Inspiration Trip

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Revista

PONTOS TURÍSTICOS

INSPIRATION TRIP amsterdã arte

Grandes mestres do mundo da arte da era de ouro da Holanda.

Arquitetura

Obras arquitetônicas avant-garde baseadas em tecnologia de ponta.

PONTOS TURÍSTICOS

Lugares que precisam ser visitados quando viajamos para Amsterdã.

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PONTOS TURÍSTICOS

INSPIRATION TRIP A Inspiration é uma revista voltada ao público que trabalha com a criatividade, mostrando a cada mês uma região diferente com o objetivo de extrair o maximo possivel de sua essência servindo de inspiração para diferentes profissionais. Nesse revista especificamente mostraremos a capital da Holanda, Amsterdã apresentando sua cultura, seus artistas,arquitetura peculiar, design. O nome “Inspiration Trip” significa Viagem de Inspiração, portanto essa revista não se restringe apenas em mostrar pontos turísticos mas sim conteúdo que sirva de expência para o conhecimento dos leitores.

Editor: João Cláudio Projeto Gráfico-Editorial: João Cláudio Seleção e tratamento de imagens: João Cláudio Editoração: João Cláudio de Souza Neto Colaboradores: Indesign, Illustrator e Photoshop Fontes: Lato, Roboto e Bebas Neue Assessoramento: Ildo Francisco, Genilda, Carlos Davi, Inara Formato: 190x270mm Papel: Couchê 90g Impressão: Offset

Esse trabalho é experimental, sem fins lucrativos e de caráter puramente acadêmico, desenvolvido pela aluno João Cláudio como exercício de projeto para a disciplina de Projeto de Design Editorial do curso de Design da Faculdade Energia no semestre de 2015-2. Não será distribuído, tampouco comercializado.


PONTOS TURÍSTICOS

bEM-VINDO A

AMSTERDã

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sumário

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06 12

13 pontos turísticos Teatros

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07

Ballet e dança

Arquitetura

Música

Cidade inclinada

HISTÓRIA E CULTURA

Vida noturna

Cidade incomum

Coffee shops

Clássicos da arquitetura

Linha do tempo

Vida noturna

04 Amsterdã l Inspiration Trip l 2015

Arquitetura contemporânea


00 28

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17 infográfico 5 peculiaridades das casas de amserdã

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31 ENTREVISTA

arte e conceito

Melhores bairros

Grandes mestres

Estações do ano

Museus de arte

Bebibas locais

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história e cultura

conhecendo

amsterdã

cidade incomum Amsterdã, cidade portuária, capital da Holanda: charmosa com seus vários canais, respira um ar jovial, cosmopolita, como o atrativo extra de ser uma cidade incomum do ponto de vista social. “A cidade de todas as liberdades”, como a qualificou um residente ilustre. O nome vem de “Amster”, do rio Amstel, que a corta (é nome também de uma famosa cerveja holandesa) e “dã”, derivado do nome de uma represa. Água e continente, elementos muito presentes nos “países baixos”: com seus 760 mil habitantes, Amsterdã é o ponto principal de uma grande zona urbana num país pequeno, cortados por rios e canais. A Holanda é muito populosa (tem quase 17 milhões de habitantes numa pequena zona geográfica) e a sua pujança econômica é notável - é o quinto centro econômico da Europa, isso é algo notável. Capital e centro nervoso da Holanda, com 725 mil habitantes, é a lendária cidade de canais, onde cada grupamento de quarteirões é uma ilhota ligada à outra por charmosas pontes. Com alguns dos melhores museus da Europa, também é lembrada por sua cultura cosmopolita e liberal, desde

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os tempos das guerras religiosas entre católicos e protestantes às perseguições aos judeus até o presente, quando é considerada a capital gay européia. Ruas com prostitutas em vitrines, sex shops e uma idéia muitas vezes equivocada do uso livre de narcóticos fazem a imagem junkie de Amsterdam. Seja como for é uma das cidades mais encantadoras do continente europeu, especialmente no verão, tornando-se uma visita imperdível, nem que seja por pouco dias para quem está em Paris ou Londres. A área central da cidade (onde se localizam as atrações e albergues) lembra uma teia de aranha, constituída de canais em formato oval, partindo de um topo que é a estação central, por onde passam quase todas as linhas de bonde. As ruas saem deste foco como raios, cortando as elipses dos canais. Uns 400m ao sul da estação está o coração histórico da cidade, a Dam, a praça com a catedral e a antiga prefeitura. Outras praças importantes e pontos de referência são Leidseplein e Rembrandtplein. Duas palavras básicas para entender a formação urbanística da cidade: “straat” quer dizer “rua” ou “estrada”, e “gracht” significa “canal”.


história e cultura

“Ponte sui canali di amsterdam”

linha do tempo Amsterdã como cidade nasceu no século XII como um povo de pescadores, essa foi a sua origem, a cidade foi fundada por pescadores ao longo do rio Amstel, pelos séculos XII ou XIII, pouco a pouco floresceram as vivendas e a população ao redor desse ponto com uma economia fundamentalmente pesqueira. A história de Amsterdam remonta a 8 séculos atrás, mas foram 8 séculos de uma intensidade incrível. Desde então, o desenvolvimento desta cidade, uma das mais jovens da Europa, foi impressionante, já no século XIV, a principio, Amesterdam obteve o direito de ser cidade, e o seu portoa marítimo deu-lhe uma importância econômica de destaque como porto marítimo. Durante o século XVI a Holanda entrou em conflito com a Espanha, a conhecida batalha de Flandres que se prolongou durante mais de 80 anos, finalizando com a independência da Holanda de Espanha. Foi então quando o país começou a sair de baixo da liberdade e do respeito por todas as crenças, essa medida, não muito na moda na Europa naqueles tempos, levou à chegada de judeus oriundos de Espanha e Portugal à zona,

