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Demétrio Cos
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A integração lavoura-pecuária, que tanto vem ajudando pecuaristas a intensificar a atividade e agricultores a obter uma terceira safra com a engorda de animais, já pode contar com novas opções para vencer uma de suas limitações, a falta de um centro para a lida com o gado. Pela própria característica de rodízio na utilização das áreas, ora como pastos, ora como cultura de grãos, quem faz integração precisa de alternativa para o tradicional curral fixo nos trabalhos de identificação, controle de peso, aplicação de medicamentos ou protocolos de reprodução. Até aqui, além de soluções improvisadas, só uma empresa fornecia currais desmontáveis. A terceira edição do Especial Instalações e Equipamentos, que integra a edição de maio da DBO, apresenta duas novidades que acabam de ser apresentadas na Agrishow, em Ribeirão Preto, SP, e na ExpoGrande, em Campo Grande, MS: os currais sobre rodas, que só dependem de poucos complementos para servir como centro de manejo dos animais onde quer que eles estejam agrupados. Na reporta-
Panorama
Adesão de apenas 25% das fazendas força prorrogação do CAR
Colunistas
Rogério Goulart – Não é hora de encher a fazenda Coluna do Scot – Recria para confinar é mais vantajosa Enrico Ortolani – Meteorismo, quando a pança estufa. Augusto Ribeiro – Cartórios complicam a Lei de Registros
48 62 66
Conjuntura
Arroba continua subindo, mas em ritmo mais mais lento Reposição: confinadores sustentam firmeza dos preços.
Negócios
Crescem participação e receita dos produtores no Show da Carcaça
Confinamento
No encontro da Scot Consultoria, otimismo. Assocon distribui planilha de simulação de rentabilidade
Seções
6 Portal 8 Do Leitor
4 DBO maio
2015
44
72 76 80 86 88 92
14 32
gem que abre o Especial, a editora-assistente Maristela Franco detalha os dois modelos e o investimento necessário para cada um deles, bem como as soluções alternativas dos currais desmontáveis, que agora também são duas. Estima-se que, atualmente, a integração lavoura-pecuária ocupe 2 milhões de hectares, área que deverá dobrar até 2020. Outros temas do Especial são os cochos com reservatórios que facilitam o abastecimento regular, bebedouros bem dimensionados e bem situados, mata-burros pré-moldados, um cercado com barreira que facilita a identificação e trato dos bezerros e cerca elétrica. Sobre esta última, um produtor do Mato Grosso que sofreu quase seis anos com uma rede que não funcionava conta como resolveu seus problemas e dá dicas para uma eficiente manutenção das cercas. Esperamos que aprecie o conjunto de matérias do Especial Instalações e Equipamentos, além do conteúdo regular da edição. demetrio@revistadbo.com.br
Produção
52 Capa
Rally da Pecuária percorrerá mais dois Estados
Curral móvel é a novidade apresentada por fazendas especialmente aquelas que fazem integração lavourapecuária - que querem (ou precisam) ter mais facilidade no manejo do gado.
Especial
“Portas Abertas” responde por que frigorífico não paga couro e miúdos
Reportagem de capa Especial Instalações Barreira na cerca facilita manejo de bezerros Com mata-burros, ganho de tempo nas tarefas. Dimensione e cuide bem dos seus bebedouros Cerca elétrica: de “pesadelo” a tiro certeiro. Cocho bem posicionado é resultado melhorado
Arte final: Edson Alves Foto: Saul Schramm Júnior (modelo de curral móvel da empresa Oxen chega a fazenda no Mato Grosso do Sul)
Exposições
Pecuária de corte é destaque na Agrishow
De bezerro em bezerro, comerciante monta fazenda em RO. Bovino Pantaneiro, uma raça criada por abnegados.
98 108
112 114
Criação
Panorama Notas Negócios Notas
102
Raças Notas Genética Notas
120 122
Genética
PMGZ ganha chancela oficial da Associação do Nelore
Saúde Animal
Mapa modifica IN para facilitar produção de vacina antiaftosa Artigo mostra como deve ser uma farmácia funcional na fazenda
Leilões
Venda de bezerros volta a crescer no Mega Leilão Receita de abril encolhe 12% e média sobre 10%
130 138
Empresas e Produtos Sabor da Carne
e d r a s i c e r p i a v o d a g u Se . a g u f e d s o n a l p s o r t u o
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Esta seção traz destaques do Portal DBO. Acesse:
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n Bastidores da Capa
Curral sobre rodas Depois de serem adaptados para atender a conceitos de bem-estar animal, os currais avançam mais uma etapa e ganham mobilidade. Reportagem da editora-assistente Maristela Franco mostra como eles evoluíram para serem montados e desmontados ou moverem-se sobre rodas.
n Artigos
Terceirização no campo Demonizada por setores da sociedade, a terceirização mudará para melhor a vida dos empregadores e trabalhadores. Por Rui Prado
Publicação mensal da DBO Editores Associados Ltda. Rua Dona Germaine Burchard, 229 Perdizes, São Paulo – SP – 05002-900 Tel.: 11 3879-7099 www.portaldbo.com.br Diretores Daniel Bilk Costa, Demétrio Costa e Odemar Costa. Diretor Responsável Demétrio Costa Redação Editor executivo Moacir de Souza José Editora Assistente Maristela Franco Repórteres Carolina Rodrigues, Denis Cardoso, Fernando Yassu e Mônica Costa. Colaboradores Alcides Torres Jr., Ariosto Mesquita, Augusto Ribeiro Garcia, Enrico Ortolani, Marcela Caetano, Rogério Goulart, Sergio de Zen e Tânia Rabello. Arte Editor Edgar Pera Editoração Edson Alves e Célia Rosa Coordenação Gráfica Walter Simões
n Gente e Negócios Biogénesis distribui Neonorm Medicamento é produzido pela Jaguar Animal Health. Diretor-geral da Biogénesis Bagó no Brasil, Raul Moura, comemora parceria.
n Raças
n Notícias
Carne Angus tem nova certificadora Parceria com empresa alemã visa aproximar raça do mercado Europeu e inclui a PGA. Confira entrevista com o gerente do Programa Carne Angus, Fábio Medeiros
Paulo Bardauil fala sobre novas variedades de capim. Engenheiro agrônomo apresenta novidades da Sementes Matsuda
Marketing Gerente Rosana Minante Comercial Gerente Paulo Pilibossian Supervisora de Vendas Marlene Orlovas Executivos de Contas Andrea Canal, José Geraldo S. Caetano e Vanda Motta Circulação e Assinaturas Gerente Edna Aguiar ISSN 2317-7799
Terraviva DBO na TV
Acompanhe de segunda a sexta-feira, às 6h30 e às 19h30, pelo Canal Terraviva, as edições do Terraviva DBO na TV. Sob o comando de Sidnei Maschio, o programa traz a análise crítica dos principais temas da pecuária, além de entrevistas e acompanhamento dos mercados de insumos, reposição e a evolução dos negócios com o boi gordo nas principais praças pecuárias do País.
6
DBO maio 2015
Impressão e Acabamento Prol Editora Gráfica Ltda. Tiragem: 20 mil exemplares
CONHECIMENTO GERA RENTABILIDADE
Preparamos uma programação técnica para você e sua equipe aproveitarem a ExpoDinâmica ao máximo. Confira em nosso estande as palestras gratuitas, que mostram que a produtividade está a seu alcance. • Solução em Herbicidas para as pastagens • Soluções Integração Lavoura-PecuáriaFloresta e Soy Solution™ • Solução em Forrageiras: híbrido de braquiária Convert™ HD364 • Soluções em Biotecnologia: boas práticas do plantio de milho e Soluções para Silagem: como preparar uma boa silagem de milho De 06 a 08 de maio, a partir das 10h. Participe!
Do Leitor Alta rentabilidade Achei muito interessante a reportagem de capa da edição de março, “Alta rentabilidade”. Chamou-me a atenção o uso permanente de consultores por parte do proprietário, com resultados excelentes. Boa parcela de pecuaristas acha que sabe tudo sobre seu negócio e dispensa consultores, especialistas em gerar resultados às nossas fazendas. Parabéns ao Alaor e ao editor-executivo, Moacir José. Aliás, essa edição da DBO está muito interessante, com outras reportagens de destaque: futuro do boi magro, parceria da Agroceres com a Fazenda 3R, “Na saga do integrador”, entre outras. Com relação à matéria de capa, gostaria de saber qual é o retorno financeiro anual (fluxo final de caixa após investimentos e pagamento de impostos, sobre o capital total investido) da fazenda. Aldo Luiz Rossetti,
Redenção da Serra, SP
N.R.: O proprietário da Panorâmica do Turvo, Alaor de Ávila Filho, informa que o lucro líquido da propriedade na safra 2013/2014, exercício fiscal de 2014, por hectare, já descontados juros, impostos e amortizações, foi de R$ 2.059,30. O cálculo em relação ao retorno sobre o capital é feito de duas formas, uma delas excluindo o valor da terra. Nesta, que considera custos operacionais e depreciações, o retorno foi de 33% ao ano. Na que inclui o valor da terra, foi de 9,5% ao ano. Cumprimento a DBO pelo ótimo trabalho que vem realizando, com importantes informações para quem está na pecuária. Na edição de março, na reportagem de capa, gostaria de saber quais as composições do proteinado de baixo consumo (0,1% PV), do proteico-energético de alto consumo (0,3% PV) e também da ração para terminação. Nathan Machado Cavalcante Maringá, PR
O consultor Washington Mesquita, que presta assessoria na área nutricional para a Fazenda Panorâmica do Turvo, responde: As matérias-primas que compõem os suplementos podem variar, dependendo do preço de mercado, sem que haja mudança nos níveis de garantia da formulação. No caso da Panorâmica do Turvo, o proteico de 8 DBO maio 2015
baixo consumo tem 20% de proteína bruta, o energético, 25% de P.B., e a ração de terminação, 17% de PB. Os produtos são da empresa Campo Rações, que traz em seu site informações completas sobre eles: www. camporacoes.com.br
Edição “de cabeceira” Gostaria de dizer que pretendo reler, muitas vezes, com atenção redobrada, a edição de abril da DBO, para assimilar tanto conteúdo de altíssima qualidade. Com relação à matéria de capa, “Nelore do futuro”, ficou retratada na minha mente a visão da pecuária do futuro, focada em resultados econômicos. A importância da avaliação genética, o enorme papel do Mapa com a criação do Ceip, a relevância das pesquisas com qualidade da carne, sobretudo a maciez, os trabalhos com precocidade sexual com a raça Nelore. Tudo voltado para fortalecer nossa atividade na batalha pelo mercado internacional da carne. Parabéns! Carlos Viacava, Paulínia, SP
Correções Publicamos uma imprecisão na reportagem “Fartura de água no campo”, da edição de abril. Na pág. 125, no primeiro parágrafo do intertítulo “Simples e fácil de fazer”, foi informado que a recuperação de nascentes deve ser feita “obrigatoriamente” no auge da estação seca. O correto é “preferencialmente”, uma vez que na seca somente as nascentes “permanentes” brotam água, ou seja, ao realizar o trabalho nesta época o produtor terá garantia de abastecimento de água para o ano todo. Outro equívoco é com relação ao início da estação seca, ora corrente nas regiões Centro-Oeste e Sudeste, mas variável em outras regiões brasileiras. Cometemos um erro no crédito das fotos publicadas na pág.12 da seção Panorama da edição de abril, no artigo “Foco na liderança”. O nome do fotógrafo é Leonardo Castro e não Leonardo Brito, como saiu publicado. Este espaço é seu Envie suas dúvidas, comentários, sugestões ou críticas para: redacao@revistadbo.com.br ou Revista DBO, Rua Dona Germaine Burchard, 229 Perdizes – São Paulo, SP – CEP: 05002-900
panorama Mais um ano para o CAR Somente 25% das fazendas foram cadastradas até agora
n Maristela Franco
maristela@revistadbo.com.br
D
epois de muito suspense, o governo finalmente confirmou que o prazo para adesão ao Sicar, Sistema Nacional de Cadastro Ambiental, será prorrogado por mais um ano. A decisão já era esperada, pois a adesão ao CAR ainda é baixa em várias regiões e quatro Estados continuam fora do sistema (MS, ES, PA e RO). Durante entrevista coletiva realizada dia 4 de maio, em Brasília, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, informou que mais de 1,4 milhão de imóveis rurais haviam aderido ao sistema até o dia 2 deste mês, 25% dos 5,6 milhões passíveis de cadastramento, conforme estimativa baseada no censo rural do IBGE de 2006. Em área, o avanço foi maior: 196,7 milhões de ha já estão regularizados, 52,8% do total de 373 milhões. “Trata-se um número expressivo, considerando-se a grande dimensão do País e o fato de 2014 ter sido marcado por grandes eventos como a Copa do Mundo e as eleições presidenciais. Não há nenhuma experiência de cadastramento ambiental equivalente no mundo e avançamos muito em sete/oito meses efetivos de trabalho”, avalia Raimundo Deusdará, diretor-geral do Serviço Florestal Brasileiro. Ele está otimista quanto à inclusão de 100% das propriedades rurais no Sicar até 5 de maio de 2016, data considerada definitiva, já que a lei que regulamenta o CAR não prevê novas prorrogações. Conforme balanço do MMA, 40,7% das propriedades cadastradas até o dia 30 de abril solicitaram adesão ao Programa de Regularização Ambiental (PRA), e 37% da área inscrita era coberta por vegetação nativa (38,485 milhões de ha).
12 DBO maio 2015
Pintando o Brasil de azul (imóveis já cadastrados no Sicar)
Imóveis do Sicar em 30/4/2015 Estados ainda não integrados ao sistema
Vem para o CAR - Segundo a ministra Izabella Teixeira, a decisão do adiamento por um ano foi motivada por 48 solicitações enviadas ao MMA por secretarias estaduais e municipais, federações de agricultura, governadores, políticos, Ministério Público e pessoas físicas, principalmente das regiões Sul, Centro-Oeste e Nordeste, onde o cadastramento está bastante atrasado.
196,7 milhões de hectares já estão inscritos no Sicar
“Governadores, venham para o CAR”, convidou Izabella, durante a entrevista coletiva em Brasília, afirmando que o governo federal já fez sua parte. Investiu R$ 526 milhões no desenvolvimento do Sicar, na compra de imagens de satélite (R$ 100 milhões), na capacitação de 9.000 técnicos, em convênios com os Estados e em recursos do Fundo Amazônia (R$ 385,6 milhões). Além disso, dos 6.996 assentamentos sob responsabilidade do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), 4.425 (63,2%), que totalizam área de 6,7 milhões de ha, já foram cadastradas e 2.571 pro-
priedades (área de 14,9 milhões de ha) estão em processo de envio dos dados ao Sicar. Segundo o ministro de Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias, que participou da entrevista coletiva, o trabalho desenvolvido pelo Incra deverá beneficiar 722.800 famílias que vivem nos assentamentos e praticam uma agricultura de subsistência. A regularização ambiental, disse ele, ajudará a promover uma agricultura familiar sustentável. Considerando-se apenas os números do Sicar, sem o balanço do Incra em fase de envio e dos Estados do Pará, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul e Rondônia (em fase de migração), nota-se forte predominância de pequenas propriedades no sistema: 82,88% dos imóveis cadastrados têm até 100 ha, 11,28% entre 101 e 500, 2,45% entre 501 e 1000 e 3,4% mais de 1.000. Esses dados levam a supor que os grandes produtores estão boicotando o sistema, mas Raimundo Deusdará explica que houve uma mobilização grande de cooperativas e associações, com apoio de sindicatos e da Emater, para se incluir os pequenos no sistema, devido a seu maior número. “Os grandes deverão aderir neste ano”, salientou. A região Norte é a mais avançada no processo de cadastramento (69,26% da área inscrita no Sicar, até 30 de abril, conforme mostra a tabela), pois sofre maior pressão na área ambiental, devido ao desmatamento da Floresta Amazônica. Mesmo nessa região, contudo, há forte disparidade entre os Estados: o Acre, por exemplo, já havia cadastrado 93,67% de sua área; o Amazonas, 93,77% e o Pará, 76,51%, mas Roraima, apenas 53,69% e o Tocantins, 22,97%. No Sudeste, apenas 27,36% da área encontra-se no Sicar; no Nordeste, 15,38%; no Sul, menos ainda (13,7%). O Rio Grande do Sul encontra-se em situação crítica, com apenas 0,84% de adesão. No Centro-Oeste, a situação de Mato Grosso é bastante confortável (99,3% da área regularizada), mas GO e MS encontram-se muito atrasados.
Balanço detalhado do CAR em 30 de abril de 2015 Regiões
AC AP
Norte
Subtotal
Avanço irregular -
MS à parte - A situação do Mato Grosso do Sul é especialmente preocupante,
UF
AM
Centro-Oeste Subtotal Sul Subtotal Sudeste Subtotal
Total Sicar
Total Brasil (1)
2.079.381
1.655.995,47
3.528.543
6.733.964
93,67
6.314.246,24
93,77
5.839.461,00
69,24
3.305.164,38
22,97
44.376.189,00
RR
1.717.532
922.070,11
TO AL
8.433.868
14.387.949
94.881.237 2.112.574
%
3.305.240,62
58.000.000
79,64
Imóveis rurais já cadastrados 19.540 307
4.023
76,51
134.690
53,69
1.153
50.000 8.114
65.718.367
69,26
217.827
92.660,90
4,39
444
BA
29.581.747
3.302.282,05
11,16
9.204
MA
13.033.568
6.820.307,81
52,33
6.719
PE
5.434.076
70.068,23
1,29
719
RN
3.187.928
PB PI
Subtotal
Área já cadastrada (ha)
PA*
RO*
CE
Nordeste
Área passível de cadastro (ha)
SE
DF
7.948.067
3.787.162
314.096,72 75.099,42
3,95
1,98
9.506.597
614.653,24
6,47
1.482.437
225.573,09
15,22
251.320
263.259,18*
76.074.156
182.973,50
5,74
28,14
25.765
99,30
63.154
MT
48.688.711
48.347.458,90
15.391.782
3.437.300,13
22,33
20.326.355
171.085,38
0,84
SC RS ES*
105.351.087 6.062.490
41.780.627 2.839.854
1.162,692
57.128.619
2.116.276,93
7.162
98.904
16.954.564
5.420.833
373.024.487
113.908
25,09
425.978
SP
54.937.380
34,91
90.194
102.642
223.712
8.299.544,64
373.024.487
54,23
805
13,70
33.083.503 2.059.459
3,84
1.190
5.724.662
MG RJ
791
2.953
22.435
104,7
7.355.208,80
PR
586
15,38
26.136.081
30.274.975
537
11.697.715
GO
MS*
482
15,00
12.500
886.572,53
43,05
15.032.928
27,36
182.972
191.505.581
51,34
1.376.516
155.302.291
31,97 41,63
5.115
66.453
737.860
Fonte: MMA (1) Inclui assentamentos na base dos Estados e em processo de envio ao sistema * Estados não integrados ao Sicar.
pois não apenas avançou pouco no cadastramento (3,84% da área), como não aderiu ao Sicar e está usando a matrícula do imóvel em cartório para fazer a inscrição, enquanto o governo federal trabalha com o conceito de área contínua, sob a mesma titularidade. Ou seja, se uma fazenda tem várias matrículas, mas pertence à mesma pessoa física ou jurídica, deve ser declarada como um único imóvel, com uma única reserva legal. Pelo sistema adotado no MS, cada matrícula dessa fazenda hipotética pode gerar um cadastro diferente, com reser-
va própria, o que pode abrir caminho para distorções ou fraudes, pois os pequenos produtores estão dispensados de regenerar áreas desmatadas. Segundo Raimundo Desdará, cadastros feitos com base em matrícula serão considerados “pendentes”, se o sistema identificar imóvel vizinho com o mesmo CPF. “Neste caso, não será emitido recibo”, explica. O impasse entre o MS e o governo federal, ainda sem solução, é ruim para o produtor, pois o recibo do CAR será obrigatório, a partir de 2017, para obtenção de financiamentos. n maio 2015
DBO
13
p anorama Transporte
GTA eletrônica tem novas regras
Curtas
Desde 2 de abril é obrigatória a Guia de Trânsito Animal Eletrônica (e-GTA) para transporte interestadual e para estabelecimentos sob inspeção federal. Por enquanto, rebanhos bovinos, bubalinos, caprinos e ovinos precisam portar este tipo de guia, enquanto aves, suínos e peixes estão em fase final de desenvolvimento e testes para a homologação. A medida integra uma das diretrizes básicas da Plataforma de Gestão Agropecuária, criada para melhorar a qualidade e o acesso às informações para o setor agropecuário, além de uni-
memora este mês 18 anos do último foco de aftosa registrado em seu território, em 1997. No ano seguinte, foi criada a Agência de Defesa Agropecuária, que costurou uma aliança entre os setores privado (pecuaristas) e público (Estado), que levou à erradicação da doença no Estado. Com 8 milhões de cabeças e 55.000 propriedades rurais, Tocantins tem dez frigoríficos com inspeção federal (SIF) e quatro com inspeção estadual (SIE). Em 2014, o Estado exportou 32.000 toneladas de carne bovina.
formizar e informatizar os processos de trabalho, atendendo melhor às exigências dos mercados compradores internacionais e nacionais. “É um enorme ganho para a Defesa Animal, pois cobre todo o território nacional. A cadeia produtiva ganha com a modernização: do produtor rural ao exportador, inclusive nosso serviço oficial, que passa a ser mais desburocratizado”, diz Décio Coutinho, secretário de Defesa Agropecuária. A entrada em vigor das guias eletrônicas atende a prazo concedido pela IN 35, de outubro de 2014.
• Jovens produtores I. Cinco vence-
Mato Grosso
Relação de troca com insumos favorece pecuarista O poder de compra do pecuarista de corte no Mato Grosso aumentou em março deste ano, na comparação com o mesmo período de 2014. O preço pago nos principais insumos alimentares utilizados no confinamento diminuiu, enquanto o valor cobrado pela arroba do boi gordo teve aumento. Dados do Imea-MT mostram que o poder de compra do produtor teve aumento considerável de 38% para o milho e de 22% para o farelo de soja. O preço médio pago pela saca do milho em março foi de R$ 17,93, queda de 12,27%. Já o preço da tonelada do farelo de soja, que chegou a R$ 977, reduziu-se 0,82%.
Por outro lado, o preço pago por um boi gordo (17 @) valorizou-se 21,3% no mesmo período, equivalendo a 132,82 sacas de milho, ou 2,27 toneladas de farelo de soja. A melhor relação de troca resulta em oportunidade para o produtor. O gerente de Projetos da Acrimat, Fábio da Silva, avisa que esse cenário positivo coincide com o início do planejamento do confinamento. Entretanto, argumenta que os produtores precisam ter cautela. “O confinamento é uma ferramenta de alto risco, que exige planejamento. O produtor precisa avaliar a decisão para evitar prejuízos e conseguir gerar renda.”
Homenagem
Ex-ministro Roberto Rodrigues recebe título internacional O ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues recebeu em abril o Prêmio de Líder Mundial de Cooperativas de Crédito Rural, concedido pela Organização Mundial de Cooperativas de Crédito. O anúncio foi feito durante a terceira edição do Fórum Brasileiro da Indústria de Alimentos, evento promovido pelo Lide (Grupo de Líderes Empresariais), no dia 10 de abril, em Goiânia, GO. A
14 DBO maio 2015
• Aftosa. O Estado do Tocantins co-
premiação será entregue em julho, em Denver (USA). Roberto Rodrigues é engenheiro agrônomo, e empresário rural. Atualmente, é embaixador especial da FAO para as cooperativas, coordenador do centro de agronegócios da fundação Getúlio Vargas e presidente do Lide Agronegócios.
dores do Programa CNA Jovem, da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), viajaram para a China dia 1º de maio. Eles ficariam até o dia 13, visitando feiras, a zona econômica especial, parque industrial e tecnológico e centro logístico, porto de águas profundas e zona de livre comércio, nas províncias de Guangzhou, Suzhou, Shanghai e Pequim. Desenvolvido pela CNA e pelo Senar, o programa CNA Jovem preparou jovens de 24 Estados. Os vencedores são da Bahia, Goiás, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e Espírito Santo. • Jovens produtores II. Em busca de
novas lideranças rurais, a Federação da Agricultura do Estado de Goiás, seguindo a CNA, resolveu estimular a participação de jovens agricultores e pecuaristas na atividade política da entidade, com a criação da Comissão Jovem da Faeg. A primeira turma, com sete membros, vai trabalhar para aproximar os jovens dos sindicatos rurais e do Sistema Faeg por meio de encontros e palestras. Dos 124 sindicatos de Goiás, 50 já desenvolvem ações no Programa Agrojovem Goiás. “Queremos que o jovem sinta orgulho de ser produtor rural”, diz Armando Leite Rollemberg Neto, escolhido como presidente da comissão.
p anorama Medicamentos
Parlamentar pede regulamentação de genéricos A ministra da Agricultura, Kátia Abreu, afirmou no dia 7 de abril, durante reunião com o senador Benedito de Lira (PP-AL) que dará agilidade à regulamentação da lei que estabelece o uso de medicamentos genéricos veterinários. Lira se reuniu com Kátia Abreu para pedir celeridade no processo. A lei 12.689/2012 foi sancionada em julho de 2012 pela presi-
dente Dilma Rousseff, mas o registro dos produtos genéricos veterinários ainda depende de regulamentação por parte do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Após aprovada pelo ministério, a proposta de regulamentação deverá ser encaminhada para outros órgãos, como Casa Civil e Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Produção
VBP da agropecuária mineira é estimado em R$ 50,8 bilhões O Valor Bruto da Produção (VBP) da agropecuária mineira foi estimado, em março, em R$ 50,8 bilhões para 2015, crescimento de 1,3% em relação ao obtido no ano passado, de R$ 50,1 bilhões. O VBP mineiro corresponde a 10,5% do valor gerado no País, de R$ 481,6 bilhões. Os dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) foram analisados e divulgados pela Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa). Conforme o levantamento, os dados da pecuária somaram R$ 21 bilhões, registrando crescimento de 3,7% em relação a 2014. As lavouras somaram R$ 29,8 bilhões, com queda de 0,4% em relação ao mesmo período anterior.
Segundo o assessor técnico da Seapa, Francisco Augusto Lara de Souza, a queda da renda gerada na atividade agrícola ocorreu em função da estiagem prolongada que atingiu o Estado durante o período de desenvolvimento das lavouras, prejudicando a produção das principais culturas, como a da cana-de-açúcar, milho, tomate e batata, que apresentam ponderação expressiva sobre o cálculo do VBP. A pecuária apresentou maior evolução em relação à agricultura. Os produtos que mais se destacaram foram bovinos (14,9%), com R$ 6,5 bilhões; frango (1,4%), com R$ 4,3 bilhões; suínos (3,3%), com R$ 1,7 bilhão e ovos (7,9%), com R$ 1,2 bilhão.
Estatística
Rebanho bovino paulista encolhe 25% desde 2005 O rebanho bovino no Estado de São Paulo reduziu-se 25,1% em 2014 em relação a 2005, apontou o Instituto de Economia Agrícola, em parceria com a Coordenadoria de Assistência Técnica Integral, da Secretaria de Agricultura paulista. Segundo o IEA, trata-se de crescimento negativo de 13,7% ao ano. Assim, o número total de bovinos foi estimado em 10,3 milhões de cabeças, o que corresponde a 4,9% do rebanho brasileiro, segundo o IBGE. Quanto aos frangos de corte e galinhas de postura 16 DBO maio 2015
em 2014, os dados apontam um plantel de 198,7 milhões de cabeças. Calculando-se a taxa anual de crescimento no total de aves instaladas, verificou-se incremento anual de 5,4%. Já a estimativa do efetivo de suínos no Estado é de 1,2 milhão de cabeças em 2014, queda de 21,3% em relação a 2005 e, para o período todo, a taxa de crescimento anual foi negativa em 15,1%. O rebanho paulista de suínos tem como característica a condução, na sua maioria, por pequenos e médios suinocultores.
Eventos • Silagem. A Boviplan promoverá, entre 9 e 11 de junho, em Piracicaba, SP, o curso Produção Econômica de Silagens, que ensinará a produzir silagens de baixo custo e suplementar o rebanho adequadamente. No dia 9 o tema abordado será planejamento e dimensionamento; no dia 10, escolha do volumoso, instalação e condução das lavouras e, no dia 11, colheita eficiente. Inscrições, tel. (19) 3447-4770 e eventos@boviplan.com.br. • Confinamento. A Coan Consultoria de jaboticabal, SP, promoverá dias 24 e 25 de junho, em Ribeirão Preto, SP, o workshop Gestão de Risco no Confinamento. O conteúdo será planejamento estratégico, orçamento, estratégia comercial, investimentos, recursos financeiros, fluxo de caixa, identificação de riscos e indicadores e metas. Mais informações com Rogério Coan, tel. (16) 98123-6252, André Melo (16) 98250-4477 ou no site www.coanconsultoria.com.br/workshop. • Gestão pecuária. A Exagro, consultoria de Belo Horizonte, MG, promove fórum sobre gestão na pecuária de corte, considerada fator crítico em fazendas de sucesso. O evento será em Campinas, SP, dias 24 e 25 de junho, e, o tema central, pecuária de corte num mundo em transformação. A Exagro apresentará a edição 2015 do seu benchmarking, com a posição das 300 fazendas que têm consultoria da empresa. Inscrições: contato@exagro.com.br ou tel. (31) 3542-9888. • Congresso mundial. O 32º Con-
gresso Mundial de Veterinária ocorrerá em Istambul, Turquia, entre 13 e 17 de setembro. A Sociedade Brasileira de Medicina Veterinária apoia, com a Academia Brasileira de Medicina Veterinária, a formação de uma delegação para representar o Brasil. Site: www.sbmv.vet.br.
Conjuntura | Mercado
Arroba sobe 1,65% em abril. No ano, 3,28%. Arroba chega a R$ 150 em São Paulo mas a alta não se sustenta n Fernando Yassu yassu@revistadbo.com.br
D
epois de uma alta de 2,35% em março, o Indicador Boi Gordo do Cepea subiu 1,65% em abril, fechando em R$ 149,56 (média dos últimos cinco dias) em São Paulo, mas o preço, ao longo do último mês, tinha ultrapassado a barreira dos R$ 150 à vista. A alta não se sustentou na nova casa decimal e o levantamento do Cepea apontou preço médio de R$ 149,07 no último dia de abril no mercado paulista. O recuo veio na esteira da melhora nas escalas dos frigoríficos, que pode ser consequência da combinação do aumento da oferta de animais e do ajuste da capacidade no parque de abate, com a suspensão da atividade em muitas plantas frigoríficas, especialmente as operadas por pequenas e médias empresas, que, num instinto de sobrevivência, estão preferindo paralisar os abates para não piorar a situação financeira e quebrar. A paralisação de plantas, também, atingiu algumas unidades dos grandes frigoríficos, especialmente aquelas situadas em regiões com poucas oferta de animais para abate. O problema dos frigoríficos é que, com o mercado retraído, não conseguem repassar a alta do boi, a sua principal matéria prima, para o varejo, reduzindo, assim, a sua margem operacional, que, segundo a Scot Consultoria, de Bebedouro, SP, caiu 56% nos últimos 12 meses encerrados em março, como noticiou o Portaldbo (www.portaldbo.com.br ). Entre março de 2014 e março de 2015, a margem caiu de 19,5% para 11%. “A maioria dos frigoríficos está trabalhando no vermelho”, diz Alex Lopes, analista da empresa de consultoria. Nem o mercado externo está servindo como válvula de escape para os frigoríficos. Em abril, foram embarcadas 103 mil toneladas em equivalente-carcaça de carne in natura, queda de 14,66% sobre março último (120,7 mil toneladas) e de 23,46% sobre o mesmo mês do ano anterior (134.500 toneladas). Em termos de valores, abril registrou receita de US$ 292 milhões ante US$ 339,4 milhões em março e US$ 422,7 milhões no mesmo
20 DBO maio 2015
mês do anterior. No primeiro trimestre, as exportações de carne in natura, industrializada e miúdos caíram 17,58% em volume (385 mil toneladas para 318 mil) e 17,59% em receita (de US$ 1,57 bilhão para US$ 1,3 bilhão). A queda é puxada pela Rússia e Venezuela. Maior importadora de carne in natura do Brasil em 2014, a Rússia gastou na compra de carne in natura, nos três primeiros meses de 2015, apenas US$ 125 milhões, enquanto a Venezuela despendeu US$ 101 milhões. A boa surpresa no ano está sendo o Egito, que entre janeiro e março, comprou US$ 158 milhões em carne bovina. Na liderança está Hong Kong, que gastou, nos três primeiros meses, US$ 389 milhões, 30% do total faturado pelos frigoríficos brasileiros. Enquanto decidem se vendem ou não a boiada que vai terminando, os invernistas quebram a cabeça para decidir se fazem ou não a reposição. O problema é o preço. A arroba de bezerros, por exemplo, oscila, no Mato Grosso do Sul, entre R$ 215 e R$ 217, ágio de 45% sobre a do boi. Rogério
Goulart, em sua coluna de DBO, diz que não é hora de lotar a fazenda. A boa notícia para o invernista é que começou a aparecer bezerros no mercado. No Mega Leilão, organizado pela Estância Bahia, a oferta cresceu 56% e o volume (7.192) quase voltou ao patamar da edição de 2012 (8.500). Foi a única categoria a registrar aumento na oferta. Numa indicação de retenção de matrizes, a oferta de fêmeas caiu 40% no mesmo leilão. Os confinadores, também, estão no mato sem cachorro. Em primeiro lugar, a escassez de garrotes e bois magros continua e sustenta o preço no mercado de reposição. Em segundo lugar, a oferta de preço a futuro, após beirar R$ 160, não se sustentou. No final de abril, as ofertas mal passavam de R$ 154, menos de 3% acima da arroba do boi no mercado físico na mesma data. Travar ou não nesse patamar de preço? O lado alentador é que o milho, com a previsão de uma safrinha recorde, caiu mais de 10% em abril, mas a soja, que havia caído mais de 7%, voltou a subir no início de maio mais de 4%. n
Indicador Cepea aponta arroba de bezerro a R$ 217 no Mato Grosso do Sul e ágio de 46% sobre a do boi gordo em São Paulo Especificações
Preço à vista por cabeça em R$ Peso médio em kg Preço médio em por kg em R$
Datas do levantamento de preço 29/12/14 29/01/2015 27/02 1.183,21 180,75 6,54
Preço médio no Mato Grosso do Sul. Fonte: Cepea/Esalq/USP.
1.261,72 200,1 6,30
1.298,45 184,92 7,02
30/03
1.444,22 204,38 7,06
30/04
1.398,90 192,75 7,25
Indicador Boi Gordo bate em R$ 150, perde força mas fecha abril a R$ 149,56, alta de 1,65%.
Mês de liquidação dos contratos negociados na BM&fBovespa Especificações 29/12/2014 29/01/2015 27/02 31/03 Preço à vista (*) em R$ 144,80 143,13 143,74 147.13
30/04 149,56
(*) Média dos últimos cinco dias úteis do mês em São Paulo. Os valores são usados para a liquidação dos contratos negociados a futuro na BM&FBovespa. Fonte: Cepea/Esalq/USP?BM&FBovespa.
Mercado futuro perde sustentação e oferta para outubro fica em R$ 154
Data dos pregões
Meses de liquidação dos contratos negociados na BM&FBovespa Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez 30/12/14 142,95 141,52 140,59 139,39 139 143,3 29/1/15 143,3 142,41 141,74 141,3 143,1 142,32 27/2 144,7 143,86 143,39 144,95 145,36 148 31/3 148,57 148,81 148,97 150,15 152,9 154,87 157,29 30/4 145,56 145,5 145,5 148,2 150,83 152,96 154 -
Fonte: BM&FBovespa
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18
3406.4137
é
Rogério Goulart Administrador de empresas, pecuarista e editor do informativo semanal “Carta Pecuária”, de Dourados, MS.
Não é hora de encher a fazenda de gado V
- A leitura dele é a seguinte: na linha preta estão os preços da arroba do boi gordo do atual ciclo pecuário iniciado em 2006; a linha vermelha é um pouco mais complicada de explicar. Vamos tentar. O primeiro dia da linha vermelha representa exatamente o mesmo preço do da linha preta; do segundo dia em diante, a variação dos preços é feita com base na variação dos preços do ciclo pecuário anterior. O que queremos aqui é responder à seguinte pergunta: onde estariam os preços da arroba se estivéssemos passando agora pela mesma fase no ciclo pecuário passado?
Variação de preços
22 DBO maio 2015
Comparação entre ciclos pecuários n Ciclo Pecuário Atual
n Ciclo Pecuário Anterior 160 140 120 100 80 60
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
2017
40
Arroba do Boi Gordo (R$)
ocê sai para comprar reposição. Quando você chega no curral do vendedor do gado qual a primeira coisa que se faz? Você pede ao proprietário do gado dar uma desfilada nos animais pela porteira para você ir vendo a qualidade do que está sendo ofertado. A passada lenta do gado serve para três coisas. A primeira é a cabeça já ir formulando aproximadamente se o lote serve para você e o que ele vale. A segunda é para ver se tem algum animal machucado ou com defeito físico para você descartar na apartação. A terceira é para verificar a quantidade exata de animais à venda. Para quem é novo fica difícil entender o olho do comprador. De fato, escolher animais é uma coisa de olho mesmo. A ABCZ criou um critério técnico para treinar esse olho no Curso de Noções em Morfologia e Julgamento de Zebuínos que lhe dá as bases para entender o que é um bovino. Já fiz esse curso e com esse conhecimento a coisa funciona e vai melhorando com o passar do tempo. Quanto mais animais comprados, melhor vai ficando a apartação. A premissa é simples. Se você tem dois animais já dá para comparar um com o outro. Da mesma forma, caro leitor, a gente consegue comparar os ciclos pecuários e vou dizer: a comparação entre eles dá gosto de se ver. Observe o gráfico acima.
