Parte integrante da Revista DBO edição de Dezembro – 458
Destaque e guarde para colecionar
Fascículo
Controle certeiro 3 Criação e texto: Renato Villela. Projeto gráfico e ilustrações: Edson Alves. Supervisão técnica: Rovaina Doyle/IPVDF.
Escolha das armas No terceiro fascículo do projeto “Controle Certeiro”, parceria da DBO com a Bayer, abordaremos um aspecto fundamental no combate ao parasito: o carrapaticida.
Acerte no carrapaticida Existem diversos produtos disponíveis nas revendas agropecuárias, com formas de ação e modos de aplicação diferentes, mas é preciso fazer a escolha certa para controlar o carrapato de modo eficaz. Os carrapaticidas são classificados em famílias ou grupos químicos, dentro dos quais estão reunidos um ou mais princípios ativos. Além dessa classificação, podem ser agrupados como “de contato” ou “sistêmicos” (atuação pela circulação sanguínea). Carrapaticida
De contato
Grupo químico
Princípio ativo
Amidina
Amitraz
Piretroides (P)
Cipermetrina/Deltametrina/ Flumetrina
Organofosforado (O)
Clorpirifós/Clorfenvinfós/DDVP/Diazinon/Triclorfon/Ethion/Fenthion Cipermetrina + DDVP/Clorpirifós/Fenthion
Associação (P + O)
Alfacipermetrina + Clorpirifós + Ethion Triclorfon + Ciflutrina + Coumafós
Avermectinas
Ivermectina/Abamectina/ Doramectina/Eprinomectina
Fenilpirazol
Fipronil
Benzoilfenilureia
Fluazuron
Ação sistêmica
Faça o teste! Para que o produtor tenha certeza da eficácia do carrapaticida sobre a população de carrapatos no seu rebanho, o mais indicado é que faça o teste biocarrapaticidograma, método mais prático para diagnosticar e mensurar o grau de resistência ao grupo químico da população de carrapatos presente em sua propriedade.
Como fazer Tampa Orifícios Identificação Carrapatos (máximo 4cm)
Proprietário Local Veterinário Data
Coleta
Envase
Remessa
Coletar 100 a 150 carrapatos grandes (teleóginas) de vários animais, pelo menos 21 dias após a última aplicação/banho carrapaticida.
Acondicione os carrapatos em recipiente limpo (garrafas de água mineral, por exemplo), identificados e com pequenas perfurações para a entrada de ar.
Para o envio, não é necessário refrigerar o material nem perfurar a caixa de papelão que acondiciona o recipiente contendo os carrapatos. As teleóginas devem chegar ao laboratório até 48 horas após a coleta. Caso contrário, o teste não poderá ser realizado.
Quem faz o biocarrapaticidograma • IPVDF • Embrapa Gado de Leite • Embrapa Pecuária Sul (veja mais laboratórios no site portaldbo.com.br/controle-certeiro) Direitos de reprodução resevados à DBO Editores
Protocolo de controle do carrapato Para montar um protocolo que seja eficiente no controle do carrapato é imprescindível ter em mente alguns conceitos. Preste bastante atenção!
✔ Sempre altere o carrapaticida utilizando-se um produto comercial pertencente a um grupo químico diferente daquele em uso.
✔ O emprego contínuo de um mesmo grupo químico é fator determinante para a perda de eficiência do carrapaticida.
✔ A troca indiscriminada de carrapaticidas, com rotação de produtos sem critério, favorece a seleção de carrapatos resistentes.
✔ A simples variação de produto dentro do mesmo grupo químico não resolve, pois o princípio ativo que mata o carrapato é semelhante nos dois produtos.
Lembre-se: o médico veterinário é o profissional mais habilitado para elaborar um protocolo específico para a sua propriedade!
Protocolo sugerido* Dia 0
Dia 21
Dia 42
Dia 63
Trucid + Bayticol Pour on
Baytcol Pour on
Trucid + Bayticol Pour on
Bayticol Pour on
Princípio ativo
Doramectina + Flumetrina
Flumetrina
Doramectina + Flumetrina
Flumetrina
Modo de aplicação
Injetável + Pour on
Pour on
Injetável + Pour on
Pour on
Produto
* Protocolo específico para gado de corte. Não indicado para animais em lactação. Fonte: Bayer.
Mito ou Verdade? O uso contínuo do carrapaticida provoca resistência nos carrapatos? MITO – A resistência é um fenômeno de seleção. Alguns carrapatos (cepas) são naturalmente insensíveis a determinados grupos químicos, o que faz com que, ao longo do tempo, na medida em que se multiplicam, deem origem a populações resistentes. Desse modo, um carrapaticida que “não funciona” em determinada propriedade pode ter alta eficácia no rebanho do vizinho, desde que os indivíduos sejam sensíveis. No entanto, é importante ressaltar que falhas na aplicação do produto podem favorecer, em médio prazo, o estabelecimento da resistência na população de carrapatos.
Na próxima edição abordaremos as diferentes formas de aplicação do carrapaticida. Acompanhe mais informações no endereço portaldbo.com.br/controle-certeiro contato: renato.villela@revistadbo.com.br