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PACIFIC WCT Rio de Janeiro Os campeões de 2014 no Rio

OSCAR DO SURF Carlos burle na espectativa de ganhar o oscar das ondas grandes

Kelly Slater Entrevista exclusiva com o maior campeão

GALÁPAGOS UM ARQUIPÉLAGO NO EQUADOR COM BELAS ONDAS


PACIFIC Redação Editor: Leandro Amorim Projeto gráfico eidtorial: Leandro Amorim Seleção e tratamento de imagens: Leandro Amorim Editoração: Leandro Amorim Colaboradores: Professores Carlos Davi da Silva, Ildo Golfetto, Inara Willerding, Israel Braglia, Juliana Shiraiwa e Jhonatan Douglas. Fontes: http://hardcore.uol.com. br/ http://fluir.terra.com.br/ Assessoramento: Professores Carlos Davi da Silva, Ildo Golfetto, Inara Willerding, Israel Braglia e Juliana Shiraiwa Formato: 200mm x 260mm Fontes tipográficas: Familia Helvética Neue Papel: capa: couche 170 g/m Miolo: couche 115 g/m Impressão: 4x4 colorido Esse trabalho é experimental, sem fins lucrativos e de caráter puramente acadêmico, desenvolvido pelo aluno Leandro Amorim como exercício de projeto editorial para a disciplina de Projeto Gráfico II do curso de Design Gráfico da Faculdade Energia no semestre de 2014-1. Não será distribuído, tampouco comercializado.

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Sumário 18 Campeonato

4 Drop Carlos Burle é indicado ao Oscar do Surf

WCT Rio de Janeiro

8 Resenha

24 Mundo a fora

16 Infográfico

30 Pacific Girl

Arquipélago de Cólon Galápagos

Entrevista com Kelly Slater

Entenda as pranchas de surf

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Josie Maciel

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Oscar do surf Carlos Burle ĂŠ um dos brasileiros indicados ao XXL Global Big Wave Awards

Carlos Burle em NazarĂŠ - Portugal

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Drop Carlos Burle vive a expectativa de levar o prêmio de maior onda

Carlos Burle assiste à gravação de sua onda de possíveis 33 metros.

O pernambucano Carlos Burle é um dos quatro brasileiros indicados ao Billabong XXL Global Big Wave Awards, considerado o “Oscar do surfe”. O experiente surfista de 46 anos concorre ao prêmio de maior onda surfada na última temporada, com o registro feito do dia 28 de outubro de 2013, em Nazaré, Portugal. Além dele, Maya Gabeira e Andrea Moller disputam como “Melhor performance feminina”, enquanto Alex “Blau” Martins, como “Pior vaca”. Os vencedores serão revelados durante cerimônia marcada para o dia 2 de maio, na Califórnia, nos Estados Unidos. Serão distribuídos US$ 120 mil (cerca de R$ 270 mil) de premiação entre as sete diferentes categorias. Carlos Burle pode também ter o recorde de maior onda surfada, com o registro de outubro, em Nazaré (Foto: AFP)

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O brasileiro Carlos Burle espera a confirmação de ter surfado a maior onda da história - ele conseguiu surfar uma onda de 33 metros na última segunda-feira, na praia de Nazaré, em Portugal, e só aguarda pela análise do vídeo para ser o detentor do novo recorde mundial. Caso a marca de 33 metros seja confirmada, ele superará o antigo recorde, de 30 metros, que o americano Garrett McNamara surfou também em Nazaré, em janeiro deste ano. “Só precisa esperar a confirmação, mas as imagens são impressionantes”, declarou Burle em vídeo gravado após a sua participação de segunda-feira no evento em Portugal. Desde a última semana, surfistas especialistas em formações gigantes de todo o mundo estão em Portugal para tentar a quebra do recorde mundial. A praia de Nazaré é famosa por suas ondas gigantes e perigosas.

