Cada um tem sua estrela Padre Eusébio
Ponto de Cultura Casa Rosa
MEMORIAL VIRGINIA E CARLOS MATTOS
/ ANTEONTEM CAPIVARY “Cada um tem sua estrela”
Em memória de Eusébio van den Aardweg (nascido em Haarlem, Holanda, em 1911, e falecido em Capivari, São Paulo, em 1993), vigário da Matriz de São João Batista e da São Benedito, ambas em Capivari, e aos 50 anos da primeira encenação do texto “Cada um tem sua estrela”, peça infantojuvenil de natal escrita pelo padre em 1970.
Ponto de Cultura Casa Rosa
Cada um tem sua e s t r e l a 2020 . Anteontem Capivary . Ponto de Cultura Casa Rosa
Apresentação Além do suplemento cultural a coisa em si, publicação independente do Ponto de Cultura Casa Rosa _ Memorial Virginia e Carlos Mattos, a Casa Rosa também publica edições especiais de textos que se referem indiretamente à história da casa, uma revista digital batizada com o nome de “Anteontem Capivary”. O acervo é formado por livros, cartas, documentos e registros históricos sobre Capivari e suas inúmeras famílias, acontecimentos que marcaram a vida política, religiosa e cultural do município.
Expediente Coordenação_ Maria Augusta Bastos de Mattos e João Augusto Bastos de Mattos Revisão_ Maria Augusta Bastos de Mattos e Bruno Bossolan Diagramação_ Bruno Bossolan
ARQUIVO CASA ROSA
Capa feita pelo AntĂ´nio Carlos Bastos de Mattos, o Tonio, em sua juventude.
ARQUIVO CASA ROSA
Versão original de 1970 datilografada pelo Padre Eusébio. Infelizmente as traças e o tempo não pouparam os papéis, mas conseguimos transcrever, na íntegra, o conteúdo para resguardar a engenhosa criatividade do holandês que dedicou sua vida a cuidar da pequena Capivari.
ARQUIVO CASA ROSA
Representação feita na Igreja Matriz de São João Batista, em Capivari, na noite de 24 de dezembro de 1970, tendo como atores os seguintes jovens e mais outros: Prólogo e Epílogo - Vera Lúcia Locutor A - Marlene Locutor B - Valerinha de Campos Bíblia - Natalina Roque Pacheco Maria - Joceli Giacomini José - Cidinho Ferraz Anjo - Sueli Scarso Música sob a responsabilidade de Ana Maria Giacomini.
CADA UM TEM SUA ESTRELA Representação natalina com base nas histórias infantis Capivari, 1970. [Música suave (gravador)] [Calmamente entra a pessoa que vai dizer o prólogo, preferivelmente uma moça de veste comprida em tons claros.] PRÓLOGO Para iniciar: Boa noite a todos os presentes. Perdoem-me que não uso título ou precedências. Esta noite não serve para isso. Quero pedir a vocês que guardem no bolso as condecorações, as titulaturas de Ilustríssimo e Excelentíssimo, todos esses invólucros que não valorizam o conteúdo. Vamos ficar bem à vontade, esquecer toda a elegância e poses importantes. Deixemos de lado as preocupações de dinheiro, de transações bancárias, os valores da bolsa e fechemos o cofre... mas... abramos bem os corações. Queremos voltar à época da nossa infância, em que nada disso nos preocupava, em que vivíamos de sonhos, e morávamos nos castelos dourados de nossa fantasia, sentávamos ao lado das fadas, e ainda acreditávamos na varinha mágica que tudo transformava, talvez não em ouro mas em felicidade. Voltemos, como crianças sonhadoras às nossas histórias infantis, de Cinderela e das fadas, dos reinos imaginários, pois a história que vamos contar hoje tem o encanto das lendas e a suavidade de sonho de criança. Aquela Cinderela ou, se quiser, aquela Branca de Neve, “linda de morrer” em nossa história não é ficção, mas realidade. Trocaram-lhe apenas o nome, pois chamava-se Maria e era a noiva mais linda do mundo, a tal ponto que o Espírito Santo se enamorava dela. Nossa história tem também um lobo mau, que devorava crianças, mentia, e se chamava Herodes. Mas há também fadas, não uma só, mas uma porção, fadas lindas, com asas e tudo, que cantam e encantam; fadas que vieram trazer a paz aos homens bons. Vamos chamá-las de Anjos. [Faz como