Sonar

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SIGUR RÓS ROLLING STONES MAROON 5 MADONNA

NORAH

JONES



EXPEDIENTE #00 // ANO 1 // JULHO 2012 Direção Felipe Abreu Diretor de Criação Felipe Abreu Editor-Chefe: Felipe Abreu Editor: Felipe Abreu Design: Felipe Abreu Assist. Arte Felipe Abreu Tiragem 1 Exemplar Circulação: Faculdades Energia

EDIÇÃO 00


P14

ACAPA


SUMÁRIO STYLE P08

INFO

LANÇAMENTOS P06 P12

P23

ESPECIAL

ENTREVISTA P25

SOM BRASIL

P20

AGENDA P28


CRÍTICA

Rock, indie e pop agitam o mês de julho Fiona Apple lança álbum com música inéditas, enquanto veterana Kylie Minogue lança uma compilação pra celebrar 25 anos de carreira.

Fiona Apple The Idler Wheel O álbum tem ape­nas 10 fai­xas e nos deixa com von­tade de mais (a ver­são deluxe conta com mais músi­cas, de apre­sen­ta­ções ao vivo). Mas, a ver­ dade é que para espa­lhar tanta ener­ gia em cada música, a can­tora tem mesmo é que se cui­dar. No tempo de pro­du­ção, ela se desen­ten­deu com a gra­va­dora e desen­vol­veu um surto com­pul­sivo. Fiona subia e des­cia os mor­ros pró­xi­mos de casa durante oito horas diá­ rias, rendendo-lhe alguns meses de fisi­o­te­ra­pia (de acordo com o The New Yorker).

NOTA SONAR:

Resultado de anos de reclu­são e raras apa­ ri­ ções em público, Fiona Apple tor­nou o seu lirismo mais maduro em “The Idle Wheel…” e fez das músi­cas uma mis­tura de sen­ti­men­tos sem pou­ par as memó­rias. Ainda, continuou a evo­luir no cená­rio musi­cal: sur­gida no cená­rio das can­to­ras alter­na­ti­vas dos 1990, ela se mos­tra con­tem­po­râ­nea e extre­ma­mente dinâ­mica, sem pre­ci­ sar estar em evi­dên­cia na mídia para se ali­nhar aos sen­ti­men­tos tão for­tes que são atemporais.

Imperdível 06


LANÇAMENTOS

REVIEW Smashing Pumpkins Oceania NOTA SONAR: “Oceania” não é tanto o regresso dos Smashing Pumpkins aos anos noventa, mas antes aos grandes discos. Billy Corgan prometeu que este seria o melhor trabalho da banda dos últimos 15 anos... e cumpriu, num álbum muito acima das nossas expectativas.

Linkin Park The Living Things Apostando mais em baladas e na vertente eletrônica, o álbum soa um pouco estranho e é fraco, se comparado aos dois primeiros lançamentos da banda. Definitivamente, o Linkin Park não era mais a mesma banda do começo. O que é normal, as bandas mudam, seja para melhor ou para a pior.

NOTA SONAR:

Kylie Minogue The Best of Kylie Com batidas eletrônicas que dominaram o top 40 das rádios, a australiana Kylie Minogue e sua música POP eufórica são atualmente mais importantes do que nunca. Esse álbum com 21 faixas é como uma visita á história da música club – da música chiclete de 1988 “The Loco-Motion” ao hit com inpirações no house francês “Get Outta My Way”.

NOTA SONAR: 07



STYLE

First Look!

MADONNA!

Conheça os figurinos da nova turnê da Rainha do Pop

M

adonna está pronta para ganhar o mundo com nova turnê mundial, que se inicia nesta quinta-feira (31.05) na cidade de Tel Aviv, em Israel. Entitulada MDNA World Tour, a cantora deverá percorrer 32 países até o início de 2013 divulgando seu álbum mais recente, MDNA, lançando no início do ano. No show, Madonna promete encarnar diferentes facetas ao longo das quase duas horas de apresentação, todas muito bem supervisionadas pela figurinista Arianne Phillips, parceira há mais de 15 anos da cantora, que trabalhou no comando de todo figurino de Madonna, sua banda e mais 22 dançarinos.