A inscrição dos candidatos foi feita até o dia 29 de março. Foram aceitos registros dos 12 meses anteriores a essa data. Nesta terçafeira, foram divulgados os finalistas de quatro categorias (“Ride of the Year Award”, “Paddle Award”, “Biggest Wave Award” e “Tube Award”). As indicados das outras três (Wipeout, Men’s Performance e Women’s Perfomance) serão revelados no fim desta semana. Carlos Burle concorre ao prêmio de maior onda surfada com o inglês Andrew Cotton, o francês Gautier Garanx, o Francisco Porcella e o havaiano Ian Walsh. De quebra, o vencedor desta categoria pode ainda ter o recorde maior onda surfada na história confirmado. A marca até agora é de 78 pés. O brasileiro e Cotton são apontados como favoritos ao prêmio. Na categoria “Tube Award”, concorrem Alain Riou, Koa Rothman, Raimana van Bastolaer, Kai Lenny e Laurie Towner. Aaron Gold, Mark Healey, Mark Mathews, Shawn Dollar e Grant “Twiggy” disputam a “Paddle Award”. Já na categoria “Ride of the Year”, os indicados são Grant “Twiggy”, Shane Dorian, Billy Kemper, Shaun Walsh e Greg Long.

O fenômeno foi devido a tempestade St. Jude (São Judas), que assolou o norte da Europa na última segunda, com ventos de até 120 km/h.

Nazaré famosa por suas ondas girantes.

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Surfista Carlos Burle (direita) do Brasil, e Garret McNamara, de os EUA, depois que Burle surfou uma onda grande.


Vale lembrar que, também durante o evento, Burle foi um dos responsáveis por resgatar a surfista Maya Gabeira, que sofreu queda em uma das ondas e chegou a ficar inconsciente na água. Ela foi levada a um hospital da região e passa bem - quebrou apenas um tornozelo.

Abaixo Burle na água resgantando Maya em meio a arrebentação. Em seguida Maya sendo retirada da água para os primeiros socorros.

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Kelly em Teahupoo

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Slater um show na água

Entre uma bateria e outra, Kelly concedeu essa entrevista com exclusividade, em que fala sobre as perspectivas para a temporada, adversários diretos na briga pelo título mundial, o momento vivido pelos brasileiros, equipamentos, longevidade no esporte, relação com os fãs.

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Resenha

“Você pode fazer a sua sorte” - Kelly Slater Kelly Slater em Fiji

Todos os anos, quando chega a época da etapa brasileira do Circuito Mundial, uma das presenças mais aguardadas é inegavelmente a de Kelly Slater. O Brasil talvez seja o país com o maior número de fãs do surfista americano, e, sempre que ele aparece, o público na praia vai à loucura. No ano passado Kelly desistiu de vir a poucos dias da etapa, por causa de um corte no pé sofrido durante uma sessão de treino na Austrália, e depois chegou a declarar que sua ausência pode ter lhe custado o título mundial no fim do ano. Este ano, no entanto, Slater marcou presença e mais uma vez deu um show de surf nas ondas do Postinho, com tubos impressionantes durante sessões de freesurf e desempenhos memoráveis nas baterias que disputou, incluindo o maior somatório de pontos do evento (quando registrou 19,67 pontos na terceira rodada). Acabou eliminado ao perder para Adriano de Souza nas quartas, na quinta derrota consecutiva para o brasileiro.

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Qual foi sua motivação para vir à etapa brasileira este ano? Sua ausência no ano passado pode ter custado o título mundial? Sim, com certeza. Se eu tivesse vindo ano passado e tivesse chegado nas quartas ou na semifinal, e depois ter conseguido os resultados que alcancei, eu poderia sim ter levado o título mundial. Mas foi uma decisão que eu tomei por causa de uma lesão, estava muito desconfortável surfar com o pé daquele jeito. Eu poderia pegar uns tubos, mas não fazer manobras confortavelmente. Por isso decidi relaxar e me recuperar. Qual foi o sentimento de começar o ano vencendo a etapa de abertura? Como isso afeta sua motivação para o resto do Tour? Obviamente me senti muito bem. Você sabe, Parko ganhou o título mundial em Pipe, numa disputa apertada. Então, voltar este ano já vencendo a primeira etapa trouxe uma sensação incrível de bem-estar. Claro que, se eu não tivesse faltado em algumas etapas, eu poderia ter levado o título. Mas aconteceu desse jeito… Comente a campanha dos brasileiros, em especial a do Adriano, em Bells Beach, uma onda tão complexa e historicamente difícil para nossos surfistas. Essa onda não é difícil somente para os brasileiros, ela é difícil pra todo mundo! É uma onda bem complicada de surfar do jeito certo. Este ano as ondas estavam mais fortes e havia mais oportunidades, porque tinha muita onda. Ao mesmo tempo foi difícil porque todo mundo estava dando o seu melhor. Eu não fiz um bom evento, me lesionei nas costas e não surfei bem. Mas o Adriano surfou muito bem. Já nas quartas de final eu disse que foi a vez em que o vi surfar melhor, com um repertório realmente completo. Estava sólido, com excelentes cavadas, acertando o tempo exato de cada onda. Fiquei impressionado.

