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Diretoria de Engenharia (D.Eng
atividades específicas, visando ao apoio do Ministério como um todo e, particularmente, das necessidades da Força Aérea.
As outras três Diretorias-Gerais, a do Pessoal, a do Ensino e a da Aviação Civil, tinham caráter de Ação Normativa ou apenas de Direção, enquanto as cinco acima tinham ação de Direção e Execução.
– Diretoria de Engenharia – (D. Eng.)
Ficaram sob sua responsabilidade, de acordo com o Decreto-Lei nº 9.888, “as questões relativas a estudo, especificação, planejamento, coordenação e fiscalização das obras em geral”, e também se incumbia de orientar, controlar e fiscalizar os meios e métodos de conservação e de reparação das edificações e imóveis do Ministério da Aeronáutica”.
O Diretor-Geral de Engenharia (D. G. Eng.) devia ser um brigadeiro-do-ar, de preferência da categoria de Engenheiro, ou um Engenheiro Civil do Ministério da Aeronáutica.
É de se notar que nessa época ainda se previa o concurso de Engenheiros Civis, com elementos de projeção, para o engrandecimento da Aeronáutica.
Esta Diretoria, até a década de 70, cuidava de toda a Infra-Estrutura do Ministério da Aeronáutica, diretamente ou através dos Serviços de Engenharia das Zonas Aéreas. Isso se deu após a Segunda Guerra Mundial, pois já se podia prever que o avanço tecnológico da Aviação, ocorrido no final da Guerra, traria, para o Ministério da Aeronáutica, grandes responsabilidades no campo da InfraEstrutura, pois a vastidão do território nacional, a falta de vias de comunicação de superfície e a evolução dos aviões seriam fatores determinantes de mais e melhores campos de aviação.
Paralelamente, havia uma expansão das responsabilidades afetas às Diretorias de Engenharia, tais como ampliação de instalações, manutenção da Infra-Estrutura existente e uma expansão considerável desta com o recebimento das Bases e outras construções deixadas pelas Forças dos Estados Unidos em nosso país, sobretudo em nosso litoral, considerado de grande importância estratégia pelos Aliados do grande conflito que terminara.
– Obras da Diretoria de Engenharia
Para se ter uma idéia das atividades desta Diretoria, vale recordar a atuação do Serviço de Engenharia no período histórico considerado neste volume, construindo ou reparando campos, aeroportos, edifícios vários, instalações elétricas, saneamento, estradas, canalizações etc.
Para tanto, relacionam-se a seguir os principais serviços executados sob responsabilidade desta Diretoria no período enfocado por este volume da História Geral da Aeronáutica Brasileira, observando uma ordem cronológica na apresentação dos eventos:
a) 1ª Zona Aérea
– Pará * Belém (Base Aérea) – Recuperação das pistas e do sistema de iluminação e de 20 edifícios; ampliação de dois hangares; instalação de um Parque de Viaturas; reforma do Cassino de Oficiais e construção, no Aeródromo do Souza, do Cassino de Oficiais e do pavilhão anexo: bloco B do Aeroporto; ampliação do Hospital de Aeronáutica; construção do alojamento de Praças do Parque; construção do QG da 1ª Zona Aérea; * Chaves – Construção de uma pista de 1.200m x 100m e de uma casa para o guarda-campo; * Monte Alegre, Gurupá, Porto de Moz e Alenquer – Construção de pistas de pouso; * Santarém – Terraplanagem, drenagem e pavimentação da pista; * Marabá – Construção da casa do guarda-campo e alargamento da pista; * Conceição do Araguaia e Tucuruí – Melhoramentos nas pistas.
– Território do Amapá * Oiapoque – Casa para alojamento do pessoal, casa para a estação rádio e reparos na pista e na estrada de acesso; * Macapá – Construção e pavimentação da pista de pouso.
– Amazonas * Manaus – Construção do Aeroporto de Ponta Pelada; * Eirunepe – Construção da pista de pouso; * Parintins – Melhoramento na pista de pouso.
– Território do Guaporé – Estrada de Vilhena a Porto Amarante.
– Maranhão * Turi-Açú, Curutupu e Codó – Melhoramentos na pista; * Campo das Balsas – Melhoramentos para operações da Aviação Comercial; * Carolina – Casas de alumínio, farol rotativo e ampliação da pista; * São Luís – Construção da Estação de Passageiros.
