João Márcio Dias @joaomarcio
Julio de Castro @antiambiente
Maluh Albuquerque @pheha
Morgana Mastrianni @morganamesmo
Murilo Souza @eu_tu_itter
Quer dizer, né Brasil?
Tudo isso por que eu sou o cotista. E hétero!
Olha o trojan que eu preparei pra você.
Pode só apertar minha mão. Não precisa beijar.
Magenta não é cor primária, caceta.
Ingo Lyrio @ingolyrio
Luiz Guimarães @luizguimaraes
Maysa Monjardim @meumundocaiu
Osmar Shineidr @psicodelicias
Rachel Patrício @matryoska
Estou sem internet. Malzaê.
É de bater com a cabeça no teto, minha gente!
Temei e rebolai. Eu cheguei!
Prova do OAB? Faz me rir! Quero ver advogar!
Fica aí menina, vai ter bolo!
A Pheha chega à sua terceira edição honrando sua proposta e o espírito do coletivo "Casa de Ferreiro", que é "ser uma desculpa para sua equipe se reunir e beber até cair". E isso é o que acontece em cada reunião de pauta, em cada fechamento.
Nossa musa do twitter, Maysa Matarazzo dedica-se a falar sobre a elegância que está em saber (e) pensar. A rainha do drama e do álcool fará muito bom ‘aproveito’ (#laje) da matéria politiqueira sobre a lei seca. Afinal, o metrô está bem mais caro que a garrafinha de 51, minha gente!
E, imbuído desse espírito mesa-de-botequim, sempre há espaço para mais um amigo, um conhecido ou não, chegar, conversar fiado e beber junto [em tempo: esta edição vem com a vibe da "Vereda Tropical", cachaça de Pedra Azul, fabricada e engarrafada por Luciano Silva Miranda. Agradecimentos especiais ao Antônio (@roquehorror) o/].
Nossa seção de música ignorou qualquer responsabilidade jurídica e desceu a lenha em todo mundo que acha que é alguma coisa nesse mundo. Afinal, quem é Roberto Carlos na noite? E para não falarem que nosso desdém é mera inveja, dedicamos duas páginas a grama do vizinho. Fato que não somos invejosos: sabemos elogiar quem faz algo digno. Vide os casos de Deborah Colker, a coreógrafa carioca que conquistou o mundo; e o portifólio de Osmar Shineidr que apresentamos nesta edição.
Toda sorte de opiniões (sempre travestidas de informação) é bem-vinda. Nossas portas estão abertas para elogios, apologias, ofensas-em-cima-do-salto (porque ninguém aqui curte baixaria) e até críticas consistentes, vindas de nossos intrépidos leitores. E colaborações também. A Pheha não seria o que é sem vocês (abraço de bêbado-amigo em todos).
Mas a gente não sabe ser legal por muito tempo e logo cai na babaquice. Em homenagem a tudo isso criamos uma apostila de como ser idiota no Twitter. Envolvendo amor e tecnologia, Rachel Patrício esbanja humor em uma incrível crônica. E como já virou costume, sempre ligamos sexo a
amor. Não que isso faça algum sentido. Esse mês exploramos a modinha do Ménage à trois. Além disso, contamos com entrevistas com Pablo Carranza e Pryscila Vieira, e uma divertida agenda para os fãs de quadrinhos. Para o pessoal que pretende conhecer o Rio em breve, aproveitando a Parada LGBT, Luiz Guimarães lista os lugares mais atípicos das terras da Guanabara. Não esqueça que a Parada de 2009 será no dia 1º de novembro, quase no fim do ano. E fim de ano não é só peru, não é só chester, não é só ganhar meia felpuda de Natal. É a época mais divertida do ano com o Troféu Espeto de Pau. Yuppie! Você reparou nossa capa? Lindinha, né? Nossa terceira edição tem Daniel Peixoto, ícone do electrorock nacional, em uma entrevista exclusiva. Então, minha gënte, é isso. Encerro esse editorial aqui, pois comemoraremos o lançamento da terceira edição em alguns minutos, esperando não ver mais nenhum ônibus (e/ ou acervo de um expoente das artes plásticas brasileiras) ser queimado hoje.
Em casa de ferreiro, espeto de pau Envie seu conteúdo para próxima edição: revista.pheha@gmail.com até o dia 07/11/2009.
Música: Com o Rei na barriga [10]
Política: Lei Seca - Vá de velotrol [06]
Lambe-Lambe: Mulheres Aleatórias [26]
Capa: O artista mais livre que você já conheceu [16] Grandes Pensadores de Merda: Ensaio sobre a grama do vizinho [24]
Sexo: Três é demais [42] Comportamento: Chique é ser inteligente [04]
Amor: Rachel [41]
Tecnologia: Como ser um babaca no Twitter [40]
Crítica: Pira, Olímpica [54] Arte: Debora Colker e eu [36] Vem aí: Troféu Espeto de Pau [52]
Roteiro: Lugares gays do Rio que você precisa conhecer [50]
Entrequadros entrevista: Pablo Carranza [46] Pryscila Vieira [48] Agenda HQ [44]
De pequenino que se torce o pepino
Chique é ser inteligente
por Maysa Monjardim (@meumundocaiu)
Pheha e leitores, temei: EU CHEGUEI! Mais rápida do que raio em ponta metálica de guarda-chuva! Mais afiada do que espada Samurai cortando macaxeira! Eis-me aqui! Escolhi um assunto que me diz respeito e apetece: a elegância. Aquele elemento essencial que nasce com a pessoa e, ao contrário do que se alardeia, não é adquirido em muitas vezes parceladas no cartão de crédito. Basta observar os fatos. Ser elegante independe de classe social, origem familiar ou poder aquisitivo. O garbo caracterizar-se pela inteligência com a qual se conduz a vida, mesmo diante de adversidades, situações inóspitas ou frustrações avassaladoras. A história de alguém, mesmo com muitos tropeços, é fundamental para determinar a capacidade de improviso requerida ao longo da vida. Já ouviram falar que a finesse de alguém é medida pela naturalidade com a qual ela se porta, mesmo que usando apenas jeans e camiseta, num evento de gala? Ou, até mesmo, que desconhecer um assunto numa roda de intelectualóides é o estopim para se estude a respeito e verse, com propriedade inabalável, sobre ele? Por essas e outras, digo e repito: chique mesmo é ser inteligente. Não estamos falando sobre livros de etiqueta ou protocolos sociais ultrapassados, amados meus, mas de algo es-
sencial e inerente a quem já nasce elegante: o brilho interior.Tal esplendor em nada ter a ver com pseudo-intelectuais, em número cada vez mais lamentavelmente crescente, que propagam o cult e nele vêem um grande status. Até porque, de nada adianta fazer cara de paisagem diante de livros que enfeitam prateleiras se você nem ao menos discerne o conteúdo deles. Tampouco rende alguma coisa quem aposta em ser blasé, baseando-se em seu vazio ecoante, ou, pior do que tudo, ser miseravelmente invejoso e vislumbrar no fracasso alheio uma chance de destaque. Assim sendo, ao contrário do que se imagina, a vida não é feita de mergulhos e flashes. Conseguem ver como ser elegante, resumidamente, diz respeito a cercar-se do que é digno, essencial e inteligente? Por essas e outras, também improcede a teoria de que finesse e berço de ouro são complementares.Se tal idéia valesse de alguma coisa, não teríamos os famigerados pseudo-intelectuais e, muito menos, aos alienados mais nítidos, que acreditam que o rock foi inventado por bandinhas com franjocas estilosas. O valor de alguém reside em correr atrás do prejuízo, ou seja, não ter vergonha de desafiar o que se desconhece
e, assim, rebater qualquer idéia ultrapassada de que garbo e riqueza são necessariamente complementares. Arrogância, prepotência e empáfia também são elementos que descaracterizam qualquer pessoa que se julgue fina. Vale lembrar que elegante, e incrivelmente inteligente, é que busca e divide conhecimento, sem tabus ou amarras, sempre com boa vontade e sede de saber. Por fim, ressalta-se que valores como ética, caráter e riqueza de espírito, com pinceladas generosas de bom humor, uma vez que amargura e recalque formam apenas seres atrofiados e repulsivos. Então, aconteça o que acontecer, não esqueça que uma coisa puxa a outra, ou seja, inteligência puxa elegância e, assim, você faz o mundo girar e, melhor do que isso, sem a intenção de que ele gire em torno de você. Mazelas todos temos, contudo, faça da sua calça jeans o seu próprio evento de gala e deslize suavemente por aí, tendo em mente ser classudo(a), antes de tudo, é ser naturalmente genial. E não esqueça: ser inteligente não sai de moda. Beijocas etílicas aos leitores mais amados e divertidos do Brasil! Até a próxima edição de Novembro, Pheha!
Merda no ventilador
L O R T O L E V E D VÁ por Murilo Souza Eu tenho carteira de motorista desde dezembro de 2007 e desde muito antes já tomava minhas três ou quatorze cervejinhas com os amigos. A tão famigerada permissão para dirigir trouxe novos horizontes à vida do universitário desvairado, como a facilidade de deslocamento através da cidade mesmo nas horas mais esdrúxulas, o súbito e até mesmo entusiasmado interesse por mecânica de automóveis e um conturbado panorama financeiro decorrente dos gastos com combustível e manutenção. No entanto, ao sair de casa com destino à faculdade, sempre parava diante do Átila (é como chamo meu Fiat Uno) e perguntava: E aí? Qual de nós dois vai beber hoje? Dia 20 de junho de 2008, toma efeito o decreto de nosso inácio presidente: a Lei Seca. Tolerância zero à mistura de álcool e direção. Os limites de teor alcoólico estabelecidos foram considerados tão restritivos que beijar alguém que tivesse comido um bombom recheado de licor de menta há 3 horas atrás já caracterizaria infração, e só a muito custo os produtores de etanol conseg-
uiram evitar que o carro a álcool também fosse proibido. Não que o limite anterior fosse frouxo, pois equivalia a cerca de duas tulipas de chope, mas daí pro zero, necas, nada... rola um abismo. E é claro que foi uma choradeira geral: donos de bares e restaurantes, fabricantes de cerveja e ambulantes do "skol dois latão por cinco" soltaram o verbo pois a medida os levaria à bancarrota, além de meia dúzia de advogados alcoólatras clamando inconstitucionalidade. Pois sim. Com o decreto da lei em si não havia porque se preocupar, já que muita gente sempre infrigiu o limite antigo sem medo de ser feliz, tomando apenas o cuidado de reservar uma oncinha-pintada na carteira pro caso de precisar pedir pro "seu guarda" aliviar a barra. Portanto, a opinião geral era a do "não vai pegar". Só que pegou. De março deste ano até agora, só na cidade do Rio de Janeiro, mais de cinco mil carteiras de habilitação foram recolhidas e doze mil multas aplicadas. Sim, pois não apenas o limite foi endurecido como também a punição por dirigir embriagado ficou
bem mais rigorosa, com a multa de mil reais e perda do direito de dirigir por um ano, além de ser agravante para envolvimento em acidente de trânsito. Como assim, Bial? O que aconteceu, em que planeta nós estamos? É do Rio de Janeiro que estamos falando mesmo? Uma LEI, sendo levada a SÉRIO!? O que aconteceu foi simples: Deu ibope. A mídia não saía de cima da Lei Seca, fosse para louvar ou apedrejar, era o assunto do momento. E tanto deu ibope que não havia condições de empurrar com a barriga. Por isto, bafômetros foram adquiridos (antes do decreto havia apenas 15 disponíveis em todo o estado fluminense), agentes e policiais foram treinados e desde março temos a tal Operação Lei Seca, que consiste de blitzes pega-bebum com reboques e táxis já de prontidão no local. E diga-se de passagem, toda esta audiência pode não suprimir mas certamente inibe a propininha livra-cara básica. Resultado? Redução de 23% no índice de acidentes de trânsito desde o início da Operação, cerca de 2.200 vítimas a menos. Lei melhor que as outras? Não. Fiscalização minimamente decente? Sim.
