Closet

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Agosto 2012 l nº1 l R$ 10,90

INOVE O SEU CONHECIMENTO

Thássia Naves: superstar da blogosfera! Lábios vermelhos: efeito bonito e duradouro Nova tendência: calças estampadas ENTREVISTA

Christian Louboutin “Quando uma mulher vai comprar um sapato, ela está remodulando o seu corpo.” Agosto 2012 | CLOSET |

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EDITORIAL CLOSET chega no mercado mensalmente, com sua primeira edição em Agosto de 2012. Revista sobre moda, beleza, comportamento, saúde e eventos. Nesta edição você poderá conferir uma entrevista com o famoso designer francês de sapatos femininos e masculinos, Christian Louboutin. Também encontrará dicas de novas tendências para este inverno e para o verão de 2013, um infográfico com instruções de como pintar as unhas, uma matéria com a maquiadora super conceituada Pat McGratch, cuidados que devemos ter com a nossa pele nesse inverno.


Agosto 2012

CAPA

BELEZA 6 A NOVA GERAÇÃO Produtos de beleza tecnológicos e inteligentes 7 SAIBA COMO USAR Conheça os benefícios do shampoo seco Foto: sapato modelo Pigalle de Christian Louboutin, utilizado em seu livro, homenagem aos 20 anos da sua carreira.

8 PAT MCGRATH O universo mágico e colorido da maquiadora 10 LÁBIOS VERMELHOS Saiba como conseguir um efeito bonito e duradouro VOCÊ ANTENADA 12 NOVA TENDÊNCIA Calças estampadas para o próximo verão 13 MAIS TRANSPARÊNCIA Dicas de como e onde usar 14 PELE LIMPA NO INVERNO Especialistas contam tudo que você precisa saber 16 QUAL É A DESSE DETOX? As celebridades estão viciadas em varrer as toxinas do corpo


EXPEDIENTE EDITORA PATRICIA SOARES DIRETORA DE REDAÇÃO MARTA PRATA REDATORA CHEFE BRUNA FIORETI DIRETORA DE MODA FLAVIA LAFER PROJETO GRÁFICO TUANY KARINE DE ABREU DIRETORA DE ARTE INES VERANO EDITORA ESPECIAL CAROLINA OVERMERR EDITOR DE TEXTOS DE MODA LUIZ ZEIDAN EDITORA DE BELEZA E COMPORTAMENTO VÂNIA BRAGA EDITORA EXECUTIVA TEKA MORAES PRODUTORA EXECUTIVA PAULA FERNANDES ASSISTENTE DE PRODUÇÃO CLAUDINEI ZEIDAN PRODUTOR DE MODA MARCO ANTÔNIO GURCEL ASSISTENTE DE JORNALISMO CATRINA KOWARICK DESIGNERS GABRIELA GOMEZ E PAULO COELHO DESIGNERS JÚNIOR FERNANDA THIESEN MAGLIAR COLABORAÇÃO ESPECIAL SUZY MENKES STEPHANIE BOTTER CONSULTORA EDITORIAL FÁTIMA AYALA COLABORADORES WERNER MINK, ARIANA MONTEIRO, BARBARA GANCIA, DIEGO FILHO, DIOGO TELLES, DORIS SOCHACZEWSKI, JONATAN NUNES, JULIE PAILHAS, MARCEL VALVASSORI, MARCOS PROENÇA, MARIO PRATA, THÁSSIA NAVES, VICTORIA JORDÃO, LUCIANA GIMENEZ, ISABEL FONTES, RAFAEL MILITELLO, RENATA SANTANA, DANIELA ESTEVES CARTA EDITORIAL EDITORA RESPONSÁVEL PATRICIA CARTA DIRETOR EXECUTIVO IDEL ARCUSCHIN DIRETORA FINANCEIRA E ADMINISTRATIVA ANA CRISTINA FERREIRA


Agosto 2012 ENTREVISTA 18 CHRISTIAN LOUBOUTIN Designer francês de sapatos, o queridinho das famosas INFOGRÁFICO 24 COMO PINTAR AS UNHAS? História dos esmaltes a partir dos anos 90 e conheça os novos tipos CLOSET 26 THÁSSIA NAVES Superstar da blogosfera, mostra como se faz uma fashionista de sucesso 28 COMO ORGANIZAR? O inverno chegou, é hora de reogarnizar o guarda-roupa


A nova geração Produtos de beleza tecnológicos e inteligentes Já se foi o tempo em que procurar um produto de beleza que fosse “compatível” com um tipo de pele era uma cruzada. Hoje em dia, os produtos de beleza são desenvolvidos com tecnologia de ponta que não só se adaptam facilmente a todos os tipos de pele, como são desenvolvidos também para atuar nela. Ou seja, a performance do produto prevalece ao seu efeito. Uma das ações pioneiras da aliança beleza mais tecnologia aconteceu em 1989, à epoca do derrame de óleo da Exxon Valdez no Alasca, quando alguns cientistas notaram que existiam pedaços de água limpa no meio do óleo. A razão? As algas tinham comido parte do óleo. Janet Pardo, a cientista vice-presidente sênior de desenvolvimento de produto na Clinique, pensou nas suas clientes e em como isso poderia ser aplicado aos produtos que desenvolvia. Segundo os estudos da época, 75% a 80% das mulheres tinham pele mista, com áreas secas que necessitavam de hidratação e partes mais oleosas que, pelo contrário, requeriam um produto matificante. E assim, em 1997, depois de alguns anos de pesquisa, nasceu a base Superbalanced Makeup, campeã de vendas até hoje. Desde então, as pesquisas só aumentam e passaram a pautar o mercado de beleza. A procura por produtos especializados já não é feita com base no seu efeito final, mas em sua capacidade de servir a cada usuário de uma maneira única. Os tipos de pele são diferentes e os produtos têm que se adaptar ao maior número de pessoas possível.

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As marcas, por sua vez, cada vez mais apostam em estudos de desenvolvimento de produto e contratam especialistas para usar a ciência a favor da beleza. Não faz nem um ano que a Chanel contratou uma dermatologista de Manhattan, Amy Wechsler, que ficará encarregada de fazer a ponte entre a grife e o seu centro de desenvolvimento e ainda de criar tratamentos com produtos da marca. A sua contribuição estreante foi o Hydra Beauty Serum, que oferece proteção antioxidante contra influências externas e estresse fisiológico, e tem na sua formulação a flor da camélia, que além de ser um símbolo da Chanel, é também um ingrediente ativo. Outra marca que aposta na biologia – mais propriamente na glicobiologia, ciência que estuda os componentes moleculares ativos dos seres vivos –, é a Yves Saint Laurent, com o lançamento da linha Forever Youth Liberator, que promete, de acordo com a sua formulação, melhorar a comunicação entre as células da pele para a reestruturar e regenerar.