Alguma novidade em termos de equipamento para este ano? Veremos Kelly com algum design diferente do que foi visto até agora? Sim, estou trabalhando em um novo design. Eu não sei ainda o quão diferente isso será. Não fui eu quem desenhou, mas os shapers. São três modelos, de marcas novas. Meu amigo Benji desenhou uma delas. Você tem pensado em alguma estratégia para as próximas etapas? Onde você acha que tem mais chances de se dar bem? Na verdade, a estratégia é sempre pegar as melhores ondas. Se você pegar as melhores ondas, as chances de ganhar são bem maiores. Em 90% das vezes, se você pega as melhores ondas, vai ganhar. Algumas vezes, alguém pega menos onda, surfa bem, mas… Se você pega as melhores, vai vencer. Em Fiji a estratégia é pegar as ondas certas, se posicionar certo no line-up, você tem que conhecer o reef muito bem, em que direção a onda vem, o tipo dela, o tamanho. Tem que prestar bastante atenção nessas coisas, ter experiência é isso. Já Bali vai ser uma etapa de high performance. Todo mundo tem que ter um bom desempenho, não há nada de tão complicado pra fazer. A maioria das ondas é parecida. Tahiti também, tem que escolher as ondas certas. Enfim, pra todo lugar é quase a mesma regra. Já a França é meio imprevisível, pode estar grande ou pequeno, bom ou ruim… Você acredita no fator sorte? Você pode fazer a sua sorte. Eu não acredito naquela frase: “Poxa, esse cara tá com sorte hoje”. Dentro d’água tudo é baseado em decisões. Acho que também é assim na vida, onde tudo depende de boas decisões. Quando decidimos sobre as pessoas, escolhas etc. Na água, as suas decisões podem tornar as coisas mais fáceis pra você.

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Quais as suas expectativas para a nova fase do WCT sob o comando da ZoSea? Pode adiantar alguma novidade sobre isso?

Quem você acredita que será seu principal adversário na briga pelo título mundial este ano?

Creio que a principal diferença ocorrerá em relação à visibilidade do esporte. Não acho que o WCT vai funcionar diferente, mas acho que a visibilidade com a imprensa, nos jornais e as matérias de surf vão ficar ainda mais profissionais, assim como o trablho de marketing. No momento, você não entenderia o que é o esporte só assistindo ao surf online ou aqui na praia ao vivo. O esporte está mais especializado agora. E acho que a imprensa está fazendo com que esse caminho fique muito melhor. Os websites estão melhores, o webcast, todos os produtos relacionados ao surf estão melhores. Não sei de todos os detalhes, mas acho que o WCT vai ficar bem sobre o comando da ZoSea.

Não sei direito. É estranho falar isso agora. Mas, talvez, Parko ou Mick Fanning. Mick tem bons resultados. Estar em primeiro é obviamente muito bom, mas todos os demais estão com ótimos resultados. Mas Mick é o cara pra prestar atenção. Acho que tenho que jogar Bells fora. Vamos ver também os caras mais novos voltando, como John John. Ele está se recuperando da lesão no tornozelo, ouvi dizer que já está bom e ele vai voltar para Fiji sem problemas. Minha expectativa é que esse cara seja o Mick. Ele está bem fisicamente, tem a mente muito forte e muito desejo de vencer.

“ Na água, as suas decisões podem tornar as coisas mais fáceis pra você.”

