Conhecendo a terra: um olhar ecológico sobre o planeta [4o. Ano - Livro do Professor].

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CONHECENDO A TERRA

CIÊNCIAS 4o ano (3a série)

HINO NACIONAL BRASILEIRO

Manual do professor II DEITADO ETERNAMENTE EM BERÇO ESPLÊNDIDO, AO SOM DO MAR E À LUZ DO CÉU PROFUNDO, FULGURAS, Ó BRASIL, FLORÃO DA AMÉRICA, ILUMINADO AO SOL DO NOVO MUNDO! DO QUE A TERRA MAIS GARRIDA, TEUS RISONHOS, LINDOS CAMPOS TÊM MAIS FLORES; “NOSSOS BOSQUES TEM MAIS VIDA,” “NOSSA VIDA” NO TEU SEIO “MAIS AMORES”.

Ó PÁTRIA AMADA, IDOLATRADA, SALVE! SALVE!

Ó PÁTRIA AMADA, IDOLATRADA, SALVE! SALVE!.

BRASIL, UM SONHO INTENSO, UM RAIO VÍVIDO DE AMOR E DE ESPERANÇA À TERRA DESCE, SE EM TEU FORMOSO CÉU, RISONHO E LÍMPIDO, A IMAGEM DO CRUZEIRO RESPLANDECE. GIGANTE PELA PRÓPRIA NATUREZA, ÉS BELO, ÉS FORTE, IMPÁVIDO COLOSSO, E O TEU FUTURO ESPELHA ESSA GRANDEZA.

BRASIL, DE AMOR ETERNO SEJA SÍMBOLO O LÁBARO QUE OSTENTAS ESTRELADO, E DIGA O VERDE-LOURO DESSA FLÂMULA -PAZ NO FUTURO E GLÓRIA NO PASSADO. MAS, SE ERGUES DA JUSTIÇA A CLAVA FORTE, VERÁS QUE UM FILHO TEU NÃO FOGE À LUTA, NEM TEME, QUEM TE ADORA, A PRÓPRIA MORTE.

TERRA ADORADA, ENTRE OUTRAS MIL, ÉS TU,BRASIL, Ó PÁTRIA AMADA! DOS FILHOS DESTE SOLO ÉS MÃE GENTIL, PÁTRIA AMADA, BRASIL!

TERRA ADORADA, ENTRE OUTRAS MIL, ÉS TU, BRASIL, Ó PÁTRIA AMADA! DOS FILHOS DESTE SOLO ÉS MÃE GENTIL, PÁTRIA AMADA, BRASIL!

ISBN 978-85-62475-03-0

9 788562

475030

4o ano / 3a série

I OUVIRAM DO IPIRANGA AS MARGENS PLÁCIDAS DE UM POVO HERÓICO O BRADO RETUMBANTE, E O SOL DA LIBERDADE, EM RAIOS FÚLGIDOS,, BRILHOU NO CÉU DA PÁTRIA NESSE INSTANTE. SE O PENHOR DESSA IGUALDADE CONSEGUIMOS CONQUISTAR COM BRAÇO FORTE, EM TEU SEIO, Ó LIBERDADE, DESAFIA O NOSSO PEITO A PRÓPRIA MORTE!


CIÊNCIAS 4o ano (3a série) Manual do professor

1a edição

Rio de Janeiro

Editora Pollux 2010


EQUIPE DE PRODUÇÃO EDITORIAL AUTORES

Patrick Goltsman Moreno Biólogo pela UFRJ, Mestre em Genética – ênfase em Educação (UFRJ), Professor de Ensino Médio e Fundamental e Coordenador de Ciências do Colégio A. Liessin. Pedro Luiz de Freitas Engenheiro Agrônomo (USP/ESALQ), Mestre em Hidrologia (UFRGS/IPH), Ph.D. em Ciência do Solo (Cornell University, USA) e Pós-Doutor (IRD, França). Pesquisador Científico (Embrapa Solos, Rio de Janeiro, RJ). Autor e editor técnico de cadernos interativos para o ensino fundamental como instrumento para o aumento da percepção e conscientização ambiental.

COAUTORES

Eduardo Gruzman Biólogo pela UFRJ, Mestre em Tecnologia Educacional nas Ciências da Saúde (NUTES/UFRJ), Professor do Ensino Fundamental.

Igor França Biólogo pela UFRJ, Mestre em Educação em Ciências (NUTES/ UFRJ), Professor do Ensino Fundamental e do Ensino Médio.

CONSULTORES TÉCNICOS

Pedro Luiz de Freitas (coordenação) Kátia Leite Mansur Geóloga, Técnica do DRM-RJ e doutoranda na UFRJ. Patrícia Amaral Licenciada em Física (UnB) e mestre em Ensino de Ciências (UnB), trabalha na Capes com programas ligados à formação de professores da Educação Básica. Vitor Manoel Rodrigues do Nascimento Geólogo e Geógrafo, Técnico do DRM-RJ e doutorando na UFF.

COLABORADORES (em ordem alfabética)

Carlos Eduardo Gonçalves Ferreira (mapas), Licenciado em Geografia da UERJ, mestrando em Geomática. Luciana dos Santos Zootecnista, Mestre e Monitora Ambiental.

PROJETO GRÁFICO

Renato Wildt Designer Gráfico, Pós-graduado em Marketing e com cursos de extensão na SVA (School of Visual Arts - NY)

ILUSTRAÇÕES

Rafael Baldissara Belcastro Designer Gráfico

REVISÃO ORTOGRÁFICA, GRAMATICAL E DE ESTILO

Heloisa Mesquita Portes Professora de Língua Portuguesa e Literatura. CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTE SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ

M842c Moreno, Patrick Goltsman, 1977 Conhecendo a Terra : um olhar ecológico sobre o planeta, 4o ano (3a série) : livro do professor / Patrick Goltsman Moreno e Pedro Luiz de Freitas. - 1.ed. - Rio de Janeiro : Pollux , 2010. 80p. : il. color. Inclui bibliografia ISBN 978-85-62475-03-0 1. Ciências - Estudo e ensino (Ensino fundamental). 2. Geografia - Estudo e ensino (Ensino fundamental). 3. Ecologia - Estudo e ensino (Ensino fundamental). 4. Educação ambiental - Estudo e ensino (Ensino fundamental). I. Freitas, Pedro Luiz de, 1953-. II. Título. 10-1211. CDD: 372.35 CDU: 373.3.016:5 19.03.10 25.03.10

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Copyright © 2010 Editora Pollux Ltda. 1a. edição Rua da Assembléia, 10 sala 3111 – parte CEP 20011-901 - Rio de Janeiro, RJ – Tel.: (21) 3021-3831. Site: http://www.editorapollux.com.br Contato: contato@editorapollux.com.br Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução por quaisquer meios, inclusive eletrônicos, sem a devida autorização por escrito da editora. A editora processará os infratores pelas penas máximas previstas nos Códigos Civil e Penal.

Impresso no Brasil. Printed in Brazil.


ÍNDICE ....................... 5 Conhecendo o Espaço.......... a.................... 13 Conhecendo o Planeta Terr

Natureza.... 21 Conhecendo os Elementos da ..................... 29 Conhecendo os Seres Vivos.. .................... 41 Conhecendo a Adaptação..... te.................. 51 Conhecendo o Meio Ambien bientais...... 61 Conhecendo os Problemas Am ................... 71 Anexos................................. ..................... 72 Relógio Estelar................... .................... 73 Anexo - Relevos do Brasil.... vação........... 76 Anexo - Unidades de Conser .................... 79 Bibliografia......................... ..................... 80 Sites Sugeridos...................


muito especial, único no Vivemos em um planeta ente, um dos poucos nosso Sistema Solar e, certam tar a vida como nós do Universo capazes de susten de que a vida surgiu a conhecemos. No entanto, des es desapareceram, no planeta, milhões de espéci muitas se adaptaram, enquanto outras surgiram e ormações. sofrendo importantes transf tornou-se Uma espécie, entretanto, milhares de anos, preponderante. Ao longo de - foi se adaptando às esta espécie – o ser humano no planeta Terra, diversas condições existentes adequaram ao meio sofrendo modificações que a umiu o controle sobre em que vivia. Inteligente, ass to da agricultura, e os os vegetais, com o surgimen do alguns para a sua demais animais, domestican alimentação e proteção. iedade humana nos O desenvolvimento da soc a enorme melhoria na últimos cem anos trouxe um aumentando muito qualidade de vida do Homem, as a interferência na a sua perspectiva de vida. M e perigosa. Hoje, somos natureza começou a tornar-s ancando do planeta, quase sete bilhões de seres arr e precisamos para uma desordenadamente, tudo qu ssamos a destruir vida confortável e luxuosa. Pa espécies, poluindo o matas e florestas e a dizimar meio ambiente. série de livros de Neste livro, parte de uma ecologia e preservação leitura complementar sobre o que está acontecendo ambiental, vamos estudar tud motivadora procurando, na Terra de forma prática e consciência ambiental. a todo momento, despertar a rico já que dezenas de Mas não será um estudo teó dizado, curiosidades atividades reforçarão o apren is de cem imagens motivarão o estudante e ma darão a entender o que (fotos, mapas e desenhos) aju acontece em nosso planeta. mos como poderemos Principalmente, mostrare co às nossas riquezas reverter esse ataque sistemáti o planeta, estimulando, naturais e passar a respeitar te, o uso adequado dos através do consumo conscien s e não renováveis. recursos naturais renovávei OS EDITORES


Capítulo 1

Começamos o livro com o início de uma jornada espacial. O grande astrônomo americano Carl Sagan (1934-1996) costumava tomar as grandes navegações dos séculos XV e XVI como exemplos para as empreitadas espaciais. O espírito aventureiro, o desejo de conhecer novos mundos, ao mesmo tempo em que pouco se sabia sobre o seu próprio mundo, eram temaschave. “O Espaço era um oceano, e a superfície da Terra seria uma linda praia margeando CONHECENDO O ESPAÇO um mar convidativo”, ele costumava poetizar.

Capítulo1

conhecendo o universo

Capítulo1

Lançamento do foguete Ares X-1, 28 de outubro de 2009. Foto NASA/ Sandra Joseph and Kevin O’Connell.

Nessa jornada, é importante que percebamos o quão pequeno nós somos frente à grandiosidade deste vasto Universo que nos cerca. Vivemos em um dos oito planetas orbitando o Sol, que é apenas uma das mais de 100 bilhões de estrelas da Via Láctea, que por sua vez é uma entre as bilhões de galáxias existentes no Universo. Por outro lado, frente a toda essa imensidão, percebemos que nosso planeta pode ser único. Único porque, até o momento, não foi encontrado nenhum outro planeta onde a vida pudesse ter surgido e evoluído da forma que aconteceu aqui. Único por garantir as condições necessárias para abrigar toda a enorme biodiversidade que, diga-se de passagem, pouco conhecemos. Por isso, cabe a nós a difícil tarefa de preservá-lo e garantir, para as vidas futuras, as condições que tornaram este planeta único.

Estamos prestes a começar uma grande jornada espacial para compreender como chegamos até aqui e como será nosso futuro. Encontraremos pelo caminho galáxias, estrelas, planetas, vida tomando forma, evoluindo, vivendo em harmonia e desaparecendo. Nesta viagem cósmica, vamos explorar o Universo revelado pela Ciência e conhecer um pouco da história do nosso planeta. Esta incrível jornada começa fora dos limites da Terra, nas distâncias inexploradas do espaço cósmico. Preparado para decolar? 5


Capítulo 1

ATIVIDADE: VÁCUO COM CANUDOS

Os alunos perceberão que ao utilizar os dois canudos dentro do copo eles serão capazes de sugar a água. Porém, ao retirar um dos canudos de dentro do copo, esta tarefa parecerá impossível. Isto acontece porque quando começamos a sugar o líquido com o

canudo, inicialmente sugamos todo o ar presente no seu interior. Isso faz com que, por uma pequena fração de segundo, se forme vácuo no interior do canudo. Sem matéria, a pressão interna do canudo fica menor do que a pressão externa. Essa diferença de pressão faz com que a pressão externa empurre a água para dentro do canudo até nossa boca.

Na segunda etapa da atividade, o ar que entra pelo canudo que está para fora do copo acaba compensando o ar sugado do canudo de dentro do copo. Assim, não haverá diferença de pressão suficiente para fazer a água subir pelo canudo.

Meio Interestelar O meio interestelar é o espaço que existe entre as bilhões de estrelas do Universo. É nele que nascem as estrelas, onde todos os corpos celestes estão inseridos e se movimentam. Ele contém gás, formado principalmente por átomos e pequenas moléculas, e poeira espacial, formada por grafite, silicatos e gelo. Porém, a quantidade de matéria presente no meio interestelar é muito pequena, com uma densidade extremamente baixa. Contém tipicamente um átomo de hidrogênio por centímetro cúbico (o ar que respiramos contém 1019 átomos de gás por cm3) e, aproximadamente, 100 grãos de poeira por quilômetro cúbico. Por essa razão dizemos que ele é formado por vácuo espacial.

Capítulo 1

O ESPAÇO CÓSMICO

O ESPAÇO CÓSMICO Alimentos Quando falamos que um copo está vazio, não é embalados à verdade. Lembre-se de que há algo que nos envolve vácuo (foto: patrick e que não podemos ver, mas que é fundamental para goltsman moreno) a nossa existência. Lembrou? Isso mesmo! O ar. O da atmosfera copo está completamente cheio... cheio de ar! dos planetas, Você já deve ter visto em supermercados aqueles os corpos celestes ficam “mergulhados” num grande alimentos “embalados a vácuo”. O plástico que vazio. Na verdade, não é um vazio total, pois existem embala o produto toma a forma dos alimentos, pois o pequenas partículas de poeira cósmica, mas elas são ar que estava presente foi retirado. Por isso dizemos muito pequenas perto da imensidão do espaço. Essa que temos uma embalagem a vácuo. No espaço ausência (quase) total de matéria forma, portanto, o também existe vácuo: como quase não existe ar fora que os cientistas chamam de vácuo espacial.

atividade Você sabia que sem o vácuo não conseguiríamos beber os refrigerantes com canudinhos? Isto acontece porque, ao sugarmos o ar de dentro do canudinho, criamos vácuo no seu interior. Este vácuo que se forma faz com que a pressão no interior do canudinho fique menor do que a pressão do ar na superfície do refrigerante. Com isso, a pressão do ar empurra o refrigerante para dentro do canudinho e permite que você o tome desta forma. Podemos mostrar esse princípio com uma atividade bem simples. Você vai precisar de: • 2 canudinhos iguais

• água potável

• 1 copo de plástico

Encha o copo com água e coloque os dois canudinhos dentro dele. Sugue o ar dos canudinhos ao mesmo tempo e observe o que acontece. Agora, retire apenas um dos canudinhos de dentro do copo. Utilizando os dois canudos simultaneamente (um dentro do copo e outro do lado de fora) sugue a água novamente, conforme mostra a ilustração. O que acontece? Discuta com seus colegas o que você observou.

Como o meio interestelar é ligeiramente opaco devido às partículas dos gases e da poeira espacial, ele age como uma névoa afetando as luzes emitidas pelas estrelas. Desta forma, a luz vinda de estrelas distantes “perde” preferencialmente seus comprimentos de onda mais curtos. Assim, além de ter a luminosidade diminuída, estrelas distantes também tendem a parecer mais vermelhas do que realmente são. Esse

Além do vácuo, também encontramos no espaço os conglomerado estelar ngc corpos celestes, ou seja, as estrelas, planetas, cometas, 290, das plêiades asteroides etc. Esse conjunto de corpos celestes esa cercados pelo vácuo espacial faz parte do que os (foto: hubble, / nasa) astrônomos chamam de meio interestelar. Podemos dizer, portanto, que o meio interestelar é formado por todos os corpos celestes envoltos pelo vácuo espacial. É através do meio interestelar que a luz emitida pelas estrelas propaga-se, iluminando e aquecendo os planetas não são tão frios quanto o espaço? Da mesma planetas, como ocorre na Terra. forma como acontece na Terra, os gases que formam a atmosfera de muitos planetas retêm parte do calor Viajando pelo espaço perceberíamos que no meio emitido pelas estrelas, formando uma grande estufa. interestelar há locais muito frios e outros muito Assim, parte do calor que chega nestes planetas quentes. Nos lugares mais frios a temperatura pode fica aprisionado pela atmosfera. Esse fenômeno é chegar até a 270oC negativos! Mas por que alguns conhecido como efeito estufa.

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Capítulo 1

Você sabe como nascem as estrelas? Pode parecer estranho mas, como os seres vivos, elas também nascem, evoluem e morrem. Deste ciclo surge a matéria que dará origem às outras estrelas em nosso vasto Universo. Quando o material liberado pela explosão de uma estrela começa a se aglomerar em

algum ponto do Universo, as partículas que ficam no centro começam a sofrer uma pressão muito forte. À medida que mais material vai se acumulando, sua temperatura vai aumentando. Em um determinado momento, a temperatura e a pressão são tão altas que se inicia um processo chamado de fusão nuclear. De uma forma simplificada

podemos dizer que durante a fusão nuclear dois átomos de hidrogênio se fundem formando um átomo de hélio. Nesse processo ocorre uma enorme liberação de energia, que é emitida pela estrela na forma de radiação como a luz, raios ultra-violeta, raios infravermelhos, raios X etc.

Capítulo 1

AS ESTRELAS

AS ESTRELAS Se olharmos à nossa volta durante esta incrível viagem espacial, veremos uma infi nidade de pontinhos luminosos. Você imagina o que são? Pois bem, estes pontinhos são estrelas que emitem luz. É por isso que o Sol, a estrela mais próxima da Terra, também nos fornece energia na forma de calor. Cada pontinho brilhante, portanto, é um sol diferente do nosso Universo. Se não fossem as estrelas, o céu visto da Terra seria completamente escuro. Seria muito sem graça, certo? Mas se, no espaço,

apenas as estrelas são capazes de emitir luz, como podemos enxergar, por exemplo, a Lua ou os outros planetas? Isso é possível porque a Lua e todos os corpos sol (foto: esa / soho - solar and heliospheric observatory) que não produzem luz própria a refl etem quando são iluminados.

Astrônomos australianos estimaram que existam 70 sextilhões de estrelas no Universo visível, ou seja, 70 seguido de 21 zeros: 70.000.000.000.000.000.000.000. Por esta estimativa, existiriam 10 vezes mais estrelas no Universo do que os grãos de areia de todas as praias e desertos da Terra!

Júpiter Urano Terra Saturno

Netuno

comparação do tamanho do sol com os planetas do sistema solar.

Marte Vênus

Mercúrio

O Sol é formado basicamente por duas substâncias: hidrogênio e hélio. Seu corpo não é sólido, mas sim fluido, constituído por plasma e gás. No seu interior acontece o processo de fusão nuclear, o que faz com que a temperatura interna ultrapasse os 15 milhões de graus centígrados, enquanto a temperatura externa não chega aos 6.000 oC.

Para nós, o Sol é a estrela mais importante do Universo. Ele fornece a luz que nos ilumina durante o dia e o calor que nos aquece. Se não fosse o Sol, a vida seria impossível no nosso planeta. Ele é formado principalmente por um gás conhecido como hidrogênio e a temperatura em seu interior pode chegar a mais de 15 milhões de graus centígrados. Cerca de 99,8% de toda a matéria existente no Sistema Solar está concentrada no Sol. Para termos uma ideia do seu tamanho, no Sol caberiam mais de um milhão de planetas iguais a Terra. Dá para imaginar?

Sugestão de atividade Utilizando a ilustração, pe-ça para os alunos compararem os tamanhos do Sol e dos planetas do nosso sistema. É impressionante, correto? Essa enorme diferença é devida ao fato de o Sol concentrar mais de 99,8% de toda matéria do Sistema Solar, ou seja, uma massa equivalente a mais de 300.000 planetas Terra.

AS CONSTELAÇÕES Há milhares de anos que a Humanidade vem observando as estrelas. Estas observações eram úteis para medir a passagem do tempo, prever a melhor época para o plantio e a colheita e até para tentar prever o futuro. Para facilitar estas observações, os astrônomos da antiguidade agruparam as estrelas em constelações.

O Sol Por ser a estrela mais próxima do nosso planeta, o Sol exerce maior influência sobre nós e os demais seres vivos do que qualquer outro astro. A energia emitida pelo Sol é essencial para a vida na Terra, pois, além de aquecer o planeta, ela é utilizada pelos vegetais e outros organismos para produzir compostos orgânicos. Devido à sua distância, de cerca de 150 milhões de quilômetros, a luz emitida pelo Sol leva 8 minutos e 18 segundos para chegar aqui na Terra.

Apesar de as estrelas de uma constelação parecerem estar próximas umas das outras, elas podem estar a muitos bilhões de quilômetros de distância. Isso acontece porque não conseguimos ter a noção de profundidade quando olhamos para o céu, por isso elas parecem estar alinhadas.

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Capítulo 1

No entanto, nós que estamos no hemisfério de Rubídea, até a estrela de Magalhães, que Quando olhamos o céu à noite temos a Sul da Terra, não temos uma estrela que in- fica em seu “pé”. Faça um prolongamento impressão de que estamos no meio de um dique o Polo Sul. Mas nós temos uma cons- deste braço em direção ao horizonte com gigantesco aquário redondo incrustado de telação em forma de cruz, chamada “Cru4,5 vezes o tamanho medido. Ao final do estrelas. Esse “aquário imaginário” é a eszeiro do Sul”. Para isso, basta medir com prolongamento, trace uma reta imaginária fera celeste, ou seja, uma superfície imagios dedos o comprimento do braço maior do perpendicular ao chão. O ponto no qual esta nária na qual parecem estar “fixadas” todas cruzeiro, formado pela reta que liga a estrela reta toca o horizonte indica, aproximadaas estrelas do céu. Apesar de umas estrelas que fica na “cabeça” do cruzeiro, chamada mente, a direção do Polo Sul Celeste. estarem mais próximas de nós do que outras, quando observamos a esfera celeste, a sensação que temos é a de que todas as A constelação de Escorpião é típica do inverno do hemisfério Sul, já que estrelas estão projetadas durante esta estação ela é visível no início das noites. Já a constelação de Órion, numa cúpula, como a de onde estão as Três Marias, é visível durante o início das noites em dezembro e, um gigantesco planetário. portanto, típica do verão do hemisfério Sul. Capítulo 1

AS CONSTELAÇÕES

Quando os antigos olhavam para o céu, eles não tinham esse conhecimento. Por isso, agruparam as estrelas visíveis em constelações. Passaram, então, a utilizar estas constelações como referência no céu para medir a passagem do tempo, ajudar na agricultura e nas grandes jornadas. Até hoje marinheiros podem utilizar as estrelas para ajudar em suas navegações.

escorpião (foto: stéphane guisard)

orion (foto: esa - european space agency)

Existem, no total, 88 constelações no céu, sendo que treze delas fazem parte do zodíaco, muito importante para os astrólogos. São elas Áries, Touro, Gêmeos, Câncer, Leão, Virgem, Libra, Escorpião, Ofiúco, Sagitário, Capricórnio, Aquário e Peixes. Mas, a constelação mais conhecida no hemisfério Sul provavelmente é a do Cruzeiro do Sul. Ela tem a forma de uma cruz e foi muito utilizada pelos navegadores, pois o seu posicionamento no céu nos permite localizar o polo Sul celeste. Isso facilitava a navegação antes da descoberta dos instrumentos precisos, como o cronômetro e o GPS, por exemplo.

Cruzeiro do Sul Os habitantes do hemisfério Norte da Terra podem observar no céu, durante a noite, uma estrela chamada Polaris, que nunca sai do lugar. Isso acontece porque ela está bem na direção do eixo da Terra, como se o eixo de giro da Terra estivesse apoiado sobre ela. Então, para encontrar o Norte à noite basta encontrar essa estrela. Com essa informação, os antigos eram capazes de encontrar todos os pontos cardeais: de frente para a Polaris o Norte, atrás o Sul, à direita o Leste e à esquerda o Oeste.

Constelação do Cruzeiro do Sul

(foto: Yuri Beletsky)

atividade Você sabia que a constelação do Cruzeiro do Sul também pode ser usada para medir as horas? Isso acontece porque, como as demais constelações, ela realiza um movimento completo de rotação ao redor da Terra a cada 24 horas. Em outras palavras, depois de um dia inteiro, as constelações voltam ao seu lugar “original” no céu. Esse movimento permite que possamos ter uma idéia das horas de acordo com a posição das estrelas, da mesma forma como os antigos astrônomos faziam antes da invenção do relógio. Para fazer um relógio estelar você vai precisar de: • cópia da folha com o modelo do relógio estelar • papelão ou papel-cartão

• cola • tesoura • barbante

Recorte as partes do relógio estelar do modelo que o seu professor lhe deu e cole-as num pedaço de papelão (ou papelcartão). Recorte, agora, o papelão para que as partes do relógio fiquem soltas e firmes. Faça um furo com uma agulha ou alfinete nos locais demarcados com um X.

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Capítulo 1

A esfera celeste (superfície imaginária à qual parecem estar “fixadas” todas as estrelas) “gira” 15 graus a cada hora ao redor da Terra. A explicação para este fato é que o movimento aparente de rotação da esfera celeste ao redor da Terra leva 24 horas para se completar. Então, dividindo os 360 graus do círculo por 24 horas obtemos 15 graus para cada hora do dia. Por isso no disco do relógio estelar cada

hora está disposta a uma distância equivalente a 15º da hora anterior. Além disso, como nosso relógio terá só um ponteiro e somente as linhas das horas inteiras e das meias horas, ele não vai marcar os minutos e nem os segundos. O modelo do relógio estelar encontra-se na página 78 dos anexos deste livro e deve ser copiado e entregue aos alunos conforme as instruções da atividade.

Para montar o relógio, coloque o disco contendo do Cruzeiro do Sul mantendo-o perpendicular ao os dias e horas sobre o disco de base. Em seguida, chão. Com a outra mão, gire o ponteiro das horas coloque o ponteiro sobre o disco das horas, até alinhar o buraco retangular com o eixo principal (braço mais longo) do Cruzeiro do Sul, alinhando os furos, conforme mostra a figura. A ponta do conforme a ilustração. ponteiro indicará aproximadamente a Passe o barbante pelos furos e dê um nó hora correta. em ambos os lados, mantendo as três partes firmes. Seu relógio estelar está pronto! Para utilizá-lo, em primeiro lugar é preciso localizar no céu a constelação do Cruzeiro do Sul. Do hemisfério Sul, ela é visível praticamente o ano todo. Gire o disco graduado até coincidir o dia em que você está com a indicação (seta). Segurando o relógio com uma das mãos, eleve-o na direção

Força Gravitacional Quando se fala em força da gravidade, a primeira imagem que vem na cabeça das pessoas é a da maçã caindo sobre a cabeça de Isaac Newton. De fato, foi Newton quem desenvolveu a lei da gravitação universal, mas muitos especialistas questionam a autenticidade dessa história. O fato é que, ao ser surpreendido pela queda de uma maçã, Isaac Newton concebeu a idéia de que cada corpo no universo é atraído por todo e qualquer outro corpo. Essa atração é proporcional à quantidade de matéria e à distância entre eles, ou seja, quanto maior a massa e menor a distância entre dois objetos, maior será a atração gravitacional entre eles. Em termos práticos, é a força da gravidade que causa a queda dos objetos no chão, já que a Terra, por ter mais massa, atrai os objetos que estão próximos a ela. A existência da atmosfera em nosso planeta também só é possível graças à força da gravidade que “prende” os gases em torno da Terra. Mas, não é apenas a Terra que tem essa força – qualquer corpo no Universo atrai outro. Porém, quanto mais matéria tiver esse corpo, maior será a sua força gravitacional. Esse é o motivo pelo qual o Sol mantém os planetas do nosso sistema orbitando ao seu redor.

OS PLANETAS Continuando nossa jornada espacial, vamos conhecer outros corpos celestes: os planetas. Podemos chamar de planeta todo corpo celeste que está em uma órbita ao redor de um sol, tem forma arredondada e é um objeto de dimensão predominante entre os objetos que se encontram em órbitas vizinhas, isto é, o planeta é bem maior comparado com luas ou asteróides, por exemplo.

OS PLANETAS

Capítulo 1

ATIVIDADE: RELÓGIO ESTELAR

Eles se formam a partir das partículas que sobram da nuvem que formará uma estrela. Esse material fica, então, girando em volta do sol. Mas porque será que o planeta não se afasta? Isso acontece devido à força gravitacional que o sol exerce no planeta. Essa é uma força que atrai tudo o que está ao seu redor. Quanto mais matéria tiver uma estrela, maior será o campo gravitacional gerado por ela, ou seja, ela vai atrair os objetos ao seu redor com mais intensidade.

Os Planetas do Sistema Solar Os planetas do Sistema Solar se dividem basicamente em dois grupos: os internos ou terrestres e os externos ou gigantes. Mercúrio, Vênus, Terra e Marte são relativamente pequenos, compostos por rochas e metais, possuem poucos ou nenhum satélite natural e são envolvidos por algum tipo de atmosfera. Os planetas Júpiter, Saturno, Urano e Netuno são muito grandes, quando comparados aos planetas internos, são compostos por gases, gelo ou líquidos e possuem muitos satélites naturais. É provável que tenham núcleo sólido, envolvido por uma espessa camada de gases, que representa grande parte de sua massa.

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Capítulo 1

alinhadas em um mesmo plano. Mas como centro. É por essa razão que a distância da Todos os planetas do Sistema Solar, inesse achatamento é muito discreto, ele é Terra ao Sol tem pequena variação ao longo clusive a Terra, surgiram há cerca de 4,5 quase imperceptível. O Sol também não do ano – pode variar de 147,1 milhões de bilhões de anos, junto com o surgimento do está localizado no centro da órbita, como quilômetros a um máximo de 152,1 milhões Sol, a partir de uma nuvem de gás e poeira muitos afirmam. Na verdade, ele se localiza de quilômetros. cósmica. Provavelmente, essa nuvem se em um dos focos da elipse. Porém, como formou devido à explosão de uma grande Você sabia? a excentricidade (achatamento) das elipses estrela. As partículas dessa nuvem passaram que as órbitas descrevem é muito pequena, Da Terra é possível observar até cinco planea se concentrar mais em alguns pontos, e tas do Sistema Solar sem o uso de nenhum os dois focos ficam muito próximos do seu esses pontos, devido a sua massa maior, atraíam mais partículas, criando aglomerados cada vez maiores. Mercúrio – tem menos da metade das dimensões da Terra. Praticamente não Essas partículas quando possui atmosfera, o que favorece uma diferença de temperatura considerável. Durante o dia, pode chegar a 427ºC e à noite, – 170ºC. Mercúrio sofreu uma se chocavam provocavam grande quantidade de choques de asteróides durante a sua história. Por isso, um movimento de rotação sua superfície é muito parecida com a da nossa lua. ao redor do centro, como foto tirada pela nave messenger, em 2008, em um redemoinho. O maior sobrevoo a mercúrio (foto: nasa, jhu apl, ciw) aglomerado de todos se Vênus – é quase do tamanho da Terra e tem sua superfície oculta sob uma formou no centro da nudensa camada de nuvens. Estas nuvens fazem com que o planeta reflita 76% vem e, consequentemente, da luz que recebe, o que, em combinação com a sua proximidade, faz de deu origem ao nosso Sol. Vênus um dos mais brilhantes objetos celestes vistos da Terra. Suas nuvens Os outros aglomerados são formadas por gotículas de ácido sulfúrico e dióxido de carbono (CO2), deram origem aos planetas. que criam um efeito estufa capaz de elevar a temperatura a quase 500ºC. Capítulo 1

OS PLANETAS

(foto: nasa/jpl )

Sugestão de Atividade Peça para os alunos observarem as diferenças e semelhanças entre os planetas do Sistema Solar. Em seguida, discuta com eles as características que são exclusivas do planeta Terra. É importante que eles percebam que nosso planeta é único em nosso sistema e que, por esta razão, provavelmente é o único onde a vida se formou. Tente levar os alunos a concluírem que a temperatura amena e a possibilidade de existência de água na forma líquida garantiram ao nosso planeta a possibilidade de abrigar a vida.