assim como de comerciantes de todos os cantos da Europa onde eram perseguidos pelas suas crenças que possuiam. Chegados ao século XVII, a cidade vive a sua idade de ouro, convertendo-se em tempo recorde numa das cidades mais ricas do mundo, fundamentalmente devido a sua atividade comercial que se vivia no seu porto e nos arreodres do mesmo, desde onde zarpavam bascos até todas as latitudes. Tinha-se criadouma impressionante rede comercila em torno da Holanda, e isso era algo de impressionante e que dava numerosas possibilidades à cidade, a capital de um país que tinha passado de colônia a colonizador, disparando o numero da sua população dos 1000 do século XVI aos 300,000 de fins do século XIX, e os 800,000 no século XX, população que desde então se tem mantido constante na capital holandesa. Durante todos esses séculos, a Holanda viveu maus momentos nas suas disputas com os ingleses e franceses, sendo este últimos, durante as guerras de napoleónicas, os que mais fortunas arrebataram na região. Atualmente a cidade não vive nenhum tipo de conflito.

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PONTOS TURÍSTICOS

lugares

que valem visitar A cidade de Amesterdã oferece um grande numero opções a nível de entretenimento de classe mundial. Esta cidade é, por vários séculos, uma das mais importantes a nível cultural. Uma variedade de performances é realizada em vários lugares por toda a cidade. Existe também, vários formas de entretenimento de baixo custo, performances especiais, festivais e eventos de conteudo cultural em geral. Uma grande variedade de artistas de rua e bandas ao vivo em bares e cafés completam o, já bastante rico, plano cultural da cidade.

01 TEATROS Amesterdã como sendo uma importante cidade a nível de teatro tem, a cada noite, uma variedade de espectáculos para oferecer. Você pode também encontrar teatro de qualidade em língua inglesa em Amesterdã. A maioria dos grandes teatros estão localizados em redor de Leidseplein, e na rua Nes que fica proximo. A nível de comédia, você não pode perder o Boom Chicago. Para a nível de improvisação, dê uma olhada pelo Easy Laughs localizado no Crea Muziekzaal Theater, onde uma excelente equipa de comédia proporciona espectáculos todas as sextas e sábados. “Stadsschouwburg”

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PONTOS TURÍSTICOS

02 Ballet e dança Existem duas companhias de classe mundial nos Países Baixos. O reconhecido Ballet Nacional Holandês é um dos grupos residentes no Muziektheater, o reportório contem tanto dança clássica como dança moderna. Outro grupo, o Netherlands Dans Theater localizado em Haia, actua regularmente em salas de espectáculo por toda a cidade. “Het Nationale Ballet”

03 MÚSICA

“Orquestra Real”

Amesterdã possui uma das melhores orquestras sinfónicas do mundo – A Orquestra Concertgebouw, e uma ópera com uma tradição bastante rica. A cidade está sempre cheia de vida com música ao vivo, em vários salas de concerto, discotecas e cafés de Jazz. No verão, concertos podem ser apreciados nos vários parques espalhados por toda a cidade. Em bares e cafés por toda a cidade de Amesterdã musica ao vivo está presente sete noites por semana; você apenas tem de saber por onde procurar. Tudo desde Mississippi blues até bluegrass, improvisações de jazz e musica clássica, até underground hip-hop, música electrónica e dancehall reggae, você pode encontrar aqui. Perca tempo antes da sua visita a Amesterdã para saber qual são os espectáculos de música que estão a acontecer na cidade durante a sua visita. Os locais de Amesterdã adoram os concertos que ocorrem na cidade, e por isso tenha consciência que qualquer grande performance vai esgotada rapidamente. Porém, existem sempre alguns de reserva para ver vendidos à porta dos espectáculos – isto claro, se não se importar das intermináveis filas que podem acontecer nestas alturas.

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PONTOS TURÍSTICOS

04 vida noturna Quando a noite cai, Amesterdã começa a despertar, especialmente na primavera e nos dias de verão. Enquanto todos os cinemas e teatros têm bastante procura, as discotecas, cafés e restaurantes estão cheios de uma multidão cheia de energia e amigável. O bairro conhecido de Amesterdão Red Light District, um velho bairro da cidade perto da grande igreja chamada Oudekerk (Igreja velha), não longe da Praça Dam, é invadida por grupos de turistas. Eles vêm para observar as raparigas que trabalham exibindo-se cheias de charme nas suas janelas. Existe também uma área de muitas discotecas, pequenos restaurantes e cafés. Uma grande praça da cidade, Leidseplein com teatros, cinemas, cafés, próximo do casino e

discotecas é também um lugar muito procurado durante a noite. Outra, quase sempre, praça cheia de gente – Rembrandtplein, com as suas discotecas e cinemas próximos e o antigo bairro de Jordan com os seus cafés e restaurantes é também muito popular nessa região. Em Amsterdã a prostituição é um trabalho legalizado, tratado como qualquer outro. Ali, assim como no resto da Holanda, prostitutas têm direitos trabalhistas, pagam impostos sobre o que recebem e se organizam para lutar por melhores condições de trabalho. Nada diferente dos dentistas, operários ou advogados. Para trabalhar no ramo, é obrigatório ter mais que 18 anos e ser cidadã legal de qualquer um dos países da União Europeia. Igualdade para todos.

