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Análise do CBC de Ciências do 6º ao 9º ano

É uma proposta curricular, onde são indicados alguns conteúdos que, por sua relevância, são considerados essenciais, esses são denominados Conteúdos Básicos Comuns (CBC), sendo seu ensino obrigatório nas Escolas da Rede Estadual de Ensino de Minas Gerais. O CBC irá compor a matriz de competências básicas para a avaliação do sistema público de ensino em Minas Gerais. Os Conteúdos Básicos Comuns, portanto, não são a totalidade da Proposta Curricular, mas estabelecem aqueles conteúdos e competências que devem ser desenvolvidos prioritariamente. A Proposta Curricular é compatível com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) e se inspira em várias de suas proposições. Destacamos as ideias básicas do currículo, ou seja, aquilo que não pode deixar de ser ensinado, além disso, esta Proposta avança na descrição detalhada dos tópicos dos conteúdos obrigatórios e dos complementares, com a intenção de orientar seu ensino e orientar os docentes na elaboração e planejamento de suas aulas (SOUZA, 2010). Além do CBC, a Proposta Curricular de Ciências sugere Conteúdos Complementares, a serem examinados e distribuídos pelas séries a cargo da equipe profissional de cada escola na composição de seu plano de ensino para a disciplina. (SOUZA, 2010). Espera-se que o ensino de ciências possa promover uma compreensão acerca do que é a ciência e como o conhecimento científico interfere em nossas relações com o mundo natural, com o mundo construído e com as outras pessoas. Para isso, o ensino de ciências deve abordar princípios científicos mais gerais e, também, aplicações tecnológicas. O projeto curricular de ciências deve, pois, ser capaz de estabelecer pontes entre fenômenos e processos naturais ou tecnológicos, de um lado, e conceitos, modelos e teorias científicas, de outro. Para os autores/consultores da Proposta, a interação dos estudantes com um mundo concebido e transformado pela ciência e pela tecnologia apresenta diversos desafios para o ensino que podem ser traduzidos em quatro questões básicas que envolvem características do conhecimento científico e tecnológico (SOUZA, 2010), são essas: 1.Como são as coisas e do que são feitas? 2. Como as coisas funcionam? 3. Como sabemos o que sabemos? 4. Como comunicamos o que sabemos? Onde fazem com que os alunos aprendam a pensar o porquê estudam aquele conteúdo e ao mesmo tempo


construir conhecimentos. O ensino de Ciências ajuda no desenvolvimento intelectual dos estudantes onde eles constroem evidencias para sustentar a adequação e validade de modelos científicos. Assim, é importante não apenas ensinar que a Terra é esférica e que se move em torno do Sol e de si mesma, mas ainda examinar quais foram as evidências que permitiram à humanidade a construção desse modelo, muito antes que fosse possível fotografar ou observar a Terra a partir do espaço. Na proposta curricular foram atribuídos critérios para a seleção dos conteúdos onde foram escolhidos temas próximos ao cotidiano dos estudantes e que favoreçam a compreensão de conceitos básicos de ciências. A Proposta Curricular de Ciências Naturais se desenvolve em torno de três eixos curriculares: Ambiente e Vida; Corpo Humano e Saúde; e Construindo Modelos. Assim, fazem parte do eixo I os temas: 1. Diversidade de vida; 2. Diversidade de materiais; 3. Formação e manejo dos solos; 4. Decomposição de materiais; 5. Qualidade e tratamento da água; 6. Energia e Ambiente; 7. Evolução dos seres vivos. Fazem parte do eixo II os temas: 8. A dinâmica do corpo; 9. Sexualidade; e 10. Interações do corpo com estímulos do ambiente. Assim o eixo temático III: 11. O mundo muito grande; 12. O mundo muito pequeno; 13. Mecanismos de Herança; e 14. Processos de transferências de Energia. Pode observar no CBC, que dentro de cada eixo existem, tópicos obrigatórios onde são numerados utilizando algarismos arábicos e tópicos complementares que são numerados utilizando algarismos romanos. Acompanhando vêm às habilidades especificas onde descreve o objetivo de cada tópico, o ano e a carga horária. Discorre na Proposta Curricular que ela pode ser desenvolvida em diferentes sequencias, podendo optar por desenvolver um dado eixo curricular ao longo de uma dada série ou ano escolar ou, também, pode-se distribuir os eixos ao longo dos quatro anos do curso. Para isso é fundamental que cada escola, por meio de decisão da equipe de professores, elabore seus planos plurianuais de curso, evitando que determinados temas do currículo sejam trabalhados à exaustão, enquanto outros não são ensinados. Atualmente, O CBC constitui-se numa matriz de competências básicas para a avaliação do sistema público de ensino em Minas Gerais e indica em cada tópico de conteúdo, as habilidades básicas a serem alcançadas pelos alunos e que servem de orientação para o corpo docente (SOUZA, 2010). A corrida das instituições de ensino, por meio de suas Secretarias de Educação objetiva buscar meios para melhorar a qualidade do ensino hoje no Brasil, qualidade esta que pressupõe aprendizagem e desenvolvimento dos alunos e dos profissionais


docentes. Em outras palavras, buscar uma melhor qualidade do ensino a ser ofertado (SOUZA, 2010). Discorre no CBC, que para manter a implementação bem sucedida do currículo nas escolas, foi desenvolvido um sistema de apoio ao professor, que inclui: cursos de capacitação, “por meio da formação continuada do educador ampliando a capacidade de utilização das novas tecnologias da informação e comunicação nos processos de ensino e aprendizagem” (SOUZA, 2010 pg. 36) que deverão ser intensificados a partir de 2008, e o Centro de Referência Virtual do Professor (CRV) que pode ser acessado através do sitio http://www.educacao.mg.gov.br . Houve uma primeira versão do CBC em 2005, mas verificou neste mesmo ano logo após discussões que havia muitos tópicos obrigatórios forçando uma nova revisão da proposta adequando-o. Em 2008, ano de publicação da segunda versão desta Proposta observamos relações mais claras entre os Conteúdos Básicos e os Conteúdos Complementares, mantendo reservado a cada uma dessas categorias, metade da carga horária da disciplina para o 6º e 9º anos do Ensino Fundamental (SOUZA, 2010). A implantação de qualquer Proposta Curricular, em particular a de Ciências, que visa superar a fragmentação dos saberes escolares, mantendo um caráter interdisciplinar e objetivando a recursividade dos conteúdos, como advogado pelos documentos e consultores da Proposta, por si só, não garante a produção e a apropriação do conhecimento e o sucesso dos alunos. Temos de considerar, ainda, que os professores ocupam posição central em relação a qualquer proposta curricular, seja na sua modificação ou em sua implementação (SOUZA, 2010).

Referências:

MARTINS, Carmem M de Caro et al. Currículo Básico Comum. Disponível em <http://crv.educacao.mg.gov.br/sistema_crv/banco_objetos_crv/ >. Acesso em 26 nov. 2012. SOUZA, V. de Emanuelle. A proposta curricular de Ciências em Minas Gerais e as práticas docentes. 2010. 145 f. Dissertação (Programa de pós-graduação em educação: Conhecimento e Inclusão), Universidade Federal de Minas Gerais, UFMG/ Belo Horizonte, 2010.



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