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3 - A Instrução

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Seus diálogos eram objetivos e formais, com forte apelo à racionalidad e , durante os quais, ao m esmo tempo em que e stabelecia certa distância para caracterizar a importância da h ierarquia, se mantinha suficientemente próximo p ara não inibir a e sp ontaneidade dos interlocutores e garantir o p rocesso de retroalime ntação. Conclamava os cadetes à p rática do que denominava disciplina consciente que, segundo ele, otimizaria o relacion am e n to superior/subordinado, facilitan d o o atingimento dos objetivos com u n s . O apelo encontrava boa receptividade p o r p arte dos cadetes e , realm e n te , gerou saudável convivência entre as p artes envo lvidas.

A influência do Major D ario sobre o s cadetes revelou-se em d o is imp ortantes p ilares d o processo educacional: o acadê mico-cultural e o militar. Já a do Coronel Fontenelle se p rojetou sobre o p ro fissional. Em outras palaVras , enquanto o M ajor D ario trabalhou o h o m em , o Coronel Fontenelle i n sp irou o aviador, n u m a feliz complementaridade para a formação do novo p rofissional d e Força A érea . 3 - A Instrução - Teórica

A instrução teórica da E scola de Aeronáutica seguia aproximadamente o s mesmos parâmetros vigentes nas congêneres da Marin h a e do E xército, com gra n de ênfase n o estudo das ciências exatas. Paralela m en te , introduziram-se cadeiras e sp e cíficas de relação direta com o dese n volvimento do vôo (Meteorologia) e com o desempenho. dos aviões (Aerodinâmica, Teoria dos Motore s , etc.).

Fig. 98 - 1942 - Escola de A eronáutica, Sala de Aula

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Fig. 99 - 1942 - Escola de A eronáutica, Campo dos Afonsos: Aspecto da Instrução do Cadete do A r

- D e Vôo

A criação do Ministério da Aeronáutica p ermitiu a h o m ogeneização da instrução de vôo . Embora a p rincíp io montada com a utilização de equip a mentos àmericanos (Exército) e alemães (Marinha), com a fu são e m p ouco tempo firmou-se a tendência a o uso d e material a merica n o , m a is m o derno e adquirido através do sistema lend-lease.

E m 1 943, o s p ro m ovidos ao 3 ° ano fizeram o estágio b ásico e m B T- 1 5; o avançado e m T-6; a instrução de tiro e b o mbardeio em Stearman A 76-C3. OS cursantes do 2 ° ano fizeram o e stágio b ásico completo e m BT-15 . O s chegados a o 1 ° ano realizaram o e stágio p rimário e m PT - 1 9 .

E m 1 944, os cadetes do 3° a n o p a ssaram a ser selecionados c o m vistas a seu futuro destino para Unidades de Caça e B o mbardeio; os p rimeiros voaram aviões T -6 e os segundos, o b im otor C essna T - 1 7 . A in strução de tiro foi realizada e m T -6 e a de bombardeio em T - 1 1 .

A p artir d e 1 942, os cadetes p assaram a ter as p rimeiras n oçõe s d e v ô o p o r i nstrumentos nos simuladores Link-Trainer, mas só e m 1 944 o curso atingiu a sua p le n itu d e , complementado com vôos reais sob capo ta . Também em 1 944 fu ncionou plenamente a simulação d e b ombardeio com emp rego de visores Norde n .

E m 1 942, o s cadetes p romovid o s ao 3 ° a n o fizeram readaptação e vôo de gru p o n o s Stearman A 75-L3; realizaram o e stágio básico em aviões BT - 1 5 , també m chegados dos E stados Unidos; solaram o T -6 e n ele voaram 10 h o ras; cumpriram instrução de tiro e bombardeio p icado n o s Stearman A 76-C3 e de b o mbard e io horizontal em avião B ellanca. Os p ro movi-

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dos ao 20 ano fizeram o e stágio primário e m aviõe s Stearman A 75-L3 e Fairchild PT - 19. O s integrantes do 1 0 ano iniciaram o estágio p rimário n o m ê s d e outubro , voando o PT-1 9.

Fig. 100 - 1943 - Escola de Aeronáutica - Campo dos Afonsos: ]O Estágio de Instrução de Vôo, aviões "Fairchild" TP-3

Fig. 101 - 1944 - Escola de A eronáutica, Campo dos Afonsos: Instrução Básica de Vôo do Cadete do A r, no "Vu/tee" BT-15

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A m o dernização da instrução de vôo só foi p ossível graças à aquisição de n o vos aviões, de equipamentos e de simuladores; e também em con seqüência do grande esforço p essoal dos instrutores, no sentido de con stan t e atualização, m u itos deles designados para a função ain d a no p o sto d e aspirante aviador.