Terra – é a nossa casa! É o único planeta onde, até hoje, foi encontrada vida. Isso acontece por conta da sua distância do Sol e da existência de uma atmosfera, além da presença de água líquida. A atmosfera protege nosso planeta contra a radiação que vem do Sol. (foto: esa ©2005 mps for osiris team mps/ upd/lam/iaa/ rssd/inta/upm/dasp/ida)

Marte – tem cerca da metade das dimensões da Terra e uma atmosfera

rarefeita, formada principalmente de dióxido de carbono. Ventos de grande velocidade formam terríveis tempestades de areia que chegam a alterar a cor do planeta, naturalmente avermelhada pelos óxidos metálicos. foto tirada pelo telescópio espacial hubble.

(foto: nasa and the hubble heritage team - stsci/aura)

Júpiter – é um grande planeta gasoso, o de maior massa e tamanho: 11 vezes o diâmetro da Terra e mais de mil vezes seu volume! Júpiter possui um fraco sistema de anéis, que é totalmente invisível da Terra. (foto: nasa/jpl/university of arizona)

Saturno – tem uma característica exclusiva: possui um largo e brilhante sistema de anéis, com um diâmetro de 300.000 km e uma espessura de até 1.000 km, formado por uma quantidade inumerável de blocos de rocha (algumas do tamanho de um ônibus) e uma quantidade significativa de água, o que os torna visíveis da Terra.

Órbita Ao contrário do que muitos pensam, as órbitas dos planetas não são circulares. Os planetas giram em torno do Sol em órbitas elípticas (ou seja, como um círculo levemente achatado) que estão quase

(foto: nasa/jpl)

Urano – é um planeta gasoso quatro vezes maior que a Terra. Só pode ser visto com o auxílio de um telescópio, onde aparece como um pequeno disco azul-esverdeado. A cor é devido à presença de metano em sua atmosfera. (foto: nasa/jpl)

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Capítulo 1

telescópio. São eles: Mercúrio, Vênus, Marte, Saturno e Júpiter. Vênus é o mais fácil, pois é o planeta que tem mais brilho. Ele também é chamado de “estrela Dalva”, pois aparece logo ao entardecer ou ao amanhecer, dependendo da época do ano. (Mas atenção: Vênus não é uma estrela!) Em segundo lugar fica Júpiter, o maior de todos. Já Mercúrio, como está muito próximo do Sol, é o mais difícil de ser visto.

metros do riacho Bendegó, que deu nome ao meteorito. Até hoje não se sabe a data em que ele caiu. O Meteorito de Bendegó possui forma irregular, com aproximadamente 2,15 metros de comprimento, 1,5 metro de largura e 58 centímetros de altura. Sua massa foi calculada em 5.360 kg, constituída basica-mente de ferro (92,70%) e níquel (6,52%), contendo ainda traços menores de outros elementos químicos. Desde 1888 ele está em exposição no Museu Netuno – é o último planeta externo. Tem o volume de aproximadamente Histórico Nacional, no 60 Terras. É azul, devido à quantidade de metano em sua atmosfera. Rio de Janeiro. ASTERÓIDES E METEORITOS

Capítulo 1

Meteorito de Bendegó O Meteorito de Bendegó, o maior e mais famoso dos meteoritos encontrados no Brasil, foi localizado em 1874 por Joaquim Bernardino da Mota Botelho, no interior do Estado da Bahia. O ponto de queda está localizado a 48 quilômetros da cidade de Monte Santo e a 180

(foto: nasa/jpl)

Os Cometas Sem dúvida, o cometa mais conhecido de todos é o cometa Halley. O registro mais antigo sobre esse cometa data de 240 a.C., realizado por astrônomos chineses. Desde então, o cometa sempre foi visto a olho nu nas suas 30 passagens próximas à Terra. Em 1682, um astrônomo chamado Edmond Halley percebeu que as características visíveis do cometa naquele ano eram bastante semelhantes às de dois cometas que tinham aparecido em 1531 e 1607. Assim, Halley concluiu que os três cometas eram, na verdade, o mesmo que retornava de 76 em 76 anos. Por esta razão, o cometa recebeu o seu nome. A última passagem do cometa ocorreu em 1986, e cinco sondas espaciais foram lançadas para estudá-lo com mais precisão. A nova passagem do cometa Halley próxima à órbita terrestre acontecerá em julho de 2061.

Mas e Plutão? – Plutão sempre foi considerado diferente de todos os outros planetas, por ser rochoso, ter uma lua com 1/3 do seu tamanho e possuir um plano orbital muito inclinado quando comparado aos outros planetas. Por esses motivos, em agosto de 2006, Plutão deixou de ser considerado planeta e passou a ser classificado como planeta-anão.

ASTEROIDES E METEORITOS Vagando entre planetas e estrelas, encontramos corpos rochosos ou metálicos que se espalham principalmente por uma região chamada Cinturão de Asteroides. Quando um destes asteroides atinge a Terra, encontra resistência dos gases existentes

na atmosfera. Por causa do atrito, ele vai se aquecendo até ficar incandescente, possibilitandonos observar um rastro rápido no céu – que chamamos de “estrelas cadentes”.

O Cinturão de Asteroides Entre as órbitas de Marte e Júpiter existe uma região que concentra milhares de asteroides com tamanhos entre 1 e 1.000km de diâmetro. Astrônomos acreditam que estes corpos são partes de um planeta que não se formou por causa do forte campo gravitacional de Júpiter. Sendo assim, fragmentos acabaram se espalhando por sua órbita no espaço.

A maior parte das rochas quando entra na atmosfera acaba se desintegrando pelo excesso de calor. Mas, quando um destes pedaços consegue chegar à superfície da Terra, ele é chamado de meteorito. Um meteorito pode ter desde poucos centímetros de diâmetro até muitos quilômetros. Provavelmente, um desses corpos, há 65 milhões de anos, foi o responsável pela extinção dos dinossauros ao cair em Yucatán, no México. Esse meteorito pode ter tido mais de 8 quilômetros de diâmetro.

meteorito de bendegó, encontrado no sertão da bahia em 1784, atualmente exposto no museu nacional (rj) (foto: patrick goltsman moreno)

Os Cometas Por todo espaço também são encontrados milhões de cometas, estruturas bem diferentes dos asteroides. Eles são formados por gases congelados e poeira cósmica e são muito conhecidos por suas caudas características. Ao se aproximar de estrelas como o Sol, os gases que formam o cometa começam a se transformar em vapor devido ao aumento da temperatura. Esse vapor forma uma cauda de gás e poeira. Quanto mais perto da estrela o cometa estiver, maior será a sua cauda.

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Capítulo 1

OS SATÉLITES NATURAIS

SERÁ QUE EXISTE VIDA EM OTROS PLANETAS?

Galileu Galilei Galileu Galilei nasceu em 1564 na cidade de Pisa, Itália. Ele foi um dos primeiros cientistas a utilizar a luneta, em 1609, como um instrumento astronômico. Foi o principal defensor do heliocentrismo de Copérnico e, por conta disso, foi condenado à prisão domiciliar pela Inquisição.

Os astrônomos costumam julgar se um planeta é capaz de abrigar vida buscando a presença de água líquida. Sem ela dificilmente haveria seres vivos, já que a água é fundamental para que ocorram as reações químicas do metabolismo. De todos os corpos do Sistema Solar, apenas a Terra e Europa, uma das luas de Júpiter, têm água líquida em abundância. Os dados demonstram que Europa possivelmente tem um oceano de água salgada sob uma crosta de gelo de dois quilômetros de espessura.

Capítulo 1

Projeto SETI Quando pensamos em vida extraterrestre, imaginamos seres com cabeça, olhos, bocas e outras características que lembram formas humanóides. Porém, nos esquecemos que essas características são resultado das condições do nosso planeta. Em outros planetas, certamente, as formas de vida podem ser bem diferentes das OS SATÉLITES NATURAIS existentes na Terra.

Em nossa viagem espacial podemos perceber que a Terra não é o único planeta que tem satélite natural. Levando-se em conta apenas o nosso Sistema Solar, também podemos observar satélites naturais em Marte, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno. Até em Plutão já foram identifi cados satélites.

Sua grande contribuição para a astronomia foi a descoberta dos satélites de Júpiter, mostrando a existência de corpos espaciais que não giravam em torno do nosso planeta e a descoberta da órbita de Vênus ao redor do Sol. Também estudou as montanhas e crateras da Lua e as manchas solares. Morreu em 1642, após ter sido obrigado a renegar suas idéias “revolucionárias”.

Planeta

No de satélites

Mercúrio

0

Principais

Vênus

0

Terra

1

Lua

Marte

2

Fobos e Deimos

Júpiter

mais de 60

Io, Calisto, Ganimedes, Europa

Saturno

33

Titã, Febe, Prometeu, Réa, Encelados

Urano

27

Miranda, Desdêmona, Julieta

Netuno

13

Nereida, Tritão, Thalassa

Os satélites naturais, também conhecidos como luas, geralmente se formam por matéria que se desprende de um planeta. Isso pode acontecer graças ao choque de um meteoro com sua superfície, como se acredita que phobos, satélites tenha acontecido com a nossa Lua, ou espontaneamente um dos do sistema devido ao movimento de rotação do planeta. Também dois solar pode acontecer do satélite se formar junto com o próprio satélites de marte. planeta. Em alguns casos, o campo gravitacional do (foto: esa/ planeta pode “capturar” um asteroide que está próximo dlr/fu berlin - g. neukum) e, desta forma, transformá-lo em um satélite.

ganimedes, de júpiter (foto:

nasa/jpl)

calisto, de júpiter (foto:

io, de júpiter

(foto: nasa/jpl)

nasa/jpl)

E no resto do Universo? Nos últimos anos, vários planetas que não pertencem ao Sistema Solar, foram identificados. As estimativas demonstram que cada estrela da Via Láctea costuma ter de um a cinco planetas em sua órbita. Se considerarmos que em nossa galáxia existem mais de 100 bilhões de estrelas diferentes, é muito provável que muitos dos planetas possam ter condições que permitam a existência de água líquida. Mas isso, só o futuro nos dirá...

Galileu Galilei foi o primeiro astrônomo a identifi car satélites em outros planetas que não a Terra. Ao observar Júpiter, ele identifi cou quatro satélites que, hoje, em sua homenagem, passaram a ser chamados coletivamente de satélites galileanos (Io, Europa, Ganimedes e Calisto). Até 2009 já foram identifi cados mais de 130 satélites naturais nos oito planetas do Sistema Solar.

SERÁ QUE EXISTE VIDA EM OUTROS PLANETAS? Durante toda a nossa jornada, você deve ter se perguntado: será que estamos sós no meio deste imenso Universo? A resposta a essa pergunta é, ao mesmo tempo, muito simples e frustrante: não se sabe. Não há, até hoje, qualquer indício comprovado cientifi camente de que em algum dos planetas do Sistema Solar, com exceção da Terra, exista ou tenha existido alguma forma de vida. Mesmo os indícios da existência de água, como os encontrados em Marte em 2008, não provam a existência de seres vivos. Levando em consideração que em todo o Universo existem bilhões e bilhões de estrelas semelhantes ao Sol, é bem provável que existam outros planetas capazes de abrigar vida. Então, já não deveríamos ter encontrado algum “ser extraterrestre”? O problema é que as estrelas mais próximas estão muito distantes de nós. Assim, uma pessoa levaria muito mais do que o tempo de sua

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vida para ir e voltar. Portanto, a distância seria um fator limitante para o contato com seres extraterrestres. Atualmente, o projeto SETI (Search for ExtraTerrestrial Intelligence, que signifi ca “Busca por Inteligência Extraterrestre”) dedica-se à procura de vida inteligente no Universo. Radiotelescópios, capazes de detectar ondas de rádio, rastreiam o céu buscando captar sinais regulares de rádio emitidos por alguma civilização distante. Porém, até agora, nenhum indício de vida foi encontrado. Esse rádio telescópio de mistério, provavelmente, arecibo, porto rico. (foto: national astronomy and só será solucionado num ionosphere center, universidade de cornell, nsf, eua) futuro distante...


Capítulo 2

Capítulo2 conhecendo o planeta terra

Conhecer melhor o planeta Terra permitirá aos alunos perceber a necessidade de se cuidar melhor desta que é a nossa casa. Entender e reconhecer as características do ambiente onde os alunos estão inseridos é importante para a criação de uma identidade própria.

Capítulo2 conhecendo o planeta terra

Foto: NASA / Goddard Space Flight Center

Depois de nossa longa jornada pelo espaço sideral chegamos ao nosso lar, o Planeta Terra. Comparado ao resto do Universo, ele não passa de um pequeno grão de areia presente em um imenso deserto. Apesar de existirem tantos outros grãos semelhantes, podemos dizer que este é um local privilegiado, pois é nele que encontramos água, oxigênio, luz e alimento para todos os seres vivos sobreviverem. Porém, as ações humanas vêm comprometendo e destruindo este pequeno e frágil grão. Entender o planeta é o primeiro passo para sabermos o que fazer para conservá-lo e prever nosso futuro. 13

Neste capítulo, o aluno conhecerá as principais características físicas do planeta Terra e a influência que elas exercem nos seres vivos. Que condições existem no nosso planeta que permitem a existência de vida? Por que existem mais seres vivos na região tropical do que nos polos? Como a rotação da Terra afeta a vida das espécies? Ao longo do capítulo o aluno irá entender os vários fenômenos que estão envolvidos no nosso dia a dia e perceber a influência dos componentes físicos do ambiente sobre animais e plantas, em seu constante processo de adaptação.


Capítulo 2

Você sabia? A crosta terrestre é a camada rochosa mais O próprio calor interno da Terra é responsuperficial, em estado sólido, que compresável pelo movimento das placas tectônicas. ende as rochas dos continentes (crosta con- A crosta terrestre não é formada por uma tinental) e as rochas do fundo dos oceanos peça única, mas sim toda dividida em placas (crosta oceânica). Abaixo dela está o manto (as placas tectônicas). Apesar de estarem terrestre, uma camada muito espessa, indo bem encaixadas umas nas outras, elas bóiam até 2.900 km de profundidade, às vezes sobre a superfície do manto e se movimensólida e às vezes pastosa. Justamente na tam junto com as correntes do magma. Esparte mais superficial do manto (aquela logo abaixo da crosta) as rochas se apresentam em estado A EstruturA dA tErrA sólido, e, juntamente com a crosta, forma um corpo Olhe a sua volta e observe algumas rígido chamado de litoscaracterísticas do nosso planeta – as nascentes, fera. Ainda no manto, os rios, os lagos e os oceanos, as montanhas, os abaixo dessa parte supervales e todos os seres vivos – plantas, animais e outros organismos – que nele existem. ficial sólida, aparece uma Entretanto, nem tudo pode ser percebido camada mais pastosa, o por uma simples observação. Você sabe, por magma, que é de onde exemplo, o que existe abaixo do solo onde vem boa parte da lava pisamos? que jorra nos vulcões.

ses deslocamentos das placas tectônicas dão origem às cadeias montanhosas, terremotos e vulcões, sendo responsáveis por constantes transformações da superfície terrestre. Porém, o movimento das placas é imperceptível para nós – em média elas se deslocam cerca de 3 a 5 cm por ano, a mesma velocidade de crescimento de nossas unhas.

Capítulo 2

A ESTRUTURA DA TERRA

A Terra é dividida em quatro camadas: a crosta terrestre, o manto, o núcleo externo e o núcleo interno. A crosta é a parte mais

Compreender a parte interna do planeta e suas relações com a parte externa (a crostra terrestre) permitirá aos alunos entenderem melhor como são formados os diferentes relevos que são observados na superfície. É importante que o aluno perceba que o contorno da superfície da Terra está em constante transformação, e que o relevo que vemos hoje com certeza é diferente daquele de milhares de anos atrás. Essas mudanças, porém, ocorrem numa escala de tempo tão grande que nós não conseguimos observá-las diretamente.

crosta terrestre manto

núcleo externo núcleo interno

Paisagem dos Andes (foto: Margi Moss.)

externa, onde estão as rochas, o solo, os seres vivos, as águas dos rios, a água subterrânea, oceanos etc. É uma camada que vai das montanhas mais altas até as rochas que estão abaixo do fundo do mar. Sob a crosta terrestre existe o manto, formado por rochas em estado sólido na sua parte superior e em estado pastoso, muito quente, na parte inferior. Esta rocha derretida chamamos de magma. Algumas vezes, o magma chega à superfície, passando, então, a receber o nome de lava, material expelido pelos vulcões. Ao chegar à superfície, o magma resfria-se. Mas ele também pode não alcançar a superfície e acaba formando rochas no interior da Terra. No centro da Terra está o núcleo. A parte externa é líquida e a interna, sólida, também com temperatura muito elevada.

camadas da terra

O rElEvO dA tErrA A crosta terrestre possui diversos recursos que são utilizados pelos seres vivos: a água, o solo, os minerais, os metais, os combustíveis (como o petróleo), o gás e o carvão, entre muitos outros. Porém, a crosta terrestre não é uma superfície lisa. Ela é cheia de rugosidades e isso influencia toda a vida que existe na Terra. Desde a formação do planeta, há 4,6 bilhões de anos, as forças internas (terremotos e vulcões) e as forças externas (ação da chuva, vento, gelo, rios e mares) foram aos poucos moldando a superfície do planeta, criando montanhas, vales, chapadas etc. Essas diferentes formas que a superfície terrestre assume são chamadas de relevo. O relevo pode ser plano, como as

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margens de córregos, rios e lagos, ou muito irregular e elevado, como as serras e as altas cadeias de montanhas. No Brasil, são encontradas três formas principais de relevo: planaltos, planícies e depressões. Os planaltos são grandes áreas com altitudes relativamente elevadas, de topo plano ou levemente ondulado, limitados por pelo menos uma superfície mais baixa. Foram esculpidos pela ação da chuva, vento, rios e outros processos naturais. As planícies são áreas planas, em geral em baixa altitude, formadas pelo acúmulo de sedimentos carregados pelas águas de chuvas, rios, lagos ou pelo mar. Já as depressões são quase planas, com altitudes mais baixas do que as regiões vizinhas –


Capítulo 2

O RELEVO DA TERRA

O relevo é a forma que a superfície da Terra assume em um determinado local. Resulta dos vários eventos geológicos que aconteceram na superfície terrestre como o afastamento e a colisão das placas tectônicas, soerguimentos (formação das grandes cadeias de montanhas) e rebaixamentos (formação de bacias sedimentares), formação e desapa-

recimento de mares internos, vulcões, derramamento de lava, intemperismo, erosão e muitos outros

sado erosões por bilhões de anos.

Planícies – são superfícies mais planas formadas pela deposição do material retiPlanaltos – são superfícies bem irregulares, rado das partes mais altas e carregadas com altas montanhas (serras) e com grandes pelas águas das chuvas, pelos rios ou pelo áreas planas (chapadas), quase sempre na mar. Por isso são encontradas sempre em mesma altitude. Ocorrem sempre nas partes altitudes mais baixas, junto a rios, como mais altas, onde a água e o vento têm cauo Amazonas e o Paraguai (Pantanal) ou próximo ao mar, como os tabuleiros costeiros e as planícies litorâneas. Chapada (Planalto)

Mar

Depressão

Capítulo 2

Serra (Planalto)

Planície

formas de relevo

Planaltos Depressões Planície

formas principais de relevo do brasil

planícies ou planaltos. Foram formadas pelo desgaste das rochas pela ação dos ventos, rios, chuva, gelo etc. Você imagina como o relevo pode interferir na vida dos seres vivos? Pense um pouco e discuta com seus colegas antes de continuar. A distribuição dos seres vivos no planeta depende muito da temperatura, e esta é determinada por vários fatores, inclusive pela altitude. Áreas localizadas em planaltos tendem a ser mais frias do que as encontradas nas planícies e depressões. Se você já subiu uma montanha, certamente pôde reparar que a vegetação foi variando ao longo do percurso. Isso acontece porque as plantas e animais que vivem em regiões quentes geralmente não conseguem se adaptar a regiões frias.

Formas principais de relevo do Brasil Nas páginas 76 e 77 do livro do professor você encontrará um mapa ampliado com os principais tipos de relevos do Brasil. Utilize este mapa para identificar com os alunos as formas de relevo predominantes na região onde está localizada sua cidade.

Observe o mapa ao lado e, com a ajuda de seu professor, localize a forma de relevo predominante da sua cidade. Pergunte a ele as principais características deste tipo de relevo.

O monte Everest, localizado na Cordilheira do Himalaia, na divisa entre Nepal e Tibete, é a montanha mais alta do mundo. O seu pico atinge 8.844 metros de altitude. No Havaí, o vulcão Mauna Kea está a mais de 4.000 metros acima do nível do mar, e a cerca de 5.500 metros de profundidade, o que resulta em um relevo de mais de 9.500 metros de altura! No Brasil não encontramos montanhas tão elevadas. As mais altas são o Pico da Neblina (2.994 metros) e o Pico 31 de Março (2.973 metros), ambos localizados no Amazonas.

Depressões – são superfícies mais planas que os planaltos, com inclinações bem suaves, que ocupam as partes mais baixas da paisagem, formadas pela ação das águas nas bordas das planícies. É a forma de relevo que ocupa a maior parte do território brasileiro, seguida pelos planaltos e depois pelas planícies.

Você sabia? A altitude é a grandeza física que permite conhecer a altura das formas de relevo da superfície terrestre. Para medir a altitude, tomamos como referência o nível médio do mar. Assim, quando a altitude medida está acima do nível do mar, ela é positiva, caso da maior parte dos relevos brasileiros.

pico da neblina (foto: otávio magalhães/agência o globo)

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Capítulo 2

Animais de Hábitos Diurnos À noite, para manter o calor do corpo, eles Rotação Os animais de hábitos diurnos são aqueles se abrigam embaixo de folhas ou de pedras. O movimento de rotação corresponde ao que têm seu período de maior atividade Peça aos alunos para pesquisarem exemgiro que um planeta faz em torno de seu entre a manhã e o final do entardecer. Os plos de animais de hábitos diurnos, como o próprio eixo. A rotação completa da Terra répteis, por exemplo, são animais pecilopardal, o macaco-prego e o quati. dura 23 horas, 56 minutos e 4 segundos. térmicos, isto é, não controlam a temperaComo a maioria dos alunos deve conhetura interna do corpo. Assim, para manter Animais de Hábitos Noturnos cer este movimento, pode ser interessante o corpo aquecido, eles se expõem à luz do Os animais de hábitos noturnos são aqueles discutir com eles quais são as evidências Sol durante o dia, enquanto se alimentam. que têm seu período de maior atividade dude que ele ocorra. Ele é responsável, por exemplo, pelos dias e pelas noites. O movimento Os MOvIMENtOs dA tErrA da Lua e das estrelas no céu também é explicado Ao contrário do que muitos imaginam, a Terra O movimento da pela rotação da Terra. realiza diversos movimentos diferentes, sendo que Terra em torno de seu Na verdade, se o planeta os que mais interferem em nossas vidas são os próprio eixo, como estivesse parado, sem movimentos de rotação e de translação. Mas como mostra a fi gura ao percebemos esses movimentos? lado, tem duração executar o movimento aproximada de 24 horas de rotação, o Sol e as Você já parou para pensar por que todos os dias e é chamado movimento outras estrelas mudarimovimento de o Sol nasce pela manhã e, após percorrer todo o de rotação. É por causa am de posição apenas rotação da terra céu, se põe no fi nal da tarde? Faça uma pequena desse movimento que o devido ao movimento de experiência: acenda uma luminária e fi que a certa Sol aparece e desaparece diariamente, num ciclo que não translação, levando um distância, uns quatro passos, por exemplo. Comece para nunca, determinando a formação dos períodos que a girar em torno do seu próprio eixo. Perceba que a chamamos de dia e noite. Quando o lugar do planeta em ano inteiro para retornar luz irá iluminar apenas um de seus lados, enquanto que estamos não está voltado diretamente para o Sol, ele ao seu ponto inicial. É o outro fi cará na sombra. É isso que ocorre com fi ca escuro, formando a noite. Como o movimento de importante que os alunos a Terra: o Sol seria a luminária, parada, e você rotação é contínuo, algumas horas depois essa área da também percebam o rodando, a Terra. Terra estará novamente voltada para o Sol. impacto da rotação sobre os seres vivos, já que a atividade temperatura, as correntes atmosféricas e a com Vamos montar um modelo para representar o movimento de rotação da Terra e entender a formação do dia e da noite? posição química do ar Para isso você vai precisar dos seguintes materiais: estão relacionados a este fenômeno. • um palito de churrasco Capítulo 2

OS MOVIMENTOS DA TERRA

• uma luminária

• dois pedaços de cartolina grossa de 20 cm x 20 cm

atividade: rotação da terra

• um retângulo de cartolina de 10 cm x 20 cm

A construção de modelos muitas vezes é fundamental para que se possam visualizar fenômenos que ocorrem em uma escala muito grande. Ao construir um modelo que usa uma fonte luminosa representando o Sol, o aluno percebe que, à medida que a Terra gira ao redor de seu próprio eixo, um mesmo lugar do planeta fica hora no claro, hora no escuro, determinando a formação dos períodos do dia e da noite.

• uma bola de isopor de 7 cm de diâmetro

• um canudinho de refrigerante • um pequeno boneco recortado em cartolina • tesoura • cola quente • pilot

Corte um círculo de 12 cm de diâmetro no meio de cada um dos dois pedaços de cartolina e cole uma folha na outra para fi car mais grossa. Escreva em um dos lados da cartolina DIA e no outro NOITE. Atravesse o meio da bola de isopor com o palito de churrasco e quebre as pontas do palito deixando 3 cm de comprimento para fora do isopor. Com o pilot, desenhe uma circunferência em volta da bola para representar a linha do Equador. Corte dois pedaços de canudinho de 4 cm e cubra os dois palitos aparentes. Cole a bola de isopor pelas pontas do canudinho sobre a cartolina, posicionando-a no centro do buraco, inclinando um pouco para um dos lados. Fixe o conjunto sobre o retângulo de cartolina e, fi nalmente, fi xe o bonequinho de cartolina em uma posição qualquer da bola. Coloque a luminária acesa, representando o Sol, perto do modelo. Girando o globo no sentido anti-horário, perceba o surgimento e o desaparecimento do Sol. O lado iluminado do planeta representa o DIA e o lado escuro, a NOITE.

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Capítulo 2

preferência pelo dia ou pela noite. Translação Peça aos alunos que investiguem o movimento de translação dos outros planetas que orbitam ao redor do Sol. A duração de uma translação completa está relacionada, entre outros fatores, com a distância entre o planeta e o Sol. Mercúrio, por exemplo,

Você imagina como esse ciclo dia/noite afeta os seres vivos? Se você mora no campo ou mesmo em uma cidade que tenha uma mata próxima, com certeza já percebeu que, assim que o dia amanhece, pardais, bem-te-vis e outros pássaros começam a cantar. Isso acontece porque à noite a maioria dos pássaros fi ca em seus abrigos para descansar e se proteger dos predadores. Assim que amanhece, eles voam para procurar alimento e se reproduzir. O macaco-prego e o quati também são animais de hábitos diurnos: descansam durante a noite e aproveitam o dia para procurar alimento. Outros animais fazem o contrário, e por essa razão são chamados de animais de hábitos noturnos. Os morcegos, por exemplo, abrigam-se em cavernas ou copas de árvores durante o dia, e à noite saem para se alimentar. Mas não são apenas os animais que têm o seu ritmo de vida determinado pelo ciclo dia/noite. O girassol, por exemplo, é uma planta que se movimenta através do estímulo da luz solar. Ao longo do dia vemos a fl or do girassol girar seguindo a direção dos raios solares, daí o seu nome. Quando o Sol se põe, a planta lentamente volta a sua posição original, até que o ciclo inicie-se na manhã seguinte.

demora 88 dias para dar uma volta completa ao redor do Sol. Já Júpiter leva 4.332 dias. As estações do ano É muito comum encontrarmos explicações sobre as estações do ano como sendo o resultado de uma variação da distância da Terra ao Sol durante sua órbita elíptica. Se isso fosse verdade, os dois hemisférios do planeta deveriam apresentar as mesmas estações na mesma época do ano.

Capítulo 2

rante a noite. Nos desertos, por exemplo, há pouca água e o calor é muito intenso durante o dia. Para não perder muita água através do suor, o rato-canguru, um pequeno roedor, passa o dia escondido em buracos ou tocas, saindo para comer somente à noite. Mais do que fazer uma listagem de animais noturnos e diurnos, é fundamental que os alunos entendam o que leva cada animal a ter

quati (foto: laís futuro)

acima, morcego,

(foto: alain draeger)

ao lado, girassois,

(foto: Vinicius Benites / Embrapa Solos)

É por causa dessas seis horas a mais no ano que os astrônomos sugeriram a criação do ano bissexto. A cada quatro anos, acumulamos o necessário para completarmos um dia inteiro. Este dia é adicionado após o dia 28 de fevereiro.

Ao longo desse trajeto, diferentes regiões do Outro movimento realizado por nosso planeta é planeta estão orientadas na direção do Sol em chamado de translação. Transladar signifi ca mudar épocas diferentes do ano, uma vez que o eixo de de um lugar para o outro. E no caso dos planetas rotação da Terra está inclinado em relação ao do Sistema Solar este movimento está relacionado plano da órbita. Esta inclinação é responsável com a posição que cada um deles ocupa no espaço pelas diferentes estações do ano no nosso planeta, em relação ao Sol. Por isso a translação também é conforme mostra a fi gura a seguir. Como você sabe, chamada de movimento orbital, o movimento que a cada quatro meses temos uma estação diferente, os planetas fazem na órbita do Sol. Mas não pense chamadas outono, inverno, primavera e verão. que a Terra deixa de lado o movimento de rotação. Ela realiza os dois. Aliás, a Terra faz também outros movimentos. primavera inverno Mas os mais importantes são a rotação – que determina o período dos dias e das noites – e a translação – que determina o ano. Um ano é o tempo que o planeta leva para percorrer a órbita em torno outono verão do Sol. No caso da Terra, o ano corresponde a 365 dias e 6 horas, aproximadamente. movimento de translação da terra (as estações do ano correspondem ao hemisfério sul)

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As estações do ano, na verdade, são resultado da variação do ângulo de incidência dos raios solares em uma determinada região da Terra em diferentes épocas do ano. Quando os raios solares chegam perpendiculares à superfície da Terra, a captação da energia solar é máxima e a temperatura é maior. Como o eixo de rotação da Terra é levemente inclinado em relação a sua órbita, e essa inclinação se mantém na mesma direção ao longo de toda sua trajetória, as diferentes regiões do planeta estão orientadas na direção do Sol em épocas diferentes do ano. Assim, quando o hemisfério Norte estiver inclinado na direção do Sol, receberá maior incidência dos raios solares e, neste caso, será verão. Já no hemisfério Sul a incidência será menor, e estaremos no inverno. Depois de 6 meses, a Terra estará no ponto diametralmente oposto da sua órbita e, desta forma, a situação se inverterá, sendo inverno no hemisfério Norte e verão no hemisfério Sul.