– Goiás * Tocantinópolis – Construção da pista de pouso; * Teresina – Construção da segunda pista de pouso; * Parnaíba – Melhoramentos na pista de pouso, com pavimentação, reparos nos prédios do Destacamento e construção da Estação de Passageiros; * São João do Piauí – Reparos na pista de pouso.
b) 2ª Zona Aérea
– Ceará * Fortaleza (Base Aérea) – Construção de redes de energia elétrica e de abastecimento de água, do pavilhão do alojamento de praças, de cinqüenta casas para residências de sargentos; resselagem das pistas e pavimentação da estrada de acesso; construção da Estação de Passageiros e de quinze residências para oficiais; * Juazeiro do Norte – Terraplanagem nos acostamentos da pista de pouso.
– Rio Grande do Norte * Natal (Base Aérea): Construção de trinta casas para residência de sargentos; construção da Estação de Passageiros; resselagem de pistas; obras para transferência e instalação da Escola Técnica de Aviação; * Mossoró – Construção da Estação de Passageiros e restauração da pista de pouso.
– Paraíba * João Pessoa – Construção da Estação de Passageiros e pavimentação da pista.
– Pernambuco * Recife (Base Aérea) – Construção de rede de água para a Vila dos Sargentos, do Pavilhão da Guarda, de setenta e cinco casas para sargentos, da Estação de Passageiros e de dez residências para oficiais; * Núcleo do Parque de Recife – Construção do Hangar do Parque e de um reservatório de água subterrâneo; * Petrolina – Resselagem da pista.
– Sergipe * Aracaju – Construção da Estação de Passageiros.
– Bahia * Salvador (Base Aérea) – Construção da rede de esgoto, da rede de luz, de cinqüenta residências para sargentos, do Rancho e da Usina de Força e construção da Estação de Passageiros;
* Ilhéus – Construção da segunda pista e da Estação de Passageiros e pavimentação da pista; * Itaberaba, Jacobina, Santa Maria da Vitória e Carinhanha – Construção de pista de pouso; * Vitória da Conquista – Construção da Estação de Passageiros; * Xique-Xique e Jequié – Melhorias nas pistas; * Canavieiras – Construção de nova pista e da Estação de Passageiros.
c) 3ª Zona Aérea
– Minas Gerais * Belo Horizonte (Pampulha, Destacamento de Base) – Construção de alojamento de praças, do rancho e do Pavilhão de Comando; terraplanagem e pavimentação da pista e construção da Estação de Passageiros; * Divinópolis – Construção do Campo de Aviação, da Estação de Passageiros e da residência da Guarda e da casa de pernoite; * São Lourenço, Carlos Prates, Campanha, Juiz de Fora, Lagoa Santa – Melhorias nas pistas de pouso; * São João Del Rei, Guaxupé, Passos e Viçosa – Construção das Estações de Passageiros; * Barbacena – Construção de vinte residências para sargentos, dez residências para oficiais e ampliação das instalações para a EPCAR.
– Rio de Janeiro * Saquarema – Construção de uma casa para pernoite e da Estação de Rádio; * Resende – Construção da casa para radiotelegrafista, dos Pavilhões de Rádio e depósito de combustíveis; * Rio de Janeiro (Distrito Federal) 1. Ilha do Governador (Base Aérea do Galeão): – Construção do Pavilhão de Operações, de um reservatório de água de 7.000.000 de litros, do balizamento noturno, de nova adutora de água, da rede geral de esgoto e reforma de todas as instalações elétricas e hidráulicas; construção da Vila dos Oficiais, da Vila dos Sargentos, da Vila Operária do Galeão e da estrada de acesso à Base; construção da Ponte ligando o continente à Ilha do Governador, com dois trechos: um do continente à Ilha do Fundão, e outro do Fundão à Ponta do Galeão, com extensão de 368,40 metros; – Construção do Pavilhão de Treinamento Sintético, com instalações de arcondicionado, na Escola de Especialistas, antes da mudança desta para Guaratinguetá; e da Sede Balneária do Clube dos Suboficiais e Sargentos da Aeronáutica;
– Construção de campos de tênis para o COMTA e para a ECEMAR, que ocuparam instalações da Escola de Especialistas transferida para Guaratinguetá; – Reforma geral do telhado do prédio da ECEMAR; – Montagem de um hangar metálico para o Aeroporto do Galeão, que ocupou parte das instalações da Escola de Especialistas; construção de um prédio de subestação de força e luz para o Hospital do Galeão.
– A Ponte do Galeão
A construção da Ponte foi iniciada em fins de 1945 e terminada em princípio de 1949, tendo sido inaugurada em 20 de janeiro daquele ano.
