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Esporte militar no Rio de Janeiro
from Aerovisão 226
A cidade sedirá a 5ª edição dos Jogos Mundiais Militares, com a presença de cerca de seis mil atletas de 110 países
Por Tenente-Jornalista Flavio Nishimori De Brasília (DF)
Lançamento de granadas e nado com fuzil de três quilos são apenas algumas das inusitadas provas a serem disputadas pelos cerca de seis mil atletas na 5ª edição dos Jogos Mundiais Militares. Mas as modalidades tradicionais estrão em disputa também. A competição ocorre entre os dias 16 e 24 de julho de 2011, no Rio de Janeiro, com a presença de atletas de 110 países. No total, serão 37 modalidades de 20 esportes diferentes. É um dos maiores eventos esportivos do mundo.
A cidade do Rio foi eleita em votação realizada em 2007, durante a 62ª Assembleia Geral do Conselho Internacional do Desporto Militar, em Ouagadougou, capital de Burkina Faso, na África.
A primeira versão dos Jogos Mundiais Militares foi realizada em Roma, em 1995, e contou com a participação de 4.017 atletas de 93 países.
Esta será a primeira vez que os Jogos Mundiais Militares serão disputados em continente americano. Para o presidente da Comissão Desportiva Militar do Brasil, Almirante Bernardo José Pierantoni Gambôa, a expectativa para os Jogos é a melhor possível. “Estamos otimistas e engajados na preparação desse evento para cumprir à altura esse compromisso assumido internacionalmente”, afirma.
O governo brasileiro investirá R$ 1,1 bilhão para a infraestrutura dos jogos, para a construção de 1,2 mil apartamentos das Vilas dos Atletas e reforma de várias instalações militares. “Os Jogos deixarão dois legados: um social e outro esportivo. No primeiro caso os apartamentos utilizados na competição serão disponibilizados posteriormente como moradia para os militares. No segundo, todas as instalações das organizações militares reformadas estarão à disposição para o treinamento de atletas que disputarão as duas próximas olimpíadas”, explica o Almirante Gambôa.
A realização dos Jogos Militares no Rio de Janeiro também irá impulsionar outros setores além do esportivo, como uma prévia para a Copa do Mundo de 2014 e Olimpíadas de 2016. Segundo a Secretária de Turismo, Esporte e Lazer do Rio de Janeiro, Márcia Lins, por ser a porta de entrada do turismo no Brasil, a cidade será observada pelo mundo durante esses megaeventos esportivos. “Eventos como esse têm despertado o interesse de potenciais investidores de grande porte, nacionais e internacionais, em todo o estado”, afirma. As disputas ocorrerão nas instalações do Pan 2007, como o complexo Maria Lenk, o Estádio João Havelange, o Complexo Deodoro, o Maraca-
Onde os jogos foram realizadosRoma - Itália 1995 Zagreg - Croácia 1999
nãzinho, Praia de Copacabana. Instalações militares também servirão de palco às disputas: a Escola Naval, na baía da Guanabara, a Escola de Educação Física do Exército, a Urca, o Campo dos Afonsos (FAB), berço da aviação nacional, e o Centro de Educação Física Almirante Adalberto Nunes, da Marinha do Brasil.
Brasil - A Seleção Brasileira Militar participará do evento com cerca de 250 atletas. Os competidores foram definidos por meio de seletivas. O retrospecto do país nos Jogos Mundiais Militares ainda é modesto. O melhor resultado foi obtido em 2003, na Itália, quando o Brasil obteve uma medalha de ouro, cinco de prata e sete de bronze, perfazendo um total de 13 medalhas, tendo ficado na 15ª colocação.
Para obter um bom resultado “em casa”, a equipe anfitriã terá reforços importantes. O Exército, por exemplo, incorporou o judoca Flávio Canto, medalha de Bronze nas Olimpíadas de Atenas em 2004, como terceiro sargento técnico temporário com a qualificação militar de “Atleta de Alto Rendimento”.