Capítulo 2

Fusos Horários sobre um observatório astronômico Latitude Uma boa maneira de abordar o conceito localizado em Greenwich, na periferia Quando você está na rodovia BR-101, indo de fuso horário é partir das experiências de Londres, na Inglaterra. A longitude, do Rio de Janeiro para o litoral Norte de dos próprios alunos. Por que um repórter portanto, é o afastamento, medido em São Paulo, num dado momento aparece televisivo, ao noticiar um evento nacional, graus, do meridiano de Greenwich a um uma placa na beira da estrada onde está por exemplo, fala que ele se realizará às 15 lugar qualquer da superfície terrestre. Ela escrito: “AQUI PASSA O TRÓPICO DE horas, horário de Brasília? Por que, durante varia de 0° (no meridiano de Greenwich) a CAPRICÓRNIO”. É claro que essa linha a transmissão ao vivo de jogos de futebol 180° para Leste e 180° para Oeste. não está ali de fato, assim como não há nenhuma outra linha de latitude marcada sobre a superfície da Terra. Mas como as estações do ano infl uenciam os seres vivos? Alguns animais, como esquilos, marmotas Tanto a latitude quanto e ursos, alimentam-se bastante durante o verão e a longitude são divisões ao lado, esquilo o outono e, quando chega o inverno, escondem(foto: margi moss) criadas pelo homem, e abaixo, Árvores sem folhas se em tocas, buracos ou cavernas e iniciam um (foto: Eduardo Gruzman) representadas nos mapas processo chamado de hibernação, uma espécie de por linhas imaginárias sono profundo. Neste período, o metabolismo definidas apenas para destes animais diminui drasticamente, permitindo facilitar o estudo sobre o que eles fi quem meses sem se alimentar. Por outro lado, animais como os caracóis dormem durante nosso planeta. A latitude o verão, nos ambientes mais quentes e secos, para é o afastamento, medido não sofrer com as altas temperaturas e a escassez de em graus, da linha do água. Outros animais, como as andorinhas, também Equador a um ponto costumam migrar para regiões mais quentes durante qualquer da superfície o inverno na procura de ambientes mais favoráveis, da Terra. No Equador com melhores temperaturas e mais alimento. a latitude é 0º. A partir As mudanças de estação também afetam bastante dessa linha você pode a vida das plantas de algumas regiões. Você já ir de grau em grau até reparou que no outono as folhas de algumas árvores 90º, tanto para o Norte fi cam avermelhadas e começam a cair? Sabe por quanto para o Sul. Nos que isso acontece? Como o inverno em nosso país forma, as plantas armazenam a água sem perder mapas mundi, além é uma estação seca, não há tanta disponibilidade de praticamente nada pela evaporação. Na primavera, da linha do Equador, água. Por isso a queda das folhas nessa estação é uma as folhas voltam a brotar para, fi nalmente, no verão, estratégia importante para evitar a perda de água, já elas aproveitarem a forte incidência dos raios solares do Trópico de Câncer que é através das folhas que as plantas transpiram, para produzir alimento, reiniciando o ciclo que se (23º N) e do Trópico de fi cando às vezes só os galhos e o caule. Desta repete a cada ano. Capricórnio (23º S), em geral se representam as linhas correspondentes às Os HEMIsFÉrIOs latitudes de 30º e 60º. Capítulo 2

OS HEMISFÉRIOS

Longitude Diferentemente da latitude, a longitude é definida através de linhas verticais, chamadas de meridianos, que vão do polo Norte ao polo Sul. Para se definir a longitude é necessária uma linha de referência, que nesse caso é o Meridiano de Greenwich. Ele tem esse nome porque é o meridiano ou linha imaginária que passa

Para compreender melhor a Terra, os cientistas os meridianos dividem a Terra em 24 regiões que criaram linhas imaginárias que dividem o planeta correspondem aos diferentes fusos horários. A em “fatias”. As linhas horizontais, chamadas longitude é a distância em relação ao Meridiano paralelos, determinam a latitude, e as linhas de Greenwich (considerado o primeiro meridiano), verticais, chamadas meridianos, a longitude. A medida em graus, variando de 0° a 180° para leste e linha do Equador, por exemplo, é um paralelo para oeste. Observe a fi gura para entender melhor. que divide a Terra em duas Longitude Latitude metades: o hemisfério Norte Norte 150º 180º 150º e o hemisfério Sul. A latitude 120º 120º é a distância em relação à 60º 60º linha do Equador medida 30º 30º em graus, variando de 0º 90º 90º (linha do Equador) a 90º 0º Leste Oeste para Norte (Polo Norte) ou Equador 90º para Sul (Polo Sul). Já a 30º 60º 30º longitude é determinada por 60º círculos máximos que passam 60º 60º 30º 30º pelos dois polos da Terra. Meridiano de Sul Por convenção internacional, Greenwich

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Capítulo 2

realizados em outros países, os jogadores estão jogando à noite, mas aqui ainda é dia? Faça os alunos perceberem que, em função da rotação da Terra e da sua posição em relação ao Sol, enquanto é dia em alguns países, em outros, neste mesmo momento, é noite.

Daí a necessidade de criar o fuso horário, que é determinado a partir de cada uma das vinte e quatro áreas em que se divide a Terra. Cada uma dessas áreas, criadas pelas vinte e quatro linhas de longitude e denominadas de zonas horárias, corresponde a um intervalo de tempo de uma hora. Como o Brasil é um país

muito extenso, alguns estados apresentam diferenças no horário em relação aos outros. O horário nos estados do Acre, Amazonas, Rondônia e Roraima, por exemplo, tem uma hora a menos em relação ao horário de Brasília. Já as ilhas de Fernando de Noronha e Trindade, por se localizarem no extremo Oeste do Brasil, têm uma hora a mais em relação à hora de Brasília. CLIMA NA TERRA

ClIMA NA tErrA

Considerando a diferença de quantidade de luz solar que cada parte do globo terrestre recebe, ele pode ser dividido em três zonas climáticas, como mostra a ilustração. As espécies de seres vivos que vivem em regiões quentes, em geral, não conseguem se adaptar a regiões frias e vice-versa. Nas zonas glaciais,

Zona

Círculo P

Trópico de Câncer

Zona Tr Equador

Zona Tr Trópico de Cap r cór ri

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zonas climáticas

Árti Ártic co a mp era da

opi cal

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Zona Te Círculo Pol

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Zona Te

ao lado, zona tropical (floresta amazônica)

Capítulo 2

É importante perceber que quanto mais perto estamos da linha do Equador, menor é a diferença climática entre as quatro estações do ano. Na região Norte do Brasil, por exemplo, por onde passa a linha do Equador, quase não há diferença entre inverno e verão. Por outro lado, quanto mais nos aproximamos do Sul do país, mais nítida é a diferença entre inverno e verão. Desta forma, a diferença da temperatura média entre o verão e o inverno é muito maior no Sul do que no Norte do país. Além disso, as regiões da Terra mais próximas da linha do Equador recebem os raios solares perpendiculares à superfície, gerando mais calor, o que faz com que as temperaturas sejam mais altas. Já as regiões mais próximas dos polos, por receberem os raios solares mais inclinados em relação à superfície, possuem as temperaturas mais baixas.

(foto: banco de imagens do programa lba do inpa) abaixo,

zona polar (antártica)

(foto: margi moss)

tanto Norte quanto Sul, como as temperaturas são muito frias, a diversidade de seres vivos é muito baixa. Na Antártica, por exemplo, as temperaturas médias ficam entre 35 e 60 graus Celsius negativos. Isso faz com que a água mais próxima da superfície fique sempre congelada e somente alguns animais, como os pinguins, consigam sobreviver. Já na zona tropical, o clima é quente e as chuvas são frequentes. Com temperatura alta praticamente o ano inteiro, milhares de espécies de plantas e animais encontram condições ideais para viverem. A Mata Atlântica e a Floresta Amazônica, por exemplo, apresentam uma grande biodiversidade. Nas zonas temperadas, localizadas entre a região tropical e os polos, as condições são um pouco diferentes. As estações do ano são bem definidas, isto é, os invernos são frios e secos e os verões mais quentes e chuvosos. Com essa variação, plantas e animais têm que enfrentar o frio e o calor ao longo do ano, fazendo com que apenas sobrevivam as espécies que estão adaptadas a uma grande oscilação de temperatura.

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Zonas climáticas A divisão da Terra em zonas climáticas é uma forma de demonstrar que a intensidade da radiação solar e, conseqüentemente, as temperaturas nas diferentes partes do planeta são diferentes. Nos polos o clima é muito frio, enquanto na região tropical as temperaturas são mais quentes. Isso afeta a distribuição de seres vivos no planeta, já que poucos animais conseguem se adaptar ao frio intenso. Na zona tropical, onde as condições para a sobrevivência são mais favoráveis, com calor, umidade, dias mais longos e forte incidência solar, a diversidade de espécies é muito maior. Isso acontece porque estas áreas recebem os raios solares de forma perpendicular à sua superfície praticamente ao longo de todo o ano. É importante, porém, que o aluno perceba que, apesar de serem definidas por linhas, não existe um limite bem definido entre essas diferentes zonas climáticas, mas sim uma transição gradual do clima de uma região para outra.


Capítulo 2

gerar uma maré baixa, mais baixa que o Na ilustração sobre marés, os alunos irão normal. O mesmo acontece nas noites de perceber que existe uma maré no lado Lua cheia, quando a Terra permanece entre oposto da Lua. Isto acontece porque, o Sol e a Lua. tecnicamente falando, não é a Lua que gira ao redor da Terra, mas ambas giram Essas marés são chamadas de sizígia ao redor de um ponto situado abaixo da (spring tides), e tanto faz se a Lua é cheia superfície terrestre, chamado de baricentro. ou nova. Agora, quando a Lua fizer um Assim, gera-se uma força centrífuga que faz aumentar o nível da água no lado oposto ao da Lua. O mesmo acontece As MArÉs quando colocamos duas pessoas girando com as Você já percebeu que, dependendo da hora do dia, mãos dadas. A tendência o nível dos oceanos pode alcançar alturas diferentes? dos dois corpos é de se Isso ocorre devido ao fenômeno das marés. As afastarem, o que não marés acontecem principalmente devido a interação gravitacional do nosso planeta com a Lua, e em menor acontece por estarem intensidade, com o Sol. A região do planeta que está presos pelas mãos. A mais próxima da Lua sofrerá uma atração maior. água tende a se afastar Com isso, a água da superfície será “puxada” por da Terra elevando-se no essa força em direção à Lua, aumentando o seu nível. lado oposto ao da Lua. A crosta também é infl uenciada por esta atração e, Capítulo 2

AS MARÉS

ângulo de 90º com o alinhamento TerraSol, teremos o caso das marés altas (não tão altas como as primeiras) e marés baixas (não tão baixas). São chamadas de quadraturas (neap tides). Nesta situação a força gravitacional da Lua não se soma à do Sol, pois não existe mais o alinhamento dos três astros.

Lua

maré alta

maré baixa

maré baixa

maré alta

mesmo sendo sólida, sofre uma pequena variação de nível, chamada de maré terrestre. Observe a fi gura.

Maré alta e maré baixa Por que existem marés “mais altas” e marés “mais baixas”? Isso acontece porque na Lua nova ocorre o alinhamento dos três corpos celestes: Lua, Terra e Sol (estando a Lua entre os outros dois). Assim, a força de atração da Lua sobre a Terra é somada à força de atração do Sol sobre a Terra (embora esta última seja menor devido à grande distância, conta como uma força a mais). Neste momento, nos locais onde ocorre a maré alta, ela será potencializada devido ao somatório de forças, ficando mais alta ainda! Como uma parte maior de água está sendo “usada” para subir o nível do mar e gerar aquela maré mais alta, a parte que “sobrou” vai

As marés ocorrem em períodos regulares, normalmente elas sobem e descem duas vezes por dia. Quando a variação chega a sua altura máxima, chamamos de maré alta, maré crescente ou preamar, e quando chega a sua altura mínima, maré baixa, maré vazante ou baixa-mar. Mas então isso quer dizer que

variação da maré em são luíz, maranhão

(fotos: simeão carvalho.)

Geralmente, nas cidades próximas à linha do Equador podemos perceber mais os efeitos das marés. Na cidade de São Luís no estado do Maranhão, por exemplo, a maré pode variar mais de seis metros num único dia. Contudo, a maior variação de maré do planeta ocorre na Baía de Fundy, na Nova Escócia, no Canadá. Lá a variação chega a mais de 10m, já tendo sido observada uma variação de 21m.

Essas mudanças diárias no nível do mar afetam a vida de vários seres vivos. Os caranguejos que vivem próximos ao mar, por exemplo, constroem seus abrigos cavando buracos na zona entre-marés, isto é, aquela região que fi ca inundada durante a maré cheia e exposta na maré baixa. Os caranguejos saem para se alimentar e fazer o ritual de acasalamento durante a maré baixa. Quando a maré crescente se aproxima, eles voltam às suas galerias e fecham a entrada com areia ou lodo. Um caranguejo chamado “chama-maré” tem um comportamento bastante curioso: os machos apresentam uma das garras muito maior do que a outra, em contraste com as

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sempre estará havendo variação de maré em algum lugar da Terra? É verdade. Entretanto, quando o Sol e a Lua estão “alinhados” em uma mesma direção, a diferença de maré será maior, pois as forças de atração gravitacional serão somadas, gerando marés altas “mais altas” e marés baixas “mais baixas”.

fêmeas, onde as garras são do mesmo tamanho. Para atrair as fêmeas, os machos agitam a grande garra com movimentos circulares. Como eles fazem estes movimentos durante a maré-baixa, eles acabaram sendo popularmente denominados de chama-maré, já que esses movimentos das garras parecem um chamado. caranguejo chama-maré

(foto: Patrick Goltsman Moreno)


Capítulo 3

Capítulo3

conhecendo os elementos da natureza Capítulo3

CONHECENDO OS ELEMENTOS DA NATUREZA

Conhecer e preservar os elementos da natureza promovendo o seu uso adequado é essencial para a manutenção da vida no Planeta. Antes de iniciar o capítulo, pode ser proposto aos alunos uma reflexão sobre a utilidade de cada elemento e as formas de evitar o seu esgotamento. O ar está presente na atmosfera que nos cerca, no solo e até na água (a exemplo das bolhas de ar que se formam quando a água ferve). A água é o elemento mais importante para a vida no planeta. Está sempre conosco em seus três estados físicos: o sólido (estocada na forma de gelo nos polos – Ártico e Antártico – e nos cumes montanhosos), o líquido (nos oceanos, mares, aquíferos, rios e lagos) e o gasoso (formando a cobertura de nuvens e o vapor d’água). O elemento terra é a representação da paisagem natural que nos cerca – tem como base o solo sobre o qual construímos nossas casas e cultivamos as plantas que irão nos servir de alimento, abrigo (roupas), matéria-prima para vários produtos e até para movimentar máquinas e carros (biocombustível). Finalmente, o fogo é a expressão da energia que cerca os seres vivos – os vulcões, o calor da chama da vela, de um fogareiro, de uma fogueira e dos motores que facilitam a nossa vida.

Agora que já aprendemos um pouco mais sobre o nosso planeta, vamos conhecer os quatro elementos da natureza essenciais para a existência de vida na Terra – o ar, a água, a terra e o fogo. O ar representa o estado gasoso da matéria, a água o estado líquido, a terra o estado sólido e o fogo a energia. Juntos, estes elementos compõem a estrutura do nosso planeta que garante as condições necessárias à manutenção da vida.

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Capítulo 3

costureiros que moldam as roupas segundo Átomos e Moléculas diferentes gostos e tamanhos. Usando a imaginação, peça aos alunos para pegarem qualquer material, como uma folha Um bom exercício é identificar e caracde papel ou um pedaço de pano, e começa- terizar os materiais que utilizamos no dia a rem a dividir em pedaços cada vez menodia segundo propriedades como permeabires. Chegará uma hora que eles não mais lidade, flexibilidade, condução de eletriciconseguirão dividir o papel manualmente. dade, isolamento térmico, inflamabilidade, Entretanto, empregando equipamentos sofisticados, mesmo o menor pedaço visível conseguido será possível de ser dividido. ORIGEM DA MATÉRIA No final, se chegará ao átomo, a menor partícula de Desde a antiguidade o homem tem curiosidade qualquer um dos elementos em descobrir a origem das coisas. Os filósofos que formam a matéria. gregos acreditavam que tudo no nosso planeta Cada átomo é formado por era formado pela combinação dos 4 elementos fundamentais – o ar, a água, a terra e o fogo. um núcleo contendo próAté hoje muitas religiões, como o hinduísmo e o tons e nêutrons e, girando budismo, ainda consideram estes elementos como ao seu redor, elétrons. Os sendo sagrados. Esse conceito perdurou durante átomos formam elementos toda Idade Média e apenas após o Renascimento, dos mais simples, como o no século XIX, os cientistas foram capazes de Hidrogênio e o Hélio, aos definir a matéria de uma forma mais precisa, com base nas novas descobertas científicas. Hoje, mais complexos, como o sabemos que a matéria se forma pela combinação Urânio e o Plutônio. Quande vários átomos que se associam formando do átomos de um mesmo estruturas maiores, chamadas de moléculas. elemento ou de elementos Complicado? Para simplificar, podemos dizer que diferentes se combinam, a matéria é tudo aquilo que existe de concreto, formam moléculas, que ou seja, que podemos tocar. Assim, todos os seres reunem as características vivos, a água, o solo, as rochas, e até mesmo o ar são formados de matéria. O que não é formado principais dos materiais. de matéria, ou seja, o que não é O açúcar, por exemplo, concreto, é considerado energia, é uma molécula formada como a luz, o calor, o som etc. por átomos de Carbono, Ficou mais fácil de entender? Hidrogênio e Oxigênio. Capítulo 3

ORIGEM DA MATÉRIA

Sugestão de atividade Uma atividade para este início de capítulo é reconhecer os materiais segundo sua origem e mostrar aos alunos o longo caminho e as inúmeras pessoas que participam na sua confecção. Um exemplo é a roupa de algodão que começa no cultivo do solo pelos agricultores, utilizando insumos como fertilizantes e pesticidas, além do petróleo utilizado nos tratores. Passa pelas fiações e pelas tecelagens, chegando às mãos de

etc. No caso da instalação elétrica das casas e da escola, são utilizados fios de metal (bons condutores de energia) protegidos por material plástico (mal condutor e por isso protetor). No caso das cadeiras, é utilizada madeira (mal condutor, porém inflamável) retirada de árvores que podem levar algumas décadas para crescerem.

A matéria costuma ser classificada de acordo com sua origem. Ela pode ser de origem animal, vegetal, mineral ou sintética. Os materiais de origem animal são, por exemplo, a lã, o couro, a seda e as peles. Os de origem vegetal são as madeiras, alguns tipos de borracha e o algodão. Já a prata, a cerâmica e o granito são de origem mineral. Além desses, existem os materiais sintéticos que são fabricados artificialmente. Esses podem ter as mais variadas formas, cores, texturas, sabores etc.

bolsa de couro (foto: Patrick Goltsman Moreno)

Material de origem mineral: cerâmica e granito (foto: Patrick Goltsman Moreno)

material sintético

(foto: patrick goltsman moreno)

Material de origem vegetal: papel (foto: Patrick Goltsman Moreno)

O AR Podemos dizer que o ar é uma mistura de todos os gases que envolvem o Planeta Terra. Essa mistura forma uma camada chamada atmosfera. Essa camada existe desde o surgimento do nosso planeta, há bilhões de anos, porém com composição

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diferente da que existe atualmente. Hoje, vários são os gases presentes na atmosfera, sendo que, para nós, o mais importante é sem dúvida o oxigênio. Sem oxigênio nós não conseguiríamos respirar e nossas células não seriam capazes de sobreviver.


Capítulo 3

Atmosfera O ar que envolve a Terra é chamado de atmosfera, uma imensa camada de gases que circundam o planeta, formada de vários gases, especialmente nitrogênio (78%), oxigênio (21%), gás carbônico (0,04%) e vapor d’água. O oxigênio só ocorreu na at-

mosfera terrestre após o início do processo de fotossíntese por pequenos organismos – as cianobactérias. Com a evolução das algas e vegetais, a atmosfera passou a ficar rica em oxigênio. A formação dos demais gases criou condições ambientais que atenderam às necessidades tanto dos seres primitivos quanto da espécie humana. Logo acima

desta camada, ocorre a formação do ozônio, que protege a Terra filtrando a entrada dos raios ultravioleta vindos do Sol. Raios Ultravioleta A luz solar que chega à superficie terrestre se propaga na forma de ondas. Cores diferentes têm ondas diferentes, que podem ser curtas ou longas. As cores azuladas têm ondas curtas (frias) e por isso chegam primeiro à Terra, pintando o nosso céu de azul. As cores avermelhadas (quentes) têm ondas longas. No entanto, uma grande parte da radiação solar é invisível ao olho humano, em especial os raios ultravioleta (UV), de ondas mais curtas que as azuladas mas com energia suficiente para prejudicar todos os seres vivos, em especial os seres humanos.

Cam ad ad

e

O mesmo oxigênio que permite a vida na Terra também está nas camadas mais superiores Radiação Solar – Raios Ultravioleta (UV) da atmosfera na forma de ozônio. Essa molécula tem aos raios U a capacidade de fi ltrar a V filtro o– i n radiação que vem do Sol, zô O protegendo os seres que vivem na superfície da Terra dos efeitos nocivos dos raios ultravioleta. Camada de Ozônio Desta forma, a camada Destruída – menor de ozônio garante as proteção aos raios UV condições necessárias para os seres sobreviverem em nosso planeta. Mas com a industrialização, alguns gases utilizados em sprays, geladeiras, ar condicionado, etc., conhecidos como CFCs efeitos da destruição da camada de ozônio ( C l o r o f l u o r c a r b o n o s ) , começaram a destruir o ozônio existente, Além do oxigênio, a atmosfera também enfraquecendo a proteção contra os raios é formada por vários outros gases. Os ultravioleta. Em algumas regiões do principais são o nitrogênio, o gás carbônico e mundo, onde a camada de ozônio foi mais o vapor d’água. O nitrogênio é o gás em maior afetada, as pessoas e os animais fi caram quantidade na atmosfera – mais de 78%. Ele é sujeitos a graves doenças, como câncer de importante por ser o constituinte principal dos pele, envelhecimento precoce e doenças aminoácidos, proteínas e de outros compostos existentes em todos os seres vivos. nos olhos.

Capítulo 3

O AR

Camada de Ozônio O ozônio, um elemento formado por três moléculas de oxigênio, tem uma estrutura que permite a passagem de raios solares de vários comprimentos de onda, mas retém os raios ultravioleta. A camada de ozônio é, na verdade, uma camada da atmosfera (estratosfera), entre 25 e 30 km de altura, onde existe uma maior concentração de ozônio.

Poucos seres são capazes de obter o nitrogênio diretamente da atmosfera. As plantas, por exemplo, dependem do nitrogênio existente no solo na forma de nitrato ou da ação de bactérias fixadoras que conseguem retirar esse elemento da atmosfera e disponibilizar para suas raízes. Os animais, ao se alimentarem das plantas, ingerem o nitrogênio que precisam para suas células. O mesmo acontece com os animais carnívoros que se alimentam desses animais.

Sugestão de atividade Peça aos alunos para fazerem uma avaliação em seu bairro, pesquisando a quantidade de árvores existentes. Veja se o bairro pode ser considerado arborizado. Caso não seja, proponha que os alunos plantem uma árvore e a adotem como sua.

O vapor d’água é encontrado nas camadas planeta. A água na forma de vapor ajuda a deixar mais próximas à superfície e tem uma ação muito o ar mais úmido, fazendo com que a temperatura importante na regulagem da temperatura do fi que mais agradável para os seres vivos.

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Capítulo 3

O AR

Porém, ao contrário do que muitos imaginam, a maior parte do oxigênio que respiramos é proveniente das algas que compõem o fitoplâncton marinho onde ocorre a penetração da luz do sol, e não das árvores terrestres.

Capítulo 3

Respiração O gás carbônico (CO2) na atmosfera tem origem na respiração dos seres vivos, que inspiram o oxigênio e expiram o CO2. Este processo é realizado pelos seres vivos aeróbios para a produção de energia a partir da quebra da glicose (açúcar). De dia, além de respirar, os vegetais e as algas também realizam um outro processo, a fotossíntese, e liberam oxigênio para a atmosfera. Por isso, uma cidade bem arborizada proporciona uma melhor qualidade do ar e de vida para quem vive nela.

Efeito Estufa A radiação solar consegue atravessar a atmosfera e atingir a superfície terrestre, onde é refletida, na forma de calor (radiação com ondas de maior comprimento que a solar). O CO2, o vapor d’água e outros gases formam uma barreira para que este calor não escape para o espaço, mantendo a temperatura da Terra bastante agradável. Por isso, noites nubladas são mais quentes, já que o calor ficou retido pelo vapor d’água. Mas nuvens vão e voltam. O CO2 e outros gases permanecem na atmosfera - faça chuva ou faça sol - e formam uma barreira para que o calor

não escape da Terra. Se a concentração de CO2 na atmosfera aumenta, mais calor fica retido e a Terra acaba ficando cada vez mais quente. Esse aumento causa o aquecimento global, o qual, muito mais do que um aumento da temperatura da Terra, provoca uma mudança climática, com alteração nas chuvas e nos ventos.

Atividade: Efeito da Temperatura

Nesta atividade os alunos perceberão a existência do ar e o efeito da temperatura, expandindo e depois contraindo a bexiga. O mesmo fenômeno é responsável pelo movimento do ar que, uma vez aquecido na superfície, fica menos denso e sobe para camadas mais altas – formando as nuvens. Compreenderão, também, a formação dos ventos pelo movimento do ar de áreas mais frias para outras mais aquecidas.

atividade A temperatura exerce uma grande influência nas características do ar. Sabe como? Vamos descobrir... Para isso, você precisará do seguinte material: • cuba para colocar água • garrafa PET (500 mL)

• bexiga • gelo

• água aquecida a aproximadamente 40 oC

Esvazie completamente a garrafa e fixe a bexiga no gargalo, conforme demonstra a ilustração. Coloque a água quente na cuba e insira a garrafa. Observe o que acontece com a bexiga. Em seguida, jogue o gelo na cuba e observe o que acontece. O que você pode concluir com esta atividade?

Calor dissipado para o espaço

Radiação solar

efeito estufa

elos tido p or re stufa Cal e s e g as

Já o gás carbônico (CO2) tem origem na respiração dos seres vivos. Ele também pode se formar das queimadas, na queima de combustíveis ou na decomposição da matéria orgânica. O gás carbônico e o vapor d’água agem como uma barreira que impede que o calor do Sol, refletido na superfície da Terra, escape para o espaço – o chamado efeito estufa. Se a quantidade de CO2 aumenta, o calor não pode escapar, e a Terra acaba ficando mais quente, levando ao aquecimento global. A principal causa desse problema é a queima dos combustíveis fósseis, pois esses são formados pelo elemento carbono encontrado no subsolo. Quando usamos esses combustíveis (gasolina, óleo diesel, gás natural ou carvão mineral), estamos trazendo o carbono que estava enterrado para a superfície aumentando a quantidade de CO2 na atmosfera. O mesmo acontece quando queimamos uma área de vegetação densa, especialmente na Amazônia e na Mata Atlântica.

Outros gases como o metano, óxido nitroso e monóxido de carbono têm o mesmo efeito do gás carbônico no aquecimento global. O gás metano é liberado na atmosfera principalmente na decomposição do lixo e do esgoto, nos cultivos, como o de arroz irrigado, e por bois e vacas durante a digestão de capins. O óxido nitroso, por sua vez, é produzido principalmente pela utilização dos fertilizantes químicos na agricultura. Já o monóxido de carbono é liberado por automóveis, caminhões e ônibus que utilizam gasolina e óleo diesel.

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Capítulo 3

O AR

A ÁGUA

Sugestão de atividade Discuta com seus alunos porque é importante gastar menos energia, economizando petróleo, gás e carvão. Quanto mais economizarmos, menos energia será produzida e, consequentemente, menos o ambiente sofrerá. Já o problema dos gases liberados pelos veículos pode ser minimizado com fiscalização e controle, pois motores bem regulados emitem menor quantidade de poluentes.

A maior parte da água que existe no planeta (cerca de 97,5%) está nos oceanos e nos mares. Conhecemos esta água como água salgada, porque existe aí uma alta concentração de sais, tanto os trazidos pelos rios, como os existentes desde a origem da água do mar. A água evapora e deixa os sais no mar,

água doce 2,5%

aumentando assim sua concentração. Os oceanos recobrem mais da metade da superfície do planeta e constituem uma porção contínua, formando um único oceano, mesmo que tenha nomes diferentes (Atlântico, Índico, Pacífico, Glacial Ártico e Glacial Antártico). Já os mares são grandes porções de água salgada menores que os oceanos.

1%

água salgada

A ÁGUA

Capítulo 3

97,5%

30% A maior parte da superfície do planeta é coberta de água – nos oceanos, mares, rios, lagos, reservatórios subterrâneos e até na atmosfera. Realmente há muita água no planeta, mas menos 69% de 2,5% da água do mundo é doce. Desse total, Em Geleiras mais de 99,7% está congelada nas regiões polares Em Aquíferos ou nos reservatórios subterrâneos (aquíferos), o que Em Rios e Lagos difi culta sua utilização pelo homem. Isso signifi ca que podemos contar apenas com menos de 1% da água do Planeta. Desde que o planeta se formou, dizer que a água seja infi nita, já que a água que hoje a quantidade de água não aumenta e nem diminui, é limpa, amanhã poderá estar poluída e imprópria é sempre a mesma. Mesmo assim, não podemos para o consumo.

A importância da água para os seres vivos

A água é o elemento da natureza mais importante para a vida dos seres vivos, pois é o componente mais abundante em nosso corpo. Ela é responsável pelo transporte de substâncias, pela regulagem da temperatura e ainda auxilia no metabolismo dos organismos, entre várias outras funções. Cerca de 2/3 do corpo de um ser humano é constituído de água. A água foi também o berço da vida, pois os primeiros seres vivos surgiram nos mares da Terra há cerca de 3,9 bilhões de anos. Só muito tempo depois foi que eles começaram a invadir a terra fi rme. Mais tarde ainda, quando o homem começou a se fi xar em um só lugar e a formar cidades, as primeiras civilizações se instalaram às margens de rios. Os rios garantiram a sobrevivência do homem, que tirava deles a água para beber, o alimento e a água para a agricultura, além de garantir o seu

transporte através da navegação. Mas, por não saber preservar esse importante recurso da natureza, a água tornou-se escassa e várias civilizações que dependiam dela simplesmente desapareceram.

Para que um aquífero tenha água em abundância é preciso que a água da chuva infiltre no solo. Isto só é possível se a superfície não for coberta com pavimentação de ruas ou calçamento dos quintais. Em áreas com vegetação, a água da chuva infiltra-se com facilidade. O desperdício e a escassez de água Convoque seus alunos a prestarem atenção no consumo de água na escola e em casa e a sugerirem estratégias para diminuir este consumo. Afinal, a água desperdiçada hoje poderá fazer falta amanhã. É possível utilizar a água com consciência, procurando preservá-la – a responsabilidade é nossa!

água sendo utilizada na agricultura – irrigação por pivô central (foto: john n. landers)

O desperdício e a escassez de água

O desperdício de água é muito grande, e estima- muito maior do que o necessário para cozinhar, tomar se que 70% dele é causado por mau uso da água em banho, limpar, escovar os dentes, lavar roupas e em nossas casas. Costumamos usar água em quantidade muitas outras atividades diárias.

Torneira pingando

(foto: Patrick Goltsman Moreno)

Aquíferos A água doce, por outro lado, se concentra nos aquíferos – uma reserva de água encontrada em formações geológicas, isto é, no meio de rochas porosas, abaixo da superfície, capazes de armazenar e transmitir grandes quantidades de água. Dependendo da geologia, os aquíferos podem ser porosos (rochas de arenito), cársticos (rochas calcárias) ou fissurais (nas fraturas das rochas).

Em casa, a média de água gasta por uma pessoa é de cerca de 250 litros por dia. Numa descarga de vaso sanitário gastamse de 10 a 12 litros. Num banho, 20 litros por minuto. Numa limpeza de pratos e panelas, 40 litros. Numa máquina de lavar roupa, 110 litros. Uma torneira pingando consome 45 litros de água por dia e, em um mês, 1.380 litros. É muita água, você não acha?