Anos
É importante lembrar que desde o início do Plano Real tivemos apenas um ciclo pecuário completo, historicamente com duração de dez anos, que foi de 1996 até 2006. Estamos passando pelo segundo ciclo agora, iniciado em 2006. Já que temos um ciclo completo em uma situação de estabilidade inflacionária (mais ou menos), a comparação entre os dois faz sentido. Quando a gente joga um sobre o outro como disposto no gráfico, a coisa fica um pouco mais clara. Repare como os dois ciclos seguem a mesma estrada, mas não na mesma velocidade. Um sobe mais do que o outro por um tempo e depois se acertam. Assim, ambos vão caminhando mais ou menos juntos. O que está acontecendo agora é algo próximo disso. No ciclo pecuário passado, a arroba bateu no seu valor máximo ao redor de R$ 151 no período que seria a entressafra de 2015. Repetindo: o valor máximo do ciclo pecuário anterior, em valores comparativos com o ciclo pecuário atual, foi de R$ 151. - Se você reparar, nestes mesmos R$ 151 é a situação na qual, de forma ampla, se encontrava o mercado físico, enquanto eu escrevia este texto, no dia 27 de abril. A Bolsa esperava um pulinho a mais, para R$ 155. Ou seja, o ciclo atual está, de fato, se comportando de forma semelhante com o que seria um “2015” do ciclo anterior.
Mercado físico
Isso significa, caro leitor, que de uma forma bem ampla, 2015 está se tornando o ano do “pico” da arroba, tanto com as informações do atual ciclo quanto com as projeções dos preços do ciclo anterior. Isso significa que 2015 é um ano “caro”. Lembra-se do ditado “Ganha-se dinheiro comprando barato e vendendo caro”? Ano para vender - O ano atual está sen-
do excelente para vender gado, para finalizar a estratégia de compra e construção do seu estoque na fazenda dos anos anteriores. Agora, por favor, olhe para o que ocorreu com a projeção dos preços do ciclo pecuário anterior para 2016 e 2017. A arroba fez seu pico em 2015 para cair de forma expressiva, em média, nos dois anos seguintes. Digo isso tudo simplesmente para você tomar cuidado com “encher a fazenda” de gado agora em 2015. A turma está empolgada aqui, no Mato Grosso Sul, mas este está sendo um ano caro e encher a fazenda aqui fará você vender esses animais caros em um (talvez) próximo ano com os preços não tão altos como os atuais. O ano de 2015 está se tornando um ano para passar quietinho, sem muitas novidades, sem muitos investimentos em gado. É melhor esperar a tormenta dos altos preços passar e voltar a pensar em encher a fazenda de gado somente no ano que vem. n
Conjuntura | Reposição
Preço sobe com procura de confinadores Boi magro e garrote registram as maiores valorizações entre as categorias de reposição n Denis Cardoso
denis@revistadbo.com.br
O
s preços da reposição subiram novamente em abril, seguindo tendência dos últimos meses. Além da escassez de oferta, contribui para o atual movimento de alta nas cotações o aquecimento de demanda por animais destinados ao confinamento. Não à toa, as categorias mais eradas registraram as valorizações mais expressivas no mês passado, segundo levantamento realizado pela Scot Consultoria, de Bebedouro. O garrote anelorado de 9,5@ teve aumento mensal de 2,2%, enquanto o boi magro de 12@ apresentou alta de 1,8%, considerando o valor médio em 14 praças de comercialização do País. Goiás, o principal Estado confinador, teve os maiores acréscimos em abril, com destaque para os animais mais próximos da terminação. O garrote e o boi magro subiram 5,6% e 4,9%, respectivamente, para R$ 1.708 e R$ 1.920, na comparação com a média de março. Na mesma praça, o bezerro desmamado teve aumento de 4,1%, para R$ 1.244, e novilha, de 1,1%, para R$ 1.196, de acordo com dados da Scot. Relação de troca - Segundo cálculos da Scot Consultoria, hoje são necessárias
R$ 1.708 Preço médio do garrote em abril, em Goiás; a categoria foi a que mais subiu no mês, com alta de 5,6% sobre março
24 DBO maio 2015
12,3 arrobas de boi gordo para comprar um garrote em Goiás. No mesmo período do ano passado, foram necessárias 10,1 arrobas/garrote. Nos últimos 12 meses (até abril), a alta média de todas as categorias de reposição negociadas em Goiás foi de 43,2%, enquanto que a arroba do boi gordo subiu 21,6% no mesmo período, de acordo com a Scot. Tocantins também teve altas significativas no mês passado. O garrote fechou o período a R$ 1.516, com elevação de 4,7%. O boi magro subiu 3,5%, para R$ 1.700. O bezerro desmamado registrou alta de 2,7%, para R$ 1.122, e a novilha apresentou valorização de 4,5%, atingindo valor médio de R$ 1.066. Em São Paulo, segundo dados da Scot Consultoria, o garrote subiu 2,9% em abril, para R$ 1.734, enquanto que o boi
magro teve aumento mensal de quase 1% , para R$ 1.960. O bezerro desmamado e a novilha tiveram o mesmo percentual de alta, de 2,5%, atingindo R$ 1.294 e R$ 1.292, respectivamente. Desmama - Segundo o zootecnista Mateus
Ferreira, analista da Scot, pelo menos por enquanto, o período de desmama parece não ter suprido a necessidade dos compradores, “não gerando efeito baixista sobre as cotações”. Ainda de acordo com o analista, neste mês de maio, com o início da campanha de vacinação contra febre aftosa, aliada à entrada do período seco, a procura por animais de reposição tende a diminuir um pouco, principalmente por categorias mais jovens. A tendência, porém, é de continuidade de preços firmes na reposição, devido à oferta restrita de animais. n
R$ 1.920
R$ 1.066
R$ 1.294
Valor médio do boi magro na praça de Goiás, em abril; valorização de quase 5% em relação ao mês anterior.
Cotação média da novilha em Tocantis, no mês passado; acréscimo de 4,5% sobre março
Valor do bezerro desmamado em São Paulo, em abril; alta mensal de 2,5%
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Alcides Torres Jr. – Scot Engenheiro agrônomo e diretor da Scot Consultoria. alcides.torres@scotconsultoria.com.br Colaborou Gustavo Aguiar, analista de mercado da Scot.
Recria para confinar ou
para terminar a pasto?
S
vinos em pasto, antes da análie para o ciclo de confinamento Tabela 1. Estimativa de custo do boi magro considerando se econômica, precisa passar pela de 2016 o pecuarista adquirir aquisição do bezerro em abril análise do mercado. bezerros desmamados entre maio 7,22 Iniciado no fim de 2013, o e junho de 2015 aos 7 meses de Preço do bezerro (R$/kg) período de alta do ciclo pecuário idade e recriá-los, considerando os Preço do bezerro + frete (R$/cabeça) 1.450 completará em 2015, pelo menos custos de transporte, suplementa- Custo recria (R$/cabeça) 501,45 o segundo ano de forte valorização ção mineral, suplementação pro1.955,45 da arroba, em um ambiente macroteica, sanidade – necessários para Custo total (R$/cabeça) econômico nada propício para isso. que o bovino atinja, pelo menos, Em valores da última semana de abril de 2015. Fonte: Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br Não há muito espaço para a in360 kg ao fim do primeiro ano de dústria repassar grandes altas para fazenda (19 meses de idade) – e Tabela 2. Simulação do resultado do confinamento a carne. A inflação corrói o poder custos fixos iguais ao desembolso em São Paulo1 de compra da população. Ou seja, com arrendamento, o investimento Recria Compra mesmo que a oferta seja pequena, total será de R$ 1.950/cabeça. a diminuição da margem da indúsComparando os números apre- Preço do boi magro (R$/cabeça) 1.955 2.324 tria poderá limitar a valorização. sentados na tabela 1 com a cotaCusto diária (R$) 6,50 6,50 Veja gráfico. ção vigente no mercado do boi 90 90 Ainda que todos os ajustes nemagro com 12@, fica clara a com- Dias de cocho cessários à economia sejam conpetitividade que a recria confere Custo total (R$/cabeça) 2.540 2.909 cluídos em 2015, certamente 2016 ao sistema. Ainda mais admitindo Peso de entrada boi magro (kg) 360 360 será um ano de desempenho lento possibilidades reais de novas altas Peso de saída (kg/cabeça)2 504 504 da economia. Os dados divulgados para a categoria. pelo Banco Central indicam isso. Em São Paulo, os negócios Ponto de equilíbrio (R$/@)3 139,99 160,33 Ou seja, a força de venda de com boi magro, enquanto este tex- (1) Em valores da última semana de abril de 2015. (2) Considera um ganho de to era escrito, na última semana de peso de 1,6 kg/cabeça/dia, rendimento de carcaça de 54% (272 kg ou 18,1@). carne, assim como a de todo o varejo, não deverá ser grande. abril, ocorriam entre R$ 2.000 e R$ (3) Valor necessário pagar os custos de produção. Fonte: Scot Consultoria – www.cotconsultoria.com.br Será preciso atenção em 2016, 2.100/cabeça, 7,1% acima do custo embora a expectativa seja de um estimado para a recria que será fizados na simulação (ganho de peso, ren- ano de preços firmes. A maior preocupanalizada em 2016. Até o fim do primeiro semestre, à dimento de carcaça e dias de cocho), o ção para quem comprar bezerro desmamedida que se aproxima a temporada pecuarista que fará recria pagará todo o mado em 2015 será a data de entrega do dos confinamentos, as negociações com investimento vendendo a arroba do boi boi terminado. Se este bovino atingir o peso de abaesta categoria animal deverão se intensi- gordo por R$ 139,99, valor 12,6% menor ficar. Ou seja, são grandes as possibilida- do que o exigido para “empatar” a opera- te com 2,5 anos de idade, aos 30 meses, des de novas altas para o boi magro ain- ção realizada com o boi magro adquirido índice bom em relação à média da pecuno mercado. ária nacional, este deverá ser entregue da em 2015. Já a recria para terminação dos bo- à indústria em 2017, quando a reposiSe até maio de 2016 o boi magro apreção do rebanho, por meio da retenção de sentar metade da valorização registraMargem da indústria que faz a desossa matrizes, pode tirar a força ou até mesda nos 12 meses exatamente anteriores, mo mudar o cenário altista de preços. Aí 16,2%, estará sendo negociado, em méestá o risco. Comprar o bezerro “caro” e dia, por R$ 2.320. vender o boi “barato”. Veja na tabela 2 a diferença de resulPor fim, a melhor estratégia em anos tado econômico que essas duas categode reposição com cotações elevadas como rias de bovinos para reposição, o recriaem 2015 é aproveitar ao máximo o modo e o adquirido no mercado, darão ao mento de alta para vender o boi gordo. confinador, considerando os mesmos ínEncurtar o ciclo de produção, para alcandices produtivos. çar este objetivo, seria uma estratégia. n Com os parâmetros produtivos utili-
26 DBO maio 2015
Para aumentar seus lucros, a melhor estratégia é se antecipar
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Negócios | Novilho Precoce
Show de Carcaça cresce 19% Concurso rende R$ 5,2 milhões para os 54 pecuaristas do Mato Grosso do Sul n Redação
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FOTOS: MIGUEL PALÁCIOS
elos menos 54 pecuaristas levaram seus novilhos para a 6ª Edição do Show de Carcaça, campeonato organizado pela Associação Sulmatogrossense de Novilho Precoce do Mato Grosso do Sul (Novilho Precoce MS) que foi realizado nos dias 23 e 24 de abril na unidade I do Frigorífico JBS em Campo Grande, MS. O número de animais cresceu 19,7% sobre o ano anterior, com abate de 1.983 novilhos e novilhas precoces. Em 2015, o total tinha chegado a 1.656 animas, que pertenciam a 40 pecuaristas. Lote de novilhos no curral de A receita atingiu R$ 5,251 milhões, 49% a mais do que na ediespera do frigorífico, carcaças após ção anterior, que faturou R$ 3,5 o abate e equipe do concurso. milhões. Além de maior quantidade de animais abatidos, contribuiu, “Em seis anos, o Show de Carcaça para inflar a receita, a alta no preço virou a grande mostra de qualidada arroba entre as edições 2014 e de da carcaça e carne de qualidade”, 2015. No caso das novilhas, o reaDados do Concurso disse Eduardo Pedroso, diretor rejuste de preço foi de 21,5% e para Sexo Animais Peso carcaça1 Peso arroba2 Receita3 gional de originação da JBS. os machos a alta foi de 21,3%. Machos4 1.147 285 19 3,4 Um dos responsáveis pelo julOs pecuaristas que entregaram Novilhas 836 222,3 14,8 1,8 gamento do concurso, Pedro Eduos machos castrados receberam Total 1.983 5,2 ardo de Felício, professor da Unipreço médio de R$ 150,70 por arro- (1) Em kg de carcaça (2) Em arrobas (3) Em milhões de reais (4) Castrados Fonte: Novilho Precoce MS. camp e especialista em qualidade ba, enquanto que os que mandaram as fêmeas, ganharam R$ 142,91 por ar- Para Carlos Furlan, presidente do Novi- de carcaça e carne, garantiu que, das três roba, contra, respectivamente, R$ 144,00 lho Precoce MS, a edição 2015 do Novilho edições de que participou, a melhor foi a e R$ 134 vigente no mercado físico de Precoce MS surpreendeu pelo aumento da deste ano. “Todos os lotes apresentaram Campo Grande, com ágio de, respectiva- oferta de animais mais jovens: dos machos, animais novos, pesados e bem acabados, mente, 4,65% e 6,65%, muito semelhante 84% tinham até 24 meses, enquanto, entre o que é ótimo”, observou. as fêmeas, 81% estavam nessa faixa etária. Ex-presidente do Novilho Precoce MS, ao registrado em 2014 (4,54% e 6,69%). Nedson Rodrigues observou que o Além do prêmio pela qualidade, lote campeão da primeira edição do os participantes do Show de CarcaVencedores Show de Carcaça passaria vergonha ça ganham desconto na alíquoca do Machos Fêmeas se participasse do concurso atualmenICMS do Programa de Incentivo à 1- Jussara Negrão, 1- Eduardo Moreira te. Hoje, segundo ele, os novilhos esprodução de Novilho Precoce, que Fazenda Cedron, Anastácio. Jacques, Estância Santa 2- Mário Ubirajara Hofke, Josephina, Antônio João tão um ano mais novo, mais pesado e varia de 35% (animais com quatro Fazenda Alto da Serra, 2- Geraldo Aparecido com melhor acabamento. dentes definitivos) a 65% (dentes de Rio Negro Pagliari, Fazenda Indaiá, “A competição é dura, mas, no leite) da tabela cheia de 7%. 3- José Rodrigues Campo Grande geral, fico entre os 10 primeiros coDos 1.983 novilhos entregues Pereira e Irmãos, 3- Delano de Oliveira locados. Quem faz integração, conpara abate, 1.147 eram machos e 836, Fazenda Cachoeirão, Hubber, Fazenda Mutuca, segue resultado melhor”, reconhece fêmeas. O peso médio ficou em 19 arCamapuã Água Clara Eduardo Folley Coelho, diretor de robas (285 kg de carcaça) para os maCastrados com vacina Bopriva - Waldir Norberto Daros, Fazenda Nova Bahia, Aquidauana. negócios da Genética Aditiva. n chos e 14,8 (222,3 kg) para as fêmeas. 30 DBO maio 2015
Negócios | Notas Meio ambiente
JBS dará apoio ao CAR A JBS decidiu incentivar a adesão de seus fornecedores de gado ao CAR, para viabilizar seu projeto de “cadeia 100% limpa” e cumprir o compromisso assumido com o Ministério Público Federal (MPF), em 2011, de adquirir bovinos apenas de fazendas que não desmataram ilegalmente na região da Amazônia (MT, PA, RO, AC, parte do MA e do TO). Conforme o termo de ajuste de conduta assinado pela empresa, a partir do momento em que o CAR entrasse em vigor, passaria imediatamente a ser exigência básica para habilitação de fornecedores de gado messa região. “Queremos, contudo, utilizá-lo como critério de compra em todo o País”, explica Daniela Teston, coordenadora de sustentabilidade da JBS. Mesmo com a prorrogação do prazo limite do CAR por mais um ano, a empresa terá de correr contra o tempo para colocar seus mais de 60.000 fornecedores dentro do Sicar. Ciente disso, firmou parceria com quatro empresas de consultoria ambiental para atendimento dos produtores a preço diferenciado - R$ 500 por cadastro, quando normalmente esse serviço é executado ao custo de R$ 1.500, em média. As empresas parceiras são a BM2, com atuação em Rondônia e Acre e sul do Mato Grosso; a Golden, que atenderá produtores do norte do Mato Grosso; a Paiol, no Maranhão; a BVRio e a Master Ambiental, com presença no Sudeste e Centro-Oeste. A JBS, pretende desenvolver ações dentro de cada planta para divulgar esse trabalho. Os técnicos das consultorias farão plantões nas unidades de abate para explicar aos produtores como funciona o CAR, oferecer seus serviços e realizar atendimentos.
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DBO maio 2015
Insumos
Matsuda projeta crescer 20% em 2015 Ao lado de seu sócio na unidade Matsuda Minas, Leonardo Cerise, durante o lançamento de duas novas cultivares de capim, a 8 de abril, em Álvares Machado, SP, o presidente do Grupo Matsuda, Jorge Matsuda, revelou que a meta do grupo é crescer ao menos 20% em 2015 sobre um faturamento ao redor de R$ 600 milhões obtido no ano passado. Além da liderança na produção e comercialização de sementes para pastagens, a Matsuda também se coloca entre os primeiros no segmento de suplementos minerais para bovinos, atuando ainda na linha Pet de rações, produtos veterinários e
Indústria
Margens dos frigoríficos caem 56% em um ano As margens dos frigoríficos brasileiros recuaram de 19,5% em março do ano passado para 11% no mesmo mês neste ano, segundo a Scot Consultoria, que, na análise, usa dados de frigoríficos que trabalham com desossa. “Vai ser um ano complicado para as margens e não há perspectiva de aumento no curto e no médio prazos, já que estamos saindo da safra”, diz o zootecnista Alex Lopes, analista da empresa de consultoria de Bebedouro, SP. O recuo é resultado de vários fatores. O principal decorre da valorização do boi gordo. Com mercado retraído e queda nas exportações, os frigoríficos não conseguem repassar esse aumento aos ataca-
Jorge Matsuda e Leonardo Cerise
fabricação de implementos agrícolas relacionados ao plantio e coleta de forrageiras. A sede do Grupo fica em Álvares Machado, na região de Presidente Prudente, SP, e inclui outras fábricas em São Sebastião do Paraíso, MG; Cuiabá, MT; Ji-Paraná, RO; Vitória da Conquista, BA; Goianira, GO, e Imperatriz, MA. Um dos projetos para os próximos anos é a abertura de uma unidade no Rio Grande do Sul. A divisão de sementes exporta para mais de 20 países, cobrindo quase toda a América Latina. distas. “No primeiro trimestre, o valor dos cortes de traseiro aumentou 1%, abaixo da inflação de 2,26% no período. Por outro lado, os cortes de dianteiro (de menor valor agregado) subiram 2,5% e a carne de frango teve reajuste de 4,5%”, explica o zootecnista. Na avaliação de Péricles Salazar, presidente da Associação Brasileira dos Frigoríficos (Abrafrigo), a situação adversa para as indústrias deve perdurar até dezembro. Ele acredita que, no próximo ano, a oferta de bezerros deve aumentar, reduzindo a pressão. Para ele, a empresa que puder traçar caminhos próprios para gerenciar custos e receita sobreviverá a este ano em que tudo conspira contra os frigoríficos. “Nos últimos três meses os frigoríficos perderam dinheiro. Agora, está começando a recuperação. Mas acredito que haverá uma reacomodação no mercado.”
Negócios | Notas Fazendas Boi Gordo
ações. A decisão deverá ser tomada por assembleia de credores e para ser aprovada terá de ter adesão de 80% deles.
Leilões de quatro propriedades terminam sem lances
Mercado Externo
O leilão das quatro últimas propriedades rurais das Fazendas Reunidas Boi Gordo, no dia 7 de abril, não teve lances. Foram à venda a Fazenda Realeza do Guaporé (14.173 hectares, avaliada em R$ 42.165.680); Fazenda do Guaporé II (10.301 ha e R$ 30.181.498); Fazenda Realeza do Guaporé III (1.997 ha e R$ 3.351.077) e Fazenda Realeza do Guaporé IV (4.021 ha e R$ 9.413.201). Agora, cresce a possibilidade de que os credores quirografários, categoria onde se enquadram os investidores, optem por não vender as fazendas para ficar com elas. Eles terão, então, duas opções: criar uma empresa para captação de patrimônio, o que lhes permite vender ou explorar o patrimônio sem interferência jurídica, ou um fundo de investimento imobiliário por meio do qual podem gerar cotas e vender
As exportações de carne bovina encerraram o primeiro trimestre de 2015 com o embarque de 318.000 toneladas, 17,5% menos do que no mesmo período do ano passado. A receita alcançou US$ 1,3 bilhão, queda de 17,5% em relação a 2014. A notícia boa é que os embarques voltaram a crescer em março. No mês, os frigoríficos embarcaram 116.000 toneladas de carne in natura, industrializada e miúdos, que renderam US$ 481 milhões, 7,6% e 13,8%, respectivamente, acima do registrado em fevereiro. Na comparação com o mesmo mês de 2014, o embarque cresceu 4,5% em volume, mas teve pequeno recuo em receita (-0,35%).
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Exportações de carne bovina recuam 17%
O presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Antônio Jorge Camardelli, afirmou que o setor espera a continuidade da recuperação dos embarques. “Tivemos (em março) a reabertura de importantes mercados, como Iraque e África do Sul. Outros fatores podem contribuir para o incremento das exportações, como o retorno às compras de carne bovina brasileira por parte da China e da Arábia Saudita”, diz Camardelli. A Rússia, que em fevereiro ocupou o quinto lugar no ranking dos principais clientes da carne brasileira, subiu duas posições em março. O país comprou 17.000 toneladas de carne bovina, 49,6% a mais do que em fevereiro, com faturamento de US$ 58 milhões, 54,4% maior do que o mês anterior. Já a Venezuela teve queda de 50% na receita e no faturamento das compras em março de 2015 ante fevereiro, que fecharam em 4.900 toneladas e US$ 28,2 milhões.
Confinamento | Evento
Entre a euforia e a cautela Em encontro da Scot Consultoria, pecuaristas articulam estratégias de comercialização das boiadas que serão terminadas este ano. n Denis Cardoso
denis@revistadbo.com.br
conjuntura atual de mercado gerou uma onda de otimismo entre os confinadores, sobretudo quando se leva em conta uma expectativa futura de custos baixos de insumos, sustentada pela queda no valor do milho, e de preços altos do boi gordo, superiores aos patamares recordes atuais – no fim de abril, os contratos para novembro na BM&FBovespa indicavam um valor de arroba ao redor de R$ 155, base São Paulo. Porém, como ninguém tem certeza sobre o dia de amanhã, convém não ir com tanta sede ao pote – é preciso, desde já, se prevenir contra possíveis mudanças drásticas de rumo, hipótese não descartada pelos especialistas de mercado, que apontam para um cenário nebuloso para o segundo giro do confinamento, a partir do próximo semestre do ano, diante da disparada nos preços dos animais de reposição e do enfraquecimento da demanda interna por carne bovina. “No momento todas as contas são favoráveis ao confinador, mesmo com o aumento excessivo do boi magro. Mas é preciso tomar cuidado para não cair na armadilha da euforia”, alerta Leandro Bovo, operador de commodities do Banco Espírito Santo de Investimento – BESI Brasil, com sede na capital paulista, um dos participantes de uma “mesa redonda de debates”, promovida pelo Encontro de Confinamento, da Scot Consultoria, de Bebedouro, SP, evento realizado em abril, em Ribeirão Preto, SP, e que contou com uma plateia de mais de 600 pessoas. O evento completou dez anos de existência (veja quadro na página ao lado). Na avaliação de Bovo, o erro não está em especular com o preço do boi gordo – ainda mais quando o mercado futuro aponta para um patamar nunca visto na história da pecuária brasileira –, mas sim 36 DBO maio 2015
EDUARDO TORRES / Bela Magrela
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Casa cheia: arroba em alta atraiu mais de 600 pessoas, de 188 municípios.
fazê-lo sem que haja por trás disso um mecanismo seguro de proteção de preço, que garanta lá na frente lucratividade na operação. Compartilham da mesma opinião Hyberville Neto, Alex Santos Lopes da Silva e Gustavo Aguiar, o trio de analistas da Scot Consultoria, que abordaram o tema “confinamento” em suas palestras em Ribeirão Preto. “Diante da oferta restrita, o preço do boi tende a permanecer firme, mas não convém arriscar muito”, diz Neto, ressaltando a importância de buscar ferramentas de proteção (hedge), seja o contrato a termo, o mercado de opções ou mercado futuro. “Não podemos esquecer que a demanda de carne bovina tem patinado, tanto no mercado interno quanto para as exportações”, afirma Silva, sugerindo que o pecuarista deveria estar com a “pulga atrás da orelha” em relação ao comportamento futuro do mercado de boi gordo. “Quando a atividade é muito intensiva, como é caso do confinamento, trabalha-se com margens de erros bem menores; qualquer desatenção em relação ao mercado e ao custo de produção pode reverter o resultado do azul para o vermelho rapidamente”, alerta Aguiar.
Estimativa da Associação Nacional dos Confinadores (Assocon) aponta crescimento de 5% na engorda intensiva este ano, para algo em torno de 4,4 milhões de cabeças. Pesquisa feita em fevereiro com os associados da entidade, em 85 confinamentos, indica aumento de 8% na atividade do grupo, com a engorda de 800 animais. Bruno Andrade, gerente-executivo da Assocon, também presente no evento da Scot, diz que alguns confinadores decidiram antecipar o fechamento dos animais no cocho, para aproveitar os bons preços do boi neste primeiro semestre. “A gente detectou que alguns confinamentos em Goiás iniciaram mais cedo o período de engorda, com o intuito de tentar vender o boi até julho e, assim, garantir o lucro vigente”, informa Andrade. Por conta disso, continua ele, é bem provável que, no primeiro ciclo, “o número de animais confinados seja superior ao registrado em igual intervalo de 2014, ao passo que, talvez, no segundo giro, o total de
cabeças no cocho fique um pouco aquém do observado no mesmo período do ano passado”. Independentemente do período de engorda, o gerente-executivo da Assocon também defende o uso de mecanismos de proteção de preço. “Primeiramente, o confinador precisa conhecer, com absoluta precisão, todos os seus gastos com a engorda intensiva. Isto posto, recomandamos que se faça, no mínimo, um hedge de seu custo de produção”, diz Andrade. (veja análise da Assocon na pág. 40). Em abril, a DBO conversou com vários confinadores presentes em Ribeirão Preto, no evento da Scot. Eles reforçaram o clima de otimismo em relação à atividade de confinamento este ano. A maioria absoluta dos entrevistados disse que pretende lançar mão de alternativas de proteção de preço. Entre as modalidades escolhidas, prevalece o mercado de opção. “Esse é o modelo preferido hoje por quem procura mitigar riscos, atesta Leandro Bovo, do BESI Brasil, acrescentando que a instituição tem verificado atualmente um crescimento dessa operação em detrimento das outras ferramentas disponíveis no mercado futuro. Segundo Bovo, diferentemente do modelo tradicional de fixação de preço futuro, em que o pecuarista deixa de ganhar caso a arroba suba acima do valor estipulado (e ainda tem que arcar com o aumento da reposição, que normalmente acompanha a valorização do boi) –, no mercado de opção, o produtor adquire o direito – e não a obrigação – de negociar, no futuro, seus animais a um determinado preço. Caso a arroba do boi, na data de entrega dos animais, esteja acima do valor fixado, o pecuarista não exerce o seu direito, recebendo denis cardoso
Equipe da Scot: “Um por todos, todos por um”
o preço do dia – mas se o mercado estiver abaixo do valor estipulado, ele recebe o valor mínimo que havia sido segurado. “Embora tenha um custo, em torno de R$ 2,50R$ 3,00/@, é uma operação que vale muito a pena, pois, além de eliminar a possibilidade de prejuízos, permite que o produtor ganhe na alta, além de se proteger contra o risco da reposição”, ressalta. Expectativas no cocho – Márcio Lupatini, responsável pelo setor de recria do Grupo Mantiqueira, de Água Boa, MT, que trabalha com recria a pasto e engorda intensiva (capacidade estática para 30.000 cabeças), diz que a empresa pretende confinar 40.000 animais este ano, número semelhante ao registrado no ano anterior. Segundo ele, esse número só não será maior porque o grupo está tendo dificuldade na compra de animais de reposição –sobretudo boi magro – para o segundo giro de confinamento, devido à escassez
de oferta. Como solução para o impasse, diz Lupatini, o grupo comprou bezerros, antecipadamente, e passou a recriá-los em pastos próprios e áreas arrendadas (total de 60 mil hectares), com o objetivo de levá-los para o cocho no segundo semestre. “Certamente, este gado entrará mais leve para o confinamento, com 11@, aproximadamente”, afirma ele, acrescentando que os bois do primeiro giro ingressaram no cocho com 14@, em média. Em relação à estratégia de proteção de preço, a Mantiqueira, diferentemente da tendência atual do mercado, vem dando preferência ao fechamento de contratos de boi a termo, modelo de fixação de preço na BM&FBovespa intermediado por um frigorífico – nesse caso, o JBS. “O importante é garantir a margem de ganho”, afirma Lupatini, que conclui a
Dez anos “sempre alerta” Se do lado de dentro, não faltavam números estatísticos, gráficos e tabelas em Excel, na espaçosa sala do lado de fora do auditório onde se realizaram as palestras do Encontro dos Confinadores, da Scot Consultoria, em Ribeirão Preto, o ambiente era acolhedor: coquetel aos convidados e música instrumental ao vivo: jazz, bossa nova, moda de viola e chorinho. “É preciso purificar a alma dos participantes que, lá nas cadeiras frias do auditório, enfrentam a dura realidade dos números”, brinca o engenheiro agrônomo e diretor da Scot Consultoria, Alcides de Moura Torres Junior, ou Scot, como é conhecido. O evento, que reúne gente de todo o Brasil – nesta edição de abril recebeu mais de 600 pessoas, oriundos de 188 cidades, de 15 Estados – comemorou dez anos de existência. Certamente, o sucesso de público não foi garantido pelo ambiente aconchegante e descontraído da ante-sala – os participantes, a maioria pecuaristas, lá estiveram pela qualidade técnica dos trabalhos apresentados: durante as 16 palestras e quatro “mesas de debate”, quase não se viam cadeiras vazias no imenso auditório do Ribeirão Shopping.
A tradição do evento e, sobretudo, a confiança dos convidados no trabalho do fundador da Scot Consultoria e de sua equipe de jovens analistas, especializados em ciências agrárias, também contribuíram para a lotação do auditório. “Começamos, no escritório da Scot (em Bebedouro, SP), com uma equipe de apenas 8, e hoje somos em mais de 30 pessoas”, conta Scot, que, além da paixão pela boa música, é aficionado por filmes. Pelo menos dois deles, Mississipi em Chamas e O Vento Levou, clássicos da telona, é batismo obrigatório para todos os jovens profissionais que colocam pela primeira vez o crachá da consultoria. “Esses filmes relatam situações de pressão semelhantes às vividas no mercado”, compara. Apelidado de Scot desde os tempos de escotismo – e também de quando bebericava, com os colegas, o uísque Scott’s Bard –, o chefe da consultoria de Bebedouro e sua equipe mudam a cor da camisa de trabalho a cada dia de evento (o tom rosa foi o escolhido para encerrar as atividades em Ribeirão Preto), mas o lema é sempre o mesmo: um por todos, todos por um! maio 2015 DBO
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Confinamento | Evento entrevista à DBO com um ditado comum nos corredores do Grupo Mantiqueira: “Lucro pequeno não quebra ninguém”. A Vera Cruz Agropecuária, do Grupo Otávio Lage, de Goianésia, GO, que possui confinamento com capacidade estática de 20.000 cabeças, prevê elevar em mais de 22% a engorda intensiva em 2015, para 27.000 animais, em relação ao volume de 2014 (22.000 bovinos). Uma pequena parte dos animais confinados (em torno de 5%) será sustentada por parceiros, em operações de boitel ou sistemas de cobrança por arroba ganha, informa Leonardo Rios, gestor de pecuária do grupo, que também acompanhou as palestras em Ribeirão Preto. Segundo ele, a empresa já tem garantido 70% de sua necessidade para o confinamento deste ano. “Um terço dos animais são advindos de nossas matrizes”, diz o gestor do grupo, que, além da estrutura de cocho, possui fazendas de cria e recria no Estado de Goiás. Rios diz que, para fugir das altas na reposição, a empresa Vera Cruz trabalha com a compra antecipada de animais de terceiros, que, estrategicamente, vêm sendo recriados em fazendas próprias desde o ano passado. Para aproveitar o preço atrativo do boi no mercado futuro, o grupo tem escolhido a modalidade de opção. “Preferimos trazer para dentro de casa a operação de venda de nossa boiada, em vez de utilizar o modelo de boi a termo com o frigorífico”, afirma Rios. Em meados de abril, o grupo operava contratos na BM&F com seguro (preço mínimo) ao redor de R$ 150/@, para outubro, base Goi-
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ás (em abril, o valor vigente na região girou em torno R$ 140/@). Também presente no evento da Scot Consultoria, Paulo de Siqueira Melo, acionista membro da família proprietária do Grupo Otávio Lage, responde também pela gerência da Nelore Santa Clara, de Aruanã, GO, que possui um confinamento de menor porte, com capacidade estática para 2.000 cabeças, abastecido apenas com animais de cria própria --- a empresa faz ciclo completo. “Para este negócio, pretendemos travar, por meio de contratos de opção, pelo menos 30% da boiada confinada, com entrega prevista para outubro e novembro”, releva Melo, acrescentado que o valor futuro almejado também gira em torno de R$ 150/@. Nessa operação, está programada a engorda de 2.000 cabeças, aproximadamente, praticamente a mesma quantidade do ano passado. Embora trabalhe com um pouco de cautela em relação ao valor futuro do boi – protegendo 30% da safra –, Melo acredita em alta da arroba no fim do ano. “Vai faltar boi gordo no mercado”, prevê. “Surfar na alta” – A premissa de que não haverá oferta suficiente de animais para abastecer a demanda da indústria frigorífica no segundo semestre é prato cheio para os pecuaristas mais ousados, que não escondem a preferência em trabalhar “ao sabor do mercado”, em vez de buscar algum tipo de segurança de preço na BM&FBovespa. Esse é o perfil de Anderson Zanetti sócio-proprietário da Fazenda Bonanza, de Poxoréu, MT, que faz re-
cria e engorda intensiva (estrutura com capacidade estática para 5.000 cabeças). “Neste ano, particularmente, optamos em operar somente no mercado físico, pois acreditamos em forte escassez de oferta de boi gordo no último trimestre do ano, o que vai puxar o preço da arroba para as alturas”, aposta, completando que vislumbra, para o período, um boi ao redor de R$ 155/@ em sua região. Este ano, a Fazenda Bonanza espera confinar “entre 8.000 e 10.000 animais”, número que, diz Zanetti, vai depender do sucesso (ou não) da compra de animais necessários para o segundo giro de engorda. “Para o primeiro ciclo, está tudo comprado; para o segundo, ainda é uma incógnita”, afirma o produtor, referindo-se à dificuldade em encontrar boi magro na região, além do problema de preço elevado (ágio de 20% sobre o valor do boi gordo, segundo ele). Marcelo Vitti, da Fazenda Jandaia, de Itumbiara, GO, que também produz cana em 1.800 ha, também não fará hedge de sua produção no cocho, estimada em 400 cabeças (vacas e novilhas, somente). Porém, a sua opção de ficar “descoberto” no mercado nada tem a ver com “ousadia de investidor”, mas sim pelo fato do pecuarista estar estreando este ano na atividade de confinamento. “Prefiro ‘sentir’ o mercado, por isso vou fazer somente o primeiro giro, trabalhando, assim, com maior cautela e segurança”, afirma ele, que assumiu, há um ano, a administração da fazenda de seu avô, que adoeceu. “Paralelamente à cana, resolvi apostar no confinamento, que estava desativado e tem estrutura para 2.000 bois”, diz. n
TECNOLOGIA COM COMPETITIVIDADE PARA SEU REBANHO
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Confinamento | Estratégia
Assocon recomenda cautela Valorização da arroba pode mascarar rentabilidade baixa, devido à alta do boi magro.
