a coisa em si [ano-IV.n-I.2022] - Léo Vaz

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a coisa em si2022 . ano 4 . número 1 . Ponto de Cultura Casa Rosa

Maria Augusta Bastos de Mattos João Augusto Bastos de Mattos Daniela Canto Bruno Bossolan númeroano20224 1 Ponto de Cultura Casa Rosa Memorial Virginia e Carlos Mattos Capa _ Léo Vaz na fazenda Guatapará, em Mogi-Guaçu Foto _ Acervo Anna Rosa Vaz Pupo Coordenação_Educativo_Curadoria_ Suplemento Cultural da Casa Rosa rua General Osório, 239 - Centro CEP: 13360-083 - Capivari, pontodeculturacasarosa@gmail.comSP Casa Rosa Maria Augusta Bastos de Mattos Bruno Bossolan Coordenação e Revisão_ Pesquisa, Redação e Arte_ a coisa em si

/ EDIÇÃO _ Pesquisa e documentos referentes à publicação do livro Léo Vaz: o cético e sorridente caipira de Capivari ¨ Sumário \ O MOTIVO DA PESQUISA ......................................................................... 6 LÉO VAZ NA CASA ROSA .......................................................................... 8 - Referências ao escritor capivariano ........................................................ 10 VIRGINIA - INCANSÁVEL PESQUISADORA ................................................. 11 - Noite de autógrafos e a presença de Paulo Bomfim .................................. 12 - Discursos ............................................................................................ 16 CARTAS DE ANTONIO CANDIDO E DA ABL ................................................ 19 DOCUMENTOS E CURIOSIDADES SOBRE A PESQUISA .............................. 22 - Carimbo utilizado por Virginia ................................................................. 22 - Certidão de nascimento de Léo Vaz ........................................................ 24 - Anotações de Virginia ........................................................................... 25 - Carta de Léo Vaz a Eduardo Maluf (Homero Dantas) ................................. 26 NA MANHÃ SEGUINTE ............................................................................ 29

O poeta Paulo Bomfim, abalizado conhecedor do capivariano Léo Vaz, convidado a vir a Ca pivari, prometeu uma visita quando se lançasse aqui um trabalho, um estudo sobre o grande jornalista que, desde a juventude até o fim da existência, publicou artigos irrepreensíveis na linguagem, profundos nos conceitos e com o sabor matreiro do caboclo.

O MOTIVO DA PESQUISA A COISA EM SI - LÉO VAZ06 LÉO VAZ ORG. VIRGINIA BASTOS DE MATTOS EDITORA MIGALHAS,

Passaram-se anos. Em 2007, o Movimento Ca pivari Solidário desafiou: vamos recuperar a memória do ilustre capivariano Leonel Vaz de Barros, no mundo literário e jornalístico, o in signe Léo Vaz. Iniciamos a busca, pouco produtiva no come ço, quando tentamos procurar, na sua terra na tal, traços de sua vida. Na cidade, haveria ainda parentes? Alguém guardara lembranças fami liares de Leonel Vaz de Barros e dos seus? Nada encontramos, a não ser a lembrança da casa que lhe serviu de berço, hoje já demolida. Léo Vaz veio várias vezes a Capivari, onde tinha amigos e alguns parentes, como D. Rosália Vaz Tuccori, casada com o Sr. Rosário Capóssoli. Ele tinha também aqui um amigo sincero, cor respondente de O Estado de S. Paulo e diretor do Museu Histórico e Pedagógico Cesário Mot ta, o Sr. Eduardo Maluf, que fazia versos (era capivariano) e os publicava com o pseudônimo de Homero Dantas. Quando começamos a pes quisa, o Sr. Eduardo Maluf já era falecido; in felizmente, pois foi um fiel informador de Léo Vaz sobre as coisas marcantes de Capivari; foi 2009 INTRODUÇÃO DO LIVRO

Eduardo Maluf quem noticiou a demolição da velha casa em que nasceu o escritor. E Léo Vaz mantinha com ele correspondência, acusava o recebimento das notícias e agradecia. Dentro de um soneto intitulado “Capivari”, o poeta diz: ¹ Homero Dantas – Salomé e outros versos. Capivari: Movi mento Capivari Solidário, 1997. p. 15.