E agora, José? Na hora de ir pra night, no entanto, quase sempre era o Átila que bebia, enquanto eu ficava só na coca-cola. Quando a vontade era muita, uma cervejinha somente e sabendo que só ia dirigir muitas horas depois. Nem tinha Lei Seca nessa época, mas dirigir bêbado sempre foi tabu para mim, nunca tive vontade de pagar para ver se conseguiria guiar desprovido da plenitude de meus parcos reflexos sem resultar em tragédia. Eu só queria ter certeza de que estaria sóbrio, e cinco horas se esbaldando de dançar queimam muito bem o álcool de duas latinhas de itaipava, que já é aguada por natureza. O problema é quando eu resolvia que queria beber pra valer. Obviamente o carro fica em casa, já que não tenho fetiche por amputações e afins. E eis que estamos na Lapa, no Humaitá, no Leblon, ou qualquer outro lugar de onde se espere uma night minimamente tolerável. Bebe, dança, fler-
ta, bebe, dança, vomita, bebe, bebe, dança, dança, faz a íntima com o DJ, esbarra em todo mundo, bebe e dança mais um pouco, paga a comanda no cartão para não pegar fila e sai da boate, lindíssima. Hora de voltar para casa. Se você é bem-nascido e mora em qualquer lugar que fique a 15 minutos do Centro, é só pegar um táxi e pronto. Agora, vai morar na Pavuna-adjacências, garotão. Uma extensa lista de calvários o aguarda, contidos em uma atividade prosaica que é a do ébrio retorno ao lar após uma noite semi-orgiástica. Vejamos as opções que o Rio de Janeiro nos oferece para o martírio. Metrô: Quando eu digo numa rodinha de amigos que morar em Irajá é horrível e que é longe de tudo, sempre tem um irritante morador de Copacabana para me dizer: "Ah, mas lá tem metrô, né?" Pois sim! E a senhora acha que eu moro dentro da estação, não é mesmo? Da minha casa até o metrô são uns amargos vinte minutos a pé, e é
aquela distância cretina que você acha um absurdo pegar um ônibus mas que é um saco andar a pé. Não obstante, convém lembrar que o horário de funcionamento do Metrô Rio é: De segunda a sábado das 5h às 0h; Domingo e feriados das 7h às 23h. Portanto sair sábado à noite significa mofar das 5h até as 7h na sentado na escadaria do Metrô, curtindo aquele frescor matinal com aroma de urina e vômito. Ônibus: O ônibus oferece uma pequena vantagem em relação ao metrô, que é escolher a que horas você começará a mofar esperando a condução para casa. A cada duas horas passa o ônibus 666 para Cruz-Credo via Casa do Cacete que você pega. Enquanto isso, aproveite para desfrutar da diversidade cultural carioca trocando altas idéias com mendigos, pivetes, travestis e bêbados. Se der sorte, dentro do ônibus ainda será agraciado com aquele assalto maroto na altura de Bonsucesso, que a propósito é um bairro de nome
cuja ironia é comparável somente a pérolas como Saúde, Vista Alegre, Encantado ou Maria da Graça. Supervia: Bem, uma pessoa que pega o trem para voltar da noitada realmente é digna de toda a piedade do mundo, pois dificilmente mora em algum lugar dotado de luxos como iluminação pública, asfaltamento e esgoto tratado*. De qualquer maneira, ainda terá que encarar aquela caminhada saudável até a Central do Brasil, um logradouro deveras aprazível às quatro da manhã de um sábado. Acaso sobreviva ao trajeto, espero que tenha trazido na bolsa aquela tese de mestrado que você queria ler, pois tempo é o que haverá de sobra até o próximo trem. Táxi: É claro, é possível morar mal sem ser pobre, existem pessoas extremamente muquiranas e/ou masoquistas no mundo. Mas já que vamos gastar a passagem da semana só para voltar à casa, vale a pena se divertir um pouco: Pare
diante daquela fila interminável de táxis que impedem qualquer tráfego racional na via e fique olhando para os carros com aquela expressão indecisa que você faz quando tem que escolher entre casquinha de baunilha, chocolate ou mista, e assita aos taxistas se estapeando por alguns minutos. Porém, prepare-se. Quando disser para onde você vai, certamente será indagado por onde. Vale a pena conhecer bem as vias principais da cidade e tomar o cuidado de não dormir dentro do táxi, para não acabar com uma corrida de cento e cinquenta reais da Lapa até a Penha ou dentro de uma banheira cheia de gelo. O resumo da ópera é que finalmente temos uma estrutura para reprimir e punir os motoristas beberrões, mas a opção de voltar sem carro é amarga e por vezes até mais perigosa do que pegar carona com bebum. Uma cidade do porte e da relevância do Rio de Janeiro que tem inclusive a empáfia de concorrer e sabe-se-lá-como ganhar de
gigantes como Madrid, Chicago e Tóquio na disputa pelos jogos olímpicos de 2016 não tem o direito de ostentar um sistema de transporte público tão pífio como o atual, sem nenhuma opção durante as madrugadas, nem mesmo aos fins de semana. Um metrô 24 horas, ainda que com menos trens, e menos miséria nas linhas de ônibus na madrugada já seria um ótimo começo. Isto sim seria pensar no bem-estar da população em vez da arrecadação gerada pelas multas aos cachaceiros. Mas por via das dúvidas, continuo deixando o carro em casa. Afinal, é melhor ficar duas horas esperando um ônibus sentado no ponto do que dois meses deitado numa UTI esperando um rim e cheio de pontos. * Indignados com esta afirmativa, favor contatar os devidos responsáveis @cesarmaia_, @eduardopaes_ e o Sérgio Cabral (não tem twitter. LOL. mas pode deixar recado com o Eduardo Paes).
Agulha no palheiro
COM O REI N
QUEM DISSE QUE A SUA BANDA FAV
NA BARRIGA
por João Márcio Dias e Ingo Lyrio
VORITA É GENIAL, JOVEM TOLO?
S
im! Tivemos a coragem de tocar no assunto que nin guém ousa falar o nome. Por acaso você alguma vez já escutou um artista e se perguntou... “O que essas pessoas veem nisso?” Pois é, essa pergunta é uma constante em nossas vida culturais. Algumas pessoas já viraram lugar comum em serem chamadas de geniais, não existe uma avaliação em separado de seus trabalhos e qualquer coisa posta em jogo está valendo. É uma necessidade de ver a
genialidade onde não existe, talvez por carência de uma base cultural solidificada misturada à preguiça de pensar. Muita gente boa já cometeu gafes, e muita gente ruim já acertou de maneira surpreendente. Mas estamos aqui unicamente para ofender, espizinhar e tripudear os semi-deuses da música. Vez ou outra me pego assistindo louvores a alguns artistas em documentários (principalmente na MTV) e sempre me questiono a real razão da idolatria. Nem entro mais na questão merca-
Mallu Magalhães Vamos começar jogando baixo. Não só pela estatura da ninfeta indierock, mas por que ela é o meu maior questionamento. Uma mistura de folk e rock alternativo com um toque de nonsense fazem dessa menina minha primeira escolha para essa lista. Teve um começo meio que revelador, pareceu que tinha algo inovador ao tentar reviver o folk e trazia letras sem sentido, basicamente todas em inglês. Uma de suas músicas entitulada “Tchubaruba” pode fazer um ótimo resumo de todas as outras músicas de seu repertório, que é bastante repetitivo e cheio de tédio. Apesar de tudo, ainda dá para tirar algum ouro desta pedreira. Suas músicas lembram uma época em que tudo era mais
Kaiser Chiefs Banda começou em 2003 mostrando que vinha com tudo! Estourando nas paradas com seus singles e um bom cd, dançante e beeeeem indie, mas não foi além e estagnou no 2º álbum. Porém, não estariam nesta lista se tivessem uma maior preocupação na produção deste temido CD, que deixou absurdos a desejar. Somente algumas músicas são interessantes como: “Everything is average nowadays” e “Ruby”, que formam uma boa escolha para incluir na playlist de sua festa. Em relação às músicas do segundo album em diante, somente repetição e pouco trabalho. Cá entre nós... eles só aparecem mesmo graças ao Guitar Hero 3 que adicionou o hit "Ruby" no repertório deste jogo de
bastante reconhecimento, senão estariam tentando arranjar um espaço no cenário indie. Sua fórmula é bastante previsível: guitarras distorcidas, shalalás, yeah yeah yeah e um refrão chiclete. Mas nada que não possa ser justificado com "É nosso estilo". Afinal, quando a criatividade não é um dom, a repetição é bastante utilizada. E combinemos, ser genial uma vez não prova nada.
dológica, afinal, nós vivemos em um mundo capitalista e somos garotas materialistas. A gente quer entender por que alguns artistas carregam apenas elogios nas costas e, sem medo de represálias, estamos colocando nossa cara à tapa para expor alguns fatos e opiniões que podem deixar algumas pessoas bem nervosas e roubar algumas risadas suas, caro leitor. Portanto, tire as crianças da frente do PC pois essa matéria promete! Segura, Brasil!
poético (ou patético), como no mundo do folk. Basta ignorar alguns detalhes e pode até virar trilha sonora de manhãs ensolaradas de sábado. Porém dura pouco até perceber que basta cantar "bápitchuraura" e outras onomatopéias para imitar esta figura. Não precisa ser um gênio da música para descobrir que esta menina não há muito o que apresentar e nem dizer (vide entrevistas). No final de tudo que ela faz, a alegria é tão grande que dá uma enorme vontade de se jogar no trilho do metrô, sentido Itaquera. Para colocar uma cerejinha no sundae da mocinha, ela resolveu curiosamente namorar o ícone-mor dos pseudo-intelectuais brasileiros. Marcelo Camelo é o atual caf...tutor da menina. Que fique bem claro que não odeio Los Hermanos. Muito menos Marcelo Camello. O que eu detesto, assim como espero que você também, são os fãs de Los Hermanos. Todos insuportáveis.