se alguém perguntasse alguma coisa] O quê? Se entram bruxas? Naturalmente. Bruxas de cara feia, de cara amarrada, gente linguaruda, matraqueira, como há em toda a parte. Ah! quase o esqueci: uma parte da nossa narração é tirada das lendas orientais. Vocês se recordam?... aquela gente com roupas coloridas, vistosas, como se participassem dum concurso de Carnaval. Com muitas estrelas, incenso e perfumes do oriente. Nem falta a lâmpada de Aladim, mas ela tem a forma de uma famosa estela. Anões naturalmente há, embora sem aquela barba postiça de algodão. Mas vocês vão encontrar sim o espírito genuíno de Dunga e Mestre, de Feliz e Zangado – aliás não era tão zangado
assim -, Atchim, Soneca e Dengoso. Vocês se lembram? Toda gente boa, trabalhadeira, simples e alegre, pronta para ajudar alguém. O Príncipe, que casou com Branca de Neve tinha o nome de José, um sujeito simples, pobre como rato de igreja, mas um rapaz justo, puro, piedoso e trabalhador. Dizem que lutou muito para conquistar a mão de Branca de Neve, pois havia muitos pretendentes... Toda a história é maravilhosa, mas quase deixei de lhes contar que a figura principal é uma criancinha, linda, linda, mas tão linda que os anjos fugiram do céu para irem ver o Menino e para cantar uns cantos de ninar. Naturalmente o Lobo Mau não aguentou a parada e foi atrás... mas isso... depois eu conto... Ainda um pequeno aviso: o Pequeno Polegar colocou algumas pedrinhas na estrada que vai para o local, isto para a gente não se machucar... Tudo é infantil, e só as crianças podem apreciar a história. Diga-se de passagem, gostaria que todo o mundo fosse criança, pois é a única condição para entrar no céu e confabular com os anjos. É uma festa de sorrisos, não de gargalhadas, mas duma felicidade encantadora e... sem barulho. Gargalhadas e barulhos se fazem no bar, e Branca de Neve detesta o cheiro de cachaça. Alegria! Alegria! Ou melhor: Paz, muita paz a todos que têm boa vontade. Se depois quiserem ler a história, já está há muito tempo publicada, nos primeiros capítulos do Evangelho. Tudo bem? Então vamos começar. [Retira-se, enquanto os Grupos se aproximam, na frente os pequenos, depois os dois locutores, A e B, e depois o Grupo central. Entram cantando.]
Lá no azul do céu uma estrela apareceu Lá na gruta fria o Deus-Menino Hoje nasceu. Lá do Oriente vieram homens de saber e o Deus-Menino a lhes sorrir puderam ver. Nós pobres assim sem nada ter, vamos também para ver de perto o belo sorriso que Ele tem. Lá no azul do céu uma estrela apareceu
Lá na gruta fria o Deus-Menino Hoje nasceu. Vinde, pastorinhos visitar vosso Pastor Vossa lã trazei para fazer-lhe mais calor. Mas, se mesmo assim, chorar de frio o Salvador É que vossa lã não tem quentura de amor. Lá no azul do céu uma estrela apareceu Lá na gruta fria o Deus-Menino Hoje nasceu. LOCUTOR A – O Pai do céu planejou fazer o homem e consultou o Filho e o Espírito Santo. E resolveram fazê-lo à sua própria imagem. O homem devia ser o reflexo da própria divindade. LOCUTOR B – Inteligente, livre e inclinado para o bem, feliz, amando o Criador como Amigo, como Pai, e um dia ir morar na glória do céu. LOCUTOR A – Antes, porém, na terra preparou um jardim, um paraíso, tão lindo, tão fabuloso que jamais ninguém imaginava, com plantas, animais e todo colorido de flores e frutos em profusão. LOCUTOR B – Com águas cristalinas nos rios e nas fontes. Uma suave brisa amenizava o calor do meio-dia, e sobre toda a terra um tapete verde de ervas e capim. GRUPO – E Deus olhou / e disse / que tudo era bom. LOCUTOR A – Um teto alto de um azul diáfano; à noite, salpicado de milhares de diamantes, estrelas cintilando na escuridão, que iam se apagando ao raiar da madrugada. GRUPO – E Deus achava bom / a terra que criou. LOCUTOR B – Assim ornamentou a casa do casal. E pronto estava tudo para o homem ser feliz.