09


Madonna está definido para vogue seu caminho ao redor do mundo em seu DNA mitocondrial turnê, que começa quinta-feira em Tel Aviv - e ela recorreu a um quadro de designers para criar uma matriz de olhares showstopping para o palco. Desfile da Material Girl de mudanças de figurino inclui roupas de colaboradores de longa data Jean Paul Gaultier e Jeremy Scott, sapatos de Prada e Miu Miu e peças de Alexander Wang. Dolce & Gabbana fez ternos para os vocalistas da banda e de fundo, Fausto Puglisi criado coletes Bandolier ameaçadores e máscaras de cabeça carneiros para os dançarinos e até mesmo marca J chicoteado até custommade jeans. Sutiãs e calcinhas, incluindo um estilo em forma de coração da Verdade nova de Madonna íntimos linha ou Desafio - são incorporados alguns números, como são os sapatos da nova Verdade ou Desafio linha de calçado, no varejo este ano. Uma versão sombria e elegíaca do normalmente peppy "Like a Virgin" será cantada por Madonna em um sutiã Agent Provocateur. "É uma viagem real a partir do primeiro ato para o quarto, ea forma como ela constrói seus shows é como uma peça de teatro", disse a figurinista e estilista Arianne Phillips, que supervisionou o projeto guardaroupa inteiro para Madonna, cantores seus backup, músicos e 22 dançarinos. Scott, por sua vez,

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foi acampados em Tel Aviv esta semana, trabalhando até o último minuto em alguns trajes. O projeto original é Gaultier usado durante a “Vogue” número e inclui uma camisa branca, gravata preta, ópera de comprimento luvas pretas e um espartilho esqueleto rígido. As referências getup o icônico terno bustiercom-listrado rosa olhar o designer criou para a turnê de Madonna Blond Ambition do mundo de 1990, considerado o pináculo do tanto de suas carreiras.

Gaultier arquivo para bailarinos de Madonna, como uma homenagem ao seu longo relacionamento com o cantor icónico. Gaultier também foi responsável pela equestre kinky e “Saturday Night Fever” de inspiração visual da turnê de Madonna, Confessions de 2006, e uma vez que ela andou a pista com os mamilos expostos.

“Nós jogamos com as idéias de um terno e um espartilho. Mas o espartilho é como se fosse uma

“Eu amo Madonna. Ela é a única mulher que pediram para se casar comigo. Ela se recusou, é claro “, acrescentou Gaultier. “Mas quando ela me pediu para fazer uma fantasia para ela para essa turnê, eu não poderia recusar.”

gaiola “, explicou Gaultier. “O que eu fiz desta vez é um aceno para o espartilho sutiã cônico da turnê Blond Ambition, mas reinterpretados em 3-D, em couro na parte externa com couro metálico no interior. É tudo sobre masculino e feminino, Madonna e Jean Paul Gaultier clássicos reinterpretados para 2012. “. O designer e Phillips também recriadas algumas peças

Phillips, que fez os figurinos de Madonna quatro turnês anteriores, projetou uma série de olha-se, oferecendo uma ampla gama de seu chefe famosa chameleonlike. Os vira na formação de uma Joan of Arc proibindo-roupa inspirado formado a partir de malhas de metal e Swarovski Elements para um vernal, minissaia majorette traje para a 53-year-old “Girl Gone Wild” cantor.


A figurinista Arianne Phillips tambĂŠm desenha looks para o show da cantora 11


A EVOLUÇÃO DA MIXAGEM 80`s

50`s

A fita magnética foi o primeiro recurso de composição de som através de multicanal.

60`s

Em 1987, Madonna se torna uma das primeira artistas do mainstream a lançar um álbum apenas de remixes.

70`s

O remix moderno tem origem na Jamaica. Faixas multicanal eram utilizadas para desconstrução de músicas nos clubes noturnos, incluindo batidas dub e do reggae.

A cultura Disco nos Estad influênciada pelos imigrantes originando o Hip Hop.