“Red Light District”

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PONTOS TURÍSTICOS

“The Bulldog Coffee Shop”

05 coffee shops Não é segredo para ninguém que Amsterdã é uma cidade liberal – muito pelo contrário, os holandeses têm orgulho disso. E não podia mesmo ser diferente, afinal enquanto boa parte do mundo ainda tem dificuldade para discutir sem preconceitos temas polêmicos, como prostituição, uso de drogas e casamento gay, por lá as coisas parecem estar mais bem resolvidas. Tão bem resolvidas que se os guia turísticos das empresas de viagem perguntam se os visitantes gostaríam os levassem a um coffeeshop. Ou seja, as lojas que vendem, com autorização do governo, não café, mas maconha. Os coffeeshops existem desde os anos 70 na Holanda, como resultado de uma política de drogas mais tolerante. O objetivo dos governantes era claro: diferenciar drogas leves (soft drugs -haxixe, maconha, remédios para dormir e sedativos) das pesadas (hard drugs, ou cocaína, heroína, ex-

tasy, etc). Com isso, seria possível descriminalizar o usuário recreativo das drogas de primeiro tipo e facilitar o combate ao tráfico, ao crime organizado e consequentemente à violência. Com tantos estabelecimentos, dá para encontrar de tudo: do decrépito ao com aparência de café bonitinho. Eles estão por todos os lados da cidade. Para entrar em um, não se esqueça de levar seu passaporte. O documento é analisado na entrada, para evitar visitas indesejadas de menores de idade. A organização do lugar impressiona: parece uma combinação de café com pub, pessoas sentadas em suas mesas conversando, outras no balcão. Um letreiro indica as ofertas de bebidas: café, cappuccino, latte… Um cardápio exibe itens com várias graduações de THC, a substância psicoativa da droga. No blog Janela Laranja você encontra posts sobre como escolher o que consumir.

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PONTOS TURÍSTICOS

06 CANAIS E BARCOS Muito do sucesso do sistema de canais de Amsterdã deve-se ao planejamento da cidade. No começo do Século XVII, com a alta imigração, um plano foi posto em ação, consistindo de quatro meios-círculos principais, concêntricos com término na Baía de Amsterdã. Conhecido como “grachtengordel” três dos canais foram usados mais como desenvolvimento residencial (Herengracht ou Canal dos Patrícios; Keizersgracht ou Canal do Imperador; e Prinsengracht ou Canal do Príncipe) e um quarto, mais externo, Singelgracht, para propósitos de defesa e manejo da água. O plano também visava interconectar os canais em torno de um raio; um conjunto de canais paralelos no bairro de Jordaan; a conversão de um canal perimetral interno já existente (Singel) com propósito defensivo alterando-o para fins comerciais e residenciais; e mais de 100 pontes. O propósito defensivo do Nassau/Stadhouderskade foi servido por um fosso e diques, com comportas de trânsito mas sem estruturas de alvenaria na epóca. A primeira vez que se vê os canais cortando Amsterdam, no Google Maps, não parece que eles são tão funcionais. Quer dizer, claro, eu imaginamos que deveriam ter tido um propósito em algum ponto do passado, mas hoje em dia eles estariam lá mais por legado, mais enfeitando a cidade do que tendo serventia real. Chegando aqui vamos percebendo que os canais eram uma parte muito útil e muito utilizada da cidade. Atualmente eles são uma via de transporte como outra qualquer, com tudo que é tipo de veículo flutuante passeando por eles, desde minúsculos botinhos com apenas uma pessoa até enormes cargueiros cheio de coisas. Por toda a parte dos canais você vê barcos atracados, lado a lado com carros estacionados, o que dá bem essa noção de que os canais são ruas líqüidas cortando as cidades holandesas.

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PONTOS TURÍSTICOS

Há também as famosas casas flutuantes de Amsterdã, que são barcos modificados pra servirem como moradia, permanentemente atracados no mesmo lugar (a não ser para manutenção). Hoje em dia eles são ligados à rede de água, eletricidade, gás (é obrigatório que tenham aquecimento) e, sim, de esgoto - nada de dar descarga no canal. Aliás, nada de fazer xixi, jogar lixo ou outras coisas no canal - é proibido, embora aconteça, claro. O caso mais notório é o das milhares de bicicletas que encontram o seu destino final nos canais de Amsterdã (e de outras cidades holandesas com canais e bicicletas, aliás. Falo de Amsterdã aqui, mas vários destes fenômenos são holandeses e não restritos à capital.) A coisa é tão típica que no Museu Histórico de Amsterdam tem exposta uma bicicleta que ficou décadas no fundo de um canal até ser retirada e colocada lá. Você entra no museu e tem o trecão lá. cheio de cracas. Aliás, muita gente se pergunta porque os holandeses jogam bikes nos canais. Os motivos são diversos, e consiguimos imaginar alguns. Às vezes a magrela excedeu sua vida útil, e não compensa mais arrumar. Muitos deixam elas abandonadas nas ruas, mas alguns mandam a infeliz nadar. Em outros casos, são bikes roubadas pelos junkies que, ao não encontrarem fregueses, dão um fim na evidência. E em outros casos, são turistas que compram as bikes roubadas dos junkies, passeiam com elas, e antes de viajar, completam a babaquice sujando o canal. Principalmente no verão, quando o tempo fica melhor, vemos muitos barcos com vários amigos dentro comendo, bebendo e ouvindo música, dividindo os canais com barcos enormes de carga e barcos menores com executivos indo trabalharOutra coisa que chama a atenção é que os canais, na sua maior extensão não têm nenhuma grade de proteção.

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ARQUITETURA PONTOS TURÍSTICOS

cidade

inclinada A cidade de Amsterdã é o lar de uma mistura fascinante de obras arquitetônicas . Podemos ver as casas inclinadas típicas do século XVII na beira dos canais e conhecer os projetos mais inovadores em arquitetura e design. Ao contrário de outras cidades europeias, Amsterdã conseguiu integrar o seu rico património arquitetónico com obras arquitetônicas avant-garde baseadas em tecnologia de ponta.

