Ponto Final 3 de Abril de 2017

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SEG, 3 ABR, 2017 O design e arte de criar livros e posters atractivos dão o mote a uma exposição que está patente ao público no IFT. A mostra reúne trabalhos de um professor e de vários alunos da instituição.

• ANO: XX

• N º : 3 6 8 9 • S É R I E : I I I • D I R E C T O R : M A R C O C A R VA L H O

• MOP 10

AUTISMO

Contra a vergonha e a indiferença

P. 11

PLANO A CAMINHO

O Executivo vai avançar com a definição de um novo plano urbanístico para Lai Chi Vun. A novidade foi adiantada por Raimundo do Rosário, que explicou que o novo mecanismo deve envolver vários departamentos do Governo. • P. 6 NÉONS E VACAS GORDAS

As receitas das concessionárias de jogo do território subiram em Março pelo oitavo mês consecutivo. No mês passado, os casinos do território registaram receitas superiores a 21 mil milhões de patacas, mais 18,1 por cento do que no mesmo mês do ano passado. • P. 7

OPINIÃO

Macau é um entreposto de culturas, mas também um local propício à emergência de novas práticas e novos modelos laborais. Quem o diz é Carlos Piteira. O investigador defende que Macau é muito procurado por razões profissionais também devido à singularidade própria que possui em termos laborais. • P. 3

O Dia Mundial da Consciencialização do Autismo foi ontem assinalado no território pela Associação de Autismo de Macau, por um lado, e pela Caritas, por outro. A falta de terapeutas e de técnicos especializados no apoio a crianças com autismo ou com outros distúrbios de natureza cognitiva continuam a empurrar pais e famílias para a vizinha Região Administrativa Especial de Hong Kong, mas o problema está longe de ser o único que enfrentam os portadores de autismo em Macau. No território, o espectro do autismo ainda não se conseguiu libertar de todo do estigma da vergonha. P. 10

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LEIS DE TERRAS

Recuperar, rapidamente e em força

Se dúvidas houvesse, a Mesa da Assembleia Legislativa dilacerou-as por completo na sexta-feira. O hemiciclo deu a conhecer um extenso parecer sobre a Lei de Terras em que deixa claro que a intenção do Governo com o diploma sempre passou por recuperar, sem grande complacência, os terrenos que não tenham sido aproveitados e desenvolvidos durante o período em que a concessão permaneceu válida. O Executivo recusou mesmo criar regimes de excepção, definindo como prioritária a recuperação das parcelas subaproveitadas. P. 5

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ponto final • SEG 3 ABR, 2017

OPINIÃO

“E quanto à indirecta [de Jorge Sampaio] de que o pessoal veio para aqui enriquecer [...] convém recordar que quase todos os partidos políticos e candidatos presidenciais em Portugal receberam de Macau dinheirinho para as respectivas campanhas...” JORGE SILVA, JORNALISTA

Jornal Tribuna de Macau

SACUDIR O MAU KARMA: Devotos tailandeses rezam no interior de caixões enquanto monges budistas conduzem um ritual num templo em Wat Takien, na província de Nonthaburi, na Tailândia. Os fiéis acreditam que se participarem neste ritual de ressurreição deitando-se em caixões enquanto os monges passam um pano sobre eles e entoam um canto pela morte simbólica, levantando-se de seguida, ficarão limpos do seu karma, livram-se da má sorte e renascem para uma nova vida. EPA/Rungroj Yongrit.

PONTO DE CITAÇÃO

“Lai Chi Vun correu politicamente mal porque quem decidiu que era para ir abaixo não foi capaz de perceber o que está ali em jogo. Não foi capaz de compreender o que querem as pessoas de Macau.” ISABEL CASTRO, EDITORA

Hoje Macau

“A população ganhou e tem confiança no futuro, porque a forma de viver em Macau permanece a mesma após a transferência de poderes para a China. Isto é muito importante porque as autoridades governam Macau de acordo com o que ficou prometido à população.”

ESCRITO NA REDE “‘Estou bastante satisfeito em saber que Macau é [uma terra] próspera. As condições de vida melhoraram bastante. Podemos encontrar hotéis de nível mundial. Sinto que as pessoas estão satisfeitas por viverem em Macau’. Não satisfeito com a herança que deixou em Macau, e com aquela que de cá levou, o último governador de Macau, em vez de ficar em lugar recatado e longe dos holofotes, continua a visitar os seus órfãos e viúvas, mostrando-se atento a tudo o que se passa em Macau. A homenagem que foi prestada pelo Instituto Internacional de Macau ao general Rocha Vieira foi de antologia. De tal forma que por momentos pensei estar a ver na TDM uma cerimónia de agradecimento dos antigos accionistas do defunto Banco Ambrosiano ao seu presidente Roberto Calvi, o ‘banqueiro de Deus’, pelos serviços prestados em prol da causa. Neste caso seria ao ‘general de Deus’. Bem hajam. Como se isso não bastasse, depois de em tempos

VASCO ROCHA VIEIRA, ANTIGO GOVERNADOR E MACAU

O Clarim

“A imagem da administração Pública de Macau nunca foi boa, mas 17 anos depois da transição, pode ter alcançado o nível mais baixo de sempre. E isto porque o Governo continua a insistir em não actuar” EDITORIAL

Business Daily

ter criticado o movimento democrático de Hong Kong, o que certamente lhe valeu os maiores encómios em Beijing, veio agora dizer que as condições de vida em Macau melhoraram bastante. E não se referia ao número de missas. Creio que por cá, com excepção de Ao Man Long e do antigo Procurador, mesmo ao nível do Governo da RAEM, ainda ninguém se deverá ter apercebido disso. O general continua perspicaz. Da entrevista ao Clarim não se percebe é se isso lhe foi transmitido pelo agradecido dr. Jorge Rangel, se por aquele punhado de bravos que com ele amesendaram no templo do Clube Militar, mas a associação da qualidade de vida dos residentes aos hotéis que temos deve fazer todo o sentido. O Governo da RAEM e os responsáveis pela habitação social, aliás, em vez de se preocuparem em arranjar terrenos para a habitação social, dando cabo dos esquemas aos especuladores e metendo em trabalhos os escritórios de advogados da terra, deveriam construir mais hotéis para alojarem os residentes que não conseguem arranjar os meios para obterem uma habitação decente. (…) Eu sugiro que da próxima vez o general Rocha Vieira diga essas coisas mais alto. Ou, se não conseguir fazê-lo, que peça ao Dr. Rangel ou ao Guilherme Valente para fazê-lo. Eles são homens disponíveis e sempre prontos a ajudá-lo nestas

pequenas coisas. O essencial é que continue. E que iludindo o avanço da senilidade, típica em pessoas da sua idade, continue a papagear a cartilha oficial. Oxalá que para o ano o Instituto Internacional de Macau traga de novo a Macau o general Rocha Vieira. Para que ele possa experimentar os novos hotéis. O ‘13’ vai ser a menina dos olhos do pessoal da Areia Preta”.

Sérgio de Almeida Correia Visto de Macau http://vistodemacau.blogs.sapo.pt

“O PS francês está aqui metido numa embrulhada de que não vejo saída. Três candidatos para o mesmo espaço político. Como passam dois dos cinco candidatos à segunda volta os votos serão partilhados pelos três do PS. Mélenchon não desiste. É um velho lobo de outros carnavais, rijo e determinado. Hamon é o que na gíria chamamos um bebe-chá, um produto da máquina socialista, sem garra, com ideias coladas com cuspo, de fraquíssima imagem presidencial. Porque diabo deveria Mélenchon desistir?”.

Exílio de Andarilho https://exilioandarilho.wordpress.com

ADMINISTRADOR: Ricardo Pinto DIRECTOR: Marco Carvalho REDACÇÃO: Elisa Gao, João Filipe, João Paulo Meneses, Rodrigo de Matos, Sílvia Gonçalves COLABORADORES: Hélder Beja, Luciana Leitão, Sara Figueiredo Costa, Sónia Nunes, Vera Penêda COLUNISTAS: Agostinho Caetano, Ana Cristina Alves, Ana Paula Dias, Cecilia Ho, Eric Sautedé, Esther Un, Fernanda Gil Costa, Fernando Dias Simões, Filinto Elísio, Frederico Rato, Inês Santinhos Gonçalves, João Pedro Marques, Jorge Morbey, José Drummond, Kam Sut Mei, Manuel Correia da Silva, Márcia Souto, Maria Antónia Espadinha, Maria José de Freitas, Paulo Mendes Ricardo, Pedro Cortés, Rita Gonçalves, Rui Flores, Rui Rocha, Tânia Marques PAGINAÇÃO: José Figueiredo, Catarina Lopes Alves DESIGN: Inês Campos Alves FOTOGRAFIA: António Mil‑Homens, Carmo Correia, Agência Lusa PUBLICIDADE: Weng Fung PROPRIEDADE, ADMINISTRAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO: Praia Grande Edições, Lda IMPRESSÃO: Tipografia Welfare Ltd.

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OPINIÃO | 3

ponto final • SEG 3 ABR, 2017 DINÂMICAS E CONTEXTOS DA PÓS-TRANSIÇÃO

Do Local ao Global: Contextos do trabalho na RAEM

Macau (ou a RAEM) circunscreve-se hoje como um dos destinos de emigração na busca de melhores condições de trabalho, quer a nível interno da República Popular da China, quer a nível internacional, colocando-a como um exemplo das modernas metrópoles na lógica das Cidades Contemporâneas. Ou seja, não é apenas o Turismo que vivifica os movimentos populacionais; uma boa parte desses fluxos vai para ficar e trabalhar em Macau. Neste contexto Macau (RAEM) oferece aos indivíduos que a procuram a possibilidade de encontrar um espaço que se pauta pela integração num mundo do trabalho valorado pelos princípios da modernização organizativa e enquadrada num sistema económico que, por sua vez, sustenta determinadas relações sociais de convivência pacificada e de tolerância, num mundo onde cada vez mais estes valores se vão perdendo. A génese destes valores enquadra-se efectivamente no percurso histórico de Macau na qual a presença portuguesa, ao longo de quase quinhentos anos, foi também determinante com o consentimento do poder político chinês. Os factos dessa herança secular tornaram Macau como exemplo de um espaço de tolerância e de convivência pacífica de referência. Na actualidade são as organizações de trabalho (vulgo Empresas e Administração Publica) que permitem a materialização desta lógica, quer produtiva quer social. As organizações são, actualmente, o principal contexto a que os indivíduos recorrem para garantir os seus meios de subsistência e desenvolverem os seus modos de vida. As empresas/organizações contemporâneas, integram relações sociais de

produção que têm por base a economia de mercado. Este por sua vez já provou que pode ser um modelo económico maleável e flexível, não se cingindo a uma única formula, conseguindo adaptar-se a todas as culturas e sociedades com mais ou menos liberdade de escolha, às vezes defensores firmes dos valores democráticos, outras tantas associado a princípios autocráticos. A economia de mercado prossegue assim a sua eterna expansão assimilando e adaptando as culturas locais aos seus padrões de desenvolvimento. A particularidade destas dinâmicas assenta no facto de que as populações e as culturas locais não são meros agentes receptores do modo de organização global. Elas reinterpretam as directivas e adaptam-nas reproduzindo ou reformulando o seu estilo de integração, resistindo de alguma forma ao modelo de uniformização. Surgem assim novos hibridismos culturais e novas formas de representação e experimentação da vida no trabalho. As relações sociais de produção são estruturadas pelo sistema global mas, ao mesmo tempo, permitem que os modelos organizacionais sejam moldados por sistemas culturais específicos. Este contraste entre as tendências globais homogeneizantes e as culturas locais heterogéneas, não exclui, de algum modo, a possibilidade de sucesso da emergência de um modelo ou estilo organizacional local num contexto global. Aliás, como muitos diriam, há que pensar local e agir global. A dicotomia entre o universalismo e o relativismo interage com as culturas e os contextos sociais locais. Isto é, reforça a reprodução de uma identidade comunitária que as identifica. A força

de trabalho experiencia os mesmos antagonismos de formas distintas, consoante o contexto cultural e a interpretação subjectiva que cada um constrói e o projecta no seu repertório particular, isto é, cada trabalhador vai desenvolvendo e adquirindo as suas competências interpessoais. Este panorama tem sido mais fácil de encontrar nas cidades contemporâneas emergentes do continente asiático do que no Ocidente ou Europa. É daí que nos chegam as principais tendências sobre modelos de produção, de organização e de gestão do trabalho. O “just -in-time” e o “lean production” oriundos do Japão são disso um exemplo. Existem, no entanto, outras variações significativas entre países de culturas asiáticas, principalmente da Coreia do Sul e Singapura, ou mesmo numa China renovada que procura afirmar-se com um modelo de organização chinês assente em princípios autocráticos mas admitindo uma adaptação à confluência das culturas locais. O caso de Macau apresenta assim um interesse epistemológico interessante nesta linha de pesquisa. A identidade de Macau reclama para si uma legitimidade cultural única, diferenciada dos padrões culturais chineses e portugueses, pontuando-se no panorama internacional como uma realidade de influências ocidentais e orientais incorporadas no sistema global da economia de mercado e produzindo um modelo local especifico. Considerado, actualmente, como um dos centros mundiais do turismo e do lazer, industria que proporciona uma vasta oferta de trabalho, associado às medidas governamentais na criação de infra-estruturas, recriam-se espaços onde convivem patrimónios culturais

com o cosmopolitismo dos circuitos do lazer e do jogo, conseguindo em simultâneo conjugar a sua herança multiétnica da diversidade e da pluralidade. Neste ponto de vista Macau oferece uma vasta panóplia de modelos organizativos que poderão estar no centro das transformações de uma realidade no mundo das organizações e do trabalho em termos da sua reinvenção, Todos sabemos que Macau não deixa obviamente de estar sob a influência do padrão de desenvolvimento económico chinês, mas introduz uma nova variante que resulta de um “ethos” especifico de particularidade, isto é, uma simbiose de dois modelos distintos que emerge como singularidade própria. Talvez por isso haja tanta gente a procurar Macau como destino de trabalho, quem sabe!