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Assocon, Associação Nacional de Confinadores, divulgou, pela primeira vez na imprensa, a pesquisa que realizava, para uso exclusivo de seus filiados, sobre o nível de rentabilidade da atividade no País. “Decidimos abrir esses dados porque notamos uma certa euforia quanto aos ganhos econômicos do setor neste ano, em função da valorização da arroba. Nesses momentos, muitas pessoas pensam em fazer engorda intensiva e podem se frustrar. É preciso ter cautela, pois o preço do boi magro, que representa 70% do custo total de produção, também está elevado. Se o confinador não for eficiente na engorda e usar mecanismos de hedge, poderá ter prejuízo ou ganhar bem menos do que espera”, explicou Bruno Andrade, gerente técnico da Assocon, durante visita à redação de DBO, no dia 07 de abril, quando a arroba estava próxima de bater R$ 150 e já se falava em R$ 160. Conforme a pesquisa realizada pela as-
sociação, a rentabilidade do confinamento no País, neste ano, poderá ser de apenas 1,31% (R$ 32/cab), se considerada a produtividade média do setor, que é de 6,21@ ganhas em 98 dias de terminação. Os cálculos da Assocon foram feitos, no início de abril, com base na praça de Goiás, onde o valor da diária, já incluídas despesas operacionais, era de R$ 6 por cabeça; o boi magro estava estimado em R$ 1.800 e a arroba em R$ 138. A ração considerada na simulação tinha 81% de NDT, 14% de proteína bruta e 19% de FDN. Projetou-se um rendimento de 53,8% e um ganho de peso diário de 1,497 kg/cab/dia. Peso da eficiência – O baixo índice de rentabilidade estimado por Andrade deveu-se não apenas ao encarecimento da reposição, mas também ao diferencial de base praticado em Goiás (quase R$ 10 a menos do que o preço de São Paulo), e à baixa eficiência na
www.adubosaraguaia.com.br
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operação. Entretanto, se o confinador conseguir colocar mais arrobas por animal no mesmo período e comprar o boi magro por preço não superior a R$ 147/@, pode conseguir melhorar sua receita. Andrade fez projeções para diferentes regiões e cenários econômicos e apresentou algumas delas durante sua visita à DBO. “Digamos que o preço do boi magro se mantivesse em R$ 1.800, mas o produtor errasse no manejo de engorda, obtendo ganho médio de apenas 1,2 kg/cab/dia, o prejuízo seria de R$ 120/cab. Para não perder dinheiro, ele teria de ter adquirido os animais de reposição mais barato, digamos R$ 1.680/cab. Agora, imaginemos que o boi magro ficasse no mesmo patamar atual, porém, o produtor fosse muito eficiente, conseguindo ganho de 1,8 kg/cab/dia, e a arroba fosse a R$ 160,00, o lucro chegaria a R$ 318/cab”, explicou o executivo da Assocon. (Maristela Franco) n
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NOSSAS LOJAS: • ANÁPOLIS/GO: 62 - 3321.9700 • GOIÂNIA/GO: (Setor Coimbra) 62 - 3272.8800 - (Jd. Guanabara) 62 - 3265.2400 (Pio XII) 62 - 3272.3200 • CATALÃO/GO: 64 - 3441.8811 • BRASÍLIA/DF: (Sobradinho) 61 - 3487.8200 - (Taguatinga) 61 - 3355.9600 (Ceasa) 61 - 3362.3500 • FORMOSA/GO: 61 3642.9595 • CRISTALINA/GO: 61 3612.8282. NOSSAS FÁBRICAS: • ANÁPOLIS/GO: 62 - 3310.8133 • CATALÃO/GO: 64 - 3441.8844 • SOBRADINHO/DF: 61 - 3487.8100 • SORRISO/MT: 66 - 3545.9898 • RONDONÓPOLIS/MT: 66 - 3439.9898.
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Capítulo Esta é a terceira reportagem do Projeto Portas Abertas, um canal criado por DBO para comunicação entre a indústria e os pecuaristas. Você pergunta, nós respondemos.
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Maristela Franco | maristela@revistadbo.com.br
Por que não recebo pelo couro, miúdos e subprodutos A pergunta é de Jean César Moreira Ferreira, diretor do Grupo Jaime dos Anjos, que possui confinamento com capacidade estática para 4.500 cabeças na Fazenda Medalha, localizada em Aruanã, Goiás. A empresa engorda cerca de 13.000 animais em três ciclos.
Esse questionamento reflete uma velha dú-
vida dos pecuaristas e está associada à forma de comercialização do boi no Brasil. Desde que surgiram os primeiros frigoríficos no País, na primeira metade do século XX, trabalha-se com o conceito de carcaça, que é definida como o bovino abatido, sangrado, esfolado, eviscerado, desprovido de cabeça, patas (mocotós), rabada, glândulas mamárias (nas fêmeas), verga e testículos (nos machos). Como o produtor recebe pela carcaça limpa, medida em arrobas (15 kg cada), fica com a impressão de que o couro, miúdos e subprodutos são deixados “de graça” para o frigorífico. Waldir Cicerelle Júnior, gerente executivo de inteligência comercial da JBS, explica que essa visão deriva de uma maneira ultrapassada de se apurar o resultado do frigorífico. Dizia-se antigamente, no setor, que o dinheiro obtido com a venda da carne deveria pagar os custos totais do frigorífico e o restante do boi lhe garantir o lucro. “Este raciocício simplista não reflete a realidade atual da indústria. Hoje, a venda da carne cobre, em média, apenas 80% do preço do boi. O couro, miúdos e subprodutos constituem fontes de receita complementar fundamentais à sobrevivência da indústria. Sempre estiveram embutidos no valor da arroba e o produtor precisa estar consciente disso”, afirma Cicerelle. Segundo ele, o frigorífico somente apura seu resultado depois que “desmonta” o boi e comercializa cada item obtido. “As quatro fontes básicas de receita (carne, couro, miúdos e subprodutos) devem cobrir o custo total de produção: valor pago pelo boi, comis44
DBO maio 2015
sões, frete, impostos, despesas operacionais, administrativas e financeiras, depreciações e amortizações, para que a empresa trabalhe com break-even-point (equilíbrio entre despesas e receitas)”, salienta. No primeiro trimestre do ano, essa conta não fechou. “Tivemos um cenário muito adverso, pois os preços da carne não acompanharam a valorização da arroba”, diz o executivo. “A remuneração do produtor pela carcaça limpa é prática comum não apenas no Brasil, mas em vários outros países produtores de carne, como a Austrália e os Estados Unidos, embora haja diferenças quanto ao conceito dessa carcaça”, informa Pedro de Felício, professor da Unicamp e um dos maiores especialistas de carne bovina do País. Mesmo quando se compra o boi pelo peso vivo, se ajusta o preço ou se aplica um percentual fixo de rendimento correspondente ao peso da carcaça. Isso se deve à dificuldade de incluir,
na negociação com o produtor, dezenas de miúdos e subprodutos do boi, cujo aproveitamento, inclusive, é incerto, pois depende da infraestrutura de cada indústria. Muitas empresas pequenas e médias, por exemplo, descartam o material residual do abate como dejeto ou o revendem para estabelecimentos especializados, pois não têm como processá-los e comercializá-los. “A capacidade de explorar o potencial econômico dos miúdos e subprodutos do boi está diretamente ligada ao nível de profissionalização do frigorífico”, diz Felício. Há bons mercados externos para vários desses itens, mas é preciso saber acessá-los e atender suas demandas, tanto em quantidade quanto em qualidade. Uma parcela considerável dos abatedouros nacionais ainda não consegue explorar esses nichos, mas já se avançou bastante. As exportações de miúdos comestíveis, por exemplo, estão em alta. Nos últimos 15 anos, passaram de quase zero para 182.929 toneladas, garantin-
Subproduto comestível destinado à Ásia
Fábrica de processamento de sebo
Rede complexa –
Esfola da primeira pata dianteira...
Retirada das vísceras brancas...
Serra da carcaça em partes iguais
do receita de US$ 600,8 milhões em 2014, conforme levantamento da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec). Do boi, retiram-se pelo menos 25 miúdos e subprodutos comestíveis. Alguns deles (tendões, testículos, coração, vergalho, traqueia, artérias, língua, rabo, lábio inferior), não são consumidos no Brasil, sendo exportados para países da África e Ásia, principalmente China, Hong Kong e Vietnã, onde são vistos como iguarias. A logística de venda desses miúdos, tripas (outra importante fonte de renda para os frigoríficos) e subprodutos é complexa. Pelo menos 49 segmentos industriais dependem do boi como fornecedor de matéria-prima para fabricação de alimentos, roupas, móveis, artigos esportivos, pincéis, biocombustível, cosméticos e até medicamentos. Do sangue de boi, se tira plasma; da pele, colágeno; do pâncreas, insulina; da glândula hipófise, hormônios. Nem sempre se tem demanda constante, volume e relação custo/benefício vantajosa para todos esses itens. Cabe à indústria analisar, diariamente, os vários nichos de mercado e decidir quais vale à pena explorar.
eliminá-lo até o final do dia”, salienta. Para cumprir essa tarefa, todas as operações são padronizadas e executadas conforme um programa interno de controle de qualidade. “A volatilidade da mão de obra nessa área é grande, por isso estamos sempre treinando pessoas, monitorando as atividades e ajustando processos. Mesmo que haja diferenças entre as plantas, no que diz respeito às instalações ou equipamentos, o abate deve obedecer às mesmas regras pré-estabelecidas”, explica Marcos, acrescentando que esse trabalho começou em 2012, por decisão da diretoria. “A empresa é grande, mas os produtos que levam sua marca devem ser padronizados”, diz ele. Na esfola, por exemplo, segue-se uma sequência rigorosa de operações, para não se danificar nem o couro nem a carcaça. O processo é iniciado na sangria, prosseguindo com a riscagem e esfola da primeira pata traseira. Na sequência, faz-se a retirada do tendão e das patas (mocotó) com um alicate hidráulico. A etapa seguinte é a esfola do quarto traseiro do animal, que exige cuidado redobrado, porque o magarefe trabalha próximo às peças nobres (picanha, alcatra, contrafilé e coxão mole), que têm maior valor agregado. “Ele não pode cortá-las ou arrancar sua gordura. Também não pode furar ou riscar essa região do couro, que é de grande valor para o curtume”, explica Queiroz. A mesma operação é realizada no segundo quarto traseiro do animal.
Sequência rigorosa – O passo seguin-
Padronização de abate – Tanto o cou-
ro, quanto os miúdos e subprodutos são gerados nas três fases posteriores ao abate do animal: a esfola, a evisceração e a toalete (limpeza) da carcaça. DBO esteve em uma das plantas da JBS em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, para acompanhar essas etapas da produção, em companhia de Marcos Silva Queiroz, responsável pela área de padronização de abate da Regional 1 (SP e MS). Segundo ele, todas as plantas da empresa têm uma meta de rendimento diária, que já inclui os miúdos e subprodutos. “Iniciamos as operações com um custo nas costas e temos de
te é a descolagem do couro até a região da virilha, usando-se uma esfoladeira pneumática, de forma que o couro fique limpo e a carcaça, íntegra. Enquanto isso, o trabalho é realizado na parte de baixo do animal, com retirada dos tendões, esfola e corte das patas dianteiras, que também são direcionadas para a área de subprodutos localizada abaixo da sala de abate. Lá, após a retirada do casco, elas são trituradas. Na linha de abate, o trabalho continua com o corte dos chifres, a esfola da cabeça, a extração da orelha, a esfola do rabo, a oclusão do reto (tomando-se cuidado para não perfurar a bexiga), a arriação do couro com a esfoladeira desde a região da alcatra até o cupim e a esfola da paleta. Depois disso, o couro é liberado para retirada com rolete. “Concluída esta etapa, faz-se a pré-evisceração da carcaça, com oclusão do esôfago, que é separado da traqueia, para evitar contaminação; dobra-se o cupim, para que ele não seja cortado pela serra; desloca-se a cabeça e abre-se o abdômen do animal, puxando as vísceras brancas (estômago e intestino) para a mesa”, explica Queiroz. As fases seguintes são a retirada das vísceras vermelhas (fígado, pulmão) e a serragem da carcaça em duas partes iguais. Elas são examinadas pelos técnicos do Serviço de Inspeção Federal (SIF) e depois enviadas para a toalete. n
Na próxima edição, falaremos sobre a etapa de toalete, pesagem e rendimento de carcaça. Participe enviando suas perguntas para o e-mail maristela@revistadbo.com.br. Mais informações estarão disponíveis também no Portal DBO.
maio 2015
DBO 45
JUNHO
DOMINGO • 14h
2015
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Vilhena
Mais novidades no Rally da Pecuária
S. Miguel do Araguaia
Querência Nova Crixás
Sta. Helena de Goiás
Uberaba
Campo Grande
P. Prudente
Aquidauana
Parceria com a Sociedade Rural Brasileira, para reforçar conceitos de gestão, é uma delas. n Moacir José
moacir@revistadbo.com.br
C
omeçou no dia 26 de abril a quinta edição do Rally da Pecuária, “uma viagem pelo Brasil que produz”, expedição comandada pela Agroconsult, consultoria agropecuária com sede em Florianópolis, SC. O trajeto a ser percorrido – 60 mil km em 11 Estados brasileiros – teve início no município gaúcho de Passo Fundo e terminará em Rio Branco, capital do Acre, no dia 18 de junho. São seis equipes integradas por 15 pessoas cada. Uma das novidades desta versão é justamente a ampliação do trajeto em mais 5.000 km, abrangendo os Estados do Rio Grande do Sul e do Acre. Outra é a realização de cinco “circuitos rurais” – encontros com os pecuaristas durante o dia para debater assuntos como sucessão familiar, gestão e sustentabilidade –, resultado de uma parceria com a Sociedade Rural Brasileira, que destacou seu diretor Francisco Vila para profe-
48 DBO maio 2015
Barretos
Dourados
Cascavel
Passo Fundo
rir palestras sobre esses assuntos. Em outras oito oportunidades acontecem os tradicionais “eventos” do Rally – discussões à noite, após a chegada das equipes às cidades, com debates sobre mercado e outras questões de interesse, como a atual situação do setor de cria, confinamento, etc... Para o presidente da entidade, Gustavo Diniz Junqueira, essa característica de “fórum de debates” do rally é que atraiu a SRB a participar, convicta que está de que o produtor precisa ser protagonista das mudanças por que passa a pecuária brasileira. Segundo Maurício Palma Nogueira, sócio da Agroconsult e coordenador do Rally, já estão agendados encontros com 120 pecuaristas, com os quais serão feitas entrevistas qualitativas para levantamento de dados sobre pastagens, nutrição, reprodução, manejo sanitário e comercialização. Projeções – Como noticiou o Portal DBO no dia de lançamento do Rally (23 de abril), em coletiva de imprensa na sede da Socieda-
de Rural, no centro de São Paulo, uma das projeções da Agroconsult para 2015 é a terminação, em confinamento, de 5 milhões de cabeças, 400 mil a mais do que o estimado para 2014. Para Maurício Nogueira, muitos pecuaristas de pequeno porte estão animados com os elevados preços da arroba do boi gordo (R$ 150;@ no fim de abril) e deverão reter garrotes para engorda intensiva, em vez de vendê-los, como fazem habitualmente. Outra possibilidade apontada por ele é a de incremento no número de vacas em confinamento, fruto do descarte de uma “segunda chance” que foi dada por muita gente para animais que seriam descartados logo após o término da estação de monta terminada em fevereiro. “Com o prolongamento do período chuvoso, o pessoal segurou essas fêmeas, para uma segunda estação de monta”, analisa o coordenador do rally. Essa segunda chance, por sua vez, se liga ao interesse de reter matrizes, já que o segmento de cria está muito valorizado, com a arroba do bezerro valendo 50% mais do que a do boi gordo, na faixa de R$ 240 nas praças-referência para essa categoria. Para Maurício Nogueira, no entanto, esse valor, que representa uma relação de troca mais estreita (1 boi gordo de 18@ comprando apenas 1,6 bezerros de 7@) corrige uma distorção de mercado que foi observada enquanto houve expansão da pecuária para a chamada fronteira agrícola; agora que esse movimento foi interrompido, por causa do aperto na legislação ambiental, essa relação se ajusta. “É muito mais caro produzir uma arroba de bezerro do que uma de boi gordo”, justifica. Pastagens – Outra expectativa dos organizadores do rally é quanto ao aumento dos índices de produtividade das fazendas visitadas. No ano passado, um dos números apurados pela expedição, que percorreu 55.000 km em nove Estados, foi a média produtiva de 9@/ha/ano, mais que o dobro do que a média brasileira, estimada em 4@/ha/ano. “Em 16% das fazendas visitadas, que faziam recria-engorda, esse número saltou para 18@/ha/ano”, diz Maurício Nogueira. “Como na agricultura, a pecuária começa a não aceitar mais baixo nível de tecnologia”, constata o diretor da Agroconsult. Outros indicadores não estão estimados pela consultoria, como por exemplo, mortalidade de bezerros, idade média de abate de novilhos e novilhas e seus respectivos rendimentos de carcaça (veja tabela). Mes-
2 0 1 5
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Produção | Expedição Os indicadores do Rally da Pecuária e a média da pecuária brasileira Brasil1
ANO DA EXPEDIÇÃO
2011
2012
2014
Rebanho médio (cabeças)
3.767
3.400
4.666
DNL
Área de pastagem (mil ha)
1.220
966
950
170.000
Ocupação média (cab/ha)
1,41
1,44
1,7
1,2
Desfrute2
31
30
32
20
Produtividade (@/ha/ano)
7
6,9
9,4
4,1
Produtores amostrados
455
410
416
4.000.000
Índice desmama (%)
74,6
75,1
77,13
77
Mortalidade até 12 meses (%)
2,5
3
2,7
4
1
1,8
1,2
1,5
29,4
34
Mortalidade total (%) Idade de abate novilhos (meses)
DNL
Idade de abate novilhas (meses)
DNL
26
38
Idade descarte matrizes (anos)
DNL
9,3
10
Crias por matriz
DNL
6,7
6
Rendimento de carcaça machos (%)
DNL
52,7
52
Rendimento de carcaça fêmeas (%)
DNL
50,5
50
(1)
Os números coloridos têm como fonte a Embrapa Gado de Corte; (2) no ciclo completo; (3) proporção entre o número de bezerros e o de fêmeas aptas a parir. DNL = dado não levantado. Fonte: Agroconsult; Elaboração: DBO
Interatividade na internet Outra novidade apresentada pelo Rally da Pecuária é a possibilidade de interação de quem vai acompanhar o deslocamento das equipes, pelo portal da expedição na internet. Os pecuaristas “virtuais” poderão preencher o mesmo questionário preenchido pelos pecuaristas participantes dos oito eventos e se incorporar à base de dados da expedição. Segundo Maurício Nogueira, também receberão relatório com os resultados levantados em suas regiões. O site do rally é o www.rallydapecuaria.com.br
50 DBO maio 2015
Resultados estimados para 2015 Análise de lucro operacional (R$/ha) por atividade e por nível de tecnologia
Fonte: Agroconsult
Maurício Nogueira (com André Pessôa, Gustavo Junqueira, Francisco Vila e Stephan Mihailov, ao fundo): pecuária começa a rejeitar a baixa tecnologia.
mo assim, a consultoria estima que se fosse aplicado o pacote de tecnologia observado na média das fazendas do rally, o Brasil precisaria de apenas 72 milhões de hectares de terra para produzir as mesmas 10 milhões de toneladas de carne que produz atualmente em 166 milhões de hectares. Dessa área, aproximadamente 32 milhões de hectares (20%) demandam algum tipo de controle de plantas invasoras e, destes, 19 milhões exigem uma ação de curto prazo por estarem em estágio avançado (14 milhões de ha) ou totalmente degradadas (5 milhões de ha). “Seriam necessários quase R$ 30 bilhões até o fim de 2016 para corrigir o problema”, estima Maurício Nogueira. No rally do ano passado também se constatou que 10% da área total amostrada procedeu à reforma de pastagens.
Do universo de entrevistados, 45% declararam corrigir e fertilizar suas pastagens, mas os organizadores da expedição estimam que apenas 3% dos quase 1 milhão de hectares da área amostrada sejam corrigidos de forma adequada, ou seja, recebam fertilizantes em cobertura seguindo todas as recomendações. Outra estimativa pouco alvissareira é a de que apenas 12% da área total de pastagens do Brasil (20 milhões de hectares) estaria apta tecnicamente a receber projetos de integração lavoura-pecuária, tecnologia tida como das mais eficientes para reforma de pastagens degradadas e também de aumento de produtividade a custo baixo. “Tem gente que mal alimenta suas vacas; quanto mais introduzir na propriedade uma tecnologia que não admite erros”, sintetiza Nogueira. Sustentável – Do ponto de vista da sustentabilidade, a percepção é a de que a pecuária brasileira emite menos gases de efeito estufa por quilo de carne produzida, tendo fatores que levam a isso a redução progressiva na idade de abate dos animais, aumento da lotação dos pastos e aumento, ainda que mais lentamente, no número de bezerros produzidos pelo mesmo número de vacas. Para contribuir com o aumento da produtividade é que também serão ministradas, durante o rally, palestras para divulgação do conceito 7.7.7 (7 arrobas em cada fase de vida do bovino, cria, recria e engorda), divulgado por DBO na edição de abril. Ela ficará a cargo de técnicos da Phibro, empresa de nutrição que, junto com o Banco do Brasil, passa a integrar o rol de patrocinadores do rally (Dow AgroSciences, Fertilizantes Heringer e Volkswagen). “Levar informação para melhorar o resultado da atividade do pecuarista também é nosso papel”, justifica o presidente da Phibro, Stephan Mihailov. n
Instalações e Equipamentos
ESPECIAL • A novidade do
• Barreira na
• Sai porteira,
• Dimensione bem
• Cerca elétrica
• Cocho bem
curral “que anda”
o seu bebedouro
cerca para tratar do bezerro
sem tormento
entra mata-burro.
equipado
Veja a seguir exemplos de instalações, equipamentos e soluções para melhorar os resultados da fazenda.
Instalações e Equipamentos
ESPECIAL saul schramm
Curral sobre rodas
Capa
A principal instalação das fazendas de gado ganhou mobilidade, facilitando a vida do produtor moderno, especialmente daquele que faz integração lavoura-pecuária.
Modelo desenvolvido pela Oxen tem seringa, tronco coletivo e de contenção. Maristela Franco maristela@revistadbo.com.br
A
revolução vivida pela pecuária brasileira – consequência direta da busca por maior produtividade, com uso intensivo de tecnologias – está movimentando tanto o setor de máquinas quanto o de instalações destinadas à atividade. Na reportagem de capa que abriu a primeira edição deste Especial, em maio de 2013, DBO mostrou como o curral (centro nevrálgico da fazenda) evoluiu junto com a pecuária. Ganhou linhas curvas, laterais vedadas e pisos antiderrapantes para atender conceitos de bem-estar animal; incorporou equipamentos automatizados para facilitar o manejo; tornou-se mais leve, compacto e funcional. Mas não parou aí. Nos últimos anos, rompeu mais um paradigma. Deixou de ser fixo e ganhou mobilidade. Já pode ser montado e desmontado 52 DBO maio 2015
para uso em outro local ou mover-se sobre rodas, puxado por tratores. Esse tipo de instalação, apresentado recentemente em feiras como a Expogrande, no MS, e a Agrishow, em Ribeirão Preto, SP, atende exigências de uma pecuária bem diferente da tradicional, que ainda usa currais grandes feitos de madeira e reúne o gado poucas vezes por ano. Nos projetos modernos, os manejos são mais frequentes, seja para identificação, controle de peso ou aplicação de medicamentos, seja para realização de protocolos reprodutivos como a IATF (inseminação artificial por tempo fixo). Quando as fazendas são grandes e possuem retiros muito longe do curral, essa movimentação acaba submetendo os animais a longas caminhadas, de até 5 km, o que gera estresse e sobrecarrega os peões. “Os currais móveis, nestes casos, podem ser boa alternativa, pois possibi-
litam manejar o gado onde ele está”, afirma Ademir Zimmer, pesquisador da Embrapa Gado de Corte. Ainda são poucos os fabricantes dessas instalações no Brasil. DBO fez uma rápida pesquisa de mercado (qualquer omissão é involuntária) e encontrou apenas três empresas com produtos à venda: a Oxen, de Goiânia, GO; a Açores, com sede em Cambé, PR; e a Beckhauser, de Paranavaí, no mesmo Estado. A segunda é pioneira na fabricação de currais desmontáveis, que comercializa há 15 anos (veja quadro à pág. 58). As outras duas começaram a explorar esse nicho em 2015: a Oxen com um modelo desmontável e um sobre rodas; a Beckhauser apenas com este último. As três visam o mesmo público: proprietários de fazendas grandes, que precisam encurtar distâncias entre o rebanho e as instalações ou que trabalham com integração lavoura-pe-
cional de Aprendizagem Rural (Senar), ligado à Confederação Nacional de Agricultura e Pecuária (CNA). “Se os currais móveis apresentarem boa relação custo/ benefício, poderão ser úteis, pois os agricultores que entram na pecuária precisam imobilizar muito capital em animais. Caso possam reduzir despesas com instalações, será ótimo”, salienta. Sob medida – Os modelos sobre rodas da Oxen e da Beckhauser foram feitos sob encomenda para um produtor do Mato Grosso do Sul, que prefere não se identificar. Ele queria um “centro de manejo” composto por seringa, tronco coletivo, tronco de contenção com balança e
Estrutura fixa criada para receber o centro de manejo móvel
lateral vedada com madeira
mangas
rampa de entrada
centro de manejo
tronco coletivo
Capa
Desafio moderno – A palavra de ordem desses produtores é flexibilidade. Praticantes de uma pecuária mais intensiva, frequentemente associada à agricultura, eles buscam criar na fazenda estruturas multifuncionais, que possibilitem rápida execução de processos, com menos gente e menor custo. Os currais móveis são peças importantes nessa configuração e têm bom mercado potencial. A área de integração lavoura-pecuária, por exemplo, é estimada atualmente em 2 milhões de hectares, mas poderia ser bem maior. “Muitos agricultores não engordam gado porque precisam investir muito dinheiro em instalações. Com os currais móveis, eles talvez se animem a fazer integração”, salienta Luiz Alberto Novais Morais, presidente da Fundação MS, instituição de pesquisa com forte atuação nessa área. Morais lembra que os projetos de ILP trabalham muito com “pastos de safrinha”, formados junto com a segunda cultura (milho, sorgo ou milheto) e usados apenas durante a seca, por quatro ou cinco meses. Trata-se de um pasto temporário, que depois é dessecado para novo plantio de verão. Mesmo áreas destinadas à pecuária frequentemente são usadas apenas por dois ou três anos e depois plantadas com culturas graníferas, já que a rotação diminui infestações por pragas. Dentro desse contexto dinâmico, estruturas móveis possibilitam o pastejo sem prejuízo às operações agrícolas futuras. “A possibilidade de se transferir instalações de um lugar para outro, conforme a necessidade do pro-
dutor, abre novas perspectivas para a integração”, diz Moraes, observando que, além do curral, outro desafio imposto ao produtor é a montagem e desmontagem de cercas. “Precisamos de um sistema que agilize isso”, alertou. Com a melhoria da rentabilidade da pecuária, a tendência é de que a área de ILP cresça rapidamente no Brasil, chegando a 4 milhões de hectares até 2020. “O lavoureiro está descobrindo que o boi pode lhe garantir uma terceira safra, com ótima receita e baixo risco. Por enquanto, as instalações são muito improvisadas, mas isso deverá mudar a curto e médio prazos”, acredita Ronaldo Trecenti, consultor master para ILP do Serviço Na-
corredor de manejo
cuária, criam gado em áreas inundáveis como o Pantanal ou têm arrendamentos.
rampa de saída
brete com balança
seringa
engate removível (pode ser usado atrás ou na frente)
Planta da instalação sobre rodas vista do alto Arte: Edson Alves
maio 2015
DBO 53
Instalações e Equipamentos
fotos leandro
ESPECIAL
Capa
Parte traseira do modelo da Beckhauser, com a rampa de entrada rebaixada e engate recolhido.
Parte dianteira, com tronco de contenção. Modelo integrou o Projeto Caminho do Boi, na Agrishow 2015.
apartadouro que pudesse ser levado aos vários retiros de sua fazenda, que é grande, está em processo de intensificação e começa a fazer integração lavoura-pecuária. Estudos prévios indicavam que ele precisaria construir 15 currais convencionais na propriedade para manejar os animais sem estresse. Como uma instalação dessas custa entre R$ 200.000 e R$ 300.000, sua despesa seria muito alta, de R$ 3 milhões a R$ 4,5 milhões. Foi, 54 DBO maio 2015
então, que lhe veio a ideia de usar currais sobre rodas. Fez os cálculos e concluiu que cinco dessas estruturas móveis e mangas adaptadas nos retiros seriam suficientes para realizar o trabalho. Isso significava economia de pelo menos 50% sobre o orçamento original. Imediatamente, decidiu procurar fabricantes para colocar sua ideia em prática. A Oxen e a Beckhauser aceitaram o desafio. Criaram para esse cliente mo-
delos semelhantes no desenho, embora diferentes no uso de materiais e no modo de funcionamento. Ambos são montados sobre chassis de carreta e possuem engates, que podem ser acoplados a tratores para transporte. A versão da Oxen pesa 1.200 kg e tem 17 m de comprimento por 3,20 m de largura. Tanto as paredes da seringa em meia lua com porta giratória quanto as do tronco coletivo são formadas por painéis inteiriços, confeccionados em aço e pintados com tinta eletrostática, anticorrosiva. Esses painéis são fixados na plataforma metálica da carreta e unidos na parte superior por correntes. A instalação foi construída com base em preceitos de bem-estar animal. Tem piso antiderrapante e tronco de contenção da Romancini, com balança Trutest, ambas parceiras da empresa goiana em projetos de currais. Segundo José Antônio Júnior, sócio-proprietário da Oxen, seu modelo sobre rodas é vendido por módulos: a plataforma custa R$ 30.000; a seringa, tronco coletivo e apartadouro, R$ 60.000, e o equipamento de contenção manual entre R$ 10.000 e R$ 18.000. O cliente que encomendou a primeira unidade está construindo uma estrutura fixa, de 50 m x 50 m, em cada retiro da fazenda para recebê-lo. São conjuntos de três a quatro mangas simples, feitas com mourões, lascas de madeira, arame e cordoalha, que dão para um corredor externo de manejo (veja ilustração à pág. 53). O terço final desse corredor terá as laterais vedadas e se ajustará à seringa do curral móvel. Uma passarela fixada do lado de fora permitirá que os peões observem e conduzam o gado. O piso dessa parte do corredor está sendo aterrado para criação de uma rampa de acesso à estrutura sobre rodas. Outra rampa, também de terra batida, localizada após o tronco de contenção, possibilitará a saída dos animais. Terminado o manejo, o curral móvel será acoplado novamente ao trator e conduzido para uso em outro retiro. Maior automação – O modelo desenvolvido pela Beckhauser já é mais sofisticado e possui algumas funções
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Paulo Ferraz, de GO, está usando o curral móvel para IATF.
Modelo desmontável da Oxen, com apartador, visto de cima.
automatizadas. Pesa 6.145 kg e tem 14,5 m de comprimento por 2,60 m de largura, quando preparado para transporte. Um dispositivo ligado ao sistema hidráulico do trator permite levantar a estrutura, para que ela possa ser transportada, ou rebaixá-la a uma altura adequada à montagem das rampas de entrada e saída, que estão embutidas no conjunto. A armação das paredes do tronco coletivo e da seringa em meia lua (180º) é composta por barras de aço, nas quais a empresa fixou placas de polipropileno, material resistente e fácil de lavar, o que favorece a higienização da estrutura. Não há frestas entre essas placas, conforme reco56 DBO maio 2015
mendam as práticas de manejo racional, e o piso é antiderrapante. Outra novidade do modelo da Beckhauser é que sua plataforma possui uma parte retrátil, que pode ser puxada quando o curral está estacionado e aumenta sua largura de 2,60 para 4,80 m, já considerando as passarelas que contornam a seringa. O modelo também foi feito para se ajustar às mangas existentes nas fazendas, com pequenas adaptações. O produtor pode escolher entre vários tipos de tronco, inclusive um totalmente automatizado, e incluir um módulo de apartação no conjunto. “Para fazê-lo caber na plataforma, encurtamos um pouco o tronco coletivo”,
explica Mariana Soletti Beckheuser, vice-presidente executiva da empresa. Segundo ela, o curral completo sai por cerca de R$ 210.000, já incluídos os custos relativos à instalação e ao transporte até a fazenda. Tanto a Oxen quanto a Beckhauser garantem que os currais sobre rodas são resistentes e aguentam o manejo do gado zebu, que é mais bravio do que o europeu. O produtor sulmatogrossense que encomendou as instalações não se preocupa muito com isso, pois, segundo ele, seus animais Nelore são mansos, em função do manejo adotado na fazenda. José Eduardo Borba, do Projeto Doma, que lhe dá consultoria, garante que a equipe está preparada para conduzir os animais calmamente e não vê nenhuma dificuldade no uso dos currais móveis na propriedade. “Os peões têm acesso à educação continuada e sabem lidar com imprevistos; são estimulados a refletir e buscar soluções para os problemas. Entendem como os bovinos funcionam e o que é preciso fazer para que sejam entendidos por eles. Quando o peão estabelece uma guerra com o gado, é o gado quem ganha. Por que muitas instalações no Brasil mais parecem prisões? Por que o manejo é inadequado”, responde o consultor.
Instalações e Equipamentos
to planta soja no verão e braquiária ruzizienses em safrinha. Além disso, quando um talhão começa a apresentar baixa produtividade, devido à alta incidência de pragas, planta-o com capim, como medida profilática, destinando a área à pecuária por dois ou três anos. “Esses dois tipos de pastos são atendidos pelo curral móvel. A operação lembra um circo, que você monta, usa, recolhe e leva embora”, explica o produtor. Uma parte das terras, onde fica o curral convencional, está mais estruturada para a pecuária e possui módulos rotacionados de 100 ha, formados com mombaça e subdivididos em oito piquetes de 12,5 ha cada. Todos os módulos têm cercas eletrificadas e áreas de lazer, sendo conectados por corredores. “Quando as análises foliares e de solo indicam que há necessidade de adubação dessas pastagens além da nitrogenada, que é feita anualmente, plantamos soja na área, por um, dois ou três anos, para correção do solo, e depois volta-
Modelo desmontável – Além do curral sobre rodas, existem modelos desmontáveis à venda no mercado. Brenno de Camargo Borgato, sócio-proprietário das Fazendas Estrela do Vale e Santa Clara, em Barra do Garças, MT, está usando uma versão da Oxen que compreende uma seringa, um tronco coletivo, um tronco de contenção e um apartadouro. O conjunto pesa 1.200 kg e tem 10 m de comprimento por 7,50 m de largura. Normalmente, leva menos de duas horas para ser montado. As peças são ligadas por correntes no alto e se mantêm firmes no chão por meio de sapatas. Apenas as cabines dianteira e traseira que dão acesso ao tronco de contenção são fixadas no solo com uma espécie de grampo grande. “O conjunto custa entre R$ 60.000 e R$ 70.000. Depois de pronto, aguenta qualquer solavanco”, diz Borgato. Como já faz integração lavoura-pecuária (ILP) em 80% da área das fazendas e neste ano vai plantar soja nos 20% restantes, ele preferiu ficar somente com o curral fixo já existente em uma das propriedades e usar um móvel para manejo nos pastos temporários de inverno, nos módulos de rotacionado mais distantes e em eventuais arrendamentos. Nas terras com maior aptidão agrícola, Borga-
Iniciativa pioneira “O pecuarista tradicional brasileiro gosta de currais grandes, feitos de madeira nobre, mas esse material está cada vez mais raro e caro. Em futuro próximo, as instalações serão todas de ferro, como na Austrália, Nova Zelândia e EUA, onde já são usados há décadas”, prevê Gabriel Hauli, diretor comercial da Açores, primeira empresa a comercializar esse tipo de instalação no Brasil. Segundo ele, a iniciativa pioneira foi tomada em 2000, após
58 DBO maio 2015
mos a semeá-la com capim”, explica o produtor. A quantidade de safras de soja é definida em função de análises econômicas que consideram o valor da saca da oleoginosa e da arroba de boi. “Se o preço do grão estiver bom, ele faz lavoura por mais tempo. Borgato dedica-se exclusivamente à cria e recria, vendendo animais de 13@, principalmente para confinadores. Também possui um plantel de 600 matrizes Nelore PO para produção de tourinhos. Segundo ele, o modelo desmontável se mostrou muito útil na fazenda. “Deixamos de construir cinco currais fixos, ao custo de R$ 180.000 cada, e vários quilômetros de corredores. Para usar a instalação móvel, basta transportar as peças em um caminhão até o local, montá-las junto a uma cerca já existente e improvisar remangas na hora, tarefas que os peões executam rapidamente”, diz o produtor. Nos arrendamentos, segundo ele, o modelo é a salvação da pecuária. “Já deixei de ar-
fotos açores
Capa
ESPECIAL
Instalação desmontável da Açores com mangas de manejo criteriosa análise de mercado. “Há 15 anos, já prevíamos as demandas por instalações móveis que observamos hoje, devido à grande extensão do País e ao processo de intensificação da pecuária, em associação com a agricultura”, diz o executivo. A Açores comercializa não apenas o centro de manejo (seringa, corredor coletivo, tronco de contenção e apartadouro com alavancas nas portas e cadeira para o ope-
rador). Também vende placas tubulares para montagem de mangas anexas. O conjunto completo custa R$ 160.000, já colocado na fazenda. “Usamos peças montadas por encaixe e travadas por correntes. Não há emprego de parafusos, porcas e outros itens miúdos, que se perdem”, informa Hauli. O centro de manejo é composto por painéis de 3 m por 1,74 m, fabricados em aço galvanizado, pintado
Apoio à IATF – O curral desmontável também é excelente alternativa para projetos de inseminação artificial por tempo fixo. O zootecnista Paulo Ferraz Neto, proprietário da Fazenda Alto da Gameleira, de 500 ha, localizada em Gameleiras de Goiás, a 90 km de Goiânia, está utilizando a instalação com essa finalidade. Além de produzir tourinhos PO, ele também presta consultoria a fazendas, por meio de sua empresa Ajuste Pecuário. “Estou testando o curral desmontável para prestação de serviços de IATF. Meus clientes são principalmente agricultores que entraram
na pecuária e muitas vezes não têm estrutura adequada para manejo do gado. Chego na fazenda deles, faço meu trabalho e levo o curral embora. Posso também alugá-lo, caso haja interesse”, informa Neto. Segundo o zootecnista, se esses produtores fossem montar estruturas fixas, gastariam muito dinheiro e não teriam flexibilidade para realização dos serviços. “Muitos possuem pastagens de inverno, o que é ótimo, pois isso permite estender o trabalho de IATF até maio ou junho, devido à boa disponibilidade de comida para as fêmeas. Entretanto, eles enfrentam um desafio, que é a rotatividade dessas áreas. O curral pode resolver esse problema, pois caminha com elas”, salienta Neto. Alguns produtores também usam as áreas planas para a agricultura e colocam gado nas mais íngremes ou próximas de grotas, onde não há instalações. Com o curral desmontável e algumas remangas fixas, é possível realizar a IATF no próprio local e evitar
Detalhe do apartador com rodinhas, que é ajustável.
com tinta eletrostática. O tronco possui pescoceira, abertura inferior para tratamentos, sistema para apenas um operador, saída lateral e kit trapézio para castração e inseminação. Segundo Hauli, a ideia não é vender um curral grande, mas pequeno, para manejo de 100 a 160 cabeças, equipado com dois curraletes e um corredor de espera, pois, assim, ele pode ser facilmente transportado. Para possibilitar a rápida
colocação do tronco dentro da caminhonete, a empresa criou uma espécie de carretinha, com trilho e rodas, que se encaixa debaixo do equipamento. O embarcadouro é móvel, como um trailer, e pode ser regulado para qualquer altura de caminhão. Todo o conjunto já foi testado e aprovado para manejo de gado zebu. Tem durabilidade estimada de 30 anos e garantia de cinco contra defeitos de fabricação.
a movimentação excessiva de fêmeas, já que esse protocolo compreende vários procedimentos. “A montagem da instalação é simples. Agora que conhecemos bem as peças, deixamos o curral pronto em 40 minutos. Para transportá-lo, usamos um caminhão 3/4”, diz Neto. José Antônio Júnior, da Oxen, lembra ainda que existem muitos currais antigos, com boa estrutura, que podem ser facilmente modernizados com a aquisição do centro de manejo móvel. Nas áreas sujeitas a alagamento, como o Pantanal, os modelos móveis feitos em aço também são ótima alternativa, pois podem ser transferidos para áreas secas, enquanto os fixos de madeira ficam debaixo d’água por até três meses, se deteriorando em poucos anos. A durabilidade do curral desmontável é de no mínimo 30 anos, podendo ser bem maior com boa manutenção e limpeza. O curral também pode ser “customizado”, ou seja, o produtor pode adaptá-lo a suas necessidades. As três empresas que atuam nesse mercado possuem embarcadouros sobre rodas, que podem ser acomplados ao centro de manejo. Tanto a Oxen quanto a Açores comercializam remangas também desmontáveis e oferecem apoio técnico para a elaboração de projetos. n
Segundo Gabriel Hauli, as fazendas que adquiriram o conjunto móvel para fazer IATF nos retiros, eliminaram as longas caminhadas das vacas até o curral convencional e têm registrado melhoria no índice de prenhez. Quatro pessoas montam a instalação em 1h30. Pode-se transportar as peças com apenas uma caminhonete e um trator com carretinha. A armazenagem também não demanda grandes cuidados, pois as peças foram construídos para aguentar tanto temperaturas altas quanto baixas. Segundo Hauli, o transporte não afeta a balança eletrônica do tronco de contenção, pois ela tem as células de carga blindadas. Para garantir o bom uso do produto, a empresa faz “entrega técnica”, ensinando a equipe da fazenda a montar o curral.
