Editorial Quem diria, a Pheha agora ocupa a mão esquerda inteira do nosso querido presidente. Mais uma edição e ele precisará pedir uma ajuda pra ala da direita. Noites mal dormidas, almoços mal feitos e muita vontade de colocar mais uma edição no ar. Enfim a quarta edição chega para animar a festa. Salve simpatia. (Acho que já usei isso alguma outra vez, mas uso sempre que quero, a piada é minha e faço com ela o que quiser, ok?)
E o que podemos esperar desta nossa quarta empreitada no mundo da prostituição jornalística? O mesmo humor ácido e repetitivo de qualidade questionável que você, querido leitor, tanto gosta. Afinal, você é tão mediocre quanto nós. Nossa capa dedica-se ao egoísmo, ao próprio umbigo, ao que realmente importa nesse mundo: eu! Murilo solta o verbo sobre videogames, música, new metal e
outros papos que só interessam a quem não faz sexo com frequência. E em sexo a gente apela pra o voyeurismo, algo que você já deve ter feito, mas tem preguiça de contar. Sexo, preguiça... Que coisinha pecaminosa. Vamos falar sobre os sete pecados capitais? Não. Vamos trabalhar sobre eles com fotomontagens que mesclam esses pequenos deleites do anticristo e ícones da cultura pop.
Já a adúltera alcoolizada Maysa Monjardim, profissional na birita, se mostra apaixonada e compõe sua coluna sobre esse sentimento cafoninha, o amor. Ah, o amor! Bebeu demais? Bem feito! Agora é pegar aqueles restos na geladeira e bater um pratão de risoto. Julio de Castro nos apresenta como o risoto, também conhecido como o refinado prato francês (faça biquinho) “rèste d’onté” é mais que uma iguaria, é uma filosofia.
Ela não é um ícone pop, mas diz-se popular e brasileira. Bebel Gilberto é a estrela do texto do colaborador Leonardo Fergosi em sua estreia na Pheha. Outro colaborador que imprime sua arte é Alan Soares que nos presenteia com seu conto cheio de safadeza. Capritu começa um folhetim cretino para que você acompanhe e não tenha mais vida até o mês que vem.
Nesta edição temos as entrevistas com os quadrinistas André Diniz e Antônio Eder, autores do álbum Sete Vidas. Lançamos uma campanha de cunho social, o projeto Madonninhas do Amanhã, faça sua contribuição.
Beber, cair e levantar. Nossa colaboradora Nayanna conta como é a vida boemia de uma jovem adulta de carteira adulterada.
E por último, mas não menos importante, o Troféu Espeto de Pau está aí. É hora de votar, o Zordon está chamando!
E
ssa história vai terminar, é claro. E todo mundo morre no final, tá? Pra que mistério, não é mesmo? Odeio essa coisa de você ficar fingindo que acredita que não sabe o final e que, no último capítulo, diz, com cara de landscape: "Oh, que coisa!". Então aí vai logo. Em qual ambiente essa novelinha se passará? No Leblon do danadinho do Manoel Carlos? Na periferia de Spike Lee? Na Londres de Woody Woodpecker Allen? Não. Essa novelinha se passará numa cidade do Ceará chamada GreenVille. É mega bonito lá. A lua aparece atrás da montanha e é maior do que ela. Um negócio impressionante! Laizami Nelly. 29 anos. Loura. Jornalistinha. Solteira. Um pouco sapatão. Dançava na noite pra garantir uns trocados. E fazia sucesso. Mais como dançarina do que como escrevedora de textos. Essa daí, essa sim, vai surpreender. Escutem o que estou dizendo! Richardi. 31. Publicitariozinho. Inventou de tocar piano e fazer versões mal sucedidas da 9a. de Bethoven e companhia pro
público que nãosabeoquetáfazendoali. Durante o dia, defendia seu trabalho e fazia meia dúzia de brainstorms muito, mas muito ruins mesmo. Embora ele sequer desconfiasse, o destino daquelas mal traçadas linhas era sempre o lixo. Ninguém aprovava, claro. Certo dia, descobriu que o mundo é pequeno pra caramba e conheceu Laizami. Tocou pra ela dançar e foi amor à primeira vista. Ela não gostava muito da coisa e ele teve de convencê-la. Uma grande e inesquecível noite os aguardava. Apaixonaram-se. Tiveram-muitos-filhos-edepois-se-separou. Sacanagem: nem tiveram filhos e nem se separaram. Mas é lá na frente que a coisa vai esquentar. Se Don Corleone estivesse lendo isso aqui, sentiria inveja dos planos mirabolantes que esse casalzinho colocou em prática. Olha, é de admirar. Quanta inteligência para quem escrevia mais ou menos e dançava melhorzinho e para quem escrevia mais ou menos e tocava melhorzinho. Bem. Apaixonaram-se. Na segunda noite, Richardi queria tocar (mal) PachelBel e Laizami só pensava em ir até o chão ao
som de "Ai, que bicha linda!". Incompatibilidade de gêneros, de números, de graus, de gentleman, de grêmios, de gens? "Eu quero me separar, doutor", disse Richardi, incornoformado, ao doutor Contanto Que Com Paus Se Faça Uma Canoa, um pai no santo meio psicólogo que, nas horas vagas, fazia mapa astral. "O problema está no seu ascendente. Vocês ainda discutirão muito durante a relação. Talvez o amor supere, suplante, implante. Talvez não", disse Contanto, contando as horas para aquele músico de meio tacho sair porta afora. Always Walking on the wild side da sidewalk, Richardi pensava o que faria para resolver sua questão. Pedra no assunto? Separação, de fato? Superação dos limites? Uma plantação de cana sem fogo no canavial seria a solução? Decidiu, então, entrar numa livraria simpatiquinha. Saiu, satisfeito, lendo o primeiro capítulo do livro órfão "Muito se autoajuda quem não se autoatrapalha", cujo autor não assume a autoria. O cara simplesmente não se assume. Só mais tarde. E isso é assustador.
