveram com nenhum ancestral nosso. Isso porque eles foram extintos há 65 milhões de anos e os primeiros hominídeos (ancestrais do homem) só surgiram há “apenas” 5 milhões de anos.

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Capítulo 2

Ondas sísmicas (por exemplo, água, petróleo, presença O homem já fez várias perfurações Para estudar o interior do nosso planeta, de rochas com minerais mais densos na superfície da Terra e a maior os técnicos utilizam equipamentos ou magnéticos) as ondas mudam seu profundidade que conseguiu atingir que geram ondas eletromagnéticas comportamento (velocidade e direção, não ultrapassou 13km. Foi em um furo (sísmicas). Ao penetrarem na Terra, elas por exemplo). Quando os equipamentos executado na Península de Kola, no se comportam de maneira diferente ao registram estas mudanças bruscas, os norte da Rússia, entre 1970 e 1989. Isto encontrarem materiais diferentes. Assim, técnicos interpretam a distribuição dos é, a maior profundidade que o homem ao passar de um material para outro materiais no interior da Terra. atingiu não ultrapassou a crosta terrestre. Então, como sabemos como são as camadas mais internas da Terra? Crosta Terrestre O “PLANETA ROCHA” Utilizando os métodos Manto chamados geofísicos Núcleo Externo No início do capítulo nós vimos como aconteceu que mostram o interior Núcleo Interno a formação do nosso planeta. Aos poucos a terra foi do planeta, assim esfriando e, assim, boa parte do planeta se solidificou. como um aparelho de Neste processo, os materiais mais pesados (mais densos) ficaram no interior, enquanto os menos Raios-X revela o corpo densos ocuparam a porção mais externa da Terra. humano por dentro. Porém, durante esse processo, o planeta acabou se Existem vários dividindo em três camadas: crosta, manto e núcleo, métodos geofísicos segundo a densidade dos seus componentes. Camadas Limites em Km Temperatura (oC) que, combinados, Varia da temperatura revelaram que o Por causa da grande diferença entre o núcleo ambiente até bem Crosta Terrestre até 80 km mais de 1.000 C, manto é quase todo interno e o externo, atualmente os cientistas passaram nos vulcões. a dividir a Terra em quatro camadas: crosta, manto, constituído por rochas Manto superior 80 km - 600 km 1.200 C núcleo externo (em estado pastoso) e núcleo interno em estado fluido e bem Manto inferior 600 km - 2.900 km (sólido). Núcleo externo 2.900 km - 5.100 km densas. Já o núcleo até 4.500 C Núcleo interno 5.100 km - 6.370 km exterior está em um Da crosta até o núcleo interno são 6.370 km. estado plástico ou Observe na tabela as medidas de cada uma dessas Você deve estar se perguntando: mas como os viscoso, e o núcleo camadas. geólogos sabem disso tudo se eles nunca conseguiram interno é sólido. ultrapassar a crosta terrestre? Eles utilizam um Capítulo 2

o planeta rocha

o

o

o

A crosta terrestre, a parte mais externa do planeta, é onde vivem todos os seres vivos. Ela é sólida e se divide em duas camadas: a crosta continental e a oceânica. O manto terrestre é quase todo constituído por rochas em estado pastoso. O núcleo é praticamente todo formado pelos elementos Ferro e Níquel.

método de ondas sísmicas, que funciona como se fosse um aparelho de raios-x mostrando o interior do nosso corpo. Com os resultados dessa análise eles podem saber, dentre muitas informações, qual a composição e o tamanho de cada uma das camadas que formam o nosso planeta.

atividade Vamos fazer uma atividade para entender melhor como estão divididas as camadas da Terra? Para isso, você precisará de massa de modelar em 3 cores diferentes. Você pode usar uma massa já pronta ou, se preferir, fazer a sua própria massa caseira. Para a massa caseira você precisará do seguinte material: • 2 xícaras de farinha de trigo • 1/2 xícara de sal

• 1 xícara de água • 1 colher de óleo

• tinta guache ou corante comestível nas cores vermelho, amarelo e azul

Coloque a farinha, o sal, a água e o óleo em um recipiente e misture até atingir a consistência de massa. Separe em três porções. Adicione, a cada porção, a tinta guache ou o corante até ficar no tom escolhido. Misture bem. Sua massinha de modelar está pronta! Agora, pegue um pouco de massa vermelha e faça uma pequena bola. Em seguida, cubra toda a bola vermelha com a massa amarela, formando uma segunda camada. Faça uma terceira camada, mais fina, com a massa azul cobrindo a camada amarela. Corte a bola de massa ao meio de modo que as 3 camadas possam ser observadas. A camada vermelha, mais interna, representa o núcleo (interno e externo), a amarela representa o manto e a azul, a crosta terrestre.

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Capítulo 2

o magnetismo terrestre

Sabemos que a existência do campo magnético terrestre é demonstrada pela bússola. Este campo é equivalente ao que seria produzido por um ímã, em forma de barra, ligeiramente deslocado em relação ao eixo de rotação da Terra. Por isso, a bússola aponta para o norte

magnético que não coincide com o norte verdadeiro. Na verdade não há um ímã em barra no interior da Terra, sendo este um conceito hipotético. Os cientistas descobriram que a origem deste campo está associada a um movimento de rotação do núcleo exterior (pastoso) ao redor do núcleo interior.

Sabemos que a Terra possui um campo magnético, que tem origem principalmente no interior do planeta. Esse magnetismo faz com que a Terra funcione como um grande ímã que atrai alguns metais para perto dela. Por causa do magnetismo terrestre, a bússola

sempre aponta para o Norte da Terra. Mas, segundo os cientistas, ao longo da história da Terra, os Pólos Norte e Sul magnéticos se inverteram diversas vezes. Isso pôde ser comprovado pelas medidas feitas com os minerais magnéticos nas rochas do fundo dos oceanos.

Capítulo 2

O MAGNETISMO TERRESTRE

Um dos fenômenos mais fascinantes associados ao campo magnético da Terra são as auroras, boreais ou austrais (se ocorrem no hemisfério norte ou sul, respectivamente). São geralmente produzidas a partir de um distúrbio solar chamado de tempestade magnética. As auroras podem aparecer nas cores esverdeadas ou avermelhadas.

a dança dos continentes

Correntes de convecção As correntes de convecção são as responsáveis pela tectônica de placas porque são elas que geram os movimentos das placas rígidas. São produzidas pelos movimentos de subida e descida do magma, em decorrência da transmissão de calor do interior e do resfriamento, quando chega próximo à superfície.

atividade Já que estamos falando de magnetismo, vamos construir uma bússola? Para isso vamos precisa dos seguintes materiais: • uma agulha de costura • um ímã

• um copinho plástico (tipo de café)

• uma rolha de cortiça ou pedaço de isopor

Corte, com cuidado, a ponta da agulha de costura para não se machucar. Passe o ímã (numa única direção) várias vezes na ponta da agulha. Corte um pedaço de 1 cm de altura da rolha, ou do isopor, e atravesse a agulha de uma ponta a outra pelo seu interior. Ponha a rolha com a agulha no copinho plástico cheio de água. Sua bússola está pronta! Como a bússola sempre aponta para o Norte, desde sua criação pelos chineses, há mais de mil anos, ela vem sendo utilizada para orientar as pessoas. Tente, também, encontrar o Norte com sua bússola.

Estas correntes são como as formadas pela água ao ferver: sobem, se resfriam, mergulham, se aquecem, sobem...

A DANÇA DOS CONTINENTES Podemos comparar a Terra a um ovo: a gema corresponde ao núcleo, a clara ao manto e a casca representa a crosta terrestre. Da mesma forma que no ovo a casca fica apoiada sobre a clara, na Terra a crosta também se apóia sobre o manto. A única diferença é que a casca do ovo é uma estrutura única, enquanto a crosta é toda dividida em placas que se movimentam. Essas divisões receberam o nome de placas tectônicas.

Porém, como esse movimento é muito lento, ele se torna quase imperceptível.

Quando chegam próximo à superfície, podem empurrar a litosfera, que está “flutuando” sobre a astenosfera, produzindo o movimento das placas.

Mas por que será que acontece esse movimento? Você já reparou que quando colocamos água para ferver numa panela, além das bolhas também se forma uma espécie de correnteza? Essa correnteza é causada por um fenômeno chamado corrente de convecção.

Em média, as placas tectônicas se movimentam 3 cm por ano, a mesma velocidade de crescimento de nossas unhas. Por isso que esse movimento é imperceptível para nós.

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Capítulo 2

a superfície. Quando ele resfria, acaba descendo e gerando as correntes de convecção. Como a crosta é dividida em placas, essas correntes fazem com que elas se movimentem umas em relação às outras, deslizando sobre o magma como se estivessem sobre uma esteira rolante muito devagar. Observe, na figura, as principais placas tectônicas que formam

à direita: mapa-múndi mostrando os limites (linhas verdes) entre as principais placas tectônicas, os epicentros dos terremotos mais intensos (em amarelo) e os vulcões em atividade (em vermelho). imagem:

nasa

embaixo: ilustração da formação de vulcões e de fossas a partir da colisão de placas oceânicas e continentais. Crosta Oceânica

Fossa

Crosta Continental

Litosfera Vulcão

Astenosfera

a superfície do nosso planeta. Repare que algumas placas são gigantescas, enquanto outras são bem menores. Mas se os continentes não param de se movimentar, como teria sido a superfície da Terra no passado? Não é apenas coincidência que a América do Sul pareça que se encaixe na África. Há aproximadamente 225 milhões de anos os dois continentes realmente estavam unidos. Na verdade, nessa época existia apenas um único continente, que recebeu o nome

e

a

de Pangea. Por conta dos movimentos das placas tectônicas, este continente se separou em dois, formando a Laurasia ao norte e a Gondwana ao sul. Em seguida, esses dois continentes continuaram se afastando até formar os seis continentes que existem hoje. No futuro, esse processo ainda continuará, o que resultará na junção da Europa, África e Ásia em um único continente. Mas não precisa se desesperar, pois isso deve levar cerca de 50 milhões de anos para acontecer. Observe o esquema no final da página. Esse processo foi muito importante para a distribuição da vida no nosso planeta, pois permitiu a passagem de animais de um continente para outro, enquanto estes ainda estavam juntos. Depois da separação dos continentes, cada espécie evoluiu de acordo com as condições daquele ambiente.

L a u r a s i a

a

• Divergentes – as placas se distanciam gradual e lentamente umas das outras, formando imensas cadeias vulcânicas como aquelas existentes no fundo

fundo da panela. Você também pode tentar visualizar esse fenômeno. Para isso, peça a um adulto para colocar água para ferver numa panela (se possível de vidro) e, assim que levantar fervura, colocar borra de café. Observando a borra de café, você conseguirá perceber a água do fundo subindo e a da superfície, descendo.

P a n g

Os movimentos das placas tectônicas podem acontecer de três formas:

Capítulo 2

a dança dos continentes do oceano Atlântico e que geram •C onservativos – as placas deslizam Placas tectônicas rochas basálticas, empurrando o uma em relação à outra, como no caso Tectônica de Placas refere-se à teoria de continente africano para um lado e o da Falha de San Andreas, na Califórnia que a superfície da Terra é construída continente americano para outro. (EUA). por placas. De forma simplificada, • Convergentes – uma placa colide com pode-se considerar que a camada mais a outra formando grandes cadeias de Em média, as placas se deslocam 3 exterior da Terra, a litosfera (menos montanhas, como a Cordilheira dos cm por ano, a mesma velocidade do densa) encontra-se fragmentada em Andes e o Himalaia. crescimento de nossas unhas. placas que se movem independentemente ao deslizar sobre material mais quente e fluido do interior do planeta Isso acontece porque a água quente do fundo sobe Com o manto acontece o mesmo fenômeno. O (mais denso). e quando chega à superfície, esfria, voltando para o magma mais próximo do núcleo se aquece e vai para

permiano 225 milhões de anos atrás

24

Go

ndw

ana

triássico 200 milhões de anos atrás

jurássico 135 milhões de anos atrás


Capítulo 2

vulcões, terremotos e tsunamis

Terremotos Os geólogos sabem que os terremotos ou sismos são provocados pelas falhas geológicas, que são quebras nas rochas acompanhadas de movimento entre os blocos resultantes. Nesses episódios

são liberadas grandes quantidades de energia que se propaga pelas rochas na forma de ondas sísmicas, que adquirem comportamentos diferentes conforme atravessam rochas diferentes. Este comportamento das ondas de terremoto (sísmicas) pode ser reproduzido para gerar informação sobre o interior

da Terra. O que os técnicos fazem é produzir um tipo de explosão na superfície terrestre capaz de gerar as mesmas ondas sísmicas e utilizar aparelhos para captá-las posteriormente. O resultado é um registro que mostra informações sobre os materiais rochosos atravessados por aquelas ondas.

VULCÕES, TERREMOTOS E TSUNAMIS ALGUNS DESASTRES NATURAIS

Quando duas placas colidem podem formar cadeias de montanhas muito altas, como aconteceu com o Himalaia, onde está o Monte Everest. Também pode acontecer de uma placa tectônica colidir com outra mais leve, e a mais densa mergulhar até uma profundidade onde será fundida. O magma formado por essa fusão sobe até a superfície gerando os vulcões. Por outro lado, vulcões formados em zonas muito quentes da Terra podem empurrar duas placas em direções contrárias, afastando-as cada vez mais, como aconteceu com a África e a América do Sul, por exemplo. Os vulcões foram muito importantes para a formação do nosso planeta. Através deles o magma saía do manto terrestre e, quando chegava na superfície, se resfriava formando parte das rochas da crosta. Só que hoje, muitos desses vulcões já estão inativos, ou seja, não entram mais em erupção.

Capítulo 2

Com certeza você já ouviu falar em vulcões, terremotos e tsunamis. O que talvez você não saiba é que esses desastres naturais são resultado dos movimentos das placas tectônicas.

Vulcões A maioria dos vulcões ocorre nas bordas das placas tectônicas. Outros podem ocorrer longe dos limites das placas, devido a anomalias de calor no interior da Terra. São chamados de pontos quentes. Para visualizar melhor, imagine os continentes sendo “carregados” sobre a astenosfera, como se fossem objetos em uma esteira rolante. Assim, enquanto uma placa se move sobre um destes pontos quentes, o material do manto chega à superfície e forma vulcões que se extinguem conforme a placa se move. Este é o caso do Havaí.

alto: mauna loa

(havaí) foto: j. d. griggs (hawaiian volcano observatory, usgs), no meio: kilauea, cratera pu `u`õ`õ (havaí)

(hawaiian volcano observatory, usgs)

ao lado: vulcão colima (mexico)

foto: jim luhr (smithsonian institute)

atividade Sabia que você também pode criar o seu próprio vulcão? Para isso você vai precisar do seguinte material: • uma garrafa PET pequena • vinagre • bacia

Atividade: vulcão

• bicarbonato de sódio (encontrado em farmácias e supermercados)

Na nossa atividade, o vinagre (ácido acético) reage com o bicarbonato de sódio liberando dióxido de carbono (CO2). A reação forma uma espuma com o CO2 que, por ser um gás, é menos denso e mais volumoso. Por isso, podemos perceber a formação de bolhas e o líquido transbordando da garrafa.

Coloque uma colher de sopa de bicarbonato de sódio dentro da garrafa PET. Em seguida, coloque a garrafa dentro da bacia e encha com o vinagre até aproximadamente a metade. Observe o que acontece em seguida.

cretáceo 65 milhões de anos atrás

atualmente

futura daqui a 50 milhões de anos

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Capítulo 2

Abalos sísmicos no Brasil A porção da placa Sul-Americana onde está o Brasil não é tão estável quanto se pensava. Não temos vulcões ativos, mas temos terremotos de pequena magnitude e, às vezes, com a ocorrência de alguns de magnitude média. Veja os muitos exemplos de terremotos na Região Nordeste – João Câmara, Crato, e

Intensidade dos terremotos Quando se fala em abalos sísmicos, seja um terremoto ou um pequeno tremor de terra, os técnicos utilizam escalas. A de Mercalli (criada em 1902 pelo sismólogo italiano Mercalli) se baseia na observação dos estragos ocorridos nas zonas atingidas por um abalo, sendo, portanto, bastante subjetiva. Já na escala de Richter (criada em 1935 por dois sismólogos americanos, Richter e Gutenberg) os limites são estabelecidos pelos tremores já registrados. Portanto, o maior valor dessa escala corresponde ao maior tremor ocorrido até hoje, registrado em 1960 no Chile: 9,5. Um ponto a mais nesta escala significa um incremento de 10 vezes na amplitude das vibrações causadas pelo terremoto.

Capítulo 2

vulcões, terremotos e tsunamis

outras cidades, ou os mais recentes, em Minas Gerais e em São Paulo. O número reduzido de abalos deve-se à posição do Brasil, no centro da placa, longe dos limites de placas como a Cordilheira dos Andes, a oeste, e a Dorsal MesoAtlântica, a leste. Porém, estes terremotos são pouco frequentes se comparados com os locais próximos às bordas das placas.

Já os grandes terremotos (ou abalos sísmicos) ocorrem quando uma placa se movimenta em relação à outra. Quanto maior a quantidade de energia concentrada nos limites da placa, maior será a intensidade do terremoto. Para medir esta intensidade os geólogos criaram escalas. A escala de Mercalli, que vai de I até XII, baseia-se na intensidade do tremor e dos danos causados. Já a escala Richter, sem limite superior, é baseada na energia liberada no tremor. Entretanto, o maior tremor já registrado aconteceu em 1960 no Chile e atingiu 9,5 pontos na escala Richter. Se um terremoto ou uma grande explosão vulcânica, por exemplo, acontecerem sob os oceanos, esses tremores podem dar origem a um tsunami. O tsunami é uma onda gigante, formada no meio do oceano por causa de um movimento entre duas placas. Essa onda pode chegar à costa num tamanho tão grande que pode destruir uma cidade inteira. Um dos maiores tsunamis já registrados atingiu a Indonésia em 2004. As ondas atingiram alturas de até 15 metros, o que causou a morte de mais de 200.000 pessoas.

acima: terremoto na califórnia, 1994

(foto: fema news) ao lado tsunami (foto: noaa news (fema - eua)

Você já parou para pensar por que no Brasil não sofremos com erupções vulcânicas e terremotos? Olhe novamente a figura que mostra as diferentes placas tectônicas e tente chegar a uma conclusão. Isso acontece porque o Brasil fica no centro da placa Sulamericana, ou seja, em local distante das bordas instáveis. Assim, a chance de ocorrer vulcões no presente é inexistente e os terremotos por aqui são muito raros e fracos.

Você sabia? Circula na internet a informação de que um tremor de magnitude 12 “poderia dividir a Terra ao meio”. Porém, esta informação não procede, pois a Terra não é um bloco único rígido de rocha. Vimos que ela possui um interior com camadas em estado pastoso, formadas por magma. Este material interage com as ondas sísmicas, atenuando-as.

A HISTÓRIA DA TERRA EM UM ANO Se pudéssemos reduzir toda a história do nosso planeta, desde a sua formação até os dias de hoje, em apenas um ano teríamos algo muito próximo de: 1º de janeiro

Formação da Terra

janeiro e parte de fevereiro

Divisão da Terra em núcleo, manto e crosta

21 de fevereiro

Início da vida

Outono, inverno e início da primavera

Desenvolvimento dos continentes e das bacias oceânicas

25 de outubro

Início do Cambriano - surgem os organismos complexos (com conchas)

7 de dezembro

Os répteis evoluíram

25 de dezembro

Extinção dos dinossauros

31 de dezembro às 23 horas

Aparecem os humanos modernos (Homo sapiens sapiens)

31 de dezembro às 23h 58min e 45s

Última glaciação

Fonte: Para Entender a Terra (Press, Siever, Groetzinger e Jordan, 2006)

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Capítulo 4

Capítulo4 conhecendo a litosfera

Capítulo4 conhecendo a litosfera

Os alunos terão a possibilidade, neste capítulo, de conhecer as rochas e o solo do local onde vivem e compreender melhor a litosfera. Será interessante realizar excursões para a observação do ambiente e se questionar como está sendo tratada a camada mais superficial da Terra. Afinal, nesta estreita camada foram erguidas as cidades e dela são retirados muitos recursos naturais. Nesta camada também encontramos o solo, onde plantamos, construímos a nossa casa e a nossa escola, onde crescem as plantas, as florestas e onde vivem os animais.

Foto: Adriano Becker

No capítulo anterior, descobrimos o que é, como está organizada e a importância da Biosfera. Nos próximos capítulos conheceremos um pouco mais sobre os componentes que estão presentes na superfície do nosso planeta e que influenciam na existência da Biosfera. Vamos começar pela Litosfera.

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A observação da paisagem, reconhecendo rochas, solos, o relevo, os rios, os lagos e a vegetação, dá oportunidade aos alunos de entenderem o quão harmoniosa é a natureza.


Capítulo 4

Monte Everest Fossas Marianas A palavra litosfera por vezes tem seu O Monte Everest localiza-se na Ásia, As Fossas Marianas são uma depressão significado mal interpretado. Com base na cordilheira do Himalaia, na divisa do geológica, formada pela colisão de duas na sua etimologia, a palavra grega lithos Nepal com o Tibete. É a montanha mais placas oceânicas (as placas do Pacífico significa pedra, rocha. Portanto, conclui-se alta do mundo, com 8.848 metros de e das Filipinas) gerando uma zona de que se trata da esfera de rocha terrestre, ou altitude. subducção, ou seja, as placas densas seja, de toda a Terra rochosa. No entanto, mergulham, formando fossas profundas. isto não está correto. Em geologia, denomina-se litosfera a camada superficial da Terra em estado sólido. Ela engloba a crosta e a parte superficial sólida LITOSFERA – A SUPERFÍCIE DA TERRA do manto. Trata-se, portanto, da porção Você já imaginou de onde vem a palavra profundas, as rochas, sob influência do grande que forma as placas Litosfera? Lithos em grego significa rocha e esfera calor e alta pressão existente no interior da Terra, tectônicas rígidas e está relacionado com os ambientes do nosso acabam se transformando em outras rochas ou em que “navegam” sobre a planeta. Agora fica fácil entender o que é a litosfera, magma que, quando se resfria, dá origem a novas astenosfera (manto em ou seja, a parte sólida que existe na superfície do rochas (como vimos no Capítulo 2). nosso planeta. Assim, podemos dizer que a litosfera estado pastoso), como consiste em uma camada que vai desde o topo da vimos no Capítulo 2. montanha mais alta – o Monte Everest, passando A litosfera é, então, a pelas fossas abissais mais profundas, como as fina casca na superfície Fossas Marianas (cerca de 11 km de profundidade), da Terra, e os solos englobando a parte superior do manto terrestre, são a “pele” muito podendo alcançar aproximadamente 100 km de profundidade. A sua formação aconteceu à fina desta casca. Por medida que nosso planeta foi resfriando e também isso, neste capítulo, acumulando a poeira cósmica do espaço. vamos estudar em detalhe a superfície da Existem dois componentes fundamentais Terra e entender como presentes na litosfera: as rochas e os solos. Estes solos e paisagem são componentes, juntos, estão constantemente formados e devem ser sofrendo transformações. Na parte mais superficial, monte everest, a montanha mais alta do planeta. (foto: efe/narendra shrestha / ag. o globo) a rocha e o solo sofrem a ação do clima, de conservados. Capítulo 4

litosfera – a superfície da terra

organismos e do próprio tempo. Já nas partes mais

as rochas e os minerais

AS ROCHAS E OS MINERAIS

Sugestão de atividade Para melhor diferenciar rochas e minerais, peça aos alunos para trazer amostras de rochas para a escola. Identifique cada rocha com o nome do aluno e o local de origem. Mostre a diversidade de cores, formatos e as associações de minerais existentes. Rochas do mesmo grupo (magmáticas, sedimentares ou metamórficas) podem apresentar diferenças causadas pelos minerais com que foram formadas.

Quando falamos em rocha, o que vem à sua cabeça? Com certeza algo muito duro e sólido. Mas saiba que nem todas as rochas são assim. Apesar de muitas pessoas pensarem o contrário, existem vários tipos de rochas. Esta variedade depende de como elas são formadas e das transformações que sofreram com o tempo. Esses dois fatores, em conjunto, são responsáveis pelas características de cada tipo de rocha.

FELDSPATO (Foto: Kátia L.

Mansur)

As rochas são formadas basicamente por minerais, que são substâncias sólidas, cristalinas e com uma composição química bem específica. Existem minerais tão macios como o talco e o gesso. Existem outros tão duros como o quartzo, o topázio, o córindon (que inclui a safira e o rubi) e, o mais duro e valioso de todos eles, o diamante. Alguns minerais são muito comuns como o quartzo, um dos principais componentes da areia das nossas praias. Outros minerais são mais raros e, por isso, muito caros. É o caso do ouro, da platina e das pedras preciosas (gemas). As rochas são formadas por um conjunto de minerais. Essas rochas podem ser compostas por um único tipo de mineral ou por diferentes tipos. De acordo com seu processo de formação, podem ser divididas em três grupos: ígneas ou magmáticas, metamórficas e sedimentares.

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Areia rica em quartzo com conchas – Saquarema, RJ (Foto: Kátia L. Mansur)


Capítulo 4

as rochas e os minerais

Você sabia? Petróleo, gás natural e carvão mineral tem origem orgânica, por isso, não são considerados minerais. petróleo: no Brasil, as maiores reservas estão na plataforma continental. Recente-

mente, foi encontrado no “Pré-Sal” (camada geológica que está abaixo de uma grande camada de sais no fundo do mar) grande quantidade de petróleo. gás natural: encontrado no subsolo, em

rochas muito porosas. Não deve ser confundido com o gás liquefeito de petróleo (GLP),

vendido em botijões, e que é um derivado do petróleo. carvão mineral: encontrado em minas

terrestres. É a mais antiga fonte de energia e muito utilizado na fabricação de aço e nas usinas termoelétricas.

Ígnea ou Magmática: formada a partir do magma que, ao se resfriar, endurece. Esse processo pode acontecer no interior ou na superfície da terra, como é o caso do magma expelido pelos vulcões (Granito e Basalto).

Sedimentar: formada pelo acúmulo de sedimentos (detritos como areia, argila, fragmentos de rochas e organismos), depósitos orgânicos (como os recifes de coral), por precipitação de sais (por evaporação como ocorre nas salinas) ou de carbonatos (como nas cavernas). Os fósseis, em geral, são encontrados neste tipo de rocha (Arenito e Calcário).

Afloramento de rocha magmática dique de diabásio (foto: Kátia L. Mansur)

rocha sedimentar – arenito (foto: Kátia L. Mansur)

forma-se a partir de transformações físicas e químicas sofridas por outras rochas, que podem ser ígneas, sedimentares ou até mesmo metamórficas. Essas transformações acontecem pelo calor e pressão do interior da Terra (Mármore, Ardósia e Pedra-Sabão).

rocha metamórfica - gnaisse

Capítulo 4

Metamórfica:

Imagens Rochas e afloramentos possuem tamanhos variados, desde aqueles que cabem na palma da mão até os de dimensões regionais. Como saber o tamanho aproximado do objeto em questão? É preciso que a foto mostre uma referência, isto é, algum objeto que possua dimensões conhecidas. É prática comum nas fotografias feitas por geólogos aparecerem escalas, ou seja, objetos como martelo, caneta, uma pessoa, etc.

(foto: Kátia L. Mansur)

Apesar de não serem considerados rochas, o petróleo e o carvão mineral também tem sua origem na litosfera. Em geral, o petróleo é formado de restos de vida aquática, como as algas e o plâncton, acumulados no fundo dos oceanos durante milhões de anos. As recentes descobertas de novos campos de petróleo, nas bacias petrolíferas de Campos e de Santos, fizeram do

importância dos recursos minerais

Brasil um país auto-suficiente nesse combustível. Já o carvão mineral geralmente se forma de plantas soterradas em terrenos pantanosos. Mas como esses processos de formação são muito lentos, a exploração desses recursos de forma descontrolada é preocupante e pode levar ao seu desaparecimento. Voltaremos a falar sobre esse assunto no último capítulo do livro.

A extração de minérios começa na retirada das rochas – mineração –, seguida de processamento para separar os minérios como ouro, prata e ferro. A mineração, mesmo sendo importante para a economia do país, tem um grande impacto no ambiente devido ao desmatamento e ao desmonte de morros e montanhas. Se não for feita com técnicas adequadas, pode gerar erosão e assoreamento de rios e lagos, ou contaminar o ambiente com produtos químicos. O caso mais conhecido é a extração de ouro em garimpos, com a poluição das águas e do ar com mercúrio, um metal tóxico tanto para animais como para o ser humano.

IMPORTÂNCIA DOS RECURSOS MINERAIS O Brasil é um país muito rico em recursos minerais. Nossa história está marcada por muitos eventos relacionados à exploração desses minerais, como o ciclo do ouro e do diamante. As jazidas de ferro em Minas Gerais e no Pará fazem do país um dos maiores produtores mundiais.

Não podemos nos esquecer da importância dos minerais usados na construção civil, como a areia, a brita, o saibro, a argila, para a produção de tijolos e telhas. Eles estão espalhados por todo o país e são minerais essenciais para os programas de habitação e saneamento básico, tão importantes para o desenvolvimento da sociedade.

O SOLO Junto com as rochas e os minerais, o solo é um elemento bastante presente na litosfera. Ele forma uma camada que recobre a superfície da Terra e serve de base principal para a produção de alimentos. É do solo que as plantas tiram os nutrientes que precisam para crescer e produzir os nossos alimentos, para

servir de comida para os animais, para produzir o algodão de nossas roupas, a borracha dos pneus, a madeira de nossos móveis, e assim por diante. E não é só isso, o solo também é um filtro que retira as impurezas da água das chuvas e fornece a água limpa que aflora nas nascentes e nos rios.

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Capítulo 4

formação do solo

Intemperismo O intemperismo está relacionado com intempéries, ou seja, com ações físicas ou químicas do ambiente, tais como chuva, abrasão, ressecamento, oxidação, aquecimento e resfriamento, dentre outros fatores. Quanto mais tempo a

rocha ficar exposta ao intemperismo, mais ela será modificada. Este processo pode chegar a milhares de anos, e graças a ele as rochas se transformam em solo. Uma maneira de demonstrar o intemperismo mesmo sem ter uma

rocha é achar uma parede que esteja sofrendo infiltrações, com a presença de mofo ou limo. Mostre aos alunos como estes elementos causam lentamente a degradação da parede, fazendo-os pensar no mesmo efeito nas rochas.

perfil do solo

FORMAÇÃO DO SOLO

Camada rica em húmus

O solo se forma a partir da combinação de cinco fatores: material de origem, clima, organismos, relevo e tempo.

Capítulo 4

Sugestão de atividade Procure perto da escola um perfil de solo. Pode ser em uma construção, um corte feito para a passagem de uma rua ou estrada. Nesta atividade, procure identificar as diferentes camadas de solo. Comece pela parte mais funda – lá estão os fragmentos da rocha que deu origem ao solo. Mais acima, o solo fica mais escuro e mais duro. Se tiver vegetação, os alunos poderão ver as raízes, insetos e pequenos animais. Se o perfil for muito raso, será possível ver apenas os horizontes mais superficiais.

O material de origem é uma rocha que, com o passar do tempo, vai sofrendo a ação da umidade, da temperatura e dos ventos e vai se partindo em pedaços cada vez menores. Chamamos esse processo de intemperismo. Logo em seguida, começa a ação dos organismos vivos (plantas, insetos, minhocas, pequenos animais e microorganismos), que continuam a transformar a rocha até ela virar partículas de areia (partículas maiores), silte (partículas intermediárias) e argila (partículas menores).

formação do solo: a rocha começa a se desgastar pela ação da chuva, do vento e do calor do sol. formamse fissuras e, com o tempo, a rocha se transforma. organismos vivos, fungos, algas, pequenos animais e as raízes das plantas atuam sobre a rocha desgastada. com o tempo, aparecem arbustos e árvores.

O relevo também influencia no tipo de solo que será formado, fazendo com que cada solo tenha uma combinação específica dessas três partículas. Esse

processo leva muito tempo para acontecer, pois cada centímetro de solo pode demorar até 200 anos para se formar. Observe o esquema acima.

rocha Rocha

Solos jovens

Solo maduro

PERFIL DO SOLO Com certeza, você já deve ter visto um buraco no solo. O que talvez você não tenha percebido é que a parede interna do buraco é toda dividida em camadas. Os cientistas chamam essas camadas de horizontes. Quando olhamos esses horizontes estamos vendo o perfil do solo. Nesse perfil estão registradas as

Húmus O húmus tem uma grande importância para o solo já que age mantendo as partículas juntas, retendo água e acumulando nutrientes para as plantas.

transformações pelas quais aquele solo passou – por isso dizemos que ele conta um pouco da sua história.