LINHA DO TEMPO

COMO FAZER UM REMIX 1 ELIMINAR RUIDOS 2 VERIFICAR OS NÍVEIS MULTI AUDIO 3 OBSERVAR O VOLUME 4 MANTER O REMIX DINAMICO 5 COMPATIBILIDADE EM MONO E ESTÉRO


INFO

No inicio da década, computadores substituiram as fitas multicanal

90`s

dos Unidos,é s Jamaicanos,

Blood on the Dance Floor de Michael Jackson se torna o álbum de remixes mais vendido de todos os tempos.

PRO TOOLS HD9 Valor aproximado de um software de mixagem de som

650,00 - 3.000,00

$

45

Número de semanas para concluir um curso de engenharia de som

Fitas multicanal e computadores são substituidos por softwares digitais

00`s

TOP SOFTWARES mais usados

- Pro Tools

45%

- CuBase 25%

- SOUND 15%

- AUDITION 4%

- LOGIC 3%

- ABLETON LIVE 2%

- STUDIO ONE 1%

- Outros

5%



CAPA

Little Broken Hearts

NORAH JONES

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M

ais útil talvez seja ouvir as músicas de "Little broken hearts" e tirar as próprias conclusões. É um bom punhado de melancolia que ela oferece em canções como "She’s 22" (Ela tem 22/ E ela está amando você/ E você nunca saberá o quanto isso me deprime/ Isso faz você feliz?), "Take it back" e a fantasmagórica "4 broken hearts". É uma dor elegante, que aproxima Norah de uma Lana Del Rey ou um Portishead. — O assunto desse disco? É o amor, o amor perdido... Relacionamentos — divaga Norah, que veio justamente de um disco ("The fall", de 2009) com músicas que se referiam ao fim de um relacionamento de oito anos com o baixista de sua banda, Lee Alexander. Agora, porém, a cantora não quer facilitar o trabalho de seus possíveis biógrafos. — Muitas pessoas pegam as minhas letras e acham que aquilo é um diário, o que não é sempre o caso. Na verdade, todo mundo pega um pouco de suas experiências pessoais e põe em sua arte ou no que quer que faça. Mas compor uma boa canção envolve um tanto de ficção e qualquer coisa que você ache que deva usar — explica. Em seu novo disco, a artista aprofunda as investigações sonoras de "The fall", mas agora com um parceiro de peso: Brian Burton, também conhecido como Danger Mouse. Metade da dupla Gnarls Barkley, completada pelo

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cantor e rapper Cee-Lo Green, ele vem assinando a produção de discos de Gorillaz, Beck e Black Keys (inclusive o bem-sucedido "El camino"). Eles se conheceram quando ela participou de "Rome", projeto do produtor com o compositor italiano Daniele Lupi. Ele não só ajudou a esculpir a sonoridade meio western spaghetti de "Little broken hearts" como acabou virando parceiro da cantora em todas as canções. — Acho que tentar coisas diferentes foi uma evolução natural. Gosto que isso tenha me trazido até aqui — diz Norah. — E trabalhar com Brian foi definitivamente uma grande mudança para mim, porque ele tem um som muito específico. Nós decidimos desde o começo que faríamos um trabalho em colaboração. E seguimos trabalhando juntos, lado a lado. A guitarra, que Norah vinha empunhando com frequência desde "The fall", tomou de vez o lugar do piano em "Little broken hearts". Nada a se lamentar, diz ela. — Eu gosto de ver as músicas desabrochando, virando belas canções, e não importa o que dispare esse processo — discorre. — Às vezes é o piano, às vezes é a guitarra. Sei que toco piano e que as pessoas me veem como pianista, mas vou atrás daquilo que faça as canções desabrocharem. Estudante de piano de jazz na universidade, Norah Jones acredita que o passado tem é que

