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Capítulo V – O setor Estoque

Capítulo V O Setor de Estoque

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Capítulo V O Setor de Estoque

Kelle Gisele Lopes Tavares Vanessa da Silva aAntos

Fonte: Das autoras, 2021.

O setor de estoque é muito comum nas empresas e é através dele que se tem um controle das mercadorias. Manter o controle de estoque em dia é de extrema importância para uma empresa apurar o seu movimento de entrada e saída de mercadorias. E, assim, ter informações precisas sobre a demanda que o mercado tem de seu produto, eventuais desvios e sobre o lucro líquido obtido no final do mês contábil. Ter um estoque controlado é saber que há a quantidade correta de produtos para que a empresa possa fluir corretamente e atender sua demanda do mercado, sem ter prejuízos com perdas. O que parece óbvio nem sempre é para muitos gestores que ainda não sabem como realizar o controle de estoque corretamente. Além de ajudar no gerenciamento da empresa, o controle de estoque oferece uma maior eficiência e organização de alguns dos processos internos de

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sua empresa. Ele também diminui desperdícios, tanto de tempo e energia na hora de fazer gestão quanto de seus recursos financeiros.

Conhecendo o Setor de Estoque

O que é?

Dentro de uma empresa, o estoque é representado por produtos que estão em posse de um agente econômico. São os materiais e suprimentos utilizados para a produção de seu produto ou para suprimir a necessidade da própria empresa. Independentemente do tamanho da empresa ou do seu segmento, o controle de estoques é essencial à sua sobrevivência financeira e deve ser evidenciado contabilmente no Ativo Circulante da empresa.

Quais são as ocupações/cargos/funções?

No setor de Estoque é possível se deparar com as seguintes ocupações: • Auxiliar de estoque; • Analista de estoque; • Controlador de estoque; • Operador de estoque; • Encarregado de estoque; • Gerente de estoque.

Algumas funções desse setor são: • Fazer o cálculo dos estoques mínimos; • Fazer o cálculo dos lotes de suprimentos; • Fazer o cálculo dos estoques máximos; • Emitir e manter atualizadas as fichas(informações) do estoque; • Replanejar os dados quando necessário;

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• emitir pedidos de compras para os materiais cuja compra lhe for delegada pelo PPCP; • fornecer dados solicitados aos departamentos da empresa, em comum acordo com o PPCP; • Receber fisicamente o material junto com a nota fiscal ou nota de entrega e aguardar a liberação qualitativa (CQ) para dar entrada no estoque e disponibilizar o material; • Identificar o material com o código da empresa; • Guardar e conservar o material; • Lançar entradas e saídas de materiais nas fichas de estoque; • Entregar materiais mediante requisições; • Reservar materiais por meio de Notas de Empenho; • Manter atualizada e guardar a documentação de entrada e saída de materiais; • Administrar e organizar o almoxarifado; • Participar ativamente de Inventários.

Qual perfil de formação ideal para os profissionais atuantes neste setor?

Não é obrigatório diploma, mas um curso profissionalizante em Almoxarifado é um grande diferencial. Para crescer e se desenvolver na área, o profissional poderá cursar Administração, em nível técnico ou superior, ou cursos tecnólogos relacionados à área, como logística.

Quais competências necessárias?

Atuação no setor solicita o desenvolvimento de competências básicas como: • Agir de forma responsável; • Ser organizado; • Se mostrar minucioso; • Uma pessoa prestativa; • Ser um indivíduo atencioso; • Uma pessoa dinâmica;

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• Lidar bem com números; • Saber se comunicar de forma adequada.

Rotinas do Setor de Estoque

O setor de estoque necessita de muita organização, por isso é essencial que as empresas possuam um sistema para facilitar essa tarefa, porém, caso não tenha, esse controle das mercadorias pode ser feito manualmente através de anotações em caderno. O trabalho nesse setor começa com o pedido e o recebimento dos produtos, assim o primeiro processo é o cadastramento dos produtos no sistema. Depois é um trabalho mais braçal que consiste em organizar e guardar essas mercadorias, sendo que esse local deve ser limpo, arejado e organizado. Por fim, o último processo é a retirada desses produtos do estoque.