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rendar muita área por falta de infraestrutura adequada”. Também é boa opção para quem acaba de comprar uma fazenda sem muitos recursos e precisa fazê-la funcionar rapidamente. “Em poucas horas você já tem um curral, enquanto precisaria esperar pelo menos três meses para ver uma estrutura convencional contruída”.
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Quem usa está satisfeito e recomenda! "Estamos com 02 Troncos Universal Pneumático ROMANCINI com apartadores eletro-pneumatico, um no retiro Palmares e outro no retiro Central. Logo no inicio do trabalho do primeiro tronco pneumático diminuiu muito a mão de obra, aumentando a segurança e agilidade. Eu na faixa de 6 à 7s deixo o animal brincado, vermifugado e vacinado, onde no sistema convencional com mais pessoas levaria na faixa de 30 à 40s. Antes da aquisição, eu e o proprietário visitamos outras fazendas e percebemos que o tronco da ROMANCINI era muito bom, escolhemos esta marca pela facilidade e segurança no serviço. A entrega técnica foi muito boa. Recomendo a todos os pecuaristas que precisam de um tronco para agilizar o trabalho com menos mão de obra, cuidado com a sanidade dos animais e tudo o que for fazer na fazenda o Tronco Pneumático ROMANCINI com certeza é o melhor".
Aurelar R. Filho (médico veterinário) Fazenda Malanda | Proprietário Jose Pascoal Costantini Brasnorte - MT "A primeira vez que conhecemos o Tronco Pneumático ROMANCINI foi na Agrishow, instalamos aqui na fazenda e deu certo! Tanto que hoje estamos no segundo e talvez já vai para o terceiro Tronco".
Antônio César (administrador) Fazenda Malanda | Jose Pascoal Costantini Brasnorte - MT
"O Tronco Mundial Pneumático ROMANCINI escolhemos através de algumas pesquisas com pessoas que já utilizavam esta ferramenta e nos chegamos nesta marca. Equipamento muito prático, robusto e durabilidade muito boa, já fazem 06 anos que estamos com o mesmo tronco, neste período tivemos uma movimentação de 300.000 animais. Reduzimos acidentes e quanto a mão trabalho diminuindo 04 funcionários. Estamos muito satisfeitos com a assistência técnica, muito pratico e rápido. Hoje estou muito satisfeito com este equipamento e posso recomendar por que tem um tempo que estamos utilizando. Acredito que tão logo mesmo este equipamento sendo utilizado sem problemas, estarei vendo o que a ROMANCINI tem de novidade para oferecer para gente estar trocando este equipamento também por outro ROMANCINI"
Roberto N. Oliveira (administrador) Marca Agropecuária | Confinamento Eldorado Barra do Garças - MT "Com o Tronco Mundial Pneumático ROMANCINI diminuiu o cansaço para o trabalho de manejo. Neste tronco conseguimos trabalhar até 1.000 animais por dia com nível baixo de estresse. Já conseguimos processar em 55minutos 250animais, com outro tronco levaríamos 3 à 4horas de serviço. Agora diminuiu quantidade de gente e aumento o nível de serviço. Com certeza recomendo este equipamento da ROMANCINI para os produtores por ser um tronco de qualidade que oferece estabilidade no serviço sem risco de acidentes tanto para os animais quanto para o operador".
Edivaldo O. Dias (supervisor) Marca Agropecuária | Confinamento Eldorado Barra do Garças - MT
Marcio Antonio Buosi (proprietário/veterinário) Fazenda São José Rondonópolis - MT
"Tronco Tradicional foi instalado em 2011 e estamos satisfeitos com o produto, equipamento de baixa manutenção, preserva a integridade física dos animais e do operador. Antes da nova aquisição possuía um equipamento Romancini de catraca com 15 anos de uso, a evolução da ROMANCINI é muito nítida, este novo é muitas vezes melhor que o outro, tanto na prevenção de acidentes como na contenção dos animais. Optei pelo ROMANCINI pois alem de ser produtor rural, também sou prestador de serviços e trabalho com outros equipamentos em outros currais, conheço diversas marcas de equipamentos. Dentre todas a ROMANCINI é a que apresenta o melhor custo x beneficio e a evolução foi muito grande é a empresa que mais melhorou ao longo dos anos. É um equipamento que uso com muita freqüência faço IATF, exame andrológico nos touros, pesagem e as outras atividades rotineiras como cura um animal, casco, vacinação, operações em geral faço todas neste tronco e para todas elas o equipamento se comporto muito bem. É um tronco que eu recomendo e geralmente tenho feito isso quando as pessoas me perguntam, pois o equipamento ROMANCINI é um produto que vale a pena".
"Este Tronco ROMANCINI Padrão 03P PI é fácil de trabalhar, fácil manejo, esta com 01 ano de uso. A gente tinha antes tronco mais simples também ROMANCINI ai optamos por um mais moderno. Risco zero, não tem risco no trabalho de manejo o tronco protege muito bem o operador, segurança para trabalhar com touro de qualquer tamanho e peso. Todas as necessidades desde bezerro até touro a gente faz tudo aqui, este tronco facilita muito também ao trabalho de IATF, muito rápido, pode fazer o manejo tranqüilo de 300 vacas no dia. Este tronco é muito prático, tem diversas aberturas com acesso total para vacina e marcação. Para quem quiser adquirir este equipamento fornecemos a melhor informação possível por que este tronco é pratico e bastante seguro, a gente recomenda".
Ademir R. Monteiro (supervisor) Fazenda Sudamata | Tangara da Serra - MT
"O Tronco Tradicional ROMANCINI atende a fazenda muito bem para produção de gado PO, em outra propriedade que trabalho com gado de corte possuo um Tronco Universal ROMANCINI que atende ainda melhor para o tipo de manejo que trabalho. O Tronco Universal instalado à 8 anos e o Tradicional vai para 02 anos de uso. Equipamentos que uso bastante e baixa manutenção. As ultimas aquisições foram ROMANCINI por que me atende melhor, mais resistente e mais robusto. E com certeza se eu compro pra mim indico para os amigos também"
Marcos Martins Villela (proprietário) Fazenda Jacamim Nova Mutum - MT "Adquirimos o Tronco Eletro-hidráulico ROMANCINI instalado em maio de 2014. Oferece agilidade e redução de mão de obra. Economizamos 03 funcionários, se observar um custo de R$1.500,00/funcionário a economia mensal é de R$4.500,00. Trabalhamos 09 meses no confinamento, inicia em abril e conclui em dezembro. Economizamos R$40.500,00/ano. Além disso nosso trabalho rendeu muito mais, onde processávamos 400 à 500animais/dia, hoje estamos processando de 700 à 800 animais/dia (aumento médio de 70%). Com o Tronco Eletro-hidráulico reduz o fadigamento operacional, cansa bem menos no final do dia e trabalha com mais segurança pois fica distante da máquina. Agora com o Tronco Eletro-hidráulico a marcação esta ficando perfeita devido a contenção do animal, marcamos 80animais em 20minutos de trabalho. A entrega técnica da ROMANCINI foi dentro do combinado. Recomendo sim o Tronco Eletro-hidráulico ROMANCINI, por que é uma marca muito boa e agiliza muito o serviço da gente"
Fábrica de Troncos Romancini www.romancini.com.br
Revendedor Autorizado:
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Fabio Hoepers (proprietário) Fazenda Rancho Alegre Santa Rita do Trivellato - MT
Instalações e Equipamentos
ESPECIAL Barreira facilita manejo de bezerros Instalação de lasca de eucalipto protege os peões e facilita a identificação dos animais Fernando Yassu yassu@revistadbo.com.br
uando foi contratado em 2008 para gerenciar a Fazenda São Joaquim, propriedade que pertence à Agropecuária e Mercantil Grepal e que fica entre os municípios de Terra Rica e Paranavaí, na região noroeste do Paraná, Osvaldo Martins Vasconcelos não gostou da forma como os vaqueiros manejavam os bezerros recém-nascidos. Para fazer o curativo do umbigo, aplicar antiparasitário, injetar ferro e vitaminas ADE e realizar o procedimento de identificação dos animais (picotagem da orelha com o número do mês de nascimento e a colocação do button e do brinco do Sisbov), eles laçavam os bezerros e os amarravam num tronco ou no mourão da cerca do pasto-maternidade ou faziam o serviço no próprio pasto. Embora essas fossem as formas mais comuns no manejo dos recém-nascidos na maioria das fazendas que fazem cria ou ciclo completo, Vasconcelos via problemas graves. O primeiro era o risco de acidentes de trabalho, com eventual ataque da vaca aos peões. “No desespero, algumas vacas, por instinto, podem ter reação violenta e atacar quem está cuidando da sua cria. O risco de acidente era muito grande, apesar do cordão de isolamento
e o risco era grande de ele ocorrer, tínhamos que voltar a campo e descobrir o número certo da mãe do bezerro. Era muito retrabalho. E não tinha saída: qualquer inconformidade no Sisbov resultava em dor de cabeça e até o risco da perda da certificação”, acrescenta. Outro problema era que o serviço exigia a mobilização de um grande número de vaqueiros: o peão para laçar o animal e conduzi-lo até o local do manejo, os três vaqueiros que faziam o cordão de isolamento para proteger os responsáveis pelo cuidado do bezerro recém-nascido, os dois que faziam a cura do FOTOS: FERNANDO YASSU
Barreira, construída no canto da remanga, permite fazer manejo seguro.
remanga Acesso vacas com bezerros
Remanga e barreira facilitam o manejo e a identificação dos animais recém-nascidos
barreira
pasto maternidade
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Arte edson alves
Remanga
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com até três vaqueiros para proteger os que tratavam do bezerro”, recorda. Outro problema estava na coleta de dados para a identificação dos animais para o cadastramento no Sisbov. “Havia muitos pontos vulneráveis. Na leitura do número (o peão podia ler o número errado), na transmissão (ler certo mas transmitir errado), na anotação do número no caderno (ouvir errado ou anotar errado) e na transcrição do número do caderno para o computador (leitura errada ou erro na digitação do número)”, explica o gerente da Fazenda São Joaquim. “O problema é que, se houvesse qualquer erro
Liliana, com o gerente, Osvaldo, o ‘controller’ Wagner (primeiro à esquerda) e o médico veterinário Marcelo Boskovitz (último à direita).
Para acelerar o serviço de manejo, a empresa construiu uma remanga, anexa ao pasto-maternidade. Com ela, o peão não precisa mais percorrer o pasto-maternidade para buscar os bezerros e levá-los para o local de manejo. Com a remanga, os vaqueiros trabalham numa área que tem menos de mil metros quadrados (30 por 30 metros). No dia do manejo, todas as vacas que pariram na semana e com cria ao pé são fechadas na remanga. “O manejo do bezerro recém-nascido ocupa hoje menos de meio dia de uma semana”, diz o gerente da Fazenda São Joaquim. Além de maior segurança para os vaqueiros, a mudança no manejo se harmoniza com as regras propostas pelo bem-estar animal. “Muitas vezes, o peão, para se defender, atacava as vacas mais agressivas.” No mesmo ano em que mudou o manejo dos bezerros recém-nasci-
Controle –
Peões fazem o manejo do bezerro atrás da barreira, fora da vista da mãe.
dos, a Fazenda São Joaquim informatizou o procedimento de identificação dos animais. O projeto é da Ruralsys. Sediada em São Paulo e com 30 anos de mercado, a empresa se dedica a projetos de informatização de fazendas e prestação de serviços em TI na área de agronegócio. O projeto de informatização da Ruralsys não leva o computador (lap top ou tablet) para o campo. Segundo Mauro Scala Pandolfi, diretor da empresa, esses equipamentos são frágeis e não resistem à queda, à pancada, à poeira ou à chuva, eventos corriqueiros no manejo do gado no campo. Em vez de computador, o projeto usa bastão de leitura de chip e o visor (indicador de dados, uma espécie de minicomputador) da Tru-Test (empresa de balanças e cercas elétricas) para a coletar e armazenar os dados, que depois são des-
Apenas três peões cuidam do manejo dos bezerros recém-nascidos maio 2015 DBO
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Remanga
umbigo, aplicavam os medicamentos e colocavam o button e o brinco e o que anotava o número de identificação do animal no caderno e que, posteriormente, tinha de inseri-lo no computador. Liliana Paes de Almeida, presidenta da Agropecuária e Mercantil Grepal e responsável pelo gerenciamento da Fazenda São Joaquim, concordou com o gerente e o autorizou a buscar solução para que o manejo dos bezerros recém-nascidos fosse feito de forma mais segura para os vaqueiros e o procedimento de identificação dos animais fosse mas eficiente. A primeira tentativa para mudar o manejo não deu certo: Vasconcelos cortou dois fios de arame entre dois moirões da cerca para passar o bezerro e fazer todos os procedimentos do lado de fora do pasto-maternidade. É que apenas a cerca não segurava as vacas mais enfurecidas e os peões que cuidavam dos bezerros não se sentiam seguros para trabalhar sem a proteção de outros vaqueiros do lado de dentro do pasto-maternidade. O gerente da Fazenda São Joaquim aperfeiçoou o projeto inicial e instalou uma barreira construída com lascas de eucalipto sobrepostas uma sobre outra, e fixada entre dois moirões da cerca do pasto-maternidade. A barreira física tem a mesma altura da cerca. Além de proteger os vaqueiros, ela impede que a mãe veja o manejo de sua cria. No canto da barreira, uma portinhola permite a passagem do bezerro para o lado externo da cerca. O gasto com madeira, pregos e tinta não chegou a R$ 200, segundo Wagner de Assis Ribeiro, controller (controlador de dados) da Fazenda São Joaquim.
Instalações e Equipamentos
ESPECIAL
Dispositovo eletrônico, resistente a quedas e pancadas, faz a vez do computador no campo.
Remanga
ção do gado por categoria animal, sexo, idade, raça e estágio de desenvolvimento dos bovinos (lote em aleitamento, em recria e engorda, em serviço de reprodução ou prestes a parir)”, diz Liliana. “O relatório detalha até o pasto em que determinado animal está”, acrescenta. A barreira protetora foi fundamental para a informatização, segundo o médico veterinário Marcelo Boskovitz, que presta consultoria na área de reprodução, manejo e nutrição à Fazenda São Joaquim há dez anos. Sem a barreira, haveria dificuldade em aproximar o bastão para fazer a leitura do chip colocado na orelha da vaca, segundo ele. “Hoje, aproveitamos quando a vaca acompanha o bezerro até a entrada da barreira para encostar o bastão e fazer a leitura do chip. Quando a mãe não encosta na cerca ou na barreira, o que é raro de acontecer, o peão tem que ler o brinco do Sisbov ou do manejo. Se ler ou comunicar o número errado ou inserir o número incorreto, o visor (indicador de dados que tem o arquivo com os dados de todas as vacas) rejeita o registro, apontando que ele pertence a outro animal. Quando acontece, o peão volta para reler o número correto, escolhendo o mais visível, que pode ser do Sisbov ou do manejo (mais fácil de ler, por ter apenas quatro algarismos). Com a informatização, não há risco de errar na identificação dos animais”, diz o médico veterinário. Para a proprietária Liliana Almeida, a informatização ajudou no rastreamento.
Informatização –
Nas orelhas, ‘button’ e brinco do Sisbov, chip e brinco de manejo
carregados no computador da fazenda. Todos os eventos – 14, no caso da fazenda de corte –, como a confirmação de prenhez, nascimento, morte ou venda de animais, são enviados para a sede da Ruralsys. No fim de cada mês, a empresa publica no seu site um relatório completo sobre o rebanho, com análise apontando os procedimentos que a fazenda deve adotar no mês subsequente no rebanho – por exemplo, descarte de animais, colocação de touros sobre determinados lotes de fêmeas ou a suplementação do gado. Ela pode ser acessada, via computação em nuvem, por funcionários responsáveis pelo gerenciamento e pelos proprietários. “De qualquer lugar em que estiver, eu tenho, em mãos, informações completas da fazenda e do rebanho, como tamanho do plantel, distribui64 DBO maio 2015
Bastão faz a leitura do ‘chip’ colocado na orelha da vaca
“Ter o gado rastreado no Sisbov não me dá nem um centavo a mais na venda do gado, mas, indiretamente, me ajuda no controle. Se um animal perde o chip, eu tenho o brinco do Sisbov e o do manejo. Se perco o brinco do Sisbov, tenho o de manejo e o chip. Se perder o chip e os brincos do Sisbov e do manejo, tenho o button do Sisbov. Por essa razão mantenho o gado no Sisbov. A informatização ajuda muito no controle do rebanho, fundamental para quem, como eu, tem que administrar a fazenda à distância”, diz Liliana, que mora em São Paulo e vai à Fazenda São Joaquim não mais do que uma vez por mês. A combinação de barreira protetora e a informatização trouxe outro benefício, segundo Liliana – a redução da mão de obra no manejo dos bezerros recém-nascidos. Nos últimos oito anos, ele tem sido feito por quatro pessoas, que não gastam nem meio dia por semana nesse trabalho: o peão que laça e leva o bezerro até a barreira protetora, os dois vaqueiros que fazem o manejo e o funcionário que maneja o bastão e o visor e descarrega os dados no computador (Wagner de Assis Ribeiro). “Um dos maiores problemas que enfrentamos na região é encontrar mão de obra. Por essa razão, temos que administrar bem o quadro de funcionários. No manejo de bezerros, são três funcionários a menos e o serviço é rápido, sem retrabalho”, diz. Na última safra, a São Joaquim, com um plantel de 1.500 matrizes e um rebanho de 4.200 cabeças, produziu 1.250 bezerros. n
Instalações e Equipamentos
ESPECIAL Chega de abrir e fechar porteiras! Instalação de mata-burros pré-moldados poupa tempo nas tarefas do dia a dia Renato Villela
uanto tempo você perde ao parar o carro, descer, abrir uma porteira, retornar ao veículo, avançar e descer novamente para fechá-la antes de seguir para o seu destino? Provavelmente muito pouco. O abre e fecha consome mais a paciência do que os minutos. Imagine, no entanto, esta simples operação repetida várias vezes ao longo do dia. Além de incômoda e cansativa, ela demandará um tempo valioso que poderia ser alocado para outras atividades. Foi o que percebeu o administrador de empresas e pecuarista Rogério Goulart, de Dourados, MS. Habituado aos números, ele, que também é colunista de DBO, fez as contas e descobriu que valia a pena instalar mata-burros ao lado dos colchetes (porteiras feitas com arame e estacas de madeira) para facilitar o vaivém do trator entre os piquetes. “A partir da construção dos mata-burros, a distribuição de ração e de sal proteinado nos cochos, que antes levava o dia todo, passou a ser feita em menos de quatro horas. Ganhamos meio dia de serviço”, afirma. A instalação dos mata-burros na Fazenda São João, em Caarapó, MS, começou a ser feita ano passado, logo após a aquisição de um distribuidor de ração. As medidas não trouxeram apenas agilidade ao dia a dia da propriedade, mas também maior comodidade e conforto para a execução das tarefas. Ao todo, são fornecidos, aos animais de recria e engorda, entre 3 e 5 toneladas diariamente, entre ração e sal proteinado, distribuídos em 20 cochos de 50 a 60 metros cada um. “Pense no esforço de um funcionário que, todos os dias, precisa tirar o suplemento da carreta, saco por saco, carregá-los nas costas, colocá-los no cocho e ainda ter de abrir e fechar porteiras. O trabalho fica muito puxado”, diz Goulart. Até o fim do ano, o pecuarista pretende finalizar a instalação dos 50 mata-burros previstos para a fazenda. Deste total, 15 já estão nas divisas dos piquetes. A despeito de todas as vantagens que
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ARQUIVO FAZ. SÃO JOÃO
Mata-burro
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Mata-burro entre piquetes torna mais ágil o trabalho na fazenda
o mata-burro oferece, Goulart postergou sua instalação na fazenda em razão do alto custo da empreitada. Feitos de madeira ou de trilhos de trem e vigas de aço, comprados prontos ou construídos na fazenda, mata-burros sempre foram instalações caras. Além do valor em si, há o dinheiro gasto com a alvenaria necessária para dar-lhes suporte. A estrutura compreende bordas de concreto que devem ser construídas nas extremidades das vigas de sustentação, normalmente apoiadas sobre brocas erguidas também em concreto. Na planilha de custos, ainda precisam ser somadas as horas-máquina para a abertura da vala. Dependendo do tipo de mata-burro que se pretende fazer, o valor chega facilmente a R$ 5.000. - Para driblar este custo, o produtor optou por um modelo de mata-burro com forma pré-moldada, feito com argamassa de concreto e armadura de aço, construído na própria fazenda. “É muito simples de fazer e o preço cai absurdamente”, diz. Segundo ele, o preço de cada mata-burro varia de R$ 1.300 a R$ 1.500. Para construir
Modelo mais barato
o mata-burro pré-moldado, o primeiro procedimento é nivelar o terreno onde os moldes serão concretados. Para impedir que o concreto ainda fresco entre em contato com a terra ao ser colocado na forma, recomenda-se estender uma lona plástica sobre o chão levemente compactado. É importante que o local escolhido para a montagem seja espaçoso, de modo a facilitar a entrada e a saída dos equipamentos para concretagem, bem como do maquinário para a retirada do molde pronto. Os mata-burros que estão sendo construídos na Fazenda São João medem 3 metros de largura por 2,5 metros de comprimento. Cada forma tem a metade do comprimento (1,25 metro), por isso são necessárias duas partes para compor um mata-burro. Sua altura é de 30 centímetros, para que ele possa suportar o peso de até 8 toneladas por eixo de carga. Gourlart optou por comprar o molde, que custou R$ 10.000. “Vale a pena porque o valor se dilui na quantidade de mata-burros que pretendo fazer”, justifica. No mercado, a forma pode ser alugada. Para que ela receba o concreto, é pre-
Instalações e Equipamentos
Mata-burro
Enchimento da forma com concreto
Concreto é adensado em camadas, à medida que é lançado nas formas
Mata-burros ou corredor central? Alguém poderia perguntar: não seria muito mais simples instalar um corredor central, dividindo piquetes lado a lado em vez de instalar dezenas de mata-burros entre eles para tornar mais ágeis as operações com o trator? O questionamento foi feito pelo próprio Rogério Goulart, que justifica sua escolha. “No meu caso, a propriedade já estava com toda a sua infraestrutura consolidada. Para fazer o corredor, eu teria de remover cercas, mudar bebedouros de lugar e trocar encanamentos, o que tornaria a operação trabalhosa e onerosa. Por isso recorri aos mata-burros”, afirma. O produtor, no entanto, diz que não titubearia em escolher a primeira opção caso sua fazenda estivesse ainda em formação, com os piquetes a serem divididos. Para Goulart, a grande vantagem do corredor central é que ele permite que o abastecimento de ração seja feito sem a necessidade de entrar com o trator no piquete, desde que os cochos estejam instalados nas laterais, rente à cerca. “Funciona como se fosse um miniconfinamento. É muito mais fácil”, diz o pecuarista.
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Forma cheia: tempo de cura é de uma semana.
Retirada da forma deve ser feita, no máximo, em até três horas após a concretagem.
FOTOS: arquivo ECOPONTES
ESPECIAL
ciso revestir suas paredes internas com produtos antiaderentes (óleo queimado ou diesel), num processo semelhante ao que se faz em formas de bolo untadas com manteiga. “Isso facilita na hora de desenformar, evitando que o concreto fique aderido ao molde”, explica o engenheiro Fernando Húngaro, diretor da empresa Ecopontes, de Presidente Prudente, SP. No chão, sobre a lona, é montada a armação, composta por seis treliças dispostas em sentido longitudinal e cinco na transversal, responsáveis por absorver os esforços de flexão aos quais é submetido o mata-burro. O produtor tem a opção de encomendar as treliças prontas ou comprar as vigas e estribos triangulares, montando-as na própria fazenda. É importante se certificar de que as treliças estejam limpas, isentas principalmente de óleos e graxas, substâncias que inibem a aderência do concreto. “A sujeira compromete a resistência da peça moldada, além de contribuir para
Instalações e Equipamentos
ESPECIAL a corrosão do aço, que poderá ficar exposto após a retirada da forma”, explica Húngaro. Quando toda a estrutura estiver montada e alinhada _ o que pode ser feito com o auxílio de um gabarito _, colocam-se as chapas metálicas laterais, unidas nas extremidades e travadas com pinos, emoldurando o formato de uma grande caixa. A última etapa, antes do preenchimento com concreto, é o encaixe dos moldes internos que, ao serem retirados, criarão os vãos do mata-burro. _ A concretagem (colocação do concreto recém-misturado no molde) deve ser feita, no máximo, uma hora após a mistura. Recomenda-se molhar as formas internas para que não absorvam água do concreto, que deve ser transportado com todo o cuidado, em carrinho de mão ou latas, sem agitar muito, de modo a evitar a separação dos componentes da mistura. Em seguida, o concreto é adensado em camadas, à medida que é lançado no molde. Esta operação pode ser feita manualmente, com um soquete (haste feita de madeira ou barra de aço) ou com a ajuda de vibradores. A massa deve preencher toda a forma, sem deixar vazios ou bolhas. “Quanto mais compactado estiver o concreto, maior será a resistência e a durabilidade do mata-burro”, afirma o engenheiro. A retirada das formas internas deve ser feita, no máximo, até três horas após o término da concretagem. Em seguida, tem início o processo de cura da peça. Ao contrário do que se imagina, o concreto deve ficar protegido do sol e vento para que não seque rápido demais. “O ideal é cobrir com sacaria ou capim e regar duas vezes ao dia, mantendo a umidade durante uma semana.” Depois desse período são retiradas as peças laterais, com o auxílio de um pé de cabra para fazer a alavanca. É importante evitar choques ou pancadas para não estragar as formas. Para fazer o içamento e transporte das partes do mata-burro, pode-se utilizar uma plataforma do tipo que se acopla ao trator, um guincho destes usados para erguer bolsas carregadas com adubo ou qualquer outro equipamento que suporte o peso da peça, de aproximadamente 2.500 quilos. No local desejado para sua instalação, deve-se nivelar o terreno e compac-
ARQUIVO FAZ. SÃO JOÃO
Não é preciso cavar o terreno. Basta nivelá-lo e instalar o mata-burro.
Mata-burro
Iinstalação
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tá-lo com um soquete manual ou mecânico. Não é preciso cavar uma vala para encaixar as peças. Em seguida cobre-se o solo compactado com uma cama homogênea de 5 centímetros de brita, cuja função é dar mais estabilidade ao terreno, impedindo que o mata-burro penda para um dos lados, em caso de desgaste do solo causado pela água da chuva. Além disso, a brita ajuda na drenagem. Por fim, coloca-se terra para que o mata-burro fique no mesmo nível da estrada
ou corredor do piquete. Caso prefira, o produtor pode optar por jogar terra apenas nas bordas frontais, formando duas pequenas rampas de acesso de modo a facilitar a passagem do maquinário. As rampinhas ainda funcionam como uma barreira, dificultando a deposição de sedimentos trazidos pelas enxurradas, em especial nas áreas em declive. Caso haja aterramento, o problema é fácil de resolver. Basta içar as peças pelas “alças” laterais e retirar o excesso de terra. n
Visão rasa dos bovinos desencoraja travessia O nome “mata-burro” sugere um destino fatídico a qualquer animal de grande porte que ouse atravessá-lo, não somente um asinino. Um bovino que tente a sorte, aventurando-se por entre os vãos da instalação, certamente quebrará a pata e terá de ser sacrificado. É uma cena trágica de se imaginar, mas que dificilmente acontece na realidade, porque os bovinos enxergam o mundo de um modo diferente e não fazem a tentativa. Ao contrário dos humanos, que têm os olhos na posição frontal, nestes animais os globos oculares estão posicionados na parte mais lateral da cabeça. Segundo Mateus da Costa Paranhos, professor da Unesp de Jaboticabal, SP, e especialista em bem-estar animal, esta disposição garante um campo visual muito maior do que o nosso, entre 270 e 300 graus, dependendo da raça, enquanto nos humanos é de 180 graus.
Ao mesmo tempo em que esta característica assegura aos bovinos maior capacidade de monitorar seu ambiente, condição importante para manter sua segurança (assumindo que são presas potencialmente frágeis na natureza), também prejudica sua percepção de profundidade. Isso acontece porque, ao contrário dos humanos, cujos olhos capturam a mesma imagem e as sobrepõem no cérebro, garantindo maior nitidez e percepção clara de profundidade, a visão dos bovinos é monocular, valendo-se a maior parte do tempo de apenas um dos olhos. “Ao se depararem com um mata-burro, eles são capazes de perceber que há uma variação de profundidade entre os vãos e a parte sólida, mas pela limitação da visão tridimensional não conseguem distinguir onde está um ou outro. Por isso eles param e não arriscam a travessia”, explica Paranhos.
Instalações e Equipamentos
ESPECIAL Bebedouros são aliados na engorda Com água limpa, instalação contribui para o aumento de peso do rebanho.
FOTOS WAGNER PIRES CONSULTORIA
Mônica Costa monica@revistadbo.com.br
Bebedouro
“D
epois do pasto, a adequação da água para o rebanho bovino é a medida mais importante a ser adotada em uma fazenda.” A frase, do médico veterinário Edmundo Benedetti, professor aposentado da Fazu (Faculdades Associadas de Uberaba), resume a importância da oferta de água na quantidade, com a qualidade e na localização correta para o bem-estar e a melhoria do desempenho dos bovinos. E isso só é possível com os bebedouros. Além de favorecer o consumo de água, que é fundamental para o aumento do ganho de peso do rebanho, os bebedouros são ferramentas cada vez mais indispensáveis na adoção de medidas ambientalmente corretas, porque evitam o consumo de água direto dos mananciais e a consequente degradação de rios, açudes ou lagos. “O gado bebe para comer”, segue Edmundo Benedetti, ao explicar que, quanto menor for o consumo de água, menor será também a demanda por matéria seca. A ingestão voluntária de água – que é o volume máximo do recurso que o boi pode beber por dia – está relacionada ao acesso e à disponibilidade. “ Quando a boiada dispõe de um bebedouro perto da área de pasto e com água limpa, pode beber de 15 a 18 litros de uma vez. Se a água estiver em um local distante, pedregoso, enlameado, e ainda suja, o consumo pode cair de 25% a 50%”, aponta o professor, que escreveu e orientou pesquisas referentes à importância da água na produção bovina. A água fornecida deve ser limpa, livre de patógenos e sem resíduos de qualquer natureza. O animal vai escolher a água de melhor aparência. Além disso, a água de açudes ou lagos, que não seguem por correnteza, favorecem a proliferação de endoparasitos, prejudiciais à saúde do
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Bebedouro permite que se renove a água constantemente, o que evita doenças.
animal. Por isso o uso de bebedouros, com reposição automática de água, reduz os riscos, com renovação contínua realizada pela boia. Limpeza é fundamental. Pelo menos um vez por semana o vaqueiro deve avaliar a qualidade da água. O resto da ração que os animais trazem na boca, folhas de árvores próximas, fezes, terra do entorno e até animais mortos podem sujar o bebedouro e deixar a água turva por causa da proliferação de algas. Nestes casos, o vaqueiro pode esvaziar o bebedouro para limpar e periodicamente jogar cal hidratada, na medida de 1 quilo para cada mil litros de água. “Cuidado com água dura”, adverte o engenheiro agrônomo Wagner Pires, proprietário da Wagner Pires Consultoria e Treinamento, de Indaiatuba, SP. A água dura, ou salobra, é rica em calcário, que, além de estragar toda a tubulação, pode prejudicar a ingestão de sal mineral pelos animais. Sempre por perto – Estudo publicado em 2013 pelo engenheiro agrônomo José Eduardo Tavares, orientado pelo professor Benedetti, mostra que o uso de bebedouro pode aumentar em até 23% o ganho de peso de novilhas na comparação com ou-
tras que precisaram consumir a água de rios ou de lagos. O trabalho também constatou que os bovinos que beberam a água de bebedouro apresentaram ganho de peso diário 29% superior aos bovinos que consumiram a água do açude. Um dos fatores que diminuem o consumo é a distância. Longas caminhadas para acesso à água reduzem o consumo do pasto. Em suas pesquisas, Benedetti constatou que, se o animal, que consome em média 90 kg de matéria verde por dia tiver que andar 300 metros para chegar ao bebedouro, o consumo de pasto pode cair 17% (para 75 kg/dia). Se a caminhada for de 500 metros, a redução pode chegar a 40% (baixando para 54 kg). Em uma distância de mil metros, o consumo cai pela metade (45 kg) e, se o boi for obrigado a caminhar 2.000 metros, comerá apenas 10% (9 kg) do que é necessário para o dia. “O ideal é que o bebedouro não fique a mais de 200 metros da área de pastagem para que os animais possam beber à vontade o dia todo”, sugere Ricardo Bürgi, sócio consultor da Bürgi Consultoria Agropecuária, de Piracicaba,
Instalações e Equipamentos
Bebedouro
ESPECIAL SP. Segundo ele, se o bebedouro estiver próximo da área de descanso ou do cocho de sal, os bois tendem a beber água com maior frequência. “Se o bebedouro estiver longe, os animais irão menos ao local. Além disso, os machos dominantes bebem água primeiro e, quando vão embora, levam atrás de si os retardatários, que muitas vezes nem tiveram tempo para beber o suficiente”, diz. O problema é comum em fazendas de pasto rotacionado. “O bebedouro geralmente fica na praça de alimentação, e os animais, de hábito gregário, deslocam-se sempre juntos, do piquete até o bebedouro”, continua Wagner Pires, que também concorda que a distância de 200 metros do bebedouro até o fundo do piquete é ideal. “Mas se precisar ser instalado até 400 metros de distância não prejudica tanto o animal”, diz. O posicionamento dos bebedouros em áreas naturais de descanso seria uma boa decisão para evitar este problema, assim como a localização dos bebedouros em pontos de confluência de piquetes pode contribuir para reduzir custos. O pecuarista deve dimensionar o bebedouro com base no número máximo de cabeças que o lote possa comportar. “É preciso estar preparado para a intensificação da atividade”, alerta Pires, lembrando que todo o projeto hidráulico deve ser pensado visando à maior quantidade possível de animais no uso do bebedouro. “Se começar com 500 cabeças precisa pensar como ficará se tiver 2.000 animais.” Segundo o consultor, um animal adulto (450 kg, que corresponde a uma Unidade Animal – UA) consome em média
Tamanho e vazão –
O bebedouro deve ficar perto do pasto. No máximo a 200 metros de distância.