Alan Soares - 13 de novembro de 2009, inspirado na obra "Mulheres em Leilão", de J.P. Barruel de Lagenest
Após deitar-me com três de mim, pelo preço vil de uma cantada barata e ilógicos fluidos sobre meu corpo, pego esta xícara vermelha de liquido preto e quente que, em franca substituição ao corpo preto de líquido branco, parece enfim aquecer os grandes lábios vermelhos, mais ainda pelo batom da vez que ostento em minha face. Eventualmente, tremo. Talvez seja o pó deste café, tão pouco moído que a droga em si se torna tão eficaz. Mas talvez seja a fraqueza das pernas que ficaram por tanto abertas. Visitas ao colo de meu útero, enquanto eu cavalgava em um colo sem nome, sem telefone, sem cartão de visitas, sem sabor, meu labor. Labor sem sabor que garante uma bolsa Prada falsificada, que garante um curso de inglês,
cheap, numa ONG qualquer (pois busco a ascensão), que me garante o maquilagem vagabunda com a qual estouro minha pele. Ou o que estoura minha pele não seja necessariamente a maquilagem, ou o pó, sempre compacto em tempos de minguadas carteiras, ou ainda compacto em tempos de "é bom ter alguma noção da realidade". Talvez seja aquele velho amor do filme de ontem, aquele clima tão estranho, embalado por aquela trilha sonora que provavelmente tocaria em meu prostíbulo - meu lar. A cada dentada em meu integral quiche de ricota com orégano, duas gargalhadas chorosas pela protagonista (não lembro o nome da atriz, quiçá sei) que sempre termina com o
seu anti-príncipe encantado: um homem robusto, machista ao extremo, com piadas sarcásticas e um volume considerável em suas calças caras. Mas o bolo alimentar de minha saliva, massa, ricota e orégano, sem um café para ajudar a deglutir, parece ficar preso em minha garganta. O que tenho além de vários homens robustos, machistas ao extremo, com volumes sarcásticos e piadas consideráveis em seus velhos jeans rasgados? Não sei se, por prudência ou desespero, saio da sala de cinema com minha microssaia de napa, uma bolsinha baguete antepenúltima moda, scarpin de oncinha com o salto um tanto gasto (mais gasto que eu, talvez), uma camisetinha livre, leve e solta, jogando o ar pesado de minha maquiagem puta-gótica para todos os lados, procurando, quem sabe, um grande amor, quem sabe, um cliente fixo, quem sabe, uma aventurinha. Chego a rogar, diante do espelho, pela graça da cruz de cristo em detrimento da desgraça da cruz de sífilis. Sou limpa, amém, mas a cada visita íntima, a cada acompanhamento bem-de-pertotão-perto-que-é-dentro, penso quão mais limpo seria o véu da grinalda que, muito antagonicamente, eu ostentaria em uma igreja na qual eu pudesse pisar sem ser apedrejada. Na lanchonete no cinema, peço por um pacote de pipoca e uma xícara de café tudo o que minhas economias podem pagar neste fim de mês. Tiro, com a ponta de meus dois dedos, mostrando o esmalte vermelho - vermelho-puta, porque trabalhamos com o exagero - o chiclé que eu estava mascando há dois dias. Derramo uma dose generosa de sal sobre a
pipoca e outra nem tão generosa de açúcar no meu café. Derramo uma gota de lágrima e enxugo, não menos desesperadamente, o suor de minha testa que comprometeria o blush, o falso glamour, a esperança por boas notícias e a clientela da noite. Acima do misto do cheiro do café, da manteiga, de meu desodorante quase vencido e de minha alma quase vendida, um amadeirado perfume toma conta da lanchonete, que pareceu perder todas aquelas cores berrantes diante do verde dos olhos do doutor que, em seu mocassim engraxado com dignidade (provavelmente de outros), pede, com voz grossa, um capuccino e uma água com gás (conta total: o dobro da minha, paga com uma nota de cinquenta, que voou displicentemente pelo balcão amarelo). Um frio e distante (mas, ainda assim, com um toque de menino que quer abocanhar algum doce) "Olá, boa noite" ecoou por todo aquele espaço geográfico e pelo espaço sideral que preenche minha cabeça oca. Já pensava eu em escrever o número de meu celular sem créditos em um guardanapo colorido qualquer, com meu batom, ou em indicar em quais orelhões daquelas redondezas eu apus o meu número. "Lúcia Café, negra, quente e pronta pra ser servida em sua xícara do amor". Do rápido diálogo dos meus olhos negros e sujos com aqueles cândidos e límpidos olhos verdes, formou-se um épico que poderia ser chamado pelos poetas de esmeralda empoeirada. Não teria eu forças para esticar minha microssaia para limpar a pedra preciosa; tampouco ele se incomodaria em sujar seu paletó - salvo se o jogasse no chão quando, por um trocado qualquer, me contratasse por aquela noite que sequer havia começado (para mim). - A senhora (ou senhorita? ou vagabunda?) possui um jeito bastante peculiar de se vestir,
ainda mais para um ambiente como este. Logo pensei: "veado". Logo pensei: "padre trabalhando em minha conversão". Logo pensei: "não seria nada mau alguém para cuidar desta cabeleira". Logo pensei: "a conversão não seria nada mal, afinal a busco". Logo, não pensei em nada e apenas respondi: - É o calor, não é mesmo? - Sim, está bastante quente por aqui. - O quão quente está? (com um olhar sacana, profano, convidativo e necessitado de dinheiro para outro café) - Quente o suficiente para tirar este paletó e te pagar outro café. - Aceito o café, mas não pense o senhor que ficará nisto. - Ora, mas que ousadia, gosto de jovens assim, tão diretas. - Não sou jovem, mas sou ousada. - Beba seu café. - Sou mais cara que um café. - Creio nisto. - Sei falar inglês e tenho roupas mais comportadas. - Poderia ter usado uma roupa mais comportada hoje, não? - Mas aí não estaria conversando com o senhor. - Não me chame de senhor, trate-me como você. - Te tratar como a mim? Não tenho dinheiro para tanto (embora "você" seja bem atraente). E também não trabalho com trocas de favores. - Como trabalhar com troca de favores? Como trabalhar? - Danço no escuro. - Você está no escuro agora? - Não, aqui está claro. - Sim, bem claro. - Bem claro que o senhor, ou você, enfim, esteja brincando com a minha cara e tenho
que ir trabalhar. - Como trabalhar? - Danço no escuro. - Mas aqui está claro... e claro que quero te conhecer. Diga, qual seu preço? - Depende do serviço. - Algo com a boca. - Barato. Cobro pelo tamanho. - Mas aí ficaria caro. - Caro? É tanto assim? - Sim, quero de sua boca as palavras de uma conversa grande o suficiente para te fazer... - Fazer? Gozar? - Talvez. - Não gozaria com palavras. - Mas gozaria de alguma felicidade. - Não há felicidade na degradação. - E qual o seu preço? - Calcule o valor da reconstrução de minha personalidade. Subtraia algo do ambiente de vergonha no qual me insiro e multiplique pela glória da saída do submundo. Some o desgosto da exploração física. Tire o quociente e os dividendos de meus olhos que lacrimejam. Faça a raiz quadrada da igreja que eu não posso entrar, da sociedade que me marginaliza, do governo que não me dá assistência e dos pais que não me aceitam. Jogue o resultado nesta xícara e beba de uma vez só, deliciando-se com o sabor amargo de ser Lúcia Café. Quem deve te pagar algo aqui sou eu. E simplesmente saí. Deixei, pela primeira vez, o café quente pela metade e fui atrás de algum lugar em que meu celular finalmente tivesse sinal. Três mensagens da cafetina dizendo que existem clientes me esperando e não deveria ter saído por tanto tempo. Coitadinha, vagabunda, desavergonhada: lá vou eu, com meu corpo, comprar mais um quilo de pó. De café.