Rolling Stones Famosa e hiperestimada banda inglesa que movimentou o cenário rock. Reconheço acima de tudo sua importância nas decadas de 60 e 70, em que foram o reforço e o revés de uma bandinha chamada Beatles na grande invasão britânica. Algumas de suas músicas foram responsáveis pela formação de muitas bandas importantes, e até hoje são famosas. Porém-todavia-contudo-entretanto eles não abalaram o mundo com novidades musicais, nem com um som ousado como os garotos de Liverpool, mas pela midia e sua contribuição para a moda e os costumes de sua época. Aproveitando este oportunismo, acabaram surfando na tsunami que os Beatles criaram. Se aproveitando do estouro beatlemaniaco eles conseguiram um grande espaço nessa matéria! Prometo que não falarei da falta de ousadia de Keith Richards nem das danças exóticas do Jagger... além do mais quem sou eu para julgar. Mas fica a pergunta: há quanto tempo os Stones não lançam um hit de verdade. Viver de "Satisfaction" é algo quase Danni Carlos.
Raul Seixas
Strokes Banda bem ativa, com um som de garagem, estourou rapidamente nos EUA devido a sua música e comportamento agressivos. Apesar de assumir minha simpatia pela banda, não poderia deixar de lado essa incrível e superestimada banda que não tem muito a ver com a bandeira indie da qual os rotulam. A começar pela herança do vocalista, Julian Casablancas. Aos que não sabem, a família Casablancas é praticamente uma máfia da moda
mundial. Ou seja, problemas com mídia ele nunca teve. Posteriormente, seu som não tem nada de novo. É mais do mesmo sim e daí. O grande quê de genial é a sabedoria de fazer a coisa certa, na hora certa e com as pessoas certas. Strokes não dão ponto sem nó. E esse mérito deve ser reconhecido. Claramente constatado que a banda apareceu mais na mídia por causa de brigas e bebedeiras do que por seus trabalhos.
Nascido há 10.000 anos atrás, Raul, mais conhecido como “Raulzito” foi um dos maiores roqueiros tupiniquins. A expectativa era grande pois ele começou arrasando com distorção a toda e muitos riffs de baixo característicos da era hippie. Existem grandes obras desse roqueiro que abalaram e abalam gerações, entre elas estão: “Doce doce amor”, “Gitá” e “Cowboy fora-da-lei”. Deviamos agradecer a Raulzito, pois graças a ele conseguimos manter contato com a época mais criativa e revolucionária da música internacional. Mas como tudo que é bom dura pouco, Raul mergulhou no caldeirão de LSD e afins e acabou desvirtuando sua música, que ficava cada vez mais afetada pelas drogas, assim descambando para a psicodelia e causando o afastamento do rock 'n roll em si.
Roberto Carlos Sou somente eu ou mais alguém concorda comigo quando digo que Roberto Carlos não é isso tudo que a TV nos empurra pela goela? Roberto Carlos teve sua força e expressão na Jovem Guarda. Provavelmente sua maior falha foi o completo descompromisso com a política nacional durante os anos de ferro da Ditadura no Brasil. Bob Charles, como prefiro chamar, deixou tudo ir. Como se nada acontecesse no país. Mas até aí, tudo bem. Ninguém tem a obrigação de acordar Geraldo Vandré todos os dias. O grande questionamento sobre Roberto é a sua acomodação musical. Após receber o título (merecido, lógico) de Rei da Música Brasileira, a maldita poltrona da preguiça o abraçou. Há pelo menos 30 anos o homem não cria algo realmente emocionante. Hoje ele vive de especiais da TV Globo, venda de coletâneas, cruzeiros em alto mar e do uso da sua popularidade como muleta para ações promocionais e merchandising. Com o perdão da palavra "muleta", viu Bob?
Jota Quest Los Hermanos Que coincidência! Os amantes na mesma matéria! Que bonitinho... NOT! Los Hermanos foi a banda que trouxe a pedofilia o estilo alternativo à grande massa, de um jeito meio que estranho, mesmo assim dando muito certo, com uma música pop-rock e com a pequena ajuda de uma estrela Global (a não menos que bela Mariana Ximenes) fazendo o papel principal do primeiro videoclipe da banda. Após o grande estouro da banda seus integrantes mostraram suas verdadeiras faces e deixaram sua veia criativa morrer, deixando seus discos cada vez mais chatos, tediosos e vomitantes. Eu já falei que odeio os fãs de Los Hermanos?
Essa banda começou muito bem, todos jovens, promissores, de Minas, estilo soul e músicas empolgantes; porém bastou estourar uma música e as gravadoras acabaram com a criatividade e liberdade da banda, deixando como resultado um pop-rock mela-cueca. Vamos dar um crédito à banda que ainda se esforçou para voltar aos bons tempos, criando a música “Já Foi” que tem como base um soul bem dançante e uma bateria bem arrumada com viradas marcantes, mas não adiantou, pois a força do contrato de sangue é mais forte e continuam como marionetes. Mas podemos salvar "O Que Eu Também Não Entendo" como uma de suas pérolas. Mas isso não os qualifica como sucesso de vendas. Muito menos de pedra fundamental da criatividade do pop-rock mineiro.
Cansei de ser sexy Começou sem querer e atingiu o mundo da música como um furacão. 2003 foi o ano do oportunismo, segundo calendário de Lovefoxx. Na banda ninguém sabia tocar quase nada, até hoje continuam na mesma. Seu sucesso no exterior foi atingido na maior parte por oportunismo sobrenatural que colocou essa infame banda no mesmo palco que os deuses do Kraftwerk. Para finalizar a saga do oportunismo, a banda sustenta seu sucesso no namorado da Miss Opportunity que é ninguém menos que Taylor-Davis. Vale lembrar que o primeiro disco do CSS é bastante legal, tem uma mistura de electro com rock que quase convence e ainda por cima camufla a falta de técnica. Mas o segundo CD... Ê-laiá! Que coisinha chata!
Little Joy Banda formada nas férias do Los Hermanos, sustenta a linha Strokes, porém com um toque melancólico da banda de origem do idealizador do projeto, Rodrigo Amarante. Todos esperavam um encontro interessante entre as 2 bandas, mas não fez jus à especulação em cima do projeto e manteve suas identidades originais de cada banda, tornando Little Joy uma das maiores frustrações do rock. Seu CD é chato, desengonçado e não bate bem no estômago. Mas é um ótimo conforto para os fãs de Los Hermanos. Assim, eu realmente ODEIO os fãs de Los Hermanos. Já comentei sobre isso?
BONUS TRACK Madonna Você já ouviu "I'm going Bananas" do CD I'm Breathless, o mesmo que tem "Vogue"? Então, amado, ouça. E depois continue amando Madonna como antes. I DOUBLE DARE YOU!
DANIEL PEIXOTO
N達o julgue o livro pela capa
o artista mais livre que você já conheceu
Textos e entrevista: João Márcio Dias Fotos: Nicolas Callegaro Edição: Fabio Vianna
E
u me lembro da primeira imagem que eu tenho de Daniel Peixoto. Um dia assistindo a MTV vi um homem magro, com roupas exóticas, gritando e dançando em um dos milhares programas que João Gordo já promoveu naquela emissora. O então vocalista do Montage fazia um louvor a remédios e o rapaz que morava comigo (evangélico, virgem, conservador e fiel as tradições de família e bons costumes) me indagou: João, o que é isso? E eu respondi: É vida! Entendi que ali estava um gênio da música. Não só pela produção ser incrível, mas por toda aquela fuga da obviedade. Por me trazer um sentimento de estar assistindo a MTV que eu vi morrendo, aquela mesma que me apresentou coisas incríveis na década de 90 e hoje se limita aos NX22 e CPMZero’s da vida. O Montage era a salvação da música. Nordestinos, performáticos e beinlokos. Era isso que eu gostava. A loucura, a música desenfreada, aquela ânsia por novidade. Tudo isso pontuado com o melhor estilo “Sex, Drugs and (Electro) Rock’n’Roll” e um temperinho blasé que era encantador.
Em janeiro de 2005 Daniel Peixoto formou sua Montage, a primeira banda de Electro Rock do Nordeste Brasileiro, o projeto migrou de Fortaleza para São Paulo no início de 2006, e lançou o primeiro álbum que pelo selo Segundo Mundo, do produtor Dudu Marote, com fotos de Manuel Nogueira e figurinos de Lino Villaventura. Montage foi citada pela revista BIZZ como a banda que faltava há, no mínimo, 18 anos e eleito o "melhor show do Brasil" pela da Folha de São Paulo por duas vezes consecutivas. Participaram de festivais como Skol Beats, Tim Festival, Abril Pro Rock, Machina Festival, Supernovas, Ceará Music, Rec Beat, Goiânia Noise e das duas últimas edições do Campari Rock. Já dividiram palco com bandas como Justice, Björk, The Killers, Arctic Monkeys e The Cardigans. Entre outros feitos, vale citar que foi a primeira banda da América Latina a ter um show virtual no Second Life, tocaram em todos os estados Brasileiros e em outros países, venceram os prêmios "London Burning - Melhor artista de 2007" e "HellCity - Melhor Show de 2008" ambos por júri popular, ingressaram no cinema em filmes como "Augustas" de Francisco Cesar Filho e "Rânia" de
Roberta Marques, ambos atuando e colaborando com a trilha sonora, além de recentemente terem sido elogiados por Justin Timbarlake no seu site pessoal. Ufa! Em resumo, uma banda brasileira que dá aquele sentimento de orgulho e que mostrou pra todo mundo que não estão pra brincadeira.