Fluxo documental: Emissão, Recebimento e Endereçamento

Os documentos mais comuns do setor de estoque são: ficha de prateleira, ficha de estoque, requisição de mercadoria, identificação de mercadoria e o inventário periódico/relatório. A ficha de prateleira é o instrumento básico de anotação e deve ser preenchido a cada variação; a ficha de estoque descreve toda a movimentação do produto, isto é, detecta histórico de consumo, entrada e saída e a evolução de preços; a requisição de mercadoria é um instrumento de retirada de produtos junto ao estoque; identificação de mercadoria consiste nas indicações claras que todo produto deve ter, como: nome do produto e números de registros, e por fim, o inventário periódico ou relatório trata-se de uma documentação de pesagem e contagem de todos os itens em estoque, promove a apuração de consumo real pela diferença entre estoques iniciais, estoques finais e volume de compras durante um período.

Perspectiva de crescimento intelectual e financeiro.

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Para agregar valor ao currículo e ampliar as chances de crescimento na no setor são recomendados alguns cursos e um livro bastante interessantes: • Curso: Gestão de Estoques – Senac: Neste curso você aprofundará seus conhecimentos em técnicas e ferramentas que melhoram o rendimento das atividades de armazenagem e aumentam a produtividade no controle de estoques. • Curso: Mantendo o estoque em dia – Sebrae: Você aprenderá a importância de conhecer e administrar o estoque da sua empresa, mantendo-o organizado e otimizado. Entenderá, também, como o bom gerenciamento pode aumentar o seu lucro e fornecer o efetivo controle das saídas e entradas dos seus produtos. • Livro: Rotinas de estoque e almoxarifado - Jabson Tamandaré da Cruz: O livro apresenta didaticamente os conteúdos essenciais para a formação do almoxarifado. Não só para que entenda as operações do almoxarifado como também para que tenha uma posição crítica em relação ao trabalho dos fornecedores.

Consciência sustentável: O que fazer com os resíduos gerados no setor?

Geralmente os resíduos do estoque são todos recicláveis, pois são: papéis, embalagens, plásticos e caixas de Separação papelão. Assim, o melhor caminho sustentável é a separação desses materiais, observando os que ainda podem ser usados de alguma forma, e quanto aos outros que não tenham mais nenhuma utilidade, levá-los a lugares de reciclagem.

Glossário

A

Armazém: Espaço destinado ao armazenamento de matérias-primas, produtos em produção e aqueles já finalizados.

B

Batch pick: em lote.

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Bin storage: Estocagem em contendores.

Baia: Denominação utilizada nas indústrias para áreas geralmente abertas, destinadas ao armazenamento de insumos, geralmente a granel. São numeradas para localização, identificação e controle.

Big-Bag: Expressão popular de se chamar os contentores ou contenedores flexíveis, geralmente feito de polietileno.

C

Centro de distribuição: Armazéns localizados em regiões estratégicas que objetivam simplificar a distribuição dos produtos.

Custo Logístico: São todos os gastos necessários para colocar o setor em perfeito funcionamento.

Consumo Médio: É a quantidade média consumida de um produto, por dia.

Contêiner: Equipamento de metal no formato de uma grande caixa, que serve para o transporte de diversos materiais, fazendo assim uma unitização de cargas, que ao estarem acondicionados no seu interior, não sofrem danos durante o percurso e nem em caso de transbordo para outros modais.

D

Depósito (de contêineres) (Depot): local designado para o transportador em que os contêineres vazios são mantidos em estoques e recebidos ou entregues a operadores ou expedidores.

Dedução em estoque de nível único (Single-level backflush): Uma forma de dedução em estoque que reduz o estoque somente das peças usadas no nível seguinte de uma montagem ou submontagens.

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Demand chain management: Gerenciamento da cadeia de demanda. Desova: Retirada dos itens de um contêiner.