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Capítulo 3

Matas Ciliares da água e melhorando o ambiente onde Você sabia? Também conhecidas como matas de galeria vivem inúmeros organismos e animais. Você sabe por que a água nunca acaba? A ou ribeirinhas, as matas ciliares são as resposta está no ciclo hidrológico - sistema áreas com vegetação natural existentes nas Sugestão de Atividade natural de purificação. O vapor d’água que margens de rios, córregos e lagos. A função Organize uma excursão com os alunos para está na atmosfera forma nuvens, se condesta vegetação é proteger os cursos de visitar uma estação de tratamento e abastedensa e precipita na forma de chuva ou gelo água contra o assoreamento – a entrada de cimento de água. Durante a visita, peça para (neve). Uma parte da água da chuva volta a resíduos e sedimentos carregados pela chuos alunos anotarem o percurso das águas até evaporar, mas 1/3, mais ou menos, escorre va –, evitando a poluição e o aquecimento as suas residências. pela superfície até os córregos, rios e então para o mar. Outra parte infiltra-se no solo, indo abastecer O Brasil, mesmo tendo o maior reservatório de desperdício e pelo desmatamento e queimadas, os aquíferos, onde fica água doce do Planeta, com cerca de 17% de toda que eliminam a vegetação das matas ciliares água doce disponível, também pode sofrer com que protegem as nascentes e os rios. Assim, a armazenada até fluir para o problema da escassez de água. Essa escassez de água deixa de infiltrar no solo e abastecer os os rios e lagos. A ÁGUA

água pode vir a acontecer principalmente pelo reservatórios subterrâneos.

Tratamento da água

Resíduos O solo tem se tornado o depósito dos resíduos gerados pelas pessoas, pelas indústrias e pelas atividades agrícolas. Os resíduos das cidades são depositados em lixões ou deixados nas ruas, indo poluir os cursos de água e provocando inundações. Mesmo assim, o solo funciona como um grande filtro. Quando a água poluída é depositada na superfície de um solo considerado sadio, chega praticamente limpa ao subsolo e aos aquíferos, depois de filtrada pela ação da matéria orgânica, da argila e dos microorganismos das diferentes camadas de solo. Por isso, é importante tomarmos cuidado com as substâncias lançadas no solo, pois estas são dissolvidas pela água e podem chegar aos rios ou aquíferos, comprometendo sua qualidade.

Capítulo 3

A TERRA

Para garantir à população água de qualidade e livre de agentes causadores de doenças, antes de ser distribuída para nossas residências ela deve ser tratada em estações de tratamento. Esse processo ocorre da seguinte forma:

Rio, represa ou lago

Reservatório elevado

Sulfato de alumínio

Cloro Flúor

Floculação

Decantação

Filtragem

Reservatório de água tratada

A água é retirada, etapas do funcionamento de uma estação de tratamento de água através de bombas, de um lago ou de um rio. Grades impedem a passagem • Depois, a água é filtrada por um filtro de areia e antracito. de peixes, plantas e detritos. Em seguida, a água passa por diversos tratamentos até ficar potável. • Por fim, são adicionados cloro, eliminando todos os micro-organismos, e flúor, para ajudar no São várias etapas: combate às cáries da população. • Começa pela adição de sulfato de alumínio, com o objetivo de agrupar toda a sujeira no fundo para Após essas etapas, a água vai para os reservatórios poder ser, assim, retirada. Essa etapa é dividida e, posteriormente, para a estação de bombeamento, que lança a água sob pressão até a caixa d’água das em floculação e decantação. cidades para ser distribuída às residências.

A TERRA Com o elemento terra podemos compreender a parte de nosso planeta que estamos mais familiarizados – a sua superfície. Montanhas, planaltos, vales, rios, lagos, oceanos, ilhas, florestas, povoados, vilas e cidades, e tudo mais que forma a paisagem que estamos acostumados a ver. Como um vegetal, estamos enraizados à terra, vivendo em equilíbrio com seu relevo e com a sua camada mais superficial, o solo, onde construímos nossas casas, nossas escolas e nossas cidades, onde produzimos os alimentos e onde despejamos os nossos resíduos. O solo é o manto que recobre toda a parte da paisagem que não está coberta por água. É a camada mais superficial da Terra, formada pela decomposição das rochas, o que acontece pela ação

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alpes suíços (foto: patrick goltsman moreno)

do vento, da chuva, da temperatura, de seres vivos e por muitos outros fatores. Esse processo é tão demorado que a natureza pode levar mais de 200 anos para formar apenas 1 cm de solo.


Capítulo 3

Solo Argiloso Quando formados nos lugares onde o clima é muito frio, os solos argilosos têm pouco espaço vazio para a infiltração da água. Porém, quando são muito antigos, com milhares e milhares de anos, e nos climas mais quentes, como o que temos no Brasil, estas partículas se agrupam com a ajuda de um

cimentante muito forte, o húmus, formando partículas maiores. Este agrupamento de partículas maiores e formação de agregados aumenta o espaço vazio e estes solos passam a se comportar como se fossem arenosos. A maior parte dos solos que ocorrem no Brasil tem esta característica. Os pedólogos (cientistas que estudam a formação e o comportamento dos solos) chamam estes solos

Composição do solo

O solo é composto por pequenas partículas minerais, por matéria orgânica, micro-organismos, pequenos animais, água e ar. As partículas minerais podem ser de diferentes tamanhos, como fragmentos de rocha, areia, silte ou argila. A matéria orgânica é formada por restos de seres vivos ou por produtos eliminados por estes. A água e o ar ocupam os espaços vazios entre as partículas do solo. Se o solo tiver muitas partículas de areia, será um solo arenoso, onde a água se infiltra rapidamente e que não tem uma grande capacidade de reter esta água, dificultando o crescimento de plantas em períodos de seca. Se o solo tiver muita argila, será um solo argiloso, com mais capacidade de reter a água e nutrientes essenciais para o crescimento das plantas. Quando cavamos um buraco ou olhamos um barranco, percebemos que o solo parece um bolo recheado, com várias camadas. Cada camada tem características próprias e podem apresentar cor, textura e aparência diferentes. As camadas profundas (mais de 50 cm de profundidade) têm uma coloração muito viva

de Latossolos (porque são como o barro que faz os tijolos) ou de Argissolos (já que têm uma grande quantidade de argila).

Infiltração de água no solo Lembrando o ciclo hidrológico: de toda a chuva que cai sobre um terreno, uma parte escoa na superfície e outra infiltra-se no solo. A água que escoa provoca o desgaste do solo pela erosão e vai se acumular nas partes mais baixas, causando inundações e cheias. Assim, a única forma (vermelha, amarela ou cinza) e que existe de evitar esses o solo é bem solto. Já a camada bem perto da superfície é muito desastres é aumentando a escura e tem muitas raízes capacidade de infiltração e organismos subterrâneos, de água no solo. Para como minhocas, cupins, isso, os alunos devem formigas, besouros e muitos entender a importância outros. O solo nesta camada de deixar áreas com contém muito húmus – um vegetação, seja natural, material muito escuro e úmido, produzido pela decomposição como matas e florestas, da matéria orgânica por microuma trincheira seja cultivada, como um com camadas de organismos que vivem no solo. gramado, um jardim, uma luiz Quanto maior a quantidade de solo (foto: pedro de freitas) horta, uma lavoura ou húmus mais fértil será o solo. uma pastagem, todos bem cuidados. Na natureza, normalmente, os solos das matas e Capítulo 3

A TERRA

florestas são muito férteis. Mas, quando o homem desmata uma área, a camada de proteção desaparece e começa a degradação do solo. Sem proteção, o solo recebe diretamente os raios do Sol e, quando chove, é atacado pela força da água escorrendo na superfície, levando ao processo de erosão.

ATIVIDADE: TIPOS DE SOLO

Construa uma tabela com a origem e as características dos solos que chamarem mais a atenção. Mostre aos seus alunos a diversidade de solos que a natureza nos oferece e discuta sobre o uso de cada solo.

atividade

Vamos tentar descobrir as características do solo da sua cidade? Para isso, você vai precisar do seguinte material: • Sacos plásticos • Cartolina branca

• Jornal • Sementes de feijão, milho ou arroz

• Potes (fundos de garrafa PET, caixas de leite ou latas)

A turma deverá ser dividida em grupos. Cada grupo deverá coletar, com o saco plástico, amostras de solo de diferentes locais da sua cidade. Cada grupo deverá anotar as características do lugar escolhido, como, por exemplo, local, declive e uso (gramado, horta, lavoura, pastagem, mata ou floresta).

Para observar o crescimento de plantas, escolha solos diferentes. As plantas irão germinar e crescer melhor nos solos mais argilosos e mais escuros, e crescerão menos nos solos arenosos, claros e no subsolo, onde a reserva de nutrientes é menor.

Coloque as amostras de solo espalhadas sobre as folhas de jornal e deixe secar por 1 ou 2 noites, à sombra. Em uma mesa, coloque as cartolinas brancas e por cima coloque um pouco da amostra de cada solo (1/2 caneca). Compare os diferentes tipos de solo observando a cor, a textura (arenoso ou argiloso), presença e tamanho dos torrões, presença de restos de plantas ou animais, presença de raízes e de insetos e minhocas, cheiro, e outras características que chamarem a atenção.

Se quiser aprofundar o conceito, misture adubo orgânico ou químico no solo e, depois da semeadura, cubra o solo com restos de folhas secas picadas.

Coloque as amostras coletadas nos potes e plante algumas sementes. Mantenha os potes úmidos, molhando todos os dias (sem encharcar). Acompanhe o crescimento das plantas durante três ou quatro semanas. Verifique o número de plantas germinadas, o número de folhas por planta, a altura, a cor das folhas etc. Observe se houve diferença no crescimento nos diferentes tipos de solo. Discuta os resultados com seus colegas. Qual o tipo de solo mais fértil?

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Capítulo 3

nível) e fazendo barreiras para que a água plantas para manter o solo sempre Você sabia? não escorra (terraços). protegido da erosão e da degradação. Existem cuidados que os agricultores tomam - Depois, plantam na mesma área fazendo para que o solo não fique degradado: a mistura de diferentes plantas de cultivo Os agricultores devem sempre procurar os (consorciação de culturas). engenheiros agrônomos para ter acesso às - Além de evitar o uso do fogo, eles plantam - Evitam o uso de arados e grades (plantio técnicas de como manter o solo fértil. seguindo o nível do terreno (curvas de direto) e estão sempre cultivando diferentes A TERRA

O FOGO

O FOGO

Capítulo 3

No início, os seres humanos se adaptavam ao ambiente – eram nômades, buscando alimento enquanto caminhavam. Depois, descobriram a agricultura e se fixaram. Com a descoberta do fogo, passaram a modificar o seu ambiente. Saindo das cavernas, os seres humanos procuraram água – rios, lagos ou mar – e aí construíram cidades. Várias destas, por não respeitarem o ambiente, desapareceram por falta da água.

Há milhares de anos, os seres humanos primitivos tiveram os primeiros contatos com o fogo por meio de incêndios repentinos na vegetação seca, muitas vezes causados por raios que caíam nas florestas. Eles não imaginavam como provocar o fogo, mas logo notaram que ele representava luz e calor. Depois de muitas tentativas, eles descobriram que ao atritar seguidamente, com as duas mãos, uma vareta sobre outro pedaço de madeira, obtinham faísca e, daí, o fogo.

a cozinhar e assar sua comida, aumentando assim a variedade de alimentos que consumia; começou a trabalhar os metais para fabricar armas e utensílios utilizados para caçar e se defender; passou a ter uma fonte de luz para iluminar as noites escuras e o interior das cavernas; pôde aquecer seus abrigos, principalmente durante os meses mais frios do ano. Hoje, sabemos que para se produzir fogo é necessário, além de faísca, um material que queime, ou seja, o combustível, e um material que mantenha o fogo, o oxigênio do ar, Quando o ser humano passou a ter controle sobre chamado de comburente. o fogo, mudou completamente seus hábitos: passou

Quando um raio cai numa floresta provoca o fogo porque ele próprio faz o papel da faísca, a floresta é o combustível e o oxigênio é o comburente. Sabendo disso, será que você é capaz de descobrir se na Lua é possível acender fogo?

Durante muito tempo o homem conviveu harmonicamente com a natureza – sua relação com o planeta era equilibrada, usando apenas o que era necessário. Mas, no momento em que o homem passou a tirar mais do que precisava, o equilíbrio se quebrou, os recursos escassearam e civilizações inteiras desapareceram.

Fogo em mata (oeste da bahia) (foto: pedro luiz de freitas)

O fogo continua sendo muito utilizado tanto em nossas casas, para o preparo de alimentos e no aquecimento da água, como nas indústrias, para a fundição de metais, por exemplo. Ele também fornece energia para os meios de transporte que utilizam motores à combustão. Nesse processo, um combustível derivado do petróleo, como gasolina ou óleo diesel, se mistura com o oxigênio em uma câmara fechada – a câmara de combustão. A essa mistura é fornecida uma centelha que causa uma pequena explosão. Essa explosão, resultado do processo de combustão, fornece motor a combustão a energia que o motor precisa para funcionar (foto: patrick goltsman moreno) adequadamente. Porém, esse processo libera gases nocivos a nossa atmosfera, contribuindo para o aquecimento global. Por essa razão, e outros. Esses biocombustíveis não causam temos hoje os biocombustíveis, como o etanol tantos danos ao meio ambiente. Discutiremos de cana-de-açúcar e os óleos de dendê, mamona mais esse assunto nos próximos capítulos.

O fogo permitiu transformar os recursos extraídos do subsolo (carvão, petróleo e gás) em energia, propiciando um enorme desenvolvimento da civilização, mas também causando seríssimos problemas ambientais, como o aquecimento e as mudanças climáticas globais.

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Capítulo 4

Capítulo4 conhecendo os seres vivos

Capítulo4

CONHECENDO OS SERES VIVOS

Antes de iniciar o capítulo, discuta a importância de se conhecer as características dos seres vivos para preservar o meio ambiente. Como parte integrante dos ecossistemas, os seres vivos compõem os fatores bióticos que dependem e influenciam o ambiente. Conhecer suas necessidades, características e importância ecológica é fundamental para poder respeitá-los e, desta forma, contribuir para a preservação de toda a biodiversidade do planeta.

Foto: Patrick Goltsman Moreno

Antes de começar este capítulo, tente responder à seguinte pergunta: o que as plantas, os peixes, os insetos e os seres humanos têm em comum? Esta é realmente uma pergunta muito difícil. Como é possível que haja alguma semelhança entre seres vivos tão diferentes? Por mais que pareça impossível, essa semelhança existe – mas não é possível percebê-la apenas com os olhos. O fato é que todos os seres vivos, sem exceção, são formados por células. 29

Iniciaremos nosso estudo falando dos organismos mais simples, os seres unicelulares. O simples fato de que todos os seres vivos, sem exceção, são formados por uma ou mais células pode ser usado como uma das evidências de que todos evoluíram de um ancestral comum. Em seguida, discutiremos as características dos seres pluricelulares, diferenciando os vegetais dos animais. Mais do que discutir detalhes de cada grupo, o importante neste capítulo é que o aluno descubra a biodiversidade do nosso planeta como resultado de um longo processo de adaptação a diferentes condições ambientais. Para finalizar, discutiremos sobre este processo que começou há 3,5 bilhões de anos com o surgimento do primeiro ser vivo.


Capítulo 4

todos os seres vivos são formados por células

uma medida muitas vezes menor do que os pontos ortográficos utilizados neste texto. Estabelecida esta noção, explique que da mesma maneira que utilizamos o metro e o centímetro para medir nossa altura, as células devem ser medidas em micrômetros.

proporcional às suas dimensões: a célula de um elefante deve ser muito maior que a de uma formiga, por exemplo. Entretanto, esta noção não corresponde à realidade – as células de um elefante e de uma formiga terão basicamente o mesmo tamanho. Contudo, o número de células de um elefante será imensamente maior que o de uma formiga, ou de outro ser igualmente pequeno.

Capítulo 4

Célula Por se tratar de uma estrutura microscópica, pode ser difícil para os alunos perceberem o tamanho das células. Para desenvolver esta noção é interessante construir escalas utilizando o quadro negro. Trace um segmento Os alunos podem acreditar, intuitivamente, de reta e divida-o em dez partes iguais. que o tamanho das células de um ser seja Explique aos alunos que este segmento corresponde a um centímetro e cada divisão, a um milímetro. TODOS OS SERES VIVOS SÃO FORMADOS POR CÉLULAS Divida, agora, esta fração de segmento em dez partes. Ao olharmos atentamente para a pele Aplique este raciocínio de nossas mãos, veremos que ela não é dividindo por dez ainda ao lado, dedo totalmente lisa, e sim formada por muitos humano (foto: mais duas vezes. Desse pedacinhos, parecidos com tijolos. editora pollux) abaixo, gomos de modo, você terá mostrado, tangerina (foto: Observando um pedacinho de pele ao representativamente, a patrick goltsman moreno) microscópio, veremos que ele também é divisão de um milímetro formado por outras estruturas menores, em mil partes. Cada uma que se organizam como tijolos em um destas partes resultantes muro. Cada tijolinho destes é uma célula, será equivalente a um ou seja, a menor parte componente do micrômetro (representado corpo dos seres vivos. Se você observasse um peixe, uma planta ou um inseto ao microscópio por µm, onde “µ” – mi – é veria que todos esses seres também são formados uma letra grega e “m” – por células. Existem células tão pequenas que mal metro – é a unidade de podemos vê-las com um microscópio, e células comprimento no Sistema tão grandes que podemos enxergar a olho nu, Internacional), ou seja, a como as células que formam os gomos de uma milionésima parte de um tangerina, por exemplo. metro (um metro dividido por 1.000.000). Esta é

Quando os cientistas querem observar alguma coisa muito pequena, eles utilizam um microscópio. Este instrumento utiliza lentes para ampliar as imagens e permitir que sejam observadas coisas que seriam invisíveis a olho nu.

ORGANISMOS UNICELULARES

Ainda que cada célula seja uma minúscula unidade dotada de vida, ela deve ser compreendida como uma parte do nosso corpo, e não como um ser isolado ou independente. No caso dos organismos unicelulares, que são formados apenas de uma única célula, esta célula precisa desempenhar todas as funções necessárias à manutenção da vida daquele ser. Por outro lado, nos seres pluricelulares encontramos células diferenciadas para desempenhar diferentes tipos de função, como as células nervosas, musculares, gametas etc.

Microscópio Ótico

(foto: Pedro Luiz de Freitas)

É claro que as células de uma planta são de células, que se agrupam de muitas maneiras diferentes das células dos animais. Mesmo assim, para formar todos os órgãos e estruturas que nos as plantas e os animais são formados por milhões permitem sobreviver.

A VIDA MICROSCÓPICA: OS ORGANISMOS UNICELULARES Após a invenção do microscópio, os cientistas começaram a descobrir um grande número de pequenos organismos, seres tão diminutos que seria impossível percebê-los a olho nu. Por esse motivo, esses seres são chamados de microorganismos. Muitos desses micro-organismos são tão simples que são formados por uma única célula. Devido a essa característica, eles

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são chamados de unicelulares. Alguns dos seres unicelulares mais conhecidos são as bactérias, os mais simples; os protozoários, que se parecem com pequenos animais; e as algas, que geralmente apresentam coloração esverdeada e são parecidas com as plantas. Que tal mergulhar no mundo microscópico e conhecer mais sobre esses organismos?


Capítulo 4

que servirão de alimento para os protozoários. Quando for coletar uma amostra de água com Os micro-organismos observados nesta o canudo, tente recolher um pouco destas alatividade serão originários, principalmente, da gas, pois a concentração de micro-organismos terra colocada no fundo do pote. Por isso, é in- próxima a elas certamente será maior. teressante utilizar pedras coletadas em poças, pois elas já estarão colonizadas por muitos Para esta atividade, procure utilizar terra e peseres. A importância da luz solar neste exdras de locais que não tenham nenhum contato perimento é permitir o crescimento das algas com esgoto, fezes de animais ou de pessoas e atividade a vida numa gota d’água

outros elementos poluentes, evitando a presença de micro-organismos nocivos. Outra medida muito importante é cobrir o pote com um tecido tipo “tule”, ou um plástico transparente a fim de evitar o desenvolvimento de larvas de mosquito na água parada. Como estas larvas se alimentam de algas e micro-organismos, o ambiente formado é muito propício ao seu desenvolvimento. Observando apenas com uma lupa, será possível ver pequenos vermes de corpo achatado com dois “olhinhos” na cabeça, as planárias; larvas de insetos e muitos tipos de pequenos artrópodes, seres que possuem uma carapaça articulada na parte externa do corpo. Alguns, como os ostracodeos, possuem uma concha cobrindo todo seu corpo.

atividade Estamos acostumados a ver diversos tipos de seres no nosso dia a dia: cachorros, gatos, aves, minhocas ou formigas. Mas existem muitas formas de vida que não conseguimos observar porque, de tão pequenas, são invisíveis a olho nu. Uma simples gota d’água pode abrigar milhares delas. Nesta atividade, vamos utilizar lentes de aumento para poder enxergar esses pequenos e curiosos seres vivos. Você vai precisar do seguinte material: • Uma lente de aumento • Um recipiente plástico onde caibam dois litros d’água

• Pedras pequenas, coletadas em um rio ou poça d’água • Um pedaço de plástico branco

• Terra preta

• Água desclorada (ou deixe a água de torneira descansar por 24h)

• Areia de rio lavada

• Um canudo

Coloque a terra preta no fundo do recipiente, até completar uns dois dedos de altura. Em seguida, cubra a terra com mais um dedo de areia lavada. Com o auxílio de um copo, vá enchendo lentamente o recipiente até completar quatro dedos d’água, tomando cuidado para não levantar a terra do fundo. Em seguida, coloque algumas pedras coletadas em rios ou poças. Se as pedras tiverem limo ou musgo, melhor ainda!

Capítulo 4

Deixe seu recipiente em algum lugar que receba bastante iluminação natural indireta, como uma janela ou varanda. Só não deixe que ele pegue sol diretamente. Após alguns dias, você irá observar que as pedras, a areia e até as paredes do recipiente estão fi cando esverdeadas. Talvez seja possível ver uns fi ozinhos verdes crescendo na água. Quanto mais tempo você deixar, mais desses fi ozinhos você irá observar. Com o canudo, colete um pouco da água próxima aos fi ozinhos verdes. Para isso, afunde-o na água e, em seguida, tampe com o dedo a parte superior do canudo. Agora, você pode retirá-lo que a água não cairá. Derrame a água coletada sobre o plástico branco e, com a ajuda da sua professora, use a lupa para fazer suas observações. Repita o procedimento quantas vezes achar necessário.

Seres unicelulares como protozoários só poderão ser observados com um microscópio. Esteja atento para a presença do Paramécio, com forma ovalada e todo recoberto de cílios. Eles gostam de ficar junto de musgos, algas ou plantas aquáticas. Se desejar enriquecer ainda mais a atividade, coloque pequenos pedacinhos de alface no próprio pote ou em um outro recipiente com água. Isto estimulará o desenvolvimento de um grupo de protozoários denominados infusórios. O mais importante nesta atividade é identificar formas de vida presentes na água e que não sejam visíveis a olho nu. Destaque a importância de atos de higiene pessoal, como lavar bem as mãos antes de comer, acondicionar e higienizar muito bem os alimentos e beber apenas água filtrada, clorada ou fervida.

O que você observou? Viu alguma coisa se mexendo? Existe algum ser vivo ali? Procure desenhar no seu caderno tudo o que você encontrar na água, e compare com os desenhos de seus colegas.

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Capítulo 4

e o oxigênio. Todo o alimento consumido Algas pelos animais é proveniente das plantas. As algas estão classificadas no reino Os seres que realizam a fotossíntese são Protista, juntamente com outros seres chamados autotróficos (do grego: “que unicelulares de vida livre, os protozoários. produz seu próprio alimento”). Os demais Apesar de possuírem clorofila e realizarem seres são chamados heterotróficos (“que se a fotossíntese, não são consideradas alimenta de fontes externas”) e dependem plantas por não possuírem folhas, caule totalmente dos autotróficos para sobreviver. ou raízes. Algumas algas apresentam estruturas que lembram folhas, mas não possuem vasos condutores e são formadas apenas AS ALGAS pela justaposição de muitas células. Algas não Na atividade anterior você deve ter observado produzem flores, frutos ou pequenos filamentos ou placas esverdeadas. Apesar sementes, e reproduzemde parecerem plantas microscópicas, na verdade se através de esporos ou elas são algas. As algas são organismos formados por fragmentação. por células muito parecidas com as células dos As algas

vegetais. No entanto, as algas não possuem folhas, raízes ou caule, sendo formadas apenas pela união de muitas células.

Embora existam algas vermelhas, azuis, amarelas ou marrons, a maior parte delas é verde, devido a uma substância chamada clorofila, presente no interior das suas células. Essa substância é responsável por um fenômeno chamado fotossíntese, que utiliza a luz solar e o gás carbônico (CO2) presente na água para fabricar o alimento que mantém a célula viva.

Capítulo 4

Em praticamente qualquer ambiente aquático que esteja iluminado pelo Sol – e isto inclui poças, cisternas, caixas d’água e até reservatórios de bromélias – é possível verificar a presença de algas. Algumas delas podem servir de alimento para peixes e outros organismos aquáticos, já outras podem ser tóxicas e sua presença pode ser um indicativo da má qualidade da água.

Diatomáceas As diatomáceas são um tipo de alga avermelhada que possui uma “cápsula” de sílica muito dura e resistente, por isso ela é utilizada como abrasivo em alguns cremes dentais. Elas são os principais constituintes do fitoplâncton marinho, com mais de 5.000 espécies descritas.

O2

Clorofila A clorofila é uma molécula que tem a capacidade de absorver a luz do Sol e aproveitar sua energia para sintetizar os açúcares que as algas e vegetais utilizarão como alimento e para seu crescimento. Este processo é denominado fotossíntese, e seus principais produtos são a glicose

Luz

CO2

algas

(fotos: rodrigo mariath)

Foi por esse motivo que você precisou deixar o recipiente em um local bem iluminado: para permitir que as algas fizessem a fotossíntese e crescessem. Como resultado desse processo, as algas liberam o oxigênio (O2) que respiramos. Isso quer dizer que todos nós dependemos da fotossíntese para sobreviver! A maior parte do oxigênio que respiramos é produzida pelas algas que vivem na superfície dos rios, lagos e oceanos. Por isso é tão importante cuidar bem da água, pois com o excesso de poluição essas algas podem desaparecer.

algas marinhas realizando a fotossíntese

Além de servirem de alimento para muitos peixes, moluscos, crustáceos e outros organismos, em muitos lugares do mundo, como no Japão, as algas são uma importante fonte de alimento. De certas algas também podemos extrair substâncias muito úteis, como o agar – uma espécie de gelatina muito utilizada em cosméticos, doces e em processos industriais. Outras algas microscópicas, como as diatomáceas, podem ser utilizadas na fabricação de creme dental. Pesquise você também sobre diferentes usos para as algas. 32

ao lado alga nori, abaixo balas de agar

(fotos: patrick goltsman moreno)


Capítulo 4

Os protozoários são seres eucarióticos, ou seja, suas células apresentam núcleo definido, assim como as células do corpo dos humanos. Seres mais simples, como as bactérias, não possuem núcleo, são muito menores e são chamados de procarióticos.

Cílios e Flagelos Os cílios e flagelos são estruturas derivadas do citoesqueleto, uma série de fibras presentes na célula que exercem a função de locomoção dos protozoários e auxiliam na sua alimentação. Estas estruturas funcionam como remos que impulsionam o organismo pela água.

OS PROTOZOÁRIOS Eles estão presentes por toda parte: no solo onde você pisa, nos rios, lagos e mares, e até mesmo na sua pele! Diferentemente das algas, os protozoários não podem nutrir-se a partir da luz solar, por isso precisam se locomover pelo ambiente a procura de alimento. Mas como estes seres unicelulares podem se movimentar, se não têm pernas, nadadeiras ou asas? A célula dos protozoários pode apresentar pequenas estruturas, semelhantes a pelos, que agem como remos, impulsionando-os pelo ambiente. Essas estruturas podem ser cílios ou flagelos. Aqueles que possuem cílios são chamados Ciliados, encontrados frequentemente em ambientes aquáticos ou no solo. É bem provável que você tenha observado algum na atividade realizada. Os cílios são como pelos bem curtinhos que recobrem toda a superfície da célula. Eles se movem de maneira coordenada e ajudam na locomoção e na busca de alimento. Já os Flagelados são aqueles que possuem flagelos, que são pelos mais longos e em forma espiralada. Ao girar o flagelo, o protozoário consegue impulsionar-se para frente. Apesar de serem, em sua maioria, inofensivos, existem alguns protozoários que podem causar doenças nos seres humanos. A Ameba, por exemplo, pode causar diarreia se for ingerida por meio de alimentos que não tenham sido higienizados da forma correta. Por isso, é importante lavar bem as hortaliças antes de comê-las. Outro protozoário

Parasitoses Doenças causadas por protozoários podem ser consideradas como parasitoses, uma vez que o ser humano se torna hospedeiro destes seres. A Doença de Chagas, causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi, ainda é comum nas regiões rurais mais pobres, onde existem casas de pau a pique. À noite, enquanto as pessoas dormem, um inseto conhecido como barbeiro (Triatoma infestans) pica a pele para se alimentar de sangue e costuma defecar no local da picada. Como isso causa irritação, a vítima acaba coçando a pele, ajudando o protozoário presente nas fezes do barbeiro a entrar em seu corpo. Já a Malária é causada pela presença dos plasmódios na corrente sanguínea. Eles parasitam as hemácias para se reproduzir, promovendo um ciclo de reinfestação a bastante perigoso é o Tripanossomo, que pode ser cada três ou quatro dias. Capítulo 4

os protozoários

transmitido através da picada do inseto conhecido como “barbeiro”. Se um barbeiro contaminado picar uma pessoa, ele poderá transmitir a doença de Chagas, que causa febre e fraqueza, e pode até matar. Outra doença muito perigosa é a malária. Essa enfermidade ainda é comum nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, e é transmitida a partir da picada de um mosquito contaminado com o protozoário Plasmódio. Mas se você tem boa higiene e se alimenta de forma saudável, a chance de contrair essas doenças é bem pequena.

Também existem muitos protozoários que são importantes para os seres humanos. Nas estações de tratamento de esgoto, por exemplo, esses seres são muito úteis, pois se alimentam de outro tipo de micro-organismo, as bactérias. Mas se os protozoários são seres microscópicos, como é possível que encontrem seres ainda menores do que eles para se alimentar?

AS BACTÉRIAS As bactérias são um grupo de microorganismos unicelulares ainda menores que os protozoários. Suas células são tão pequenas que não é possível observá-las no microscópio óptico comum. Para estudar as bactérias, os pesquisadores utilizam outro tipo de microscópio, muito maior e mais avançado, chamado microscópio eletrônico.

As bactérias são muito importantes para o meio ambiente, pois atuam na decomposição dos resíduos orgânicos – restos de plantas e animais mortos – e na formação do húmus. Sem a decomposição teríamos um acúmulo muito grande dos resíduos orgânicos, aumentando a poluição ambiental. Não teríamos também os minerais de que as plantas precisam para sobreviver.

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Medidas para evitar a contaminação por estas e outras doenças causadas por protozoários incluem a correta higienização de frutas, legumes e hortaliças. Estes alimentos devem ser lavados em água corrente e ficar de molho por 20 minutos em uma solução contendo uma colher de sopa de água sanitária diluída em um litro de água. Recipientes que contenham água devem permanecer fechados para evitar a reprodução de mosquitos. As paredes das casas localizadas em zonas rurais devem possuir reboco, evitando a presença de fendas ou buracos onde o barbeiro possa se instalar. Janelas devem ser protegidas com tela para evitar a entrada de insetos.


Capítulo 4

as bactérias

Fixação de nitrogênio As bactérias nitrificantes (fixadoras de nitrogênio) associam-se às raízes de plantas leguminosas formando pequenos nódulos. Nestes locais, a presença das bactérias provoca uma infecção nas raízes (as pequenas

é uma prática chamada de consorciação ou rotação de culturas, utilizada especialmente nos cultivos orgânicos, onde não há adição de fertilizantes químicos.

FiXAÇÃO biOlÓGicA DE nitrOGÊniO As bactérias, quando associadas às raízes das plantas, conseguem também retirar do ar o nitrogênio, essencial para a sobrevivência das plantas. Esse processo foi descoberto por uma importante cientista, Dra. Johanna Döbereiner, aqui no brasil.