Em 2009, a banda se desmanchou. Não por conta de brigas e picuinhas. O grande problema era a banda se encontrar, ter uma agenda compatível. Daí surge a carreira solo de Daniel Peixoto. Prestes a lançar seu primeiro álbum, o mito preparou um ensaio exclusivo para a Pheha e deu uma
entrevista deveras bacana, contando sobre sua carreira, planos pro futuro e sua relação com família, fãs e internet.
14 perguntas para Daniel Peixoto
Pheha: Como começou a sua carreira, antes mesmo do Montage e como se deu a formação da banda? Daniel Peixoto: Sou artista desde criança, estudei canto, piano, guitarra, teatro e dança. Em 2004 comecei a encher o saco do Leco para produzir coisas pra mim, no ano seguinte já existia o Montage, no mesmo ano fomos pro Rio e São Paulo e não voltamos mais. Pheha: Ceará, Rio de Janeiro, São Paulo... Até onde os tentáculos do Montage atingiram? Daniel Peixoto: Fizemos todo o Brasil e uma carreira no exterior também, tocamos em outros países, fomos notícia em vários outros, temos faixas lança-
“
Sou artista desde criança. Estudei canto, piano, guitarra, teatro e dança.
das em compilações de grande porte no mundo todo, como por exemplo, na Neofunk da Som Livre, lançado no Japão e na Austrália. Atualmente a faixa “I Trust my dealer” está no Top 5 da rádio UP FM da Nova Zelândia. Pheha: Pelo que lemos, a pacífica "ruptura" do Montage se deu por incompatibilidade de agendas. Agora você vem com uma carreira solo. O que podemos esperar dessa nova fase? Daniel Peixoto: Músicas incríveis, uma maior disponibilidade para viajar por conta que você está levando um artista ao invés de uma banda. Produtores bacanérrimos colaborando diretamente com meu trabalho e a mesma alegria e fervo de sempre. Pheha: O que Daniel tem e Montage não tinha? Qual será o diferencial? Daniel Peixoto: Putz, uma coisa é você fazer um trabalho em coletivo, onde várias pessoas assinam uma parada, outra coisa é você ter um trabalho com seu nome, seu rosto. Aquilo ali é 100% você, vou poder agir da minha maneira. Mas a resposta pra sua pergunta eu só vou poder lhe dar com precisão depois de um tempo que o álbum for lançado e eu estiver novamente na estrada, será meu auto-descobrimento junto com meu público Pheha: Quais a parcerias pro próximo álbum? Qual a previsão de lançamento? Daniel Peixoto: Previsão para Janeiro de 2010. Estão nesse trabalho comigo Killer on the Dancefloor, Blood Shake, Las Bibas from Vizcaya, Luca Lauri (No Porn) e o Rapper Xis por enquanto. Ah, e o David Brasileiro, do The Dancer.
Pheha: Quem te influencia? Quem deu e dá o gás a sua arte? Daniel Peixoto: Muitos nomes, em primeiro lugar, as experiências que eu vivi na infância, o que eu via no sertão do Ceará, as cores, a paisagem. Depois alguns nomes vieram na minha vida e me encheram de coisas boas como Andy Warhol, Kubrick, Almodóvar, Tarantino, Bowie, Madonna, Prodigy, Leonilson, etc. Foi um balaio de contrastes e referências todas positivíssimas. Pheha: Como é a receptividade em geral com toda a sua performance, misturando a androginia, músicas "transgressoras" e quebra com o regionalismo? Daniel Peixoto: A essa altura já é quase que normal. Quem me leva para um show sabe exatamente o que eu faço no palco, minha linguagem, etc. Mas sempre existe uma identificação, as pessoas gostam de ter um porta-voz do politicamente incorreto, a caretice que sempre é aceita precisa às vezes ser subvertida por alguém, adoro esse papel de anti alguma coisa. Pheha: Por falar em androginia, as pessoas sempre se preocupam demais com a sexualidade alheia, o que é um saco. Percebi que apesar do visual andrógino, você mantém uma virilidade muito latente no comportamento e nas músicas. Isso é intencional, tem um "que" de vontade de intrigar e instigar o espectador ou é natural e eu estou viajando? Daniel Peixoto: Não sei te explicar isso de uma forma teórica. Eu sexualmente sempre fui muito espontâneo, minha performance não foi pré-definida, aconteceu naturalmente e o fato de eu ser muito sexual acabou sendo refletida. Quando você cita a virilidade, eu acho que o ponto forte é esse, as pessoas recebem a imagem frágil de uma garota com uma postura e uma "pegada" bem masculina. Ao mesmo tempo em que eu posso estar barbudo e sentar com você e cruzar as pernas com a mesma sutileza da princesa Diana. Esse sou eu. Pheha: Adorei! Incorporarei a minha vida. Ok, mas vamos falar de música que é pra isso que a gente veio tomar essa vodka. Suas composições são baseadas em experiências próprias? Daniel Peixoto: Sim. Mas com o tempo eu já aprendi a falar de coisas que não estão no meu universo, consegui isso gravando letras de outros compos-
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as pessoas gostam de ter um porta-voz do politicamente incorreto, a caretice que sempre é aceita precisa às vezes ser subvertida por alguém, adoro esse papel de anti alguma coisa.
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itores que não eu. Claro que tem que existir uma afinidade, mas não precisa ser eu diretamente naquele tema, isso é o exercício de ser um bom intérprete. Pheha: Você tem um filho, certo? O que você teme que sua arte possa afetá-lo negativamente em reação as pessoas que não a entendem ? Daniel Peixoto: Em nada. Quem vai formar a identidade e a personalidade do meu filho sou eu e a mãe dele, pessoas que vão lhe ensinar os valores do amor e da arte como meio de expressão.
Pheha: Suas músicas (e boa parte do seu trabalho) ficaram muito conhecidas pela internet. Como você administra isso, qual a importância da internet na sua vida e carreira e como você lida com a questão do sharing e pirataria? Daniel Peixoto: Eu não sou contra nada que possa divulgar o trabalho de um artista. Nunca tive a utopia de ganhar grana com venda de álbuns, por exemplo. Meu dinheiro vem das minhas apresentações ao vivo. E eu te digo, só estou hoje aqui te dando essa entrevista porque a internet me levou até você. A internet hoje é parte fundamental na minha carreira. Pheha: Uma boa banda/cantor, no Brasil, precisa de: Daniel Peixoto: Talento.
Pheha: O que faz algumas pessoas torcerem o nariz para o seu trabalho? Seu visual, seu estilo musical ou sua origem? E por que? Daniel Peixoto: Isso é extremamente normal a qualquer artista. Ninguém agrada a todos e eu lhe garanto que tenho muito mais fãs fieis do que haters. O mundo é cheio de pré-conceitos e não sou eu quem vai destruí-los, até por que eu não estou preocupado com isso. Não me importo com quem não gosta de mim ou do que eu faço. Essas pessoas não me acrescentam em nada, então por que dar ouvidos? Meus fãs sim merecem toda minha atenção. Pheha: Daniel Peixoto, defina Daniel Peixoto: Daniel Peixoto: O artista mais livre que você já conheceu!
Grandes pensadores de merda
ENSAIO SOBRE A GRAMA DO VIZINHO
notas sobre a inveja por Julio de Castro
empre fui pára-raios de gente problemática. Por alguma razão misteriosa, muitas pessoas tendem a me ver como "um bom ouvinte", ou qualquer coisa que o valha. Arremessado num absurdo papel de confessorinvoluntário-de-todo-e-qualquersemiconhecido, já ouvi incontáveis reclamações sobre como a vida “dos outros, aqueles que não fazem o menor esforço para nada” é muito melhor que as suas. De como é injusto gente esforçada não progredir, de como gente boa sempre é deixada de lado pela vida e outras bobagens do gênero. Munido desse (nada meritoso) conhecimento, resolvi analisar o comportamentos dessas pessoas, que dariam
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divertidíssimos vilões de histórias em quadrinhos (uma vez que culpar os outros pelos próprios problemas é traço comum em ambos os casos). Contudo, acho muito mais producente delinear o que pode se tornar um “guia sobrevivência” à esses indivíduos. Saiba agora como escapar desses despachos: Num primeiro momento, ser terrivelmente grosseiro pode parecer uma boa saída. Mas isso implica em dois riscos: o do invejoso profissional achar que você tem algum problema com ele, tornando-o mais um tema de suas intermináveis ladainhas, ou, ainda pior, reforçar a aura de coitadinho que
esse lobo-em-pele-de-cordeiro habilmente constrói. Saber de antemão se alguém é um invejoso-profissional também não é garantia, já que você não sabe se as informações que aquele seu melhor-amigo-de-trabalho te passou são fruto de inveja ou não. Mas o que todo invejoso profissional, o semiconhecido, quer, a bem da verdade, é cartaz. Não lhe dispense atenção que ele não se aproximará de você. Simples assim. A não ser, é claro, que você também seja pára-raios dessa gente que sente paixão pela grama do vizinho. Aí, mermão, fudeu.
conhecemos os contornos da inveja humana, cada um de nós tem ao menos um semiconhecido chato que nos aluga vez por outra. Que diferença esse seu artigo vai fazer?”. Bom, para vocês, nenhuma. Mas para mim fará muita, já que nem sempre tenho paciência para aturar essas pessoas e, todo invejoso profissional, egocêntrico que é, tende a acreditar que todo assunto gira em torno de si e sempre lê seu nome em todas as entrelinhas, entender-se-á, claro, como alvo desse artigo, e isso o afastará de mim. Assim espero.
Mas a questão fundamental dessa breve reflexão é: “para que você está dizendo isso, Julio? Todos, no mínimo,
Julio de Castro é professor e botafoguense. Logo, nunca será alvo de inveja.
