25 ANOS
Pequenos
J ornalistas www. eb23-augusto-moreno.rcts.pt
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Exclusivo
Agrupamento de Escolas Augusto Moreno - Bragança
PauloBento Entrevista
A selecção de Scolari é a de todos os portugueses
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Págs. 8 a 10
A aldeia de Milhão
fica mais pobre
A escola
já não
mora
aqui
Nº64 Junho 2006
As férias de sonho dos nossos alunos Eis-nos chegados às férias de Verão. As aulas acabaram, os testes já não tiram o sono, os livros permanecem ralados nas estantes lá de casa. Provavelmente só daqui a duas ou três decadas é que os alunos os voltarão a folhear. E então com toda a saudade do mundo. Claro que as férias não serão iguais para todos. Para alguns meninos de Bragança e para outros de Mi-
lhão. Os primeiros poderão sonhar e cumprir o desejo de alcançar destinos diferentes, longínquos do nosso quotidiano. Os segundos viverão nos dias grandes de romaria em Agosto os dias maiores das suas férias. Com o carrossel cheio de luzes a piscarem ao som da alegria de sermos sempre jovens.. Os velhos de Milhão sabem disso. Por isso é que regulam as suas vi-
das pelas horas dos meninos que vão e voltam da escola. Como se fossem eles os donos do tempo. Os outros, lá longe nas terras do Brasil, de Cabo Verde, da Tunísia banham-se nas águas claras dos mares distantes. À procura, talvez eles nem saibam do quê. Se calhar do mesmo que outros. Da felicidade que reside, da mesma forma que reside em Milhão e em Bragança... Págs. 4 e 5; 20 e 21
Sumário
03 Notícia Escola do Toural tem nova biblioteca Foto: José Carlos Martins
Destaque 04 Aldeia de Milhão: a escola já nao mora aqui
Pequenos Jornalistas | Junho 2006
Notícias
08 Entrevista Paulo Bento em entrevista
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12 Alunos Em jeito de despedida 14 Espectáculo Êxito na gala das escolas
Alunos da Augusto Moreno nos estúdios da RBA
A Rádio a caminho…
19 Novo serviço de psicologia e orientação vocacional 20 Férias Foi você que pediu... este lugar na praia? Escola
Realizaram-se já as primeiras audições dos candidatos à locução na rádio do Agrupamento de Escolas Augusto Moreno. A selecção tem contado com a colaboração da RBA- Rádio Bragançana, que tem disponibilizado os seus estúdios para o efeito. Para além da escolha das vozes que se vão fazer ouvir na futura rádio está, neste momento, a processar-se a opção definitiva do nome do novo
22 Passatempos Jogos, Adivinhas, etc. 24 Última Vamos passar (a passar) cartão
meio de comunicação (processo que se tem revelado bastante difícil, por sinal), a que se vai seguir a elaboração do logótipo. Prevê-se para breve o arranque das emissões regulares, que poderão ser escutadas em alguns intervalos das aulas na Escola Augusto Moreno, e através da internet, a partir de uma grelha de programas, num processo que poderá dar origem à primeira rádio escolar on-line do país.
Pequenos
Jornalistas Junho 2006
Nº 64
Ecologia motiva visita de estudo No dia 27 de Março de 2006 a nossa turma participou numa visita de estudo a um Centro de Triagem, Aterro Sanitário e Parque Natureza do Azibo . No Centro de Triagem da empresa Mira Papel - Mirandela observámos o processo de triagem dos vários tipos de resíduos , nomeadamente papelão, plástico e metais. Seguidamente fomos ao Aterro Sanitário de Urjais, perto da localidade do Cachão . A sr.ª engenheira Ana Carvalho deu-nos a conhecer o funcionamento do aterro. Soubemos que este iniciou a sua actividade no ano 1997 e a sua duração está prevista para 20 anos. Para este aterro vêm todos os resíduos do distrito de Bragança e ainda de algumas localidades do Douro Superior. Depois do almoço, na Escola Secundária de Mirandela, dirigimo-nos
para o Centro Interpretativo de Salselas, no Parque Natureza do Azibo . Neste bonito e paradisíaco local, com casas recém construídas em pedra da região, está instalado um museu arqueológico e um auditório para visitantes, bem como outros serviços técnicos do parque . O museu está organizado cronologicamente expondo peças e achados desde a pré - história até aos nossos dias. No auditório assistimos a uma apresentação das espécies características da fauna e da flora existentes na área do parque. Podemos destacar, pela sua importância, alguns sobreiros e oliveiras, bem como os patos existentes na albufeira. Vamos agora deixar algumas curiosidades: - Um fardo de papel para reciclar pesa cerca de 900 kg . - A carcaça de um automóvel de-
pois de compactada mede cerca de 0,5m. - O plástico de uma garrafa de 33 cl antes de ser expandida corresponde ao tamanho do dedo polegar .
Texto dos professores e alunos do 6ºH
Os alunos do 6ºH escutam as explicações referentes ao processo de separação dos resíduos sólidos urbanos num centro de triagem, em Mirandela.
Ficha Técnica Coordenação: Conselho Executivo do Agrupamento de Escolas Augusto Moreno Redacção: Professores, alunos, funcionários Produção Gráfica: José Carlos Martins (professor) Fotografia: Jorge Padrão, Carlos Fotógrafo, Clube de Fotografia Informática: Alcides Ramos
- Na área do Aterro Sanitário de Urjais depois de encerrado serão plantadas árvores da região .
Propriedade: Agrupamento de Escolas Augusto Moreno Sede: Av. General Humberto Delgado, nº 5300- Bragança Tel. 273322470 Impressão: CIC- Centro de Impressão CORAZE Outeiro – S. Tiago de Riba UI 3720-999 Oliveira de Azeméis Tiragem: 1500 exemplares Depósito legal: 56610/92 Distribuição gratuita
os espaços do género são frequentados com assiduidade pelos alunos, não sendo raros os casos em que as crianças trocam a hora do recreio pela permanência na biblioteca. A tudo isto há a acrescentar o elevado número de iniciativas de âmbito didáctico e pedagógico que aparecem associadas a estas bibliotecas, com resultados positivos. A “hora do conto”, “porque ler vai além das palavras”, “encontros com escritores”, os jogos e os concursos são algumas das iniciativas que contradizem a ideia generalizada de que as crianças não se interessam pela leitura. O Agrupamento de Escolas Augusto Moreno dispõe de mais duas valências semelhantes àquela que foi agora inaugurada. Uma fica na escola-sede, outra na escola nº 5 de Bragança - Estação. A escritora Ilda Miranda esteve presente na inauguração por solicitação
Algumas das personalidades ligadas à educação presentes na inauguração da nova biblioteca
que dispõem deste equipamento. É fácil, no entanto, constatar que
do A.A.Moreno e colaboração da Porto Editora.
O CEF visitou a cidade do azulejo A nossa turma realizou, no passado dia 21 de Abril, uma visita de estudo à cidade de Ovar. A saída estava marcada para as sete horas da manhã, mas o Carlos só acordou quando lhe telefonámos, obrigando-nos a fazer um compasso de espera de cerca de meia hora, tempo que o senhor João Martins recuperou na viagem, sem grandes problemas, para passarmos ao lado do Estádio do Dragão e proporcionarmos este momento de felicidade, ao Tiago, ao Carlos e ao Steve. Às onze horas, já o professor Manuel Cleto nos aguardava à entrada da Escola E.B-2.3 António Dias Simões, onde nos mostrou bonitos painéis, feitos na Oficina de Azulejo, pelos alunos da escola e colocados nos muros e paredes da mesma. Dentro da oficina, encontrámos alguns alunos fazendo trabalhos com o barro, azulejos e tintas utilizados na pintura. Aí, o professor Cleto, deu-nos a conhecer como nasceu a Oficina do Azulejo e a sua actividade ao longo dos anos, patente nos muitos trabalhos expostos e arrumados praticamente em todos os
espaços da Oficina. Com as suas explicações técnicas, apoiadas em peças, nas suas diferentes fases de execução, o professor Cleto demonstrou a sua paixão e conhecimentos profundos, sobre Cerâmica e a arte da pintura do Azulejo. Ficámos a saber que esta actividade é uma “caixinha de surpresas”, pois só quando vemos os trabalhos à saída do forno, é que analisamos o comportamento dos materiais. Soubemos ainda, que a Oficina do Azulejo é um espaço aberto, onde a comunidade escolar, faz as suas experiências, com ou sem orientação dos professores responsáveis. Feita a visita à escola, onde também almoçámos, fomos seguidamente dar um passeio de autocarro pela costa, onde o mar e as praias da zona, não puderam ser tocados, porque os nossos professores não quiseram “correr o risco”, já que tínhamos acabado de almoçar. Da parte da tarde, percorremos a zona antiga da cidade, onde as fachadas das casas mantêm viva a importância do azulejo, como material decorativo, mar-
Pairam no ar sentimentos de alívio e de alguma descontracção! Os alunos vivem a chegada dos dias quentes de Verão que sabem a alegria, repouso e divertimento, emoções que percepcionam limitadas com a implementação das aulas de substituição, das aulas de apoio e do prolongamento de horário. Os pais e os encarregados de educação anseiam o término do ano escolar para se libertarem, ainda que esporadicamente, das preocupações inerentes ao processo formal de aprendizagem e de educação dos seus filhos/educandos. Os docentes, diligentemente, preparam o encerramento do ano escolar e aguardam descansar e recuperar energias, procurando sobreviver ao próximo ano lectivo, que a largos passos se aproxima, com novas e exigentes orientações. O pessoal não docente, ao qual foi solicitado um acréscimo e ritmo de trabalho mais eficaz e efectivo, resultante sobretudo da introdução do SIADAP (Sistema Integrado de Avaliação do Desempenho da Administração Pública) e da definição de novas competências e funções de diferentes categorias profissionais, suspira pelas merecidas férias. Ao órgão de gestão compete coordenar e calendarizar todas as intervenções e acções relacionadas com o fecho de um ciclo e o reabrir de outro, sentindo o tempo a correr vertiginosamente, tantos são os processos a elaborar, as respostas a apresentar e os prazos a cumprir… O ano foi difícil e longo para todos! As mudanças causam muitos constrangimentos porque implicam capacidades efectivas de adaptação, flexibilidade, abertura e resiliência, qualidades que na sociedade actual é forçoso desenvolver, potenciar e promover. Foram, sem dúvida, estes os vectores de orientação da política de organização e funcionamento do Agrupamento Augusto Moreno. Alguma dificuldade e relutância iniciais que, ao longo do percurso individual e colectivo se foram esbatendo e resultaram em apoio e compromisso num esforço partilhado de sucesso. Sucesso efectivo no cumprimento dos objectivos do Projecto Educativo e concretização do Plano Anual de Actividades; sucesso no processo de implementação do GIAE (Gestão Integrada para a Administração Escolar) a funcionar já no próximo lectivo; sucesso no desejo de promoção de um ambiente saudável de escola para toda a Comunidade Educativa. A todos, as férias de sonho que ambicionam, são os votos do Conselho Executivo. C.E.
cando uma época, que só o tempo vai apagando da nossa memória, mas perpetuada pelo excelente espólio que o Museu de Ovar, proporciona a quem o visita e que nós aqui deixamos registado. À Escola E.B-2.3 António Dias Simões, ao Museu de Ovar e em especial ao nosso “guia” de todos os momentos, o professor Manuel Cleto, o nosso muito obrigado, esperando uma oportunidade da sua visita. Não podemos esquecer também um agradecimento aos professores Olinda Monteiro, Maria da Luz e Manuel Fortes, pela paciência demonstrada, bem como ao senhor João Martins, pela excelente viagem que nos proporcionou, só estragada pela chuva que não nos deixou saborear a farta merenda que a D. Carolina, nossa querida cozinheira, nos preparou. Enfim, achamos que esta visita de estudo serviu para aprofundar os conhecimentos, sobre a história e as técnicas de pintura do azulejo, mas também para ficarmos com algumas ideias, para os projectos a realizar na Formação Prática, que o Curso de Educação e Formação proporciona.