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Kelly Slater Billabong pro

Em uma entrevista você sugeriu que o surf não deveria ter uma idade limite para aposentadoria, como outros esportes. Qual a sua ideia sobre essa questão? Acho que, se você se mantém em boa forma, tudo é possível. Muitos amigos com quem surfei a vida inteira estão em melhor forma agora do que quando tinham 20 anos de idade. Eles estão ligados no que devem comer, no que botam pra dentro do seu corpo, eles malham bastante, não vão pra balada etc. Eu não entendo, olhe só… Todos esses meus amigos, que surfam comigo desde muito jovens, estão ótimos. Já os meus amigos que cresceram comigo, na minha cidade, hoje estão ferrados. Eles só pensam em beber cerveja, não se cuidam, moram em cidade pequena onde não estão em contato com ideias saudáveis. E a tendência das pessoas é essa mesmo, quando vão ficando mais velhas. Como seus pais, que vão ficando mais gordos, fumam mais etc. Tem gente que bota a culpa disso na genética, diz que já está no “sangue”. Mas não é verdade, são escolhas que fazemos. Você tem que afastar esses pensamentos ruins. Você tem que apreciar seus amigos, a vida social e os ambientes. Mas, se você sabe que essas coisas ruins podem te fazer viver dez ou 20 anos a menos, por que não mudar a situação? Não saia pra comer pizza todas as noites! Vejo meus amigos alimentando seus filhos com essas porcarias para eles pararem de chorar, em vez de ensinar hábitos saudáveis. Fico preocupado com isso.

O que a gente pode esperar ou, talvez, se surpreender com você, aos 41 anos de idade? Eu não sei. Mas acho que a minha expectativa é ficar cada vez mais forte e surfar ainda melhor. Quanto às surpresas eu não posso falar, senão não será surpresa! A última vez em que você esteve no Brasil foi há dois anos. Viu alguma mudança por aqui? Não vi grandes mudanças, a não ser pelo aumento do trânsito. Está realmente muito ruim. É preciso encontrar alguma solução para esse problema, com melhoria do transporte público, trens, ou sei lá, porque, se agora está assim, imagine daqui a pouco com os Jogos Olímpicos, a Copa etc. Imagine daqui a dez ou 20 anos. O que vai acontecer? Outro dia, meu amigo veio do aeroporto, em um percurso que normalmente duraria 30 minutos, mas ele levou três horas. Acho que esse é um motivo que pode fazer com que as pessoas não queiram mais vir, porque dá muito trabalho. Poxa, em três horas eu poderia voar de volta pra casa, já é metade do caminho pra Flórida (risos). A população não está diminuindo, então tem que achar uma solução permanente.

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“ Não me

vejo muito como um pai de família, pois me considero um cara egoísta.”

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Aos 20 anos de idade você se imaginava com 41 ainda competindo? Essa sempre foi a sua vontade? Sempre achei que poderia chegar lá. Mas achei, na verdade, que estaria casado, com filhos, essas coisas. Quando eu tinha 21 anos estava noivo. Portanto, achei que aos 30 eu já estivesse parando de competir! Mas aqui estou, as coisas acontecem de forma inesperada… A cada ano existe um novo desafio, pessoas novas etc. Como você lida com a paixão dos seus fãs, todo mundo querendo estar perto o tempo todo? Isso tem dois lados. É muito legal, mas também é complicado. É difícil eu ter tempo para dar atenção a essas pessoas. Às vezes estou de férias, em algum lugar do mundo, onde quero curtir, conhecer o lugar com calma, e de repente sou reconhecido. E começa o assédio. Mas eu entendo, tenho um rosto conhecido, não tem jeito. E aí essas pessoas pensam que aquela é a chance de me ver, falar comigo, pois nunca vão me ver de novo. É meio engraçado, as pessoas se sentem íntimas, mas é uma situação bem difícil. É estranho, chegam pessoas que nunca vi na vida e querem uma foto comigo. Já começam a me pegar. Então é uma troca estranha entre pessoas. Não é esquisito? Pra mim seria muito mais interessante conversar com a pessoa por cinco minutos, e conhecê-la, do que tirar apenas uma foto pra colocarem no Facebook ou no Instagram. Por isso que, quando uma pessoa quer conversar comigo, eu sou muito mais aberto. Dou mais atenção. Do contrário, apenas tiro a foto, fico calado e acabou. Prefiro conversar, saber quem é a pessoa, trocar uma ideia. E são 20 anos fazendo isso… Tudo que fazemos por um longo tempo cansa. Até mesmo se eu pegasse a minha onda favorita por 20 anos seguidos, eu também ficaria cansado disso (risos)!