Quando observamos o perfil de um solo, começando pela superfície, geralmente encontramos as seguintes camadas: • Cobertura vegetal: formada pelas plantas que crescem sobre o solo. Abaixo dessa cobertura existe uma camada de restos de plantas (folhas, ramos e caules) que caem sobre o solo. É a matéria orgânica que começa a se decompor. Quando decomposta, essa matéria orgânica recebe o nome de húmus, que tem coloração muito escura e é fonte de nutrientes para as plantas em crescimento. é a primeira camada mineral do solo, onde existe a maior parte da vida e da matéria orgânica. É uma camada muito escura e formada por grãos bem arredondados (que os cientistas chamam de grumos). Nessa camada existem muitos microorganismos e organismos subterrâneos, como as minhocas. É a camada onde está a maior parte das raízes das plantas.

• Horizonte A:

Grumos Grumos são os pequenos agregados ou torrões, de forma arredondada e porosa, encontrados nas camadas mais superficiais do solo. Sua presença indica que o solo é saudável e tem muita atividade biológica.

é uma camada mineral de coloração muito viva (vermelho, amarelo, cinza) e com muito pouca matéria orgânica. Nessa camada, além de formigas e cupins, poucos organismos e raízes são encontrados.

• Horizonte B:

• Horizonte C: é a camada onde o material que deu origem ao solo ainda está

sendo desgastado.

é a camada onde encontramos o material de origem ainda na sua forma original.

• Rocha matriz:

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Capítulo 4

características do solo

atividade: perfil de solo

Parte mineral A parte mineral do solo é formada de partículas de tamanhos bem diferentes.As areias são as mais fáceis de se observar. O silte, muito raro nos nossos solos, deixa o solo suave. As partículas de argila, no

Quando observamos um perfil de solo, podemos deduzir qual a história daquele solo. Quanto mais profundo, mais tempo levou para se formar. Se for um solo cultivado, poderemos deduzir se o agricultor tratou bem ou mal o solo. Peça aos seus alunos para observarem outros perfis de solo perto de suas casas e perceber como são diferentes.

entanto, são microscópicas. Elas podem ser “sentidas” quando o solo gruda no sapato ou quando a gente escorrega na lama. Se pegarmos um pouco de solo na palma da mão, molharmos com um pouco de água e fizermos uma bolinha ou uma cobrinha e esfregarmos na mão, quanto mais argila tiver, mais ela vai grudar.

atividade atividade: tipos de solos

Procure perto da sua escola ou da sua casa um perfil de solo. Pode ser em uma escavação qualquer, em um barranco de estrada ou em uma construção. Assim que encontrar, observe como o solo é dividido em camadas, com cores diferentes. Se você olhar melhor vai perceber que existem diferenças de textura, umidade, maciez, e ainda a presença de raízes e de pequenos animais.

perfis de solo (fotos:

pedro freitas e amaury de carvalho filho)

O solo é formado por quatro componentes principais: a parte mineral (areia, silte, argila e fragmentos de rochas), a matéria orgânica, o ar e a água. O ar e a água estão presentes nos espaços vazios (poros) do solo. Juntos, eles representam praticamente metade do volume do solo. Quando o clima está seco, os poros estão ocupados com muito ar e pouca água. Quando chove, a água “expulsa” o ar dos poros e toma seu lugar. Por isso sentimos aquele cheiro de terra quando começa a chover. A cor do solo é um reflexo dos seus componentes. A areia é branca ou amarelada. A argila é vermelha, amarelo forte ou acinzentada. A matéria orgânica é bem escura. Combinando esses componentes temos solos de cores diferentes. Quanto mais escuro o solo, mais matéria orgânica contém e, consequentemente, mais nutrientes para as plantas.

A textura é resultado da combinação das partículas de Minerais tamanhos diferentes. Ar As areias são muito Água Matéria Orgânica fáceis de reconhecer por conta do grande tamanho dos seus grãos. O silte é uma partícula muito fina, como talco de bebê. A argila é tão fina que não conseguimos ver seus grãos, apenas quando estão agrupados.

Capítulo 4

CARACTERÍSTICAS DO SOLO

Os alunos separaram, no copo, as partes mineral e orgânica. O que flutua é o material orgânico mais grosseiro: raízes, folhas, ramos, insetos e pequenos animais. No fundo do copo estão as partículas sólidas mais pesadas e pedaços de plantas ainda frescos. Se a água estiver bem turva e escura, é o efeito do húmus. Se for vermelha, amarela ou cinza, é a cor da argila dissolvida. No solo seco retido na peneira estão as partículas mais grosseiras (agregados e fragmentos de rochas) e pedaços de raízes, folhas e ramos, além de alguns organismos.

No Brasil temos solos arenosos (menos de 15% de argila), solos argilosos (mais de 35% de argila) e os solos de textura média (entre 15 e 35% de argila). Mas, mesmo os solos argilosos são bem porosos e, por isso, a água escoa facilmente. Isto acontece por que os nossos solos são muito antigos e bem estruturados.

No solo que passa na peneira, estão as partículas mais finas. As mais claras são as areias. As mais escuras ou coloridas são agregados que contêm areia fina, silte, argila e a matéria orgânica.

atividade Vamos conhecer um pouco mais sobre os nossos solos? Para isso, sua turma deverá ser dividida em grupos. Cada grupo será responsável por coletar uma ou mais amostras de solo da região onde vocês moram. Então, escolha um local próximo e cave uns 10 cm. Pegue um pouco do solo e coloque em um saco plástico. Cole uma etiqueta no saco plástico informando o local de coleta, a data, a cor do solo, a textura e outras características que julgar importantes. Leve sua(s) amostra(s) para a sala de aula. • Em sala, coloque 2 ou 3 colheres do solo coletado em um copo com água e mexa com a colher. Deixe descansar por alguns minutos. Com a colher, retire as partículas que estão flutuando e coloque-as sobre um papel branco. Observe-as. Aproveite para observar a cor da água e o acúmulo de partículas no fundo do copo. Monte uma tabela com as características observadas em cada solo.

Para ajudar nesta atividade, consiga um pouco de areia de construção ou de praia e um pouco de argila usada para moldar.

• Pegue algumas colheres do solo coletado e coloque sobre uma folha de jornal. Deixe secar durante a noite. No dia seguinte, esfarele o solo seco com as mãos e passe-o por uma peneira sobre uma folha de papel branco. Observe, com uma lupa, as partículas que ficaram retidas na peneira e as que passaram para a folha. Monte uma tabela com os resultados obtidos. • Compare as tabelas construídas pelo seu grupo com as dos outros grupos. Se possível, exponha os solos coletados para que outras pessoas também possam observá-los.

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Capítulo 4

propriedade ou agricultor, é sempre Solo, água, plantas e animais estão sempre prejudicial ao ambiente. em equilíbrio. Entretanto, caso o solo perca sua cobertura devido ao desmatamento, Diferentes culturas exploram diferentes este equilíbrio pode ser quebrado em muito partes do solo e promovem uma pouco tempo. Para manter um solo com diversificação que melhora a saúde do qualidade para a produção, o agricultor solo. Por isso, a rotação de culturas deve usar práticas importantes como as tem sido muito utilizada. O consórcio técnicas de plantio em curvas de nível, os cordões de contornos e o terraceamento. Estes procedimentos evitam DEGRADAÇÃO DO SOLO a erosão e retêm os nutrientes que poderiam Todo solo mantém um equilíbrio próprio. ser carregados pelas A vegetação é fundamental para manter esse enxurradas. equilíbrio. A matéria orgânica, formada por folhas degradação do solo

secas, frutos maduros e galhos que caem sobre o solo, protege-o dos raios solares, das chuvas fortes e mantém sua umidade. Os microorganismos e os animais que vivem no solo, como as formigas, besouros e outros

Capítulo 4

A rotação de culturas e o descanso da terra proporcionam a recuperação do solo. Também devemos mantê-los sempre com cobertura, seja por plantas ou por restos de plantas (chamada de palhada). Sua importância é manter vivos e atuantes os organismos do solo e evitar a erosão. Quando o agricultor usa o manejo errado ou planta uma cultura não adequada para as características do solo, ele provoca erosão e o seu empobrecimento.

área em processo de arenização – luis eduardo magalhães, ba (Foto: Pedro Freitas)

com outras culturas é bom para culturas perenes. A arborização e o uso de leguminosas também é bom para as pastagens, e a rotação com outras culturas ou pastagem é muito bom na renovação dos canaviais. Sempre existe uma alternativa que promova a agrobiodiversidade.

acima: besouro (foto: Eduardo Gruzman)

ao lado: formiga

(foto: margi moss)

animais pequenos, transformam a matéria orgânica em húmus, que vai servir de nutriente para o crescimento de outras plantas. Ao retirarmos a vegetação, quebramos esse equilíbrio e colocamos todo o ambiente em risco. Outro problema muito comum são as queimadas que os agricultores fazem com a finalidade de limpar o terreno. O fogo mata as plantas, os animais e os microorganismos do solo, deixando-o pobre em nutrientes. Depois disso, geralmente o agricultor passa a usar ferramentas que não são boas para o manejo do solo, como os arados e as grades, que deterioram ainda mais a sua estrutura. À medida que isso vai acontecendo, vai se tornando cada vez mais difícil que um vegetal cresça ali.

Você já viu uma pastagem cheia de pequenos montinhos? São os cupins que vivem no solo e que estão indicando que alguma coisa não está correta. Os cupins são insetos que vivem em colônias. Os montinhos (ou murundus) são formados de solo misturado com a saliva dos cupins.

Monocultura A Monocultura é o cultivo sequencial de apenas uma espécie vegetal. Pode ser uma cultura anual (soja, milho, arroz, algodão etc.), ou uma semiperene ou perene (cana-de-açúcar, café, eucalipto, pinus, dendê etc.). A monocultura, independente da cultura ou do tipo de

Com o solo ruim, os predadores naturais desaparecem e começa a sobrar alimento para os cupins. As colônias começam a crescer demais e o cupim é obrigado a aumentar a sua casa, como se fosse mais um andar. Plantar uma só cultura (monocultura) também é muito ruim para o solo. Como cada cultura necessita de determinado tipo de nutriente, ao plantar a mesma cultura durante muito tempo o agricultor vai deixando o solo pobre naquele nutriente. Além disso, quando o agricultor cultiva apenas soja, ou

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murundus (foto: pedro freitas)

milho, os animais nativos tem dificuldade para se alimentar e encontrar abrigo, e acabam procurando outros locais, até mesmo invadindo áreas urbanas. Alguns insetos também se multiplicam pela abundância de alimento e a falta de predadores, e acabam se tornando pragas.


Capítulo 4

Voce sabia? O solo é um dos componentes da paisagem. Assim, quando se fala em degradação ambiental temos que ter em mente a paisagem como um todo: o solo, a água, a vegetação e os animais. Quando o equilíbrio ambiental é quebrado temos

poluição, secas, enchentes, ataque de pragas e de doenças etc. Normalmente, os fatores que afetam um componente da paisagem afetam também o equilíbrio da natureza. Os alunos devem entender este relacionamento e compreender que o ser humano não é só o causador de vários desequilíbrios, mas também o mais afetado.

Sem proteção e mal cuidado, o solo tem sua estrutura toda destruída, perde todos os nutrientes. Uma vez degradado, o solo deixa de exercer suas funções, em especial a de permitir o crescimento das plantas. Quanto mais degradado é um solo, mais fertilizantes e agrotóxicos são necessários para plantar naquele local. No final, o solo acaba poluído e improdutivo.

a erosão voçorocas: são sulcos ou ravinas profundos e que atingiram o lençol freático. É o resultado de uma concentração muito grande de água da chuva na forma de enxurrada que leva o solo para os rios e córregos. Aí, o solo é acumulado no processo de assoreamento. terraços: são camalhões ou canais cavados cortando as águas e tem a função de acumular água das enxurradas e evitar que a água escoe com muita energia e violência.

acima: algodão

(foto: Pedro Freitas)

ao lado: cultura de soja (foto: John Landers)

Os pesticidas são compostos químicos utilizados para controlar (matar) insetos, ácaros, ervas daninhas, fungos e outras formas de vida que atacam as lavouras. Quando usados com cuidado, não causam problemas. Mas quando esse uso é feito sem critério, surgem vários problemas: tanto para o solo e para a água, que acabam contaminados, como para quem aplica os pesticidas, e para quem, como nós, consumimos os alimentos produzidos.

Capítulo 4

degradação do solo

plantio direto: outras práticas tem a função de proteger o solo contra a energia das chuvas. Na agricultura moderna, o agricultor adota o plantio direto, evitando o uso de arados e grades no preparo do solo e mantendo o solo coberto. rotação de culturas:

consiste em alternar diferentes espécies vegetais em uma mesma área. Podem ser anuais (variando de ano para ano), mas podem ser dentro do mesmo ano e aí são chamadas de sucessão de culturas. Quando o agricultor planta duas culturas juntas na mesma área, ele faz um consórcio de culturas. O objetivo da rotação de culturas é evitar os males da monocultura e promover a agrobiodiversidade, que protege o solo contra a erosão e promove a atividade biológica do solo e a dinâmica da matéria orgânica.

A EROSÃO A erosão é o principal sinal de degradação do solo. Existem vários tipos de erosão: desde aquela bem leve, que só carrega a argila e a matéria orgânica da superfície do solo, até aquela mais intensa, que faz sulcos que podem até se transformar em ravinas ou em voçorocas, que são sulcos com vários metros de profundidade. A principal causa da erosão é a retirada da cobertura vegetal do solo. Sem essa cobertura, o solo sofre a ação direta das chuvas. Quanto mais forte for a chuva e maior

erosão (foto: amaury carvalho filho)

a inclinação do terreno, mais solo vai ser carregado pelas águas, formando enxurradas. A força das águas pode carregar o solo da superfície até o leito de rios ou lagos, tornando-os mais rasos e estreitos, causando o que chamamos de assoreamento. Além de poluir a água, o assoreamento provoca grandes enchentes, prejudicando todos que dependem de suas águas. Para prevenir a erosão, o agricultor deve adotar práticas de conservação. A principal delas é não desmatar as áreas mais perigosas, como a beira dos rios, as nascentes e aquelas com muita inclinação. Onde existirem plantações e pastagens, o agricultor pode fazer terraços para segurar a água que escorrer, e usar sistemas como plantio direto e a rotação de culturas, mantendo o solo bem protegido da chuva o ano todo com as culturas de cobertura. Mas não é só no campo que ocorre a erosão. Nas cidades e próximo às estradas e rodovias encontramos erosões muito fortes. Para evitá-las devemos sempre deixar uma parte do terreno com grama, árvores ou outras plantas. Assim, a água se infiltrará e não provocará erosão.

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Capítulo 4

como evitar a degradação do solo?

Você sabia? Quando pegamos um punhado de solo e colocamos na palma da mão, estamos pegando também muitos organismos vivos. O solo tem que ter saúde para que possa cumprir seu papel na natureza, por isso, podemos dizer que o solo é “vivo”. Quanto mais saudável o solo, melhor para o crescimento das plantas. Fornecendo os nutrientes e água necessários para este crescimento, os pequenos animais e os micro-organismos viverão melhor e melhor ele irá filtrar e permear a água da chuva para abastecer o lençol freático, as nascentes e os córregos.

Capítulo 4

O solo é também a base da vida nas cidades: para a construção de casas, escolas, edifícios ou indústrias e, principalmente, para a construção de parques e jardins, para o despejo de lixo e esgoto e para a filtragem de substâncias que causam poluição. Se não considerarmos, por exemplo, a capacidade de infiltração de água da chuva que o solo possui, estaremos mais sujeitos às enchentes, desmoronamentos, erosões muito severas etc. O mesmo solo que sustenta a vida pela produção de alimentos é utilizado nas áreas verdes da cidade. Assim, mesmo nas cidades, o solo deve ser sempre protegido com grama, plantas ornamentais e árvores.

atividade: simulador de erosão

Quando o simulador estiver pronto, os alunos poderão comparar as duas situações, percebendo a formação de sulcos de erosão na garrafa com solo descoberto. A água que escoa desta garrafa estará bem suja de solo e, por fim, haverá depósito de sedimento no vasilhame onde a água é coletada. Já na garrafa com

cobertura viva ou morta, a água irá escoar limpa. Isto mostra a importância da manutenção da cobertura do solo (viva ou morta) no controle da erosão, mostrando o efeito do desmatamento e da queima dos restos de culturas. Mesmo depois de terminada a simulação, peça aos alunos para acompanharem o secamento do solo, deixando as garrafas no sol.

atividade Você também pode observar as consequências da erosão do solo. Sabe como? Construindo um simulador de erosão. Para isso você vai precisar do seguinte material: • 2 garrafas PET grandes

• algumas sementes

• 2 recipientes transparentes

• regador

• um pouco de terra

• tesoura

Com a garrafa PET deitada, faça uma abertura na horizontal, conforme mostra a figura, formando uma pequena jardineira.

muitas horas. Aguarde alguns dias até que as sementes germinem e cresçam, regando sempre que for necessário.

Faça um buraco na tampa com aproximadamente 1cm de diâmetro. Repita o mesmo procedimento com a outra garrafa.

Leve as duas garrafas para um local aberto. Apóie a parte do fundo das garrafas em uma pedra ou tijolo, de modo que fiquem inclinadas. Com o regador, simule o efeito da chuva jogando bastante água sobre a terra, nas duas garrafas, até que a água comece a escoar pela tampa furada. Observe a cor da água que escoa de cada garrafa para os vasos. Discuta suas conclusões com seus colegas de turma.

Coloque terra nas duas garrafas e, em apenas uma delas, plante as sementes bem próximas umas das outras, formando fileiras com 0,5cm de distância entre elas. Coloque as duas garrafas em um local arejado e iluminado, evitando que receba sol direto por

COMO EVITAR A DEGRADAÇÃO DO SOLO? A forma mais eficiente e barata para preservar o solo é não tirar sua vegetação natural. Se isso já tiver acontecido, devemos plantar novamente árvores, pastagens ou alguma cultura que cubra e proteja o solo. Se alguma área está muito degradada, com muita erosão, temos que, antes de plantar, fazer um trabalho de recuperação. Os agricultores não devem usar o arado nem gradear o solo para plantar suas culturas. O ideal é fazer o plantio direto, ou seja, com o solo coberto com

restos de plantas, abrir um sulco, colocar o adubo e a semente e fechar rápido, deixando o solo protegido. Eles também não devem realizar queimadas em hipótese alguma, para não afetar os nutrientes do solo. Além disso, antes de utilizar pesticidas nas suas plantações, os agricultores devem analisar a intensidade e o prejuízo que a praga está causando e identificar qual o melhor produto ou inimigos naturais que podem combatê-la. Para isso, eles devem consultar um engenheiro agrônomo.

Se todos forem conscientes na hora de utilizar o solo, podemos preservar ao máximo esse precioso recurso natural 44 44


Capítulo 5

Capítulo5 conhecendo a hidrosfera

Capítulo5

O termo hidrosfera vem do grego hydro, que significa água, e sphere, que significa esfera. Assim, como a própria etimologia da palavra indica, a hidrosfera se refere à camada de água presente na Terra, isto é, o conjunto de todas as águas existentes em nosso planeta, incluindo não só a água dos mares, rios, lagos, mas também das geleiras, águas subterrâneas e outras águas.

conhecendo a hidrosfera

Foto: Lais Futuro

Você já parou para pensar porque o nosso planeta se chama Terra? Se considerarmos a quantidade de água que existe aqui, o planeta bem que poderia se chamar Água. Afinal, mais de 70% da superfície da Terra é coberta pelos oceanos. Mas como será que a água surgiu em nosso planeta?

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A quantidade de água é limitada – ela não aumenta e nem diminui. Ela apenas muda de fase e de lugar e está ficando cada vez mais poluída onde é abundante, ou está desaparecendo em muitos lugares onde já é escassa. Qual é o caso do lugar onde vivem os seus alunos?


Capítulo 5

Hidrosfera para uso em uma determinada região Sugestão de atividade É importante os alunos perceberem que chamamos de Recursos Hídricos. A Os alunos devem entender a importância a hidrosfera não se constitui somente hidrosfera, portanto, é um conjunto da água para a manutenção da vida no daquela água acessível, que utilizamos maior do que os recursos hídricos, já que planeta, começando com aquela que diariamente. A essa água superficial ou inclui a totalidade de água encontrada chega às suas casas, desde o momento subterrânea que se encontra disponível no planeta. em que se precipitou na forma de chuva, em algum lugar. Várias civilizações importantes surgiram e floresceram junto de grandes rios, dependendo deles para a sua sobrevivência. São ÁGUA NO PLANETA exemplos importantes as civilizações que se No primeiro capítulo, vimos que a Terra nos organismos vivos, representando mais de instalaram entre os rios se formou há aproximadamente 4,6 bilhões de 50% de sua constituição. Até nos nossos ossos Tigre e Eufrates, na anos. No início, quando ainda não havia nenhum encontramos água. E toda essa água que existe na Mesopotâmia (onde ser vivo por aqui, a superfície era formada por Terra forma aquilo hoje é o Iraque), às crateras e muitos vulcões. Cada vez que os vulcões que chamamos de entravam em erupção, lançavam vários gases na hidrosfera. margens do Rio Nilo atmosfera, incluindo vapor de água. Esse vapor (Egito), no vale do Rio foi se acumulando durante Amarelo (China) e muito tempo na atmosfera ao longo do Rio Indo que estava se formando. (Índia). Quando a temperatura da Faça uma lista, com seus alunos, dos diferentes usos da água e peça para eles pesquisarem sobre os rios perto de suas casas. Icebergs Os icebergs são grandes massas de gelo que flutuam nos oceanos. Essas massas normalmente se desprendem de geleiras presentes nos pólos da Terra, sendo por isso comumente encontrados nos oceanos glaciais: Ártico e Antártico. Sugerimos que os alunos investiguem a história do navio Titanic e o motivo pelo qual ele afundou.

Capítulo 5

água no planeta

Terra esfriou, os vapores se transformaram em nuvens e teve início um período de chuvas abundantes. A água dessas chuvas foi se acumulando nas crateras e depressões, dando origem aos primeiros rios, lagos e mares.

Mas será que só existe água nos rios, lagos, mares e oceanos? Hoje, encontramos água em praticamente todos os lugares do planeta. Nos icebergs, nas geleiras no alto das montanhas, em depósitos subterrâneos, chamados aquíferos, no ar, em forma de vapor, e até mesmo nos seres vivos. A água é a substância mais abundante em cima: geleira marinelli, terra do fogo, chile (foto: margi moss) no meio: rio na cordilheira dos andes (foto: margi moss)

embaixo: iceberg (foto: lais futuro)

ESTADOS FÍSICOS DA ÁGUA

A água pode ser encontrada na natureza em três estados físicos: sólido, líquido e gasoso. A existência da atmosfera terrestre, que mantém a temperatura do planeta mais ou menos constante, e a distância do nosso planeta em relação ao Sol possibilitam a ocorrência da água nesses três estados. Se a Terra estivesse localizada um pouco mais próxima do Sol, provavelmente só haveria água no estado gasoso, isto é, em forma de vapor. Por outro lado, se a Terra fosse um pouco mais afastada do Sol, toda a água do planeta estaria congelada, como acontece em Marte.

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Capítulo 5

importância da água

No Brasil, cerca de 75% da energia elétrica é produzida nas usinas hidrelétricas. É importante que os alunos entendam como a água é capaz de gerar a eletricidade que faz acender a lâmpada da sala de aula e funcionar a televisão de suas casas. Podemos

explicar, de forma simplificada, que nas hidrelétricas a água do rio é represada e armazenada a uma certa altura. Quando essa água cai, faz girar as pás de uma turbina, que movimenta um gerador produzindo energia elétrica, que é distribuída para as indústrias e residências.

IMPORTÂNCIA DA ÁGUA para a criação de animais e para a agricultura. Além disso, os rios e mares também eram uma importante fonte de alimentos: os peixes. Mas não é só isso. A água também é importante para a navegação, para a geração de energia nas hidrelétricas, para a recreação, entre várias outras utilidades.

Desde as primeiras civilizações conhecidas, o homem já percebia a importância da água. Os rios, por exemplo, sempre garantiram a sobrevivência humana. Deles era retirada a água para uso doméstico,

acima: hidrelétrica de itaipú (foto:

caio coronel/itaipú binacional)

ao lado: piscina pública (foto: patrick

Capítulo 5

No Capítulo 3 você aprendeu que a biosfera é uma fina camada da Terra onde existe vida. A hidrosfera é uma parte fundamental da biosfera, pois sem ela a vida simplesmente não poderia existir. Você já reparou a quantidade de água que você bebe em um dia? Uma pessoa pode suportar algumas semanas sem comer, mas apenas 4 a 5 dias sem beber água. Isso mostra o quanto a água é importante para nós e para todos os outros seres vivos. Ela é fundamental, pois transporta e dissolve as substâncias dentro dos organismos e ajuda a manter a temperatura do corpo em níveis constantes. Quando os cientistas espaciais investigam a possibilidade de haver vida em outros planetas, a primeira coisa que eles procuram saber é se naquele planeta existe, ou já existiu, água.

atividade: pluviômetro

goltsman moreno)

atividade Os cientistas calculam o volume de chuva em uma determinada região através de um equipamento chamado pluviômetro. Você também pode, facilmente, construir seu próprio pluviômetro caseiro. Para isso, você precisará do seguinte material: • 1 garrafa PET de 2 litros transparente • Caneta de retroprojetor ou pilot • Tesoura • Fita adesiva • Régua

Recorte a parte superior da garrafa PET e coloque-a invertida sobre a base, conforme mostra a figura. Com a fita adesiva, fixe as duas partes. Com o auxílio da caneta e da régua, faça um traço a cada 10 mm a partir da base da garrafa. Seu pluviômetro ficará como mostra a figura ao lado. Agora basta colocar seu pluviômetro em um local aberto e anotar diariamente a quantidade de água existente dentro do recipiente. Depois de alguns dias, compare seus resultados com os de seus colegas e calcule a quantidade média de água que caiu na sua região.

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O pluviômetro é usado para medir o índice pluviométrico, isto é, a quantidade de chuva que cai em uma determinada área em um intervalo de tempo. Nessa atividade, é interessante registrar a quantidade de chuva que cai durante um mês inteiro. Porém, para evitar a proliferação de larvas de mosquito e a perda da água por evaporação, procure registrar diariamente a quantidade de água e, em seguida, esvaziar o pluviômetro. Com a régua, os alunos irão medir a altura da água acumulada na garrafa. Como a área do pluviômetro é igual à área da garrafa PET, a leitura da régua dará uma boa aproximação do índice pluviométrico em milímetros. O índice pluviométrico mensal será a soma das leituras diárias. Você também pode comparar os dados registrados por sua turma com os dados oficiais da sua região e de outras regiões do País. Os alunos irão perceber que a chuva não se distribui igualmente pelas diversas áreas do Brasil.


Capítulo 5

Sugestão de atividade pa, vai para os grandes reservatórios naturais, O ciclo hidrológico ou ciclo da água Mostre a importância da infiltração da água que são chamados aquíferos. Isto garante que se refere ao contínuo movimento da no solo, única fase do ciclo hidrológico na a água continue a fluir nas nascentes e nos água entre os continentes, oceanos e a qual podemos interferir. É importante que rios, mesmo muito tempo depois de parar de atmosfera. Durante o ciclo, a água muda a água da chuva se infiltre no solo. A água chover. Converse com seus alunos sobre a não só de lugar, mas também de fase, que não se infiltra é rapidamente perdida e importância dos agricultores que deixam a ou seja, de estado físico. É importante vai causar erosão, enchentes e inundações. A vegetação natural ou que tratam bem o solo, relembrar aos alunos que a água pode água que se infiltra, além de permanecer lim- como vimos no Capítulo 4. ser encontrada na natureza em três estados físicos diferentes: sólido, líquido e gasoso. Por influência O CICLO HIDROLÓGICO da temperatura e da pressão, a água muda de Se a água é tão importante e nós a estamos sempre condensação, ou seja, passa do estado gasoso para o estado durante o ciclo consumindo, seja bebendo, tomando banho ou lavando líquido, formando assim as nuvens. O resto da história hidrológico, e cada louça, por que será que ela nunca acaba? A água está você já conhece: quando as nuvens estão carregadas, em contínuo movimento no planeta, formando aquilo isto é, com muita água, as chuvas caem. Parte da água mudança recebe um que chamamos de ciclo hidrológico ou ciclo da água. escorre superficialmente e vai direto para os rios, lagos nome específico: ciclo hidrológico

A quantidade total de água na Terra não aumenta, nem diminui, mas apenas muda de fase ou de lugar. A água que você usou hoje para escovar os dentes poderá daqui a alguns dias formar alguma nuvem no céu.

passagem da água do estado gasoso para o estado líquido. Exemplos: formação das nuvens; formação de gotículas de água na superfície externa de uma garrafa com líquido gelado. Evaporação: passagem

lenta da água do estado líquido para o estado gasoso. Exemplo: o calor do Sol secando uma poça; roupa secando num varal.

Capítulo 5

condensação:

Mas como acontece esse ciclo? Com certeza você já teve a oportunidade de ver uma chuva, e provavelmente percebeu que a água que cai vem das nuvens. Você já se perguntou de onde vem essa água que forma as nuvens? O Sol é o grande motor do ciclo da água do nosso planeta. Sua energia e seu calor provocam a evaporação da água que está na superfície terrestre, e o vapor resultante começa a se acumular na atmosfera. No alto, onde a temperatura é mais fria, o vapor é resfriado e sofre

e oceanos. Outra parte se infiltra no solo, abastecendo os aquíferos e aflorando pelas nascentes dos rios. ciclo hidrológico condensação e formação de chuva

vapor de água

precipitação transpiração

infiltração evaporação

aquífero manancial

atividade

Solidificação:

Vamos fazer uma atividade para entender melhor como se formam as nuvens e as chuvas? Para isso, você vai precisar apenas de um fogão ou fogareiro, uma panela com água e uma tampa de vidro. É importante que você peça ajuda a um adulto.

passagem da água do estado líquido para o estado sólido. Exemplos: um lago congelando; gelo se formando em um congelador.

Coloque a água para ferver, com cuidado, e deixe a panela fechada com a tampa de vidro. Assim que a água começar a ferver, deixe o fogo aceso por mais dois minutos e depois desligue. Observe que o vapor de água, ao encostar na tampa de vidro, condensa e forma gotículas de água. Com o tempo, essas gotas começam a cair de volta para a panela.

Fusão: passagem da água do estado sólido para o estado líquido. Exemplo: iceberg derretendo; gelo derretendo.

TRANSPIRAÇÃO E O CICLO DA ÁGUA

Você sabia que a água que forma as nuvens não vem apenas da evaporação dos rios, lagos ou oceanos? Ela também vem da transpiração dos seres vivos. Para se ter uma idéia, mais de 90% da água que uma planta absorve do solo é liberada na atmosfera em forma de vapor pela transpiração. Na Floresta Amazônica, por exemplo, a transpiração das plantas é responsável por cerca de 50% do processo de formação das chuvas, de forma que o desmatamento acaba influenciando também nos padrões de chuvas. Estudos recentes tem indicado que as chuvas estão diminuindo nas áreas muito desmatadas. 48 48


Capítulo 5

Rio Tocantins

Rio Paraguai

us Pur o Rio Ri Rio Gu apo ré

es s Pir Tele Rio

Rio Uru gua i

Rio Paranaiba Rio G rande

Amazônica

Paraná

Atlântico Trecho Sudeste

São Francisco

Norte/Nordeste

Uruguai

Tocantins/Araguaia

Atlântico Trecho Leste

principais bacias hidrográficas do brasil

águas que caem nos quintais de nossas casas e nas ruas de nossa cidade é muito importante. Com a ajuda do seu professor, observe o mapa acima e descubra em que bacia hidrográfica você está. Discuta um pouco sobre as características da sua bacia hidrográfica.

Capítulo 5

No Brasil existem várias bacias hidrográficas, como a Bacia do Rio Amazonas, Bacia do Rio São Francisco, Bacia do Rio Paraná, entre outras. O córrego ou rio que passa pela sua cidade pode fazer parte de uma dessas bacias. Saber em que bacia hidrográfica estamos localizados e para onde vão as

onas Rio Amaz

ira de Ma

Toda área abrangida por um rio principal e seus afluentes forma o que chamamos de bacia hidrográfica. Dessa forma, podemos dizer que uma bacia hidrográfica é um conjunto de terras, delimitadas por pontos altos do relevo, por onde escorre toda a água proveniente das chuvas e das nascentes.

vai sendo filtrada e fica cada vez mais limpa. Lençol Freático: é o nível superficial do aquífero. Tem este nome porque se parece com um lençol subterrâneo. Geralmente se refere aos reservatórios mais próximos à superfície e que estão em equilíbrio com os rios e córregos.

Rio Rio Pa Sã rna oF íba ran cis co

Rio N egro Rio J apurá

Como vocês viram, parte da água que cai das chuvas escorre superficialmente e vai direto para os rios, lagos e oceanos. Os rios começam em um ponto que chamamos de nascente. Mas um rio dificilmente é formado por apenas uma nascente. Outros cursos d’água, que chamamos de afluentes ou rios tributários, vão se juntando ao rio e formando um rio principal, que pode desaguar num outro rio ainda maior e depois no seu destino final, que é o mar.