Lambe-lambe
Mulheres Aleat贸rias por Osmar Shineidr
Nem sรณ de pรฃo viverรก o homem
Deborah Colker e eu
por Morgana Mastrianni
Certa vez assisti no Canal Brasil um episódio do programa "Todas as Mulheres do Mundo", em que a entrevistada era Deborah Colker. Para quem não sabe, Deborah, carioca nascida em 1961, é multitarefa e antes de dançar cursou psicologia, foi jogadora de vôlei e estudou piano por dez anos. Fiquei deslumbrada com a paixão que demonstrava pelo seu trabalho naquela entrevista. Parecia ser uma daquelas pessoas que têm como aspiração máxima na vida fazer o que fazem, mas cada vez melhor. Não sou imparcial ao falar que me encantei com ela: quando era criança, eu sonhava em ser bailarina e sempre me emocionam as histórias relacionadas a esse tema (a apelativa cena final de O Curioso Caso de Benjamin Button acabou comigo!). Quando a entrevista terminou, tive certeza de que se eu assistisse a um espetáculo coreografado por ela, adoraria; E na época eu nem gostava de dança contemporânea. Acontece que recentemente tive a oportunidade de assistir a uma apresentação do espetáculo 4x4, e quando terminou eu não podia acreditar no que tinha visto, uma apresentação que não deixou a desejar em nada: iluminação, cenários, bailarinos, música, tudo foi maravilhoso. Me espantei com o preparo físico exigido para a função, pois os bailarinos dançaram de diversas maneiras: de salto alto, com sapatilhas de meia ponta, descalços, de tênis (não era tênis mesmo, mas uma sapatilha com cara de) e até mesmo usando sapatilhas de ponta. Uma diversidade de técnica e movimento impressionante. Me lembro
de ter ouvido algo na entrevista sobre bailarinos com treinamento em Kung Fu e do incentivo de Deborah à prática, e realmente pude perceber o uso da base cavalo, uma das posturas básicas, em diversos momentos onde alta resistência era exigida. É muito interessante vivenciar esse rompimento pelo qual todas as artes já passaram: parar de existir em função de uma história e passar a explorar a técnica em si mesma. É muito prazeroso quando podemos ver uma obra de arte que faça isso sem parecer que o faz só pelo rompimento, quero dizer de uma forma envolvente. E é isso o que ela faz, levando os bailarinos ao extremo com quedas, saltos, acrobacias e muita interação com cenários. A proposta é bastante desafiadora: integrar as artes plásticas - ou visuais? à dança. O espetáculo é marcado por participações de artistas contemporâneos e referências históricas. O primeiro quadro, Cantos, toma como ponto de partida a obra "Espaços virtuais: Cantos", de Cildo Meirelles, que se surpreendeu ao ver sua obra interagindo com bailarinos e um novo público. Consistia em semicubículos de cerca de três metros de altura nos quais os bailarinos dançam e se penduram, utilizandose das paredes e de seus pares para apoiar-se, escalando e explorando também os espaços aéreos. A coreografia à primeira vista parece sincronizada, mas em pouco tempo cada dançarino já evolui para uma partitura própria e a cena fervilha com informação, sendo simplesmente impossível aproveitar todo o espetáculo assistindo uma úni-
ca vez. A individualidade do ser é valorizada, mas ao mesmo tempo se reforça a interação entre as partes - indivíduo, espaço e sociedade - enquanto condição para atingir patamares superiores e mais complexos. Depois, em Povinho, um painel de 12m X 14m do artista plástico Victor Arruda ocupa fundo e chão, onde se executa a dança. O figurino remete um pouco aos anos 50 e a coreografia é muito jovem e descontraída, reunindo o lúdico e o erótico para evocar o momento da descoberta da sexualidade e do amor, com direito a música de Branca de Neve ao fundo (Someday My Prince will Come). Um ponto interessante para mim foi que algumas bailarinas usavam calças e faziam par com as de saias, mas não necessariamente representavam homens, e durante os movimentos formavam-se duplas, trios, quartetos e quintetos alternando-se ao grupo atuando como um todo. Na coreografia Mesa, uma máquina se movia lentamente para a frente enquanto dois ou três bailarinos dançavam sobre ela com movimentos também lentos causando estranhamento. Nessa máquina havia uma esteira movendose para trás na mesma velocidade, o que fazia um bailarino parado sobre ela parecer estar flutuando. Tudo isso acontecia em frente a um fundo verde e ao som de uma música eletrônica que fez toda a cena parecer com um divertimento alieníngena. Dessa vez, a escolha foi o grupo Chelpa Ferro, formado pelos artistas plásticos Luiz Zerbini, Barrão e Sergio Mekler em 1995. O tra-
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O processo de criação dos meus espetáculos está sempre ligado a um processo de experimentação. Para mim, arte é uma experiência. Não só para quem faz, mas para quem vê, quem se relaciona. É uma experiência única. Aquela experiência vai modificar você para sempre. Deborah Colker
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balho do grupo mistura experiências com música eletrônica, esculturas e instalações-tecnológicas em apresentações ao vivo e exposições. Eles criaram a máquina usada na apresentação, de onde sai a música. É de autoria deles um projeto de instalação feito especialmente para a Pinacoteca do estado de São Paulo, chamado Totoro, que consistia em grandes caixas de som que executavam uma programação musical enquanto subiam e desciam de forma contínua durante oito horas, de modo que cada patamar tinha uma percepção diferente do som. Após o intervalo, o espetáculo se reinicia e Débora toca ao piano uma sonata de Mozart enquanto duas bailarinas dançam sobre sapatilhas de ponta en-
quanto os vasos eram colocados ao fundo. O título, "As Meninas", faz referência a Velázquez. Já a referência a Degas fica por conta da cena clássica de meninas aprendendo a dançar. A cena então se mescla à seguinte, Vasos. Em Vasos, o artista é Gringo Cardia, que trabalha com freqüencia nos cenários e direção de arte da Cia de Dança Deborah Colker, e dirige a produtora Mesosfera com sua irmã, Gringa Cardia, no Rio de Janeiro. Essa é a parte mais alardeada do espetáculo, onde os bailarinos dançam, saltam e se jogam no chão em um palco repleto de vasos. Se algum vaso foi derrubado? Lógico. Mas isso não fez a menor diferença, pois logo vinha um bailarino das coxias
colocá-lo no lugar com muita leveza nos gestos, o que contribuiu para a tensão da cena, pois parecia que nada do que os bailarinos pudessem fazer alteraria o ambiente. Como se fossem corpos estranhos a tudo aquilo. A situação sugere confinamento e só faz piorar: pêndulos criam uma espécie de teto confinando os bailarinos, depois baixam até os vasos deixando o palco repleto de linhas e depois eles mostram ser ganchos que erguem os vasos. Uma experiência única vivenciar todos os sentimentos passados pelos bailarinos, a música e os truques cênicos de Déborah. Foi a boa execução, criatividade e comprometimento com o seu trabalho que fez com que ela fosse convidada pes-
soalmente por Gilles St-Croix, vice-presidente sênior de conteúdo criativo do Cirque du Soleil para dirigir (vejam bem, não apenas coreografar) o espetáculo Ovo. Como Deborah começou em seu último espetáculo Cruel, Ovo também conta uma história: a história do amor entre um mosquito e uma joaninha em meio ao alvoroço causado pelo aparecimento de um misterioso ovo. Deborah fala um pouco sobre o conceito do espetáculo para o Oi Toronto: "Ovo significa o enigma, significa a continuação da vida. Esse ovo é o amor, ele é o que a gente não sabe. Esse ovo é o que está por vir. Esse ovo, ao mesmo tempo, é de onde os insetos vêm." Embalado por uma trilha sonora desenvolvida pelo músico carioca Berna Ceppas que é um mix de diferentes ritmos, inclusive com sons de
insetos misturados a eles. A direção de arte e cenografia são também assinadas por Gringo Cardia. Em entrevista à Tv Puc-Rio, Deborah falou sobre o espetáculo: "Eu fico muito feliz, ainda mais agora que já passou. Se você falasse comigo no início de maio, eu ia estar em pânico ainda. Eu ainda estaria dizendo: eu não sei se eu vou conseguir. Hoje em dia a gente já conseguiu. O espetáculo está ali e é o maior sucesso." Depois declarou ter conseguido fazer apenas 80% do que pretendia. Um espetáculo em que Deborah tenha certeza de ter feito 100% do que pretendia deve ser algo extasiante, mas dificilmente algum artista declara essa conquista. E é isso que torna a vida de um artista peculiar: criar é viver em busca de novas questões, nunca da satisfação. E agora a insatis-
fação de Deborah é outra: com Cruel, espetáculo que falava sobre o amor e a crueldade do desejo, ela experimentou utilizar elementos narrativos. cada bailarino se torna o intérprete de um personagem, cuja história e sentimentos são contados através dos seus movimentos. A experimentação parece ter tido bons resultados e deve enriquecer os seus próximos trabalhos. Deborah possui também o Centro de Movimento Deborah Colker. Situado na Glória, o centro serve de espaço para exposições, aulas de teatro, filosofia, integrados aos diversos tipos de dança. Ele oferece, com o patrocínio do grupo VOTORANTIM, um projeto social que consiste em um grupo de dança formado por jovens de baixa renda.
Focinho de porco não é tomada
um pequeno manual de como sobreviver por pouco tempo com uma arroba na frente por Julio de Castro Queridos leitores sul-coreanos e guatemaltecas, para esta edição decidi, por pura curisidade científica (mentira, rolou uma boa dose de preguiça), fazer uma experiência de "engenharia social" via rede, por ser rápido, fácil e inodoro. Partindo do principio Carnapiano de que “o significado é o uso”, e sabendo que o Twitter está inchando, senti que esse movimento era digno de estudo. Então, passei o último mês catalogando as sete maiores babaquices do Twitter, a fim de entender melhor como essa ferramenta de troca de links funciona. Sem mais delongas, vamos à elas. Publicar que "a Rua Jardim Botânico apresenta lentidão na altura do Parque Lage, sentido Gávea" antes da
@CETRIO_ONLINE. Aquela rua SEMPRE está engarrafada no sentido Gávea. Sem mencionar que usar os painéis luminosos das vias expressas cariocas para conseguir mais seguidores é uma sensacional babaquície, mas para você fazer isso precisaria ter acesso ao sistema da @CETRIO_ONLINE... Fazer alguma merda e relacionar à alguma celebridade, como "cara, bebi tanto a noite passada que me senti a @courtneylover79". Dar RTs falsos. Ou dizer que "aquele RT que te deram era falso". Uhum. sei. "Dar mole" para o @realwbonner.
Implicar com as celebridades tuiteiras, como dizer heresias para o @pefabiodemelo, reclamar do JEITINHO da @xuxameneghel e afins. Há quem acredite que a @nairbello é a de verdade. As pessoas esquecem que a Nair Bello já morreu. Usar o Twitter como messenger. Deixo claro que há uma diferença entre trocar duas ou três "tuitadas" com alguém e debater "verborragicamente" sobre o #rio2016. Ok, duas matérias sobre o Twitter em três meses é um pouco demais. Mas quem se importa?