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“Vivo de evocações: recordo o nosso Abreu, Moacir Piza, Léo Vaz... Recito J. Prata, Suave e singelo como o bondoso Amadeu...”¹ Felizmente não nos faltou o apoio amigo de muita gente que nos socorreu nas pesquisas, indicações de fatos sugestivos e verdadeiras ga rimpagens em velhos papéis amarelados pelo tempo. E o auxílio moderno da internet e da computação, que agilizou a busca de informa ções e a confecção dos capítulos. Assim, agradecemos indistintamente a todos os que se interessaram por este trabalho que tenta trazer a trajetória de Léo Vaz, desde a ve lha casa da Rua Antonio Pires às culminâncias do jornalismo sério em O Estado de S. Paulo e em outros grandes jornais paulistas que ajudou a criar. De permeio, o seu exemplo de vida e a literatura que permanece nos seus livros: O Professor Jeremias, Ritinha, O Burrico Lúcio, Páginas Vadias.

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LÉO VAZ NA CASA ROSA A COISA EM SI - LÉO VAZ

uma estante dedicada a escritores capivaria nos e fatos sobre Capivari, a Casa Rosa guarda pérolas e edições importantíssimas, entre elas os quatro livros publicados por Léo Vaz: O Profes sor Jeremias (em três edições: 1ª Edição, Revista do Brasil - 1920; 4ª Edição, Monteiro Lobato & C. - 1921; 8ª Edição, Coleção Saraiva - 1948), O Misterioso Caso de Ritinha (2ª Edição - Clube do Livro, 1969), O Burrico Lúcio (1ª EdiçãoColeção Saraiva, 1951 – com dedicatória de Léo Vaz a Carlos Lopes de Mattos), Páginas Vadias (1ª Edição - Livraria José Olympio Editora, 1957 - com dedicatória de Léo Vaz a Carlos Lopes de OMattos).ricoacervo serviu, por muito tempo, para a formação literária dos filhos e, posteriormente, para compartilhar com os amigos e curiosos. De mãos em mãos, de geração em geração, a estante dos “escritores capivarianos” foi ganhando for ma de um acervo para pesquisa, hoje centrada no núcleo de publicações independentes da Casa ComoRosa. mencionado na própria apresentação do livro escrita em 2009, não é fácil encontrarmos resquícios do Léo Vaz em sua própria terra natal, tampouco edições antigas ou recentes dos livros supracitados. Uma edição relativamente nova de O Professor Jeremias, publicada em 2001 pela Bom Texto Editora e Fundação Casa de Rui Bar bosa, também faz parte do acervo e é ideal para inserir o jovem leitor no mundo de ironias de Léo Vaz.

A COISA EM SI - LÉO VAZ 09 ACERVO CASA ROSA ACERVO CASA ROSA ACERVO CASA ROSA

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Além dos escritos por Léo Vaz, dois livros da mesma estante compilam algumas curiosidades sobre o escritor: História Pitoresca de Quaren ta Cadeiras (1976), de Raimundo de Menezes, que através de anedotas e caricaturas transmite a personalidade dos membros da Academia Pau lista de Letras, e Falando (1980), de Pedro Cha ves, uma coletânea de discursos e conferências que homenageia alguns intelectuais. Do livro Falando, transcrevemos um trecho do discurso feito por Pedro Chaves no centenário de O Esta do de S. Paulo, onde fica evidente a veia humo rística e irônica de Léo Vaz no seu dia a dia de jornalista e intelectual: Léo Vaz lembra, depois, da Semana de Arte Mo derna. Segundo ele, Paulo Prado, num artigo es crito para “O Estado”, dava a entender que antes dessa manifestação que ele inventara, nada havia existido em matéria de arte e literatura. “Apa receram nessa semana os dois Andradas da In dependência”, continuou Léo Vaz, “o Mário e o Oswald. O Mário, inteligente mas com um pro fundo complexo de inferioridade, e o Oswald, que não hesitava em destruir o mundo por uma boa piada. Dirigindo isso, atrás dos bastido res, estava Paulo Prado, que ficava de tarde nos Campos Elíseos, tratando de seus interesses, e, à noite, ia ao teatro para se divertir com a ‘com panhia’ que havia organizado a Semana de Arte Moderna. Passados os dias necessários ao Paulo Prado para resolver seus interesses em São Pau lo, ele fechou a ‘companhia’ e voltou para o Rio”.