CARLOS PITEIRA Investigador do Instituto do Oriente Docente do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas / Universidade de Lisboa


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ponto final • SEG 3 ABR, 2017

POLÍTICA

SERVIÇOS DE SAÚDE ANUNCIAM ACTIVIDADES ASSOCIADAS À PREVENÇÃO DA FEBRE DE DENGUE O Grupo de Trabalho de Prevenção Contra a Febre de Dengue deu, no passado sábado, o pontapé de saída em duas actividades para promover a prevenção da febre do dengue. As iniciativas decorrem até 25 de Novembro. Uma será um concurso publicitário, via telefone, para o “Dia de Despejo da Água Estagnada”, que será efectuado em quatro fases, sendo distribuídos 10 prémios em cada fase, no valor de 500 patacas cada. A segunda será um questionário online, alusivo aos esforços de prevenção desenvolvidos em 2017, no qual é possível participar através da página electrónica do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais, na página dos Serviços de Saúde ou na página da Companhia de Telecomunicações de Macau.

Salário Mínimo. Cepticismo é a palavra de ordem Ella Lei e Au Kam San não acreditam que o Governo possa avançar para a instituição do salário mínimo universal a 1 de Janeiro de 2019. O secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong, não se comprometeu com nenhuma data. A questão foi debatida na sexta-feira, na Assembleia Legislativa. Vários deputados expressaram na sexta-feira dúvidas relativamente à possibilidade do calendário de alargamento do salário mínimo poder vir a ser aprovado antes de 2019, tendo em conta todas as consultas que o Governo pretende fazer até apresentar o diploma. O salário mínimo foi introduzido no território, a 1 de Janeiro do ano passado, apenas para duas categorias de trabalhadores, através de um diploma que foi definido como “piloto”. A intenção,

foi anunciado na altura, passaria por se promover um posterior alargamento, no prazo de três anos, a todos os sectores de actividade. O assunto foi discutido na sexta-feira na Assembleia Legislativa (AL), na sequência de uma interpelação oral da deputada Ella Lei que colocou em causa a promessa feita pelo Governo. Na resposta, o Executivo não deixou garantias sobre quando é que o salário mínimo generalizado será efectivamente uma realidade: “Sobre a data de entrada em

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Governo da Região Administrativa Especial de Macau Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes EDITAL Edital n.º : 35/E-BC/2017 Processo n.º : 462/BC/2016/F Assunto : Início de audiência pela infracção às disposições do Regulamento de Segurança Contra Incêndios (RSCI) Local : Rua de Francisco Xavier Pereira n.º 1-E, EDF. Seng Kong, parte do terraço sobrejacente à fracção 5.º andar E, Macau. Rua de Francisco Xavier Pereira n.º 1-E, EDF. Seng Kong, escada comum entre os 4.º e 5.º andares Rua de Francisco Xavier Pereira n.º 1-E, EDF. Seng Kong, entrada e saída do terraço sobrejacente à fracção 5.º andar E, Macau. Cheong Ion Man,, subdirector da Direcção dos Serviços de Solos, �bras P�blicas e �ransportes (DSS�P�), no uso das competências delegadas pelo Despacho n.º 12/S��DIR/2015, publicado no Boletim Oficial da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM) n.º 38, II Série, de 23 de Setembro de 2015, faz saber que ficam notificados os donos das obras e os propriet�rios dos locais acima indicados, cujas identidades se desconhecem, do seguinte: 1.

Na sequência da fiscalização realizada pela DSS�P�, apurou-se que nos locais acima indicados realizaram-se as seguintes obras não autorizadas: 1.1

�bra Infracção ao RSCI e motivo da demolição Construção de um compartimento composto por paredes em alvenaria de tijolo, cobertura met�lica, janelas de Infracção ao n.º 4 do artigo 10.º, obstrução vidro, chapa e gradeamento met�licos na parte do terraço do caminho de evacuação. sobrejacente à fracção 5.º andar E.

1.2 Instalação de portão e gradeamento met�licos na escada comum entre os 4.º e 5.º andares. 1.3 Instalação de portão e gradeamento met�licos na entrada e saída do terraço sobrejacente à fracção 5.º andar E.

Infracção ao n.º 4 do artigo 10.º, obstrução do caminho de evacuação. Infracção ao n.º 4 do artigo 10.º, obstrução do caminho de evacuação.

2.

Sendo as escadas, corredores comuns e terraço do edifício considerados caminhos de evacuação, devem os mesmos conservar-se permanentemente desobstruídos e desimpedidos, de acordo com o disposto no n.º 4 do artigo 10.º do RSCI, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 24/95/M, de 9 de Junho. As alterações introduzidas pelos infractores nos referidos espaços, descritas no ponto 1 do presente edital, contrariam a função desses espaços enquanto caminhos de evacuação e comprometem a segurança de pessoas e bens em caso de incêndio. Assim, as obras executadas não são susceptíveis de legalização pelo que a DSS�P� ter� necessariamente de determinar a sua demolição a fim de ser reintegrada a legalidade urbanística violada.

3.

Nos termos do n.º 3 do artigo 87.º do RSCI, a infracção ao disposto no n.º 4 do artigo 10.º é sancion�vel com multa de $4 000,00 a $40 000,00 patacas. Além disso, de acordo com o n.º 4 do mesmo artigo, em caso de pejamento dos caminhos de evacuação, ser� solidariamente respons�vel a entidade que presta os serviços de administração ou de segurança do edifício.

4.

Considerando a matéria referida nos pontos 2 e 3 do presente edital, podem os interessados, querendo, pronunciar-se por escrito sobre a mesma e demais questões objecto do procedimento, no prazo de 5 (cinco) dias contados a partir da data da publicação do presente edital, podendo requerer diligências complementares e oferecer os respectivos meios de prova, em conformidade com o disposto no n.º 1 do artigo 95.º do RSCI.

5.

� processo pode ser consultado durante as horas de expediente nas instalações da Divisão de Fiscalização do Departamento de Urbanização desta DSS�P�, situadas na Estrada de D. Maria II, n.º 33, 15.º andar, em Macau (telefones n. os 85977154 e 85977227).

RAEM, 28 de Março de 2017 Pelo Director dos Serviços O Subdirector Cheong Ion Man

declarou. “Acho que temos nove meses para este processo legislativo”, disse Lionel Leong, prometendo que o governo vai “tentar acelerá-lo”. Au Kam San, eleito por sufrágio universal, da chamada ala democrata, também foi perentório na sua intervenção: “O que está aqui em causa é uma promessa do governo. Segundo as contas,

não é possível implementar a 1 de Janeiro de 2019”. O diploma que introduziu o salário mínimo para duas categorias de trabalhadores (segurança e limpeza de prédios de habitação) foi aprovado na generalidade pelo hemiciclo a 1 de Julho de 2014 e só um ano depois, em Julho de 2015, foi aprovado na especialidade. Entrou em vigor a 1 de janeiro de 2016.

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vigor já não é possível ser controlado pelo Executivo”, afirmou o secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong. Apesar de reafirmar que, tal como define o primeiro plano quinquenal de Macau, apresentado no ano passado, o salário mínimo será “uma realidade no ano de 2019”, os deputados manifestaram dúvidas, atendendo aos trabalhos que o Executivo pretende realizar até à apresentação de uma proposta de lei. Em Dezembro, o Governo enviou inquéritos aos serviços públicos, empresas de serviços de limpeza, de administração predial e de segurança, às comissões administrativas de edifícios

e trabalhadoras”, cujas perspectivas serão incluídas num relatório, para servirem como “um dos fundamentos de referência” para a futura aplicação do salário mínimo, indicou. No último trimestre do corrente ano está prevista uma consulta pública, devendo o relatório final ser publicado no primeiro trimestre de 2018, explicou Lionel Leong. Só depois terá início o processo legislativo, que inclui - além da elaboração do diploma - a entrega do documento para apreciação pelo Conselho Executivo. Só depois de validado por aquele órgão, o documento seguirá para o hemiciclo: “O essencial é que o Governo afirmou que

para “a recolha de dados sobre o antes e depois da entrada em vigor da lei” e de “opiniões relevantes dos intervenientes”, explicou o responsável. Esta semana, depois de uma análise dos dados, a execução da lei foi debatida no Conselho Permanente de Concertação Social, mas uma “nova recolha de opiniões” vai realizar-se no final de Abril, anunciou Lionel Leong. A Direção dos Serviços

ia implementar o regime de salário mínimo antes de 1 de Janeiro de 2019”, afirmou Ella Lei, da Federação das Associações dos Operários de Macau, ao perguntar a Lionel Leong se pode “dizer claramente” se aquele compromisso “ainda vale”. A deputada apontou que o hemiciclo “não pode apreciar a proposta de forma precipitada”, defendendo que “parece que o governo não quer saber” dos deputados:

para os Assuntos Laborais (DSAL) vai ouvir “as entidades empregadoras

“Creio que é impossível ser apenas entregue em 2019, deve ser entregue antes”,

Veterinários vão ter de dominar línguas oficiais do Território REGIME JURÍDICO

Os veterinários que queiram exercer a profissão em Macau vão ter de mostrar que dominam a língua chinesa ou portuguesa, caso estas não sejam as suas línguas maternas. Esta é uma das exigências que consta na nova proposta de lei, cujo processo de consulta pública começa hoje e termina no dia 2 do próximo mês. Nos casos em que não tenham as língua oficiais como idiomas maternos, os profissionais vão ter de fazer uma prova de avaliação da capacidade de dominar uma das duas línguas oficiais do território, de acordo com a informação avançada pela Rádio Macau. Outra das exigências do diploma intitulado “Lei de Controlo Sanitário Animal e Médico-Veterinária” passa pelo requisito de possuir um grau académico de uma universidade reconhecida no território. Entre estas instituições constam seis universidades portuguesas, nomeadamente a Universidade do Porto, a Universidade de Évora, a Universidade Técnica de Lisboa, a Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro e Escola Universitária Vasco da Gama. A nova proposta de legislação vai regulamentar assuntos como a prevenção e tratamento de doenças infectocontagiosas dos animais, o registo de médicos veterinários, regime de gestão dos estabelecimentos de clínica veterinária e regime de gestão dos estabelecimentos de reprodução, venda e hospedagem de animais de estimação. Todos estes assuntos ficam, se a lei for aprovada, sob a alçada do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais. O IACM fica igualmente responsável pela criação de uma Comissão de Apreciação e Qualificação dos Médicos Veterinários, que tem como funções a criação de um registo e o licenciamento dos médicos autorizados, assim como a criação de normas e orientações para o sector.


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ponto final • SEG 3 ABR, 2017

Lei de Terras: Ordem para recuperar. Sem excepção Ao propor a Lei de Terras nos contornos em que foi aprovada, o Governo teve sempre a intenção de recuperar as parcelas de terreno que não tenham sido aproveitadas ao fim de 25 anos de concessão. A Mesa da Assembleia Legislativa deu a conhecer na sexta-feira um extenso parecer sobre o diploma em que fica clara a posição do Executivo: recuperar, sem complacência nem excepções. Um parecer da Mesa da Assembleia Legislativa de Macau sobre o polémico Regime da Lei de Terras concluiu que o Governo afastou “excepções” sobre o prazo das concessões de terrenos, e “insistiu sempre” que os recuperaria se ao fim de 25 anos não tivessem sido devidamente aproveitados. O relatório, dado a conhecer na sexta-feira, surge após terem sido ouvidas as gravações das reuniões em sede da 1.ª Comissão Permanente – que analisou o diploma na especialidade – para apurar a intenção legislativa subjacente ao diploma. As auscultações das gravações áudio foram exigidas depois de terem surgido diferendos e dúvidas com a aplicação da Lei de Terras e na sequência de um projecto de lei, apresentado, no Verão, pelo deputado nomeado e jurista Gabriel Tong. A proposta, recorde-se, foi rejeitado. Apesar de ter entrado em vigor há três anos, a Lei de Terras tem estado envolta em controvérsia desde que o Governo avançou em força com a reversão de terrenos por estes não terem sido aproveitados dentro do prazo máximo de 25 anos. Muitas declarações de caducidade das concessões têm vindo a ser contestadas nos tribunais, com concessionários a alegarem haver casos em que a responsabilidade pelo não-aproveitamento deve ser parcial ou totalmente imputada ao Executivo. No parecer, refere-se que um deputado, não identificado, levantou “especificamente a questão de como resolver o problema em caso de nãoconclusão do aproveitamento do terreno quando o prazo de concessão se encontrar prestes a terminar” e propôs soluções. O parlamentar sugeriu que fosse conferida “ao chefe do executivo competência para, neste caso,

SERVIÇOS DE SAÚDE DE HONG KONG COLOCAM FÁRMACO NA LISTA NEGRA Os Serviços de Saúde da Região Administrativa Especial de Hong Kong alertaram para a presença da substância sildenafila no produto VENERGY CAPSULE 100mg e apelam ao não consumo do fármaco. A substância é geralmente utilizada no tratamento da disfunção sexual masculina e os seus efeitos secundários incluem hipertensão, cefaleia, vómitos, tonturas e visão turva temporária. Nos casos mais extremos, os consumidores podem ver mesmo reduzida a sua tensão arterial para um nível de risco quando a sildenafila é tomada em conjunto com outros compostos químicos, nomeadamente a nitroglicerina.

autorizar a renovação”, mas que essas sugestões foram “expressamente” rejeitadas pelo Governo. Neste ponto, uma nota de rodapé remete para “as conclusões do relatório sobre a auscultação das gravações das reuniões da Comissão”, cuja transcrição não consta, contudo, do documento tornado público, com 562 páginas na versão portuguesa. Aos jornalistas, na noite de sexta-feira, o presidente da Assembleia Legislativa (AL), Ho Iat Seng, disse que, ao abrigo do Regimento, os “pontos mais detalhados” não podem ser disponibilizados, estando então em causa o teor das reuniões da Comissão que decorrem à porta fechada. Recorda ainda a Mesa da Assembleia Legislativa que foi nesse pressuposto – de que as concessões provisórias não podem ser renovadas – que a proposta de lei foi aprovada, não tendo as normas em causa “sofrido alterações substanciais desde a sua versão inicial até à final”. A política legislativa “não só foi comprovada pelos elementos constantes do processo legislativo” como foi sempre defendida, sem excepção, pelo Governo e pelos órgãos judiciais”, refere. Tirando “a situação em que um terreno de concessão provisória seja anexado a um terreno

concedido a título definitivo e ambos estejam a ser aproveitados em conjunto”, defendeu-se que não seriam considerados outros casos excepcionais, lê-se no relatório que sublinha que essa opinião foi “acolhida” pela 1.ª Comissão. “Portanto, estava clara a atitude do legislador perante a questão da renovação da concessão provisória, ou seja, só há uma excepção” e “mesmo quando as cláusulas de aproveitamento do contrato de concessão não puderem, por razões inimputáveis ao concessionário, ser cabalmente cumpridas, não há lugar a qualquer excepção para a renovação”, diz o documento. Contudo, como argumentou Tong na nota justificativa do seu projecto de lei para a criação de uma norma interpretativa, citando o parecer da 1.ª Comissão Permanente da AL sobre a Lei de Terras, de 2013, “nunca se suscitou a ideia de expropriação dos terrenos cujo não-aproveitamento não seja imputável aos concessionários. Pelo contrário”. Segundo o parecer da lei apresentado pela referida Comissão, um deputado questionou como seriam tratados os casos em que não se conseguisse cumprir o prazo concedido por razões não imputáveis ao concessionário e o Governo terá aberto a porta à

possibilidade de excepções. Isto porque declarou não ser “adequado estabelecer que haja lugar a renovação no caso de atrasos no aproveitamento”, mas não excluiu que “casos concretos que correspondam a outras disposições previstas (...) possam ser tratados de forma excepcional”. A “Norma Interpretativa” de Tong pretendia clarificar que o prazo de concessão podia ser “suspenso ou prorrogado” por autorização do chefe do Executivo, “sempre que haja motivo não imputável ao concessionário e que tal motivo seja, no entender, do chefe do executivo, justificativo”. Esta situação encontrase prevista para o prazo de aproveitamento, mas não para o de concessão, pelo que questionou por que razão “em caso do termo do prazo de concessão por arrendamento, ainda que o prazo de aproveitamento esteja suspenso, o concessionário deve ainda assumir a consequência da devolução do terreno”. A Mesa da AL rejeitou a iniciativa, entre outros motivos, por discordar tratar-se de uma norma interpretativa, mas de uma alteração, pois “não vem explorar nem o espírito nem o pensamento legislativo subjacente ao normativo da lei, mas sim criar, na prática, novas disposições normativas”, além de que “toca e vai alterar a política de gestão de solos definida”.