Uma flor roxa
*eeeeew!* por Rachel Patrício
Numa época muito distante, onde poucos tinham computadores, quiçá internet, havia uma coisa chamada 145Tele amizade. Funcionava assim: você ligava, caía em uma sala de bate-papo, que normalmente tinha só uma pessoa, conversava um tiquinho e trocava telefone. Era uma roletarussa sem fim. Vou dar um minuto para vocês se recuperarem do choque de imaginar um mundo sem internet e computadores. Recuperados? Ok, de volta à história. Pois bem, numa dessas ligações de madrugada pro infame 145 conheci Getúlio (lógico que esse nome é fictício. Ou você cogitou a possibilidade de qualquer envolvimento com uma pessoa chamada Getúlio?). Passei meu telefone (quanta ingenuidade) e o simpático moço me ligou. Foram 4 horas seguidas, agraciadas pelo pulso único da Telesp após a meianoite (sentiram como é jurássica a história, né?). Getúlio me ligou diariamente por um mês inteiro, muito papo, muito flerte, muito "bora tomar um café, gatz", e enfim resolvemos nos encontrar pessoalmente. Marcamos em um shopping qualquer da capital paulistana, tomamos o bendito café, conversamos muito e ele resolveu me dar uma carona pra casa. Acabou que
rolou um beijo no estacionamento, tudo muito fofo, tudo muito adididi. E é agora que a história degringola. Getúlio me trouxe em casa e como já estava bem tarde, perguntei se ele não queria entrar, tomar uma água ou algo assim (vale lembrar que na época eu era menina pura e "entrar para tomar uma água" means entrar para tomar água MESMO.Isso não vai terminar em um conto erótico com roupas de lycra e chicotinho). Entramos. Para nossa surpresa e deleite, assim que entramos na sala demos de cara com meu irmão passando MUITO mal, com direito à casa vomitada de ponta a ponta (e minha mãe tem NOJO de limpar vômito, o serviço estava lá esperando para que eu o fizesse), aquele cheiro delícia de chá de boldo no ambiente e mamis linda, arrasando no pijama, correndo como louca de um lado pro outro. Engoli seco, ofereci a maldita água pro bofe que gentilmente recusou e perguntou se eu não o acompanharia até o portão. Levei Getúlio de volta para o carro, me despedi e ele ainda disse "Te ligo amanhã, viu?". Ligou pra você? Pra mim também não. Óbvio. Liguei para ele na semana seguinte, a empregada atendeu e disse:"Só um minutinho, vou chamá-lo" e me deixaram 15 MINUTOS esperando do outro lado da linha. Eu devia ter sacado que ele não tava afim e que pra quem tava querendo só uns agarros numa quinta à noite, ver toda aquela situação foi too much. Fica a dica: dê graças à Deus pela tecnologia, e use seu amado celular pra saber se a barra está limpa, literalmente, antes de aparecer com um boffinho em casa.
A função faz o órgão
Três é demais
Ménage à trois: Sucesso, sempre fez. Hoje em dia, tem é mais publicidade. por Murilo Souza
Presente no TOP 5 Fantasias Sexuais até mesmo do mais recatado ser humano, o Sexo a Três ainda é tabu em muitas rodinhas, mas esta realidade promete não durar muito tempo. Muito mais atenção tem sido dada pela mídia a esta prática - que sempre existiu - e a discussão se amplia e se populariza cada vez mais. Só para mencionar, Britney Spears fala abertamente sobre o tema em seu mais recente álbum com a música "3", o fervo da nova temporada de Gossip Girl será uma cena de sexo a três e até mesmo o casal brasuca Rui e Vani ataca a noite carioca atrás de uma terceira elementa para apimentar sua relação em "Os Normais 2". É claro que em como todo assunto que já caminhou pelo vale da sombra e da morte, a desinformação come solta entre a galëre que não tem intimidade com a coisa. Exemplinho corriqueiro: muitos casais de garotas já tiveram que passar pela situação de ter um playboy por perto urubuzando enquanto se beijavam. O que diabos esses playboys iam fazer em festas alternativas? A resposta é simples; tentar levar duas garotas para a cama ao mesmo tempo. Mas dificilmente conseguem com tão pouco tato, e muito menos indo atrás das garotas lésbicas. Como tudo na vida, sexo é uma questão de bom senso, e quando é a três a coisa não fica mais fácil. A expressão ménage à trois é uma delícia de se dizer, escorre na boca e já deixa muitos salivando. Numa breve consulta ao dicionário de francês, temos a palavra ménage significando lar, casa, casal, vida doméstica e trois significa três, claro. Então, a primeira coisa que se tira daí é que a cumplicidade e consentimento de todos é condição
essencial para a coisa acontecer de forma a ser uma boa experiência. Afobação é algo que não combina na hora de entrar nesse território, por isso é recomendado muita conversa com o seu par antes de tomar essa decisão. Forçar a barra pode acabar gerando brigas, insegurança e até separação. O ménage à trois também não está aí para consertar o seu casamento. Até pode dar um "up" nas coisas, mas se você esquecer de atacar os problemas que estão realmente incomodando, pode acabar sendo o começo do fim.
Nada de fazer milhões de planos para o ménage. Uma luz mais sugestiva, pouca roupa e um banho gostoso e demorado já cuidam de criar o clima. Mão na massa Primeira coisa: Nada de fazer milhões de planos para o ménage. Uma luz mais sugestiva, pouca roupa e um banho gostoso e demorado já cuidam de criar o clima. Bebida, só se for em quantidade bem moderada, afinal o ménage deveria ser uma experiência memorável, e não uma lembrança nublada e obscurecida
pelo álcool, além de que pode diminuir a sensibilidade de muita gente. Uma boa dica é sempre cuidar de chamar alguém de confiança e interessante, especialmente para o début na brincadeira, pois intimidade e cumplicidade já são meio caminho andado. Deve haver muito contato corporal entre todas as partes possíveis no ménage, com carícias, beijos, massagens, para estimular o outro e aumentar o fogo e a desinibição do trio. Uma cama para três pessoas não é lugar de acanhamento, por isto é importante prestar atenção ao que suas companhias estão fazendo e dar tudo de si para atender os desejos, além de é claro satisfazer os seus próprios. Ficar parado em um ménage é um desperdício de toda a sensualidade do momento, que deve ser aproveitada ao máximo. Fale, se expresse, mostre, vale de tudo para mostrar os seus desejos. Não fique se preocupando se A ou B ou C está recebendo mais atenção, pois na cama você pode e deve se insinuar para conquistar o seu espaço e dar vazão à libido. A noite de um ménage promete ser longa já que o tesão de três costuma ser bem mais intenso do que o de apenas dois. É bom aproveitar cada momento, até que todos estejam esgotados e satisfeitos. No dia seguinte, uma boa ducha a três e talvez até um round 2 da brincadeira, mas o que não pode faltar é um bom café da manhã e um papo aberto e bacana sobre tudo o que rolou na grande noite, cada um dando suas impressões sinceras, o que vai aumentar as chances de todos saírem felizes e com gostinho de quero mais.
Agenda HQ Mundo), de Matheus Moura e autores. Clube da Voadora #01 (semestral, 15,5 x 22,5 cm, Capa colorida, Miolo P/B, R$5,00. Nos pontos de venda atendidos pelo Quarto Mundo e pelo contato: contato@hugonanni.com.br), de Hugo Nanni.
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Bagaça #01 (15x23cm, 20 páginas, capa colorida, miolo pb, R$ 2,00, à venda nos pontos atendidos pelo Quarto Mundo), de Rico. Café Espacial #5 (14x21cm, 60 páginas, capa couchê em cores, miolo p/b, R$ 6,00 - + R$1,00 via correio - e nos pontos de venda atendidos pelo Quarto Mundo), de Sérgio Chaves e autores. Camiño di Rato #05 (21x28cm, 48 páginas, capa couchê em cores, miolo p/b em papel jornal R$ 5,00 em mãos e R$ 6,00 via correio. Disponível nos pontos de venda atendidos pelo Quarto
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pelo site: http:// macacoshumanos.blogspot.com), de Jaum. Pieces #02 (14x21cm, 36 páginas, capa colorida, interior em PB, R$ 6,00. Nos pontos de venda atendidos pelo Quarto Mundo. Contato: www. m a r i o c a u . c o m , mariocau@gmail.com), de Mário Cau. Quadrinhópole #08 (17x25.5 cm, 48 páginas em papel couchê, com miolo preto-e-branco e capa colorida, ao preço de R$ 5,00, à venda nos pontos atendidos pelo Quarto Mundo ou pelo site www.quadrinhopole.com), de Leonardo Melo. Sideralman contra o Monstro Horripilante cheio de Tentáculos da Outra Dimensão (aperiódica, capa colorida, formato 15x21cm, R$ 3,00. disponível nos pontos de distribuição atendidos pelo Quarto Mundo), de Will e autores diversos. Subterrâneo #32 (revista bimestral, formato A6, 2 páginas -frente e verso quando aberto, P/B - , gratuito), autores diversos.