Por João Márcio Dias
É
ponto pacífico que todos gostamos de bisbilhotar a vida alheia. É quase compulsivo. Sempre que dá, nos pegamos olhando pela janela pra ver o que o vizinho está fazendo, gostamos de olhar de forma discreta (ou não) a derrière dos transeuntes, e quando acontece um acidente a gente não resiste e para um pouquinho pra ver o que aconteceu. É natural. Foge de nosso controle. Tanto que nossa alma voyeur nos obriga a consumir fofocas, assistir reality shows, e bater palmas pros Paparazzis espertalhões. E lógico, como tudo nessa vida, a gente foca nosso cotidiano em nossos respectivos falos e tchebs. Eu pelo menos só tenho falo. Não tenho tchebs. Mas a Lady GaGa pode se divertir com falo e tchebs, né!? (Por que mesmo eu enfiei Lady GaGa nessa história?) O voyerismo (ou Peeping Tom) é o ato de observar outras pessoas com o objetivo de obter excitação sexual. Habitualmente o voyerismo implica que se observem pessoas despidas ou que estejam envolvidas em práticas sexuais, como o coito ou a masturbação. A palavra voyeur vem do verbo francês que significa “olhar”. Já a expressão Peeping Tom vem do lendário passeio a cavalo de Lady Godiva (não estamos falando de Katia Flávia nesse momento), nua; Tom, o alfaiate, foi o único cidadão que desrespeitou o pedido de privacidade de Lady Godiva, “espiando”. No voyerismo, a “espionagem” (ou a fantasia sobre a espionagem) é o meio repetidamente preferido, ou exclusivo, de se excitar. O indivíduo que tem esta prática, ao qual se dá o nome de voyeur, voyeurista ou mirone, pode ou não masturbarse enquanto observa outros, uma vez que a gratificação sexual pode advir do simples fato de olhar. E não se engane, querido leitor achando que o Voyeurismo é algo "sussa" pra quem curte. Existem casos extremos desse fetiche tão corriqueiro. Quando o voyeur apenas se excita dessa maneira e sente-se culpado por tal, é hora de procurar tratamento. Quando existe a utilização exclusiva desta prática, é provável que o indivíduo tenha alguma dificuldade em se relacionar com os outros em termos afetivos e sexuais, já que a única experiência sexual que consegue ter é a da observação de terceiros. Mas quem curte dar uma espiadinha de vez em quando, nada demais. Muitas vezes o tesão está muito mais focado no proibido, na mácula, no "estou fazendo a coisa errada e a qualquer momento posso ser pego". O objetivo, em sua maioria, é observar sem ser observado. Portanto, não existe graça em ir a uma praia nudista, por exemplo, afinal, ali é liberado um olhar pro outro. Existe também a tara por ver um casal transando, muitas vezes em um papel de "corno-assumido", onde um dos parceiros abre a relação para um terceiro e fica apenas olhando como os dois se comportam. Ver a namorada transar com outro cara é um fetiche muito mais rotineiro do que você imagina, pequeno padawan. E sem dúvidas a nossa vida sexual mudou, e muito, e diria pra melhor, com a chegada da internet. Não só por que é mais fácil arrumar sexo por aí. Mas por que ficou mais fácil pesquisar sobre assuntos que achávamos bichos de sete cabeças. Hoje é normal duas pessoas transando em ponto distintos do globo terrestre. Temos webcams, temos microfones, temos internet banda-larga. BINGO! O voyeurismo virou arroz com feijão. E o exibicionismo também. Afinal, em algum ponto, os dois fetiches acabam se encontrando. Tão logo, querido leitor, não tem nada demais olhar pelo buraco da fechadura.
Por Murilo Souza
Você conhece o Mario? Não estou falando daquele perfeito exemplar do homem afrodescendente, com músculos bem definidos, agraciado por Deus com "vinte e oito centímetros de puro prazer" e com estranhos hábitos sexuais envolvendo peças de mobília. Quero me referir é àquele encanador bigodudo de macacão azul e boné vermelho que povoou a infância e adolescência de muita gente. Um ícone de sua geração, pode-se afirmar sem dúvida alguma. Assim como todo mundo sabe quem é o Mario (sem acento), também são poucos aqueles que não reconhecem a trilha sonora que é marca registrada de seu primeiro jogo, cujos acordes ficarão gravados em nossos cérebros para sempre. A "musiquinha do Mario!", logo exclama alguém quando uma banda menos cheia de si resolve improvisar um cover da referida trilha. Esta época em que jogávamos nossos Nintendos/Master Systems - e depois Super Nintendos/Mega Drives - é conhecida como o "alvorecer dos videogames", pois foi quando novos consoles e uma enorme variedade de jogos começaram a ser produzidos, e mais: Quando as empresas começaram a perceber nos jogos eletrônicos um ramo com alto potencial lucrativo e também a buscar públicos mais adultos para seus jogos. Então, eram produzidos muitos e muitos jogos para os mais variados públicos, me lembro que havia jogos de Mega Drive que ensinavam alimentação correta a diabéticos e simuladores de pescaria em tempo real no Super
Nintendo, só para ilustrar a lista de bizarrices. Muitos desses jogos eram, sem meias palavras, um monte de bosta. Jogabilidade ruim, sons estranhos e gráficos feios e mal-feitos. No entanto, existiam empresas que estavam determinadas a fazer dinheiro com este ramo e investiam pesado em seus jogos. Desses esforços nasceram franquias clássicas como Sonic, Donkey Kong, Super Mario, Lemmings, Chrono Trigger, Final Fantasy, Road Rash, Top Gear, Star Fox, Kirby, Golden Axe, Altered Beast, Castlevania, Street Fighter, Fatal Fury e tantos outros. Dentre boa jogabilidade e belos gráficos, algo que sempre me conquistava eram as fantásticas trilhas sonoras. A grande importância das trilhas sonoras para os jogos é sua capacidade imersiva, o que amplia a experiência de jogo mesclando de forma eficiente a realidade proposta no videogame à do jogador. Por esta razão, para um jogo fazer sucesso, sua trilha sonora era um fator decisivo. É verdade que as limitações técnicas da época complicavam um pouco a vida dos Diretores de Som. A melhor opção disponível para produzir as trilhas e efeitos sonoros era um formato similar ao MIDI, para caber - às vezes apertado - num cartucho de Mega Drive. Se por um lado era econômico, por outro perdia em qualidade e variedade de sons. Porém, os caras não estavam para brincadeiras e produziram trilhas maravilhosas e emblemáticas para seus jogos, fazendo verdadeira magia com os rudimentos disponíveis. Um exemplo é a trilha do jogo
Chrono Trigger, que por oito anos consecutivos foi eleita a melhor trilha sonora de videogame, apesar de outras belas peças que surgiam, até de consoles de gerações mais avançadas como o Playstation e o Sega Saturn, que já disponibilizavam de qualidade semelhante a de um .wav para seus arquivos de som, graças ao salto da capacidade de armazenamento proporcionado pelo CD. Os tempos foram passando e a tecnologia disponível aos videogames evoluiu exponencialmente. Com processadores cada vez mais velozes e espaço disponível para armazenamento a dar com pau, os programadores fizeram a festa. A cada salto de geração tínhamos inovações na qualidade gráfica e sonora. Gráficos estonteantes, tridimensionais e realistas tornaram-se a grande vedete dos videogames, e cada vez mais a trilha sonora se tornou secundária enquanto fator de imersão. O videogame, no entanto, está perfeitamente inserido no mercado e faturando horrores a cada ano. Seguindo esta lógica de mercado, algumas produtoras não perderam a oportunidade e fecharam grandes acordos com várias gravadoras para uma troca de favores. Usar os direitos de algumas bandas famosas e outras não tão famosas assim para economizar na produção das músicas dos jogos, e em contrapartida as gravadoras disporiam de um poderoso meio para divulgar seus artistas classe B e C. Do ponto de vista financeiro é um ótimo plano, mas os jogos por outro lado perderam boa parte de seu encanto. Em vez de músicas que remetam
Felizmente essa nova era veio muito rápido, e muita gente não esqueceu como costumava ser um bom jogo. Há muito trabalho de qualidade nas trilhas sonoras dos jogos recentes. Silent Hill, jogo de horror psicológico que se passa em uma cidade enevoada e cheia de mistérios envolvendo cultos sombrios, aposta forte na OST (Original Sound Track, ou Trilha Sonora Original) tendo inclusive uma equipe fixa de designers de som que produz a trilha para a série desde seu primeiro jogo de 1999, repleta de ruído industrial e guitarras distorcidas ao mesmo tempo que contempla alguns momentos mais plácidos, como na trilha de um filme, mesmo. Em Shadow of The Colossus, que narra uma aventura épica de um cavaleiro que enfrenta monstros da altura de arranha-céus para reviver sua amada, temos uma riquíssima trilha sonora que se adequa aos mais variados pontos e situações da aventura, executada por nada menos que uma poderosa orquestra, que é conduzida com o vigor que se requer para as monumentais batalhas que o jogador confronta. Estes dois exemplos mostram
que as trilhas sonoras ainda hoje tem muito poder sobre o destino de um jogo. Os viciados em música de 8 bits e afins podem visitar o site Over Clocked Remix (http://ocremix.org), que conta com um enorme acervo de remixagens de grandes sucessos dos games, produzidos por autores independentes ao redor do globo. Já quem é chegado no bom e velho original, basta procurar em Video Game Music Archive (http://www.vgmusic.com), que dispõe das versões originais de músicas de milhares de títulos. Para completar, vale conferir o concerto Video Games Live, que desde 2005 vem mostrando ao mundo que música de videogame não é só "um monte de blips e blups", de acordo com os criadores. No espetáculo, orquestras e corais locais executam segmentos de trilhas sonoras de diversos títulos consagrados pelo público, variando dos clássicos aos lançamentos e com direito a medleys, guitarristas e show de luzes. Este ano, o evento passou em quatro cidades brasileiras das mais de setenta agendadas para a turnê, sendo um tremendo sucesso de bilheteria. Um excelente programa para quem goste de pop, música clássica, rock, ou simplesmente esteja procurando um bom programa para toda a família, mostra a cada vez maior relevância dos videogames em nossa cultura, e que agora não são só as bandas de garagem que se orgulham de tocar a musiquinha do Mario. Claro que sempre vão existir os jogos ruins cheios de músicas preguiçosas e bandas meia-boca, mas o buraco da memória se encarregará deles. Thanks for playing.