E ste conjunto de p rovidências permitiu elevar a instrução da E scola de Aeronáutica ao nível da l11inistrada nas organizações congêneres dos p a íses d e senvolvido s .

A turma de 1 942, a primeira a sentir o impacto do aumento substancial de horas de vôo proporcionadas aos cadetes, atingiu o aspirantado com u m a experiência d e 220 horas, em média ; a de 1 943 chegou à s 260 e a de 1 944 alcançou o p atamar das 320 hora s . Foi, sem dúvida, u m grande salto quantitativo e qualitativo .

O s respo nsáveis p elo desenvo lvimento da Força A érea B rasileira, os mesmos que lutaram p ela sua e mancipação, resp ondiam ao d e safio de torná-la grande e resp eitada , com realizações concretas e palpáveis.

Fig. 106 - 17-5-43 - Escola de A eronáutica, Campo dos Afonsos

4- A Primeira D eclaração de Asp irantes da Força Aérea B rasileira

O s p rimeiros asp irantes-a-oficial aviador da ativa, apó s a criação da Força Aérea B rasileira, foram cadetes com dois anos de formação n o Exército e u m na n ova Força. Num total de 9 , são os con stantes da relação abaixo, declarado s aspirantes em 3 1/12/4 1 , praticamente no início de 1 942:

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Vitor D idrich Leig, J ofre Felix de Souza , Mário G in o Francescutti, Carlos Affo n so D ella mora , Manuel Poerner Mazero n , Júlio da Costa, B en jamin G onçalves da Costa, E sron Saldanha Pires e Alcides d o s Santos.(56)

5 - A Segunda D e claração de Asp irantes da Força Aérea B rasileira (em 30/09/42)

A Segunda turma de aspirantes-a-oficial aviador foi eclética. D ela faziam parte cadetes com até três anos de formação na Marin h a , até d o is no E xército e com experiência variada em profissões lib erais e u niversidades.

A sua característica p rincipal foi a de ter fornecido o maior contingente d e instrutores até então recebido pela Escola, egressos da mesma turm a , todos ainda aspirantes. Eles constituíram o núcleo, a partir do qual a O rganização começou a expandir a formação da ativa da FAB. Foram o s seguintes: - Segundos-Tenentes da Armada Felino Alves de Jesus e Mário Soares C a stelo B ranco; - Segundo-Tenente do E xército da R e serva C on vocada E mílio Monten egro Filho; - Turma A: Djalma Furtado Lim a , Celso R ezende Neve s , H u go d e Miranda e Silva, Nilo K urtz, Francisco Bach á , Luiz Felipe Perdigão Medeiros da Fonseca, J o sé Paulo Moreira Burnier, J o sé G uilherme B ezerra de Meneze s , G eorge Martins Teixeira, Francisco Ernesto d e B ulhões Carvalh o , Ismael d a Motta Paes , Sylvio Fonseca d a Cruz Secco, Luciano G u im arães de Souza Leão, Newton Neiva de Figueiredo, Nascimento Nune s Leal Jún ior, A n thero Mendes d e Paiva, Â n gelo de Almeida Aguiar, Felipe Moreira Lima J ú n ior, Arquimedes Joaquim D elgado, O thon Corrêa Netto, Francisco Chaves Lameirão, José d e O liveira Moura, R uy B arbo sa Moreira Lima, D agmar de Mendonça Paiva, G eraldo Labarthe Lebre, A fo n so Ferreira LiÍna e Eduardo Nilor de Souza Mendes (extranumerário); - Turma B : João Maurício Campos de Medeiros , C laudio de Carvalho , Fernando C aggian o H all, Edivio Caldas Sanctos, O swaldo Terra d e Faria, Aurélio Vieira Sampaio, O ctávio Pinto de Faria, João Eduardo Magalhães Motta, Paulo Salema G arção R ibeiro, Maurício J osé de Carvalho , G ilberto Sampaio de Toledo, O ldegard Olsen Sapucaia, Luiz Carlos dos Santos Vieira, A scendino D 'A vila Mello Júnior, Newton Vassalo da S ilva, Moacyr D e l Tedesco, Mário D uque E strada, Francisco J o sé D elamora, R oberto Brandini , Waldir Paulino Pequeno de Mello, R oberto Augusto Carrão d e A ndrade , Paulo Victor da Silva, Zenith B orba dos Santos, R odolfo B ecker R e ifschn e ider, Alcides de Faria, Wilson Arinelli E spindola, R oberto Luiz Macedo V inhaes, C arlos Fernando Q u eiroz de Luce n a , Wilson R ezen d e Nogueira , J o sé Macedo d e Almeida, Mário Seus Q uintan a , Eiser da Cos-