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PONTOS TURÍSTICOS


PONTOS TURÍSTICOS

5 PEculiaridades das casas de

amsterdã

O interessante das diferenças culturais é que você é pego onde menos se espera. Estamos habituados com nosso cotidiano e acabamos achando que “o mundo é assim” quando na verdade sempre somos supreendidos. Nesse caso, os holandeses são mestres na arquitetura e suas casas são bem diferentes em relação as nossas.

janelões As imensas janelas compartilhando a vida com o mundo exterior, inclusive de casas no térreo já começaram a dar uma noção das diferenças culturais manifestadas na arquitetura. Você tá lá, andando na rua, e aquele monte de janelas nos prédios dando acesso à sala, com o sujeito esparramado no sofá vendo TV, ou jantando, ou lendo. Os janelões oferecem uma sensação de amplitude, ocupando grandes espaçosos na parade.

bases menores Se você parar para olhar, algumas casas possuem suas extremedidas maiores que suas bases, dando a perceber que elas vão crescendo conforme se distanciam do chão. Isso tem uma explicação histórica e cultural, pelo fato de os moradores pagarem menos IPTU, pois o imposto é calculado a partir das medidas da base do seu terreno construído.

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Infográfico

inclinação Curiosamente as casas em Amsterdã são tortas, totalmente inclinadas para a frente, em ângulos absurdos. É complicado entender incialmente mas se repararmos nos detalhes conseguimos decobrir o porque. Como as casas são muito estreitas e com escadas íngremes, os móveis são içados por um gancho no topo do prédio e entram pelas janelas, que são muito amplas. A inclinação nas casas é proposital pois evita que os móveis se choquem contra a fachada das casas. No gráfico nós estamos simulando como seria quando os moradores querem colocar ou tirar algum movel de sua casa, içando o por cordas no gancho na parte superior da estrutura.

V I S Ã O F R O N T A L

V I S Ã O

banheiro É comum as casas terem apenas um banheiro. Às vezes ela tem um lavabo, com pia-privada e um banheiro com pia-banheira mas sem privada! Se privada e banheiros são luxos, banheiras nem tanto. É bem mais comum que no Brasil. E nada de box de vidro, quase nenhum lugar tem.

D E P E R F I L

área de serviço Eu jurava que tanque era que nem banheiro, toda casa tinha. Tem não. Aqui na Holanda inexiste o conceito ou o aparato de tanque. Tanque de lavar roupa, saca, aquele treco super prático pra lavar pano de chão, tênis que pisou em titica de cachorro (uma praga de Amsterdã), caixinha de areia dos gatos, essas coisas. Se vire com a pia ou banheira, que geralmente algumas ficam no sótão.

angulação 2015 l Amsterdã l Inspiration Trip 17


arquitetura

Clássicos da Arquitetura

“Het Schip”, ou O Navio, é uma estrutura construída de acordo com os ideais da “Amsterdamse School” (Escola de Amsterdam). A Escola de Amsterdam foi um movimento entre 1910 e 1930. Uma das características desse estilo é o uso de tijolos.

Museu Het Schip O prédio foi projetado em 1919 pelo arquiteto Michel de Klerk e continhaW casas populares, uma sala de reunião e uma agência dos correios. Hoje, O Navio é um museu que conta a história do prédio e explica os ideais da Escola de Amsterdam. Você pode visitar muitas exposições e participar de passeios guiados no monumento. Após a visita Ao museu O Navio, você vai, de repente, ver a Escola de Amsterdam em todos os lugares. Esse local abre os olhos de todos que queiram saber mais sobre a arquitetura e a cidade de Amsterdam. Michel de Klerk foi o princi-

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pal arquiteto do movimento da escola de Amsterdã, no início do século XX, e seu legado é o principal exemplo desse estilo na cidade. Fortemente influenciado pelas obras de Hendrik Berlage, o projetista da Bolsa de Valores (Beurs van Berlage), o Het Schip de De Klerk é encontrado ao norte do Westerpark e foi concluído em 1921. Era para ele ser um vasto prédio de apartamentos destinados a proporcionar moradia para mais de 100 famílias de empregados ferroviários e combater uma grave crise da habitação na cidade.


arquitetura

Kleine Trippenhuis O anel de canais em Amsterdam contém várias casas mais estreitas do que o normal. Uma das mais famosas é a construção no nº 7 da Singel, frequentemente chamada de a casa mais estreita no mundo. Com uma largura de apenas um metro, a casa é apenas um pouco maior do que a porta da frente Na Klovenierburgwal 26, fica uma casa com uma linda cornija e apenas 2,44 metros de largura. A casa é conhecida como “Kleine Trippenhuis”, ou “casa do cocheiro do Sr. Trip”. Por coincidência, do outro lado da rua, no número 29, fica uma construção com 22 metros de largura, o que faz dela a casa mais larga de Amsterdam. Ela foi construída em 1660 pelos ricos irmãos Lodewijk e Hendrick

Trip. Diz a lenda que, certo dia, o cocheiro do Sr. Trip disse: “Por Deus, eu já ficaria feliz se minha casa tivesse a largura da porta da casa do meu patrão”. O Sr. Trip ouviu isso e fez com que o desejo do cocheiro fosse realizado. Para passar por uma experiência ainda mais “estreita”, visite a casa mais estreita da Europa, localizada na Oude Hoogstraat 22 Essa minúscula casa tem uma empena em forma de sino, típica de Amsterdam. A fachada tem apenas 2,02 metros de largura, e a casa em si tem 6 metros de profundidade. Medindo apenas 100 centímetros de largura, a Trompettersteeg é a rua mais estreita de Amsterdam. A rua fica no distrito de Wallen e, em ambos os lados, prostitutas posam atrás das janelas. Estação Central A Estação Central de Amsterdam foi aberta em 1889. A maior parte do complexo foi desenhada pelo arquiteto Pierre Cuypers e por outro conhecido, arquiteto e engenheiro Dolf van Gendt. Assim como muitos outros prédios de Amsterdam, a Estação Central foi construída inicialmente sobre estacas de madeira, o que, inicialmente, causou afundamento. Mais de um século mais tarde, é uma das estações mais movimentadas e confiáveis da Holanda, com cerca de 300.000 viajantes por dia. Um aspecto típico da Estação Central de Amsterdam são os abrigos de trens com teto curvado. O maior abrigo tem 45 metros de largura. As armações e fachadas foram decoradas.