Rio Xingu Rio A ragua ia

BACIAS HIDROGRÁFICAS

Rio Pa ran á

Nascente: local onde a água subterrânea brota, retornando à superfície do terreno e dando origem a um curso de água (rio,

córrego, riacho, arroio, lajeado, igarapé). curso de água que deságua em outro curso de água principal ou em um lago. Aquífero: significa reserva de água subterrânea. É formado quando a água da chuva se infiltra no solo. À medida que vai penetrando no solo, a água Afluente:

Rio Bra nco

Para que os alunos compreendam o que é uma Bacia Hidrográfica, é fundamental discutir alguns outros conceitos:

Rio Juruena Ri oT ap ajó s

bacias hidrográficas

Sugestão de atividade Para valorizar ainda mais a água, os alunos devem saber primeiro em que bacia hidrográfica eles vivem. Entregue uma cópia do mapa das bacias hidrográficas, encontrado na página 99, nos anexos, e peça aos alunos para identificarem onde vivem. Depois, peça que eles identifiquem para onde vai a água da chuva que cai em seus quintais, no telhado da escola e nas ruas da cidade. Para isso, peça aos alunos para identificarem os córregos ou rios que passam próximo da escola e perguntarem para os adultos para onde vão aquelas águas.

AQUÍFEROS: ÁGUA PURA E EM ABUNDÂNCIA Como já foi visto, nem toda a água que cai em forma de chuva permanece sobre a superfície terrestre. Uma parte dessa água infiltra-se no solo e forma uma reserva de água subterrânea que chamamos de aquífero. Quando um aquífero é pouco profundo, a sua parte superior é chamada de lençol freático.

À medida que a água vai penetrando em direção ao fundo, ela vai sendo filtrada pelos grãos presentes no solo, como a areia e a argila. Quando a água passa pelos pequenos espaços entre os grãos, a sujeira e os microorganismos ficam presos. Esse processo é bem parecido com o que ocorre no filtro de água da sua casa.

atividade: filtro d’água

A construção do filtro é importante para mostrar a capacidade do solo de fazer o seu papel na retenção de impurezas. Para isso, lembre seus alunos que é necessário que o solo esteja saudável. Somente assim a água chegará limpa ao aquífero. A matéria orgânica e a atividade biológica do solo é que são responsáveis pela capacidade do solo de filtrar a água.

atividade Vamos construir um filtro para entender como a água é filtrada? Para isso, você precisará do seguinte material: • 1 garrafa PET • 1 copo de areia • um pedaço de algodão • 1/2 copo de cascalho

• 1/2 copo de carvão moído (opcional)

Pegue a garrafa PET, corte-a ao meio e coloque a parte superior dentro da parte inferior, conforme mostra a ilustração. Depois coloque o pedaço de algodão na boca da garrafa. O algodão impedirá que a areia e o cascalho caiam. A seguir, coloque a areia e depois o cascalho. Se for usar carvão moído, divida a camada de areia em duas partes e coloque o carvão no meio. O seu filtro já está pronto!

cascalho

Areia Algodão

Agora é só colocar um pouco de água suja e perceber que ela vai sair transparente. Mas, atenção, esse filtro não garante que a água vai sair potável, pois ela ainda pode conter microorganismos.

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Capítulo 5

consumida na escola ou nas casas dos estar carregada de sais minerais ou outras Poços artesianos alunos é preciso perguntar na prefeitura substâncias.Pergunte aos alunos se eles A terra abaixo da superfície também se ou na empresa responsável pelo serviço. já viram algum poço usado para captação parece com um bolo. São camadas de Com a ajuda de um mapa, mostre para os de águas subterrâneas e investigue de que rochas muito compactas, entremeadas com alunos a distância que a água percorre. Se aquífero é retirada esta água. camadas de cascalho, areia, rochas com fravier de um rio, desenhe a bacia hidrográfica turas, fissuras ou cavernas. Os aquíferos se Sugestão de atividade de onde a água é coletada. Se for de um localizam nestas camadas. Para captar suas Para saber de onde vem a água que é aquífero, tente saber a sua extensão. águas é necessário construir um poço. A profundidade do poço vai depender da camada na qual a água está localiDevido a esse filtro natural, a Minas Gerais, São Paulo, Paraná, zada. Quando o aquífero água chega ao aquífero limpa e Santa Catarina e Rio Grande do Sul. pronta para o consumo humano. é muito profundo, quase Para alcançá-la, abrimos um poço Em algumas cidades, a água sempre é necessário até encontrarmos a água contida subterrânea retirada com poços o uso de bombas para dentro do solo. Se o poço for raso, profundos é a fonte mais importante retirar a água. Algumas significa que encontramos o lençol de água. Se você mora em capitais vezes, porém, a água freático. Em regiões do nordeste como São Luís, Maceió e Natal, está sob tal pressão que aquífero guarani brasileiro, onde a água superficial provavelmente a água que você ela jorra na superfície é escassa, essa prática é muito comum. Para alcançar bebe vem de um aquífero. Em alguns estados, como as águas mais profundas do aquífero, temos que cavar São Paulo, Maranhão e Piauí, a maior parte da água sem a ajuda de bombas. um poço com uma profundidade maior. Os poços também vem destes reservatórios naturais. Esse tipo de poço é que buscam água nestes aquíferos são chamados de chamado de artesiano. É poços artesianos. Além de ser importante fonte de captação de água importante lembrar que para o consumo humano, os aquíferos também são nem toda água retirada Os cientistas estimam que as águas subterrâneas são responsáveis pela manutenção da umidade do solo de poços é própria para até cem vezes mais abundantes que as águas encontradas e pela vazão da água em nascentes, córregos e rios. consumo, pois ela pode em rios e lagos. Um dos maiores e mais importantes Dessa forma, preservar os aquíferos, evitando a sua aquíferos

o uso da água

Os alunos devem entender que a água é um recurso indispensável para a sua vida. Ajude os alunos a fazerem uma lista com os usos da água.

Capítulo 5

aquíferos do mundo é o Aquífero Guarani. No Brasil, ele abrange os Estados de Goiás, Mato Grosso do Sul,

Como a água é um patrimônio de todos, mostre que a conservação dos rios, lagos e dos aquífero é obrigação de todos.

contaminação, é tarefa fundamental para a nossa sobrevivência e das futuras gerações.

Vamos fazer uma pesquisa para saber de onde vem a água que você consome em casa? Desenhe o percurso que ela faz desde o rio, reservatório, lago ou aquífero até a torneira da pia de sua casa.

O USO DA ÁGUA Agora que vocês já sabem como a água circula na natureza, é fundamental entender a importância de se preservar esse recurso. Vocês já viram que a água é indispensável para o nosso bem-estar. Usamos água diariamente para nossa higiene, consumo e até para recreação. Mas nem sempre nos damos conta da importância desse recurso. É verdade que a quantidade de água no planeta é sempre a mesma, não aumenta nem diminui. Porém, dependendo de como nós a utilizamos e de como cuidamos das nossas reservas de água e do nosso solo, podemos alterar a qualidade da água e torná-la imprópria para o consumo humano.

Utilizar a água com cuidado é um princípio de solidariedade – existe muita gente que vive com pouca água. Se não for bem cuidada e utilizada, a água pode faltar também para as futuras gerações. Por isso, precisamos utilizar a água como um recurso e precisamos conservá-la como patrimônio de todos.

Você que consome água todo dia, deve gostar de bebê-la quando ela está transparente, sem gosto e sem cheiro, não é? Cuidado, pois o fato de a água estar assim não basta para garantir que seja própria para o consumo. Substâncias tóxicas que não tem cor ou cheiro e microorganismos que causam doenças

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eta guarau, sabesp. (Foto: Odair Marcos Faria)


Capítulo 5

uso da água

Estação de Tratamento de Água (ETA) A água potável é aquela adequada ao consumo humano, sem cheiro e sem gosto e, principalmente, livre de micro-organismos e substâncias tóxicas. Nas cidades, a água, para se tornar potável, é tratada nas ETAs com produtos como cal e sulfato de alumínio, que

podem estar presentes nessa água. A água própria para o consumo humano, isto é, que não oferece risco à saúde, é chamada de água potável. Para ser considerada como tal ela deve obedecer a padrões de potabilidade. Se a água tem substâncias que modificam esses padrões, ela é considerada poluída e necessita de algum tipo de tratamento. Existem algumas maneiras de tratar a água. Em muitas cidades, a água captada dos mananciais passa

separam as partículas mais grosseiras. Depois a água é filtrada e misturada com produtos como o cloro, que matam os micro-organismos. O tratamento será tão mais difícil e mais caro quanto mais suja a água chegar na ETA. Por isso, é importante o trabalho dos agricultores, evitando a erosão e mantendo as matas ciliares nas bacias hidrográficas de captação.

por uma Estação de Tratamento de Água (ETA) antes de ser distribuída. O tratamento é feito em várias etapas, onde a água é basicamente filtrada e tratada com cloro, substância que elimina os microorganismos. Existem também alternativas caseiras para tratar a água, podendo-se utilizar filtros com vela de porcelana, ou ainda ferver a água. A fervura elimina os microorganismos presentes, tornando a água potável. Depois é só esperar que ela esfrie para poder ser consumida.

poluição da água

Chuva ácida A chuva ácida é formada pelos gases com enxofre e nitrogênio que carros e fábricas lançam na atmosfera. Quando chove, a água da chuva se mistura a esses poluentes e fica carregada de ácido sulfúrico e ácido nítrico, formando a chuva ácida. A chuva ácida contamina os rios, altera a composição química do solo, destrói florestas e lavouras e corrói construções e monumentos.

Agora que você já entendeu como a água potável chega até sua casa, você precisa saber para onde vai aquela água que você usou na pia, no chuveiro ou no vaso sanitário. Você já parou para pensar nisso? Pense nos rios, lagos ou lagoas que existem próximos a sua casa. Você acha que eles são limpos? Será que existe alguma relação entre esses fatos? Infelizmente, sim. No Brasil, cerca de 90% dos domicílios lançam seu esgoto no ambiente sem nenhum tipo de tratamento. Muitas indústrias, que são grandes consumidoras de água, também despejam nos mananciais o esgoto contendo compostos químicos e resíduos industriais. Quando o esgoto é jogado diretamente em córregos, rios e lagos, ele causa sérios problemas ambientais, como a mortalidade de peixes e a

poluição em rios (fotos: agência o globo)

Capítulo 5

POLUIÇÃO DA ÁGUA

contaminação de uma possível fonte de água potável. Além disso, a água contaminada também cria problemas de saúde pública através da transmissão de doenças, como cólera, amebíase, giardíase, vários tipos de diarréia, leptospirose, esquistossomose, meningite, hepatite, entre outras.

Estação de Tratamento de Esgotos (ETE) Infelizmente, apenas em poucas cidades brasileiras o esgoto (toda água suja proveniente das residências, comércio e indústrias) é tratado nas ETEs antes de ser devolvido ao ambiente, com a finalidade de não causar tantos impactos prejudiciais aos rios, lagos e lagoas.

De acordo com os dados da ONU (Organização das Nações Unidas), uma criança morre, no mundo, a cada 20 segundos, ou 1,6 milhões por ano, vítimas de doenças transmitidas pela água, principalmente a diarréia. Além da contaminação por esgoto, o ambiente também sofre com a chuva ácida. Carros e fábricas lançam na atmosfera gases com enxofre e nitrogênio. Quando chove, a água da chuva se mistura a esses poluentes e fica carregada de ácido sulfúrico e ácido nítrico, formando a chuva ácida. Ao cair na superfície terrestre, a chuva ácida contamina os rios, altera a composição química do solo, destrói florestas e lavouras e corrói construções e monumentos.

Saneamento básico Saneamento básico é o conjunto de medidas que visa garantir as condições sanitárias necessárias à qualidade de vida de uma população, prevenindo doenças e promovendo a saúde. Isso é feito, sobretudo, por meio da canalização e do tratamento do esgoto e pelo fornecimento de água tratada. Apesar de ser um serviço essencial, quase metade dos municípios brasileiros não contam com esses serviços.

Para resolver essas questões, é fundamental investir em saneamento básico, ou seja, assegurar as condições sanitárias necessárias à qualidade de vida de uma população, principalmente por meio da canalização e do tratamento do esgoto. Nas Estações de Tratamento de Esgoto (ETE), os componentes poluidores são separados da água antes dela ser despejada de volta no ambiente. As indústrias também precisam diminuir a liberação de gases poluentes para a atmosfera, evitando assim a formação de chuva ácida.

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Capítulo 5

a água pode acabar

Sugestão de atividade Existem várias atividades que podem ser utilizadas para mostrar aos alunos como é distribuída a água no planeta. Utilize uma que mostre como é pequena a porcentagem de água doce de fácil acesso. Veja que os dados a respeito são discordantes, mas o importante é saber que a maior parte é salgada ou inacessível.

a disponibilidade de água potável está diminuindo. A quantidade de água não muda, mas a sua qualidade sim. Por isso é fundamental debater com os alunos formas de utilização mais racional da água potável, para que ela não se torne um recurso escasso num futuro próximo.

Peça para os alunos listarem as atividades do seu dia-a-dia que consomem água. Depois, peça que eles listem atitudes que poderiam tomar para economizar água e evitar o desperdício. Por fim, peça-lhes para fazerem uma lista das coisas que podem ser feitas para diminuir a poluição da água.

A ÁGUA PODE ACABAR

Por mais que a compreensão do ciclo da água leve o aluno a concluir que a quantidade total de água na Terra não aumenta nem diminui, mas apenas muda de fase ou de lugar, é fundamental que ele perceba que

Capítulo 5

Mas, afinal, quanto ainda temos de água potável em nosso planeta? A maior parte da água do planeta, cerca de 97%, é salgada. São as águas dos mares e oceanos. Dizemos que a água é salgada porque contém muitos sais dissolvidos. Os outros 3% são de água doce. Mas essa água não tem açúcar. Ela é assim chamada porque contém uma quantidade muito pequena de sais e pode ser utilizada para muitas coisas, inclusive para beber.

Portanto, se apenas uma pequena parcela da água doce do mundo se encontra em locais de fácil acesso ou disponíveis para o consumo, torna-se fundamental cuidarmos bem dessa água para que, num futuro próximo, ela não se torne escassa.

À medida que a água se torna mais escassa no mundo, o desafio é descobrir como melhorar a sua utilização e gastar menos. É preciso mudar a visão de que a água é um recurso inesgotável. E Porém, de toda a água doce que existe no você, em sua cidade, pode dar a sua contribuição, planeta, apenas uma pequena parte se encontra não desperdiçando água e cuidando para que os rios, córregos e lençóis em locais de fácil acesso, freáticos não sejam como córregos, rios ou Distribuição de água no contaminados por esgoto. lagos. A maior parte Porcentagem planeta da água doce está no Água salgada 97,5% estado sólido, formando Converse com seu as geleiras e as calotas professor e com seus Água doce nas geleiras 1,75% de gelo situadas no Polo colegas e procurem Água doce nos aquíferos 0,74% Norte e no Polo Sul. discutir que medidas Água doce nos rios e lagos 0,006% Outra grande parte forma vocês podem tomar para Água doce na atmosfera 0,001% as águas subterrâneas evitar o desperdício de Fonte: Agência Nacional de Águas (ANA). presentes nos aquíferos. água. Abaixo seguem Observe o gráfico. algumas dicas:

CUIDANDO DA ÁGUA DO PLANETA

• Manter as torneiras bem fechadas. Uma torneira pingando significa a perda de aproximadamente 45 litros de água por dia. • Escovar os dentes com a torneira fechada. Uma torneira aberta durante 3 minutos desperdiça até 23 litros de água. • A lavagem do carro é mais econômica se for realizada com balde e esponja. Dessa forma, o consumo será de 20 litros. • Todo banho demorado implica em consumo exagerado de água – dez minutos são mais que suficientes para uma boa higiene corporal. Mais do que isso é desperdício. • Cada descarga nos vasos sanitários chega a gastar 19 litros de água. Deve-se evitar descargas desnecessárias e prolongadas. • Nunca lavar as calçadas com jatos de água de mangueira. • Ao usar máquinas lava-louças ou lava-roupas, utilizá-las no nível alto com o máximo de roupas/louça possível.

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Capítulo 6

Uma das características que torna a Terra um planeta único no sistema solar é a composição de sua atmosfera. Outros planetas, como Vênus e Marte, também possuem uma camada de gás em torno de sua superfície. No entanto, sua composição química não possibilita o desenvolvimento da vida como nós conhecemos. A nossa atmosfera é muito rica em oxigênio, que é um gás altamente reativo e instável. Se a composição da conhecendo a atmosfera dependesse apenas do equilíbrio atmosfera físico-químico dos gases que a compõem, teríamos baixíssimos níveis de oxigênio e elevadas taxas de gás carbônico e outros gases inertes. A Foto: Alain Draeger importância dos seres vivos na manutenção da composição atmosférica é crucial, sobretudo no que diz respeito aos vegetais e ao processo de fotossíntese. Neste capítulo discutiremos os aspectos físicoquímicos da atmosfera, sua importância para os seres vivos e os cuidados que devemos ter para preservála. Trabalhe com os alunos a noção de que nós estamos o tempo todo interagindo e modificando a atmosfera através de nossos processos vitais, como a respiração, e como as atividades humanas podem Você já se perguntou por que o céu é influenciar, positiva azul? E o que são as estrelas cadentes ou negativamente, a que vemos no céu à noite? É muito camada de gás que nos provável que você já tenha feito essas envolve. perguntas. Neste capítulo você entenderá essas e outras questões relacionadas à atmosfera, uma importante camada que envolve o nosso planeta.

Capítulo6 conhecendo a atmosfera

Capítulo6

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Capítulo 6

a atmosfera terrestre

Sugestão de atividade Motive os alunos a proporem hipóteses para o fato de a Terra ter atmosfera e a Lua não. Na Lua, assim como na Terra, existem alguns gases. Porém, como a massa da Lua é bem menor que a da Terra, a gravidade é bem mais fraca e, consequentemente,

os gases se dispersam no espaço. Já na Terra, a força da gravidade é grande o suficiente para manter os gases próximos à superfície. Na Lua, em função da ausência de atmosfera, meteoros e outros corpos celestes se chocam contra a superfície com muita força, dando origem a enormes buracos conhecidos como crateras.

A ATMOSFERA TERRESTRE

Capítulo 6

Quando o homem pisou na Lua pela primeira vez, você provavelmente ainda não era nascido, afinal, isso ocorreu em 20 de julho de 1969. Mas você já deve ter visto esse evento em filmes ou em fotografias, e pôde perceber que os astronautas americanos, ao saírem da nave, estavam usando roupas espaciais. Uma das razões para os astronautas usarem esses trajes é o fato de que na Lua não há atmosfera como na Terra, não estando disponível oxigênio nem qualquer outro gás necessário à manutenção da vida. O traje espacial fornece aos astronautas o oxigênio que eles precisam para sobreviver.

no alto: homem na lua. em cima: o halo da atmosfera da terra: (fotos: nasa history office and

the nasa jsc media services center)

Em nosso planeta não precisamos usar essas roupas, afinal, temos todo o oxigênio que precisamos. O oxigênio junto com os outros gases, como nitrogênio e gás carbônico, formam uma fina camada que envolve a Terra, chamada atmosfera. Mas como esses gases surgiram na Terra? Já vimos que no início da história do nosso planeta haviam muitos vulcões. A cada vez que eles entravam em erupção, lançavam muitos gases na atmosfera que estava se formando. No início não havia oxigênio, porém, após o surgimento dos primeiros seres fotossintetizantes, as cianobactérias, começou a se produzir o oxigênio. Parte desse oxigênio, também formou o ozônio que está presente na nossa atmosfera até hoje.

O AR QUE RESPIRAMOS A atmosfera é fundamental à vida na Terra, pois cria as condições necessárias ao desenvolvimento da vida. Ela protege os seres vivos dos raios ultravioletas

vindos do Sol, ajuda a manter a temperatura do planeta em níveis constantes e impede que o planeta seja constantemente atingido por meteoritos.

AS ESTRELAS CADENTES Você alguma vez já viu uma estrela cadente caindo do céu? Na verdade elas não são estrelas, mas sim meteoritos que, ao entrarem na atmosfera terrestre, se chocam violentamente contra os gases e esquentam a tal ponto que pegam fogo e fazem um “risco” no céu. Se não fosse a atmosfera, esses pedaços de rocha cairiam sobre a Terra. Já imaginou o estrago que seria? 54 54

estrelas cadentes em évora, portugal, 2007 (foto: koen miskotte)


Capítulo 6

composição da atmosfera

Você sabia? A respiração não é uma atividade exclusiva dos animais. A maior parte dos seres vivos também respira, inclusive os vegetais. Esses últimos, quando há luz do Sol, realizam tanto a fotossíntese como a respiração,

absorvendo oxigênio e liberando gás carbônico. Mas, na ausência de luz, as plantas realizam apenas a respiração. No entanto, se grande parte dos seres vivos apenas realiza a respiração, por que a quantidade de oxigênio na atmosfera não diminui? Porque os vegetais, principalmente as algas

marinhas e as plantas de crescimento rápido, liberam uma quantidade de oxigênio maior do que a quantidade que absorvem.

Unidade relativa do ar A umidade relativa do ar se refere à quantidade de vapor de água presente no ar, que pode variar de acordo com a região, estação do ano, COMPOSIÇÃO DA ATMOSFERA temperatura e ao longo do dia (quanto mais Os gases que compõem a atmosfera também são Dessa forma, apesar da quantidade de alguns gases quente, mais baixa é fundamentais. O oxigênio, por exemplo, é utilizado variar de um lugar para outro, a proporção dos gases a umidade relativa do nos processos respiratórios dos seres vivos, não da atmosfera não varia muito, permanecendo em ar). Em Brasília, onde só dos animais mas também das plantas e dos níveis mais ou menos constantes. Observe o gráfico microorganismos. Os seres utilizam o oxigênio para a umidade relativa produzir a energia de que precisam para sobreviver. Gases Além dos do ar é muito baixa Porcentagem Podemos passar alguns dias sem nos alimentar Nitrogênio (N ) gases, também 78% na estação seca, o e sem ingerir água, mas não podemos suportar Oxigênio (O ) encontramos 21% Lago Paranoá, um 0,04% alguns minutos sem respirar. O gás carbônico, Gás carbônico (CO ) na atmosfera Vapor de água (H O) ao redor de 1% lago artificial, ajuda a por sua vez, é fundamental para a fotossíntese Outros gases e vapor de água. 0,002% aumentar a umidade das plantas, processo no qual elas produzem as impurezas Esse vapor moléculas que utilizam tem origem da relativa do ar. Procure para obter energia. Já o transpiração dos em jornais ou em sites nitrogênio é absorvido animais e vegetais e do processo da Internet dados sobre pelas plantas e utilizado respiratório dos seres vivos. a umidade relativa do para a fabricação de suas Podemos perceber esse vapor ar em sua cidade e, em proteínas, fundamentais quando damos uma baforada em seguida, questione os na formação do corpo dos um espelho. Se você nunca fez alunos sobre a origem vegetais. isso, tente. Você vai perceber Nitrogênio que o espelho fi ca embaçado e se desse vapor. O vapor Oxigênio Mas por que o formam pequenas gotículas na sua Outros gases de água é resultante da oxigênio nunca acaba já superfície. Essas gotículas são vapor evaporação das águas que a maioria dos seres de água liberados na respiração. dos mares, rios e lagos, vivos o utiliza? A resposta é simples: durante o sobretudo pela ação do dia as plantas realizam a fotossíntese, absorvendo Algumas regiões do nosso país, como o Rio de calor solar e também o gás carbônico que está na atmosfera e liberando Janeiro, por ter muito vapor de água no ar apresentam da transpiração dos oxigênio. O gás carbônico, por sua vez, absorvido um alto índice de umidade relativa. Já outras regiões, pelas plantas na fotossíntese, não acaba pois cada como é o caso de Brasília no inverno, costumam ter seres vivos. 2

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Capítulo 6

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vez que os seres respiram, liberam-no de volta à atmosfera.

baixa umidade relativa, por isso dizemos que o ar de lá é muito seco.

ARCO-ÍRIS E O AZUL DO CÉU A luz do Sol que chega à Terra é formada por várias cores, as 7 cores do arco-íris. Ao se chocarem com o vapor de água existente na atmosfera, as cores da luz se separam e se espalham. É por isso que é comum vermos o arco-íris no céu quando o Sol aparece após uma chuva. (foto: alain draeger)

Cada uma das 7 cores se espalha pela atmosfera em diferentes velocidades. Como o azul se espalha com mais facilidade do que as outras cores, ele predomina no céu. 55 55


Capítulo 6

Você sabia? Sugestão de atividade Estratosfera Incentive os alunos a pesquisarem mais inOs aviões quando percorrem grandes Ao falar sobre a estratosfera, destaque a formações sobre as camadas da atmosfera. É distâncias, voam na estratosfera, a segunda importância da camada de ozônio. O ozônio importante que ele perceba que não há limites camada. Assim, conseguem evitar as é um gás que forma uma fina e frágil bruscos entre as quatro camadas (troposfera, chuvas, trovões e outros fenômenos camada em volta da Terra. Ela protege estratosfera, mesosfera e termosfera). A meteorológicos restritos à troposfera. animais e plantas dos raios ultravioleta transição entre as camadas é gradativa, não emitidos pelo Sol, atuando como um havendo uma linha divisória nítida entre elas. filtro ante esses raios nocivos à saúde dos seres vivos. O lançamento de substâncias químicas na atmosfera, principalmente CAMADAS DA ATMOSFERA produtos que contêm CFC (clorofluorcarbonetos), Olhando para o céu, você consegue imaginar qual é A troposfera vai da superfície do solo até usados em alguns sprays, o tamanho dessa imensa camada que envolve a Terra? aproximadamente 12 quilômetros acima do nível gases de geladeiras e de Não é tão grande quanto você deve estar imaginando. do mar. O ar que respiramos e os fenômenos A atmosfera tem uma extensão aproximada de meteorológicos, como nuvens, trovões e tornados, ar-condicionados antigos, 800 km. É aproximadamente a distância entre as concentram-se nessa camada. destroem as moléculas cidades de Brasília e Belo Horizonte. de ozônio, permitindo A camada seguinte, situada aproximadamente uma maior passagem de Ao longo de sua extensão, a atmosfera possui entre 12 e 50 km de altitude, também é muito raios ultravioleta para a composição e características variadas. Assim, importante para a vida no planeta, pois é na superfície da Terra. As devido a essas diferenças, a atmosfera é divida estratosfera que ocorre a formação do ozônio. Como consequências podem em 4 camadas ou faixas: troposfera, estratosfera, vocês já sabem, em volta da Terra há uma frágil mesosfera e termosfera. camada de um gás chamado ozônio, que protege ser graves: câncer de animais, plantas e seres humanos filtrando os raios pele, que mata milhares ultravioletas emitidos pelo Sol. Sem a camada de de pessoas por ano em ozônio, esses raios nocivos poderiam aniquilar todas Termosfera todo o mundo, além de as formas de vida do planeta. Mesosfera outras doenças de pele Estratosfera e de visão. A radiação A mesosfera está situada entre 50 e 85 km de Troposfera ultravioleta afeta também altitude. Como não há gases ou nuvens capazes de absorver a energia solar, a temperatura é extremamente o sistema imunológico, fria, chegando até a -90ºC em seu topo. A termosfera causando doenças é a última e a mais extensa camada. Nesta região a como herpes. Reforce a quantidade de gases é muito pequena e a temperatura necessidade de se evitar volta a subir, podendo atingir mais de 1.700° C. a exposição ao Sol nas horas em que ele está muito forte, assim como a TEMPO E CLIMA importância da utilização dia chuvoso de filtros solares. Entre as quatro camadas que constituem a (foto: editora Capítulo 6

camadas da atmosfera

atmosfera, aquela que mais nos afeta, sem dúvida, é a primeira camada. Você alguma vez já não deixou de fazer um programa por causa da chuva? Ou então, num dia de forte calor, não sentiu um alívio por causa daquele ventinho fresco. Pois esses fenômenos ocorrem na troposfera. O prefixo “tropo” significa mudança. Assim, todas as condições que ocorrem nessa camada influenciam as condições do tempo e do clima de uma determinada região ou local.

Troposfera Apesar de a troposfera ser bem fina em relação às demais camadas da atmosfera, o ponto mais alto da Terra, o Monte Everest, com 8.844 metros de altitude, ainda se encontra nessa primeira camada, já que a troposfera vai da superfície do solo até cerca de doze quilômetros acima do nível do mar.

O clima é um conjunto de condições atmosféricas, como temperatura, chuvas e ventos, características de uma determinada região do planeta, e que costumam se repetir durante um longo tempo. Próximo aos pólos, por exemplo, o clima é frio, enquanto no Equador o clima é mais quente. Já o tempo se refere às condições atmosféricas de um lugar num determinado momento. Ele é local e

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pollux)

estação meteorológica (foto: davide maegelli)

acontece a curto prazo. Se chover na sua cidade na próxima quintafeira, isto é o tempo. Mas se você diz que a sua cidade é sempre quente e ensolarada, isso é clima. Entender o clima e o tempo é tarefa fundamental não só para os meteorologistas (cientistas que fazem a


Capítulo 6

tempo e clima

Sugestão de atividade Para ajudar os alunos a entender a diferença entre tempo e clima, proponha uma atividade em que eles primeiro devem responder sobre o clima da cidade: se é quente ou frio; úmido ou

seco; se venta muito ou não. Depois pergunte a eles sobre como está o tempo naquele dia. A partir dessa atividade eles poderão entender que Tempo é o estado momentâneo das condições atmosféricas, enquanto Clima é o estado médio dessas condições em uma escala de tempo maior.

previsão do tempo), mas também para qualquer um que dependa das condições climáticas para realizar as suas atividades. Um agricultor, por exemplo, planeja suas atividades baseadas nos fenômenos climáticos locais. É importante ele conhecer o clima local e com isso planejar a sua atividade agrícola, isto é, a época de plantar e a época de colher. Para um piloto de avião é fundamental saber as condições do tempo antes de decolar, e assim não sofrer nenhum tipo de imprevisto.

Você sabia? O clima atualmente é um tema tão importante que a Organização das Nações Unidas (ONU) realiza anualmente uma Convenção do Clima, onde os países membros discutem as questões mais importantes sobre mudanças climáticas. A primeira convenção mundial aconteceu em 1992.

Para diagnosticar e prever as condições atmosféricas é necessário monitorar algumas variáveis climáticas, tais como: temperatura; direção e velocidade do vento; umidade do ar precipitação (quantidade de chuvas); radiação solar; entre outras. Todo esse trabalho é feito nas estações meteorológicas, que possuem diversos instrumentos que realizam as medições dessas variáveis.

atividade Que tal agora montar uma pequena estação meteorológica na sua escola ou no quintal da sua casa? Não é tão difícil quanto você imagina. Lembre-se que no capítulo passado você já construiu um pluviômetro. Esse será o primeiro instrumento da sua estação. Além do pluviômetro, você vai construir também uma biruta e um coletor de material particulado.

atividade: estação meteorológica

A biruta é utilizada para verificar a direção e velocidade do vento. Para construí-la você precisará dos seguintes materiais: • um pano com 60cm de comprimento e 10cm de largura; • uma haste de madeira (pode ser um cabo de vassoura);

Prenda a fita de pano em uma das extremidades da haste, e a outra extremidade você prende na base. Depois, marque na base os pontos cardeais (norte, sul, leste, oeste). Com a ajuda de uma bússola, posicione a biruta na direção correta. Quando ventar a fita irá apontar na mesma direção do vento. Dependendo da força com que ela balança, é possível identificar a intensidade do vento: fraco, médio ou forte.

Capítulo 6

• uma base para esta haste;

O coletor de material particulado é um usado para medir a poluição presente na atmosfera. Para construí-lo, você precisa de: • um recipiente plástico com capacidade aproximada de 500 gramas (pode ser um pote de margarina); • uma base de madeira ou papelão; • alguns filtros de papel para café.

Recorte o filtro de papel em vários quadrados de 5 cm de lateral, e prenda apenas um na base de madeira ou papelão. Depois pegue o recipiente plástico e faça alguns cortes para que o ar circule em seu interior. Coloque o recipiente sobre a base, com a boca para baixo, cobrindo o papel. Depois de um dia, observe a quantidade de partículas de poeira presas sobre o papel. Lembre-se de trocar o papel após cada observação. Agora que você já tem seus três instrumentos, você deve anotar em uma tabela, uma vez por dia, os dados obtidos por cada um deles. Faça as medições durante um mês, preferencialmente sempre no mesmo horário, e depois compare com os dados oficiais registrados para a sua cidade.

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Para enriquecer o aprendizado sobre as Estações Meteorológicas e Meteorologia, é interessante não só realizar a atividade proposta no capítulo (montagem de uma estação meteorológica e medição das variáveis climáticas), mas também tentar visitar uma estação meteorológica ou um centro de previsão de tempo e clima. Lá, os alunos poderão aprender mais sobre o funcionamento de cada instrumento, suas unidades de medidas, o que são centros de altas e baixas pressões, tipos de nuvens, códigos meteorológicos, além de outras informações que auxiliam os meteorologistas a fazerem previsões sobre o tempo.