Notícias
Os alunos da Escola Básica nº 6 do Toural, em Bragança, têm ao seu dispor um novo espaço pedagógico. Uma das quatro salas do estabelecimento de ensino foi transformada em biblioteca escolar/centro de recursos educativos. A valência, inaugurada em 22 de Maio último, na presença da Drª Carla Tavares, representante da Directora Regional de Educação do Norte, resulta do êxito da candidatura apresentada ao Ministério da Educação no âmbito da Rede Nacional de Bibliotecas Escolares. É um espaço bem conseguido que disponibiliza aos mais de 100 alunos da escola, um número considerável de livros, cd´s e dvd´s, adaptados à faixa etária dos estudantes. Saliente-se que, a nível nacional, são muito poucas, ainda, as escolas do primeiro ciclo do ensino básico
Editorial
Pequenos Jornalistas | Junho 2006
Escola do Toural tem nova biblioteca
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Pequenos Jornalistas | Junho 2006
Destaque
Aldeia de Milhão cada vez mais só
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A escola já não mora A a l de i a d e Milhão Milhão é uma aldeia transmontana que dista dezanove quilómetros da cidade de Bragança e dez da fronteira de Quintanilha. Está situada em terreno montanhoso, a Este do rio Sabor. É sede de freguesia e integra também a localidade de Quintas de Vale Prados e Vilar. A Estrada Nacional nº 218, hoje com pouco movimento porque a via rápida está perto, passa no cimo da aldeia, bem juntinho da nossa escola. Esta localidade, no passado, pertenceu ao concelho de Outeiro que foi extinto em mil oitocentos e cinquenta e três. A freguesia tem uma população que ronda os duzentos e quarenta habitantes. Esta terra do interior não foge à regra, no que diz respei-
Sebastião e de Quintas de Vilar, ruínas do castelo dos Mouros, um castro da Idade do Ferro em Vilar, a ponte românica de Valbom, fontes de mergulho, moinhos de água, etc. Temos também o edifício da Junta de Freguesia, recentemente restaurado, onde fazemos lindas festas; temos dois cafés com mercearia, umas bombas de gasolina e um lagar de azeite. Na nossa aldeia há muita água (temos dois ribeiros) e dizem que é das melhores águas do concelho de Bragança. As pessoas, em Milhão, dedicam-se à agricultura, pecuária, construção civil e carpintaria. A tecelagem e a ferraria fizeram parte do artesanato, no passado, mas ainda há um tear que só trabalha no Verão porque a
“A nossa Lígia, do primeiro ano tem um rebanho com mais de trezentas ovelhas, os manos do terceiro têm trinta e o avô da Marta tem à volta de cem cabeças de gado.” to à idade avançada da maior parte das pessoas. Aqueles que podiam trabalhar emigraram para França, Canadá, Suiça, Espanha..., à procura de melhor vida. Os jovens que estudam em Bragança são à volta de quinze. A nossa escola é frequentada por sete alunos, mas no próximo ano vai fechar e nós estamos um pouco tristes, pois vamos ter que ir para a Escola de Quintanilha. Por outro lado, vamos encontrar lá muitos colegas para brincar, vamos ter tempos livres como têm os meninos da cidade, onde vamos aprender coisas muito interessantes. A localidade de Milhão é bonita. Nas colinas que sobranceiam a aldeia há pombais em forma de ferradura bem típicos da nossa região. Entre os diversos valores patrimoniais, na freguesia toda, são de assinalar: a igreja matriz, as capelas de S.
dona está em França e vem nessa altura. As principais produções da terra são: batata, azeitona, trigo, milho, centeio, castanhas, etc. Há gado bovino, ovino, suíno e asinino. A nossa Lígia, do primeiro ano tem um rebanho com mais de trezentas ovelhas, os manos do terceiro têm trinta e o avô da Marta tem à volta de cem cabeças de gado. No Verão a freguesia povoa-se com os nossos queridos emigrantes que vêm descansar e festejar as romarias de Stº António, de S. Paio, de S. Lourenço e de Nossa Senhora da Assunção e vêm deliciar-se com as boas comidas da terra: fumeiro, botelo, casulas, folar de Páscoa e outras. Nós gostamos muito da nossa terra porque achamos que é a melhor do mundo. Alunos e professora da escola de Milhão
A professora e os alunos da escola de Milhão
Milhão e Quintanilha: Onde os sonhos também se abatem Milhão não tem uma distância segura em relação a Bragança. Varia conforme a experiência daqueles que a demandam. Teresa Barros, professora em Milhão, demora dez minutos a chegar a Bragança. A nossa equipa de reportagem tacteou o mesmo percurso durante uma hora. A inexistência de placas sinalizadoras e a ausência de gente capaz de prestar qualquer informação explica a diferença. O calor do meio-dia encarregou-se de fazer o resto, a par da beleza da paisagem que retirou do horizonte o discernimento que escasseava já. O motivo da visita do “Pequenos Jornalistas” à escola de Milhão, temos de reconhecê-lo, tem a ver com o belo texto sobre aquele estabelecimento de ensino que atrás publicamos. É, por certo, uma das melhores colaborações deste número. Por isso, aconselhamos a sua leitura atenta. Quando chegamos à escola de Milhão, um grupo de alunos correu em nossa direcção, com uma vivacidade plena, um olhar curioso e com lábios que
sorriram perante a novidade. A professora, do alto da sua competência, sossegou-os. “São senhores que vêm de Bragança, fazer uma reportagem sobre a nossa escola”. Imediatamente, os alunos mostraram-se disponíveis para falar connosco. Começámos por encetar diálogo com a Lígia do primeiro ano, que tem um rebanho com mais de 300 ovelhas. Quisemos saber de quem era o rebanho. “É do meu pai e da minha mãe. Ando com ele ao fim-de-semana e nas férias”, respondeu de forma pronta, a menina de feições trigueiras, a fazer-nos lembrar o Constantino do “Guardador de vacas e de sonhos” de Alves Redol. Lígia quis dizer-nos que tinha lá em casa outros animais. Por isso continuou. “Temos porcos, mulas, pitos, pitas e cães”. Fazem parte do seu dia-a-dia, tal como o faz a sua empolgante imaginação. Como qualquer criança da sua idade. Lígia sonha um dia vir a ser bailarina. Não lhe agrada a ideia de ter de viver numa cidade grande para concretizar este de-
MUDAR DE ESCOLA…
sejo. Protela a decisão para “quando for grande…”. Por agora, diz que sabe “algumas coisas”, sobre esta arte de palco. Coisas novas que vai descobrindo, todos os dias de manhã, na televisão. Mesmo a cidade de Bragança assusta-a. Não são os carros. Não é o movimento das pessoas… São os polícias. “Não [gosto de lá ir] porque há muitos polícias”. Tem medo deles. Não crê que sirvam para protegê-la. “Servem para prender e apanhar multas”. Avessa a mudanças, Lígia diz que não quer ir para uma escola maior. Terá de fazê-lo, no entanto, no próximo ano lectivo. É contra a sua vontade que deixa a escola de Milhão, para ir para Quintanilha. A Marta que tem um avô com 100 cabeças de gado, entra na conversa para dizer que acha melhor sair da aldeia. Não é para já. Quem sabe um dia. Todos os restantes colegas da sala, acompanhamlhe o raciocínio e, num efeito dominó, concordam em uníssono. Mesmo a Lígia, que entra em contradição.
A transferência de escola a partir de Setembro, imposta pelo Ministério da Educação, no âmbito da reestruturação da rede escolar, não é uma ideia que os entusiasme. “Eu não acho nada. Está a deixar-me triste, porque aqui estou perto de casa”, refere a Cátia. Todas estas crianças vão passar a ser alunas da escola de Quintanilha, uma aldeia vizinha, que fica num dos extremos do concelho de Bragança. Já todos conhecem os novos colegas. Aqueles com quem vão partilhar secretárias, alegrias e saberes a partir de Setembro. Travaram com eles cumplicidades, nas aulas de Inglês. Não muitas. Isto porque entre as duas localidades há uma espécie de rivalidade clubística, alguns bairrismos não resolvidos. Se for para Quintanilha, Lígia ameaça: “Vou para a minha prima Maria das Veigas. Eu e a Cátia deixamos as pastas da escola na casa da minha prima e fugimos para o lar da terceira idade”. Vão as duas conversar com os mais velhos, de entre os quais se encontram elementos das suas famílias. Questionadas sobre o que fazer ao edifício onde hoje funciona a escola, as crianças têm uma ideia peregrina. Entre risos espontâneos sugerem que se faça uma festa das bruxas. A ideia é de estarrecer. Faz lembrar à equipa de reportagem a expressão tantas vezes proferida de aldeias-fantasma. Perante a nossa reacção de espanto, alguém se lembra, então, de dizer que a escola devia ser transformada em casa de habitação. “Prá professora
QUINTANILHA: A NOVA ESCOLA… Assim que abandonou a velha primária de Milhão, a nossa equipa de reportagem dirigiu-se a Quintanilha para perceber em que contexto é que estes alunos e os de outras aldeias vão estudar a partir do próximo ano lectivo. Não encontrámos um edifício muito diferente dos demais. Mesmo em termos de estado de conservação. A escola tem apenas mais uma sala e uma cantina do que as outras. O refeitório necessita de obras urgentes, designadamente de um novo pavimento e de aquecimento central. Dizem-nos que no Inverno faz lá um frio imenso. Os termómetros chegam a atingir os cinco graus abaixo de zero. Quanto ao recreio, exige também um olhar atento. Neste momento, não possui os equipamentos necessários ao natural entretenimento de vinte crianças. De resto, notámos também que há problemas nas acessibilidades. A escola fica no cimo da aldeia, tem uma vista magnífica, mas oferece poucas condições de segurança, para veículos motorizados que ali se dirijam em cenários de neve ou de gelo. A professora ali colocada, Teresa Fernandes, diz-nos, no entanto, que por um lado é positiva a transferência dos alunos para aquele estabelecimento de Continua na pág. 11
Opinião da madrinha (e mãe) da Cátia: Está contra o encerramento da escola de Milhão? Acho que as crianças deveriam ficar cá porque são mais do que os de Quintanilha.. Os de Quintanilha é que poderiam vir para aqui.
Destaque
não andar sempre… para trás e para a frente… Trazia para aqui a família…Púnhamos três camas… e se quiséssemos ficar aqui de vez em quando…” Ganha assim terreno a ideia de uma casa de bonecas à realidade da escola onde aprenderam as primeiras letras. Sobre as casas deles, os alunos pensam que haverá sempre gente nelas. Os pais. Esquecem-se que um dia também eles vão morrer. Os habitantes mais velhos da aldeia sabem isso. Tratam, como tal, as crianças com imenso carinho. Esperam por elas no caminho de volta da escola. Dão-lhes beijos e amêndoas, conversam com elas. Têm consciência da importância da presença das crianças numa aldeia que está a ficar mais só. Os pais já se manifestaram, por várias vezes, contra o encerramento da escola. Falaram recentemente com a ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, e com os coordenadores do Centro da Área Educativa de Bragança, Alcídio Castanheira e Manuel Pires, sobre aquilo que consideram ser uma injustiça: o facto da escola de Milhão ter sete alunos e o futuro centro escolar situado em Quintanilha contribuir apenas com uma criança nascida naquela aldeia. A professora, Teresa Barros, dá aulas há 31 anos. Para o ano vai estar a exercer funções docentes em Quintanilha, numa escola que terá 20 alunos divididos em dois grupos: um com o primeiro e segundo anos, outro com o segundo e terceiro.
Porque é que a aldeia não criou as condições necessárias para ter as duas salas e a cantina? Isso agora já não sei, o presidente da junta é que tem que responder. Talvez se tivessem falado a tempo… Os pais já pensaram em fazer a sala que falta, mais a cantina? Nós somos poucos, mas é uma ideia. Mas estamos muito tristes por os miúdos não ficarem cá. Segundo aquilo que ouvi, as crianças só vão voltar para a aldeia às cinco e meia. Acho que não vai dar para eles estarem lá tanto tempo. Vão pô-los lá a fazer ginástica em que salas? Na rua? Isso também não está certo.
Opinião da mãe da Tatiana e da Rute Marlene: Concorda com a ida dos alunos para Quintanilha? Não, porque ficamos desertos aqui, sem alunos, sem nada, a aldeia fica mais pobre.
Não prefere que as suas filhas convivam com mais crianças, façam mais amigos? É melhor, mas fica mais longe. Aqui ainda vinham almoçar a casa, assim passo todo o dia sem as ver. Agora não trabalho e não tenho marido, fico mais sozinha.
Pequenos Jornalistas | Junho 2006
aqui...
Avançamos nas perguntas. E para onde querem ir?, “ Eu vou para outra aldeia. Vou para Lisboa”, diz a Marta. Escutam-se outras vozes, outras terras: “Baçal”, “Miranda”. É agora a Tatiana que quer ser cantora, quem fala. Diz que quer sair “porque nas outras aldeias pode haver mais coisas diferentes: brinquedos, supermercados, ecopontos, jardins, flores…”,como se Milhão não fosse um imenso jardim natural. Nenhuma destas crianças assistiu alguma vez a um filme, num cinema a sério. Também nenhuma delas se lembrou de referir isto mesmo à nossa reportagem. Dizem tão-só que vêem filmes em casa e que já viram películas na escola. Os únicos rapazes da sala, dois irmãos gémeos que vieram de França, mantêm-se calados. Danny e Damien estão no 3º ano. São tímidos, mas ainda assim conseguem dizer-nos que não querem prosseguir o trabalho dos pais e tomar conta das trinta ovelhas que têm. Um deles quer ser professor de matemática. Parece que tem jeito para os números. Há, ainda, mais uma rapariga. Quer ser modelo e tem um nome que já se confunde com alguém famoso. Rute Marlene não canta, mas tem pinta. Também ela diz querer sair de Milhão, quando crescer.