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arquitetura

Arquitetura contemporânea

EYE, o museu do filme em Amsterdam, convida os visitantes para assistir a filmes em suas quatro telas, explorar a área de mostras, o porão interativo, a loja e o restaurante e café do museu. No EYE Amsterdam, o instituto de filmes da Holanda, você conhecerá todas as facetas dos filmes e da cinematografia.

EYE EYE é o único museu da Holanda dedicado exclusivamente a filmes e a cinematografia. O EYE exibe filmes como arte, entretenimento, patrimônio cultural e fonte de informações. A instituição oferece mostras e programas correspondentes de olho nos desenvolvimentos atuais, históricos e artísticos, com especial atenção ao público jovem também. Além dos filmes para crianças e famílias, o EYE também organiza programas educacionais e atividades para crianças e adultos. O novo EYE - Instituto de Filmes da Holanda - fica no lado norte do rio, de frente para a Estação Central de Amsterdam. A empresa De-

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lugan Meissl Associated Architects, de Viena, projetou um complexo com quatro telas, 640 assentos e 1.200 metros quadrados de espaço para mostras Com design contemporâneo, ele foi projetado pelo escritório austríaco Delugan Meissl, e sua construção se iniciou em 2009. Localizado às margens do rio Ij e fora do centro histórico da cidade, o EYE é acessível pela parte de trás da Central Station. Num jogo de linha oblíquas e transparência, a arquitetura do local propicia um interessante jogo de luzes e sombras, fazendo com que elementos naturais como o sol e a água tornem-se parte integrante do espaço interno, envolvendo o visitante numa atmosfera única, repleta de efeitos visuais.


arquitetura

ARCAM A fundação ARCAM quer informar e inspirar as pessoas sobre a arquitetura em Amsterdam e redondezas. Por isso, o centro organiza palestras, encontros, exposições e outras atividades para promover a arquitetura do local. A prioridade do ARCAM é ser um centro de informações para todos que querem saber mais sobre arquitetura na região de Amsterdam. A organização também coordena e inicia novos projetos criados. Por último, porém não menos importante, você também pode visitar exposições no ARCAM que demonstram os mais recentes desenvolvimentos arquitetônicos criados em Amasterdã e região.

O melhor lugar para saber tudo sobre a arquitetura de Amsterdam e região é o ARCAM. Fica no centro de Amsterdam, e a entrada é gratuita. Tem sempre uma exposição interessante acontecendo por lá. Para os que não são exatamente aficionados por arquitetura, mesmo não entrando vale a pena passar por lá ao menos para dar uma espiada na fachada de sua estrutura. O ARCAM é um pavilhão pequeno, com três andares, com uma cara bem futurista, na orla, no caminho entre o Museu NEMO e o Museu Marítimo. Vindo da estação central de trens é uma caminhada de cerca de 15 minutos para chegar.

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PONTOS TURÍSTICOS

gRANDES

mestres

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PONTOS TURÍSTICOS

Velhos Mestres

HOLANDESES DA ERA DE OURO

“Moça com brinco de pérola” - J. Vermeer

A Era de Ouro da Holanda abrange a maior parte do século XVII. A primeira metade do século foi tomada pela Guerra dos Oitenta Anos: a guerra contra a Espanha pela independência da Holanda. Após ganhar sua independência, a República Holandesa unida governou o país em paz pela segunda metade do século. Nesse período, exploradores holandeses descobriram novos territórios e se instalaram em terras estrangeiras. O comércio da Companhia das Índias Orientais prosperava, e os heróis das batalhas navais foram condecorados e tornaram-se heróis nacionais. Durante esse período, os Velhos Mestres Holandeses começaram a prevalecer no mundo da arte, criando uma profundidade de retratos realistas das pessoas e da vida na área que nunca foi superada. A Era de Ouro refletida na arte

Museus e tours da Era de Ouro

Os pintores da Era de Ouro ilustravam as cenas que seus patrões da nova classe média queriam ver. Essa nova riqueza vinda do comércio e da exploração, combinada com a ausência de patrocínio pela igreja, fez com que os temas da arte passassem do bíblico para o mundano, o que foi uma grande inovação. Eram populares naturezas mortas representando itens do dia a dia, paisagens e marinhas que refletiam o poderio naval e comercial de que a República gozava. Retratos de grandes grupos também são comuns: com frequência uma milícia ou organização cívica, como na pintura de Rembrandt Ronda Noturna. Embora Rembrandt e Vermeer tenham perdido popularidade em sua própria época, eles se tornaram o parâmetro pelo qual o mundo julga os Velhos Mestres da Holanda.