Capítulo 4

Flora intestinal A chamada flora intestinal é composta por bactérias que auxiliam na digestão de diversas substâncias, como carboidratos. São bactérias como os lactobacilos, presentes em alguns produtos industrializados, como leite fermentado. Alguns tipos de iogurte também possuem bactérias vivas que ajudam a regular a função intestinal, evitando problemas como a prisão de ventre.

bolinhas brancas que aparecem no detalhe), onde as bactérias do gênero Rhyzobium e Bradyrhizobium encontram ambiente apropriado para que possam retirar o nitrogênio da atmosfera e ceder às plantas. Na agricultura, a utilização do plantio de leguminosas como forma de adicionar nitrogênio ao solo

A descoberta da Penicilina

ao lado, planta de soja com nódulos na raíz em detalhe

(foto: arquivo embrapa agrobiologia)

A descoberta da Penicilina por Alexander Fleming aconteceu quase que por acaso. Ao inocular um meio de cultura com uma linhagem de bactérias, Fleming acabou deixando a amostra ser contaminada com micro-organismos do ar. Ele observou que nos locais onde crescera um fungo invasor as bactérias não sobreviviam. Pesquisando este fungo, ele descobriu uma substância capaz de matar diversos tipos de bactérias. Atualmente são conhecidos diversos tipos de antibióticos muito eficazes no tratamento de infecções bacterianas. Estas substâncias alteram o metabolismo das células, levando-as à morte.

Podemos encontrar bactérias em praticamente qualquer lugar: no alto das montanhas ou nas profundezas do oceano, dentro de rochas e até mesmo dentro do seu corpo! Sim, existem muitas bactérias que vivem em nosso intestino. Mas não se preocupe, pois

elas não fazem mal algum. Pelo contrário, elas ajudam a manter a saúde do seu corpo, digerindo restos de alimento que não tenham sido absorvidos durante a digestão. O conjunto de bactérias que habitam nosso intestino faz parte da chamada flora intestinal.

Algumas bactérias podem causar doenças

Assim como acontece com os protozoários, algumas bactérias podem provocar doenças. Essas bactérias são chamadas de patogênicas. Os problemas causados por elas podem variar de simples infecções na pele a doenças graves, como

a cólera e a leptospirose. As pessoas que contraem enfermidades causadas por bactérias devem se medicar com um tipo de remédio conhecido como antibiótico. O tipo mais conhecido de antibiótico é a Penicilina.

A DEscObErtA DA PEnicilinA Em 1928, o cientista inglês Alexander Fleming estava cultivando bactérias, quando observou que, em um dos recipientes, todas haviam morrido. Após algum tempo pesquisando, ele descobriu que um tipo de fungo chamado Penicillium produzia a substância que estava causando aquele efeito. Assim, desde aquela época, muitos cientistas têm pesquisado e cultivado esse fungo, aproveitando suas propriedades antibióticas.

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Capítulo 4

os seres pluricelulares Decompositores

A matéria orgânica, mesmo que em partículas muito pequenas, não pode ser diretamente absorvida pelos vegetais. É necessária a atuação dos seres decompositores para transformar estas substâncias em matéria inorgânica (sais minerais), de modo que possam dissolver-se na água e servir de nutrientes para as plantas.

A ação dos fungos e bactérias é essencial para este processo. Os alunos costumam confundir a decomposição com a ação de pequenos insetos, como formigas, cupins ou traças, que apenas fragmentam a matéria orgânica. Por esta função, estes pequenos animais são chamados detritívoros, palavra que significa “aquele que se alimenta de detritos.”

Atividade: Cultivando um Jardim de Fungos

Muito cuidado com os recipientes com água. Evite deixá-los totalmente abertos para não permitir o desenvolvimento de larvas de mosquito. Se possível, verifique-os diariamente e elimine possíveis larvas.

OS SERES PLURICELULARES Os fungos

atividade

Nesta atividade iremos produzir um ambiente propício ao desenvolvimento dos fungos. Para isso, você vai precisar de: • Uma fatia de pão velho • Um pedaço de papelão

• Um galho ou pedaço de tronco de madeira

• Papel alumínio

• Um balde com água

Capítulo 4

Você já observou o que acontece com os alimentos quando são guardados por muito tempo fora da geladeira? Nós costumamos dizer que eles ficam mofados, ou criam bolor. O mofo ou bolor é um tipo de organismo que gosta de ambientes úmidos. Podemos observá-los se desenvolvendo sobre troncos e folhas mortas, alimentos estragados e até nas páginas de algum livro esquecido no fundo de uma estante.

Molhe o pão com um pouco de água e envolva-o com papel alumínio. Guarde em um local fresco e arejado. Mergulhe o papelão e o pedaço de tronco em um balde com água. Deixe-os lá dentro por algumas horas até ficarem completamente encharcados. Em seguida esvazie o balde, deixando apenas um pouquinho de água no fundo, e deixe o tronco lá dentro. Coloque o pedaço de papelão em pé, dentro do balde, de modo que apenas sua base fique em contato com a água. Durante alguns dias, observe os materiais e anote no seu caderno o que você observou. Descreva atentamente as cores e texturas do mofo que crescerá sobre o pão, a madeira e o papelão. Se possível, procure observá-los com o auxílio de uma lupa ou microscópio.

Na atividade que você acabou de realizar, acompanhamos o crescimento de bolores sobre diferentes materiais. O bolor e o mofo são exemplos de fungos, organismos simples capazes de digerir a matéria orgânica. Nesse processo, os fungos “quebram” a matéria orgânica em pedacinhos muito pequenos, transformando-a em minerais. Como já vimos, as bactérias também realizam esse processo, chamado de decomposição. Existem fungos unicelulares como as bactérias, mas também existem aqueles que são compostos por muitas células, que são chamados

Fungos e bolores não precisam de luz para se desenvolver. O pão molhado, mesmo envolto em papel alumínio, será colonizado por fungos variados, sendo que alguns podem exalar odor desagradável. Verifique esta característica antes de mostrar aos alunos para evitar incômodo. Esteja igualmente atento para alunos que possam ter alergia aos esporos dos fungos. Muitos bolores liberam seus esporos no ar sob a forma de um pó bem fino, que pode irritar as vias respiratórias de pessoas sensíveis. Assim, prefira realizar esta prática em local arejado e procure manter os fungos a uma distância segura dos alunos. Cogumelos Cogumelos em geral são as estruturas reprodutivas de um grupo de fungos chamados Basidiomicetos. Quando observamos um cogumelo em um tronco, na terra ou mesmo em um vaso de plantas, isto significa que já houve a colonização pelos fungos há algum tempo. A estrutura vegetativa dos fungos é chamada micélio e não é visível na maioria das vezes.

de pluricelulares. Será que você já viu algum fungo p l u r i c e l u l a r ? P r o v a v e l m e n t e sim – eles são os

cogumelos

(fotos: Igor França)

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Capítulo 4

os seres pluricelulares

Os vegetais Todo vegetal é capaz de realizar a fotossíntese utilizando a energia solar para converter o dióxido de carbono (CO2), presente na atmosfera na forma de gás, e a água (H2O) em moléculas orgânicas, como a glicose (C6H12O6), liberando oxigênio (O2) como resultado da reação. Este oxigênio é gerado a partir da fotólise (quebra) das moléculas de água absorvidas pelas raízes das plantas.

Se desejar mostrar este efeito aos seus alunos, faça um canudo com jornal, papel-toalha ou algum outro papel bem poroso. Em seguida, coloque água sobre um pires, ou um pratinho, e posicione o canudo em pé sobre a água. Será possível observar a água percolando o papel e subindo verticalmente, contra a força da gravidade.

cogumelos, também conhecidos em algumas regiões como chapéu-de-sapo ou casinha-desapo. Um tipo de cogumelo muito comum no Brasil é o conhecido como orelha-de-pau, pois cresce sobre troncos mortos e tem um formato parecido com uma orelha.

sadas em geral. Você pode demonstrar o processo de fermentação realizado pelas leveduras misturando um pouco de fermento biológico (30g) com água morna (100ml) e uma colher de sopa de açúcar. Em alguns minutos a mistura começará a borbulhar, liberando o gás carbônico produzido na fermentação.

Muitos tipos de cogumelos são comestíveis, como o champignon ou o shitake, este muito apreciado na culinária japonesa. Mas cuidado! Muitos cogumelos são tóxicos e podem até matar se forem ingeridos. Nunca tente comer cogumelos colhidos diretamente da natureza. Coma apenas aqueles que podem ser comprados no mercado.

Os fungos unicelulares são conhecidos como leveduras ou fermentos, e são muito utilizados na culinária. se você gosta de comer pão, saiba que quem deixa a massa bem macia é um tipo de levedura, a Saccharomyces cerevisiae. Este fungo se alimenta do açúcar presente na massa e produz muitas bolhas de gás carbônico, fazendo a massa “crescer” e deixando-a bem porosa. As leveduras também são usadas na produção de cerveja, vinho e outras bebidas. Ao consumirem o açúcar, elas produzem, além do gás carbônico, o álcool encontrado nessas bebidas.

Capítulo 4

Esta água sobe pelo caule através de um tecido de transporte denominado xilema, composto basicamente por células mortas. Estas células formam canalículos que empurram a água para cima sem gastar energia, devido à diferença de pressão e ao efeito da capilaridade. Este é o mesmo efeito que faz com que a água seja absorvida pelo papel-toalha, ou mesmo por tecidos.

Leveduras A levedura Saccharomyces cerevisiae pode ser facilmente encontrada em mercados e padarias sob a forma de “fermento biológico” fresco ou desidratado. Em ambas as formas este fermento pode ser utilizado na confecção de pães, bolos e massas as-

alimentos mofados

(fotos: patrick goltsman moreno)

No entanto, os fungos também podem causar prejuízos. Ao armazenar alimento de forma inadequada, o ataque dos fungos pode estragá-los e torná-los inadequados para o consumo, devido a sua ação decompositora. Como já vimos, na natureza a ação decompositora dos fungos é que produz os minerais que irão nutrir outro tipo de organismo: os vegetais.

A vida vegetal

Chamamos de vegetais todos os organismos pluricelulares que são capazes de realizar a fotossíntese. Os vegetais são a base da alimentação de todos os seres, pois são capazes de produzir substâncias nutritivas (açúcares) a partir dos minerais do solo, do gás carbônico e da água. Para isso, eles necessitam da luz do sol e da clorofila, como vimos anteriormente.

Após alcançar as folhas, a seiva bruta recebe os açúcares formados pela fotossíntese, tornando-se seiva elaborada, descendo através de um tecido denominado floema para nutrir as células da planta, principalmente no caule e nas raízes. A descida da seiva elaborada é feita utilizando a própria força da gravidade.

Existem no nosso planeta desde espécies de plantas muito pequenas, como os musgos, até árvores enormes, como a samaúma da região amazônica. Esta árvore pode atingir até 90 metros de altura e serve de abrigo a muitas espécies de animais.

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Independentemente do seu tamanho, todas as plantas são compostas de três partes: as raízes, que se estendem por dentro da terra e absorvem água e nutrientes; as folhas, responsáveis pela fotossíntese quando iluminadas pelo sol; e o caule, que mantém a planta firme e conduz a seiva – um

samaúma comparada a um homem (foto: editora pollux, no jardim botânico, rj)


Capítulo 4

Algumas flores chegam mesmo a exalar odor de carne em putrefação para atrair certas espécies de moscas. As flores podem conter os órgãos reprodutivos masculinos (androceu), femininos (gineceu) ou ambos. Neste último caso são chamadas de flores hermafroditas.

líquido formado de água, sais minerais e outros nutrientes – das raízes para as folhas e vice-versa. A água que é absorvida pelas raízes, muito rica em nutrientes, é chamada de seiva bruta. Quando esta seiva chega às folhas, a fotossíntese transforma esses nutrientes em substâncias nutritivas, como açúcares, que serão distribuídos para as outras partes da planta. Essa seiva, cheia de açúcar, é chamada de seiva elaborada. Observe o esquema.

A maioria das espécies de plantas produz flores. Além de serem muito bonitas e, em alguns casos, bastante perfumadas, as flores são responsáveis pela reprodução das plantas. Dentro das flores encontramos os órgãos reprodutivos da planta e é lá que serão formados os frutos. Além disso, as flores também têm a função de atrair os animais polinizadores, que vão carregar os grãos de pólen de uma planta à outra para que se formem frutos. Muitos frutos podem ser usados na nossa alimentação, como a laranja, o mamão e a melancia. Quando abrimos algum fruto para comer, normalmente encontramos dentro deles as sementes. É a partir das sementes que uma nova p l a n t i n h a irá nascer.

FLOR (POLINIZAÇÃO)

Capítulo 4

Flores As flores são as estruturas reprodutivas das plantas. No entanto, muitas plantas necessitam da ação de animais para realizar sua fecundação. Por esse motivo exibem as mais variadas cores, formas e odores como forma de atrair os animais polinizadores.

FOLHA FRUTO VASOS CONDUTORES DE SEIVA

abaixo, frutas com sementes

CAULE

(foto: patrick goltsman moreno)

RAIZ

acima, partes da flor

Você sabia? São conhecidas mais de 80 plantas carnívoras no Brasil, espalhadas por todo o país. Minas, Goiás e Bahia têm a maior quantidade. Estas plantas crescem em solos pobres de nutrientes e existem desde a era dos dinossauros. Através da evolução, elas desenvolveram mecanismos de atração de insetos e até mesmo de pequenos vertebrados, como sapos, pássaros e roedores. Atraem suas presas através da forma, das cores, dos odores etc. Existem plantas, do gênero Nepenthes, que chegam a meio metro de altura e têm capacidade de armazenar até 5 litros de água, chegando a capturar grandes presas. Por que não procurar saber, com seus alunos, se na sua região existem plantas carnívoras? Alimente sua curiosidade aumentando seus conhecimentos no site (nossa fonte): http:// www.jardimdeflores. com.br/floresefolhas/ A21plantas%20 carn%EDvoras.htm).

estruturas de uma planta. no detalhe, inseto polinizando as flores.

Atividade: Vasos Condutores

atividade

Se o corte for feito corretamente, dentro d’água, a coloração começará a aparecer em poucos minutos. Se o corte for feito a seco, as bolhas de ar formadas no xilema atrasarão bastante o processo. Procure utilizar corantes escuros para que o contraste com a cor branca fique bastante evidente.

Nesta atividade veremos como as plantas conduzem a seiva através de pequenos vasos contidos no caule. Você vai precisar de: • Uma flor branca e de pétalas grandes (palma, copo-de-leite ou rosa)

• Anilina colorida

• Um copo

• Uma faca bem fina

Misture a anilina em água, deixando a cor bem forte, e coloque no copo. Com a ajuda de um adulto, corte o caule da flor até que ela possa caber dentro do copo sem cair. Agora, com a flor mergulhada na solução, peça ao adulto para fazer um corte em diagonal no caule. Atenção: é muito importante que o corte seja feito dentro d’água, para que não se formem bolhas de ar nos vasos condutores da planta. Aguarde alguns dias e observe. O que está acontecendo com a flor? Como esse fenômeno pode ser explicado?

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Capítulo 4

OS ANIMAIS

Herbívoros, carnívoros e onívoros A classificação em herbívoros, carnívoros e onívoros é bastante genérica e se refere mais à capacidade de forrageamento (atividade de obtenção de alimento) do que ao tipo de alimento que o animal pode ingerir. A maioria dos animais se alimentará de carne, se houver oportunidade. Mesmo vacas, cabras e

determinado tipo de nutriente em detrimento de outros. Isto quer dizer que apesar de vacas poderem ingerir carne não poderão se alimentar exclusivamente disto. Do mesmo modo, animais carnívoros como a onça e o leão também poderão ingerir frutas e vegetais, embora não possam viver apenas com estes alimentos.

Os animais

Agora chegou a vez de conhecer um pouco mais sobre o grupo de que nós, humanos, fazemos parte: os animais. A esta altura, você já deve saber que todos os animais são pluricelulares, e que, ao contrário das plantas, não realizam fotossíntese e por isso precisam buscar alimento no ambiente. Por esse motivo, nós dependemos dos vegetais para sobreviver, pois são eles que irão produzir as substâncias nutritivas de que precisamos, como açúcares e vitaminas.

Devido a essa necessidade de buscar alimento, é possível encontrar animais vivendo nos mais variados ecossistemas, alimentando-se de uma grande variedade de recursos. Há animais que só se alimentam de plantas – os herbívoros; outros que comem apenas a carne de outros animais, os carnívoros; e também os que podem se alimentar de ambos, que são chamados de onívoros.

Animais podem ser vertebrados ou invertebrados

Capítulo 4

Vertebrados Os vertebrados podem ser tão grandes como a Baleia Azul (Balaenoptera musculus), que alcança 33 metros de comprimento e pode pesar até 180 toneladas; ou tão pequenos como o peixinho Paedocypris progenetica, encontrado na ilha de Sumatra. Sendo considerado o menor vertebrado do mundo, este peixe mede apenas oito milímetros de comprimento e pesa menos de um grama. Em ambos os casos, seus esqueletos apresentam crânios e colunas vertebrais, como em todos os vertebrados.

cavalos, animais pastadores por natureza, comerão carne se lhes for oferecido. No entanto, não possuem a capacidade de caçar como os carnívoros. O hábito alimentar de um animal também poderá variar conforme a disponibilidade de alimento no ambiente. Seu sistema digestivo, entretanto, estará adaptado para digerir satisfatoriamente um

Peça aos alunos para tentar identificar a que animal pertence cada um dos esqueletos representados na ilustração. Em seguida, peça para compararem os esqueletos, identificando suas semelhanças e diferenças. Provavelmente, eles perceberão que todos possuem uma coluna vertebral. Esta estrutura é fundamental para dar sustentação ao corpo dos vertebrados, permitindo que algumas espécies alcancem grandes dimensões, mesmo no ambiente terrestre.

Procure pensar em todos os animais que você conhece. Existe uma infinidade deles, não é mesmo? Mas todos eles podem ser divididos em dois grupos, devido a uma característica muito importante. Você saberia dizer qual é? Nós, seres humanos, somos dotados de um esqueleto interno, uma estrutura formada por ossos que sustenta nosso corpo e nos permite fazer uma grande variedade de movimentos. Este esqueleto pode ser observado nos mamíferos, nas aves, nos répteis, anfíbios e peixes. Uma das partes mais importantes do esqueleto é a coluna vertebral. Esta estrutura começa na base do crânio e vai até o final do tronco. Todos os animais que possuem coluna vertebral são chamados de vertebrados.

Mas também existem animais que não possuem nenhum osso, nem mesmo a coluna vertebral. Eles são chamados de invertebrados e são a maioria dentre os animais. Os invertebrados mais conhecidos são os insetos, como besouros, formigas e moscas; e os moluscos, como a lesma, o caramujo e o polvo. Você reparou que a maioria dos invertebrados é de tamanho pequeno? Isto acontece porque não seria possível suportar um corpo muito grande sem a sustentação de um esqueleto rígido, principalmente em um ambiente terrestre. Para compensar a ausência de um esqueleto interno, alguns invertebrados, como os insetos, possuem o corpo revestido por um exoesqueleto, uma espécie de “armadura” que protege e MAMÍFERO

PEIXE

RÉPTIL

ANFÍBIO

AVE

esqueletos de animais vertebrados

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Capítulo 4

Exoesqueleto A palavra exoesqueleto deriva do prefixo grego exo = externo. É como uma carapaça que reveste o corpo de alguns invertebrados, guardando pouca ou nenhuma semelhança com o endoesqueleto (endo = interno) dos vertebrados. O exoesqueleto é encontrado principalmente no grupo dos artrópodes (in-

setos, crustáceos, aracnídeos e miriápodes) e é importante para a proteção dos órgãos internos, suporte para os músculos e para evitar a perda de água através da pele. Dentre os invertebrados, apenas os equinodermos (ouriços, estrelas-do-mar e pepinos do mar) apresentam um esqueleto interno.

sustenta seu organismo. Já alguns moluscos, como o caramujo e as ostras, protegem-se com uma concha. Sem essa proteção eles seriam presas fáceis para os predadores.

anêmonas

(foto: patrick goltsman moreno)

Este, no entanto, é bastante diferente do endoesqueleto dos vertebrados. Ele é muito semelhante a um exoesqueleto, formado por uma carapaça rígida e recoberto por uma camada de pele, sendo, por isso, considerado um esqueleto interno. Aproveite as fotos da libélula e do camarão para mostrar exemplos de invertebrados com exoesqueleto, da estrelado-mar para mostrar os invertebrados com esqueleto interno e da anêmona para mostrar os invertebrados sem nenhum tipo de esqueleto.

acima, camarão, ao lado, estrela-do-mar libélula

(fotos: patrick goltsman moreno)

(foto: igor frança)

Capítulo 4

as espécies se modificam com o tempo?

Vamos pensar um pouco sobre tudo o que aprendemos até agora? Vimos como os fungos e bactérias decompõem a matéria orgânica, produzindo minerais que serão absorvidos pelos vegetais. Os vegetais, por sua vez, através da fotossíntese, irão produzir substâncias nutritivas que servirão de alimento para os animais. na natureza, cada organismo tem o seu espaço e a sua função. nada é desperdiçado, nem mesmo os restos de animais e plantas mortas. Mas será que sempre foi assim, e as espécies sempre foram como as que vemos hoje?

De modo bem semelhante, o pesquisador britânico Alfred Russel Wallace (18231913) também empreendeu uma longa viagem ao arquipélago malaio, no qual pôde observar centenas de espécies animais e vegetais. Em sua pesquisa, Wallace chegou praticamente às mesmas conclusões que Darwin quanto à possibilidade de que as espécies se modificassem e se adaptassem ao ambiente em que vivem. Seu trabalho ajudou a dar mais credibilidade às descobertas de Darwin.

AS ESPÉCIES SE MODIFICAM COM O TEMPO? Há muitos anos, essa mesma pergunta inquietou um jovem cientista inglês chamado Charles Darwin. Durante uma longa viagem de navio, o jovem Darwin teve a oportunidade de conhecer diversos países do mundo, inclusive o Brasil. Em todos os lugares que esteve ele procurou observar e coletar animais e plantas, buscando entender como era possível tamanha diversidade de formas de vida. Nessa viagem, ele observou que os seres vivos possuem diversas características diferentes que estão relacionadas ao ambiente em que vivem. Anos mais tarde, em 1859, depois de muito estudar, Darwin publicou um livro com suas ideias para explicar aquela questão: ao contrário do que se pensava, os seres não são imutáveis, ou seja, não permanecem idênticos ao longo de muitas gerações. Pouco a pouco, pequenas

Charles Darwin O pensamento evolucionista, notabilizado por Charles Darwin (18091882) em sua obra “A origem das espécies” de 1859, já havia sido sugerido anteriormente por seu avô, Erasmus, em 1795. Darwin foi grande estudioso da obra do avô e usou-a como referência para sua publicação.

mudanças ocorrem nos organismos, e, quando essas mudanças são vantajosas para a espécie, elas são passadas de geração a geração. Darwin sugeriu que, após CHARLES DARWIN sofrer muitas modificações, uma espécie se torna diferente de seus antepassados, passando a formar uma nova espécie num processo de evolução. Essas mudanças, no entanto, podem levar milhares ou até milhões de anos para acontecer, por isso não é possível acompanhá-las. Além disso, a evolução ocorre como resultado de um processo de adaptação dos seres às condições do ambiente, conforme ilustrado no exemplo a seguir:

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Capítulo 4

espécies, cada uma com um formato de bico bico. Dessa maneira, aqueles que possuíam adaptado a um diferente tipo de alimenum bico mais adequado para um determinaDestaque tação. Em tempos passados, diz Darwin, do tipo de alimento conseguiam se alimentar No exemplo ilustrado, é importante perceber a competição severa por alimento forçou melhor e, consequentemente, podiam gerar que os coelhos não podem modificar, em seu populações ancestrais destas aves a buscar mais descendentes. A partir da ação da tempo de vida, as características que posnovos alimentos e abrigos. Durante milhares Seleção Natural sobre diferentes populasuem para se adaptar ao ambiente: coelhos de anos, pequenas modificações corporais ções de uma mesma espécie, hoje podemos negros e peludos não conseguem sobreforam surgindo entre diferentes grupos de encontrar 14 espécies diferentes, cada uma viver bem em ambientes quentes e coelhos tentilhões, principalmente no formato do com suas próprias características. brancos não prosperam em ambientes frios. Dessa maneira, observa-se que nos ambientes quentes os Vamos imaginar um grupo de coelhos que vive em coelhos brancos deixam um vale nas montanhas. A maior parte deles possui pelos mais descendentes – branquinhos e bem curtos, pois estão adaptados ao calor igualmente brancos – e no que faz nesse ambiente. Já os coelhos que nascem com ambiente frio prosperam pelos mais escuros e grossos acabam sofrendo com o calor os coelhos negros. Podeexcessivo e, por isso, têm menos chance de sobreviver. se afirmar, desta forma, Um dia, devido a mudanças no clima, uma grande que o ambiente seleciona inundação cobre todo o vale, obrigando os coelhos a positivamente as formas buscarem abrigo nas montanhas. Um grupo passa a mais adaptadas, elimiocupar uma montanha bem alta, onde o vento forte e nando sistematicamente constante deixa a temperatura muito baixa o ano inteiro. as formas menos aptas Outro grupo foge para uma montanha mais protegida do vento, deixando a temperatura mais quente e parecida a sobreviver naquelas com o ambiente original dos coelhos. condições físicas. A este processo Darwin deu o Após muitos anos, em cada uma das montanhas haverá nome de Seleção Natural. À medida que um grupo de indivíduos de uma determinada espécie acumula mutações favoráveis ao ambiente em que vive, seu aspecto se diferencia cada vez mais daquele que originalmente a espécie apresentava. Quando estas modificações atingem um determinado limiar, a reprodução entre os dois tipos diferentes se torna impossível, gerando o que chamamos de especiação, ou seja, a formação de uma espécie nova.

Capítulo 4

as espécies se modificam com o tempo?

um tipo de coelho diferente: na montanha mais fria, veremos predominância de coelhos com pelagem grossa e escura, enquanto na montanha mais quente veremos coelhos de pelagem curta e clara.

Isso acontece porque os coelhos com pelos escuros sofrem menos com o frio e, com isso, conseguem se alimentar melhor e fi cam mais fortes num ambiente com temperaturas mais baixas. Dessa maneira, ao se acasalarem, deixam um número maior de fi lhotes, que também passam a exibir pelagem mais grossa e escura. Já entre os coelhos que fi caram na montanha mais quente, ocorre o inverso. É possível que, caso voltem a se encontrar, um tipo não possa mais acasalar com o outro tipo. Nesse caso, os cientistas consideram que eles se dividiram em duas espécies diferentes, em um processo conhecido como especiação.

Este exemplo mostra de maneira simplifi cada o que aconteceu com todas as espécies que hoje vivem na Terra. Durante milhões e milhões de anos, apenas os indivíduos que apresentavam características vantajosas, ou seja, que aumentavam sua chance de sobreviver e se reproduzir, permaneciam no ambiente. Darwin chamou esse processo de seleção natural. Como, a cada geração, só os mais aptos, ou seja, os indivíduos com as características mais vantajosas, sobrevivem, seus descendentes

Um dos casos mais notáveis de especiação descrito por Darwin diz respeito às aves conhecidas como tentilhões. Derivadas de um único ancestral comum, que vivia nas Ilhas Galápagos, os tentilhões se diferenciaram em muitas 40

também terão muitas chances de apresentar estas características. Assim, as características vantajosas vão sendo selecionadas e passadas ao longo das gerações, permitindo com que os indivíduos estejam cada vez mais adaptados ao seu ambiente. Por isso não é possível encontrar pinguins no deserto, ou camelos na fl oresta, por exemplo. Cada espécie está adaptada ao seu ambiente, possuindo características que as permitem explorá-lo e sobreviver da melhor maneira possível.


Capítulo 6

Capítulo6 conhecendo o meio ambiente

Capítulo6

conhecendo o meio ambiente

Este capítulo tem como objetivo apresentar ao aluno conceitos básicos relacionados ao meio ambiente, permitindo que ele compreenda as diferentes interações dos seres vivos entre si e com os componentes físicos do ambiente. Ao entender as complexas relações que garantem a sustentabilidade e a continuidade dos ecossistemas, dos quais todos nós fazemos parte, espera-se que o aluno desenvolva um respeito por todas as formas de vida do planeta e perceba a importância de se preservar o meio ambiente. Aproveite a foto desta página para motivar os alunos a buscarem exemplos de relações entre o ser Macaco em seu habitat Foto: Margi Moss vivo representado e o ambiente a sua volta. Onde ele consegue o alimento? Por que a água dali deve estar limpa? De que outros fatores do ambiente ele depende para sobreviver?

Nos capítulos anteriores, você aprofundou seus conhecimentos sobre os seres vivos que existem no nosso planeta. Mas tão importante quanto estudar os diferentes grupos de seres vivos é conhecer o ambiente onde eles vivem e interagem uns com os outros. Apesar das características das espécies serem transmitidas de geração em geração, o ambiente também pode exercer uma grande influência nas suas características e no seu comportamento. Quer saber como? 51


Capítulo 6

animais, plantas, fungos, bactérias etc. Os bióticos (vivos) e abióticos (não vivos) que Hábitat componentes abióticos, por sua vez, são as eles estão observando. Apesar de ser um conceito simples, comcaracterísticas físicas do ecossistema, como preender o que é hábitat é fundamental para o solo, a temperatura, a luz do Sol, a umiEcossistema toda a discussão que se seguirá no capítulo. dade, o vento etc. Uma atividade que pode Os seres vivos e os componentes não vivos Afinal, cada espécie está adaptada a um tipo ajudar os alunos a entender essa diferença é que os circundam estão inseparavelmente de hábitat, e uma alteração nas condições levá-los a algum ambiente aberto (o terraço relacionados. Chamamos de ecossistema, desse hábitat pode fazer com que a espécie da escola ou uma praça, por exemplo) e portanto, uma determinada área que abranje não consiga mais sobreviver ali. Devido a pedir que eles listem todos os componentes todos os organismos que ali vivem e as sua inteligência, a espécie humana conseguiu se adaptar a diversos hábitats, desde os mais secos deO QUE É MEIO AMBIENTE? sertos até as regiões mais frias do planeta. Porém, Você já se perguntou como a vida dos animais, características da nossa espécie. Isso também vale as cidades passaram a das plantas e dos micro-organismos são afetadas para todos os demais seres vivos. ser o hábitat da maior pelo ambiente? A resposta é: de várias maneiras! parte dos seres humanos. Para entender isso basta pensarmos em nós, Mas o que é exatamente o meio ambiente? seres humanos. Sem a água e o oxigênio, nós Basta dizer que ele é o lugar onde vivemos? Não Aproveite este momento não conseguiríamos sobreviver. Além disso, é tão simples assim. A palavra MEIO signifi ca do capítulo e questione os sem os vegetais e animais não teríamos como lugar onde se vive, e AMBIENTE possui o alunos em que hábitat eles nos alimentar. Se a temperatura subir ou descer signifi cado de ser tudo o que cerca e envolve os vivem. Quais seriam as demais, também seremos afetados. Desta forma, seres vivos. Portanto, para compreender o meio principais diferenças entre podemos perceber que todos os fatores que agem ambiente, precisamos conhecer todos os fatores uma cidade e um hábitat no ambiente em que vivemos estão de alguma que infl uenciam a nossa sobrevivência e a de todos forma ligados entre si, afetando a nossa vida e as os seres vivos. Vamos começar? preservado, ou seja, que não sofreu interferência do homem? ONDE VIVEM OS SERES VIVOS

ONDE VIVEM OS SERES VIVOS

Capítulo 6

Nicho ecológico O nicho ecológico se refere ao papel ecológico de uma espécie dentro de um ecossistema, levandose em conta principalmente as suas características de alimentação e reprodução: do que, onde e a que horas ela se alimenta; para quem ela serve de alimento; que local ela procura para se reproduzir etc. Se fizermos uma analogia com a sociedade humana, podemos dizer que o hábitat é o endereço da espécie, enquanto o nicho ecológico é a sua profissão.