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Duarte vence concurso “Escola Alerta”
Pequenos Jornalistas | Junho 2006
As nossas escolas
Aluno do Agrupamento de Escolas Augusto Moreno
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O Governador Civil de Bragança Jorge Gomes entrega prémio distrital ao Duarte
O direito à identidade e à diferença foi o ponto de partida para a participação da Escola Artur Mirandela no projecto “Escola Alerta”. Este projecto visava uma sensibilização da comunidade educativa sobre as questões emergentes das acessibilidades e consequente eliminação das barreiras arquitectónicas e urbanísticas, ainda presentes na nossa sociedade. Neste contexto, a docente Celmira Macedo (Educadora de Infância de Educação Especial) e o aluno Duarte Nuno Pires Rodrigues, propuseram-se entrar neste concurso, realizando um trabalho que pudesse perpassar a mensagem, de que existem muitas barreiras que coarctam o acesso a pessoas com incapacidades a determinados espaços do seu interesse, mas que no entanto, nada os
impedirá de os visitar através da sua imaginação. O trabalho realizado em suporte digital é assim um relato na primeira pessoa, de um jovem que convive diariamente com barreiras arquitectónicas e urbanísticas, fazendo-nos reflectir sobre o incumprimento do Decreto-Lei nº123/97, de 22 de Maio, convidando quem o visualiza, a uma viagem ao mundo do Duarte, a quem a incapacidade motora (Distrofia Muscular) de que é portador lhe barrou o acesso a diversos espaços. Todo este processo é visível, através de um conjunto de registos fotográficos, desenhos e comentários do Duarte sobre as barreiras e dificuldades que enfrenta diariamente no percurso de casa, à escola. Mas como nem só de tristezas vive o homem, o Du-
arte quis também dar a conhecer os seus sonhos, as viagens e aventuras que vive através da sua imaginação, e nestas viagens, os acessos são livres. Perspectivamos como o grande objectivo deste trabalho, a reflexão e sensibilização sobre o acesso a bens e serviços por parte das pessoas com necessidades especiais, como garantias da sua qualidade de vida. Acreditamos ser um direito incontestável do ser humano, o respeito de todos, pelas amplitudes e diferenças individuais, uma vez que a grande semelhança entre todos nós é sermos tão diferentes. E, para realizar essa diferença é imperativo que tenhamos as mesmas igualdades de oportunidades que os nossos pares. Acreditamos que as pessoas com incapacidades podem ser au-
tónomas, ter uma vida útil e activa, desempenhar papéis sociais válidos, o que implica uma mudança conceptual nas representações que delas temos, e na erradicação de barreiras, sejam elas físicas ou sociais. Foi este o espírito que o trabalho pretendeu captar. Partimos com a convicção de que a reflexão sobre estas questões poderia ajudar a desconstruir certos mitos e crenças envoltas no paradigma da deficiência. A nossa crença acabou por ser frutífera, pois este trabalho recebeu o primeiro prémio a nível distrital, e para celebrar o evento, no dia 23 de Maio, o Senhor Governador Civil do Distrito de Bragança, fez questão de vir à escola Artur Mirandela entregá-lo. Este acontecimento, simples, mas com grande significado para todos os que para ele contribuíram, directa ou indirectamente, foi efectivado numa cerimónia onde esteve o grande homenageado, o Duarte, a docente que concretizou o trabalho, Celmira Macedo, a comunidade educativa da escola, as senhoras Presidente do Conselho Executivo e Vice-Presidente do Agrupamento de Escolas Augusto Moreno e alguns jornalistas. Parece-nos que, mais importante do que receber um prémio, é sentir que a mensagem pode ser passada, e que, se todos os dias pelo menos uma pessoa reflectir sobre as questões do respeito à diferença, o Duarte e todos os “Duartes” com incapacidades, verão a sua vida mais facilitada e com maior qualidade. Para eles, acreditamos numa sociedade que lhes possa conceder as oportunidades iguais de produzir, crescer, ser e formar-se, dentro daqueles que deviam ser os padrões de vivência em cidadania. E, quando um sonho é grande e cresce connosco, não existem entraves, barreiras ou impedimentos de o tornar viável, e é nisso que continuaremos a acreditar.
Celmira Macedo
A cidade de Bragança viveu um dia de festa com o desfile de cerca de 1800 crianças de 24 Jardins de Infância e Escolas do 1º Ciclo, ornamentadas com motivos seleccionados por aqueles estabelecimentos de ensino. O Agrupamento de Escolas Augusto Moreno marcou presença, como não podia deixar de ser, com a alegria e a cor próprias de um desfile desta natureza. Os temas escolhidos pelas nossas escolas foram muito diversos: O Jardim de Infância nº1 da Estação optou pela sensibilização da população estudantil através da “Educação pela Arte”, a escola E.B.1 do Toural tratou o tema da “Água” e a E.B.1 da Estação o “Ambiente”.
Alunos do Jardim de Infância nº1 - Estação experimentam a arte de serem pintores.
Alunos da Escola E.B. 1 da Estação promovem visitas de estudo No dia 16 de Março fomos ver uma exposição de insectos ao centro cultural. Aprendi coisas muito interessantes acerca destes animais: uns têm asas, outros não, e podem provocar doenças como a febre da carraça, as alergias, etc. Depois desta explicação observámos, vários tipos de insectos, através de um microscópio e de uma televisão. Seguimos para uma sala, onde vimos várias fotografias antigas e actuais da cidade de Bragança e também várias máscaras, feitas com materiais recicláveis, pelos alunos da escola Augusto Moreno. Fomos também conhecer a Biblioteca Municipal, um local onde tivemos de estar em silêncio. Foi um dia muito proveitoso e divertido! Ariana 3º ano E.B.1 da Estação
Como o nosso tema de Área de Projecto é «A água na nossa vida», no dia 28 de Março fizemos uma visita de estudo à ETAR de Bragança. Deslocámo-nos no STUB da Câmara Municipal e fomos acompanhados pelos professores, professores estagiários e uma auxiliar de educação. No local fomos orientados pelos técnicos que ali trabalham. Mostraramnos todo o processo de tratamento das águas residuais. Foram-nos feitas algumas recomendações sobre os cuidados a ter com o papel higiénico e óleos alimentares depois de usados. Ficámos a saber que depois de tratada, a água era aproveitada para regar os jardins e que a restante ia para o rio, que assim ficava menos poluído.
Notámos que havia um cheiro desagradável, mas que não faz mal à saúde, porque as pessoas que trabalham lá, não usam qualquer protecção. Esta visita de estudo foi muito importante para nós porque aprendemos coisas novas.
4º Ano, E.B.1 da Estação, turno da manhã
No dia 8 de Maio visitámos a escola tipográfica, que se situa ao lado da Casa de Trabalho. Saímos da escola da Estação às 9:30 horas e chegamos ao local por volta das 10:00 horas. A visita durou cerca de uma hora. Ficámos a saber que a imprensa surgiu em
1440 com o inventor Guttemberg. Desde essa altura a imprensa evoluiu muito. Antigamente não havia computadores e as máquinas não eram como as de agora. Nessa altura, para fazer a composição de um texto, utilizavam-se caracteres de chumbo e/ou madeira. Hoje em dia com as máquinas consegue-se imprimir, dobrar e encadernar milhares de jornais e revistas em pouco tempo. Com os computadores é possível alterar e tratar o texto e a imagem. Eu gostei muito desta visita e aprendi muitas coisas.
Sara e Claudina 3º ano EB1 da Estação
Crianças de Gimonde aprendem formas antigas de moagem
A Educadora e a Auxiliar com algumas crianças junto ao moinho
As crianças do Jardim de Infância de Gimonde foram com a educadora e a auxiliar fazer uma visita muito especial. Perto do Jardim de Infância, existe ainda hoje, um moinho de água, já muito antigo e que serviu durante muitos anos, para o povo lá ir moer o trigo e o centeio. A farinha aí feita servia para fazer o pão, alimento essencial das populações rurais. Embora já quase não existam moinhos destes a trabalhar, este ainda trabalha, pois foi reconstruído. Assim serviu de base a uma explicação ao grupo de crianças que, deste modo, viveram momentos indescritíveis, vendo o moinho a moer o grão de cereal. A explicação sobre o moinho e a forma de trabalhar foi feita pelo senhor presidente da Junta e pelo vice-presidente que levaram trigo e milho para demonstrar a diferença que existe no
modo de moer este cereal. Na realidade, a diferença do cereal está de acordo com a diferença das mós, sendo cada tipo de cereal destinado a um tipo de mó diferente. A farinha, resultado do trabalho executado, foi levada para o Jardim de Infância, sendo depois levada a uma padaria da aldeia, onde foi feito o pão tradicional. A farinha foi amassada pelas crianças que assim, viveram verdadeiros momentos de euforia. De todo este trabalho, as crianças fizeram depois registos gráficos, recortes e dramatizações interessantes. Foi mais uma visita integrada no Projecto do Jardim de Infância – “À descoberta da Aldeia” e de que as crianças gostaram muito.
Jardim de Infância de Gimonde
Pequenos Jornalistas | Junho 2006
Desfile da Primavera anima Bragança
As nossas escolas
Mil e oitocentas crianças em festa
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O Paulo Bento nasceu em Lisboa, mas a sua família materna é de Bragança. De que modo esta cidade se integra no seu percurso de vida? A família por parte da minha mãe é toda de Bragança. É uma cidade que está associada à minha vida, onde passei muitas férias de verão e alguns natais. É um sítio onde gosto de estar, onde gosto de partilhar momentos, fundamentalmente, com a família. Sabemos que num tempo em que a cidadela de Bragança estava cheia de crianças, costumava juntar-se a elas, na “parada” do castelo, para jogar futebol… Lembrase disso? Ainda me lembro… Tenho uma ideia de fazer alguns jogos na “parada” e também com um conjunto de amigos de infância na zona envolvente do castelo. Alguns desses amigos eram um pouco mais velhos… No jardim, os rapazes eram todos da mesma idade. Na “parada”, costumava jogar com gente mais velha. Cheguei a jogar, inclusivé, com alguns irmãos do meu tio Carlos. Esse seu tio quis mostrar as suas potencialidades futebolisticas aos técnicos do desportivo de Bragança. Que reacção é que eles tiveram? Não tenho a noção exacta do tempo em que isso aconteceu. Nem sequer me recordo concretamente
EXCLUSIVO
“Hoje, mesmo sendo difícil manter um jogador muitos anos no mesmo clube, nao deixa de haver, na mesma, clubismo, gosto pelo jogo.” que idade tinha. Lembro-me, contudo, que, naquela altura, não houve a possibilidade de treinar. O Paulo tinha um corpo franzino… Até aos dezasseis, dezassete anos, não era efectivamente alto, nem sequer muito forte. Nas férias de Verão que passou em Bragança, que outros motivos de recordação guarda?
O que guardo são as recordações dos amigos e da família, do convívio que tive durante vários anos, das amizades que deixei… Quando regresso, ainda que não regresse de forma assídua, não deixo de estar com os amigos e com a família. As pessoas continuam a gostarmuito de si em Bragança. Ainda cá vem de vez em quando? A última vez que estive em Bra-
A Selecção de Scolari é a de todos os portugueses
Bragança e Paulo Bento
aulo Bento em Entrevist
Entrevista Pequenos Jornalistas | Junho 2006
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Paulo Jorge Gomes Bento. 37 anos acabados de celebrar. Treinador do Sporting Clube de Portugal. Um dos melhores jogadores de futebol da sua geração. Lembrado por todos pela forte têmpora que evidenciava nos relvados. Da mesma forma como o faz na vida. Confirmando o carácter transmontano que herdou da mãe, nascida e criada na cidade de Bragança. Desta cidade, Paulo Bento guarda recordações e amigos. Muitos amigos. De todas as idades. Que lhe gabam o carácter avesso a vedetismos. Ao “Pequenos Jornalistas”, numa atitude simpática, quis dar testemunho de si e da sua carreira, respondendo às perguntas que os membros do Clube de Jornalismo lhe quiseram formular.