E acrescentou: “Paulo Prado botou na cabeça de Di Cavalcanti que ele havia inventado a Semana e o Di até hoje acredita que isso seja verdade”.

capivarianoreferênciasaoescritor

É muito comum encontrarmos na Casa Rosa papeizinhos com anotações em meio aos livros, referências a personalidades de Capivari e a pessoas que fizeram parte, de alguma ma neira, da vida social da famí lia. Esse trabalho de pesquisar sobre os vultos sempre foi uma atividade rotineira na Casa Rosa, e isso acabou por enca minhar e facilitar o papel da casa enquanto um núcleo de pesquisas. Já existia no acervo uma metodologia de organiza ção e de visão crítica a respeito da historicidade. Como costu mamos dizer na cidade, as coi sas não eram “pinchadas” de qualquer maneira nas gavetas. Além das atividades profes sorais no Ginásio, a família sempre se preocupou com a salvaguarda dos documentos na Casa Rosa, disponibilizan do para a comunidade o resul tado dos estudos com lingua gem acessível e relacionadas à garantia da cidadania.

A COISA EM SI - LÉO VAZ 11 VIRGINIA, INCANSÁVEL PESQUISADORA

VIRGINIA BASTOS DE MATTOS

NOITE DE LANÇAMENTO DO LIVRO ACERVO CASA ROSA Virginia Bastos de Mattos, que se propôs a pesquisar a vida e trajetória de Léo Vaz (1890-1973) com o apoio do Movimento Capivari Solidá rio, tinha 93 anos na noite de lançamento do livro, em 06 de junho de 2009. O dia esco lhido não foi casual, mas sim por ser a data de comemora ção do nascimento do escritor capivariano. Lúcida e de uma memória invejável, Virginia trabalhou, em grande parte da pesquisa, a partir de antigos escritos encontrados na sua própria biblioteca e de encon tros, regados a cafezinho, com capivarianos que hoje perma necem na memória.

ACERVO CASA ROSA

NOITE DE LANÇAMENTO DO LIVRO

PÚBLICO NA CASA DA CULTURA

ACERVO CASA ROSA Na noite de 06 de junho de 2009, enfim, o lançamento do livro se deu na Casa de Cultura Municipal, então localizada na esquina das ruas Fernando de Barros e Saldanha Marinho. Resultado de mais de dois anos de pesquisa, o livro foi publicado pela Edito ra Migalhas, de Miguel Matos (neto de Virginia), com o título de Léo Vaz: o cético e sorridente caipira de Capivari. Cento e quatorze cópias foram vendidas no evento, um número bastante expressivo para a cidade.

PÚBLICO NA CASA DA CULTURA

NOITE DE LANÇAMENTO DO LIVRO

A COISA EM SI - LÉO VAZ12 noite de autógrafos

NOITE DE LANÇAMENTO DO LIVRO ACERVO CASA ROSA

A COISA EM SI - LÉO VAZ 13 MESA COM AUTORIDADES

da esquerda para a direita:

Rodrigo Proença - Presidente da Câmara Municipal de Capivari; Almir Pazzianotto PintoJurista e ex-presidente do Tribunal Superior do Trabalho; Luis Campaci - Prefeito de Capivari; Virginia Bastos de Mattos - Professora e Escritora; Waldermar Thomazine - Presidente do Mo vimento Capivari Solidário; Rogério Alves - Secretário de Cultura de Capivari; Miguel Matos - Advogado e Sócio-Fundador do Portal Migalhas (e neto de Virginia), Anna Rosa Vaz Pupo (viúva de Antônio, irmão de Léo Vaz); Paulo Bomfim - Poeta e membro da Academia Paulista de Letras; Valeria Stefanini Colaneri - Secretária de Educação de Capivari.