Tem alguma história inusitada entre você e algum fã? Nossa, já vi muitas situações esquisitas. Todo dia aparece uma. Pessoas dormindo na minha porta, por exemplo. Outro dia eu estava visitando uma escolinha de surf e tinha uma mulher querendo um autógrafo no bumbum! Já chegou me abraçando. E tinha várias crianças atrás rindo muito. Tem várias situações engraçadas como essa. Principalmente quando eu tinha 18 anos e era solteiro (risos). Mas, vamos lá, deixa eu ver uma história boa… Em 1998 eu estava na França, viajando com o Jack Johnson, e naquela época o Jack ainda não era conhecido, era apenas um cinegrafista. Estávamos no carro e havia pessoas se aglomerando em volta, batendo no carro, não conseguíamos sair do lugar. As mulheres gritando, chorando, batendo nas janelas, superengraçado! Na época tínhamos uma banda (NR: The Surfers, formada por Kelly, Rob Machado e Peter King) e estávamos indo a uma loja de música para uma noite de autógrafos com o Peter, mas ele acabou tendo um contratempo e fui sozinho, levando o Jack comigo. O Jack e o Peter se pareciam muito, aí sugeri ao Jack: “Autografe pelo Peter!”. Ele sentou e começou a autografar, como se fosse ele. Só que tem um detalhe, o Jack é uma pessoa super-honesta. Acho que é o cara mais honesto que conheço. E ele começou a se sentir muito mal com aquilo. Depois de dez ou 15 assinaturas ele falou: “Pô, cara, preciso parar. Não consigo fazer isso”. Ele ficou cinco ou dez minutos e foi embora! Foi muito engraçado. Hoje em dia, quando vou a algum show do Jack, ele coloca a maior pilha em mim quando os fãs estão em sua volta: “Kelly, me arruma uma entrada pro show. Quero ficar no backstage com você, quero te conhecer…” (risos). Fonte: http://fluir.terra.com.br/_vazio_/careca_notavel?page=1 Texto: Elaine Gutgold

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WCT Rio de Janeiro

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Campeonato Michel Bourez derrota Kolohe Andino na decisão do Billabong Rio Pro e crava segunda vitória em 2014. Mais uma vez Michel Bourez surpreendeu a todos. Enquanto Kelly Slater, Gabriel Medina, Adriano de Souza, Mick Fanning e outras estrelas eram apontados como favoritos, o taitiano avançou silenciosamente pelas laterais e, com duas vitórias nas quatro primeiro etapas da temporada, parece estar mais motivado do que nunca para buscar o inédito caneco de campeão mundial. O taitiano também venceu a segunda etapa do ano disputada em Margaret River, na Austrália. Segundo finalista, o californiano Kolohe

Andino também chegou à decisão como azarão. Não avançou com grandes atuações, muito menos impressionou; mas fez sua parte e manteve a constância para alcançar a maior conquista da sua carreira. Michel veio de uma sequência de vitórias difíceis. Derrotou o sul-africano Jordy Smith atual campeão da prova; o australiano Joel Parkinson, campeão mundial de 2012; e o australiano Taj Burrow em uma ótima fase.

Bourez erguendo o trofel de campeão

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Na decisão, o taitiano não deu chances ao jovem talento californiano. Kolohe Andino não conseguiu achar os tubos e nem as rampas que poderiam fazer a diferença com seus aéreos. O taitiano encontrou as melhores ondas da bateria e venceu pelo placar de 13.84, contra 10.93 de Kolohe. Michel pulou para o terceiro lugar do ranking e agora está mais do que nunca na briga pelo título mundial desta temporada. “Eu não acreditei que ia ganhar. É difícil pra todo mundo, as condições mudam muito e todos tiveram que se esforçar. Fomos testados aqui”, disse Michel. Questionado sobre uma possível disputa pelo título mundial este ano, o taitiano respondeu convicto: “Toda vez que você vence uma etapa você pensa no título mundial. Eu estou trabalhando pra isso. Estou no circuito que tem os melhores do mundo e estou ganhando deles. Como não pensar em título mundial?”.