GRUPO – E Deus fez o homem, / Homem e Mulher /e deu-lhes o amor / no coração de ambos. [Canto]
Bendito seja Deus, por todas as nossas obras, Bendito seja Deus, pelas nuvens no espaço, Bendito seja Deus pelo sol e pelas estrelas, Bendito seja Deus, pela noite e pelo dia, Bendito seja Deus, pela imensidão do oceano. Bendito seja Deus, Bendito seja. [Entra a moça trazendo a Bíblia. Coloca-se no meio, em frente do Grupo.] LOCUTOR A – O livro que se vem trazendo não é de fábulas. É o livro do amor que Deus mostrou ao homem. O livro das visitas que fez o Criador à sua criatura. LOCUTOR B – Visitas não de inspeção de um fiscal de rendas, pois Deus é Pai e quer o nosso bem. Deus veio se deleitar no convívio dos homens, a imagem nítida do próprio Criador. Bíblia [Lendo] – Já na primeira página está escrito assim: “Deus chamou o homem e a mulher. Eles ouviram o ruído dos seus passos no meio das árvores do Jardim”. GRUPO – Deus quis dialogar e conversar com suas criaturas. [Ligeira música (gravador)] LOCUTOR A – Veio o pecado, a ruptura. O homem rejeitou a Deus. LOCUTOR B – O homem começou fazendo seus próprios deuses. GRUPO – O deus do orgulho, o deus da sensualidade, o deus do ódio, o deus da inimizade. LOCUTOR A – Assim, Caim matou o seu irmão Abel. Irmão odeia irmão. [Ligeira música (gravador)] LOCUTOR B – E outra vez, o Deus de amor tentou falar com suas criaturas LOCUTOR A – e encontrou Noé, a quem se dirigiu. BÍBLIA – “Deus arrependeu-se de ter feito o homem e disse: Exterminarei o homem que criei. Mas Noé encontrou graça aos olhos de Deus, pois ele era justo e perfeito.” LOCUTOR B – Mas novamente o Deus de amor foi excluído e falsos deuses tomaram seu lugar.
GRUPO – O deus da guerra, o deus do ciúme, o deus de não querer se entender. LOCUTOR A – A torre de Babel mostra a confusão. Os homens se separaram pois não falavam mais a linguagem do amor. [Ligeira música (gravador)] LOCUTOR B – E mais uma vez o amor divino foi procurar a criatura e encontrou em Ur, da província de Caldeia, a família de Abraão. BÍBLIA – “O Senhor disse a Abraão: Deixa a tua terra, tua família e tua casa, e vai para a terra que eu te mostrarei. Farei de ti uma grande nação e te abençoarei, e tu mesmo serás uma fonte de bênçãos. Todas as famílias da terra serão abençoadas em ti. Tornarei a tua descendência numerosa como o pó da terra, como as estrelas do firmamento.” GRUPO – Abraão acreditou e Deus acompanhou o povo que escolheu. LOCUTOR A – Sempre o Criador procura a criatura: envia os mensageiros Isaac e Jacó, Moisés e Samuel, Davi e os profetas, tantos, Isaías e Miqueias, Jeremias, Ezequiel, todos trazendo a mensagem do amor divino. [Ligeira música (gravador)] LOCUTOR B – O homem, quantas vezes, votou no deus errado, e disse “Não” ao Deus verdadeiro. GRUPO – O deus do dinheiro, o deus do poder, o deus do egoísmo, o deus da vingança. o deus da mentira, do sexo, do orgulho. BÍBLIA – Lemos na escritura: “Um só é vosso Deus. Não tereis outros deuses diante de vós”. [Canto]