EMBAIXADOR DE TIMOR-LESTE FALA DE DESAFIOS PARA MANTER LÍNGUA PORTUGUESA O Embaixador de Timor-Leste em Pequim, Bendito dos Santos Freitas, visitou o Instituto Politécnico de Macau na passada sexta-feira e sublinhou que o país se está a deparar com vários desafios na manutenção da cultura e da língua portuguesa. Neste sentido, Bendito Freitas afirmou a importância do Instituto Politécnico no ensino da língua e cultura portuguesa na RAEM por entender que ajuda a consolidar a imagem de Macau como ponto de ligação com os países da lusofonia. O diplomata recordou igualmente a importância

da cooperação entre o IPM e as escolas técnicas de Timor-Leste, que disse serem essenciais para a formação dos quadros qualificados no país. Por sua vez, o presidente do IPM, Lei Heong Iok, referiu que o ensino da Língua Portuguesa em Macau e no Interior da China desperta cada vez mais interesse mas que esta não é uma tendência exclusiva destas regiões. Segundo o presidente da instituição, há cada vez mais países e regiões asiáticas que pedem ajuda ao IPM para desenvolver as ferramentas para a exploração da língua e cultura de Camões.

Conde de São Januário: Serviço de Urgências sem mãos a medir As oscilações constantes do estado do tempo e os surtos de gripe têm levado a população a recorrer ao Serviço de Urgência do Centro Hospitalar Conde de São Januário (CHCSJ) em números superiores ao normal. Para dar resposta à elevada procura dos serviços de urgência, o hospital público criou um mecanismo de gestão e monitorização dos recursos do hospital para dar resposta às necessidades mais imediatas. Através do sistema de monitorização, o hospital analisa os recursos dos diversos departamentos consoante as necessidades mais prementes, ajustando de antemão a organização dos pacientes. A título de exemplo, no passado dia 21 o CHCSJ apercebeu-se da existência de cerca de 50 pessoas na área de observação do Serviço de Urgência, pelo que iniciou o mecanismo de gestão de camas hospitalares, levando à normalização do número de pacientes. A criação deste sistema foi complementada com a definição do tratamento de reabilitação e serviços das especialidades correspondentes e a organização dos equipamentos instalados nas enfermarias conforme a necessidade dos pacientes. informa a Direcção dos Serviços de Saúde em comunicado.

UCTM: Candidaturas para Faculdade de Medicina só em 2018 Manson Fok, director da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau (UCTM) disse ontem, em declarações à emissora em língua chinesa da Rádio Macau, esperar receber candidaturas para a futura Faculdade de Medicina a partir de Setembro do próximo ano. De acordo com a Ou Mun Tin Toi, o responsável assegurou ainda que estão terminados os trabalhos de preparação do programa do futuro curso, estando também em fase adiantada o recrutamento de professores. Manson Fok disse ainda estar garantido o apoio inicial do Governo ao projecto. Ontem, naquele que foi o último dia do Fórum Médico Internacional SinoLuso, a Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade de Ciência e Tecnologia assinou um memorando de entendimento com a Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa. A Rádio Macau avançou ainda que, com vista à criação de uma rede de parcerias, foi também assinado um protocolo com a Universidade de Notre Dame, uma instituição de ensino superior privada norte-americana.


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SOCIEDADE CESL – Ásia abandona posição de associada do IPOR ENSINO A CESL – Ásia vai abandonar a sua posição na estrutura do Instituto Português do Oriente (IPOR). A novidade foi avançada por Ana Paula Laborinho, presidente do Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, um dos associados fundadores do IPOR, em declarações à emissora em língua portuguesa da Rádio Macau. “A CESL-Ásia, desde há algum [tempo], não tem participado. Ainda não firmámos o acordo, mas há outras empresas que estão a entrar”, afirmou a dirigente , convidada da mais recente edição do programa Rádio Macau Entrevista. Apesar de não ter avançado com quaisquer nomes, Ana Paula Laborinho referiu que as novas entidades têm “interesses portugueses” ou contam com “participação portuguesa”. São seis as empresas que desde a fundação do Instituto Português do Oriente foram constituídas associadas ordinárias: o Banco Espírito Santo do Oriente, BNU (Banco Nacional Ultramarino), CESL – Ásia, EDP (Electricidade de Portugal), Hovione – FarmaCiência e STDM (Sociedade de Turismo e Diversões de Macau). A Assembleia Geral do IPOR definiu desta forma as empresas por contribuírem para o património associativo do instituto. A CESL – Ásia é a segunda empresa a abandonar a estrutura accionista do IPOR, após a saída do Banco Espírito Santo do Oriente, agora rebaptizado de Novo Banco Ásia. No mesmo programa, a responsável pelo Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, divulgou o orçamento que o Instituto Português do Oriente dispõe para este ano, situando-o em 14,5 milhões de patacas. Ana Paula Laborinho defendeu ainda o acordo ortográfico, considerando que “seria trágico para as crianças voltar atrás, uma vez que o acordo está já em vigor nas escolas”. O Instituto Português no Oriente oferece um leque de cursos de língua portuguesa e tem como principal objectivo preservar e difundir a língua e a cultura portuguesa no Oriente.

DSAL LANÇA INQUÉRITO SOBRE EFICÁCIA DE CURSOS PROFISSIONAIS A Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) vai realizar um inquérito junto dos residentes do território que concluíram cursos de formação profissional e de aptidões técnicas. Os inquiridos vão ser notificados por mensagem de telemóvel e se escolherem responder serão questionados quanto à sua situação profissional após a conclusão da formação. As respostas serão recolhidas de forma confidencial, uma vez que os resultados irão servir apenas para estatística e análise.

Um novo plano para Lai Chi Vun

O Governo vai avançar com um novo plano urbanístico de reabilitação da pequena localidade de Coloane. A garantia foi dada na sexta-feira por Raimundo do Rosário. O secretário para os Transportes e Obras Públicas, que não soube explicar porque razão planos anteriores foram abandonados, está convicto que o plano não vai interferir com o processo de avaliação do valor patrimonial dos estaleiros pedido pelo Instituto Cultural. A zona dos antigos estaleiros navais de Lai Chi Vun, em Coloane, vai mesmo ser alvo de um novo plano, após os anteriores terem ficado na gaveta por razões que desconhecidas, revelou o secretário para os Transportes e Obras Públicas. “A razão pela qual vamos iniciar um novo plano é precisamente porque nenhum dos estudos anteriores chegou até ao fim. Ou seja, nenhum obteve aprovação final”, disse Raimundo do Rosário, aos jornalistas, ao início da noite de sexta-feira. O governante falou à imprensa no fim do plenário que levou vários membros do Governo ao hemiciclo para responder a interpelação orais dos deputados. Uma das intervenções versava precisamente sobre as antigas oficinas navais de Lai Chi Vun. O secretário afirmou, porém, desconhecer por que razão os planos anteriormente delineados para a zona ficaram na gaveta. O novo plano “vai ser coordenado pelas Obras Públicas, terá a colaboração da DSAMA [Direção dos Serviços de Assuntos Marítimos e de Água] e terá a colaboração de outros”.Todos os serviços interessados vão ser chamados a participar, “a emitir parecer nesse plano”, revelou Rosário. “Olhemos para o futuro”, realçou o secretário para os Transportes e Obras Públicas, indicando que o novo plano irá definir designadamente o que se pode ou não

fazer e qual é a vocação daquela zona, sendo que, segundo explicou, “até pode haver vocações diferentes para áreas diferentes”. O Governo, revelou Raimundo do Rosário, ainda não dispõe de uma data concreta para a apresentação do plano: “Está a decorrer, neste momento, aquele processo administrativo de adjudicação”, que prevê a consulta a três entidades,

afirmou. “Só depois de escolher uma determinada entidade é que sabemos a proposta que essa entidade apresentou, as fases [e] a duração” de cada uma, explicou, detalhando que há ainda um período para o governo aprovar cada etapa antes de se avançar com a seguinte. À entidade a que for adjudicado o novo plano vão ser facultados “todos os estudos” que estiverem disponíveis

DIREITO: ARBITRAGEM ENTRE CHINA E PAÍSES DE LÍNGUA PORTUGUESA DEBATIDA “Arbitragem entre entidades da China e dos Países de Língua Portuguesa – Brasil”. Este foi o título do seminário que juntou advogados e profissionais da arbitragem da China continental e do território, numa iniciativa a que se associou uma delegação de representantes do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa. O discurso de abertura esteve a cabo do Director dos Serviços de Assuntos de Justiça, Liu Dexue que, citado pela Associação de Advogados de Macau (AAM), relembrou o facto de “a resolução alternativa de conflitos nas relações comerciais entre a China e os países de língua portuguesa ser um objectivo que o Fórum Macau avançou há alguns anos, que o Governo Popular Central da República Popular da China recentemente

incentivou, que a Associação de Advogados de Macau ambiciona desenvolver e que o Governo da Região Administrativa Especial de Macau deseja firmemente apoiar”. Os participantes tiveram a oportunidade de ouvir os oradores César Pereira, ex-professor convidado de Arbitragem Internacional na Universidade de Columbia e formador em arbitragem na Swiss International Law School e Fan Yang, directora do IDRA (International Dispute Resolution Academy) e vice-presidente do subcomité para a China do Chartered Institutue of Arbitrators. Em discussão estiveram os “diferentes enquadramentos da arbitragem na China Continental e no Brasil”, refere em comunicado a Associação de Advogados Macau, entidade organizadora do seminário em conjunto com a IDRA.

na Direção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes e na DSAMA, complementou. Raimundo do Rosário esclareceu também que o novo plano não interfere com a abertura de procedimento para decidir se os antigos estaleiros navais em Lai Chi Vun serão classificados como património cultural, anunciada no início da semana: “Acho que as duas coisas podem andar ao mesmo tempo – depois ajusta-se”, afirmou Raimundo do Rosário. O Instituto Cultural (IC) anunciou, na terça-feira da semana passada, a abertura do procedimento de classificação dos estaleiros, definindo que, com esse gesto, ficam suspensas quaisquer intervenções na zona, sejam construções ou demolições. No início de Março, dois estaleiros de Lai Chi Vun foram demolidos por razões de segurança, o que levou à apresentação de três petições a exigir a classificação daquele conjunto de estruturas na vila de Coloane. Esse procedimento, que implica também uma consulta pública, não deve demorar mais de um ano, de acordo com o Instituto Cultural.


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Casinos: Oito meses a todo o gás Em Março, as receitas das operadoras de jogo subiram 18,1 por cento face ao mesmo mês do ano passado. No oitavo mês consecutivo de expansão, as receitas dos casinos saldaram-se pelos 21 232 milhões de patacas.

Lucros da Melco disparam para 10,4 mil milhões de dólares de Hong Kong JOGO

É o oitavo mês consecutivo de crescimento após a longa tormenta de mais de dois anos que afectou os casinos do território. As concessionárias e subconcessionárias de jogo encerraram o mês de Março com receitas de 21.232 milhões de patacas, um aumento de 18,1 por cento face ao período homólogo de 2016, indicam dados oficiais divulgados no sábado. De acordo com os números avançado pela Direção de Inspeção e Coordenação de Jogos (DICJ), os casinos registaram, nos três primeiros meses do ano, receitas de 63.479 milhões de patacas, mais 13 por cento em relação ao primeiro trimestre de 2016. Março marcou o oitavo mês consecutivo de

de Macau. As receitas do jogo iniciaram em Junho de 2014 uma curva descendente que se prolongou ao longo de 26 meses. A longa travessia do deserto para os casinos de Macau só terminou em Agosto do ano passado. Apesar da recuperação encetada, as receitas dos casinos caíram pelo terceiro ano consecutivo em 2016, registando uma queda de 3,3 por cento que se seguiu à diminuição de 34,3 por cento em 2015 e de 2,6 por cento em 2014. Arrastada pelo desempenho do sector do jogo, a economia de Macau contraiu-se em 2016 pelo terceiro ano consecutivo e o Produto Interno Bruto (PIB) caiu 2,1 por cento em termos reais, com a recuperação da indústria a ser insuficiente para permitir uma retoma.

em 2015. Em 2014, o Produto Interno Bruto de Macau caiu 1,2 por cento, em termos reais, de acordo com os dados revistos, naquela que foi a primeira queda desde a transferência do exercício de soberania do território Portugal para a República Popular da China em 1999, impulsionada pelo início da curva descendente das receitas dos casinos. A contração da economia foi menor do que a antecipada pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) que esperava que o Produto Interno Bruto de Macau sofresse um recuo de 4,7 por cento em 2016, antes de regressar a um crescimento positivo este ano. No último relatório, publicado em Fevereiro, o Fundo Monetário Internacioal reviu em alta a previsão de crescimento da

subida das receitas geradas pelo principal pilar da economia da Região Administrativa Especial

Este resultado representou uma significativa melhoria depois da quebra de 21,5 por cento

economia de Macau, avançada em Outubro, de 0,2 por cento para 2,8 por cento.