Ao lado Bourez comemorando a bela onda. Acima entubando na Barra da Tijuca - RJ.

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Sally Fitzgibbons no pódio.

Sally Fitzgibbons vence no feminino. Entre as meninas, a havaiana Carissa Moore chegou como favorita em sua terceira final consecutiva no Samsung Galaxy ASP Women´s Championship Tour 2014, mas a australiana Sally Fitzgibbons acabou com a série invicta da ainda líder do ranking no Billabong apresenta Rio Women´s Pro para festejar a sua primeira vitória na temporada. As duas já venceram a etapa brasileira quando ela retornou para o Rio de Janeiro, com a havaiana sendo campeã em 2011 e a australiana em 2012. Fitzgibbons também foi finalista no ano passado, quando perdeu a decisão do título para a também australiana Tyler Wright.

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Esta derrota foi vingada por Sally na semifinal e na final ela já largou na frente, destruindo uma boa onda no Postinho com várias manobras para arrancar uma nota 9,27 dos juízes, a maior da bateria. Carissa Moore também começou bem com nota 8,5, mas logo Fitzgibbons surfou outra ótima onda que valeu nota 7,00 e não perdeu mais a liderança. A havaiana ainda tentou a virada algumas vezes, mas não conseguiu superar os 16,27 pontos de Sally Fitzgibbons, desta vez terminando como vice-campeã com 14,67 pontos depois de duas vitórias consecutivas.


Com o título no Billabong apresenta Rio Women´s Pro, Fitzgibbons subiu do quarto para o segundo lugar no ranking com os 10.000 pontos conquistados no Rio de Janeiro. A australiana ainda faturou o prêmio máximo de 60 mil dólares, enquanto a havaiana ficou com 25 mil dólares e 8.000 pontos, mantendo uma boa vantagem na liderança da corrida pelo título mundial com 34.500 pontos nas quatro etapas completadas no Brasil, contra 28.200 da nova vice-líder, Sally Fitzgibbons.

Sally comemorando nos braços do público ao lado. Abaixo Sally na bateria final.

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Arquipélago de Cólon

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Mundo a fora O Arquipélago de Cólon ( Nome Oficial das Ilhas Galápagos ) tem origem vulcânica, 13 Ilhas e pouco mais de 50 Ilhotas, é uma possessão do Equador, que transformou 80 % do Arquipélago em Região de Parque Nacional preservado. Somente cinco ilhas de todo o Arquipélago são habitadas, a Ilha com acesso menos restrito é a Ilha de San Cristóbal, que abriga bases Militares . Muitas ilhas não possuem água potável e seu acesso é restrito a geólogos e biólogos que conduzem estudos por aqueles lados. Existem muitas ondas em todo o Arquipélago, no Entanto são necessárias permissões do Governo e outras burocracias para se ter acesso as ondas das outras ilhas.Muito do surf exposto a Mídia em Galápagos acontece nos picos da ilha de San Cristóbal.

O clima no Arquipélago pode ser dividido em Tropical ( Quente e Chuvoso ) de Dezembro à Maio e Seco ( De Maio a Dezembro ). Os swells de Norte, produzem as maiores e mais constantes ondulações nas Ilhas, embora haja surf no período de Julho-Agosto. Picos como Punta Carola ,Canhão e Manglesito funcionam com swells de Norte, Já Loberia e Tongo Reef despertam com swells de Sul. A época mais crowd por lá com certeza é durante a estação Tropical ( Dez-Março ). Na Ilha de San Cristóbal podemos citar os principais picos. É importante lembrar que existe Surf pelas outras ilhas do Arquipélago. El Cañon - Galápagos