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ta Felip e, Silvino Cláudio de Abiahy Carneiro da C un h a , G ustavo E ugênio d e O liveira B orges, Alberto Lopes Perez, Á lvaro E ustórgio de O liveira e Silva, João B aptista Monteiro Santos Filho , Walter de Souza Telles , Sebastião D an tas Loureiro, A roIdo Coimbra Velloso , E rnani H ilário Fittipald i , Luiz R enato d e Matto s , G uilherme R ebello da Silva, Mauro G om e s R ib eiro , Wilson Nun e s de Meneze s , G abriel Evangelho Menna B arreto, CIibas Egídio da Silva, Modesto Antônio Miguel D ell'Agnoll e Fernando Arruda d e A lbuquerque (extranumerário).(56) 6 - A Terceira D eclaração de A spirantes da FAB

A Terceira turma d e aspirantes-a-oficial aviador, declarada e m 21 de agosto d e 1 943, també m foi eclética: Parte dela foi integral m en te formada na FAB, os matriculado s no 1 0 ano, em 1 94 1 . A maioria foi matriculada na E scola d e A eronáutica d iretamente no 20 ano, em 1 942, procedentes da E scola M ilitar do R eale n go e da E scola Naval. Segue-se a relação dos declarados e m 1 943: - Mário Guimarães Lavareda, D ante Isidro G a staldoni, Stênio Alvarenga , R ubens H ermes da Fonseca, Paulo Costa, Márcio Teixeira de Carvalho , José d e Magalhães Fraga Lourenço, G uido Jorge Moassab, José R abelo Meira d e Vasconcellos , José d e B arros , José A raujo de Figueired o , Walter R ibeiro, Ivon Cesar Pimentel, Fernando Freitas de Melo Carvalho , Stetison Machado de Carvalho, Hélio Langsch Keller, R olan d R ittmeister, Marcos B aptista dos Santos Junior, José Carlos Teixeira R ocha, Milton Nunes da Cost a , A lvaro A veline d e A veline , Jorge D iehl, Francisco A u rélio de Figueiredo G u edes, Wilson França, Antonio Filizola, Raul Alves de Carvalho , A genor d e Figueiredo , R oberto Wiguelin d e Abreu, A n tonio Vieira C orte z , R en ato G oulart Pereira, Marcos Eduardo Coelho d e Magalhães, Zedyr J 0aquim da Silva, Francisco Alfredo G ouvea H orcade s , S ylvio Constantino de Carvalho , G eorge Soares de Moraes, Roberto Pinto de O liveira, Nelson D ias de S ouza Mendes, Marcos Menezes Braga, A ugusto Cesar Veiga Filho , Lauro Pires de S á , Fernando D urval de Lacerd a , Marcelo Bandeira Maia, Jorge Ernesto Paranhos Taborda, C e sar Pereira G rillo, Francisco A mérico Fontenel1e, William França, John R ichardson Cordeiro e Silva, Alcebiades de Azambuja E strela, H aley Leal G aleotti, H eitor B arbo sa d e Meneze s , Rubens d e Freitas Novaes, João Edson R ebello da Silva , Nelson A sdrubal Carp e s , O ctávio de Viçoso Jardim, Pedro de Lima Mendes, A roIdo Joromir Wittitz, Felix C elso H iendlmayer de Macedo, João de A raújo Franco, Luiz Paulo Curvel10 Valli m , Leon Rousso lieres Lara de A ra újo, Nelson da Silva Fonseca, R ubens Florentino Vaz, Clóvis Neiva de Figueiredo, Joaquim Vespasiano Ramos, Hilton Manes, Walter Feliú Tavares, Claudio Nery Corrêa da S ilva, Eduardo C o sta Vahia de Abreu, Moacyr D o mingues, Everaldo B reves, Aldemar A ntunes Pinheiro , Sindím io Teixeira Pereira, João Costa Cavalcanti de A lbuquerque , Pedro Augu sto Valente do Cou-

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to, Miguel Cunha Lann a , Wilson Freire Carvalhal, D iderot Colbert Barreto G ó e s , Sérgio Sobral de O liveira, Alfeu de Alcântara Monteiro, Walter da Silva B arros, J o sé Evaristo Júnior, Etienne Andrade B ussiere, Walter E stanislau do A maral, O scar Tempel da Costa G adelha, Ion Aquino Azered o , Hugo Sylvio R en é Ungaretti, Elsen Avelino Pinto G u im arães, G eraldo Monteiro Flore s , Fernando Salvador Campo s , Aluísio Valentim Sarlo e O swaldo Pena Fayão de C arvalho (extra n u merário) .(56)

7- A Primeira Turma de A sp irantes Integralmente Formados na FAB

No final d e 1 944 ( 1 2 d e agosto) , a E scola d e Aeronáutica e ntregou à FAB a p rimeira turma de aspirantes-a-oficial aviador integralmente formados sob exclusiva orientação aeronáutica, sem qualquer vínculo com as forças coirmãs ou e ntidades civis. Ei-Ios :

