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EDUCAÇÃO, IDENTIDADE E BATATAS FRITAS BARATAS

O objetivo deste texto é nos mostrar a relação entre Educação e alguns anúncios de restaurantes de fast food dos Estados Unidos, presentes na Ásia. Mostrando-nos o quanto é necessário o país trabalhar pelas reformas educacionais e sociais. Isto é, em primeiro plano está o capital, as grandes empresas internacionais que ficam isentas de impostos em um período de 20 anos. Podemos perceber que não há hoje, escolas, professores, hospitais, infra-estrutura. As causas profundas desta situação não são encontradas na situação imediata, podem ser descobertas somente se focalizarmos a cadeia de formação do capital nacional e internacionalmente, as necessidades contraditórias do Estado, as relações de classe e as relações entre campo e cidade que organizam e desorganizam aquele país. A injustiça está presente no cotidiano das pessoas que são dominadas pelas classes dominantes, isto é, terras asiáticas que perante a lei seriam dos trabalhadores que nela atuam, são transferidas a um fornecedor de uma grande corporação americana de restaurantes de fast food, visando o cultivo de batatas. Tornando-se batatas fritas presentes na mídia por sua fama. A relação entre a educação e os temas mais amplos da economia e da política não se limita, naturalmente, ao país no qual são cultivadas aquelas batatas que se transformam em batatas fritas baratas. Ela é muito visível mesmo nos Estados Unidos e de países similares deixaram muito claro que, para eles, uma boa educação é só aquela diretamente ligada às necessidades econômicas. As necessidades educacionais estão ligadas às necessidades econômicas em favor da classe dominante. Com base neste contexto compreendemos que o governo programa seu próprio fracasso, para que depois possa alcançar resultados satisfatórios visando o interesse de classes dominantes. A esfera da educação é uma daquelas em que a Direita tem crescido. O objetivo social-democrata de expandir a igualdade de oportunidades perdeu muito de seu apelo político e de sua possibilidade de mobilizar pessoas. O “pânico” referente a padrões rebaixados, evasão e analfabetismo, o medo da violência nas escolas, a preocupação com a destruição de valores familiares e religiosos, tudo isso teve seu efeito. E todos esses medos são utilizados pela classe dominante, transformando a educação em padronização, tradicionalismo, produtividade, somente para atender as expectativas de mercado e das necessidades industriais. Os neoliberais e neoconservadores acreditam que o problema das pessoas, da pobreza está na escola. Para eles, a instituição escolar deve aumentar o controle sobre seus currículos e avaliação nacional ou transformá-la em mercado, privatizando o sistema educacional. A valorização da escola como mercado, onde os clientes são os próprios alunos. Os temas


em educação não se limitam apenas à remoção das escolas do controle burocrático e do estado, ao avanço da privatização e das iniciativas de mercado, e à reconstrução do caráter de um povo com base principalmente em valores empresariais individuais ou em interpretações fundamentais da “moral crista”. Para o autor uma boa parte das iniciativas de reforma atuais é justificada parcialmente por um desejo de fortalecer as conexões entre a educação e o projeto mais amplo de “atender às necessidades da economia”. A educação se torna um produto como, objetos de valor, carros; e a única cultura sobre a qual vale à pena falar é a “cultura empresarial” e as habilidades, conhecimentos, disposições e valores flexíveis necessários para a competição econômica. Um dos aspectos mais críticos da política é a luta para determinar a realidade social e interpretar as pretensões e necessidades básicas das pessoas. Política cultural na educação deve-se transformar em conhecimento oficial. O autor considera que um dos efeitos perversos de um currículo nacional será, na realidade, o de “legitimar a desigualdade”. Ele pode de fato ajudar a criar a ilusão de que, não importa quão maciças sejam as diferenças entre as escolas, todas tem alguma coisa em comum e todas são culturalmente iguais. Contudo, o autor postula que o rápido movimento rumo à centralização dos currículos e da avaliação pode ser um primeiro passo ideal em direção a um dos objetivos de longo prazo da Direita, a privatização. Destaca-se a importância de que pensemos sobre as questões de uma cultura comum e de um currículo comum de modo muito diferente de como estas questões vem sendo pensadas atualmente.

REFERÊNCIA

APPLE, Michael N. Política Cultural e Educação. São Paulo: Cortez, 2001.


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