A Estée Lauder, por exemplo, usa a técnica de “enganar a pele” com o seu Advanced Night Repair. A fórmula, que contém colágeno e ácido hialurônico, ingrediente natural da pele que a mantém jovem, foi desenvolvida para a pele acreditar que está ficando sem esses ingredientes e começar a produzi-los naturalmente. Um truque que conta com a capacidade regeneradora da própria pele, à semelhança do Lancôme Visionnaire, um creme que contém LR 2412, uma molécula que reconhece os danos na pele e ativa o seu processo regenerador natural. E quem não conhece os BB Creams? Os famosos bálsamos para imperfeições, de formulação alemã, são uma espécie de tudo-em-um originalmente utilizados para tratar a pele do rosto após procedimentos cirúrgicos, mas que começaram a fazer sucesso na Coreia e rapidamente foram difundidos mundialmente com a promessa de proteger a pele e acabar com a vermelhidão, manchas e marcas.

molhar (pra preservar uma escova, por exemplo) ou quando não é prático usar água e shampoo tradicional (em uma viagem mais “roots”). Os ingredientes absorvem o óleo e a sujeira do couro cabeludo e deixa o cabelo mais limpo, com cheirinho gostoso e com uma cara revigorada. É certo que lavar o cabelo demais pode causar efeito inverso e deixa-los mais secos ou oleosos e ainda desbotar a cor. O shampoo seco é uma boa opção para ter na bolsa, dá para usar após a academia ou antes de um evento, desses que a gente vai direto do trabalho. Além de preservar os fios das lavagens tradicionais (mesmo porque, ao menos em SP, a água que usamos deixa os cabelos e a pele ainda mais secos), tem a equação praticidade + eficiência, que é fundamental. Isso não significa que ele deve ser usado diariamente. As lavagens normais não podem simplesmente ser abolidas. O shampoo seco é um complemento para momentos ou necessidades específicas. Aqui no Brasil, o mais famoso é o da marca Klorane, que pode ser encontrado nas grandes farmácias, mas outras grifes importadas, como Toni & Guy, John Frieda e Redken, são achadas nas “lojinhas” de bons salões de beleza, como Studio W e Marco Antonio de Biaggi, ou ainda pela internet. Nós já pedimos pela internet o modelo orgânico em pó da Lulu Organics e experimentamos o da Klorane, eis o veredicto: Camila Yahn: “Abaixou os fiozinhos novos, tirou a oleosidade e deu uma aparência limpa. E ainda tem um cheirinho fresco”.

O objetivo de todas estas pesquisas? Utilizar menos ingredientes nas formulações, aproveitar a complexidade regeneradora das plantas e de moléculas e entender e confiar cada vez mais nas reações e na capacidade da própria pele, para criar produtos adaptáveis. Que aliás, são o novo luxo.

Saiba como usar e conheça os benefícios do shampoo seco Depois do shampoo sem sal e sem água, chega a onda do shampoo seco. Já não é mais nenhuma novidade, especialmente para os profissionais de beleza, mas ainda tem gente que não conhece a diversidade de produtos, seus benefícios e onde encontra-los. O que é? Basicamente ele é feito de uma substância em pó que limpa o cabelo quando você não quer

Sarah Lee: ”Meu cabelo é bem liso e com tendência a oleosidade na raiz. Uso de manhã quando não tenho tempo de lavar e a raiz está oleosa. Ele é prático porque realmente deixa o cabelo mais limpo”. Carla Valois: ”Minha franja é muito lisa e fica oleosa. Não posso lavar o cabelo todos os dias. O shampoo seco é bom porque a deixou menos oleosa e mais sedosa”. AEROSOL Espirre o spray diretamente no couro cabeludo, com alguns centímetros de distância. Em seguida, penteie ou massageie os cabelos com os dedos EM PÓ Aplique uma pequena quantidade diretamente no couro cabeludo e massageie com os dedos ou com um pente de madeira

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Pat McGrath O universo mágico e colorido da maquiadora Cores, muitas cores. Glitter e até paetês. Da beleza quase surrealista dos tempos “hiperbólicos” da Christian Dior, sob comando de John Galliano, à suavidade romântica da alta-costura da Valentino, ou ainda a vibração étnica de Anna Sui, Pat McGrath tem a capacidade e o talento de desenvolver maquiagens para quaisquer propostas e ocasiões. A inglesa, considerada pela “Vogue” a maquiadora mais influente do mundo, é também, desde 2004, diretora criativa de design de cosméticos da Procter & Gamble e, consequentemente, das marcas Dolce & Gabbana, Max Factor, CoverGirl e SK-II. Listar as atribuições de McGrath só é mais fácil que mencionar todas as marcas com que a inglesa já trabalhou: Prada, Gucci, Louis Vuitton, Givenchy, Balenciaga, Stella McCartney, John Galliano, não há quem não queira as maquiagens conceituais de Pat. Mais recentemente, David Fincher contou com o auxílio de McGrath para criar o visual andrógino de Lisbeth Salander, personagem de Rooney Mara em “Millennium – Os Homens que Não Amavam as Mulheres”. Ao olhar as maquiagens criadas pela inglesa, verdadeiras obras de arte nas quais rostos femininos servem de tela para sua inventividade aparentemente sem limites, é difícil acreditar que McGrath não tenha formação técnica na área em que é sumidade. McGrath foi criada em Northampton por sua mãe, Jean McGrath, uma imigrante jamaicana apaixonada por moda e maquiagem. Em entrevista dada à “Vogue” em 2007, a inglesa atribuiu à mãe sua criatividade, afirmando que a mesma lhe ensinou a observar as padronagens, tecidos e todos os outros elementos que integram o universo fantástico dos desfiles. Após terminar o colégio, McGrath fez um curso de artes na Northampton College e pretendia estudar moda, mas abandonou o projeto ao conhecer a stylist Kim Bowen, que a convidou para observar seu trabalho em ensaios fotográficos para as revistas “The Face” e “i-D”. No entanto, a grande oportunidade de McGrath surgiu quando a maquiadora conheceu Edward Enninful, então editor de moda da “i-D”. A partir daí, a inglesa conquistou muitos trabalhos e assumiu o cargo de diretora de beleza da revista, posição que ocupa até hoje. Em 1999, McGrath desenvolveu uma linha exclusiva de cosméticos para Giorgio Armani e nessa

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mesma década iniciou longas colaborações, com fotógrafos e marcas: praticamente todos os desfiles da Christian Dior e Prada nos últimos anos tiveram Pat McGrath como maquiadora chefe, bem como os editoriais da “Vogue” italiana. Em todos esses anos em que trabalha na indústria da moda, McGrath é frequentemente questionada sobre como alimenta sua criatividade. “Cada designer leva você a uma jornada diferente. É ótimo quando eles deixam você entrar na fantasia deles”, já afirmou a maquiadora à “Vogue” britânica. O que é certo é que a própria Pat consegue criar imagens icônicas que ultrapassam as roupas e nos transportam para um universo de beleza colorido e quase mágico, onde qualquer mulher pode ter a pele perfeita e lábios vermelhos.


Maquiagens de Pat McGrath para Christian Dior alta-costura 2011/12 e Gucci Outono/Inverno 2012/13

Maquiagens de Pat McGrath para John Galliano Outono/Inverno 2009/10 e Primavera/Ver達o 2011

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Lábios vermelhos Destaque nas passarelas, a boca de tom carmim é chique e sensual. Saiba como conseguir um efeito bonito e duradouro

Na temporada de outono e inverno, a boca marcada foi a grande protagonista da maquiagem. para conseguir lábios bem desenhados, basta seguir o passo a passo abaixo e ainda colocar em prática as dicas da maquiadora simone tinelli. ‘’Quem tem marcas de expressão ao redor dos lábios deve optar por batons consistentes, que não se espalhem para os cantos da boca’’, ensina. se eles estiverem descamando, o ideal é fazer uma exfoliação. ‘’Misture mel com açúcar refinado e massageie 30 minutos antes da maquiagem. em seguida, aplique um hidratante específico.’’

Aprenda como desenhar e manter os lábios bonitos 1. Para que o batom dure mais, aplique base em todo o contorno da boca com a ponta dos dedos. Prefira a versão líquida. depois, use pó compacto por cima para a base não se misturar com o batom.

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2. Com um lápis da mesma cor do batom ou um tom aproximado, contorne os lábios, corrigindo todas as proporções. se eles estiverem ressecados, não use o lápis, pois ele deixará a boca mais seca.

3. Passe o batom com um pincel. Assim, fica mais fácil controlar a aplicação e garantir uma cor bem intensa. Retire o excesso com o lenço de papel. Reaplique o pó e o batom para uma melhor fixação.


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Nova tendência: calças estampadas As calças estampadas dominaram as passarelas do Fashion Rio e já se tornaram queridinha das famosas lá fora. Saiba como apostar na peça que promete ser uma das grandes tendências do próximo verão!