Vaidade, vaidade, vaidade Ouro, dinheiro, tesouros sem fim. Vaidade, vaidade, vaidade O corpo, o sexo, instintos carnais Vaidade, vaidade, vaidade LOCUTOR A – Mas veio o tempo estabelecido pelo Pai para enviar à terra seu próprio Filho. GRUPO – O Deus Humildade, o Deus Pureza, o Deus Desprendimento, o Deus Paz, o Deus Pobreza, o Deus Verdade, o Deus Amor. LOCUTOR B – O Deus que se chamaria Emanuel: “Deus entre os homens”. O Cristo, o Ungido. Pontífice para ligar o céu à terra. O Rei, reinando com bondade. Profeta, anunciando a
mensagem de amor. GRUPO – O Deus que sabe ser criança. O Deus que sabe ser jovem, que sabe ser pequeno para confundir os grandes. Que sabe obedecer até a sua morte. Sem trono majestoso, sem suntuosidades. Um Deus em tudo igual aos homens como nós. [Canto]
Vejo no céu brilhando a estrela que me alumia, por isto eu vou cantando, no meu caminho é dia. És tu, Senhor, és tu a luz que me guia. És tu, Senhor, és tu a luz do meu dia. Olhos pro céu voltados, firme a caminhar, vai o teu povo amado, para Te contemplar. És tu, Senhor, és tu a luz que me guia. És tu, Senhor, és tu a luz do meu dia. LOCUTOR A – Vai iniciar agora a história verdadeira, quando Deus se misturou entre a humanidade. LOCUTOR B – As primeiras personagens são: a Fada e a Cinderela. GRUPO – O Anjo e Maria. LOCUTOR A – A Fada e a Branca de Neve. GRUPO – Gabriel e a Imaculada. [Entram o Anjo Gabriel e Maria] BÍBLIA – Naquele tempo, Deus enviou o Anjo Gabriel a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, e entrando saudou a Virgem: ANJO – Ave, cheia de graça, o Senhor está contigo, bendita és tu entre as mulheres. BÍBLIA – Perturbada ela ficou. Que poderia significar esta estranha mensagem? ANJO – Não tenhas receio, Maria, pois achaste graça diante de Deus. Serás mãe, e teu filho terá o nome de Jesus. O Espírito Santo te cobrirá com sua sombra.
MARIA – [ajoelhando-se] Eis aqui a escrava do Senhor. Faça-se em mim, segundo a tua palavra. GRUPO – Maria disse “Sim”. “Serei mãe do Verbo encarnado.” Todas as gerações a chamarão feliz. [Canto]
Ave Maria... [até Jesus] LOCUTOR A – Eis o diálogo mais íntimo entre Deus e os homens. E o Príncipe do céu ornou a Cinderela com joias e brilhantes, com graças e virtudes. LOCUTOR B – E Deus fertilizou o seio virginal. [Canto]
Toda sois formosa, ó Maria, nenhuma mancha maculou vossa alma imaculada. A glória sois de Jerusalém, a alegria d’Israel, a honra de vosso povo. Toda sois formosa, ó Maria. LOCUTOR A – A Gata Borralheira princesa se tornou, mas em nada se mudou a sua humildade. A serva do Senhor é serva dos irmãos: depressa foi prestar serviço em casa dos parentes. BÍBLIA – “Maria pôs-se a caminho e dirigiu-se com pressa a uma cidade de Judá, e foi à casa de Zacarias, para servir à sua prima Isabel.” GRUPO – Mãe de Deus, serva dos homens, encontrando o Criador, servindo-o em suas criaturas. [Entram os anjinhos trazendo um presépio e com feixes de capim cantam dançando.]