Em termos de futebol federado, qual foi o seu percurso? Estive a jogar cinco anos numa equipa de bairro, no Académico de Alvalade. Assim que acabei esse período de formação, no primeiro ano sénior, joguei num clube da zona de Lisboa, o Palmense. Depois, no segundo ano sénior, fui para o Futebol Benfica. Foi, então, que comecei uma nova etapa, no Estrela da Amadora, quando o João Alves era treinador. Iniciei aí o meu trajecto profissional. Como jogador, estive dois anos no Estrela da Amadora. Fui depois para o Guimarães, onde
o influenciou na sua carreira? Foram três… João Alves, Fernando Vasquez e Lillo. João Alves influenciou-me por tudo! Pela oportunidade que me concedeu, por ser um treinador com excelentes métodos de trabalho, com uma leitura de jogo no banco muito boa, e com uma extraordinária capacidade de liderança. Fernando Vasquez por demonstrar uma simplicidade muito grande nos processos de treino, por
“Nem todos podem ingressar no futebol profissional e, no ano a seguir, ter um rendimento como teve, por exemplo, o J. Moutinho ou o Nani.” Levou-me para Guimarães e aí estive mais um ano com ele. Acabou por ser determinante para o meu futuro. Em quinze anos, só treinei duas épocas com ele, mas foi muito importante.
conseguir transmitir de um modo muito simples as suas ideias. Foi uma pessoa com quem tive uma relação extraordinária ao longo de um ano, uma relação que me permite ainda hoje manter contacto com ele. E, de-
ou continua a ser um desporto de eleição vivido e praticado enquanto tal? Poderá ser sentido hoje mais como uma indústria. E quando falamos em indústria, falamos em transacção de jogadores…Mas para haver essa indústria, tem também de existir a parte desportiva. Hoje, mesmo sendo difícil manter um jogador muitos anos, no mesmo clube, não deixa de haver, na mesma, o clubismo, o mesmo gosto pelo jogo. A vontade de defender os interesses do clube que se representa mantém-se. Mas pensa que a super-liga resume-se cada vez mais à carreira distante dos três maiores clubes, Porto, Sporting, Benfica, que jogam um campeonato à parte? Isso parece-me uma falsa questão que já vem de há muitos anos. A história da Liga Portuguesa indica três clubes que ganharam a maioria das vezes, e dois, Belenenses e Boavista,
Paulo Bento, ainda adolescente, nas imediações do Castelo de Bragança, praticando o mesmo de sempre: a paixão pelo futebol
permaneci três temporadas. A seguir, transferi-me para o Benfica. Estive lá duas épocas. Após o que joguei no Oviedo durante quatro temporadas. Quando terminei o contrato, ingressei a custo zero no Sporting. Foi no Sporting que acabei a carreira de jogador, ao fim de quatro anos. Foi o João Alves, “Luvas Pretas” que percebeu as suas potencialidades excepcionais para o futebol… Teve, de facto, uma importância
O Paulo Bento é recordado como um jogador de carácter forte, cerebral mas ao mesmo tempo impulsivo, com uma capacidade anímica invulgar… Revê-se ainda hoje neste retrato? O que é importante é sermos fiéis ao estilo ao qual melhor nos adequamos. Não devemos mudar o nosso perfil, independentemente das posições que ocupamos, seja como jogador, treinador ou director. Qual foi o treinador que mais
pois, Lillo, com quem mantive também uma boa relação, pelos conhecimentos que tinha e por aquilo que me marcou a nível táctico enquanto treinador. Sob o ponto de vista táctico, a forma como treinava durante a semana era muito forte.
Super-liga Analisemos agora, de forma breve, o futebol que se pratica em Portugal. Trata-se cada vez mais de uma indústria do entretenimento
que foram campeões uma vez. Será que antigamente havia mais equilíbrio? Não tenho dados suficientes nem o vagar necessário para analisar tudo isso na conversa que estamos a ter. O tempo diz-nos que os grandes ganharam maioritariamente os campeonatos, mas o mesmo acontece ao nível de Espanha, Itália ou até mesmo da Inglaterra. Em Itália, nos dois últimos anos, a Juventus foi campeã, em Espanha nos dois últimos anos o Barcelona foi campeão, o Chelsea
Entrevista
Uma vida ligada ao futebol
extrema na minha carreira. Foi ele que me concedeu a oportunidade de poder treinar no Estrela da Amadora. Concedeu-me aval para que eu pudesse “fechar um contrato” profissional. Foi também ele, o responsável pela minha ida para o Guimarães, no fim de uma época menos boa para o Estrela da Amadora, numa época em que acabámos por descer de divisão. Ele levou-o então para Guimarães?
Pequenos Jornalistas | Junho 2006
gança foi há cerca de um ano. No regresso de férias, passei por Bragança e estive com os meus tios e com a minha avó. Não vou mais, porque a vida não mo permite, entre outras razões, por causa da escola das minhas filhas.
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Entrevista Pequenos Jornalistas | Junho 2006
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nos dois últimos anos foi campeão também, quer dizer, há também uma superioridade de umas equipas em relação às outras. No caso do Chelsea, por exemplo, com a chegada de um treinador português aquela equipa passou a ter uma superioridade em relação às restantes que eram as eternas candidatos ao título, em épocas anteriores. Será que também não haverá competitividade no futebol inglês? Às vezes nós olhamos muito para os outros campeonatos e esquecemos um pouco o nosso. O Paulo Bento é um dos homens do futebol em Portugal que melhor conheçe o panorama da formação das camadas mais jovens. Que comentário lhe merece o futuro do futebol nacional em relação ao aparecimento de novos valores? A formação dos jovens é sempre importante, mas nem todos os clubes têm as mesmas condições que têm os três grandes. Falo concretamente das questões de logística, das condições para poder fazer um trabalho de prospecção que permita ter mais jogadores, da possibilidade de os fazer evoluir para que cheguem ao futebol profissional bem preparados. As selecções usufruem um pouco do trabalho que se desenvolve hoje em dia nos clubes. Agora, não se pode pensar que tudo se faz de um momento para o outro. Há um trajecto…Nem todos podem chegar a sair de júniores. Nem todos podem ingressar no futebol profissional e, no ano a seguir, ter um rendimento como teve, por exemplo, o João Moutinho, como teve Nani. Acho que é um caminho correcto, mas também é preciso ter algum cuidado com aqueles que não aparecem, com aqueles que não chegam lá... Já agora, que conselhos dá aos leitores do nosso jornal que sonham um dia serem futebolistas ou treinadores? Eu concretizei o sonho que tinha de ser jogador. Depois de muitos anos de carreira, alimentei o sonho de ser treinador. É algo que estou a realizar neste momento. Para ambos é preciso ter competência, como é óbvio. Para se ser jogador é necessário abdicar de algumas questões pessoais, fazer sacrifícios e, logicamente, ter um gosto grande por aquilo que se quer realmente. Não se pode abraçar a profissão apenas pelo aspecto profissional ou pela questão financeira. É preciso ter gosto por tudo aquilo que desempenhamos.
A selecção portuguesa Estamos, neste momento a assistir a mais um Campeonato Mundial de Futebol. A este propósito, que recordações lhe trazem as suas 35 internacionalizações? Ao longo de uma carreira, o objectivo de qualquer jogador é poder chegar à selecção. Eu tive 35 internacionalizações, a oportunidade de estar em duas grandes competições, o Campeonato da Europa em 2000 e
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Portugal chegue o mais alto possível, um orgulho e uma satisfação muito grandes por representar a selecção. O que se sente no momento em que se enverga a camisola das quinas e se ouve o hino nacional? Sente-se orgulho, satisfação, sente-se carinho e amor por um país que vamos representar e também ao mesmo tempo uma enorme responsabilidade, porque sabemos que, do nosso esforço, da nossa capacidade, da nossa competência, depende o
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“Qua n a ca do se e mis n verg o sen l a a da s te-s elec e am ção or p elo p aís” o Campeonato do Mundo em 2002. São recordações boas com um momento infeliz (como é óbvio quando se acaba o Campeonato da Europa nas condições por todos conhecidas, em relação às quais pedi já publicamente desculpas e assumi as minhas responsabilidades). Em termos gerais, as memórias que se guardam são sempre de enorme orgulho por representar a selecção nacional em competições extremamente importantes. Isso é, no fundo, o que fica. O esforço enorme para tentar que
estado de espírito de milhões e milhões de portugueses. Voltando ao jogo com a França, o que é que aconteceu? O jogo ficou na nossa memória, por duas razões. Em primeiro lugar porque era uma competição importante e porque dava o acesso à final; em segundo lugar, pela parte negativa, pela derrota e logicamente pelo descontrolo emocional que tivemos e no qual estive inserido, assim que terminou o desafio. Mesmo aqueles que têm grande profissionalismo, e
que procuram ter ao longo da carreira um comportamento adequado às funções que desempenham, há momentos em que falham e aquele foi um desses momentos. Em relação à selecção actual, a equipa de Scolari é a equipa que Paulo Bento escolheria? Independentemente de ser a equipa que escolheria ou não -não é fácil estar a dizer quem é que escolheria ou quem não escolheria- cada treinador tem a sua forma e a sua maneira de trabalhar. Quero expressar convictamente a minha posição, de que a partir do momento em que foi anunciada a convocatória do seleccionador, independentemente das críticas que possam ser feitas à posteriori, deveremos durante esta competição e durante este processo que nos vai levar a tentar atingir uma boa prestação, apoiar o grupo que vai defender as cores e os interesses de Portugal. A partir do momento em que se oficializou a convocatória definitiva, esta deverá ser a convocatória de todos os portugueses. Mas há quem ache que Scolari criou desde o inicio animosidades gratuitas com clubes de forte representatividade nacional, o que pensa disto? Não me parece que qualquer seleccionador queira criar inimizades com quem quer que seja. Há um objectivo que é fazer o melhor para a selecção em função daquilo que são as ideias de quem a lidera. Eu penso que isto foi o objectivo de Scolari como será o objectivo de qualquer seleccionador. Apesar de alguns problemas que possam ter acontecido e que foram resolvidos naturalmente,a verdade é que com Scolari à frente da selecção nacional nós atingimos algo que nunca tivemos. É um facto que perdemos a final do Europeu, mas nunca lá tínhamos estado, e também percorremos um trajecto sem derrotas que nos levou à fase final do Mundial. Quer isto dizer, os resultados são bons. Naturalmente, Scolari, terá ideias que lhe são próprias, as suas convicções, às quais nós só devemos manifestar o maior respeito e dar nesta fase o maior apoio não só ao seleccionador como àqueles que o seleccionador lidera.
(Entrevista realizada por ocasião do início do Campeonato Mundial de Futebol 2006) Agradecimentos: Carlos Moreira, familiar de P.Bento. Proprietários do café Goal Keaper. Direcção do jornal Sporting.
Conhecer os nossos Professores
Olinda Monteiro
Paulo Veloso
Júlia Soares
Elisa Ramos
1.Há mais de trinta anos.
1.12 anos 2.sim, porque sempre foi o meu sonho de ser professor 3.Esta requer paciência, esforço, dedicação, embora seja muito desgastante. 4.Logo no 1º período. 5.Tento chamá-los à atenção e demonstrar-lhes que estão a proceder mal. 6.Gosto, mas poderia ser com um número de alunos mais reduzido. 7.Faço aquilo que eles pretendem, por exemplo podem tirar dúvidas da minha disciplina ou então exercitarem alguns jogos didácticos como por exemplo:”jogo do24”. Outra possibilidade é dialogar com os alunos sobre temas que estes queiram.
1.Há 22 anos. 2.Gosto muito, só tenho pena de não continuar a contactar directamente com os alunos na sala de aula devido a um problema de saúde. 3.Requer muita paciência e esforço mas como gosto muito de contactar com o Ser Humano, o esforço e a paciência não são para mim “pesados”. 4.Para mim os bons alunos reconhecem-se logo no início. 5.Tentar falar com ele, para perceber o porquê do mau comportamento. Contactar o/a Director de turma e Encarregado de Educação. 6.Este ano nao tenho turmas 7.Quando substituía alguém, tinha que saber o plano para a aula, e tentar tirar as dúvidas. – Revisão e/ou também falar sobre cultura geral ou outros assuntos que de momento fossem considerados prioritários.
1.Há 27 anos.
2.Gostava quando os alunos eram mais disciplinados. 3.A profissão não deveria requerer paciência se todos nos respeitássemos e os professores gostassem de ensinar e os alunos de aprender. 4.Ao longo do 1.º Período. 5.Chamo-os à atenção várias vezes quando o aluno perde o respeito ao professor, a aprendizagem diminui. 6.Gosto, principalmente daqueles que acompanho desde o 5.º ano pois têm os meus hábitos. 7.Situações problemáticas simples, analisar atitudes e regras de comportamento.
2.Sim, gosto muito, sobretudo quando trabalho com bons alunos, isto é, alunos responsáveis e trabalhadores. 3.É muito difícil ser boa professora. Não, desde que os alunos correspondam. O problema é a indisciplina e até a violência que hoje se verifica. 4.A partir do 2.º Período. 5.Não deixo que isso aconteça, e quando acontece o castigo surge na hora! 6.Sim, gosto muito, em cada ano que passa cada turma é um conjunto de futuros amigos! 7.Desenvolverei actividades de formação comos alunos.