GAME OVER
aos cenários, situações, personagens e enredos, temos um rapper chapado balbuciando um monte de sandices sobre gueto, gangues, carros e vadias com uma batida repetitiva ao fundo, quando não é algum vocalista lobotomizado de new metal estraçalhando as próprias cordas vocais com o microfone enfiado na faringe enquanto blasfema, acompanhado por um sintetizador mequetrefe e pretensioso. Tremendo corta-tesão.
Bebel Gilberto, a nova rainha da velha bossa brasileira Por Leonardo Fergosi
B
rasilidade, acima de tudo, mas de uma forma inovadora. Talvez seja assim a maneira mais humilde de classificar All in one, novo álbum da americana que tem seus contornos delineados pela criatividade particular ao brasileiro. O álbum, que foi lançado em setembro último, é uma mistura milimetricamente calculada do que há de melhor na musicalidade do Brasil com os conceitos eletrônicos da cultura pop norteamericana. A realizadora é Bebel Gilberto, uma pérola tupiniquim que, ocasionalmente, nasceu nas terras do Tio Sam. Pode soar ousado dizer que essa moleca seja uma versão remasterizada do pioneiro João Gilberto - o mitológico militante da cultura bossa nova - mas ela tem tudo a seu favor para atingir esse cargo: carrega nas veias o mesmo sangue musical que alimentou as ideias do mestre participante da construção de um som de vanguarda, a Bossa Nova. Uma fruta, raramente, cai longe do pé. Ela é filha dele. Miúcha também tem sua parcela de culpa nessa história. Mãe da artista, ensinou os primeiros passos para a menina deslanchar na arte de cantar de forma tão brutalmente singela, apesar do paradoxo. Inseparáveis enquanto Bebel criança, mãe e filha frequentaram aulas de teatro juntas e fizeram um álbum infantil no final da década de 1970. Todo esse contexto artístico em que Bebel cresceu foi o ponto de partida para que ela entendesse que o seu lugar era no mainstream. Abusada no quesito inovação, percorreu uma trilha avassaladora. Inicia a caminhada na Jamaica, onde toda a idéia se concretiza e começa a dar cor ao disco, parte para a Bahia e Pará, até voltar a Nova York, cidade onde mora, atualmente. Para construir o som particular que
recheia o álbum, elegante e envolvente, afinado com o conceito estético de sua bossa eletrônica, firmou parceria com guerreiros da música moderna , temperando esse novo trabalho. Bebel Gilberto se autointitula rebelde. Regada por uma parcela do que foi o desbunde brasileiro no Rio de Janeiro, entre o final da década de 1970 e início dos anos 80, compôs ao lado de feras como Cazuza – o famoso poeta da cena musical oitentista. Dessa verve reconstrutora e divertida que fluem seus insights inovadores. Consagrou-se como uma espécie de avatar da musicalidade brasileira nos Estados Unidos, caracterizando-se pela criatividade ao dar estilos e roupas novas à músicas brasileiras e de fora daqui, também, que marcaram época no passado, mas não saíram do imaginário popular. Tudo começou com o álbum Tanto Tempo, lançado em 2000, onde Bebel mostra ao que veio com uma estética elegante e peculiar. A primeira vista, temos a lendária Samba e Amor, do Chico, nosso famoso Buarque de Hollanda e tio da cantora, lançada no trabalho de 2000. E, agora, é mais ou menos assim que acontece com Chica Chica Boom Chic, música eternizada por Carmem Miranda no filme Uma Noite no Rio, de 1941. Neste álbum, sessenta e oito anos depois, Bebel se junta a Carlinhos Brown, uma iguaria de sabor glorioso com todas as influências apimentadas da Bahia e, juntos, aprontam uma farra gostosa, dando interessante e palatável suavidade sonora, sem descaracterizar a brasilidade-bahianacompassada da música. E a musa da bossa eletrônica traz esse remake exatamente no ano do centenário da nossa pequena notável que, de sorte, foi uma portuguesa bastante brasileira que levou nossa arte aos holofotes de Hollywood. Ponto para elas.
Pitadas de Carlinhos Brown também foram adicionadas a outras músicas do álbum para caracterizar o gosto da culinária musical brasileira. Canções como Nossa Senhora, Ela (On my way), All in one e Secret estão recheadas dos simpáticos compassos que só o inusitado Brown, senhor dos batuques, batidas e badulaques, teria a sensibilidade de percebê-los. Bim Bom é outro clássico brasileiro que não escapou da maneira sutil que Bebel tem de brincar com músicas e torná-las leves e aveludadas. Acompanhada de Daniel Jobim, neto do antológico Antônio Carlos Jobim, faz uma homenagem peculiar ao pai João, autor da canção. Agora, saindo da esfera verde e amarela, aportamos em terras cinzas. The Real Thing, de Stevie Wonder, é um êxtase no All in one. Gravada em 1977 pelo papa da Soul Music americana, no compilado de Bebel recebe produção de Mark Ronson, o produtor da estrutura sonora de Black to Black, de Amy Winehouse. É o lado mais pop desse alegre trabalho, com uma levada mais dançante, bem ao estilo do que foi a disco music na década de 1970. O reggae também é mencionado com Sun Is Shining, de Bob Marley. Bebel monta uma dualidade português-inglês e transita entre essas duas línguas fazendo um liquidificador sonoro que é capaz de levar o mais resistente dos mortais a sensações interessantes com doses homeopáticas de prazer sonoro. A graciosidade que a arisca meninamulher traz é peça-chave em seu trabalho. Falar em Bebel Gilberto é lembrar de um som novo. Leve e livre. É esperar, ansioso, pelo que virá reconstruído, reestruturado. Essa é a qualidade antropofágica do brasileirismo que Bebel carrega no DNA estruturado de Buarques e Gilbertos.