ficar por lá mesmo. — Aprendi muito tocando jazz, estive num selo de jazz (Blue Note, pelo qual lançou seus primeiros álbuns), mas acho que realmente nunca fiz um disco de jazz. Minha música está um pouco fora desse gênero, apesar de ter sido muito influenciada por ele — diz ela, que, mesmo assim, continua a cantar algumas de suas velhas canções com a nova banda. — Algumas das músicas mudaram muito ao longo do tempo, outras continuaram iguais ao que eram no começo. Depende... Mas não foi muito difícil adaptá-las à nova banda. A boa novidade para os brasileiros é que Norah Jones pretende voltar ao país (onde esteve em 2004 e em 2010) este ano. Provavelmente em dezembro. — Adorei tocar em São Paulo, os show gratuitos lá estavam cheios. E gostei de estar na praia no Rio — diz a moça, admiradora de Elis Regina, Tom Jobim e Jorge Ben. Um de seus amigos, o cantor Jesse Harris (autor de seu primeiro sucesso, "Don’t know why"), por sinal, vem ao país constantemente e compõe com Dadi e Maria Gadú. — Ah, ele está apaixonado pelo Brasil... E fez um disco sensacional aí — elogia Norah, que desembarca nas lojas brasileiras também com "For the good times", disco do Little Willies, banda country que tem com o ex, Lee Alexander. — Talvez a gente ainda faça um outro disco, só não sei quando. É uma questão de arrumar tempo — conta.


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“

Estou muito feliz em fazer algo novo!

�


CAPA

Little Broken Hearts explora elo entre o pop e suas desilusões amorosas Cantora diz que “sinceridade“ das faixas vai tornar interpretação difícil. “Quando estava escrevendo o disco, não me sentia bem”, declarou. A cantora americana Norah Jones apresenta aos fãs nesta quarta-feira (11) seu novo álbum "Little Broken Hearts", um trabalho que aposta em uma nova sonoridade e não têm 'nada a ver' com seu primeiro disco, "Come Away With Me", lançado há dez anos. Ouça aqui o novo álbum. Segundo a artista, o principal responsável por esta mudança de estilo foi o produtor Brian Burton, mais conhecido como Danger Mouse, que já trabalhou com grupos e artistas de destaque, como Gorillaz e Gnarls Barkley. Norah explicou que sua boa relação com Mouse permitiu

a criação de um disco mais "pessoal", com canções escritas a quatro mãos e inspiradas nos dois últimos anos de sua vida. "Estou muito contente de fazer algo novo", afirmou a cantora ao jornal francês Le Figaro. "Devido à sinceridade dos temas abordados, penso que não será nada fácil interpretar as faixas desse novo disco todas as noites durante a realização de uma turnê", completa. "Passei por um período difícil, e, quando estava escrevendo o disco, não me sentia bem, o que inevitavelmente acaba sendo refletido nessas novas músicas", acrescentou Norah. A propósito, "Little Broken

1. Good Morning 2. Say Goodbye 3. Little Broken Hearts 4. She’s 22 5. Take It Back 6. After The Fall 7. 4 Broken Hearts 8. Travelin’ On 9. Out On The Road 10. Happy Pills 11. Miriam 12. All A Dream

Hearts", que evoca uma ruptura amorosa ao longo de suas 12 músicas, segue a mesma linha de seu último trabalho, intitulado "The Fall". O novo álbum de Norah Jones é tido como o mais pop de sua carreira, mas a artista, contrariando a classificação da indústria musical, nega que seu primeiro disco - que alcançou mais de 22 milhões de cópias vendidas - tenha sido "verdadeiramente jazz". A cantora, que reconheceu que não sabia nem o que dizer ao público em seus shows, também conta com novo grupo neste novo trabalho, algo que, como destacou, encara como um "novo desafio".

Informação sobre o Álbum: Audio CD (Maio 1, 2012) Original Release Date: 2012 Número de discos: 1 Gravadora Blue Note Records Norah Jones – Little Broken Hearts (2012)

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Integrantes do Rolling Stones se reĂşnem em frente ao clube Marquee, na Oxford Street, em Londres, local de seu primeiro show, em 12 de julho de 1962 (11/7/2012)