Entrevista realizada por: Catarina Guerra e Patrícia Rodrigues do 5ºano
Aldeia de Milhão cada vez mais só
A escola já não mora aqui... (vem da página 4)
dos alunos para aquele estabelecimento de ensino. “ Convivem mais, têm outras condições… Dizem que vão ter mais condições”. Mas nem tudo são rosas. “Em relação ao transporte, as crianças são muito pequenas e vão ter de andar muitos quilómetros. Cerca de 15.” Ainda se desconhece se os alunos vão ser transportados em carrinhas, táxis ou em autocarros. Terão ainda de sair de casa “muito cedo e só vão regressar depois das cinco e meia da tarde”. Actualmente, a escola de Quintanilha só tem três alunos, três rapazes. Só um deles vai ali permanecer, dado que os outros dois, a frequentar o 4º ano, vão estudar, em Setembro, para a escola sede do Agrupamento Augusto Moreno,
em Bragança. … ando atrás dela e ela é que não me A realidade do próximo ano lectivo atura”. Temos galã, a partir de Setembro já não vai afectar na Augusto MoBernardo, do 4º reno, em Braano. Com ar de gança! bom malandro, o Quanto ao aluno que se assuAdriano, outro me como o melhor colega do 4º da escola, torce o ano, também nariz à transferênele vai para a cia dos colegas de escola sede de Milhão para QuinAgrupamento. tanilha. Tudo por Não se imcausa de três rapa- Alunos de Quintanilha na cantina da escola porta que os rigas, de quem ele alunos de oudiz não gostar, porque o perseguem. “As tras aldeias frequentem a sua escola. Diz que andam atrás de mim, não estou para apenas que quer ser polícia, como é o aturá-las. Tenho outra [de Matosinhos] pai. Quer multar o Bernardo!
O Tiago, com sete anos, no primeiro ano, gostaria de seguir-lhes o rasto. Não pode, dada a diferença de idades. De forma contraída, após um longo silêncio, admite que gosta da ideia de ter mais amigos. É com eles que vai descobrir o universo de brincadeiras e rasgar os momentos de solidão. Momentos pelos quais passa, hoje, apesar de ser criança. Nos tempos livres o Tiago não convive com mais nenhum menino. Estuda sozinho em casa, brinca sozinho na rua, anda sozinho de bicicleta. Vai-lhe valendo a avó, para casa de quem vai, às vezes, jogar Playstation. A partir de Setembro, tudo há-de ser diferente. Para quem nunca brincou com uma rapariga, está a chegar o momento, a oportunidade de fazê-lo!
Pequenos Jornalistas | Junho 2006
Inquérito
1.Há quanto tempo trabalha como professor(a)? 2.Gosta da sua profissão? 3.Acha que a sua profissão requer paciência e esforço ou acha que é fácil ser professor(a)? 4.A que altura do ano se podem reconhecer os bons alunos? 5.O que faz quando na turma em que dá aula, há alunos com um comportamento menos correcto? 6.Gosta das suas turmas? 7.O que faz com os alunos, quando fica responsável nas aulas de substituição?
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Fátima Braga
Foto: José Carlos Martins
EM JEITO DE DESPEDIDA...
ONHECER OS NOSSOS ALUNO Alunos Pequenos Jornalistas | Junho 2006
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adultos, já não são da nossa idade e têm pensamentos diferentes dos nossos…” Contudo, não é por isso que os esquece… alguns pelo menos… É deles que leva recordações. Deles e também das “amizades e dos amores”.
Despedirmo-nos de uma escola é despedirmo-nos duas vezes. Dos amigos, dos professores, dos funcionários, das salas onde ouvimos tantas coisas novas, mas também de nós mesmos. Uma parte de nós fica irremediavelmente para trás. É o que acontece com estes três alunos que terminam o 9º ano de escolaridade: o André, a Fátima e a Inês. Entraram na Escola Augusto Moreno, no 5ª ano, cheios de sonhos e ambições. Alguns desses sonhos ficaram para trás. Outros ganharam terreno. Nem sempre os melhores, num caso e noutro. É destes percursos de vida que nos falam estes jovens. Para meditação de todos. Da escola e, principalmente, dos professores.
Inês Quintana Inês Quintana tem 15 anos. É uma adolescente bonita, com um olhar vivo, inteligente, a querer abraçar o mundo. Quando chegou à escola Augusto Moreno, vinda do 1º ciclo, a Inês achou que “era tudo diferente. Os hábitos eram diferentes. As pessoas eram grandes. Havia mais professores, mais disciplinas”. Nesse instante, percebeu de imediato que o prosseguir dos estudos implicava responsabilidades acrescidas, mais empenho, uma maior carga de trabalho. Hoje, diz que é “uma aluna razoável, sobretudo a matemática e a espanhol”. Quer ser psicóloga, acima de
tudo porque gosta de “ver o comportamento das pessoas”, gosta de “ajudar a resolver os problemas”… e porque a área, em si, é “interessante” e tem muito a ver consigo. A sua passagem pela escola coincidiu com o período de adolescência que está a viver. Inês admite que esta é uma fase “um bocadinho complicada”. Uma fase que aparece associada a “alguns problemas”, aos quais ela própria procura dar resposta, com a ajuda dos amigos. É a eles que normalmente recorre…Nunca aos professores... “Temos mais confiança com os amigos, porque já os conhecemos há algum tempo; os professores são
Fátima Braga também é adolescente. Alegre, no seu rosto vive-se a festa dos dias que ainda duram. Tem 16 anos, é natural de Agrochão, mas está a viver em Bragança, no Lar de S. Francisco. Contacta apenas com a família nos fins-de-semana quando vai a casa. “Normalmente vou de quinze em quinze dias e nas férias”. De resto, todo o quotidiano é vivido na instituição. O lar “é diferente da nossa casa. Há lá mais raparigas, temos um horário para tudo”. A sua integração na escola não foi difícil, tanto mais que diz arranjar amigos com facilidade. Custa-lhe é, sobretudo, ter de separar-se deles. Aconteceu no 6º ano. “Foi o ano mais difícil...” Apreciou, em contrapartida, o ano que agora acaba. Ela que nem sequer é uma rapariga muito estudiosa. A sua disciplina preferida é mesmo a “Educação Física”. Depois, “gosto mais de matemática do que de português… não gosto muito de estudar. Tem muita matéria”. Esta preguiça assumida não lhe tem permitido ter as melhores notas. Para ser boa aluna, diz que “tinha de estar atenta nas aulas, não me distrair”. A situação podia ser diferente se também as matérias o fossem. “Talvez”, se os temas fossem mais vocacionados para a prática. Questionada sobre os hábitos de leitura responde que “às vezes leio histórias e revistas”. O seu grande sonho passa indubitavelmente pela tropa. É para lá que quer ir quando for grande. Quisemos saber se era para ser polícia. A isto respondeu apenas: “Não sei, ainda não pensei. Quero fazer o 9º ano e depois ir para a tropa!”
André Vicente Pela tropa quer também passar André Vicente. “Quero ir para a tropa, como a minha colega, para depois ingressar numa força policial”. O jovem, de 15 anos, dono de um discurso estruturado, fala no reino das possibilidades, porque no reino dos sonhos “gostava de tirar um curso superior, de ser professor de história e ingressar depois, na carreira política”, ainda que fosse como passatempo. O problema é que “não tenho muita paciência para estudar”…
Fátima Braga
A D. Sofia é uma funcionária à “antiga portuguesa”. Simpática, mas inflexível, garbosa de si,e ao mesmo tempo, solidária de todos os outros. Faz falta à Escola Augusto Moreno. Os que ali trabalham sabem isso. Para além de outras razões, porque promove a ponte entre o passado que importa preservar e o futuro que é já hoje. A D. Sofia é a funcionária mais antiga da escola? Sim, sou a funcionária mais antiga na escola, tanto em termos profissionais como em idade. E desempenha o cargo de Coordenadora do pessoal auxiliar… Já tenho este cargo há vinte anos, desde a altura em que era presidente da escola, a Drª. Teresa Galhardo, foi ela que me propôs para este cargo. Há quantos anos trabalha nesta escola? Vai fazer trinta e seis. Esta foi a profissão que sempre desejou ter? Não, na altura era tudo muito difícil. Trabalhava em casa com os meus pais, já era casada e tinha dois filhos e vim a saber por intermédio do meu
to mais difícil. O que são para si os alunos? Para mim os alunos são uma família. Afinal, vivo mais aqui nesta escola, ou seja, no meu trabalho, do que em casa. Para mim tenho-os como sendo filhos. Como é que lida com eles? Lido bem, embora haja momentos menos fáceis. Há alturas em que tenho de reagir de uma maneira diferente de tudo aquilo que eles gostam. Antigamente não, havia muito mais respeito pelos funcionários, bastava só eu aparecer no corredor… Era bem diferente o relacionamento entre os funcionários e os alunos antigamente, não era? É muito. Agora não há respeito por ninguém.
Mensagem aos colegas mais novos Andrê Vicente
Ele e a Inês fazem por isso questão de deixar uma mensagem aos alunos que vão ingressar pela primeira vez no estabelecimento de ensino, depois do Verão. Inês exorta-os a abraçar um desafio. “Lutem por aquilo que realmente desejam e não desistam à primeira barreira, porque se tal acontecer não vão conseguir realizar os vossos sonhos”. André acrescenta: “nunca deixem ficar os sonhos para trás. “Deus morreu de braços abertos, para nos ensinar que nem na hora da morte devemos cruzá-los! Então temos de lutar sempre pelos nossos ideais, pelos nossos sonhos, porque ninguém nos vai dar nada de mão beijada”. É esta a boa-nova dos que nos deixam, no fim de uma caminhada pela educação e pela vida!
A Patrícia, a Catarina e o Luís do Clube de Jornalismo entrevistam a D. Sofia padrinho que havia um lugar na escola Augusto Moreno. Resolvi então tentar ser admitida e consegui-o. Lembra-se de alguma situação com os alunos que jamais esquecerá? A amizade, simplesmente. Exijo a responsabilidade aos alunos mas também sou muito amiga deles, tão depressa estou a repreendê-los como os estou a acarinhar. Aqueles que já estudaram nesta escola recordam-se de si? Sim, tenho muitos alunos que se recordam de mim desde há muitos anos. Ainda não há muito tempo fiz uma viagem de autocarro e o condutor vira-se para mim “ Oh! D. Sofia que já há tanto tempo que eu não a via, ainda está a trabalhar?” Ainda estou a trabalhar. Dá maior ou menor valor à sua profissão nos dias de hoje? Dou mais valor hoje porque é mui-
Eles vestiam-se de forma diferente? Sim. Não entravam na escola com tanto à vontade. O vestuário deles hoje é mais descuidado, nós ralhamos-lhes mas eles não ligam. É diferente. Quanto à relação entre os alunos, também há diferenças assinaláveis? Muito diferente. Havia muito mais respeito na fila do refeitório, no bar, em todo o lado. Qual é a mensagem que quer deixar aos alunos? Bem, que sejam bons para todos os colegas, para os senhores professores, para nós e que nos respeitem e felicidades para todos.
Entrevista conduzida por Luís Fernandes 6º ano
Entrevista
D. Sofia Veloso em entrevista ao “Pequenos Jornalistas”
Pequenos Jornalistas | Junho 2006
Inês Quintana
Mesmo assim, vai fazendo valer as suas convicções… Por exemplo no que diz respeito às aulas de substituição. “Sou totalmente contra. Pode haver factores positivos na ideia de cada um… [os alunos] ocupam os tempos livres, dá para estudar, para tirar dúvidas, mas há outros factores negativos… Por exemplo, como é que se pode considerar um professor de Inglês a dar aulas de substituição a Ciências? Um de Matemática a dar substituição a Português? Não cabe na cabeça de ninguém! E os alunos, quando não gostam das aulas de substituição faltam. E, se faltam, no fim do ano chumbam!” Incómodo. Politicamente incorrecto é-o também em relação aos professores.” Há professores que vão ficar para sempre gravados na minha memória, pois são simpáticos e gostam de ajudar, agora há outros que… nem tanto O aspecto mais positivo que guarda da escola é referente aos funcionários. “A maior parte dos funcionários. É quase como se fossem professores da vida! Vão-nos dando as suas opiniões, vão-nos falando da sua vida, dos erros que cometeram quando estavam aqui e acho que isso é importante, porque se aprendermos com os erros dos outros depois não os iremos cometer na nossa vida”. Da escola leva também no coração os colegas. “Sentimos que aquele amigo é especial e é nele que nos vamos refugiar sempre que temos as nossas dúvidas, os nossos problemas… É sempre esse que fica gravado na nossa memória” Por todas estas razões, por tudo o que passou André faz um balanço positivo da sua passagem pela “Augusto Moreno”.