40 litros por dia. Metade é consumida em apenas duas horas (nas horas mais quentes do dia). O sistema deve estar preparado para atender os animais nestas situações. Se tomarmos como exemplo um lote de 500 animais, teremos um consumo diário de 20.000 litros (500 cabeças x 40 litros/cabeças/dia). No pico, serão consumidos 10.000 litros em duas horas. Neste caso, se a bomba trabalhar ininterruptamente por 24 horas, deverá possuir uma vazão mínima de 833 litros/ hora. Neste caso, porém, o reservatório deverá conter pelo menos 8.500 litros, para conseguir suprir os 10.000 litros em duas horas, acrescidos da vazão constante de 833 litros/hora. Ou seja, quanto maior a vazão, menor poderá ser o tamanho do reservatório (veja tabela). O dimensionamento adequado dos bebedouros é de suma importância e está relacionado ao número e categoria animal, e também à vazão de entrada de
Nos açudes e lagos, os riscos de contaminação da água e de acidentes com os animais são maiores.
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Capacidade do bebedouro em função da vazão para 500 UAs Vazão (litros/hora)
Capacidade bebedouro (litros)
833
8.500
1.500
7.000
3.000
4.000
Fonte: Wagner Pires Consultoria
água para reposição”, diz o consultor. A média da frente do bebedouro por cabeça pode ficar entre 5 e 10 centímetros, considerando que os animais menores, novilhas, bezerros, utilizarão menos espaço. Deve haver água suficiente para atender de uma só vez até 20% do total de animais no rebanho. “A boia deve ser de vazão total porque permite o enchimento de forma mais rápida”, diz o engenheiro agrônomo Antony Sewell, sócio-consultor da Boviplan Consultoria Agropecuária, de Piracicaba, SP. Para evitar que os animais entrem no bebedouro, basta a instalação do cercado de contenção – toras distribuídas ao longo da instalação, ligadas por fios de arame na horizontal, com espaço suficiente para que o animal coloque a cabeça, mas que não permita a passagem do corpo. Para evitar a interrupção do fornecimento e também garantir a qualidade da água, o ideal é que a fazenda tenha um reservatório, que será mantido por motobomba ou roda d’água, que distribuirá o recurso por gravidade para os bebedouros. “Caso o reservatório central seque, os bebedouros precisam ter capacidade para estocar água suficiente por até dois dias”, diz Sewell. n
MUB FAZ A DIFERENÇA ! José Luiz Niemeyer, referencial da pecuária brasileira, fala sobre suas expêriencias com MUB e porque continua utilizando o produto. José Luiz Niemeyer( Terra Boa) Apesar da fábrica da MUB do Brasil estar no mesmo município em que tem sua principal fazenda, a Terra Boa, José Luiz Niemeyer dos Santos, um dos mais respeitados selecionadores de Nelore do País, conheceu a nova tecnologia para mineralizar e suplementar o gado durante a Feicorte, em São Paulo, em 2013, quando ficou sabendo que o produto era fabricado perto de sua propriedade em Guararapes, na região Noroeste do Estado de São Paulo. O criador resolveu testar o MUB em outra propriedade sua, a Fazenda Alvorada, que fica no município de Rubiácea, na região Noroeste do Estado de São Paulo, onde faz a recria de novilhas e novilhos Nelore PO da marca Terra Boa. O criador confessa que o que o levou a experimentar o produto foi a praticidade do seu uso. “Por causa do tamanho da propriedade (a Fazenda Alvorada tem apenas 170 ha de pasto) eu tinha limitação quantitativa de mão de obra. Assim, a promessa de que, com MUB, não teria que salgar o cocho todos os dias, me chamou a atenção. Afinal, sem a salga diária, o funcionário ficaria liberado para outras tarefas”, diz. Além da dispensa da salga diária, o criador se encantou com a possibilidade de não ter que investir em novas cercas para melhorar o manejo dos pastos e aumentar a lotação. Com o novo produto, manteve os 14 piquetes com área média de 12,1 ha. “Para melhorar o manejo, fiquei sabendo que bastaria mudar a embalagem (tambor) do MUB de lugar, tirando da área mais pastejada para a menos. E para mudar de lugar o peão não precisava nem descer do cavalo: bastava laçar o tambor e arrastar para o lugar desejado”, conta.
Por último, a nova tecnologia, que usa melaço e não sal como veículo de minerais, dispensaria investimento em novos cochos: o gado consome o produto na própria embalagem. “O investimento em um cocho coberto é altíssimo. E, com
o aumento do rebanho em recria, teria que construir novos cochos se continuasse usando sal mineral”, diz o criador. O melhor da opção, no entanto, foi o desempenho dos animais tratados com MUB, segundo José Luiz Niemeyer dos Santos. No lote de 177 machos, o ganho em 106 dias (de 29 de janeiro e 16 de maio de 2014) foi de 60 kg (média de 566,75 gramas por dia), a pasto. Os animais entraram com 272 kg e saíram com 332 kg. Esse mesmo lote de machos, tratado com proteico-energético, tinha ganhado, após a desmama, 65 kg em 172 dias (entre 7 de agosto de 2013 e 29 de janeiro de 2014), média de 378,8 gramas por dia, também pasto. Entraram com 207 kg e saíram com 272, quando começaram a ser tratados com MUB. No lote de 173 fêmeas, o ganho, no mesmo período de 106 dias (entre 29 de janeiro e 16 de maio), foi de 57 kg (média de 539,6 gramas). Elas entraram com 244 kg e saíram com 301 kg. Esse mesmo lote tinha ganhado, tratado com sal proteico energético após a desmama, 48 kg em 172 dias (entre 7 de agosto de 2013 e 29 de janeiro de 2014), média de 279,06 gramas por dia. Entraram com 196 kg e saíram com 244. O detalhe é que o teste foi feito num dos períodos mais secos dos últimos anos. Segundo Célio Godoy, gerente da Fazenda Alvorada, entre outubro de 2013 e setembro de 2014, choveu apenas 899 mm, 500 mm a menos do
que no mesmo período do ano anterior. José Luiz Niemeyer dos Santos, que avalia o gado PO no programa de melhoramento genético da ANCP (Associação Nacional dos Criadores e Pesquisadores), começa a usar o MUB também na Fazenda Terra Boa, onde estão as 400 matrizes Nelore, 200 fêmeas Brangus e 700 vacas comerciais. “Estou começando a produzir bezerros e vou testar o MUB começando por essas 700 fêmeas ”, diz. Anualmente, o criador vende, em leilões, 150 tourinhos e 50 novilhas Nelore e 50 tourinhos Brangus. O próximo leilão, que será realizado no dia 5 de julho na Fazenda Terra Boa, o criador comemora 50 anos de seleção, 50 anos de formação em direito e 50 anos de casamento. A tecnologia do MUB foi desenvolvida nos EUA em 1970 pela Ridley, uma das maiores empresas de nutrição animal do mundo. O produto que usa melaço e não sal como veículo para a mineralização do gado começou a ser fabricado no Brasil no início de 2014 no município de Guararapes, na região Noroeste do Estado de São Paulo. É a primeira fábrica fora dos EUA, onde a Ridley mantém suas 11 unidades fabris e de onde exporta para várias partes do mundo. O produto usa, na fabricação, o conceito que norteia a indústria farmacêutica, que requer proteção dos ingredientes que é garantida pela baixa umidade do veículo usado para a fornecimento dos minerais e aditivos, mistura uniforme (garantido no processamento industrial) e consumo controlado (pastosidade do melaço, que impede que o animal arranque nacos do produto).
José Luiz Niemeyer e George Ferre
Instalações e Equipamentos
ESPECIAL De pesadelo a tiro certeiro
Cerca elétrica
Ariosto Mesquita de Campo Grande, MS
H
á 12 anos, o pecuarista Manoel Brianes Rodrigues Júnior decidiu investir em cerca elétrica para facilitar o manejo de animais em unidades de pastejo rotacionado. Viveu um pesadelo. O sistema central simplesmente não funcionava. Vivia queimando. Ele seguia todas as instruções de aterramento para isolar o equipamento de eventuais descargas atmosféricas, mas não adiantava. Depois de uma série de tentativas, de troca de equipamentos com seu fornecedor, e de refazer trechos de cerca e de pontos de isolamento, ele tomou uma decisão radical: abandonou tudo o que tinha feito e recomeçou, com nova estrutura. Mas se engana quem imagina que ele resolveu optar pela cerca convencional. Nada disso. Antes, buscou informações sobre empresas especializadas e, depois de escolher, se cercou de garantias para não dar novamente um tiro no escuro. Hoje ele tem todo o sistema na mão, funcionando adequadamente e não poupa elogios: “É tão bom que venho ampliando a área de pasto intensivo, com mais piquetes”. Atualmente, Brianes conta com aproximadamente 70 km de cercas, sendo pelo menos metade eletrificada, fundamentalmente em áreas de manejo de pasto. São três sistemas independentes em funcionamento, um para cada uma de suas três propriedades, em Nossa Senhora do Livramento, MT: Fazenda Manaain (1.300 ha), Fazenda Monte Sião (600 ha) e Fazenda Serrinha (330 ha). Outra propriedade (Fazenda Água Limpa, de 500 ha) ainda não
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Fotos: Ariosto Mesquita
Depois de penar durante quase seis anos com uma rede de cerca elétrica que não funcionava, criador mato-grossense troca fornecedor, recebe garantias, assistência técnica e acerta na aposta. Hoje, dá as dicas para uma eficiente manutenção.
Brianes mostra conjunto de aterramento, com a espiral que integra a estrutura antirraios
conta com cercas elétricas, pois o manejo rotacionado ainda não foi adotado. Suas terras ficam bem próximas (máximo de 20 km de distância), todas ao sul da Baixada Cuiabana, em região de transição com o Pantanal, bem ao pé da Serra das Araras. Depois de bater cabeça e dar a volta por cima, Brianes admite que o segredo para ter tudo na mão e funcionando está na manutenção. E isso, diz, começa na escolha do sistema e dos equipamentos. “Eu comecei mal informado, faltou suporte técnico na instalação e nada funcionava”, admite. Na insistência de tentar solucionar o problema com o fornecedor, ele trocou todo o sistema três vezes. “Quando vi que nada daria certo, joguei tudo fora. Perdi todo o serviço, incluindo as centrais, moirões, fios, hastes e isolantes. Na época tive um prejuízo de R$ 6.000 e não tinha ânimo, nem coragem, para investir em reforma e ampliação de piquetes”, admite. Com a escolha criteriosa de novo fornecedor, o pecuarista passou a ter mais tranquilidade e facilidade para tocar as fazendas ao lado do filho, o médico veterinário Manoel Brianes Rodrigues Neto. “As três centrais, que hoje funcionam perfeitamente, potencializaram os resultados do manejo: o pastejo fica mais uniforme, a lotação pode ser maior em uma área menor,
o gado fica mais dócil e tem o stress reduzido, além de o animal se acostumar e conseguir identificar com mais facilidade corredores, cochos e aguadas”, explica. Manutenção requer vigilância -
Além da escolha de um sistema de qualidade e cercado de garantias, sua eficiência na fazenda também depende da adoção de uma série de medidas. Dentre elas, a limpeza do solo ao longo das linhas de cerca. “Devem ser removidos tanto as plantas invasoras quanto, eventualmente, o próprio capim e objetos estranhos”, avisa. Esta providência tem ligação com o funcionamento correto da rede. “Na minha cerca são três arames. Apenas o do meio é neutro. Tanto o superior quanto o inferior, este a uma altura entre 40 e 50 cm do solo, são energizados. Animais adultos, garrotes e bezerrinhos, portanto, levarão choque ao encostar. Mas, caso algum objeto roube carga de algum fio, pode neutralizar o sistema.” Brianes faz a limpeza aplicando anualmete glifosato ao longo dos 35 km de cerca elétrica, sempre após o início das chuvas, entre novembro e dezembro. “Durante o restante do período das águas geralmente não há tempo hábil para a invasora se recompor na rebrota a
Dicas para manutenção e durabilidade do sistema
Herbicida evita que mato cresça muito
1. Com a ajuda de especialistas, avalie qual é a real necessidade de sua propriedade antes de adquirir o sistema de cercas elétricas; 2. Compre um equipamento de qualidade comprovada, com procedência e garantia; 3. Obtenha a garantia do fornecedor de que há acesso à assistência técnica remota e eventualmente presencial (se necessário); 4. Utilize um estabilizador de voltagem – função para equalizar a qualidade da energia (um para cada aparelho); 5. Mantenha o o aterramento do sistema devidamente aferido; 6. Oriente a equipe de funcionários para, no dia a dia, manter a vigilância para identificar e comunicar qualquer problema ao longo das cercas; 7. Faça a manutenção das linhas de cercas com a limpeza anual com retirada de plantas invasoras, sempre após o início do período de chuvas; 8. Utilize tubos isoladores (dos moirões) de qualidade e eficiência comprovadas; 9. Sempre que possível, utilize um medidor 3 x 1 (funciona como controle remoto, indicador de falhas e voltímetro) quando suspeitar de qualquer problema ao longo da rede; 10. Por precaução, sempre desligue o sistema na iminência de chuvas com descargas atmosféricas (raios); 11. Sempre identifique a cerca elétrica com placas de segurança.
Cupinzeiros são removidos
Medidor especial checa carga da cerca
ponto de sequestrar energia. Em seguida vêm os meses secos, quando não preciso me preocupar com a aplicação”, conta. Este cuidado é tomado de forma a manter um corredor de solo limpo de 60 centímetros de largura, em média, de cada lado, a partir da base da cerca. Para este trabalho, Brianes usa um reservatório acoplado a um trator: “Com uma mangueira adaptada, um funcionário toca a máquina enquanto o outro segue no chão, aplicando o produto. Geralmente fazemos os 35 km de cerca em dois ou três dias, dependendo da perna do peão. Usamos material e equipamento que comumente existe em qualquer fazenda”. Em piquetes menores, esta aplicação é feita coma bomba costal. “Ela é mais prática e de fácil operação, garantido melhor mobilidade”, afirma.
A forrageira utilizada no pasto cercado dificilmente incomoda crescendo a ponto de esbarrar no arame e neutralizar energia. Brianes faz um aceiro preventivo sempre um pouco antes de instalar uma nova cerca eletrificada. “Além disso, o capim é mais frágil ao glifosato, enquanto as plantas daninhas geralmente são mais resistentes.” Objetos levados pelo vento, assim como cupinzeiros que crescem sob a cerca, também devem ser removidos. Para isso, é necessário que funcionários estejam engajados neste processo de vigilância. “Para as três fazendas com cerca elétrica, temos um colaborador responsável pela limpeza, reparo e manutenção, mas todos estão orientados e comunicam qualquer tipo de problema que encontram”, explicou. Logicamente, não é tarefa fácil monitorar 35 km de cerca em três propriedades. Esta dificuldade foi praticamente anulada a partir do momento em que o funcionário responsável pelo trabalho passou a circular diariamente tendo em seu bolso um medidor digital que realiza a função de três ferramentas: voltímetro, controle remoto e indicador de falhas. “Ele se parece com um celular, mas sua função é avaliar o comportamento do sistema ao longo de toda a rede de cercas. Ao encostá-lo no fio eletrificado, ele vai medir a carga. Caso haja alguma deficiência, apontará para que lado – esquerdo ou direi-
Medidor e isoladores -
to – está o problema. Ou seja: ele acusa o nível de fuga de energia e ajuda a localizar onde ocorreu. Neste momento, com o próprio aparelho, você pode desligar a central de todo o sistema. Depois de proceder o devido reparo, basta um simples comando para religar a rede e conferir se o funcionamento voltou ao normal. Tudo sem sair do campo”, explica Brianes. Mesmo com um sistema monitorável, identificar exatamente o ponto onde está o problema pode ser o equivalente a procurar uma agulha no palheiro. Uma das ocorrências mais comuns, segundo o criador, é o bloqueio ou o roubo de carga por moirão. Isso geralmente acontece, segundo o pecuarista, quando o tubo de isolamento do arame eletrificado, que deve protegê-lo do contato com a madeira, não cumpre com sua função. “Já tive muita dor de cabeça com esta mangueirinha. Elas ressecavam, quebravam e vez por outra tinha de trocar.” Brianes logo percebeu que seria impraticável permanecer deslocando funcionários para checar moirão por moirão sempre que houvesse a suspeita dessa ocorrência. “Procurei a indústria que me vendeu o atual sistema de cercas elétricas, pedi orientação e adquiri, desta própria empresa, isoladores com garantia. Há alguns anos não tenho mais problemas”, conta. Por ser um detalhe aparentemente sem importância dentro da rede, o pecuarista mato-grossense avisa que esses maio 2015 DBO
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Cerca elétrica
Fontes: Manuel Brianes R. Júnior e Manoel R. Brianes Neto
Instalações e Equipamentos
ESPECIAL
Cerca elétrica divide piquetes na Fazenda Monte Sião
Cerca elétrica
isoladores podem se tornar um tormento caso não cumpram sua função. “O produtor tem de se informar e se garantir sobre a qualidade deste material, caso contrário os tubos vão quebrar, diminuir de tamanho e desalinhar. Muita gente faz gambiarras e se complica mais ainda”, alerta. Funcionalidade - Na opinião de Brianes, algumas pessoas ainda não conseguem delinear claramente a função diferenciada de uma cerca elétrica para a atividade de bovinocultura de corte. “Ao contrário da cerca convencional, a sua eficiência não é medida pela resistência que ela possa oferecer, e sim pela capacidade, com o choque elétrico, de manter o animal sempre afastado”, pondera. “Tanto é que seu custo é bem mais barato”, lembra. “Os palanques que sustentam a cerca convencional precisam ser ins-
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Equipamentos da central do sistema
talados geralmente em distâncias entre 6 e 6 metros para resistir à pressão e à força do animal. Já no caso da cerca elétrica seus palanques entram em um vão de 30 a 40 metros, o que facilita eventuais mudanças no piqueteamento. E funciona muito bem.” Outro aspecto que, segundo ele, o criador deve levar em conta na aquisição de um sistema é a assessoria técnica que o fornecedor dará. “No nosso caso, a condição da empresa para a venda de toda a estrutura era a instalação correta, uma segurança tanto para eles quanto para nós. Diante disso, forneceu todo o suporte técnico necessário e hoje tenho assistência remota para solucionar qualquer dúvida ou problema. Também tenho como solicitar assistência presencial, mas nunca foi necessário”, conta o pecuarista. Brianes alerta para que o produtor
seja cauteloso, consulte especialistas e pesquise bem as opções que o mercado lhe oferece para a sua necessidade: “Tem de checar preço também, mas sem se deixar ser levado por condições milagrosas”. Para montar seu atual sistema, ele estima que, em valores atuais, pagaria cerca de R$ 3.000 por central, gastaria aproximadamente mais R$ 5.000 com mão de obra para instalações de aterramento e hastes e mais R$ 5.000 pelo quilômetro instalado. Mesmo com todos esses cuidados, Brianes avisa que eventualmente problemas ocorrem. “Depois que toca pela primeira vez no fio eletrificado, o animal passa a manter certa distância da cerca. No entanto, em uma briga de touros, por exemplo, pode ocorrer rompimento na rede e quebra de moirões. Quando acontece, temos de desligar o sistema e arrumar. Faz parte”, admite. n
Instalações e Equipamentos
ESPECIAL Rebanho bem servido Estratégias potencializam a utilização do cocho nas fazendas Mônica Costa monica@revistadbo.com.br
Cocho
cocho deve ser tratado como prato, não como panela.” Assim define os cuidados que devem ser tomados com esta instalação o médico veterinário João Corrêa, gerente de Pecuária de Corte de Gado a Pasto da Prodap, consultoria agropecuária de Belo Horizonte, MG. Ele chama a atenção para a necessidade de o cocho ser projetado para garantir um abastecimento regular de alimentos para o rebanho. “O ‘prato’ do bovino deve estar sempre cheio, com comida fresca e de qualidade”, ensina o veterinário. O que nem sempre é tarefa fácil, especialmente quando falamos de fazendas com centenas de cabeças de gado e grandes extensões de pasto. O custo com o transporte das sacas de suplementos e a maior demanda por salgadores, por exemplo, estão entre os argumentos usados por criadores para justificar os erros e as perdas do alimento nos cochos. O mercado já dispõe, entretanto, de estratégias que colaboram para a suplementação sem afetar a rotina do peão ou exigir muitas viagens no transporte do produto. A solução mais interessante é a instalação de estruturas para armazenar as sacas de suplementos minerais. Podem ser tambores de boca larga, com capacidade para estocar até 20 sacas de sal, instalados próximos do cocho; bombonas centrais para atender dois ou mais piquetes ou mesmo prateleiras montadas sob os telhados, nas casinhas de cocho. A medida reduz o uso de tratores para transportar a ração, evita desperdícios e ainda facilita a vida dos funcionários da fazenda. Maior proteção – A Prodap recomenda
especialmente o uso de cochos cobertos, que reduzem o risco de desbalanceamento da dieta no caso de entrada de água e permite a adoção de um programa de nutrição mais arrojado, com presença de farelos. Estes modelos são indicados para regiões mais chuvosas e em grandes propriedades nas quais a visita de peões pode ser mais
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Boa localização, proteção e estoque de suplemento são os requisitos de um cocho eficiente.
espaçada. “Assim, poderemos garantir um consumo efetivo das misturas, com baixo desvio entre os integrantes do lote, garantindo um padrão de ganho mais uniforme”, afirma o gerente da Prodap, João Corrêa. A consultoria desenvolveu cochos com capacidade para suplementar até 50 animais. A estrutura tem cobertura de borrachão, que protege as cabeceiras da instalação, e evita o contato de água de chuva com o suplemento. Como a borracha é um material que não machuca o bovino em caso de atrito, as casinhas podem ser projetadas com o pé-direito de 1,4 metro de altura, 1 metro mais baixo do que os modelos convencionais. Tambores de boca larga, feitos de polipropileno com tampa, e capacidade para armazenar até 20 sacas de produtos, são instalados ao lado dos cochos. “É uma estrutura mais barata porque exige menos material e apresenta maior durabilidade”, assegura Corrêa. Segundo ele, há produtores que utilizam o cocho com cobertura de borrachão há mais de duas décadas. Técnicos do Centro de Treinamento Tortuga (CTT) também desenvolveram um cocho coberto, com paredes laterais, para proteger o suplemento de chuva e vento. O telhado de zinco é dobrado na extremidade e funciona como uma calha para reduzir a formação de lama nas áreas onde os bovinos estacionam para comer. “Os animais ficam nessas poças de lama e aca-
DSM Tortuga
“O
bam formando depressões que, aos poucos, prejudicam o acesso do animal até o cocho. A calha evita este tipo de problema”, explica o médico veterinário Ayrton Luiz Bender, assistente técnico da DSM Tortuga e pesquisador do CTT. Abaixo do telhado são instaladas prateleiras para o depósito das sacas de suplemento. Na lateral, há um escaninho para guardar a ficha de controle e um gancho onde fica pendurada a pá usada para mexer a mistura. “Este modelo garante que o peão terá tudo o que precisa no cocho: as sacas para reabastecimento, a ficha para controlar o consumo do lote e a pá para manter o sal sempre solto e homogêneo”, diz Bender. Como não precisam transportar as sacas de suplemento, os vaqueiros têm mais flexibilidade para fazer a ronda por toda a fazenda e checar os cochos com maior frequência. Mesmo com esta maior flexibilidade, para o gerente técnico nacional de Gado de Corte da DSM Tortuga, Carlos Eduardo dos Santos, a reposição do cocho deve ser feita, na pior das hipóteses, em dias alternados. “Não adianta possuir cochos bem estruturados se não forem adequadamente abastecidos”, afirma. De acordo com Santos, não se deve abastecer apenas uma vez
Prodap Consultoria
Estima-se que 90% dos cochos de suplementação instalados nas fazendas de rebanho de corte sejam ou estejam descobertos. São estruturas que podem ser transferidas de um pasto para outro e por isso são mais comuns em propriedades que adotam estratégias como a integração com lavoura e floresta ou arrendamento. Também são utilizados em fazendas de menor porte, onde a reposição do suplemento pode ser feita diariamente. Em Campo Grande, capital sul-mato-grossense, os irmãos João Henrique e Rogério Girolometto Fillho, o primeiro engenheiro agrônomo e o segundo engenheiro industrial, desenvolveram o
Maior flexibilidade –
GiroCocho. “É um modelo com dupla aptidão: reservatório e cocho”, compara João Henrique Girolometto, sócio proprietário da Campo Fácil, consultoria especializada em soluções agropecuárias. Lançada em 2014, a estrutura tem no centro uma área para o estoque das sacas de suplemento. São dois modelos: no maior a capacidade é de 18 sacas e a área de cocho serve até 120 animais; no menor, cabem oito sacas para até 60 cabeças. “Os produtos ficam protegidos neste reservatório, que é vedado e impede a entrada da umidade. Basta que o funcionário faça o reabastecimento do cocho sempre que necessário”, afirma o agrônomo Girolometto. O equipamento maior pesa 48 quilos (o menor, 28 quilos), o que facilita o transporte para outros lugares e evita a formação de atoleiros. Um sistema de dreno, com abertura de 3 centímetros, permite o escoamento da água em caso de chuva. “Assim o proprietário consegue preservar parte do sal antes que vire uma pasta. No caso do suplemento ureado, o escoamento levará parte das propriedades da dieta, mas evitará a intoxicação”, diz Girolometto. DSM Tortuga
por semana, principalmente no período das chuvas, porque a umidade e os respingos transformam o suplemento em uma papa e o animal não come. O sal mineral, que é consumido mais lentamente pelo rebanho, pode empedrar se molhar ou umedecer e o bovino vai deixar de lamber. Nos casos de suplementos proteicos ou energéticos, de maior consumo, é preciso ainda mais atenção porque são mais caros e de fácil deterioração.
Localização: É fundamental que os cochos sejam bem distribuídos na pastagem, de forma que os animais tenham fácil acesso para consumir os suplementos. Devem ser colocados próximos dos bebedouros ou do malhadouro, sempre a menos de 1 quilômetro de distância. Várias pesquisas demonstram que animais com dificuldade de acesso aos cochos apresentam menor consumo de suplemento e consequentemente menor desempenho produtivo. Manutenção do piso: O piso deve ser sempre mais elevado para evitar o acúmulo de água ou matéria orgânica. A manutenção deve ser feita sempre no início do período das águas.
Os cochos são feitos de polietileno e tratados contra raios ultravioleta, permitindo que o material fique exposto às intempéries, sem ressecamento, por pelo menos cinco anos. O formato, em círculo com uma área linear de 5 metros, segundo o consultor, reduz a disputa entre os bovinos. “Os animais não ficam de frente um para o outro e a competição entre os bocados na ração deixa de existir”, afirma. Há mais de 20 anos no mercado, os cochos móveis da empresa Prático de Garça, em Garça, a 400 km de São Paulo, foram baseados nos comedouros das granjas de aves, que preveem o auto-abastecimento. O reservatório tem o formato de “A”. Na base superior são depositados os suplementos soltos (até 200 quilos nos modelos que comportam maio 2015 DBO
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s
Prateleira para a ração e escaninho para controle do consumo facilitam o trabalho do salgador
Dimensões: Comprimento, largura e profundidade determinam a facilidade de acesso e garantem um consumo adequado dos suplementos. Quanto maior o consumo das misturas, maior deverá ser a área de chegada dos animais no cocho, evitando competição. A borda superior do cocho deve estar a aproximadamente 40 centímetros do solo, possibilitando o acesso de todas as categorias. Já o comprimento deve ser ajustado de acordo com o produto (suplemento mineral, proteinado, energético ou ração).
Cocho
A cobertura de borracha e o armazenamento em bombonas reduzem custo sem afetar a funcionalidade do cocho
O que todo cocho deve ter
Instalações e Equipamentos
ESPECIAL
Prático de Garça
Cochos móveis e com reservatórios são úteis em fazendas que precisam deslocar os lotes com frequência
Cocho
Comedouros em formato circular reduzem competição
até 60 animais), que vão descendo pelas pranchas laterais até a base do cocho, à medida que o animais vão lambendo o produto. “O formato não permite o acúmulo do sal e o consequente empedramento. Além disso, o salgador só precisa programar um dia no reabastecimento”, assegura o diretor comercial da empresa,
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Aparecido Donisete Lopes. “Como as visitas ao cocho podem ser mais espaçadas, os modelos são indicados para fazendas com grandes invernadas”, prossegue. O cocho é produzido com vigas de madeira certificada e, para a cobertura, são utilizadas peças de madeira plástica. Conforme o zootecnista da Prático de Garça,
Gabriel Alberto Kerbauy Lopes, a estrutura resiste bem às chuvas. A umidade que afeta o suplemento mineral, nesses casos, não é diferente daquela que o produto sofreria se estivesse estocado em um barracão. “Não altera a qualidade do produto”, garante. Embora sejam mais pesados, podem ser usados em arrendamentos ou transferidos de um local para outro dentro do pasto. A peça pode ser desmontada para o transporte ou o criador pode instalar uma prancha trenó, que é aclopada a um trator para ser arrastada. n
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MÓDULO 01
DE 11 A 13 DE JUNHO 2015 HORÁRIO: 7 ÀS 18H
Gestão Eficiente na Pecuária de Corte Fernando Almeida Andrade Recuperação e Renovação de Pastagens Marco Antonio Penati Manejo de Pastagem Visando uma Exploração Intensiva Moacyr Corsi Vantagens da Utilização de Animais Geneticamente Melhoradores - Luiz Antonio Josahkian
Valor da Inscrição: R$ 400,00 (sócios ABCZ e clientes COAR) R$ 600,00 (não sócios) Inscreva-se | www.abcz.org.br Mais informações: (34) 3319-3984 Local: Parque Fernando Costa | Tatersal Rubico Carvalho | Uberaba-MG
Exposição | Agrishow
Pecuária de corte é destaque “Caminho do Boi” e “Tenda de ILPF” atraíram criadores n Redação
A
22ª edição da Agrishow, Feira Internacional de Tecnologia Agrícola, realizada anualmente em Ribeirão Preto, a 350 km a Nordeste de São Paulo, teve a pecuária como um dos seus principais destaques. Para uma expectativa de queda geral de 30% nos negócios na comparação com o ano passado e receita de R$ 1,89 bilhão, Francisco Maturro, vice-presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), uma das organizadoras do evento, disse que a pecuária de corte, que responde por cerca de 15% das vendas, foi o segmento menos afetado. Parte deste bom resultado pode estar relacionado à maior presença de empresas e entidades dedicadas à pecuária de corte, muitas levadas pelo projeto “Caminho do Boi”, promovido pela Beckhauser, com o apoio técnico do Grupo Etco, e que teve participação de outros 19 parceiros, entre empresas de nutrição, genética e equipamentos e associações de criadores. A estrutura, com 18 estações, retratava todas as fases de manejo de um rebanho – desde o curral, passando pelo caminhão até o frigorífico – e colocou o produtor no lugar do boi. Das 160 mil pessoas presentes na feira, 3.200 fizeram o percurso, que durava aproximadamente 15 minutos, e recebiam informações de totens que apresentavam dados técnicos e econômicos para instigar a reflexão dos visitantes sobre a importância do manejo correto do rebanho. “Acreditamos que o manejo racional e a integração com a lavoura e a floresta são estratégias fundamentais para o segmento. Por isso o projeto foi retomado dentro da Agrishow de forma didática para que, além de pecuaristas e agricultores, os estudantes também entendam melhor estas ferramentas”, afirmou Carla Tuccilio, diretora da Verum Eventos, que organizou o “Caminho do Boi”. O estande com 900 m2 contava também com um auditório para a realização de minipalestras ministradas pelas empresas parceiras do projeto. “Observamos um grande movimento e muitos negócios realizados. Se houve queda nas negociações, não foi sentida no estande”, diz a executiva. 86 DBO maio 2015
Projeto reforça participação da pecuária na feira
será apresentado em outros eventos, além da Agrishow.