ESPECIAL

50 ANOS

Banda celebra aniversário na expectativa de novo álbum e turnê mundial

P

ara celebrar essas cinco décadas em que o grupo vendeu mais de 200 milhões de cópias, com 24 álbuns lançados, os Stones voltam a se reunir nesta quinta para lançar o livro que revisa toda essa trajetória através de emblemáticas fotos. Além de imagens - algumas tiradas por Philip Townsend, autor das primeiras fotos da banda, o livro "The Rolling Stones: 50" também conta com materiais inéditos do grupo que foram selecionado pelos próprios músicos. A obra, que inclui 700 imagens (300 coloridas), ainda conta com muitas fotos extraidas do arquivo do tablóide britânico "The Daily Mirror" - dono da maior coleção de jornal de fotografias dessa banda. O livro fotográfico, segundo os próprios musicos, "narra a história de 50 anos fantásticos". A sucessão de instantâneas das "Satânicas Majestades" -

autores de verdadeiros hinos do rock, como "(I Can't Get No) Satisfaction", "Sympathy for the Devil" e "Gimme Shelter" documenta a trajetória de sucesso de uma formação que conseguiu ter a crítica aos seus pés com sua música, sua estética e sua atitude provocadora. Além do lançamento do livro, que contará com a presença dos musicos, a Somerset House de Londres também abrigará uma exposição fotográfica com material inédito. Essa mostra, que também documenta esse meio século de sucesso dos Stones, terá entrada gratuita e será aberta ao público a partir de sexta. Para marcar a ocasião, os Stones também apresentaram um novo logotipo: um desenho feito por Shepard Fairey, artista fetiche entre os roqueiros, que remodelou sutilmente a boca que identifica a banda há anos. Fairey, autor do famoso pôster de Barack Obama e autor de inesquecíveis capas, acrescentou um círculo ao redor da sugestiva

boca vermelha com o lema "Os Rolling Stones/Fifty Years", incorporando o número 50 entre o nome do grupo. Ao longo desses 50 anos, os Stones levaram muitos prêmios, acumularam muitos shows lendários e foram incluídos, em 1989, no Hall da Fama do Rock and Roll. Em 2004, eles também ocuparam o quarto lugar na classificação dos 100 maiores artistas de todos os tempos da prestigiada revista "Rolling Stone". Outra publicação, a britânica "Q", considera que os autores dos cultuados "Beggars Banquet" (1968), "LeT It Bleed" (1969), "Sticky Fingers" (1971) e "Exile on Main St." (1972) são uma "das 50 bandas que tem que se ver antes de morrer". Agora, 50 anos de sucesso de depois, sua legião de fãs aguarda a possibilidade dos Stones realizarem um novo álbum e uma nova turnê em 2013, algo que Richards e Jagger já chegaram a comentar, apesar da desgastada relação que há entre os musicos.

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SOM BRASIL

30 ANOS

LEGIÃO URBANA Especial com Wagner Moura marca adeus às músicas da Legião Urbana ‘De repente isso é definitivo, que não voltaremos mais a essas canções’, diz Dado.

N

o estúdio onde ensaia com Marcelo Bonfá e Wagner Moura, Dado VillaLobos diz que os shows que farão juntos, nos próximos dias 29 e 30, em São Paulo (para a série "MTV ao Vivo"), cantando o repertório da Legião Urbana, serão únicos – não haverá uma turnê. Em seguida, faz uma pausa e continua. "São 30 anos de banda, 30 anos desde que Bonfá e Renato (Russo)

ensaiaram pela primeira vez numa superquadra de Brasília. Esse show representa uma virada de página. Queremos trazer essa lembrança, esse respeito ao repertório, ao nosso público, para encerrar um ciclo. O que quero dizer é que de repente isso é definitivo, que não voltaremos mais a essas canções", diz o guitarrista, com palavras escolhidas e lentas, como se tivesse dificuldade para falar aquilo.