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Pequenos Jornalistas | Junho 2006
Espectáculo
Tema da interculturalidade serviu de mote
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Êxito na gala das es
Como já vem sendo hábito, realizou-se, este ano, mais uma gala das escolas. O espectáculo decorreu numa amena noite de sábado, em Maio último, no Teatro Municipal de Bragança. Perante uma sala cheia de pais, professores e convidados, dezenas de alunos da escola Augusto Moreno subiram ao palco para transmitir uma mensagem de tolerância. O ponto de partida da actuação dos estudantes foi a interculturalidade. Pegando no tema, numa coreografia arrojada e na música da geração do amor, inúmeros alunos da Augusto Moreno moveram o corpo numa dança da biblioteca que envolveu toda a plateia. Houve também espaço para representar um episódio associado à leitura da sina pela etnia cigana. Numa alusão aos interesses de van-
guarda, os estudantes dançaram também ao ritmo do hip-hop. Foram lidos alguns textos…e nem sequer foram esquecidas as danças tradicionais, de origem mirandesa, eslava e chinesa. A noite foi o culminar de uma série de ensaios, que envolveu durante semanas toda a comunidade escolar, designadamente os alunos estrangeiros e das várias etnias que preenchem o quotidiano da escola Augusto Moreno. A iniciativa conseguiu arrancar fortes aplausos ao público que assistiu a um espectáculo promovido pela Junta de Freguesia da Sé, em colaboração com todas as escolas secundárias, do 2º e 3º ciclos de Bragança. Está de parabéns a escola Augusto Moreno.
“Eu gostei da actuação de todas as escolas, principalmente da nossa, claro. Quando estava em palco a dançar, senti-me livre, como se estivesse a exprimir as minhas emoções.”
“Nunca tinha estado do outro lado do teatro e gostei muito de ver aquelas luzes todas e os ”panos” pretos no palco. Gostei de estar com as colegas nos camarins e achei que os professores fizeram um bom trabalho connosco.”
Tânia Ferreira 7.ºB
A actuação da escola Augusto Moreno integrou diversas sequências teatrais. A dança chinesa foi uma das que teve maior sucesso, a par da dança da biblioteca, da dança eslava e do hip-hop.
Clube de jornalismo(com a colaboração do Bruno Vale, 6º ano)
Ana Luísa 7.ºB
Achei interessante, gostei muito dos camarins, - com aqueles espelhos com luzes! Nunca tinha estado num sítio assim. Gostei muito do ambiente e da ajuda que havia entre colegas.
Achei muito fixe! Gostei de ter participado, parecia que era uma celebridade, por haver tanta gente a assistir! Nem fiquei nervoso nem nada! Gostei do ambiente do grupo com quem dancei. Foi muito divertido!
Susana 7.ºB
Milton 7.ºB
O mais stressante de tudo foram os ensaios, mas valeu a pena porque na Gala correu tudo muito bem! Foi tudo muito fixe, nem sabemos dizer o que é que foi melhor… Nadia e Vanda 6.ºA
Intercâmbio escolar Pequenos Jornalistas | Junho 2006
A III Gala das Escolas de Bragança, realizada no dia 20 de Maio, foi mais uma vez fantástica. Enquanto participante, considero que teve momentos de maior pressão, momentos em que as nossas ideias se baralhavam e que pareciam “saltões” ao ver tanta gente, momentos em que só se pensa que vai correr tudo mal. No entanto, no final, tudo o que dizia respeito ao espectáculo correu muito bem. Pior na minha opinião, foi o facto dos pais terem que pagar entrada para ver a Gala. Mas foi muito divertido participar. É, com certeza, uma experiência a repetir. Ainda bem que a escola nos proporcionou momentos como este. Afinal, o reconhecimento colectivo pelas coisas boas em que se participa é muito agradável e reconfortante.
zamora bragança
João Faria 8.ºA
intercâmbio escolar
colas
Como indica a palavra intercâmbio – troca, permuta – está a haver uma troca de costumes, saberes ambientes… entre escolas de países diferentes o que achamos importante, muito interessante e divertido. Assim, fico à espera, com alguma ansiedade, de retribuirmos a visita a”nuestros hermanos” de Zamora. No dia 18 de Abril, alguns colegas do Colégio Valcavado-Zamora, fizeram uma visita à nossa Escola. Nós e o 6.ºE tivemos o papel de anfitriões e acompanhámos os visitantes ao longo das actividades programadas para esse dia, entre as quais podemos salientar: . Pequeno lanche no refeitório da nossa Escola; . Partida de futebol e basquetebol amigável; . Almoço de confraternização; . Visita aos pontos históricos e mais emblemáticos da nossa Cidade. Estávamos ansiosos para lhe fazer uma adequada recepção e, conforme o planeado, chegaram por volta das 10 horas. Para ajudar na aproximação, tivemos um lanche a meio da manhã e actividades desportivas. Formámos grupos mistos com alunos das mesmas nacionalidades. As raparigas foram jogar basquetebol e os rapazes futebol. Todas estas actividades foram acompanhadas por professores da nossa Escola e do Colégio de Valcavado. Após o almoço convívio, na escola, fomos mostrar a nossa cidade aos colegas espanhóis. Alguns colegas foram de autocarro e outros no comboio turístico. Antes de chegar à zona histórica da cidade, passámos por outros locais que também mereceram a nossa atenção. Na Cidadela visitámos todos os seus monumentos, dando especial importância ao Museu Militar, onde se podem ver vestígios da história dos dois países. Por volta das 17 horas, terminou a visita, mas o intercâmbio escolar vai continuar no dia 27 com a nossa visita a Zamora, mais precisamente ao Colégio de Valcavado. Foi um dia muito bem passado que iniciou o terceiro período da melhor forma. Agradecemos aos nossos professores este tão maravilhoso convívio. Aprendemos mais neste dia, do que durante um mês de aulas.
Zamora é uma histórica cidade espanhola que dista cerca de cem quilómetros de Bragança. Esta cidade tem uma grande catedral, muitos monumentos antigos e bonitas paisagens com ninhos de cegonhas. Desde Janeiro que falávamos na turma do Intercâmbio Escolar, entre o Colégio de Valcavado – Zamora e a Escola Augusto Moreno – Bragança. O nosso professor de Língua Portuguesa, e director de turma, já nos tinha dito que no dia 27 de Abril, terça-feira, iria ter lugar a nossa visita de estudo ao Colégio de Valcavado, Zamora. A ânsia de voltar a ver os nossos amigos espanhóis já era grande. O autocarro da câmara municipal de Bragança estava em frente da nossa Escola às oito horas. A hora de saída ficou marcada para as oito horas e trinta minutos. A partida foi cumprida na íntegra. A viagem correu com muita animação e alegria, pois até parecia que íamos para uma festa. Chegámos a Zamora às dez e um quarto. Tínhamos o professor responsável à nossa espera, como combinado. Dirigimo-nos para o Colégio de Valcavado, onde tínhamos os nossos amigos espanhóis e presidente da Câmara à nossa espera. Houve muitos abraços e apertos de mão, pois era como se fossemos amigos de longa data. Encaminharam-nos para um pavilhão desportivo, onde havia um grande repasto. Mesas cheias de bolos, sandes de diversos tipos e feitios. Todos comemos e bebemos o que mais nos
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apetecia.Fomos divididos em equipas masculinas e femininas e dirigimo-nos para os respectivos campos. Os rapazes jogaram futebol e as raparigas basquetebol. De seguida fomos para a Deputation de Zamora e fomos recebidos pelo próprio presidente e outras individualidades de Zamora, no Salão Nobre do Ayuntamento. Realçaram a vantagem destes intercâmbios e que deveriam continuar para os próximos anos. A amizade destes povos Ibéricos deve ser cultivada. O representante da Escola Augusto Moreno agradeceu a boa recepção, afirmando que também concordava com a aproximação dos povos. De seguida, fomos para um restaurante almoçar. Eram dois pratos: esparguete à bolonhesa, carne com batatas fritas e de sobremesa um magnífico gelado.Todos adorámos o almoço. Depois fomos orientados para uma visita aos principais monumentos históricos da magnífica cidade de Zamora. Mas como tudo o que é bom acaba depressa, chegou a hora do regresso. Eram dezassete horas. Despedimo-nos dos nossos amigos Espanhóis. Entrámos no autocarro e dirigimo-nos para a nossa bonita cidade de Bragança. Chegámos pelas dezoito horas e trinta minutos. Vínhamos todos cansados e cheios de vontade de um descanso merecido e com muitas coisas para contar aos nossos pais. Ficámos satisfeitos com o intercâmbio escolar e esperamos que continue. Os alunos do 6º C
Vánia 5ºB
Já leram o Rapaz de Bronze? Fala-nos de um gladíolo que se achava importante e de um rapaz de bronze que de dia era uma estátua e à noite um menino. O livro requer imaginação para a sua interpretação e compreensão. Recomendamos a sua leitura! Patrícia e Catarina, 5ºA
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Diz-me o que lês dir-te-ei quem és O Poder do Agora, de Eckhart Tolle, é um livro de reflexão que nos faz entrar, repetidamente, no nosso «Ser» e nos ensina que o negativismo é um poluente psíquico, exclusivo dos seres humanos. O autor indica-nos estratégias específicas para que o nosso vazio possa ficar cheio de positivismo e como podemos tornar-nos «grandes» desde que a nossa mente não resista ao «agora». Uma obra que estimula o desenvolvimento de potencialidades, através daquilo a que o autor chama o «nosso ser». O Poder do Agora é o meu grande amigo que visito e volto a visitar sempre que preciso. Júlia Teiga
O “Eduquês” em Discurso Directo de Nuno Crato é uma obra que põe a nu o vazio de conceitos que cada equipa residente do Ministério da Educação escolhe para mostrar a sua “superioridade” pedagógica face àquela que a antecedeu. É um livro crítico que inclui curiosas citações de responsáveis pela política educativa. Vale a pena ler! Elisa Ramos
Úrsula, A Maior conta-nos a história de uma menina que percorreu um longo caminho até perceber o porquê do seu nome. Os seus amigos e parentes vão ajudá-la neste percurso. Recomendo este livro. É fantástico pela mensagem que transmite! Cristina, 5º A
A Floresta de Sophia de Mello Breyner Andresen transporta-nos para um mundo do maravilhoso e do fantástico dos contos de fadas, ao mesmo tempo que nos dá uma bela lição de convívio com a Natureza.
Se Isto É Um Homem é o primeiro livro de Primo Levi, 1919-1987, judeu italiano sobrevivente de Auschwitz, campo de concentração nazi. Foi escrito entre 1945 e 1947, logo após a libertação do autor. Com uma linguagem simples, clara e serena Levi não só descreve como conseguiu sobreviver à terrível desumanização do campo, mas também reflecte sobre a própria natureza humana, os seus limites e recursos, as suas capacidades e fragilidades em situações extremas. É o testemunho de um prisioneiro que se esforça por não esquecer que é um ser humano. Aura Aguiar
Gostei muito de o ler e aconselho aos amigos! Vânia Pires 5.º B
João e o segredo dos gnomos é uma obra que nos dá uma lição de vida sobre o equilíbrio da Natureza, alertando-nos para os perigos que todos os dias ela corre. Leiam, vão gostar! Marioly, 5º B
“Em Nome da Terra” de Vergílio Ferreira Numa época em que a supremacia da imagem, a valorização do corpo, do belo e do jovem se impõem, bebe-se este romance como um bálsamo que nos recentra nas questões da vida e do envelhecimento. “Porque é que a vida não acaba na morte, acaba sempre mais cedo?”. Este romance propõe-nos uma reflexão sobre o nosso corpo: jovem, energético, vibrante, belo e tão efémero e rapidamente deformado, envelhecido, debilitado, dependente de auxílio. E relembra-nos como temos tratado os nossos velhos e como seremos nós mesmos velhos em breve. Marta Pereira
A Biblioteca / CRE (Centro de Recursos Educativos)
Livros e Autores / Biblioteca Pequenos Jornalistas | Junho 2006
O Coração das Coisas de António Torrado é uma obra de surpreendentes histórias, bem contadas, à maneira do autor! O Coração do Candeeiro é um dos contos fantásticos que nos revela os sentimentos de um candeeiro de iluminação pública, quando de surpresa se vê substituído por outro. É um belo texto! Não percam a sua leitura!
A poesia está no átrio… hoje. A poesia esteve no átrio da Escola nos dias 30 e 31 de Maio. Desceu das prateleiras da Biblioteca para se espraiar nas mesas colocadas no átrio, proporcionando uma leitura mais aberta e deleitada de todos os que a procuravam. Todos enriquecemos a nossa arte de poetar!
POESIA Teu nome tem melodia Sempre, a todos sorris
Hoje estás no átrio Amanhã estarás no coração De todos, que com paixão Hoje e sempre te procurarão Na Escola, na sala, no recreio Todos te querem no seu meio As palavras surgem, sorrindo, Da boca de cada amigo Poesia, não me abandones Fica sempre comigo!
NOVIDADES Novo espólio bibliográfico.
Tania Morais 5ºE
BIBLIOTECA/CRE 2.º PERÍODO 2005/2006
250 200 150 100 50 0
ACTIVIDADES
5º 6º 7º 8º 9º CONS.
LEIT.
T.P.C.
T.G.
EST.
TOTAL
1317
BIBLIOTECA/CRE 1.º PERÍODO 2005/2006
Nº DE ALUNOS
Um senhor foi passear À beira-mar. Foi também nadar Para outros horizontes alcançar Viu uma senhora que estava a passear Também à beira-mar O senhor foi-lhe falar Porque ela estava a pensar. Eles ficaram a olhar Talvez, a se amar. E pensaram que o melhor era sonhar Deixar o mundo se encontrar…!