Capítulo 6

130 governos para realizar avaliações Eras glaciais regulares sobre mudanças climáticas. As eras glaciais, ou glaciações, são Em 1990, 200 cientistas participaram do fenômenos climáticos naturais que primeiro relatório produzido pelo órgão. ocorrem ao longo da história da Terra, À época, eles alertaram que o mundo aproximadamente a cada 50 mil ou 100 precisava reduzir de 60 a 80% a emissão mil anos. Trata-se de um período de frio dos gases causadores do efeito estufa, intenso, em que a temperatura média do para restabelecer o equilíbrio climático planeta fica mais baixa, provocando o aumento das geleiras nos pólos e um grande acúmulo de gelo em regiões O AQUECIMENTO GLOBAL montanhosas. Enquanto, atualmente, as geleiras Atualmente, os meteorologistas, assim como toda a ocupam cerca de 10 % comunidade científica, estão preocupados não só com da área total do planeta, a previsão do tempo, mas também com outro tema nos períodos glaciais bastante alarmante: o aquecimento global. Você com certeza já ouviu falar sobre isso nos jornais, na televisão o gelo chega a cobrir ou na sua escola. O aquecimento global é um dos assuntos 32% dos continentes mais importantes da atualidade, pois, no futuro, poderá e 30% dos oceanos. trazer conseqüências para a nossa qualidade de vida e, Durante as eras glaciais, quem sabe, comprometer a própria sobrevivência da em função da queda de espécie humana na Terra. temperatura, ocorrem grandes alterações O aquecimento global é um fenômeno climático que consiste no aumento da temperatura média da superfície nas formas de vida no terrestre. Ao longo dos milhões de anos de existência planeta, já que apenas da Terra, o clima do planeta mudou várias vezes. Essas as espécies adaptadas mudanças no clima, como as que aconteceram nas eras ao frio conseguem glaciais, podem ser causadas por fenômenos naturais, sobreviver. Nesse como atividade vulcânica, mudanças naturais na momento, pode ser composição da atmosfera, variações na vida vegetal que cobre o planeta, entre outras. Isso acontece de forma interessante assistir, natural e em longos períodos de tempo. com os alunos, ao filme “A Era do Gelo” Porém, atualmente, o termo mudança climática é (Distribuição: 20th usado para descrever as transformações que as atividades Century Fox Film humanas provocaram no clima global nos últimos cem Corporation), e pedir anos e as que ainda vão acontecer nos próximos anos. O que eles produzam aquecimento global, portanto, apesar de ser um processo natural que já aconteceu antes, tem sido acelerado pelas um texto relatando as atividades humanas. principais diferenças entre o período glacial e Em função do desmatamento das florestas e da a época atual. Capítulo 6

aquecimento global

queima excessiva de combustíveis fósseis como o carvão, petróleo e gás natural, a temperatura média da Terra está aumentando a níveis maiores do que os previstos para mudanças naturais. A década de 90 foi a mais quente dos últimos mil anos nos países do hemisfério norte.

IPCC O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) é um órgão composto por delegações de

na Terra. Em 2007, o IPCC divulgou um novo relatório, indicando que a temperatura da Terra poderá aumentar entre 1,1 e 6,4 graus Celsius até 2100. O aquecimento previsto reduzirá a cobertura de neve e as calotas polares, podendo provocar a elevação do nível do mar em até 1,5 m.

derretimento de geleiras (foto: lais futuro)

Segundo os cientistas do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), a temperatura média do planeta subiu 0,7 ºC no último século e poderá sofrer, entre 2001 e 2100, um aumento entre 1,1 ºC e 6,4 ºC. Um aumento de temperatura tão intenso em poucos anos pode trazer muitas consequências para nosso planeta. Provavelmente, o que você mais deve ter ouvido falar sobre o derretimento do gelo presente nos pólos e nas geleiras, é que deverá provocar a elevação do nível do mar e o possível desaparecimento de inúmeras cidades litorâneas. Mas além disso, o aquecimento global provoca também um aumento da intensidade de eventos climáticos extremos, como furacões, tempestades tropicais, enchentes, secas profundas, nevascas, entre outros. Tudo isso compromete a biodiversidade do planeta e faz surgir novas pragas e doenças. Mas porque as atividades humanas estão provocando essas mudanças climáticas? Que atividades são essas? O que nós podemos fazer para reverter esse quadro? Para responder essas perguntas, é fundamental, antes, entendermos o efeito estufa.

SENTINDO OS EFEITOS DO AQUECIMENTO GLOBAL Já podemos perceber alguns danos causados pelo aquecimento global. Os poluentes lançados por indústrias dos EUA, Canadá e Europa causaram uma das principais secas da história da humanidade. A poluição gerada nesses países teria reduzido de 20 a 50% o volume de chuvas no Sahel, (região da África próxima ao deserto do Sahara), causando a morte de 1 milhão de pessoas por fome. Esses dados mostram que as fronteiras geográficas do planeta não impedem que a poluição se alastre. 58 58


Capítulo 6

Isso acontece porque os raios do Sol entram pelas janelas do carro, e uma parte de seu calor é absorvida pelos assentos, painel, carpete e tapetes. Quando esses objetos refletem o calor não absorvido, ele não sai pelas janelas por completo. Uma parte fica retida no interior do carro. O calor

o efeito estufa

Para os alunos compreenderem melhor o efeito estufa na Terra, podemos fazer uma analogia comparando o nosso planeta com um carro estacionado ao Sol. O carro fica sempre muito mais quente no seu interior do que a temperatura ambiente externa.

irradiado pelos assentos é de um comprimento de onda diferente da luz do Sol que entrou pelas janelas. Então, a quantidade de energia que entra é menor do que a quantidade de energia que sai. O resultado é um aumento gradual na temperatura interna do carro.

No Brasil, as elevações médias de temperaturas em torno de 4 ºC nos últimos anos também teve sérias conseqüências. No Centro-Oeste, Nordeste e Norte houve redução de chuvas no inverno e na primavera, encurtando assim o ciclo do trigo e do milho e reduzindo a produtividade.

O EFEITO ESTUFA O efeito estufa, na verdade, sempre existiu e não é necessariamente ruim. Pelo contrário. Ele é um fenômeno natural que ajuda a manter o planeta aquecido, deixando a temperatura da Terra em níveis ideais para que a vida continue. O problema é que a poluição do ar provocada por diversas atividades humanas aumentou a concentração dos gases do efeito estufa liberados na atmosfera, principalmente do gás carbônico. Com isso, a barreira de gases estufa presente na atmosfera se torna mais grossa e acaba prendendo mais calor. O resto não é difícil de entender: quanto mais calor fica aprisionado, mais quente vai se tornando a Terra, levando ao aquecimento global. calor perdido para o espaço

energia solar refletida

Capítulo 6

O efeito estufa nada mais é do que o aquecimento da Terra em virtude da presença de certos gases na atmosfera. Parte da energia solar que chega à atmosfera do nosso planeta é refletida de volta para o espaço. Outra parte, no entanto, atravessa toda a atmosfera e chega até a superfície terrestre, sendo absorvida pelas plantas, pela água e pelas rochas. A superfície terrestre, por sua vez, não usa toda energia que recebe do Sol, e manda de volta para o espaço parte dessa energia em forma de calor. O que acontece é que certa quantidade do calor não consegue sair, ficando aprisionado na atmosfera por conta da presença de alguns gases, os gases do efeito estufa (gás carbônico, metano, óxido nitroso, etc.). Esses gases, portanto, permitem que a luz solar atinja a superfície terrestre, mas bloqueiam a saída do calor irradiado pela Terra.

gases estufa

energia solar queimadas

calor produzido na superfície terrestre

poluição industrial

calor retido

queima de combustível

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Aquecimento global Sem dúvida, o que mais preocupa a população em relação ao aquecimento global e as possíveis consequências de uma gradativa elevação das temperaturas médias no planeta é a possibilidade da extinção de muitas espécies de seres vivos, inclusive da própria espécie humana. Procure conscientizar os alunos de que a solução para o problema do aquecimento global depende não só dos governantes mundiais, mas também da ação de cada indivíduo em relação ao meio ambiente. As nossas atitudes podem, de fato, fazer a diferença. Por isso, é fundamental debater com os alunos as medidas que podem ser tomadas para diminuir o efeito estufa e, com isso, evitar o aquecimento global. Incentive-os a fazer uma campanha contra o aquecimento global através da produção de cartazes, folhetos etc.


Capítulo 6

poluição do ar

Sugestão de atividade Peça para os alunos listarem as atividades do dia-a-dia que liberam gases estufa na atmosfera. Lembre-se de que algumas atividades podem não liberar diretamente os gases na atmosfera, mas, indiretamente, contribuem para o aumento da emissão de gases estufa, como, por exemplo, o uso da energia elétrica.

4. Consumo e produção excessiva de

lixo e a não reciclagem de materiais e produtos, o que obriga a exploração de matéria-prima bruta na natureza, e um novo processo de fabricação, transporte e comercialização, processos estes que liberam gases estufa na atmosfera.

POLUIÇÃO DO AR

Seguem alguns exemplos de atividades poluentes:

Mas por que o ser humano está aumentando a quantidade de gás carbônico e outros gases estufa na atmosfera? A poluição do ar é um problema antigo e está intimamente relacionada ao progresso da civilização. Atualmente, porém, a atmosfera está muito poluída, principalmente devido à queima de combustíveis fósseis usados pelos automóveis, caminhões, aviões e muitos outros tipos de transportes. Outros fatores importantes são as queimadas das florestas provocadas pela ação do homem. O gás carbônico contido na fumaça oriunda desses incêndios sobe para a atmosfera e se acumula aumentando o calor retido. No Brasil, os dados apontam que 75% das emissões de gás carbônico são provenientes do desmatamento das florestas.

1. A queima de

combustíveis fósseis como óleo diesel, gasolina e carvão, para o funcionamento dos meios de transporte (veículos, barcos, aviões etc.) ou de geradores elétricos. A queima desses combustíveis libera, principalmente, o CO2 (dióxido de carbono).

O desmatamento também é um dos grandes responsáveis pelo aumento do efeito estufa. As plantas absorvem gás carbônico durante a fotossíntese, ajudando a diminuir a concentração desse gás na atmosfera. Com menos árvores, menos gás carbônico é absorvido, e o resultado, você já sabe. Capítulo 6

2. A derrubada e a

queima das árvores, decorrentes, principalmente, de práticas agrícolas e da construção de moradias. Nesse processo, o carbono retido na madeira é liberado na forma de CO2.

Além de, quando da construção das usinas, reduzir a quantidade de árvores responsáveis pela absorção do CO2, a decomposição de matéria orgânica nas áreas alagadas libera metano e gás carbônico em quantidades significativas, o que contribui para a intensificação do aquecimento global.

veículos poluindo o ar (foto: editora pollux) poluição industrial (foto: margi moss)

Mas quais seriam as soluções para combater o aumento do efeito estufa? O que nós podemos fazer para evitar o aquecimento global? Existem várias maneiras de reduzir as emissões desses gases. Diminuir o desmatamento, incentivar o uso de energias não poluentes, reciclar materiais, melhorar o transporte urbano, entre outras. Converse com seu professor sobre que medidas vocês podem tomar para diminuir o efeito estufa e, com isso, evitar o aquecimento global. Abaixo seguem algumas dicas:

a queima de combustível nos veículos é um dos maiores geradores de gás carbônico na atmosfera;

• Caminhe ou ande de bicicleta quando puder –

• Recicle – o lixo que não é reciclado acaba em um aterro, gerando

metano; além disso, produtos reciclados requerem menos energia para ser produzidos do que produtos novos;

• Plante árvores e outras plantas onde puder – as

tiram o gás carbônico do ar e liberam oxigênio;

plantas

criança plantando muda • Não queime o lixo – isto lança gás carbônico e outros gases de (foto: patrick g. moreno)

efeito estufa para a atmosfera.

3. O uso de energia

elétrica nos aparelhos eletrônicos e eletrodomésticos. A principal fonte de energia elétrica no Brasil são as hidroelétricas, usinas que geralmente inundam grandes áreas de floresta.

O PROTOCOLO DE QUIOTO Em 1997, em Quioto no Japão, representantes de vários países redigiram um tratado internacional que estipula reduções obrigatórias de emissões causadoras do efeito estufa. O documento que, até outubro de 2008, foi assinado por 175 países, estabeleceu que os países industrializados deveriam diminuir até janeiro de 2012 as emissões de gás carbônico em 5,2% sobre os níveis vigentes em 1990. Até a data da publicação deste livro, os Estados Unidos, maiores emissores mundiais, ainda não haviam assinado o tratado. 60 60


Capítulo 7

Os vegetais estão presentes no nosso dia-a-dia: como alimento, como matéria-prima para a confecção de roupas, móveis e de vários itens utilizados para o nosso conforto. Está presente também na paisagem, favorecendo a infiltração de água no solo, protegendo os recursos hídricos, fornecendo sombra e, de modo especial, fornecendo o ar que respiramos.

Capítulo7

conhecendo a flora

Capítulo7

conhecendo a flora

Foto: Eduardo Gruzman

A vegetação ganha cada vez mais importância, reduzindo os gases do efeito estufa, a temperatura das cidades e a velocidade dos ventos (quebra-ventos), tornando o ambiente muito mais agradável. No anexo sobre os biomas brasileiros, incluímos as espécies da flora características do bioma onde os alunos vivem e também aquelas que estão em risco de extinção. Quanto mais os seus alunos conhecerem a flora que está presente no seu dia-a-dia, mais terão admiração por ela e terão maior consciência sobre a necessidade de preservá-la, tornando a sua vida mais verde.

Você se lembra das cianobactérias? Elas foram os primeiros seres vivos a realizar a fotossíntese, consumindo gás carbônico e produzindo oxigênio. Alguns destes seres evoluíram e deram origem aos integrantes do Reino Vegetal. Neste capítulo vamos conhecer a importância desses vegetais para a vida dos seres e para o equilíbrio do meio ambiente em nosso planeta.

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Capítulo 7

atividade: expedição botânica

quem são os vegetais

Você sabia? As cianobactérias provavelmente foram os primeiros seres vivos a realizar fotossíntese. Muitos cientistas as consideram como precursoras dos cloroplastos, organelas responsáveis pela

Durante a expedição, o professor pode discutir diferentes adaptações dos vegetais ao demonstrar plantas de sombra, com folhas largas, como costela-de-adão, taioba ou inhame, e comparar com plantas de sol, como cactos e bromélias, com folhas finas (gravatás). Peça aos alunos que comparem o tamanho da sombra proporcionada pelos dois tipos de plantas. Também pode ser mostrado como algumas plantas, como o feijão, a pata-de-vaca e outras leguminosas, “murcham” suas folhas em horas de sol intenso para evitar a insolação.

QUEM SÃO OS VEGETAIS? Eles estão muito presentes no nosso dia-a-dia: no nosso prato como alimento, nos vasinhos que enfeitam nossas casas, no campo e nas florestas. Aí mesmo na sua casa ou na sua sala de aula é possível que haja alguma plantinha. Vegetais podem ser encontrados praticamente em toda a superfície terrestre, pois estão adaptados a quase todos os tipos de solo e condições climáticas. No entanto, em diferentes ambientes encontraremos também diferentes tipos de plantas. Mas como isso acontece? É que cada espécie de planta possui diferentes necessidades de fatores como luz, umidade ou temperatura. Assim, uma planta como a samambaia, que prefere um ambiente sombreado e úmido, não poderia viver em um deserto, por exemplo. Já o cacto, que armazena água e suporta o sol forte, pode facilmente sobreviver em desertos e lugares muito secos.

a importância da vegetação

em cima: samambaia ao lado: cactos (fotos: igor frança)

Chamamos de vegetação o conjunto de plantas que podem ser naturalmente encontradas em um determinado tipo de ambiente. O conjunto de todos os vegetais de um determinado local é chamado flora.

QUE TAL FAZER UMA EXPEDIÇÃO BOTÂNICA?

Capítulo 7

Fabricação do papel O papel é feito a partir da pasta de celulose de espécies florestais como o eucalipto e o pinus. A celulose é a substância que forma a parede celular, estrutura que envolve e protege as células vegetais. Com o aumento da eficiência na fabricação de papel, uma árvore produz, em média, 10 mil folhas de papel. Veja quantas resmas de papel são consumidas na escola todo o ano e peça aos alunos para fazerem o cálculo de quantas árvores são necessárias. Aproveite para mostrar a importância da reciclagem do papel e do papelão.

fotossíntese nos vegetais. Tal processo ocorre dentro da célula, em dobras da membrana plasmática denominadas tilacóides. A maioria das cianobactérias possui, além da clorofila, pigmentos azulados chamados ficobilinas, que lhes conferem uma coloração verde-azulada.

Com o auxílio de seu professor, dê uma volta pela sua escola e anote em um papel todas as plantas diferentes que encontrar. Não esqueça de incluir as árvores da vizinhança da escola e também as plantinhas que encontrar pela rua. Faça uma lista e depois compare com as anotações de seus amigos. Quantas plantas diferentes vocês encontraram?

A IMPORTÂNCIA DA VEGETAÇÃO É fácil perceber a importância da vegetação na nossa vida. Pense em todos os alimentos que consumimos. Quantos são de origem vegetal? Com certeza muitos! E os objetos e materiais que usamos? O lápis que você usa é feito de madeira, e até o próprio papel deste livro é feito utilizando árvores como matéria-prima. Muitos cosméticos e remédios também são fabricados a partir de substâncias químicas retiradas das plantas. Além disso, muitas plantas possuem folhas, cascas ou raízes que são verdadeiros medicamentos naturais. Pergunte a uma pessoa mais velha se ela não conhece um chá que seja um “santo remédio” contra resfriado ou tosse.

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ervas medicinais da amazônia (foto: lucietta martorano)


Capítulo 7

Você sabia? No século XIX, o nosso imperador, Dom Pedro II, já reconhecia a importância da vegetação devido à ameaça de colapso no abastecimento de água da cidade do Rio de Janeiro. A causa era a retirada de vegetação das encostas dos morros para o plantio de cana-de-açúcar e de café desde o século XVIII, diminuindo a infiltração de água no solo e a quantidade de água nos mananciais. Dom Pedro ordenou a replantio de Você sabia que a Floresta Amazônica é considerada a maior reserva de uma área de quase 4 mil plantas medicinais do mundo? Cerca de 650 espécies já foram identificadas hectares no Maciço da com potencial de produzir remédios para tratamento de diversas doenças, e Tijuca. Assim, houve estima-se que ainda haja muitas novas espécies a serem descobertas. Embora a normalização do a ciência só agora esteja descobrindo esse potencial, os povos da floresta, como abastecimento de água os índios e os ribeirinhos, já utilizam essa verdadeira farmácia natural há e a criação do Parque muitas gerações. Nacional da Tijuca, que é hoje a maior floresta urbana do mundo Na verdade, a importância da vegetação é muito um emaranhado no subsolo que retém os grãos replantada pelo homem.

Medicamentos naturais Com relação à utilização das plantas como medicamentos, o professor deve salientar que é muito importante saber identificar corretamente as ervas consideradas

maior do que simplesmente nos fornecer alimento e recursos materiais. A vegetação é importante para todos os seres vivos e para o meio ambiente, pois tem influência no clima e nas características físicas de uma região. Você já reparou como um local arborizado costuma ser mais fresco que um lugar descampado, ou que só tenha asfalto, cimento e construções? Além disso, como vimos no Capítulo 4, a vegetação recobre e protege o solo mantendo-o fértil, úmido e rico em micro-organismos e pequenos animais. As raízes das plantas abrem galerias que mantêm o solo arejado, e suas folhas fazem sombra, ajudando a mantê-lo úmido. Se a vegetação for removida e o solo ficar exposto diretamente à luz solar, ele ressecará e perderá a capacidade de abrigar micro-organismos decompositores e ficará empobrecido de nutrientes. Quando o solo está coberto de vegetação está protegido contra a erosão, pois as raízes formam

medicinais, bem como conhecer que parte da planta deve ser utilizada (folhas, raízes etc.), pois a utilização incorreta pode causar intoxicação. Os remédios que utilizam plantas medicinais são conhecidos como fitoterápicos.

de terra e impede que eles sejam levados pela água e pelo vento. Além disso, folhas, troncos e galhos de árvores e arbustos diminuem o impacto das gotas de chuva sobre o solo permitindo que a água se infiltre aos poucos.

atividade: transpiração das plantas

Quando as plantas morrem, são decompostas pelos micro-organismos e os nutrientes vão servir de alimento para outras plantas. Uma parte muito importante se transformará em húmus e será alimento para os organismos que vivem no solo. Os vegetais também contribuem com o clima aumentando a umidade do ambiente. Isso acontece porque parte da água presente nos caules e folhas das plantas volta à atmosfera através da transpiração. Essa transpiração libera vapor de água que se espalha pela atmosfera. Dessa forma, a vegetação também influencia a quantidade de chuva que cai a cada ano num determinado local.

Capítulo 7

a importância da vegetação

atividade Vamos fazer agora uma atividade que mostrará como as plantas liberam na atmosfera minúsculas gotas de água através da transpiração. Você vai precisar do seguinte material: • 1 vaso com uma planta de caule

• 1 pedaço de barbante

• 1 saco plástico transparente

• meia xícara de água

Regue a planta jogando água apenas na terra, não deixando molhar o caule e as folhas. Se o vaso já estiver úmido, não há necessidade de regar. Envolva a folhagem da planta com o saco plástico transparente e amarre-o na base do caule. Deixe o vaso exposto ao Sol por trinta minutos e observe o que acontece. Discuta suas observações com seus colegas.

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O fenômeno da transpiração nos vegetais ocorre, principalmente, devido à presença de pequenas estruturas localizadas nas folhas, conhecidas como estômatos (palavra derivada do grego stoma = boca). Os estômatos podem abrir e fechar ao longo do dia em função da umidade relativa do ar, da temperatura e da disponibilidade de água no solo. Este mecanismo regula a saída de vapor d’água e permite que, quando os estômatos estão abertos, o gás carbônico seja absorvido do ar para ser utilizado na fotossíntese, devolvendo o oxigênio.


Capítulo 7

móveis, as roupas etc. Para isso, os vegetais de outros pigmentos, como xantofila, Os alunos costumam achar que os vegetais retiram carbono da atmosfera e daí o termo caroteno e eritrofila, respectivamente. Isto somente fazem a fotossíntese, que é um sequestro de carbono. quer dizer que os pigmentos absorvem as conceito totalmente errado. Os açúcares outras cores, transformando-as em energia sintetizados durante a fotossíntese são Pigmentos fotossintetizantes química, refletindo a cor não utilizada. Asconsumidos pelas plantas através da Muitas plantas apresentam outras cores sim, a clorofila absorve a luz dos comprirespiração. Esse processo fornece a energia além do verde, como amarelo, laranja ou mentos de onda vermelho e azul e reflete a que o vegetal precisa para suas atividades vermelho. Estas cores se devem à presença luz verde. metabólicas. Quando não há luz, as plantas respiram, consumindo oxigênio e eliminando gás carbônico na atmosfera. Já em preA FOTOSSÍNTESE sença de luz, os vegetais, além de realizar a fotossínO que acontece quando colocamos um vegetal para realizar a fotossíntese. Elas retiram a água e os tese, também realizam a para crescer em um lugar escuro? Se você não sabe, nutrientes do solo e o gás carbônico da atmosfera. respiração. Além disso, os tente fazer essa experiência. Você provavelmente Com esses elementos, elas irão produzir açúcares observará que o vegetal crescerá fraco e com as e oxigênio. O açúcar será utilizado para a planta órgãos subterrâneos, como folhas amareladas. Isso acontece porque as plantas crescer e obter energia. Já o oxigênio será liberado as raízes, respiram dia e precisam do sol para viver. A luz do sol fornece a para a atmosfera e poderá ser utilizado por todos noite, enquanto crescem. energia que os vegetais precisam para realizar a os seres vivos. Observe o esquema. O gás carbônico (CO2) fotossíntese e, com isso, se alimentar. absorvido pelas plantas é oxigênio utilizado na síntese de açúNas folhas dos vegetais existem estruturas liberado para cares, que são substâncias que são responsáveis por captar a luz solar e atmosfera luz do sol transformar em energia. Essas estruturas são compostas basicamente chamadas de pigmentos fotossintetizantes e de carbono, e que serão influenciam na coloração da folha. O pigmento utilizadas na síntese de gás carbônico mais comum é a clorofila. Ela é a responsável absorvido da muitas outras substâncias, atmosfera pela coloração verde da maioria dos vegetais. como celulose e lignina. Por isso, quando um vegetal cresce no escuro Durante o crescimento a produção de clorofila diminui e ele fica amarelado. e desenvolvimento dos água do solo nutrientes do solo vegetais, muitas substânAlém da luz solar, as plantas também cias que contêm carbono precisam de água, nutrientes e gás carbônico são necessárias. Estas substâncias ficarão retidas na parte aérea e nas raízes TIPOS DE VEGETAÇÃO DO BRASIL dos vegetais por muitos anos, assim como nos O Brasil é um país muito grande, que se estende Como é o clima de sua região? E como são as produtos feitos com esdo Monte Caburaí, no norte do Roraima, até o plantas que vivem naturalmente na sua região? ses materiais, como os Chuí, no sul do Rio Grande do Sul. Nesse vasto Localize sua cidade no mapa do Brasil e converse

tipos de vegetação do brasil

Capítulo 7

a fotossíntese

Existem diversas classificações de vegetação, de acordo com as características da fisionomia e da estrutura, ou seja, da forma que ela se apresenta. Escolhemos esta classificação por ser a mais utilizada no Brasil, apesar de associar duas vegetações importantes, como os Cerrados e a Caatinga.

território podemos encontrar diferentes tipos de terrenos, solos e também condições climáticas. Por essa razão, nas diferentes regiões brasileiras encontramos diferentes tipos de vegetação.

floresta amazônica e araucária

com seu professor e seus colegas sobre o tipo de vegetação encontrado na sua cidade. Para ajudar nessa tarefa, vamos conhecer agora os principais tipos de vegetação encontrados no Brasil:

Florestas e Matas: São formações muito densas de árvores altas e médias, geralmente situadas em locais úmidos. Como exemplos temos a Floresta Amazônica, a Mata Atlântica, a Mata dos Cocais e a Mata de Araucárias.

(Fotos: margi moss)

Vegetações litorâneas: Ocorrem em praticamente todo o litoral brasileiro e abrigam espécies de plantas que podem tolerar o sal marinho, seja no solo ou na água. São exemplos de vegetações litorâneas os manguezais e as restingas.

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manguezal e restinga

(Fotos: Eduardo Gruzman)


Capítulo 7

atividade: excursão

Esta atividade é importante para o aumento da percepção ambiental dos alunos. Aproveite a oportunidade para reforçar os conceitos de solo, relevo e clima e suas interações com a vegetação. Caso o local escolhido para realizar a atividade seja uma reserva natural ou

caatinga (foto: margi moss) cerrado (foto: Tomé Mauro Schmidt)

área de proteção ambiental, é importante informar aos alunos que nenhum material poderá ser coletado. Entretanto, em algumas áreas a coleta é permitida. Neste caso, peça aos alunos para pegarem exemplares de folhas e flores que estiverem caídos no chão. Quando voltar ao colégio, você poderá preservar estas

folhas e flores utilizando a técnica da herborização. Uma forma simples é pegar jornal velho e intercalar as amostras entre as folhas do jornal. Em seguida, deixe ao Sol durante alguns dias, com uma pedra ou outro objeto pesado fazendo pressão, o que ressecará as amostras. Mas, lembrese, qualquer atividade externa requer muita organização e supervisão.

Savanas: Constituídas por árvores de pequeno e médio porte, arbustos e herbáceas. Em geral, as árvores apresentam troncos e galhos muito retorcidos. Abrigam muitas espécies que possuem espinhos e toleram um ambiente seco e árido. Podemos citar como exemplo a vegetação da Caatinga e do Cerrado.

Campos: São vegetações em que predominam as plantas rasteiras

e moitas de pequeno e médio porte. Muitas vezes são encontradas a grandes alturas, como no caso dos campos de altitude. No Brasil encontramos essa vegetação nos Pampas do Sul, nos Campos de Roraima e em planícies como o Pantanal.

a floresta tropical

pampas (foto: andré alonso) pantanal (foto: roberto okamura)

atividade Agora que você já sabe identificar as principais vegetações do Brasil, que tal investigar a vegetação da sua região? Organize com seu professor e seus colegas uma visita a alguma reserva natural ou parque de sua cidade. Anote as características das plantas que observar, como por exemplo: • tamanho, cor e textura das folhas;

• presença de espinhos;

• caule verde ou caule com casca;

• altura e largura do tronco.

A partir de um ramo da planta, faça um desenho mostrando as folhas e, se possível, flores e frutos. Ao final desta atividade, sua turma poderá montar um álbum ilustrado com as plantas nativas da sua região.

A FLORESTA TROPICAL

dossel

Muitos tipos diferentes de plantas podem ser encontrados numa floresta. Mas os principais tipos de vegetais encontrados na floresta tropical são, sem sombra de dúvida, as árvores. Nessas florestas, as árvores podem atingir alturas enormes, acima dos 40 metros, e possuir troncos fortes e robustos, alguns com mais de dois metros de diâmetro. As árvores costumam apresentar troncos compridos que se ramificam apenas no alto.

Capítulo 7

Boa parte do território brasileiro possui formações florestais. Como a maior parte do nosso país está localizada na região tropical do hemisfério sul, nossas matas são conhecidas como florestas tropicais. Você conhece alguma floresta? Já esteve dentro de uma? Agora você terá a chance de conhecer como é o interior dela! sub-bosque

herbáceas

As grandes copas das árvores constituem o que chamamos de dossel e fazem sombra para toda a vegetação embaixo dela.

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A impressão que temos das florestas tropicais, com sua alta biodiversidade, nos leva a imaginar um ambiente repleto de animais. No entanto, quem visita uma floresta percebe que avistar animais de grande porte, como mamíferos, é algo bastante difícil. Isto se deve ao fato de que a maioria dos animais que vive na floresta tem como abrigo o alto das árvores, o que dificulta bastante sua visualização. Além disso, muitos possuem hábitos noturnos, ou seja, descansam durante o dia, estando ativos apenas à noite. O professor que desejar organizar excursões pela floresta poderá encontrar mais facilmente animais no alto das árvores do que no chão. O início da manhã e o final da tarde são horários mais propícios para observar os representantes da fauna.


Capítulo 7

a floresta tropical

Plantas epífitas Em alguns lugares do Brasil as plantas epífitas, como orquídeas e bromélias, são chamadas de parasitas. Esta denominação, no entanto, é incorreta. Parasitas são plantas que lançam raízes dentro dos tecidos vegetais das plantas

hospedeiras, retirando água e seus nutrientes. As epífitas, ao contrário, utilizam árvores e plantas maiores como sustentação, ou seja, apenas apóiam-se nelas. Suas raízes não penetram nas hospedeiras. Elas retiram a água e os nutrientes que precisam da umidade do ar e da matéria orgânica

que se acumula nos galhos, como restos de folhas mortas. As bromélias também acumulam água e matéria orgânica nos espaços entre as folhas, formando verdadeiros reservatórios de água, que podem abrigar inclusive larvas de insetos e girinos.

No dossel encontramos uma grande quantidade de animais e muitas plantas que crescem longe da terra, como as plantas que se apóiam nas árvores e que formam os cipós. Abaixo das árvores podemos encontrar os arbustos, que são plantas menores que as árvores, mas que se ramificam bastante desde a base. São os arbustos que nos dão a impressão de mata fechada, formando o que se chama sub-bosque. Aí são encontradas também as plantas epífitas, como as orquídeas e as bromélias. As raízes dessas plantas absorvem a umidade diretamente do ar.

mata ciliar

ao lado, orquídea. acima, bromélia (fotos: eduardo gruzman)

Mais próximo ao solo, encontramos tanto as plantas menores, conhecidas como herbáceas, quanto as mudas das árvores e arbustos. Algumas dessas mudas podem permanecer pequeninas por anos a fio, esperando que alguma árvore mais velha caia e abra uma clareira no meio da mata. Quando isso acontece, o aumento da luminosidade faz a planta começar um processo acelerado de crescimento em busca de um “lugarzinho” no dossel, onde ela possa receber bastante luz solar direta.

A MATA CILIAR Capítulo 7

A mata ciliar é uma Área de Preservação Permanente (APP), segundo o Código Florestal (Lei n.° 4.771 de 1965). A vegetação natural (arbórea ou não) presente ao longo das margens dos rios, lagos e reservatórios, ao redor de nascentes e olhos d’água, em áreas com muito declive, e em regiões com mangues, dunas e restingas, deve ser preservada ou recuperada, utilizando as espécies nativas da região. Assim, manter a vegetação das APPs é lei e é uma necessidade, já que protege os mananciais hídricos e a qualidade de vida nas cidades e no campo. Os agricultores tem que manter, ainda, uma área preservada em suas propriedades rurais, que é a Reserva Ambiental. A área preservada varia de região para região, sendo de 80% na Floresta Amazônica e de 20% para os outros biomas.