A Ponte do Galeão (1945 a 1949) ligando o continente à Ilha do Governador compreende dois trechos: um ligando o Continente à Ilha do Fundão com uma extensão de 117 m e outro ligando a Ilha do Fundão à Ponta do Galeão com uma extensão de 370 m.
Com a finalidade de facilitar o acesso via terrestre às unidades da FAB situadas na Ilha do Governador, o Ministério da Aeronáutica construiu a Ponte do Galeão que, passando a ser a principal via de ligação com o continente, tornou-se o grande dinamizador da extraordinária expansão das áreas residencial, industrial e, conseqüentemente, da comercial daquela ilha.
Ela possibilitou grande evolução ao existente aeroporto na Ponta do Galeão, o Aeroporto do Galeão, e teve extraordinária contribuição ao impulso da aviação comercial brasileira ao tornar mais exeqüível o uso comercial daquele aeroporto.
A Ponte do Galeão foi construída pela CIVILHIDRO (Cia. Nacional de Construções Civis e Hidráulicas).
Naquela época, era seu Diretor-Presidente o Eng. Galba de Boscoli que, tendo conhecimento sobre a técnica do “concreto protendido”, invento do eminente engenheiro francês Eugène Freyssinet, foi a Paris e, após cerca de um mês de conversações, assinou o contrato com aquele engenheiro no qual era autorizada a
Ponte do Galeão - Fotografia tirada em 31 de dezembro de 1949. Nela pode-se observar a infraestrutura em tubulões de concreto armado e a superestrutura em vigas de concreto protendido. Vista da Ponte do trecho da Ponta do Galeão até a Ilha do Fundão.
utilização daquela revolucionária técnica na construção da ponte. O contrato foi assinado em 18 de abril de 1947.
A técnica do “concreto protendido”, usada na Ponte do Galeão, foi a primeira a ser empregada nos continentes americanos, em 1947, e sua extensão de cerca de 370 metros era, na época, a maior ponte do mundo que a utilizava; sendo, pois, o Eng. Galba de Boscoli, com sua equipe, o feliz inovador da mesma no Brasil e nas Américas.
A construção da infraestrutura da ponte, constituída por tubulões pneumáticos de concreto armado (o maior teve 27 metros de profundidade para alcançar a rocha, como os demais), teve a direção do Eng. Luiz Santos dos Reis.
A superestrutura da ponte em vigas de concreto protendido pré-fabricadas, as maiores com 43 metros de comprimento, teve a chefia do Eng. Augusto Ribeiro de Carvalho na sua execução.
2. Campo dos Afonsos
– Escola de Aeronáutica: Reforma do alojamento do Curso Prévio, da Biblioteca e do Cassino dos Sargentos; construção de cinco hangares e quatro anexos, do Pavilhão de Link Trainer, do Alojamento de Praças para 2.000 homens, do Pavilhão de Aulas etc., além da ampliação da pista asfaltada; – Parque de Aeronáutica dos Afonsos: Construção de um pavilhão para almoxarifado geral, de um reservatório de água de 2.000.000 de litros, da Oficina de Galvanoplastia, de um Pavilhão de Rancho e de trinta e quatro casas geminadas para sargentos e civis.
3. Outras Localidades
– Santa Cruz (Base Aérea): Construção do Pavilhão do Centro Médico, do Pavilhão de Alojamento de Praças, de quinze casas para sargentos, de onze casas para oficiais, e pavimentação e arruamento interno; – Aeroporto Santos-Dumont: Construção do edifício central do Aeroporto, do hangar nº 3 e do edifício anexo a este;
Fachada leste do Aeroporto Santos-Dumont.
– Depósito Central de Intendência (Marechal Hermes): Execução de obras do Pavilhão de Administração, obras na rede hidráulica, na rede de águas pluviais, urbanização e construção de muros divisórios; – Depósito de Aeronáutica do Rio de Janeiro: Construção do Pavilhão de Administração, do rancho, do alojamento, de quatro pavilhões do tipo SABY, da cozinha, além do calçamento, arruamento da vias internas etc.