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Galápagos é um destino que pode ser visitado durante qualquer período do ano. A melhor época para viajar ao arquipélago irá depender das condições climáticas que você prefere e da paisagem que você deseja encontrar.A alta temporada é entre meio de junho e começo de setembro e de meio de dezembro até meio de janeiro. Isso não tem nada a ver com a atividade dos animais ou com o clima, mas com as férias na Europa e nos Estados Unidos (de onde vem a maioria dos turistas que visitam a região). Durante esses períodos é muito difícil conseguir uma reserva de última hora, então é melhor se preparar com alguns meses de antecedência. No entanto, o Parque Nacional Galápagos limita o número de turistas que podem visitar cada ilha, então você nunca vai se sentir como se estivesse em um parque de diversões.Outro fator que deve ser considerado antes de ir é o clima. Durante a temporada de chuvas (dezembro a maio). Apesar de chover um pouco quase todo dia, a temperatura é mais elevada, tornando as atividades aquáticas mais con-

fortáveis. No entanto, você encontrará menos peixes devido a menor quantidade de alimento disponível nessa parte do oceano. A paisagem nas ilhas muda completamente e as árvores e arbustos voltam a produzir folhas verdes. Quando as chuvas começam a se dissipar (em março e abril) várias plantas começam a florir e as ilhas são tomadas por cores diferentes.Durante a temporada de seca (junho a novembro) a Corrente de Humboldt chega às ilhas com força total, trazendo nutrientes, plâncton e as águas frias do fundo do oceano para a superfície. A fartura de peixes, que chegam à região para esse evento, é aproveitada pelas aves marítimas, que sincronizam seu período de reprodução com esse período para alimentar seus filhotes que esperam famintos nas ilhas. É a melhor época para se observar a vida marinha, mas você deverá enfrentar o mar gelado para alcançar o seu objetivo.

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Apenas 3% de seu território é habitado. Santa Cruz, principal ilha de Galápagos, São Cristóbal, Isabela, Floreana e Baltra são as únicas com desembarque e permanência permitidos para visitantes, cenários suficientes para compreender por que Darwin e todos os outros investigadores da expedição HMS Beagle deixaram aquele terreno vulcânico carregados de questionamentos. Se a sua estadia for inferior a uma semana, é melhor rever a programação. Ou você acredita que um arquipélago com mais de cinco milhões de anos com sete mil animais catalogados merece uma visitinha rápida? Aliás, se a ideia for lagartear sob sol forte em praias de areia branca, o destino também deve ser repensado. Que nos perdoem os simpáticos e receptivos ilhéus, mas a vida animal e o entorno exclusivo de Galápagos, em que o endemismo faz parte de 75% das plantas e 25% dos organismos marinhos, ainda são o principal motivo da visita à região. O grupo de 13 ilhas principais e dezenas de outras ilhotas no Oceano Pacífico preserva o habitat de espécies como iguanas, leões-marinhos e tartarugas-gigantes. Aves como albatrozes e os fundamentais tentilhõesde-Darwin também estão lá, sofrendo com a exploração turística que o governo tenta frear com altas taxas e limitação de entradas. Para os felizardos que aqui aportarem, além da observação dos animais as ilhas oferecem grutas, vulcões e belas praias e opções de mergulho como atrativos. A principal porta de entrada para as ilhas é pela ilha de Santa Cruz, servida pelo aeroporto de Baltra. O local com as melhores acomodações turísticas é Puerto Ayora, de onde saem a maioria dos passeios.

Galápagos

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As curvas da bela Josie Maciel

Que ela é linda e dona de um olhar hipnotizante, qualquer um vê. Mas, se tentar conhecer melhor essa universitária gaúcha que mora em São Paulo, presença constante nas praias de Santa Catarina, é bom saber logo que ela não dá mole para os marmanjos de plantão. O que esperar de uma garota que costumava saltar de patins por cima das próprias primas quando criança e se sente sexy de calça e camiseta? A resposta é: perigo, na certa. Dá para perceber o risco que se corre só de contemplar os olhos verdes de Josie Maciel, uma gaúcha de 26 anos, modelo, atriz, universitária, leonina. Atualmente morando em São Paulo, Josie pretende se mudar para a Austrália em breve, em busca de qualidade de vida. A gaúcha chegou à capital paulista aos 17 anos, era a mais velha numa casa alugada por uma agência de modelos no Paraíso. “Só havia meninas de 13 anos, eu era como uma babá para elas”, diz. Na escola, sentia-se obrigada a vestir calça na aula de atletismo – os colegas achavam graça nas suas pernas finas. Pobres garotos, não sabiam como seria a Josie do futuro. Tudo