Todos nós sabemos que as plantas precisam de água para sobreviver. O que você talvez não saiba é que a vegetação também ajuda a manter os rios protegidos e com água abundante. Quer saber como isso acontece? Existe um tipo de vegetação que é encontrado sempre nas margens dos rios e que ajuda a manter o rio saudável: é a mata ciliar. Também conhecida como Mata de Galeria, essa vegetação não só retém a água das chuvas no solo, mas também fornece sombra para o rio, evitando que o sol esquente demais suas águas, o que poderia trazer problemas para os peixes e pequenos animais aquáticos. A mata ciliar também fornece alimento a esses animaizinhos, na forma de frutos, flores e sementes que caem na água e logo são devorados. Aqui no Brasil, mesmo em locais onde a vegetação é rasteira e adaptada ao clima seco, podemos encontrar

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a mata ciliar sempre acompanhando o curso dos rios. Plantas que normalmente só seriam encontradas numa floresta encontram ambiente favorável nas beiras de rios, onde há água em abundância. Esse é um belo exemplo de equilíbrio ambiental: a mata ciliar depende do rio assim como o rio depende da mata ciliar. O que você acha que aconteceria se um dos dois fosse destruído?

mata ciliar (foto: lucietta martorano)


Capítulo 7

a vegetação corre perigo!

Sequestro de carbono Atualmente, muito se ouve falar sobre compensação das emissões de gás carbônico: um determinado número de mudas de árvores é plantado para absorver uma quantidade de CO2 equivalente às quantidades emitidas por automóveis ou indústrias, por exemplo. No entan-

to, esta quantidade de CO2 só será absorvida ao longo de muitos anos. Se as mudas que foram plantadas morrerem ou forem retiradas, não haverá a neutralização das emissões. Portanto, os programas de compensação só serão efetivos se a área replantada for mantida e cuidada durante alguns anos. O simples plantio das mudas não assegura a efetividade da medida.

Plano de manejo Um plano de manejo tem como objetivo orientar a extração de matérias-primas, como a madeira, permitindo que a floresta possa se recuperar e continuar produzindo por muitos anos. A utilização de um plano de manejo evita a super-exploração das florestas, impedindo o esgotamento de seus recursos naturais.

A VEGETAÇÃO CORRE PERIGO! O crescimento das grandes cidades e o aumento do número de automóveis e indústrias traz consigo um inimigo perigoso: a poluição! Acompanhando as notícias do nosso País, temos visto constantemente os alertas para o aumento do desmatamento de nossas florestas e matas. Muitas vezes também ouvimos falar sobre as grandes queimadas e o problema que elas causam para o meio ambiente. Mas você sabe por que essas atividades são danosas? Essas atividades lançam gases tóxicos e gases causadores do efeito estufa na atmosfera. Os efeitos da poluição podem ser parcialmente combatidos pelas plantas. Conforme você já aprendeu, através da fotossíntese as plantas absorvem o gás carbônico do ar transformando-o em substâncias que a planta utiliza para crescer. Desse modo, a vegetação contribui bastante para a redução da quantidade de gás carbônico na nossa atmosfera, através do que os cientistas chamam de seqüestro de carbono. O nome pode parecer estranho, mas explica muito bem o que acontece: o carbono na forma

de gás carbônico proveniente das queimadas, da queima de combustíveis e da própria respiração dos seres vivos é retirado do ar pelas plantas e utilizado para o seu crescimento. A partir daí o carbono fica seqüestrado nas suas folhas, no seu tronco e nas suas raízes. Depois de morto, será parte da matéria orgânica do solo.

preservando as florestas

Por isso, hoje, algumas empresas procuram realizar o reflorestamento como uma maneira de compensar as emissões de gás carbônico. Mas, para que isso dê certo, não basta só plantar as mudinhas. É preciso cuidar para que elas cresçam e se tornem adultas, pois é durante o crescimento que ocorre o maior sequestro de carbono. No entanto, ainda mais importante do que promover o reflorestamento de áreas desmatadas, é preciso proteger as florestas e vegetações nativas. A floresta pode nos fornecer recursos, como madeira e alimento, e ainda assim permanecer viva. Para isso é necessário um plano de manejo, com orientações para utilização controlada e planejada dos recursos naturais renováveis que a mata oferece.

As florestas fornecem abrigo e alimento a uma infinidade de animais. Quando elas são destruídas, os animais que precisam delas vão ficando sem espaço para viver e se alimentar, e acabam desaparecendo. Hoje em dia podemos encontrar apenas uma pequena fração das matas que já existiram em nosso País. Esse processo faz com que muitas vezes as florestas se encontrem fragmentadas, isto é, formando “ilhas” de vegetação que são separadas por áreas de pasto, agricultura ou mesmo ocupação urbana. Algumas dessas ilhas são tão pequenas que não são suficientes para abrigar populações de animais de grande porte, como a onça, a anta ou o macaco-muriqui. Uma solução para esse problema é a criação de corredores ecológicos, que consistem em áreas de vegetação nativa que unem as ilhas umas às outras, permitindo a passagem de animais entre elas e aumentando sua chance de sobrevivência. Outro problema é a derrubada das árvores para a utilização agrícola. A floresta retira os nutrientes do

Capítulo 7

PRESERVANDO AS FLORESTAS

derrubada de árvores na amazônia (fotos: programa lba do instituto nacional de pesquisas da amazônia)

solo, mas também os repõe, sob a forma de folhas e galhos mortos. Quando a vegetação é removida e se planta um tipo só de cultura, a terra não irá mais receber os nutrientes que precisa. Esse problema pode ser diminuído com a rotação de culturas, que consiste em mudar o tipo de cultura após cada colheita; e com o cultivo consorciado, que consiste na plantação de mais de uma espécie de vegetal no campo, fazendo com que após a colheita o solo ainda continue ocupado por outra cultura, evitando a exposição ao sol e à chuva.

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Cultivo consorciado A utilização de cultivos consorciados tem crescido bastante no Brasil. Muitas plantas leguminosas, como feijão e fava, possuem em suas raízes associações com uma bactéria, chamada Rhizobium, que consegue fixar o nitrogênio do ar e transformá-lo em nutriente para as plantas. Quando se planta feijão juntamente com milho, por exemplo, a produtividade do milho se torna maior devido ao aumento do nitrogênio no solo fixado pelo Rhizobium. Como as colheitas do milho e do feijão não são feitas na mesma época, o cultivo consorciado também possibilita que o solo permaneça coberto após o final da produção, impedindo que sofra ressecamento e perda de nutrientes pela ação do sol na terra descoberta. Nas florestas a consorciação também é utilizada, com culturas anuais e com pastagens, em uma integração lavourapecuária-floresta.


Capítulo 7

preservando as florestas

Você sabia? As queimadas naturais ocorrem em ciclos longos, de cinco a sete anos. Estas queimadas também acontecem de forma rápida e não alcançam grandes extensões. Na maioria das vezes, o fogo se inicia a partir de faíscas causadas por raios em épocas de chuvas. Como normalmente após os

raios vêm logo as chuvas, as águas impedem que o fogo permaneça queimando por muito tempo. Já as queimadas causadas pelo homem tem como objetivo limpar os campos para o plantio de lavouras ou para pastagens. Esta é uma prática que não deve ser mais utilizada já que causa a degradação da terra e, muitas vezes, foge ao controle e causa grandes incêndios.

VOCÊ SABIA QUE NO BRASIL EXISTE UMA VEGETAÇÃO PREPARADA PARA RESISTIR ÀS QUEIMADAS? Algumas áreas do Bioma Cerrado sofrem ciclos naturais de queimadas. Como a vegetação predominante nestas áreas, conhecida como campo cerrado, é de arbustos e capins, é comum a formação de grande quantidade de palha sobre o solo, que queima rapidamente na época da seca.

planta nascendo após queimada (Foto: Tomé Mauro Schmidt)

Após a queimada, as plantas voltam a brotar e florescer e as sementes que estavam adormecidas germinam. Isto é notado porque todas as plantas brotam ao mesmo tempo, tornando o cerrado um imenso jardim. Pela ação do homem, o ciclo natural de queimadas é cada vez menor e uma mesma área pode ter queimadas a cada dois ou três anos. Essas queimadas atingem grandes extensões de terra e provocam a extinção de várias espécies de animais. Além disso, as queimadas aquecem muito a superfície do solo, prejudicando-o.

atividade: plantando mudas

Para evitar as queimadas nos parques, nas reservas, nas matas ciliares e nas nascentes dos rios existem algumas técnicas que devem ser utilizadas. Uma delas é o uso de aceiros, que são corredores sem vegetação e que impedem que as chamas se espalhem. Proteger a floresta é dever de todos nós. Converse com seu professor sobre atitudes que você e sua turma podem tomar para proteger as florestas e também para recuperar áreas que já foram degradadas. Capítulo 7

Esta atividade pode se transformar em um grande projeto na sua escola. Para isso, basta que muitas turmas participem. Se cada aluno ficar responsável por plantar uma mudinha, no final do projeto você poderá arborizar uma grande área da sua escola. Se a escola não tiver espaço para isso, você pode procurar uma praça ou parque próximos para fazer a transferência das mudas. É importante entrar em contato com a prefeitura da sua cidade para solicitar a autorização. Quem sabe vocês não conseguem recuperar uma área que foi desmatada e está em um processo avançado de degradação?

atividade Você gostaria de terminar este capítulo com uma atividade de plantação de mudinhas de árvores no jardim da sua escola? Você vai precisar do seguinte material • caixas de leite vazias

• sementes variadas

• terra preta

• tesoura

Lave bem as caixinhas de leite e com uma tesoura corte uma das laterais, como mostra a ilustração. Faça alguns furinhos na parte de baixo, para não deixar a água empoçar, e encha com terra preta. Com os dedos, abra pequenos buracos na terra e plante as sementes. Cubra com uma camada de terra e regue levemente. Mantenha os recipientes em local iluminado e fresco. Conforme as sementinhas forem germinando, você pode transferi-las para vasos maiores e individuais. Você pode usar garrafas PET e outras caixinhas como vasos. Se desejar, pinte seus vasinhos com tinta colorida, decore-os com recortes de revistas ou utilize jornais e material reciclável na decoração. Agora você pode transformar sua escola num grande jardim!

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Capítulo 8

Capítulo8

conhecendo a fauna

Capítulo8

O Planeta Terra é a morada de todos os seres vivos. Compartilhamos nosso meio ambiente com todos os animais, plantas e micro-organismos, mas nem sempre fazemos isso de forma harmoniosa. A compreensão de que nós, humanos, também fazemos parte da natureza certamente nos ajudará a desenvolver uma relação mais sadia com os demais elementos da fauna e da flora.

Conhecendo a Fauna

Foto: Margi Moss

Neste capítulo os alunos irão conhecer um pouco mais sobre a fauna e sobre suas relações tanto com a flora quanto com o ambiente, enfatizando a importância da biodiversidade no equilíbrio do ecossistema. Ao compreender a importância dessas relações, os alunos estarão mais capacitados a buscar atitudes em prol da sustentabilidade. Os biomas brasileiros, assim como sua fauna característica, são citados no anexo desta obra, para facilitar sua compreensão.

No capítulo anterior aprendemos sobre as espécies vegetais e sua importância para nós e para o meio ambiente. Agora chegou a hora de conhecermos um pouco mais sobre a fauna, ou seja, os animais que compartilham o ambiente conosco.

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Capítulo 8

conhecendo a fauna

É importante não estabelecer distinções entre “animais nocivos” e “animais úteis”, por exemplo. Tais classificações já foram comuns em livros didáticos em tempos passados, mas são atualmente consideradas inadequadas, por induzirem a uma perspectiva utilitarista por parte dos seres humanos, ou seja, que consideram os elementos da natureza

simplesmente como recursos para utilização do homem. Ainda que muitos animais possam trazer prejuízos ao ser humano, como doenças, todos tem um papel a desempenhar dentro de um ecossistema, ou seja, tem um nicho ecológico

específico e são importantes do ponto de vista ambiental. Esse nicho envolve características como o tipo de alimento consumido pelo animal, seu habitat, suas relações ecológicas etc. e permite perceber as influências que ele exerce sobre outras espécies, sejam elas de animais ou vegetais.

CONHECENDO A FAUNA Nós convivemos diariamente com eles. Basta olhar pela janela da sua casa ou da sua sala de aula e certamente você verá um pássaro voando pelo céu. Com um olhar mais atento, você poderá encontrar insetos como as formigas caminhando pelas paredes, ou até, quem sabe, um mosquitinho zunindo perto do seu ouvido.

animais domésticos e animais selvagens

A maioria das pessoas gosta de animais. Por isso, é comum vermos cachorros, gatos, pássaros e peixes

QUE ANIMAIS FAZEM PARTE DO SEU DIA-A-DIA? Procure se lembrar de todos os animais que você encontra normalmente na sua região. Faça uma lista, escrevendo o nome deles em seu caderno. Não deixe de incluir aqueles bem pequenos, que passam quase despercebidos. Pergunte ao seu professor quais deles são nativos de sua região e quais foram trazidos para cá pelos seres humanos.

ANIMAIS DOMÉSTICOS E ANIMAIS SELVAGENS A grande maioria dos animais vive nos ambientes naturais. É onde encontram seu abrigo, seu alimento e também onde se reproduzem, por isso dizemos que vivem em condição selvagem. No entanto, ao longo da sua história o homem descobriu que a convivência com determinadas espécies não só era possível, mas também trazia benefícios. Alguns animais forneciam alimento, como as galinhas e Capítulo 8

As diferentes raças de cães e gatos foram obtidas através do processo que os cientistas chamam de seleção artificial. Ao contrário da seleção natural, onde as pressões do ambiente, tais como temperatura ou disponibilidade de alimento, exercem um efeito seletivo favorecendo indivíduos mais adaptados e excluindo aqueles menos aptos a sobreviver no ambiente, a seleção artificial é realizada pelos seres humanos e não favorece somente atributos como força ou destreza. Muitas raças de cães foram selecionadas favorecendo características como tamanhos menores ou docilidade. Tais características dificilmente seriam obtidas através de seleção natural, uma vez que poderiam não conferir vantagem adaptativa ao ambiente.

morando dentro de casa. Há bichos que nos trazem alegria e podem ser bons companheiros, mas também há animais que procuramos evitar, como baratas, ratos, cupins e moscas, devido aos prejuízos que eles podem nos trazer. Há ainda os animais que vivem próximos a nós mas que quase nunca vemos, pois vivem em seu ambiente natural e evitam o contato com os seres humanos. Todos eles são importantes e desempenham um papel dentro do ecossistema, embora muitas vezes nós não percebamos isso.

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os patos; outros auxiliavam no trabalho, como os bois e os cavalos; e havia até aqueles que faziam companhia e davam proteção, como os cães. Assim, dizemos que o homem domesticou essas espécies, acostumando-as com a nossa presença. Algumas espécies foram domesticadas a tal ponto que hoje não podem mais ser encontradas em sua forma selvagem, como é o caso das galinhas e das vacas.

Alguns animais, como os cães, foram domesticados há milhares de anos pelos seres humanos primitivos. Como eles podiam ajudar na caça e na defesa contra predadores, os humanos foram realizando cruzamentos entre esses animais, buscando desenvolver habilidades como velocidade, força ou resistência ao frio. Por esse motivo, hoje conhecemos dezenas de raças diferentes de cães, cada uma com suas características. Ainda assim, todos pertencem à mesma espécie, conhecida como Canis familiaris, que quer dizer cão familiar.

ao lado: vaimaraner abaixo: pastor alemão

(fotos: margi moss)


Capítulo 8

os animais e seu papel no ambiente

Dispersão Morcegos tem grande importância na recuperação de áreas degradadas. Estes mamíferos preferem voar em áreas mais abertas da floresta, como em clareiras e bordas de matas. Ao defecarem sementes nestes locais eles aceleram o processo de recomposição

Polinização É muito comum o aluno achar que a polinização realizada por animais é intencional. Entretanto, sabemos que a polinização não ocorre de maneira consciente, mas sim como consequência de seu hábito de visitar flores em busca de néctar.

da vegetação. Plantas como as piperáceas (cujo fruto pode ser visto na boca do morcego da foto) e o maracujá-silvestre, as preferidas dos morcegosfrugívoros (comedores de frutos), são importantes nesse processo, pois crescem melhor em áreas com muita iluminação e poucos nutrientes, e acabam facilitando o crescimento de outras espécies vegetais sob sua sombra.

OS ANIMAIS E SEU PAPEL NO AMBIENTE

Também há ocasiões em que os animais comem as frutas inteiras, com semente e tudo, como os morcegos. Esses mamíferos que voam adoram os frutos das figueiras-selvagens. As sementes desses frutos são muito duras e passam inteiras pelo sistema digestivo dos morcegos. Como a digestão deles é muito rápida, eles acabam defecando os restos da refeição enquanto ainda estão voando. As fezes trazem junto as sementes, que ao caírem no chão acabam germinando. Este processo é chamado de dispersão, e é muito importante para a recuperação de áreas desmatadas. Outra relação parecida é a polinização. Existem animais que

Sugestão de atividade Mostre aos alunos o efeito que o ambiente tem sobre os animais apresentando duas ilustrações diferentes, sendo uma mostrando um ambiente conservado, com várias espécies em equilíbrio, e outra com um ambiente que foi degradado por desmatamento, queimadas e erosões.

se alimentam de néctar, que é um líquido adocicado produzido por algumas flores. Ao procurar alimento nas flores, eles acabam transportando o pólen de uma flor para a inseto polinizando outra, realizando flor (Foto: Igor França) a reprodução da planta. Existem plantas que dependem desses animais para se reproduzir, e por isso produzem flores com cores chamativas ou grande quantidade de néctar saboroso. Do mesmo modo, muitos animais possuem adaptações que permitem que eles coletem esse líquido. Um exemplo é o beijaflor, que com seu bico comprido consegue chegar bem no fundo das flores e sugar até as últimas gotinhas do néctar. As borboletas e as mariposas possuem uma longa tromba espiralada, que pode ser desenrolada e introduzida nas flores. Existem casos em que a relação entre planta e animal é tão forte que um não poderia viver sem o outro. Na Floresta Amazônica existem espécies de vespas que só se alimentam do néctar de uma única espécie de orquídea. Essa orquídea, por sua vez, depende da vespa para fazer a polinização para que ela se reproduza. Imagine o que aconteceria se alguém pulverizasse a mata com inseticida e acabasse com todas as vespas!

Capítulo 8

Você já se perguntou como as sementes de uma planta são transportadas de um lugar para o outro dentro de uma floresta? Ou sobre como elas podem germinar sozinhas, sem que ninguém as plante? Se você pensou que existem animais que fazem este trabalho, está correto! Existem muitos bichos que se alimentam de frutas e vagens, como a cotia, por exemplo. Quando a cotia acha um fruto de castanheira, ela come algumas castanhas e separa outras para comer depois. Para evitar que outra cotia as coma, ela enterra as castanhas em algum lugar. Só que muitas vezes ela não retorna para pegá-las, e elas acabam germinando e se tornando novas castanheiras. Isso é vantajoso tanto para a árvore, que terá suas sementes germinadas longe da planta-mãe, quanto para a cotia, que no futuro terá outra castanheira que lhe fornecerá mais alimento.

cotia (a esquerda)

(foto: wiltonauar moura / agência o globo)

morcego (acima)

(foto: fabrício escarlate tavares)

borboleta (a direita) (foto: patrick g. moreno)

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Capítulo 8

os animais e seu papel no reservatórios de água. Esses peixes comem ambiente A biodiversidade se refere não só à as larvas do mosquito Aedes aegypti, Controle de populações variabilidade de espécies, considerando a transmissor da dengue. A distribuição Sobre o controle de populações, há um herança genética de cada indivíduo, mas apenas de fêmeas é uma medida tomada bom exemplo que pode ser citado: algumas para evitar que esses peixes possam também às interrelações existentes entre cidades brasileiras tem distribuído à as espécies. Todos os animais necessitam escapar para cursos d’água naturais e população fêmeas do peixe Betta para de uma determinada área onde possam se reproduzir, tornando-se uma espécie serem alojadas em tanques, lagos ou outros invasora. se locomover para forragear (buscar alimento), encontrar parceiros para reprodução, buscar abrigo etc. O desmatamento de grandes de indivíduos. Calcula-se que cada andorinha adulta áreas contínuas para as possa ingerir até 250 mosquitos em apenas um dia. plantações, a inundação Em algumas cidades do interior ocorre anualmente de grandes áreas para a a migração das andorinhas, na chegada do verão. formação de reservatórios Essa migração coincide com a época do ano em que para produção de os mosquitos mais se reproduzem. Ao final da tarde, energia elétrica, a na hora em que os mosquitos saem para picar suas construção de largas vítimas, pode-se observar a revoada das andorinhas se alimentando dos mosquitos em pleno ar. Alguns estradas de rodagem e jacaré se alimentando (foto: alain draeger) moradores dessas cidades não gostam das andorinhas muitas outras ações do Também não podemos esquecer da importância porque dizem que elas sujam com suas fezes as ruas homem restringem essa dos animais no controle das populações de outros e as casas. Mas o que você acha que aconteceria com movimentação. animais. Complicado? Vamos entender melhor... a população de insetos se as andorinhas não voassem Uma forma de permitir Lembre-se das cadeias alimentares, onde os mais por lá? a manutenção da predadores se alimentam de animais menores, biodiversidade é a Também devemos destacar a importância da geralmente herbívoros. Quando um nível da cadeia fauna para o solo. Minhocas, larvas de insetos, é prejudicado, o que acontece com os outros? implementação e cupins e formigas vivem escavando a terra, abrindo preservação de corredores Vamos ver um exemplo: as andorinhas são pássaros espaço para a entrada de ar e água e levando de vegetação, ligando que voam em bandos muito grandes, com centenas nutrientes até o solo mais profundo. as Áreas de Proteção Permanente e as Reservas Ambientais mantidas A BIODIVERSIDADE DE ANIMAIS pelos agricultores com as Áreas de Proteção O Brasil é o país que possui a maior biodiversidade de invertebrados, pois além do fato de eles serem Ambiental e os Parques do mundo, ou seja, temos a maior quantidade de bem pequenos, alguns vivem em lugares de difícil Nacionais, em uma espécies animais e vegetais de todo o planeta! Segundo acesso, como nas copas das árvores da floresta ou nas os últimos levantamentos, foram registradas no País profundezas dos mares e oceanos. Por esse motivo, grande rede. a biodiversidade de animais

os cientistas identificam com frequência espécies de invertebrados ainda desconhecidas pela ciência, aumentando a conta da nossa biodiversidade.

Isso sem contar a enorme quantidade de invertebrados, pequenos animais que não possuem coluna vertebral, como os insetos. É muito difícil enumerar todas as espécies

Dentre todas essas espécies de animais, existem algumas que possuem grandes populações e que habitam naturalmente mais de um ambiente. Um exemplo é o macaco-prego, que pode ser encontrado desde a Floresta Amazônica até a Mata Atlântica do Sudeste. Dizemos que essas espécies possuem uma grande distribuição no território nacional.

Capítulo 8

Espécies endêmicas O endemismo, ou seja, a ocorrência de uma espécie apenas em uma única área ou ecossistema do planeta, não significa, necessariamente, que a espécie seja mais vulnerável à extinção. Há espécies endêmicas cujas populações são bastante numerosas e apresentam grande capacidade de recuperação. A maior ameaça a essas espécies é a destruição do seu habitat.

394 espécies de mamíferos, 1.573 espécies de aves, 468 espécies de répteis, 502 espécies de anfíbios e mais de 3.000 espécies de peixes.

acima, macaco-prego. (foto: andré coelho / ag. o globo) ao lado,

mico-leãodourado

(foto: custódio coimbra / ag. o globo)

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Por outro lado, existem espécies que só podem ser encontradas em um ambiente específico, ou mesmo em uma única região do País. É o caso do mico-leão-dourado, que só habita as matas próximas à reserva de Poço-dasAntas, no Estado do Rio de Janeiro. Essas são espécies que chamamos de endêmicas, ou seja, cuja distribuição é bastante restrita. A destruição do meio ambiente põe em risco as populações desses animais, ameaçando-os de extinção.


Capítulo 8

a biodiversidade de animais

Você sabia? Embora todos os biomas do Brasil apresentem uma grande biodiversidade, pode-se destacar dois em especial: a Mata Atlântica e a Floresta Amazônica. Esses ambientes são considerados “hotspots” (expressão inglesa que significa literalmente

“pontos quentes”), o que significa que são áreas que apresentam concentrações excepcionais de biodiversidade e endemismo e sofreram perda considerável de habitats. A devastação e o desmatamento dessas áreas podem levar à extinção muitas espécies de animais, inclusive de alguns que ainda são desconhecidos da ciência. atividade: construindo um alimentador

É importante ressaltar o caráter didático dessa atividade. Fornecer alimento industrializado (açúcar refinado) para animais silvestres não é algo recomendável, principalmente em longo prazo, pois pode fazer com que eles prefiram esse recurso “fácil” a buscar seu próprio alimento na mata. Essa atividade se justifica quando realizada no sentido de atrair a fauna para possibilitar a observação e estudo.

atividade Nesta atividade você vai construir um alimentador para atrair os animais que se alimentam do néctar das flores. Você vai precisar do seguinte material: - arame

- 1 garrafa PET pequena transparente de até 600 mL

- tesoura

- canudinhos finos (tipo de chocolatado em

- cola - canetas coloridas

caixinha) - pedaços de plástico colorido

Corte os canudinhos em pedaços de 2 cm. Com a tesoura, faça três pequenos furos próximos à base da garrafa PET e encaixe os canudos. Os furos devem ser da mesma espessura dos canudos, de modo que você possa encaixá-los e não vazar. Com o plástico colorido e as canetas, faça pequenas flores e as recorte. Faça um furo no meio de cada uma e encaixe-as no canudinho preso à garrafa, de maneira que ele fique bem no miolo da flor de plástico. Flores com cores fortes atraem mais os animais diurnos, e flores brancas ou com cores claras atraem mais os animais noturnos.

Pode demorar mais de um dia até que os animais “descubram” seu alimentador, e é importante que você nunca deixe o alimento dentro da garrafa de um dia para o outro. Lave a garrafa e deixe secar antes de colocar mais alimento, para não causar danos à saúde dos animais.

Capítulo 8

Agora prepare uma mistura com uma parte de água filtrada e uma parte de mel. Coloque essa mistura na garrafa até cobrir os canudos, tampe bem e pendure, com a ajuda do arame, em um local aberto e sombreado.

Observe os animais que virão visitar seu alimentador. Durante o dia você verá aves como o beija-flor, o sebinho e o sanhaço, além de insetos como borboletas e abelhas. Você poderá até observar aves que virão caçar os insetos atraídos pelo alimentador. Já durante a noite, você poderá receber a visita dos morcegos-das-flores, além de algumas mariposas. Construa no seu caderno uma tabela com as seguintes informações: espécie do animal, horário da visita, tempo médio de cada visita e características físicas do animal. Quantos animais diferentes você observou? Que características eles tem em comum? Discuta com seus colegas.

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Para assegurar a saúde dos animais que utilizarão o bebedouro, é fundamental laválo com água e sabão diariamente antes de inserir o alimento. Caso haja a possibilidade, algumas lojas de animais domésticos (pet shops) comercializam alimento em pó próprio para utilização nos bebedouros, que oferecem além do açúcar, vitaminas e sais minerais. Também pode ser utilizado mel de abelha misturado à água.


Capítulo 8

O risco de extinção das espécies mexilhão-dourado, por exemplo, chegou ao e está sob gravíssimo risco de extinção Risco de extinção Brasil acidentalmente, aderido em cascos absoluta. Chamamos de extinção absoluta o de navios vindos da Ásia. Aves que estamos desaparecimento por completo de uma Introdução de espécies exóticas acostumados a encontrar na cidade, como os espécie do nosso planeta. No entanto, Animais invasores podem ser introduzidos pardais e os pombos, chegaram aqui pegando também existem extinções locais, que no ambiente de forma intencional, como no “carona” nos grandes navios que trouxeram é quando uma espécie desaparece de caso do peixe bagre-africano, mas também os colonizadores europeus ao continente uma determinada área. Como exemplo podem ocorrer de maneira acidental. O americano. se pode citar o GaviãoReal, ou Harpia, cuja distribuição já foi da Mata Atlântica até a Amazônia e hoje está O RISCO DA EXTINÇÃO DAS ESPÉCIES restrita apenas ao norte da Amazônia. Dizemos que uma espécie está correndo diminuindo também. Se todos os indivíduos Dizemos que as risco de extinção quando ela se torna ameaçada de uma determinada espécie desaparecerem, Harpias foram extintas de desaparecer da natureza. Isso pode acontecer dizemos que esta espécie está extinta. na Mata Atlântica por muitos motivos, sendo o principal deles a destruição de seu hábitat natural. Quando A destruição do hábitat ameaça e, possivelmente, ocorre o desmatamento de áreas verdes devido principalmente espécies endêmicas, que também no Cerrado. à exploração humana, reduz-se a quantidade de recursos disponíveis no ambiente, e as populações dos animais e plantas acabam

A Ararinha-Azul A Ararinha-azul está extinta da natureza, mas não sofreu extinção absoluta, pois existem alguns exemplares em cativeiro. Programas de reprodução em cativeiro estão sendo conduzidos visando a reintrodução de espécimes na natureza, revertendo o efeito da extinção local. Contudo, há que se destacar que esta ave se encontra em situação crítica de conservação

existem apenas em uma determinada região do mundo, já que dependem de um ambiente muito específico.

O TRISTE ADEUS DA ARARINHA-AZUL

Capítulo 8

Em 1986, um grupo de cientistas realizou uma expedição ao sertão da Bahia em busca de uma ave muito especial: a ararinha-azul, que já estava ameaçada de extinção. Naquela viagem, os cientistas descobriram que restavam apenas três exemplares vivendo soltos na natureza e iniciaram um programa de proteção à ararinha. Nos anos seguintes, mesmo com todos os esforços não se pôde impedir a ação dos caçadores, que capturaram dois dos últimos exemplares. A última ararinha-azul, um macho, passou a ser acompanhado pelos pesquisadores, que ainda tentaram libertar uma fêmea que havia sido criada em cativeiro na esperança de que eles acasalassem e reproduzissem. Como a fêmea não estava acostumada com a liberdade, acabou morrendo ao se chocar contra um fio elétrico. No ano de 2002, apesar de todos os esforços, os cientistas não puderam mais localizar a última ararinha-azul livre e a espécie foi declarada oficialmente extinta na natureza. Restam, hoje, apenas cerca de 70 animais que são criados em cativeiro, principalmente na Europa.

Outra grande ameaça pode vir da introdução de espécies exóticas em um novo ambiente. Quando uma espécie é introduzida em um ecossistema, ela irá competir com os outros animais da área por abrigo, alimento e locais de reprodução. Há espécies que conseguem rapidamente se aclimatar e logo começam a se reproduzir. Quanto maior

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ararinha azul (Foto:

WIDESTOCK Brainpix Group / Agência O Globo)

for a população do invasor, menos recursos irão sobrar para as espécies nativas. A situação fica mais grave se, na área, não houver predadores que possam se alimentar do invasor. Se isso ocorrer, a tendência é que os animais nativos diminuam enquanto os invasores aumentam, causando um desequilíbrio ambiental.


Capítulo 8

O risco de extinção das espécies

Você sabia? Para evitar a extinção, várias espécies são protegidas pelos agricultores que passaram a utilizar o manejo conservacionista nos seus cultivos, adotando, entre outros, o plantio direto, a integração lavoura-pecuáriafloresta e os sistemas agroflorestais, além de

conservar suas APPs (Áreas de Preservação Permanentes) e Reservas Ambientais. Nestas áreas, além de a erosão ter sido controlada, houve um aumento significativo da fauna. Esta ação não deve ser restrita ao campo. Nas cidades, a conservação de áreas de preservação também deve ser feita, para garantir a manutenção da biodiversidade.

A INVASÃO DOS BAGRES-AFRICANOS No final da década de 1980, alguns pecuaristas da Região Sudeste resolveram tentar um novo ramo de criação: o bagre-africano (Clarias gariepinus). Segundo eles, esse peixe poderia ser criado a baixo custo, pois não exigia grandes cuidados com a água ou com a alimentação, e poderia produzir muita peixe bagre-africano (foto: márcio morandi) carne em pouco tempo. O que eles não sabiam é que o bagre tem a “incrível” capacidade de sair da água e se arrastar pelo terreno seco. Na África, onde eles vivem naturalmente, chega uma época do ano em que os rios secam, e só sobrevivem os peixes que conseguem se arrastar pela lama à procura de poças com água para esperar até as próximas chuvas. Com isso, não demorou para muitos bagres começarem a escapar dos tanques e açudes, indo parar nos córregos da região. Como são peixes grandes e ágeis, começaram a se alimentar dos peixinhos nativos daqueles riachos. Em poucos anos os pescadores começaram a notar que em suas redes não vinham mais as piabas, os lambaris e os carás, só bagres-africanos. Nos dias de chuva era possível ver os bagres rastejando pelo terreno lamacento, procurando novos riachos.