LUCROS DA AIR MACAU CAÍRAM 35 POR CENTO EM 2016 A Air Macau registou uma quebra superior a um terço nos lucros em 2016, que afundaram 34,8 por cento para os 20 milhões de renminbis, o equivalente a 23,2 milhões de patacas. De acordo com a informação publicada pelo Jornal Tribuna de Macau, os lucros caem assim de 31 milhões para os 20 milhões, depois de já em 2015 terem conhecido um recuo de 70,5 por cento. A tendência acompanha, de resto, o que se tem registado ao longo dos últimos anos. Os resultados apresentados pela Air China, accionista maioritária da transportadora de Macau, mostram também que a margem

de lucro da Air Macau se tem vindo a degradar. Isto porque apesar da redução do lucro, houve um aumento de 11,3 por cento ao nível das receitas, que atingiram os 2,66 mil milhões de renminbis. Ainda durante o ano passado, a Air Macau transportou 2,8 milhões de pessoas, um acréscimo de 21,54 por cento face ao ano anterior. Neste período os voos atingiram uma ocupação média de 73,25 por cento, um aumento de 6,17 pontos percentuais. No final de 2016, a Air Macau contava com uma frota com 17 aviões, sendo que a idade média das aeronaves é de 7,56 anos.

A Melco International Development Limited gerou um lucro de 10,4 mil milhões de dólares de Hong Kong durante o ano passado, de acordo com um comunicado de imprensa enviado pelo empresa às redacções. O grupo controlado por Lawrence Ho apresenta assim sérias melhorias em relação a 2015, ano em que os lucros obtidos pelo grupo tinham sido de 100,9 milhões de dólares de Hong Kong. Em comunicado, a Melco International Development destaca a conclusão do negócio de aquisição de cerca de mais 13,4 por cento das acções da concessionária Melco Crown Entertainment. Com este negócio, a firma de Lawrence Ho passa a deter uma posição maioritária de 51,3 por cento na operadora responsável pelos casinos City of Dreams, Altira e Studio City. “Depois de um longo período em que tivemos de enfrentar diferentes desafios que afectaram a indústria do jogo em Macau, finalmente, no terceiro trimestre de 2016, começámos a ver sinais positivos de recuperação nas receitas do jogo”, afirmou Lawrence Ho, presidente e CEO da Melco. “Com um optimismo cauteloso sobre uma recuperação estável e com confiança no mercado do jogo de Macau a longo prazo, a Melco assumiu o controlo maioritário da MCE [Melco Crown Entertainment] em Fevereiro de 2017 e vai continuar a concentrar esforços para apoiar a diversificação turística”, acrescentou. Ainda em relação a Macau, a Melco destaca que a Melco Crown Entertainment teve um aumento nos lucros de 13,7 por cento em 2016, que alcançaram a barreira dos 4,5 mil milhões de dólares norte americanos, o correspondente a 35 mil milhões de dólares de Hong Kong. Já fora do território, os olhos da operadora estão focados nos mercados das Filipinas, onde detém o City of Dreams Manila, mas também no Chipre, no Japão e na Coreia do Sul. No Chipre, a empresa está na fase final da obtenção de uma licença de jogo, que lhe vai permitir dispor de um monopólio efectivo nos primeiros 15 anos de funcionamento. A Melco tem como parceiros neste negócio a empresa Hard Rock International e a local Cyprus Phasouri Limited. Em relação ao Japão o objectivo passa por garantir uma das futuras licenças, com Osaka a ser o local escolhido para a construção do casino.


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Macau sairia a ganhar com introdução de veículos eléctricos MAIS DE 40 ACORDOS ASSINADOS NA MIECF 2017 A 10ª edição do Fórum e Exposição Internacional de Cooperação Ambiental de Macau (MIECF, na sigla inglesa) terminou este sábado com a assinatura de 44 acordos de cooperação, que abrangeram parcerias entre associações ambientais, tecnologia amiga do ambiente, projectos para protecção ambiental e conservação ecológica, sistemas de energia solar e sistemas para tratamento de resíduos domésticos e alimentares. Nos três dias do MIECF foram ainda realizadas 273 sessões de bolsas de contacto na “Zona das Bolsas de Contacto Verdes”. Entre elas, 218 sessões envolveram organizações do Grupo “9+2” do Pan-Delta do Rio das Pérolas.

A sugestão foi feita na sexta-feira por Achim Steiner. Antigo director Executivo do Programa da Organização das Nações Unidas para o Ambiente, Steiner defendeu que o recurso a combustíveis fósseis está a dar cabo do planeta e que Macau tem todas as condições para dar um exemplo ao mundo caso o território seja capaz de fazer a transição para uma “economia verde”.

CEM vai fazer chegar postos de carregamento eléctrico a 60 por cento dos parques públicos AMBIENTE A Companhia de Electricidade de Macau apresentou um programa para fazer chegar postos de carregamento de veículos eléctricos a 60 por cento dos parques de estacionamento públicos. A apresentação do projecto foi realizada na sexta-feira. Na próxima fase deste programa, que teve início em 2010 com o primeiro posto a ser instalado no Park Lane, na Avenida Almeida Ribeiro, é definido o objectivo de instalar mais postos de carregamento de veículos eléctricos em oitos parques públicos do território. Destes, seis ficam localizados na Península, nomeadamente nos parques da Alameda Dr. Carlos de Assumpção, do Jardim das Artes, Rua do Almirante Sérgio, edifício Mong In, do Jardim de Iao Hon e do Edifício Cheng Choi em Macau. Em relação à ilha da Taipa, o parque da Rua da Ponte Negra foi o escolhido, e em Coloane também o parque do Edifício Koi Nga vai receber postos de carregamento para veículos eléctricos. Actualmente 40 por cento dos parques de estacionamento já têm estes tipo de postos onde os veículos eléctricos podem ser carregados. De acordo com a Companhia de Electricidade de Macau, estes 40 por cento representam 18 parques públicos, existindo mais de 70 postos de carregamento disponíveis para carros e motociclos eléctricos. Além destas alterações, a empresa prometeu “aumentar o número de postos de carregamento em função do seu grau de utilização”, assim como do eventual aumento do número de veículos eléctricos a circularem em Macau. Sobre a distribuição dos postos, a CEM comprometeu-se igualmente a optimizar a distribuição da rede de acordo com o padrão de utilização nas diferentes áreas de Macau. Nos diferentes parques de estacionamento as áreas de carregamento estão identificadas através de um dístico com azul-céu e nuvens brancas, sendo possível ler as letras EV, escritas a verde. As mesmas letras podem ser igualmente encontradas no pavimento dos locais para o efeito.

Achim Steiner, vice-presidente do Conselho Chinês para a

uma população de cerca de 650 mil habitantes e 250 mil veículos e

cobertura”. O desenvolvimento de energias

“Também iremos aproveitar as oportunidades de

Cooperação em Ambiente e Desenvolvimento para as relações exteriores defendeu na última sexta-feira a transição de Macau para uma “economia verde”, com a introdução de veículos eléctricos no território. Steiner, antigo dircetor executivo do Programa da ONU para o Ambiente, falava aos jornalistas no âmbito do Fórum e Exposição Internacional de Cooperação Ambiental de Macau (MIECF, na sigla inglesa): “O custo mais elevado de adquirir um automóvel e usar petróleo não é o combustível, é a poluição e a saúde. O uso de combustíveis fósseis está a matar as pessoas, é simples”, afirmou. De acordo com estatísticas da Organização Mundial de Saúde (OMS), mais de seis milhões de pessoas morrem prematuramente todos os anos devido à má qualidade do ar. Com

motorizadas, Macau “representa uma enorme oportunidade para uma transição para uma economia verde” com a introdução de carros elétricos, disse Steiner. Esta transição só é bem-sucedida se os Governos intervierem para garantir investidores e infraestruturas, incentivos aos utilizadores e um bom serviço de abastecimento na cidade, explicou: “Se o Governo não desenvolver estas medidas, é muito difícil ao sector privado vender carros e aos consumidores escolher veículos elétricos”. Macau pode aproveitar o enorme potencial no sector automóvel da República Popular da China, que é um líder mundial na produção, acrescentou Steiner. Achim Steiner lembrou também a importância de um sistema de transportes públicos conveniente para o utente, o que implica “frequência, qualidade e

limpas, uma utilização eficiente dos recursos, a separação entre o crescimento económico e as emissões de carbono, a resolução dos problemas da qualidade do ar, reciclagem e gestão podem integrar a cooperação definida na estratégia “Uma faixa, uma rota” da República Popular da China, considerou, destacando o papel específico de Macau na afirmação de tais desígnios. A décima edição da MIECF abriu na quinta-feira, com o chefe do Executivo, Fernando Chui Sai On, a lembrar que o “reforço da proteção ambiental” foi definido “como uma prioridade” para “garantir uma cidade com qualidade de vida, com intenção de equilibrar e coordenar o desenvolvimento urbano e a protecção ambiental”, de acordo com o primeiro plano quinquenal do Governo, apresentado no ano passado.

desenvolvimento criadas pela estratégia ‘Uma Faixa, Uma Rota’ [e] à medida que desenvolvemos o papel de Macau como ‘Um Centro, Uma Plataforma’ iremos encorajar uma cooperação regional próxima na área da protecção do ambiente e o desenvolvimento de uma economia verde”, afirmou. Subordinada ao tema “Desenvolvimento Verde Inovador para um Futuro Sustentável”, a edição deste ano da MIECF contou com mais de 50 oradores e mais de 450 expositores de 17 países e regiões, incluindo de países de língua portuguesa. O Fórum Ambiental, cujo programa inclui seminários, fóruns, além da área de exibição, decorreu no centro de convenções e exposições do hotel-casino Venetian até sábado, único dia em que a iniciativa esteve aberta ao público em geral.

GARRAFAS DE ÁGUA RECICLADAS DÃO À MELCO CROWN ENTERTAINMENT PRÉMIO BANCA VERDE A Melco Crown Entertainment foi a vencedora do “Green Booth Award” (Prémio Banca Verde) da edição de 2017 do Fórum e Exposição Internacional de Cooperação Ambiental de Macau (MIECF na sigla inglesa). O design e a forma criativa como ganharam vida materiais reciclados usados no dia-a-dia da empresa – tais como discos externos, CD-ROMs, garrafas de água e chaves dos quartos de hotel – convenceram os jurados a atribuir o galardão à operadora de jogo. Os materiais utilizados foram especialmente escolhidos para

ilustrar os esforços da empresa na redução da sua pegada ambiental. O “Green Booth Award” foi pensado para encorajar as empresas em exposição na MIECF 2017 a utilizar materiais amigos do ambiente na construção das suas bancas e, assim, reduzir os resíduos deixados no final do evento. O Fórum realizou-se entre os passados dias 30 de Março e 1 de Abril com o patrocínio do Governo da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM).


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Portugal pode ser exemplo para a China, defende Achim Steiner O antigo director executivo do Programa da ONU para o Ambiente defendeu que a experiência portuguesa no capítulo das energias renováveis pode ser relevante para a República Popular da China. Steiner deixou rasgados elogios a Portugal, dizendo que o país é um dos mais avançados do mundo no que toca à diminuição da dependência de energias fósseis. O responsável pelo pelouro das Relações Internacionais no seio do Conselho Chinês para a Cooperação em Ambiente e Desenvolvimento defendeu na sexta-feira, no território, que a experiência de Portugal no desenvolvimento das energias renováveis “é relevante” para a China. Achim Steiner, antigo director executivo do Programa da ONU para o Ambiente, falava aos jornalistas no âmbito do Fórum e Exposição Internacional de Cooperação Ambiental de Macau (MIECF, na sigla inglesa): “A experiência de Portugal na introdução e transição para as energias renováveis é relevante para qualquer país, incluindo a China, que pretenda atingir 80 a 90% de produção de

eletricidade através de energias renováveis”, sublinhou. Portugal recorreu a “uma variedade de instrumentos com os quais encorajou este crescimento notável das energias renováveis e na geração de electricidade, tornando-se actualmente num

dos países mais avançados no mundo industrializado, na diminuição da dependência de energias fósseis”, afirmou. “A gestão de uma rede nacional para garantir a integração e passagem às energias renováveis é crítica e Portugal socorreu-se de sistemas de

armazenamento, que lhe permitem regular a produção de energia eléctrica onde é mais necessária”, explicou. Steiner sublinhou que o desenvolvimento da chamada economia verde como parte de uma estratégia de recuperação económica, “durante uma crise

económica e financeira”, foi uma experiência importante para que Portugal, “um pequeno país e economia, se posicionasse no mundo”. A “economia verde” representa, para Achim Steiner, adoptar “uma série de estímulos a curto prazo e um investimento estratégico a longo prazo, para tornar a economia mais eficiente do ponto de vista doméstico e mais competitiva a nível internacional”: “No meio de uma crise económica e financeira, Portugal adoptou uma política de estímulos a setores da economia verde como parte da estratégia de recuperação” e de “posicionamento no mundo”, destacou. Para o orador principal da sessão de abertura do MIECF, na quinta-feira, a gasolina e o diesel vão deixar de ser “o motor do mundo” e destacou as transformações em países como Portugal, Dinamarca, Alemanha, onde 70 por cento da eletricidade é proveniente de fontes renováveis, como barragens e eólicas. A décima edição do MIECF abriu com as palavras do

chefe do executivo, Fernando Chui Sai On, que lembrou que o “reforço da proteção ambiental” foi definido “como uma prioridade” para “garantir uma cidade com qualidade de vida, com intenção de equilibrar e coordenar o desenvolvimento urbano e a proteção ambiental”, de acordo com o primeiro plano quinquenal do Governo, apresentado no ano passado. “Também iremos aproveitar as oportunidades de desenvolvimento criadas pela estratégia ‘Uma Faixa, Uma Rota’ [e] à medida que desenvolvemos o papel de Macau como ‘Um Centro, Uma Plataforma’ iremos encorajar uma cooperação regional próxima na área da proteção do ambiente e o desenvolvimento de uma economia verde”, afirmou. Subordinada ao tema “Desenvolvimento Verde Inovador para um Futuro Sustentável”, a edição deste ano da MIECF contou com mais de 50 oradores e mais de 450 expositores de 17 países e regiões, incluindo de países de língua portuguesa. PUB