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TRIBUTO COMEÇOU EM 2009 Os shows, marcam o fim de uma série de reuniões iniciada em 2009, quando Dado e Bonfá (integrantes remanescentes da Legião Urbana após a morte do letrista e cantor Renato Russo, em 1996) tocaram “Índios” num show do Bajofondo Tango Club no Rio. Fizeram então shows com vocalistas convidados – como no Rock in Rio do ano passado, quando tocaram com a Orquestra Sinfônica Brasileira (a apresentação, aliás, foi gravada e será lançada comercialmente). Foi naquele dia que nasceu a semente da apresentação que eles fazem agora. "André Waisman, que foi presidente da MTV durante anos, assistiu à Legião com a orquestra...", lembra Dado. "E depois foi ao cinema e viu ‘Vips’ (em que Wagner canta Legião, assim como em ‘O Homem do Futuro’)", emenda Bonfá. Por que não aproximar os artistas do Rock in Rio e o de "Vips"? A ideia de Waisman, à primeira vista inusitada, de juntar o ator (que também é cantor da banda Sua Mãe) com Dado e Bonfá foi bem recebida pela dupla. Eles entraram em contato com Wagner, que estava no Festival de Berlim, e a resposta veio com empolgação. "Fiquei doido, claro. Topei na hora, a possibilidade de subir no palco com esses dois é a glória." Depois de trocarem sugestões de

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repertório – que incluirá músicas de todos os discos, até mesmo canções que a Legião nunca tocou no palco, como as dos álbuns "A Tempestade" e "Uma Outra Estação" –, Wagner sugeriu que eles convidassem o diretor teatral Felipe Hirsch para pensar o espetáculo. Além de Hirsch, a banda terá reforços de novos músicos, como Rodrigo Favaro (baixista da OSB que eles conheceram no Rock in Rio), Gabriel Carvalho (guitarrista da Sua Mãe) e o cidadão instigado Fernando Catatau (que participará de duas músicas). A banda passará por canções como "Teorema", "Sereníssima", "Tempo Perdido", "Daniel na Cova dos Leões", "Eu sei" e "Há Tempos". "Eram canções que levantavam a autoestima

da minha geração, naquele país controlado por velhinhos", diz Wagner. "E eram profundamente pessoais também. A Legião não tinha medo da emoção. Todas essas canções são meio como um rito de passagem." O show será gravado para lançamento em DVD e também transmitido pela MTV. “Ainda está rolando um processo de negociação com os herdeiros, mas não sei em que pé está”, diz Dado (foi noticiado no início do mês que a família de Renato Russo não teria permitido o uso do nome Legião Urbana associado ao espetáculo). A preocupação deles, porém, é ensaiar. Para emocionar a plateia e mesmo surpreendê-la. “Vamos tocar muitos hits, mas também alguns lados B”, adianta Wagner.


ENTREVISTA

SIGUR RÓS

Banda retorna depois de hiato de 4 anos Josni fala sobre reunião, novo álbum e mistuar trabalho com prazer

Uma das maiores exportações musicais da Islândia de todos os tempos, Sigur Ros ganharam os corações dos fãs e a aprovação dos críticos do mundo inteiro com seus cinco álbuns deslumbrantes e som inconfundível Após o lançamento de seu álbum de 2008 Með suð í eyrum við spilum endalaust', a banda seguiu caminhos separados assim como o vocalista Josni que iniciou carreira solo.

Agora, de volta com o sexto álbum de estúdio "Valtari", uma coleção espetacular de delicadas paisagens sonoras, falamos com Jonsi sobre o novo álbum, e como foi trabalhar com o namorado Alex Somers na produção.

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Sempre soube que um dia iriamos voltar a tocar juntos!

O que você trouxe de seu tempo como um artista solo (e Riceboy Dormem) de volta para a banda?

Quando você entrou em hiato após o seu último álbum, você achou que era o fim de Sigur Ros?

Eu não sei se eu trouxe isso de volta muito de minha carreira solo. Nós temos uma maneira muito diferente de trabalhar em Sigur Ros. Para mim, pessoalmente, foi bom tentar seguir meu caminho separado e tentar algo diferente com pessoas diferentes e artistas diferentes. Eu acho que eu gostaria de trabalhar com mais pessoas no futuro também.

Acho que sempre soube que iria voltar a ficar juntos. Eu só acho que precisávamos de uma longa pausa depois que fomos passear muito, por muitos anos. Eu acho que nós estávamos cansados​​ e tivemos uma pausa porque todo mundo estava tendo um bebê! Eu usei o tempo para fazer um álbum com o meu namorado e também meu álbum solo, então fizemos uma pausa boa, mas foi muito bom voltar com as caras de novo e começar a trabalhar. Senti-me como voltar para casa.

