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Custo da reposição se mantém

Novata de peso na pecuária

GDR Holding arrenda frigoríficos em Goiás, Paraguai e Uruguai, com foco na exportação. Meta da empresa é abater 5.000 cabeças/dia no Brasil.

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Visão dos currais do antigo Frigorífico Boivi, em Goianira, GO, arrendado pela GDR

Tat iana Sout o

Da metalurgia, passando pela construção civil, shoppings, restaurantes, grãos, eucalipto e, finalmente, frigoríficos. Assim podem ser resumidos os últimos cinco anos de investimentos feitos pela GDR Holding, presidida por Diego Gonsales dos Reis. O mais recente deles, que demandou R$ 24 milhões, é o arrendamento das instalações do antigo Frigorífico Boivi, em Goianira, GO. A planta, que já passou pelas mãos da JBS e Minerva, tem capacidade para abate de 900 cabeças/dia e boa infraestrutura. A projeção da GDR é exportar para 20 destinos, incluído China e Rússia, países do Oriente Médio e África. O início das operações está previsto para novembro e o empresário espera faturar cerca de R$ 100 milhões/ ano, além de gerar 700 empregos diretos.

Também foi arrendada uma unidade em Inhumas (GO), com capacidade para abate de 650 cab/dia. A meta de Reis é ambiciosa: “Nos próximos anos, espero processar entre 5.000 e 6.000 cabeças/dia, destinando a carne principalmente para exportação”, projeta. Seu plano é arrendar mais plantas frigoríficas para atingir essa meta estabelecida. “Tem muita instalação fechada no Brasil e outras com dificuldades financeiras colocadas à venda. Essa é a parte mais fácil”, avalia o empresário, acrescentando que já tem outros abatedouros na mira. “A melhor forma de investir no setor é por meio do arrendamento, pois não descapitaliza tanto o investidor e eleva a margem de lucro”, diz.

A GDR ainda está arrendando dois frigorificos no Uruguai e Paraguai, com investimento US$ 30 mi

lhões, metade para cada um. Ambos devem entrar em operação até o fim do ano. O faturamento anual previsto é de US$ 40 milhões a US$ 50 milhões brutos. As unidades nos países vizinhos foram arrendadas no fim de 2019 e têm capacidade para 440 bois/dia no Uruguai e 700 no Paraguai. Reis ainda está negociando outra planta em território paraguaio, para 1.200 cabeças/dia.

Financiamento de produtores

Com uma carteira tão diversificada, entre metalurgia e shoppings, Reis garante que não há melhor atividade para investir atualmente do que a pecuária. “Embora eu tenha começado minha vida profissional na metalurgia, entre 2011 e 2012 decidi apostar nesse segmento. Começei a comprar e vender bois, ampliei minha visão da atividade como um todo e constatei que esse mercado é promissor”, relata. Segundo ele, após a conclusão dos investimentos, a bovinocultura passará a representar 60% dos lucros da holding, que obteve faturamento bruto de R$ 740 milhões em 2019, considerando-se todas as atividades. Na opinião do empresário, apesar do desânimo que se instalou na economia por causa da Covid-19, este pode ser o melhor momento para investir pouco e ganhar bastante. “Todos precisam necessariamente se alimentar”, resume Reis.

Os bovinos para abastecimento das duas indústrias em Goiás virão de um confinamento próprio, próximo à capital do Estado, parcerias com pecuaristas e compras regulares no mercado spot. O “estoque” inicial de gado para começar os abates em Goiás é, atualmente, de 13.000 bovinos alojados no confinamento de Reis, em Goiânia. “São 40% de animais nossos e 60% de parceiros”, diz o empresário. Para garantir quantidade suficente de matéria-prima para abastecimento contínuo dos frigoríficos recém arrendados, sua ideia é não apenas fazer compras de “balcão”, mas financiar a atividade de engorda a juros abaixo do mercado. Em troca, os produtores se comprometerão a entregar o boi pra gente”, explica.

A GDR funciona, segundo o empresário, como uma holding de capital fechado, que deve ser aberto em 2025. O financiamento aos produtores parceiros virá de sua subsidiária Vancouver Fundo Multimercado. “Essa empresa foi criada para fomentar inicialmente nossa própria operação em troca de notas promissórias rurais de pecuaristas que venham a nos entregar gado. Ou seja, ajudaremos a financiar a produção de fornecedores. Neste ano, temos em caixa R$ 60 milhões para este fim”, garante. n

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