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Autismo: Falta de terapeutas empurra pais para Hong Kong O Dia Mundial da Consciencialização do Autismo, instituído pelas Nações Unidas em 2007, foi este fimde-semana assinalado pela Associação de Autismo de Macau (AAM) com um simpósio que decorreu no Centro de Ciência. A secretária-geral da associação falou ao PONTO FINAL da falta de terapeutas no território – nomeadamente da fala – que obriga muitos pais a procurar ajuda na região vizinha. SÍLVIA GONÇALVES SILVIAGONCALVES.PONTOFINAL@GMAIL.COM

A Associação de Autismo de Macau (AAM) organizou este fim-de-semana um jantar de gala e um simpósio no âmbito do Dia Mundial da Consciencialização do Autismo, que se assinala a 2 de Abril. A secretária-geral da associação, Sara Das Neves Chiang, falou ao PONTO FINAL da escassez de terapeutas no território, que obriga muitos pais a procurar ajuda em Hong Kong. A responsável chamou ainda a importância da difusão de informação sobre a doença, para diluir a vergonha e o silêncio que ainda atingem muitos pais quando confrontados com o diagnóstico. O jantar de gala decorreu no sábado, no Studio City, e nele todos os presentes acenderam uma luz azul, o símbolo universal que assinala a data votada à consciencialização de uma doença cada mais presente PUB

a nível global. Ontem, a manhã no Centro de Ciência de Macau foi de encontro entre famílias que convivem quotidianamente com o espectro do autismo, numa iniciativa que contou com a presença de cerca de meia centena de crianças. Da parte da tarde, um simpósio juntou oradores locais e de Taiwan, numa reflexão em torno do autismo: “Isto é principalmente para que os pais possam participar. É muito importante para que eles coloquem questões e para que saibam mais sobre como podem educar os seus filhos com autismo e como podem comunicar com eles. Porque eles sentem-se muito impotentes quando descobrem que os seus filhos têm autismo”, assinalou na tarde de ontem Sara das Neves Chiang, secretária-geral da Associação de Autismo de

Macau (AAM). Sara, que é também psicoterapeuta no Hospital Kiang Wu e trabalha com crianças autistas, acredita que “este tipo de actividades pode aumentar a consciência na sociedade e pode ajudar os pais a sentirem-se menos

impotentes, podem obter mais algumas respostas relacionadas com o que é o autismo e como lidar com os seus filhos”. A psicoterapeuta de 24 anos, que actualmente acompanha cerca de 15 crianças com autismo no Kiang Wu, fala da importância de os pais compreenderem as suas emoções e o processo que vão enfrentar, de modo a poderem estender o necessário apoio aos seus filhos: “Antes de tentarem ajudar as crianças, a vossa atitude tem de ser positiva, têm que saber o que vão enfrentar, conhecer as vossas emoções e sentimentos antes de ajudarem os vossos filhos. Estamos aqui para vos ajudar, há outros pais com quem podem falar. Não se sintam mal com isto, não é uma vergonha”. A vergonha, conta a psicoterapeuta formada em Inglaterra, ainda assombra famílias que preferem ocultar dos outros o diagnóstico e afundar-se no silêncio: “Ainda há alguns pais que não querem falar sobre isso e que se sentem envergonhados dos seus filhos. Mas penso que há uma melhoria, há cada vez mais reflexão sobre isso, há um número crescente de pessoas que conhece o autismo, portanto serão cada vez menos os pais que se sentem assim”. E de que forma pode a associação ajudar? “Temos organizado muitos tipos de actividades, como o Dia do Desenho, para pais e filhos, porque o desenho é uma forma não-verbal de comunicar com as crianças com autismo. Na

associação, para além de mim, temos um terapeuta da fala. Quando os pais têm dúvidas podem colocar questões nas nossas redes sociais”, explica. Questionada sobre as dificuldades que enfrentam em Macau as pessoas diagnosticadas com autismo, Sara Chiang aponta de imediato para a falta de terapeutas: “Em primeiro lugar, em relação aos terapeutas, não temos suficientes. Antes que sejam diagnosticados com autismo, os doentes têm que passar por avaliações, como avaliações psicológicas, para terem o diagnóstico. Mas a lista de espera é muito longa, principalmente para a terapia da fala. E o custo para todas as terapias é muito caro”. Em Macau, explica, o tempo de espera leva muitos pais a procurar ajuda na vizinha Região Administrativa Especial de Hong Kong: “Porque a lista de espera é longa, às vezes os pais vão a Hong Kong procurar terapeutas, o que fica mais caro. De facto é muito difícil para os pais, sabemos isso. Gostaríamos que o Governo abrisse mais cursos para que as pessoas de

cá estudassem e pudéssemos ter mais terapeutas. Ou que fizessem mais formação com os terapeutas de cá, para que estes tivessem um maior conhecimento, para que pudéssemos ajudar mais”. Uma escassez que não toca só a terapia da fala: “E outros terapeutas, psicoterapeutas como eu, não temos suficientes. Alguns, depois de fazerem esta formação, ficam no estrangeiro, nem todos vão voltar para Macau para trabalhar, porque eu acho que eles sabem que este tipo de profissão não se está a desenvolver bem em Macau”. Sara Chiang descreve uma profissão que carrega um desafio diário: “Depois de obtermos todo o conhecimento dos livros, ao fim do dia o que precisamos de saber é: experiência. Temos que interagir mais com este tipo de crianças e com os seus pais para sabermos mais sobre como podemos ajudá-los. Porque os livros são só 10 por cento, 90 por cento é experiência e exploração. Estou a aprender muito com estas crianças”, confessa.

Concurso de pintura pretende consciencializar para autismo e doenças cognitivas INSERÇÃO SOCIAL Atrair a atenção do público para o potencial artístico dos portadores de deficiência ou que convivem com o espectro do autismo foi o motivo que levou a Caritas Macau e a Hong Kong Autism Awareness Alliance – em conjunto com várias organizações de reabilitação – a promover pela sexto ano consecutivo um concurso de pintura. Com o mote “In My Eyes”, a edição de 2017 recebeu mais 58 participações que a edição anterior, tornando “incrivelmente difícil escolher os vencedores entre 283 participações incríveis”, assinalou Paul Pun Chi Meng, secretário-geral da Cáritas Macau, citado em comunicado enviado aos jornais pela associação. Cheang Chi Wai viu a sua obra premiada na Categoria Aberta para Pessoas com Autismo e Wu Tong Jia venceu na Categoria de Estudante. Na Categoria Aberta para Pessoas com Deficiência Mental venceu Sam Weng Cheong e Chan Man Wai conquistou o mesmo prémio, ainda que na categoria reservada aos estudantes. Os vencedores do concurso de pintura foram anunciados no Dia Mundial da Consciencialização do Autismo, que se celebra por iniciativa da Organização das Nações Unidas a 2 de Abril. De entre as 283 participações foram distribuídos prémios até ao terceiro lugar e ainda cinco prémios de mérito para cada uma das quatro categorias. O secretário-geral da Caritas convida o público a ver pessoalmente aos trabalhos dos artistas que “com o uso de cores, linhas e várias técnicas (...) foram capazes de retratar o ambiente diário e os pequenos pormenores do dia-a-dia através do olhar de pessoas com autismo e deficiências mentais, como se estivessem a articular as suas próprias ideias e sentimentos aos espectadores”. As obras premiadas pelas competições “In My Eyes” e “Hong Kong Paiting Competition for People with Autism” encontramse em exposição no The Venetian até ao dia 16 do presente mês.


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CULTURA

TEMPLO DE KUN IAM SUJEITO A OBRAS, MAS MANTÉM-SE DE PORTAS ABERTAS Tiveram início no passado sábado as obras de reparação dos telhados dos pavilhões Tin Hao e Kuan Tai, no Templo de Kun Iam, antigamente designado de Pou Chai Sin Un. As obras, levadas a cabo pelo Instituto Cultural (IC), vão limitar o acesso às estruturas, mas não vão impedir o público de as visitar. Os restantes pavilhões e espaços do templo, incluindo os jardins e pátios, encontram-se a funcionar dentro da normalidade. As obras irão decorrer até ao último dia do mês.

As infinitas possibilidades do design gráfico, em exposição no IFT O design de livros e de cartazes dá o mote a uma exposição inaugurada na última sextafeira no Instituto de Formação Turística e que ali se apresenta até 30 de Junho. “Mais do que Apenas Texto” reúne 56 trabalhos desenvolvidos pelo docente Joaquim Cheong e pelos seus alunos. diz aos seus alunos: ‘Palavras não são palavras, mas imagens convertíveis; livros não são livros, mas espaços para comunicação entre as pessoas’. Ele inspira os alunos a não estarem limitados pela forma inata das palavras e para explorarem a sua criatividade para transformarem as palavras numa miríade de imagens para serem razoavelmente expostas em meios como livros e cartazes”, escreve o IFT. O instituição de ensino superior diz ainda esperar levar ao público, com esta exposição, algumas novas ideias sobre as palavras. Nos 56 trabalhos apresentados são

O Instituto de Formação Turística (IFT) apresenta, no seu Team Building e até 30 de Junho, a mostra “More Than Just Text [Mais Do Que Apenas Texto]” – Exposição de Layout de Livros e Obras de Design por Joaquim Cheong e os seus Alunos. Entre as 56 peças figuram posters e trabalhos de design desenvolvidos nos dois cursos que o docente dirige na instituição de ensino superior – nomeadamente de design de livros e de cartazes – onde são aplicadas diferentes teorias

são visíveis os diferentes efeitos que nesta disciplina se podem alcançar. A mostra cumpre o intuito de “promover o desenvolvimento da cultura local e das indústrias criativas” e visa “enriquecer a vida cultural dos cidadãos”, esclarece o IFT em nota enviada à imprensa. Na exposição são apresentados múltiplos cartazes e trabalhos de layout ou configuração de livros desenvolvidos por um professor da instituição, Joaquim Cheong, mas também pelos seus alunos. O público

como o professor e os estudantes transformam o elemento do design de textos em possibilidades infinitas”. As peças que agora alcançam dimensão expositiva resultam do trabalho desenvolvido em dois cursos que o Instituto de Formação Turística instituiu em 2012: as formações em “Books and Layout Design” e “Poster Designer Creation Series – Typography Poster Design” têm ambas Joaquim Cheong como docente. “Durante todo o tempo

e conceitos do design gráfico, e onde

é assim convidado a “apreciar

nas suas aulas o senhor Cheong

aplicados os conceitos e teorias ensinados nos dois cursos, “usando pontos, linhas, planos, textos e formas em design gráfico, e adoptando as técnicas do tamanho, peso, ritmo, contraste, equilíbrio e gradação para demonstrar os efeitos visuais do design de layout e de cartazes, exibindo totalmente o pensamento criativo dos estudantes”, acrescenta a instituição. O IFT diz ainda ter procurado, em anos recentes, a colaboração com artistas e designers através da organização de exposições “num esforço para promover a criação local e para fornecer uma plataforma para artistas locais e designers demonstrarem os seus feitos nas artes, e para integrar a arte na vida quotidiana dos residentes”.

PADRE CÉSAR BRIANZA RECORDADO PELO INSTITUTO INTERNACIONAL DE MACAU No próximo dia 17 de Abril o Instituto Internacional de Macau, em parceria com os Amigos do Oratório Salesiano e os Antigos Alunos do Colégio D. Bosco, vai realizar uma cerimónia de homenagem ao Padre César Brianza. O evento está marcado para as 15h00, no Auditório do Colégio, sendo que nesse dia se comemora igualmente o centésimo aniversário do nascimento do sacerdote. Além disso vai ser lançado um livro e vai haver um espaço para uma homenagem a Brianza por parte de antigos alunos e do grupo de Pequenos Cantores. A cerimónia vai contar igualmente com a presença do Padre

Francis Hung. A vida de César Brianza está intimamente ligada ao Colégio D. Bosco, onde em 1959 fundou um coral de Pequenos Cantores, que acabaria por dirigir durante cerca de 16 anos. O expoente máximo desta “aventura” terá sido a digressão que o grupo efectuou no Japão em Abril de 1974. A iniciativa acabaria por resultar na internacionalização do projecto. Formado em piano pelo Conservatório Nacional de Lisboa, o Padre César Brianza foi responsável pela formação coral de 378 rapazes, tendo dirigido os Pequenos Cantores de Macau em 602 actuações.

Pan Jin Ling e Pan Jing Xia expõem no Lou Lim Iec PINTURA Unidas pela carne e e pela arte. Mais do que o sangue que lhes corre nas veias, Pan Jin Ling e Pan Jin Xia partilham um mesmo fascínio pela arte e pela pintura, ainda que a forma como se expresse por uma individualidade muito vincada. Embora diferentes, as obras das irmãs encontram-se agora na exposição “Fluxo de Tons – Exposição de Pintura de Pan Jin Ling e Pan Jin Xia”. A mostra foi inaugurada na sexta-feira passada no Pavilhão Chun Chou Tong do Jardim Lou Lim Ioc, numa iniciativa com a chancela do Instituto Cultural. Uma visita à exposição permite um confronto os trabalhos contemporâneos de Pan Jin Ling e as paisagens criadas pela sua irmã mais velha, Pan Jin Xia. As irmãs, naturais de Macau, enveredaram em simultâneo pelo mundo da pintura, mas os seus caminhos divergiram no que toca tanto às técnicas utilizadas , como aos motivos escolhidos. A irmã mais nova combina técnicas ocidentais com a pincelada tradicional chinesa, procurando revelar a cada quadro a sua visão do mundo em que vive. Já Pan Jin Xia escolheu a aguarela como técnica de eleição para retratar paisagens e cenários de Macau de uma forma realista e expressionista, numa série de trabalhos que expressam a sensação de relaxamento que a artista diz recolher em Macau, partindo sempre de uma perspectiva feminina. A irmã mais nova “serve-se de uma paleta suave e reservada, suplementada por cores ricas e brilhantes”, descreve o IC em comunicado. Quanto às pinturas da série “Património Mundial de Macau”, de Pan Jin Ling, o instituto sublinha que “transmitem e combinam de forma genial o imaginário chinês e ocidental típicos de Macau, criando assim um contraste interessante”. A exposição conjunta pode ser visitada gratuitamente até 7 de Maio no Pavilhão Chun Chou Tong do Jardim Lou Lim Ioc todos os dias da semana entre as 9h e as 19h. As escolas e organizações interessadas em realizar uma visita guiada à exposição devem contactar o Instituto Cultural para o efeito, sendo que as visitas estão apenas disponíveis aos Sábados e Domingos entre as 15h e as 16h.