A COISA EM SI - LÉO VAZ14 VIRGINIA BASTOS DE MATTOS NOITE DE LANÇAMENTO DO LIVRO ACERVO CASA ROSA MIGUEL MATOS NETO DE VIRGINIA NOITE DE LANÇAMENTO DO LIVRO ACERVO CASA ROSA

A COISA EM SI - LÉO VAZ 15 PAULO BOMFIM E VIRGINIA BASTOS DE MATTOS NOITE DE LANÇAMENTO DO LIVRO ACERVO CASA ROSA

A COISA EM SI - LÉO VAZ16 discursos DISCURSO DE VIRGINIA ACERVO CASA ROSA

A COISA EM SI - LÉO VAZ 17 DISCURSO DE PAULO BOMFIM ACERVO CASA ROSA

DISCURSO DE MIGUEL MATOS ACERVO CASA ROSA

transcrição do discurso de Miguel Matos: Excelentíssimo Senhor Prefeito Municipal Excelentíssimo Dr. Waldemar, digníssimo presidente... Excelentíssima D. Virginia, digníssima “minha avó”

Demais autoridades aqui presentes Senhoras e senhores Não é sem a consciência do momento histórico que hoje esta mos aqui reunidos nesta cidade, berço de poetas. Foi-me dada a palavra em razão de eu ter tido a honra de, no momento final deste empreendimento – que é um livro – poder enfeixar os trabalhos. Nesse sentido, teria eu, por obrigação de falar acerca das esco lhas e dos porquês editoriais e gráficos do livro. Afora, é claro, mencionar aquilo que ele tem e que é primordial num trabalho editorial: seu precioso conteúdo, que por si só já dá a importân cia editorial, independentemente de qualquer acessório gráfico ou Masestilístico.falardesta venturosa oportunidade de ter hoje a possibili dade de editar livros é falar também da casa de minha avó. De fato, nesta casa, somos todos lavradores. Cultivamos valores, cultivamos tradições, cultivamos amizades e cultivamos livros. Cultivamos sonhos. Na minha longínqua lembrança da infân cia, vejo meu avô a trabalhar no escritório. Nem um dia sem uma linha. Vejo, também, sempre alguém estudando, terminando uma tese, montando um trabalho. Vejo meu pai acertando detalhes na gráfica “X” para a publicação dos livros do “Seu Monsieur”. Nesta singular lavoura da casa da Dona Virginia, a enxada é o lápis e a terra, o papel. Vez por outra nascem flores. São rosas, camélias, hortênsias, x,x,x e hoje floresce mais uma. Cultivada no jardim de Dona Virginia, colhemos hoje, neste festivo lança mento, “Léo Vaz, o cético caipira de Capivari”. Muito obrigado.

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A COISA EM SI - LÉO VAZ 19 CARTAS DA ABL E DE ANTONIO CANDIDO RESPOSTA DO PRESIDENTE DA ABL AGRADECIMENTO PELO LIVRO ENVIADO COMO PRESENTE ACERVO CASA ROSA

A COISA EM SI - LÉO VAZ20 CARTA DE ANTONIO CANDIDO AGRADECIMENTO PELO LIVRO ENVIADO COMO PRESENTE ACERVO CASA ROSA

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Nem só nos papéis antigos que se deu a procura pelos passos de Léo Vaz. Maria Augusta Bastos de Mattos, filha de Vir ginia, estudou e trabalhou no Instituto de Estudos da Lin guagem (IEL) - UNICAMP, e foi lá que se deparou com o nome de Cecília Vaz Pupo de Mello, uma ex-aluna da uni versidade. Pela coincidência do sobrenome e busca pelos parentescos, Maria Augus ta chegou até a casa de Anna Rosa, mãe de Cecília e cunha da de Léo Vaz. Foi Anna Rosa quem empres tou a foto publicada no livro e que ilustra a capa deste suple mento cultural, além de contar inúmeras curiosidades sobre Léo Vaz, dentre elas a de que o escritor capivariano gostava muito de doce de abóbora com coco e era amante da pesca. As lembranças de Anna Rosa se transformaram em um impor tante eixo para a pesquisa e de ram maior profundidade sobre a vida íntima de Léo Vaz.