O lugar onde os seres vivem é chamado pelos biólogos de hábitat. Por exemplo, o jacarédo-pantanal tem como seu hábitat as águas do Pantanal Mato-Grossense; já o hábitat do muriqui, o maior primata brasileiro, são as árvores da Mata Atlântica. Em alguns casos, uma espécie pode ter mais de um hábitat como, por exemplo, os pássaros que migram de um local para outro de acordo com a época do ano.

ecossistema, também chamados de componentes bióticos, são as diferentes espécies de animais, plantas, fungos, bactérias e outros organismos que habitam o ecossistema. Já os fatores não vivos, também chamados de componentes abióticos, são as características do ambiente que infl uenciam a sobrevivência dos seres vivos, como, por exemplo, a temperatura, a luz do Sol, a umidade, o solo, o gelo, o vento etc. Esses fatores estão em constante interação: as plantas precisam da água, da luz do Cada espécie que existe no planeta Terra está Sol e dos nutrientes do solo para sobreviver. Os adaptada a viver em um hábitat específi co. Essa animais, por sua vez, precisam da água e de outros adaptação é resultado das relações e das atividades seres vivos para se alimentarem. características de cada espécie, desde os tipos de alimentos consumidos até os tipos de moradia, estratégias de reprodução, inimigos naturais etc. A esse conjunto de características da espécie damos o nome de nicho ecológico, que representa o modo de vida único e específi co que cada espécie desenvolve no seu hábitat. Todos os seres que vivem em nosso planeta, sem exceção, pertencem a um ecossistema. Mas você sabe o que é um ecossistema? Podemos dizer que é o conjunto formado por todas as relações entre os fatores vivos e não vivos que existem em uma determinada região. Os seres vivos de um

Componentes bióticos e abióticos Os ecossistemas são constituídos de componentes bióticos e abióticos. Os primeiros se referem a todos os seres vivos que habitam o ecossistema: 52

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é jacaré do pantanal (Caiman crocodilus yacare) (fotos: saulo

coelho / embrapa)


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relações que eles estabelecem entre si e com seu meio físico. Podemos também definir o ecossistema como sendo um conjunto de comunidades biológicas interagindo entre si e agindo sobre e sofrendo a ação dos componentes não vivos. Assim, podemos utilizar o conceito de ecossistema para definir um oceano, um rio, um lago e até mesmo um aquário.

As cidades onde vivemos, por exemplo, são construídas dentro de ecossistemas, alterando suas características originais. Em muitos casos, a colocação do asfalto, a construção das casas e dos prédios modificam o ambiente original de tal forma que não reconhecemos mais o ecossistema que antes existia ali. Procure investigar com a turma qual era o ecossistema que havia no local onde hoje é a cidade em que eles vivem.

ATIVIDADE: IMPORTÂNCIA DA LUZ

Esta é uma atividade bastante simples, porém importante para que os alunos percebam a influência dos componentes abióticos sobre os seres vivos. Aqui os alunos identificam como a luz é importante para o crescimento dos vegetais. Os resultados são bastante elucidativos e dão margem a diversos questionamentos. A escolha da semente é muito importante, pois o ideal é que seja uma espécie vegetal que tenha um bom crescimento e que se projete verticalmente.

atividade Vamos fazer uma atividade para entender como componentes abióticos, como a luz, podem influenciar os componentes bióticos, como os vegetais, de um ecossistema? Para isso você vai precisar dos seguintes materiais: • uma caixa de sapato com tampa • duas tiras de papel cartão da largura da caixa • um pedaço de plástico do tamanho da base da caixa • toalhas de papel

Recorte uma janela grande em uma das laterais da caixa, conforme mostra a ilustração. Depois, recorte um terço da tampa da caixa, pois o objetivo é deixar apenas dois terços da caixa coberta. Agora, ponha o plástico dentro da caixa e, sobre ele, algumas toalhas de papel. Despeje um pouco de água sobre as toalhas, tomando o cuidado para não encharcá-las. Em seguida, divida a caixa em três compartimentos de tamanhos iguais com as tiras de papel cartão e coloque uma quantidade igual de sementes em cada um dos compartimentos. Agora, cubra a caixa com a tampa recortada, de modo que o compartimento onde está a janela e o compartimento do meio fiquem cobertos. Coloque a caixa em um lugar bem iluminado e, diariamente, vá adicionando um pouco de água. Espere por mais ou menos uma semana e observe o resultado. As sementes germinaram da mesma forma nos três compartimentos? Por quê? Discuta os resultados obtidos com a turma.

Capítulo 6

• sementes (de preferência de agrião ou alpiste)

ao lado, lago Um lago é um bom exemplo de ecossistema. Nele no chile. abaixo, encontramos fatores vivos, como peixes, crustáceos deserto no marrocos e algas, interagindo com fatores não vivos, como (fotos: margi moss) a própria água, a areia do fundo, a temperatura e a luminosidade. Os rios e oceanos são outros exemplos de ecossistemas aquáticos. Também temos exemplos de ecossistemas terrestres, como as florestas, os campos, os desertos, e muitos outros. Tente, agora, imaginar quais são os fatores bióticos e abióticos que existem no deserto.

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Também é importante tomar bastante cuidado para não encharcar a toalha de papel, pois caso contrário as sementes podem mofar e inviabilizar o experimento. Para isso, utilize uma garrafa pet pequena cheia de água, colocada de boca para baixo em cada compartimento – isto garantirá que a toalha de papel permaneça úmida por longos períodos, sem encharcar. Para garantir que a atividade seja bem-sucedida, faça pelo menos duas réplicas do experimento por turma. Aproveite a oportunidade para discutir a importância de se utilizar várias réplicas em qualquer experimento científico a fim de se obter resultados confiáveis.


Capítulo 6

animal e vegetal. Mesmo aqueles que se classificam como vegetarianos, isto é, que não comem carne, dificilmente podem ser considerados herbívoros, já que alimentos como ovo, leite, manteiga e gelatina são de origem animal.

ENERGIA E MATÉRIA NOS ECOSSISTEMAS

CADEIAS ALIMENTARES

Capítulo 6

Geralmente, o conceito de cadeia Produtores alimentar é trabalhado com os alunos Em qualquer ecossistema, os seres vivos desde as primeiras séries do Ensino que ali vivem estabelecem relações de Fundamental ou mesmo durante a Edualimentação, isto é, uns servem de alimento cação Infantil. Aproveite esse momento para os outros. Os seres produtores são para aprofundar a discussão sobre esse aqueles que não dependem diretamente de outro ser vivo para se alimentar, pois conseguem, principalmente através da fotossíntese, produzir O tamanhO dOs ecOssistemas o seu próprio alimento. Retome com os alunos o É difícil determinar com precisão os limites de um ecossistema. Um conceito de fotossíntese oceano, por exemplo, é um ecossistema imenso, que abriga vários seres já visto nos capítulos vivos. mas um simples vaso de planta ou um aquário também são exemplos anteriores e relembre a de ecossistemas, na medida em que eles têm seres vivos interagindo entre importância da luz (fonte de energia), da água, dos si e com fatores não vivos, tais como luminosidade e temperatura. até sais minerais e do gás mesmo uma poça de água contendo diferentes micro-organismos pode carbônico na produção ser considerada um ecossistema. independente do seu tamanho, devemos de compostos orgânicos sempre respeitar e preservar os ecossistemas, pois eles são os responsáveis por pelos seres produtores. abrigar e garantir as condições para a existência da vida no nosso planeta. É importante também diferenciar o conceito biológico de produtor daquele aplicado no ENERGIA E MATÉRIA NOS ECOSSISTEMAS contexto da sociedade humana. Alguns alunos Todos os organismos precisam se alimentar Alguns animais, porém, apresentam dieta podem se equivocar e para permanecerem vivos. O alimento fornece a variada, podendo se alimentar tanto de vegetais energia que um ser vivo precisa para realizar as suas como de outros animais. Esses consumidores são achar que o ser humano, funções vitais e também a matéria necessária ao seu chamados de onívoros. É o caso do lobo-guará e quando cultiva um crescimento. Plantas, algas e até mesmo algumas do mico-leão-dourado, que se alimentam tanto de vegetal, é considerado bactérias conseguem produzir o seu próprio frutos quanto de pequenos animais. um produtor. Porém, alimento através da fotossíntese. Estes seres são dentro do significado chamados de produtores, já que eles são capazes de biológico de produtor, produzir os compostos orgânicos que precisam para ele não é. O ser humano se nutrir. Isto quer dizer que não dependem diretamente de outros não faz fotossíntese, logo seres vivos para se alimentar. não consegue produzir alimento dentro do seu Mas nem todos os seres próprio corpo. vivos têm essa capacidade. Os animais, por exemplo, precisam se alimentar para obter a energia e a matéria necessárias à sua sobrevivência, por isso são chamados de seres consumidores. Os consumidores que se alimentam de seres produtores são chamados de consumidores herbívoros. A capivara, a vaca, o bicho-preguiça e a paca são exemplos de herbívoros, já que se alimentam somente de folhas e frutos. Já os consumidores que se alimentam de outros animais são chamados de carnívoros. A onça-pintada e a jibóia são exemplos de consumidores carnívoros. Até mesmo o tamanduá, por se alimentar de formigas e cupins, é considerado um carnívoro.

Consumidores Consumidores são aqueles seres vivos que dependem de outros organismos para obter a energia e a matéria necessárias à sua sobrevivência. Dependendo do que se alimentam, eles podem ser herbívoros, carnívoros ou onívoros. O ser humano é um exemplo de espécie onívora, já que comemos alimentos de origem 54

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acima, lobo guará (foto: Pedro Luiz de Freitas). ao lado,

tamanduá. abaixo, capivara no pantanal (fotos: margi moss)


Capítulo 6

Transferência de energia nas cadeias alimentares A energia nunca é transferida diretamente de um ser para o outro. Quando um ser consumidor se alimenta de um ser produtor, por exemplo, ele está ingerindo as moléculas (matéria) existentes naquele ser. A maior parte destas moléculas foi produ-

CADEIAS ALIMENTARES Os produtores são indispensáveis à vida de qualquer ecossistema, pois a matéria e a energia por eles produzidas serão transferidas aos outros seres vivos através da alimentação. Quando um gafanhoto come um capim, ele está ingerindo a matéria presente no corpo do vegetal. A partir da matéria ingerida ele irá produzir a energia de que precisa para suas atividades. Depois, quando um pássaro comer o gafanhoto, esta matéria também será transferida, e assim por diante. Essa sequência em que um ser vivo serve de alimento para o outro é chamada de cadeia alimentar. As cadeias alimentares sempre começam com os seres produtores. Os herbívoros que se alimentam dos produtores são chamados de consumidores primários. Estes servem de alimento aos carnívoros, que são os consumidores secundários. Alguns carnívoros,

zida, principalmente, através do processo de fotossíntese. Para isso, o produtor utilizou a energia do Sol. Assim, de certa forma, o consumidor está aproveitando, indiretamente, a energia solar captada pelo produtor. Entretanto, como o produtor utiliza energia nas suas atividades fisiológicas, apenas parte dela será transferida ao consumidor. O mesmo ocorre quando um consumidor se alimenta de outro – ele ingere suas moléculas e utiliza parte delas para produzir energia e outra parte é gasta em suas atividades. Estima-se porém, podem servir de alimento a outros animais que apenas 10% da enercarnívoros, que são os consumidores terciários. gia seja transferida de um Dessa forma, matéria e energia vão sendo transferidas ao longo da cadeia, do produtor ao nível trófico a outro dentro consumidor primário, secundário, terciário etc. da cadeia alimentar. Por isso, dizemos que o fluxo de energia começa com os produtores e vai diminuindo ao longo da cadeia.

Você deve estar se perguntando: o que vem depois do consumidor terciário? a resposta é: o consumidor quaternário. e depois do quaternário? na verdade, as cadeias alimentares não podem ser muito grandes. a cada transferência de energia há uma pequena perda, pois cada ser gasta parte da energia que incorpora pela alimentação nas suas atividades diárias. isto quer dizer que a quantidade de energia vai diminuindo à medida que ela vai sendo transferida ao longo da cadeia alimentar. assim, a energia que um ser vivo transfere para o outro é menor do que a energia que ele incorporou ao se alimentar. Por isso, dificilmente encontramos cadeias alimentares muito grandes.

Mas as cadeias alimentares não terminam com os consumidores. Você está lembrado dos fungos e bactérias? Eles desempenham um papel fundamental nas cadeias alimentares: a decomposição – por isso são chamados de seres decompositores. Eles se alimentam dos seres mortos, transformando-os em minerais que vão para o solo. Ao fazerem a decomposição,

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tema. Destaque, por exemplo, a importância dos seres produtores nos ecossistemas, já que estes iniciam o processo de produção de matéria e energia que, ao serem transferidas aos outros seres vivos ao longo da cadeia alimentar, garantem a sobrevivência de todos as espécies.

os fungos e bactérias, além de não deixarem o solo dos ecossistemas cheios de restos de vegetais e animais mortos, também renovam os nutrientes do solo essenciais ao crescimento dos vegetais. Sem os decompositores, os vegetais não sobreviveriam, e sem os vegetais, todos os animais que deles se alimentam, inclusive nós, também morreriam. 55

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Decompositores Compreender o papel dos organismos decompositores é fundamental para que o aluno perceba que as cadeias alimentares não são sistemas lineares, com início, meio e fim. Sem os decompositores, organismos que se alimentam dos seres mortos, transformando-os em minerais que vão para o solo, as plantas não teriam como fazer fotossíntese, já que dependem dos minerais do solo para produzir compostos orgânicos. Assim, da mesma forma que, ao representar uma cadeia alimentar, fazemos setas dos produtores aos consumidores e destes aos decompositores, também podemos fazer, apesar de não ser comum, uma seta dos decompositores aos produtores, mostrando a importância desses organismos para a continuidade das diversas cadeias alimentares.


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TEIAS ALIMENTARES

É muito importante que os alunos compreendam o conceito de teia alimentar para que não criem uma falsa impressão de que os ecossistemas são formados por cadeias alimentares isoladas. Utilize o esquema do livro para explicar a teia alimentar, demonstrando que diferentes cadeias podem estar

interligadas. Um ser produtor pode ser comido por diferentes consumidores, da mesma forma que um único consumidor pode ter uma dieta variada. Ao entender a teia alimentar, os alunos perceberão também que um consumidor pode ser ao mesmo tempo primário e secundário, dependendo do alimento que ele esteja

consumindo num determinado momento. Use os próprios alunos como exemplo: ao comer alface ou arroz, eles são consumidores primários, mas quando comem carne de boi são secundários. Isso pode ajudá-los a compreender como as diversas cadeias alimentares num ecossistema estão interrelacionadas.

DESEQUILÍBRIO NA CADEIA ALIMENTAR

Controle biológico Uma alternativa ao uso de inseticidas é o controle biológico, onde certas espécies podem ser utilizadas para combater pragas. As joaninhas, por exemplo, costumam ser empregadas para combater os pulgões de plantas causadores de grandes prejuízos em determinadas lavouras. Ao se alimentar dos pulgões, as joaninhas combatem esta praga sem causar desequilíbrio nas cadeias e teias alimentares.

TEIAS ALIMENTARES Quando observamos de perto os diferentes ecossistemas, podemos perceber que muitos animais têm uma alimentação variada. Da mesma forma, um organismo produtor dificilmente serve de alimento para apenas um animal. O capim presente em um pasto, por exemplo, é utilizado como alimento pelos bois, gafanhotos e formigas. Em uma floresta, micos-leões-dourados comem frutos, mas também podem comer os mesmos insetos que os bem-te-vis. Isso significa que cada espécie de um ecossistema, seja um produtor, consumidor ou decompositor, pode participar de diversas cadeias alimentares. O conjunto de

veado

cobra

coelho

coruja

onça

rato

cachorrodo-mato

gavião

inseto

lagarto

árvore

verdura

gramínea

todas as cadeias alimentares de um ecossistema forma uma teia alimentar. Observe na ilustração como cada indivíduo está ligado a vários outros indivíduos, indicando todas as relações possíveis daquele ecossistema.

DESEQUILÍBRIO NAS CADEIAS ALIMENTARES

Capítulo 6

Alguns inseticidas como o DDT (diclordifeniltricloretano) têm a capacidade de se concentrar nos corpos dos organismos que o absorvem. Em determinados ecossistemas, o DDT é absorvido pelos produtores e, desta forma, passa para os consumidores primários, secundários, e assim por diante. Entretanto, como cada organismo de um nível trófico superior geralmente se alimenta de diversos organismos do nível inferior, estes inseticidas tendem a se concentrar nos níveis tróficos superiores. Por isso, no Brasil o seu uso foi proibido desde 2009, como já acontece em diversos países.

Ao estudar as cadeias alimentares de um ecossistema que não sofreu nenhuma interferência, percebemos que os diferentes organismos estão em constante interação uns com os outros de maneira equilibrada. Porém, se por algum motivo uma espécie desaparecer daquele ecossistema, muitas outras espécies também poderão desaparecer. Mas como isso acontece?

Vamos voltar ao exemplo da cadeia alimentar da página anterior. Se um agricultor espalha inseticida em sua plantação e, por acidente, esse inseticida cai na mata ao lado da plantação, muitos gafanhotos irão morrer. Com a morte dos gafanhotos, os bem-te-vis perdem uma importante fonte de alimento e podem ter sua população diminuída. Com um menor número de bem-te-vis, as jaguatiricas também serão afetadas, pois ficarão com menos alimento. Portanto, quando acontece qualquer interferência na sobrevivência de uma espécie pertencente a uma cadeia alimentar, toda a cadeia é afetada. Mas o problema não é apenas quando o início da cadeia sofre uma interferência. Se caçadores diminuírem muito a quantidade de jaguatiricas, esta cadeia alimentar também será prejudicada, pois as jaguatiricas são importantes para não deixar a população de bem-te-vi crescer descontroladamente, já que se alimentam dessa ave. Se isso acontecer, haverá muitos bem-te-vis comendo gafanhotos. Em pouco tempo, com a diminuição na quantidade de gafanhotos, os próprios bem-te-vis ficarão sem alimento e morrerão, também causando um desequilíbrio.

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DESEQUILÍBRIO NA CADEIA ALIMENTAR

Você sabia? A cada ano, aproximadamente 17 milhões de hectares de floresta tropical são desmatados. As estimativas sugerem que, se isso continuar, entre 5% e 10% das espécies que habitam as florestas tropicais poderão estar extintas dentro dos próximos 30 anos.

ATIVIDADE: TEIA DA VIDA

Um exemplo famoso de desequilíbrio na cadeia alimentar aconteceu no arizona, estados Unidos, entre 1905 e 1940. ali havia cerca de 4.000 veados, que serviam de alimento para coiotes e lobos que viviam na região. Pessoas que moraram naquele lugar, querendo proteger os veados de seus veado (foto: margi moss) predadores, começaram a matar os coiotes e os lobos. Livre de seus predadores, a população de veados aumentou muito, passando de 4 mil indivíduos para mais de 100 mil, em apenas 20 anos. Porém, a vegetação dessa região não era suficiente para sustentar tantos veados, e ela acabou sendo quase toda destruída. dessa forma, muitos veados morreram de fome, e o resto da sua população diminuiu, restando menos do que os 4.000 indivíduos iniciais.

Vimos até agora que todos os elementos que formam o meio ambiente estão em constante interação, formando uma verdadeira teia, a chamada teia da vida. Se um dos elementos dessa teia desaparecer, haverá um desequilíbrio e toda a teia pode ser desfeita. Vamos, agora, fazer uma atividade para entender como o desaparecimento de um elemento do meio ambiente (extinção de uma espécie ou esgotamento da água, por exemplo) pode desfazer a teia da vida. Para isso, a turma vai precisar apenas de um rolo de barbante e seguir as instruções:

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atividade

Forme um círculo com todos os alunos da sua turma. Um dos alunos irá começar a atividade: ele segura o rolo de barbante e escolhe um elemento da natureza com o qual se identifica (Sol, Lua, rio, mar, minerais, vegetais, animais etc.). Depois de escolhido o elemento, este aluno segura a ponta do fio e passa o rolo de barbante a outro aluno do círculo. Este, por sua vez, prossegue a dinâmica, escolhendo um elemento da natureza que se relaciona com o elemento escolhido pelo primeiro aluno. Por exemplo: se o primeiro aluno escolheu rio, o segundo poderá falar peixe, pois o peixe nada nas águas do rio. A atividade continua até que todos os alunos estejam segurando uma ponta do barbante, cada um representando um elemento da natureza. Ao final, com o barbante passado de um para outro, os alunos terão formado uma teia no centro do círculo. Formada a teia, um dos alunos irá soltar a ponta do barbante que esteja segurando, como se o elemento que ele representa estivesse sendo eliminado da natureza. Ao fazer isso, o que acontece? Provavelmente, toda a teia se desfaz. Afinal, no meio ambiente tudo se relaciona e todos os elementos são importantes para o equilíbrio da teia da vida.

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Esta divertida atividade, além de ajudar os alunos a compreender a idéia da Teia da Vida, pode também promover uma maior integração da turma, já que todos participam da brincadeira. A teia da vida se refere ao fato de que tudo no meio ambiente está, de alguma forma, relacionado. À medida que a atividade vai se desenvolvendo e a teia vai se formando no meio da roda, os alunos vão aos poucos compreendendo essas relações. É importante que o professor coordene a atividade, conduzindo o rolo de barbante entre um aluno e outro, para que cada um permaneça em seu lugar e assim a roda não se desfaça. Quando o aluno escolhido pelo professor soltar a ponta do barbante que estiver segurando (representando a eliminação daquele elemento no ambiente), a teia perderá força. À medida que mais alunos forem soltando o barbante, a teia irá se desfazendo por completo e eles perceberão a importância de se preservar todos os componentes do ambiente.


Capítulo 6

INTRODUÇÃO DE ESPÉCIES EXÓTICAS

pássaros que fazem ninho no chão, devasta plantações e fuça a terra até arrancar as raízes das plantas. Por se tratar de um animal invasor, ele não tem predador natural e se reproduz com facilidade. Assim, sua população triplica a cada ano.

1940, e foi trazido para a região Sul do país por criadores de porcos. No Paraná, a criação do animal teve início na década de 1980 na cidade de Palmeira, e ali teria sido solto, tornando-se, então, selvagem. Atualmente, estão sendo adotadas ações de manejo para controlar a população destes animais.

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De acordo com a Convenção sobre Diversidade Biológica, espécie exótica é toda espécie que se encontra fora de sua área de distribuição natural, incluindo sementes e ovos que possam sobreviver e reproduzirse. Essa introdução pode ameaçar ecosSegundo os pesquisadores, o javali chegou sistemas e espécies, representando riscos ao Brasil através do Uruguai, nos anos à sociedade, à economia e ao meio ambiente. As espécies exóticas muitas vezes dominam os hábitats Introdução de espécies exóticas e nichos ocupados pelas espécies nativas, po Não é apenas a eliminação de uma espécie que pode Pois foi exatamente o que aconteceu. Enquanto os teiús dendo levá-las à extinção. causar desequilíbrio nas cadeias alimentares. Muitas caçam durante o dia, os ratos só saem de suas tocas Atualmente, as espécies vezes, a introdução de uma espécie em uma região onde durante a noite. Dessa forma, sem conseguir encontrar exóticas são reconhecidas ela nunca viveu também pode causar um desequilíbrio. os ratos, os teiús começaram a se alimentar das espécies Você imagina como? locais, principalmente ovos e filhotes de aves e tartarugas como uma das maiores marinhas. Como resultado, o número de indivíduos ameaças ao meio ambi Espécies de plantas, animais ou micro-organismos dessas espécies começou a diminuir muito, afetando ente, sendo consideradas introduzidos em um ecossistema do qual não fazem várias cadeias alimentares da ilha. a segunda maior causa de parte são chamadas de espécies exóticas. Ao longo perda de biodiversidade, da história, os seres humanos transportaram muitas Outro exemplo de desequilíbrio provocado pela após as alterações dos espécies de uma região para outra. Os europeus, por introdução de espécies exóticas ocorreu no Sul do hábitats devido à interexemplo, trouxeram para o Brasil espécies vegetais Brasil. Com o objetivo de estimular a prática da pesca como a mangueira e a jaqueira, e espécies animais como esportiva e, com isso, atrair mais turistas para a região, ferência humana. Discuta os bovinos (bois e vacas) e o pardal, entre muitas outras. a truta arco-íris, uma espécie de peixe de água doce, foi com os alunos exemplos Quando essas espécies chegam a um ambiente novo, introduzida em alguns rios do Estado do Rio Grande de espécies exóticas e os muitas vezes sem predadores naturais, se reproduzem do Sul. O problema é que várias espécies de peixes impactos que elas causam com muita rapidez e ocupam o espaço das espécies nativos da região começaram a desaparecer, já que as aos ecossistemas onde são nativas da região. Este fato é ainda mais grave nos trutas competem com eles por alimento e, em alguns introduzidas. A página ambientes degradados pela ação do homem, que ficam casos, comem os próprios peixes. mais suscetíveis à invasão. Nos ambientes bem cuidados virtual do Instituto Horus e preservados, a competição das espécies exóticas com Algumas destas introduções, por outro lado, foram (http://www.institutohorus. as nativas dificulta a expansão da primeira. bem sucedidas, como as espécies bovinas trazidas da org.br) fornece a listaEuropa e da Ásia. Hoje o Brasil tem um rebanho superior gem de espécies exóticas Vamos analisar alguns exemplos? O teiú, uma a 200 milhões de cabeças de gado (mais de 1 animal por introduzidas no Brasil, espécie de lagarto que vive habitante) e somos os líderes mundiais na produção e indicando suas origens, no cerrado e na caatinga exportação de carne, leite e couro. Outro exemplo é características, impactos do Brasil, foi introduzido a introdução do eucalipto, vindo da Austrália, que se na ilha de Fernando de adaptou perfeitamente aos ecossistemas brasileiros, e ecológicos, entre outras Noronha em 1950 para que hoje, além de reflorestar imensas áreas degradadas, informações. Uma ativicontrolar a população é responsável pelo fornecimento de lenha, madeira, dade interessante é pedir de ratos da ilha. Você celulose para fabricar papel e até do óleo utilizado nas que os alunos pesquisem conhece a expressão “o saunas e na limpeza doméstica. os impactos causados tiro que saiu pela culatra”? por uma espécie exótica Como você deve ter percebido, em geral são as e apresentem à turma em ações humanas que costumam causar desequilíbrios nas cadeias alimentares. Como nós, seres humanos, forma de cartaz. acima, jaqueira

Você sabia? O Parque Estadual da Vila Velha, no Paraná, vem sofrendo com a introdução de uma espécie exótica, o javali. O animal, de origem européia, é considerado uma ameaça ao parque, já que ele destrói ovos de

(foto: Julia pereira soares)

ao lado, teiú

fazemos parte dessas cadeias, temos que evitar essas intervenções, caso contrário a nossa própria espécie acabará sofrendo as consequências.

(foto: Dora Mendes)

abaixo, eucaliptos (foto: Ronaldo Trecenti),

bois e vacas no pasto (pampas) (foto: alain draeger)

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Certos ambientes parecem mais suscetíveis à invasão que outros. Assim, quanto menor a diversidade e a riqueza natural de um ecossistema, mais suscetível à invasão ele é. A falta de competição, de predadores ou de parasitas fazem com que as espécies invasoras tenham vantagens competitivas em relação às nativas. Além disso, quanto maior o grau

Unidades de Conservação (UC) As Unidades de Conservação (definidas pelo Sistema Nacional de Unidades de Conservação, Lei Federal nº 9.985) tem como principal objetivo preservar remanescentes dos biomas brasileiros, considerando seus aspectos naturais e culturais. Existem diferentes categorias de Unidades de Conservação, cada uma com características específicas. Nas Estações Ecológicas, por exemplo, consideradas Unidades de Proteção Integral, é proibida a visitação pública e a pesquisa científica depende de autorização dos órgãos responsáveis. Já nas Áreas de Proteção Ambiental (APA), consideradas Unidades de representantes da fauna Uso Sustentável, podem brasileira: acima tuiuiu, existir propriedades ao lado, tamanduá bandeira e abaixo, sagui privadas, porém elas de(fotos: pedro luiz de freitas) vem obedecer a normas e restrições estabelecidas para a sua utilização. Na página XX, nos anexos, você pode encontrar mais informações sobre os diferentes tipos de UC.

de perturbação do ecossistema, mais fácil será o estabelecimento de espécies exóticas. Sabemos que a adoção de práticas erradas de manejo, como retirada de florestas, queimadas para preparo da terra, erosão e pastoreio excessivo contribuem para a perda de diversidade natural e para o aumento da fragilidade do meio às invasões.

PRESERVANDO A BIODIVERSIDADE O termo biodiversidade (ou diversidade biológica) é utilizado para descrever a riqueza e a variedade de vida em nosso planeta. As plantas, os animais, os fungos e os micro-organismos, por exemplo, fazem parte da nossa biodiversidade. Apesar dos inúmeros estudos, não se sabe, ao certo, quantas espécies vegetais e animais existem hoje no mundo. As estimativas variam entre 10 e 50 milhões, mas até agora os cientistas classificaram somente 1,5 milhão de espécies. O Brasil é considerado o país da “megadiversidade”: aproximadamente 20% das espécies conhecidas no mundo estão aqui. Apesar desta imensa riqueza, nosso país apresenta vários fatores que ameaçam essa biodiversidade, entre eles a poluição, o uso excessivo dos recursos naturais, a expansão das cidades e do setor industrial e até mesmo a introdução de espécies de outros ecossistemas. O que podemos fazer, então, para ajudar a preservar toda essa biodiversidade? O primeiro passo é tentar, de todas as formas, diminuir os impactos causados pelas ações humanas nos ecossistemas naturais. Somado a isso, nas últimas décadas o governo federal vem criando diversas Unidades de Conservação (UC) em diferentes regiões do país. Estas áreas são espaços ambientais que apresentam importantes características naturais e que têm como principal objetivo a conservação da biodiversidade e das riquezas naturais e a recuperação dos ecossistemas degradados. Dependendo da sua função e das suas características, as Unidades de Conservação podem ser classificadas como de uso sustentável ou de proteção integral. Peça ao seu professor para ver se existe alguma Unidade de Conservação próxima da sua escola. Se ela for de uso sustentável, ela poderá ser visitada pela sua turma. A primeira UC brasileira foi o Parque Nacional de Itatiaia, no Rio de Janeiro, criado em 1937. A partir de então, muitas outras áreas foram criadas em todo o território nacional. Hoje, já existem mais de 700 áreas criadas para manter a

biodiversidade do país, assim como proteger as espécies a m e a ç a d a s de extinção, preservar e restaurar a diversidade de ecossistemas naturais e promover a sustentabilidade do uso dos recursos naturais. Inicialmente, a finalidade das UCs era a conservação da beleza natural e de bons exemplos da natureza ainda intacta. Com o tempo, percebeu-se que não apenas as belas paisagens mereciam ser conservadas, mas também aquelas que exercem funções fundamentais na manutenção dos ecossistemas e do equilíbrio ecológico. Elas também estimulam o desenvolvimento regional, incentivam atividades de pesquisas científicas e favorecem a educação e a recreação em contato com a natureza, chamado turismo ecológico.

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PRESERVANDO A BIODIVERSIDADE

parque nacional de itatiaia (foto: Rodolpho Oliva)

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É importante trabalhar com os alunos a ideia de que também é fundamental que se preserve aquelas áreas que não estão dentro de Unidades de Conservação. A manutenção de áreas florestadas dentro das cidades, por exemplo, contribui para diminuir a temperatura, reduzir a poluição sonora, servir como área de recreação, além de embelezar a cidade. Siga as sugestões presentes no livro do aluno e localize no anexo nas páginas 76 a 78 uma Unidade de Conservação próxima ao seu município e agende uma visita.


