Controle certeiro 4
Parte integrante da Revista DBO edição de Fevereiro – 460
Criação e texto: Renato Villela. Projeto gráfico e ilustrações: Edson Alves. Supervisão técnica: Rovaina Doyle/IPVDF.
Ao ataque! Após definir a melhor época para controle do carrapato e acertar na escolha do carrapaticida, é hora de partir para o ataque. No quarto fascículo do “Controle Certeiro”, parceria entre a DBO e a Bayer, você ficará por dentro das diversas formas de aplicação dos produtos, bem como os cuidados a serem tomados.
Coimma
Formas de aplicação Câmara atomizadora
Pour on
Túnel repleto de bicos aspersores, por onde os animais passam para serem banhados. Trata-se da maneira mais prática de aplicação de carrapaticida pelo método de aspersão. Tem a desvantagem do custo mais elevado da instalação.
Produto é aplicado na linha dorsal (fio do lombo) do animal, do pescoço até a interseção da cauda. A formulação destes carrapaticidas é apropriada para se distribuir pela pele e gordura do animal, chegando a atingir o carrapato até nas partes mais escondidas.
Embrapa Gado de Leite
Destaque e guarde para colecionar
Fascículo
Banho carrapaticida
Injetável
Pode ser feito por meio de bomba costal ou adaptações de bombas d’água elétricas. Neste caso, trata-se de uma barra de aspersão, dotada de bico e tubulação hidráulica, conectada a um sistema estacionário de bombeamento, composto por reservatório e moto-bomba.
Produto é aplicado, preferencialmente, por via subcutânea. Recomenda-se que o animal esteja contido no tronco de contenção individual (brete). Essa medida garante a segurança do operador e a aplicação da dose certa.
Fique atento na pulverização! Escolha do bico
Sentido da aplicação
Ajuste da pressão
Bico utilizado no equipamento pulverizador deve ser em forma de leque. Em caso de entupimento, utilize palitos de madeira ou plástico para desobstrução. Nunca tente desobstruir os bicos de pulverização com a boca.
Aplicação deve ser feita de baixo para cima e de trás pra frente, no sentido contrário ao dos pelos, em todo o corpo do bovino e sempre a favor do vento, para proteção do operador. O animal deve ficar totalmente molhado.
A camada de pelos faz uma proteção natural da pele. Por isso é importante que a pressão de aspersão seja suficiente para produzir pequenas gotas de solução capazes de penetrar entre os pelos e chegar até os carrapatos.
Direitos de reprodução resevados à DBO Editores
Eficácia e segurança A aplicação dos produtos carrapaticidas deve seguir alguns cuidados, tanto para assegurar a eficiência do tratamento dos animais, quanto para garantir a segurança do operador.
Segurança do operador Carrapaticidas são produtos químicos e, por isso, podem causar intoxicações em quem os manipula. Por isso é de suma importância ter em mãos – e utilizar – o equipamento de proteção individual (EPI), composto de macacão ou capa plástica, máscara, botas e luvas.
Dosagem, validade e conservação do carrapaticida Leia a bula e siga à risca as indicações de uso do carrapaticida para o bom controle da população do parasito. Doses inferiores, produtos vencidos ou armazenados em condições inadequadas permitem que os carrapatos sobrevivam aos tratamentos, favorecendo a resistência.
Horário de aplicação Os animais devem ser tratados ou banhados cedo pela manhã, nunca em períodos de sol forte ou após esforço físico. Alguns produtos não podem ser aplicados em bezerros até os quatro meses. Outros, em animais em avançado estado de gestação ou lactação.
Não invente! Carrapaticidas são testados e aprovados. Nunca utilize um produto para ser diluído em água de modo pour on. Nunca misture com óleo ou herbicida no preparo da calda. Além de não melhorar a eficácia, essas medidas podem intoxicar os animais e levá-los à morte.
Lembre-se Não armazene a calda de um dia para o outro, pois o princípio ativo se degrada e o carrapaticida perde a eficácia.
Em média, para banhar adequadamente um animal adulto, são necessários de 4 a 5 litros de solução carrapaticida.
MITO OU VERDADE? Pulverizar o pasto reduz a infestação de carrapato nos animais? MITO – Esse método não tem qualquer eficácia comprovada. Veja: as larvas permanecem, ao longo de quase todo o dia, “escondidas” na base da planta, o que dificulta o contato com o produto pulverizado e, portanto, sua ação. Uma vez sobre as folhas, em pouco tempo o carrapaticida perde o efeito, já que seu princípio ativo é degradado pelos raios ultravioleta. Além do mais, é uma medida cara, de elevado custo ambiental, pois pode matar vários insetos e ácaros de vida livre que nunca tiveram contato com esses venenos e que são úteis no controle de carrapatos, pois se alimentam de seus ovos e larvas. Vale ressaltar que não existem no mercado produtos específicos para matar carrapatos em pastagens.
Na próxima edição abordaremos a resistência e medidas auxiliares de controle do carrapato. Acompanhe mais informações no endereço portaldbo.com.br/controle-certeiro contato: renato.villela@revistadbo.com.br