Leitura do chip eletrônico: criadores exploram tecnologias dentro do Caminho do Boi
A estrutura foi montada pela primeira vez em 2011, na Feicorte, em São Paulo. “A Integração Lavoura, Pecuária e Florista (ILPF) tem crescido muito entre o público da Agrishow e a pecuária era pouco representada na feira”, observa Mariana Beckheuser, vice-presidente da Beckhauser, que levou o curral móvel focado para projetos de ILPF (veja reportagem de capa desta edição de DBO). Em 2016 o Caminho do Boi deverá integrar um projeto itinerante e
ILPF – Pelo terceiro ano consecutivo, a Embrapa Cerrados, de Planaltina, DF, manteve, em parceria com a Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP) e Pecuária Sudeste (São Carlos, SP), uma estação de Integração Lavoura, Pecuária e Floresta (ILPF) como vitrine para os visitantes da Agrishow. São 16 hectares, metade destinado ao plantio de eucalipto e a outra parte dividida entre o plantio de capim (Piatã e Marandu) e grãos (milho e soja). “O projeto visa proporcionar bem-estar animal, vantagens ambientais e melhor produção por unidade ou por área”, diz Priscila de Oliveira, pesquisadora da Embrapa Cerrados. Nesta edição, palestras com informações técnicas sobre o tema foram ministradas para 1.500 produtores que visitaram a tenda ILPF da Embrapa, que fica do lado de fora da Agrishow, mas integra o roteiro da feira. “Foi menor que nos anos anteriores, mas, ainda assim, é um número significativo de pessoas que teve contato com nossas apresentações no campo’’, completou a pesquisadora. Cinco animais da raça Nelore Mocho, vindos da Fazenda Campina, de Presidente Venceslau, a 640 km de São Paulo, de propriedade do pecuarista Carlos Viacava, foram expostos no local. Viacava aderiu à ILP há dois anos, conforme retratado em uma série de reportagens de DBO, e aproveitou o evento para divulgar os resultados já alcançados durante este período. n
BEM ESTAR PARA O ANIMAL BEM ESTAR PARA VOCÊ
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Criação | Gestão
De bezerro em bezerro, uma fazenda. Com dinheiro da compra e venda de bezerros, garrotes, bois magros e bois gordos, comerciante forma uma fazenda com quase 2.000 ha em Rondônia. n Fernando Yassu
yassu@revistadbo.com.br
osé Araújo de Oliveira, de 45 anos, não sabe quantos bezerros, garrotes, bois magros e bois gordos passaram por suas mãos nos quase 30 anos em que intermedeia a compra e a venda de animais para os fazendeiros e os frigoríficos de Rondônia mas graças a essa atividade conseguiu materializar o sonho que levou o pai a emigrar de São Paulo para esse Estado amazônico em 1976. De sítio em sítio comprado com o dinheiro da comissão que ganhava no comércio de gado, ele formou a Fazenda JJ. Situada no município de Vale do Paraíso, na região Oeste do Rondônia, tem 1.452 ha apenas de pasto Quando chegou a Rondônia, José tinha apenas sete anos. Na época, o Estado estava sendo colonizado pelo governo militar sob o lema de “ocupar para não entregar” e recebia migrantes do Brasil inteiro, gente que, como o pai do fazendeiro, vendia os seus pequenos sítios, especialmente nos Estados do Sul (Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná) e Sudeste (São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo), e buscavam comprar áreas maiores nas novas fronteiras agrícolas, no Centro-Oeste e na região Norte do País. O pai de José conseguiu 100 ha, o dobro da área do sítio que tinha no município de Coronel Goulart, na região Oeste do Estado de São Paulo. Apesar de dobrar a área, não foi uma boa troca: além da infraestrutura precária e da distância da terra natal, praticamente não havia opções econômicas viáveis para explorar as pequenas propriedades como a dele, a não ser a produção para a subsistência da família. Na época, o Estado era isolado do grande mercado consumidor, como o de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro 88 DBO maio 2015
Fotos fernando Yassu
J
José (esquerda), com Hugo Santana (centro) e o gerente da Fazenda JJ.
e a produção agropecuária atendia apenas o mercado regional, que, com uma população rala, era minguado. Para driblar a pouca renda obtida na fazendinha do pai, José, com 17 anos, foi buscar, fora da propriedade, um atalho financeiro para prosperar e viu uma mina de ouro na abundância de oferta de bezerros e garrotes que havia em Ouro Preto D´Oeste, município que cresceu na esteira de um assentamento do Incra que daria origem à principal bacia leiteira desse Estado do Norte. Ele percorria os sítios e, comprando um bezerro ou garrote aqui e outro ali, formava lote mínimo para vender aos invernistas. Segundo José, os animais tinham boa qualidade para corte. Como lembra, não eram os típicos Gol (gado de origem lei-
teira). Não sem razão: em Rondônia, o produtor de leite típico, normalmente, não vivia apenas da renda da ordenha mas também da venda de machos (bezerros e garrotes) para corte. “O leite cobria o custeio da família e da propriedade e a renda do macho funciona como uma espécie de poupança. Por essa razão, os produtores procuram trabalhar com animais de dupla aptidão (Gir, Guzerá e Pardo-Suíço), que garantia uma fêmea com razoável produção de leite e um macho bom para corte”, diz. No início dos anos 90, José decidiu dar um passo à frente sem abandonar o negócio da compra e venda de bezerros e garrotes. Como tinha acesso à matéria prima e não tinha terra, resolveu separar parte da compra e engordar esses animais
Criação | Gestão em parceria com quem tinha pasto. Seus contatos com os invernistas renderiam nova fonte de renda em 1996 e ele passou, também, a comprar bois gordos para os frigoríficos. Com negócio indo de vento em popa, ele compraria, no final dos anos 90, a primeira propriedade rural própria – o embrião da Fazenda JJ. O sítio tinha 150 ha. Apesar da fazenda e da atividade como invernista, José, que é sócio da irmã em uma loja de produtos agropecuários em Ouro Preto D´Oeste, não abandonou o negócio de compra e venda de animais até hoje não só pelo dinheiro mas também pela amizade que fez nos quase 30 anos de atividade. Ele diz que não há segredo para a longevidade na carreira de comerciante de bezerros, garrotes, bois magros e bois gordos. “Sem confiança, ninguém sobrevive no mercado tanto tempo”, diz. Assim, ser pontual no pagamento é o ponto de partida para adquirir a confiança. “Comigo, vendeu, recebeu”, diz. Não é só: o negócio para ser sólido tem que ser bom para quem vende e para quem compra. “Quem vende, tem que receber o que o animal merece em termos de qualidade. Quem compra, tem que receber o animal conforme a qualidade que ele pagou”, explica. José aprendeu a avaliar o animal conforme o potencial de ganho que ele pode proporcionar ao comprador. O ponto de partida é o peso do animal e a variação do preço depende de sua origem racial e de sua qualidade. “Um macho de origem leiteira tem um valor. Um macho de uma raça de corte tem outro. E quem vende e quem compra sabe dessa diferença de valor”, explica. Como fazendeiro, José, também, teve sorte: a Fazenda JJ – que tem mais de 15 escritruras – está assentada numa das manchas de terras mais férteis de Rondônia. O pecuarista nunca precisou corrigir a fertilidade do solo desde que comprou a primeira gleba de 150 ha em 1996, mas, por desencargo, ele faz análise periódica para detectar possível carência de nutrientes. “É terra mista e vermelha”, diz. “Nem calcário precisa. O solo tem pH entre 5 e 6”, acrescenta. Por convicção, José, que é técnico agrícola, não se encantou com pastejo
Invernista –
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Gado em terminação recebe 1% do peso em ração nas águas e 2% na seca
rotacionado. Maneja o gado em sistema fixo, mas alternando os piquetes a cada 15 dias. Segundo o produtor, no fixo, o gado faz o pastejo seletivo, comendo o filé do capim (ponta) e com isso melhora o desempenho individual. “Eu priorizo desempenho individual do animal e não a máxima produção de peso por área de pasto”, diz. Mesmo não adubando e manejando o pasto em modelo fixo, a Fazenda JJ trabalha com um rebanho médio de 2.700 cabeças, média/ano de 1,9 cabeça por ha. José sempre suplementou o gado no pasto, mas fornecia apenas sal mineral com aditivos na recria e de sal proteinado na terminação. Apesar do bom resultado econômico, fruto do baixo custo de produção, José resolveu mudar a suplementação do gado. “Como sempre comprei bem a reposição, conseguia bom resultado com recria e engorda, e não precisava gastar com adubo, mas o Hugo (Santana), da Vitasal, insistiu tanto que resolvi mudar”, diz. No planejamento nutricional, a fase de recria passou a ser dividida em duas etapas. Na primeira, os animais de 8 a 13 arrobas recebem sal mineral aditivado que tem salinomicina, cromo e ureia protegida (Optigen). Na segunda, os animais com peso entre 13 e 16 arrobas re-
cebem um sal proteinado com 35% de proteína bruta de médio consumo (1 kg dia) com aditivos (salinomicina, optigen e cromo). Na terminação, os animais com peso acima de 16 arrobas recebem, durante 45 dias, ração com sal mineral (1% do peso vivo nas ágias e 2% na seca). Graças à mudança na suplementação, a Fazenda JJ está conseguindo ganho de 550 gramas na primeira etapa na recria (de 8 a 13 arrobas) e 670 gramas na segunda fase (dos 13 aos 16 arrobas). Na terminação de 45 dias em média, o ganho tem ficado entre 1.100 gramas e 1.350 gramas por dia, respectivamente, nas águas e na seca. O rendimento de carcaça, com a suplementação, saltou de 52,5/53% para 53,5/54,5%. Com maior ganho de peso e melhor rendimento de carcaça, a taxa de desfrute saltou de 60 para 80%. Quando fornecia sal mineral com aditivos na recria e sal proteinado na terminação, a Fazenda JJ tinha um rebanho de 2.000 cabeças e mandava para abate 1.200 bois gordos . Agora, com um rebanho de 2.700 cabeças, termina 2.100 bois gordos. O gasto para suplementar os animais nas duas fases de recria e uma na terminação é de R$ 320 por cabeça, segundo José Araújo. n
Criação | Raças
Um produto de abnegados Pecuarista e Embrapa investem na preservação do bovino pantaneiro que chegou aqui no início do Brasil Colônia. n Ariosto Mesquita, de
Campo Grande, MS
le ajudou a pegar a laço os bovinos selvagens que se desgarraram no Pantanal. Agora, como um dos parceiros da Embrapa, não só luta contra a extinção do rebanho, como resolveu tocar uma fazenda exclusivamente com estes animais. “Até hoje me chamam de louco”, admite. Certo é que o caminho escolhido pelo criador Thomas Horton, de 47 anos, dentro da pecuária brasileira não é nada convencional. Ao contrário, Horton paga o preço pelo pioneirismo de lutar pelo resgate de mais de 400 anos de história do bovino pantaneiro, grupo de animais originários de taurinos europeus da Península Ibérica e que o criador pretende transformar em raça reconhecida pelo Ministério da Agricultura. Ele não está sozinho. Tem a Embrapa Pantanal como parceira e é vice-presidente da ABCBP (Associação Brasileira dos Criadores de Bovino Pantaneiro), em Poconé, MT, e que reúne 12 pecuaristas (cinco no MS e sete no MT). A tarefa a que se propõe Horton e a associação não é fácil. A história desses animais remonta ao Brasil Colônia, ainda no século 16. Eles entraram no País por terras onde hoje é o Estado de São Paulo e pela Bacia do Prata, adaptando-se à planície pantaneira. Com a chegada dos zebuínos, o pantaneiro foi perdendo espaço. Estima-se que atualmente existam 500 animais “puro-sangue” e não mais do que 1.600 cabeças, entre cruzadas e puras. Atualmente, Horton trabalha com 60 animais (90% puros, segundo ele) na Fazenda Dois Irmãos, de 96 hectares, em Rio Negro, MS (a 170 km de Campo Grande). Seu objetivo é ampliar o rebanho e posteriormente retomar o
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Fotos Ariosto mesquita
E
Quase nativo: bovino pantaneiro vem se adaptando ao Pantanal há quase 5 séculos.
cruzamento com fêmeas Nelore, já testado em situações anteriores. Ainda sem lucro – Mas, para conquistar estas poucas dezenas de cabeças, penou bastante e ainda está longe do lucro. “Ainda não consigo viver financeiramente destes animais. Com a venda de bezerros e vacas de descarte, custeio apenas 30% dos gastos da fazenda, que ficam em torno de R$ 100.000 ao ano.” Em 2014, ele vendeu três garrotes de 2 anos (R$ 2.700 cada); 10 garrotes à desmama (R$ 900 cada) e duas vacas de descarte (R$ 1.350 cada). “No rebanho, tenho hoje dois touros adultos, um garrote em produção, 35 fêmeas em reprodução, 15 bezerros desmamados e mais alguns em desmame, além de 12 animais que cedi para pesquisas na Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul, em Aquidauana”, conta o criador, que cobre as contas da fazenda e da própria vida com a renda advinda de uma es-
cola de idiomas em Campo Grande. Dos 96 hectares da fazenda, adquirida em 2013, 40 estão destinados para a criação – mantendo uma lotação de 1,4 unidade animal por hectare (UA/ha). Este ano, ele pretende terminar a reforma dos últimos 8 hectares desta área. Mais 35 hectares são compostos de campos e reserva legal. Ao todo, pretende formar, até 2017, 75 ha de pasto, mantendo 20 ha de reserva legal. “Também cultivo 1 hectare de cana para dar no cocho entre agosto e outubro, período seco.” Em todo o sistema, trabalha com as forrageiras piatã, humidícola, decumbens, paiaguás (braquiárias) e massai (panicum). Quando indagado sobre a viabilidade comercial destes animais, Horton cita um abate técnico feito num frigorífico de Rochedo, a 80 km de Campo Grande, em 17 de abril de 2012. No lote, 14 bovinos pantaneiros e 14 Nelore. Todos machos de 30 meses. Na balança, em pé, os primeiros tiveram peso médio 15% menor
Os planos, na ponta do lápis. Para a atividade tornar-se financeiramente rentável, Thomas Horton pretende aumentar seu rebanho. Até o início de 2017, ele pretende ter 80 vacas adultas em idade fértil que originarão 64 bezerros e bezerras, com média de desmama de 80%. “Quero separar 12 fêmeas para reposição e cinco bezerros para tornarem-se touros. Vendendo 12 vacas, 20 novilhas e 27 bezerros, terei uma renda bruta anual na casa de R$ 62.000, o suficiente para bancar os custos da propriedade, sem contar as despesas com a reforma de pastagem. A partir da venda de cinco touros por R$ 4.000 cada, terei uma margem de lucro para formar um pequeno capital de giro.”
Há no Brasil cinco grupos bovinos adaptados, todos de origem taurina:
Habilidade materna ‘excepcional’ é uma das características
em relação aos Nelores. “Após o abate e a desossa, pesamos a carne resfriada e o lote de pantaneiros rendeu 12% a mais”, conta, ressaltando que o procedimento foi acompanhado por dois técnicos especialistas da Embrapa Gado de Corte. A explicação, segundo Horton, é o fato de o zebuíno ter mais estrutura óssea. “O osso do pantaneiro é menor e mais fino; é a carga do sangue europeu. Com menos osso, a exigência de comida é menor. Seguindo este raciocínio, é possível colocar um número maior de animais por hectare. Isso não seria muito significativo em uma fazenda pequena, mas 12% a mais de fêmeas em uma propriedade de 1.000 ha faz muita diferença”, avalia. Há ainda, segundo ele, o fator economia nos gastos com nutrição. “Com uma lotação 12% maior pressupõe-se que cada animal tenha 12% a menos de necessidade de pasto. Além de consumirem menos capim, lambem menos sal. Ofereço proteinado o ano todo, sendo 150 gramas/ animal nas águas e 250 gramas/animal na seca, ou seja, algo em torno de 20% a menos do que damos a um Nelore”, explica. Conforme Horton, os animais também ganharam boa resistência a carrapatos, uma “excepcional” habilidade materna e um couro mais grosso e elástico. “Nossa ideia não é tomar o lugar de ninguém, apenas atender demandas no Pantanal em pequenas e médias propriedades que queiram cruzar seu animal Nelore e obter bezerro com ganho de peso melhor,
• Crioulo Lageano, que se instalou na Região Sul; • Junqueira, econtrado em Minas Gerais, com alta tolerância a parasitas • Caracu, desenvolvido em Minas Gerais; • Curraleiro, ou “Pé Duro”, que se fixou no semiárido e no Cerrado; • Pantaneiro, que se desenvolveu nas planícies de MS e MT. FONTE: ABCBP
qualidade de carne e custo menor, ou trabalhar com o animal puro.” A Embrapa Pantanal diz que estes bovinos possuem boa capacidade produtiva e reprodutiva, baixo custo de mantença e docilidade. Comercialmente, vislumbra duas frentes principais: o uso de touros selecionados em sistema de cruzamento para abate de F1 (meio-sangue) e a criação de bezerros puros para suprir demandas de carne gourmet. Horton é um criador determinado a fazer história. “Minha propriedade é laboratório da Embrapa”, afirma ele, que faz a sua aposta comercial futura no resultado de cruzamento do pantaneiro (macho) com o Nelore (fêmea). Sobre isso, lembra quando viu as primeiras crias de um experimento no Cerrado, realizado quando arrendava a Fazenda Santo Augusto, de 300 hectares, em Terenos, MS, em 2011 e 2012. “Quando os primeiros meio-sangue nasceram, vi que eram pequenos, não machucavam as mães e cresciam rapidamente, desmamando igual ou com mais peso do que as crias Nelore e com um custo operacional muito menor, pois demandavam poucos remédios contra moscas e carrapatos”, conta. A partir do momento em que o Minis-
tério da Agricultura conceder o registro da raça (já solicitado), Horton vislumbra um salto no trabalho. “Meus animais puros serão de elite e passarão a ter valor diferenciado. Tudo está pronto para isso. Meu rebanho é pequeno e bem cuidado; sabemos quais são os cruzamentos, conto com o monitoramento científico da Embrapa”, explica. Neste momento, seu pai, Jeremy
A raça está para ser reconhecida pelo Ministério da Agricultura Wood Horton, 70 anos, que acompanhava a entrevista do filho para a DBO, não se segura: “E depois chamam meu filho de louco! Não tem loucura nenhuma. O que o pessoal faz por aí na pecuária? Cruza Nelore com animal de sangue europeu. E o que é o bovino pantaneiro? Justamente um animal de sangue europeu”. “Com algumas diferenças”, interrompe o filho. “O animal resultado do cruzamento de Nelore com Angus, por exemplo, fica ofegante quando o sol está rachando, enquanto o meio-sangue pantaneiro estará pastando normalmente.” DBO maio 2015 93
Criação | Raças
Do trabalho de intérprete a pecuarista A
94 DBO maio 2015
Perfeitamente adaptado: apesar do sangue europeu, bovino pantaneiro é mais resistente a carrapatos e bernes.
Thomas Horton e seu pai, Jeremy Wood Horton: primeiros bovinos foram reunidos “no laço”.
quel Juliano, responsável pelos estudos, ganhou um enorme estímulo. Daí começou a se solidificar uma parceria”, relata Horton. _ Neste momento teve também início a história do criador com o gado pantaneiro. “Assumi a representação dos americanos nas fazendas”, relata. Horton participou de várias etapas, sobretudo das expedições para a captura dos animais. “São bovinos dispersos em milhares de hectares no Pantanal. É difícil amansá-los. Colocamos cocho, sal e gado Nelore nas imediações para só depois conseguir laçar um animal, derrubá-lo, amarrá-lo e transportá-lo.” Em 2011 os norte-americanos fundaram um núcleo de bovinos pantaneiros para avaliar seu desempenho no Cerrado e arrendaram a Fazenda Santo Augusto, O início
em Rochedo, MS. Representando a ONG, Horton tomou a frente do projeto, que chegou a ter 100 bovinos pantaneiros. O arrendamento teve início em novembro de 2011 e terminou em novembro de 2014. Neste intervalo (em 2012), Horton decidiu investir também. Adquiriu, da Embrapa Pantanal, em leilão de patrimônio público, 42 pantaneiros e 98 fêmeas Nelore, mantendo o lote na propriedade de Rochedo. “Kaplan começou a tirar o pé, reduzindo o investimento. Neste momento, mandei para o abate animais Nelore e um lote de vacas velhas pantaneiras, em Rochedo, e usei o dinheiro para comprar, em março de 2013, a Estância Dois Irmãos, no Pantanal, onde estamos.” Os estudos garantem que os animais que originaram o bovino pantaneiro ocupam a planície do Centro-Oeste há pelo menos quatro séculos. Com a chegada dos zebuínos, no século 20, foi inevitável o cruzamento e a redução das populações deste gado adaptado. Percebendo o risco da extinção, a Embrapa fundou em 1984 o Núcleo de Conservação in situ do Bovino Pantaneiro, em Corumbá, MS, integrando o Programa de Conservação de Recursos Genéticos Animais (RGAs). Em 2010 o Ministério da Ciência e Tecnologia criou as Redes Regionais de Pesquisa em Biodiversidadee Biotecnologia. A Rede 12 (Caracterização, Conservação e Uso das Raças Bovinas Brasileiras: Curraleiro e Pantaneiro) reúne representantes da sociedade civil, pesquisadores, professores universitários, alunos de pós-graduação, unidades da Embrapa e parceiros.
s
chance de Thomas Horton trabalhar com esses animais praticamente caiu em seu colo, há sete anos. Antes disso, pesquisadores chegaram a lidar com a raça (desde 1984), mas os avanços foram limitados. Os primeiros estudos foram realizados em uma época em que o grupo era chamado de “Tucura” ou “Cuiabana”. Diante do risco de extinção, a Embrapa iniciou nos anos 1980 estudos sobre o rebanho para futura obtenção de registro da raça (pedido encaminhado pela ABCBP em 2014 e atualmente em trâmite no Ministério da Agricultura). No entanto, os pesquisadores encontravam dificuldades para dialogar com os fazendeiros e ter acesso às propriedades pantaneiras onde estes animais viviam – alguns até hoje – em estado selvagem. O quadro começou a mudar quando um grupo norte-americano chegou à planícia pantaneira disposto a comprar uma fazenda e convidou Horton para ser seu intérprete. De repente, aterrissa no Pantanal a ONG Panthera, e seu próprio presidente e fundador, Thomas Scott Kaplan. A organização estava disposta a comprar terras para trabalhar com estudo e preservação da onça-pintada. “E lá vou eu como intérprete, rumo ao Pantanal do Paiaguás, onde eles adquiriram as Fazendas Jofre, de 40.000 hectares, no lado mato-grossense, e a São Bento, de 26.600 hectares, em terras sul-mato-grossenses, conjugadas.” Conforme Horton, Kaplan, que não tinha muita informação sobre a criação de bovinos no Pantanal, aos poucos passou a se interessar pelos animais selvagens que viu, justamente os bovinos pantaneiros. Mais uma vez Horton e seu pai foram decisivos. Ambos intermediaram uma conversa entre a ONG e a Embrapa, que estudava o bovino pantaneiro desde 1984 e vivia na expectativa de estender suas pesquisas nestas fazendas. A primeira reunião entre os norte-americanos, pesquisadores brasileiros e a direção-geral da Embrapa Pantanal ocorreu em 2009. Na época, a cientista Ra-
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Criação | Raças
Embrapa conduz estudos há três décadas
A
s pesquisas com o bovino pantaneiro são conduzidas pela Embrapa Pantanal desde 1984, e coordenadas pela pesquisadora Raquel Juliano, que há oito anos assumiu a gestão do Núcleo de Conservação, na Fazenda Nhumirim (de 4.390 ha), no Pantanal da Nhecolândia (distante 160 km de Corumbá, MS). Segundo ela, nos primeiros 15 anos, a preocupação foi conter o risco de extinção dos animais, buscando “caracterizá-los geneticamente como uma raça, diferente dos ancestrais ibéricos e de seus parentes brasileiros, como Curraleiro e o Crioulo Lageano”, explica. “Como sofreram seleção natural, todas as características mais evidentes e de melhor desempenho estão ligadas ao processo de adaptação: precocidade sexual, desempenho repro-
96 DBO maio 2015
dutivo, evidenciando o fato de que, por ser de porte pequeno, têm uma ‘mantença’ barata”, explica. Em seguida, focaram-se os estudos na investigação do status sanitário do rebanho, nas questões relacionadas à tolerância ao calor, na análise de qualidade de carcaça e carne e na biotecnologia da reprodução. A partir de 2010 os trabalhos foram voltados para a investigação de marcadores genéticos de potencial leiteiro e de produção de carne, pesquisa de mercado consumidor para carne com indicação geográfica, resistência a plantas tóxicas e a doenças. _ “Começamos a verificar o desempenho de animais cruzados até a desmama e agora estamos à procura de criadores parceiros dispostos a testá-los até o abate”, avisa.A expectativa de Raquel é que o registro da raça Bovino Pantaneiro seja concedido pelo Mapa
Criadores parceiros
ainda este ano. “A partir do momento em que uma raça é registrada, abre-se a possibilidade de transformá-la em ‘produto/ marca’”, diz. Os trabalhos científicos são centralizados na Embrapa Pantanal, com apoio da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (Brasília, DF) e da Universidade Federal de Goiás (UFG), esta última sob a coordenação de pesquisadores da Embrapa Gado de Corte (Campo Grande, MS). Além da Fazenda da Embrapa, no Pantanal, pelo menos mais quatro núcleos parceiros de criação devem, segundo a ABCBP, ajudar a compor os primeiros rebanhos registrados: Fazenda Promissão, Poconé, MT; a Fazenda Dois Irmãos, em Rio Negro, MS; a Fazenda São Marcos, em Guia Lopes da Laguna, MS, e o campos da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), em Aquidauana, MS. n
Raças | Notas Angus
Programa da raça contrata certificadora alemã a equivalência da certificação Angus em todos os países nos quais a certificadora atua, “facilitando o acesso aos mais exigentes mercados”, destaca. O programa da associação foi responsável, em 2014, pelo abate de 330 mil bovinos com padrão superior de carcaça e qualidade de carne. Para o gerente nacional do Programa, Fábio Medeiros, “o reconhecimento de uma certificadora euroDa esq. para a dir.: José Weber, presidente da ABA; peia confere ao Programa da Daniel Xavier, da TÜV, e Reynaldo Titoff, Angus alta credibilidade na do Programa Angus. UE, facilitando as exportaO Programa Carne Angus Certificada, ções a este importante mercado”. A TÜV da Associação Brasileira de Angus, com Rheinland, que também atua no Brasil, 12 anos de existência, passará a ter a vali- tem acreditação no Inmetro e está credendação internacional da certificadora alemã ciada no Ministério da Agricultura, PecuTÜV Rheinland. O objetivo é, segundo o ária e Abastecimento como Organismo de diretor do Programa Carne Angus Certifi- Certificação Independente para as mais cada, Reynaldo Titoff Salvador, permitir diversas normas.
Homenagem
Selos do Correio trazem estampa de criador Considerado um dos pioneiros em melhoramento animal no Pantanal, o pecuarista, advogado e escritor sul-mato-grossense Abílio Leite de Barros (86 anos) foi o profissional homenageado este ano durante a abertura da 77ª edição da Expogrande, realizada entre os dias 23 de abril e 3 de maio, em Campo Grande, MS. Um selo oficial dos Correios, com sua imagem estampada, circulou durante todos os dias da feira. Na solenidade, próxima dos pavilhões de animais, Abílio (que é irmão do poeta Manoel de Barros, morto no dia 13 de novembro do ano passado), mesmo emocionado, disse estar à vontade dentro do Parque de Exposições da Associação dos Criadores do Mato Grosso do Sul (Acrissul), entidade com a qual conviveu por mais de 40 anos. Natural de Corumbá, onde mantém, com os filhos, seus negócios como produtor, Abílio teve sua rica trajetória na pecuária resumida pelo amigo Antônio Morais Ribeiro Júnior: “Foi o primeiro pecuarista nativo a formar uma pas98
DBO maio 2015
tagem de braquiária no Pantanal e foi pioneiro no cruzamento industrial”. Em sua vertente literária, escreveu várias obras, dentre elas “Gente Pantaneira”, de 1997 (relatos da ocupação da região e formação do homem pantaneiro) e “Uma Vila Centenária”, de 1999 (comemorativo de 100 anos de Campo Grande). Ocupa a cadeira 32 da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras.
Equinos
Livro em comemoração aos 50 anos do Árabe no Brasil A Associação Brasileira dos Criadores do Cavalo Árabe completou 50 anos e, para comemorar a data, lançou o livro “O cavalo árabe no Brasil”, que conta a história da raça no País. O livro, bilíngue português/ inglês, foi escrito por Mario Braga e tem ensaio fotográfico de Marco Terranova. A edição de luxo, capa dura, com 268 páginas, e lindas fotos, gravuras e ilustrações, conta a origem da raça e também sua história nos principais países criadores, como Estados Unidos, Espanha, Rússia, Egito, Inglaterra, Alemanha, Polônia, Hungria e Argentina. Depois, já no Brasil, destaca a atuação da ABCCA, presidida atualmente pelo criador Fabio A. Amorosino. “Buscamos com a presente edição retratar fases marcantes da trajetória da ABCCA”, escreve Amorosino, na apresentação do livro. E destaca: “O Árabe é um animal extremamente versátil, portador de uma aptidão física exemplar, e que pode ser utilizado em várias modalidades”. Este livro está sendo distribuído para associados. Mais informações na ABCCA, tel. (11) 3674-1744.
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PMGZ ganha chancela oficial da Nelore n Carolina Rodrigues carol@revistadbo.com.br
A
escolha do Programa de Melhoramento Genético de Zebuínos (PMGZ) como ferramenta oficial de seleção da Associação dos Criadores de Nelore do Brasil (ACNB) marcou a etapa paulista do Circuito 100% PMGZ, evento organizado pela ABCZ, Associação Brasileira dos Criadores de Zebu, na tarde de 9 de abril, em São Paulo. A decisão foi oficializada por meio de um convênio assinado por Luiz Cláudio Paranhos, presidente da ABCZ; Pedro Gustavo de Britto Novis, presidente da Nelore; e o vice, José Luiz Niemeyer dos Santos. A intenção é aproximar ainda mais as duas entidades, que sempre tiveram linhas de trabalho parecidas. Com o convênio, a ACNB passará a indicar adesões ao PMGZ, embora isso não seja obrigatório. Em contrapartida, receberá da ABCZ um percentual dos recursos obtidos com taxas de adesão e mensalidades pagas pelos pecuaristas que participam do programa. Acordos semelhantes foram fechados também com as associações de Tabapuã e Guzerá. Na prática, ele marca o fim da parceria da ACNB com a ANCP, Associação Nacional de Criadores e Pesquisadores, entidade responsável pelo Programa de Melhoramento Genético da Raça Nelore (PMGRN), tido como programa oficial da ACNB desde a gestão de Carlos Viacava, em 1999. “Fiquei surpreso com decisão da diretoria da Nelore. Não sou contra mudanças, mas acho que o melhoramento genético não deve funcionar à base de marketing, ações políticas Circuito 100% PMGZ: parceria entre ACNB e ABCZ é fechada em 9 de abril
102 DBO maio 2015
Decisão gera polêmica entre os criadores, por romper parceria de 16 anos com o programa da ANCP. ou acordos financeiros”, diz Viacava, atual vice-presidente da ANCP, vendo riscos no fato da associação do Nelore indicar o uso de um determinado programa em detrimento de outro. “A ABCZ é promotora da ExpoGenética, que se tornou a mais importante exposição do País por reunir diversos programas de melhoramento genético em prol da pecuária brasileira. Então por que, no momento de se fechar convênios como este, tem de haver exclusividade na indicação do PMGZ?”, questiona o selecionador. Segundo o diretor executivo da Nelore, André Locatelli, “a decisão é fruto de
uma história”. As duas entidades – ressalta ele – já atuam juntas em diversas frentes, como o julgamento de animais, a escolha do corpo de jurados, além de ações promocionais em diversas exposições agropecuárias. “Agora estamos unindo as pontas também no melhoramento genético. A escolha do PMGZ como programa oficial da raça apenas sela uma parceria já existente e não desmerece qualquer outro programa”. Pedro Novis, presidente da entidade, acrescenta que a ABCZ responde pelo registro genealógico do Nelore e possui um corpo técnico altamente gabaritado. “Esses profissionais estão inseridos no dia-a-dia dos criatórios e levam os conceitos do PMGZ a várias regiões do País, onde também temos escritórios conveniados. Isso certamente resultará em ações conjuntas melhor trabalhadas”, diz ele. Para Luiz Antônio Josahkian, superintendente técnico da ABCZ, o acordo econômico firmado com as
Divergências –
Genética | Melhoramento
Técnico da ABCZ aparta animais para registro genealógico e controle ponderal do PMGZ
três associações de raças zebuínas (Nelore, Guzerá e Tabapuã) é legítimo, pois reconhece o trabalho promocional que essas entidades realizam em suas áreas de atuação. “Nada mais justo que recebam um percentual sobre o valor arrecadado com o PMGZ para uso em fomento e outras atividades essenciais para seus filiados. Trata-se de um termo de cooperação, que, a exemplo de outros, deve beneficiar ambas as partes”, diz ele. Carlos Viacava espera que a decisão não atrase o processo de melhoramento genético da raça Nelore. “Torço para que façam o melhor no PMGZ, porque a pecuária brasileira precisa disso e a ABCZ tem total condições para fazer um ótimo trabalho. Existe um esforço para tornar o PMGZ um programa mais consistente, mas ele está no começo. Não se pode menosprezar o trabalho de uma entidade de pesquisa como a ANCP”, adverte Viacava, que durante anos integrou o comitê de avaliação dos dois programas, deixando o PMGZ em 2012 para seguir exclusivamente as avaliações da ANCP. “São programas que caminharam em velocidades diferentes. Os resultados do PMGZ ainda são muito incipientes”, afirma. Em meio à polêmica, Raysildo Lôbo, presidente da ANCP, mantém a discrição e evita falar sobre o tema. O fundamental, segundo ele, é que os criadores saibam fazer bom uso do programa de melhoramento escolhido como ferramenta de seleção. “A ABCZ está no direito dela e a ACNB também. O imprescindível é que haja con104 DBO maio 2015
Ultrassonografia de carcaça gera DEP de acabamento da ANCP
sistência nas avaliações e critérios de seleção bem estabelecidos para que o Nelore continue sendo trabalhado corretamente, em prol de uma pecuária de corte eficiente e rentável”, sentencia. Segundo criadores que utilizam os dois métodos de avaliação, a principal diferença está no número de características avaliadas. Dona de um “portfólio” de DEP’s (Diferenças Esperadas de Progênies) para 28 características divididas entre reprodução, crescimento, desempenho e morfologia, a ANCP também avalia quesitos de qualidade de carcaça e rendimento frigorífico, o que não acontece no PMGZ. “São características que permitem ao criador selecionar animais que o mercado valoriza, ou seja, com boa conformação, aptidão genética para acabamento de gordura (característica que tem ligação com a eficiência reprodutiva das fêmeas) e maior área de olho de lombo, que significa maior rendimento no gancho”, diz Fábio Segabinazzi, veterinário responsável pelo projeto de pecuária da HoRa Agronegócio. A HoRa é associada da ANCP há 14 anos e há dois aderiu ao PMGZ na avaliação de 4.000 matrizes Nelore PO distribuídas em propriedades do Paraná e Mato Grosso do Sul. Embora busque
Ponto de vista –
usar os dois programas de maneira complementar, Fábio admite dar “preferência” às informações geradas pela ANCP, devido à maior conexão desse programa com a produtividade. “O PMGZ tem tanto o gado de pista, quanto o de produção, e temos pouco interesse neste primeiro tipo de animal”. Atualmente, a HoRa trabalha na seleção de animais superiores em qualidade de carcaça e stayability, que é a capacidade das matrizes de permanecerem hábeis à reprodução por mais tempo, produzindo um
“O imprescindível é que haja consistência nas avaliações e critérios de seleção bem definidos” bezerro ao ano. A avaliação dessas características ainda é feita exclusivamente pela ANCP. “O leque do programa é amplo e conectado comercialmente com o mercado”, ressalta Segabinazzi. Já o PMGZ contempla apenas 10 características, um painel de avaliação ainda “restrito”, mas que a ABCZ promete incrementar em breve. “Queremos criar novas DEP’s de reprodução e qualidade de carcaça, porque reconhecemos a importância desses dois quesitos para a pecuária de corte atual, e principalmente para a raça Nelore”, diz Henrique Torres Ventura, gerente de pesquisa e melhoramento genético da entidade. A intenção
MUB FAZ A DIFERENÇA ! Cadu Novais, referencial da pecuária brasileira, fala sobre suas expêriencias com MUB e porque continua utilizando o produto. Carlos Eduardo Novais ( NeloreCEN) Pesquisadores). Na questão racial, o criador não é obcecado. “Como trabalhamos desde o início com gado registrado, a boa caracterização racial foi um processo natural. Não foi preciso trabalhar, embora não negligenciamos até porque, sem a caracterização, não se consegue registro”, diz o criador. Cadu Novais vende 300 tourinhos e 100 novilhas por ano em três leilões anuais, o primeiro em abril, o segundo só de fêmeas na Expogenética e outro em outubro.
Carlos Eduardo Novais
O Criador de Nelore tradicional a testar e aprovar o MUB (iniciais de mistura de baixa umidade) foi Cadu Novais (Carlos Eduardo Novais), dono da marca NeloreCEN. Ele começou a selecionar Nelore há 50 anos na fazenda da família em Jaboticabal e desde 1986 o plantel está na Fazenda Crioula, no município de Valparaíso, também na região Noroeste do Estado de São Paulo. Como selecionador, Cadu Novais sempre se preocupou em formar um plantel funcional e com uma conformação diferente. Como sempre acreditou no tipo de seleção que desenvolvia, nunca mudou, embarcando em modismos. Pagou caro por manter a mesma linha de seleção iniciada 50 anos atrás: o seu gado foi considerado fora da moda por não ser tão alto como os que apareciam em badalados leilões de elite. “Não quisemos um gado tão alto, tipo, normalmente, tardio”, justifica o criador. Além da seleção por funcionalidade, o criador não abre mão da avaliação por desempenho. “Ganhamos a primeira prova de ganho de peso em Sertãozinho em 1969, portanto, há 46 anos”, lembra. Atualmente, o plantel é avaliado pelo Programa de Melhoramento Genético da ANCP (Associação Nacional dos Criadores e
Participação MUB Brasil no Dia de Campo NeloreCen (15-04-2015)
Com seis touros em coleta de sêmen em centrais, a Fazenda Crioula, que tem 1.500 ha ocupados com cana e 1.500 ha com pasto, conta com 1.000 matrizes (incluindo as doadoras de embriões). O criador teve conhecimento sobre a nova tecnologia de mineralização antes da instalação da fábrica no Brasil. Ele foi um dos pecuaristas consultados pela empresa sobre a fabricação do MUB no País, que começou em 2014. O teste começou pelas novilhas e ele gostou do resultado. “As novilhas ficaram muito bonitas, com pelo liso e aspecto muito saudável”, diz Cadu Novais.
Em 63 dias da prova que começou no dia 7 de janeiro e se encerrou no dia 11 de março de 2015,as 213 novilhas, com 16 meses, ganharam 37,5 kg por cabeça, média de 595,27 gramas por dia a pasto. Entraram com 302,4 kg e
saíram com 340,02. Os animais ficaram em um módulo de manejo de 17 ha. Foram colocados oito baldes, média de um para 27,37 cabeças por embalagem. As novilhas consumiram aproximadamente 1.200 kg de MUB 46%, média de 86,98 gramas por dia. O investimento na mineralização com MUB ficou em R$ 5.400 (R$ 19,73 por arroba ganha). Como produziu 273,75 arrobas, que, a preço de 11 de março (R$ 147), geraram uma receita de R$ 40.266 e um lucro bruto de R$ 34.866. Segundo o médico veterinário Jefferson Tomelin, da MUB, cada R$ 1,00 investido em MUB trouxe um retorno financeiro de R$ 7,46. Com o bom resultado obtido com as fêmeas, Cadu Novais iniciou o teste com a safra de tourinhos, que será vendida no próximo leilão de 3 de outubro de 2015. Atualmente, são fabricadas três linhas de produtos. Os produtos mais vendidos são o MUB 35 MV + Monensina e MUB 46 MVP + Monensina encontrados na linha amarela, desenvolvida para época da seca. A Linha Amarela da MUB® apresenta suplementos únicos com porcentagem de proteína, desenvolvidos para serem fornecidos a bovinos de corte durante o período do ano quando a pastagem é de baixa qualidade nutricional e pouca disponibilidade. Combina proteína degradável no rúmen, proteína de by-pass e nitrogênio não proteico, além de vitaminas, minerais e aditivos numa apresentação resistente às intempéries. Podem ser fornecidos a bezerros desmamados, animais em crescimento e vacas de corte. Os produtos MUB® oferecem todas as vantagens mais benefícios do uso da Monensina: - Melhora o funcionamento digestivo; auxilia na manutenção dos processos fermentativos (em dietas com alto teor de fibra); melhora o desempenho dos bovinos de corte (maior eficiência alimentar e ganho de peso). Minerais e proteínas: - Essencial para o desenvolvimento corporal; fonte de nutrientes; fornecedor de energia. Benefícios: - Aumento de digestibilidade; melhora do ambiente ruminal.