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REGIÃO Movimentos pródemocracia pedem à China libertação de activista taiwanês POLÍTICA Dirigentes de movimentos pródemocracia e contra o controlo chinês na vizinha Região Administrativa Especial de Hong Kong e Taiwan pediram este domingo a libertação do activista taiwanês Lee Mingcheh, detido na China há 15 dias por suspeitas de “actividades prejudiciais à segurança nacional”. A petição foi subscrita por Joshua Wong, rosto estudantil do movimento “Occupy” em 2014 em Hong Kong, e por Chen Wei-Ting, Lin Fei-Fan e Huang Kuo-Chang, principais líderes do movimento que resultou na ocupação do parlamento de Taiwan em Março de 2014, contra a aproximação económica à República Popular da China, no âmbito dos protestos que ficaram conhecidos como “Sunflower Movement” (“Movimento dos Girassóis”). “Hoje cumpre-se o limite de 15 dias para a detenção administrativa de suspeitos na República Popular da China e exigimos a liberdade de Lee”, disseram os activistas, que partilham uma visão participativa da democracia e a defesa da autonomia de Hong Kong e Taiwan em relação à China. Os quatro dirigentes também apelaram aos Estados Unidos, nas vésperas de um encontro entre o Presidente Donald Trump e o homólogo chinês, Xi Jinping, na Florida, para que “preste especial atenção a este caso”. No sábado, mais de 20 organizações governamentais de Taiwan advertiram a República Popular da China de que a detenção do activista taiwanês Lee Ming-cheh prejudica os laços bilaterais com a ilha e a imagem internacional de China, ao mesmo tempo que não “amedronta” os taiwaneses. Nove dias depois do desaparecimento, o Governo chinês confirmou esta semana que Lee estava detido e que estava a ser investigado como suspeito de ter colocado em perigo a segurança do Estado, um crime comummente utilizado pelas autoridades contra activistas ou dissidentes.

PAQUISTÃO: VINTE PESSOAS TORTURADAS E MORTAS NUM TEMPLO Vinte pessoas morreram no sábado num templo sufista no Paquistão, num ataque provocado por um alegado segurança do espaço religioso, revelou a polícia paquistanesa. De acordo com as autoridades, o vigilante e três alegados cúmplices foram detidos por terem assassinado vinte pessoas, com bastões e facas, num templo numa localidade próxima de Sargodha, na província de Punjab. O presumível autor, Abdul Waheed, de 50 anos e “mentalmente instável”, como referiram as autoridades, confessou o crime. As autoridades estão a investigar possíveis rivalidades sobre o controlo do templo. Além das vinte vítimas mortais, três pessoas ficaram feridas no ataque.

O lusodescendente que tocava saxofone com Bhumibol Embarcou aos 13 anos numa aventura que acabou por lhe moldar incontornavelmente a vida. Pathorn Srikaranonda de Sequeira tocou para o antigo rei tailandês quando era apenas uma criança e a estima que despertou no monarca tornou o jovem músico num protegido do rei. Pathorn, que tem raízes macaenses, descobriu pela mão de Bhumibol Adulyadej as suas raízes lusas. Pathorn Sequeira tinha 13 anos quando iniciou uma das mais importantes relações da sua vida: entrou para a banda do rei da Tailândia, com quem tocou saxofone, e foi Bhumibol Adulyadej quem insistiu que procurasse as raízes portuguesas. Quando o assunto é o monarca, que morreu em Outubro do ano passado, Pathorn Srikaranonda de Sequeira, de 44 anos, – músico, compositor, professor, fundador do conservatório de música da Rangsit University – não poupa palavras: “Sabia sempre o que dizer, o que fazer, como fazer. Não era apenas um rei para mim, mas como um segundo pai, o meu mentor, o meu professor, tudo”, diz em entrevista à Lusa. Se a relação que desenvolveram se distingue pela proximidade, o grau de devoção assemelha-se ao de muitos tailandeses, não fosse Bhumibol Adulyadej um dos homens mais adorados do país. Meses após a sua morte as ruas de Banguecoque continuam adornadas de decorações fúnebres e praticamente todas as instituições, públicas e privadas, exibem mensagens de pesar. Entre as características mais distintivas do monarca – que Sequeira descreve como “um homem da renascença, que tinha interesse em tudo” – está a música, em particular o jazz, estilo que veio a conhecer quando, em jovem, estudou na Suíça. O jazz “entrou na identidade tailandesa”, em grande parte devido à

Na família Sequeira, o jazz é de longa tradição: o avô já o tocava e o pai também, ao piano, na Au Saw Friday, durante quase 70 anos. “Quando tinha cerca de dez anos comecei a ir às sessões de música e vi que o rei tocava saxofone, gostava muito disso e disse ao meu pai que queria ser saxofonista”, recorda. O pai, Raymondo, ensinou e incentivou, até que, aos 13 anos, achou que o filho estava ‘no ponto’ e podia actuar perante o rei: “Toquei uma música de jazz chamada ‘Theme’, é uma espécie de música de ‘big band’. Começámos a tocar a parte do saxofone, havia cinco partes – dois altos, dois tenores e um barítono – e eu toquei o segundo alto, o rei o primeiro. Gravámos, e da segunda vez que tocámos, trocámos os papéis”. Pathorn, a única criança da banda, começou assim uma aventura pessoal e profissional que veio a definir a sua vida. Um ano depois de integrar a banda, o rei enviou-o para estudar música nos Estados Unidos e quando regressou deu-lhe a missão de aperfeiçoar as 49 composições reais. Hoje, o músico corre o mundo com a banda (de que fazem parte os seus alunos) com o objectivo de divulgar as peças do monarca. Apesar da grandeza com que é frequentemente descrito, o monarca era também dotado de sentido de humor, garante o músico, lembrando o programa de rádio nos anos 1950 em que a banda real aceitava ‘discos pedidos’: “As pessoas ligavam. O meu

influência de Bhumibol Adulyadej, que levava a sua banda, a Au Saw Friday, com pouco mais de dez pessoas, a tocar em eventos públicos e num programa semanal de rádio.

pai dizia que quando não conseguiam tocar [a música pedida], faziam outra coisa”, descreve, contando que era o rei quem frequentemente atendia o telefone, sem se identificar.

“Provavelmente dizia ‘Olá, fala o operador’. Era um homem muito engraçado”, aponta. A música continuou a ter um papel fundamental na vida do monarca, até durante os muitos anos em que esteve hospitalizado: “Quando entrou para o hospital há sete anos, esteve em coma durante cerca de um mês e não sabíamos o que fazer. Pensámos ‘Quando retomar consciência, talvez possamos usar a música como terapia’. Tentámos tocar para ele e começámos a envolve-lo, pedimos-lhe para tocar connosco. Foi milagroso, funcionou. Há quatro anos ele tinha recuperado”, lembra. Além de mentor da carreira musical, Bhumibol Adulyadej mostravase também interessado nas raízes portuguesas de Sequeira, que apesar de ciente da sua ‘portugalidade’ não tinha consigo documentos suficientes que traçassem o percurso da família e permitissem um pedido de passaporte. “Quando eu era jovem, na minha casa, o meu pai falava sempre disso, da nossa herança portuguesa. Entre os seus cinco irmãos todos têm nomes portugueses. Um traço importante é a religião (católica), já que mais ninguém aqui a professa. Essa é uma herança forte na família. Em casa usamos as palavras ‘parabéns’, ‘obrigado’, essas coisas. Mas não falamos (português). Mantemos uma árvore genealógica,

temos um brasão que pertencia ao meu trisavô, temos essa portugalidade”, descreve o músico, que visitou Portugal diversas vezes. Segundo Sequeira, o rei “falava várias vezes” sobre a herança portuguesa do ‘protegido’ e foi ele que o incentivou a procurar mais:“Disse-me que pediu à embaixada os documentos que conseguissem encontrar sobre a minha família. Foi o rei que os pediu. Depois recebemos uma espécie de árvore genealógica, que vai até ao trisavô”, conta. A procura de linhagem anterior levou Sequeira a Macau, de onde a sua família portuguesa partiu para a Tailândia. Apesar de o pai já ter nascido em Banguecoque, não foi registado como tailandês, por ser tido como estrangeiro. Os documentos encontrados na embaixada indicavam que o avô veio a Macau registar os filhos como portugueses. Em Macau, Sequeira procurou, e encontrou, um registo de baptismo que provasse que também o bisavô era português. A busca foi motivada pelo interesse em genealogia, mas também pela possibilidade de poder pedir, juntamente com o pai, um passaporte português. Ter o documento seria “especialmente importante” para o pai, com 89 anos: “Vai demorar algum tempo, mas é algo importante para ele, são as raízes dele, a sua identidade”, explica. Depois de 16 anos musicalmente dedicado ao rei, Sequeira coloca pela primeira vez a possibilidade de deixar a Tailândia: “Não queria ir para outro lado. Só depois de Outubro do ano passado, quando ele morreu, senti que tinha de seguir em frente”.

AUTORIDADES CHINESAS AUTORIZARAM SAÍDA DE ACADÉMICO QUE LECCIONA NA AUSTRÁLIA As autoridades da República Popular da China autorizaram a saída do país de Feng Chongyi, um académico chinês de uma universidade australiana que criticou o regime e ficou retido no Continente durante mais de uma semana. O académico, actualmente professor associado da Universidade Tecnológica de Sydney, chegou no domingo à Austrália depois de ter realizado um voo na noite de sábado, a partir de Cantão, no sul da China, segundo o portal em língua

chinesa Boxun, que cobre notícias políticas e relacionadas com abusos de direitos humanos no país asiático. As autoridades chinesas impediram Feng de sair do país quando o académico tentava embarcar num voo para a Austrália no fim de semana passado, disse à Efe o advogado de defesa, Chen Jinxue. Feng estava desde então a ser interrogado pela polícia, informou o advogado. O académico, de origem chinesa e com

residência na Austrália, é especialista em assuntos políticos no desenvolvimento da democracia na China, e mostrou-se crítico no passado em relação ao Presidente Xi Jinping, ao considerar que as suas políticas contribuíram para um retrocesso em matéria de direitos humanos. O Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês tinha dito apenas que Feng estava retido no país por motivos relacionados com a “segurança nacional”, sem dar mais detalhes.


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FÓRMULA E: FÉLIX DA COSTA SEM SORTE NO MÉXICO O português António Félix da Costa (Andretti), que venceu em Novembro a edição inaugural da Taça do Mundo de Fórmula 3, no Circuito da Guia, desistiu no sábado do Grande Prémio do México, quarta prova do Mundial de Fórmula E, ganha pelo brasileiro Lucas de Grassi. O português, que tinha recuperado várias posições, acabou por abandonar a 12 voltas do final, aparentemente devido a problemas mecânicos no seu monolugar. Lucas di Grassi (Audi Sport) venceu a prova, com 1,966 segundos de avanço sobre o francês Jean Eric Vergne (Techeetah) e 5,480 sobre o britânico Sam Bird (Virgin Racing). No Mundial, Félix da Costa caiu para a 12.ª posição, com 10 pontos, com o suíço Sébastien Buemi (Renault E.dams) a manter a liderança, com 76 pontos, mais cinco do que Di Grassi e 30 do que o francês Nicolas Prost (Renault E.dams). A quinta etapa do Mundial de Fórmula E disputa-se a 13 de Maio, no Mónaco.

DESPORTO

Portugal: Campeonato até ao fim Sport Lisboa e Benfica e Futebol Clube do Porto empataram a um golo no Estádio da Luz e mantiveram a curta distância que os separa no topo da tabela da I Liga portuguesa de futebol. Jonas marcou aos sete minutos para o Benfica e Maxi Pereira repôs a igualdade para o FC Porto aos quatro minutos do segundo tempo. Benfica e FC Porto deram no sábado (madrugada de domingo em Macau) mais uma prova do equilíbrio registado entre ambos na I Liga portuguesa de futebol e mantiveram a curta distância de um ponto, ao empatarem 1-1, no clássico da 27.ª jornada. Jonas colocou os tricampeões em vantagem logo aos sete minutos, na conversão de uma grande penalidade, mas Maxi Pereira, aos 49, fez uma ‘desfeita’ à sua antiga equipa e igualou as contas do jogo ‘grande’ da ronda. As duas equipas continuam, assim, separadas por um único ponto, com vantagem para o Benfica, e fecham a oitava jornada consecutiva separadas por esta margem, que se iniciou à 19.ª jornada, quando as ‘águias’ perderam em Setúbal. Desta forma, Rui Vitória continua sem vencer o FC Porto desde que iniciou a carreira de treinador, tal como Nuno Espírito Santo se mantém em ‘branco’ perante o Benfica. Por outro lado, o Benfica somou a terceira época seguida sem bater o rival portista na Luz, em jogos do campeonato, num registo que se limita a apenas dois triunfos (2009/10 e 2013/14) nos últimos 11 clássicos, contra quatro dos ‘dragões’ e cinco igualdades. Rui Vitória reservou uma ‘surpresa’ para o clássico, lançando Rafa no ‘onze’ titular, para o lugar do sérvio Zivkovic, tendo sido esta a única alteração relativamente à equipa que defrontou o Paços de Ferreira, na ronda anterior. Já do lado dos portistas, Nuno Espírito Santo operou duas mexidas no conjunto que iniciou a partida com o Vitória de Setúbal, há 15 dias,

relegando André Silva para o banco de suplentes e devolvendo a titularidade a Maxi Pereira e André André. Os ‘encarnados’ entraram a todo o ‘gás’, remetendo o adversário para o seu terço defensivo e seria precisamente numa dessas incursões ofensivas que Salvio ultrapassou um adversário e deixou Jonas em posição de inaugurar o marcador, não fosse o derrube de Felipe dentro da área, que foi sancionado pelo árbitro Carlos Xistra. Chamado à conversão da grande penalidade, Jonas venceu o duelo com Casillas e colocou os tricampeões em vantagem, anotando, desta forma, o seu primeiro tento aos ‘azuis e brancos’ desde que enverga a camisola das ‘águias’. O clássico decorria sob enorme tensão, não só no relvado, mas também nas bancadas, onde se registaram algumas ‘picardias’ entre adeptos do Benfica e alguns adeptos isolados do FC Porto que se encontravam espalhados pelo Estádio da Luz, onde marcaram presença mais de 64.000

espetadores. Aos poucos, o arranque ‘fulgurante’ dos ‘encarnados’ foi-se desvanecendo e o FC Porto passou a tomar conta do jogo, dos ritmos e do tempo, como, aliás, tanto gosta de fazer, ainda que as muitas paragens que se iam registando, com muitas faltas assinaladas – 15 no primeiro tempo – tenham retirado qualidade ao encontro. Óliver, um dos melhores em campo, e Brahimi tentaram alvejar a baliza à guarda de Ederson, mas sem perigo de maior para o guardião brasileiro, que, pouco depois, teve se aplicar para rebater um livre cobrado pelo argelino. Nesta altura, o Benfica já revelava enormes dificuldades para sair de forma criteriosa perante a oposição dos jogadores portistas - quase sempre em superioridade nas zonas de pressão - sendo que a excepção eram algumas incursões individuais de Salvio e Rafa, que tentavam levar a equipa para a frente, quase sempre sem a definição correcta.