Por Maluh Albuquerque
E
u sou egoísta mesmo, e daí? É, isto mesmo. EU. Sinto muito se os outros redatores, editores e colaboradores esperavam ter algum espaço nessa matéria de capa, mas são os meus quinze minutos de fama dos quais não tenho a menor intenção de partilhar um segundo que seja. Quando eu era pequena, me diziam que egoísmo era uma coisa feia, terrível, Deus não gostava e toda aquela coisa que qualquer avó mais próxima tem pronta na ponta da língua. Cresci achando isso e só quebrei a cara: Todo mundo é egoísta em alguma coisa, a maioria das pessoas é egoísta em praticamente todas as coisas! E se você estiver no caminho de alguém, querida, fique bem atenta ao tapete em que pisa. Podem puxá-lo quando você menos espera. E quem disse que Deus não topa com egoísmo? Quer alguém mais egoísta que ele? Um cara que cria um mundo com várias pessoinhas para adorá-lo, só pode ser o máximo do egocentrismo e egoísmo. Fui descobrindo com o passar do tempo que praticamente tudo que o ser humano faz tem como objetivo maior a própria satisfação, no nível que for. Vejamos por exemplo o prosaico ato de dar esmola. Dar esmola e dizer que é altruísmo é a maior balela que existe. A esmola é uma taxa que o ser humano paga ao pedinte mais próximo pela leveza de consciência nas próximas horas, a sensação de ter feito a sua parte. Serve tão bem quanto tomar um milk-shake médio de ovomaltine numa tarde quente de rachar, que é o que a maioria prefere. Para que dar cinco reais para esse mendigo se estuporar de cachaça e acabar com o fígado se eu posso gastar com um monte de sorvete para entupir minhas artérias e me dar um ataque cardíaco? Eu prefiro o milkshake. Muda o sujeito, mudam as concessões. Até mesmo na galera da filantropia mais hardcore que curte ONG e sobe a favela todo dia pra tentar ajudar as crianças carentes a ler, escrever, dançar e pintar podemos encontrar um povinho que curte mesmo é a fotografia no jornal e ainda aproveita a viagem pra garantir o bequezinho do fim de semana. Muita gente acredita que é altruísta porque luta por um mundo melhor. Claro. Acredito muito. Mundo melhor pra quem viver? Você? Seus filhos?
Seus netos? E essa atenção da mídia que você ganha pela luta, não gosta não? Outro dia pedi a um garoto da faculdade pra me ajudar a consertar a impressora do laboratório de informática, uma tranqueira velha de mil novecentos e internet discada que imprimia tudo cheio de tracinhos pretos cheios de tinta concentrada que ficava gosmenta e fazia as folhas agarrarem umas nas outras. O cara até era apresentável. Alto, barbinha mal-feita e óculos de haste grossas, do jeito que eu gosto. O problema é que tinha uma cara abobalhada e só falava em RPG e mangá. Sabendo que ele não pegava ninguém mesmo, usei aquele charme feminino padrão e pedi com jeitinho pra ele consertar a besta-fera pra mim. Duas horas depois e com a impressora funcionando melhor do que quando saiu da fábrica, ele vem todo se querendo. Ganhou um aperto de mão, um tapinha nas costas e me dá licença que eu estou fazendo minha monografia. Admito que usei o coitado, usei mesmo. Mas ele deve até hoje jurar de pé junto que não pensou em me usar em momento algum. Acho uma graça isso. Tudo é permitido, desde que não frustre as nossas expectativas. A diferença é que eu fui sincera o tempo todo, e ele achou que era malandro. Malandro, meu amigo, é o Mario, que tira moeda de tijolo. O egocentrismo é o principal bastião da sociedade atual. Se eu já achava o orkut e o facebook exímios meios promotores de ego, o twitter me impressionou neste sentido. A cada segundo, você pode gritar que existe para o mundo em 140 caracteres. Todos querem divulgar aos quatro ventos seus ideais, seus valores e opiniões. Que diabo! Não deve ocorrer que, na verdade, ninguém quer saber. Pessoas comentam no seu blog esperando que você comente no delas e não porque acharam seu post genial. A troca de gentilezas nas blogosferas e espaços virtuais é um toma-lá dá-cá de atenção sem fim, só para ampliar mais e mais o npumero de pessoas que lêem a última bobeira que escrevemos. "Hoje peidei na calcinha e ficou uma freada em forma de coração." Tem gente que twitta isto. Sério. Dos males, o menor. Sou uma egoísta muito da franca. Quando quero alguma coisa,
avanço na direção dela sem me distrair, e se alguém tiver algo contra, problema. Claro que não sou a louca que vai contra tudo e todos, pois o contrato social existe e eu o respeito. Não por uma questão moral, mas porque violá-lo significa prisão, exílio, linchamento e um monte de outras coisas chatas. Mas se eu estiver a fim de algum gatão e você, minha amiga, companheira ou coleguinha também estiver, sinto muito. Só dou a frente na fila ou cedo meu lugar no metrô pra uma velhinha se estiver de muito bom-humor. Não dou gorjeta a garçom por simplesmente ter executado seu trabalho medíocre de sempre (pelo qual ele já é pago), muito menos pra ensacador de compras. O que puder garantir meu conforto sem dar cadeia, eu tô aceitando. Até porque, metem a mão em 40% dos meus rendimento todo ano e ninguém fala nada. Me recuso, portanto a esconder-me atrás de falso moralismo. E o grande problema, também, é que a vida é curta e não tem replay. O mundo é cheio de pressões, feitas por gente que só pensa nos próprios interesses. Se der ouvidos a todas elas, eu não vivo. Por isto, optei pelo egoísmo lifestyle. Mas isto não é exatamente uma monstruosidade, apenas uma maneira não-hipócrita de viver a vida. Por vezes, considero a opinião de quem me interessa, mas nem sempre concordo. Sei que o mundo é cheio de defeitos, tristeza e desgraça, mas também que eu não coloquei nem um milionésimo deles ali. Não aceito que os donos do pão joguem a culpa de ter gente sem pão na mão de quem só pega as migalhas. Eu queria que desse reportagem na TV quando um assalariado doasse cinquenta reais pra uma dessas instituições de caridade, porque quando um famosinho da vida doa 10 mil dólares recebe a atenção de alguém que está se desfazendo de um rim pra ajudar uma criança à beira da morte, sendo que o infeliz ganha milhões ao ano. Cansei dessa palhaçada toda, sabe? Foda-se o mundo, que não me chamo Raimundo. E chega de escrever para vocês, que eu tenho mais o que fazer. Mentira, tá? Vocês moram no meu s2.