d) 4ª Zona Aérea
– São Paulo (Estado) * São Paulo (Cumbica): Construção da pista principal, do Pavilhão Rádio, da garagem, do Cassino dos Oficiais, da Torre de Controle, do depósito de combustível, do Pavilhão de Administração do 1º GM, da rede de energia elétrica e de água ao norte da pista E-W e de 13 residências (nove para oficiais e quatro para sargentos); * São Paulo (Marte): Melhoria da pista; * Policlínica de São Paulo: Instalação de aparelho de raio-X e radioterapia; * Parque de Aeronáutica de São Paulo: Construção da oficina de ferramentas, do Depósito Regional nº 2, da oficina de instrumentos de bordo, da oficina de rádio e de eletricidade, da rede de águas pluviais e potável e a de esgotos, do Pavilhão do Centro Médico, do Hangar Metálico tipo FICHET e do balizamento noturno da pista e do Hotel de Trânsito;
* Escola Técnica de Aviação: Construção de um edifício para 400 alunos e ampliação do Centro Médico; * Santos (Destacamento de Base Aérea): Construção do Pavilhão de Rádio, do Alojamento de Praças, do Pavilhão do Rancho e da pavimentação da pista NW-SE;
Vista aérea do Parque de Aeronáutica de São Paulo.
* Escola de Aeronáutica de Pirassununga: Obras na Fazenda (reforma da sede, estradas e arruamento, construção de seis hangares, do Pavilhão de Rancho e do frigorífico); * Escola de Especialistas de Aeronáutica (Guaratinguetá): Construção de 25 residências para oficiais, da Estação de Tratamento de Água, de dois prédios para Instrução Técnica, de 45 residências para sargentos, do estande de tiro, da linha de recalque de água, de rede de água para as Vilas dos Oficiais e dos Sargentos, de rede de energia elétrica para as Vilas dos Oficiais e dos Sargentos, do Pavilhão do Rancho, do Clube dos Suboficiais e Sargentos e de dois Alojamentos de Praças.
– Mato Grosso * Campo Grande (Destacamento de Base Aérea): Construção do Aeródromo do Destacamento de Base, do paiol de munição, do Pavilhão do Rancho, do Alojamento de Praças, do Cassino dos Oficiais e da Garagem;
– Diversos * Terraplanagem das pistas e/ou ampliação em Cáceres, Ponta Porã, Cuiabá, Ubatuba, Iguape, Cananéia, Jundiaí, Avaré e Ourinhos; * Melhoramentos em Marília, Ribeirão Preto, Cuiabá, Goiânia, Londrina, Paraná (Goiás), Formosa, Anápolis, Uberaba, Araguaçu (São Paulo).
e) 5ª Zona Aérea
– Rio Grande do Sul * Porto Alegre (Base Aérea – Gravataí): Construção de dois hangares – sendo um metálico tipo FICHET – de Alojamento de Praças, de dois Alojamentos de Sargentos, de dois Alojamentos de Oficiais, do Pavilhão do Comando, do Almoxarifado de Material de Vôo, do Almoxarifado de Material de Intendência, do Cinema, do balizamento noturno, da rede elétrica, além da terraplanagem e pavimentação de diversas áreas.
Hangar tipo Fichet.
* Porto Alegre (Aeroporto): Construção de duas pistas (uma de 1.700 m x 120m e outra de 1.500m x 60m), de pistas de rolamento e pátio de manobra, além da ampliação de instalações da Estação de Passageiros, do prédio do Serviço de Engenharia e do Pavilhão Rádio; * Núcleo do Parque de Aeronáutica de Canoas: Ampliação do Centro Médico e construção da Lavanderia e Tipografia; * Destacamento da Base Aérea do Rio Grande: Construção da Estação de Passageiros, de um Pavilhão de Rancho, de um trapiche de cimento armado, além da ampliação da pista; * Bagé: Construção de três pistas (uma de 2.000m e duas de 1.500m) e da Estação de Passageiros; * Pelotas: Sinalização das pistas e consolidação dos pisos; * Passo Fundo: Melhorias na pista e reforma da Estação de Passageiros; * Santo Ângelo: Construção da Estação de Passageiros, da casa do Guarda-Campo, além da ampliação da pista; * Alegrete, Uruguaiana, Quaraí e Livramento: Melhorias nas pistas e nas Estações de Passageiros; * Cruz Alta, Guaporé, Mostardas e Rosário do Sul: Construção de pistas de pouso; * Jaguarão, Caxias do Sul e Garibaldi: Ampliação das pistas de pouso.
– Santa Catarina * Florianópolis e Lages: Construção de Estações de Passageiros; * Joinville: Ampliação da pista de pouso; * Joaçaba: Construção do campo de pouso.
– Diretores da Diretoria de Engenharia no Período (1945-1956)
– Diretoria de Obras (antecedente da Diretoria de Engenharia)
– Diretoria de Engenharia
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