A caça e a pesca ilegais também podem levar as espécies à extinção. No Brasil, o tráfico de animais silvestres é uma atividade criminosa e altamente prejudicial para o meio ambiente. Os traficantes retiram os bichos da floresta para vendê-los como animais de estimação ou para retirar sua pele. Depois de caçá-los, os traficantes os colocam em gaiolas ou caixotes muito pequenos e os transportam por vários dias, deixando os animais sem água e sem comida. Mais da metade dos animais capturados morre antes de chegar a seu destino, e boa parte dos que sobrevivem fica doente e morre pouco tempo depois. Quem compra animais silvestres acaba contribuindo para o aumento desse tráfico e a extinção de muitas espécies.

Capítulo 8

Hoje, o bagre-africano pode ser encontrado nas bacias hidrográficas dos rios Guandu, Macaé, Tinguá e Iguaçu, sendo apontado como a maior causa da redução das populações de peixes e invertebrados desses rios. Como esse peixe consegue sobreviver até mesmo em águas poluídas, muitos acreditam que a carne é suja e imprópria para o consumo.

Tráfico de animais silvestres Converse com seus alunos sobre o prejuízo causado pelo tráfico de animais. Muitas vezes podemos encontrar nas beiras de estradas pessoas vendendo filhotes de papagaios, araras, periquitos etc. É bastante provável que, para capturar esses filhotes, os caçadores tenham matado seus pais. Alguns animais, como o mico-leãodourado, alcançam preços altíssimos no mercado negro, devido à sua raridade. A compra de animais oriundos do tráfico é considerada crime ambiental, passível de pena de prisão. Existem atualmente diversos criadouros de animais da fauna silvestre autorizados pelo IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), que vendem animais registrados e reproduzidos em cativeiro. Procure se certificar da origem de qualquer animal antes de comprá-lo como animal de estimação.

tráfico de animais silvestres (Foto: margi moss)

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Capítulo 8

o risco de extinção das espécies

Sugestão de atividade Incentive os seus alunos a observar os impactos das diversas atividades que acontecem ao redor da escola e das suas casas, e como essas atividades colocam em risco a fauna e a flora e, consequentemente, o ecossistema como um todo. É muito importante fazê-los entender como a

preservação é primordial para mantermos a nossa qualidade de vida. Como complemento, mostre a eles que, protegendo o ambiente onde vivem, estão também mantendo a vida no Planeta, dando cada um a sua pequena, mas significativa, contribuição. Se cada um de nós passarmos a respeitar a vida, não

importa de que espécie seja, estaremos contribuindo para evitar a extinção de inúmeros seres vivos e garantindo a manutenção do nosso rico e privilegiado planeta. Sugira, prezado professor, que cada aluno passe a ser um defensor da natureza e um divulgador dessa missão, em casa, no clube, na roça, na igreja...

Pense um pouco em tudo o que você aprendeu e responda: Quais as consequências da extinção de uma espécie na natureza? Quando uma espécie desaparece, todas as interações que ela tinha com outras espécies serão afetadas, ou seja, todo o ecossistema poderá estar em perigo. E você, o que pode fazer para ajudar a preservar a natureza? Converse com seu professor e seus colegas para, juntos, elaborarem uma cartilha de proteção ao meio ambiente. Divulgue essa cartilha na sua escola e na sua comunidade, pois proteger nosso ambiente é cuidar da nossa própria saúde!

atividade

atividade: construindo um laguinho

-1 pneu velho

- plantas aquáticas

-1 pedaço grande de lona plástica

- terra preta

- pedras de tamanhos variados

- areia

Peça a um adulto para cortar uma das laterais do pneu, como mostra a figura. Cave no quintal um buraco do tamanho do pneu e encaixe-o lá. Cave um pouco mais a parte central do buraco, na parte que não foi coberta pelo pneu. Compacte bem a terra em volta do pneu para que ele fique encaixado, bem firme. Cubra com a lona toda a parte de dentro do seu laguinho, deixando as bordas para fora e prendendo-as com as pedras. Deixe alguns buracos entre as pedras para servir de abrigo para as pererecas. Coloque um pouco de terra preta no fundo do buraco e cubra com bastante areia. Plante nesse local uma planta aquática, como a ninféia ou até brotos de arroz. Encha seu laguinho com água lentamente, até a borda. Cuide para que o lago nunca fique vazio, completando sempre o nível da água.

Capítulo 8

Algumas aves, como o bem-te-vi, apreciam comer peixes pequenos. Pode acontecer de algum bem-te-vi, ou até mesmo algum gato, resolver visitar seu laguinho em busca de um lanche. Caso isso aconteça, providencie uma cobertura para ele com tela de galinheiro ou tela de proteção tipo “sombrite”. Nunca deixe seu laguinho sem peixes, pois eles se alimentam das larvas de mosquito, ajudando a controlar sua proliferação.

Nesta atividade, vamos construir um laguinho que irá atrair pássaros, pererecas e insetos para aquele cantinho vazio do quintal. Para isso, vamos precisar de materiais bem simples:

Após cinco dias você poderá introduzir peixes. Isso evitará que mosquitos proliferem no seu laguinho. Depois de algumas semanas é provável que você receba a visita de pererecas, portanto verifique a água para ver se existem girinos lá dentro. Além dos anfíbios, pode ser que os pássaros venham beber água no seu laguinho. Observe diariamente e veja como um simples pneu transformouse no lar de diversas espécies animais!

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Capítulo 9

Capítulo9

conhecendo a sustentabilidade

Várias notícias são veiculadas na imprensa todos os dias sobre as catástrofes que podem acontecer se o ser humano continuar a agir como tem agido nas últimas décadas. Neste capítulo, os alunos entenderão o que pode ser feito para reverter a situação na busca do desenvolvimento sustentável, concluindo a caminhada no sentido de conhecer melhor o Planeta.

Capítulo9

Conhecendo a Sustentabilidade

Foto: Nelson L. Waissman

Os alunos conhecerão o sistema que vai da origem à disposição dos bens que são consumidos, incluindo a sua distribuição, consumo e despejo. A busca da sustentabilidade passa pelo uso racional dos recursos do Planeta, o consumo consciente e a reciclagem, formando um Clube de Consumo Consciente. A simples transmissão de conteúdos não é suficiente. Envolva os alunos em torno de um projeto comum e permanente, e procure transformar a sala de aula e a escola em um ambiente favorável às práticas ecologicamente corretas. Durante este capítulo, trabalharemos algumas dessas idéias. Durante o estudo deste capítulo destaque, através de constantes exemplos, a importância da ciência e as iniciativas tomadas por diferentes países na busca da sustentabilidade.

Depois de tudo que aprendemos nos capítulos anteriores, vamos tentar imaginar como seria o Planeta Terra no futuro. Será que ainda poderemos tomar banho de mar em nossas cidades? Será que, com o aquecimento global e, consequentemente, o degelo das geleiras, ainda existirão as atuais cidades litorâneas? Será que estaremos no meio de um conflito mundial por causa da pouca quantidade de água no Planeta?

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Capítulo 9

“um por todos e todos por um”

Pensar globalmente e agir localmente “Um por todos e todos por um”, gritou D’Artagnan para os três mosqueteiros do rei, ao ajudá-los a enfrentar os guardas do Cardeal Richelieu (em Os Três Mosqueteiros, de Alexandre Dumas). Um lema em sintonia com a sustentabilidade. Convoque seus alunos a agirem como agentes do desenvolvimento sustentável ou agentes ambientais, em casa, na escola,

na vizinhança, na cidade, no país... Estimule a reeducação, de cada um de nós e da comunidade local, de forma a abandonarmos as práticas danosas para o meio ambiente, provocando, assim, uma mudança gradual e positiva, de hábitos. Pergunte aos seus alunos sobre as suas práticas diárias e as consequências para a humanidade.

Promova uma pesquisa sobre os maiores desperdícios praticados individualmente e coletivamente, como início de uma reflexão sobre mudanças de práticas e planejamento de metas entre os alunos da classe. A análise local deve também atentar para os problemas sociais da região. Desta forma, você estará pensando globalmente e agindo localmente.

“UM POR TODOS E TODOS POR UM!” Para não chegar a uma situação tão terrível como a descrita na abertura desse capítulo, precisamos nos unir, trabalhar em grupo e pensar no futuro... Devemos pensar globalmente e agir localmente.

sustentabilidade

Para explicar o conceito de sustentabilidade, escolha uma atividade. Um agricultor, por exemplo, para produzir bem e por muito tempo qualquer alimento, precisa cuidar do solo e da água, utilizando todas as boas práticas agrícolas já vistas, repondo sempre os nutrientes que foram retirados do solo quando fez a colheita. Assim, o agricultor poderá produzir por muito tempo na mesma área. Depois dele, seus filhos e netos poderão fazer o mesmo.

Depois disso, é hora de ajudarmos os outros. Educar os adultos que ainda possuem hábitos antigos e mostrar o caminho às crianças que ainda estão aprendendo. Só podemos cobrar atitudes mais corretas dos outros quando nós mesmos as praticamos. Primeiro mudamos a nós mesmos, depois mudamos a nossa casa, o nosso prédio, a nossa rua, a nossa escola...

SUSTENTABILIDADE Para continuar desfrutando dos recursos do nosso planeta nas próximas gerações, devemos buscar a sustentabilidade. Mas, você sabe o que significa essa palavra complicada? Podemos dizer que uma sociedade sustentável depende de três pontos principais: - Fazer uso dos recursos da natureza sem comprometer nosso futuro e o futuro das próximas gerações. Mesmo as previsões mais otimistas mostram que se continuarmos a consumir os recursos do nosso planeta da forma que temos feito nos últimos 200 anos, em muito pouco tempo esses recursos estarão esgotados. Mas há esperança, pois ainda há chance de mudar. Se cada um de nós passar a fazer um uso mais consciente dos recursos, não degradar o meio ambiente e contribuir para sua preservação, podemos mudar

Capítulo 9

Desenvolvimento sustentável A discussão sobre o desenvolvimento sustentável passa pela relação do homem com a natureza e com outras pessoas, para conseguir atingir a sustentabilidade da vida. A importância, ou até mesmo a urgência dessa discussão, está direcionada ao futuro. Nesse caso, ao futuro dos alunos, herdeiros naturais deste Planeta.

O primeiro passo é entender que somos parte da natureza que nos cerca. Aprendemos a transformar os recursos naturais e utilizá-los a nosso favor, mas não podemos continuar pensando que os recursos como a água, o solo, os minerais, a flora e a fauna são infinitos. Devemos entender que estamos

prejudicando a nós mesmos quando utilizamos a natureza de forma irresponsável.

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esse quadro. Além disso, se todos nós, cidadãos e governo, adotarmos estratégias para preservar os recursos do planeta Terra, poderemos, um dia, alcançar o desenvolvimento sustentável. - Respeitar os limites da biosfera quanto à produção de resíduos e de poluição. Temos que utilizar todas as tecnologias existentes (biocombustíveis, reciclagem de materiais, produção limpa etc.) para não superar o limite de absorção de resíduos da biosfera comprometendo a vida no planeta. - Dispor de uma qualidade de vida digna para toda a humanidade. Enquanto ainda houver miséria no mundo, pessoas morrendo de fome, sem água e sem saneamento básico, não teremos alcançado a sustentabilidade.

O QUE É DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL? Podemos dizer que desenvolvimento sustentável é aquele capaz de suprir as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atender as necessidades das futuras gerações, ou seja, que não esgota os recursos para o futuro.


Capítulo 9

AS FAVELAS BRASILEIRAS

Conhecendo o sistema

Sugestão de atividade A seguir, os alunos passarão a conhecer melhor o sistema que nos tornou uma sociedade de consumo. Começa com a extração dos recursos naturais para a produção de energia e dos bens de consumo, seguindo-

O aumento da população nas cidades está diretamente relacionado com a degradação ambiental no setor rural. O uso inadequado dos recursos naturais, solo, água, flora e fauna, causa o empobrecimento do agricultor. Ele decide, então, migrar para as grandes cidades, já que não consegue atingir uma qualidade mínima de vida, nem oferecer uma educação razoável a seus filhos.

se a produção (transformação), distribuição, consumo e o despejo destes bens. Instale, com os alunos, um mural com recortes de revistas à medida que as etapas do sistema forem sendo apresentadas, mostrando como eles podem se transformar em consumidores conscientes. Gráfico Mostre aos alunos como a população aumentou nos últimos 40 anos, passando de 3,7 bilhões em 1970 para 6 bilhões em 2000. A previsão, para 2010, é de 6,8 bilhões. Imaginemos como será o mundo quando chegarmos a 10 bilhões, previsto para 2050. Debata com eles as formas de se diminuir este crescimento. Introduza o tema controle da natalidade, assunto ainda polêmico e muito discutido.

AS FAVELAS BRASILEIRAS As principais cidades brasileiras retratam fielmente as injustiças e desigualdades da nossa sociedade. Com o aumento da população urbana, cada vez mais se vê pessoas morando em locais inapropriados, violentos e abandonados pelo Estado. O censo de 2000, realizado pelo IBGE, aponta um crescimento de 22,5% das favelas em 9 anos. Havia 3.905 favelas no País, sendo 1.548 em São Paulo e 811 no Rio de Janeiro.

(foto: gilma dos santos pires)

CONHECENDO O SISTEMA

Todas as “coisas” no mundo tem uma origem e um destino final. Tudo o que consumimos provém dos “recursos naturais”. Somos todos consumidores. Objetos, energia, alimentos, e também remédios, percorrem um longo caminho até chegar em nossas mãos. Com o crescimento da população do mundo mais pessoas começaram a consumir, ou seja, a usar e precisar de cada vez mais “coisas”. Por exemplo, quanto mais pessoas, mais televisões. Quanto mais televisões, mais energia. Quanto mais energia, mais recursos nós usamos da natureza. Passamos de 2,5 bilhões Curva de crescimento populacional humano ao longo dos anos (em bilhões de habitantes)

Com o desenvolvimento tecnológico, os seres humanos puderam inventar formas de produzir cada vez mais rápido e em maior quantidade. A princípio isso pode parecer muito bom. Imaginem uma vida sem luz elétrica, televisão, automóveis, telefones e computadores. Difícil, não? Porém, temos que ter em mente que, para produzir e aproveitar todos esses avanços tecnológicos, estamos consumindo os recursos naturais do nosso planeta. Quanto mais se produz, mais somos levados a consumir. 7 Mais necessidades vão surgindo e mais recursos são utilizados. No final das contas, 6 quanto mais produzimos, mais resíduos e 5 lixo geramos, criando um outro problema – 4 onde descartá-lo? 3 2 1

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1000

Ano

1250

1500

1750

Sugestão de atividade Proponha um debate sobre o progresso alcançado nas últimas quatro décadas, pedindo aos alunos para levarem as seguintes questões para as suas famílias:

para 6 bilhões de habitantes em 50 anos. E a tendência é esse crescimento continuar aumentando (observe o gráfico). Para agravar a situação, esse crescimento é desigual. A população cresce mais nos países em desenvolvimento, com infraestrutura e planejamento familiar inadequados, aumentando ainda mais os problemas sociais.

0 2000

Vamos, então, conhecer melhor esse complexo sistema e discutir cada uma das suas etapas a fim de entendermos os problemas e pensarmos em possíveis soluções, tanto individuais quanto coletivas.

Capítulo 9

Você sabe como os alimentos chegam aos seus pratos? Ou como seu tênis foi parar naquela linda embalagem que chamou tanto a sua atenção na estante da loja? E a luz que ilumina o seu quarto à noite, como ela vem até você?

79 79

• O que mudou em relação ao padrão de consumo – quais os bens que passaram a ser importantes e quais não são mais? • Como está acontecendo este progresso em termos individuais e coletivos? E para os recursos naturais e a vida no Planeta? • Quais as vantagens e desvantagens do sistema de consumo vigente? Recorde sempre os princípios apresentados nos capítulos anteriores, que envolvem o respeito ao meio ambiente e ao ser humano.


Capítulo 9

conflitos se formam na região pelo direito dos seringueiros em defesa da mata e da de posse dessas terras (outra questão a sua atividade. A Amazônia é o maior exemplo para nós, ser discutida). O professor também deve brasileiros, de destruição da natureza. É mencionar a Amazônia como lar dos índios. Atualmente 32,9% da Amazônia brasileira considerado um dos biomas mais ricos em contam com proteção especial, sendo flora e fauna do mundo, além de abrigar Outra sugestão de discussão: a vida e a 20,84% de terras referentes às áreas indídiversas comunidades nativas. morte de Chico Mendes, que teve o mérito genas e 12,09% referentes a unidades de Os gases de efeito estufa liberados com de chamar a atenção do mundo para a luta conservação ambiental. as queimadas são a maior “contribuição” brasileira ao aquecimento global. Através de sites na Internet podemos acompanhar a situação do desmatamento na Amazônia, EXTRAÇÃO DOS RECURSOS NATURAIS deixamos as luzes acesas. Exterminamos espécies de animais quando destruímos seus habitats naturais que ocorre principalmente A primeira etapa desse sistema é a extração ou quando pescamos sem controle. na região conhecida como dos recursos naturais. O homem tem explorado arco do desflorestamento. esses recursos de forma irresponsável, agredindo Não temos uma reserva de água infinita, nem Exemplos destes sites são a natureza, comprometendo a qualidade de vida florestas eternas. Estamos devastando a natureza sem www.obt.inpe.br/prodes e e o futuro de todos. Cortamos as árvores para lhe permitir se recuperar através de seus ciclos naturais. www.obt.inpe.br/deter. fazer nossos móveis, consumimos água para Os recursos também são mal distribuídos. Muitas extração dos recursos naturais

escovar nossos dentes, tomar banho e lavar pratos. Gastamos energia quando vemos televisão ou

Pode-se fazer um estudo sobre as espécies nativas que estão ameaçadas de extinção (veja o anexo sobre Biomas Brasileiros), bem como a respeito das atividades econômicas das populações que residem na Amazônia. Diversos

Chico Mendes foi um herói nacional. Ficou conhecido pela sua luta em defesa dos seringueiros, que dependiam dessa atividade para sobreviver. Organizando barreiras de homens, mulheres e crianças, pacificamente impediam a derrubada das matas de que tanto precisavam. Ele foi assassinado no dia 22 de dezembro de 1988. Em 1990, graças à comoção internacional provocada por seu assassinato, foi criada a primeira reserva extrativista com seu nome.

recursos para geração de energia

No Brasil, levando-se em consideração todas as formas de produção de energia, as fontes nãorenováveis (petróleo e seus derivados, carvão mineral e o gás natural) em 2007 eram responsáveis por 55% de toda energia consumida.

Podemos separar os recursos naturais em dois grupos: os recursos necessários para a geração de energia e as matérias primas para produzir os “bens de consumo”. RECURSOS PARA GERAÇÃO DE ENERGIA

Parece muito simples, basta apertarmos um botão, e pronto!!! Que haja luz! Para conseguir luz através do fogo, os nossos ancestrais precisavam esfregar madeiras e pedras por muito tempo.

Capítulo 9

O restante (45%) vem de fontes renováveis. A energia hidráulica (hidrelétricas) produz 15% da energia e a biomassa, 30%, incluindo a lenha, o carvão vegetal e o bagaço de cana-de-açúcar. Faça uma visita, com os alunos, a uma indústria ou usina, ou mesmo a um grande estabelecimento comercial de sua cidade, e verifique a fonte de energia utilizada.

vezes, em nome do progresso, os recursos naturais acabam sendo tomados das populações nativas.

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chico mendes com carlos minc e betinho (foto: marco

andre pinto / agência o globo)

Precisamos de energia para tudo que fazemos. Quando acendemos uma lâmpada, utilizamos um meio de transporte ou mesmo aquecemos a água para um banho, estamos utilizando energia. As indústrias também utilizam a energia para produzir nossos “bens de consumo”. Toda essa energia precisa ser obtida de alguma forma. Já vimos que as fontes energéticas podem ser divididas em dois grandes grupos: não-renováveis e renováveis.

Energia não-renovável: Nesse tipo de fonte o recurso pode se esgotar na natureza. São exemplos de fontes não-renováveis de energia os combustíveis fósseis (petróleo, gás natural e carvão mineral), e urânio enriquecido – material radioativo utilizado nas usinas nucleares. Energia renovável: Esses recursos resultam dos fenômenos naturais cíclicos que se renovam num curto período de tempo. É o caso da água em movimento, dos ventos, da energia solar e da biomassa - energia extraída de vegetais que se recuperam quando os replantamos. As chamadas fontes alternativas de energia são aquelas que combinam baixo impacto ambiental e são, ao mesmo tempo, renováveis.


Capítulo 9

recursos para geração de energia

Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica, existem no Brasil quase 2 mil empreendimentos geradores de energia elétrica. Mais de 75% da energia elétrica que consumimos no nosso país é gerado pelas usinas hidrelétricas. O restante utiliza recursos naturais não-renováveis (usinas termelétricas e termonucleares). Menos de 0,3% utilizam fontes

alternativas de energia como os ventos (eólicas) ou o Sol (solar fotovoltaica). A eletricidade é utilizada para o uso de equipamentos elétricos ou eletrônicos (TVs, lâmpadas, aquecedores elétricos etc.) e de motores elétricos (aspiradores de pó, compressores de geladeira, ar-condicionados, ventiladores etc.). Outros tipos de energia são provenientes da combustão de líquidos, como os derivados de petróleo.

No Brasil, a principal forma de geração de eletricidade é através das hidrelétricas. Em 2006, ela chegou a 75,9% da produção total. Veja os prós e os contras desta fonte energética: As hidrelétricas funcionam com a força da água de um rio ou represa, que pode gerar eletricidade movimentando turbinas. Sempre se acreditou que, por ser renovável, essa fonte não tinha defeitos; porém, hoje, se sabe que não é bem assim.

hidrelétrica de itaipú

(foto: caio coronel/itaipú binacional)

Os novos modelos de usinas nucleares contam com sofisticados equipamentos de segurança que reduzem, consideravelmente, a possibilidade de outro acidente nuclear. No Brasil, existem 2 usinas termonucleares em funcionamento no Estado do Rio de Janeiro.

Na etapa de construção muda-se o curso de um rio e alagam-se grandes áreas. Inundam-se as matas ciliares e toda a biodiversidade. Ao contrário do que se pensava, ocorre emissão de gás carbônico, à medida que há a decomposição da floresta submersa pelo alagamento da região. Além das áreas alagadas, outro problema da instalação de grandes hidrelétricas é o deslocamento da população que vive nessas áreas para outros lugares. Na Usina Hidrelétrica de Sobradinho, localizada no rio São Francisco, Bahia, 45.000 pessoas de sete municípios tiveram que ser transferidas para outras regiões. Uma alternativa para esses problemas é a construção de pequenas centrais elétricas, pois menores barragens necessitam de uma menor área alagada.

recursos para produzir “bens de consumo”

atividade

Tudo o que chega em nossas mãos foi extraído direta ou indiretamente da natureza. A natureza é a única fonte de matéria-prima para fabricarmos nossos “bens de consumo”. Quanto mais evolui a tecnologia, mais consumimos. Quanto mais consumimos, mais recursos precisam ser extraídos.

Somente nos últimos 30 anos já consumimos cerca de um terço dos recursos naturais do planeta. Cortamos as árvores, extraímos os minerais, consumimos e poluímos a água e exterminamos os animais. Essa exploração descontrolada traz sérias consequências para nosso planeta: 80% das florestas originais já desapareceram, muitos rios não existem mais, vários recursos estão se esgotando e muitos animais e plantas estão em extinção. Tudo isso para satisfazer nossas necessidades de consumo.

Capítulo 9

Faça uma pesquisa sobre outras fontes de energia, tanto renováveis como não-renováveis. Em seguida, construa uma tabela comparando cada fonte relacionando seus aspectos positivos e negativos. Para concluir esta atividade, discuta com seus colegas quais delas são mais indicadas para serem utilizadas próximas ao local onde você mora.

RECURSOS PARA PRODUZIR “BENS DE CONSUMO”

Energia nuclear A energia nuclear vem ganhando destaque como uma boa opção de produção de energia. Respeitáveis ambientalistas vêm admitindo o seu uso em um planeta cada vez mais poluído e aquecido pelo efeito estufa. A energia nuclear, no entanto, ficou marcada com o acidente que aconteceu em 1986 na Usina de Chernobil, na Ucrânia (antiga União Soviética). Por falha na segurança, um dos reatores superaqueceu e iniciou uma série de explosões, produzindo uma nuvem radioativa que atingiu parte da União Soviética e da Europa Oriental.

81 81

Sugestão de atividade Estudando os recursos utilizados para produzir os bens de consumo, os alunos podem listar uma série de objetos, alimentos, formas de energia e pesquisar suas origens, com o objetivo de compreender os custos que eles geram na natureza. Mostre como estes impactos ambientais negativos poderiam ser menores, se todos agissem para isso.


Capítulo 9

Trabalho infantil Pesquisa realizada pelo IBGE em 2005 mostrou que quase 2% das crianças, com idade entre 5 a 9 anos, trabalhavam. Entre jovens com idades entre 10 a 14 anos, mais de 10% tinham alguma ocupação. O gráfico exibido na página ao lado mostra,

a produção dos bens de consumo

por exemplo, que das quase 2% das crianças entre 5 e 9 anos que trabalham, 3,5% encontram-se no Norte, 61,9% no Nordeste, e assim sucessivamente.

Uma forma de diminuir o impacto ambiental do processamento é pela diminuição do desperdício. A abundância de recursos naturais provoca Existem crianças que trabalham na sua o desperdício de 1/4 dos alimentos comunidade? Debata este assunto. produzidos. Metade da água tratada nas ETAs é desperdiçada e retorna aos mananciais para ser novamente tratada. 10% da energia elétrica Pesquisas demonstram que, se toda a população mundial tivesse o padrão de são desperdiçadas pelo consumo de europeus e americanos, seriam necessários de 4 a 5 planetas Terra uso irracional, como para fornecer os recursos naturais necessários. as luzes acesas sem necessidade. Utilize exemplos do dia-a-dia A PRODUÇÃO DOS “BENS DE CONSUMO” para mostrar aos alunos o quanto existe de A produção é o processo industrial onde transformamos desperdício na escola. nossa matéria-prima em algo diferente. Esse processo pode ser extremamente poluente, pois no seu decorrer são Divulgue os resultados despejados produtos químicos que contaminam o ar que para toda a escola a respiramos e gases que provocam o aquecimento global. fim de promover uma Estudos mostram que as indústrias são responsáveis por 1/5 mudança de cultura. das emissões de gases de efeito estufa para a atmosfera. Além da poluição atmosférica e do aquecimento global, outro impacto que as indústrias vêm causando no meio ambiente é a poluição dos rios. Muitas indústrias jogam nos rios os resíduos e produtos químicos utilizados na produção dos bens de consumo sem que estes tenham recebido o tratamento adequado. Isso leva à contaminação da água poluindo nossas belezas naturais e matando os animais. As pessoas que mais sofrem com esses problemas são exatamente aquelas que trabalham ou que moram perto das indústrias. Os países mais ricos optam por construir suas fábricas nos países mais pobres em busca de mão-de-obra mais barata e leis ambientais menos severas. Muitas

acima: poluição no canal do cunha, baía de guanabara (foto:

custodio coimbra / agência o globo) ao lado: indústria

liberando gases tóxicos para a atmosfera (foto:

diário do vale / paulo dimas / parceiro / agência o globo )

A BAÍA DE GUANABARA

Capítulo 9

As indústrias A industrialização gerou um grande fluxo de população, contribuindo com a formação dos grandes centros urbanos. No Brasil, tivemos um grande êxodo para esses centros, com os migrantes abandonando suas terras de origem em busca de um sonho de melhores condições de vida, devido à degradação ambiental associada à má situação econômica. Na cidade, os migrantes, sem preparo formal para o mercado de trabalho, acabam aceitando empregos mal remunerados e dando origem a zonas cada vez mais carentes nas grandes cidades.

82 82

A Baía de Guanabara, localizada no estado do Rio de Janeiro, vem sendo vítima de intensa poluição. Quatorze mil estabelecimentos industriais, quatorze terminais marítimos de carga e descarga de produtos oleosos, dois portos comerciais, diversos estaleiros, duas refinarias de petróleo, mais de mil postos de combustíveis e uma intrincada rede de transporte de matérias-primas, combustíveis e produtos industrializados vêm descartando diariamente uma quantidade incalculável de poluição nas suas águas. Será poluição na baía de guanabara. esgoto na marina da glória (foto: que ela aguenta? arquivo / agência o globo)


Capítulo 9

vezes, até crianças estão envolvidas nesse processo. Infelizmente, no Brasil o trabalho infantil ainda é uma realidade, apesar de o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) proibi-lo. Observe o gráfico ao lado com a distribuição regional de crianças que trabalham.

Nos custos dos produtos que nós compramos, não estão incluídos os custos dos impactos negativos causados ao ambiente, como a poluição do ar e da água, na extração, na industrialização, no transporte, na comercialização e no descarte. Precisamos pensar em maneiras de compensar estes custos e aplicar tais

60 Percentual (%)

distribuição e consumo

Sugestão de atividade Seria muito bom se todos pudessem ter um melhor padrão de consumo. Debata com seus alunos como isso seria possível com o sistema de consumo atual (veja os resultados da atividade proposta na página 79).

medidas para garantir a conservação adequada dos recursos naturais, a fim de que se mantenham para as futuras gerações. Escreva no mural com as etapas do sistema os custos ambientais para alguns bens de consumo escolhidos pelos alunos.

5 a 9 anos 10 a 14 anos

50

Fonte: IBGE, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, 2005.

40

consumo consciente

30 20 10

DISTRIBUIÇÃO E CONSUMO

0

Depois de pronto, o produto deve ser transportado das indústrias até as lojas. Entram em cena caminhões, navios, trens, aviões, etc. Depois de entregar os produtos nas lojas, esses meios de transporte precisam retornar até as indústrias para se reabastecerem. Pensem nos recursos necessários para construir e manter esse vaivém acelerado. Além disso, os gases de descarga

Norte

Nordeste

Sudeste

Sul

Centro-Oeste

de carros, caminhões, trens e aviões, e o óleo lançado ao mar pelos barcos e navios, também são prejudiciais ao meio ambiente. Estimativas mostram que o sistema de transporte é responsável por 25% de todo o gás carbônico expelido no ar. Outro problema são os engarrafamentos que esse tráfego acaba causando.

Em São Paulo, desde 1997 foi instituído o rodízio de carros nos horários de pico, com o objetivo de descongestionar o trânsito e diminuir a emissão de gás carbônico na atmosfera. Essa medida estimularia a “carona solidária” e o uso do transporte público. O número da placa do carro estabelece em quais dias cada veículo não pode ser utilizado.

(foto: oslaim brito / parceiro / agência o globo)

O objetivo das lojas é vender seus produtos assim que eles chegam às prateleiras. Quanto mais rápido melhor. E por que tanta pressa? Para poder vender novos produtos e aumentar os lucros. A variedade de ofertas é tão grande que todos sentem vontade de comprar. E o pior é que muitas vezes compramos coisas que não precisamos. Somos influenciados por propagandas que tentam nos convencer que nos sentiríamos melhor se tivéssemos este tênis ou aquela camisa daquela loja. Você já se sentiu assim? Isso cria outro problema: muitas pessoas acabam sendo discriminadas por terem menos “coisas” que as outras.

Capítulo 9

congestionamento em são paulo

Essa medida, embora possa diminuir o número de carros na rua, não resolve o problema. A chegada a esse ponto demonstra que o problema já atingiu uma escala preocupante.

exemplo de consumo em shopping center (foto: patrick G. moreno)

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O consumo é o motor do sistema, baseado na cultura do descartável. São duas as estratégias para tornar um produto ultrapassado a fim de acelerar as vendas: a obsolescência planejada e a perceptiva. Na obsolescência planejada, os produtos são feitos para durar pouco, tendo que ser substituídos em pouco tempo. As peças dos aparelhos novos não são compatíveis com as dos aparelhos antigos. Os consumidores tem que comprar um novo aparelho quando o antigo quebra. Na obsolescência perceptiva, as pessoas são convencidas de que coisas perfeitamente úteis devem ser descartadas. Um exemplo disso é a moda. São criadas coleções para cada estação do ano, resultando somente em mudanças na aparência. A publicidade trata de nos convencer de que uma grande infelicidade nos acometerá se não comprarmos produtos novos.