Genética | Melhoramento Mudanças em curso A parceria com a ACNB está entre as estratégias de reformulação do novo PMGZ. Desde o ano passado, o programa deixou de ter suas análises rodadas pela Embrapa e CTAG (Centro Tecnológico de Avaliações Genéticas), passando a ser gerido exclusivamente pela ABCZ, que montou uma estrutura para o processamento dos dados e uma equipe completa de gerência e pesquisa em melhoramento genético animal, com a assessoria de José Aurélio Garcia Bergmann, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG); Fabia-
é lançar essas DEP’s até o final 2016, incluindo as informações do Programa de Qualidade Nelore Natural, que abateu cerca de 500.000 animais precoces da raça Nelore em 2014. “Vamos processar essas informações para gerar DEP’s pela genealogia dos animais. Será um grande avanço”. Sem grandes prejuízos – José Luiz Nie-
meyer, vice-presidente da Nelore, e dono da Fazenda Terrra Boa, em Guararapes, SP, diz que embora a parceria tenha causado polêmica entre os produtores, ela não representa risco de substituição de um programa por outro. “O criador tem a liberdade de escolher o programa que melhor lhe atende. E isso continuará ocorrendo”, diz o criador, que embora seja associado ao PMGZ, produz 300 touros por safra, conforme os critérios da ANCP, há 23 anos. “O programa da ANCP tem enorme consistência, mas acredito que o PMGZ vai se municiar de novas informações e ganhar maior projeção, o que é positivo, se levarmos em conta que a ABCZ atinge um público maior”. A opinião de Niemeyer é reforçada por outros criadores. No início de abril, Ronaldo Venceslau Rodrigues da Cunha, um dos maiores vendedores de touros Nelore do País (quase 800 por edição do Leilão Aliança), anunciou sua adesão ao programa da ABCZ. O criador, filho de 106 DBO maio 2015
no Fonseca e Silva, da Universidade Federal de Viçosa (UFV); e Fernando Flores, da Embrapa Pecuária Sul. “Com essas ações, queremos incorporar novas informações e aumentar a participação de criadores para promover melhorias no programa”, explica o superintendente técnico da ABCZ, Luiz Antônio Josahkian. A parceria com a ACNB prevê que até 2016 cerca de 2.500 fazendas participem do PMGZ. Atualmente, o banco de dados conta com 1.800 propriedades e cerca de 10 milhões de animais da raça Nelore avaliados.
Antônio Ronaldo Rodrigues da Cunha, dirige as fazendas da família, que além do projeto de venda de touros, também faz pecuária comercial com um rebanho de quase 100.000 cabeças. “Queremos posicionar nosso plantel em um programa que conte com maior número de animais e garanta maior consistência nas avaliações genéticas. Além da base numérica do programa, teremos também o acompanhamento profissional dos técnicos da ABCZ, que fazem toda a diferença na rotina da fazenda”, afirma. O criador pretende atestar a qualidade genética dos exemplares que produz no Mato Grosso e dar andamento ao projeto de venda de fêmeas em leilões. No ano passado, o primeiro leilão de matrizes da Aliança negociou 1.000 exemplares e encabeçou as maiores ofertas de 2014. Criador de Nelore na Fazenda Bonsucesso, cujo rebanho tem, no sangue, a linhagem Zancaner, de Arnaldo Zancaner, idealizador do programa Nelore Brasil da ANCP, Michel Caro diz que o desafio do PMGZ está em criar um ambiente homogêneo de avaliações dentro do amplo e diversificado público da ABCZ. “É necessário juntar pista e produção dentro de um sistema que favoreça a leitura dos dados e sua confiabilidade”, garante Caro. Para o criador, o acordo entre a Nelore e a ABCZ revela um novo posicionamento dessas entidades sobre a importância do melhoramento genético e ajudará a levar essa bandeira também para dentro das propriedades conectadas ao mercado de elite e pistas de julgamento. n
Genética | Notas Alta
Central cresce acima do mercado Depois de crescer 9% em doses vendidas e 11% em faturamento, a Alta Genetics começa o ano a todo vapor. No primeiro bimestre, a central, sediada em Uberaba, MG, registrou crescimento de 17% e de 23%, respectivamente, em receita na comparação com o mesmo período do ano anterior. “Em 2014, crescemos o dobro do mercado (9% ante 4,5%). E começamos 2015 crescendo
dois dígitos”, comemora Heverardo Carvalho, presidente da Alta Genetics, que, segundo o executivo, tem 30% do mercado de sêmen, que, em 2014, comercializou 13,6 milhões de doses. “Nossa meta é crescer entre 10% e 12% nos próximos cinco anos”, informou. Ele justifica o seu otimismo: apenas de 10% a 11% dos 90 milhões de fêmeas em idade reprodutiva são inseminadas.
Melhoramento
3º Circuito Geneplus visita fazendas no MS
Criadores observam animais do Geneplus Embrapa
Está programada para o próximo ano a divulgação, pela Embrapa, dos primeiros resultados de uma pesquisa que visa fornecer os caminhos para o aumento da maciez da carne bovina brasileira. O estudo, iniciado em 2014, é feito a partir da análise de DNA de animais dentro do Programa de Melhoramento Genético Geneplus. Entre 13 e 17 de abril criadores
Reprodução
ANCP incorpora genômica em teste de progênie Criado em abril de 1995, o programa Reprodução Programada (RP) – o Teste de Progênie de Touros Jovens da Associação Nacional de Criadores e Pesquisadores (ANCP) – completou 20 anos no mês passado. Para comemorar a data, a ANCP, com sede em Ribeirão Preto, SP, decidiu incorporou a DEP Genômica no processo de seleção da RP, ou seja, além de passarem pelos filtros genéticos e vistorias, os touros participantes serão genotipados pela Zoetis, empresa respon108 DBO maio 2015
e técnicos de oito Estados (Bahia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraná, Rio de Janeiro, Tocantins e São Paulo) puderam ver de perto alguns animais monitorados por esta avaliação durante o 3º Circuito Geneplus Embrapa, que percorreu seis propriedades no Mato Grosso do Sul: Fazendas Relva (Aquidauana), Cachoeirão (Bandeirantes), Elge (Dois Irmãos do Buriti), Aroeiras (Corumbá), Baía da Boa Vista (Miranda) e Bodoquena (Miranda). Nesta pesquisa, os bovinos passam por coleta de sangue e análise de pelos da calda. A partir daí são selecionados aqueles com mais chances de gerar progênies de qualidade e produtivas, que terão sua genética replicada. Este trabalho converge exatamente para o objetivo maior do programa Geneplus Embrapa, que é auxiliar o criador de gado de corte na tomada de decisão nos processos de seleção, reprodução e comercialização. sável pela tecnologia. “Ao introduzir a análise genômica, o programa busca identificar com maior confiabilidade os machos que apresentam maior potencial genético”, diz o zootecnista Luis Gustavo Figueiredo, pesquisador da ANCP. Segundo ele, neste ano, os animais aprovados durante o processo de vistoria já tiveram as amostras do pelo coletadas e enviadas aos laboratórios da Zoetis. “Após a liberação da DEP Genômica desses touros, iremos utilizar essa avaliação para verificar a qualidade genética de cada animal. Os machos aprovados nessa análise e nas outras etapas de seleção serão os parti-
Sêmen
ABS Pecplan investe em máquina de envase A ABS Pecplan, de Uberaba, MG, investiu R$ 280.000 na compra de um novo equipamento para envase e fechamento automático de palhetas, importado da França. Com o novo modelo (IMV-MRS4), é possível envasar 20.000 doses de sêmen por dia, o que significou aumento de 30% sobre a capacidade do modelo antigo. “Essa máquina é muito mais rápida do que a anterior”, destaca Fernando Vilela. A compra do aparelho faz parte de um plano de modernização da central do Triângulo Mineiro, colocado em prática a partir de 2011, quando adquiriu o Casa-Ivos, equipamento para análise computadorizada de sêmen. Em 2012, a empresa também lançou o túnel de congelamento de sêmen, desenvolvido e patenteado pelas matrizes nos Estados Unidos, que permite congelar 11.000 doses de sêmen a cada dez minutos. No total, a ABS Pecplan possui capacidade para produzir 2 milhões de doses por ano e armazenar em torno de 3 milhões de doses.
cipantes da RP 2015”, explica Raysildo Lôbo, presidente da ANCP. A Reprodução Programada (RP) seleciona machos jovens dos programas da ANCP com mérito genético superior e distribui o sêmen desses touros aos criadores associados à entidade. Nesses 20 anos de existência, 600 reprodutores participaram da RP, que, ao todo, produziram um total de 376 mil progênies. O número de descendentes é expressivo: no período de duas décadas, registrou-se 425.355 filhos e 481.973 netos. Do total de 600 animais, 32% estão no portfólio de centrais de inseminação do País, segundo a ANCP.
Genética | Notas Melhoramento
ABCZ vai lançar mais três DEPs para o PMGZ A Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), de Uberaba, MG, informou, no mês passado, que pretende incorporar três novas DEPs (Diferença Esperada na Progênie) ao Programa de Melhoramento Genético de Zebuínos (PMGZ). São elas: Probabilidade de Prenhez Precoce (PPP), Stayability (Stay – longevidade produtiva das matrizes) e Avaliações de Carcaça – Área de Olho de Lombo (AOL) e Espessura de Gordura Subcutânea (EGS). “Nosso objetivo é lançar oficialmente, na ExpoGenética (evento anual realizado em agosto, em Uberaba), pelo menos duas das três novas DEPs programadas, a PPP e a de Stayability”, disse o superintendente técnico da ABCZ, Luiz Antonio Josahkian, à DBO, durante a 5ª Etapa do Circuito 100% PMGZ, realizada em abril, em São Paulo, evento itinerante que promove palestras e debates sobre a importância do melhoramento genético bovino. As informações de PPP e Stayability já estão reunidas no banco de dados da ABCZ, bastando somente utilizar os números para predizer as DEPs. Segundo Josahkian, em relação ao lançamento das avaliações de carcaça, a ABCZ ainda depende de um trabalho de formação de um banco de dados para começar a utilizar essas informações no próximo Sumário de Touros do PMGZ, que será divulgado na Expogenética. Esses dados de avaliação de carcaça será repassados pelos próprios criadores participantes do programa. “Ainda não há como garantir que isso fique pronto até o momento da feira (iniciada em 16 de agosto)”, justifica ele, acrescentando que o programa ABCZ atualmente só faz avaliações visuais da carcaça, por meio do método EPM – Estrutura corporal (E), Precocidade (P) e Musculosidade (M). Atualmente, o programa PMGZ trabalhar com 12 características de avaliação, segundo o superintendente. Segundo José Aurélio Garcia Bergmann, professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que participou do evento da ABCZ na capital paulista, a maioria dos programas de melhoramento de bovinos já contempla as DEPs que serão inseridas ao PMGZ. “Na verdade, a ABCZ estava em dívida com os participantes do programa, pois são características de extrema importância para os trabalhos de seleção da raça Nelore”, diz o professor. 110 DBO maio 2015
Saúde Animal | Indústria
Liberadas para produzir Ministério afrouxa regras para empresas de vacina contra febre aftosa n Mônica Costa
monica@revistadbo.com.br
O
Ministério da Agricultura suspendeu, pelo prazo de um ano, prorrogável por mais um ano, as regras de biossegurança estabelecidas pela Instrução Normativa número 5, de 2012. A suspensão ocorreu por meio da IN 4, publicada em 13 de abril. A IN 5 referia-se a rigorosas regras de segurança, de nível 4, o mais alto e que devem ser seguidas por empresas farmacêuticas que manipulam patógenos que colocam a saúde humana em risco. “A vacina contra aftosa é produzida com o mesmo vírus que causa a doença e deve seguir regras determinadas para evitar sua disseminação no ambiente”, explica o professor do Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular
112 DBO maio 2015
da Universidade Federal de Viçosa (UFV), Cláudio Mafra, que alerta para o risco, com o afrouxamento das regras por meio da IN 5, de o País perder o status de zona livre de aftosa, com vacinação. Segundo o secretário de Defesa Agropecuária do Mapa, Décio Coutinho, a IN 5 foi editada para que as indústrias que estavam com a produção suspensa – Vallée e Merial – tivessem tempo de se adaptar à IN 5, que passará a valer forçosamente daqui a dois anos – se sua suspensão for prorrogada por mais um ano. Entretanto, antes da decisão do ministério, ambas as indústrias farmacêuticas já haviam anunciado investimentos para se enquadrar às exigências da IN 5. Logo após a decisão do ministério, ambas reativaram suas unidades industriais produtoras de vacina contra
aftosa. A unidade da Vallée de Montes Claros, MG, por exemplo, vai produzir 150 milhões de doses este ano. Segundo o vice-presidente executivo do Sindicato Nacional da Indústria da Saúde Animal (Sindan), Emílio Salani, a indústria veterinária dispõe de um estoque de 200 milhões de doses para a primeira etapa da campanha de imunização do rebanho contra a aftosa, marcada para este mês (maio). “A demanda anunciada pelo ministério em outubro de 2014 foi de aproximadamente 180 milhões de doses em cada etapa de vacinação”, informou. O excedente de 20 milhões de doses para este mês já foi alcançado sem a participação da Vallée e Merial e, possivelmente poderia ser mantido, mesmo que as indústrias seguissem suspensas e tivessem de n se adaptar às regras da IN5.
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Saúde Animal | Artigo
Como montar uma farmácia veterinária
Organização dos medicamentos é essencial para evitar até mortes no rebanho Juliana Moreira Camargo1 e Larissa Salles Teixeira2 (1) Médica veterinária e gerente do Departamento Técnico Vencofarma, empresa com sede em Londrina, PR (2) Médica veterinária e trainee do mesmo Departamento
É
hábito, dentro da fazenda, planejar a criação de animais, pensar na nutrição e no melhoramento genético. Ao privilegiar esses quesitos, porém, acabamos nos esquecendo de outro, tão fundamental quanto: a farmácia veterinária. A preocupação com a saúde dos animais deve ser constante na propriedade, justamente porque a falta de um medicamento pode ser crucial ao determinar a vida ou a morte de um animal. A rapidez no tratamento depende também de uma boa organização. Por isso, ter uma farmácia eficiente é parte importante para alcançar os objetivos de produção da propriedade, garantindo-se o tratamento adequado dos animais, sem correr o risco de utilizar medicamentos errados, desperdiçar produtos, jogar fora ou comprar estoque duplicado. Significa, também, economia. Os medicamentos e vacinas precisam ter um local de armazenamento adequado, pois são produtos que podem deteriorar e perder a eficácia
se guardados de forma errada. Assim, além do prejuízo de perder o medicamento ou vacinas, há ainda o risco de morte de animais ou do rebanho inteiro, por questão de organização. É bom lembrar, por exemplo, que vacinas armazenadas em temperaturas fora do recomendado perdem potência e até a eficácia – a recomendação, nestes casos, é o descarte. Dependendo da quantidade, o prejuízo pode ser grande. O ideal é que a farmácia seja montada próximo às instalações de manejo dos animais. De preferência, deve-se possuir uma farmácia central e outras menores, que facilitem o atendimento rápido dos animais nos currais. Ambas devem estar instaladas em ambiente fresco, limpo, protegido da luz, da umidade e de fontes excessivas de calor. Além disso, não se pode misturar, sob hipótese nenhuma, outros tipos de produtos no mesmo local. A farmácia veterinária deve armazenar apenas medicamentos e vacinas. Ou seja, não se pode guardar outros tipos de produtos
da
no mesmo local, como combustível, ração, alimentos, material de construção e tintas. Além de trazerem o risco de contaminar os medicamentos e vacinas, eles podem causar acidentes graves, como, por exemplo, se um produto que não é medicamento for aplicado num animal por engano, as consequências seriam irreversíveis. Além, obviamente, da desorganização. Nas farmácias menores, devem ser colocados medicamentos de emergência, poucos, apenas o necessário. Já a farmácia central serve para armazenar o estoque todo de medicamentos, incluindo aqueles que não são usados com tanta frequência. Para facilitar a organização, separe os produtos por categoria, colocando aqueles que têm a mesma função juntos: antibióticos com antibióticos, carrapaticidas com carrapaticidas, etc. Deve-se identificar as prateleiras e fileiras de medicamentos, permitindo que as pessoas tenham acesso ao produto que procuram com facilidade, e usar etiquetas grandes
114 DBO maio 2015
occulparionseqNulparumfaccum,iumenonsequist,occulpa rionsem,iumeocculparionseqNulparumfaccum,iumenonsequist, occulparionsem,iumeocculparionseqNulparumfaccum,iume faccum,iumenonsequist,occulparionsem,iume
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Soro
Nononono
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Antibiótico
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Antitóxicos
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Antibiótico
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Antisséptico
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Vitaminas
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Antibiótico
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Soro Antiofídico
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Soro Antiofídico
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Soro Antiofídico
Antibiótico
Antibiótico
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Tudo no lugar: farmácia organizada conforme a categoria do remédio occulparionseqNulparumfaccum,iume nonsequist,occulparionsem,iume
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Vermífugo Vermífugo
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DICAS
ção), carrapaticidas, bernicipara facilitar a visualização. DICAS das, mosquicidas, vermífugos, Os medicamentos que têm o antissépticos, produtos curatiprazo de validade mais próxi• Planeje e elabore o calendário de produção da fazenda para vos (gaze, álcool, iodo, espamos de vencer devem ficar na ter maior conhecimento sobre os medicamentos que deverá comprar e ter em estoque em cada época do ano. radrapo, bandagem). frente – isso em todas as farOutros medicamentos ou mácias. A organização correta • Mantenha cadastro de fornecedores de confiança, que garanta vacinas precisam de refrigepermite ver quais medicamenpontualidade na entrega e qualidade do produto. ração adequada, normalmente tos estão disponíveis, os que • Realize as compras com antecedência. A antecipação permite entre 2 e 8 graus centígrados. estão dentro do prazo de valinegociar sem pressão de prazo com o fornecedor o melhor preço Neste caso, será necessário ter dade, evitando inclusive estoe evita risco de ficar sem o medicamento por algum problema um refrigerador na farmácia. que duplicado ou falta de alemergencial, como atraso na entrega por algum imprevisto. Também é preciso ter termôgum produto em uma situação •T enha um médico veterinário de confiança. Ele será responsável metros dentro do refrigerador de emergência. por indicar, orientar e assistir os animais. para aferição da temperatura Medicamentos vencidos dediariamente, pois qualquer alvem ser descartados, pois tra•T enha sistema de controle interno de compra e entrada e saída teração poderá diminuir a efizem risco à saúde do animal. de medicamentos (ficha, documentos). cácia do produto, principalÉ comum produtores entrarem mente se forem vacinas. Estas em contato com empresas fabricantes perguntando se podem usar faltar. Para isso, é importante desta- não podem congelar ou esquentar, sob medicamentos ou vacinas vencidas. car uma pessoa responsável pelo con- o risco de causar problemas, como reIsso é um risco, pois o efeito terapêuti- trole do estoque e pela observação e ação nos animais e falhas na imunizaco do medicamento pode ter sido per- retirada dos medicamentos vencidos. ção. Também é indicado manter caixas dido – provocando o avanço da doença A lista completa deve ter antibióticos, de isopor ou caixas térmicas, além de – ou vacinas se tornarem ineficazes, o anti-inflamatórios, soros, vitaminas, gelo, para quando for levar um medique traz um risco para o rebanho todo. antitóxicos, antídotos (envenenamen- camento até o pasto, curral ou onde o n Alguns medicamentos não podem tos, acidentes com cobras, intoxica- animal estiver.
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DBO 115
Enrico Ortolani
Professor titular de Clínica de Ruminantes da FMVZ-USP e pesquisador do CNPq. ortolani@usp.br
Quando a pança estufa A
vida tem uns destinos engraçados. Meu sobrenome paterno é Ortolani, que em italiano significa jardineiro e horticultor. Pois é, por coincidência tive e tenho uma dezena de tios e primos que se formaram ou se formarão em agronomia. Por ser veterinário, porém, não me considero “uma ovelha negra da família”, por dois motivos. Primeiro, tenho um filho que também é veterinário e que, por sinal, foi um dos meus muito aplicados alunos. E, acima disso, o meu nono paterno foi, nos idos de 1930, um competente ferreiro, no distrito de Mombuca, na região de Piracicaba SP. Na prática, ele teve, pelos ossos do ofício, que se virar como veterinário do local, para atender grandes animais. Pelos seus relatos, tratava de forma eficaz brocas de cascos de cavalos e salvou algumas vacas que tiveram a pança estufada por causa do empacamento de frutas na garganta. Para isso, até desenvolveu um aparelho abre-bocas que facilitava essa função. Bem, por sorte, tive a quem puxar! Muito antes de Cristo, Hipócrates, o pai da medicina, chamou o acúmulo de gás na barriga do homem de meteorismo (meteor = estufamento; ismo = processo patológico, leia-se doença). Só no fim do século 19 um médico inglês passou a chamá-la de timpanismo (tympan = tambor). Embora a maioria chame o processo no bovino de timpanismo, eu sou muito mais o velho e sábio Hipócrates. Gases - Para entender os meteorismos, temos que saber como os gases são formados e eliminados da pança. Todos os alimentos fermentados no rúmen geram gases. Um boi adulto que come 10 quilos de capim seco ou feno produz uns 300 litros de gás nas primeiras 12 horas após o banquete. Se comer a mesma quantidade de comida composta de 70% de concentrados e 30% de feno, a geração de gases não ultrapassa os 170 litros. Nas duas situações, o vapor mais produzido é o gás carbônico,
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seguido do famigerado metano (produzido em dobro na primeira dieta) e, depois, o nitrogênio. Pode-se comparar o rúmen com uma bola de futebol, porém a pança tem uma entrada e duas saídas e a “bola de futebol” uma só. Pelo esôfago entram os alimentos e saem os gases e o conteúdo ruminal, que volta para a boca para mais ser ruminado e misturado à saliva. A outra saída (orifício retículo-omasal) leva o conteúdo líquido já bem digerido para o estômago e os intestinos. Para dar conta da eliminação de todo esse monte de gás, o rúmen tem que ser eficiente. Na parede superior do órgão, onde os gases se concentram, existem nervinhos que conseguem medir a pressão interna. Esses nervinhos vêm de um grande nervo do cérebro ligado a um centro de controle da ruminação. Toda vez que a pressão se eleva, o nervinho comunica o nervão e este dá ordem para que a musculatura do rúmen pressione os gases para serem eliminados narinas afora. Normalmente, o bovino dá duas arrotadas por minuto. Se a pressão aumenta no interior da pança a frequência de arrotos aumenta até umas quatro vezes por minuto. Mas se a pressão interna for altíssima, os nervinhos param de responder e os arrotos cessam e dá-se origem ao meteorismo gasoso. Certas condições gerais podem gerar meteorismo, como o bloqueio do centro de ruminação, causado por certos anestésicos, febre alta, intoxicação por amônia, quadros de choque, endotoxemia, acidose brava, etc. Outras doenças podem impedir a musculatura do rúmen de contrair, como a hipocalcemia, o botulismo, certas intoxicações e até o tétano. Se você mantiver o animal deitado de lado por muito tempo, ou se algum processo o deixa assim, o conteúdo ruminal praticamente encobre o
cárdia (orifício que liga o rúmen ao esôfago) e impede que o gás seja arrotado. Atendi bovinos que permaneceram deitados durante um longo transporte de caminhão e chegaram em petição de miséria ou já mortos, por estufamento. Empacamento - Outra situação, que não é rara, é o empacamento de objetos estranhos, grandes e geralmente arredondados, na garganta, esôfago ou no cárdia, impedindo o gás da pança de ser eliminado. Aqui entra meu nono, com a estória dos empacamentos por frutas, como laranjas, caquis e até miniabacates. Segundo ele, o gado apanhava as frutas posicionadas no alto das árvores com o pescoço esticado e muitas vezes não conseguia mastigá-las. Ao serem engolidas, paravam na parte estreita da garganta ou do esôfago.
Meteorismo ou timpanismo. Veja as causas desse excesso de gás acumulado nos bovinos. Bovinos, principalmente bezerros, com carência de sódio (sal comum) costumam lamber um ao outro, acumulando pêlos na pança. Esses pêlos se aderem, formando bolas chamadas de tricobezoares. Vez por outra, alguns tipos de fibras pouco digeridas fazem o mesmo agregamento (fitobezoares), acumulando-se também no rúmen. Na maioria das vezes os bezoares não incomodam, mas em alguns casos ficam parados no cárdia, impedindo os arrotos e, bumba!, surge o meteorismo. Sacos plásticos pouco mastigados podem fazer o mesmo papel. É descrito também na literatura o surgimento de verrugas na boca do cárdia, que, crescidas, entopem este orifício. No próximo artigo, falaremos de outras três causas importantes de meteorismo da pança e como prevenir e desestufar o boi que quase levita de tanto gás acumulado. Não perca por nada! n
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1º ENCONTRO VILA REAL
1 Encontro
23 DE MAIO - 9H30 - CANAL RURAL AGROPECUÁRIA VILA REAL BROTAS/SP (34) 9161-0151
LEILÃO ELO DE RAÇA 2015 04 DE MAIO - 20H - CANAL RURAL FAZENDA MATA VELHA, FAZENDA BALUARTE, CARPA SERRANA, ESTÂNCIA JM, JOSÉ CARLOS PRATA CUNHA, AGROPECUÁRIA VILA DOS PINHEIROS, HRO EMPREENDIMENTOS AGROPECUÁRIOS 81ª EXPOZEBU - UBERABA/MG (37) 2101-5566
LEILÃO RIMA WEEKEND SUPER EMBRYO 29 DE MAIO - 21H - CANAL RURAL RIMA AGROPECUÁRIA ENTRE RIOS DE MINAS/MG (31) 9803-2301/9512-6824
31º LEILÃO NOITE DOS CAMPEÕES 06 DE MAIO - 20H - CANAL RURAL
anos
2015
FAZENDA DO SABIÁ, FAZENDA GUADALUPE,
71º LEILÃO DA ESALQ/USPL
FAZENDA TERRA BOA, EAO NELORE,
30 DE MAIO - 8H
IRMÃOS BARROS CORREIA E ORG. MÁRIO
ESALQ/ USP - FUNDAÇÃO DE ESTUDOS
DE ALMEIDA FRANCO
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81ª EXPOZEBU - UBERABA/MG
PIRACICABA/SP
(11) 3815-5706
(19) 3429-4438
LEILÃO RIMA WEEKEND SUPER NELORE
40º LEILÃO BRUMADO 04 DE JULHO - 13H - CANAL RURAL
30 DE MAIO - 13H30 - CANAL RURAL
FAZENDA BRUMADO
RIMA AGROPECUÁRIA
BARRETOS/SP
ENTRE RIOS DE MINAS/MG
(17) 3329-1188 / 3322-0166
(31) 9803-2301/9512-6824
LEILÃO RIMA WEEKEND SUPER EVOLUTION
LEILÃO TOUROS TERRA BOA
31 DE MAIO - 13H30 - CANAL RURAL
JOSÉ LUIZ NIEMEYER DOS SANTOS E
RIMA AGROPECUÁRIA
OUTRO - FAZENDA TERRA BOA
ENTRE RIOS DE MINAS/MG
GUARARAPES/SP
(31) 9803-2301/9512-6824
(18) 3606-1132 / (11) 3815-5706
05 DE JULHO - 14H - CANAL RURAL
LEILÃO RIMA WEEKEND SUPER BABY 01 DE JUNHO - 21H - CANAL RURAL RIMA AGROPECUÁRIA ENTRE RIOS DE MINAS/MG (31) 9803-2301/9512-6824
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Leilões
| Evento
Venda de bezerros volta a crescer no Mega Leilão Depois de dois anos seguidos com oferta reduzida, categoria cresce 56% e é vendida a preços mais elevados. n Alisson Freitas alisson@portaldbo.com.br
s catálogos espalhados pelo tattersall de leilões da Estância Bahia, em Água Boa, sudeste do Mato Grosso, no dia 18 de abril passado, apontavam para uma venda menor no Mega Leilão, versão 10.015. A escassez de animais para reposição, como não podia deixar de ser, afetou esse que é considerado o maior leilão do mundo. Mesmo assim, em pouco mais de sete horas, os leiloeiros Adriano Barbosa e Paulo Marcus Brasil bateram seus martelos para selar a venda de 20.153 animais, número 25% inferior aos 27.379 animais da edição anterior. Mas houve uma honrosa e importante exceção: a oferta de bezerros voltou a crescer, após dois anos de queda. O Mega Leilão 2015 teve oferta composta por 18.246 animais com padrão Nelore, 413 cruzados de Simental, das variedades padrão e preta (esta desenvolvida nos Estados Unidos), 339 machos meio-sangue Braford, 316 fêmeas Brangus, 220 fêmeas Aberdeen Angus, 364 machos cruzados e 255 produtos de cruzamento industrial. A média para os 13.340 machos foi de R$ 1.655 e a das 6.723 fêmeas, de R$ 1.288. O faturamento foi de R$ 30,8 milhões. “Mesmo com a economia do País derrapando, a pecuária está firme. Nunca se viu o produtor sendo remunerado de tal forma. Não acredito que os preços estejam altos. Eles estão condizentes com os custos de produção”, avaliou Maurício Tonhá, proprietário da Estância Bahia. A surpresa do leilão foi o aumento no volume de bezerros. Em-
Pista cheia –
120 DBO maio 2015
Foto Alisson Freitas
O
Em pouco mais de sete horas, 20.153 animais foram comercializados no Mega Leilão.
bora ainda não tenha retomado os patamares de 2012, quando foram negociados 8.530 animais, a categoria liderou as vendas desta edição, com 7.192 exemplares, alta de 56% em relação aos 4.599 animais do ano anterior, e quase o dobro sobre o “apagão” de 2013, quando foram vendidos apenas 3.787. A disputa pelos lotes foi acirrada, resultando na média de R$ 1.402, com alguns lances acima de R$ 1.800. “Nos últimos dois anos, quase não nasceram bezerros no Brasil. Muitos recém-nascidos foram abatidos com suas mães nos frigoríficos”, pontua Carlito Guimarães, pecuarista há mais de 30 anos, que faz ciclo completo em suas propriedades em Mato Grosso e Goiás.
Maior vendedora do Mega Leilão, a Pastoril Agropecuária Couto Magalhães, de Água Boa, levou à pista 3.209 animais, sendo 2.542 bezerros e 479 novilhas Nelore, além de 188 bezerras Simental Preto. A empresa atua há mais de 25 anos na região e produz cerca de 11.500 animais por safra. Todos os machos e boa parte das fêmeas são negociados. A empresa segura apenas algumas bezerras para reposição do rebanho de matrizes, que gira em torno de 14.000 cabeças. “O ciclo de valorização do bezerro coincidiu com o momento em que direcionamos o nosso trabalho para a cria”, destaca Luciano Bonzano, médico veterinário do grupo.
Os garrotes, categoria com maior volume de animais nas três últimas edições do Mega Leilão, tiveram recuo de 46% na oferta, saindo de 6.253 animais em 2014 para 2.910 este ano. Outra categoria escassa foi a do boi magro, que teve oferta de 813 animais, recuo de quase 20% ante os 1.093 negociados em 2014. De acordo com Abel Leopoldino, da Agropecuária Leopoldino, a forte entrada de grãos no Centro-Oeste e os constantes investimentos em genética forçam o encurtamento do ciclo do boi, fazendo com que animais dessa faixa etária percam cada vez mais espaço. “A agricultura chegou muito forte no Mato Grosso, reduzindo as áreas destinadas à pecuária. Com isso, é necessário produzir bezerros de boa genética,
Raio X do Mega Leilão 10.015
Boi magro ESCASSO –
Estreia em grande estilo Entre as disputas por bezerros no Mega Leilão, um estreante figurou como um dos principais compradores do dia: Duda Mendonça, publicitário responsável por campanhas de marketing político, como as do ex-prefeito de São Paulo Paulo Maluf, e a do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no primeiro mandato (2003/2007). Ele iniciou seus investimentos na pecuária há cerca de oito anos e foi ao evento a convite de Maurício Tonhá. “Fiquei surpreso com o volume e a qualidade dos animais. A princípio estava receoso em comprar, em virtude do alto valor do frete, já que minhas fazendas ficam a 1.000 km de Água Boa, afirmou. O publicitário trabalha com semiconfinamento em cinco propriedades na região de Redenção e Xinguara, no sudeste do Pará, e tem produção própria de grãos (milho). “Isso me permite reduzir custos. No ano passado vendi meus animais pela média de R$ 120/@; este ano, acredito que conseguirei, no mínimo, R$ 135/@”, complementa.
Média (R$) Categoria/ano
2015
Animais ofertados 2014
Bezerro
1.402
1.130
Garrote
1.712
1.324
1.927
1.397
Bezerra
Novilha
Garrote erado (1) Novilha erada (1) Boi magro (2)
Vaca magra (2)
1.037 1.273 1.403 2.236
2.344
2015
4.599
3.343
6.253
761
1.614
1.016
3.043
1.149 1.861
1.505
2014
7.192
2.081 1.239 813
828
1.448 4.767 4.413 3.045 1.093 1.761
(1) Animais com idade entre 18 e 24 meses; (2) Animais com idade entre 24 e 36 meses. Fonte: Estância Bahia; elaboração: DBO
que se tornem garrotes mais pesados para ir direto para um semiconfinamento e de lá para o frigorífico. Ou seja, o ciclo está mais curto e o boi magro tende a desaparecer do mercado.” Invernista com oito propriedades nas regiões de Araguaiana, Barra do Garças, General Carneiro, Primavera do Leste e Paranatinga, todas no MT, Júlio Palazzo, da Estância Luanna, vendeu 2.700 garrotes no Mega Leilão do ano passado. Para essa edição, com a maior valorização do boi gordo, o pecuarista achou mais vantajoso terminar os animais dentro da própria fazenda do que colocá-los no mercado. “O boi magro não acompanhou o aumento de preços das demais categorias, mas não acredito que ele vá deixar de existir”. Tempo bom para fêmeas – Se no ano passado Palazzo foi um dos principais vendedores, neste ano ele sentou do outro lado da mesa e investiu cerca de R$ 2,5 milhões na compra de mais de 3.000 fêmeas, quase metade do total ofertado no evento. “Com menos animais disponíveis no mercado, vejo um bom cenário para bezerras e novilhas. Atualmente, uma vaca récem-parida pode comprar três desmamas. É uma boa oportunidade para fazer caixa”, afirmou. Além de garrotes e bois magros, as fêmeas tiveram perda na oferta do megaleilão indicando o movimento de retenção. Indo de bezerras a matrizes, elas somaram 6.723 animais, baixa de 39% em relação as 11.021 do ano anterior. Para Carlito Guimarães, esse cenário deve permanecer
até 2018, “quando o mercado já terá bezerros em excesso e será necessário voltar a abater fêmeas”, conclui o criador, que vendeu 1.000 novilhas no remate. n DBO viajou a Água Boa, MT, a convite da Estância Bahia.
Mercado de terras aquecido O atual momento do agronegócio também está aquecendo o mercado de propriedades rurais. De acordo com Mauro Melo, dono da Fazenda Mato Grosso, empresa especializada em assessoria na compra e venda terras, os baixos preços da região do médio Araguaia têm atraído investidores do eixo Sul-Sudeste do País. “A divisão de interesses é bem fixada. Os empresários do Sul buscam áreas para lavoura, enquanto os do Sudeste, para pecuária.” Melo revela que atualmente as áreas próprias para a pecuária custam entre R$ 4.000 e R$ 4.500/ha, enquanto áreas para pecuária e lavoura, entre R$ 8.000 e R$ 10.000/ha. Além de auxiliar na compra e venda de terras, o empresário também assessora seus clientes no giro de negócios, seja com plantio de lavoura ou compra de gado. Um dos investidores que procuraram os serviços da empresa há cerca de seis anos foi Júlio Pallazo, que além de invernista no Centro-Oeste é médico ortomolecular nas regiões de São José do Rio Preto, SP, e Maringá, PR.
DBO maio 2015 121
Leilões | Balanço
Abril faz receita de R$ 30 milhões Retenção de matrizes pressiona oferta de genética e média de preços sobe 10% n Carolina Rodrigues carol@portaldbo.com.br
O
s leilões de bovinos de genética para carne somaram em abril 43 eventos, número semelhante ao registrado no ano passado. Outras duas variáveis, porém, confirmaram que o comércio do mês recuou em relação a 2014. A receita dos remates foi de R$ 30 milhões, queda de 12%, e a oferta, de 3.938 lotes, queda de 19%. Pelo quarto ano consecutivo, o mercado de touros permaneceu inalterado (na casa dos 1.700 lotes), um cenário distinto do desenhado pelas fêmeas, com forte redução no período. Em abril de 2012 foram negociadas 5.828 fêmeas, caindo para 4.029 lotes no ano seguinte. Em 2014, o número chegou a 3.000 lotes, recuando novamente este ano para 2.187. O que vem pressionando o mercado é a retenção de matrizes em importantes praças vendedoras do País. O abate de fêmeas nos últimos anos e o aquecido preço do bezerro têm feito os criadores manter o patrimônio dentro de casa, de olho em ganhos futuros. O recuo na oferta se deu em todos os níveis do mercado de fêmeas, indo da genética de ponta às de produção a campo. No primeiro, a queda foi de 13%. No segundo, outros 24%. Os leilões mantiveram um público comprador de fêmeas de elite em feiras, como a ExpoLondrina (PR), a ExpoGrande (MS) e nos primeiros remates da Expozebu (MG), mas desde o início do ano o produto de maior liquidez tem sido as fêmeas de produção, comercializadas nos leilões abril na faixa de R$ 2.000 até R$ 6.000. 122 DBO maio 2015
43 remates de bovinos de genética para carne Pistas de março registram média geral de R$ 7.672 Raças
Lotes
Leilões
Renda (R$)
Média
Máximo
Nelore
1.949
27 (3)
18.246.270
9.362
399.000
Angus
1.163
6 (5)
3.478.400
2.991
13.920
Braford
194
3 (2)
855.110
4.408
12.600
Brangus
186
3 (3)
745.000
4.005
-
Tabapuã
164
2
1.044.550
6.369
-
Senepol
127
4
5.027.580
39.587
234.000
Guzerá
57
1
406.100
7.125
-
Hereford
52
2 (2)
195.450
3.759
-
Brahman Total
46
1
212.160
4.612
-
3.938
43
30.210.620
7.672
399.000
Critério de oferta.(-) Dados das leiloeiras ASJ, Capitaliza, Central, Correa da Costa, Guaporé, Leiloboi, Leilogrande, Leilosat, MS Pecuária, Nova, Programa, Rural Business, Remate, Terço, Tellechea & Bastos e Terra Nova Leilões. (-) Quantidade de remates em que a raça dividiu pista com uma ou mais raças. Elaboração DBO.