Capítulo 6

pelo menos um dos indivíduos envolvidos indivíduo, chamado de predador, mata e se Interações harmônicas na interação é prejudicado. Alguns exemalimenta de outro indivíduo de espécie difeAs interações harmônicas são aquelas plos são: canibalismo (quando um animal rente, chamado de presa, como o sapo e a em que não há prejuízo para nenhum dos mata e se alimenta de outro da mesma mosca); parasitismo (quando um indivíduo, indivíduos envolvidos na interação. Alguns espécie); competição (quando indivíduos de chamado de parasita, se instala no corpo de exemplos são: colônia (quando indivíduos uma mesma espécie ou espécies diferentes outro organismo, o hospedeiro, para extrair da mesma espécie vivem anatomicamente competem por alimento, espaço de vida ou alimento, como ocorre entre o carrapato e o unidos, como os corais); sociedade (quando parceiro sexual); predatismo (quando um cachorro). indivíduos da mesma espécie vivem juntos, geralmente com divisão de tarefas, como as formigas e abelhas); mutualismo INTERAÇÕES ENTRE AS ESPÉCIES (quando indivíduos de espécies diferentes se Dentro de um ecossistema, além de interagirem peixeassociam em benefício com o ambiente, as espécies geralmente interagem palhaço com mútuo e um não sobrevive umas com as outras. Essa interação pode ser tanto anêmona sem o outro, como os cupositiva (harmônica) como negativa (desarmônica) (foto: patrick goltsman para os indivíduos. A interação desarmônica é aquela pins e os protozoários que moreno) em que pelo menos um dos indivíduos envolvidos se vivem em seu intestino e prejudica, como quando um ser vivo serve de alimento os ajudam na digestão da para o outro. Ocorrem também relações entre seres Outro interessante exemplo é o da anêmona celulose); protocooperavivos em que as duas partes envolvidas se benefi ciam, e o peixe-palhaço. O peixe fi ca protegido dos ção (quando indivíduos de chamadas de harmônicas. Você, que mora em uma predadores vivendo entre os tentáculos da espécies diferentes se aszona rural ou que já viajou pelas estradas do Brasil, anêmona. O peixe-palhaço é uma das poucas deve ter observado num pasto um pássaro preto espécies que possui uma proteção especial na sociam, havendo benefício pousado em cima dos bois. O pássaro é o anu preto, e pele que impede que ele seja atingido pela toxina mútuo, mas podem viver ele pousa ali para comer carrapatos e outros parasitas liberada pelos tentáculos da anêmona. Já a isoladamente, como a anêque vivem no dorso do boi. O pássaro se benefi cia, anêmona se benefi cia se alimentando de pequenos mona e o peixe-palhaço). INTERAÇÕES ENTRE AS ESPÉCIES

pois encontra no couro do boi uma fonte de alimento, pedaços de comida que sobram da refeição do peixe-palhaço. enquanto o boi se vê livre dos seus parasitas.

Interações desarmônicas As interações desarmônicas são aquelas em que

As leguminosas, família de plantas representadas pelo feijão, mucuna, fava, entre outras, contém mecanismos que permitem a simbiose com bactérias nitrificadoras. Essas bactérias retiram o nitrogênio do ar e o disponibilizam para as plantas.Dessa forma, quando uma planta, como milho, é plantada em um solo onde houve o crescimento de uma leguminosa, ela pode crescer até duas vezes mais do que quando plantada sozinha.

Capítulo 6

ATIVIDADE: INTERAÇÕES HARMÔNICAS

atividade Para terminar este capítulo vamos observar como uma espécie de planta pode desenvolver uma relação positiva com outros vegetais, auxiliando no seu crescimento sem se prejudicar. Você vai precisar do seguinte material: • sementes de milho, rúcula ou alface • dois vasos bem grandes e de mesmo tamanho (podem ser aquelas latas de óleo de 18 litros) • solo arenoso e sem matéria orgânica (não usar solo adubado)

• sementes de plantas de cobertura, como feijão-guandu, feijão-de-porco, mucuna, ou fava (se tiver dificuldade em encontrar estas variedades, pode utilizar feijão comum ou feijão de corda, macassar ou caupi)

Coloque o solo nos vasos até alcançar dois dedos da borda. Molhe para que assente e complete com mais solo, se necessário. Em apenas um dos vasos, plante as sementes das plantas de cobertura (espaçadas 3 cm uma da outra). No outro, não plante nada. Coloque os dois vasos lado a lado em local bem iluminado, onde bata sol, e deixe germinar. Lembre-se de regar periodicamente os dois vasos. Após cerca de 4 a 6 semanas as plantas já terão crescido bastante. Corte, com uma tesoura ou faquinha, as plantas germinadas a aproximadamente 2 cm do nível do solo. Deixe todos os resíduos de folhas e caules na superfície do vaso. Você deverá agora abrir sulcos espaçados de 6 cm para plantar as sementes de milho; de 10 cm para a alface; ou de 5 cm para plantar a rúcula. Plante as sementes e repita o mesmo procedimento no outro vaso. Acompanhe nas semanas seguintes o crescimento das plantas. Em qual dos vasos as plantas se desenvolveram mais? Como você explica este fato? 60

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Capítulo 7

Capítulo7

conhecendo os problemas ambientais Capítulo7 conhecendo os problemas ambientais

Neste último capítulo discutiremos como o crescimento populacional da espécie humana vem causando consideráveis impactos no meio ambiente. Aqui, é importante relacionar este crescimento com o conceito de desequilíbrio ecológico – quando o número de indivíduos de uma determinada espécie aumenta muito, ele afeta diretamente as populações dos demais seres e causa impacto no meio ambiente, podendo provocar problemas como escassez de recursos naturais e até a extinção de outras espécies.

Vista do Rio de Janeiro Foto: Patrick Goltsman Moreno

Para iniciar o capítulo, podemos tentar estimar o quanto impactamos o meio onde vivemos. Para isso, cada aluno deverá calcular o consumo de água, eletricidade, alimentos e a produção de lixo da sua família em uma semana. O consumo de eletricidade e de água pode ser calculado através das próprias contas. O alimento pode ser calculado pelas quantidades estimadas em quilos de arroz, feijão, farinha, carnes etc. consumidos neste período. Já o lixo produzido pode ser calculado pela quantidade de sacos descartados. Discuta com os alunos as consequências do consumo de todos estes recursos e de todo o lixo produzido. Discuta também estratégias para a redução deste impacto.

No capítulo anterior vimos como os seres vivos interagem entre si e com o meio em que habitam. Também entendemos porque cada espécie desempenha um papel importante em seu ecossistema. Neste capítulo veremos como o aumento da população de seres humanos no planeta tem afetado o equilíbrio dos diferentes ecossistemas e conheceremos algumas das soluções encontradas para diminuir este impacto. 61


Capítulo 7

TODOS OS SERES MODIFICAM O AMBIENTE

velocidade com que acontece a erosão do solo, nas inundações e enchentes causadas pela impermeabilização do solo, no deslizamento de encostas e nos vários acidentes que acontecem na estação chuvosa em todo o país, no acúmulo de lixo e na poluição da água com esgostos. Os seres humanos geram então impactos ambientais de consequências indesejadas.

No entanto, muitas vezes este impacto é mínimo ou até positivo. Para isto, o conhecimento das condições de equilíbrio são essenciais. Muitas vezes basta observar as condições em que se encontra uma paisagem (solo, água, vegetação, animais) e as características das atividades humanas para então prevermos o que poderá acontecer.

Em um ecossistema conservado as populações são mantidas em equilíbrio, ou seja, não são capazes de crescer descontroladamente. Existem diversos fatores que contribuem para este controle, e dentre eles podemos destacar a quantidade de predadores, a disponibilidade de alimentos, o espaço disponível etc. O conjunto de fatores que limitam o crescimento TODOS OS SERES MODIFICAM O AMBIENTE de uma população é chamado pelos biólogos Você já pensou sobre como os seres vivos de resistência do meio. modificam o ambiente em que vivem? Pense, Quanto maior a resistência por exemplo, no joão-de-barro. Este pássaro do meio, menor será o transporta barro e pequenos galhos com seu bico e constrói o ninho no alto das árvores, onde crescimento da população. a fêmea poderá criar seus filhotes protegidos da chuva, do frio e dos predadores. O tatu, do mesmo modo, protege seus filhotes em uma toca escavada bem fundo na terra. A necessidade de se proteger do clima e dos predadores leva muitos animais a construírem seus abrigos, alterando o ambiente onde vivem.

O alimento é outra necessidade de todos os animais. Animais que vivem solitários ou em pequenos grupos, como o lobo-guará, o joão-de-barro (foto: dora mendes) tamanduá-bandeira ou o macaco-prego, passam a maior parte do tempo em busca de alimento. aconteceria se esses animais passassem toda a vida Por isso estão sempre migrando, evitando ficar em um único local? Logo o estoque de alimento muito tempo na mesma área. Imagine o que daquela área acabaria e todos morreriam.

Capítulo 7

As modificações ambientais promovidas por todos os seres também configuram impactos ambientais. Contudo, ao longo de muitos anos de desenvolvimento, um ecossistema conservado converte tais impactos em oportunidades que serão aproveitadas por outros seres vivos. Fezes de animais herbívoros, por exemplo, podem servir como ninho para besouros depositarem suas larvas. Tocas de tatu abandonadas servem de abrigo para cobras e permitem a infiltração de água em camadas inferiores do solo. Os impactos ambientais começam a constituir problemas à medida que são gerados em um ritmo mais intenso do que aquele em que a natureza os absorve.

jaguatirica (foto: dora mendes)

Impacto Ambiental Geralmente dizemos que o impacto ambiental é negativo. Em vários casos isto é verdade, como no aumento da

Existem animais, porém, que desenvolveram outro estilo de vida. Em vez de viverem solitários ou em pequenos grupos, vivem todos juntos, organizados em colônias ou sociedades. Você já observou um

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Cada espécie necessita de uma determinada área para viver, ou seja, uma porção conservada do ecossistema onde possa conseguir alimento, água e abrigo. O tamanho dessa área varia de acordo com cada espécie. Um grupo de 12 capivaras, por exemplo, precisa de até 10.000m2, enquanto uma única jaguatirica pode precisar de mais de 50.000m2.

formigueiro? Sociedades como a das formigas-saúvas podem abrigar mais de cinco milhões de indivíduos! Como será que todas essas formigas conseguem se alimentar? Vamos tentar observar?


Capítulo 7

ATIVIDADE: CONSTRUINDO UM FORMIGUEIRO

Para executar esta atividade é fundamental coletar uma rainha fecundada, o que não é fácil. Em determinadas épocas do ano ocorre uma revoada de pequenos insetos ao final da tarde, que são atraídos pela luz artificial. Muitos desses insetos são a forma alada (com asas) das formigas que estão em

fase de procriação. Essa é a época ideal para coletar uma rainha, já que as formas aladas são machos e fêmeas férteis. Dentro de um formigueiro os indivíduos estão divididos de acordo com as diferentes funções que desempenham:as operárias, que constroem o formigueiro cavando e amontoando a terra; os soldados, que

atividade

protegem o formigueiro dos predadores; e as cortadeiras, que cortam pedaços de folhas de arbustos próximos e levam para dentro do ninho. As formigas, no entanto, não se alimentam das folhas. No interior do formigueiro há um compartimento onde estas folhas são armazenadas e utilizadas para cultivar um tipo de fungo, que serve de alimento à todos. Mesmo as formigas que não participam da coleta de folhas e do cultivo do fungo também recebem este alimento.

Nesta atividade você poderá acompanhar o desenvolvimento de uma sociedade de formigas e perceber como os diferentes tipos de formiga exercem diferentes funções dentro do formigueiro. Você vai precisar de: • Pedaços de mangueiras transparentes

• Pedaços de tronco

• Recipientes plásticos transparentes (no mínimo 4)

• Terra seca

• Folhas verdes variadas

• Formigas fêmeas

AS ATIVIDADES HUMANAS E O MEIO AMBIENTE

Se você tiver capturado uma fêmea fecundada, em algumas semanas poderá ver a primeira ninhada de formigas se desenvolver. A cada três dias coloque um novo punhado de folhas verdes no recipiente e observe a rotina das formigas, seus caminhos e o cultivo de fungos. Verifi que o formigueiro diariamente para se certifi car de que não há furos ou rachaduras. Afi nal, ninguém vai querer um bando de formigas andando dentro da sala de aula!

AS ATIVIDADES HUMANAS E O MEIO AMBIENTE Muitas vezes ouvimos falar que os seres humanos vivem em sociedade. Mas o que isso quer dizer? Viver em sociedade signifi ca fazer parte de um grupo muito grande onde as tarefas necessárias para manter o bem-estar de todos são divididas entre seus membros. Assim, em nossa sociedade, podemos encontrar indivíduos que, dentre outras opções, se especializam em cuidar da saúde das pessoas – os médicos; outros que trabalham para construir casas, escolas ou hospitais; e também aqueles que se dedicam a produzir alimentos através da agricultura.

Capítulo 7

Peça para um adulto furar, com um ferro quente, os recipientes plásticos e una-os com as mangueiras transparentes. Não deixe nenhum orifício ou passagem entre as conexões, ou as formigas irão fugir. No maior recipiente, coloque os pedaços de troncos e um pouco de terra. Em outro recipiente, junte as folhas, insira as formigas e tampe bem. Para manter a umidade do formigueiro, coloque lá dentro um potinho com algodão molhado.

Quando a população cresce, a sociedade precisa aumentar a produção de alimentos, a oferta de água potável e de energia, além de construir mais casas para abrigar as pessoas, mais escolas para o ensino das crianças e mais fábricas para atender as necessidades de todos. Além disso, nós, seres humanos, também temos outras necessidades, como remédios, roupas, transporte. Para suprir essas demandas, estamos sempre utilizando os recursos naturais disponíveis: precisamos cortar árvores para tirar a madeira, retiramos minérios do solo para produzir metais e também perfuramos a crosta terrestre e o fundo do mar para buscar o petróleo.

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Se não houvesse a divisão de tarefas em nossa sociedade, todos seríamos obrigados a despender boa parte do nosso tempo produzindo todos os itens necessários a nossa vida. Alguns animais, como os morcegos, também têm o hábito de compartilhar as tarefas. À noite, enquanto os adultos mais velhos saem à procura de alimento, os jovens permanecem no abrigo tomando conta dos filhotes. Ao retornar para o abrigo, os adultos mais velhos regurgitam a comida para seus filhotes e para os jovens. Assim eles asseguram que todos estejam protegidos e bem alimentados. Também temos o exemplo das abelhas, cujas operárias coletam o néctar das flores e fabricam o mel, com o qual todas se alimentam.


Capítulo 7

A AGRICULTURA

É importante lembrar aos alunos que a ingestão de água ou alimentos contaminados por agrotóxicos pode causar sérios prejuízos a nossa saúde. Por isso, é muito importante lavar adequadamente frutas, legumes e hortaliças antes de consumi-los.

Monocultura Apesar da grande riqueza em biodiversidade existente, a produção de alimentos se resume hoje a pouco mais de uma dúzia de

espécies. Soja, milho, arroz, feijão, trigo, cevada, aveia, mandioca, girassol e algumas outras são cultivados com esta função. Mesmo sendo difícil, produtores rurais e técnicos devem ser estimulados a buscar formas de realizar um cultivo consorciado ou em rotação de diferentes espécies em uma mesma área.

A AGRICULTURA Um dos principais avanços na história da humanidade foi quando o homem deixou de apenas procurar por alimentos e começou a produzi-los através da agricultura e da criação de animais. Desde então, os seres humanos cultivam plantas para os mais variados usos: arroz, feijão, milho, sorgo e trigo são usados na alimentação; algodão e linho na fabricação de tecidos; pinus, cedro, mogno e eucalipto são cultivados para se aproveitar a madeira e produzir papel. A agricultura é o principal meio de produção de alimentos da maioria das sociedades. Até mesmo os agricultores colhendo milho índios que vivem na floresta têm as suas lavouras de (foto: agência o globo) mandioca, por exemplo. Entretanto, nas grandes cidades, não existem muitos espaços dedicados áreas rurais. Para produzir alimento para tanta à agricultura. Os cidadãos urbanos consomem gente, são necessários imensos espaços e muitos alimentos e matérias-primas produzidos nas agricultores. Monocultura

A natureza nos ensina que é na diversidade de plantas que conseguimos os melhores resultados. No entanto, no Brasil encontramos grandes extensões de terra dedicadas ao cultivo de uma única espécie. É o que chamamos de monocultura, presente em várias áreas dedicadas ao cultivo de soja, algodão, cana-de-açúcar, laranja, café e vários outros. Capítulo 7

Sugestão de Atividade A população humana tem crescido muito nos últimos anos. No ano de 1975 havia pouco mais de quatro bilhões de pessoas no planeta. Em 2010 a população já ultrapassa a marca de seis bilhões e meio. Isso significa que temos mais dois bilhões e meio de pessoas que precisam de abrigo, alimento e muitos outros cuidados. As previsões demonstram que em 2050, provavelmente, ultrapassaremos os 10 bilhões de habitantes. Estimule o debate perguntando aos alunos de onde vem o arroz que eles comem no almoço. E alimentos mais industrializados, como salsichas ou hambúrgueres? Esta não é uma pergunta que costumamos fazer com frequência, pois estamos acostumados a encontrar nosso alimento nas prateleiras dos mercados. Discuta de que maneira as

sociedades conseguem produzir alimento suficiente para nutrir uma quantidade de pessoas que cresce a cada dia.

Apesar de a monocultura fornecer alimento para muitas pessoas, ela também traz sérios problemas para o meio ambiente. Para semear grandes extensões de terra, os fazendeiros primeiro

acima, colheitadeira de soja (foto: ingbert dowich). ao lado, semeadora de soja (foto: pedro luiz de freitas)

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precisam desmatar a área. Isso significa derrubar as florestas, campos e cerrados e substituir toda a biodiversidade original por apenas uma espécie. Com isso, o solo vai ficando mais pobre, fazendo com que as plantas não cresçam o suficiente e fiquem doentes ou sujeitas ao ataque de pragas. Para resolver esse problema, os fazendeiros utilizam fertilizantes para adubar o solo e os pesticidas (ou agrotóxicos) para controlar as pragas, as doenças e as plantas daninhas. Quando utilizados de forma incorreta, estes produtos podem dar origem a outras substâncias que penetram no solo e acabam contaminando as nascentes, os rios e os lagos. Além disso, em alguns locais mais secos, é necessário irrigar as plantações – para isto são necessários milhões de litros de água, que são retirados de rios e lagos. Com o uso de máquinas agrícolas são consumidos diariamente muitos litros de combustível que acabam poluindo o ar. Além disso, as novas tecnologias fazem com que seja preciso menos gente para executar as tarefas. Isso diminui a oferta de trabalho, e muitas mulheres e homens do campo são obrigados e se mudar para os centros urbanos, onde nem sempre conseguem ter a mesma qualidade de vida que tinham quando viviam no campo.


Capítulo 7

A PECUÁRIA

ção de plantações e pastos. Recentemente tem crescido a utilização de fezes de porco na produção de biogás. A decomposição das fezes por bactérias libera gases inflamáveis que podem ser utilizados tanto pela indústria quanto pelo próprio consumo doméstico. Tais atividades minimizam os impactos ambientais causados pelo acúmulo de fezes, além de constituírem uma economia para os criadores, ou mesmo uma fonte de renda extra. Os efeitos da agricultura sobre o solo, a água, o ar e a biodiversidade Desperdício de são muitos. Porém, os agricultores têm se esforçado para produzir alimentos alimentos sem causar tanto impacto no meio ambiente. Com a Estimule seus alunos a ajuda da pesquisa agropecuária e dos engenheiros agrônomos, eles avaliar a quantidade de evitam os efeitos da monocultura buscando sistemas de plantio alimentos desperdiçamais adequados às condições brasileiras. Assim, eles evitam arar dos em suas casas. Em e gradear o solo, fazem a rotação de várias culturas e têm, em seguida, discuta estraqualquer época do ano, o solo protegido com plantas de cobertura tégias de como evitar e com resíduos vegetais, além de usar somente a quantidade este desperdício: além necessária de fertilizantes e de agrotóxicos. Com isso, esses de apenas comprar o agricultores conseguem produzir muito com pouca degradação. necessário e preparar

A pecuária traz uma consequência importante: o acúmulo de fezes do animal. No caso de bois e vacas criados soltos no pasto, isto não é tão ruim, pois suas fezes serão decompostas pelos fungos e bactérias e retornarão para o solo. Mas em criações de porcos ou galinhas as fezes precisam ser

lavoura de soja em plantio direto. ao fundo, área de proteção permanente (foto: john n. landers)

descartadas adequadamente, para não poluir o solo e a água do ambiente. As fezes do porco, se estiverem contaminadas, também podem transmitir doenças para as pessoas, como a esquistossomose. Alguns sistemas pecuários de grande porte utilizam as fezes dos animais como insumo para a produção de adubo, que pode ser usado na fertiliza-

A PECUÁRIA

integração A criação de animais requer cuidados ainda lavoura maiores do que a agricultura. Sabemos bem o cuidado pecuária que devemos ter com a alimentação e a saúde de um (fotos: ronaldo animal de estimação. Com os animais de criação não trecenti ) é diferente. Para alimentar grandes rebanhos, são necessárias grandes áreas para o pasto, a produção de ração e milhares de litros d’água. Por isso, encontramos várias áreas em todo o país, inclusive na pasto, melhorando os sistemas de manejo utilizados. floresta amazônica, que foram desmatadas para dar Mas alguns pastos estão tão degradados que já não lugar à criação de gado ou para a fabricação de ração. têm alimento suficiente para o gado. Aí, eles utilizam uma forma de integração entre diferentes atividades Mas o que pode ser feito para diminuir o e produzem, na mesma área, plantações, pastagem desmatamento? Os pecuaristas têm buscado formas e madeira. Isto é chamado de integração lavourade aumentar a quantidade de animais nas áreas de pecuária-floresta.

Capítulo 7

Em todo o mundo, são muitas as espécies de animais criadas pelos seres humanos. Esta prática é chamada de pecuária. Aqui no Brasil, o mais comum é a criação de gado bovino e suíno, ou seja, bois e porcos, e a avicultura, que é a criação de aves, como galinhas, codornas e patos.

Você também pode contribuir para ajudar a diminuir os problemas causados pela lavoura e pela pecuária. Sabe como? No Brasil, cerca de 1/3 dos alimentos produzidos são desperdiçados. Este desperdício acontece durante a colheita, durante o transporte do campo para os centros urbanos, durante o armazenamento e a revenda e até nas nossas próprias casas. Quanto maior for o desperdício, mais alimento precisará ser produzido. Isso significa que mais áreas de lavoura, de pastagem e de florestas serão necessárias para suprir as nossas necessidades. Portanto, diminuindo o desperdício, além de economizarmos dinheiro, também estamos poupando o meio ambiente de parte dos impactos causados por estas atividades. 65

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apenas o que realmente for consumido, podemos também aproveitar as partes dos alimentos que geralmente são descartadas. Existem diversas receitas de pratos que utilizam casca de melancia, banana, laranja, batata, abóbora etc. que antes tinham como destino o lixo. Peça para os alunos procurarem estas receitas e, quem sabe, a turma poderá organizar um grande piquenique com alimentos que seriam descartados.


Capítulo 7

OS CENTROS URBANOS

A remoção de cobertura vegetal e a implantação de lajes de cimento aumentam o calor nas cidades. O cimento absorve a radiação solar e aquece o ar ao seu redor. Coberturas impermeabilizantes, como o piche ou o asfalto, podem aquecer significativamente o ambiente próximo

a elas. Verifique, em um dia de sol, a temperatura que o asfalto alcança. Em alguns casos será possível até mesmo “fritar um ovo” no asfalto quente. Algumas pesquisas indicam que pintar os telhados das áreas residenciais de branco pode reduzir em até 20% a absorção de

calor nesses locais, devido à reflexão da radiação solar provocada pela cor branca. Uma medida ainda mais efetiva é a adoção de telhados verdes, ou seja, de canteiros com plantas localizados nos terraços. Algumas espécies de plantas podem, ainda, absorver substâncias tóxicas do ar, reduzindo os efeitos da poluição.

O LIXO

Sugestão de atividade Uma atividade interessante é pedir que os alunos observem o lixo da sala de aula para identificar o que existe em seu interior. Em seguida, discuta com os alunos o que é lixo e quando um objeto se torna lixo. Com certeza haverá inúmeras definições e explicações. Provavelmente muitos falarão que lixo é tudo aquilo que não serve mais. Isso pode ser um ponto de partida para a discussão sobre como avaliar se um material ainda serve para algo. É uma boa forma de introduzir o conceito da reutilização e reciclagem dos materiais.

O aumento da população humana tem levado ao crescimento das cidades e à formação de grandes centros urbanos. Quando este crescimento se dá de maneira desordenada, diversos problemas ambientais podem ser desencadeados. Um dos mais comuns é o problema causado pelas inundações. Quando o solo é totalmente recoberto pelo cimento das calçadas e pelo asfalto das ruas e avenidas, a água não escoa e começa a se acumular, fluindo rapidamente para as partes mais baixas e provocando enchentes. Outra questão bastante preocupante diz respeito à poluição. Os gases e a fuligem expelidos pelos veículos e pelas chaminés das indústrias formam uma camada de poluição na atmosfera. Em dias frios estas partículas ficam concentradas mais próximas à superfície e podem provocar problemas respiratórios, irritação nos olhos e na pele. Além disso, esses gases contribuem para o efeito estufa, provocando o aumento da temperatura e modificando os ciclos das chuvas. Você já reparou como um campo ou floresta é mais fresco do que um ambiente urbano?

Capítulo 7

Você sabia? A reciclagem é uma atividade desejável porque favorece o meio ambiente de duas maneiras: evita que o lixo reciclável se torne um elemento poluidor e diminui a necessidade da coleta de mais recursos na natureza. Calcula-se que para cada tonelada de papel que é reciclada evita-se a derrubada de até 30 árvores.

OS CENTROS URBANOS

acima, enchente em são paulo (foto: agência o globo)

ao lado, poluição causada por indústria

(foto: margi moss)

Lixo e esgoto também são dois grandes problemas enfrentados pelas pessoas que vivem nas cidades. Mesmo cidades com populações pequenas, localizadas nas regiões rurais, sofrem com este tipo de problema.

O LIXO Chamamos de lixo qualquer material gerado pela ação humana que seja inútil, sem valor ou serventia, e que precise ser eliminado ou descartado. Na natureza não existe a geração de lixo, pois toda a matéria é reciclada. Parte do lixo que produzimos, entretanto, pode ser reciclada ou reutilizada, diminuindo o impacto que seu descarte teria sobre

o meio ambiente. Garrafas PET e latas de alumínio, por exemplo, são coletadas para serem recicladas em usinas, sendo totalmente reaproveitadas. Mas não é qualquer tipo de resíduo que pode ser reciclado. Por esta razão, é importante conhecer os diferentes tipos de lixo produzidos pelo homem.

Lixo orgânico - É todo o lixo que tem origem animal

ou vegetal, ou seja, que fez parte de um ser vivo. Pode ser resto de comida, papel, folhas, galhos ou frutos, pedaços de carne, ossos ou couro. O lixo orgânico é biodegradável, ou seja, pode ser decomposto pela ação de fungos e bactérias. lixo orgânico

(foto: patrick goltsman moreno)

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Capítulo 7

O LIXO

Lixo orgânico e inorgânico É importante que os alunos saibam diferenciar o lixo orgânico do inorgânico. De um modo geral, enquanto o lixo inorgânico pode ser reciclado, o lixo orgânico não pode, pois ele sofre decomposição. Uma exceção é o papel e seus derivados que, apesar de

terem origem vegetal, podem e devem ser reciclados. Em alguns casos, o lixo orgânico pode até estragar materiais que poderiam ser reciclados, como acontece quando misturamos restos de comida a papéis, jornais ou papelão. Daí a importância de saber diferenciá-los para poder fazer a separação correta.

Lixo inorgânico - É formado por materiais fabricados pelo

ser humano, como plástico, metal ou vidro. Este tipo de lixo tem um grande inconveniente: se não for reciclado, pode levar muito tempo até ser decomposto. Uma sacola plástica, por exemplo, pode levar mais de 100 anos para ser degradada.

Aterros sanitários Aterros sanitários não são muito comuns, devido ao seu alto custo e à desvalorização dos terrenos próximos a eles. É importante destacar, no entanto, que a longo prazo as áreas vizinhas a estes locais tendem a se valorizar. Quando os aterros atingem sua capacidade máxima, eles são cobertos com terra e vegetação, sendo proibido erguer quaisquer construções sobre eles, devido à instabilidade do solo. Tais locais ficam, assim, destinados a parques e áreas de lazer, que aumentam a qualidade de vida no local.

lixo inorgânico

Incineração Procure identificar a maneira como o lixo urbano é tratado em sua cidade. Em cidades onde a coleta de lixo não é suficiente, muitos cidadãos recorrem à incineração caseira, ateando fogo a pilhas de lixo geradas pelos moradores de sua rua ou de seu bairro. Este processo gera uma verdadeira chuva de fuligem e cinzas, que pode ser prejudicial aos próprios moradores ou a seus vizinhos.

(foto: patrick goltsman moreno)

lixo hospitalar

(fotos: renato vaimberg)

Lixo tóxico - É todo lixo que não pode ser reciclado nem descartado junto com o lixo comum. Pode ser o material proveniente de hospitais e clínicas, chamado de lixo hospitalar, ou resíduos químicos produzidos na indústria e que podem contaminar o meio ambiente, chamados de resíduos industriais. O descarte de lixo tóxico deve ser feito em locais adequados, em que não haja o acesso de pessoas ou animais. Se for descartado no mesmo local em que o lixo comum é jogado, pode causar danos à saúde da população e contaminação ambiental.

Mas o que acontece com o lixo depois que ele é recolhido pelo lixeiro?

O destino do lixo

Lixão - Neste local, o lixo é despejado diretamente no solo, formando verdadeiras montanhas de detritos. Como não há nenhum tratamento, é liberado um líquido malcheiroso proveniente da decomposição do lixo, chamado de chorume. Nos lixões, o chorume se acumula no fundo e penetra no solo, podendo contaminar a água da região. O lixão a céu aberto também atrai ratos, baratas e urubus, sendo altamente prejudicial à saúde das pessoas e ao meio ambiente.