Para looks mais divertidos e modernos: aposte na mistura de estampas! Para não ter erro, a professora dá a dica de usar uma estampa qualquer com outra geométrica ou orgânica (floral, folhagens e tropical), com pelo menos uma cor em comum entre as duas.

Na hora de combinar os acessórios com a peça, escolha os oxfords, sapatilhas e sneakers como opções mais confortáveis; e os sapatos e sandálias de salto alto como opções mais elegantes. Para evitar a sensação de volume que as estampas costumam dar, tome os seguintes cuidados: procure as calças com fundos mais escuros ou neutros (como preto, azul marinho, bege e marrom) e tamanhos de desenhos menores e mais espaçados entre si.

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Para looks básicos: aqui o segredo está nas cores da calça e das estampas, que devem ser mais básicas, e na combinação com outras peças. Por isso, prefira as camisas e t-shirts lisas, sapatos e bolsas mais discretos.

Gostou dessa tendência? Então, anota aí: • Vão estar em alta os modelos cropped e skinny. • As estampas étnicas, florais, animal prints e gráficas vão ser as mais fashion para a estação.


Mais transparência

Como usar a transparência e não ficar vulgar?

de Mariana é apostar na tendência das saias longas meio transparente.

De acordo com a consultora de moda Mariana Rocha, o ideal é unir a transparência com a sobreposição, evitando que o look fique vulgar. “Podem ficar aparentes braços, pernas, ombros e colo”.

Dia X Noite: o que tem que ser diferente na hora de apostar nessa tendência?

Que peças podem ser usadas com transparências? Para as meninas mais básicas, uma boa opção é combinar uma blusinha de malha com uma saia de detalhes transparente. Já para as mais discretas, vale combinar uma camisa transparente com calças sociais. Outra dica

Durante o dia, a transparência pode ser usada em detalhes no decote ou em fendas. Já à noite, é possível ousar mais e combinar a tendência com brilho e comprimentos mais curtos, como explicou a personal stylist Bia Kawasaki. Como usar transparência nos dias mais frios? Nos dias mais frios, o ideal é combinar

a transparências com tecidos mais pesados, como casacos e calças de couro, trench coats e blusas de lã. Existem lugares ou situações que é melhor deixar essa tendência de lado? De acordo com Bia Kawasaki, o segredo é ter bom senso sempre! Lembrese: a roupa que você usa para ir à balada nunca será a mesma do trabalho, e as produções usadas por celebridades podem não ser adequadas para a sua realidade. Antes de sair de casa, olhe no espelho e veja se aquele look tem a ver com o seu estilo, esse é o melhor termômetro.

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Pele limpa no inverno Especialistas contam tudo o que você precisa saber para higienizar a sua pele e deixa-la livre de impurezas

Higienizar o rosto é tão rotineiro que, na maioria das vezes, não nos damos conta de como é importante. Um produto mal indicado ou um hábito errado podem prejudicar a aparência. Reunimos um time de especialistas para responder às dúvidas mais frequentes sobre o assunto. 1. Minha pele é oleosa e meus poros muito abertos. Parece que quanto mais eu lavo o rosto, pior fica. Como posso resolver esse problema? Lavar demais o rosto não é uma boa

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solução para combater a oleosidade. Essa atitude provoca o efeito oposto. “O sabonete remove excessivamente o sebo, a pele entende que está ressecada e acaba produzindo ainda mais oleosidade para compensar”, explica o dermatologista Davi Abrantes de Lacerda, da Universidade de São Paulo. A higienização deve ser feita uma ou duas vezes por dia, com fórmulas adstringentes específicas para o seu tipo de pele, de preferência na forma de gel ou loção, e, se possível, com água fria, que combate a oleosidade temporariamente e ajuda a contrair os poros. Nas embalagens dos sabonetes, procure

por ingredientes como o enxofre e os ácidos. “Após a lavagem, lance mão de cosméticos que controlem a atividade das glândulas sebáceas¬, como os que tem ácido salicílico”, diz a dermatologista Catarina Capela, de São Paulo. 2. Tenho rosácea e qualquer produto que aplico deixa a minha pele muito vermelha. Como posso fazer a limpeza sem agredi-la? No Brasil, ainda há poucas opções de cosméticos específicos para tratar o distúrbio. A rosácea é um problema


inflamatório, crônico e deixa a pele mais sensível, avermelhada, com vasinhos aparentes, poros dilatados e, em casos mais graves, bolinhas com pus. Por isso, o cuidado na hora de escolher os produtos para higienizar o rosto deve ser redobrado. “Prefira as fórmulas específicas para peles sensíveis e sem fragrância e os cosméticos neutros, sem substâncias muito agressivas, como ácidos, por exemplo”, diz o dermatologista Nuno Osório, de São Paulo. Converse com seu médico sobre as opções de tratamentos que amenizam a rosácea, pois ele pode receitar fórmulas manipuladas, como sabonetes e loções à base de sulfacetamida sódica, substância que ajuda a controlar as crises. 3. Muitos dermatologistas dizem que a limpeza de pele deve ser feita todo mês. Isso é realmente necessário? Depende do seu tipo de pele. Quem sofre com oleosidade, cravos ou acne precisa, sim, agendar uma sessão a cada trinta dias. “Se o quadro for grave, é possível que seja necessária uma frequên¬cia ainda maior”, alerta Nuno Osório. “Já a pele normal e a seca não exigem limpeza profissional frequente, mas apenas a cada três e seis meses, respectivamente”, diz Davi Lacerda. Nesses casos, o procedimento é bem-vindo quando houver necessidade de aumentar o brilho e a vitalidade do rosto, já que ele retira as impurezas e células mortas mais profundamente do que a limpeza diária, feita em casa. É interessante também ter sempre um bom esfoliante facial. Assim, sempre que sentir necessidade de dar uma renovada na pele, é só aplicá-lo. 4. Usar esfoliante mais de duas vezes na semana é prejudicial para a saúde do rosto? Mais uma vez a resposta depende do tipo de pele. As mulheres que sofrem com o ressecamento devem ter mais cuidado com esse tipo de produto, para não piorar o problema. Nesse caso, o ideal é utilizá-lo semanalmente ou a cada 15 dias, para dar uma clareada no rosto. Mas se o tecido estiver muito ressecado ou tiver propensão a eczema (inflamação que

deixa a pele avermelhada e descamando), o ideal é evitar qualquer tipo de abrasão para não irritar. Nos outros tipos de pele, o produto pode ser aplicado de duas a três vezes por semana. Na hora da compra, é bom ter em mente que há diferentes tipos de esfoliante. Aqueles com partículas menores são menos agressivos e esses, sim, podem ser aplicados diariamente ou em dias alternados. Os mais abrasivos podem fazer parte da sua rotina de beleza, no máximo, duas vezes por semana. Orientação: espalhe o produto com movimentos circulares delicados. A sensação não deve ser de desconforto. 5. Qual a diferença entre os sabonetes indicados para o rosto e os usados para lavar o corpo? Os produtos formulados para a face têm uma textura mais delicada, fragrância agradável, são menos agressivos e contêm substâncias adicionais, que hidratam ou controlam a oleosidade, por exemplo. No entanto, não há grandes diferenças. “Mesmo sendo mais suaves, ainda são vendidos muitos sabonetes prontos para lavar o rosto que têm pH alcalino (o da pele é ácido) e substâncias agressivas que retiram o sebo de maneira intensa, mesmo que contenham ativos hidratantes”, afirma a dermatologista Catarina Capela¬. Segundo a especialista, o que faz diferença, mesmo, para a pele, é usar fórmulas manipuladas receitadas por um dermatologista. Essas têm ativos pensados exclusivamente para você e para suas necessidades. 6. É verdade que os sabonetes em barra são mais agressivos para a pele do que as versões líquidas? Para deixar o sabonete duro, na forma de barra, são necessárias substâncias que podem não ser muito gentis com a pele, principalmente as secas. “Eles costumam remover a gordura de maneira mais efetiva e, por isso, são mais indicados para quem tem acne, pois, aí sim, esse efeito é bem-vindo”, diz Catarina Capela. É verdade que existem barras com fórmulas mais modernas e suaves. Mesmo assim, quem sofre com o ressecamento ou a sensibilida-