Muitos museus e prédios do interior e das cidades da Holanda refletem a Era de Ouro do país. O Rijkmuseum e o Scheepvaartmuseum em Amsterdam ficam em construções dessa época e contêm muitas obras dos Velhos Mestres Holandeses. Há muitas opções de tours pelo país com o tema da Era de Ouro: passeios de trem incluem Delft, Haia, Amsterdam, Gouda, a arquitetura e pinturas da Era do Ouro e galerias cuja arte reflete as grandes tradições do passado. Uma visita a esses museus enriquece o conhecimento dos visitantes sobre a Holanda e sua ilustre história. Quando falamos dos Velhos Mestres Holandeses, geralmente nos referimos a Rembrandt, Vermeer e Frans Hals, entre outros. Esses são os pintores dos anos entre 1605 e 1680, aproximadamente: a Era de Ouro da Holanda. 2015 l Amsterdã l Inspiration Trip 23


arte e conceito

quem eram os grandes mestres? Pieter Claesz - um mestre da natureza morta;

Frans Hals - mestre original do retrato;

“Silverware and lobster” Rembrandt van Rijn - tornou-se o maior retratista do mundo durante a Era de Ouro da Holanda.

“Luitspelende nar” Jan Steen - ficou famoso por suas pinturas de taverna na mesma época em que Rembrandt pintava seus grandes retratos.

“Cristo na Tempestade no Mar” Pieter de Hooch e Johannes Vermeer - da segunda metade do século XVII, foram os grandes pintores de gênero da época, embora Vermeer só tenha sido reconhecido após sua morte.

“Die Goldwagerin” 24 Amsterdã l Inspiration Trip l 2015

“The Dancing Couple.” Rachel Ruysch - é famosa por suas pinturas de flores no final do período, e é uma das poucas pintoras a ganhar fama por suas obras nesse período.

“Rosenzweig mit Käfer und Biene”


arte e conceito

museus de arte Van Gogh Museum Considerado uma das principais atrações de Amsterdã o Van Gogh Museum justifica plenamente as indicações, a espera na fila, a galera disputando um espacinho na frente de uma das diversas e abundantes obra primas da sua coleção, que inclui não são só as feitas pelo homenageado, mas também de contemporâneos, influências e amigos. O prédio é legal e razoavelmente moderno e a iluminação é excelente, o que não é pouca coisa, como qualquer um que ja ficou se contorcendo pra tentar enxergar uma obra prima através do reflexo do vidro de proteção sabe (Uffizi, é com você mesmo). Além disso, há informações abundantes (em inglês e holandês) e você consegue seguir as várias fases da vida do Vincent. Uma que não foi fácil, a propósito.

O prédio é legal e razoavelmente moderno e a iluminação é excelente, o que não é pouca coisa, como qualquer um que ja ficou se contorcendo pra tentar enxergar uma obra prima através do reflexo do vidro de proteção sabe. Além disso, há informações abundantes (em inglês e holandês) e você consegue seguir as várias fases da vida do Vincent. Uma que não foi fácil, a propósito. Pobre Vincent foi um profundo perdedor, praticamente sem amigos, sem grana (dependeu do irmão até pra comprar as tintas dos seus quadros, não mencionando a comida) e, o mais deprimente, sem reconhecimento em vida. Sofreu com uma doença psicológica até hoje indeterminada e, apesar de tudo isso, era um tremendo gênio.

Rijksmuseum O Rijksmuseum é dedicado à artes e história. Ele tem uma larga coleção de pinturas da idade de ouro neerlandesa e uma substancial coleção de arte asiática. O museu foi fundado em 1800 na cidade da Haia para exibirW a coleção do primeiro-ministro. Foi inspirado no exemplo francês. Pelos neerlandeses ficou conhecida como Galeria de Arte. Em 1808 o museu mudou-se para Amsterdã pelas ordens do rei Louis Napoleón, irmão de Napoleão Bonaparte. As pinturas daquela cidade, como A Ronda Nocturna de Rembrandt, tornaram-se parte da coleção. 2015 l Amsterdã l Inspiration Trip 25


arte e conceito

Em 1885 o museu mudou-se para sua localização atual, construído pelo arquiteto neerlandês Pierre Cuypers. Ele combinou elementos góticos e renascentistas. O museu tem um posição proeminente na Praça do Museu, próximo ao Museu van Gogh e ao Museu Stedelijk. A construção é ricamente decorada com referências da história da arte neerlandesa. A Ronda Nocturna de Rembrandt tem seu próprio corredor no museu

desde 1906. Desde 2003 o museu sofreu restaurações, mas as obras-primas são constatemente presentes para o público. A coleção de pinturas inclui trabalhos de artistas como Jacob van Ruysdael, Frans Hals, Johannes Vermeer e Rembrandt e de alunos de Rembrandt. Em 2005, 95% do museu está fechado para renovação, mas as pinturas da coleção permanente ainda estão em mostra em uma exibição especial chamada As Obras-primas.

Mauritshuis Um museu pequeno, mas atulhado de obras primas imortais, e localizado numa linda casa que pertenceu a Maurício de Nassau, um grande conde da das regiões da Holanda. A primeira obra do Rembrandt, a Lição de Anatomia do Dr. Tulp, está lá. A mega famosa Menina com brinco de pérola do mestre Vermeer também. E já que estamos falando de obras primas de Vermeer, uma das suas raras pinturas externas, a Visão de Delft emocionou Van

Gogh, enfim vale cada minuto dentro deste museu. Uma coisa que os visitantes de museu sempre fazem, a menos que seja proibitivamente caro, é pegar o audio guide. Eles gostam bastante de ouvir os insights e informações extras que, embora superficiais pra quem estuda arte, ajudam muito iniciantes. Então, na Mauritshuis, o audio guide é muito bom. Quando você fica diante do quadro Vista de Itamaracá do Frans Post, considerada a mais

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antiga pintura feito por um profissional nas américas, justamente de um holandês no Brasil, o audio guide pronuncia a seguinte frase : “...Brazil, that was at the time a Dutch colony”, Brasil foi colônia holandesa., Enfim, isso é só uma curiosidade. O museu é lindo, o audio guide é bom, a casa lindamente charmosa, e tem ainda duas grandes vantagens: aceita a museumkaart e fica ao lado do Binnenhof, o antigo parlamento holandês e outras atrações.