Ciranda, cirandinha, vamos todos a Belém Pois Jesus que vai nascer, blem, blem, blem, blem, blem, blem, blem. Ciranda, cirandinha, o bercinho pronto está Para a Virgem-Mãe Maria o Menino colocá. Ciranda, cirandinha, colchãozinho de capim E as fraldinhas do Menino são cetim, cetim, cetim. LOCUTOR B – Todas as fadinhas, anjinhos e mais anjinhos vão preparar o berço de Jesus. ANJO – Vamos, vamos, sem tempo a perder, pois o príncipe encantado está pronto pra nascer. [Canto]
Ciranda, cirandinha, o bercinho pronto está Para a Virgem-Mãe Maria o Menino colocá. BÍBLIA – “Naqueles dias foi promulgado o decreto de César Augusto, para fazer o recenseamento do mundo inteiro. E todos iam inscrever-se, cada um na sua cidade de origem, também José subiu de Nazaré para a cidade de Davi, chamada Belém, e viajava junto com Maria, sua esposa. Lá chegando, não havia lugar para eles na hospedaria.” LOCUTOR A – A Cinderela vai chegar, Branca de Neve procura repouso. [Entram José e Maria. Devagar, fazem uma volta por todo o cenário, ao som do canto.]
Pela noite de Natal, noite de tanta alegria, caminhando vai José, caminhando vai Maria. LOCUTOR B – Maria procura descansar depois de longa viagem e batem à porta de alguém. [Os dois param.] GRUPO – E a bruxa respondeu: NÃO TEM LUGAR! LOCUTOR B – E um espelho se quebrou. LOCUTOR A – Outra tentativa. [Mais alguns passos.] GRUPO – Outra bruxa gritou: NÃO TEM LUGAR! LOCUTOR A – E outro espelho se quebrou... [Canto]
Abre a porta, ó porteiro, Ó porteiro da portaria. Não deu resposta o porteiro Porque também já dormia. LOCUTOR B – Por favor, abram a porta para o Deus do amor. GRUPO – E as bruxas responderam: NÃO TEM LUGAR! NÃO TEM LUGAR! LOCUTOR B – Mais um espelho se quebrou. LOCUTOR A – Em cada casa um deus havia, substituindo o Deus de amor. GRUPO – Um deus dinheiro, um deus comodismo, um deus “não me amole”, um deus bur-
guês. LOCUTOR B – E Cinderela vai passando, procurando , e levando consigo o Deus do amor. LOCUTOR A – E Branca de Neve ia morar à beira da estrada, na gruta dos animais. [Ao som do canto, Maria e José vão ao centro do cenário onde está o presépio.]
Só encontraram pousada dentro duma estrebaria. Ali ficaram os dois até ao romper do dia. LOCUTOR B – E lá aconteceu: nasceu a criança, sem dor, como a luz que penetra o vitral. GRUPO – [vão ao centro, formando um semicírculo ao redor, de costas para o público. E cantam.]
Noite Feliz, noite feliz Ó Senhor, Deus de Amor Pobrezinho nasceu em Belém Eis na lapa Jesus nosso bem Dorme em paz, ó Jesus, Dorme em paz, ó Jesus. [Enquanto voltam a seus lugares, cantam.]
Noite Feliz, noite feliz Ó Jesus, Deus da luz Quão afável é seu coração Que quiseste nascer nosso irmão E a nós todos salvar, E a nós todos salvar. BÍBLIA – “E deu à luz seu filho primogênito, envolveu-o em faixas e reclinou-o o presépio.” LOCUTOR A – Os anjos foram fazer a festa e vinham voando para o campo, para as montanhas. LOCUTOR B – Pois na cidade moravam as bruxas, os carrancudos só pensando em si e sem caridade. BÍBLIA – “Havia na região pastores que viviam nos campos e durante a noite guardavam seus rebanhos. Apareceu-lhes um anjo do Senhor e a glória do Senhor brilhou em redor deles. E o anjo disse: A notícia que vos trago é uma imensa alegria para todo o povo: nasceu na cidade de Davi o Salvador, que é o Cristo, Senhor. No mesmo instante apareceu uma grande multidão de outros anjos, louvando a Deus e cantando Glória a Deus nas alturas e na terra paz, aos homens de boa vontade.”