de deve preferir as versões líquidas ou conversar com o dermatologista para saber especificamente qual é o melhor produto. 7. Quais fatores devemos observar na hora de comprar um produto para lavar o rosto? O mais importante é que ele seja indicado para o seu tipo de pele. Se ela for oleosa e com tendência a acne, uma fórmula com ácido salicílico ajuda bastante. Se ela for seca, prefira loções ou espumas de limpeza, que são mais suaves, ou produtos para peles sensíveis, que reduzem a vermelhidão. O cosmético usado depois da lavagem também pode influenciar na escolha do sabonete. “Se a pessoa estiver usando ácidos, que sensibilizam a pele, recomendo fórmulas mais leves para higienizá-la”, diz Catarina Capela. “Já no verão, quando os cremes não têm ácidos ou outros ativos agressivos por causa do sol, prescrevo sabonetes mais abrasivos, para equilibrar.” Para evitar o ressecamento da pele ou pequenas inflamações é necessário tomar certos cuidados que previnam e mantenham sua pele fortalecida e saudável. O uso diário dessa fibra ajuda na reestruturação da matriz celular. Por se tratar de um produto natural, não contém álcool, perfume ou detergentes. Sua fórmula só é ativada quando entra em contato com a água o que garante a conservação das propriedades naturais sem adição de conservantes. Para utilizar basta umedecer com água e espremer para distribuir o líquido de maneira uniforme. Em seguida, massagear o rosto suavemente por cerca de 45 segundos, começando pela região dos olhos. A fibra tem características técnicas capazes de absorver e reter a maquiagem e impurezas, impedindo que elas voltem para o rosto e, ao mesmo tempo, depositar os ativos diretamente nos poros e ainda ativar a circulação. Prática e moderna, a fibra cosmética proporciona uma pele linda e bem cuidada em menos de um minuto por dia.

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Qual é a desse detox?

As celebridades estão viciadas em varrer as toxinas do corpo com suco verde. Vale aderir à moda? Emagrecer? conseguimos a opnião de três experts Invista, sim

Vá com cuidado

Não funciona

“A dieta detox oferece ao organismo ferramentas para se limpar de substâncias indesejadas encontradas em todas as células do corpo, principalmente o fígado e no intestino. As pessoas que tomam o suco verde, rico em magnésio, potássio e cálcio, percebem uma melhora na disposição e na digestão. E perdem peso. Mas claro: não adianta tomar o suco supervitaminado sempre e comer só feijoada ou lasanha, né? Tome duas vezes por dia e combine-o a proteínas magras, cereais integrais e vegetais, num prazo de sete a quinze dias.”

“Indico a conduta detox quando há diagnóstico de que a pessoa está com excesso de toxinas que causam desequilíbrados no organismo. Os compostos nocivos estão presentes em antibióticos, agrotóxicos, edulcorantes... A longo prazo, eles podem causar problemas como obesidade, hiperatividade e câncer. O detox é uma estratégia complementar à terapia nutricional, e o suco verde é somente parte desse processo. Trata-se de um concentrado de ingredientes bons para a saúde que deve ser consumido nesse contexto, nunca apenas com o apelo de emagrecer.”

“Quer emagrecer? Reduza gorduras e açúcar. Em abordagens radicais, como um detox, a pessoa pode só perder água e não emagrecer. O suco verde, claro, não traz toxinas para o organismo (porque os vegetais que o compõem têm um teor mínimo de proteínas, geradoras de substâncias tóxicas), mas também não faz com que o corpo elimine melhor esses “minivenenos”. O rim, em geral, dá conta do recado. Se quiser se hidratar com o suco, ok. Mas, como ele perde as fibras na hora de coar, recomendo uma salada.”

Catherine Vanazzi, nutricionista especialista em detox e sócia do carioca Kajh Spa

Maria Amélia Bogéa, especialista em medicina preventiva e membro da Sociedade Brasileira de Nutrologia

Marcio Mancini, endocrinologista e chefe do Núcleo de Obesidade do Hospital das Clínicas da USP

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Faça você mesma Temos 5 receitas para você!

Receita 1 Bata com água 1 pepino, 2 maças, 2 folhas de couve, 1 cenoura, 2 talos de salsão, um punhado de agrião e gengibre - tudo preferencialmente orgânico. Tome o suco todos os dias de manhã, ainda em jejum, e à tarde. A bebida não substitui refeições e pode ser ingerida mesmo que você não esteja de dieta.

Receita 2

Receita 3

Receita 4

Receita 5

Ingredientes:

Ingredientes:

Ingredientes:

Ingredientes:

1 folha de couve manteiga 1 talo de salsão 5 morangos suco de 1/2 limão 300 ml de água

1 folha de couve manteiga 1/2 maça verde com casca 1/2 talo de salsão 2 fatias de abacaxi 300 ml de água

1 folha de couve manteiga 1 kiwi 50 ml de suco de laranja macrovita ou suco de 1 laranja 100 ml de chá verde 100 ml de água 1 colher de sopa de óleo de coco (opcional)

1 folha de couve manteiga 2 fatias de abacaxi 2 damascos 300 ml de água 1 colher de sopa de óleo de coco (opcional) raspas de limão siciliano

Jogue tudo no liquidificador para bater. E pronto!

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Christian Louboutin O designer parisiense faz as mulheres suspirarem com suas criações e fala aqui sobre sua paixão: saltos altíssimos

A história dos saltos mais cobiçados do momento começou com um adolescente visionário, um museu e uma placa de advertência. O adolescente se chamava Christian Louboutin, que aos 15 anos, nem sonhava em ser um dia o dono de uma marca com 46 lojas espalhadas pelo mundo. O museu era o Museu Nacional das Artes da África e Oceania, em Paris. A placa avisava os visitantes do tal museu de que saltos finos não estavam permitidos naquele prédio, pois poderiam estragar o chão de pedra. O desenho era claro: um escarpim riscado por um “X” vermelho. Ao se deparar com essa proibição, Louboutin ficou incomodado. Teve um insight que virou seu projeto de vida: transformar mulheres normais em criaturas poderosas assim que calçassem um belo (e alto!) sapato. Aprendeu o ofício circulando por maisons francesas de grande prestígio: Roger Vivier, o criador do salto agulha, Yves Saint Laurent e Chanel. Em 1992, fundou a marca que leva seu nome. Certa noite, olhando um protótipo, achou que o sapato todinho preto era um tanto sem graça. Pegou emprestado o esmalte vermelho da assistente e pintou a sola. Assim, com outro insight de mestre, criou a marca registrada dos Louboutins, adorados

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por celebridades como Angelina Jolie e Katie Holmes e idolatrados por Carrie Bradshaw, a protagonista de Sex and the City, que os chama de “amantes”. O ateliê de Louboutin fica em Paris, no prédio vizinho à sua loja da rua Jean-Jacques Rousseau, 21. De vez em quando, o designer, de 47 anos, aparece por ali para jogar conversa fora ou autografar sapatos. É possível reconhecê-lo pelos traços orientais e pelo perfume: 4711 Eau de Cologne. No Brasil, a primeira loja foi aberta em 2009, no Shopping Iguatemi, em São Paulo. A inauguração de outra filial, agora no Iguatemi de Brasília, está prevista para este mês. Dono de um closet com 400 pares de sapatos e incontáveis gravatas, Louboutin parece ter uma criatividade inesgotável para aguçar os desejos femininos. Sua marca completou 20 anos no fim de 2011. Para celebrar, o designer lançou uma coleção cápsula que recria sua trajetória. Não faltarão os saltos vertiginosos que conquistaram clientes dos mais diferentes estilos - da cantora pop Lady Gaga à primeira-dama da França, Carla Bruni. “Inspirações, cores, shapes, materiais... A ideia era reviver aquilo que me marcou”, afirmou Louboutin, em entrevista exclusiva à CLOSET.