Risoto Lifestyle por Julio de Castro
Gente, adoro risoto. A bem da verdade, não conheço, e não consigo conceber, quem não goste. agora, enquanto almoço – e sujo este teclado com meus dedos engordurados – descreverei tudo o que vier à cabeça sobre essa deliciosa iguaria. Aliás, mais que iguaria, essa filosofia-devida! "Risoto" é muito mais que uma simples conjuntura alimentícia, é um lifestyle. Não se trata apenas de armazenar as sobras da maneira correta e ter sempre algum arroz pronto à disposição, mas de preparar quantidades do que quer que seja sabendo que haverá sobras, e essas sobras trarão um ou dois dias de felicidade (mais que isso não rola, né?). Trata-se de uma forma lúdica de organizar a vida, vida essa imersa em sabores e em segredos, já que as refeições não são mais que um prólogo do verdadeiro banquete. Ou será
que não? Será que os verdadeiros sabores trazidos pelo risoto são os das lembranças... do fundo da memória (ou da panela?) veem à tona as memórias dos bons momentos nas refeições e situações relacionadas. Aquelas tardes de domingo em família, rpg com amigos, fechamentos da pheha e outros, justapostos em seqüência deliberada. Mas, não importa o quanto você tente, nunca conseguirá identificar aquele misterioso ingrediente dessa miraculosa iguaria. Sua avó/ mãe/ tia solteirona diz que é “seu toque especial secreto”, e você vai passar boa parte da sua vida acreditando que se trata de um ingrediente mágico feito com carne de algum animal cuidadosamente criado por monges guatemaltecas, que se alimenta de raízes maturadas durante um ciclo lunar ou outra bobagem dessas, quando, na verdade, é
apenas a sobra do risoto do mês passado que sua avó/ mãe/ tia solteirona misturou ao recém-feito, quando ninguém estava olhando. E porque ela (avó/ mãe/ tia solteirona) não conta que recicla o resto do risoto? Porque todos sabemos que até o reuso de alimento conhece limites, oras. Aliás, a pergunta que não cala é: "se o risoto é tão bom, porque sempre sobra?" É que sua avó/ mãe/ tia solteirona sempre guarda uma quentinha para o filho-da-puta do seu tio Oswaldo, que ao invés de ir comer a porra do risoto, fica em casa assistindo Quinze de Jaú e Barueri. Sim, podemos afirmar que, em última análise, o ingrediente secreto do risoto é desleixo. Vê se pode? Julio de Castro cozinha desde moleque e quarda à sete chaves a receita de gnocchi de leite que sua avó lhe deu.
Nós, da Pheha, tomados pelo espírito de solidariedade natalina, decidimos apoiar os diversos projetos sociais mantidos por supersupimpas celebridades internacionais. Desse modo, doravante divulgaremos esses projetos, tão essenciais para a população carioca, brasileira, e porque não, mundial. Este mês começaremos com a iniciativa da Diva Pop que viu Gezooz. O projeto MADONNINAS DO AMANHÃ, é uma forma de incentivo à cada menina que sempre desejou se sentir "como uma virgem, tocada pela primeira vez", mas cujas chances foram subtraídas por uma sociedade cruel, que às arremessa numa farândula de frutas, legumes e afins, afastando-as da verdadeira Luz. Confira abaixo as fotos de crianças que tiveram suas vidas renovadas graças a esse nobre projeto social. Hoje essas meninas não passam desapercebidas por onde caminham e colecionam uma legião de fãs e namoradinhos bem mais jovens. Junte-se a eles. Envie, para madonninhas@casadeferreiro.com, uma foto sua, “montado (a)” ou “semimontado (a)”, assim como a maravilhosa Diva Pop. E Viva Madonna.
Boemia por Nayanna, a sem sobrenome
Comecei a sair aos 17 anos, um pouco mais velha do que a maioria das pessoas que eu conhecia que já saiam desde seus 15 anos, mas nova o suficiente para burlar a lei e entrar em boates sendo menor de idade. Conheci uma vida, um mundo que me era novo. Em casa eu me arrumava, fazia o cabelo, pintava as unhas, colocava uma roupa cool e ia embora. Tinha um encontro com o rock’n’roll e com a madrugada. Eu não consegui acreditar quando dancei Iggy Pop pela primeira vez em uma noitada. Aquilo era vida, eu havia nascido para viver daquele jeito. Ficar acordada até de manha, com a maquiagem borrada pela cara toda. E eu saia daqueles ambientes negros e fechados e ia para fora, onde eu era iluminada pelos primeiros raios solares do dia e eu me sentia tão feliz por estar voltando para casa quando todas as outras pessoas estavam acordando. E acordar no dia seguinte com o gosto, com o cheiro e com as recordações dessas farras. Mas o tempo foi passando e a idéia de passar uma madrugada inteira na boate já não me atraia tanto assim. Eu tinha que descobrir outra coisa, algo que me traria novamente aquela alegria matutina de tempo bem aproveitado. Até que eu descobri uma frase que é quase mágica, que tinha alvará para ser entoada a qualquer hora do dia, e que mudava qualquer plano que se tivesse para aquele momento: “e ai, bora pro bar?”.
Posso dizer que esse foi o turn point da minha vida. Tudo se tornou uma grande desculpa para ir a um bar. Citando Cat Power, vivíamos em bares e dançávamos nas mesas. E tínhamos todos os motivos do mundo para fazer isso. Era mais barato que ir a uma boate. Afinal, além das bebidas em uma boate serem bem mais caras do que no pé de chinelo da esquina, ainda tínhamos que pagar certa quantia para entrar e chegar até certa hora por causa de lista amiga e afins. No bar você
pode interagir melhor com seus amigos. Na boate, além de ser barulhento, sempre tem aqueles que somem para se pegar com alguém num cantinho mais reservado. Com o bar tudo é mais simples: você chega, senta, faz um sinalzinho com a mão e fala “O, mestre, me traz uma Stella bem gelada, por favor. Ah! E uma porção de calabresa acebolada”. A cerveja funciona em qualquer ocasião: pra comemorar, pra reunir os velhos amigos, pra fazer novos amigos, pra te deixar mais soltinho, pra afogar suas mágoas, pra afogar as de algum outro amigo, pra filosofar e, por ultimo, porém não menos importante, apenas para degustá-la. E tem alguma coisa melhor do que uma boa cerveja gelada?
Foi assim que eu, finalmente, tive contato pela primeira vez na vida com o que eu acredito ser a verdadeira boemia. A boemia que mestres da bossa nova, da vagabundagem e da literatura pregavam para nós. Não importa se há motivo ou não para ir a um bar, o próprio bar já é um automotivo, quase uma redundância. É o lugar em que se permite sonhar, com um copo de cerveja na mão. Entre goles e alguns petiscos você coloca algum sonho maluco na mesa. “Em julho do ano que vem, eu vou fazer meu mochilão pela Ásia, tá decidido”, diz você batendo na mesa. E começa a detalhar cada país que vai visitar, cada templo budista e recita encantado sobre os povos diferentes e suas comidas e cultura exóticas. Sendo que, depois daquela noite, você pensa naquilo apenas algumas vezes pelo ano e sequer juntar algum dinheiro. Ou então, você simplesmente começa a falar de alguma coisa profunda e sem resposta “Vocês acreditam em coincidência, escolhas ou destino?”. Uma vez que a pergunta é lançada, as opiniões são soltas em uma completa confusão de vozes. E, depois de uma meia hora, você sequer se lembra do que estavam falando antes, porque um assunto leva a outro, e a outro e a outro.
De repente vocês são Os Sonhadores, falando sobre fazer uma revolução, uniremse contra o sistema, a família, contra os que querem ir contra a liberdade pela qual você luta todos os dias. Você prega a filosofia de Moulin Rouge, a boemia da Belle Époque, e permite que algum poema de Baudelaire, cujo trecho você deixou guardado em sua mente esperando por um momento como esse chegar, saia dos seus lábios como mel. De fundo surge, sabe-se lá de onde, uma velha música de Vinicius de Moraes. Tudo parece cosmicamente correto. E fala-se sobre cinema, bons vinhos e, por Deus, você sente seus olhos enchendo-se d’água e você pensa que sua vida, depois desse dia, nunca mais vai ser a mesma. Mas sempre é. E eu vou dizer o motivo: é porque permitimos que todas as insanidades, sonhos e filosofias nas quais você crê do fundo do seu coração, mas tem preguiça ideológica de colocar em prática, não saem daquela mesa de bar com você. Elas ficam presas debaixo da garrafa, ficam grudadas na conta. Caem de seus bolsos e são levadas pelo vento para o esgoto. E tudo o que você lembra no dia seguinte é como aquela noite foi incrível e como você quer repetir aquilo. E por algum motivo você quer ler Jack Kerouac loucamente para preencher algum vazio que você não sabe bem qual é. Na verdade você sabe sim. A boemia não foi feita para ser desfrutada apenas à noite, num grupo de amigos, ela é um estilo de vida, não apenas algo momentâneo. A noite faz parte da vida de um boêmio assim como o dia. O verdadeiro boêmio é aquele que vive como ele quer, fazendo o que ele quer, ele é um espírito livre. Nem tudo dá certo o tempo todo, claro, mas ele vive em busca de seu próprio prazer. Afinal a vida é curta e não há tempo a se perder. O que realmente importa então? Ser feliz, certamente. E não se permitir deixar seus sonhos e ideais de lado. Afinal, ser boêmio é muito mais do que encher a cara. Mas isso é claro, faz parte.