Dias Estoque: É o número de dias para o cálculo da quantidade mínima na tela de Gestão de Estoque, a saber: Quantidade Mínima = Consumo Médio por Dia * Dias Estoque.

E

Empilhadeira ou Fork lift truck: Equipamento utilizado com a finalidade de empilhar e mover cargas em diversos ambientes

F

Frete peso: Designa o preço efetivo do transporte da carga.

FIFO: É uma sigla em inglês que significa que o primeiro produto a entrar é o primeiro a sair. Assim, trata-se de um método de armazenagem muito útil para empresas que trabalham com produtos perecíveis ou com o prazo de validade curto.

G

GRIS: Essa taxa é cobrada para os contratos de transportes e Conhecimentos de Transporte (CT-es), que serve para custear gastos com a gerenciadora de risco.

Gaiolas: Estruturas de ferro em forma de gaiola, utilizadas para armazenar materiais de risco ou de difícil empilhamento no palete.

GEE: Gerenciamento Estratégico de Estoque.

Giro de Estoque: É o tempo que demora para girar o seu estoque.

H

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Hub: Refere-se a um ponto central que serve para distribuir, coletar e separar produtos para uma área ou região específica.

I

Intervalo de Ressuprimento: É o tempo que a empresa deseja dar de intervalo, entre as compras do mesmo produto. Não há um cálculo propriamente dito, pois depende de vários fatores que variam de empresa para empresa

L

Lading ou Loading: Carregamento de cargas ou embarque de cargas.

P

Paletização: É um método de organização e gestão de estoque, baseia-se no uso de paletes e de empilhadeiras, os produtos são devidamente organizados e empilhados

Ponto de Reposição: É a quantidade ideal para dar início a um novo processo de compras. O ponto de reposição é a quantidade que, quando atingida, gera a necessidade de compra, ou seja, quando um produto atinge este ponto, tornase necessário preparar uma ordem de compra, de modo que, quando o fornecedor entregar a mercadoria para a reposição do estoque, o saldo do produto esteja beirando a quantidade mínima. Não confundir o ponto de reposição com a quantidade mínima.

Q

Quantidade Mínima: Quantidade mínima necessária para estoque de cada produto.

Quantidade Máxima: Quantidade máxima do produto que você deseja ter em estoque.

Quantidade Sugerida de Compra: É a quantidade ideal a ser pedida ao fornecedor para suprir a empresa pelo tempo que ela deseja

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T

Tempo de Ressuprimento: É o tempo que o fornecedor demora para entregar a mercadoria, ou seja, o número de dias que decorre entre o pedido (ordem de compra) e a entrega (recebimento de mercadoria).

U

Unidade de Medida para Reposição: As solicitações/requisições serão baseadas na unidade de medida indicada, quando for atingido a quantidade definida no campo Ponto de Reposição.

Referências

CORREA, Henrique Luiz. Administração da Cadeia de Suprimentos e Logística. São Paulo: Atlas, 2014.

CRUZ, Jabson Tamandaré da. Rotinas de estoque e almoxarifado. São Paulo: Editora Senac, 2017.

SALGADO, Tarcísio Tito. Logística: Práticas, Técnicas e processos de melhorias. São Paulo: Senac São Paulo, 2014.

Kelle Gisele Lopes Tavares é aprendiz da turma 72 –Aprendizagem Profissional de Qualificação em Serviços Administrativos no Senac de Balsas-MA. Atua na empresa Risa Máquinas, no setor de serviços, onde é responsável pelos Adiantamentos de viagens, acertos de viagens e faturamentos de O.S. Graduanda do 2° período de Gestão Comercial pela Uninter.

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Vanessa da Silva Santos é aprendiz da turma 72 –Aprendizagem Profissional de Qualificação em Serviços Administrativos no Senac de Balsas-MA. Atua na empresa Risa Máquinas, no setor administrativo e fiscal, onde é responsável pelas compras de peças e pelo controle das notas fiscais inseridas no sistema. Graduanda do 6º período de Direito pela Faculdade de Balsas.

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