Filão – Os criadores de Nelore, que venderam em 27 leilões 1.003 fêmeas (41% do grupo), obtiveram média geral de R$ 7.463, puxada pelos leilões de elite, dos quais quatro registraram médias superiores a R$ 30.000. José Alberto Sartori reuniu um time de 26 doadoras em Londrina, cotadas à média de R$ 48.900. Foi dele o maior preço da categoria no mês. Entre os remates de produção, que ofertam em quantidade, dois se destacaram com mais de 300 lotes na pista. A oferta máxima foi de 400 fêmeas Angus, à média de R$ 1.700 no Remate Produção Itapitocai, realizado na exposição de outono de Uruguaiana, na fronteira gaúcha, que contou também com a oferta de 282 machos. Em abril, as maiores ofertas de fêmeas partiram de criadores de raças taurinas e colocaram o Rio Grande do Sul novamente na dianteira do mercado, com 1.489 lotes comercializados, sendo 869 fêmeas. A segunda maior oferta ocorreu na capital Porto Alegre e vendeu 342 matrizes das raças Angus, Brangus, Hereford e Braford, pela média de R$ 3.519 (veja destaque em Rumos de Mercado).
Cotações – Se a oferta caiu, a média de preços continuou subindo País a fora. O ajuste foi de 12% no valor das fêmeas, chegando a 15% nos machos quando comparado a abril de 2014. O cenário não é novidade. Desde janeiro, as leiloeiras têm trabalhado com perspectivas de alta no mercado de genética e elas vêm se confirmando com certa facilidade. O setor que mais representa o segmento é o de touros. No mês passado, eles registraram excelentes resultados, com onze raças emplacando alguma oferta da categoria em leilões. A maior média de preço ocorreu no Nelore, que vendeu 908 reprodutores a R$ 10.320 cada. A segunda melhor cotação ficou com os tourinhos da raça Tabapuã, com 35 lotes pelo preço médio de R$ 9.000. A cotação foi puxada por alguns touros de potencial para centrais de inseminação, comercializados na faixa de R$ 25.000 até R$ 36.480, preço apurado registrado para Carian FIV da 42 vendido no 4º Leilão Nelore da Capital, de Cícero Antônio de Souza, em 11 de abril, em Campo Grande (MS). Quem arrematou o animal foi Vitor Vieira de Melo, da Fazenda Boa Vista, em Ribas do Rio Pardo, também no Estado. n
21 de Junho
12 hs Almoço
DOMINGO
13 hs Início do Leilão
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Leilões | Balanço Raças Leiteiras
Espaço para bons leilões As vendas de gado leiteiro em abril apontaram um recuo de 30% sobre o apurado em igual período de 2014. A fatura foi de R$ 19,8 milhões, contra os R$ 28,6 milhões de abril do ano passado. Em número de promoções e lotes também houve queda: de 55 para 48 leilões; e de 4.821 lotes para 4.351 lotes. Em abril, o desempenho foi sustentado por alguns remates com oferta de peso como o 13º Leilão Resende, que negociou 689 animais da raça Girolanda tirados do trabalho de Danilo Diniz Resende Araújo, em Lagoa da Prata, MG. Nos preços médios pesou novamente a promoção de Maurício e José Coelho Vitor, donos da Fazenda Santa Luzia, em
Sete raças leiteiras passam pelas pistas em abril
Raças Girolando Gir Leiteiro Holandês Guzolando Jersolando Jersey Guzerá Leiteiro Total
Lotes 3.475 341 261 156 74 36 8 4.351
Cinco leilões de ovinos e caprinos faturaram R$ 604.300 na oferta de 219 animais comercializados em abril. Os números não surpreendem e mantêm praticamente o desempenho registrado no mesmo período do ano passado, quando 287 lotes arrecadaram R$ 549.390 em seis leilões da categoria. Neste ano, o que mudou foram as praças promotoras de vendas. A única a se manter no calendário foi a Bahia, com o tradicionalíssimo Accoba Show, que cumpriu sua 11ª edição na capital Salvador, ofertando 24 lotes das raças Dorper e Santa Inês. Mato Grosso do Sul e Per-
Equinos
Novo recorde Em abril, os criadores de equinos fizeram a maior receita dos últimos cinco anos para o período, segundo o Banco de Dados DBO. A renda chegou a R$ 62,1 milhões, valor 7% superior ao registrado em abril de 2011, último grande recorde de venda do mês. O movimento foi puxado pela procura por fêmeas, o produto mais valorizados nos tatersais de abril. Elas atingiram a cotação média de R$ 36.145 nos 1.195 lotes vendidos, com 124 DBO maio 2015
Renda (R$) 14.507.900 2.397.640 1.847.490 733.730 231.820 136.500 136.500 19.884.510
Média 4.175 7.031 7.079 4.703 3.133 3.792 3.795 4.570
Máximo 30.000 31.500 13.000 7.920 31.500
Critério de oferta.(-) Dados das leiloeiras ASJ, Bahia, Business, Central, Elo, Embral, Iraí, KMB, Leiloboi, LM, Leilopec, MCN, Minas, Nova, Programa, Rural Business, Rédea, Realiza, Remate, Resgate, Tal, Terra, Terra Nova e WV Leilões. (-) Quantidade de remates em que a raça dividiu pista com uma ou mais raças. Elaboração DBO.
Passos, importante bacia leiteira de Minas Gerais. O Leilão Noite de Gala alcançou média de R$ 19.000 na venda de 25 fêmeas girolandas e outras quatro gir leiteiras. A grife sempre ocupou posição de destaque em abril, e, neste ano, contou com o reforço de um evento excepcional no calendário. A Liquidação de Plantel da Fa-
Ovinos e Caprinos
Comércio itinerante
Leilões 35 (7) 7 (1) 8 (5) 2 (1) 2 (1) 1 1 (1) 48
zenda Santa Paula fez o recorde de média do mês, R$ 28.513, na venda 23 doadoras negociadas no primeiro filão de ofertasda Expozebu, em Uberaba, MG. O remate de José Naves de Ávila Neto negociou parte do time de fêmeas da JN Gir Leiteiro, marca criada em 2010 para atender a elite do mercado do leite.
Ovinos e caprinos rendem R$ 604.300
Raças Dorper Romney Mash Santa Inês Ideal Merino Australiano Corriedale Total
Lotes 112 50 17 15 13 12 219
Leilões 3 (1) 1 1 (1) 1 (1) 1 (1) 1 (1) 5
Renda (R$) 434.620 11.100 99.480 19.350 18.150 21.600 604.300
Média 3.881 222 5.852 1.290 1.396 1.800 2.759
Máximo 17.520 17.520
Dados das leiloeiras Casarão, Leilonorte e Tellechea & Bastos. (-) Quantidade de remates em que a raça dividiu pista com uma ou mais raças. Critério de oferta. Elaboração DBO.
nambuco, que, em 2014 haviam ofertado 160 lotes ficaram fora do calendário deste ano, que não sentiu a retração devido a entrada de outra forte praça na briga pelo mercado: o Rio Grande do Sul. Neste ano, os criadores gaúchos de-
ram o ar da graça em abril e promoveram dois leilões de produção no Estado, que totalizaram 90 lotes pela fatura de quase R$ 70.200. Foram à venda exemplares das raças Corriedale, Ideal, Merino Australiano e Romney Marsh.
Leilões de equinos somam 2.195 lotes
Raças Quarto de Milha Crioulo Mangalarga Marchador Mangalarga Pampa Total
Lotes 1.121 558 375 85 56 2.195
Leilões 18 (1) 16 12 2 2 50
Renda (R$) 38.358.500 11.527.310 10.575.260 1.419.640 315.940 62.196.650
Média 34.218 20.658 28.201 16.702 5.642 28.336
Máximo 500.000 1.500.000 246.000 19.760 1.500.000
Dados das leiloeiras AGM, Agreste, ASJ, Business, Guarany, Júlio Paixão, Leiloboi, Leilonorte, MBA, Mape, Parceria, Premier, Programa, Província, Pupio, Rural Business, Taquari, Tellechea & Bastos, Trajano, Três Barras e WV Leilões. (-) Quantidade de remates em que a raça dividiu pista com uma ou mais raças. Critério de oferta. Elaboração DBO.
preço máximo de R$ 1,5 milhão para uma égua Crioula vendida pela Caba-
nha Basca, em Uruguaiana (RS), durante o circuito de outono de feiras do Estado.
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Direto da pista... Em entrevista ao Jornal de Leilões, Maurício Filho, da EAO Empreendimentos Agropecuários e Obras, fala como os atuais preços do segmento têm impactado a relação de troca de bois gordos por bezerros. De acordo com ele, a indústria tem valorizado qualidade na busca por filhos de touros melhoradores.
n Reformulação de agenda derruba renda da Expobahia Realizada de 7 a 12 de abril, feira registra queda de R$ 1,5 milhão. n Quarto de Milha alavanca receita em Vitória da Conquista Leilão do Rancho Veneza respondeu por 71% do faturamento em feira na Bahia
Resultados ✔ Leilão Coqueiral celebra o primeiro ano
n Efapi fecha com R$ 2 milhões Entre touros e gado geral, mostra no Norte Pioneiro, PR, teve oferta de 1.219 animais
✔ Colorado reforça presença no
Coluna JL
de Pernambuco livre de febre aftosa mercado de genética com oferta de touros e matrizes
✔ Nelore Jasa liquida plantel e vende fêmea pelo preço de R$ 399.000
✔ Grupo Carthago monta vitrine de
prenhezes Nelore na capital paulista
✔ Fazenda da Grama negocia o Senepol tirado em 16 anos de trabalho
✔ Brahman Canaã abre o calendário da
raça com faturamento de R$ 280.000
Análises e balanços n ExpoZebu mantém tradicional agenda de leilões Maior mostra de Zebu do Mundo acontece em Uberaba, MG, entre 3 e 10 de maio n Expogoiás cumpre sua 70ª edição Exposição do Centro-Oeste terá oferta de bovinos, muares e equinos. n Faturamento cai 33% em Londrina Impactada por saída de remates tradicionais exposição recua. n Outono de Uruguaiana vende 1.900 animais Comércio de bovinos, equinos e ovinos movimentou a fronteira gaúcha.
Sem estoque “Com a arroba e o bezerro em alta, a procura por touros está aquecida. No ano passado, tive que cancelar um leilão no segundo semestre pois já tinha vendido toda a minha produção na fazenda”, Carlos Eduardo Novaes, Nelore CEN Ciclo do Boi “A pecuária vive um momento decisivo. Não há mais espaço para terminar bois com quatro anos. Isso é prejuízo e a genética tem sido fundamental na obtenção de resultados econômicos superiores”, Luiz Antônio Josahkian, ABCZ Preço não é tudo “Os preços estão bons, mas só isso não resolve. É imprescindível que o pecuarista tenha consciência de que a batalha que ele deve vencer é a da maior produtividade por hectare”, José Vicente Ferraz, Informa Economics FNP
Raio X O Jornal de Leilões divulgou em julho os resultados de 143 leilões das raças bovinas de corte e leite e ovinos. A movimentação financeira foi de R$ 112,8 milhões para 10.703 lotes, entre machos, fêmeas, prenhezes, aspirações e coberturas.
maio 2015
DBO 125
Leilões | Rumos do Mercado
ExpoGrande aponta valorização de touros Balizadora de preços no MS, exposição registra alta de 44% na categoria. Produção PULVERIZADA _
n Carolina Rodrigues
O Mato Grosso do Sul é o principal exportador de genética para outras regiões do País crise passou longe da Expograne o maior vendedor de touros deste pede. Ela está da porteira para fora ríodo do ano. Chico Maia garante que do Parque de Exposições da Acrissul.” o posto foi conquistado pelos investiCom esta frase, Francisco José Maia, o mentos dos criadores da região em déChico Maia, presidente da Associação cadas passadas. “O trabalho de melhodos Criadores de Mato Grosso do Sul, ramento no Estado foi desenvolvendo comemorou os resultados da 77ª edição como um todo. Ninguém dizia que seda ExpoGrande, realizada entre 23 de ria possível obter bons resultados no abril e 3 de maio, na capital do Estado, Pantanal e hoje existem diversos projeCampo Grande. tos que provam o contrário”, diz. Com uma das mais robustas agendas Nelores foram vendidos pela média de R$ 10 mil Embora Campo Grande seja paldo País, a feira é um tradicional balizaco dos grandes eventos da região, as o fim do ano e é um ótimo balizador”, afirdor de preços de reproduvendas estão pulverizadas em diverma Carlos Guaritá, proprietário da Leilo- sos municípios, como Jardim, no sudotores Nelore no primeiro boi, empresa que organizou 50% dos rema- este do Estado, que sediou sua exposição semestre, uma projeção tes de machos da feira. agropecuária entre 9 e 19 que se estende também A maior oferta de touros foi do 160 Leide abril. Foram realizados para o segundo semestre. lão de Reprodutores VRJO, de José Olavo quatro leilões, que negoNeste ano, seis leilões coBorges Mendes. O anfitrião recebeu o reciaram 188 reprodutores mercializaram 468 aniforço de Francisco José de Carvalho Neto, pela média de R$ 10.046, mais pela média de R$ aumento de quase 37% 10.399, valor equivalente a 72,7 arrobas Sérgio Dias Campos e João Carlos Di Gede boi gordo para pagamento à vista na nio para colocar na pista 109 animais. A nos preços médios da cacapital, no período apurado (R$ 143/@). média foi de R$ 11.911, o segundo maior tegoria. Na conversão por Os preços são 44% maiores do que os R$ preço da categoria na exposição, sendo su- boi gordo, o valor foi referente a 70 ar7.236 por 462 exemplares da edição ante- perado apenas pelos R$ 12.507 do Leilão robas para o preço de R$ 144/@ à vista. rior, segundo o Banco de Dados da DBO. IPB. “Hoje é impossível fazer pecuária sem “Também temos outras feiras importan“A valorização já era esperada. É comum boa genética. Um touro melhorador é a cha- tes para o comércio de touros, como a de que o preço do touro acompanhe o da arro- ve para lucratividade”, destaca José Olavo, Dourados, na segunda quinzena de maio, e ba e do bezerro. Embora muitos criadores que produz cerca de 250 machos por safra a de Bela Vista, na fronteira com Paraguai, torçam para que o valor suba ainda mais, na Fazenda Primavera, em Caarapó, no su- já na entrada do segundo trimestre, em juacredito que esse patamar será mantido até doeste do Estado. lho”, aponta Guaritá. n carol@revistadbo.com.br
“A
Destaques
Jubileu de ouro
Zebu brasileiro
O abre-alas
Em comemoração aos 50 anos da seleção iniciada pelo seu pai, Cláudio Sabino de Carvalho Filho abriu a agenda da Naviraí com um leilão virtual no dia 14 de abril. Pelo Canal do Boi, 40 reprodutores atingiram a média de R$ 16.542, que, na cotação do dia, equivaleu a 114,8 arrobas. As comemorações do criatório que se destaca entre as grifes que mais colocam touros em centrais de inseminação no País se estenderam até o fim de 2015, com, pelo menos, mais três leilões no calendário.
Herdeiro da família responsável por criar o Zebu tipicamente brasileiro, o Tabapuã, Rodolpho Ortemblad Filho promoveu em 23 de abril a 9ª edição do Leilão Virtuoso do Córrego, levando à venda 61 animais criados na Fazenda do Córrego Santa Cecília, em Uchoa, cidade no noroeste do de São Paulo, um dos importantes polos de pecuária nacional. Resultado: as fêmeas deixaram os machos comendo poeira e dominaram a vitrine, com 61 lotes comercializados pela média de quase R$ 7.000.
Um grupo de 12 criatórios de Angus, Brangus, Hereford e Braford promoveu a estreia do Leilão Revolution, no dia 21 de abril. Tratando-se de raças britânicas, logo vem à cabeça carne de qualidade. Então, nada melhor que o evento fosse realizado em uma grande churrascaria da capital gaúcha, Porto Alegre. As vendas foram distribuídas em duas etapas, com oferta de embriões e doses de sêmen pela manhã, e touros e matrizes à tarde. No total, a movimentação financeira ultrapassou R$ 3 milhões.
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Direito e Legislação
por
Augusto Ribeiro Garcia Jornalista e advogado agrarista ar.garcia@outlook.com
Cartórios complicam a Lei de Registros T
ermina no dia 20 deste mês o prazo para que todos os proprietários de imóveis rurais do País façam a averbação da área de reserva legal de suas propriedades. E termina também o prazo para a apresentação do georreferenciamento. Uma coisa depende da outra, porque os cartórios do registro imobiliário da comarca onde se localiza o imóvel não fazem a averbação da reserva sem a apresentação do georreferenciamento. Esta é a situação de fato que se apresenta hoje, e tudo passa pelo crivo de duas leis. A primeira é a 10.267/2001, que instituiu o georreferenciamento e alterou a redação da Lei de Registros Públicos (6.015/73) no capítulo sobre o registro de imóveis rurais. A outra é a 10.931 (também de 2001), que complementou a 10.267 e facilitou as retificações de áreas tanto pela via judicial como pela administrativa. Só que os cartórios de registro de imóveis estão complicando a aplicação dessas leis. A Lei 10.931 facilitou o processo de retificação de área dos imóveis rurais. Antes, ela era feita pela via judicial, que era muito burocrática, cara e morosa. Entretanto, as inovações introduzidas por ela, apesar de louváveis, são temerárias. De tantas facilidades que trazem, podem colocar em risco a segurança do registro e a proteção do imóvel registrado. Isso só será possível se o oficial do registro não tomar todas as precauções indispensáveis à lisura do seu cargo.
As facilidades – As alterações introduzidas na LRP, realmente, trouxeram benefícios para os proprietários que necessitam fazer retificações em suas propriedades. Sobretudo em termos burocráticos e financeiros, já que dispensa os serviços judiciários e advocatícios. É o próprio oficial do registro imobiliário que processa a retificação pela via administrativa. Porém, o proprietário cauteloso precisa estar atento para constatar se o procedimento de retificação seguiu à risca as exigências legais. A modifi-
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cação básica está contida no art. 167 da LRP, cujo texto é bem elucidativo: “Se o registro ou a averbação forem omissos, imprecisos ou não exprimirem a verdade, a retificação será feita pelo oficial do Registro de Imóveis competente, a requerimento do interessado, por meio de procedimento administrativo ... facultado ao interessado requerer a retificação por meio de procedimento judicial”. E o parágrafo único desse artigo acrescenta que a opção pelo procedimento administrativo não exclui a prestação jurisdicional, a requerimento da parte prejudicada. Esta ressalva é uma garantia posta à disposição de eventuais terceiros prejudicados, principalmente de confrontantes. A retificação será feita sempre a pedido do interessado nos casos de omis-
tro de Títulos e Documentos da Comarca do local do imóvel. Ela será feita em nome do confrontante que consta no registro. Se ele não for encontrado, poderá ser notificado por edital publicado em jornal local de grande circulação. Presumir-se-á notificado o confrontante que não impugnar o pedido no prazo de 15 dias. Na hipótese de o requerente e algum confrontante não entrar em acordo sobre o pedido, o caso será remetido ao juiz da comarca. Vulnerabilidades – O perigo de vulne-
rabilidade da lei está no processo de notificação dos confrontantes, principalmente se for por edital. Pois nos fundões da Amazônia Legal e do Centro-Oeste não existem “jornais locais de grande circulação”. Isso pode ser uma brecha para possíveis fraudes. E, nesse caso, imensas áreas poderão
Eles estão exigindo que dados de retificação e de georreferenciamento sejam iguais aos das matrículas atuais do registro. são ou de qualquer erro contido no título, atualização de confrontação, alteração de denominação de logradouro, retificação de rumos e medidas perimetrais, modificação de dados pessoais das partes ou qualquer outro fato que justifique a retificação. Para que ela se processe, basta o interessado apresentar uma planta e o memorial descritivo do imóvel assinados por profissional habilitado pelo Crea. Na planta deverá constar a assinatura de concordância de todos os confrontantes, obrigatoriamente. Caso a planta não contenha a assinatura de todos os confrontantes ou algum deles não concorde com ela, por qualquer motivo, ele será notificado pelo oficial do registro a se manifestar no prazo de 15 dias sobre o motivo da recusa. A notificação é feita pessoalmente ou pelo correio, com AR, ou ainda pelo cartório de Regis-
ser tituladas ou retificadas por meio de procedimentos “facilitados”. Essa é a única ressalva para a qual os proprietários devem estar atentos. Agora que tudo está na reta final, alguns cartórios de registro de imóveis estão complicando mais o que era para ser simples. Eles estão exigindo que os dados da retificação e do georreferenciamento sejam iguais aos das matrículas atuais do registro. Caso tenha havido modificação nas matrículas dos confrontantes durante o tempo que demorou para o Incra certificar o georreferenciamento, o cartório não registra e pede nova retificação. Reconhecendo essas dificuldades, o próprio Incra e o Instituto dos Registrários do Brasil estão estudando uma forma de pedir a prorrogação do prazo fixado pelos Decretos 4.449/2002 e 5.570/2005 até que a lei seja modificada. n
Empresas e Produtos
Ação rápida contra a pneumonia Merial lança Zactran, antibiótico que promete recuperar bovinos doentes em apenas 24 horas. n Denis Cardoso
denis@revistadbo.com.br
“R
ápido, potente e persistente.” Com este slogan, a multinacional de saúde animal Merial pretende chamar a atenção dos pecuaristas para o seu novo produto, o Zactran, que promete combater doenças respiratórias em bovinos em 30 minutos, possibilitando sinais notáveis de recuperação do animal em apenas 24 horas após o tratamento. “O antibiótico, composto pelo princípio ativo Gamitromicina, patenteado pelo grupo Merial, é inovador, pois não existe no mercado brasileiro nenhum medicamento capaz de eliminar o problema de pneumonia tão rapidamente”, garante Rafael Moreira, gerente de Produtos para Ruminantes da subsidiária brasileira, em entrevista à DBO. Moreira diz que o antibiótico é ideal para situações emergenciais, como é o caso de problemas respiratórios registrados em animais confinados, embora também seja recomendado para o tratamento preventivo. “O combate imediato da infecção nos pulmões do animal doente possibilita que ele volte rapidamente a comer no cocho, evitando a perda de peso ou até mesmo a sua morte prematura”, afirma o executivo. Ele também destaca a ação prolongada do medicamento (16 dias), o que evita o ressurgimento e a proliferação das bactérias no tecido pulmonar.
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O Zactran é vendido em frascos de 100 ml e aplicado na dose de 1 ml/25kg, por meio de injeção subcutânea. Foi lançado pela primeira vez no Canadá, em 2011, após mais dez anos de pesquisa e desenvolvimento. O uso do medicamente no Brasil, onde prevalece o gado da raça zebuína, não exigiu nenhuma alteração em sua fórmula original. “Realizamos apenas testes de eficácia confirmatória nas condições da pecuária brasileira”, informa Moreira. Segundo o gerente, o tempo de início de ação de medicamentos similares produzidos por empresas concorrentes da Merial no Brasil é bastante variável, podendo oscilar de 12 horas até 21 dias. “Em termos de rapidez, nenhum deles se aproxima do Zactran”, ressalta. Mesmo com o lançamento do Zactran, a Merial continuará mantendo em seu portfólio outros rótulos de antibióticos de combate a problemas respiratórios, que podem ser utilizados especialmente em protocolos de tratamento preventivo. O pe-
cuarista que optar pelo uso do Zactran terá de desembolsar, porém, mais que o dobro do que é pago hoje pelos outros antibióticos presentes no portfólio da Merial. No entanto, diz Moreira, o Zactran é vendido a um preço combatível com os valores de outros produtos considerados de última geração, da classe Macrolídeos, voltados especialmente para o combate de doenças respiratórias bovinas. Segundo estudo realizado pelo zootecnista Antônio Chaker, da Terra Desenvolvimento Agropecuária, de Campo Grande, MS, entre os principais problemas de sanidade relatados por confinadores brasileiros, as doenças respiratórias aparecem em primeiro lugar, com 56% dos casos, seguidas por acidose (36%) e laminites (12%). Na avaliação de Chaker, os pecuaristas brasileiros precisam ficar mais atentos às doenças respiratórias. “Quando um determinado item possui baixa participação no custo total do confinamento, como é o caso da sanidade (em torno de 2% por cabeça/ano), normalmente o pecuarista tende a dar pouca atenção ao tema”, teoriza Chaker. Mas, continua, a queda de desempenho ou mesmo a morte de animais por doenças infecciosas em confinamentos é fator relevante na rentabilidade. “Em muitos casos de doenças respiratórias, o prejuízo maior não vem de um grupo menor de animais que acaba morrendo nos piquetes, mas daqueles lotes que ficam vivos e permanecem doentes (e despercebidos pelos tratadores) ao n longo do confinamento”, alerta.
DBO NA TV Histórias de vida Assista de segunda a sexta o programa que fala a língua do pecuarista brasileiro.
Foto: JM Matos
Dicas, preço do boi gordo, comentários e cotações de mercado.
A P R E S E N TA Ç Ã O S I D N E I M A S C H I O
Parabólica: canal 29 SKY: canal 158 Claro TV: canal 113
19h35 Seg a sex
tvterraviva.com.br
Empresas e Produtos Minerthal
Novo núcleo para confinamento A Minerthal lançou a linha Flexbeef, composta por cinco núcleos para confinamentos. Cada núcleo se adapta a dietas com diferentes concentrações e tipos de aditivos zootécnicos, daí o nome flex. Conforme Fred Cerqueira, gerente responsável pela Área de Confinamento, a ideia que levou ao desenvolvimento da nova linha foi a variação atual na dieta, o tipo de animais na engorda e a fase de engorda no cocho. “O objetivo, com núcleos diferentes conforme a die-
ta, o tipo de animal e a fase do confinamento, é aproveitar o potencial produtivo dos animais e dos alimentos, explorando os diferentes benefícios de cada aditivo zootécnico ou as associações disponíveis nos núcleos da linha Flexbeef”, diz Siqueira. A nova linha de núcleos tem levedura, monensina sódica (núcleo MD), com virginiamicina (núcleo Max) e com salinomicina (EFIC).
Coopercitrus
Em parceria com a Trouw, linha própria de nutrição. A Coopercitrus, cooperativa de comercialização de insumos, máquinas e implementos agrícolas, lançou, na Agrishow, em Ribeirão Preto (SP), uma linha de produtos para nutrição animal, em parceria com a Trouw Nutrition. São 16 produtos com marca própria, entre suplementos minerais, concentrados e rações para bovinos e equinos.
Conforme o gerente do Departamento de Saúde e Nutrição Animal da Coopercitrus, Ícaro Antonio Garcia Filho, o projeto da marca própria é antigo e foi intensificado há dois anos, quando teve início a busca de parceiros que pudessem atender à demanda.
Guabi
GuabiNúcleo é especial para gado de corte e de leite
A Guabi lançou a linha GuabiNúcleo, voltada à produção de concentrados, rações e suplementos minerais para bovinos e ovinos, nas diferentes
Registro
fases de criação. A linha é composta por 12 núcleos e 2 premixes. Para a fabricação de ração de bovinos na fase inicial é indicado o GuabiNúcleo Inicial 40 LS. Já o Lactage 75 TPVM GP BIO, além de macro e microelementos minerais, tem bicarbonato de sódio, a virginiamicina, gordura protegida e biotina. Para bovinos confinados, foi desenvolvido o GuabiNúcleo Confinamento RM + VM (presença de monensina sódica e virginiamicina).
Faleceu, em 9 de abril, aos 69 anos, Paulo Corrêa, presidente do Laboratório Biovet, empresa 100% nacional. Corrêa era economista formado pela Universidade Mackenzie, em 1970. Desde então, trabalhou para o desenvolvimento e a capacitação da Biovet. Membro conselheiro do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal (Sindan) desde 1972, era ativo participante das discussões nacionais e internacionais sobre gestão empresarial para o agronegócio no Brasil.
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MSD Saúde Animal
Solution 3,5% LA volta ao mercado Com a publicação no Diário Oficial da União da Instrução Normativa 6, de 27 de março de 2015, a MSD Saúde Animal relançou o Solution 3,5% LA. O comércio do antiparasitário de longa ação havia sido suspenso pela Instrução Normativa 13, de 29 de maio de 2014, pelo risco de deixar resíduos de ivermectina na carne bovina. O problema do resíduo não estava no produto em si, mas no mau uso desse medicamento, sem observância de carência entre a aplicação e o abate dos animais. O Solution 3,5% LA é indicado para controle de parasitos externos e internos em bovinos e que, lançado em 2003, se tornou o principal produto na linha de antiparasitários da empresa. Gerente de Pecuária da MSD Saúde Animal, Emerson Botelho, lembra que o Solution 3,5% LA é a única associação de endectocidas no mundo, com 2,25% de ivermectina com 1,25% de abamectina. MSD Saúde Animal, www.msd-saude-animal.com.br
Biogénesis Bagó
Empresa venderá produto contra diarreia A Biogénesis Bagó, empresa argentina da área de saúde animal, firmou um acordo de fornecimento e distribuição de um medicamento contra diarreia neonatal produzido pela norte-americana Jaguar Animal Health, com sede em São Francisco, na Califórnia. O acordo concede à Biogenesis Bagó os direitos exclusivos de distribuição do produto Neonorm, no Brasil, na Argentina, no Paraguai, no Uruguai e na Bolívia. O Neonorm combate a diarreia neonatal em bovinos. “Estamos muito animados em trazer Neonorm ao grande e crescente mercado da América do Sul”, afirma a executiva-chefe da Jaguar, Lisa Conte. A Biogénesis Bagó conta com um portfólio de mais de 30 produtos no Brasil e mais de 600 registros em nível global. Mais informações: www.biogenesisbago.com/br.
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Bovinos
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Indice de Anunciantes 55º Leilão Nelore Mocho CV........................... 89
Exponop 2015............................................... 41
Nelore Kalunga.............................................. 98
ABCZ – Curso de Pecuária de Corte................ 83
Farm Tech – Por que usar cerca elétrica.. ........ 67
Nelore Matinha - leilão. . ................................. 46 e 47
ACNB – Agenda de Leilões............................. 118 e 119 FSL Angus . . ................................................... 95
Nutroeste...................................................... 97
Adubos Araguaia........................................... 40
Gasparim Sementes....................................... 34
Panucci Pré-moldados................................... 78
Agroceres Multimix....................................... 23
Gerdau – Nova embalagem Elefante. . .............. 69
Phibro. . ......................................................... 18 e 19
Agropecuária Terra Grande - leilão.. ................ 84 e 85
Guabi............................................................ 110
RAIZAL/Arysta. . ............................................. 17
Agroquima – Eprino depoimentos. . ................. 35
Hertape - Clostridiais..................................... 117
Romancini. . ................................................... 60 e 61
Amarok VW................................................... 10 e 11
Hertape – Fiproline VB................................... 33
Salus nutrição animal.................................... 109
Assine a DBO................................................ 3ª Capa
Hertape – Roborante Nelore........................... 9
Sementes Agrosalles..................................... 31
Balanças Coimma.......................................... 8
Informe Santa Gertrudis.. ............................... 101
Sementes Paso Ita......................................... 79
Beckhauser................................................... 65
JBS. . ............................................................. 25
Sementes Paso Ita......................................... 96
Belgo Bekaert Arames.................................... 5
Johen Agropecuária....................................... 99
Taura Brasil................................................... 4ª Capa
Biogenesis Bagó - Forbox.............................. 113
Laboratório ZooFlora..................................... 103
Terra Boa leilão Nelore................................... 42 e 43
Campo Rações.............................................. 55
Lallemand..................................................... 112
Terraviva DBO na TV...................................... 131
Canchim Itamarati......................................... 107
Leilão Brumado............................................. 45
Toledo. . ......................................................... 57
Complemento Nutrição.................................. 125
Matsuda – novas cultivares............................ 73
Troncos Progresso........................................ 82
Cort Genética................................................ 111
Mega Leilão Acrinorte.................................... 91
Trouw Nutrition............................................. 27
Dow Agrosciences......................................... 7
MUB conquista a confiança............................ 21
União Química-Agener - Dorax....................... 15
DSM - Novos Produtos.................................. 2ª Capa e 3 MUB faz diferença – Cadu Novaes.................. 105
Vaccinar Saúde e Nutrição Animal.................. 39
Especial Suplementação DBO......................... 100
MUB faz diferença – José Luiz Niemeyer. . ....... 75
Valfran.......................................................... 71
Eurofarma Pearson – Genesis Ivewr Pour On.. 87
Multitécnica.................................................. 32
Vamos acelerar – leilão Nelore Jandaia........... 28 e 29
maio 2015 DBO
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Sabor da Carne por
A
Braseado de maminha
ntes de mais nada, você deve estar se perguntando que raio é esse tal de braseado, não é? Respondo que você sabe exatamente o que é, já comeu vários braseados n sua vida, mas não sabia até agora que o nome técnico era esse. Braseado é uma técnica de cocção que consiste em dourar previamente o alimento em gordura quente e, em seguida, cozinhá-lo com pouco líquido em panela tampada. Utilizamos esta técnica para porções grandes ou peças inteiras e servimos o alimento ao final com o molho rico que se forma na panela… continuou na dúvida? Agora você vai entender direitinho: lembra-se daquela carne de panela incrível e suculenta que sua mãe fazia e que usava uma peça inteira de carne ou cubos grandes? Então, essa carne de panela nada mais é que um braseado! Minha avó explicava essa técnica ao seu modo. Ela dizia que era cozinhar pingando água, e deixando a carne cair na sua própria gordura. E que só assim, segundo ela, a gente conseguia a cor perfeita para a carne, que fica morena, cheirosa e gostosa. O preparo é finalizado com legumes e tubérculos cozidos no próprio caldo rico em que cozinhou a carne e que dela tomam emprestado todo o sabor. A maminha, localizada no fim da peça inteira da alcatra, próxima à ponta de agulha, no traseiro do boi, é um dos cortes que se destacam quando preparada dessa maneira. Em especial quando estava inteira. Fica macia e muito saborosa. Mas outros cortes ficam igualmente bons preparados dessa forma, com destaque para os localizados no dianteiro do boi, que são mais irrigados e por essa razão possuem mais profundidade de sabor. Entre eles o peito, a paleta, o acém e a capa do contrafilé, todos rendem excelentes braseados. Feitas essas breves considerações, passemos à receita do braseado passo a passo pra não errar em casa. n
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Letícia Massula
maio 2015
Ingredientes (4 porções)
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1 peça de maminha 2 colheres (sopa) de manteiga sem sal 1 cebola média cortada em cubos mínimos 1 talo de salsão picadinho ou um talo de alho-poró em rodelas finas 1 xícara de vinho branco seco 1 litro de fundo de carne caseiro 1 folha de louro e um pequeno maço de salsinha 2 cenouras cortadas em rodelas largas 3 batatas cortadas em cubos grandes 1 xícara de cebolas pérola descascadas sal e pimenta-do-reino a gosto pimenta vermelha a gosto
Modo de fazer Tempere a carne com sal e pimenta-do-reino. Em uma panela de fundo grosso bem quente, doure-a na manteiga. Sele todos os lados da carne até formar uma crosta de aparência saborosa. Quando a carne estiver com todos os lados dourados, retire-a da panela, junte a cebola, o salsão e a pimenta vermelha para que liberem sabor. Deixe que o salsão e a cebola “suem”, ficando transparentes. Vol-
FOTOS: Luís Simione
te, então, com a carne para a panela. Acrescente o vinho e, com a ajuda de uma espátula, limpe o fundo da panela recolhendo toda a rapa da carne, da cebola e do salsão. Espere o vinho evaporar e então acrescente o fundo de carne, o maço de salsinha e o louro, amarrados com barbante. Importante: o fundo de carne não deve ser industrializado, pois é saturado de sal e rouba o sabor da comida; se não tiver, substituta por água. Tampe a panela e deixe ferver. Quando o líquido secar e a carne novamente cair na gordura, vire a carne e acrescente duas xícaras de água, limpando o fundo da panela. Tampe novamente a panela, depois adicione mais duas xícaras de água, e assim sucessivamente, até que a carne esteja macia e cozida por inteiro, o que leva cerca de 1h30 de cocção. Quando a carne estiver macia, desfiando, acrescente água o suficiente para cobrir metade da peça e ali cozinhe, por uns 20 minutos, a batata, a cenoura e as cebolinhas pérola. Quando os legumes estiverem macios, ajuste o sal e sirva. Bom apetite!
Letícia Massula, que se autodefine como “meio mineira, meio goiana”, é cozinheira-chef do restaurante “Cozinha da Matilde”, situado no bairro da Vila Madalena, na capital paulista; pesquisadora do Feed – açougue-produtor localizado no bairro do Itaim, também na capital paulista (www.feed.com.br) – e apresentadora dos programas de TV Brazil Cookbook (BBC-HD) e Trivial Perfeito (TV UOL).