Subterrâneo Especial #05 (edição especial, 15x21cm, 24 páginas, R$ 4,00, pontos de venda do Quarto Mundo), de Marcos Venceslau e autores. A 6ª edição da revista de HQ Subversos (distribuida gratuitamente nas bibliotecas municipais da cidade de São Paulo e à venda pela intenet) pretende ressaltar a presença feminina do universo dos quadrinhos! Por isso todas as HQs, tiras ou ilustrações enviadas para a edição #6 devem contar necessariamente com a participação feminina (solo em dupla ou grupo). Pode haver participação masculina também (por exemplo: um cuida do roteiro e a outra dos desenhos, ou vice-versa), mas a presença feminina é fundamental para a seleção. Além dessa especificação, a revista tem o formato magazine (21 x 28 cm), p/b, temática única de Cotidiano Urbano e máximo de 10 páginas por HQ. Aceitamos todas as técnicas, estilos e experiemtnações. Enviem seu material até 29 de novembro para o e-mail: revistasubevrsos@gmail.com. Mais informações: www.revistasubversos.blogspot.com
Dois dedos de prosa
Entrequadros entrevista
Pablo Caranza
Pablo Carranza. Sem descrições engraçadinhas. Basta dizer que tenho crises de riso homéricas sempre que leio seu site. PHEHA - Aproveitando esse clima de futebol, carnaval e cerveja, falaí um pouco sobre você. Pablo Carranza - Nasci em Aracaju, Sergipe, em 29 de janeiro de 86, mas atualmente moro em um apartamento grande e sujo em São Paulo. Quando minha mãe gentilmente me teve, talvez eu já tivesse feito uma história em quadrinhos dentro dela, contando o dia-a-dia dos espermatozóides como eu, ou sei lá. Como eu não tinha lápis, desenhava com sobras do almoço que ela comia. Aprendi a ler com “A Turma da Mônica”, depois fui pra “Asterix e Obelix” e por aí continuei. Eu penso que minha mãe procurou os quadrinhos pra me educar, mais tarde se arrependeu, já que eu passei a abrir a gramática só pra ler as tirinhas do “Calvin e Haroldo” e “Mafalda”. Ganhei o prêmio de primeiro lugar no SALÃO DA UNIMEP em 2007 e em segundo lugar em tirinhas do SALÃO DE HUMOR DE PIRACICABA de 2008. Publiquei em algumas edições da revista MAD, e trabalhei mais de um ano no jornal Cinform da cidade de Aracaju, fazendo a página de tiras. Já publiquei revistas independentes e atualmente estou publicando apenas em meu blog: www.pablocarranza.com . Bom, é isso. Na verdade existiram muito mais coisas que tornaram minha vida mais emocionante, mas como eu nem lembro o que comi ontem no almoço, é provável que minha fraca memória esteja me passando a
perna mais uma vez, paciência. PHEHA - Como se deu a sua identificação com os quadrinhos, enquanto linguagem? PC - Quando minha mãe notou que eu tinha uma leve facilidade para desenhar, ela deve ter pensado: “Oba! Meu filho vai ser arquiteto e vai ganhar dinheiro”. Porém, quando eu era ainda um guri, estava correndo e caí no chão de cabeça. Fiquei meio ‘grog’ e até vi o Charlie Brown passando por mim, mas Snoopy não quis falar comigo. Fiquei intrigado. Como desenhos simples podem ser tão vivos? Estou tentando descobrir isso até hoje. E minha mãe deve estar arrependida até hoje também, por ter me estimulado. PHEHA - Como você se encontra com as suas idéias? PC - As vezes uma idéia vem naturalmente, enquanto ando pela rua, ou tomo cerveja com alguém. Essas são as melhores, vou empolgado fazer a tirinha ou o que seja, mas quando acabo me dá um certo desespero porque sempre acho que ficou ruim...até alguém me dizer que tá legal. Quando ela não vem de um jeito natural, vai natoralmente mesmo, e é mais ou menos assim: Eu acordo preocupado porque tô sem ideia alguma, sento na prancheta e fico uma hora ou quatro pensando em alguma coisa, até que quando estou quase cego de desespero, eu tenho uma boa idéia. Desenho empolgado, mas quando acaba, vejo que tá ruim e entro em desespero de novo. PHEHA - Quais são as suas principais influências e como é seu processo de trabalho movimentos e/ou artistas, formatos e materiais? PC - Em questão de traço eu gosto do Schulz e Watterson, Joe Murray, Liniers, Ota, Chiquinha, Adão, Benett e outros que eu nem lembro mais de tanta mistura que já fiz, e de tantos quadrinhos que eu já li. Mas, os textos eu gosto de pegar coisas cotidianas e pequenos detalhes da vida,
acho isso fascinante. Meu material é o mais tosco possível, faço minhas tiras em papel escolar (um pouco melhor que o sufite) A4 mesmo, rascunho a lápis e depois finalizo com uma caneta de nanquim. Depois disso é só escanear e colocar umas cores no photoshop. Gosto do resultado final. PHEHA - Que quadrinhos voce costuma ler? e mais o que além de quadrinhos? PC - Acho que precisamos ler de tudo.
Leio tudo que me interessa e o que não me interessa também, idéias podem aparecer de qualquer lugar. Os quadrinhos que mais gosto,claro, são os de humor. Mas, a televisão também ajuda, assisto vários desenhos animados e filmes, adoro Seinfeld e Woody Allen, dois judeus. Pensando bem, quase todos meu ídolos são judeus, queria eu poder ser também, assim seria engracado por natureza.
Entrequadros entrevista
Pryscila Vieira Batemos um blá com Pryscila Vieira, ilustradora e quadrinhista que, entre muitas outras coisas, fala na terceira pessoa (meeedo... O.o).
PHEHA - Faça uma breve biografia sua. Pryscila Vieira - Apaixonada por humor gráfico, Pryscila Vieira começou cedo sua carreira pouco comum entre as mulheres. Aos 14 anos já era chargista de um jornal de Curitiba. Em 1996 ingressou na faculdade de Design da PUC-PR, concluindo o curso em 1999. Em 1996 estagiou na agência Z. Publicidade. No ano seguinte foi contratada pela agência Umuarama, do grupo HSBC Bamerindus.Ganhou o primeiro lugar no Salão de Humor Universitário de Piracicaba, bem como nos dois anos seguintes. Em 1998 coordenou a Bienal de Humor do Mercosul, com os principais nomes do humor gráfico. Esta exposição itinerante passou pelas principais cidades do Brasil, Paraguai e Argentina. Na seqüência, Pryscila trabalhou para a Gazeta do Povo, onde permaneceu 5 anos. Foi selecionada para vários salões de humor do país e exterior, conquistando o terceiro lugar entre cerca de seis mil candidatos no Salão Internacional de Foz do Iguaçu. Melhor colocação de uma mulher em concursos de humor gráfico do planeta. É a
criadora dos personagens da campanha de separação de lixo da cidade de Curitiba. Teve seu trabalho, a personagem Amely, selecionada pelo concurso de novos talentos da Folha de São Paulo em 2006 e em 2009 concorre com esta mesma personagem como melhor tirinha de humor nacional pelo troféu HQmix, prêmio mais conceituado da área. Durante sete anos fez vinhetas animadas da rede Globo (Plimplim). Atualmente tem sua empresa, Obra Pryma, que presta serviços de ilustração para várias agências do país. Publica suas tirinhas da personagem Amely – Uma Mulher de Verdade no grupo Metro International de jornais, o maior jornal do planeta, segundo o Guiness. Também publica suas tiras nos blogs mais freqüentados do país, como papodehomem.com.br, jacarebanguela.com.br e bobagento.com. Também faz macarrão Miojo e chá-de-saquinho como ninguém. PHEHA - Como você viu que os quadrinhos são a sua praia? Pry - Tenho uma história comum entre vários cartunistas: desenho desde criancinha. E continuo com idade mental de 10 anos. Só que eu desenhava melhor aos dez anos... Eu acho. Com 14 anos fui trabalhar na Tribuna de São José, da região metropolitana de Curitiba. Fiquei lá por algum tempo aprendendo “mágicas” com o chargista do jornal na época. Ele me presenteou com alguns exemplares da revista Chiclete com Banana. Meu primeiro grande contato com quadrinhos foi com esta publicação. Foi aí que eu encontrei exatamente o que eu queria fazer: humor aliado a um desenho descompromissa-
do com o realismo. A partir daí comecei a fazer fanzines do mesmo gênero da Chiclete para vender na escola e comprar as bobeiras da minha adolescência como por exemplo ingressos para shows de punk rock e cuba libre. Passei a apreciar o trabalho do Angeli, Glauco, Laerte e da geração anterior como o Jaguar, Millor, Ziraldo, Borjalo, Fortuna, Henfil, etc... Mas para mim, o papa é o Ziraldo que dá show de versatilidade fazendo do trabalho infantil até o cartum safadinho para a Playboy sem nunca perder a compostura! Ele é o máximo!!!!! E além de tudo fazemos aniversário no mesmo dia!!! Hehehehehe!!!! Bem, e é o seguinte: O blues procura você e não você procura o blues. No caso do humor, acho que segue a mesma regra. Nasci com o espírito de porco (o que me imuniza da gripe suína) e sou muito crítica. Meu psicólogo pediu para eu ler um livro chamado “Temperamento Forte”, não entendi ainda bem por quê. Mas vou descobrir. E este “temperamento” aliado a uma vontade imensa de desenhar (mas gosto mais de escrever e comunicar do que propriamente desenhar) é que surge uma cartunista. Daí, mandei meu primeiro cartum para o salão de Piracicaba e fiquei em primeiro lugar. Nos dois anos seguintes a mesma coisa. Algo me chamava para o mundo do humor. Então caí nessa vida glamuroooooosa, em que acordo com a orquestra sinfônica do Paraná tocando para mim todos os dias, sem falar na chuva de lírios. PHEHA - E o seu processo criativo? Pry - Estudar sempre. Ver as coisas boas tem que ser algo natural, todo dia, toda hora. Deve-se estar sempre aten-
to, de uma lagartixa perneta que sorri para você na parede até para um quadro do Van Gogh que também sorri para você na parede. Há de se achar beleza em tudo. Deve-se observar tudo com um olhar crítico e isso deve ser natural, não forçado. Fora isso , acho fundamental levar sua mente para passear, conhecer gente nova, ouvir novos papos e livrar-se de preconceitos. Uma hora vc precisará fazer um shake de certas informações para produzir um trabalho. Leia de Shopenhauer até composição química de shampoo. É o segredo. PHEHA - Quais são as suas principais influências, formatos e materiais? Pry - Afe! São tantos! Mas meu xodó é o Ziraldo. Gosto do Paixão, dos Caruso, do Will Eisner, do Milo Manara, Marco Jacobsen, Dálcio Machado, Borjalo, Fortuna... Ah, uma lista sem fim de admirados. Para trabalhar uso tablet com caneta. A imprensa e publicidade exigem rapidez. Então, faço tudo direto no computador. Um note book que carrego para os lugares que eu mais gosto na cidade. PHEHA - Que quadrinhos voce costuma ler? E mais o que além de quadrinhos? Pry - Como eu disse, leio de Schopenhauer até composição química de shampoo. Mas em quadrinhos gosto de ler crítica e bom humor. Nada de super heróis. Gosto de tirinhas e cartuns. Para conhecer o trabalho de ilustração publicitária de Pryscila, acesse http:// obrapryma.blogspot.com E como cartunista, www.pryscila.com.br e www.amely.com.br
T
Porteira aberta odo mundo sabe o quão belo, risonho e límpido é o Rio de Janeiro. A cidade olímpica e maravilhosa (NOT) é um celeiro de espaços pra você se divertir, brincar, pular, cantar, enfim, ser um menino de verdade (ouvi essa frase certa feita em um LP "Meu disquinho" do Pinóquio e sempre quis ter a oportunidade de usar. Eis a minha chance). Você amiguinha rica e poderosa que se joga na ponte aérea para bater a bundinha na The Week e em Ipanema, pre-ci-sa, ou melhor, tem a obrigação de conhecer as outras opções que a cidade oferece. Por que beleza nem é tão fundamental. Nada que seus óculos escuros não amenizem e a bebida deixe tudo mais gracioso. Segue uma listinha! É de coração, viu? Bar das Quengas – Av. Mem de Sá 175 - Lapa - Tel. 2232-0670 - Abre diariamente. No coração boêmio da cidade, gays e
simpatizantes frequentam o bar que além de música da melhor qualidade (pagode, funk e axé) oferece iguarias indispensáveis, como a tradicional feijoada servida aos sábados e domingos. A casa se destaca pelo ótimo atendimento. Buraco da Lacraia – Rua André Cavalcante 58 – Lapa - Tel. 2242-0446 - Abre sextas e sábados. Com inacreditáveis 22 anos de vida, a casa oferece bebida liberada e o melhor da Drag Music para não ter Super Bonder que segure a peruca. Nas noites de sextas os garçons ficam vestidos somente com avental servindo o público. Vale lembrar que a cerveja é gelada ao ponto de doer o cérebro. La Cueva – Rua Miguel Lemos 51 – Copacabana – Tel. 2267-1364 – Abre de terça a domingo. Com público indefinido, lá você pode aprender um pouco sobre a cultura LGBT. Bears, Trans, Teens, Emos, Bar-
bies, Fashionistas, Moderninhos, Cults, Colocados, Carnavalescos, Caidos do Trem, Trashs, Macumbeiros, Incubados e claro: Pais de família. Não esqueça o bloquinho, é tanta informação que você precisa anotar tudo! Papa G – Travessa Almerinda Freitas 42 – Madureira – Tel. 2450-1253/ 24500928. Localizada na região da "Rua da Lama", a boate é conhecidíssima e referência para diversão LGBT na zona norte carioca. Além dos shows de Drag, a casa também oferece música ao vivo no terraço. Imperdível. Agora se você tem coragem e muita vontade (mas muita mesmo, viu?) de explorar a vida gay da região metropolitana, não esqueça de trazer na bagagem aquele modelo safari que você comprou no Animal Kingdom e nunca teve a oportunidade de usar. Prepare sua melhor roupa falsa e bora pra Baixada. O lugar da riqueza é aqui, ó:
Roteiro: Rio
Rosa New York Club – Rua Capitão Paca 78 – Sepetiba – Tel. 3401-5675 – Abre de sexta a domingo. A casa oferece duas opções aos frequentadores: as sextas a noite de "todos os ritmos e aos sábados e aos domingos “Discoteca da Rosa” além de shows especiais com Drags. Site Club – Rua Cacequi 122 – Bairro Califórnia – Nova Iguaçu – Tel. 37730787 – Abre de sexta a domingo. Local muito bem frequentado por amigans, o Club toca funk, axé e house. Procure ir em um Domingo, a casa sempre pega fogo! Ao sair, não dispense o podrão que é vendido em uma carrocinha logo na porta. Cachorro quente + guaraná natural por R$2 Escondidinho Bar e Pizzaria – Rua Pedro Correa 88 – Centro - Caxias – Tel. 8809-5965 – Diariamente.