Capítulo 9

despejo os 5 erres aos alunos uma entrevista com os Estima-se que apenas 1% dos produtos que Dentro da discussão dos 5 Rs é pais, para descobrir como a família de compramos tem vida útil mais longa do importante ressaltar a urgência em cada um pode praticar melhor os 5 Rs. que seis meses. O resto se transforma em Reduzir (reduzir o consumo, ser um Estimule, nesta entrevista, a discussão lixo, descartado inadequadamente e sem um consumidor consciente), pois é o que de cada R em separado, através de tratamento que evite danos ao meio ambiente. afeta diretamente a produção. Por três perguntas. Analise os resultados Antigamente, tinha-se a falsa noção de que isso, é de grande importância debater destas entrevistas e prepare, com os o lixo produzido poderia ser encarado como sobre o consumo consciente. Sugira alunos, metas para as suas casas. “termômetro da civilização”. Assim, quanto mais lixo se descartava, mais evoluída seria a socieCONSUMO CONSCIENTE para nossa sobrevivência. O grande problema é o dade em questão.

Com a visão ambiental e a discussão sobre desenvolvimento sustentável, este raciocínio foi invertido. Países da Europa, como França, Inglaterra e Alemanha, vêm liderando este movimento. Nesses países são comuns os contêineres de reciclagem nas ruas e a redução do uso das embalagens plásticas. Na França, o consumidor paga por cada saco plástico que usa. Portanto, levar às compras sacos de pano, não descartáveis, tornou-se um hábito natural dos franceses.

consumo exagerado de bens supérfluos. Por isso, para ajudar a diminuir o uso irresponsável dos nossos recursos naturais, devemos recorrer ao consumo consciente. Isso significa que só se deve comprar aquilo que realmente for necessário e na quantidade que realmente precisamos.

MAS COMO PODEMOS FAZER A DIFERENÇA? VAMOS CONHECER OS “5 RS” Refletir: pensar sobre os processos socioambientais de produção e consumo. Estamos fazendo

isso neste capítulo.

Reduzir: ser um consumidor consciente é extremamente importante para mudarmos o

quadro atual. Podemos evitar a poluição através de nossas compras. Podemos evitar produtos descartáveis e embalagens desnecessárias, que logo vão para o lixo. Segundo dados do Programa de Meio Ambiente da ONU, mais de um milhão de aves marinhas e 100 mil mamíferos morrem de asfixia no mundo, por ano, ao confundir sacos plásticos com animais.

Reutilizar: o lixo pode ser material para um artista de rua fazer sua arte. O segredo de

reutilizar é a criatividade, ou seja, inventar novas funções para velhos objetos.

Reciclar: um produto pode ser submetido ao processo de reciclagem e se tornar outro produto (esse “R” será melhor comentado mais adiante.) Recusar: recusar produtos que causem danos ao meio ambiente ou a nossa saúde.

Se lembrarmos desses “Rs” em nossas vidas diárias estaremos contribuindo para a redução dos danos ambientais. DESPEJO

Capítulo 9

Voce sabia? Alguns tipos de lixo não foram comentados neste capítulo, como os lixos hospitalares, bélicos, nucleares e espaciais. Esses tipos de materiais devem ser descartados segundo critérios específicos, de modo a proteger a população que vive próxima, bem como o ambiente onde serão armazenados. Esses tipos de lixo tem tido uma taxa de crescimento preocupante, o que deve ser lembrado aos alunos.

O consumo é o que movimenta todo o resto do sistema. Quanto mais se consome, mais deve ser produzido e mais recursos devem ser explorados. Além disso, mais lixo acaba sendo gerado. É claro que muito daquilo que consumimos é essencial

84 84

O despejo é a última etapa de nosso sistema. Quando você não quer mais alguma coisa, joga ela no lixo. Afinal de contas, você não é uma daquelas pessoas que jogam lixo nas ruas. Tudo o que não cabe mais em nossas casas colocamos na lixeira. Porém, todo esse material acumulado não desaparece com um toque de mágica. Se assim fosse, isso não seria problema. Todo esse lixo deverá ser concentrado em algum local. Atualmente, um dos maiores problemas que encontramos nessa etapa é o excesso de detritos que são produzidos. Para piorar a situação, os produtos industrializados costumam levar muito tempo para se decompor. Isso significa que o lixo que jogamos fora hoje pode levar dezenas e, às vezes, centenas de anos para desaparecer. Observe a tabela ao lado.

Outro problema é que muitas vezes desperdiçamos recursos e bens que ainda poderiam ser aproveitados, como o lixo high tech. Estes são os celulares, microcomputadores, televisões e todos os aparelhos eletroeletrônicos que ainda funcionam, porém são considerados ultrapassados e acabam sendo descartados. Material Goma de Mascar Embalagens longa vida Embalagens pet Filtros de cigarros Fralda descartável Latas de alumínio Madeira pintada Metal Nylon Pano Papel e papelão Pneus e borrachas Sacolas plásticas Vidros

Tempo de Degradação 5 anos até 100 anos (alumínio) mais de 100 anos 5 a 10 anos 600 anos de 80 a 100 anos 13 anos mais de 100 anos 30 anos de 6 meses a 1 ano a 6 meses indeterminado mais de 100 anos 1 milhão de anos


Capítulo 9

Despejo

Pilhas e baterias descarregadas devem ser entregues aos estabelecimentos que as comercializam ou à rede de assistência técnica autorizada para repasse aos fabricantes ou importadores, a fim de que estes adotem os procedimentos de reutilização, reciclagem, tratamento ou descarte final ambientalmente adequado (Resolução n. 257 do CONAMA – Conselho

Nacional do Meio Ambiente). Mas, se isso não for possível, algumas atitudes podem ser tomadas como guardá-las em um lugar seco e ventilado até encontrar um posto de coleta, dar preferência às pilhas recarregáveis, mais caras inicialmente, mas que duram muito mais. Importante, também, é nunca comprar pilhas piratas que duram menos, são mais tóxicas e podem explodir com facilidade.

As baterias e as pilhas possuem um metal pesado (produto químico). Se não forem descartadas adequadamente, podem poluir o ambiente e afetar a saúde humana. Por isso, elas não devem ser misturadas ao lixo normal.

No Brasil, grande parte do que é descartado acaba sendo armazenado nos lixões. Neste local, o lixo é jogado a céu aberto, sem proteção nem tratamento. Dos 5507 municípios brasileiros, 4026 ainda depositam a maior parte de seus dejetos em lixões ou áreas alagadas. O meio ambiente, mais uma vez, é obrigado a assumir o prejuízo: poluição do ar, da água e do solo e, como se não bastasse, o lixão se torna um local perfeito para a proliferação de animais peçonhentos e insetos, bem como para a transmissão de doenças. Mais uma vez as populações mais carentes e que vivem próximas a estes locais são as que sofrem primeiro.

é descartado em locais mais adequados, chamados aterros sanitários. No aterro, os resíduos são colocados em uma camada de material impermeável que não deixa passar o chorume, um líquido escuro que sai do lixo e contamina os rios e aquíferos. No aterro o chorume é recolhido e tratado. Em seguida, o lixo é coberto com uma camada de areia para não atrair insetos nem transmitir doenças.

Parte do lixo também pode acabar sendo incinerada. Porém, esse processo prejudica ainda mais o meio ambiente, já que consiste em queimar o lixo a uma temperatura acima de 900 oC. A poluição do ar causada pela fumaça é extremamente tóxica, podendo afetar o sistema imunológico do nosso corpo, causar câncer e contaminar o ambiente por muito tempo. Entretanto, em alguns municípios do Brasil, o lixo

lixão (foto: Michel Filho / Agência O Globo)

A RECICLAGEM

Uma grande arma contra o problema do descarte de lixo é a reciclagem, um dos “5 Rs” que já vimos anteriormente. O plástico, o metal, o papel ou o vidro que utilizamos podem ser reciclados e se tornar novos produtos. No Brasil, muitas cidades como Curitiba e Porto Alegre já adotam essa prática há anos.

A reciclagem ajuda a diminuir a quantidade de lixo que precisa ser despejada, a última etapa do sistema, assim como ajuda a diminuir a extração de recursos, primeira etapa do nosso sistema. Está lembrado? Por exemplo, se reciclarmos o papel, diminuiremos a necessidade de armazenar o papel usado e descartado nos aterros, bem como de cortar outras árvores para fabricar mais papel.

Capítulo 9

Lembra de quando falamos sobre energia? O lixo também pode ser uma fonte de energia. Essa não é uma boa solução? Esse é um processo considerado vantajoso. A decomposição do lixo libera um gás, chamado metano, um gás de efeito estufa, que contribui para o aquecimento global. Entretanto, no aterro sanitário esse gás pode ser capturado e gerar energia. Por essa razão, esse gás também é conhecido como biogás.

85 85

Sugestão de atividade Uma pessoa produz, em média, 1 kg de lixo por dia. Em três anos já terá produzido mais de 1 tonelada. Na zona rural, este lixo é queimado ou enterrado. Nas cidades, é coletado e despejado nos lixões, geralmente a céu aberto, causando grande impacto prejudicial ao solo, ao ar e às águas. Pessoas que possuem deficiência de alimentação e que vivem em locais insalubres tornam-se mais suscetíveis a desenvolver uma grande variedade de doenças. Peça aos alunos para pesquisarem quanto lixo é produzido em suas casas e qual o destino do lixo, tirando fotos que irão para o mural. Você sabia? Mais da metade do lixo produzido diariamente por uma pessoa é reciclável. Assim, a reciclagem ajuda a reduzir o volume de lixo despejado nos lixões diariamente e, principalmente, reduz a necessidade de extração de recursos naturais e de seu processamento, etapas iniciais do processo. Isto é importante, já que o lixo gerado na produção pode chegar a 70 vezes o volume do produto final. Os custos ambientais do despejo deste lixo não são incluídos no seu custo final.


Capítulo 9

a reciclagem

Os números referentes à “economia do lixo” (reciclagem) não são nada desprezíveis. No Brasil, a explosão de catadores pelas ruas é um bom exemplo disso. Milhões de reais estão espalhados pelos lixões brasileiros. A ação de empresas de reciclagem e os cerca de 20 mil catadores economizam aos cofres do estado cerca de US$ 326 milhões por ano. Um material fundamental na vida moderna é o plástico, derivado do petróleo. Ele está presente em praticamente todos os tipos de produção da humanidade, desde a construção civil até a indústria têxtil, dos eletrodomésticos aos eletrônicos, sem esquecer das embalagens dos produtos. Estamos vivendo a era do plástico, por isso o incentivo à sua reciclagem é tão importante.

carnes. Existem vários métodos de compostagem, que vão desde a deposição dos resíduos em um buraco em camadas com terra ou com composto já curtido. Pode também ser colocado em um recipiente fechado com um pouco de solo e algumas minhocas, que acelerarão o processo. Após algumas semanas, o composto estará pronto para ser utilizado como adubo.

atividade Reciclar papel é muito simples e divertido. Vamos tentar? Para isso você precisará do seguinte material: • papel usado

• um liquidificador

• uma bacia com água

• esponja

• uma peneira

• jornal velho

Pegue o papel usado e corte-o em pedaços pequenos. Deixe os pedaços de molho na bacia por 24 horas. Passado esse tempo, pegue a mistura que se formou e bata no liquidificador. Dependendo do tempo que você bater no liquidificador, o papel ficará mais grosso ou mais fino. Despeje a mistura novamente na bacia. Mergulhe a peneira na bacia e, mantendo-a na horizontal, traga-a até a superfície. Deixe escorrer e, com a esponja, retire o excesso de água. Agora, basta virar a peneira sobre o jornal e pressionar para que o papel desprenda. Deixe secar e seu papel reciclado estará pronto. Se quiser, você poderá colocar flores secas, folhas, papel crepom ou outro tipo de ornamentação quando o papel ainda estiver na peneira. Você verá que, usando a criatividade, poderá produzir muitos tipos diferentes de papel reciclado.

Mas, para que o lixo chegue até as indústrias de reciclagem, temos que fazer a separação correta do lixo para a coleta seletiva. Para isso, a primeira coisa a fazer em casa é nunca descartar os restos de comida (lixo orgânico) junto daquele que pode ser reciclado (lixo seco). Isso é muito importante, pois o lixo orgânico pode impedir que alguns materiais possam ser reciclados. Se você tiver dúvida sobre que produtos podem ser reciclados, olhe as embalagens destes produtos e procure pelo símbolo de reciclagem estampado.

Em seguida, devemos separar o lixo reciclável em quatro recipientes diferentes: papel, metal, plástico e vidro. Se você tiver recipientes coloridos, isso pode facilitar a separação. Mas se não tiver, você pode criar o seu próprio ponto de coleta com material reaproveitado. Em muitas cidades as empresas que recolhem lixo aproveitam o lixo separado para encaminhá-lo à reciclagem. Outra opção são as cooperativas que, inclusive, compram o lixo separado. Entre em contato com essas empresas para obter mais informações.

atividade

Capítulo 9

Um modelo de reciclagem acontece no Brasil com o recolhimento das embalagens vazias dos pesticidas utilizados nas plantações. Se deixadas no campo ou enterradas, estas embalagens podem causar poluição e danos ao meio ambiente. No entanto, no Brasil, depois de utilizadas e lavadas, mais de 90% das embalagens são devolvidas aos postos de recolhimento, para serem transformadas em outros produtos. Um exemplo para todo o mundo.

Sugestão de atividade A compostagem não foi comentada, mas pode ser trabalhada ou até mesmo realizada na escola, caso haja espaço apropriado. O método consiste na produção de adubo orgânico através da decomposição biológica da matéria orgânica presente nos resíduos vegetais, como folhas, raízes, etc., evitando frutas cítricas e

Realizar a coleta seletiva é uma questão de mudar alguns velhos hábitos. Você verá que não há nenhum mistério. Para isso, comece organizando a coleta seletiva na sua sala de aula. Em seguida, tente implementá-la no seu colégio. E depois, quem sabe você não consegue realizá-la no seu bairro? Se encontrar alguma dificuldade, não desista. Mudar hábitos não é fácil, mas todos somos capazes, especialmente quando a causa é nobre. Para ajudá-lo, consulte a figura ao lado que mostra os diferentes tipos de lixo reciclável e os seus recipientes correspondentes:

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reciclagem (foto: patrick goltsman moreno)


Capítulo 9

conclusão

O sistema de consumo deixa um rastro de destruição social e ambiental ou “pegadas ecológicas”. O desenvolvimento sustentável procura otimizar o uso dos recursos naturais, com menor impacto ambiental (emissão de gases do efeito estufa, poluição, pobreza etc.). Para

Apesar de a reciclagem ser uma boa alternativa, é bom lembrar que ela também se faz por processo industrial, o que gera poluição e dispêndio de recursos.

isso, é necessário reduzir o consumo, eliminar formas erradas de despejo do lixo e reciclar o que for possível, diminuindo assim a extração e o uso dos recursos naturais. O papel da ciência é fundamental, direcionando suas pesquisas na busca de soluções tecnológicas que permeiam todo o processo. Muitas vezes,

no entanto, as mudanças necessárias não estão ligadas aos interesses da iniciativa privada e dos tomadores de decisão nos diferentes níveis (municipal, estadual e federal). Todos nós devemos pressionar nossos líderes a tornar a sustentabilidade uma realidade benéfica para todos, no presente e no futuro.

A economia de matérias-primas parece já compensar a iniciativa. Mas continua sendo importante reduzirmos nosso consumo.

CONCLUSÃO Para alcançar a sustentabilidade precisamos mudar depressa nosso comportamento. Só assim não comprometeremos a vida no planeta nas próximas gerações. A pesquisa e o avanço da tecnologia, comprometidos na preservação ambiental, tem um papel fundamental nesse processo. Os governos e as grandes corporações também devem estimular uma desaceleração da destruição.

clube do consumo consciente

Sempre haverá custos ao meio ambiente, portanto devemos também pensar neles. Como consumidores, podemos ter um papel fundamental na mudança, sendo conscientes e influenciando as pessoas mais próximas através de nosso exemplo. Sendo assim, terminamos nosso estudo com uma lista de sugestões para fazermos parte de um clube especial: o Clube do Consumo Consciente.

CLUBE DO CONSUMO CONSCIENTE - Compre produtos de material reciclado. - Converse com amigos e mostre-lhes os benefícios do consumo consciente. - Quando usar uma folha de papel, use os dois lados. - Evite muitas embalagens. - Junte e devolva às lojas pilhas e baterias de celulares. - Carregue sacolas para compras e evite sacos plásticos de supermercado.

- Tente reutilizar velhos objetos antes de comprar novos. O papel usado, por exemplo, pode ser reutilizado para fazer blocos. - Economize água. Tome banhos menos demorados, desligue a torneira quando estiver escovando os dentes. Pense na água como um recurso finito.

Capítulo 9

- Organize a coleta seletiva em sua turma e encaminhe o lixo reciclável a uma cooperativa ou empresa de coleta.

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O sistema foi construído pela sociedade, que é a única capaz de alterá-lo, buscando a sustentabilidade. O papel do cidadão é participar através de seus atos individuais e atuar como agente multiplicador das práticas ambientais. No coração do sistema está o consumo, que deve ser o mais consciente possível. Assim, é importante motivar o aluno para que ele modifique hábitos prejudiciais ao meio ambiente e se conscientize da sua responsabilidade. Estimule os alunos a se tornarem verdadeiros agentes em prol da natureza, influenciando seus pais, parentes, vizinhos e amigos a mudarem seus hábitos prejudiciais, adotando, cada vez mais, práticas condizentes com a sustentabilidade. Estes são os principais objetivos do Clube do Consumo Consciente.



Anexos


eras geológicas

principais características das eras geológicas a) Era Paleozóica. Iniciou-se há 540 milhões de anos e durou até 250 milhões de anos atrás. Caracterizouse pela explosão da vida, representada por trilobitas (artrópodos que viveram nos oceanos), peixes, anfíbios, répteis e pelas primeiras plantas e insetos. Nesta era a vida começou a se expandir pelos continentes e se caracterizou por três grandes extinções em massa. A última dessas extinções marcou a transição da era Paleozóica para a Mesozóica, há cerca de 250 milhões de anos, quando foram extintas 95% das espécies marinhas e 70% das terrestres. O motivo ainda é um mistério a ser desvendado. Pode ter sido devido ao impacto de um corpo extra-terrestre ou de uma glaciação em ambos os hemisférios, com resfriamento dos mares, redução dos habitats marinhos de águas rasas, desertificação dos ambientes terrestres, instabilidade climática, diminuição de nutrientes, vulcanismo maciço, ou mesmo a interação de dois ou mais desses fatores. Trata-se da mais dramática reorganização ecológica já ocorrida, estabelecendo um limite fundamental na História da Vida. b) Era Mesozóica. Compreende o período entre cerca de 250-65 mi-

ERA

Cenozóica

Mesozóica

lhões de anos atrás e é conhecida como “A Idade dos Répteis”. Durante o Mesozóico, surgiu uma fauna mais moderna, tanto na terra como no mar. Surgem os mamíferos primitivos, as tartarugas e as aves, que compartilhavam os céus com os pterossauros (répteis voadores). Plantas com flores dominavam os continentes no término do Mesozóico. Os dinossauros marcam sua presença na Terra. Nesta era, duas grandes extinções em massa ocorreram. A primeira, entre 210-199 milhões de anos atrás, causou a extinção de 48% da vida marinha e também de muitas famílias de vida terrestre (incluindo plantas). A causa deve ter sido o impacto de objeto extraterrestre seguido de esfriamento global e mudança nas condições atmosféricas. A segunda, há 65 milhões de anos, levou à extinção de, talvez, 75% da vida na Terra, inclusive dos dinossauros, e é também atribuída ao impacto de objeto extraterrestre e marca a transição para a Era Cenozóica. c) Era Cenozóica. De 65 milhões de anos atrás até o presente. Compreende o momento de expansão dos mamíferos, logo após a extinção dos dinossauros.

Um exemplo clássico é o da bacia sedimentar de São José de Itaboraí no Estado do Rio de Janeiro, considerada “O berço dos mamíferos”. Trata-se de um dos poucos locais no mundo a registrar aquela expansão de mamíferos, incluindo mastodontes, tigres dente-desabre, preguiças gigantes. As causas da extinção seriam as mudanças climáticas ocorridas na época. Os atuais cavalos, bois, veados e roedores surgiram também nesta Era. No mar houve o aparecimento dos primeiros cetáceos (que deram origem às baleias e golfinhos) e o aparecimento do Carcharodon, o tubarão gigante. Por outro lado, pequenos seres denominados foraminíferos são encontrados como fósseis nos calcários utilizados na construção das pirâmides do Egito. Os fósseis e, portanto, a rocha, são de idade eocênica. Mas é no final do Mioceno, há cerca de 7 milhões de anos, que aparece o primeiro hominídeo no Chade, país da África Central, chamado “homem de Toumaii”, o mais antigo até então. Quanto à flora, a Era Cenozóica foi grandemente dominada pelas angiospermas (plantas cujas sementes ficam contidas no ovário). Os últimos 2 milhões de anos são conhecidos como a Idade do Gelo e, também, como a Idade do Homem.

PERÍODO

INÍCIO

FIM

DURAÇÃO

CARACTERÍSTICAS

Quaternário

1,8 Ma

------

--------

Origem do Homo sapiens sapiens e da maioria dos animais “modernos”.

Neógeno

23 Ma

1,8 Ma

21,2 Ma

Apareceram muitos grupos de mamíferos e os primeiros hominídeos na África.

Paleógeno

65 Ma

23 Ma

42 Ma

Início da diversificação e expansão dos mamíferos.

Cretáceo

145 Ma

65 Ma

80 Ma

Jurássico

200 Ma

145 Ma

55 Ma

Triássico

250 Ma

200 Ma

50 Ma

Conhecida como “a idade dos répteis”, pois os dinossauros dominavam a Terra. Surgem as aves e os mamíferos primitivos. Ocorreram duas grandes extinções, sendo a última delas há 65 milhões de anos, quando desapareceram 75% das espécies, incluindo os dinossauros.

Permiano

300 Ma

250 Ma

50 Ma

Carbonífero

360 Ma

300 Ma

60 Ma

Devoniano

416 Ma

360 Ma

56 Ma

Siluriano

443 Ma

416 Ma

27 Ma

Ordoviciano

488 Ma

443 Ma

45 Ma

Cambriano

542 Ma

488 Ma

54 Ma

Paleozóica

Caracterizada pela explosão da vida, que domina os mares e começa a se expandir para os continentes. Ocorreram 3 grandes extinções em massa. A última, que ocorreu há 250 milhões de anos, extinguiu 95% das espécies marinhas e 70% das terrestres.

Ma = milhões de anos

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BIOMAS BRASILEIROS

BIOMAS BRASILEIROS

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BIOMAS BRASILEIROS

AMAZÔNIA

A Amazônia é o maior bioma brasileiro e ocupa uma área de 4,2 milhões de km2, quase metade da área do Brasil (49%). Abrange os Estados do Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Roraima, Rondônia, Mato Grosso, Maranhão, Tocantins. Estende-se por mais oito paises da América do Sul (Venezuela, Colômbia, Peru, Bolívia, Equador, Suriname, Guiana e Guiana Francesa). A Floresta Amazônica é composta por um mosaico de diferentes feições de vegetação que estão relacionadas à topologia, ao tipo de solo e às modificações impostas pelos seres humanos. Características Possui clima equatorial quente e úmido, com chuvas abundantes, elevada biodiversidade (mais de um terço das espécies do planeta) e é formado por basicamente dois grandes ecossistemas:

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- terra-firme: A vegetação nestes ecossistemas é a típica Floresta Amazônica, com alta densidade e riqueza de espécies vegetais e animais. - várzeas: são áreas inundadas pelos rios da Bacia Amazônica. A vegetação divide-se em florestas com inundações periódicas, onde o solo é mais fértil e ocorre maior diversidade de espécies; e florestas de igapó, com inundações permanentes, solo mais pobre e menor diversidade de espécies. À primeira vista, a Floresta Amazônica parece uma grande planície, porém apresenta um relevo levemente ondulado, dividido em platô (parte superior da elevação), vertente (correspondente à encosta) e baixio (parte inferior). Os solos de terra-firme são geralmente de baixa fertilidade. Suas características físicas e biológicas, no entanto, são

favoráveis à infiltração e crescimento das raízes. A exuberância da floresta neste ecossistema está relacionada com uma eficiente reciclagem e circulação dos nutrientes, ou seja, a matéria vegetal morta quando decomposta é que fornece os nutrientes para a vegetação. Nas várzeas e igapós os solos são mais férteis, já que são enriquecidos com sedimentos e nutrientes trazidos pelos rios. Usos

Com cerca de 30 mil espécies catalogadas de plantas, e outro tanto ainda por ser identificado, o uso sustentável dos recursos florestais na Amazônia possui um grande potencial para o desenvolvimento sócio-econômico da região. A utilização de subprodutos florestais, como sementes, frutos, resinas, óleos, etc, contribui, em pequena escala, para a economia local. São produzidos artesanatos com sementes, escamas de


BIOMAS BRASILEIROS

peixes, ossos e penas; além de polpas de frutas, sucos, sorvetes, compotas, que são comercializados em todo o País e no exterior. Algumas espécies que se destacam na indústria de cosméticos e de alimentos são a andiroba, a copaíba, o jatobá, o cupuaçu, a castanha do pará, o guaraná, o açaí, o buriti etc. Algumas árvores, como o Pau-Rosa, alcançam preços altíssimos no mercado internacional, pois são utilizadas como matéria-prima para a produção de perfumes de marcas consagradas. O manejo dos recursos florestais nãocultivados é denominado extrativismo. Uma boa parte da floresta (cerca de 20%) foi desmatada para a implantação de pastagens, plantio de grãos (soja, milho, feijão, arroz) e de banana, mandioca, guaraná, cupuaçu, látex (seringueira), dendê (para produção do óleo, usado como combustível), cacau e outros produtos, além da exploração da madeira. Além disso, a Amazônia é a principal fonte de madeira de florestas nativas do Brasil, importante fonte de renda de estados como o Pará, Mato Grosso e Rondônia. Embora grande parte da extração de madeira seja feita de maneira controlada e eficiente ecologicamente, também ocorre a extração feita de maneira ilegal e desordenada, e que encontra compradores no mercado nacional e internacional. Existem técnicas de manejo florestal de impacto reduzido que permitem a retirada da madeira sem a destruição do entorno das árvores. A madeira proveniente deste plano de manejo é conhecida como “madeira certificada”, e alcança altos preços devido à certeza de que sua extração não provocou desmatamento na Amazônia. Existe também a agricultura em sistemas agroflorestais, que possibilitam o cultivo de espécies comerciais em conjunto com espécies nativas, preservando o solo e a vegetação original, além de assegurar a colheita ao longo de todo o ano.

Curiosidades • O bioma Amazônia, além de apresentar grande variedade de espécies, possui um elevado número de espécies endêmicas, ou seja, espécies que ocorrem apenas naquela região. Podemos destacar o sagüileãozinho (menor primata do mundo), a preguiça-real, a cotia-preta, a pacarana, o peixe-boi, o boto vermelho, o uirapuru verdadeiro e o galo-da-serra. • O maior peixe de água doce do mundo, o pirarucu, é encontrado nos rios desta região. Ele pode chegar a 2,5 metros de comprimento e pesar 250 quilos. Na reserva de Mamirauá existe um plano de manejo para sua pesca, que assegura que os estoques deste peixe sejam mantidos através dos anos mesmo com a pesca. Apenas aos moradores da região é permitida a pesca, não sendo admitidos pescadores comerciais. • Um dos símbolos da Amazônia, a vitóriarégia (Victoria amazônica), chega a medir 2 metros de diâmetro. • O peixe-boi, além de endêmico, é o maior animal da Amazônia e pode atingir o peso de meia tonelada e três metros de comprimento. • Em algumas regiões da Amazônia existe um tipo de solo extremamente rico em nutrientes chamado, terra-preta-deíndio. Ele é formado pelo acúmulo e decomposição de matéria orgânica (restos animais e vegetais, cinzas, cerâmicas etc) em locais que foram habitados por indígenas. • A Floresta Amazônica abriga 2.500 espécies de árvores (um terço da madeira tropical do planeta) e 30 mil das 100 mil espécies de plantas que existem em toda a América Latina. Problemas ambientais A extração madeireira desordenada e a atividade agrícola não-sustentável, principalmente plantação de soja, são as

principais causas do desmatamento na região amazônica. Em 2003, 16% da área total da floresta já tinham sido desmatados. A exploração ilegal chega a 80% da produção de madeira na Amazônia e a região ainda abriga 22 madeireiras estrangeiras. Mas estes não são os únicos problemas deste bioma: queimadas, assentamentos em áreas de preservação, pecuária, usinas hidrelétricas e barragens também contribuem para diminuição da sua área original. A Amazônia possui um grande número de unidades de conservação e é o bioma com maior percentual de florestas oficialmente protegidas, porém a fiscalização ainda é precária, tanto pela falta de fiscais como pelos locais de difícil acesso. O Parque Nacional do Jaú, criado em 1986, é o terceiro maior parque de floresta tropical do mundo, com área total superior à do estado de Sergipe (22.720 km2). Espécies da flora ameaçadas de extinção: • Pau-rosa (Aniba rosaeodora) • Jaborandi (Pilocarpus microphyllus) • Ipê-roxo (Tabebuia impetiginosa) • Mogno (Swietenia macrophylla) • Maçaranduba (Manilkara huberi) Espécies da fauna ameaçadas de extinção: • Borboleta (Agrias narcissus) • Cação-quati (Isogomphodon oxyrhynchus) • Arara-azul-grande (Anodorhynchus hyacinthinus) • Pica-pau-dourado-escuro (Piculus chrysochloros paraensis) • Peixe-boi amazônico (Trichechus inunguis) Plantas exóticas (potenciais causadoras de desequilíbrio ambiental): • Acácia (Cassia javanica L.) • Jasmim (Jasminum sp.) • Carambola (Averrhoa carambola) • Eucalipto (Eucaliptus spp.)

IMPORTANTE: o bioma Amazônia não pode ser confundido com a Amazônia Legal. A Amazônia Legal é um conceito essencialmente político e engloba o mosaico de vegetações encontrado na grande faixa de transição entre biomas. A Amazônia Legal tem uma área de 5,2 milhões de km2, cerca de 61% do território brasileiro. Na área de transição entre os biomas Pantanal, Cerrado e Caatinga se encontra a fronteira agrícola, conhecida como “Arco do Desflorestamento”, onde ocorre a maior parte da mudança de uso da terra, como a pecuária e a agricultura extensiva, que exige o desmatamento (e, em alguns casos, as queimadas). Nesta faixa são encontradas as florestas semi-decíduas (com queda parcial das folhas ao longo do ano), as manchas de cerrado, as manchas de campina e a campinarana (que significa “falso campo”, área onde mais chove no Brasil), o cipoal (vegetação com muito cipó, presente em locais com jazidas de ferro e alumínio), o babaçual (área com predomínio de palmeiras, transição da Floresta Amazônica para a Caatinga), entre outros.

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BIOMAS BRASILEIROS

CAATINGA A Caatinga é um bioma exclusivamente brasileiro, possui cerca de 844 mil km2 e ocupa quase 10% do território nacional. Apesar disso, a biodiversidade da caatinga ainda é pouco estudada, e seu potencial econômico é subaproveitado. Abrange os Estados do Ceará, Bahia, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Alagoas, Sergipe, Minas Gerais e Maranhão. Características Bioma de clima semi-árido (quente e relativamente seco), com chuvas concentradas no período do verão. Apresenta solo fértil e pedregoso. Seus rios podem ser temporários – secam por sete a nove meses e voltam a encher na época de chuvas – ou permanentes, como o rio São Francisco. A flora tem rica diversidade de estratégias para sobrevivência aos longos períodos de seca. Predominam as xerófitas, arbustos que apresentam modificações para sobrevivência no bioma (espinhos, folhas caducas – que caem – armazenamento de água e raízes compridas). Árvores como a Imburana possuem estruturas em suas raízes que armazenam água. Os animais também são adaptados ao clima: desenvolveram hábitos migratórios ou aprenderam a se esconder do sol durante o dia. Em locais próximos às serras são encontrados os brejos – as ilhas de umidade –, com solos mais férteis onde é possível produzir uma grande variedade de alimentos e frutas. A Caatinga é um bioma pouco conhecido pelos cientistas e são muito poucas as unidades de conservação. Mesmo assim, os habitantes locais conhecem muito sobre os animais e as plantas e as formas de conviver com o clima semi-árido. Usos A escassez de alimento cultivado, devido à seca, leva o sertanejo a explorar fontes alternativas de alimento. Muitas delas são pouco nutritivas ou possuem sabor pouco agradável, como a palma. Ainda assim, constituem fonte nutricional de grande importância para o homem catingueiro. As espécies mais comuns

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utilizadas são imburana, aroeira, umbu, baraúna, macambira, mandacaru e juazeiro. Existem muitas áreas com criação de caprinos (cabras), ovinos (ovelhas) e de bovinos, além da produção de mel. Em algumas áreas irrigadas próximas ao rio São Francisco é possível ver grandes plantações de manga e de uva. Curiosidades • A palavra caatinga é derivada do Tupiguarani (Caa-campo, Tinga - branco), e se refere à cor clara e pardacenta da vegetação durante a seca. • Na Caatinga vivem algumas das espécies mais ameaçadas de extinção da natureza, como a ararinha azul (Cyanopsita spixii) e a arara-azul-de-lear (Anodorhynchus leari). • Alguns animais encontrados na região são o sapo-cururu, a asa-branca, a cotia, o preá, o gambá, o veado-catingueiro, o tatu-peba e o sagui-do-nordeste. • O sertão nordestino é uma das áreas semi-áridas mais povoadas do mundo. • Estudos mostram que cerca de 327 espécies animais são endêmicas (exclusivas) da Caatinga. São típicos da área 13 espécies de mamíferos, 23 de lagartos, 20 de peixes e 15 de aves. Entre as plantas, há 323 espécies endêmicas. • Uma área de Caatinga mais conservada pode abrigar cerca de 200 espécies de formigas, enquanto nas mais degradadas há de 30 a 40 espécies. Problemas ambientais Cerca de 20 milhões de brasileiros vivem na região. O maior problema da Caatinga é a baixa ocorrência de chuvas, sempre incertas e escassas, resultando na seca local. As plantações e a criação de animais sofrem com a falta de água, que pode ser resolvida com um sistema planejado de irrigação, onde existam água de rios e dos aquíferos. Quando não chove, o homem do sertão e sua família precisam caminhar quilômetros em busca da água dos açudes. Mesmo quando chove, o solo pedregoso não consegue armazenar a água que cai, e a temperatura elevada (médias entre 25°C e 29°C) provoca intensa evaporação.