Fig. 109 - 12-8-44 - Escola de A eronáUlica, Campo dos Afonsos: Declaração de Aspiranres A viadores. 1 - Rafael, 2 - Peyon, 3 - Marcelo, 4 - Azhaury, 5 - Colnago, 6 - Miranda, 7 - Am aury, 8 - Vercillo, 9 - Waldir elO - Ulysses

Nelson M iranda, Antenor D el Priori Wincler, D écio Leopoldo de Souza , Protásio Lopes de Oliveira, Paulo Marques Fernandes, Harry B olman n , R enato d e Paula Ebecken, Averrois Cellular, Carlos D uarte Netto, G ilber

to Cordeiro de Miranda, José Maria Anastácio Guimarães, Ary Sayão Caldeira B a stos Filh o , A zh aury Leal Menna B arreto, Nicholson C h a stenet Halfeld, Alexandre Ney de O liveira Lima Telles , Lauro J oão Schlichtin g , Francisco Fernandes Caseira, Francisco Antônio G alo , Alberto da S ilva

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Cortes , Miguel Sampaio Passos, Pedro Frazão de Medeiros Lima , O rland o de Faria, Lauro Madure ira, Wilson Camargo, Carlos A u gu sto d e Freitas Lim a , J osé Luiz da Fonseca Peyo n , Paulo Salgueiro, Carlos Lourenço Franco d e Souza , Newton D a ltro Morissy, C lóvis Pavan, Luiz Carlos Aliandro , Ivan Teixeira de V a sconcelo s , E d son Roch a , Rodopiano de Azevedo B arbalho, Juvenal A n to n io Soeiro de Souza , Cyro de S ouza Valente, Napoleão Rangel B orges , Fernando H enrique Marques Palerm o , Marcos A lm eida Magalhães A ndrade, Argeu Lemos Pelosi, Hélio Celso Cardoso Lousad a , Ney O sório, Armando Tróia, B ertolino Joaquim G onçalves Netto, Waldemar G on çalves , J o sé Horácio da C o sta Aboudib , Luiz de Sá Rocha Maia, O re stes Mira n d a , Moacyr de Oliveira Paiva, Ulisses D en is de CavaI-o cante G o m e s Pôrto, Paulo Soares Machado, Angelo Martins A lvarez, O x d e Figueiredo, Cláud io Castello Branco, Luiz Cavalcante d e G u smão, D urval de Almeida Luz, Carlos G u imarães de Mattos , Hélio Reis Cleto, Waldir de Vasconcellos , Edílio Ramos de Figueiredo, Fernando Levy, Fernando G uimarães Pantoja, José Luiz Colnago, Carlos Jorge Mirândola, Lacê D ia s , Leon Henrique Lan n�s, Alfredo Henrique de B erenguer César, O scar Luiz Cardoso , O távio Campos, Afrân io da Silva Aguiar, Luiz Maciel J ú n ior, Augusto Marcelo Vianna C lementino, Yinícius José Kraemer Alvares , Francisco de Assis Lopes, Ulisses Nogueira dos Santo s , Eber Teixeira Pinto, O rze de Moraes P up o , Murilo Altemburg B rasil, Franklin Eneas de Miranda G alvão Lim a , Pedro Vercillo, Newton Burlamaqui Barreira , Saulo de Mattos Macedo , Roberto Pap e , Enilto Peixoto Ferreira França, A maury da Rocha Sanctos e Roberto de Araújo Cintra.(56)

8 - O E standarte da E scola de Aeronáutiça

Segundo o D ecreto 1 6 .858 , de 17 de outubro de 1 944, ficou assim criado;

"Retângulo em campo azul celeste, debruado de franja ouro, ao alto do qual, em letras douradas, se encontra a designação 'Escola de

A eronáutica:· ao centro uma águia, cor de ouro, de asas abertas, em cujo peito ostenta brazão em fundo vermelho m argeado de p rata, com o símbolo da Força A érea Brasileira sob estrela prateada às garras da águia, flâmula branca com a seguinte inscrição '1919, 19-X -1901, M acte animo! Generose puer, sic itur ad astra, 23-X -1906, 1941:· sobre a cauda, em leque, trófeu d'armas, contendo dois canhões cor de bronze, dois fuzis com baioneta calada e duas lanças prateadas com bandeirolas vermelhas, tendo ao centro losango branco, tudo em sentido cruzado subposto a uma âncora prateada."

O decreto mantém a figura da águia, que já havia sido incluída, e m 1 93 1 , n o e stan darte da Aviação Naval e , e m 1 932, n o da Aviação Militar, com o símbolo da Aviação . A propósito, h á quem defenda a idéia de se adotar a hárp ia , em substituição à águia , p o sto que , tendo características seme-

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