Nº DE ALUNOS
Elisa Ramos
1500 1000
9º
500 5º
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ACTIVIDADES
CONS. LEIT. T.P.C.
T.G.
EST.
TOTAL
2073
7º
5º 6º 7º 8º 9º
A biblioteca continua a enriquecer o seu espólio, nas diferentes áreas, por compra, oferta e prémios recebidos.
- Pedagogia - Ciências da Educação - Literatura infantil - Cultura geral - Enciclopédias juvenis - Dicionários - Revistas - Jornais – de Janeiro de 2005 a Março de 2006 no total de 416 volumes.
Livros e Autores / Biblioteca
Um dia extraordinário no Agrupamento de Escolas Augusto Moreno. Meio milhar de crianças do 1º e 2º ciclos que foram envolvidas num projecto de leitura. Sentei-me, vi e ouvi, deliciado. Não me fizeram muitas perguntas. A maior parte já eles as tinham descoberto. O que interessava era mostrar os trabalhos que fi-
zeram, as dramatizações, as leituras, a leitura atenta das obras. Um dia de festa para todos. Uma enorme alegria para quem estas linhas escreve. Um obrigado muito grande a todos os professores envolvidos, à professora Elisa Ramos e aos elementos do Conselho Executivo, e à vereadora da Cultura da Câmara Municipal de Bragança, Dra Fátima Fernandes que também fez questão de estar presente nesta festa. E também um abraço ao professor Aníbal que me ensinou a enxertar árvores e me contou como apanhou duas perdizes no seu primeiro dia de pesca…
Pequenos Jornalistas | Junho 2006
em Actividade
Departamento de Línguas ...
A Biblioteca e o
António Mota foi o Escritor convidado Foi no passado dia 7 de Março. Nós saboreámos este dia de encontro com o escritor. Ele também gostou, eis a sua opinião:
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Atinge lugares cimeiros no nacional da modalidade No dia 6 de Maio fizemos uma pequena viagem a Chaves. Fomos jogar voleibol com outros centros de formação de Gira-Volei. Estiveram presentes 35 duplas (70 atletas) distribuídas por 3 escalões. As duplas da nossa escola ficaram com os melhores lugares (1º e 2º lugares). Nós adoramos o convívio e divertimo-nos muito. Provas de âmbito regional No dia 20 de Maio realizou-se a Fase Regional do Gira-Volei que foi no Estádio Municipal de Bragança. Aqui foi a sério, pois estavam muitos meninos a participar (150 atletas) e foi muito difícil a competição. No entanto, a nossa escola conseguiu apurar três duplas para o Nacional no dia 3 e 4
de Junho, em Miranda do Douro. Todas as equipas mantiveram uma participação emotiva e desterminada tendo sido destacada o Fair – Play, ao longo do encontro. Foi um dia muito divertido!!! Campeonato nacional Chegou o grande dia do Nacional, por nós tanto esperado. Mal chegámos colocámos os sacos no nosso hotel. Depois, dirigimo-nos para o local da prova, que era no centro da cidade dento das muralhas, junto à Catedral. Estavam montados 25 campos de voleibol para os vários escalões. Estiveram presentes cerca de 450 atletas. Foi muito difícil, muito competitivo mas também
muito divertido. A nossa escola teve uma boa prestação conseguimos um 4º lugar com a dupla Carlos Barreira / Ricardo Miranda (participaram 38 duplas no escalão 8-10 anos Masculino); um 13º lugar com a dupla Vania Pires/Laura Lopes (participaram 25 duplas no escalão 8-10 anos femininos) e um 17º lugar com a dupla Maria Alves /Maria Campos (participaram18 duplas no escalão 11-12 anos feminino). O excelente comportamento a todos os níveis dos participantes contribuiu igualmente para que se tenha assistido a uma grande festa!!! Vamos continuar a trabalhar!!! Para o ano há mais… Os alunos do Clube Gira-Volei
“A melodia das palavras” foi o tema escolhido para o concurso literário do presente ano lectivo cuja modalidade foi o texto poético. Com esta iniciativa pretende-se incentivar o gosto pela leitura e pela escrita com preocupações marcadamente estéticas. O concurso literário é realizado anualmente e destina-se a alunos a frequentar o 3.º ciclo do ensino básico. Aos três primeiros classificados serão atribuídos prémios de reconhecido valor pedagógico. Começa a já a tratar do teu texto! No próximo ano lectivo haverá outra edição do concurso e talvez possas participar. Entretanto aqui ficam os dois poemas a quem foi atribuído o primeiro e segundo lugares, respectivamente.
O Mar e as suas Maravilhas O mar é uma casa Uma casa que abriga muitos animais Animais dos mais pequenos aos maiores Nadando assim entre os espaços rurais. O mar é imenso Espelho do céu Protegendo de tudo e de todos As relíquias que Deus nos deu. No mar há muitos barcos afundados Escondendo imensos tesouros Rubis, peças de diamantes Piratas e Almirantes. Corais é o que há mais Neste mundo de alegria De todos os tamanhos, tipos e cores Só não há é flores. O mar anda à solta Nunca ninguém o perdeu Dá força à imaginação E nunca se arrependeu. O mar é paz Alegria e diversão O mar também traz Alguma preocupação O mar traz esperança Na calmaria das ondas O mar leva os sonhos Nas ondas da tempestade.
O Passado Passado… São simples memórias Num pretérito acabado de aperfeiçoar Ficando um pretérito mais-que-perfeito, Mais-que-perfeito, sim… Porque perfeito só, para um Homem não chega.
Perfeito é pouco para tudo o que um homem quer. Por mais que tenha não renega, a tudo o que lhe dão, Para um homem os bens materiais são tudo, Mas aí, quando partem para o tal Outro Mundo, as coisas Voltam a ser passado e de novo, passado aperfeiçoado, Pretérito mais-que-perfeito, Para voltar a ser presente, e logo a seguir passado.
Futuro, Presente, Passado… Por vezes penso: Futuro é esperança; Presente é indiferença; Passado não é, são… São memórias. Maria Manuel Sá Neiva 8.º B
Virgínia Sousa 7.º D
Pequenos Jornalistas | Junho 2006
Escola
Clube gira volei ganha campeonatos regionais
Alunos premiados em concurso literário
Com o trabalho ”Etar ecológica”
A escola Augusto Moreno
vence concurso . Os alunos premiados foram contemplados com 5 bicicletas Os alunos do 6º H viram distinguido o seu envolvimento em algumas actividades integradas no projecto “Agenda 21 Escolar” e no programa “EcoEscola”. Tudo graças à participação no “Concurso de Artes Manuais”. Partindo do tema “Veículos em Fim de Vida”, os estudantes da Augusto Moreno idealizaram e conceberam a maquete de uma “Etar Ecológica”.O trabalho conseguiu arrecadar o primeiro prémio daquele concurso.
No dia 9 de Junho, das mãos do governador civil e na presença do vice-presidente da câmara municipal, da presidente do conselho executivo e do director da empresa “Resíduos do Nordeste”, cinco alunos do 6º H foram contemplados com bicicletas. A saber: a Joana Gonçalves, o Nuno Fernandes, a Rosalina Pereira, o Sérgio Rosas e o Tiago Moreira. Os prémios foram distribuídos em plena Semana do Ambiente, num período que ficou também marcado
por várias outras iniciativas: a realização do peddy papper “Contra a Desertificação”, de uma conferência sobre a água e os resíduos, do jogo do Ecoponto e de um teatro de marionetas. Em todas elas marcaram presença os alunos da escola. No jogo do Ecoponto ficámos a saber que a turma do 5º G é a mais amiga do ambiente. A conferência deu-nos a conhecer os pontos de vista do Dr. Paulo Praça e da Engª Ana Carvalho sobre a água e a problemática dos resíduos, respectivamente. Quanto ao teatro de marionetas, foi desenvolvido na turma na disci-
plina de E.V.T. Os professores estagiários propuseram tal feito no decorrer das aulas regulamentares e a actividade inseriu-se na unidade didáctica do “Ambiente e a Criança”. Foram dramatizadas três peças: “A nuvem e a gota de água”, “Cidade limpa, cidade suja” e “Casa Ecológica”. Foi, aliás, neste contexto, que a turma fez passar uma verdadeira mensagem educativa: a da preservação do meio ambiente e de recursos como a água, a energia, sem esquecer a temática dos transportes e dos resíduos.
Escola Augusto Moreno dispõe de novo serviço de psicologia e orientação vocacional Desde o início de Março do corrente ano que a nossa escola tem vindo a contar com os Serviços de Psicologia e Orientação Vocacional, mais conhecidos pela comunidade escolar como SPO. Estes serviços têm sido levados a cabo pelo Psicólogo Mário Galvão (na implementação do Programa de Orientação Vocacional na turma do 9º B) e pelas duas estagiárias do ISLA - Bragança, que sob a orientação da Dra. Olinda Monteiro, implementaram as restantes actividades, no âmbito do Curso de Psicologia Organizacional - Vertente Educacional. Sendo o Jornal da Escola um meio privilegiado, procura-se aqui, dar a conhecer, em jeito de balanço, o trabalho levado a cabo por estes serviços. Os serviços de Psicologia de uma escola, têm como objectivo último, colaborar na promoção do bom funcionamento da comunidade escolar, exercendo a sua acção junto dos alunos, numa estreita e sistemática cooperação com professores e funcionários. Importa pois, promover o bom desenvolvimento dos alunos; detectar disfuncionalidades no seu processo de aprendizagem; diagnos-
ticar as suas dificuldades e potencialidades e, quando necessário intervir directamente ou em regime de consultadoria com pais e professores. Neste âmbito, o SPO, implementou um Programa de Orientação Vocacional junto das turmas do 9º ano de escolaridade, com o objectivo de
percurso escolar. No conjunto das sessões realizadas, com a periodicidade de 1 sessão por semana, para além dos testes e questionários que possibilitaram o auto - conhecimento, procurou-se transmitir informação objectiva e sistematizada sobre as características e possibilidades
lhes proporcionar a oportunidade de um melhor conhecimento das suas potencialidades e limitações, dos seus interesses e valores vocacionais/profissionais, ajudando-os na tomada de decisão quanto ao seu
do Sistema Educativo e do mundo profissional, referindo-se a título de exemplo a transmissão em vídeo, de um conjunto de testemunhos de jovens com opções vocacionais e profissionais já definidos e de adul-
tos com um percurso profissional efectivo. É ainda com este objectivo que os técnicos estarão no átrio da Escola, nos dias dos exames do 9º ano e no dia das matrículas, proporcionando a estes alunos a possibilidade de poderem receber uma maior informação ou esclarecer dúvidas quanto às escolhas a efectuar na transição para o 10º ano de escolaridade. Em colaboração com os professores, tem-se igualmente desenvolvido uma acção continuada, junto da turma do Curso de Educação Formação, no sentido de ajudar na promoção de competências sociais, escolares e individuais desses alunos. Por último salienta-se o trabalho realizado no âmbito das consultas e acompanhamento individuais junto de alunos encaminhados para estes serviços pelos directores de turma, visando dar resposta a dificuldades de aprendizagem, promover competências e hábitos de estudo; intervir em problemas comportamentais, bem como noutros domínios que interferem com o bom desenvolvimento escolar e pessoal.
Lurdes Freitas (estagiária de Psicologia)
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Escola
municipal de artes manuais
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Pequenos Jornalistas | Junho 2006
Férias
Marta 5º A
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Fo i vo cê qu ep ed iu
Vêm aí as férias 1.Gostei mais dos professores porque me ensinaram coisas novas. Do que gostei menos foi da falta de educação manifestada por parte de alguns dos meus colegas. 2.Em Bragança, na minha aldeia. 3.Já, sim. 4.Quando fui ao Algarve. Ir à praia de dia e às vezes ao anoitecer. 5.Quando fui a Espanha, estava na praia e começou a chover! Fiquei com o dia estragado! 6.Lisboa. 7.Quando nasci.
Ana Luísa Anes 5.ºC
1.Não sei. 2.Com a minha família, com os amigos do meu pais e os meus. 3.Sim, já. 4.Gostei muito das férias na República Dominicana. Entrei na água e vi uma estrela do mar. 5.Não. 6.O Brasil! 7.Não.
Catarina Guerra 5.ºA 1.Gostei muito das aulas e da escola, pois conheci um novo sítio onde aprendi e convivi com os meus colegas. Não gostei do mau comportamento de alguns aunos que só por estarem há mais tempo na escola, julgam-se donos dela. 2.Ainda não sei. 3.Sim. Já fui a muitos sítios do país e da Europa. 4.Gostei muito de ir ao Brasil. Foi uma viagem muito divertida, especial e interessante. Gostei especialmente de fazer mergulho, andar de “bugui” nas dunas, passear pela praia, fazer compras… 5.Não, nunca. 6.Gosta de voltar ao Brasil. 7.Sim, já.