CARIMBO UTILIZADO POR VIRGINIA DE MÃO DA PRÓPRIA CASA

LETRA

AUTORA ACERVO

A COISA EM SI - LÉO VAZ22 DOCUMENTOS E CURIOSIDADES SOBRE A PESQUISA

ROSA Com o agradeçoCapivariMovimentoSolidárioointeressepornossoescritorLéo Vaz 6/6/2009 Virginia Bastos de Mattos

A COISA EM SI - LÉO VAZ 23 FOLHA DA MANHÃ, 15 DE JANEIRO DE 1956 ENTREVISTA DE RAIMUNDO DE MENEZES COM LÉO VAZ ACERVO CASA ROSA

A COISA EM SI - LÉO VAZ24 CÓPIA AUTENTICADA DA CERTIDÃO DE NASCIMENTO DE LÉO VAZ ACERVO CASA ROSA

A COISA EM SI - LÉO VAZ 25 ANOTAÇÕES DE VIRGINIA SOBRE A HISTÓRIA DE CAPIVARI ACERVO CASA ROSA

A COISA EM SI - LÉO VAZ26 FOTOCÓPIA DE CARTA DE LÉO VAZ PARA EDUARDO MALUF (HOMERO DANTAS) ACERVO CASA ROSA

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saudações Venho agradecer, muito penhorado, sua carta, e mais a remessa dos versos de seu jovem amigo, bem como o exemplar do “Correio”. Embora não tenha eu dotes nenhuns de crítico, muito menos quanto à poesia, creio que o poeta J. Prata tem verdadeiro talento e um futuro certo nas letras pátrias: as imperfeições que por ventura ainda se notem nos seus poemas, serão atribuíveis à inexperiência própria da juventude, facilmente corrigíveis com o correr do tempo, o estudo e a perseverança que ele há de dedicar ao seu labor literário, com o que, dentro de alguns anos, poderá ombrear com os Amadeu Amaral e Rodrigues de Abreu, belos e altos espíritos que tanto amaram e tamanho lustro deram a essa nossa boa, amena e linda cidadezinha.

É engano do meu jovem conterrâneo e amigo, o cuidar que desde que minha gente se mudou daí, há cinquenta e um anos, nunca pus os pés em minha cidade natal: desde que era um menino, e ainda depois de moço, e mesmo já velho, tenho passado várias vezes pela bela Capivari; apenas, como é natural e merecido, minha presença nunca despertou maior atenção dos capiva rianos, no que denotam apenas respeito das proporções e mui louvável critério. Isso porém não diminui o meu reconhecimento pelo interesse que o meu jovem amigo manifesta a propósito de uma visita minha à nossa terra. Quem sabe se algum dia meus quefazeres e obrigações me possi bilitem outra visita a Capivari, não para fazer conferências ou coisas semelhantes, para o que não tenho a mínima capacidade, mas para rever o “ninho antigo” e travar conhecimento pessoal com a mocidade generosa e amiga, de que Homero Prates [sic] é tão soberbo exemplo. Enquanto porém essa oportunidade não se me oferece, aí estarei em espírito e coração, que é como agradeço, muito comovido, as expressões tão generosas do meu jovem colega e conterrâneo.

Do ex-cordeLeoVaz

transcrição da carta de Léo Vaz para Eduardo Maluf (Homero Dantas): S. Paulo, agosto de 1943 Ilmo. Sr. Homero Dantas CapivariCordiais

A COISA EM SI - LÉO VAZ 29 NA MANHÃ SEGUINTE Respeitadíssima e benquista pela comunidade, Virginia recebeu vários presentes no dia após o lançamento do livro. Va sos de flores adornaram o alpendre da Casa Rosa em comemo ração ao incrível feito: Aos 93 anos, lúcida e de uma gentileza incomparável, publica o estudo mais importante sobre Léo Vaz para Capivari. VIRGINIA E OS VÁRIOS PRESENTES NO ALPENDRE DA CASA ROSA ACERVO CASA ROSA

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