VILLAS BOAS PERDEU OS PRIMEIROS PONTOS. SCOLARI É O CULPADO O Shangai SIPG, orientado pelo português André Villas-Boas, sofreu no sábado a primeira derrota da época, ao perder por 3-2 no terreno do Guangzhou Evergrande, hexacampeão, em jogo da terceira jornada da Superliga chinesa de futebol. A equipa de André Villas-Boas chegou o intervalo a perder por 2-0 depois de Yu Hanchao e Alan terem marcado, aos 11 e 24 minutos, respectivamente, para o Guangzhou, orientado pelo brasileiro Luiz Felipe Scolari, antigo selecionador de Portugal. Os brasileiros Elkeson (52) e Hulk (69) repuseram a igualdade para a formação visitante, tendo Ricardo Goulart, na conversão de uma grande penalidade, aos 80 minutos, garantido a vitória

da equipa da casa. A derrota colocou fim a uma série de seis triunfos consecutivos do Shangai SIPG para a Superliga e Liga dos Campeões da Ásia, e afastou a equipa de André Villas-Boas da liderança da competição, ocupada agora pelo Guangzhou R&F, que no fimde-semana se impôs ao Yanbian, por 1-0. O Guangzhou Evergrande e o Shangai SIPG seguem na terceira e quarta posição, respectivamente, ambos com seis pontos, os mesmo que o Shandong Luneng, segundo, que no domingo visita o Changchun Yatai.

Ainda assim, o conjunto da Luz dispôs de soberana ocasião para aumentar a vantagem em cima do intervalo, quando Luisão bateu a concorrência nas alturas, mas cabeceou ligeiramente ao lado. Tantas vezes bom ‘conselheiro’ para as equipas, o descanso acabou por ser deveras benéfico para o FC Porto, que entrou na etapa complementar de forma incisiva e chegou ao empate num lance de insistência dentro da área benfiquista, com a bola a sobrar para Maxi Pereira, que conseguiu ultrapassar as muitas ‘camisolas’ encarnadas que tentavam proteger a baliza de Ederson. O ‘balde de água fria’ que se abateu sobre os adeptos benfiquistas só não teve consequências maiores à passagem da hora de jogo porque o guardião brasileiro mostrou o porquê de ser um dos melhores da Europa, ao sair de forma corajosa aos pés de Soares, que seguia isolado para a reviravolta. Apesar do muito ‘coração’, mas quase sempre com acções em esforço, o Benfica foi tentando aproximar-se de nova vantagem, mas passou a deparar-se com um inspirado Casillas, que esteve apostado em repetir a exibição do clássico da época passada, também na Luz. Depois de já ter afastado um livre de Jonas, o espanhol efectuou a defesa da noite e evitou o ‘bis’ do avançado benfiquista, que se preparava para dar a melhor sequência a uma combinação entre Nélson Semedo, Mitroglou e Salvio, naquela que foi a melhor jogada dos ‘encarnados’ no segundo tempo. O antigo guarda-redes do Real Madrid voltaria a estar em destaque a 20 minutos do final, ao anular novamente as intenções aos avançados ‘encarnados’, primeiro defendendo um remate à ‘queima’ de Mitroglou e, depois, evitando a recarga de Jonas. Nuno Espírito Santo procurou refrescar o ataque, na tentativa de aproveitar o balanceamento ofensivo do Benfica, enquanto Rui Vitória, que tinha lançado Cervi, foi protelando as duas últimas alterações, mas a aposta tardia em Carrillo não trouxe dividendos aos tricampeões, que ainda tentaram acercar-se da área ‘azul e branca’, mas sem qualquer sucesso.

Casa de Portugal goleia Chong Wa por 8-2 com póquer de Mostapha TAÇA DO PRESIDENTE O onze da Casa de Portugal venceu ontem o Chong Wa por 8-2, no Estádio da Universidade de Ciência e Tecnologia, e Mostapha foi o herói da partida ao apontar quatro golos. Os outros golos da formação orientada por Pelé foram apontados por Alejandro Velasco, que bisou, por Nicolas Friedamnn e por Fifa McArthur. O jogo não se afigurava fácil para a formação de matriz portuguesa, que em Fevereiro, em partida a contar para a 2.ª Divisão, tinha perdido por 2-1 diante deste mesmo adversário. Ontem, a história foi, no entanto, completamente diferente. Uma entrada forte permitiu à Casa de Portugal alcançar muito cedo uma vantagem de 2-0. O Chong Wa reduziu depois para 2-1 e nessa altura o jogo esteve um pouco mais renhido. Só que depois a formação de matriz portuguesa chegou ao 4-1 e o desafio ficou mais fácil, apesar do Chong Wa ainda ter feito o 4-2. “Foi um resultado avultado demais mas estávamos à espera de ganhar porque estamos mais fortes nesta fase do calendário... Só que não esperávamos que fosse por este resultado”, admitiu Nelson Azevedo, capitão da Casa de Portugal ao PONTO FINAL. “Foi um pouco um jogo de sentido único. Obviamente que depois de termos sofrido o 2-1 as coisas ficaram mais complicadas. Mas eles não tiveram grandes hipótese de golo e nós dilatámos a vantagem”, frisou. Nelson Azevedo admitiu também que o objectivo da Casa de Portugal para a competição passa por vencer a Taça Presidente, uma vez que só participam equipas das divisões inferiores. Sobre os principiais adversário, o capitão apontou o T.K.K.L. – com quem a equipa orientada por Pelé vai jogar na próxima ronda – o HS e a formação do Consulado. No outro jogo ontem realizado, o Papatudo bateu o Lun Lok por 1-0. Já no Sábado o Tim Iec bateu o Ieong Heng pela margem mínima, o mesmo resultado com o qual o Atlético eliminou o Cheac Lun da competição. Em relação à equipa do Consulado de Portugal, a formação capitaneada por Vítor Sereno entra em acção na quinta-feira diante do Hong Nam, às 20h30 no Estádio da Universidade de Ciência e Tecnologia.


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ÓCIO W W W. M A R I A H E L E N A . P T

ESPECTÁCULO E EXPOSIÇÃO “SEEDS IN SPRING” ATÉ ABRIL ARMAZÉM DO BOI

“Seeds in Spring” é uma série de exposições e espectáculos promovida pela associação cultural Armazém do Boi que tem feito confluir no território, desde os primeiros dias deste mês, vários artistas locais e de outras partes do globo. Março será marcado por exposições das artistas plásticas locais Lei Cheok Mei e Yoyo Wong, pela dança de Candice Lou e Oscar Cheong no espectáculo “Body Practicers: Dancers in Residence” e por um workshop do multifacetado artista português Gil Mac.

AGENDA CULTURAL MACAU

CARNEIRO Carta do Dia: Cavaleiro de Ouros, que significa Pessoa Útil, Maturidade. Amor: A vida familiar está recheada de momentos de partilha. Saúde: Faça meditação. Esta prática alivia o stress e promove a paz interior. Dinheiro: Possíveis mudanças que envolvem mais responsabilidade. Força! TOURO Carta do Dia: O Imperador, que significa Concretização. Amor: Na vida não há impossíveis. Lute por aquilo que mais deseja. Saúde: Coma frutos do mar. Ricos em zinco e selénio. São bons para o cérebro e coração. Dinheiro: Terá oportunidade de concretizar um sonho a nível profissional.

BALANÇA Carta do Dia: Ás de Ouros, que significa Harmonia e Prosperidade. Amor: Procure cultivar a harmonia e o romantismo na sua relação. Saúde: Pode sentir-se cansada. Ganhe energia com banana e espinafres. Dinheiro: No trabalho deve ser firme, justa e imparcial. Crie uma carreira próspera. ESCORPIÃO Carta do Dia: 10 de Espadas, que significa Dor, Depressão, Escuridão. Amor: Período marcado pela depressão. Distraia-se com a sua cara-metade. Não se renda! Saúde: Dê mais atenção aos ouvidos. Evite sair para o frio logo após o banho. Dinheiro: É importante que seja cuidadosa nas atitudes.

GÉMEOS Carta do Dia: O Mágico, que significa Habilidade. Amor: Faça novos planos com o seu amor. Torne a relação mais séria. Saúde: Alivie a tensão muscular tomando um banho quente. Dinheiro: Com habilidade convencerá o seu chefe a dar-lhe novas tarefas.

SAGITÁRIO Carta do Dia: 9 de Ouros, que significa Prudência. Amor: Pode sentir-se mais insegura. Diga ao seu par o que lhe vai na alma. Saúde: É possível que se sinta mais tensa. Se puder faça uma massagem. Dinheiro: Seja prudente nos comentários que faz aos colegas. Não coloque a carreira em risco.

CARANGUEJO Carta do Dia: O Carro, que significa Sucesso. Amor: O seu par pode fazerlhe uma surpresa. Deixe-se conquistar. Saúde: Cuidado com os fritos. A sua vesícula pode ressentir-se. Dinheiro: Está em maré de sorte. Aproveite para fazer um negócio.

CAPRICÓRNIO Carta do Dia: 2 de Espadas, que significa Afeição, Falsidade. Amor: Aja com prudência. O amor exige trabalho e empenho. Saúde: Seja optimista. A vida leva-se melhor assim. Dinheiro: Esforce-se por cumprir as tarefas que lhe destinaram.

LEÃO Carta do Dia: 6 de Espadas, que significa Viagem Inesperada. Amor: Seja mais atenciosa com as pessoas que ama. Saúde: Faça natação para eliminar dores nas costas. Dinheiro: Momento favorável para colocar em marcha um projecto. Poderá ter de fazer uma viagem.

AQUÁRIO Carta do Dia: Rainha de Copas, que significa Amiga Sincera. Amor: Dedique mais tempo à família. Faça programas divertidos. Saúde: Tendência para dores de cabeça. Vigie a tensão arterial. Dinheiro: Corte nas despesas. No poupar está o ganho.

VIRGEM Carta do Dia: 6 de Ouros, que significa Generosidade. Amor: Um amigo pode precisar de apoio. Seja generosa. Saúde: É essencial que descontraia. Faça um passeio ao ar livre. Dinheiro: Fase de muito trabalho. O seu empenho será recompensado.

PEIXES Carta do Dia: 10 de Copas, que significa Felicidade. Amor: É possível que se cruze com a pessoa que idealizou para si. Esteja atenta! Saúde: Se anda com vontade de comer doces opte pela gelatina. Dinheiro: Poderá ter uma alegria no trabalho. Merece tudo de bom.

ESPECTÁCULO “A AVENTURA DE DÓRÉMI” DIA 3 DE JUNHO A Orquestra de Macau vai celebrar o Dia Mundial da Criança com um espectáculo pensado para agradar aos mais novos. À música do organismo liderado por Lu Jia junta-se o teatro da Associação das Artes Pequena Montanha, num espectáculo que combina história original e música clássica. O conceito que o grupo desenvolve passa por incentivar a criatividade e a reflexão, expondo as crianças à diversidade das artes cénicas. Entre as obras dramáticas para crianças trabalhadas pela Associação das Artes Pequena Montanha incluem-se peças como “Os Músicos de Bremen – Teatro Musical para Crianças”, “Uma Estrela na Galáxia” ou “The Happy Prince and The Little Match Girl.” EXPOSIÇÃO “28+28 | 28 ARTISTAS + 28 OBRAS EM FEMININO” ATÉ 16 DE ABRIL ALBERGUE SCM Vinte e oito trabalhos artísticos da autoria de 28 mulheres vão preencher as paredes da galeria do Albergue SCM para assinalar o Dia Internacional da Mulher. Entre as 28 obras, a pintura é a linguagem mais frequente, com temas e estilos diversos. A exposição “28+28 | 28 artistas + 28 obras em feminino” assenta na sinergia entre culturas de lugares onde se fala a língua portuguesa, como Macau, Portugal, Moçambique, Brasil, Angola ou São Tomé e Príncipe. EXPOSIÇÃO “OUR SPIRITUAL HOME II – INSTALATION BY YEN-HUA LEE” DE 2 DE ABRIL A 7 DE MAIO ARMAZÉM DO BOI Yen-Hua Lee explora os conceitos de tempo, espaço e memória através de um trabalho de instalação. A artista, oriunda de Taiwan, vai também conduzir um workshop sobre encadernação de livros e uma sessão de partilha sobre a sua experiência enquanto artista no âmbito de uma residência. Lee estará no Armazém do Boi no âmbito do programa Artist-in-Residence 2017. ESPECTÁCULO “GUNS AND FLOWERS – EXPERIMENTAL THEATRE WORK” DIAS 21 E 22 DE ABRIL ARMAZÉM DO BOI “Guns and Flowers – Experimental Theatre Work” é um projecto dramatúrgico desenvolvido pelo Armazém do Boi que tem como ponto de partida o papel e o lugar da mulher em períodos de conflitos. O espectáculo cruza os conceitos de guerra e género através da mistura interdisciplinar de teatro, música e movimento. ARTE NO GELO “A AVENTURA NO GELO DO PANDA DO KUNG FU COM AS ESTRELAS DO UNIVERSO DREAMWORKS” DESDE 16 DE MARÇO COTAI EXPO, VENETIAN O certame que une a fantasia e o gelo regressa a Macau para gáudio dos mais novos. A “Aventura no Gelo do Panda do Kung Fu com as Estrelas do Universo DreamWorks” é considerado, na Ásia, o maior evento anual do género na Ásia: personagens de desenhos infantis são esculpidas detalhadamente em blocos de gelo, animadas por luzes e efeitos sonoros. O espectáculo deste ano traz novas personagens de filmes de animação da DreamWorks como “O Panda do Kung Fu”, “Madagáscar”, “Shrek” ou a série “How to Train Your Dragon”. EXPOSIÇÃO “VIAGEM SEM TÍTULO” ATÉ 14 DE MAIO MUSEU DE ARTE DE MACAU Lin Ge viajou até aos lugares da sua infância e pintou cenários que – teme - já desapareceram ou estão prestes a desaparecer. Nascido em Macau, o artista contraria, nas suas ilustrações, o desenvolvimento sem freio que se apoderou da cidade, destacando nas três dezenas de obras que compõem a mostra “Viagem Sem Título” a transformação da zona Norte de Macau. Lin Ge teima em guardar na memória as imagens de uma cidade que tanto desperta estranheza, como familiaridade, mas usa também o cartão postal para registar a viagem de revisitação na qual embarcou para criar o seu último projecto artístico.