GRUPO – Vinham os anjos em luz ofuscante, clareando a noite, cantando, encantando, convidando os pastores para ir a Belém. [Canto]
Gloria in excelsis Deo... LOCUTOR A – Vocês se lembram dos anões Dunga, Atchim, Dengoso e outros? Todos humildes, todos sorrindo, todos cantando, todos amando e socorrendo a Branca de Neve na gruta de Belém. BÍBLIA – “Os pastores diziam entre si: Vamos a Belém e vejamos o que aconteceu e o que o Senhor nos revelou.” ANJO – Vamos, pastores, ó gente humilde, desçam dos montes e vão a Belém. Anõezinhos humildes e sem preconceitos, a festa é sua, pois Cristo nasceu! [canto]
Eu vou, eu vou, à gruta eu já vou, nasceu Jesus, a nossa luz, eu vou eu vou, eu vou eu vou eu vou À gruta eu já vou, quero cantar e O adorar, eu vou, eu vou eu vou ... [voz morrendo suavemente] [canto]
Já nasceu o Menino Deus Vinde cantar, vinde vós, pastores Já nasceu o Menino Deus Celebremos os seus louvores. Entre as tribos de Israel no meio de virgens tantas Preferistes a Maria Por ser a santa das santas. U u u u u u u u u etc. LOCUTOR B – Festa de sorrisos; sorriam, pastores; sorria, Maria, a Branca de Neve, a Imaculada. Sorria, Jesus, sorriam os anjos, as fadas, fadinhas ao Deus de Amor. [canto]
Belém, Belém, Belém Vamos todos a Belém. Numa gruta da estrada
Duma virgem ilibada nasce o Cristo nosso Deus. Belém, Belém, Belém Vamos todos a Belém. Um burrico, um boizinho ladearam o bercinho onde dorme Cristo-Rei. Belém, Belém, Belém Vamos todos a Belém. Vêm os reis, vêm os pastores cantam anjos os louvores A Jesus, Filho de Deus. Belém, Belém, Belém Vamos todos a Belém, blém, blém. LOCUTOR A – Aqui podia terminar esta história linda, mas há mais um encanto nesta noite feliz. LOCUTOR B – Vocês não se recordam das lendas do Oriente? Com muitas estelas e muitos perfumes de jasmins florescendo? LOCUTOR A – Havia uma vez três reis, ou, se quiserem, três magos. De onde vieram? GRUPO – De longe... de longe... LOCUTOR B – E como se chamavam? GRUPO – A Bíblia não o diz. LOCUTOR A – Que vieram fazer? GRUPO – Procurar... procurar a luz duma estrela. LOCUTOR B – Ingênuos, lunáticos! GRUPO – Procurando um rei, um recém-nascido. LOCUTOR A – Conto da carochinha! GRUPO – Verdade! Verdade! Pois acharam na choupana a Mãe, o Menino, o adoraram e lhe ofereceram ouro precioso, a mirra valiosa, incenso perfumado.
BÍBLIA – “Jesus nasceu em Belém de Judá no tempo de Herodes. Vieram então do Oriente a Jerusalém uns Magos, perguntando: Onde está o rei dos Judeus, que acaba de nascer? Pois vimos a sua estrela e viemos adorá-lo. [Chegam os reis cantando]
Eis os reis, que vêm lá d’ Oriente e cada um trazendo o seu presente Melchior e o preto Rei Gaspar e finalmente o velho Baltasar E todos os três trazem um tesouro incenso, mirra e também o ouro E todos os três trazem um tesouro, incenso, mirra e também o ouro. LOCUTOR B – E os reis se ajoelharam e a Cristo adoraram em língua estrangeira. E dizia Shalom! que quer dizer: PAZ. [Os reis entregam os presentes ao Menino, um a um.] GRUPO – Shalom a Maria/ Shalom a José / Shalom ao Menino,/ o Príncipe da Paz. [Canto]
Shailalalalalame, irmão, shalom Shalom, shalom, shalom, shalom. Eu vou para a terra prometida onde o futuro é meu e vou caminhando na avenida que nos leva a Jesus. Shalom, shalom, shalom, shalom Eu canto a alegria de viver que o amor nos traz outra coisa não sei fazer que buscar a paz. Shalom, shalom, shalom, shalom Eu vou com sorriso de criança pela multidão e levo comigo a esperança no coração Shalom, shalom, shalom, shalom. LOCUTOR B – Ainda não falamos do lobo mau. Quem era? Quem era? GRUPO – Herodes! Herodes! que quis devorar as crianças pequenas. Lobo mau! Lobo mau!