PONTOS TURÍSTICOS

Escher in het Paleis O artista gráfico holandês M. C. Escher é uma referêrencia para muitos designers gráficos por suas imagens que desafiam a perspectiva, fazem mundos impossíveis parecerem viáveis e dão uma noção do que é o infinito. Sua mente se contorce como uma fita de möbius ao tentar abarcar aquelas noções que Escher tão brilhantemente punha em sua obra. Os matemáticos se divertem até hoje com as gravuras de Escher. O Museu em holandês é chamado de Echer in het Paleis, “Escher no Palácio”, porque ele foi inaugurado em 2002 num antigo palácio, onde morou a Rainha Consorte Emma. É uma bela casa também, e visitá-la pra ver as obras produzidas ao longo da carreira de Escher.

Uma das coisas mais legais é acompanhar a evolução do artista: suas primeiras obras tentavam reproduzir perspectivas complicadas, cada vez mais complexas, enquanto ele dominava a técnica para depois, mais pra frente na carreira, passar a quebrar as regras que aprendera tão profundamente. O museu apresenta uma exposição permanente de um grande número de xilogravuras e litografias de M.C. Escher, entre eles o mundo gravuras famosas, Ar e Água (aves se tornam peixes); Belvedere (de dentro para fora de um Folly); Cachoeira (onde a água parece fluir para cima); Desenho. (duas mãos puxando um ao outro) Escher in Het Paleis mostra os primeiros belas paisagens italianas, as muitas cópias de espelho e uma escolha de de-

senhos tesselation, também as três versões do Metamorphosis, desde o primeiro pequeno, para o terceiro, de 7 metros. Isto é mostrado num círculo. Sublinha a nova visão do museu sobre a obra de MC Escher. O terceiro andar do museu é dedicado à ilusão óptica.

2015 l Amsterdã l Inspiration Trip 27


ENTREVISTA PONTOS TURÍSTICOS Amsterdã

a melhor maneira de

descobrir

AMSTERDÃ É ANDANDO


Entrevista

Robson Franzói é um curitibano de 26 anos, formado em design e obcecado por descobrir coisas novas. Em 2012 decidiu correr atrás dos seus sonhos e no seu primeiro mochilão descobriu sua grande paixão: viajar! Amante também da fotografia, o garoto criou o blog “Um Viajante” para compartilhar suas histórias, aventuras e clicks pelo mundo.

Como foi sua primeira impressão sobre amsterdã?

Qual a melhor época do ano para viajar para amsterdã?

Amsterdã é uma cidade linda e normalmente está no roteiro de quem visita a Europa pela primeira vez. Bicicletas por toda parte, canais cortando a cidade, tulipas, boa cerveja e muita história. Uma cidade elética que de uma forma ou outra vai te conquistar. Confesso que não morri de amores por Amstedã a primeira vista, mas hoje sinto muita vontade de voltar e redescobrir ainda mais essa pérola da Europa.

A cidade de Amsterdã na Holanda possui estações climáticas bem definidas, com grandes variações de temperaturas e características entre elas. Para você curtir a viagem da maneira mais agradável possível, o ideal é pesquisar sobre a melhor época para viajar para Amsterdam (e Holanda em geral). O que existe de comum em todas as estações é a chuva e a instabilidade do clima, quase sempre presentes em Amsterdã. Geralmente as chuvas não são volumosas. Mas elas são frequentes em qualquer época do ano. Guarda-chuva é um acessório obrigatório na cidade, se bem que o vento forte (frequente) pode atrapalhar um pouco o uso do equipamento. Ainda bem que existe a capa de chuva como opção, embora não seja o traje ideal para sair nas fotos pela cidade. Caso você não queira andar pela cidade com um guarda-chuva ou uma capa de chuva, uma jaqueta a prova d’água já ajuda bastante.

Quantos dias devo ficar em Amsterdã para conhece-la considerávelmente bem? Amsterdã é uma cidade pequena e a maioria das atrações que você vai visitar ficam concentradas em uma parte da cidade. Com isso você ganha tempo e economiza em transporte. Já anote uma dica: a melhor maneira de descobrir Amsterdam é andando – seja a pé ou de bicicleta. A maioria das pessoas sugere 2 dias para ficar na cidade… e eu até concordo, mas nessa entrevista quero te dar a opção de 2, 3 e 4 dias. A diferença entre os roteiros vai estar na sua disposição de visitar os arredores de Amsterdã.

O QUE VOCÊ ACHA QUE SE DEVE VISITAR PRIMEIRO EM AMSTERDÃ? Se você recém chegou na cidade, minha sugestão é colocar um lugar calmo e tranquilo para começar seu primeiro dia. O Vondelpark é uma boa sugestão para isso. Melhor ainda se você se hospedar no mesmo hostel que eu fiquei – o StayOkey Vondelpark. Esse hostel fica praticamente dentro do parque, então depois do café é só abrir a porta e curtir a natureza. Para mim esse hotel é um dos melhores da região onde figuei, apesar de que todos os outros hoteis são muito bons também e oferecem inumeros serviços para os hospedes.