Você fez sua fama em cima de saltos altíssimos. Como explicar a paixão das mulheres por este tipo de sapato? Ele é um tipo de calçado muito sensual. Um elemento que tem a força de mudar toda a linguagem corporal. O centro de gravidade se altera, remodela a postura, realça o colo e transforma a atitude da mulher. O que faz do salto alto um símbolo sexy? Saltos modelam o corpo e empurram para a frente o centro de gravidade, o que empina o bumbum, alonga a coluna e valoriza o busto. Saltos transformam o corpo reto em uma curva. Vá até uma loja e observe as mulheres provando sapatos. Elas se olham no espelho e a primeira coisa que veem é o corpo, o bumbum e os seios. Depois os sapatos. Quando uma mulher vai comprar um sapato, ela está remodelando o seu corpo. Não é só pelo sapato. É como a postura dela fica com aquele sapato. É toda essa atitude que explica porque as mulheres amam sapatos. É uma questão de feminilidade. Então você acredita que apenas o salto desperta o lado sexy das mulheres? Normalmente, sim. Mas há mulheres sem salto e super sexy. O exemplo clássico é Brigitte Bardot nos anos 1960, com as sapatilhas bailarinas. Bardot é definitivamente uma mulher que sempre usou sapatilhas. O jeito que ela andava era como de uma pantera. Mas, se você pensar, o sapato dela era muito decotado na frente. O pedacinho dos seus dedos estava sempre à mostra. Então, tem alguma coisa de nudez. O sapato dela tinha um lado sexy. O primeiro decote é na região dos seios, o segundo é no pé, onde só o início dos dedos aparece. As pessoas se surpreendem com esse decote. Nos dois primeiros anos que abri a minha loja em Paris, eu ficava observando as mulheres dizendo que não conseguiam usar o decote nos sapatos porque elas se sentiam nuas. Mas eu nunca entendi isso. Sandálias, por exemplo, expõem muito mais os pés. Mas essa parte do pé evoca alguma coisa sexy. Algumas mulhe-

res ainda são resistentes a isso. E eu entendo, todo mundo é diferente.

“O primeiro decote

é na região dos seios, o segundo é no pé, onde só o início dos dedos aparece. As pessoas se surpreendem com esse decote.” Os sapatos também despertam o lado sexy dos homens? De forma alguma. Você tem muitos exemplos em fotografias e pinturas de 100 anos atrás que mostram uma mulher nua com sapatos. Você olha e não pensa: “Que estranho ela estar nua e com sapatos”. O sapato não anula a nudez, ele ajuda a criar a cena. Quando um homem está pelado e de sapato, é estranho. Não vai trazer nenhuma sensualidade à imagem. A sensualidade do sapato está ligada ao feminino. O sapato feminino se integra à silhueta, o sapato masculino marca uma presença mais forte. É como se uma mulher estivesse nua com um chapéu. É estranho. Quando uma mulher está nua e com sapatos, você nem precisa mencionar os sapatos. Faz parte da imagem. Já o sapato masculino não desaparece.

Mas existe um desconforto. É preciso sofrer para ficar bela? Algo que parece insuportável para um homem pode ser um pequeno obstáculo para uma mulher. Um pouquinho de dor lembra você de quão importante é manter a compostura. Pode incomodar um pouco, mas o que é isso em comparação ao prazer de passar pela vida sempre confiante e elegante? É como um relacionamento. Você vai aceitar coisas ruins por amor. Ergonomia nunca me interessou. A diferença entre nós e os animais é que alcançamos tal grau de evolução que não precisamos nos prender ao natural ou anatômico. O que ajuda contra a dor? Acho que depende da mulher. Se ela sempre sente dor, tem bolhas nos pés ou vive tropeçando, talvez deva pensar em se manter longe dos saltos. Mas, se realmente estiver disposta, vai descobrir um jeito de superar esses obstáculos. Mesmo que esse jeito seja beber vodca com tônica. Uma de suas clientes diz ter mais de 600 pares de Louboutins. Você está falando da autora best-seller Danielle Steel? Espera um pouco, precisamos colocar no contexto: ela tem muitas filhas. As compras não são só para ela. Mas, é verdade, ela é minha melhor cliente.

Então, por que tanta polêmica em torno de usar ou não saltos? Nunca entendi por que saltos e feminilidade tinham conotação negativa e por que as mulheres eram consideradas estúpidas e ingênuas quando viviam essa feminilidade. Para ser honesto, estou muito feliz por essa discussão ter acabado depois de tantos anos. No começo da década de 1990, as mulheres de salto alto eram consideradas brinquedos, depois viraram castradoras e, por fim, poderosas. Graças a Deus isso sumiu por enquanto. Hoje em dia ninguém usa salto para pertencer a algum grupo, mas, sim, para proclamar sua individualidade.

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Um homem nunca faria isso. Por que as mulheres fazem?

E crescer nessa casa ajudou você a compreender as mulheres?

E se o salto deixar a mulher mais alta que o homem?

Homens têm comportamento diferente. Compram o sapato para usá-lo o máximo de tempo; limpam, engraxam com amor, consideram um investimento. Mulheres não ligam para essas coisas. Elas definem a linguagem corporal pelos calçados. Mulheres experimentando sapatos brincam com a aura sexual.

Mulheres se comportam de forma diferente quando há homens por perto. Mas eu era criança e minhas irmãs já adolescentes. Elas nem me notavam. Parecia um harém, ou melhor, uma peça: eu assistia às conversas delas sobre todos os assuntos.

Você não acreditaria se eu lhe dissesse quantos homens acham sexy mulheres mais altas!

Você desenha mais ou menos 150 pares de sapatos por estação. Como é a sua rotina no trabalho?

A não ter medo das mulheres. A não vê-las como um enigma. Mulheres funcionam da mesma maneira que os homens. Eles sempre acreditam que as mulheres são um mistério. Mas, quando estão sozinhas, elas são tão brutas, malvadas e amorosas quanto os homens. Falam tão explicitamente sobre sexo quanto os homens. É algo quase cirúrgico.

Costumo me isolar duas vezes ao ano. Desenhar é fácil, mas preciso de duas semanas de solidão para montar uma coleção. Procuro um lugar quente para a coleção de verão e um frio para a coleção de inverno. É mais fácil pensar em sapatos para o calor quando está 34 graus lá fora. Você tem uma mulher em mente enquanto desenha? Isso não funciona, porque nenhuma mulher é a mesma pessoa o tempo todo. Sempre existem diferentes personagens. Eu cresci com quatro irmãs, mas pareciam 40.

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O que você aprendeu com elas?

Quando um salto é alto demais? Há dez anos, um salto de 12 centímetros era alto demais. Hoje, nem tanto. Um médico diria que mais de 12 centímetros é perigoso, pois afeta o centro de gravidade e pode causar problemas de equilíbrio. Exige muito esforço dominar um desses. Como designer, eu diria que o céu é o limite.