ESPECTÁCULO “ARROZ” 15 DE ABRIL CENTRO CULTURAL DE MACAU “Arroz” é um espectáculo de dança contemporânea acompanhada da combinação de sons etéreos transversais às canções tradicionais Hakka e às composições clássicas de Camille Saint-Saens e Richard Strauss. O cenário – que exibe projecções centradas na cultura do arroz – rodeia o grupo de bailarinos que fundem a coreografia de dança contemporânea e as artes marciais. O espectáculo foi concebido pela companhia de dança-teatro Cloud Gate, de Taiwan, e pensado pelo seu fundador Lin Hwai-min. EXPOSIÇÃO “AMOR POR MACAU, FOTOGRAFIAS DE LEE KUNG KIM” ATÉ 9 DE JULHO MUSEU DE ARTE DE MACAU “Amor por Macau – Fotografias de Lee Kung Kim” é uma exposição de fotografia documental co-organizada pelo Museu de Arte de Macau (MAM) e pela Associação de Fotógrafos a Preto e Branco de Macau e que reúne 150 imagens do autor falecido em 2015. Os trabalhos fotográficos de Lee, que começou a fotografar nos anos 50 e fez carreira em Macau, foram doados para integrarem a colecção permanente do MAM. EXPOSIÇÃO “AD LIB – OBRAS RECENTES DE KONSTANTIN BESSMERTNY” ATÉ 28 DE MAIO MUSEU DE ARTE DE MACAU A mais recente exposição do artista russo inclui 34 peças, quase todas em grande escala, concebidas em anos recentes. Pintura, escultura, instalação e técnica mista são os meios de expressão do pintor numa mostra que toca temas como a cultura Pop, o planeta Terra, o aquecimento global ou a dicotomia Oriente/Ocidente. EXPOSIÇÃO “AS TELECOMUNICAÇÕES AO LONGO DO TEMPO” ATÉ 7 DE ABRIL GALERIA DE ESTAÇÃO POSTAL DO CARMO Os visitantes vão poder explorar, nesta exposição, o desenvolvimento dos métodos e equipamentos de comunicação de maior impacto na vida dos residentes de Macau ao longo das últimas cinco décadas. “A Loja da Nossa Infância”, “Lar no Passado” ou “Super Modelos de Telefone” são algumas das áreas em que se encontra dividida a mostra, despertando memórias visuais e sonoras. EXPOSIÇÃO “99999 BY IEONG MAN PAN” ATÉ 29 DE ABRIL CREATIVE MACAU Ieong Man Pan, um artista jovem que nasceu e cresceu em Macau, vai expor os seus mais recentes trabalhos na Creative Macau. A exposição intitulase “99999 by Ieong Man Pan” e tem a fotografia conceptual como meio de expressão, apresentando uma perspectiva abstraccionista dos objectos. O fotógrafo já mostrou os seus trabalhos em lugares como o Regency Art Hotel e na exposição anual do Salão de Outono, na Fundação Oriente.


ÓCIO | 15

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KONG: SKULL ISLAND

programação

Um filme de Jordan Vogt-Roberts

CANAL MACAU

13:00 13:30 14:50 15:30 17:10 17:50 18:40 19:40 20:30 21:00 22:10 23:00 23:30 00:05 00:40

TDM News (Repetição) Telejornal RTPi (Diferido) RTPi Directo Liga Nos: Arouca - Sporting (Repetição) Mentes Criminosas Sr.9 Geração Brasil (Repetição) Contraponto (Repetição) Os Nossos Dias Sr.1 Telejornal TDM Desporto Geração Brasil TDM News Magazine Liga dos Campeões Telejornal (Repetição) RTPi Directo

TDM CANAL DESPORTO

CINETEATRO Power Rangers Um filme de Dean Israelite 14h30, 16h45, 19h15, 21h30 Ghost in the Shell Um filme de Rupert Sanders 14h30, 16h30, 19h30, 21h30 In this Corner of the World Um filme de Sunao Katabuchi 14h15, 19h15 Sword Art Online The Movie: Ordinal Scale Um filme de Tomohiko Ito 16h45, 21h45

11:59 12:00 13:45 14:25 16:50 17:10 18:00 20:00 20:55 21:00 22:00 22:30 23:00 23:10 01:00 01:30

TORRE DE MACAU Ghost in the Shell Um filme de Rupert Sanders 14h30, 16h30, 19h30, 21h30

Ghost in the Shell Um filme de Rupert Sanders 12h30, 13h, 14h20, 15h, 17h10, 19h, 19h20, 21h25, 21h30, 23h30, 23h35, 0h15

UA GALAXY CINEMAS

Beauty and the Beast Um filme de Bill Condon 12h45, 13h45, 14h30, 16h30, 17h, 18h50, 19h25, 20h, 21h15, 21h50, 23h, 23h45, 0h35

Logan Um filme de James Mangold 16h15, 17h25 Mad World Um filme de Wong Chun 14h, 16h50, 20h20 Kong: Skull Island Um filme de Jordan Vogt-Roberts 15h10, 18h45

Power Rangers Um filme de Dean Israelite 12h10, 14h25, 16h05, 20h30, 21h35, 23h, 23h55 Life Um filme de Daniel Espinosa 14h, 16h, 18h30, 22h20 In This Corner of the World Um filme de Sunao Katabuchi 16h45, 19h10 The Wasted Time Um filme de Er Cheng 14h30, 18h, 22h15, 0h20

Open EFL 2016/2017: Nottingham Forest vs Derby County (Repetição) Global Sports FINA World Cup Swimming - Hong Kong 2016 Sports Medical Golfing World - Weekly Golf Magizing Show EFL 2016/2017: Brentford vs Bristol City (Repetição) Chinese Super League 2017 : Guangzhou Evergrande Taobao vs Shanghai SIPG (Repetição) Sport News Chinese Super League 2017 : Guangzhou Evergrande Taobao vs Shanghai SIPG (Repetição) EFL 2016/2017 Highlights Sports Equipment Sport News Chinese Super League 2017 : Beijing Guoan vs Shanghai Greenland Shenhua (Repetição) UEFA Champions League 2016/2017 Magazine Programme Close

TDM CANAL HD 06:29 06:30 07:00 08:00 09:00 09:30 09:50 10:30 12:00 12:30 13:00 13:25 13:30 14:00 15:00 16:00 16:30 17:00 17:30 18:00 19:00 20:00 21:30 22:05 22:30 23:30 00:30 01:00

Open DSEJ Information TDM Morning News Good Morning Macau Vegetarianism Our People, Our Life Singing China Our Blissful Game Repeat of Good Morning Macau Talk Café Our People, Our Life TDM Focus Noon News China Legal Law and Cases Repeat of Good Morning Macau Vegetarianism Back to the Wild Our People, Our Life The Harsh Days of Daqing Happy Legend of Wai Ying Hung Our Blissful Game Singing China Our People, Our Life Secret Door iWalker Our People, Our Life Close

LEITURAS O ÚLTIMO COMBOIO PARA A ZONA VERDE Paul Theroux Uma viagem que se inicia na Cidade do Cabo e que Theroux, passando por Angola, queria que acabasse no Norte de África. Porém, após visitar Angola, o incansável viajante decide interromper o seu caminho ascendente. As experiências-limite por que passou, a deceção com a decadência, a colonização pelo materialismo ocidental, a omnipresença da corrupção e a perda da comunhão dos povos com a natureza terão feito desta a última viagem de Theroux ao Continente Negro. Angola sai maltratada deste livro, assim como muitas figuras de proa de organizações humanitárias que operam em África. «Um livro inquietante que recusa qualquer tipo de compromisso», segundo o The Guardian.

A IMPERATRIZ VIÚVA , CIXI A CONCUBINA QUE MUDOU A CHINA Jung Chang Durante uma seleção para consortes reais levada a cabo em todo o reino, Cixi foi escolhida com dezasseis anos para ser uma das inúmeras concubinas do imperador. Ascendendo de uma das mais baixas categorias de concubinato, após a morte do imperador, Cixi tomou o trono aos regentes que haviam sido nomeados por ele, chamando a si a governação da China. Cixi reinou através de tempos historicamente conturbados e de grandes crises internas e externas, e transformou profundamente o país. «A história extraordinária de Cixi tem todos os elementos de um conto de fadas: é bizarra, sinistra, triunfante e terrível», escreve o The Economist.


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ÚLTIMA

INDONÉSIA: DESLIZAMENTOS FIZERAM DOIS MORTOS E 26 DESAPARECIDOS

Pelo menos duas pessoas morreram e 26 outras estão desaparecidas devido a um deslizamento de terras, provocado por chuvas, numa aldeia da ilha de Java, no este da Indonésia, segundo a agência local Antara. Centenas de pessoas tiveram de ser retiradas devido ao deslizamento ocorrido no sábado, na província de Java Oriental, informou a Agência Nacional para a Gestão de Desastres. Por seu lado, Saifullah Yusuf, vice-governador da província Oriental, afirmou que os trabalhos de resgate estão atrasados devido à grande quantidade de escombros acumulados. As equipas de emergência continuam desde sábado a procurar vítimas com maquinaria pesada nos locais onde se acredita continuarem pessoas soterradas na aldeia de Banaran, no distrito de Pulung.

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PONTO FATAL

RODRIGO DE MATOS

ADDAMO VENCE POKERSTARS MACAU E LEVA 1,5 MILHÕES PARA CASA

PUBLICADO NO EXPRESSO | PONTO FINAL

O australiano Michael Addamo venceu, no sábado, a ronda de Macau do PokerStars Championship, torneio com um preço de entrada de 82 mil dólares de Hong Kong. A vitória de Addamo ficou selada depois dos três finalistas terem chegado a um acordo sobre a classificação final do top três. Michael Addamo arrecadou assim um total de 1,5 milhões de dólares de Hong Kong, Nick Petrangelo, americano que ficou na segunda posição, arrecadou 1,4 milhões de dólares e o russo Roman Korenev levou para casa 1,2 milhões de dólares de Hong Kong. O terceiro dia de competição, no qual apenas jogaram os últimos 10 finalistas, começou à uma da tarde, e foi dado por terminado quando o relógio indicava as cinco da tarde. O facto dos vencedores terem conseguido chegar a um acordo sobre o desenrolar do torneio – o que é totalmente legal à luz dos regulamentos do póquer – acelerou o desenrolar da competição. No total, foram 94 os jogadores que disputaram uma competição que tinha um preço de entrada de 82 mil dólares de Hong Kong. Destes foram 13 os que levaram prémios monetários para casa. A ronda de Macau do PokerStars Championship vai continuar a desenrolar-se no empreendimento City of Dreams até ao dia 9 de Abril.

Comércio externo: Volume de transacções subiu 2,8 por cento até Fevereiro O défice da balança comercial do território cifrou-se 9,81 mil milhões de patacas no final do mês de Fevereiro. Nos dois primeiros meses do ano, o território exportou produtos no valor de 1,88 mil milhões de patacas, montante 11,2 por cento superior ao registado em igual período de 2016. O comércio externo de Macau subiu 2,8 por cento em termos anuais homólogos até Fevereiro, alcançando 13,56 mil milhões de patacas, indicam dados oficiais divulgados na sexta-feira passada. Em 2016, os valores do comércio externo de Macau registaram, pelo segundo ano consecutivo, uma queda, e em Janeiro passado a tendência de diminuição manteve-se. Segundo a Direção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC), nos primeiros dois meses de 2017, Macau exportou produtos no valor de 1,88 mil milhões de patacas – mais 11,2 por cento em

termos anuais homólogos – e importou bens avaliados em 11,69 mil milhões de patacas, ou seja, mais 1,6 por cento do que em igual período de 2016. Nos dois primeiros meses deste ano, o défice da balança comercial atingiu 9,81 mil milhões de patacas, traduzindo um desagravamento ligeiro (0,1 por cento) comparativamente a igual período do ano passado. Em termos de mercados, as exportações para a China diminuíram 1,8 por cento em termos anuais homólogos, para 234 milhões de patacas. Em contrapartida, as vendas de mercadorias de Macau para Hong Kong, no valor de

1,25 mil milhões de patacas, subiram 20,2 por cento. As exportações para os Estados Unidos (32 milhões de patacas) e para a União Europeia (31 milhões de patacas) aumentaram, respe-

tivamente, 58,7 por cento e 6,5 por cento, em termos anuais homólogos. A mesma tendência verificou-se nas vendas aos países de língua portuguesa que aumentaram 25,6 por cento

para 200 mil patacas nos primeiros dois meses do ano em termos anuais homólogos, indica a DSEC. Em termos de mercadorias, o valor exportado de joalharia com diamantes aumentou 82,6 por cento para 264 milhões de patacas, enquanto as vendas de máquinas, aparelhos e componentes diminuíram 55 por cento para 66 milhões de patacas. Já do lado das importações, Macau comprou à China produtos no valor de 3,95 mil milhões de patacas. O montante representa 7,9 por cento em relação aos primeiros dois meses do ano passado. Em sentido inverso, as com-

pras à União Europeia aumentaram 10 por cento. O mesmo sucedeu relativamente ao valor importado de mercadorias dos países de língua portuguesa, que cresceu 12,9 por cento para 103 milhões de patacas face ao período homólogo do ano passado. Só no mês de fevereiro, Macau exportou produtos avaliados em 904 milhões de patacas – mais 27,2 por cento face a Fevereiro de 2016 – e importou mercadorias no valor de 5,18 mil milhões de patacas, ou mais 9,1 por cento. O défice comercial do segundo mês do ano foi de 4,28 mil milhões de patacas, de acordo com a DSEC.


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