O que você trouxe de volta juntos? Os caras estavam definitivamente prontos para começar de novo, porque eles haviam sido em tal quebra de um longo tempo eu estava fazendo outras coisas, eu acho que eles estavam realmente interessados ​​em fazer alguma coisa.

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O que você sente mais falta de trabalho como Foi o seu trabalho no álbum Riceboy acomoda parte de Sigur Ros? uma influência em 'Valtari'? Eu acho que a coisa mais difícil para mim foi estar sozinho e não ter os caras para devolver as coisas de volta, falar sobre idéias, responsiblities compartilhar e tomar decisões em conjunto. Você tem que ser realmente responsável, quando você está por sua conta.

Sim, definitivamente. Alex nos ajudou a misturar o novo álbum, mas acho que este álbum é como o Sigur Ros ter feito entre as músicas de álbuns anteriores - e agora é um álbum cheio de isso, mas é muito parecido com Riceboy em alguns aspectos.

Você já foi tentado a seguir o caminho de "Med sud í eyrum vid spilum endalaust" e seu álbum solo 'Go' e gravar algo mais pop?

É este o primeiro álbum de Sigur Ros que Alex está envolvido, certo?

Acho que não. Estávamos todos um pouco doente das coisas, otimista mais rápido e queríamos tentar algo diferente. Eu acho que se tivéssemos ido na direção contrária e fez a música mais otimista teria sido apenas pura música pop, então eu acho que nós queríamos dar uma pequena volta esquerda e fazer esse álbum, eu acho. "Valtari 'vem fermentando há muitos anos e nós tivemos isso no fundo de nossas cabeças para fazer este álbum para um longo tempo e acho que agora nós viemos juntos para tirá-lo do nosso sistema.

Ele nunca trabalhou em Sigur Ros antes, mas foi muito bom tê-lo. Este álbum foi tão desmiolada, e fez mais cinco ou seis anos e estava muito confuso em uma maneira. Nós gravamos duas músicas em 2007 em um estúdio em Londres com um coro e depois fomos reciclar algumas de nosso material antigo e nós demolidos e que alguns meses atrás, decidimos nós decidimos que queríamos fazer outro álbum. Alex ajudou muito ao foco e à construção. Nós apenas lhe entregou um monte de estranhos som de arquivos e ele nos disse que precisávamos

Muito obrigado, Sigur Ros. "Valtari" já está disponível no Itunes


SHOWS QUE VEM POR AÍ Arena Anhembi, São Paulo

10.08 2012

MAROON 5 Os fãs do Maroon 5 podem comemorar. O grupo vai voltar ao Brasil em agosto para lançar seu novo trabalho em três capitais do país. As informações são da produtora XYZ Live, responsável pela etapa brasileira da turnê.

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AGENDA

15.07 2012 The Asteroid Galaxy Tour Cine Joia, São Paulo A banda pop The Asteroids Galaxy Tour se apresenta no próximo dia 15 de julho, no Cine Jóia, em São Paulo. Eles voltam ao país depois da apresentação feito ano passado no Rock in Rio. Os dinamarqueses ficaram famosos com a música "The Golden Age", frequentemente usado em propagandas; e agora chega ao país para divulgar seu novo disco Out of Frequency, lançado em janeiro deste ano.

Paez 14.07 2012 Fito HSBC Brasil, São Paulo A apresentação faz parte da turnê mundial em comemoração aos 20 anos do disco "El Amor Después del Amor", que o transformou em um dos mais importantes artistas da América Latina. Os ingressos custam entre R$ 65 e R$ 340, e estão disponíveis no site ingressorapido.com.br.

Entre as músicas estão “Dos Dias em la Vida”, “Tumbas de la Glória” e “La Rueda Mágica”.

Para festejar as duas décadas do trabalho, o músico canta as 14 faixas do álbum em ordem original.

HSBC Brasil - r. Bragança Paulista, 1.281, Chácara Santo Antônio, zona sul, São Paulo, SP. 14/7: 22h.

A gravação contou com participações especiais de músicos renomados como Charly García, Luis Alberto Spinetta, Mercedes Sosa, Andrés Calamaro e Gustavo Cerati.





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