O Bar e Pizarria, oferece além de extenso cardápio, em um agradável clima. Para completar a diversão, você e seus amigos ainda podem aproveitar o recheadíssimo catálogo do Karaokê. Ecletic – Rua Coronel Francisco Soares 1377 – Nova Iguaçu – Tel. 9729-2749 – Abre de sexta a domingo. A casa mais eclética da Cidade, é o que há de melhor na baixada fluminense. Com três ambientes, os frequentadores podem curtir música pop, eletrônica ou MPB. Para completar, não poderia faltar a presença de go-go boys que fazem apresentações com nú total. Boate D Lounge – Avenida Marechal Fontenelle 4848 (não tem telefone...) – Sulacap. Abre de sexta a domingo. Recém inaugurada, a boate está bombando! Primeira casa gay da região, a casa oferece show de Drags, go-gos e djs tocando o melhor do bate-cabelo.
New Frenzy – Av. 18 do Forte 1332 – Mutuá – São Gonçalo – Tel. 2713-8113 – Abre de sexta a domingo. A casa que toca muuuito bate cabelo, também tem seus momentos de música Techno. Os frequentadores também podem curtir shows de Drag que possuem horas de duração. NitD- Rua Coronel Tamarindo 35 – Gragoatá – Niterói - Tel. 7875-1751 – Abre de quinta a sábado. A boate acabou de passar por uma grande reforma, e ganhou uma ótima iluminação. A casa oferece todos os dias música ao vivo. (OBS: O colaborador GARANTE que nunca esteve em nenhuma dessas sugestões, ele fica com a tradicional TW e lembramos que não nos responsabizamos por objetos perdidos. Inclusive a sua dignidade)
de Gayneiro por Luiz Guimaraes
Desde os tempos mais primórdios a equipe da Pheha está aí, roliça e veiuda, cumprindo seu papel social de opinar e desinformar sobre os mais diversos aspectos desta coisinha miserável que se chama vida. E é claro que neste observatório informal acabaria surgindo a idéia de um TOP 10, mas como a MTV copiou nossa idéia, resolvemos criar uma premiação única, sem igual e superantenada nas travessuras dessa galerinha descolada. O Troféu Espeto de Pau é uma premiação que acontece desde os tempos do blog Casa d' Ferreiro, e que agora promete na Revista Pheha! Inicialmente premiava-se apenas os melhores, mas em prol da igualdade e também porque é muito mais divertido, resolveu-se condecorar também os nem tão bril-
hantes, aquela parcela da população de cuja cadeia genética a humanidade estaria tão melhor sem, um merecido louvor à mediocridade e falta de tato alheias, que é conquistado com muito suor e trabalho (ou falta de) pelos candidatos. Desta vez, queremos que você participe mais ativamente da versão 2009 do Troféu. Lançaremos as categorias, e vocês, brasileiros, sul-coreanos, guatemaltecas, australianos, holandeses e afins nos dirão quem se enquadra melhor em cada uma delas. A partir daí, selecionaremos os concorrentes para a votação, que acontecerá a partir da próxima edição (dia 14 de novembro), no nosso blog http:// pheha.wordpress.com/. Os resultados serão divulgados entre 14 e 17 de dezembro, na quinta
edição da Pheha. Apresentamos agora algumas sugestões de Categorias do Troféu Espeto de Pau 2009: - Melhor pornô softcore disfarçado de seriado - Melhor queima de acervo artístico no Jardim Botânico, causando retenções no sentido Gávea - Melhor ator heterossexual de teatro infantil - Melhor livro que eu nunca vou ler - Melhor adaptação de quadrinhos TEEN em estilo mangá - Melhor álbum quadrinhos de 2009 - Melhor twitter de político carioca - Melhor idéia de jerico - Melhor promessa que nunca sairá do papel - Melhor gafe do Pelé
- Melhor momento da televisão brasileira (não vale responder "tv desligada") - Momento vergonha alheia de premiações de 2009 - Maior decepção do ano - Quebra Pau do Ano - Medo do Ano - EPIC FAIL do Ano - Pior Emerson do futebol carioca 2009 - Piores outfits tupiniquins 2009 E você que está aí, desocupado, coçando seu saquinho, pode sugerir novas categorias. Estamos abertos. Pero no mucho. Somos de família, viu? Faça suas indicações nessa primeira fase pelo e-mail revista.pheha@gmail.com Grato. A gerência.
Pira, Olímpica! 2
por Maluh Albuquerque
de outubro de 2009 - Uma legião de desocupados urra em êxtase com a vitória do Rio de Janeiro na disputa para sedear os Jogos Olímpicos de 2016. Há quem diga que o mundo acabará antes disso, mas exatamente 15 dias após o esperado anúncio, o fim do mundo já começava. 17 de outubro de 2009, a menos de vinte e quatro horas do primeiro dia de horário de verão do ano, e o clima já estava mais do que quente em diversos pontos da cidade. Três ônibus incendiados na favela do Jacarezinho, em represália dos traficantes a uma incursão da polícia que ocorria pela manhã. Um helicóptero policial que sobrevoava a regiãso foi derrubado e dois policiais morreram. A polícia foi "pra cima deles" como instigam alguns deficientes físicos e mentais televisão afora e matou dez, só para não sair perdendo. E para cereja do bolo, 90% do acervo das obras de Hélio Oiticica, um dos maiores expoentes do Neoconcretismo brasileiro também foram consumidas por labaredas de origem ainda misteriosa, gerando retenções na Av. Jardim Botânico sentido Gávea, fora uma promoção no Guanabara de Irajá que causou engarrafamentos ensandecedores que bloquearam todos os acessos à Av. Brasil EM PLENO SÁBADO.
Chacota internacional pouca é bobagem. Quer dizer, em poucas horas, já éramos notícia de destaque nos principais jornais do mundo, e o Serginho Cabral solta a pérola de que "espera" chegar a 2016 em paz. Espera, né? Que graça, esse Serginho, não é mesmo, minha gente? Quantos anos ele acha que tem um mandato? Alguém fala pra ele que Mallandro é o Mário, que tira moeda de tijolo, porque é bom ter certeza que não vá dar merda em 2016, e nem em 2014. Não sabe brincar, não tira as calças. Medo mesmo eu tenho é do Paes-Mandado, que vai estar por aqui até 2016, que Deus impeça. Acho legal que o povo tenha aderido de forma tão bacana à idéia da Pira Olímpica, cada um improvisando com o material mais à mão. Porque é uma coisa meio óbvia, né? Tô aqui com a minha AR-15, vejo o helicóptero, taí! Improviso é tudo! E se não tiver nenhum ônibus dando sopa, pega aquela montoeira de lixo que tá encostada num canto lá no Parque Lage e joga um fósforo, que já tava juntando rato, mesmo. Beijos pra Jandira nessa hora, chama ela depois pra comer um churrasquinho que eu fiz com um dos ratos que morreu no meio do fogaréu. Vamos tirar o saldo? Segurança pública - Zero
Então, né, um helicóptero derrubado é pra tirar as calças pela cabeça não é mesmo? Engenharia de tráfego - Zero Ok, um supermercado resolve fazer uma promoção e isso impossibilita o trânsito de um bairro inteiro? Eurialto. Respeito à cultura - Zero As coisas não pegam fogo do nada. Se deu merda, é porque estava malcuidado. Vê lá se a Câmara Municipal pega fogo com tudo dentro (por favor, Deus). Então, amiguinhos, vamos calçar as havaianas falsi, cobrir a bunda com o que sobrou dos parangolés e dizer: "Desculpa, pai, desculpa mundo", pedir pra cagar e ir embora.