[Música barulhenta, se possível.] LOCUTOR B – Não tenham medo, não! Pois a fada avisou os reis do Oriente para evitar a sanha de Herodes. LOCUTOR A – E avisou também a José e a Maria que vão caminhando para a terra do Egito. GRUPO – Será que para Deus não há lugar? Será que o coração humano se fecha para a paz? [Canto]
Nasceu Jesus na gruta em Belém Filho de Deus para nós Ele vem. Anjos do céu Vêm anunciar na terra a paz Cristo vem salvar. Pastores vêm para o adorar Menino Deus nesse pobre lar. O céu conduz D’Oriente os reis Entre animais ‘stá o Rei dos reis. Vamos também a Jesus irmão Lhe ofertar Nosso coração. LOCUTOR A – A história não terminou ainda, mas para hoje é mais que suficiente, pois, afinal, é quase meia-noite. EPÍLOGO [entra a mesma moça que fez o prólogo] Vocês compreenderam, tiraram a lição da historinha de Belém? Ainda existem estrelas na vida da gente ainda há anjos que cantam a paz, ainda há homens que procuram um rei, ainda há almas bem simples que crêem no amor, que ajudam o irmão quando necessitado,
que não passam a vida de cara amarrada, pois quem segue a estrela não anda nas trevas, quem vigia à noite ouvirá os anjos cantar. Mas também continuam os homens cultivando seus deuses falsos, odiando, matando, roubando, mentindo; ainda há lobos vorazes e maus, ainda há bruxas conspurcando a vida do seu semelhante. E você onde está, meu caro amigo? Você é um deles ou reserva na alma a fé da criança, a fé dos pastores ou dos reis d’Oriente, a fé nas estrelas e nos anjos do céu? Espero que o Natal não lhe seja apenas um conto de fadas, uma bela fantasia. Que não consista apenas em ganhar uns presentes, ou uma festa de wiskhy com peru recheado, mas que seja uma festa de Cristo-Rei! GRUPO – Cristo pequeno, Cristo criança, Cristo na palha e Cristo na alma. Cristo na gruta e no coração. E Cinderela, a mais bela das Virgens, Branca de Neve, a Imaculada, Ajude a mim, a você e a todos para chegarmos bem perto do Deus verdadeiro, o Deus de Amor. [Canto]
Hoje a noite é bela Vamos à capela Sob a luz da vela Felizes a rezar Ao soar o sino Sino pequenino Vai Jesus Menino Nos abençoar Bate o sino pequenino Sino de Belém
Já nasceu Deus Menino para o nosso bem Paz na terra Pede o sino Alegre a cantar Abençoe Deus Menino Este nosso lar. Vamos minha gente Vamos a Belém Vamos ver Maria E Jesus também Já deu meia-noite Já chegou o Natal Já tocou o sino Lá na catedral. É Natal É Natal Noite divinal Bate o sino Pois é festa Lá na catedral Bate o sino Pequenino Sino de Belém Já nasceu Deus Menino Para o nosso bem.
Capivari, 28 de novembro de 1970. Pe. Eusébio v.d. Aardweg, ss.cc., com as bênçãos e os votos de um Feliz Natal a todos que cooperaram para o bom desempenho desta mensagem de Natal.
em memĂłria
Cada um tem sua estrela Padre EusĂŠbio