por João Márcio Dias
Ah, os pecados. Coisinha gostosa que movimenta nossas vidas. Uns dizem que é vazio, outros acham que é inevitável. A sua paróquia repreende, mas nós fazemos assim mesmo. É o nosso jeitinho. E se nós fazemos, nossos ícones também fazem. Com uma diferença, bem mais expostos. Enquanto a gente come um pouquinho a mais no Natal, algumas pessoas do universo pop devoram cheetos e aparecem bem mais cheinhas em eventos públicos. Gula, avareza, luxúria, ira, preguiça, vaidade e inveja. Qual desses pecados é o seu favorito? Nessa edição João Márcio Dias apresenta fotomontagens com uma mistura dos pecados capitais alguns ícones da cultura pop.
por Maysa Monjardim (@meumundocaiu)
Melhor do que muitos, mas não mais do que os grandes sábios, eu entendo tanto do amor quanto dos seus reveses.
descobrindo que nem sempre quem é tão importante ou interessante vai de encontro as nossas expectativas.
Falar a respeito é quase como explanar a origem do ovo e da galinha, uma vez que sua procedência é impossível de se precisar e, mais do que isso, seus efeitos colaterais são deliciosos, mesmo quando diferentes do que esperamos.
Contudo, ressalto que amar alguém com opiniões opostas não significa abrir mão de si mesmo e desencontrar-se das características que o personificam.
Ele acontece num lampejo rápido e, muitas vezes silencioso, em pessoas que nem sempre se dão conta de que suas vidas mudarão de acordo com o que elas permitirem acontecer. Muitos dizem que amor à primeira vista não existe ou até não vai para frente, defendendo a tese de que qualquer sentimento só se desenvolve com o tempo, mas eu, obviamente, discordo. Vale lembrar que forçar-se a conviver com alguém, sem nada sentir pelo indivíduo, é uma tortura sem qualquer a relevância afetiva. Agora vamos ao que interessa: a síntese do amor. Como já se sabe, não existe fórmula. Em alguns casos, gostamos de quem se apresenta como um igual, em quem nos vemos diretamente refletidos, contudo, na maioria das vezes, sentimos borboletas voando pelo nosso estômago por pessoas paradoxalmente contrárias e que nos desafiam constantemente. É nessa diferença toda que começamos a delinear nosso eixo afetivo, amadurecendo nossos horizontes e
Ou seja, se você gosta de azul e seu (ou sua) pretendente de amarelo, misture as duas tintas e forme um verde inovador, sem, em nenhum momento, optar por deixar sua cor favorita de lado apenas porque o outro prefere uma tonalidade diferente. Diante do amor, fazemos concessões, até porque tal sentimento não carece de inflexibilidade, onde nenhum lado cede e ambos saem perdendo. Passamos a reavaliar características que só encaramos quando notificados a respeito delas e, assim, decidimos se tais reações nos são benéficas ou não. Gostar de alguém, contudo, não é descaracterizar-se. Amor de verdade não pode ser destrutivo, ou seja, pautado em vícios, tanto físicos quanto de personalidade, e tampouco pode ser obsessivo, uma vez que viver a vida do outro e, assim, desenvolver uma simbiose forçada, é uma doença e não um sentimento nobre. Gostar de alguém é um ato despretensioso, singelo e que, na maioria das vezes, ocorre sem que você busque essa completude afetiva, ou você ainda não percebeu que tudo acontece quando menos esperamos?
Ressalto que acredito na velha premissa de que o amor encontra você da forma mais inesperada, e não você o encontra quando se debate desesperadamente por afeto. Aliás, é quanto mais buscamos ser amados (e aceitos) por alguém que arapucas do destino acontecem e, imediatamente, nos colocamos em perigos diversos, expondo nossa integridade física e mental a troco de nada. Amar alguém é respeitar valores individuais, inerentes ao indivíduo, e, mais ainda, se permitir. Não há o que se temer quando um sentimento tão ilustre nos cerca e, tampouco, o que se racionalizar ou medir. Há que se deixar levar pelas conseqüências, avassaladoras ou não, do amor e, assim, aprimorá-lo com leveza e desprendimento, preocupando-se com a reciprocidade, mas não fazendo dela uma paranóia enlouquecedora. Elucido, por fim, que, ao amar, ninguém tenha medo de ser cafona e que, em nenhum momento, tal sentimento essencial sai de moda. Por isso, não se sinta culpado(a) ao desenhar corações inconscientemente, cantarolar músicas que antes lhe provocavam enjôo ou ser tomado por ímpetos que antes não lhe ocorriam. Nunca se esqueça que o amor é o grande revés da vida e que o maior sábio é sempre o que ama.
Entrequadros entrevista: André Diniz PHEHA - Faça uma breve biografia sua. André Diniz - Comecei a produzir e publicar meus quadrinhos em formato fanzine em 1994. Eram fanzines de distribuição gratuita com tiragens que variaram entre 500 e 5 mil exemplares. Em 2000, passei a publicar meus quadrinhos pela minha editora, a Nona Arte, trabalho pelo qual já fui agraciado com 14 prêmios. Hoje, produzo minhas HQs para vária editoras. PHEHA - Como se deu a sua identificação com os quadrinhos, enquanto linguagem? AD - Comecei a desenhar minhas próprias histórias enquanto aprendia a ler. É uma paixão de berço. PHEHA - Como se dá o seu processo criativo? AD - Depois da idéia inicial da história, geralmente com base em algum tema que eu quero abordar, fico um tempo imaginando as mil possibilidades da trama, as possíveis cenas, possíveis desfechos, estudando as possibilidades de cada personagem... Daí, com uma idéia mais consistente, escrevo um pré-roteiro, onde registro cada passo da história do começo ao fim. O passo seguinte é escrever o roteiro propriamente dito. Se eu passar a história a outro desenhista, deixo o resto na mão dele. Quando eu desenho a HQ, ainda mexo bastante no roteiro ao longo da execução, com base no que sinto que está e no que não está funcionando. PHEHA - Fale um pouco sobre o Nona Arte. O que ele foi, o que é hoje e o que você espera que ele se torne. AD - A Nona Arte, enquanto editora de fato, foi apenas a forma que encontrei de ter meus primeiros trabalhos publicados de forma mais profissional, numa época em que o mercado estava ainda muito fechado às HQs nacionais. Hoje, tendo editoras dispostas a publicar meu trabalho, não me animo nem vejo porquê continuar me autopublicando, salvo um eventual trabalho que ainda não se encaixe no mercado que está aí. PHEHA - Quais são as suas principais influências e como é seu processo de trabalho - movimentos e/ou artistas, formatos e materiais? AD - No momento, minhas duas maiores influências no desenho são a arte africana e a xilogravura. Esses estilos têm um exagero rústico, seja nas formas, seja no traço, que me fascinam. Já nos roteiros, a minha influência hoje é a linguagem do cinema.