Catarina Teixeira 5.ºC
...
1.Do que mais gostei foi de conhecer a escola. Do que gostei menos foi de me enganar muitas vezes nas salas. 2.Vou para Lisboa. 3.Já. 4.Adorei ir para Lisboa, ir à praia todos os dias. 5.Não. 6.Brasil. 7.Não
es
Michael 5.ºA 1.Gostei muito de jogar aos berlindes. Não gostei do comportamento de alguns dos meus colegas mais velhos. 2.Na praia, em Lisboa. 3.Ui, tantas vezes! 4.Das férias de Lisboa. Gostei de jogar computador e de nadar. 5.Não, nunca. 6.Gostava de dar a volta à Europa. 7.Não.
o i r ná ina?
io gora terme ano? t s ue ue a s est as?
Q lectivo q r as féria ssar féri dios
ó pa sa no s e t pis rias a a s e p o o s f s n i o é vez uns d ssas f nos mo va ? e a e g ias m m l o r n u e a C é f s s lg 2ais áa -no edido s tuas nho? m J a t e n 3 ast suc to na e so ho? ? Co d ost e s t i o g n s v sta stin sse so pre que e o d m o g i D is de teu lizar e 1ma o o e g é al rea qu al u e u e e t d Q c s 6rias gui nte é e o f s c s con te a ma á á a J r J fo 7 5ais u 4-Q
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O Verão de 2014
“siesta”, em Buenos Aires, na Argentina. Quando acordei, parti para a Austrália, para lanchar ao pé dos cangurus! Assisti ao anoitecer em Pequim, na China, onde jantei… Mais tarde regressei à minha cama em Londres para passar o resto da noite. Tinha eu adormecido há pouco tempo e eis que, de repente, acordo! Olhei em volta e reparei que estava no meu quarto em Bragança, Portugal. Tudo não tinha, afinal, passado de um sonho!
No meu dia de aniversário (24 de Julho) dei um passeio em grande. Acordei na minha cama em Londres, e decidi dar uma volta no meu jacto. Fui até Montereal , no Canadá, onde tomei o pequenoalmoço. Em seguida parti rumo a Nova York. Fiz compras num shopping e almocei por lá. Como estava cansado, decidi fazer uma
Diogo Vale, Escola nº1 Toural
Férias
Catarina Guerra 5ºA Patrícia Rodrigues 5ºA
Ana luísa Anes 5ºC
ia
As férias que mais gostaria de ter era ir até ao sol. Sempre quis pisar o espaço fora da atmosfera, conhecer novos mundos e ver se realmente existem extra-terrestres. Gostava muito também de ir ao Brasil e à Finlândia. O sítio onde eu mais gostava de ir era a Paris, em França, porque eu gostava de subir à pirâmide de vidro que existe em frente ao museu do Louvre. Era assim que eu gostava de passar as minhas longas e prolongadas férias. E o meio de transporte que eu gostaria de usar era o vaivém porque vai e vem num tempo inacreditável!
Pequenos Jornalistas | Junho 2006
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Marta Balesteiro 5ºA
rn
De vaivém para todo o lado
ga
Michael 5ºA
lu
des, vou acampar em Aveiro. 3.Sim. 4.As férias de que mais gostei foram as que passei em Aveiro. Foram dias maravilhosos! Adorei dormir nos colchões de ar, fazer comida na rua, passear na praia, brincar com as pessoas que lá conheci, andar em bicicletas muito diferentes… 5.Não, acho que nada de imprevisto me aconteceu. E qualquer modo, espero que não me aconteça. 6.Sonho com uma volta ao mundo. 7.Não, nunca. Acho impossível conseguir concretizá-lo.
Catarina Teixeira 5ºC
1.Do que eu mais gostei foi do “stress” que havia ao ir para a escola. Do que gostei menos foi da época de testes. Tive, no entanto, boas notas. 2.Vou a Lisboa ver monumentos e fazer compras. Depois, como as férias são gran-
Luís Fernandes 6ºA
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Patrícia Rodrigues 5.ºA
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Crosswords PALAVRAS CRUZADAS
7. Ozone Layer 6. Recycling 5. Rainforest 4. CFC 3. Ivory 2. Acid-rain 1. Greenhouse
A. Baseball B. Snowboarding C.T ennis D. Golf E. Hockey F. Karate G. Swimming H. Gymnstics I. Soccer J. Hang-Glinding
SOLUÇÕES:
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1 - Sismo; 2 - Pref. de negação, férteis; 3 - Temperada, membro das aves; 4 - Corporações; 5 - As pontas de nem, próximo aeroporto?; 6 - Onde se secam os cereais, óxido de cálcio; 7 - Competência; 8 - Corja, adicionar; 9 - Escrava do harém do sultão; 10 - Acusada (inv.), aquela que dá à luz, nota. Sports
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8. Extinction
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1-Terramoto 2-In; Uberes 3-Morna; Asa 4-Organismos 5-Nm; Ota 6-Eira; Cal 7-Idoneidade 8-Rale; Somar 9-Odalisca 10-Mãe; Fá
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1. Warming up of the climate caused by the penetration of the ultra-violet rays through the zone hole. 2. The result of the gás, msaking it so poisonous that it destroys trees and other plants. 3. Elephant tusks are made of it. 4. Aerosols contain this awful gas which makes the ozone hole bigger and bigger. 5. Hectares of tall trees found in tropical áreas where it rains a lot. 6. Transformation of used material (glass, paper, cans) to be used again. 7. A kind of “umbrella” in the atmospherer which stops most of the dangerous ultraviolet rays from reaching us. 8. Many animal species are in danger of disappearing. So they face this.
1-Timoneiro 2-Enormidade 3-Rg; Rolar 4-Runa; Anel 5-Abano; Im 6-Me; Itsissa 7-Or;Sa; Doce 8-Team; Cama 9-Osso; Ada 10-As; Leria
Passatempos
The environment crosswords puzzle
PALAVRAS CRUZADAS Horizontais 1 - Homem do leme; 2 - Barbaridade; 3 - No centro do largo, rebolar; 4 - Urna (anagr.), aro; 5 - Leque, pref. de negação; 6 - Pron. pes., testemunhei (inv.); 7 - Letra grega (inv.), sádia, faz mal aos dentes; 8 - Tema confuso, leito; 9 - Petisco de cão, nome de mulher; 10 - Carta de jogo, balela.
1) Qual é coisa, qual é ela, que atravessa todas as portas sem nunca entrar nem por elas sair?
Nìvel: Médio
2)Porque é que as rodas dos combóios são de ferro?
Professor: De onde vem a electricidade? Aluno: Do Jardim Zoológico! Professor: Do Jardim Zoológico? Aluno: Pois! O meu pai, quando falta a luz em casa, diz sempre: “Aqueles camelos...”.
3) O que tem dois pés, duas pernas e nada mais? 4) O que está no exército, na vassoura e no mapa?
- Porque estás a chorar, meu filho? - Os meninos na escola chamamme interesseiro. - Ora essa, porquê meu querido? - Dás-me 5 Euros e eu digo-te!
5) Com dentes deste tamanho, não sei por que vou à mesa: todo bocado que apanho, tomam de mim com certeza. O que sou? 6) Somos 40 irmãos que vamos morrendo aos poucos, um a um. Quando um de nós é arrancado de casa, logo fica de cabeça quente e acaba morrendo queimado. Quem somos nós?
Joãozinho chega a casa e entrega ao pai o recibo da mensalidade escolar. - Meu Deus! Como é caro estudar nesse colégio. E o menino: - E olha, pai, eu sou o que menos estuda na minha classe!
7) Qual é coisa, qual é ela, que quando seca fica molhada?
Entre duas impressoras: - Essa folha é tua ou é impressão minha?
Numa escola em Angola, a professora pergunta a um aluno: Diga um verbo. - Bicicreta. - Não é bicicreta. É bicicleta. E bicicleta não é verbo. Depois, perguntou ao segundo aluno: - Diga um verbo: - Prástico. - Não é prástico. É plástico. E plástico não é verbo. A professora, desesperada, perguntou ao terceiro aluno: - Diga um verbo: - Hospedar. - Muito bem! Agora diga uma frase com o verbo que escolheu. - Hospedar da bicicreta são de prástico.
Vão dois tipos a andar de mota, um caiu e o outro chamava-se António.
Adivinhas:
Sudoku
Soluções 1-Fechadura 2-Se fossem de borracha apagavam as linhas... 3-Meias 4-Mapa 5-Garfo 6-Fósforos 7-Toalha 8-Os dias da semana 9-A chuva 10-Corrimão 11-O buraco
O pai chama o filho para que acorde e vá para a escola: - Pai, vou-lhe dar três razões porque não quero ir: 1ª Estou com muito sono. 2ª Não gosto de ir à escola. 3ª As crianças riem de mim. Ao que o pai responde: - Então, eu vou dar três razões porque tens de ir: 1ª É a tua obrigacão. 2ª Tens 45 anos. 3ª És o director da escola.
8) O que será, que são sete e são irmãos. Cinco vão à feira e só dois é que não? 9) Qual é coisa, qual é ela, que cai de pé e corre deitada? 10) Qual é coisa, qual é ela, que sobe e desce escadas, sem nunca se mexer?
Passatempos: A elaboração desta página de passatempos só foi possível com a colaboração do aluno Guilherme Teixeira, do 6º ano, a quem agradecemos.
11) Qual é coisa, qual é ela, que quanto mais se tira, maior fica?
Passatempos
Na escola, a professora explica: - Se eu digo “fui bonita” é passado. Se digo “sou bonita”o que é Joãozinho? - É mentira.....
Adivinhas
Pequenos Jornalistas | Junho 2006
Sudoku
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Pequenos Jornalistas | Junho 2006
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Quadro mágico
Foram diversos os órgãos de comunicação social que noticiaram a publicação da última edição do “Pequenos Jornalistas”, bem assim como a comemoração dos 25 anos de existência deste periódico escolar. Para além dos jornais da cidade de Bragança e da região de Trásos-Montes , (“O Informativo”, “Jornal Nordeste”, “Mensageiro de Bragança”, “Semanário Transmontano”) a quem muito agradecemos a referência noticiosa, o “Pequenos Jornalistas” foi também motivo de reportagem na Radiotelevisão Portuguesa e na Antena 1. A agência noticiosa Lusa, a partir de um texto assinado pela correspondente nesta região, destacou em termos jornalísticos o evento, divulgando-o junto de órgãos de informação de todo o país. Deste modo foram vários os blogues dedicados ao fenómeno comunicacional que tomaram conhecimento do nosso jornal, publicitando-o junto dos cibernautas. Por último, um agradecimento especial aos coordenadores da secção de educação do “Público”, que disponibilizaram uma página ao “Pequenos Jornalistas”, naquele que é considerado uma espécie de “livro de estilo” dos jornais escolares portugueses: o boletim “Público na Escola”. A todos o nosso muito obrigado.
Cada vez mais a nossa escola está voltada para as novas tecnologias. Na semana passada, através da participação no programa Ibérico Eviprof (fruto da selecção de um projecto apresentado), foi instalado na sala 21 um quadro interactivo “Promethean” permitindo uma nova funcionalidade e interacção no acto educativo dentro da sala de aula. A formação dos professores nesta ferramenta informática, vai ter lugar no início do próximo ano lectivo, permitindo assim, que todos os docentes possam rentabilizar este interessante recurso pedagógico – didáctico no processo de ensino – aprendizagem.
Vamos passar (a passar)
Cartão
Dois dos projectos do cartão de estudante em estudo na escola E.B 2,3 Augusto Moreno Integrado no GIAE (Gestão Integrada de Administração Escolar), o famoso “cartão” irá, a partir de Setembro próximo, ser facultado à comunidade educativa (leiase: alunos, professores e funcionários) pela Escola EB23 Augusto Moreno. O GIAE vai permitir a gestão integrada dos diversos serviços da Escola (Serviços Administrativos,
SASE, Alunos…) de forma a cruzar e partilhar informação para que esta não necessite de ser registada repetidas vezes. Em que consiste o “cartão”? No que a este diz respeito, é um serviço que vai permitir o controlo das entradas e saídas da Escola, bem como a dispensa do uso diário de papel-moeda. Com carregamentos prévios, os possuido-
res do “cartão” podem adquirir os diversos produtos e serviços postos à sua disposição na papelaria, reprografia, bufete, refeitório… Simultaneamente, os Encarregados de Educação têm a possibilidade de saber se os seus educandos entraram na Escola, e a que horas, bem como tomar conhecimento da hora de saída destes. Numa outra etapa, os Encarre-
gados de Educação poderão assegurar-se quase de imediato das presenças ou ausências dos seus educandos na sala de aula. Em termos muito gerais, o “cartão”, aspiração de há longa data, vem facilitar o dia a dia da comunidade educativa a qual poderá e deverá orientar os seus esforços para o bem-estar de todos os seus elementos. C.E.