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5 - O Início da Patrulha
dos EU A no Nordeste, e ao longo da Rota Sudeste do A TC, no percurso da Ala do Atlântico Sul, o mesmo pode ser dito, acrescentando algo mais.
Entre esses dois chefes, Gen. Walsh e Brig. Eduardo, nasceu uma amizade baseada na força de sólidos princípios de formação individual. Ambos tinham consciência do verdadeiro significado da liberdade, assentado nos limites impostos pelos preceitos da religião católica, praticada por ambos com devoção e sinceridade. Naturalmente, viviam os sentimentos norteadores do mundo dos Aliados, voltados para a defesa das verdadeiras democracias, em que o primado do ser humano se superpõe ao do Estado, e onde o respeito aQ Direito é garantia do bem sobre o mal. Esta amizade sobreviveu à guerra e, já encanecidos, cultivavam o mesmo respeito e a dmiração de sempre.
Quanto aos chefes militares brasileiros da área, todos dedicavam ao Brigadeiro Eduardo muita atenção, retribuída sempre com o seu costumeiro hábito de nunca negar uma colaboração solicitada, e, muito menos, de se furtar ao cumprimento de uma tarefa que contribuísse para o êxito de qualquer missão das Forças Armadas, ou mesmo de socorro a legítimas necessidades de caráter individual.
Suas ligações com as autoridades civis eram as mais cordiais possíveis, tomando-se conhecidos os seus costumeiros encontros com o Interventor no Estado, Df. Agamenon Magalhães, que o procurava freqüentemente para discutir problemas de toda sorte.
5- O Início da Patrulha
O início de 1 942, 1 0 trimestre, pode ser considerado como o começo da Patrulha no Nordeste, e da própria FAB na Segunda Guerra Mundial em nosso litoral, já que para essa área se voltavam todas as atenções, ante as ameaças presentes. Havia um clima de expectativa muito grande; luzes completamente a pagadas (Blackout), postos de vigilância do Exército, movimentos de navios de guerra, grandes movimentos de terra nos aeroportos (preparo de pistas) e construções, juntamente com crescente tráfego de a viões, e, com tudo isto, notícias e mais notícias de navios nossos, e de outras nações, a tacados nas costas dos EU A e do Caribe.
Fig. 161 - o NA no Nordeste, 1942
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Fig. 162 - O Corsário
O s meios aéreos de que d ispunha o Comando d a 2 a Zona Aérea eram irrisórios, com o já dissemo s . Algu n s aviões de treinamento avançad o , T-6, e p ou co s aviões Corsários . Ambos sem nenhuma p ossibilidade contra sub marinos e , m u ito men o s , d e p roporcionar segurança para vôos sobre mar (eram monomotores). Apenas na B a se de Fortaleza algu n s aviões do Agrup a mento de A d ap tação (6 B -25 e 2 B - 1 8 , b imotores) p odiam fazer algo sob re o mar.
Em abril de 1 942, o A lte. Ingram que já disp u n ha de u m E squadrão de Aviões Catalin a , em Natal, o VP-52, aguardava mais reforços de aviões desse tipo e , com certeza, e stava a p ar da n ossa situação. A ssim, sugeriu ao B rig. E duardo um p lano de cooperação, no qual os elementos aéreos d o B rasil e d o s E U A n a área se d ividiriam em 2 grupos, a saber (35): - G rupo Laranja: constituído dos aviões de p atrulha e Tenders de apoio d a US Navy. Missão: E xecutar patrulhas semanais nas rotas marítimas B elém-Rio, estar p reparado para vigilância em qualquer área, manter u m a força de ataque em reserva e desdobrar os Tenders de acordo com as necessidades. - G rupo Azul: constituído de tod o s os aviões da FAB no Nordeste. Missã o : R ealizar p atrulhas na Costa, rios n avegáveis e e n seadas de Fortaleza a Maceió; e manter em reserva um grupo para ataque.
O p lano ainda d izia:
A o estabelecer contato com sub marino , atacar e manter cobertura da área até eliminação da ameaça. O n de ação combinada for necessária, o oficial mais antigo p resente será o coordenador.
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o B rig. Eduardo aprovou o p lano acima (52). Neste, como se con stata, havia certa flexibilidade n o s limites da patrulha a n osso cargo.
Éra m o s signatários da resolução que e stabeleceu a Zona de Segurança em tomo das A mérica s , a qual visava garantir, em sua área, obediência às n ormas do D ireito Marítimo Internacional, no que diz respeito à Neutralidade. D en tro deste e sp írito, surgiram as Patru lhas da Neutralidade, para garantir os objetivos da Zona de Segurança . E sta expressão generalizou s e entre as Marinhas Americanas e , naturalmente , era de conhecimento dos chefes da FAB.
Naquele começo de guerra, que era também o da nossa Força Aérea, p raticamente nada existia de controle de vôo . Nem de sala de operações , de oficial d e operaçõe s , de informações, etc. A s missões era m , geralmente , transmitidas verbalmente e de uma maneira muito genérica (dar cobertura ao navio X que teve e star em Y ou vigiar a costa en tre Natal e R ecife , etc.) . D entro d esse quadro , é compreensível que o s limites dos vôos ficassem a critério de cada p iloto. Q uanto aos procedimento s , no caso de encontrar algo susp eito, ficava a critério de cada u m . D e pouco adiantava dizer o que fazer , p ois sabia-se que nada podia ser feito. Vivia-se uma guerra n a qual, do n osso lado , havia apenas a força de um aspecto subjetivo: o imperativo da n ossa pre sença , n u m simbolismo de dignidade nacional.
Em Fortaleza, a adaptação em aviões mais avançados e mais adequados perm itia vôo s mais d istantes. Em u m deles, dar-se-ia o primeiro encontro da FAB com o inimigo , na Segunda G uerra Mundial.
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