Capítulo 7

Em todo o Brasil, a quantidade de lixo produzida lixo por dia. O problema é que a maior parte do lixo diariamente é de cerca de 180 mil toneladas. Isso coletado nas cidades brasileiras ainda é descartada significa que cada um de nós produz quase 1kg de de maneira incorreta. Os destinos mais comuns são:

lixão do morro do céu - niteroi, rj

(foto: hipólito pereira/agência o globo)

Aterro Sanitário - Os aterros são maneiras mais eficientes

e menos agressivas de descartar o lixo. O solo do terreno é impermeabilizado e recebe uma série de canais que conduzem o chorume até uma estação de tratamento de resíduos, evitando a contaminação do ambiente. A decomposição do lixo gera gases inflamáveis, e em alguns aterros há a instalação de biodigestores, que são câmaras que coletam esses gases para utilizá-los como combustível. aterro sanitário de gericinó (foto: márcia foletto/agência o globo)

Incineração - É o destino principal do lixo hospitalar. O lixo é queimado a altas temperaturas,

assegurando a eliminação de micro-organismos causadores de doenças. A fumaça produzida pela queima, entretanto, é bastante tóxica e por isso são instalados filtros. 67

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Capítulo 7

com água filtrada, em vez de comprar novas que pode ser reciclado daquele que não Além da coleta seletiva existem outras garrafas também é uma solução interessante. pode (orgânico), já estaremos dando uma atitudes que também ajudam a diminuir grande contribuição. Geralmente, o lixo que a produção de lixo. Reduzir o consumo é Você sabia? pode ser reciclado é levado por catadores uma delas. Guardanapos, copos plásticos, É comum imaginarmos que para fazer a até as cooperativas onde ocorre uma nova pratos de papel e garrafas são alguns dos coleta seletiva devemos dispor de cinco separação mais refinada. Em seguida, o itens descartáveis mais comuns. Isso sem recipientes diferentes para separar o plástico, material separado costuma ser vendido às falar nas sacolas plásticas, que recebemos na o papel, o vidro, o metal e o lixo orgânico. indústrias que reaproveitam o que antes maioria das lojas. Ao evitarmos utilizar este Na verdade, se apenas separarmos o lixo seria descartado. tipo de material, estaremos evitando também a sua transformação em lixo. A melhor maneira de descartar o lixo, sem dúvida, Reutilizar os objetos tamé através da coleta seletiva, onde separamos o lixo bém pode ser uma medida doméstico de acordo com sua composição. Em muitas bastante eficiente. Caixicidades, existem locais onde o lixo pode ser descartado nhas de leite longa vida e de forma adequada. Assim, o lixo inorgânico, como garrafas PET, por exemplásticos, metais e vidros, é separado do lixo orgânico plo, podem ser reutilizadas e não-reciclável. Enquanto o lixo orgânico vai para os na confecção de peças de aterros sanitários, o lixo inorgânico vai para outros Estação de coleta seletiva em uma rede de supermercados artesanato, ou mesmo na locais, onde será reciclado. A reciclagem do lixo contribui (foto: patrick goltsman moreno) construção de móveis. para a preservação do meio ambiente porque reduz o Encher garrafas plásticas volume de lixo de difícil degradação, contribui para a economia de recursos naturais, energia, água e matérias-primas; diminui a poluição do solo, da água e do ar; e evita o desperdício de materiais. Cacos de vidro podem se transformar em novas garrafas e as ATIVIDADE: embalagens de papel podem tornar-se um caderno novinho em folha! COLETA SELETIVA

COMPOSTAGEM

A partir da segunda semana da montagem da composteira, já será possível detectar a ação das bactérias decompositoras. Para isso, cave um buraco no meio da pilha e coloque sua mão lá dentro. O material estará aquecido devido ao metabolismo bacteriano. Este calor é, na maioria das vezes, suficiente para eliminar os micro-organismos causadores de doenças

A Compostagem

Parte do lixo orgânico produzido por nós também pode ser utilizado na compostagem – um processo de aceleração da decomposição da matéria orgânica pela ação de fungos e bactérias.

Assim, reduzimos o volume de lixo que precisará ser descartado. Além disso, o produto fi nal pode ser utilizado para fertilizar jardins, hortas, canteiros e vasos de plantas.

atividade

Para construir uma composteira caseira, você vai precisar de:

• restos de alimento de origem vegetal (não devem ser utilizados restos de carne ou ossos) Capítulo 7

Uma boa maneira para conseguir material para a composteira é deixar um recipiente na cozinha da escola, ou em algum restaurante próximo, e colocar nele todas as cascas de frutas e restos de verduras e legumes, evitando, no entanto, os restos de comida já preparada (arroz, feijão, legumes etc.), em especial os restos de origem animal.

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• caixotes plásticos, desses utilizados para transportar frutas e verduras nos mercados • bastante palha ou folhas secas • jornal ou papel picado

Remova o fundo dos caixotes plásticos, para não acumular líquidos, e coloque-os sobre o solo, em um local aberto. Faça uma base de terra bem fofa na composteira. Em seguida jogue uma camada de palha e folhas secas. Sobre esta camada aplique uma camada de jornal ou papel picado. Esta camada irá absorver boa parte do líquido dos restos vegetais, impedindo que ele penetre no solo. Agora jogue os restos orgânicos sobre este monte. Cubra com outra camada de papel picado e depois com palha e folhas secas. Deixe esta pilha descansar por uma semana. Após este período, com a ajuda de um adulto, remexa a pilha com uma enxada ou um garfo de jardim para oxigenar o material, facilitando o trabalho das bactérias. Cubra o monte remexido com mais um pouco de palha. Se possível, procure remexer a pilha uma vez por semana. Dependendo da temperatura ambiente, em um ou dois meses todo o material terá se transformado em adubo orgânico. Ao realizar a compostagem você estará ajudando a diminuir a quantidade de lixo gerada no seu bairro e ainda terá uma boa quantidade de terra preta para cultivar novas plantas.


Capítulo 7

O ESGOTO NAS GRANDES CIDADES

O despejo de esgoto sem tratamento nos rios é um verdadeiro crime ambiental. Atitudes como essa prejudicam comunidades inteiras e destroem o ecossistema. O descarte de esgoto em rios e lagos pode levar ao processo de eutrofização, pois a matéria orgânica presente no esgoto provoca a proliferação excessiva de algas.

Quando estas algas morrem, ocorre o acúmulo de substâncias orgânicas que favorecem o aumento da decomposição e, consequentemente, o consumo de oxigênio nestes ecossistemas. Assim, menos oxigênio estará disponível para os peixes e outros organismos aeróbios, causando uma grande mortandade de seres vivos.

Sugestão de atividade Como é o sistema de esgotos da sua cidade ou do seu bairro? Se tiver acesso a essas informações, discuta com os alunos como o esgoto doméstico da sua escola é coletado, e que tipo de tratamento recebe. Pode ser interessante elaborar uma carta para ser enviada à prefeitura da sua cidade. O saneamento básico é um direito de todos os cidadãos! Fossa séptica Hoje em dia existem muitos tipos de fossas sépticas, que utilizam materiais simples e variados e que são bastante eficientes em tratar os despejos domésticos. Os resíduos das fossas sépticas, após serem decompostos, serão absorvidos pelas plantas sob a forma de nutrientes. Muitas pessoas cultivam plantas como bananeiras nas proximidades das fossas, pois elas são muito eficientes em captar os nutrientes gerados pela decomposição do esgoto.

O ESGOTO NAS GRANDES CIDADES Em nossa vida, consumimos água para diversos fins, como beber, cozinhar e para a nossa higiene. Mas você sabe o que acontece com esta água, depois que ela desce pelo ralo? Será que ela simplesmente desaparece, levando embora a sujeira e deixando nossa casa limpinha? É claro que esta água não desaparece! Após recolher os dejetos humanos ela se torna esgoto. Damos o nome de esgoto doméstico aos despejos provenientes das residências e estabelecimentos Acima, Poluição comerciais. O esgoto proveniente de indústrias é na Baía de denominado esgoto industrial. Guanabara - RJ. O esgoto doméstico é composto principalmente de dejetos humanos e resíduos de produtos de limpeza, como sabão, detergente e desinfetante. Por esse motivo o esgoto deve ser canalizado e conduzido até uma estação de tratamento, onde os resíduos sejam separados e tratados, e a água possa retornar para o ambiente o mais limpa possível.

Ao lado, Esgoto despejado de forma inadequada

(fotos: patrick goltsman moreno)

nem uma rede própria de coleta. Nesses casos, é comum observar o esgoto de muitas casas sendo despejado em rios e cursos d’água, ou correndo a céu aberto pelas ruas, exalando um odor bastante desagradável. Isto é perigoso, pois o esgoto Infelizmente, na maioria das cidades do abriga milhares de micro-organismos que podem Brasil ainda não há nem tratamento de esgoto causar diversas doenças aos seres humanos.

Em locais onde não há acesso à rede de saneamento básico, como nas zonas rurais, as residências são equipadas com um sistema de tratamento de esgoto caseiro, conhecido como

fossa asséptica (foto: valentim monzane)

fossa séptica. Nesse sistema o esgoto é despejado em uma câmara que fica enterrada no solo. Dentro desta câmara ocorre a separação da parte sólida da parte líquida. As bactérias, então, passam a agir sobre a parte sólida, decompondo-a. A parte líquida passa por um filtro feito com pedras e areia e infiltra-se na terra, onde os microorganismos do solo continuarão a decomposição dos resíduos menores.

Capítulo 7

Tratamento do esgoto doméstico

O sistema de fossas, entretanto, só pode ser implementado em construções pequenas, onde o volume de esgoto produzido diariamente não seja muito grande. Em edifícios que abriguem muitas famílias o volume de esgoto é muito maior e não pode ser tratado em fossas. Nesse caso, é necessário que estes despejos sejam captados adequadamente e sigam para uma estação de tratamento de esgotos.

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Existem também várias outras plantas cujas raízes têm a capacidade de “limpar” o esgoto, absorvendo a matéria orgânica nele existente, como a taboa (Typha angustifolia), o lírio do brejo (Hedychium coronarium), a conta-delágrima (Coix lacrymajobi). Outras vivem na superfície da água como o aguapé (Eichornia crassipes).


Capítulo 7

decomposta, é absorvida pelas raízes, que jogar aguapés em águas poluídas e esquecer Nos últimos anos muitas pessoas têm se nutrem a planta e a fazem crescer com deles. Como estas plantas crescem rápido dedicado a desenvolver novos métodos para muita rapidez. demais, sua reprodução exagerada poderia tratamento de águas poluídas. A maioria entupir os canais de escoamento da água. deles busca utilizar apenas elementos De posse desses conhecimentos, hoje estão Hoje em dia os aguapés são utilizados na naturais nos processos, evitando produtos sendo desenvolvidos tratamentos de esgoto terceira fase do tratamento de efluentes, ajuquímicos, que podem ser bastante caros. que utilizam o aguapé como facilitador do dando bastante a devolver uma água mais Um exemplo bem interessante é o uso da processo. Não se trata simplesmente de limpa para o meio ambiente. gigoga ou aguapé, uma planta aquática facilmente encontrada no Brasil. O aguapé é uma planta flutuante, cujas AS EStAçõES dE trAtAmENtO dE ESgOtOS raízes não se fixam na terra, mas se espalham também conhecidas como Estações de tratamento pela água. Na base de de Efluentes (EtEs), estas unidades promovem o suas folhas, o aguapé tratamento de uma enorme quantidade de despejos possui uma estrutura domésticos e industriais através de processos físicos, cheia de ar que lhe perquímicos e biológicos. mite boiar na superfície. O ESGOTO NAS GRANDES CIDADES

Os pesquisadores descobriram que as longas raízes do aguapé agem como um filtro, retendo pedaços de sujeira e deixando passar apenas a água. Além disso, o emaranhado de raízes também cria um ambiente propício ao desenvolvimento de bactérias que fazem a decomposição da matéria orgânica. Esta matéria, depois de

• Tratamento primário - O esgoto passa por grades e telas de metal para separar a parte sólida da parte líquida. Alguns produtos químicos são misturados aos efluentes, fazendo com que parte dos resíduos forme flocos sólidos que irão se depositar no fundo dos tanques.

Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) do Porto de Bracuhy - Angra dos Reis

(foto: patrick goltsman moreno)

• Tratamento secundário - O resíduo líquido que sobra segue então para grandes tanques, onde é misturado a um concentrado de micro-organismos que farão a decomposição da matéria orgânica ali presente. • Tratamento terciário - Neste estágio os efluentes já estão livres da maior parte dos poluentes. É necessário remover as bactérias patogênicas (aquelas que provocam doenças) e tirar o excesso de nutrientes da água. Após essa fase a água já está preparada para retornar ao ambiente.

Capítulo 7

CONCLUSÃO

É importante que cada aluno perceba que é um elemento fundamental para ajudar na busca de um futuro melhor para o nosso planeta. Mesmo que nossas ações pareçam insignificantes é necessário desenvolver uma consciência ambiental nos alunos para que eles multipliquem estes ensinamentos junto a seus parentes, amigos e outros cidadãos. Devemos “pensar globalmente e agir localmente!”

CONCLUSÃO Ao longo dos capítulos deste livro você fez uma longa viagem, que começou no espaço, em meio a galáxias, estrelas e satélites, até chegar ao planeta Terra. Você descobriu, então, como os diferentes elementos da natureza interagem formando a atmosfera, os oceanos e a crosta terrestre, o cenário perfeito para o maior de todos os espetáculos: a vida! A cada capítulo fomos juntos descobrindo os segredos dos seres vivos e conhecendo as diferentes maneiras que eles encontraram para ocupar os mais variados ecossistemas. Estudamos as relações que os seres estabelecem entre si, e entendemos como a natureza consegue manter este sistema tão complexo em um delicado equilíbrio. Por fim, aprendemos um pouco sobre a ação dos seres

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humanos no meio ambiente e as consequências que elas causam tanto para nós quanto para outros seres vivos. Mas nosso aprendizado não termina aqui. Na verdade, ele está apenas começando. No próximo volume você aprenderá mais sobre as maneiras que encontramos para diminuir o impacto das nossas ações no ambiente e para recuperar os danos causados pela humanidade no passado. Cabe a você, jovem estudante, o papel mais importante desta grande aventura do conhecimento: cuidar muito bem da saúde do nosso planeta. Sabemos que não é uma missão simples nem rápida, e por isso temos que começar a trabalhar agora mesmo. E então, você já está preparado?


Anexos


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Relevos do Brasil

MAPA DE FORMAS DE RELEVO DO BRASIL Nas próximas duas páginas você encontrará um mapa do Brasil apresentando as principais formas de relevo. O mapa foi concebido a partir daquele disponibilizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica (IBGE - http://www.ibge.gov.br/ ibgeteen/atlasescolar/mapas_pdf/brasil_unidades%20de%20relevo.pdf). As formas de relevo são separadas em Chapadas, Depressões, Serras, Patamares, Planaltos, Planícies e Tabuleiros. Os planaltos ocupam a maior parte do território nacional. São identificados vários subtipos diferentes, que são os planaltos, as serras, os patamares, as colinas, as chapadas, além de escarpas e reversos (não presentes no mapa). Assim, é possivel identificar no mapa uma série de relevos planos ou chapadas (Araripe, Parecis, Rios São Francisco e Irecê/Utinga, entre outros), relevos mais ondulados (Planalto Central da Bacia do Paraná, Planalto Central Brasileiro, Planaltos e Serras da Diamantina, Planalto Sul-Riograndense, Planalto ou Chapada dos Guimarães, e muitos outros, incluindo alguns residuais que se espalham por grandes áreas da Amazônia e do Nordeste), relevos bastante montanhosos ou serras (Cachimbo/Sucunduri, Espinhaço/Tabatinga/Quadrilátero Ferrífero e do Leste Catarinense e as Escarpas e Reversos das Serras da Mantiqueira, do Mar e do Planalto de Roraima) onde se destacam alguns pontos culminantes (Pico da Bandeira, Monte Roraima, etc.). Ocorrem também os tabuleiros, que são áreas aplainadas de altitude relativamente baixa, geralmente limitados por escarpas como os tabuleiros costeiros, acompanhando todo o litoral desde o Rio de Janeiro até o Amapá, além dos Lençóis Maranhenses, os dos Rios Real/Vaza Barris (BA e SE) e do Rio Gurupi (MA e PA). Nas bordas dos planaltos e/ou chapadas ocorrem, frequentemente, relevos escarpados ou “cuestas”.

As depressões ocorrem entre os diversos planaltos, nas bordas das principais bacias brasileiras e sempre em baixas altitudes (até 500 metros). No mapa podemos identificar várias depressões, com destaque para aquelas dos principais rios brasileiros (Amazonas, Xingu, Solimões, Araguaia, Doce, São Francisco, Jequitinhonha, Paraíba do Sul, entre outros). Apesar de serem geralmente aplainadas, é comum a presença de morros elevados, mais resistentes ao processo erosivo como acontece na Depressão Sertaneja e de Paranaguá (9) e do Alto Rio Tocantins/Araguaia (19). Podem ainda ocorrer planaltos, em uma área de depressão, que são chamados de residuais, como na Amazônia Meridional (60) e Setentrional (61), dos Rios Tocantins/Araguaia, e também de algumas serras (Cachimbo/Sucunduri) e Chapadas (Parecis).

Tente fazer o mesmo na região em que vivem os seus alunos. Quanto à escala, lembre-se que devido à extensa superfície do Brasil, o mapa encontra-se em uma escala muito pequena (1:17.500.000). Isto quer dizer que cada centímetro do mapa representa mais de 175 km de superfície. Nesta escala, muitos tipos de relevo locais não estão representados. Convide seus alunos a procurarem um local mais alto e a observarem as formas de relevo aí existentes.

As planícies são as áreas consideradas mais jovens no tempo geológico e ocorrem junto aos principais rios e lagos (fluviais e/ ou fluviolacustres) e nas zonas litoraneas. Destacam-se as planicies do Pantanal Matogrossense (MT e MS) e do Rio Guaporé (RO). Os tabuleiros são áreas aplanadas, como as planicies, de altitude relativamente baixa, geralmente limitados por escarpas ou falésias. Destacam-se os Tabuleiros Costeiros (71), que acompanham todo o litoral, desde o Estado do Rio de Janeiro até o Pará, com largura de até 200 km onde predomina o Bioma Mata Atlântica, além dos Tabuleiros dos Rios Real/Vaza Barris (BA e SE), os Lençóis Maranhenses e as Cristas e Colinas do Rio Gurupi (MA e PA). Viajando do litoral de Pernambuco até a divisa de Piaui e Maranhão, por exemplo, podemos observar os seguintes tipos de relevo: Tabuleiros Litorâneos (71), Patamares do Rio de Contas/Cristas (34), Planalto do Borborema (45), Patamar Sertanejo (38), Depressão do Meio Norte (17) e a Chapada do Meio Norte (2), que inclui a Chapada do Rio Parnaiba.

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Relevos do Brasil

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Relevos do Brasil

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unidades de conservação

UNIDADES DE CONSERVAÇÃO (UCs) Neste anexo, você encontrará as principais UCs existentes em cada uma das 5 regiões brasileiras. As UCs são divididas em dois grupos. O primeiro são as Unidades de Proteção Integral para a preservação da biodiversidade. São as Reservas Biológicas (RBs), os Parques Nacionais (PNs), as Estações

Ecológicas (EEs) e os Refúgios da Vida Silvestre (RVSs). O segundo grupo são as Unidades de Uso Sustentável que conciliam o uso racional dos recursos naturais com a preservação da biodiversidade. São as Áreas de Relevante Interesse Ecológico (ARIEs), as Reservas de Desenvolvimento Sustentável (RDSs), as Áreas de Proteção Ambiental (APAs), as Reservas

Extrativistas (REx), Reservas Biológicas (RBs) e as Florestas Nacionais (FNs). Para saber qual a finalidade de cada área consulte os sites: http://eco.ib.usp.br/ lepac/conservacao/ensino/bioma_snuc.htm e http://www.mma.gov.br/sitio/index. php?ido=conteudo.monta&idEstrutura=149 &idConteudo=8355.

Região Norte 1 - APA Serra Tabatinga 2 - APA Igarapé Gelado 3 - APA Meandros do Rio Araguaia 7 - APA Tapajós 4 - ARIE Javari Buriti 5-A RIE Projeto Dinâmica Biológica Fragmentos Florestais 6 - ARIE Seringal Nova Esperança 8 - EE Terra do Meio 9 - EE Juami - Japurá 10 - EE Serra Geral do Tocantins 11 - EE Anavilhanas 12 - EE Caracaraí 13 - EE Cuniã 14 - EE Jutaí - Solimões 15 - EE Maracá 16 - EE Maracá - Jipioca 17 - EE Niquiá 18 - EE Jari 19 - EE Rio Acre 20 - FN Amazonas 21 - FN Anauá 22 - FN Crepori 23 - FN Altamira 24 - FN Balata - Tufari 25 - FN Bom Futuro 26 - FN Carajás 27 - FN Caxiuanã 28 - FN Itaituba 1 29 - FN Itaituba 2 30 - FN Jamari 31 - FN Macauã 32 - FN Mapiá - Inauini 33 - FN Purus 34 - FN Saracá - Taquera 35 - FN Tapajós 36 - FN Tapirape - aquiri 37 - FN Tefé 38 - FN Mulata 39 - FN Pau - Rosa 40 - FN Roraima 41 - FN Santa Rosa do Purus 42 - FN São Francisco 43 - FN Amanã 44 - FN Amapá 45 - FN Itacaiuna 46 - FN Jamaxim 47 - FN Jatuarana

48 - FN Trairão 49 - FN Jacundá 50 - FN Balata - Tufari 51 - FN Humaitá 52 - PN Campos Amazônicos 53 - PN Montanhas do Tumucumaque 54 - PN da Amazônia 55 - PN Serra da Cutia 56 - PN Serra da Mocidade 57 - PN Serra do Divisor 58 - PN Serra do Pardo 59 - PN Nascentes do Rio Parnaíba 60 - PN Pacaás Novos 61 - PN Araguaia 62 - PN Cabo Orange 63 - PN Jamanxim 64 - PN Jaú 65 - PN Juruena 66 - PN Monte Roraima 67 - PN Pico da Neblina 68 - PN Rio Novo 69 - PN Viruá 70 - RB Nascentes da Serra do Cachimbo

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71 - RB Uatumã 72 - RB Abufari 73 - RB Guaporé 74 - RB Gurupi 75 - RB Jaru 76 - RB Lago Piratuba 77 - RB Rio Trombetas 78 - RB Tapirapé 79 - RDS Itatupã - Baquiá 80 - REx Sauim - Castanheira 81 - REx Alto Juruá 82 - REx Alto Tarauacá 83 - REx Arapixi 84 - REx Araí Peroba 85 - REx Arióca Pruanã 86 - REx Auati - Paraná 87 - REx Baixo Juruá 88 - REx Caeté - Taperaçu 89 - REx Chico Mendes 90 - REx Chocoaré - Mato Grosso 91 - REx Extremo Norte do Estado do Tocantins 92 - REx Ipaú - Anilzinho 93 - REx Lago do Capanã Grande

94 - REx Lago do Cuniã 95 - REx Mapuá 96 - REx Maracanã 97 - REx Medio Juruá 98 - REx Mãe Grande Curuçá 99 - REx Rio Cajari 100 - REx Rio Cautário 101 - REx Rio Jutai 102 - REx Rio Ouro Preto 103 - REx Rio Unini 104 - REx Riozinho do Anfrisio 105 - REx Soure 106 - REx São João da Ponta 107 - REx Tapajós - Arapiuns 108 - REx Tracuateua 109 - REx Verde para Sempre 110 - REx Gurupá 111 - REx Cazumbá - Iracema 112 - REx Rio Iriri 113 - REx Barreiro das Antas 114 - REx Gurupi - Piriá 115 - REx Riozinho da Liberdade 116 - REx Terra Grande Pracuúba 117 - REx Gurupá - Melgaço


unidades de conservação

Região Nordeste 1 - APA Delta do Parnaíba 2 - APA Nascentes do Rio Vermelho 3 - APA Serra da Ibiapaba 4 - APA da Barra do Mamanguape 5 - APA da Chapada do Araripe 6 - APA da Costa dos Corais 7 - APA da Serra Tabatinga 8 - APA Fernando Noronha 9 - APA Piaçabuçú 10 - ARIE Cocorobó 11 - A RIE Manguesais da Foz do Rio Mamanguape 12 - ARIE Vale dos Dinossauros 13 - EE Raso da Catarina 14 - EE Serra Geral do Tocantins 15 - EE Aiuaba 16 - EE Murici 17 - EE do Castanhão 18 - EE do Seridó 19 - EEde Uruçuí Una 20 - FN Araripe - Apodi 21 - FN Contendas do Sincorá 22 - FN Ibura 23 - FN Restinga Cabedelo 24 - FN Açu 25 - FN Cristópolis 26 - FN Negreiros 27 - FN Nísia Floresta 28 - FN Sobral 29 - FN Palmares 30 - PN Grande Sertão Veredas 31 - PN Marinho Fernando Noronha 32 - PN Marinho dos Abrolhos 33 - PN Serra Itabaiana

34 - PN Serra Itabaiana 35 - PN da Chapada Diamantina 36 - PN da Chapada das Mesas 37 - PN da Serra da Capivara 38 - PN da Serra das Confusões 39 - PN das Nascentes do Rio Parnaíba 40 - PN Jericoacoara 41 - PN Sete Cidades 42 - PN Ubajara 43 - PN do Catimbau 44 - PN do Descobrimento 45 - PN do Monte Pascoal 46 - PN do Pau Brasil 47 - PN dos Lençois Maranhenses 48 - PNda Chapada das Mesas 49 - RB Guaribas 50 - RB Pedra Talhada 51 - RB Saltinho 52 - RB Serra Negra 53 - RB Una 54 - RB do Atol das Rocas 55 - RB do Córrego Grande 56 - RB Gurupi 57 - REx Recanto das Araras Terra Ronca 58 - REx Acaú - Goiana 59 - REx Baia Iguape 60 - REx Batoque 61 - REx Chapada Limpa 62 - REx Ciriáco 63 - REx Corumbau 64 - REx Delta do Parnaíba 65 - REx Lagoa do Jequiá 66 - REx Mata Grande

67 - REx Quilombo do Frexal 68 - REx Canavieiras 69 - REx Cururupu 70 - RVS Rio dos Frades

71 - RVS Una 72 - RVS Veredas do Oeste Baiano 73 - RB Santa Izabel

Região Centro – Oeste 1 - APA Ilhas e Várzeas do Rio Paraná 2 - APA Nascentes do Rio Vermelho 3 - APA Bacia do Rio Descoberto 4 - APA Bacia do Rio São Bartolomeu 5 - APA Planalto Central 6 - APA Meandros do Rio Araguaia 7 - ARIE Capetinga/Taquara 8 - EE Serra das Araras 9 - EE Iquê 10 - EE Taiamã 11 - FN Mata Grande 12 - FN Brasília 13 - FN Silvania 14 - PN Chapada dos Guimaraes 15 - PN Chapada dos Veadeiros 16 - PN Serra da Bodoquena 17 - PN Emas 18 - PN Brasília 19 - PN Ilha Grande 20 - PN Araguaia 21 - PN Juruena 22 - PN Pantanal Matogrossense 23 - RB Contagem 24 - RB Jaru 25 - REx Recanto das Araras Terra Ronca 26 - REx Lago do Cedro

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unidades de conservação

Região Sudeste 1-A PA Bacia do Rio São João/Mico Leão - Dourado 2 - APA Cavernas do Peruaçu 3 - APA Ilhas e Várzeas do Rio Paraná 4 - APA Serra da Mantiqueira 5 - APA Cairuçu 6 - APA Cananéia - Iguape - Peruíbe 7 - APA Fernando Noronha 8 - APA Guapi - Mirim 9 - APA Petrópolis 10 - APA Carste Lagoa Santa 11 - APA Morro da Pedreira 12 - APA Planalto Central 13 - APA Meandros do Rio Araguaia 14 - ARIE Floresta da Cicuta 15 - A RIE Ilha Queimada Grande e Queimada Pequena 16 - ARIE Ilha das Cagarras 17 - ARIE Ilha do Ameixal 18 - ARIE Mata Santa Genebra 19 - ARIE Matão Cosmópolis 20 - ARIE Pé - de - Gigante 21 - ARIE Vassununga 22 - EE Mico Leão - Preto 23 - EE Mico - Leão - Preto 24 - EE Guanabara 25 - EE Pirapitinga 26 - EE Tamoios 27 - EE Tupinambás 28 - EE Tupiniquins 29 - FN Capão Bonito 30 - FN Ipanema 31 - FN Mário Xavier

32 - FN Passa Quatro 33 - FN Rio Preto 34 - FN Goytacazes 35 - FN Pacotuba 36 - FN Paraopeba 37 - FN Ritapolis 38 - FN Lorena 39 - PN Cavernas do Peruaçu 40 - PN Grande Sertão Veredas 41 - PN Saint - Hilaire/Lange 42 - PN Restinga Jurubatiba.

43 - PN Serra da Bocaina 44 - PN Serra da Canastra 45 - PN Serra do Cipó 46 - PN Serra dos Orgãos 47 - PN Tijuca 48 - PN das Sempre - Vivas 49 - PN Itatiaia 50 - PN do Caparaó 51 - PN dos Pontões Capixabas 52 - RB União 53 - RB Mata Escura

54 - RB Augusto Ruschi 55 - RB Comboios 56 - RB Poço das Antas 57 - RB Sooretama 58 - RB do Córrego Grande 59 - RB do Córrego do Veado 60 - RB do Tinguá 61 - REx Arraial do Cabo 62 - REx Mandira

26 - PN das Araucárias 27 - PN Aparados da Serra 28 - PN Ilha Grande 29 - PN Serra Geral 30 - PN São Joaquim

31 - PN do Iguaçu 32 - PN do Superagui 33 - PN dos Campos Gerais 34 - RB Marinha do Arvoredo 35 - RB Araucárias

36 - RB Perobas 37 - REx Pirajubaé 38 - RVS Campos Palmas 39 - RVS Ilha dos Lobos

Região Sul 1 - APA Ilhas e Várzeas do Rio Paraná 2 - APA Baleia Franca 3 - APA Anhatomirim 4 - APA Guaraqueçaba 5 - APA Ibirapuitã 6-A RIE Pontal dos Latinos e Pontal do Santiago 7-A RIE Serra das Abelhas - Rio da Prata 8 - EE Mata Preta 9 - EE Aracuri - Esmeralda 10 - EE Carijós 11 - EE Guaraqueçaba 12 - EE do Taim 13 - FN Acungui 14 - FN Canela 15 - FN Caçador 16 - FN Chapecó 17 - FN Ibirama 18 - FN Irati 19 - FN Passo Fundo 20 - FN Piraí do Sul 21 - FN São Francisco Paula 22 - FNTres Barras 23 - PN Saint - Hilaire/Lange 24 - PN Lagoa do Peixe 25 - PN Serra do Itajaí

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http://mundoestranho.abril.com.br/ambiente/ pergunta_287119.shtml (informações e curiosidades)

http://www.astrosurf.com/sguisard (site sobre astronomia; fotos do céu do Chile, muito semelhante ao céu do Brasil)

http://noticias.ambientebrasil.com.br/ noticia/?id=18731 (coleta seletiva de lixo em Niterói)

http://www.baleiajubarte.org.br (site do Instituto Baleia Jubarte)

http://planetaorganico.com/saudnut2.htm (site sobre a tecnologia dos alimentos; alimentos orgânicos) http://recicleblog.blogspot.com/2008/07/umformigueiro-no-meu-quarto.html (Formigueiro) http://sites.google.com/site/ansastro/recursosdidaticos-de-astronomia-para-o-ensino-medio-efundamental (astronomia)

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http://educar.sc.usp.br/ciencias/ecologia/ecologia. html (site da USP – Universidade de São Paulo, sobre ecologia)

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http://www.uesb.br/entomologia/cort.html (saúvas)

REFERÊNCIAS (LIVRO DO PROFESSOR) BIBLIOGRAFIA E SITES SUGERIDOS Atlas de Energia Elétrica no Brasil – 2ª edição - Agência Nacional de Energia Elétrica (ANAEEL), 2008. Fabio Taioli, Maria Cristina Motta de Toledo, Thomas Rich Fairchild e Wilson Teixeira. Decifrando a Terra, IBEP / Oficina de Textos, 558 p. Myers, N.; Mittermeier, R. A.; Mittermeier, C. G.; Fonseca, G. A. B. D. e Kent, J. Biodiversity hotspots for conservation priorities, Nature, v.403, p.853 Press F.; Siever R.; Grotzinger, J.& Jordan, T. H. 2006. Para Entender a Terra. 4ª Edição. Porto Alegre: Bookman. 656 p.

http://www.ana.gov.br - Agência Nacional de Águas (ANA) http://www.aneel.gov.br - Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) http://www.earth4567.com (dinossauros) http://www.biodiversitas.org.br/florabr/consulta_fim.asp http://www.brcactaceae.org/hidrografia.html#leste http://www.frigoletto.com.br/GeoFis/Bacias/

Para outras informações e detalhes, consulte o volume 10 (geologia) da série Ciência Hoje nas Escolas (referente ao nosso capítulo 2).

http://www.mma.gov.br/index.php?ido=conteudo.monta&idEstrutura=72&id Menu=2338

http://educar.sc.usp.br/experimentoteca/biologia/1biomas_filme.pdf

http://www.mme.gov.br - Ministério de Minas e Energia (MME)

http://eco.ib.usp.br/lepac/conservacao/ensino/biomas_texto.htm#atlantica

http://www.sectam.pa.gov.br/relacao_especies.htm

http://pt.wikipedia.org/wiki/Bioma

http://www.todabiologia.com/ecologia/biomas.htm


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