Durante a longa estiagem os sertões ficam, muitas vezes, semidesertos, e apesar do tempo ficar nublado não costuma chover. A intensa seca muitas vezes leva o sertanejo a abandonar suas terras e buscar seu sustento nos grandes centros urbanos, num fenômeno conhecido como êxodo rural. Algumas áreas da Caatinga sofreram com o processo de salinização* do solo, o que impossibilitou a agricultura nestes locais. Este processo surgiu na época do Brasil Colônia, com a construção de grandes açudes para criação de gado e irrigação descontrolada. A monocultura e o corte da vegetação para produção de lenha e carvão pelas siderúrgicas e olarias também contribuem para a destruição deste bioma, que já teve mais de 50% de sua área original alterada. Toda essa devastação e alteração da Caatinga pelo homem deu início a um processo de desertificação (processo pelo qual uma área se transforma em deserto) no bioma. Espécies da flora ameaçadas de extinção: • Jacarandá (Jacaranda rugosa) • Coroa-de-frade (Melocactus conoideus) • Tabebuia selachidentata • Dimerostemma bahiensis • Bacopa cochlearia *os sais dissolvidos no solo sobem junto com a água para a superfície. Com o clima seco, a água evapora e resta apenas o sal no solo.


BIOMAS BRASILEIROS

PAMPAS (CAMPOS SULINOS ou CAMPOS DO SUL) Os Pampas começam no Estado do Rio Grande do Sul e estendem-se até a Argentina e o Uruguai. No Brasil, este bioma ocupa 2% de seu território, com cerca de 176 mil km2. Características O relevo da região é plano ou aplainado ou suave-ondulado. O clima é subtropical úmido (quente durante o verão, e temperatura mais baixa e maior quantidade de chuva durante o inverno) e o solo é fértil, mas muito suscetível à erosão e à arenização. A vegetação típica predominante é chamada de “estepe” e é formada de plantas herbáceas e arbustos formando a paisagem de um imenso tapete verde. Algumas poucas florestas (matas ciliares) ocupam as margens dos rios e córregos da região. Uma espécie bastante característica desta região é a Araucária, ou Pinheiro-do-Paraná (Araucaria angustifolia), uma das únicas coníferas nativas do Brasil, que produz o pinhão, importante alimento da região. Seguindo o litoral do Rio Grande do Sul encontramos os banhados e restingas, áreas alagadas com grande vegetação de juncos, aguapés e gravatás (bromélias). Estes

ecossistemas abrigam uma grande variedade de espécies animais como garças, marrecos, veados, onças-pintadas, lontras e capivaras. Usos Atualmente a região é utilizada para criação de gado (pecuária), cultivo de milho, arroz, trigo e soja. Nas áreas muito degradadas, a recuperação está sendo feita com a integração lavourapecuária, ou com sistemas silvipastoris, que combinam a pecuária com espécies florestais. A melhoria da pecuária da região se dá com a introdução de pastagens melhor adaptadas.

Problemas ambientais O uso da terra de forma descontrolada (antiga extração de madeira das matas de araucária; cultivo de milho, arroz, trigo e soja; criação de animais) está aumentando a erosão do solo e tornando-o pobre. Em diversos pontos deste bioma já é possível observar áreas de desertificação.

Curiosidades • Os campos sulinos ou do sul também são conhecidos como “Pampas”, termo indígena que significa “terra plana”. • O banhado do Taim é o mais importante do litoral rio-grandense devido à riqueza do solo. • A diversidade biológica dos Pampas concentra-se na fauna, apresentando espécies raras, migratórias e ameaçadas de extinção e endêmicas (só no grupo dos mamíferos o endemismo chega a 40%). • Sete gêneros de cactos e bromélias representam espécies endêmicas da região.

Espécies da flora ameaçadas de extinção: • Hippeastrum angustifolium • Hippeastrum breviflorum • Hippeastrum santacatarina • Trichocline incana • Calibrachoa humilis

favoráveis a culturas, pastagens e espécies florestais. O clima é tropical, com verão quente e úmido e o inverno seco, podendo chegar a oito meses sem chuvas. Podemos encontrar diferentes paisagens neste bioma:

superficial é muito rala já que recebe muito pouca luminosidade.

Plantas exóticas: • Pinheiro (Pinus spp.) • Eucalipto (Eucaliptus spp.) • Cafeeiro (Coffea arabica) • Milho (Zea mays) • Batata (Solanum tuberosum L.) • Soja (Glycine max (L.) Merr.)

CERRADO É o segundo maior bioma brasileiro, ocupando 2 milhões de km2, cerca de 24% do território nacional. Situa-se na região central do País, compreendendo os Estados de Goiás, Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Maranhão, Minas Gerais, Piauí e São Paulo. É ainda uma das áreas mais ricas e prioritárias para a conservação do Planeta. Características Também conhecido como savana tropical, já que lembra em muito as savanas africanas. O Cerrado é composto por diferentes tipos de vegetação, solo, clima e relevo. Suas formações vegetais são diversas, variando desde campos abertos, quase sem árvores, até formações densas de florestas. O solo, em geral, tem baixa fertilidade e é ácido. Suas características físicas, no entanto, são muito boas (boa permeabilidade, profundos),

- matas de galeria ou ciliares – florestas que acompanham os rios. Ricas em palmeiras de troncos curtos (buritis) e grandes bromélias terrestres. - cerradão - mistura da vegetação encontrada no cerrado e nas matas de galeria. É uma floresta adaptada ao ambiente do bioma, formada por arbustos e árvores, que podem chegar a 15 metros de altura, e algumas chegam a manter as folhas na estação seca. O bosque intermediário apresenta arbustos menores, de 3 metros de altura. A parte

- cerrado – é a vegetação mais comum e que representa este bioma. Apresenta árvores baixas e retorcidas (menores que das matas de galeria e cerradão). As plantas são adaptadas para viver em condições de solo pouco fértil e com muito pouca chuva na estação seca, que pode durar até oito meses. Os troncos e galhos são retorcidos, as folhas e cascas são grossas e as raízes são compridas (chegam a ter 20 metros para procurar água). Algumas espécies perdem suas folhas na estação seca. - campo sujo - composto por gramíneas – capins, poucas árvores e alguns arbustos. Ocorrem nos solos rasos ou nos solos profundos e pouco férteis. Mesmo com as queimadas frequentes, algumas espécies, bem adaptadas, se desenvolvem e até se reproduzem.

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BIOMAS BRASILEIROS

- campo limpo – composto apenas por gramíneas e alguns poucos arbustos. Abrange as áreas que vão do topo dos morros aos vales, mas dificilmente ocorrem em áreas planas. - Cerrado de altitude ou campo rupestre – composto por vegetação baixa e retorcida. O solo é bastante pedregoso e raso. Pode ser encontrado no topo das chapadas. Este bioma é cortado pelas três maiores bacias hidrográficas da região, a do São Francisco, a do Tocantins e a do Paraná/Paraguai, o que favorece a presença de grande biodiversidade vegetal (cerca de 10 mil espécies) e animal. Possui mais de 1400 espécies de plantas e é fonte de alimentos e fármacos. A fauna é muito rica, com centenas de espécies de mamíferos, aves, répteis, anfíbios, peixes e com milhares de espécies de invertebrados (aranhas, escorpiões, insetos etc.). Usos • Região bastante utilizada para agricultura, pecuária e espécies florestais, principalmente soja, milho, algodão, feijão, arroz, girassol, gergelim etc. Quase toda a carne bovina produzida (70%) no Brasil vem do Cerrado. • Muitas espécies de plantas nativas, especialmente frutíferas, medicinais e ornamentais, vêm sendo cada vez mais utilizadas com fins comerciais, sem destruir a vegetação natural, como pequi, baru, mangaba, cagaita, buriti, jatobá, cajuí, arnica, mama-cadela, faveira, gueroba, murici e outras. • Além da vegetação herbácea, existem mais de 420 espécies de árvores e arbustos. Estima-se que a flora da região possua 10 mil espécies de plantas. - Existem 759 espécies de aves, 180 espécies de répteis e 195 de mamíferos (30 tipos de morcegos) catalogados na área. O número de insetos é surpreendente: apenas na área do Distrito Federal há 90 espécies de cupins, mil espécies de borboletas e 500 tipos diferentes de abelhas e vespas. - Do número total de aves registradas para a região (837), 78 são aves migratórias (apenas utilizam a região por um período do ano). Curiosidades • Discute-se, atualmente, que o Cerrado seja um grande mosaico de vegetações derivadas da Mata Atlântica, cujos remanescentes podem ser encontrados nos cerradões e

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matas-de-galeria. Não está descartada a influência dos seres humanos na degradação do ambiente original. • Cerrado significa fechado, palavra de origem espanhola. • O bioma Cerrado é considerado o berço das águas do Brasil. Nele nascem as três principais bacias brasileiras (Paraná/Paraguai, São Francisco e Araguaia/Tocantins). Assim, o Cerrado exerce papel-chave no equilíbrio ambiental de outros biomas, como a Amazônia, a Mata Atlântica, a Caatinga e o Pantanal. • Por acumular bastante material de fácil combustão, são comuns os incêndios na estação seca, alguns naturais, como aqueles provocados por quedas de raios, que ocorrem a intervalos de cinco a sete anos. Porém, são frequentes os incêndios causados pelo homem, especialmente pelo alastramento de queimadas para pastagens e o desmatamento. Como são fortes e possuem

brotos subterrâneos, algumas espécies rebrotam naturalmente, mesmo quando toda a parte aérea foi destruída pelo fogo. • São muito poucas as unidades de conservação da biodiversidade existentes no Cerrado. Dentre as existentes, podemos citar o Parque Nacional das Emas e o da Chapada dos Veadeiros, em Goiás. • Este bioma, junto com a Mata Atlântica, é uma das áreas de hotspots do Brasil, pois são regiões com elevada diversidade e endemismo de espécies, mas possuem uma devastação alta, podendo desaparecer rapidamente se não forem conservadas. Problemas ambientais Pouco mais de 20% da área do bioma estão preservados. Por ser propício para culturas e pastagens, o bioma foi devastado para que houvesse a expansão da agricultura e da pecuária. Atualmente, a monocultura de soja destinada à alimentação animal é uma das


BIOMAS BRASILEIROS

maiores ameaças ao Cerrado. Isto aconteceu sem planejamento, com o uso de técnicas não adequadas de plantio e sem as leis ambientais que existem hoje. As áreas degradadas estão, hoje, sendo recuperadas com técnicas conservacionistas, como o Sistema Plantio Direto e a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta.

Espécies da flora ameaçadas de extinção: • Mimosa humifusa • Eugenia blanda • Banisteriopsis hirsuta • Cuphea cuiabensis • Hyptis cruciformis

Plantas exóticas invasoras: • Capim-gordura (Melinis minutiflora Beauv.) • Capim-jaraguá (Hyparrhenia rufa) • Capim-colonião (Panicum maximum Jacq.) • Braquiárias (Brachiaria spp.) • S amambaia-brava(Pterydium aquilinum (L.) Kuhn.) • Malvaviscus arboreus Cav.

da preservação ambiental da região e das cabeceiras das bacias hidrográficas, localizadas no Cerrado. Para preservar os peixes da região, a pesca, principalmente a profissional, é muito controlada e até proibida na época em que os peixes “sobem” os rios e procuram áreas mais oxigenadas. É a piracema (ou saída do peixe, em tupi-guarani). - Várias espécies de animais são criados em cativeiro como o jacaré, a capivara e alguns peixes.

• O maior peixe do Pantanal é o jaú, um bagre gigante que pode medir até 1,5 m de comprimento e pesar 120 quilos. • A onça pintada do Pantanal pode chegar a pesar 150 quilos. • Em 2000, o Pantanal foi declarado, pela UNESCO, Reserva da Biosfera. Estas reservas são áreas que possuem uma forma integrada de manejo e gestão, dentro das regiões que ocupam.

PANTANAL É a maior planície inundável do planeta, ocupando pouco menos de 2% (150 mil km2) do território brasileiro. Localiza-se na região centro-oeste do País, nos Estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Características O bioma ocupa uma planície com baixa altitude e muito pouca declividade. O clima é tropical, com uma estação chuvosa (chuvas abundantes no final da primavera e no verão) e outra seca. Durante a estação chuvosa quase toda a região (80%) fica alagada. Na estação seca as áreas alagadas diminuem e são formados grandes lagos, essenciais para a sobrevivência dos animais da região. A paisagem do Pantanal é bastante diversificada, existindo florestas muito densas, cerrado, campo sujo e campo limpo, como no bioma Cerrado, e áreas inundadas permanentemente dominadas por plantas aquáticas. A diversidade de espécies vegetais e animais é alta, mas com pouco endemismo, já que predominam espécies comuns do Cerrado, da Amazônia, da Mata Atlântica, do Chaco e da Mata Chiquitana, estes dois últimos biomas da Bolívia. Usos • A atividade mais comum na região é a pecuária extensiva para produção de carne bovina. A pesca e o ecoturismo são também atividades comuns, que dependem

Curiosidades • O Pantanal destaca-se pela riqueza da fauna, onde 263 espécies de peixes, 122 espécies de mamíferos, 93 espécies de répteis, 1.132 espécies de borboletas e 656 espécies de aves dividem o espaço. • A diversidade de árvores e arbustos chega a 1.647 espécies. • O tucunaré é um peixe exótico no Pantanal, originário da Bacia Amazônica, e que causa grandes prejuízos na região por não possuir predador natural. Por outro lado, sua ocorrência atrai pescadores esportivos, já que o tucunaré é considerado um peixe “nobre” nesta atividade. • A maior cobra do Pantanal, a sucuri-amarela, pode medir 4,5 metros de comprimento. • A ave símbolo do Pantanal é o tuiuiú (Jabyru mycteria). • O jacaré do Pantanal pode medir até 2,5 metros de comprimento.

Problemas ambientais O maior problema ambiental do Pantanal é o assoreamento dos rios e lagos da região, como resultado da erosão que acontece nas partes mais altas (cabeceiras) dos rios que formam a região. A caça e a pesca predatórias chegaram a ser um problema grave, mas hoje estão controladas, com a proibição da caça e o controle intenso da pesca. Espécies da flora ameaçadas de extinção: • Cactos (Echinopsis calochlora K.Schum) • Dimerostemma annuum (Hassler) H. Robinson • Vernonia gertii Dematteis • Solanum jabrense Agra & Nee

MATA ATLÂNTICA O bioma Mata Atlântica com 1,1 milhões de km2, ocupa 13% do território nacional. Localiza-se na costa leste do Brasil, margeando o litoral, desde o Rio Grande do Norte até o Rio Grande do Sul. Características Devido a sua extensão por toda a costa brasileira, as características deste bioma variam bastante, desde o clima tropical ao subtropi-

cal, de norte a sul do País. O bioma apresenta diferentes tipos de vegetações como: as florestas ombrófilas* densas; as florestas ombrófilas mistas (matas das araucárias); as florestas estacionais** semideciduais e decíduais (que perdem as folhas durante estações do ano). Além destas, apresenta ecossistemas como: campos de altitude nas áreas mais elevadas; os manguezais, formados pelo encontro da água do rio com a do mar, que são berçários naturais de muitas

espécies de peixes e outros animais aquáticos; as restingas, que são formas de vegetação que crescem sob o solo arenoso perto das praias; os brejos interioranos e as ilhas oceânicas. Uma das grandes características da Mata Atlântica é a enorme riqueza de epífitas, plantas que crescem sobre árvores utilizando-as como suporte. Pode-se encontrar neste bioma imensa diversidade de bromélias, orquídeas e aráceas (plantas da família da jibóia).

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BIOMAS BRASILEIROS

Usos A maior parte (cerca de 70%) da população brasileira vive neste bioma, que abriga grandes metrópoles, pólos industriais, petroleiros e portuários. Várias plantas são exploradas, ainda hoje, no bioma, como o caju, a erva-mate, as plantas medicinais e ornamentais, a piaçava, os cipós, entre outras. Algumas, como o Palmito juçara (Euterpe edulis Martius), estão ameaçadas pela intensa exploração. Culturas como a canade-açúcar, o fumo, o café, hortaliças e inúmeras outras são encontradas invadindo a área que foi, tempos atrás, a de maior biodiversidade. Além disso, sete bacias hidrográficas estão no bioma Mata Atlântica, abastecendo 3400 municípios, entre eles os mais populosos do Brasil. O bioma é responsável pela quantidade e qualidade da água potável para os habitantes destas cidades, além do fornecimento de água para outros fins, como agricultura, pesca, indústria, turismo e geração de energia. Curiosidades • Bioma que mais sofreu redução desde o descobrimento do Brasil. Restam apenas 7% de sua extensão original. • No início da década de 1990, parte do bioma Mata Atlântica foi reconhecida como Reserva da Biosfera. • É um dos biomas de maior biodiversidade do mundo, apresentando espécies endêmicas (que são encontradas somente neste bioma), como o tamanduá-mirim (Tamandua tetradactyla), o mico-leão-dourado (Leontopithecus rosalia), mico-leão-de-cara-dourada (Leontopithecus chrysopigus), o mico-leão-preto, o mico-leão-da-cara-preta (Leontopithecus caissara) e o pássaro bicudinho-do-brejo (Stytalopus acutirostris). • O muriqui, ou macaco mono-carvoeiro (Brachyteles arachnoides), é um animal endêmico da região e é o maior primata do continente. Está seriamente ameaçado de extinção. • Ainda são encontradas espécies imponentes da flora neste bioma, como o jequitibá-rosa, que pode chegar a 40 metros de altura e 4 metros de diâmetro. Também destacam-se várias outras espécies: o pinheiro-do-paraná (Araucaria angustifólia (Bert.) Kuntze.), o cedro (Cedrela odorata L.), as figueiras (Ficus spp.), os ipês (Tabebuia spp.), a braúna (Melanoxylon brauna Schot.) e o pau-brasil (Caesalpinia echinata Lam.), entre muitas outras. • Na diversidade da Mata Atlântica são encontradas matas de altitude, como na Serra do Mar (1.100 metros) e em Itatiaia (1.600 metros), onde a neblina é constante.

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• Paralelamente à riqueza vegetal, a fauna é o que mais impressiona na região. A maior parte das espécies de animais brasileiros ameaçados de extinção é originária da Mata Atlântica, como os micos-leões, a lontra, a onça-pintada, o tatu-canastra e a arara-azul-pequena. Além desta lista, também vivem na região gambás, tamanduás, preguiças, antas, veados, cotias, quatis etc.

Plantas exóticas: • Coqueiro (Cocus nucifera L.) • Fruta-pão (Artocarpus communis Forst.) • Jaqueira (Artocarpus integrifolia L.) • Jaqueira (Artocarpus heterophyllus Lam.) • Seringueira (Hevea brasiliensis Müll. Arg.) • Leucena (Leucaena spp) • Pinheiros (Pinus spp.) • Brachiaria (Brachiaria spp)

Problemas ambientais Este bioma é marcado pela exploração e destruição dos recursos naturais desde a época do descobrimento do País, com a derrubada de árvores para a exploração de pau-brasil, seguida dos ciclos do café e do açúcar, até os dias de hoje, com o desmatamento para dar lugar ao processo de industrialização e urbanização.

Espécies exóticas espalhadas pelo Brasil: • Mangueira (Mangifera indica L.) • Mamona, carrapateira, rícino, palma-de-cristo (Ricinus communis L.) • Cafeeiro (Coffea arabica L.) • Eucaliptos (Eucaliptus spp.) • Pinus spp. • Arroz (Oryza sativa L.) • Cana-de-açúcar (Saccharum officinarum L.) • Bananeira (Musa spp.)

Espécies da flora ameaçadas de extinção: • Duguetia restingae Maas • Viguiera paranensis (Malme) Santos • Begonia ibitiocensis E. L. Jacques & Mamede • Lobelia santoslimae Brade.

* Florestas ombrófilas são aquelas onde não falta umidade durante o ano todo. ** Florestas estacionais são aquelas que ficam em lugares onde há duas estações básicas no ano: a chuvosa e a seca.


BACIAS HIDROGRÁFICAS

BACIAS HIDROGRÁFICAS DO BRASIL

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BACIAS HIDROGRÁFICAS

BACIA DO RIO AMAZONAS A maior bacia hidrográfica do mundo é a Amazônica. Sua área cobre mais de 6.110.000 km2 e abrange oito países (Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela), mais a Guiana Francesa. Calcula-se que quase 70% da bacia situa-se no Brasil, estendendo-se pelos estados do Acre, Amazonas, Roraima e Rondônia e uma parte dos estados do Amapá, Mato Grosso e Pará. Seus rios principais são Amazonas, Solimões, Negro, Madeira, Javarí, Içá,

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Juruá, Auati-Paraná, lago Coari, Purus, Trombetas, Tapajós, Xingú e Jarí. A enorme rede de rios da Bacia Amazônica é muito importante para a região, tanto sob aspecto econômico quanto social. Através dos rios circulam milhares de barcos, transportando passageiros e todo tipo de cargas. São as chamadas hidrovias, verdadeiras “estradas” que permitem a comunicação entre as inúmeras localidades ribeirinhas. Do mesmo modo, os rios desta bacia são uma das principais fontes de um alimento importantíssimo da região: os peixes.

A Bacia Amazônica se liga, ao norte, com a Bacia do Orinoco (Venezuela) e, ao sul, com a do Paraguai. Dentre os maiores rios do mundo, 10 estão localizados na Amazônia, concentrando cerca de 20% das reservas de água doce do planeta. Além da importância econômica, a Bacia Amazônica tem influência significativa na manutenção do clima. Grande parte da chuva que abastece o centro-oeste e até o sudeste brasileiro é originada pela evaporação ocorrida na bacia amazônica.


BACIAS HIDROGRÁFICAS

BACIA DO TOCANTINS Localizada no interior do Brasil, inclui os estados de Tocantins e, parcialmente, Goiás, Mato Grosso, Pará, Maranhão e mais o Distrito Federal, cobrindo uma área de cerca de 750.000 km2 .Seus principais rios são o Araguaia, o Tocantins e o Rio das Mortes, hidrovias por onde circulam mercadorias e passageiros apenas em determinado período do ano, devido a problemas de navegabilidade, e o Rio Itacaiúnas. No baixo Tocantins encontra-se a Hidrelétrica de Tucuruí, a segunda do País, enquanto no Rio Araguaia está localizada a Ilha de Bananal, a maior ilha fluvial do mundo. Também famoso pela fartura de peixes, o Araguaia recebe anualmente milhares de turistas interessados na pesca amadora.

A Bacia do Tocantins se liga ao sul com a bacia do Paraná, a oeste com a Bacia Amazônica e a leste com a bacia do Rio São Francisco. A recente construção da barragem de Serra da Mesa provocou alterações na paisagem e na fauna destes rios, devido à introdução do Tucunaré, um peixe predador da bacia amazônica. Os efeitos ecológicos da construção desta barragem estão sendo estudados por pesquisadores.

BACIA DO ATLÂNTICO TRECHO NORTE/NORDESTE Localizada integralmente em território brasileiro, inclui os estados do Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba e, parcialmente, Amapá, Maranhão, Pará, Pernambuco e Alagoas, cobrindo uma área de cerca de 1.029.000 km2. Os rios Amari, Capim, Gurupi, Mearim, Paranaíba, Acaraú, Jaguaribe, Piranhas, Paraíba e Ipojuca são os principais.

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BACIAS HIDROGRÁFICAS

BACIA DO RIO SÃO FRANCISCO Integralmente localizada em território brasileiro, a Bacia do Rio São Francisco inclui parte dos estados de Minas Gerais e da Bahia (que ocupam mais de 80% da área da bacia) e dos estados de Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Goiás e Distrito Federal. Estende-se por uma área de mais de 630.000 km2. Uma das bacias mais importantes do Brasil, seu rio principal, o São Francisco, nasce em Minas Gerais (Serra da Canastra), corre na direção sul-norte e deságua em Sergipe, em estuário, no Oceano Atlântico. Seus principais rios são: São Francisco (principal) e os afluentes Paraopeba, das Velhas, Verde Grande e Pará, pela margem direita, e Abaeté, Paracatu, Urucuia, Carinhanha e Corrente Grande, pela margem esquerda. (Fonte: ANEEL, 2000.) Tem grande potencial energético devido aos declives em seu leito, ali estando instaladas as Hidrelétricas de Três Marias (Minas Gerais), Sobradinho e Paulo Afonso (Bahia). Também chamado carinhosamente de “Velho Chico”, o São Francisco é conhecido como o “rio da integração nacional”, por seu papel importante no povoamento do País, interligando o Sudeste ao Nordeste. É um rio de planalto, navegável por cerca de 2.000 km e perene, apesar de atravessar longo trecho de clima semiárido (curso médio). Esta bacia deve sofrer algumas modificações ao longo dos próximos anos: o projeto de transposição do Rio São Francisco pretende desviar parte de seu volume d’água para as zonas do semi-árido nordestino com

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vistas à irrigação para produção agrícola e mitigação dos prejuízos causados pela seca. Este é um projeto bastante polêmico, uma vez que envolve o desvio de águas

de um rio bastante afetado pela ação humana, e cuja produtividade, em termos de pesca e volume d’água, tem diminuído nos últimos anos.


BACIAS HIDROGRÁFICAS

BACIA DO ATLÂNTICO TRECHO LESTE Também totalmente localizada em território brasileiro, a Bacia do Atlântico – trecho leste abrange os estados do Espírito Santo e do Rio de Janeiro e parte dos estados da Bahia, de Minas Gerais, São Paulo e Sergipe. Estendese por cerca de 545.000 km2, indo da divisa dos estados do Rio de Janeiro e de São Paulo até Sergipe, junto à foz do São Francisco. Seus principais rios são o Itapecuru, Paraguaçu, de Contas, Pardo, Jequitinhonha, Mucuri, Doce, Paraíba do Sul e Sepetiba. Esta bacia reveste-se de grande importância por incluir os estados economicamente mais importantes do país (Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo). No vale do Paraíba concentramse cidades e indústrias importantes, como São José dos Campos, Volta Redonda e Campos, além de diversas hidrelétricas. É importante citar que diversos rios desta bacia tem sofrido com a poluição, tanto doméstica quanto industrial, perdendo grande parte de seu potencial pesqueiro e de abastecimento de água para a população.

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BACIAS HIDROGRÁFICAS

BACIA DO RIO PARANÁ Abrange quatro países (Brasil, Argentina, Bolívia e Paraguai) e compreende os estados de Mato Grosso do Sul e parte de Mato Grosso, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Distrito Federal. Seus rios principais são os rios Paranaíba, Grande, Tietê, Paraná,

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Paranapanema, Iguaçu e Paraguai. Ocupa uma área no Brasil de, aproximadamente, 1.245.000 km2. Localizada principalmente em área de planalto, esta bacia ocupa o primeiro lugar em potencial hidrelétrico do País. Lá encontra-se a maior hidrelétrica do mundo em geração de

energia – a Hidrelétrica Binacional de Itaipu. Limita-se geograficamente com a Bacia do Rio Amazonas ao norte, com as Bacias dos Rios Tocantins e São Francisco a noroeste, com a Bacia do Atlântico trecho leste a sudeste e com a Bacia do Rio Uruguai ao sul.


BACIAS HIDROGRÁFICAS

BACIA DO RIO URUGUAI Abrange três países (Brasil, Argentina e Uruguai) e compreende parte dos estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. Seu principal rio é o Uruguai, além dos rios Canoas, Pelotas, Peixe, Tapejara, Irani, Chapecó, Uruguai, Piratini, Ijuí, Ibicuí, Quaraí e Negro. O Rio Uruguai nasce no Brasil, formado pelos rios Pelotas e Canoas, servindo de limite entre os estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina e, em seguida, de fronteira entre o Brasil e a Argentina e entre a Argentina e o Uruguai, vindo, juntamente com o Rio Paraná, a formar o Rio da Prata. Ocupa, no Brasil, uma área de cerca de 178.000 km2.

BACIA DO ATLÂNTICO TRECHO SUDESTE Abrange dois países (Brasil e uma pequena parte do Uruguai) e compreende parte importante do Rio Grande do Sul e parte de Santa Catarina, Paraná e São Paulo. Inclui os rios Ribeira do Iguape, Itajaí, Mampituba, Jacuí, Taquari, Jaguarão (e seus respectivos afluentes), Lagoa dos Patos e Lagoa Mirim. Ocupa, no Brasil, uma área de cerca de 224.000 km2. O trecho localizado no estado de São Paulo tem grande importância ecológica, pois abriga grande extensão de manguezais, considerados áreas de proteção permanente.

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planisfério

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1h

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18 17 16 15 14 13 12 11 10

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7

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relรณgio de sol

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cadeias alimentares

fitoplâncton

homem

gafanhoto

serpente

raposa

gavião

milho

capim

trigo

traíra

alga

coruja

sapo

gafanhoto

galinha

zooplâncton

lambari

homem

taínha

rato silvestre

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REFERÊNCIAS (LIVRO DO ALUNO) BIBLIOGRAFIA Almanaque Brasil socioambiental Instituto Sócio Ambiental (ISA). Amabis, José Mariano & Martho, Gilberto Rodrigues. Biologia das populações vol.3 2ª ed. São Paulo: Moderna, 2004. Anuário astronômico - Instituto Astronômico e Geofísico - USP, 1986. Azevedo, A. C. & Dalmolin, R. S. D. 2004 Solos e Ambiente: uma introdução. Santa Maria. Ed. Pallotti. UFSM. 100p. Boff, Leonardo. Ética da Vida Rio de Janeiro: Sextante, 2005. Canalle, João Batista Garcia. Oficina de astronomia – Instituto de Física – UERJ. Daniel Cruz, Ciências e educação ambiental, Editora Ática

Claudio L Capeche, José R de Macedo, Adoildo da S. Melo & Lúcia H. C. dos Anjos 2004 Parâmetros Técnicos Relacionados ao Manejo e Conservação do Solo, Água e Vegetação: Perguntas e Respostas. Rio de Janeiro, RJ: Embrapa Solos. Comunicado Técnico, 28. 4 págs. Correa, Marcos Sá. Coleção entenda e aprenda: como combater o desperdício - São Paulo: BEI comunicação, 2005. Costa Lima, Valmiqui; Lima, Marcelo R. de & Melo, V. de F. 2007 O Solo no Meio Ambiente: abordagem para professores do ensino fundamental e médio. Curitiba, PR: UFPR/Dep. Solos e Engenharia Agrícola. 130 p. GREF - Grupo de Reelaboração do Ensino de Física - Instituto de Física da USP, 1998.

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http://eco.ib.usp.br/lepac/conservacao/ensino/biomas_texto.htm#atlantica

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http://www.mma.gov.br/index.php?ido=conteudo.monta&idEstrutura=72&i dMenu=2338

http://educar.sc.usp.br/experimentoteca/biologia/1biomas_filme.pdf http://eco.ib.usp.br/lepac/conservacao/ensino/biomas_texto.htm#atlantica

http://www.sectam.pa.gov.br/relacao_especies.htm http://www.biodiversitas.org.br/florabr/consulta_fim.asp

REFERÊNCIAS (BACIAS HIDROGRÁFICAS) (Fontes: ANEEL, 2000, http://www.ana.gov.br, http://www.brcactaceae.org/hidrografia.html#leste

http://www.frigoletto.com.br/GeoFis/Bacias/

REFERÊNCIAS (CAPÍTULO 2) Para outras informações e detalhes, consulte o volume 10 (geologia) da Série “Ciência Hoje nas Escolas” (referente ao nosso capítulo 2). site: www.earth4567.com (dinossauros)

Para informações mais detalhadas veja o livro “Decifrando a Terra” (organizadores: Fabio Taioli, Maria Cristina Motta de Toledo, Thomas Rich Fairchild e, Wilson Teixeira. IBEP / Oficina de Textos, 558 p. - 21x27cm - 1ª edição, 2000) (referente ao nosso capítulo 2).


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