“Nos próximos anos, o Rio de Janeiro será a capital mundial dos esportes em função das Olimpíadas, Copa do Mundo, etc. Nesse sentido é importante que a cidade seja conhecida não só pelas suas belezas naturais, mas também pelo desempenho dos atletas. A nossa responsabilidade é grande”, ressalta o judoca. A Marinha do Brasil incorporou o lutador de taekwondo Diogo Silva, bronze em 2003 nos Jogos Pan-Americanos de Santo Domingo, na República Dominicana, e ouro em 2009
Zagreg - Croácia 1999 Catânia - Itália 2003 Índia 2007
em evento internacional na cidade de Belgrado, na Sérvia. O atleta participa pela primeira vez dos Jogos. “As expectativas são boas. Estou pensado de forma positiva e acho que dentro daquilo que venho trabalhando, as chances de brigar por medalhas são grandes”, acredita Diogo Silva, 27.
A Força Aérea Brasileira participa dos Jogos Mundiais com um grupo de 60 pessoas, entre atletas e comissão técnica. A FAB está responsável pelo treinamento das equipes de natação, orientação, pentatlo aeronáutico e taekwondo.
O chefe da Divisão de Desportos militares e comandante da equipe de orientação, Tenente-Coronel Cláudio Henrique Lima, aposta em medalhas no Pentatlo Aeronáutico, cuja equipe é formada por oficiais aviadores da FAB. “Temos chances, pois durante os últimos anos sempre conquistamos os primeiros lugares nos campeonatos mundiais”, analisa. “Já na prova de orientação tentaremos fazer o melhor, mas há adversários muito difíceis como os russos e noruegueses.”
Modalidades a serem disputadas
Logomarca do Jogos Mundiais Militares
Retrospecto da participação brasileira nos Jogos
Ano Ouro Prata Bronze Total Classificação Final 1995 0 1 2 3 36º 1999 1 4 3 8 22º 2003 1 5 7 13 15º 2007 0 2 1 3 33º
Raio-X da aeronave de transporte C-130 Hércules
Sgt Johnson Barros / CECOMSAER
Encomendado em 1951 pela Força Aérea dos Estados Unidos, é utilizado em todo o mundo. Tornou-se uma das lendas da aviação atual. No Vietnã, foi usado como aeronave de transporte e como canhoneira aérea. A sua mais famosa participação em combate foi durante o resgate de Entebbe, em Uganda, quando comandos israelenses libertaram passageiros de um Airbus que havia sido sequestrado por terroristas.
No Brasil, o C-130 é chamado carinhosamente de “Gordo”, sendo responsável por inúmeras missões, que vão do lançamento de cargas e de paraquedistas ao reabastecimento em voo (KC-130), busca e salvamento, transporte de tropas, além do suporte a ajudas humanitárias, como no Haiti e no Chile (veja matérias nesta revista).
Os C-130 da FAB são empregados ainda na missão brasileira na Antártica, no apoio a unidades da Marinha e do Exército, principalmente na Amazônia. A aeronave pode ser equipada ainda com equipamento para combate a incêndio.
País de origem EUA Fabricante Lockheed Tipo Transporte, reabastecimento em voo, busca e resgate (SAR) Motores 4 (Allison T 56 A 15 turboélice de 4.090 HP) Vel. máxima 600 km/h Alcance 3.792 km Com tanques extras 7.876 km Autonomia 8 h Vazio 34.686 kg Máx. decolagem 79.379 kg Envergadura 40,40 m Comprimento 34,40 m Altura 11,70 m Área de asa 162,1 m2 Tripulação e carga 5 (mais 90 soldados ou 64 pára-quedistas ou 74 macas e 2 médicos). Pode levar até 19,4 mil kg.
Operadores Brasil, Abu Dhabi, Argélia, Argentina, Austrália, Bélgica, República dos Camarões, Canadá, Chad, Chile, Colômbia, Dinamarca, Equador, Egito, França, Gabão, Grécia, Honduras, Indonésia, Irã, Iraque, Israel, Itália, Japão, Jordânia, Coréia do Sul, Kuwait, Líbia, Malásia, Marrocos, Nova Zelândia, Niger, Nigéria, Noruega, Oman, Paquistão, Peru, Filipinas, Portugal, Arábia Saudita, Cingapura, África do Sul, Espanha, Sudão, Suécia, Síria, Taiwan, Turquia, Tailândia, Tunísia, Inglaterra, Estados Unidos, Venezuela, Vietnã, Iêmen do Norte, Zaire e Emirados Árabes Unidos