PODES NOS DIZER COMO É AMSTERDÃ EM TODAS AS SUAS ESTAÇÕES ? Inverno No inverno (dezembro a março) o frio é intenso em Amsterdã. A temperatura pode ficar negativa, mas dificilmente fica longe do zero grau. Pode nevar, mas a chuva é mais comum, neva pouco. O bacana dessa estação são os preços (mais baratos), o número de turistas (menor) e a possibilidade de ver e patinar sobre os canais congelados. Os canais podem congelar mesmo sem nevar. A pior parte do inverno é o horário que anoitece, por volta das 16:00 – 17:00. Anoitece muito cedo, deixando o clima mais sombrio (e frio) e desestimulando as atividades ao ar livre. Algumas atrações também fecham mais cedo ou nem abrem no inverno. Mas o clima frio e a noite prolongada são convidativos para um clima romântico e um bom vinho. 2015 l Amsterdã l Inspiration Trip 30


entrevista

Primavera

Verão

Outono

A primavera (março a junho) é considerada por muitos a melhor época para conhecer Amsterdam. O clima já não está tão frio quanto o inverno, os dias são mais longos e a principal característica dessa estação é a floração. Amsterdam e a Holanda possuem muitas flores. E a primavera é o período para vê-las florindo. Sem dúvida é a época mais bonita. A primavera também é a única estação em que o Keukenhof (o parque com lindos campos de tulipas) abre. Na primavera também acontece a maior festa nacional holandesa: o Dia da Rainha em 30 de abril (até 2013). Em 2013 a rainha abdicou e passou a coroa para o filho. E a partir de 2014 ocorre a Festa do Rei em 27 de Abril (a data foi antecipada já que esse é o dia do aniversário do rei). No Dia do Rei os holandeses saem às ruas para comemorar. Isso é bom se você gosta de agito.

Foi no verão (junho a setembro) que eu visitei Amsterdam. Nessa época a temperatura é mais elevada, mas ainda não é calor para os brasileiros da maioria das regiões do Brasil. Em pleno mês de agosto, no ápice do verão e das férias europeias, a temperatura em Amsterdam não passou dos 25 graus nos 4 dias que fiquei por lá. Na maioria dos dias usamos uma blusa ou jaqueta leve, mesmo de dia. À noite fazia uns 12 graus. E teve um dia que baixou uma friaca, com a temperatura por volta dos 12 graus (de dia) junto com chuva gelada e vento forte. Bem frio para um verão. Leve roupa de frio mesmo que você vá para Amsterdam no verão. Nesse dia da friaca nós fomos para Zaanse Schans, um vilarejo perto de Amsterdam. Nessa época dava para ver pelas roupas dos turistas como é que o clima estava chuvoso e frio (em pleno verão por incrivel que pareça).

O outono (setembro a dezembro) também é uma boa época para visitar Amsterdã. A temperatura mais alta já está indo embora e o frio é mais intenso, mas não tanto quanto no inverno. A chuva continua, como sempre. A paisagem é bonita com muitas folhas caindo das árvores. O número de turistas é menor que o do verão, deixando o ambiente mais tranquilo e menos caro. Ah, mas nem tudo é frio e chuva no outono holandês, não mesmo. Um monte de árvore decide que manter folhas custa mais energia do que elas obterão no longo inverno e se livram da cobertura em grande estilo e montam um belo show — um que não me canso de ver nunca. As folhas vão amarelando, amarelando e caindo e se acumulando... é mais trabalho pros garis e donos de quintais, verdade, mas eu acho lindo. É uma das minhas coisas favoritas no outono.

“Jardim das esculturas” 30 Amsterdã l Inspiration Trip l 2015


entrevista

você conheceu alguma bebiba em especial ? A cerveja bock é um tipo de cerveja vendido sazonalmente, e aqui isso é levado a sério. Elas estão à venda nos bares somente no outono. Uma vez estávamos nós e um casal de amigos (ele holandês, ela, sueca) em um bar em Utrecht. O nosso amigo holandês chamou a garçonete e pediu a primeira bock da temporada. A garçonete negou. Não podia vender a cerveja. “Não estamos no outono”.

Quais os melhores bairros para se hospedar e ficar em amsterdã ? Centro Região com muitos hotéis, de todos os gostos e preços. Há ruas mais agitadas e outras mais tranquilas. Aqui você estará próximo da Estação Central (principal estação de trens) e da maioria dos pontos turísticos. Mas há locais que não são muito agradáveis e um pouco mais inseguros. Red Light District É uma área do Centro Histórico de Amsterdã com ruas estreitas, movimentadas, ambiente agitado e menos seguro. Aqui ficam alguns hotéis com preços mais baratos. Grachtengordel Foi nesse bairro que ficamos. Ele contorna boa parte do Centro de Amsterdã. Dá para ir a pé facilmente até o Centro e para grande parte das atrações da cidade. Possui belos canais e um ambiente mais tranquilo que o Centro. Museumplein

você foi em algum festival conhecido na cidade? Em outubro rola o Bokbierfestival em Amsterdam. Você vai e, ao entrar, compra um copo com quantas fichas quiser. Lá dentro, dezenas de barraquinhas com cervejas bocks feitas por cervejarias da Holanda toda, mais algumas da Alemanha e Bélgica. Há desde grandes marcas (ê, Heineken) até as microcervejarias locais com as suas bocks. Agora, isso é como você vai. Como você volta, companheiro, eu não faço idéia. De algum modo, cheguei em casa, quando compareci ao evento, em 2009. O festival acontece na Beurs van Belarge, o antigo prédio da Bolsa de Valores de Amsterdam (hoje em dia a bolsa fica num prédio moderno, e o antigo é usado pra exposições e feiras). Esse ano acontece de 29 a 31 de outubro.

A região da Praça dos Museus possui bons hotéis. Ela fica um pouquinho afastada do Centro. Dá para ir caminhando, embora haja linhas de bonde que passam por lá. Muitas atrações de Amsterdam estão próximas dessa região.

“Museumplein” 2015 l Amsterdã l Inspiration Trip 31


PONTOS TURÍSTICOS

Viajamos pelo prazer, pela vontade de ter acesso a novas culturas e de conhecer novas pessoas. A cada viagem nasce uma nova idéia, um novo projeto, uma nova forma de entender o mundo e de re-crialo a cada dia.

INSPIRATION TRIP 01 Amsterdã l Inspiration Trip l 2015


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