PHEHA - Que quadrinhos voce costuma ler? e mais o que além de quadrinhos? AD - Acho importantíssimo que qualquer um que trabalhe com criação procure ler e assistir de tudo. Nas HQs, gosto de quadrinhos autorais, sem o caráter mais
comercial. No mais, amo cinema, mas busco sempre diversidade. Filme americano é cada vez mais raro eu ver. Leria muito mais romances se o tempo me permitisse, mas também consigo ler alguma coisa.
Entrequadros entrevista: Antônio Eder Dono de um traço c o n s i s t e n t e , enganosamente simples, Antônio Éder transita com habilidade ímpar por diversos meios de expressão visual. Um dos autores do álbum "Sete Vidas", entre muitos outros, ele nos concede um pouco de seu tempo. Perdoa, Helena! Ele não sabe o que faz. PHEHA - Faça uma breve biografia sua. Antônio Éder - Sou natural de Curitiba. Nasci em fevereiro de 71. Sou formado em Artes Plásticas pela Faculdade de Artes do Paraná. Dou aulas de storyboard e iniciação a animação na Escola de TV e Cinema do Paraná. Trabalhei com direção de arte em dois longas metragens (Brichos e Belowars) e em diversos curtas metragens. Trabalho com sócios na SPUTNIK STUDIO aqui em Curitiba, fazendo ilustrações e animações. Fora isso, sempre gostei e me envolvi com quadrinhos. No começo, participando de fanzines e editando os meus próprios fanzines. Depois publicando em revistas e exposições. PHEHA
-
Como
os
quadrinhos entraram na sua vida? AE - Sempre gostei de desenhar quadrinhos. Com o tempo acabei aprendendo os segredos da linguagem de quadrinhos. Li quando criança as revista de terror da Kripta. Isso meio que moldou o meu gosto por histórias com muito humor negro. PHEHA - Como você escreve o seu processo criativo? AE - Sempre desenho meus roteiros. Geralmente as idéias são muito visuais. As minhas HQs são curtas, pequenas crônicas. HQs longas só com parceiros roteiristas (Gian Danton, André Diniz...). PHEHA - Quais são as suas principais influências e como é seu processo de trabalho - movimentos e/ou artistas, formatos e materiais? AE - As influências são muitas. As que forma o estilo de desenho vão desde Ziraldo, Quino, Laerte... Alguns movimentos artísticos que gosto muito, Cubismo e Surrealismo por exemplo e outras áreas que não se relacionam com desenho: puzzles, jogos verbais, ilusões de ótica e etc... PHEHA - Que quadrinhos você costuma ler? e mais o que além de quadrinhos? AE - Hoje continuo comprando os álbuns, mas ta difícil ver coisa interessante. Recentemente li e recomendo “Persépolis” de Marjane Satrapi. Fora quadrinhos continuo lendo coisas sobre puzzles e jogos verbais, que dão idéias paras as tiras “O Breve Verbo” que estão no meu blog. Veja mais de Antônio Éder em antonioeder.blogspot.com
Nos últimos meses, nós, da Pheha expressamos impunimente nossas opiniões e, para fechar o ano de forma divertida, decidimos que queremos você, leitor, opinando conosco. Por conta disso, como anunciamos na edição passada, estamos resgatando nosso velho prêmio, nascido nos velhos dias do blog Casa D'Ferreiro, o Troféu Espeto de Pau. Tendo por base categorias e indicados escolhidos de forma absolutamente tendenciosa, o Troféu é "uma maneira de convidar o nosso leitor a entender a chuchuzície do chuchu, a cachorrície do cachorro e a escrotície dos Ferreiros". E sem mais delongas, as 14 categorias e seus respectivos indicados: Melhor Livro a que você NUNCA vai se dar ao trabalho de ler * Jornal Nacional - modo de fazer * Qualquer um do Paulo Coelho * Série Crepúsculo Melhor idéia de jerico * "Vamos a pé mesmo, é pertinho" - Arthur Souza * Viajar para Iguabinha no carnaval a fim de jogar RPG - Murilo Souza * "Galera, to pensando em fazer uma revista virtual. Vocês topam?" - João Márcio Dias * "Vou mudar a cor da prefeitura de laranja pra azul." - Eduardo Paes Melhor promessa que nunca vai sair do papel * 40 UPAs 24h * Show da Madonna nos Jogos de 2016 * Exploração do Pré-Sal * Expansão do metrô para os Jogos de 2016
Melhor momento da TV brasileira * Som & Fúria (série) * A Favorita (novela) * Capitu (série) * Aline (série) * O dia em que Caminhos do Coração finalmente acabou (novela) Melhor momento vergonha alheia do ano * A sena da Sasha e O JEITINHO DA XUXA * Viver a vida (novela) * Todo mundo se enrolar com o Acordo Ortográfico * Fantástico usar o twitter como pauta há seis meses Grande Babaca de 2009 * Governador Requião (aquele que disse que câncer de mama é culpa das Paradas Gays) * Gugu sair do SBT por que Silvio Santos não queria fazer propaganda do seu programa * Max Porto, vencedor do BBB 9 * César Oiticica, por deixar o acervo de Hélio Oiticica se perder Barraco do Ano * @XuxaMeneghel x Twitters do Brasil - @NairBello x @Rosana - Rede Record tentando invadir o link da Globo - Marcelo Tas x Diogo Mainardi Epic #fail do ano * Candidatura de Chicago Às olimpídadas de 2016 * O Vasco não ser vice-campeão da série B * O apagão que afetou 18 estados da Federação. * Queima do acervo do Hélio Oiticica, que causou retenções na rua Jardim Botânico, no sentido Gávea. * Rali Paris-Dakar realizado na Argentina
Pior outfit do ano * Julio "antiambiente" de Castro * Lindsay Lohan * Qualquer apresentação da Lady GaGa * Mulher Melancia, um ícone da elegância "Isso vai dar merda" de 2009 * Marina Silva sair do PT para concorrer a presidência * Reativar o "No Limite" * Conexão Pavuna-Botafogo no Metrô Rio * Windows 7 Frase do ano * "O Rio não é uma cidade violenta" - José Mariano Beltrame, secretário de segurança do estado do Rio de Janeiro * "A Madonna é um luxo" - Sergio Cabral filho, Governador do estado do Rio de janeiro * "Esse suco tá que é só laranja" - Renata, personagem da novela Viver a vida. * "Você é de Áries?", "Não, sou do Piauí" - Sthefanny (a do Crossfox). História Mal Contada de 2009 * Blackout de novembro * Queda do avião da Air France * Gripe Suína * Morte do Michael Jackson Música do ano * Beijinho Doce, por Flora Peireira da Silva * Single Ladies e suas inúmeras versões * As repetidas músicas do Michael Jackson após sua morte * Show do Radiohead no Brasil. EU FUI! Momento "Ah, meu garoto. O que vale é a intenção!" * Redução do IPI para aplacar a crise * Barack Obama empossado presidente do Brasil do Norte * As obras non-stop do metrô de São Paulo * Fim do Oasis. Todo mundo sabe que eles voltarão.
Infelizmente, As categorias "melhor heterossexual ator de teatro infantil" e "bairro relativamente seguro no Rio de Janeiro" caíram, por carência de indicados. Mas não fique triste, você pode votar em todas as categorias no nosso blog pheha.wordpress.com - Vota lá, sásgostosa tudo! Você poderá votar até 12/12 e o resultado sai na Pheha de Dezembro.