Que sapatos você jamais permitiria na sua loja ou na sua casa? Clogs. Eles são barulhentos e grosseiros. Qual foi o par de sapatos mais extravagante que você já desenhou em sua carreira? Foi para um cliente asiático. Ele me deu passe livre para gastar quanto precisasse na produção. Pediu um design que envolvesse rubis. Então, fiz a sola inteira e o resto do sapato com a pedra. Parecia uma joia gigante. Avisei que destruiria qualquer piso e ele me respondeu que tudo bem: só seriam usados na cama. Surgiram declarações suas na imprensa de que você odeia sapatos confortáveis. É verdade? Não foi isso que quis dizer. O que odeio é a ideia de alguém olhar para as minhas criações e pensar:


“oh, parece confortável”. Um sapato desperta sentimento, proporciona sensações... Ele pode - e deve - ser confortável, mas não quero que seja a primeira impressão que passa. Quero que as pessoas enxerguem beleza, sensualidade... Se o conforto for a principal associação feita a um sapato de salto alto, ele claramente está emitindo a mensagem errada. Mas e as suas criações? São feitas para serem confortáveis ou não? Claro que sim. Ninguém precisa sofrer para ser bonita. Isso seria uma loucura. Entre suas clientes estão as mais diferentes celebridades, de Rihanna a Angelina Jolie, passando por Carla Bruni e Victoria Beckham. Como conquistar mulheres de estilos tão diferentes? Há um ponto em comum entre todas elas: o fato de terem orgulho de serem mulheres. Elas têm sensualidades distintas, mas nenhuma abre mão da feminilidade. E isso, minhas coleções, que são vastas, tem de sobra. É claro que o seu sapato é o sucesso. Mas você acredita que as celebridades ajudaram você a alcançar esse sucesso mais rapidamente? É muito bom quando as celebridades te escolhem. Essas meninas podem consumir o que quiserem de qualquer lugar do mundo. Se você é escolhido por muitas dessas mulheres, significa que você fez um trabalho bem-feito. Afinal, elas têm que estar sempre impecavelmente lindas. Isso significa que as pessoas se sentem bem nas peças que eu crio. Isso é um bom sinal. É claro que ajuda. Exposição sempre ajuda.

você escolheu Brasília para receber a sua segunda loja? Sempre fui obcecado pela arquitetura de Brasília, estava louco para conhecer a cidade. Quando andei pela Esplanada, fiquei impressionado: é exatamente o que tinha em mente. É realmente lindo. Eu conheço muito bem a arquitetura de Oscar Niemeyer, sou fã do seu trabalho desde os 15 anos. Muitas vezes, quando você escolhe uma cidade para fazer negócios, essa decisão é baseada em mercado. Mas eu sou seduzido pelas cidades e lugares que eu gosto. Brasília fazia sentido por conta do mercado e por ser uma cidade grande. Mas, para mim, fazia sentido porque eu tenho prazer de ir aos locais onde eu tenho lojas. É uma desculpa para ir visitar as minhas lojas e ficar orgulhoso delas. Quando você faz o negócio da maneira certa, você quer que dê certo. Você já veio para o Brasil muitas vezes. O que acha do gosto brasileiro para sapatos? As escolhas das brasileiras refletem o que elas são: espírito livre. Elas usam muitas sandálias leves, com cores alegres... A palavra que me vem a cabeça para descrever o estilo de vocês é “liberdade”.

“Ele pode e deve

ser confortável, mas não quero que seja a primeira impressão que passa. Quero que as pessoas enxerguem beleza, sensualidade...”

Tem muitos sapatos no seu armário?

A loja de Brasília vai ser diferente das outras?

Muitos! Tenho centenas, já até perdi a conta. Meu favorito ultimamente é um loafer com muitas franjas chamado Tassel Issimo. Da Louboutin, claro.

Todas são diferentes. Alguns elementos das lojas ao redor do mundo são iguais, outros são específicos. Aqui, estou sendo mais detalhista. Vou usar uma estampa nas paredes que é uma sombra de plantas em uma parede branca. Em Brasília, se tem

Sua primeira loja no Brasil se encontra em São Paulo. Por que

tantas paredes brancas com sombras bem certinhas... Acho que vai dar uma ideia da cidade. O forte de Brasília é este: a força da arquitetura refletida na natureza e a natureza refletida em linhas muito curvas. Você desenha as suas lojas? Eu trabalho com três arquitetos, mas definitivamente me envolvo com processo. Costumo comprar objetos e os incorporo às lojas. Não tenho tempo para me envolver nos pormenores do projeto, mas sou uma parte importante do processo. Por exemplo, aqui eu realmente estou tentando ter o mínimo de ângulos possíveis e mais curvas. Acho que a arquitetura de Niemeyer é isso: curvas limpas. Como a arquitetura influenciou o seu trabalho? Com muitos elementos. Tenho três arquitetos favoritos. O primeiro lugar é o Niemeyer, depois o arquiteto mexicano Luis Barragán e depois o egípcio Hassan Fathy. O único ainda vivo é Niemeyer. O elemento mais importante da arquitetura para mim, depois do clima, são as sombras. Elas sempre fazem parte de uma arquitetura acolhedora. A relação que esses arquitetos têm com a natureza é muito interessante. Veja Niemeyer, por exemplo, ele sempre se preocupou com o paisagismo de suas criações. Fathy também se preocupa com isso e ele ainda pensa na sombra como elemento importante. E Barragán tem aquelas paredes com cores fortes onde você vê o reflexo de água, por exemplo. Os três gostam de trabalhar com curvas e têm muitas projeções. Eu adoro transferir isso para sapatos. A coleção que vem para Brasília também tem detalhes específicos? É sempre difícil no início, pois ainda não estou familiarizado com a realidade do local. Cada cidade tem as suas especificidades. Como Brasília é a capital, isso a torna muito política, como Washington. Posso dizer que nem todos os modelos vão ser divertidos. Aqui, tem que se acrescentar sapatos mais formais e peças para recepções políticas. As pessoas têm que ser mais formais. Vamos colocar

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cores, mas também vamos colocar peças neutras. Você começou a sua paixão por sapatos quando começou a frequentar bares com showgirls. O que ainda existe de elementos dos sapatos delas no seu trabalho? Nos ensaios, as showgirls desciam e subiam as escadas várias vezes. Uma das características clássicas é que elas sabem descer lindamente as escadas. Quando você desce uma escada, você vai olhar para o seu pé e para as escadas. Mas as showgirls olham para frente. Elas não veem o que acontece com os pés. Por isso, elas treinam tanto a descida. Esse movimento das pernas é super importante para elas. Quanto aos sapatos, as showgirls querem ter atenção para o tronco, as pernas têm que ficar nuas. Elas precisam que o sapato suma, mas que as elevem ao máximo. O sapato tem que ser bonito, mas ele precisa desaparecer. Quando você olha para a perna de uma mulher, ela começa no decote do biquíni e termina com a cava da frente do sapato. Se a cava é grande, a perna aumenta de tamanho. Por isso, as showgirls sempre usam

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sapatos bem cavados aparecendo o começo dos dedos dos pés. Esse foi um dos primeiros truques que eu aprendi com elas. O segundo foram as meia-patas. Ninguém quer ver o tamanho do salto que uma mulher está usando. Por isso, coloquei-as para dentro do sapato. Assim a mulher pode andar, dançar e se divertir sem se preocupar com o sapato. Tem alguma mulher que já te inspirou a desenhar um sapato? Muitas pessoas já me inspiraram. Elas podem estar em cima do palco ou nos filmes e musicais que eu sempre amei. Mas tem uma pessoa que sempre volta no meu trabalho. Não toda temporada necessariamente, mas com frequência. É a Tina Turner. Porque Tina tem pernas lindas, é uma grande intérprete, é uma excelente cantora e sempre está dançando em cima do palco. A voz dela encanta, mas o jeito que ela se mexe é mais impactante. Estou frequentemente desenhando e pensando na Tina Turner. Não é necessariamente para ela, mas a atitude e o jeito que ela se mexe me inspiram. As pessoas me inspiram de várias maneiras. Algumas pessoas são pela elegância, outras pelo jeito que elas se mexem,

do jeito que elas são e até o jeito que elas falam. Mas a minha inspiração principal são as mulheres. Você criou um estilo que inspira outros estilistas. Como vê as cópias? Quando a silhueta é copiada, eu tomo como um elogio. Quando copiam a sola vermelha, me irrita. Mas ainda é muito estranho quando eu vejo uma cópia exata. Parece uma extensão do seu trabalho. Eu estava em um mercado em Kyoto e vi uma cópia exata. Foi engraçado. Ele foi feito de um jeito muito barato, mas todos os detalhes do sapato estavam lá. É bom ver que o que você cria é transportado para lugares que você nunca imaginaria. Sua icônica sola vermelha foi o motivo de briga nas cortes francesa [Louboutin processou a Yves Saint Laurent, alegando plágio]. Você já considerou mudar de cor? Nunca! A sola vermelha é minha marca registrada. Não tenho motivos para isso. As solas são vermelhas e sempre serão.


