ANÁLISE DA CANTINA E DA LANCHONETE
A escola é, sem dúvida, um ambiente favorável para o desenvolvimento de ações para a promoção da saúde, bem como ao estímulo, formação ou correção de hábitos saudáveis, por ser um espaço social onde muitas pessoas passam grande parte do seu tempo, convivem, aprendem e trabalham. No ambiente escolar, a cantina configura-se como um espaço no qual é possível observar os hábitos alimentares dos alunos, pois são comercializados doces (de leite, de amendoim, paçoca, etc.), refrigerantes, balas, salgadinhos tipo chips, sucos artificiais, chocolates, pirulito, biscoito tipo wafer, pipoca doce. Esses alimentos possuem baixa densidade de nutrientes necessários ao bom crescimento e desenvolvimento das crianças, elevada densidade energética e quantidades excessivas de sódio, açúcares e gorduras, o que aumenta os riscos para problemas nutricionais, como obesidade, hipertensão, problemas cardiovasculares, etc. A comercialização desses alimentos no ambiente escolar representa um obstáculo para a educação nutricional e a formação de hábitos alimentares saudáveis. Além disso, esse fato contradiz com proposta do Programa Nacional de Alimentação Escolar que é a de oferecer uma alimentação saudável que atenda às necessidades nutricionais dos alunos durante sua permanência em sala de aula, contribuindo para o crescimento e desenvolvimento, a aprendizagem e o rendimento escolar, bem como promover a formação de hábitos alimentares adequados. O recreio é um evento social e o prazer de lanchar com os colegas está associado à competição, comparação e necessidade de serem aceitos pelo grupo. As crianças em idade escolar desejam consumir os mesmos alimentos que os seus colegas. Dessa forma, a criança não aceita levar para escola, por exemplo, frutas se seu grupo de amigos leva ou compra na cantina refrigerante e salgadinho. Outro problema referente à necessidade de se sentir pertencendo a um grupo vem do fato de que quem leva lanche de casa são “os pirralhos” do ensino infantil que os escolares acabaram de deixar de ser e fazem de tudo para se diferenciarem dos mesmos. Diante do papel fundamental que a escola ocupa na tarefa de educar e informar é importante que os professores dê em bons exemplos, eles podem mostrar aos alunos que levam uma fruta ou outros alimentos saudáveis como lanche, evitando comprar balas, refrigerantes, salgadinhos e bolachas na cantina. A direção da escola deve evitar que no
ambiente escolar haja classificação entre a teoria e a prática, por quem quer que seja, na cantina ou fora dela, por todos os professores e funcionários que fazem parte do dia-adia do aluno, pois a alimentação saudável junto com as questões educacionais pode mudar o comportamento das pessoas. É importante ressaltar que as crianças passam grande parte do dia na escola, portanto, esse ambiente deve oferecer opções de alimentos saudáveis e protegê-las dos fatores que contribuem para as doenças relacionadas à alimentação, como anemia, desnutrição, carências vitamínicas e de cálcio, obesidade e outras doenças crônicas associadas. Portanto, é de extrema importância analisar vários fatores antes de implantar a cantina no ambiente escolar, pois não é só a qualidade higiênica dos alimentos fornecidos na cantina que deve ser observado: o local onde os alimentos são manipulados, armazenados, expostos e servidos também deve ser analisado. O tipo de lanche servido na cantina da Escola M. Machado de Assis, consiste em uma refeição completa (similar a um almoço). O cardápio é preparado por uma nutricionista, que acompanha tudo de perto, e pode variar ao longo da semana. Dentre as variedades do cardápio encontram-se pratos como galinhada, arroz carreteiro, sopa com legumes, macarronada, arroz branco com carne e salada, entre outros. O publico alvo da cantina são os alunos e os funcionários em geral. O serviço de cozinha da escola é terceirizado. Em media 30 funcionários garantem o funcionamento do ambiente, seja na preparação dos alimentos ou na limpeza do local. A comida é preparada momentos antes da hora do recreio. A escola possui um espaço amplo para refeitório compostas por mesas estilo bancadas, e bancos. A estrutura da cozinha é toda industrializada e possui fogões industriais, 3 geladeiras, 1 freezer e uma câmara frigorifica. O espaço dispõe ainda de uma dispensa para o armazenamento dos alimentos não perecíveis. Em relação à segurança do local, foi observado que vários locais da cantina possuem extintores de incêndio, com suas devidas placas informativas. Analisando a questão da higiene do local, pode-se observar que o espaço é arejado, e com piso de fácil limpeza. O local é claro e todos os funcionários utilizam touca de cabelo no ambiente da cozinha. Antes e após o preparo das refeições é feita toda a limpeza do refeitório. A escola reaproveita o óleo usando-o na fabricação de sabão ecológico. Quanto ao lixo produzido na cantina, é feita a separação do lixo seco e do lixo orgânico. O primeiro é coletado pelo serviço da prefeitura e o segundo é doado para servir de alimento para
animais (lavagem). Quando sobram refeições como arroz, a cantina reaproveita para o turno vespertino. Refeições como sopas e saladas não são reaproveitados. Acontece também de funcionários reaproveitarem essas refeições para uso pessoal, evitando ao máximo o desperdício. A escola não reaproveita e nem faz otimização da água. Na lanchonete são vendidos salgados assados, sanduiches naturais e sucos de laranja e acerola. Frituras, refrigerantes e doces em geral não fazem partes do cardápio da lanchonete. Os lanches de maior saída são os salgados assados e os principais consumidores são os alunos. São raros os alunos que levam o lanche de casa. A escola não faz orientações sobre nutrição, alimentação e consumo de alimentos no interior da escola, entretanto como já foi dito, as refeições na cantina são coordenadas por uma nutricionista. Existem poucos alunos que apresentam casos de obesidade na escola isso mostra que provavelmente as refeições orientadas pela nutricionista e o fato da lanchonete não vender frituras, refrigerantes e doces para os alunos, dão resultados quando o assunto é saúde. Referências: SILVA, A. C. DE A. Comportamento Alimentar de Adolescentes de uma Escola Pública de Niterói, Rj. Disponível em: http://www.nutes.ufrj.br/coloquio/Arquivo/Boog_Abreu%20Ana.pdf. Acesso em: 28 ag. 2012. MURGUERO, J. C. Avaliação do Lanche de Crianças de 7 A 10 Anos de duas Escolas em Araranguá, Sc. Disponível em: http://www.bib.unesc.net/biblioteca/sumario/00003E/00003E17.pdf. Acesso em: 28 ag. 2012. CHAVES, Lorena Gonçalves et all. Programa nacional de alimentação escolar compromisso com a saúde pública. Revista Nutrição Profissional, v. 1, n. 22. São Paulo, 2007.