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bem, nós sabemos e vamos contar. A rotina de Josie é participar de testes para comerciais de televisão. Recentemente, estrelou em campanhas para uma marca de meiacalça e para a Rede Globo, numa vinheta em comemoração ao Dia dos Namorados. Mas não desanime. Ela dá algumas dicas para quem quiser conquistar garotas semelhantes: “O homem ideal tem que ser parceiro para todas as horas, sem frescuras, gostar de viajar e aproveitar a vida e demonstrar que me ama com atitudes, não com palavras”, diz ela, que começou a trabalhar aos 13 anos como ajudante em um supermercado e sonha em montar uma pousada. “Não existe cantada boa. Homem tem que chegar de mansinho e conquistar com atitudes. Fico ‘braba’, detesto homens ‘dadinhos’”, diz a dona de um sotaque sedutor, típico do Sul do Brasil.


Pacific Girl Infelizmente, Josie não teve muita sorte com o surf. “Tentei surfar algumas vezes, mas alguns anos atrás levei uma série inteira na cabeça, na praia da Silveira, e isso me deixou com medo. Hoje, só assisto”, conta. Mas avisa logo que, se ganhasse uma prancha, tentaria de novo. Os surfistas que mais admira? Ela responde: “Kelly Slater é surreal surfando, mas tem os brasileiros do Sul, como Pedro Manga, Jatyr Berasaluce, Daison Pereira e Vini Fornari, que surfam muito. Tem outro moleque que manda muito bem, o Peterson Marchese. No feminino a Bruna Schmitz é a minha preferida, essa menina surfa muito!”, afirma, mostrando que entende do riscado. >

faculdade e estou cada dia mais apaixonada por cinema.” Ouve rock, reggae e MPB com prazer, mas dispensa pagode e funk. Os filmes que mais a encantaram foram “Meianoite em Paris” e “A invenção de Hugo Cabret”. E a parte que mais gosta em seu corpo é a barriga – alguma dúvida do porquê, caro leitor? Sobre a roupa com a qual se sente mais sexy, a resposta é surpreendente: “Às vezes me sinto sexy de jeans e blusinha, depende do momento. Na maioria das vezes não me sinto sexy”. Como explicar isso? Melhor nem começar...

Nas horas vagas, a garota aparentemente tímida, mas que se considera extrovertida, costuma andar de skate, patins e correr. “Quando estou estressada fujo do caos e busco ficar em contato com a natureza, isso me tranquiliza e renova minhas energias”, diz a gata. Sempre que possível, ela completa, se refugia nas praias do Rosa e da Guarda do Embaú, ambas em Santa Catarina. Apesar do corpinho livre de pontos fora da curva (leia-se gordurinhas indesejadas), engana-se quem acha que a bela vive de dieta e se priva dos prazeres da carne (e das massas, dos doces...). Como boa gaúcha, adora ir a churrascarias, além de restaurantes japoneses. “Nunca fiz dieta, como muito e de tudo. Sou um pouco ogrinha nesse ponto”, se diverte ao entregar seu segredo, e confessa seu fraco por junkie food. “O Carl’s Jr é irresistível. Aqui no Brasil tem um no aeroporto de Guarulhos. Preciso me controlar quando estou lá! Bah, tem até bacon nos sanduíches, refrigerante é refil. É um estrago pra saúde, mas, falando em sabor, é uma delícia!” A quem possa interessar, quando está em Porto Alegre ela gosta de ir no Complex, restaurante mexicano: “Tem uma pista de skate incrível lá”.

Josie Maciel

“O homem ideal não tem frescuras.”

Josie estudou teatro e dança, e garante que nasceu para a arte. “Faço Rádio e TV na

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