Elas usam...

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3º passo

2º passo

1º passo Comece deixando a unha bem limpa

Como pintar as unhas

Aplique uma base, isso evita lascas e manchas. Depois espere secar.

Coloque uma gota de esmalte na base da unha. Não chegue muito perto da cúticula.

4º passo Com cuidado empurre o esmalte no sentido da cúticula deixando um pequeno espaço.

5º passo Agora puxe o pincel até a ponta da unha em linha reta

História do esmalte: a partir dos anos 90 1900

1910

1920

1925

1927

O esmalte era aplicado com um pincel de pelo de camelo, entretanto, este esmalte não permanecia mais que um dia nas unhas.

Foi fundada a primeira empresa de produtos de manicure em Nova York, a Flowerey Manicure Products.

Ainda não havia exatamente um esmalte de unhas. Entretanto, a indústria automotiva criou a base dele, desenvolvendo esmaltes para carros.

Foi lançado um esmalte de unha transparente, em tom rosado. Nessa época era proibido mulheres de reputação usarem esmaltes muito chamativos, de cores fortes.

A fábrica americana Max Factor lança o Max Factor’s Esmalte para Unhas: um pote metálico com um pó de coloração bege que deveria ser espalhado sobre as unhas com uma espécie de pincel. As unhas começaram a ganhar brilho e algumas cores.

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8º passo 7º passo Continue puxando o esmalte com o pincel até chegar na ponta da unha

Faça a mesma curva com o pincel do outro lado da unha

Novos tipos de esmaltes 9º passo E puxe até a ponta da unha

Com o pincel volte para a base da unha e faça a curva para um dos lados da unha

1929 O esmalte com perfume é lançado, mas sua aceitação e popularidade têm vida curta.

Flocado

Magnético

Craquelado

Fluorescente

Foil

Metálico

Matte

10º passo Pronto! Repita a mesma operação para aplicar as outras camadas.

6º passo

Holográfico

1932

1934

1970

2000

Charles e Joseph Revlon dois irmãos americanos, mais um químico criam o esmalte brilhante e colorido com pigmentos, para ser aplicado na unha toda. Nasce a marca Revlon

O Esmalte Líquido para Unhas da Max Factor é introduzido no mercado, apresentando uma textura similar aos esmaltes atuais. A empresa começa a usar um número ilimitado de pigmentos e a moda passa ser esmaltes que combinavam uma boa cobertura da unha com brilho uniforme.

Começa a década dos esmaltes sintéticos.

A ordem continua sendo ousar: as combinações de texturas e cores ganham ares futuristas. Além de possibilitar a criação de mais uma profissão: designer de unha.

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da girl

Thássia Naves

Superstar da blogosfera, Thássia Naves é um fenômeno on e offline. Culpa do closet fabuloso, do raro senso de styling e de um invejável tino comercial. Aqui ela mostra com quantos looks do dia se faz uma fashionista de sucesso

Por Paula Merlo

E

la está para a blogosfera fashion nacional assim como Gisele para as passarelas, Pelé para o futebol e o Rei Roberto para a música. Trocando em miúdos: a mineira Thássia Naves, 23 anos, e seu blog (www.blogdathassia.com.br) são top of mind da categoria. A bolsa que é hit lá fora? Ela tem. Marcas novas que ainda não entraram no radar de outras blogueiras? Conhece há tempos. Tendências quentes, ainda tudo em fotos bem tiradíssimas - detalhe: pela mãe dela! Se o hype ainda não pode dar margem a dúvidas, os números não mentem. Com três anos de vida, o blog conta com 85 mil visitantes únicos por dia. Só no Instagram, a moça tem 90 mil seguidores! E o negócio, que começou superdespretensiosamente, virou uma microempresa. Ela contratou duas funcionárias, tem 16 anuncionantes fixos (fora os rotativos) e uma agenda de CEO de multinacional. “Aeroporto é uma segunda casa para mim. Só no mês passado estive em Fortaleza, Belo Horizonte, Salvador, São Paulo, Nova

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Fotos Romulo Fialdini

York e Pantanal - para esse último fui com minha família descansar por cinco dias, sem internet e telefone”, conta a linda, que mora com os pais em Uberlândia. Alem de alimentar o blog. Thássia prestígia eventos por todo o País - em Fortaleza passou duas horas posando para fotos com mais de 300 fãs! - e faz colaborações com grifes diversas. Quanto ela ganha? “O suficiente. Compro o que eu quero e viajo à vontade sem ter de pedir dinheiro ao meu pai.” O pai em questão é um bem-sucedido agropecuarista; a mãe, já se sabe, uma exímia fotógrafa! Como toda blogger superstar, a mineira tem uma legião de fãs - “Duas inglesas me reconheceram do Instagram e pediram autógrafo dentro da Selfridges, em Londres, acredita?” - e algumas inimigas. “A Blogueira Shame me chama de Miss Audi (Thássia é embaixadora do A1 no Brasil e ganhou um carro de presente). Acho graça, mas nem sempre os críticos pegam leve. Entendi que, quanto mais popular você é, mais gente vai te chochar.”


5X THÁSSIA NAVES Alguém aí pensou em hi-lo? Ela mistura Zara com Prada, H&M com Hermès, e o resultado é sempre fresco, zero esnobe LONDON ROCKS

I LOVE NY! Bater perna em Nova York? Só com uma produção megaconfortável. Bota biker Zara + Kelly bag Hermès + echarpe despretensiosa enrolada à francesa

Thássia é craque em “desencaretar” looks. O conjuntinho de shorts e blazer (do mesmo tecido adamascado) da Anamac ganhou status cool combinando à t-shirt Lulu

ESPORTE FINO

ÉTNICA COOL

Descolex poderia ser o sobrenome da Thássia. Não é qualquer uma que segura jaqueta branca, minissaia assimétrica e tênis com plataforma. Os dela são Isabel Marant.

“Sou fã da tendência étnica porque as estampas são lindas sen ser over. Essa calça da zara não é tudo?” A camisa jeans, curinga do closet, e as sandálias Alaia, mais basiquinhas, são ótimas coadjuvantes

TEXTURA + NEON

As peças são todas Le Lis Blanc. “A saia de python no joelho é bem clássica. Um top néon tira o visual do sério”

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Como organizar? O inverno chegou e é hora de reorganizar o guarda-roupa, doar o que não serve mais, guardar as roupas de verão e deixar as de frio mais acessíveis

ORGANIZAR X ARRUMAR Em primeiro lugar, vale esclarecer: organizar é diferente de arrumar. Arrumar é dispor as peças no lugar e deixar bonito, mas nem sempre fica funcional. Já na organização, a praticidade é o ponto principal. Cada peça deve ter seu lugar específico, de forma que qualquer pessoa localize com facilidade e que os espaços sejam bem aproveitados. Na maioria dos casos a falta de organização – e não a falta de espaço – é o que causa a bagunça. Uma boa organização facilita muito o dia-a-dia e evita que, pouco tempo depois, o armário vire uma bagunça de novo. Além disso, ajuda a conservar as roupas por mais tempo, evitando que amassem ou estraguem no contato com outras peças.

PERSONALIZE Cada tipo de roupa tem um lugar adequado para ser guardada. Se você ainda vai mandar fazer seu armário ou closet, procure fazê-lo o mais personalizado possível. Pense nas peças que você tem e na melhor forma de guardá-las. Um armário / closet básico deve conter cabideiros, prateleiras, gavetas e sapateiras. Veja se você tem mais roupas de pendurar ou de dobrar, se tem muitos vestidos longos, muitos acessórios, isso vai direcionar o seu projeto.

Espaços para homens devem considerar a quantidade de ternos e camisas sociais para dimensionar os cabideiros, além dos espaços para gravatas e cintos. Para as mulheres, são muito importantes os compartimentos para bolsas, sapateiras maiores (inclusive com espaço para as botas), cabideiro para vestidos longos e gavetas menores para jóias, bijus, maquiagem, etc.

Colocar as peças em ordem de cor e uso é a melhor forma de manter organização e facilitar sua localização dentro do armário, porque diminui a poluição visual. Por isso, na hora de guardar as peças, seja em cabides, gavetas ou prateleiras, separe-as nas seguintes ordens: 1. Das cores claras para as cores escuras 2. Das peças de tecido fino para as de tecido encorpado 3. Das peças sociais para as esportivas 4. Peças curtas, médias e longas

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NOS CABIDES Camisas, calças, saias, casacos, ternos e blasers devem ser pendurados em cabides específicos para cada tipo. Os cabides devem ser, de preferência, idênticos tanto em tamanho como na cor. Assim, as roupas ficam na mesma altura e isso colabora para um visual mais agradável, facilitando na hora de localizar cada peça. Caso não seja possível padronizar todos os cabides, tente utilizar essa regra pelo menos nas mesmas seções ou grupos de peças. A forma certa de posicionar as roupas é de frente para a entrada do closet e os cabides devem ficar sempre virados para o fundo do armário, facilitando a retirada. Dessa forma, os giratórios são uma boa opção. No caso das calças, coloque as pernas para fora e os ganhos para o fundo do armário. Para facilitar a visualização e evitar que as roupas amassem, pendure apenas uma peça por cabide. Somente se o espaço não permitir, agrupe no máximo 3 peças de tecido fino, dan-

do preferência a peças de tamanho e modelo semelhantes para evitar a desarmonia visual. A melhor maneira de pendurar calças e blusinhas finas femininas é em cabides infantis, como o tamanho é exato, isso evita que as peças escorreguem. Prefira os cabides com ganchinhos, que servem para comportar aquelas alcinhas auxiliares que algumas marcas de roupa costumam colocar. Para as saias, utilize os de clips, de preferência os de silicone, para não marcarem as roupas. Roupas maiores ou com decotes devem contar com o auxílio de feltros ou silicones nas ombreiras dos cabides, para evitar que elas deslizem. Para evitar que as roupas amassem, deixe no mínimo um dedo de distância entre os cabides. Existem cabides específicos para cintos e gravatas. É a melhor forma de guardá-los, pois não amassam e ocupam menos espaço.

NAS GAVETAS Gavetas são compartimentos perfeitos para peças pequenas, como roupas íntimas, meias, roupas de ginástica, etc. Separe uma gaveta para cada uma dessas categorias. Para manter as gavetas organizadas as divisórias tipo colméias são muito úteis. E quanto maiores, mais peças podem ser guardadas. Cuecas e calcinhas devem ser dobradas como envelope e guardadas em fileiras organizadas por cor, tipo de uso ou material. As calcinhas também podem ser guardadas dentro do sutiã do conjunto. Por falar em sutiãs, os com bojo devem ser guardados abertos e encaixa-

dos uns nos outros. Roupas de banho seguem o mesmo princípio. Não enrole uma meia dentro da outra. Para que não estraguem, apenas dobre os pares juntos.Deixe uma gaveta apenas para as roupas de ginástica e separe-as por tipos (tops, shorts, bermudas, leggings, etc) e por cor. Uma outra opção é agrupar por conjuntos dobrando o top dentro da legging. Também separe uma gaveta para pijamas e camisolas. As mais finas, que não mantêm a dobra, podem ser penduradas nos cabides infantis.

NAS PRATELEIRAS São os espaços mais versáteis e servem para guardar camisetas, moletons, malhas, lãs, além de bolsas e sapatos. Nelas também podem ficar as caixas, que guardam lenços, bolsas pequenas, acessórios, etc. Camisetas e casacos devem ser dobrados e empilhados nas prateleiras. Apenas tecidos que não amassam podem ser guardados em forma de rolinhos. Dobre todas as peças do mesmo tamanho. Se necessário use uma pasta

ou revista como gabarito. E deixe sempre algum detalhe da peça para cima, facilitando sua identificação. O ideal é manter pelo menos 2 dedos de distâncias entre as pilhas para que elas não se misturem. Também evite pilhas muito altas. A altura ideal entre as prateleiras para roupas é de 25 cm. Quando as prateleiras forem muito espaçadas, coloque uma intermediária. Se for o caso, use um aramado.

BOLSAS Guarde-as em prateleiras ou nichos organize-as por estilo, tamanho e cor. Carteiras e bolsas menores também podem ser colocadas em caixas ventiladas. Para conservar o couro sem dobras, é aconselhável mantê-las cheias com papel de seda.

Caso não tenha prateleiras o suficiente para elas, guarde-as em gavetões ou em baús. Se tiver uma parede sobrando, coloque as menores penduradas em ganchinhos. Se preferir guardar as bolsas em saquinhos, opte pelos de TNT, que mantém a ventilação.

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SAPATOS As sapateiras devem ficar na parte inferior dos armários ou closets, ou numa parte só para eles, mas sempre distante das roupas. Organize os sapatos de acordo com a cor e o uso. Em sapateiras cuja profundidade só abriga um sapato ou nas corrediças, guarde-os com o bico pra frente, mas se tiver pouco espaço, otimize-o colocando um pé de frente e o outro pra trás, encaixando-os. Em sapateiras profundas e sem corrediça, coloque cada sapato em frente ao seu

par. Isso facilita a visualização de todos os sapatos que você tem, não correndo risco de deixar um par esquecido no fundo do armário. Nunca coloque um sapato em cima do outro, para não estragá-los. Caso prefira guardá-los em caixas, opte pelas que possuem visor ou coloque uma etiqueta, para que possa identificá-lo rapidamente. Já os saquinhos devem ser de TNT e com visor, para permitir a visualização e a respiração.

DICAS IMPORTANTES Aproveite a arrumação pra descartar peças antigas e encaminhar roupas com defeitos para a costureira. Organize seu guarda-roupa por estação do ano. Deixe as peças de uso mais frequente nos espaços mais acessíveis e, se tiver pouco espaço, guarde a roupa que está fora da estação em caixas, malas ou baús, e faça sempre um rodízio.Antes de guardar a roupa ou o sapato após o uso, deixe-os tomar um ar. Isto evita futuras manchas amareladas ou mofo. Peças menos usadas, como ternos ou vestidos de festa podem ser guardados em capas, mas opte pelas de TNT que permitem a ventilação. Nada de deixá-los nos

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sacos da lavandeira, que ocupam espaço e não deixam a roupa respirar. Um bom espelho é essencial, tente colocá-lo num lugar que você tenha distância o suficiente para se enxergar de corpo inteiro. Se o espaço permitir, coloque um banco ou um pufe para se sentar na hora de calçar os sapatos. Deixe uma escada desmontável à mão para alcançar as prateleiras mais altas. Sempre que retirar uma peça do cabide separe-o em um dos cantos do armário, para que não fique perdido entre as roupas.


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